ANUÁRIO
2017
INSTITUCIONAL Editorial 06 Construindo o futuro da indústria Léo de Castro
INSTITUCIONAL
106 108 110 112 114
Banestes Apex Sicoob Bandes Porto do Açu
10 Sistema Findes
ARTIGOS
Desenvolvimento 20 Presente e futuro nas terras capixabas Paulo Hartung
Indústria 22 E speranças de um tempo melhor Robson Braga
Economia 24 S obre a necessidade de reforma da Previdência Social Rubens Penha Cysne
Gestão 28 Como melhorar os resultados de seu negócio Vicente Falconi
Indústria 30 Parceria com a sociedade Fábio Brasileiro 32 Inovação é o caminho Benjamin Baptista Filho
Inovação
RANKING “200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS NO ESPÍRITO SANTO” 118 119 120 122 163
Introdução O que você encontra neste encarte Metodologia Informações gerais, análises e estatísticas Análise Ideies
ECONOMIA CAPIXABA (CONTINUAÇÃO) 176 180 186 190 194 198 202 208 212 216 220 224 228 232 236
Alimentos e bebidas Mercado financeiro Saúde Comércio varejista Construção civil e pesada Móveis Vestuário Educação Políticas públicas Química e embalagens Inovação Meio ambiente Rochas Turismo Agroindústria
34 As quatro camadas da cidade inteligente, humana, criativa e sustentável André Gomyde
ARTIGOS (CONTINUAÇÃO)
Gestão
240 Olhar para o futuro Paulo Mól
36 Inovação, é impossível sobreviver sem ela no mercado de hoje Decio Luiz Chieppe 40 Líderes empresariais, líderes sociais Americo Buaiz Filho
Economia 42 Uma nova estratégia para o desenvolvimento industrial capixaba Claudio Porto 44 Criatividade traz novas soluções de crescimento para as empresas saírem da crise mais fortalecidas Aroldo Natal Silva Filho
Inovação
Gestão
96 Sesi 100 Senai 104 Vale
C arlos Augusto Lira Aguiar, José Armando de Figueiredo Campos, José Carlos Bergamin, Luciano Raizer Moura, Luiz Henrique Toniato, Luiz Rigoni, Manoel de Souza Pimenta Neto, Paulo Alexandre Gallis Pereira Baraona, Raphael Cassaro Machado
1º diretor administrativo: 2º diretor administrativo: 3º diretor administrativo: 1º diretor financeiro: 2º diretor financeiro: 3º diretor financeiro:
Alejandro Duenas José Augusto Rocha Edvaldo Almeida Vieira Renato Miguez Menezes Eduardo Dalamura do Carmo Elcio Alves
Diretores: Ademilse Guidini, Cristhine Samorini, Egidio Malanquini, Elder Elias Giordano Marin, Etore Selvatici Cavallieri, Franco Machado, Geraldo Santana Machado, João Baptista Depizzol Neto, Luiz Carlos Azevedo de Almeida, Neviton Helmer Gasparini, Ortêmio Locatelli Filho, Paulo Roberto Almeida Vieira, Paulo Roberto Gonçalves Pereira, Wellington Simões Villaschi Filho, Wilmar dos Santos Barroso Filho, Valkineria Cristina Meirelles Bussular, Vladimir Rossi, Ricardo Zupeli de Paulo, Romário José Correa de Araújo, Sergio Rodrigues da Costa, Tales Pena Machado Superintendente corporativo:
Marcelo Ferraz Goggi
PRODUÇÃO TÉCNICA – INSTITUTO EUVALDO LODI (IEL-ES) Superintendente:
Paulo Lacerda
Equipe Técnica:
F ernando Gomes Pereira - Gerente da Unidade de Execução de Projetos e equipe Cassiano Orsi Hemerly - Analista de Negócios Marcelo Saitive - Diretor executivo do Ideies e equipe Equipe de Apoio: Carla Mara Pereira Franco - Gerente da Unidade de Gestão Estratégica e Administrativa e equipe Comunicação Integrada:
Rafael Porto (interino)
Designer da Marca 200 Maiores:
Cristina Xavier
Jornalista Responsável:
Camila Uliana
Desenvolvimento
ECONOMIA CAPIXABA
DESTAQUE EMPRESARIAL
José Carlos Zanotelli
Vice-presidentes:
Contatos: (27) 3334-5721 Iel200maiores@findes.org.br
254 A retomada do crescimento Antônio Delfim Netto
Metodologia Empresário Destaque Executivo Destaque Empresa Destaque
Leonardo Souza Rogerio de Castro
1º Vice-presidente da Findes:
246 Uma trajetória de parcerias e aprendizados Marcelo Castelli 248 A recuperação depende de todos e de cada um Maurício Ribeiro
Economia
88 90 92 94
Presidente:
Indústria
46 O Ministério Público na defesa do patrimônio público Elda Márcia Moraes Spedo
PESQUISA IEL-ES
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO (FINDES)
Relações com o Mercado: Simone Dttmann Sarti – Gerente da Unidade de Relacionamento com o Mercado do Sistema Findes e equipe
250 O desafio da agenda capixaba de competitividade José Eduardo de Faria Azevedo
Abertura – Cenário e perspectivas Petróleo e gás Papel e celulose Logística e infraestrutura Mineração e siderurgia Energia Comércio exterior Serviços Metalmecânico
Ano XXI – nº 21 – Novembro/2017 – Publicação anual – Venda proibida
242 A pior crise Sidemberg Rodrigues
Justiça e Cidadania
48 56 60 64 68 72 76 80 84
ESPÍRITO SANTO
258 Cooperativismo financeiro contribui para a redução da concentração bancária Bento Venturim
Gestão 260 Superando desafios com o empreendedorismo José Eugênio Vieira
Justiça e Cidadania 264 O custo do Judiciário brasileiro Ives Gandra da Silva Martins
Endereço: Av. Nossa Senhora da Penha, 2.053, Ed. Findes, 2º andar, Santa Lúcia Vitória (ES) – CEP: 29056-913 Tel: (27) 3334-5754 • Fax: (27) 3225-7958 200maiores@findes.org.br
Produção Editorial: www.lineapublicacoes.com.br (27) 2123-6500 Coordenação editorial:
Mário Fernando Souza
Coordenação de produção:
Cláudia Luzes e Elisângela Egert
Copidesque:
Márcia Rodrigues
Textos:
A na Lúcia Ayub, Fernanda Zandonadi, Gustavo Costa, Nádia Baptista, Tiago Lourenço e Weber Caldas
Editoração:
Fábio Anderson, Hobberson Miranda e Michel Sabarense
Apoio:
Bruna Schnerock e Mara Cimero
Tradução:
Lorena Caetano
Fotos:
Arquivo Next Editorial, Jackson Gonçalves, Leonel Albuquerque e Shutterstock
Revisão:
Andréia Pegoretti
Economia 266 Economia 4.0 ganharia com “Plano Marshall tecnológico” Marcos Troyjo 268 Reformas econômicas são cruciais à retomada da economia Flávio Castelo Branco
Produção Gráfica: www.grafitusa.com.br Tel: (27) 3434-2200
270 Índice de anunciantes Texto do Selo
Selo do papel
EDITORIAL
Construindo o futuro da indústria LÉO DE CASTRO é presidente do Sistema Findes
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A
indústria brasileira vive hoje um desafio comum às maiores nações do mundo: como fortalecer o setor produtivo em meio a um processo de diminuição da participação da indústria na economia? Estudo do Banco Mundial revela que, entre 2000 e 2015, o peso da indústria no PIB global caiu de 19% para 15%. O movimento, classificado como natural pelos especialistas, resulta da migração de um perfil manufatureiro para linhas de produção cada vez mais automatizadas. No Brasil, entretanto, essa mudança ocorreu de forma precoce e acelerada, antes que o volume de riquezas atingisse um patamar ideal. Na década de 80, a indústria de transformação nacional, relacionada aos itens de maior valor agregado, representou mais de 30% da economia; hoje, somos responsáveis por 12% do PIB. Nossa prioridade deve ser reverter essa queda. Segundo a CNI, a indústria responde por 55% das exportações do Brasil, 66% dos investimentos em pesquisa, 30% da arrecadação tributária e 26% da previdenciária. A cada R$ 1,00 produzido pela indústria, outros R$ 2,32 são gerados na economia e, a cada posto de trabalho no setor, outros dois são criados nos demais segmentos. Ao todo, somos responsáveis por 22% dos empregos formais do país, com 10,5 milhões de trabalhadores, remunerados acima da média de outros setores. Números não nos faltam para evidenciar que o caminho mais rápido para a retomada passa pelo fortalecimento da indústria. É preciso, portanto, reconhecer e valorizar o esforço de quem luta para gerar progresso mesmo diante da crise.
No Espírito Santo, o momento não poderia ser melhor para provocar esse debate: a indústria capixaba equivale a 38,9% do PIB estadual, o melhor resultado do país, mas um recorte específico da indústria de transformação vai representar menos de 10% das riquezas produzidas no Estado. Diante desse cenário, os esforços da Findes estão direcionados para a construção de um setor industrial cada vez mais inovador e produtivo, transformando o parque já instalado – diversificado o bastante para abrigar líderes globais e pequenas indústrias com alto potencial inovador. O Anuário 200 Maiores e Melhores e o Fórum IEL de Gestão são parte dessa estratégia. Estudo da London School of Economics aponta que o aumento de 1% na qualidade da gestão se reflete em 6% de ganho de produtividade. Ao reconhecer e valorizar bons exemplos, o Anuário torna-se um instrumento de inspiração, estimulando a multiplicação do conhecimento na indústria capixaba. Nosso objetivo central é preparar o Espírito Santo para o novo ciclo de desenvolvimento que se aproxima, apoiando a criação de uma indústria cada vez mais competitiva, alinhada às tecnologias digitais da indústria 4.0. Nosso Estado tem equilíbrio fiscal, segurança jurídica, localização geográfica privilegiada e um setor produtivo resiliente, capaz de irradiar oportunidades para os demais segmentos da economia mesmo em períodos de crise. É na busca incessante do fortalecimento da indústria que alcançaremos a prosperidade no Espírito Santo, com mais oportunidades de negócios, empregos para as novas gerações e qualidade de vida para os capixabas.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
INSTITUCIONAL SISTEMA FINDES
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ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
SISTEMA FINDES: LUTA PELO FORTALECIMENTO DA INDÚSTRIA E DESENVOLVIMENTO DA ECONOMIA CAPIXABA De forma integrada, entidades atuam como veículo de estímulo ao desenvolvimento industrial e econômico do Estado
I
mpulsionar o desenvolvimento da economia do Espírito Santo, por meio da representação e fortalecimento das mais de 19 mil empresas industriais instaladas no Estado: essa é a razão de existir do Sistema Findes, principal interlocutor do setor produtivo capixaba e a maior entidade empresarial do Estado. Apoiando o crescimento e a sustentabilidade dessas organizações, a instituição contribui de maneira decisiva para a consolidação de um novo ciclo de desenvolvimento no Espírito Santo, não apenas econômico mas também social. Para alcançar esses objetivos, oito entidades trabalham em consonância, promovendo ações que ajudam a garantir posição de destaque para o Espírito Santo nos níveis político, econômico e social. São elas a Federação das Indús-
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trias do Estado do Espírito Santo (Findes), o Centro da Indústria do Espírito Santo (Cindes), o Serviço Social da Indústria (Sesi-ES), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-ES), o Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES), o Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies), o Instituto Rota Imperial (IRI) e o Condomínio do Edifício Findes (Conef). Operando de forma coordenada e articulada, elas trabalham pelo desenvolvimento do setor produtivo capixaba. Juntas, as indústrias filiadas aos 40 sindicatos que compõem a Findes são responsáveis por um Produto Interno Bruto (PIB) industrial de R$ 42 bilhões, o equivalente a cerca de 40% da composição do PIB estadual – o maior percentual dentre todos os estados brasileiros. As ações do Sistema Findes contribuem para o crescimento do parque produtivo e para a formulação da política industrial regional. Além da articulação institucional, política e estratégica de todos os segmentos industriais com os Poderes constituídos e os setores estruturados da sociedade, a instituição implementa também uma série de iniciativas voltadas à interiorização do desenvolvimento e à qualificação da mão de obra em todo o Espírito Santo. A defesa dos interesses da indústria se dá por meio de atividades nos campos de infraestrutura, relações de trabalho, legislativo, comércio exterior, política industrial e inovação tecnológica, desenvolvimento regional, meio ambiente, responsabilidade social, micro e pequenas empresas, além da elaboração e da execução de programas de fortalecimento da base sindical e do associativismo. A Federação acompanha o andamento da economia local e global, identificando oportunidades potenciais de avanço, e trabalha em conjunto com os empresários para superar desafios que impedem o crescimento indústria capixaba.
DESENVOLVIMENTO EM TODO O ESTADO Para assegurar que sua representação institucional esteja presente de maneira mais ativa no interior do Estado, a Findes criou as Diretorias Regionais. Garantindo maior autonomia às empresas e proporcionando pontos de apoio aos empresários nas macrorregiões de norte a sul do Espírito Santo, esses espaços oferecem toda a estrutura e conforto para atender aos sindicatos do setor produtivo e suas principais demandas. 12
Sistema Findes atua em benefício das 19 mil indústrias capixabas
São, ao todo, 15 Diretorias, sendo quatro delas na Grande Vitória (Cariacica/Viana, Serra, Vitória e Vila Velha) e outras 11 no interior do Estado, em municípios estratégicos do ponto de vista industrial: Anchieta, Aracruz, Barra de São Francisco, Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Guaçuí, Linhares, Nova Venécia, Santa Maria de Jetibá, São Mateus e Venda Nova do Imigrante. Por meio dessa atuação regionalizada, o Sistema Findes pode conhecer melhor as necessidades locais dos diferentes segmentos, além de acompanhar mais de perto o processo de desenvolvimento dessas áreas. A interiorização também beneficia a integração com os demais setores, como comércio e serviços, trazendo os empresários para a discussão e a construção coletiva das economias regionais.
SESI-ES O Serviço Social da Indústria do Espírito Santo (Sesi-ES) é uma entidade de direito privado que tem como desafio desenvolver uma educação de excelência voltada para o mundo do trabalho e aumentar a produtividade da indústria, promovendo o bem-estar do trabalhador. Para isso, apresenta soluções sociais para ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
CÂMARAS SETORIAIS E CONSELHOS TEMÁTICOS
as indústrias capixabas, seus trabalhadores e dependentes, focadas em seis áreas de negócios: alimentação; cultura; educação; esporte e lazer; saúde e segurança no trabalho; e responsabilidade social. Atualmente, o Sesi-ES opera por meio de 17 unidades de negócios distribuídas em oito municípios capixabas onde há maior concentração de indústrias: Aracruz, Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Colatina, Linhares, Serra, Vila Velha e Vitória. Maior instituição privada de ensino do Espírito Santo, o Sesi-ES oferece desde a educação infantil até o ensino médio articulado com o ensino técnico (em parceria com o Senai), além do Projeto Intensivo para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Anualmente, somente no ensino fundamental, são cerca de 12 mil alunos matriculados. A rede aplica uma metodologia própria e inovadora, que oferece instrução de qualidade a filhos de industriários e à comunidade em geral. Suas escolas utilizam materiais, tecnologias, programas e projetos de acordo com a sua proposta pedagógica, por meio de uma abordagem fundamentada num espaço de ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
Os Conselhos Temáticos (Consats) são órgãos de assessoria técnica instituídos pela Findes para estudar e monitorar os diversos temas de interesse do setor industrial capixaba, subsidiando a entidade em suas ações e decisões, sempre que necessário. Atualmente, o Sistema Findes mantém 12 Conselhos Temáticos: Assuntos Legislativos (Coal); Comércio Exterior (Concex); Desenvolvimento Regional (Conder); Infraestrutura (Coinfra); Meio Ambiente (Consuma); Micro e Pequena Empresa (Compem-ES); Política Industrial e Inovação Tecnológica (Conptec); Relações do Trabalho (Consurt); Responsabilidade Social (Cores); Educação (Conedu); Energia (Conerg); e Economia Criativa (Conect). Já as Câmaras Setoriais Industriais são compostas pelos sindicatos patronais da indústria, instituições e entidades que desenvolvem trabalhos com os principais arranjos produtivos locais (APLs) do Estado, articulando-se com os Consats, que são responsáveis por ações voltadas para a eliminação de gargalos que inibem a competitividade dos APLs. Atualmente, encontram-se em funcionamento seis Câmaras Setoriais: da Indústria do Vestuário; da Indústria Moveleira; da Indústria de Alimentos e Bebidas; das Indústrias de Base e Construção; das Indústrias de Materiais de Construção; e das Indústrias de Mineração. Por meio da atuação das Câmaras Setoriais e dos Consats, o Sistema Findes busca ações capazes de promover a melhoria do ambiente de negócios, realizando diagnósticos, monitorando os principais fatores e indicadores que afetam a competitividade industrial e elaborando uma agenda capaz de alavancar a atividade econômica, seja por meio de desregulamentações, seja por intermédio da sugestão de leis que a facilitem. Esses indicadores compreendem questões relativas à abertura de empresas, pagamento de impostos, eficiência do processo de licenciamento de empreendimentos, obtenção de licenças ambientais, entre outras demandas pertinentes à administração pública que afetam as empresas. As Câmaras Setoriais e Consats interagem com os órgãos e as instituições do Estado e dos municípios, visando à redução da burocracia dos processos, à qual as indústrias são submetidas. Por meio dessas ações, beneficiam as indústrias já existentes e ajudam a atrair investimentos para o Espírito Santo.
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INSTITUCIONAL
formação e informação, em que a aprendizagem dos conteúdos favorece a inserção do aluno no contexto social, priorizando a construção coletiva dos conceitos e a busca da integração entre as diversas áreas do conhecimento. Ao investir em pessoas, o Sesi-ES garante o estímulo ao crescimento sustentável da indústria por meio de ações e serviços. O Sesi-ES oferece, ainda, serviços voltados para a promoção da saúde e da segurança do trabalhador da indústria capixaba, em uma estrutura distribuída por todo o Estado e capaz de realizar 500 mil atendimentos por ano. Por meio de diversos programas de assessoria e consultoria, como os projetos Indústria Segura e Mais Saúde, a entidade ajuda as empresas a levar saúde, segurança e qualidade de vida para o chão de fábrica.
responsável pelo espaço físico e sua manutenção, além da parte administrativa – e Sistema Findes – encarregado dos cursos e do corpo docente. Outro projeto de interiorização das ações do Senai-ES é a Escola Móvel. A modalidade oferece diversas opções de cursos com rapidez, conforme a demanda industrial do município e da região. A unidade é montada com módulos educacionais articuláveis, que formam salas de aula e laboratórios. O projeto prevê que a estrutura fique instalada até seis meses em cada cidade. A principal característica do programa é a flexibilidade para atender às demandas locais das indústrias.
SENAI-ES Investir em formação de qualidade é um objetivo permanente do Sistema Findes. As ações de qualificação do trabalhador do setor industrial capixaba são realizadas pelo Senai-ES, que está sempre atento às novas tecnologias, aprimorando, atualizando e ampliando sua oferta de recursos e serviços técnicos, tecnológicos e de educação profissional. Dois fatores se unem para garantir a excelência do ensino profissional e técnico do Senai-ES: corpo docente competente aliado a instalações e equipamentos de ponta, o que requer investimentos constantes. O Senai-ES possui atualmente 10 unidades operacionais: em Anchieta, Aracruz, Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Linhares, Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Nelas, promove a qualificação de recursos humanos, prestação de serviços, assessoria ao setor produtivo, serviços de laboratório e informação tecnológica. Para democratizar o acesso à educação profissional, a entidade instituiu também ações que levam o conhecimento aos locais mais distantes do Estado. Entre elas, estão as Agências de Treinamento Municipais (ATMs), modalidade de ensino voltada para cidades de pequeno ou médio porte do interior, onde a arrecadação industrial compulsória é pequena, o que inviabilizaria a presença de um Centro Integrado Sesi/Senai/IEL. A ATM consiste em uma parceria entre prefeitura – 14
O Senai possui 10 unidades operacionais: em Anchieta, Aracruz, Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Linhares, Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
IEL-ES Por meio de diálogo permanente com o setor empresarial, o Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES) promove soluções em conhecimento, gestão e inovação, que levem à melhoria da competitividade das empresas capixabas. Com isso, contribui para a superação de gargalos e identificação de oportunidades para as empresas. As ações do IEL-ES têm foco na educação executiva e no aperfeiçoamento da gestão. São cursos abertos e in company de curta duração, cursos gerenciais de média duração, seminários, palestras técnicas e diagnóstico
das necessidades de treinamento para as empresas, que promovem o desenvolvimento das competências individuais, ampliando a visão estratégica de empresários, gestores e executivos, ao apresentar modelos praticados por empresas de referência no Brasil e no mundo. Além disso, desenvolve programas de estágio diferenciados que integram mercado de trabalho e universidade, estimulando o empreendedorismo e as práticas inovadoras por meio de workshops, palestras e eventos. Somam-se aos serviços oferecidos cursos de pós-graduação voltados para educação executiva, feitas em parceria com as melhores escolas de negócios do mundo, como a Universidade de Cambridge, da Inglaterra. Outro viés de atuação é a área de recrutamento e seleção de estagiários e profissionais. O programa IEL de Estágio aproxima estudantes universitários e de cursos técnicos do mercado de trabalho. A partir de um amplo cadastro e de critérios inovadores de seleção e acompanhamento, são identificados e indicados jovens talentos para preencher as vagas de estágio oferecidas pelas empresas. Ao indicar o candidato ideal para o posto, facilitam-se a descoberta de talentos e a formação de líderes empresariais.
APOIO AOS SINDICATOS Outro viés de atuação do IEL-ES é prestando suporte aos sindicatos que compõem a Federação, com foco no apoio à interlocução e no fortalecimento do associativismo, por meio do Centro de Apoio aos Sindicatos (CAS). Nele, está disponível uma equipe multidisciplinar que trabalha em oito áreas: Coordenação; Arrecadação; Contabilidade Sindical; Administração; Financeiro; Comunicação e Eventos; Gestão da Informação; e Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA). O CAS ainda mantém convênio com uma assessoria jurídica que presta consultoria gratuita às empresas filiadas. No Centro também funciona o único posto de atendimento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no Espírito Santo, facilitando o acesso das indústrias associadas a financiamentos de longo prazo para novos investimentos e melhoria de sua competitividade. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
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INSTITUCIONAL
Através de cursos abertos e in company, seminários e palestras técnicas, as ações do IEL promovem o desenvolvimento das competências individuais, ampliando a visão estratégica de empresários, gestores e executivos
CENTRO INTERNACIONAL DE NEGÓCIOS Também está sob a responsabilidade do IEL-ES o Centro Internacional de Negócios (CIN/ES), que ajuda a expandir as potencialidades capixabas em negócios no âmbito internacional. A unidade promove ações direcionadas para as micro, pequenas e médias empresas industriais que já atuam ou desejam se inserir no comércio exterior. Entre os serviços oferecidos, estão inteligência comercial, atendimento, promoção comercial e capacitação em comércio exterior e em negócios internacionais.
IDEIES O Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies) apoia o Sistema Findes na elaboração de posicionamentos e estudos estratégicos setoriais, com foco em inteligência competitiva, voltados para o fortalecimento do setor industrial e para a interiorização do desenvolvimento. A entidade também é responsável pela elaboração de pesquisas e análises econômicas que tratam do desempenho do segmento produtivo, identificando problemas enfrentados e apontando soluções. Quatro frentes compõem o Ideies e ajudam a nortear sua atuação: Unidade de Economia Criativa (UEC), Unidade de Gestão da Informação (UGI), Unidade de Defesa de Interesses (UDI) e Unidade de Gestão do Conhecimento (UGC). Além disso, a entidade apoia os Conselhos Temáticos (Consats) e as Câmaras Setoriais Industriais da Findes.
CINDES O Centro da Indústria do Espírito Santo (Cindes) é a entidade do Sistema Findes que atua para promover a integração do empresariado capixaba, congregando profissional e socialmente seus empreendedores e dirigentes. Por meio de suas ações, a entidade propicia o intercâmbio de ideias e informações, debates, lazer e cultura, difundindo o conhecimento e promovendo o estreitamento de laços e relacionamentos, auxiliando assim os empreendedores e o posicionamento frente aos diversos projetos voltados para a indústria local. 16
O Cindes realiza ações e eventos econômicos e políticos, fortalecendo o associativismo e buscando novas oportunidades de negócios. Também fomenta ações que contribuam para o desenvolvimento empresarial de jovens lideranças, por meio do Cindes Jovem. O objetivo é formar novos líderes e gestores que possam contribuir para o crescimento sustentável do Estado.
INSTITUTO ROTA IMPERIAL – IRI O Instituto Rota Imperial (IRI) foi criado para fomentar o desenvolvimento turístico e a economia, por meio da promoção de atividades econômicas associadas ao turismo nos municípios pertencentes ao trajeto da Rota Imperial. No Espírito Santo, 15 cidades fazem parte da Rota, que liga Ouro Preto, em Minas Gerais, a Vitória. A Rota Imperial Capixaba começa no Palácio Anchieta – considerado o marco zero – e vai até Iúna, na região do Caparaó. O caminho está demarcado e sinalizado com 385 totens, chamados de marcos. O Sistema Findes é o responsável pela gestão do Instituto Rota Imperial, com o apoio ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
do Ministério do Turismo e parceria com os governos estaduais do Espírito Santo e de Minas Gerais.
CONEF O Condomínio do Edifício Findes (Conef) foi criado por meio de Convenção, no dia 1º de outubro de 1984, com destinação exclusivamente administrativa e profissional do edifício que abriga as entidades que constituem o Sistema Findes. O Conef é administrado por uma assembleia geral, conselho consultivo e um síndico.
INDÚSTRIA MAIS COMPETITIVA Fazer com que a rede industrial capixaba esteja entre as mais competitivas e produtivas do Brasil. É com essa visão de futuro que gestão 2017-2020 assumiu o Sistema Findes, em julho de 2017. O foco é a busca incessante pela prosperidade da indústria do Espírito Santo. “Nosso Estado tem uma vocação industrial consolidada e os cenários de futuro indicam que essa vocação tem grande potencial de se manter e intensificar. Por isso, nosso ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
grande desafio é trabalhar para alavancar os fatores que irão contribuir de forma efetiva para o aumento da produtividade e da competitividade das indústrias aqui instaladas, criando diferenciais que certamente serão fatores de atração de mais empresas e, consequentemente, de geração de mais riquezas e de bons empregos no solo capixaba”, destaca o presidente da Findes, Leonardo de Castro. Para chegar a esse objetivo, a gestão 2017-2020 pretende focar suas ações na inovação e modernização da indústria capixaba, trabalhando ativamente pelo desenvolvimento da indústria do século XXI no Espírito Santo, baseando suas ações em cinco norteadores. O primeiro deles é o protagonismo institucional, que inclui a integração e a representação ativa dos interesses e iniciativas convergentes da indústria capixaba e de outros setores produtivos com os governos, instituições e sociedade. Essa representação se dará de maneira colaborativa e integradora, propositiva e, na medida do possível, antecipatória. As ações da gestão 2017-2020 também serão norteadas pela entrega de serviços de alto valor, que incluem a produção e entrega com qualidade, especificidade, quantidade e custo alinhados às necessidades dos clientes da Findes e da sociedade capixaba. A gestão ainda pretende aprimorar a governança, consolidando um sistema e práticas sólidas de governança representativa, com ênfase na resolutividade, agilidade nas decisões, integridade e compliance. Por fim, Leonardo de Castro pretende imprimir, com sua equipe, uma ampla modernização da gestão interna do Sistema Findes, com ênfase na meritocracia, transparência, tecnologia digital e eficiência na aplicação de todos os recursos da Federação: pessoas (os colaboradores), tecnologia, recursos financeiros, infraestrutura física e recursos organizacionais. “A indústria nacional e a indústria capixaba devem se inserir nessa onda de mudanças para usufruírem das oportunidades que virão. A Findes, sem sombra de dúvida, trabalhará incansavelmente para que isso ocorra. Queremos fazer da nossa indústria a mais competitiva e produtiva do Brasil”, conclui o presidente da Federação. 17
ARTIGO DESENVOLVIMENTO
Presente e futuro nas terras capixabas PAULO HARTUNG é governador do Estado do Espírito Santo (2003-2010, 2015-2018)
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“O
futuro não é um lugar para onde estamos indo, mas um lugar que estamos construindo.” A sábia observação de Saint-Exupéry mostra que o amanhã é, em grande medida, aquilo que podemos sonhar, projetar e realizar no presente. Nesse sentido, o objetivo do nosso governo é fazer avançar a caminhada dedicada a cuidar do hoje e do amanhã nas terras capixabas. Essa missão estratégica vem se desenvolvendo em três frentes de trabalho. Além do ajuste fiscal socialmente orientado, integrante de uma ampla reforma na estrutura governamental, temos programas especialmente dedicados à juventude, e ainda ações para a modernização da infraestrutura socioeconômica e o incremento da sustentabilidade ambiental. Com a reconquista/manutenção do equilíbrio fiscal e as reformas estruturantes, garantimos a regularidade de serviços, os pagamentos em dia e a entrega de obras essenciais. Mais: posicionamos o Espírito Santo para as oportunidades do pós-crise. Ressaltamos que, diferentemente do restante do país, o ajuste capixaba se dá por meio do controle das despesas, sem sacrifício das prioridades, garantindo um governo atuante e focado no social. A frente de trabalho mais claramente identificada à juventude tem ações como o Pacto pela Aprendizagem
no Espírito Santo, unindo Estado, municípios, organizações e entidades da sociedade civil, com vistas a obter avanços mais expressivos nos indicadores da educação básica. A Escola Viva já está ofertando 10 mil vagas de ensino médio em 17 unidades de tempo integral, distribuídas em todas as regiões do Estado. Em 2018, serão 18 mil vagas, em 30 unidades. Trata-se de um modelo inovador que busca formar cidadãos e empreendedores, capixabas capazes de projetar e viabilizar um mundo melhor para si e para sua comunidade. Tendo como foco os jovens e trabalhando com sua capacidade de mobilização e diálogo, o Ocupação Social, além de enfrentar e prevenir a violência, trabalha para levar cidadania, respeito aos direitos humanos, cultura, esporte e oportunidades às áreas mais vulneráveis do Estado. Novas perspectivas já se concretizam nos 25 bairros atendidos, onde estão 16 mil adolescentes e jovens, entre 10 e 24 anos, em situação de risco pessoal e social. Nossa terceira frente de ação prioritária é a da atualização da infraestrutura econômica e das políticas de sustentabilidade, fatores decisivos à qualidade de vida e à competitividade econômica estadual. Em quatro anos, vamos deixar como legado a superação de pendências históricas,
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Foto: Leonel Albuquerque
o encaminhamento efetivo de outras tantas obras, além da construção de novas soluções que nos darão fôlego inédito para imprimirmos um outro ritmo ao nosso desenvolvimento socioeconômico, em curto, médio e longo prazos. Avançamos em ação compartilhada com a bancada federal e entidades do mundo produtivo. Na interface com a União, temos a anunciada inauguração do novo Aeroporto de Vitória. Trata-se de conquista simbólica desta nova era da infraestrutura capixaba, seja por sua importância, seja pelo seu histórico de adiamentos, finalmente superado. As boas-novas não param aí. A dragagem e a derrocagem do Porto de Vitória estão em vias de conclusão. Com a mudança da poligonal de Barra do Riacho, viabilizaram-se ali novos empreendimentos portuários. O projeto do Porto Central avança. A Agência Nacional de Energia Elétrica realizou leilão para construção de 560 km de linhas de transmissão e quatro subestações, com investimento de R$ 1,6 bilhão, aumentando nossa segurança energética. A BR-101 está em obras, resolvendo-se problemas crônicos. A primeira fase de duplicação da BR-262 deve começar este ano. Com a União e a Vale, buscamos a construção de um novo ramal ferroviário entre a Grande Vitória e o Rio. Nas obras de responsabilidade estadual, temos também conquistas históricas. Trabalhamos para entregar em breve a Rodovia Leste-Oeste, o mais novo eixo da
malha metropolitana, entre Cariacica e Vila Velha. Uma outra realização que marca época é a inauguração do Sistema de Abastecimento de Água de Reis Magos, na Serra, beneficiando diretamente 150 mil pessoas e, índiretamente, 700 mil. Trata-se, ao longo do tempo, do quarto empreendimento de porte para garantir água à Região Metropolitana, depois dos sistemas de Duas Bocas, Jucu e Santa Maria da Vitória. Ainda nessa área, temos o projeto de um grande reservatório no Rio Jucu e as obras de 60 barragens de uso múltiplo. Por meio dos programas Reflorestar e Águas e Paisagens, investimos num novo ciclo de sustentabilidade. No saneamento, a parceria público-privada (PPP) da Serra evolui muito positivamente. Licitamos a PPP de Vila Velha, e os estudos para a de Cariacica estão adiantados, assim como trabalhamos para o aumento de capital da Cesan. Por tudo isso e muito mais, olhando-se para o crítico cenário nacional, percebe-se facilmente o diferencial capixaba. A crise afeta a todos, mas no Espírito Santo é diferente. Nossas prioridades do presente combinam ações que garantem uma travessia de equilíbrio em meio à turbulência político-econômica e preparam o Espírito Santo para as oportunidades do futuro.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
Ressaltamos que, diferentemente do restante do país, o ajuste capixaba se dá por meio do controle das despesas, sem sacrifício das prioridades, garantindo um governo atuante e focado no social
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ARTIGO INDÚSTRIA
Esperanças de um tempo melhor ROBSON BRAGA DE ANDRADE é presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI)
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O
grande desafio do Brasil é superar a maior crise econômica da sua história recente. Projeções da Confederação Nacional da Indústria (CNI) indicam que a economia brasileira crescerá apenas 0,3% em 2017. Caso essa estimativa se confirme, será um desempenho insatisfatório, depois de dois anos consecutivos de queda do Produto Interno Bruto (PIB). Infelizmente, não há perspectivas de retomada do crescimento econômico em curto prazo. O desemprego bateu recorde, atingindo 14 milhões de brasileiros. Esse flagelo social afeta o consumo, que conti nua num n ível f raco pa ra re at iva r a pro duç ão e os investimentos industriais. Mesmo com as quedas das taxas de juros deter m i n ad as p elo C om itê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, a demanda interna n ão de ve ter um a mud a nç a sig n i f ic ativa, p ois as fa m í l ias permanecem muito endividadas. As indústrias ainda apresentam u m a lt o g r au d e o c i o s i d a d e , o que dificulta tanto investimentos quanto contratações. É preciso que as empresas tenham condições reais de renegociar suas dívidas tributárias, assim como os empréstimos bancários, para que ganhem fôlego e possam voltar a ficar em dia com
seus compromissos. Da mesma forma, é essencial que o Banco Naciona l de Desenvolv i mento E conôm ico e So ci a l ( BN DE S) retome o financiamento de longo prazo a custos compatíveis com a atividade industrial. A continuidade das reformas estruturais, além da adoção de medidas microeconômicas, é fundamental para a recuperação do crescimento da economia. As mudanças começaram, de fato, com a lei que estabelece um limite para a expansão dos gastos públicos. Neste ano, continuaram com a aprovação da terceirização e da reforma trabalhista pelo Congresso
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
Nacional. Agora, o Brasil precisa avançar com a reforma da Previdência Social, sem a qual o sistema quebrará mais rapidamente do que se pensava, ameaçando os benefícios de milhões de aposentados e pensionistas. Em outras palavras, a indústria e os demais setores da economia precisam de iniciativas do setor público que equacionem as contas dos governos, melhorem o ambiente de negócios, facilitem a operação das empresas e assegurem a volta dos investimentos. O diagnóstico do que deve ser feito é conhecido e inclui o incentivo às exportações, a simplificação do sistema tributário, a redução dos impostos sobre a atividade econômica
e regras mais adequadas nas áreas regulatória e ambiental. A despeito do cenário ainda adverso, devemos manter o otimismo. A indústria não pode se deixar abater. Não é hora de parar, muito menos de retroceder. Precisamos avançar na direção de um país mais desenvolvido economicamente e justo do ponto de vista social. A viabilização das reformas e das medidas para facilitar o funcionamento das empresas e estimular o emprego impulsionará a confiança, contribuindo para recolocar o país nos trilhos. A partir de 2018, temos esperança de entrar em um tempo melhor.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
A continuidade das reformas estruturais, além da adoção de medidas microeconômicas, é fundamental para a recuperação do crescimento da economia
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ARTIGO ECONOMIA
Sobre a necessidade de reforma da Previdência Social RUBENS PENHA CYSNE é professor da FGV/EPGE
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A
trajetória fiscal atual do governo geral (incluindo as três esferas) é claramente insustentável. A estabilidade macroeconômica atualmente existente assume implicitamente que o curso das receitas e despesas se modifique favoravelmente (à redução do deficit real) com o passar do tempo. No momento, o deficit primário recorrente é da ordem de 3,0 a 3,5% do PIB. O pagamento de juros reais sobre a dívida, não inferior a 4,0% do PIB. Isso implica um deficit calculado com juros reais da ordem de 7,0% a 7,5% do PIB. A tal deficit contrapõe-se, tautologicamente, igual aumento do endividamento líquido real do setor público geral. Foi nesse contexto que a dívida líquida do setor público passou de 42% do PIB em junho de 2016 para 49,9% do PIB em junho de 2017. Para um governo endividado e com juro elevado, claro que o adequado seria um superavit (e não deficit) primário, que pagasse ao menos parte dos juros. Longe disso, o endividamento líquido aumenta tanto por força dos juros reais quanto do elevado deficit primário. Observe-se que a leniência fiscal é particularmente nociva em economias com razoável mobilidade de capitais com o exterior e regime de câmbio flexível. Nessas condições, os níveis de taxa de juros necessários para manter a inflação sob controle acabam por valorizar o câmbio e, tanto por esse efeito
quanto pelo efeito dos juros, reduzir substancialmente os investimentos e a competitividade internacional. Isso tem ocorrido no Brasil há anos. O retorno que o Estado dá às receitas tributárias está longe de ser razoável. A despeito de arrecadar algo da ordem de 33% do PIB, várias das funções básicas do setor público, segurança em particular, encontram-se fortemente desassistidas. Segue daí que o ajuste pela elevação de impostos não é saída adequada. Conclusão, há necessidade de se reduzirem as despesas. A pergunta
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
Gasto previdenciário (em % do PIB) x População maior que 60 anos (em % do total) 2010-2015
Gráfico 1
Gasto previdenciário como % do PIB
18
Grécia Itália
16
França
14
Espanha
12 10
Argentina Turquia
6 4
0
y=0,5397x - 2,4508 R2=0,539
Alemanha Suécia Reino Unido Suiça
Brasil
8
Rússia Chile
Estados Unidos
China
2
0
5
México Índia 10
Coreia do Sul 15
20
25
30
35
40
45
População >60 anos em % do total Fonte: OECD e US Census Bureau
Gasto previdenciário (em % do PIB) x População maior que 60 anos (em % do total) projeções para 2050 18
Gasto Previdenciário como % do PIB
subsequente é se a Previdência é ou não um dos mais fortes candidatos para tal ação. Duas evidências deixam claro que a resposta é positiva. Primeira evidência, o Brasil gasta muito mais nessa rubrica orçamentária do que seus pares mundiais, emergentes ou não, com o mesmo percentual da população acima de 60 anos. Esse dado, relativo apenas ao gasto total, não incluindo a receita, tem a grande vantagem de não ser objeto das mesmas confusões que permeiam as discussões baseadas nos vários conceitos e estimativas de deficit previdenciário. O total de gastos perime a discussão sobre reforma da Previdência de forma clara e inequívoca. Dados mundiais da OECD relativos ao período 2010-2015 (gráfico 1), bem como as previsões deste mesmo organismo internacional relativas a 2050 (gráfico 2), deixam claro que o Brasil gasta em demasia com a Previdência:
Brasil
16
Turquia
y=0,4594x - 3,9426 R2=0,2865
Rússia Itália Grécia França Alemanha Coreia do Sul Argentina Espanha Suiça China Reino Unido Suécia Estados Unidos
14 12 10 8 6
Chile
4 2 0
Gráfico 2
Índia 0
5
10
15
20
México 25
População >60 anos em % do total
30
35
40
45
Fonte: OECD e US Census Bureau
Para um governo endividado e com juro elevado, claro que o adequado seria um superávit (e não déficit) primário, que pagasse ao menos parte dos juros. Longe disso, o endividamento líquido aumenta tanto por força dos juros reais quanto do elevado deficit primário
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
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ARTIGO
Arrecadação, despesas e saldo previdenciários como % do PIB (RGPS + RPPS)
Arrecadação em % do PIB Despesas em % do PIB
Gráfico 3
11,05
11,91
12,77
10,58
10,22
10,05
10,20
10,26
10,52
7,36
7,30
7,38
7,47
7,49
7,68
7,69
7,58
7,43
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
Fonte: Boletim Estático da Previdência Social (BEPS), Anuário Estático da Previdência Social (AEPS) e Relatório Resumido de execução Orçamentária (RREO).
Com relação ao gráfico 1, cabe observar que os números da OECD (inclusive para o Brasil) não retratam a situação atual, mas sim aquela existente entre 2010 e 2015. Já estamos no momento, de acordo com dados recentemente divulgados em apresentações do Ipea e do Ministério da Fazenda, com gastos previdenciários totais, unindo o Regime Geral e o Regime Próprio, no consolidado das três esferas públicas, em torno de 12,77% do PIB (isso se mostra no gráfico 3, apresentado a seguir). Muito distante, portanto, do número para o Brasil de 9,3% do PIB calculado pela OECD relativamente ao período 2010-2015. Nesse contexto, o valor de 16,8% do PIB previsto pela OECD para 2050, se mantidas as regras atuais, parece estar, na verdade, subestimando o crescimento potencial efetivo das despesas previdenciárias. Uma segunda e clara evidência de que uma reforma da Previdência é um dos pontos mais importantes na obtenção do equilíbrio fiscal diz respeito à evolução das receitas (ou seja, à evolução das contribuições de empregadores e empregados) e das despesas totais (incluindo o Regime Geral – urbano e rural – e o Regime Próprio das três esferas). Mostramos esses dados no gráfico 3, já incluindo os números mais recentes da União, apresentados no Relatório Resumido da Execução Orçamentária. Tal como nos gráficos 1 e 2, os dados refletem o chamado setor público consolidado, que inclui não apenas o governo central, mas também estados e municípios. Frisamos que os números acima não incluem, do lado das receitas, as contribuições indiretas, como a CSLL, o COFINS e o PIS/Pasep. Também não se incluem do lado das despesas os gastos de custeio e capital do Ministério da Saúde, o Loas/RMV, 26
o seguro-desemprego, o abono salarial e o Bolsa-Família. A análise se restringe à Previdência, e não à Seguridade Social como um todo. O que se observa no último gráfico é que, como percentual do PIB, as contribuições para os Regimes Geral e Próprio têm se reduzido desde 2015. Para 2017, projeta-se atualmente um valor em torno de 7,43 % do PIB. Ao mesmo tempo, as despesas com inativos têm aumentado, prevendo-se algo em torno de 12,77% do PIB em 2017. Ou seja, o déficit da Previdência do governo geral poderá chegar a 5,34 % do PIB ao final de 2017. Claro que os números exibidos no gráfico 3, em particular aqueles até 2016, levantam questões adicionais pertinentes ao ponto de vista macroeconômico: se as arrecadações utilizadas nos cálculos são ou não de pleno emprego, ou seja, se não estão minguadas por possíveis recessões; se é indicado que se considerem as receitas sem a inclusão dos recursos alocados para outras rubricas orçamentárias através do DRU (Desvinculação das Receitas da União); se é válido considerarem-se receitas que em parte poderiam estar a traduzir sonegação, desonerações fiscais, inadimplências acumuladas etc. Mas, de qualquer forma, não se pode deixar de levar em consideração que parte relevante do aumento das despesas e do déficit (distância entre as duas curvas apresentadas) se deve a fatores estruturais que não se reverterão no tempo. Pelo contrário, tendem a ser majorados, em razão do envelhecimento da população, bem como a rigidezes (como ocorre com o salário mínimo) fortemente amparadas pelas leis e costumes nacionais. Os números aqui apresentados mostram que há necessidade de uma urgente revisão da estrutura previdenciária nacional. Nota: Agradeço a Luiz Peixoto e Layla Mendes pela assistência com os dados.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
ARTIGO GESTÃO
Como melhorar os resultados de seu negócio VICENTE FALCONI é sócio-fundador da Falconi Consultores de Resultado e presidente do Conselho de Administração da consultoria. Já publicou seis livros sobre gestão que venderam mais de um milhão de exemplares
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T
oda empresa tem a lg uns pontos fracos que, atacados por especialistas, podem tornar melhores os seus resultados em curto prazo. Todos querem isso. No entanto, poucos de nós têm se dedicado com determinação e obstinação para que resultados extraordinários sejam garantidos eternamente por nossas empresas. Existem três pontos importantes que, trabalhados continuamente, garantem esses resultados: liderança, conhecimento técnico e método. Liderança quer dizer não apenas as pessoas dos líderes, mas também tudo aquilo que se refere a essas pessoas e que denomino de “conteúdo da liderança”. Recrutar, avaliar e selecionar as melhores pessoas disponíveis para o tipo de trabalho de sua empresa é erigir a base para a construção futura de um excelente desempenho. Procure os melhores com lupa. Educar e treinar essas pessoas, selecionando, para promoção, sempre os melhores, com base na meritocracia. Se você fizer isso continuamente ao longo dos anos, promovendo sempre aqueles que “atingirem as metas, com sua equipe e de maneira ética”, terá montado uma verdadeira fábrica de líderes competentes e éticos que garantirão o futuro de sua organização e os resultados extraordinários. A meritocracia é um
conceito que todo mundo apoia por ser politicamente correto. Por isso, no dia em que você promover uma pessoa de forma desmerecida por ser seu amigo, conterrâneo ou parente, estará quebrando a confiança entre as pessoas para sempre e perdendo, no médio prazo, seus melhores valores. É como quebrar uma taça de cristal: não tem remendo. Uma pessoa despreparada e sem o talento necessário para um cargo de liderança custa muito caro a qualquer organização, não pelo salário que ganha, mas pelas perdas que ocasiona ao longo dos anos. Resumindo: tenha a tarefa de montar uma equipe extraordinária como uma atividade constante, eterna e de ciclo anual. Alguns líderes extraordinários que conheço ocupam pelo menos a metade de seu tempo com esse tema! Outro ponto importante é o conhecimento técnico. Cada cargo de sua organização, do operador ao presidente, demanda um conteúdo de conhecimento técnico diferente. Se você trabalha em marketing, procure saber tudo sobre esse tema. Se opera uma máquina, seja o melhor operador daquela máquina no mundo. Se trabalha em finanças, saiba tudo sobre isso. O c on he c i me nto t é c n ic o é adquirido por educação e treinamento, por experiência no cargo ou trazendo
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alguém, expert no assunto, para ajudá-lo. Esse conhecimento técnico tem algumas características interessantes. Uma delas é que você pode adquirir gratuitamente ou comprar em qualquer lugar do mundo. Procure sempre pelo melhor. Se você precisa melhorar uma área de sua empresa, procure saber qual o conhecimento necessário e busque-o, em qualquer lugar do mundo. Outra característica é que esse conhecimento pode ser guardado. Existe uma parte desse conhecimento, chamada conhecimento explícito, que pode ser escrita em padrões ou manuais para ser ensinada a outras pessoas. Outra parte, denominada conhecimento tácito (por exemplo, o conhecimento de andar de bicicleta), que não pode ser escrita, é guardada na mente das pessoas. Isso nos leva à conclusão de que devemos ter uma padronização perfeita na empresa, bem como um esforço contínuo para ter um turnover de pessoal o mais baixo possível. Quando alguém sai de sua empresa, isso equiva le a um vaz amento de conhecimento. Outra característica do conhecimento técnico é que ele é cumulativo. Quanto mais tempo uma pessoa passa em sua empresa, mais ela conhece do negócio. Um turnover elevado de pessoas pode ser muito danoso à sua organização. Finalmente, o último ponto importante é o conhecimento gerencial ou método. A palavra “método” significa “caminho para a meta”. Equivale a uma série de técnicas e sistemas que garante que todos trabalhem na mesma direção e falando uma mesma linguagem. É uma coletânea de procedimentos que deve ser aprendida por todos e praticada com disciplina. Por exemplo: como determinar as oportunidades de ganhos, como estabelecer metas, como conduz i r a ná l ise de informações, como montar um plano de ação, como garantir a execução do plano, como estabelecer padrões, como alterar o sistema de padronização, como gerenciar projetos, como estabelecer o caminho futuro da empresa, como conduzir as operações, entre outros. A tudo isso
denominamos gerenciar. Gerenciar é atingir metas ou resolver problemas. O grande entrave nesse ponto é que muitas pessoas acham que já sabem gerenciar e se fecham a aprender as coisas simples que poderão modificar sua empresa para muito melhor. Quem não tem humildade não aprende. Certa vez, estava tentando vender um projeto numa empresa grande, e o diretor que negociava comigo queria reduzir o escopo do projeto para baixar seu preço. Entre outras coisas, disse-me que não precisava que nossos consultores ensinassem ao seu pessoal a fazer um plano de ação, pois isso era coisa simples e todos sabiam. Perguntei a ele se me permitiria conversar com alguns para saber se isso era verdade (com duas ou três perguntas sei se uma pessoa sabe mesmo ou não). Concluí que 70% nunca haviam feito um plano de ação na vida! Esta é a dificuldade: as pessoas acham que já sabem fazer, mas nunca fizeram. Lute para ter a mais competente prática do método em sua empresa. Não deixe por menos. Invista nisso. As empresas que trabalham o método por um longo tempo têm uma geração de caixa bem superior à média de seu setor.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
A palavra ‘método’ significa ‘caminho para a meta’. Equivale a uma série de técnicas e sistemas que garante que todos trabalhem na mesma direção e falando uma mesma linguagem
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ARTIGO INDÚSTRIA
Parceria com a sociedade FÁBIO BRASILEIRO é diretor de Logística da Vale
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N
o processo constante de evolução da sociedade, as empresas podem exercer papel fundamental na construção de soluções conjuntas para os desafios a serem enfrentados por todos nós na busca pelo desenvolvimento sustentável e pela qualidade de vida. A preocupação das organizações em deixar um legado já é uma realidade, atualmente ampliada pela certeza de que é necessário envolver todos os setores da sociedade na discussão para descobrir ações que dialoguem diretamente com a realidade local. Na Vale, temos o compromisso de contribuir para o desenvolvimento socioeconômico das regiões onde estamos presentes e, para isso, trabalhamos para buscar sempre as melhores práticas, atuando em parceria com as instituições e as comunidades. Todo o trabalho é baseado em um amplo processo de construção de relacionamento com o público que tenha interesse em participar e contribuir na elaboração das soluções, sejam esses atores lideranças comunitárias, lideranças informais, organizações do terceiro setor, poder público ou outras entidades representativas. Com esse planejamento integrado, conseguimos atuar alinhados aos anseios da sociedade e contribuímos para a construção de ações que geram valor não somente
para a Vale, mas também para o território onde estamos. Queremos evoluir junto com as pessoas e as comunidades das quais fazemos parte e por isso atuamos em diversas frentes. Temos um papel fundamental na vida dos capixabas desde o começo das nossas operações. Afinal, iniciamos as atividades portuárias no Estado na década de 1940, com participação decisiva no processo de industrialização e modernização do Estado, especialmente após a inauguração do Porto de Tubarão, em 1966. Graças à sua instalação, pudemos dar um salto em nossas atividades e contribuímos para colocar a cidade de Vitória e o Espírito Santo numa posição de destaque no cenário internacional. Hoje mantemos cerca de 10,3 mil empregados no Estado entre próprios e terceirizados e investimos continuamente na valorização e na capacitação desses profissionais. E o impacto positivo na economia vai além dos empregos diretos. A Vale é uma das maiores empresas do Estado, realiza 56% de suas compras com empresas locais e responde por, em média, 13% do PIB estadual. A Vale também está presente nos momentos de lazer dos capixabas: no ano passado, mais de 470 mil pessoas visitaram o Complexo de Tubarão e os nossos espaços
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socioculturais, como o Museu Vale, o Parque Botânico e a Reserva Natural Vale. Também contribuímos com a educação e a formação profissional por meio do programa Vale nas Escolas. Em parceria com escolas públicas e particulares da Grande Vitória, colocamos o conhecimento e a tecnologia da Vale a serviço da educação, abordando temas relevantes desde a educação infantil até os ensinos fundamental, médio, técnico e superior. Na atuaç ão so cia l, ma ntemos a Fundação Vale, que contribui com ações voluntárias para deixar um legado positivo nos territórios em que a Vale está presente, com foco nas áreas de saúde, educação e geração de trabalho e renda. Ao todo, 118 mil pessoas foram beneficiadas pelos projetos sociais realizados ou apoiados pela empresa em 2016. Entre os destaques, está a Estação Conhecimento, parceria da Fundação Vale com a Prefeitura da Serra, que busca promover a inclusão social e contribuir com a melhoria da qualidade de vida de crianças, jovens e adultos por meio do esporte, do convívio social, da cultura, da profissionalização e do empreendedorismo. O Vale Cuidar também é um projeto que merece destaque. Focado na primeira infância, o projeto capacita adultos para melhorar o desempenho intelectual e psicossocial das crianças, incentivando o vínculo e o afeto de pais, educadores e cuidadores. Em 2016, 742 cuidadores informais e educadores passaram pelo processo de formação continuada e oficinas do projeto. Além disso, 97 profissionais do
Sistema de Garantia dos Direitos da Criança de Vitória, Serra e Cariacica participaram do workshop sobre neurociência e desenvolvimento infantil. Com essas ações, somente em um ano mais de 3.200 crianças foram beneficiadas indiretamente pela iniciativa. A lém dos projetos próprios, a Vale desenvolve ações de fortalecimento das instituições sociais, investindo em capacitação e suporte técnico para captação de recursos para que elas possam ampliar sua atuação de forma cada vez mais autônoma. Em 2016, alcançamos 27 instituições e 45 profissionais. A empresa também realiza investimentos na área social com recursos próprios e por leis de incentivo fiscal. Este ano a empresa destinou cerca de R$ 1,5 milhão desses recursos para projetos nas áreas da infância e adolescência, idoso e saúde de Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica. Também incentivamos o voluntariado entre nossos empregados. No ano passado, 2,8 mil pessoas foram beneficiadas pelas ações realizadas pelo programa Voluntários Vale, desenvolvido pelos empregados e apoiado pela empresa. Com essas e outras ações, esperamos reforçar nosso papel como membros da sociedade, atuando com propósitos alinhados aos desejos das comunidades, continuando a servir como mola propulsora para o desenvolvimento do Espírito Santo em todas as áreas.
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Temos um papel fundamental na vida dos capixabas desde o começo das nossas operações. Afinal, iniciamos as atividades portuárias no Estado na década de 1940, com participação decisiva no processo de industrialização e modernização do Estado
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ARTIGO INDÚSTRIA
Inovação é o caminho BENJAMIN BAPTISTA FILHO é engenheiro metalúrgico graduado pela PUC/RJ, presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO da ArcelorMittal do Segmento de Aços Planos para a América do Sul desde outubro de 2009
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H
istoricamente, o Brasil teve, por muitos anos, uma atitude lenta e passiva em relação à melhoria da sua competitividade industrial, decorrente de políticas protecionistas e de subsídios governamentais. Esse cenário só começou a mudar a partir da abertura da economia, n a dé c ad a de 9 0. Foi q u a ndo as empresas passaram a conviver e se adaptar a um novo mercado caracterizado, principalmente, pelos investimentos externos diretos e pela competição com produtos importados. Esse novo cenário obrigou a uma modernização da indústria brasileira, exigindo uma postura mais arrojada por parte dos empreendedores: era preciso investir em inovação tecnológica e em diferenciação de produtos. Desde então, a inovação passou a fazer parte da rotina das corporações que buscam ser competitivas no mercado, tanto doméstico quanto internacional. No nosso país, particularmente, com carga tributária alta, grandes deficiências de infraestrutura e baixa produtividade da mão de obra – tudo isso parte do chamado “Custo Brasil” –, inovar tem se mostrado uma ferramenta imprescindível para aumentar a competitividade e a nossa inserção no mercado global. Essa tem sido uma das estratégias utilizadas pela ArcelorMittal, não só para sobreviver, mas, principalmente, para continuar crescendo diante do cenário de incertezas e desafios que tomou conta das economias nacional e mundial nos últimos anos.
Pa ra c ontor n a r o s re c ente s obstáculos enfrentados pelo setor siderúrgico, a empresa tem investido em P&D para o desenvolvimento de novos processos produtivos e de soluções customizadas para seus clientes. Um dos cata l isadores dessa estratégia acaba de completar dois anos de atividades. O 12º Centro de Pesquisas e Desenvolvimento do Grupo ArcelorMittal no mundo, instalado na ArcelorMittal Tubarão, tem contribuído para atender às demandas das unidades de Produtos Planos e Longos da América do Sul, nas áreas de melhorias de processos, desenvolvimento de produtos e assistência técnica a clientes. O Centro prevê investimentos de US$ 20 milhões até 2019 e já contratou 30 pesquisadores e técnicos no Brasil. Outros, vindos de Centros de Pesquisa da ArcelorMittal na Europa e nos Estados Unidos, se juntaram à equipe para projetos especiais. Na prática, o Centro de P&D busca o que toda empresa almeja: garantir competitividade e agregar ainda mais valor aos seus produtos. A partir dele, estamos implantando no Brasil as inovações e tecnologias já desenvolvidas pelo Grupo ArcelorMittal; criando processos produtivos ambientalmente mais sustentáveis e ampliando o atendimento e assistência técnica aos nossos clientes. Fazemos isso em conjunto com nossas plantas industriais no país e em parcerias com empresas detentoras de tecnologias, universidades e instituições de pesquisas. Os resultados têm sido promissores.
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Outro pilar que tem se mostrado fundamental para a ArcelorMittal m a nter a “c ab e ç a fora d´ ág u a” na atual conjuntura econômica é a sustentabilidade, um conceito que, antes mesmo de ganhar espaço no mercado brasileiro, já era praticado pela empresa desde o início de sua operação, em 1983. Graças a esse planejamento de longo prazo, conseguimos garantir uma série de indicadores de sustentabilidade importantes. O sistema de captação de água do mar para uso industrial empregado na unidade de Tubarão, por exemplo, permite que 96% de toda a água utilizada pela usina venham do mar. O restante (4%) é proveniente de fontes de água doce fornecida pela Cesan em estado bruto e tratada dentro da empresa. E a proposta é reduzir ainda mais esse volume, aumentando a taxa de recirculação (hoje em 97,4%), diminuindo o impacto no sistema público e a necessidade de descarte de efluentes. Na área de gestão energética, adotamos um modelo que permite utilizar os gases gerados no processo de fabri-
cação de aço para produzir eletricidade. Como resultado, a empresa tem gerado mais energia do que consome, podendo comercializar o excedente e contribuindo assim para a estabilidade do sistema elétrico do Estado. Até mesmo a destinação dos resíduos oriundos processo produtivo tem seu viés sustentável. Aliando a eficiência na segregação dos materiais gerados internamente a uma política de fortes investimentos no desenvolvimento de aplicações para a reutilização, a empresa tem sido referência nos índices de reciclagem e pioneira na comercialização de coprodutos de qualidade comprovada, que já se tornaram matérias-primas com valor comercial e social. Na gestão atmosférica, temos conseguido manter emissões em níveis inferiores aos permitidos pela legislação brasileira e europeia. E a meta é melhorar continuamente, reduzindo as emissões ano a ano. Para a ArcelorMittal, apostar na dobradinha inovação e sustentabilidade tem se provado um caminho viável e rentável para enfrentar o cenário adverso.
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Esse novo cenário obrigou a uma modernização da indústria brasileira, exigindo uma postura mais arrojada por parte dos empreendedores: era preciso investir em inovação tecnológica e em diferenciação de produtos
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ARTIGO INOVAÇÃO
As quatro camadas da cidade inteligente, humana, criativa e sustentável ANDRÉ GOMYDE é presidente da Rede Brasileira de Cidades Inteligentes e Humanas
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U
ma cidade inteligente, humana, criativa e sustentável possui quatro camadas, cada uma delas com suas especificidades, todas geradoras de bons negócios para o setor produtivo, público e privado, e de bons resultados para a sociedade. A primeira camada é o subsolo. Atualmente, a grande maioria das cidades brasileiras não possui um plano diretor de subsolo. Não se sabe com precisão por onde passam as redes de água e esgoto, de fibra ótica, de telefonia etc. Basta ver que, quando há um vazamento de água, por exemplo, é preciso cortar bom pedaço de asfalto para se encontrar a origem do problema. Com a tecnologia, é possível se pensar em galerias técnicas sensorizadas, de forma que se possa ter absoluto controle do nosso subsolo. Pensar sistemas viários subterrâneos, com vias para prestação de serviços no comércio e shoppings, também é outro exemplo de como trabalhar essa camada. A segunda camada é o solo. Uma cidade inteligente tem um sistema viário inteligente, tem casas com captação de água das chuvas, reúso de água, sistema solar para aquecimento de água e para geração de energia fotovoltáica, prédios com iluminação sensorizada e elevadores inteligentes. Ela trabalha o urbanismo com o conceito de morar, trabalhar, investir,
visitar e se divertir no mesmo local, evitando grandes deslocamentos. Tem um sistema de transporte que privilegia as bicicletas, os veículos leves sobre trilhos ou sobre pneus, em detrimento dos carros. Usa a criatividade das pessoas para fortalecer sua economia local, para ser mais humana. Melhora suas praças com boa iluminação e com internet de alta velocidade, para que as famílias as ocupem, melhorando a segurança. Tudo isso levando a cidade a ser sustentável. A terceira camada é a infraestrutura tecnológica. Com um bom parque de iluminação pública inteligente, uma boa rede de fibra ótica e uma central integrada de comando e controle, consegue-se interligar as tecnologias que existem e que venham a existir na cidade, convergindo-se os dados gerados por elas de uma maneira que se possa ter um sistema de informações gerenciais que permita uma gestão mais eficiente e eficaz da cidade. A central integrada de comando e controle é fundamental para que os serviços da cidade, de maneira inteligente, possam funcionar corretamente. A quarta camada é a plataforma tecnológica que faz toda a integração das tecnologias, dos dados e das informações. Ela deve ser interoperável, para que toda e qualquer tecnologia nela possa se conectar e precisa ser 100%
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aberta, para que toda a sociedade tenha acesso a dados e informações públicos. Um bom sistema de “cibersegurança” é fundamental, para proteção das informações pessoais e estratégicas, mas a transparência deve ser fundamento de uma cidade inteligente e humana. Com essas quatro camadas tem-se uma cidade inteligente, humana, criativa e sustentável, em sua perfeita concepção. As cidades estão caminhando para isso. Para viabilizar uma cidade inteligente, humana, criativa e sustentável, os prefeitos precisam fazer um primeiro investimento, que é o Plano Mestre. Não é um investimento muito alto e a iniciativa privada precisa ser parceira da prefeitura, tendo em vista que será a grande beneficiada com todos os negócios que as quatro camadas irão gerar. Com um bom Plano Mestre em mãos, a cidade abre as portas dos finan-
ciamentos nacionais e internacionais que estão disponíveis. O primeiro passo é criar na cidade um ecossistema de inovação, formado pelo governo, pela academia, pelo setor privado e pela sociedade em geral, por meio de suas lideranças. Um grande pacto de desenvolvimento do projeto no longo prazo precisa ser estabelecido, para que as sucessivas mudanças no governo não parem o projeto. Com isso, o sucesso é garantido e a cidade inteligente, humana, criativa e sustentável será uma realidade muito próxima. A sustentabilidade do setor privado local e de toda a sociedade, nesses novos desafios do século XXI, estão nas mãos de todos. É hora de arregaçar as mangas, deixar de lado nossas diferenças e, juntos, alinhar nossos interesses, de maneira colaborativa, compartilhada e em rede. A união faz a força!
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Para viabilizar uma cidade inteligente, humana, criativa e sustentável, os prefeitos precisam fazer um primeiro investimento, que é o Plano Mestre. Não é um investimento muito alto e a iniciativa privada precisa ser parceira da prefeitura
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ARTIGO GESTÃO
Inovação, é impossível sobreviver sem ela no mercado de hoje DECIO LUIZ CHIEPPE é presidente do Grupo Águia Branca e do Conselho de Administração da Águia Branca Participações S/A, membro dos Conselhos de Administração da Vix Logística S/A e da Azul Holding S/A, e membro do Conselho de Acionistas do Grupo Águia Branca
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É
impossível ignorar um movimento, cada vez mais ascendente, que está acontecendo diante de nossos olhos. Vivemos um contexto dinâmico que deu vida, cor e voz à inovação, que já se tornou a palavra de ordem do mercado. Ela, contudo, não caminha sozinha. No mundo empresarial, a ideia de inovação está associada ao conceito de competitividade. Para sobreviver no longo prazo e ser sustentável, uma empresa precisa ser competitiva e ter condições de disputar de igual para igual com suas concorrentes, oferecer ao mercado produtos e serviços de alta qualidade, de baixo custo e inovadores. Não há mais para onde fugir, essa é a lei que impera no mundo globalizado em que vivemos e atuamos. E embora as causas e consequências do mercado atual afetem diretamente to do s o s s etore s de pr o duç ão a velocidade impacta muito mais a indústria, cujo cerne é a tecnologia, através da geração de novos produtos, novos processos, novos materiais etc... Aqui, a matemática é simples: se uma determ i nada i ndústr ia estiver desgarrada de tais conceitos e exigências, perde a competitividade e está fadada a sumir do mapa. C omp et it iv id ade... E l a e st á atrelada à inovação, ao mercado, à tecnologia reinante. Paradoxalmente,
é um dos maiores gargalos do país. De acordo com dados do Fórum Econômico Mundial, divulgados no ano passado, o Brasil perdeu 33 posições em quatro anos no ranking. O país perde em competitividade em razão de gastos com a alta carga tributária, com a burocracia e com os graves problemas de infraestrutura, que se arrastam há décadas. Junte-se a isso a crise mundial instaurada há nove anos. A impressão que se tem é que o Brasil pisou em areia movediça, está afundando e o único caminho capaz de tirá-lo de lá passa, obrigatoriamente, por reformas que o tornem mais leve e desburocratizado, pela redução dos riscos de empreender e pela melhoria da infraestrutura e da educação. Aliás, se queremos que a nação se desenvolva e seja um player internacional na área tecnológica, essa educação precisa ser voltada para o mundo tecnológico. E se o Brasil tem uma direção a seguir nesse processo, o mesmo acontece com as empresas. Em tese, as companhias precisariam ser mais competitivas no que fazem para reduzir os impactos dos problemas estruturais nacionais. Sendo mais eficientes, investindo em tecnologia, inovação e produtividade para reduzir a distância dos concorrentes, elas conseguem compensar os problemas burocráticos. Investir para ser inovador e competitivo, esse é o pulo do gato.
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Sinceramente, não vislumbro futuro promissor para o mercado fora da inovação, pois ela tornou-se requisito essencial para estimular o desenvolvimento das atividades e alcançar uma economia competitiva, próspera e sustentável. E estou, aqui, me referindo aos vários tipos de inovação – da incremental, a mais comum do mercado, que nasce na busca por fazer melhor aquilo que já é feito, à disruptiva, fenômeno pelo qual uma inovação transforma um mercado ou setor através da introdução de simplicidade, conveniência e acessibilidade, passando, ainda, pelas inovações de mercado, de modelo de negócios, dentre outras. Até porque, para ser inovadora, a empresa precisa estar atenta e trabalhar os diversos tipos de inovação que estão ao nosso dispor. É justamente esse o caminho que o Grupo Águia Branca vem trilhando. As inovações incrementais que desenvolvemos ao longo de nossa história de 71 anos geraram o sentimento de que somos uma empresa inovadora. O que estamos fazendo agora é estruturar esse processo. E para dar vida a essa nova fase, estamos contando com muito estudo, investimento, planejamento e equipes dedicadas ao tema. Equipes estas que não pensam nem agem sozinhas, até porque não se faz inovação apenas com equipe dedicada. O tema precisa permear toda a organização. A grande responsabilidade desse Grupo é manter um olhar diferenciado, buscar as inovações possíveis dentro do contexto de trabalho, fomentar ações e ideias,
garantir não apenas as novidades, mas também sua prática. E , neste momento, as ações começam a sair do papel. A DTI – Diretoria de Tecnologia e Inovação – criou um núcleo de Projetos e Práticas de Inovação, apoiando todas as empresas do Grupo a implementar essas iniciativas e dando suporte à busca das tecnologias necessárias. A primeira delas é o Vix L abs, o primeiro laboratório de inovação da nossa empresa, que reúne profissionais de áreas multidisciplinares com a missão clara de experimentar novas possibilidades, trazer tecnologias que eles entendam necessárias para os negócios do Grupo e catalisar o processo de inovação. Temos, ainda, eventos internos, como o Prêmio da Qualidade e a Semana da Inovação, que reforçam essa nossa busca para nos tornarmos uma empresa altamente inovadora. A te cnolog i a vem tra n sformando absolutamente tudo ao nosso redor. A forma como nos comunicamos, como trabalhamos e consumimos produtos, serviços e conteúdos, como compartilhamos histórias, experiências, conhecimento. Tudo está girando rápido demais. E a capacidade de inovar, e de fazê-lo também em ritmo acelerado, talvez seja o mais importante fator de sucesso de empresas e países num futuro não tão distante.
Investir para ser inovador e competitivo, esse é o pulo do gato
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ARTIGO GESTÃO
Líderes empresariais, líderes sociais AMERICO BUAIZ FILHO é presidente do Grupo Buaiz e do Instituto Americo Buaiz
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inspiração para o Instituto Americo Buaiz nasceu no contexto da comemoração dos 75 anos do Grupo Buaiz. Seu objetivo é apoiar o terceiro setor por meio da divulgação de instituições que já existem, mas que precisam ter mais visibilidade para dar outra dimensão ao papel que já desempenham tão bem. A ideia do Instituto Americo Buaiz, portanto, não é ser mais um a fazer alguma coisa nas áreas de educação, assistência social, meio ambiente ou saúde, mas sim apoiar qualquer instituição já existente e que atue em qualquer um desses campos, dando o suporte necessário para que ela faça melhor o que já faz bem. Programamos vários eventos para ocorrer neste ano de 2017, mas o mais importante foi termos feito a opção de criar esse braço social dentro do grupo. Já desenvolvíamos várias ações consideradas de cunho social, mas, até então, elas não eram coordenadas, centralizadas, nem funcionavam efetivamente como uma causa permanente. Para dar conta dessa nova atuação, criamos uma estrutura com recursos humanos para a avaliação e seleção dos projetos segundo critérios predefinidos. A partir daí, entramos com nosso esforço de apoio, contando com todas as empresas do Grupo Buaiz –
Buaiz Alimentos, Shopping Vitória e Rede Vitória de Comunicação – como também com uma equipe de voluntários, formada por colaboradores do Grupo Buaiz e seus familiares, até porque não acreditamos que movimentos dessa natureza possam ser bem-sucedidos se não contarem com o voluntariado. Isso tudo nos traz a reflexão que eu gostaria de passar para os líderes empresariais. Vivemos num país em
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que se faz muito pouco pelo social. Alguns podem alegar: “Mas, diante de tanta problemática que o país vive, a gente, precisando salvar a própria pele, ainda vou ser preocupar com coisas são da responsabilidade do governo?”. Esse, com certeza, é um pretexto que não podemos mais continuar usando. Muito pelo contrário, temos que admitir que o poder público é insuficiente e incompetente para dar conta da imensa demanda social que temos no Brasil. O passivo social do brasileiro é tão grande, de tal magnitude, que é impossível imaginar, mesmo fora de uma crise, que essa necessidade não vá continuar sendo de um tamanho enorme.
Basta vermos que países e nações muito mais ricos e com muito mais resposta dos governantes já se estruturam há muitos anos com o voluntariado, com as instituições ancoradas na iniciativa privada para, juntas, promoverem ações em benefício do coletivo. Mesmo em países onde essa demanda não é tão gritante como no nosso, isso é fundamental. Chegou o momento de cada um dos líderes empresariais fazer a opção de ser também um líder social. Só é um líder empresarial completo quem é também um líder social. Ganha outra estatura o líder que constrói coisas materiais importantes para a sociedade, mas que também tem atuação sistemática e comprometida com uma ação social em benefício do coletivo. Isso dá outra magnitude à missão que cada um de nós tem e ao sentido para o qual nossas empresas e nós mesmos existimos. Esse é o chamamento que eu humildemente coloco e ofereço a decisão do Grupo Buaiz como um exemplo pequeno, mas significativo, de que não dá mais para adiarmos essa escolha. Ou seja, não basta ter uma empresa materialmente bem-sucedida e ser um empresário materialmente satisfeito, se não cumprir um outro papel, de outra natureza, mas tão ou mais importante quanto esse que é visto como o principal ou, muitas vezes, único de muitos empresários e empresas. Não basta sermos líderes empresariais. Temos que ser líderes sociais!
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O passivo social do brasileiro é tão grande, de tal magnitude, que é impossível imaginar, mesmo fora de uma crise, que essa necessidade não vá continuar sendo de um tamanho enorme
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ARTIGO ECONOMIA
Uma nova estratégia para o desenvolvimento industrial capixaba CLAUDIO PORTO é economista, diretor-presidente e fundador da Macroplan. Consultor há mais de 40 anos em construção e análise de cenários, estratégia e gestão para governos, empresas e instituições públicas e privadas
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m artigo aqui publicado em 2016, destaquei três movimentos estratégicos para a retomada do crescimento econômico capixaba: a diversificação associada ou complementar às principais cadeias produtivas; a atração de investimentos privados para infraestrutura; e a aceleração da melhoria do ambiente de negócios capixaba. Essa estratégia geral permanece atual, mas há desafios e enfoques específicos para o seu tecido industrial, por dois motivos: o cenário de profundas mudanças em curso nesse setor no mundo inteiro e o fato de a indústria do Espírito Santo ser a atividade de maior peso na formação no Valor Adicionado Bruto entre todas as unidades da federação (38,9% em 2014, contra uma média nacional de 23,8%, segundo o IBGE). Logo, tem relevância estratégica para o desenvolvimento do Estado. De fato, a indústria está experimentando uma profunda transformação no mundo inteiro. Em pesquisas que realizamos para a atualização do Mapa Estratégico da Indústria, as tendências nesse sentido são muito claras. Aqui destaco duas. A primeira é a chamada “indústria 4.0”, marcada pela expansão e disseminação da robotização, impulsionada pelos avanços da digitalização da manufatura, com grande impacto sobre o ciclo de vida dos produtos, processos
produtivos e modelos de negócios. De um modo geral, as empresas industriais precisarão investir em equipamentos, ajustar layouts e processos e adquirir novas competências para lidar com esses novos modelos de negócios e com as tecnologias digitais – o que estimulará inovações e trará ganhos de produtividade, redução de custos e de impactos sobre o meio ambiente. Com uma vantagem: a incorporação dessas tecnologias pode ser escalonada, permitindo que as empresas escolham por onde começar e desenvolvam suas estratégias de modo gradual. A segunda grande mudança é a da “servicização”: uma crescente participação do setor de serviços na formação do valor adicionado associado à economia industrial. Esse fenômeno se dá em duas dimensões: pela incorporação de serviços ao produto físico (os tablets com seus apps são um exemplo disso) e pela formação de conglomerados de serviços no entorno de manufaturas, formando ecossistemas indústria-serviços cada vez mais integrados, com grande potencial de ganhos de produtividade e de capacidade de inovação. Particularmente relevantes nesse campo são os chamados serviços modernos ou avançados, densos em tecnologia e valor agregado: produção sob medida, manutenção técnica especializada, mecânica de precisão, robótica, logística de alta performance, pesquisa aplicada, capacitações on the job em serviços complexos, P&D, serviços financeiros sofisticados,
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engenharia, projeto, design e marketing digital, entre outros. Essas ondas sucessivas de mudanças dão um sinal muito claro para as indústrias e sistemas industriais: ou investem pesado em modernização, saltos de produtividade e/ou de inovação, ou serão varridas do mercado. Mesmo dos mercados mais protegidos, como ainda é o caso do Brasil. Quanto mais as empresas e os investidores se anteciparem nesse movimento, maior a sua chance de sobreviver e prosperar. No Espírito Santo não será diferente. Mas a nova estratégia impõe variados desafios para os seus segmentos e atores mais relevantes. Como contribuição para uma reflexão estratégica, avanço aqui algumas hipóteses. Para as cadeias minero-metalúrgica e de celulose, o principal desafio estratégico está no tripé modernização tecnológica/saltos de produtividade/sustentabilidade ambiental. A “indústria 4.0” traz grandes oportunidades de melhoria da produtividade e redução de custos, incluindo o uso mais racional de recursos como água e energia, além de permitir a redução dos impactos sobre o meio ambiente. Nos segmentos de rochas ornamentais, móveis, confecções e metalmecânico, em que predominam empresas médias, tudo indica que os principais desafios estão no seu robustecimento para conquistar novos mercados e ganhar escala e poder competitivo. Ações cooperativas entre empresas, como o compartilhamento de infraestrutura (laboratórios, por exemplo) e serviços (consultorias em acesso a mercados e em lean manufacturing, por exemplo); e um suporte mais focalizado e coordenado de agentes públicos e das entidades de representação empresarial podem fazer grande diferença. O setor de óleo & gás, segmento da indústria com horizonte de tempo finito, tem como principal desafio a máxima eficiência produtiva. Dado o seu alto grau de sofisticação e concentração em grandes players, os ganhos adicionais de produtividade e segurança dependerão cada vez mais da disponibilidade e proximidade de fornecedores altamente capacitados. A “servicização” será o caminho mais robusto. As indústrias mais recentes e com plantas modernas – motores, equipamentos de geração e transmissão de energia, cerâmica e automotiva – têm seu dinamismo associado ao reaquecimento do mercado interno, mas também
podem e devem mirar oportunidades no exterior. Acesso a mercados, logística e, mais uma vez, o adensamento das cadeias de serviços associados são fatores críticos. Por último, há uma ampla janela de oportunidades para o robustecimento e agregação de valor do agronegócio capixaba. O bom exemplo já é a indústria do café, mas a fruticultura tem um grande potencial de crescimento, a depender da introdução de novas técnicas produtivas, cultivos mais resilientes e mitigação dos choques hídricos. Para dar sustentação a esses movimentos e fortalecer a indústria capixaba, três pilares competitivos continuam sendo essenciais: a qualidade do capital humano; a melhoria do ambiente de negócios e do capital institucional; e a superação dos gargalos das infraestruturas de alta e média capacidades. Superar esses desafios exigirá parcerias amplas e duradouras entre os atores públicos e privados do Estado. Uma verdadeira aliança estratégica de longo prazo, materializada em um plano compartilhado de desenvolvimento industrial. Plano que antecipe tendências e alinhe a indústria capixaba às grandes transformações do século XXI para tornar o seu complexo manufatura-serviços um dos mais competitivos do Brasil nos próximos 20 anos. A Findes, com liderança recém-renovada, tem a oportunidade histórica de alavancar esse salto para o futuro!
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Essas ondas sucessivas de mudanças dão um sinal muito claro para as indústrias e sistemas industriais: ou investem pesado em modernização, saltos de produtividade e/ou de inovação, ou serão varridas do mercado
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ARTIGO ECONOMIA
Criatividade traz novas soluções de crescimento para as empresas saírem da crise mais fortalecidas AROLDO NATAL SILVA FILHO é diretor-presidente do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes)
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O
Espírito Santo está pronto para sair da crise antes do resto do país. Temos trabalhado para cuidar das contas, sem deixar de investir nem de cuidar das pessoas. O ambiente de incerteza gerado pelas perdas de receitas que o Estado e os municípios vêm sofrendo vai se distanciando. Está mais do que certo que tanto na gestão pública quanto na gestão privada, a saída da estagnação e a volta ao crescimento se dão pela criatividade. Criatividade para estruturar, por meio de propostas econômicas sólidas e duradouras, uma atmosfera propícia ao desenvolvimento econômico ambiental e socialmente responsável, para garantir a viabilidade da criação de um ambiente de crescimento no Estado como um todo. Nessa perspectiva, o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) possui papel importante. Compete a ele aprimorar a cultura do empreendedorismo, criar soluções e novas formas, ousadas e inovadoras, que derrubem os entraves ao crescimento das nossas empresas e, consequentemente, da nossa economia. Foi assim que chegamos a uma nova fórmula para fomentar uma solução viável para incrementar o poder de investimento de nossas empresas: os Fundos de Participação em Investimentos (FIPs).
Os investimentos em fundos de participação Venture Capital e Private Equity (PE&VC) têm ganhado destaque na atualidade. Esse tipo de investimento envolve a participação em empresas com alto potencial de crescimento e de rentabilidade, por meio da aquisição de ações ou de outros valores mobiliários, com o objetivo de propiciar consideráveis ganhos de capital no médio e no longo prazo. Essa opção, que parece distante das nossas empresas, sobretudo as que estão começando sua trajetória, vem se configurando como uma alternativa real para o mercado capixaba, nos mais diversos setores: desde o agronegócio até as empresas com alto potencial de exploração de tecnologia da informação. Com participação acionária de fundos de investimentos, empresas que pretendem transformar-se em grandes companhias passam a dispor de oportunidades adequadas para financiar o seu crescimento, com apoio para a criação de estruturas de governança corporativa, foco no crescimento e lucratividade, bem como na sustentabilidade futura do negócio. Por vários fatores, principalmente de natureza econômica, diversas empresas brasileiras de pequeno e médio porte têm grande dificuldade na consecução de financiamentos e investimentos. Nesse cenário, essas soluções revelam-se de extrema importância para a eco-
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nomia. No Espírito Santo, o Bandes está tornando essa alternativa uma opção viável. Os investimentos dessas atividades a partir dos FIPs são, muitas vezes, a melhor forma de capitalização, devido à pequena capacidade de pagamento inicial para arcar com amortizações e encargos característicos de um financiamento, além de, algumas vezes, não disporem de garantias para tal. O Bandes se apresenta como instituição que visa, além de sua condição de instituição financeira, a participar da construção de soluções estratégicas e acessíveis para o desenvolvimento do Estado e de ações conjuntas com outros parceiros institucionais na formulação e na implementação de programas e projetos considerados prioritários. Por isso, destinamos para essa finalidade de investimento cerca de R$ 30 milhões em recursos do Fundo de Desen-
volvimento do Espírito Santo (Fundes), que é gerido pelo Bandes e diretamente relacionado às estratégias do banco e do governo. Na prática, o Bandes se torna cotista do Fundo que, por sua vez, passa a ser acionista das empresas apoiadas, com aportes periódicos. A experiência vem mostrando que esse é um caminho: ingressamos como cotistas do Criatec 3, com o compromisso de aporte de R$ 10 milhões e participação no Comitê de Investimento do Fundo. E vem dando certo. Assim, estamos convictos de que essa é uma maneira de proporcionar o desenvolvimento de empresas que não conseguiriam recursos financeiros por meio de financiamentos tradicionais, o desenvolvimento da estrutura de mercado de capitais no Estado e o desenvolvimento da economia como um todo, como prega a nossa missão.
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Está mais do que certo que, tanto na gestão pública quanto na gestão privada, a saída da estagnação e a volta ao crescimento se dão pela criatividade
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ARTIGO JUSTIÇA E CIDADANIA
O Ministério Público na defesa do patrimônio público ELDA MÁRCIA MORAES SPEDO é procuradora-geral de Justiça
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Ministério Público é a instituição com plena vocação constitucional para o enfrentamento da corrupção sistêmica no país. O artigo 127 da Constituição Federal expressa com clareza essa legitimidade, incumbindo o órgão ministerial da defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. Tal formulação embute o protagonismo da transformação social, a defesa da coletividade e a efetiva realização dos direitos do cidadão. Subscrita nesse mister está a fiscalização das políticas públicas destinadas à sociedade, cuja execução, em campos diversos como educação, saúde, segurança pública e assistência social se realiza por meio do dinheiro arrecadado com tributos pagos pela coletividade. Por delegar ao Ministério Público a defesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis, o texto constitucional atribui à instituição o controle da utilização dos recursos públicos. Para tanto, em todos os municípios há uma Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, que atua de forma preventiva, promovendo a devida fiscalização e encaminhando recomendações aos gestores públicos quanto ao cumprimento da lei e da transparência administrativa. Importante ressaltar que ganha força em todo o país essa orientação resolutiva do Ministério Público, de perma-
nente diálogo com os setores públicos e produtivos na construção de soluções de consenso, tendo sempre como primazia o bem da coletividade. Nos casos de condutas notadamente irregulares, porém, é premente a atuação ministerial repressiva, por meio de ações judiciais com vistas a evitar desvios de dinheiro público e a garantir a punição dos responsáveis, além do ressarcimento ao erário. Quando necessário, as Promotorias de Justiça do Patrimônio Público recebem o reforço do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em investigações para desvendar casos de corrupção, crimes contra a administração pública e sonegação fiscal, entre outros. No Ministério Público do Estado do Espírito
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Fonte: Agência Brasil
Santo (MPES), além do Gaeco Central, na Grande Vitória, foram criadas as unidades do Gaeco Sul e do Gaeco Norte, a fim de tornar ainda mais efetivo o combate aos desmandos em todo o Estado. Por outro lado, o enfrentamento da corrupção sistêmica se torna mais eficiente quando realizado com o intercâmbio ágil de informações entre instituições. Exemplos de atuação interligada são o Comitê Interinstitucional para Recuperação de Ativos (Cira), que reúne MPES, Polícia Civil, Procuradoria-Geral do Estado e Receita Estadual, e o Fórum de Combate à Corrupção do Espírito Santo (Focco-ES), composto por MPES, Ministério Público Federal, Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo, Tribunal de Contas da União, Secretaria de Estado da Fazenda, Receita Federal, Departamento de Polícia Federal e Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle. A inda no âmbito do combate à corrução e às fraudes na esfera pública, destaca-se também o desempenho do Ministério Público Eleitoral, por meio dos promotores eleitorais, que atuam igualmente de forma preventiva e repressiva. No período eleitoral, além de orientarem os agentes políticos e gestores públicos, os promotores eleitorais
atuam para impedir as candidaturas dos chamados políticos fichas-sujas. Também fiscalizam o uso abusivo da máquina administrativa no pleito. Tal utilização manifesta-se no desvio de finalidade da gestão pública quando destinada a objetivos eleitorais sorrateiros, como nas práticas de compra de votos e de caixa dois. Ocorre que essas formas de corrupção com a finalidade de obter mandato eletivo têm consequências diretas e perniciosas na gestão pública. Quando empossados, os candidatos eleitos por expedientes ilícitos buscam formas de beneficiarem a si próprios e aos que compactuaram com as fraudes eleitorais, por meio de contratos com a administração pública, por exemplo. Existe, portanto, enorme ligação entre a corrupção eleitoral e a corrupção administrativa. Em âmbito nacional, a Operação Lava Jato tem revelado esquemas bilionários que resultam das relações entre os crimes eleitorais e administrativos. São diversos os casos similares descortinados pelo MPES, por meio de ações judiciais e operações como a Olísipo I e II e a Arremate, apenas para elencar eventos recentes. A nova Lei Anticorrupção, como ficou conhecida a Lei nº 12.846/2013, significou relevante evolução nos expedientes ministeriais para punir empresas por atos de corrupção contra a administração pública. Antes da promulgação da lei, a instituição já tinha a prerrogativa de ajuizar ações penais e ações de improbidade administrativa. Portanto, cabe ao Ministério Público a missão democrática e constitucional de fazer o enfrentamento da corrupção sistêmica e, caso não o fizesse, dificilmente outra instituição o faria em tal amplitude. É justamente a defesa intransigente da sociedade a razão de existir do Ministério Público e sua vocação maior. E o crédito alto e crescente que a sociedade nele deposita provém exatamente da confiança de que as ações ministeriais são voltadas para a proteção dos cidadãos, seja para a garantia de seus direitos, seja para a preservação do patrimônio que pertence ao povo.
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Ocorre que essas formas de corrupção com a finalidade de obter mandato eletivo têm consequências diretas e perniciosas na gestão pública. Quando empossados, os candidatos eleitos por expedientes ilícitos buscam formas de beneficiarem a si próprios e aos que compactuaram com as fraudes eleitorais
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ECONOMIA ABERTURA
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ECONOMIA COMEÇA A DAR SINAIS DE RECUPERAÇÃO Após dois anos de uma grande crise, aos poucos, a economia tem conseguido se descolar da turbulência política e gerar algum alento para empresários, consumidores e trabalhadores
P Foto: Jackson Gonçalves
arece que o pior ficou para trás. Entre os indicadores que reforçam que o cenário negativo da economia vem perdendo espaço está o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que cresceu 0,2% no segundo trimestre em relação ao primeiro trimestre deste ano, interrompendo uma sequência de 12 quedas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A última vez que a economia registrou alta nas duas comparações foi no primeiro trimestre de 2014, antes de estourar a crise econômica e política no Brasil. Mas no resultado acumulado em 12 meses, o cenário da economia ainda é ruim, com encolhimento de -1,4%. Os investimentos produtivos também continuaram caindo, evidenciando que o crescimento deve ser bastante gradual daqui para a frente,
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diante do forte endividamento e da capacidade ociosa do setor produtivo. Para este ano, os economistas do mercado financeiro elevaram a estimativa do crescimento da economia, passando a prever também um comportamento melhor da inflação e uma queda mais forte da taxa de juros, estimando uma expansão de 0,68% do PIB ante uma retração de -3,6% no ano passado, segundo o relatório Focus. Para 2018, o cenário previsto é mais favorável. Além de os analistas baixarem sua estimativa de inflação para 4,08%, o mercado elevou a previsão de expansão da economia para 2,3% no próximo ano. Também a produção industrial mostra pequena recuperação em julho. No mês, a produção nacional cresceu 0,8% em comparação ao mês anterior. O resultado representa o quarto mês consecutivo de alta, movimento que não ocorria desde abril de 2012. Nos primeiros sete meses do ano, até julho, o crescimento acumulado também foi de 0,8%. Segundo informou o IBGE, a indústria vive um quadro de ritmo produtivo crescente e ainda que o comportamento positivo não recupere as perdas dos últimos dois anos, o instituto já consegue enxergar uma trajetória ascendente. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), os dados de 2017 mostram que o quadro da atividade industrial segue caracterizado pela volatilidade, ou seja, os indicadores alternam variações mensais positivas e negativas, o que impossibilita apontar uma tendência mais à frente.
Foto: Jackson Gonçalves
ECONOMIA
PRODUÇÃO INDUSTRIAL CAPIXABA CRESCE 3,1% A indústria capixaba começa a dar sinais de melhora e renova as esperanças de uma retomada. Nos primeiros sete meses do ano, até julho, 11 dos 15 estados pesquisados alcançaram taxas positivas na produção nacional, com destaque para Paraná (3,9%), Santa Catarina (3,5%) e Espírito Santo (3,1%), que ficou em terceiro lugar no ranking de crescimento do ritmo da produção industrial, segundo dados do Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies) e do IBGE.
Variação trimestral do PIB brasileiro (em %) -1,2
“Acreditamos que a carteira de investimentos, aliada à nossa forma de gestão pública, garantirá que o Espírito Santo saia mais bem preparado da crise, com uma situação econômica organizada e mais competitivo” José Eduardo Azevedo, secretário de Estado do Desenvolvimento
-2,3
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Fonte: IBGE Infográfico elaborado em: 01/09/2017
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ECONOMIA
“A indústria capixaba ainda trabalha com uma grande ociosidade – estamos com menos de 80% da capacidade instalada sendo utilizada – e tem potencial de crescimento muito maior” Leonardo de Castro, presidente da Findes
Foto: Divulgação
Entre as categorias que ajudaram a alavancar a indústria capixaba nesse período estão os setores de extração mineral (4,5%), alimentos (10,5%) e papel e celulose (3,7%). O único impacto negativo foi no setor de minerais não metálicos (- 5,1%), pressionado, especialmente, pela menor produção de granito talhado ou serrado. Mesmo diante dos sinais promissores e apostando em mudanças para retomar os investimentos e o país voltar a crescer, executivos e gestores industriais consideram que o momento ainda exige prudência, uma vez que o desempenho da indústria capixaba em 2016 é ruim para comparação, pois amargou uma queda de -18,8% no período. “A indústria capixaba ainda trabalha com uma grande ociosidade – estamos com menos de 80% da capacidade instalada sendo utilizada – e tem potencial de crescimento muito maior. Apesar do crescimento registrado no ano, isso ainda não é algo para se comemorar, pois tivemos um desempenho ruim em 2016 e é sobre essa base que o ano de 2017 está sendo impactado. É uma indústria diversificada e que exporta muito, mas os investimentos de forma mais ampla só devem ocorrer no segundo semestre de 2018, com uma retomada mais forte na geração de empregos”, explica o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Leonardo de Castro. Segundo Castro, há um conjunto de fatores atuais que ajudarão o país a crescer e, consequentemente, também a indústria capixaba. “A redução da taxa de juros, a queda 52
da inflação, a aprovação da reforma trabalhista, a expectativa de que a reforma da previdência ainda seja aprovada este ano e, em especial no Espírito Santo, os leilões dos 31 blocos de exploração de petróleo e gás que serão realizados este ano, em 2018 e em 2019; tudo isso vai ajudar a indústria e o país a crescer no próximo ano de uma forma mais robusta, sinalizando para o mercado financeiro e para os investidores que o Brasil está no caminho do equilíbrio fiscal”, pontua o dirigente. “O segmento de óleo e gás no ES é quase 20% do PIB capixaba. Uma retomada nesse setor vai movimentar de forma importante as economias estadual e nacional. A expectativa é que sejam investidos nos próximos 10 anos, só em novos projetos, cerca de R$ 350 bilhões em todo o Brasil”, explicou Castro. Desse investimento, entre 10% e 20% devem ser injetados na economia capixaba. O presidente da Findes explicou que o foco da gestão agora será trabalhar com educação, inovação, produtividade e desenvolvimento do mercado, pontos primordiais para tornar as indústrias mais competitivas e com maior valor agregado. “O Espírito Santo é um Estado pequeno. Somos 2% do PIB nacional, com uma população de 4 milhões de habitantes num país de 200 milhões de pessoas e precisamos primeiro estimular a indústria capixaba a se relacionar internamente, com o próprio mercado local. Depois, fazer com que se nacionalize e passe a comercializar cada vez mais com outros Estados. E o terceiro ponto, mais sofisticado, é fazer a indústria capixaba se internacionalizar. Vamos apoiar essas frentes ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
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e criar oportunidades para a indústria avançar e crescer de forma mais consistente”, concluiu Castro. A política econômica protecionista da gestão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ainda não afetou o setor de exportação de rochas ornamentais no Espírito Santo. O mercado norte-americano é o principal destino da produção capixaba. Até agora, o setor não apresentou grandes variações em relação ao ano passado. De acordo com o Sindicato da Indústria de Rochas Ornamentais, Cal e Calcários do Espírito Santo (Sindirochas), em 2017, de janeiro a julho, o segmento movimentou cerca de US$ 545 milhões, um recuo de -2,86% em relação
“Estamos adequando as estratégias estabelecidas no planejamento dos negócios e buscando a melhoria contínua e a inovação como alternativas de sustentação para tentarmos reverter o quadro em 2018” Tales Machado, presidente do Sindirochas
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
ao mesmo período de 2016, quando movimentou US$ 562 milhões. O número representa 81% de toda a exportação brasileira do setor, segundo o sindicato. No Brasil, a queda foi de -3,02%. Para o presidente do Sindirochas, Tales Machado, alguns gargalos ainda impedem maior expansão do setor. “Há carência de portos para receber os navios maiores que transportam contêineres, falta ferrovia para o transporte de nossa produção e há muita burocracia e morosidade nos órgãos concessores e licenciadores”, diz ele. Machado também destaca que o segmento vem sofrendo com a crise política e econômica, causando estagnação e insegurança para novos investimentos. “A redução na oferta de crédito e, consequentemente, a queda nas atividades da construção civil, também impactaram muito o setor, pois a construção civil é um dos maiores termômetros da economia e seu desaquecimento provoca um efeito cascata em várias atividades. Estamos passando por um período de grande oferta e baixa demanda, mas estamos adequando as estratégias estabelecidas no planejamento dos negócios e buscando a melhoria contínua e a inovação como alternativas de sustentação para tentarmos reverter o quadro em 2018”, explica Tales.
CONFIANÇA DOS EMPRESÁRIOS AUMENTA A confiança dos empresários industriais voltou a crescer, retomando níveis de março de 2013, antes do início da crise econômica brasileira. É o que revela o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) de setembro, que aumentou 3,1 pontos frente a agosto, alcançando 55,7 pontos no mês, segundo dados divulgados pela CNI. O indicador de confiança foi superior à sua média histórica, de 54 pontos, e caso mantenha-se em nível ascendente, poderá garantir que o grau de confiança dos empresários seja suficientemente alto para reativar o investimento no setor industrial, informou a CNI. De acordo com a entidade, “sem investimentos, a economia não estará preparada para voltar a crescer em ritmo mais acelerado nos próximos anos”. No Espírito Santo, o índice de setembro registrou 55,6 pontos, um crescimento de 1,9 ponto ante julho. É a maior pontuação observada desde janeiro de 2014 e o oitavo mês consecutivo que se situa acima de 50 pontos, o que significa otimismo e sinaliza um possível ambiente de confiança para os próximos meses. Quanto maior o resultado, melhores são as expectativas dos empresários 53
ECONOMIA
Indústria
em relação à economia. Em agosto de 2015, no auge da crise, o índice dos empresários capixabas atingiu o patamar de 36,9%, indicando, na época, elevado grau de pessimismo na economia, segundo pesquisa do Ideies. Para o diretor executivo do Ideies, Marcelo Saintive, vários indicadores influenciaram positivamente a percepção dos empresários capixabas sobre uma retomada do crescimento. “A inflação inferior a 4,5%, o crescimento de 1,6% do PIB capixaba no primeiro semestre, a alta de 3,1% na produção industrial, a geração de 1.558 empregos no ES, além de medidas no âmbito nacional, como a redução dos juros, o aumento do consumo das famílias, a reforma trabalhista já aprovada e a expectativa de que a reforma da Previdência aconteça ainda este ano, impactaram positivamente a avaliação dos empresários em relação à economia como um todo”, ele afirma.
ES VAI RECEBER 536 PROJETOS O Espírito Santo vai receber, até 2021, 536 projetos em áreas como infraestrutura, indústria, energia, comércio, portos, transporte, construção e agropecuária. Juntos, esses empreendimentos serão responsáveis por investimentos da ordem de R$ 52,5 bilhões e pela abertura de aproximadamente 20 mil vagas de empregos. É o que projetam o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) e a Secretaria de Estado de Desenvolvimento (Sedes). 54
R$ 40 milhões
96,5%
R$ 1,7 bilhão
Total: R$ 52,5 bilhões
R$ 50,6 bilhões
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Investimentos no ES de 2016-2021
3,3% Comércio, serviços e administração pública
0,1% Agropecuária
O levantamento só considera projetos anunciados dentro dos últimos cinco anos que ainda não foram executados e os que estão em execução. Só entram nas contas os investimentos com valores superiores a R$ 1 milhão. A Carteira de Investimentos 2016-2021 aparece um pouco mais tímida do que a divulgada no ano passado, quando eram esperados aportes de R$ 57 bilhões no período 2015-2020. Mas, para a equipe técnica do IJSN, ela é compatível com o quadro econômico que o Estado e o país atravessam. “Mesmo em meio a este cenário de crise, conseguimos manter a carteira no patamar dos R$ 50 bilhões, o que não deixa de ser positivo, pois com o equilíbrio fiscal e outras ações realizadas pelo Estado para garantir o seu desenvolvimento, confirma a capacidade do Espírito Santo em atrair investimentos”, ponderou a diretora-presidente do IJSN, Gabriela Lacerda. Ela acrescentou que o ritmo de queda dos investimentos vem sendo reduzido nos últimos anos. De acordo com Lacerda, enquanto a carteira de 2015-2020 apresentou retração de 16,7% em relação à de 2014-2019, a de 2016-2021 registrou um recuo de 7,9% na comparação com o levantamento imediatamente anterior. Mesmo com as mudanças nos investimentos, o secretário estadual de Desenvolvimento, José Eduardo Azevedo, considera ainda positiva a preservação de 91% da carteira de 2015-2020, que previa R$ 57 bilhões, frente a deste ano. “A carteira de investimentos continua robusta, não só para o tamanho do mercado de nosso Estado, mas também pelo cenário atual. No Espírito Santo, a crise econômica e política ainda foi agravada pela paralisação da Samarco, pela crise hídrica e pela reestruturação do mercado de petróleo, influenciado pela queda no preço do barril e pelas mudanças estruturais na Petrobras. Acreditamos que a carteira, aliada à nossa forma de gestão pública, garantirá que o Espírito Santo saia melhor preparado da crise, com uma situação econômica organizada e mais competitivo”, concluiu o secretário. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
ECONOMIA PETRÓLEO E GÁS
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ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
DINHEIRO DO PETRÓLEO VOLTA A JORRAR Depois de anos difíceis, valorização do preço do barril de petróleo e anúncio de investimentos pela Petrobras geram novas expectativas para o setor no Estado
R
R$ 32,18 BILHÕES
É o valor previsto no Plano de Negócios e Gestão 2017-2021 da Petrobras para ser investido no Espírito Santo
eaquecimento da economia global, aumento do preço do barril, licitações de bacias e plataformas e novos investimentos anunciados pela Petrobras. Depois de dois anos, o dinheiro do petróleo deve voltar a jorrar forte no Espírito Santo, o que gera expectativa de recuperação na arrecadação de royalties e participações especiais para Estado e municípios. E também faz empresários vislumbrarem novas perspectivas no mundo dos negócios da indústria extrativa. Os sinais dessa retomada surgem com o aumento do preço do barril de petróleo. O valor, que chegou a atingir US$ 120 no começo desta década, despencou para US$ 34,74 em janeiro de 2016. Desde então, há uma lenta e gradual recuperação. Em agosto deste ano, o preço do barril estava em US$ 47,86. Como resultado, o Espírito Santo viu sua receita da extração do petróleo voltar a aumentar, passando dos R$ 365 milhões registrados no primeiro semestre de 2016 para R$ 661 milhões no mesmo período de 2017 – um crescimento de 81%, conforme dados da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz).
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
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Foto: Agência Petrobras
ECONOMIA
“Enfrentamos dois anos de forte queda na arrecadação de royalties, explicada, em sua maior parte, pela redução do valor do barril de petróleo. Do ano passado para cá, o valor do barril voltou a subir, ficando próximo da casa dos US$ 50. Então, houve melhora na arrecadação”, explica o titular da pasta, Bruno Funchal. “Ainda não está na melhor fase, como em 2014, quando atingimos o pico de R$ 1,7 bilhão com royalties, mas já deu uma boa recuperada em relação a 2016”, comenta o secretário. A expectativa da Sefaz é que a arrecadação do Estado com royalties e participações pagos pela indústria referentes à exploração de petróleo e gás volte ao patamar registrado entre 2012 e 2013 e alcance R$ 1,2 bilhão em 2017, bem acima dos R$ 890 milhões que entraram nos cofres no ano passado. “Esse valor traz segurança, porque torna possível fazer uma reserva para qualquer tipo de eventualidade. À medida que a economia for se recuperando, esses recursos podem ser alocados para investimentos”, planeja Funchal, deixando claro que não se pode esbanjar essa receita. “É um recurso bem-vindo, mas não podemos nos descuidar e ficar dependendo dele para pagar contas permanentes, como outros estados fizeram. Aí, quando o preço do barril caiu, ficaram a descoberto e não tiveram como arcar com as despesas.” Mantida essa recuperação, a estimativa do diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Décio Oddone, é que o Estado e os municípios capixabas arrecadem cerca de R$ 50 bilhões em royalties e participação especial nos próximos 30 anos, o que dá uma média de R$ 1,6 bilhão por ano. “Temos certeza que o Estado será parte importante do processo de retomada do setor no Brasil”, afirmou ele, em visita ao Espírito Santo em junho deste ano. O aumento na arrecadação acompanha também o crescimento da produção de petróleo em território capixaba, que atingiu 394 mil barris por dia, subindo 6% no primeiro quadrimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2016. Números que mantêm o Estado como o segundo maior produtor de petróleo do Brasil, sendo responsável por 18% do total extraído no país. Além dessa melhora de desempenho em termos de produção e arrecadação, o segundo semestre de 2017 pode reservar outras boas novidades nessa área. A 14ª Rodada de Licitações da ANP, realizada em 27 de 58
Receita do petróleo teve crescimento de 81% este ano no Espírito Santo, em comparação a 2016
setembro, incluiu a oferta de 31 blocos do Espírito Santo, sendo sete localizados em terra, 19 no mar, quatro no litoral capixaba e um na Bacia de Campos, que faz divisa com o Rio de Janeiro. No Espírito Santo, os blocos terrestres foram ofertados, em dois setores, e oito foram arrematados: três no primeiro setor (SES-T$) e cinco no segundo (SES-T6), abrangendo os municípios de Conceição da Barra, Jaguaré, Linhares e São Mateus. O valor total dos lances vencedores foi de R$ 3,934 milhões, dos quais R$ 934 mil pelos blocos do primeiro setor e R$ 3 milhões pelos do segundo. Três empresas capixabas adquiriram campos nessas áreas: Imetame, Vipetro e Bertek. No total, os blocos arrematados em terra representaram um bônus de R$ 3,161 milhões e têm investimentos em exploração estimados em R$ 18,8 milhões. Na 14ª rodada foram leiloados ainda blocos exploratórios em campos marítimos, também em dois setores da Bacia do Espírito Santo: SES-AP1, que não recebeu nenhuma oferta, e SES-AP2, que teve dois dos seis blocos arrematados – um pela companhia chinesa CNOOC Petroleum, por R$ 23,5 milhões, e outro pela espanhola Repsol, por R$ 23,1 milhões. O bônus total dos blocos arrematados na Bacia do Espírito Santo foi de R$ 46,6 milhões. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
“Como expectativa dessa rodada, espera-se a otimização da exploração e produção em terra, com a participação de pequenas e médias empresas locais, nacionais e internacionais, por se tratar de uma bacia já madura e com grande potencial. No mar, a produção também aumentará”, destaca o coordenador-executivo do Fórum Capixaba de Petróleo e Gás (FCP&G), Etore Cavallieri. O dirigente prevê, desde já, o surgimento de boas oportunidades para os empreendedores e também para a economia capixaba em razão dessas licitações. “Os proponentes dessa rodada de licitações são conhecidos, o que facilita que os fornecedores capixabas possam manter contatos antecipados. Como resultado, teremos a geração de negócios para nossas empresas, emprego e renda, dinamizando a economia estadual”, observa Cavallieri. De olho nessas oportunidades, a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) desde novembro de 2013 coordena o Fórum Capixaba de Petróleo e Gás, cujo comitê estratégico também tem a participação da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Espírito Santo (Sedes), da Petrobras e da Shell. O objetivo do Fórum é buscar a melhora das condições de competitividade da indústria local, mapear e divulgar demandas, incentivar o fornecimento de bens ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
e serviços por fornecedores capixabas, apoiar o desenvolvimento dos arranjos produtivos locais e promover o relacionamento entre órgãos governamentais e demais instituições. Para isso, vem realizando diversas ações referentes ao desenvolvimento de produtos, inovação, capacitação e atendimento às demandas dos investidores em petróleo e gás no Estado. Uma dessas ações foi o Fórum Capixaba de Desenvolvimento do Setor de Petróleo e Gás, em dezembro de 2016, que contou com a presença de diversas entidades e empresas, como Petrobras, Shell, Statoil, Abespetro, Subsea7, Seadrill, PPSA, Vallourec, Rolls-Royce, Schlumberger, representantes dos governos estadual e federal e da Findes. O Fórum também promoveu, com o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Espírito Santo (Sindifer-ES) e o Centro Capixaba de Desenvolvimento Metalmecânico (Cdmec), a Feira da Metalmecânica e Inovação Industrial (Mec Show), em julho. Nesse evento, em parceria com o Sebrae e o Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF), ocorreram encontros tecnológicos, rodadas de negócios e painéis técnicos, com participação da ANP, Petrobras, Prysmian, Shell e Statoil. Na sequência, em parceria com a PetroSul, o Fórum realizou, no dia 19 de julho, na Findes, um painel internacional sobre o setor, com a presença de representantes da Argentina (Grupo Argentino de Provedores Petroleros, o GAPP), do Canadá (Atlantic Canada Opportunities Agency, a Acoa; e Canadian Global Explorations, o CGEF), da Colômbia (Colombiana de Ingenieros de Petroleos, a Acipet) e de consultores brasileiros. Em todos esses encontros, o Fórum tem investido na formação de parcerias entre fornecedores locais e grandes empresas, além de incentivar o desenvolvimento de produtos, com reconhecimento no cenário nacional. Até o momento, 19 empresas estão idealizando autonomamente 21 novos serviços e produtos, dos quais oito patentes já foram solicitadas. “Em razão do trabalho que vem sendo realizado pelo Fórum Capixaba de Petróleo e Gás e seus parceiros, as empresas e trabalhadores locais estão em condições de ter uma maior participação no investimento previsto para o setor de petróleo e gás do Estado nos próximos anos”, garante Etore Cavallieri. 59
ECONOMIA PAPEL E CELULOSE
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ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
INTERNACIONALIZAÇÃO GARANTE BONS RESULTADOS À INDÚSTRIA DE CELULOSE Indicadores do setor seguem em alta graças a uma combinação de fatores como câmbio favorável e reajuste nos preços
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12,7 MILHÕES É a produção brasileira, em toneladas, de celulose no acumulado de 2017 até agosto, alta de 3,6% em relação ao mesmo período de 2016
m oásis em meio à aridez dos indicadores da economia brasileira. Assim pode ser definido o setor de celulose, que em plena recessão econômica vem alcançando resultados positivos em virtude de seu elevado grau de internacionalização. Depois de crescer 8,1% em 2016, atingindo mais de 18,7 milhões de toneladas, a produção brasileira de celulose caminha para mais um ano no azul. No acumulado de 2017 até agosto, foram produzidos cerca de 12,7 milhões de toneladas – alta de 3,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os dados foram divulgados pela Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), que reúne produtores de celulose, papel, painéis e pisos de madeira e florestas no país. “O setor de papel e celulose está todo calcado no cenário internacional, o que ajuda a explicar nossos resultados nos últimos anos. O fato de vendermos para outros países e de termos um câmbio favorável nos ajudou a não sermos tão afetados quanto outras atividades, focadas no mercado interno. Embora pese em nossa conta a alta de custos internos, em função de questões trabalhistas, de logística e de matérias-primas, as exportações continuam com boa performance”, revela o presidente do Sindicato da Indústria de Papel e Celulose do Espírito Santo (Sindipapel), Armando Amorim. De fato, as exportações de celulose fecharam 2016 com crescimento de 11,9% – com 12,9 milhões de toneladas. Em 2017, no acumulado até agosto, já foram enviadas 8,9 milhões de toneladas ao mercado externo – expansão de 4,9% em relação a 2016.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
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Nesse período, as receitas provenientes das exportações atingiram US$ 4,1 bilhões, crescimento de 12,4%. A China segue como principal destino da celulose brasileira, com 40,2% de participação e representando uma receita de US$ 1,6 bilhão – alta de 22%. A Europa é o segundo maior destino, abocanhando 31,5% das exportações em 2017, o que corresponde a US$ 1,3 bilhão, registrando alta de 3,9%.
Foto: Marcio Schimming - Fibria
ECONOMIA
RETOMADA NA INDÚSTRIA DE PAPEL O setor de papel vem de resultados negativos em 2016, mas dá indícios de que pode voltar a crescer ainda em 2017. Até agosto, o consumo aparente acumula alta de 1,1%, ao atingir 5,9 milhões de toneladas. A produção, que vem de uma retração de 0,2% em 2016, com 10,3 milhões de toneladas, registra alta de 0,4% de janeiro a agosto de 2017, contabilizando 6,9 milhões de toneladas. Em 2016, as exportações estiveram em alta, registrando crescimento de 2,2% em comparação com 2015 e totalizando 2,1 milhões de toneladas. No acumulado de 2017 até agosto, embora menor, o resultado continua positivo, com alta de 0,6% e mais de 1,4 milhão de toneladas exportadas. O grande salto, porém, se dá entre as importações. Depois de fechar 2016 com queda superior a 20% (688 mil toneladas), as 498 mil toneladas de papel importadas até agosto de 2017 superam em 10% o registrado no mesmo período do ano anterior. “O desempenho da indústria do papel está muito ligado à questão de gráficas e jornais. O consumo tem diminuído em razão do ingresso da informática e de uma mudança de comportamento das pessoas. Pesou ainda o fato de a economia estar em recessão, o que faz com que as atividades econômicas operem com o freio de mão puxado. Por isso, temos consumido menos”, ressalta Amorim.
FIBRIA: CENÁRIO POSITIVO E INVESTIMENTOS Líder mundial na produção de celulose de eucalipto a partir de florestas plantadas, a Fibria teve receita líquida de R$ 2,775 bilhões no segundo trimestre de 2017. Em relação ao primeiro trimestre, a alta é de 34%, e em comparação com o mesmo período de 2016, de 16%. O desempenho é fruto do recorde de vendas registrado para um segundo trimestre, que somou 1,534 milhão de toneladas, 62
Fibria está investindo R$ 54 milhões no Espírito Santo e sul da Bahia para otimizar o transporte marítimo de madeira
além do aumento de 12% do preço médio líquido em dólar e da valorização da moeda americana frente ao real, de 2% no trimestre. “No segundo trimestre de 2017, o preço da celulose teve elevação consistente, principalmente em razão da continuidade de uma demanda forte, sobretudo na Ásia. Em junho, o cenário permitiu novo anúncio de aumento de preço, de US$ 20/t, para Europa e América do Norte, a partir de julho. Aliada a esse cenário positivo de preços, a valorização do dólar frente ao real resultou em um aumento de 66% no Ebitda ajustado na comparação com o primeiro trimestre de 2017”, pondera o gerente-geral Industrial da Fibria, Marcelo de Oliveira. De acordo com Oliveira, o panorama continua se mostrando muito favorável para o mercado de celulose. “O bom momento do mercado de papel, tanto na Europa quanto na Ásia, resultou em um aumento da demanda por celulose de eucalipto que, combinado com uma oferta restrita – devido a algumas paradas não programadas – e com o atraso na entrada de novas capacidades, levou a baixos níveis dos estoques e desencadeou uma sequência de aumentos de preços durante todo o primeiro semestre”, acrescenta. Para manutenção dos bons resultados, a Fibria aposta em alguns investimentos, entre os quais a construção da segunda linha de produção, no município de Três Lagoas (MS). Ao fim do 1º semestre de 2017, o empreendimento atingiu 96% de execução física. Com investimento total de R$ 7,5 bilhões, a ampliação da Fibria é um dos maiores projetos privados em andamento no Brasil. “No Espírito Santo e no sul da Bahia, estamos investindo cerca de R$ 54 milhões na otimização do transporte marítimo de madeira”, finaliza Oliveira. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
ECONOMIA LOGÍSTICA E INFRAESTRUTURA
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ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
Foto: Agência Vale
UM PÉ NO ACELERADOR E OUTRO NO FREIO Enquanto avança com novo aeroporto, obras em portos e expectativa de construção de ferrovia, Estado ainda sofre com a não duplicação das BRs 101 e 262
A
160 KM
Essa deverá ser a extensão do ramal sul da Ferrovia VitóriaMinas, ligando o Complexo de Tubarão ao futuro Porto Central, em Presidente Kennedy
o mesmo tempo em que acelera, o Espírito Santo pisa no freio quando o assunto é logística. A reta final da reforma do Aeroporto de Vitória e a perspectiva de construção de ferrovia e de novos portos no litoral sul geram grande expectativa de avanços econômicos para o Estado. Porém, em termos rodoviários, a não duplicação das BRs 101 e 262 ainda compromete o potencial capixaba de se tornar um grande centro distribuidor de riquezas, tanto para o mercado interno quanto para o comércio exterior. “Todos esses projetos são velhos conhecidos dos capixabas e estão entre os antigos gargalos logísticos do Estado. Sem eles, continuaremos amargando o lugar modesto em que estamos quando, na verdade, deveríamos usar e abusar de nossa vocação logística e ser solução para todo o Brasil”, deixa claro o presidente da Federação das Empresas de Transportes do Espírito Santo (Fetransportes), Jerson Picoli. Essa incapacidade do Estado de explorar a sua vocação logística devido à infraestrutura ineficiente também é lamentada por Wilmar Barroso Filho, presidente do Conselho Temático de Infraestrutura (Coinfra) da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes).
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
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ECONOMIA
“Os avanços ainda são muito tímidos, e será preciso trabalhar bastante para que o que foi projetado em termos de portos, aeroporto, ferrovia e rodovia possa se consolidar, de forma que tanto a população quanto as empresas se beneficiem”, observa Wilmar. “É preciso haver consciência das classes empreendedora e política de que o Espírito Santo tem vocação para se tornar um grande centro distribuidor de mercadorias, principalmente para o comércio exterior.” Tal vocação, contudo, esbarra em algumas limitações. A principal delas, na opinião do presidente do Coinfra, está na malha rodoviária que corta o Estado. “A nossa frota aumentou muito. Além disso, a potência dos carros, ônibus e caminhões também cresceu. Só que as nossas rodovias continuam do mesmo tamanho de 50 anos atrás. É um gargalo importante que precisa ser encarado”, aponta Wilmar Barroso.
UM PÉ NO FREIO... Essa situação, porém, pode demorar a ser resolvida. Prevista em contrato assinado em 2013, a duplicação da BR-101 corre o risco de não ser mais realizada. Concessionária responsável pelas obras, a Eco101 alega não ter condições de executar o serviço em razão de estar enfrentando dificuldades com as desapropriações e desocupações da faixa por onde passa a rodovia, a demora na concessão do licenciamento ambiental e a crise econômica, que resultou em uma queda de 25% do tráfego, levando a uma perda na arrecadação do pedágio. Em visita ao Estado no fim de julho, o ministro dos Transportes, Maurício Quintela, garantiu que a duplicação será feita, mesmo que para isso seja necessário ampliar o prazo de entrega da obra. “A duplicação vai se dar por força de contrato. O que pode haver é uma dilatação dos prazos desse investimento. Vamos fazer primeiro as duplicações onde é necessário, para depois realizá-la nos demais trechos”, afirmou Quintela. O presidente do Coinfra defende a busca por uma solução para esse impasse, de forma que a concessão seja mantida e o contrato, respeitado. “O Estado não pode ficar ‘a ver navios’ e voltar à situação em que a BR-101 não tenha uma concessionária, como na BR-262, onde não há nem perspectiva de investimento”, cobra Wilmar. “A BR-101 é a principal artéria do Espírito Santo. Hoje todo o nosso escoamento passa por lá. Muitos empreendimentos poderiam estar implantados ao longo da rodovia se a logística fosse um pouquinho melhor.” 66
Previsto para ser entregue em dezembro, o novo Aeroporto de Vitória terá capacidade para atender 8,4 milhões de passageiros por ano
O presidente da Fetransportes também vê o não aumento da capacidade da BR-101 como um retrocesso e pede uma mobilização de todos pela realização da obra. “Se levarmos em consideração a importância da rodovia para a economia, produtividade e competitividade do Estado, a não duplicação é um banho de água fria. Empresas, entidades, governo e órgãos reguladores precisam, juntos, buscar uma solução”, observa Jerson Picoli. O mesmo empenho deve ser direcionado à BR 262, cujo modelo de concessão ainda não está definido. O que há é a promessa de início das obras de duplicação do trecho entre Victor Hugo e Viana ainda neste ano, em um total de 50 km. O Governo Federal já garantiu cerca de R$ 82 milhões dos R$ 570 milhões necessários para a obra. “A BR-262 é uma rodovia extremamente movimentada nos fins de semana, o que aumenta a importância da ampliação de capacidade dessa via. Desenvolveria muito a região de montanhas, que tem vocação para o turismo, agroturismo e agronegócio”, destaca Wilmar Barroso. Além de melhorar a qualidade de tráfego para o motorista, a duplicação das duas BRs reduziria o prejuízo das empresas de transporte. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
Foto: Leonardo Duarte/Secom-ES
“Em primeiro lugar, a não duplicação das BRs tem grande impacto sobre a segurança de quem trafega por lá. Mas, além disso, aumenta o consumo de combustível, tempo de viagem e custos de manutenção dos veículos, com lubrificantes, pneus e freios. Ou seja, faz crescer em muito o custo do transporte, que já não é baixo. A geometria das duas principais rodovias capixabas é do século passado”, salienta Jerson Picoli.
OUTRO NO ACELERADOR O Aeroporto de Vitória, ao menos, já está praticamente pronto para, enfim, entrar no século XXI. Em obras há mais de 10 anos e vítima de paralisações por denúncias de superfaturamento, o novo terminal deve ser inaugurado em dezembro de 2017, tendo custado R$ 523,5 milhões aos cofres da União. O aumento da capacidade de circulação de pessoas no aeroporto será de 154,5%, passando dos atuais 3,3 milhões para 8,4 milhões de passageiros por ano. “Trata-se de um avanço enorme, tanto em questão de conforto do usuário como de incentivo ao investidor, que chegará ao Estado por uma porta de entrada digna. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
O aeroporto é um cartão de visitas. Estamos recebendo um empreendimento do tamanho que o Espírito Santo precisa”, comemora o presidente do Coinfra. Além de resolver um antigo gargalo, o novo aeroporto abre perspectivas para mais investimentos do ponto de vista logístico. “Passados tantos anos de espera, a obra do terminal de passageiros é uma importante conquista. Fecha um capítulo dessa agenda logística velha e abre uma perspectiva mais otimista para a construção do também sonhado terminal de cargas”, vislumbra Jerson Picoli, da Fetransportes. O Terminal de Logística de Carga Aérea (Teca) do Aeroporto de Vitória não faz parte do pacote de obras que será inaugurado em dezembro. Com 16.912 metros quadrados, o Teca continuará funcionando na área do atual aeroporto. Tão importante quanto o novo aeroporto são os projetos de infraestrutura previstos na Carteira de Investimentos 2016-2021 do Estado, divulgada pelo Instituto Jones dos Santos Neves. O principal deles é o Porto Central, em Presidente Kennedy, com investimento estimado de R$ 6 bilhões. Trata-se de um porto-indústria que deve transformar a realidade econômica do litoral sul capixaba, com capacidade para escoar produção de minério, petróleo e gás, granito, agricultura e automóveis, entre outros. “O Porto Central dará nova vida ao setor portuário capixaba. Afinal, o complexo multiúso, de águas profundas e de classe mundial, terá infraestrutura para atender empresas industriais e de serviços que dão suporte à atividade do petróleo e, também, para a operação de contêineres, granéis sólidos e líquidos, carga geral e veículos. A grandiosidade do empreendimento, inclusive, pode ser medida pelo fato de ter o Porto de Roterdã como um de seus sócios”, explica Jerson Picoli. Para explorar o potencial desse novo porto, há o projeto da construção do ramal sul da Ferrovia VitóriaMinas. Deverá ser uma contrapartida da Vale em troca da antecipação da renovação do contrato da ferrovia. A chamada EF-118 terá 160 km de extensão, passará por 10 municípios e fará a conexão do Complexo de Tubarão ao futuro terminal do Porto Central, em um investimento de R$ 1 bilhão. “Essa ferrovia, o Porto Central e outros portos projetados para a região serão de grande importância para o desenvolvimento do sul do Estado, que ainda carece de uma economia forte. Vão ajudar a distribuir as riquezas, diminuindo a concentração existente hoje nas regiões central e norte”, prevê Wilmar Barroso. 67
ECONOMIA MINERAÇÃO E SIDERURGIA
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Foto: Agência Vale
MINERAÇÃO E SIDERURGIA VEEM MAIS UM ANO EM MARCHA LENTA Paralisação da Samarco, após tragédia em Mariana, ainda gera impactos no Estado
-6,1% Foi a queda sofrida pela indústria capixaba entre julho de 2016 e junho de 2017, o que resultou em 5% de redução no PIB do Estado.
O
primeiro semestre de 2017 foi positivo para a economia capixaba. O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,6% no período, em relação aos seis meses do ano anterior, segundo o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN). Para os 12 meses de 2017, a expectativa é que o indicador chegue aos 2,8% de alta. Um número positivo, tendo em vista o momento difícil da economia, mas poderia ser melhor. A paralisação da Samarco ainda tem impacto negativo nas contas do Estado. Para se ter uma ideia da importância desse segmento para o Espírito Santo, no acumulado de quatro trimestres (julho de 2016 a junho de 2017), em que foi registrada queda de 5% na economia capixaba, a principal responsável foi a indústria em geral, com recuo de -6,1%. Em entrevista na ocasião da divulgação do PIB capixaba, a diretora-presidente do IJSN, Gabriela Lacerda, disse que o indicador dos 12 meses (junho de 2016 a julho de 2017) continua negativo por conta do impacto da paralisação da Samarco. A empresa se mantém fechada após dois anos do desastre de Mariana, em Minas Gerais. “A indústria extrativa, com o minério de ferro, o petróleo e o gás, equivale a um quarto da economia capixaba, na soma dos setores, mas a gente observa que nossa economia está se recuperando mais rápido do que a do Brasil”, ressaltou, em entrevista aos meios de comunicação. Os números do PIB mostram o que o empresariado sente no dia a dia. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo (Sindifer), Lúcio Dalla Bernardina, o efeito negativo da parada da Samarco foi arrasador para o segmento. “O que podemos dizer é que não estamos mais caindo. Continuamos mais ou menos no mesmo nível do segundo semestre de 2016. Não tivemos melhoras, mas, ao menos, paramos de cair”, enfatiza.
VOLTA Em meados de setembro, a revista Exame divulgou uma matéria com uma fonte que pediu anonimato. A pessoa, que não está autorizada a falar publicamente em nome da empresa, disse que a previsão é que a Samarco retome as operações somente no 4º trimestre de 2018, depois de obter todas as licenças. A reativação, segundo a publicação, depende da licença para usar o poço Alegria Sul como depósito de resíduos de mineração. A informação sobre
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a licença foi confirmada pela assessoria de imprensa da siderúrgica, e o pedido foi oficialmente aberto na Secretaria do Meio Ambiente de Minas Gerais em 1º de setembro. A empresa, no entanto, não comentou o assunto. Segundo Lúcio Dalla Bernardina, a primeira previsão, de que a Samarco retomaria as atividades ainda este ano, não deve se confirmar. “Inicialmente, teve a questão de a Prefeitura de Santa Bárbara, em Minas Gerais, não liberar a licença para o uso da água para a mineração. Esse ponto foi resolvido. Mas agora há licenças ambientais em andamento, e a previsão é mesmo de retomada somente em 2018”, aponta. A discordância, que consumiu meses de discussão, foi entre a Samarco e a Prefeitura de Santa Bárbara. A siderúrgica captava água para ser usada na sua estrutura de mineração e beneficiamento no seu complexo em Mariana. A solução encontrada foi o emprego da água de dentro do próprio complexo, ou seja, o uso de fontes internas de água outorgada. Pertencente à Vale e à BHP Billiton, a Samarco está parada desde novembro de 2015. Na época, uma de suas barragens de rejeito de minério de ferro, a de Fundão, se rompeu. Além dos gigantescos danos ambientais, a ruptura causou a morte de 19 pessoas. A siderúrgica mantém parte de seus funcionários em regime de suspensão temporária do contrato de trabalho, o chamado layoff.
EMPREGO Se por um lado o cenário não é dos mais animadores, por outro, ainda há uma luz no fim do túnel. Dalla Bernardina acredita que o desemprego no setor deve ter uma pequena queda a partir de novembro, quando entra em vigor a reforma trabalhista aprovada pelo governo. “Além disso, há alguns segmentos do setor metalmecânico que tiveram uma reação um pouco melhor. Por exemplo, empresas de produção seriada, como a Weg e a Brametal. As empresas que prestam serviços para essas indústrias não dependem dos grandes complexos”, explica. Grandes complexos, segundo ele, seriam indústrias gigantes como a Vale, ArcelorMittal e Fibria, que trabalham com manutenção e parada de equipamentos. “A Brametal e a Weg tiveram um bom desempenho. A Brametal, por exemplo, foi bem nas licitações de linhas de transmissão. Já a Weg, que produz motores da linha branca, trabalha com exportação. Quer dizer, o dólar alto é benéfico.” Retomada forte no crescimento do setor, segundo Dalla Bernardina, somente em 2019. “Teremos eleições em 2018, e elas afetam a 70
Foto: Agência Petrobas
ECONOMIA
A indústria extrativa, com o minério de ferro, o petróleo e o gás, equivale a um quarto da economia capixaba
economia. Esperamos crescimento, mas não retomada. Esta, só em 2019”, avalia.
VALE E ARCELOR A Vale, maior produtora global de minério de ferro, registrou lucro líquido de R$ 60 milhões no segundo trimestre de 2017. O número está muito aquém do mesmo período de 2016, quando a mineradora teve lucro de R$ 3,585 bilhões. A queda foi vertiginosa: 98,3% entre os dois trimestres de 2017. O maior impacto veio da desvalorização do real frente ao dólar e seu efeito sobre o lucro da empresa. No primeiro trimestre do ano, no entanto, o lucro foi de R$ 7,891 bilhões. A dívida da Vale é em dólar. Isso significa que, a cada trimestre, é necessário corrigir os valores no balanço da empresa, seguindo o câmbio de fechamento. E a moeda norte-americana saltou de R$ 3,13, no fim do primeiro trimestre, para R$ 3,31 no fim do segundo, uma alta de 5,75%. O lucro, portanto, caiu, mesmo com um recorde histórico na produção de minério em Carajás, no Pará. Já o chamado Ebtida, que é o lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação, foi de R$ 8,834 bilhões. Esse valor é 7,4% maior do que o registrado no segundo trimestre de 2016. Mas ele aponta retração de 34,7% ante os R$ 13,52 bilhões do primeiro trimestre de 2017. O resultado recuou em razão da queda de preços do minério de ferro, mas foi parcialmente compensado por conta dos maiores volumes de minério e carvão. Já a ArcelorMittal comemora. A gigante siderúrgica informou, em julho, um aumento de 512% no lucro do segundo trimestre de 2017, no comparativo anual, para US$ 1,1 bilhão. No balanço da companhia, há a informação de que a maior parte desse avanço está ligada a um ganho extraordinário de US$ 832 bilhões, relacionado a uma redução em custos com planos de saúde no acordo trabalhista da operação nos Estados Unidos. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
ECONOMIA ENERGIA
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PRIVATIZAÇÃO DEVE GERAR RETOMADA DE INVESTIMENTOS NO SETOR ELÉTRICO Prevista para ocorrer no 1º semestre de 2018, privatização da Eletrobras sinaliza diminuição do intervencionismo governamental no setor
70%
Foi o percentual de eletricidade importada pelo Espírito Santo em 2015, considerando apenas a rede elétrica
O
Ministério de Minas e Energia prevê que até o 1º semestre de 2018 estará concluído o processo de privatização da Eletrobras, estatal que atua no setor elétrico e possui valor de mercado estimado em R$ 19,5 bilhões. A diminuição do intervencionismo governamental na atividade gerou expectativas de que haja dinamização e recuperação da capacidade de investimentos da iniciativa privada na área. Em 2012, a então presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei nº 12.783, que permitiu a prorrogação por até 30 anos de concessões de geração, transmissão e distribuição de energia que venceriam entre 2015 e 2017. Com o objetivo de levar ao barateamento da conta de luz dos brasileiros, as concessionárias tiveram que aceitar receber, já a partir de 2013, uma remuneração até 70% inferior pelo serviço prestado. “O governo não pensou nos investimentos que as empresas realizaram, na ampliação da capacidade de produção, na tecnologia empregada, entre outros fatores. Desde então, tudo isso deixou de ser remunerado. O Estado precisa estabelecer os critérios, as regras, e a partir daí deixar para os investidores e o setor privado exercerem aquilo que fazem melhor, que é gerir e investir”, conta o vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Geração, Distribuição e Transmissão de Energia do Espírito Santo (Sinerges), Carlos Sena.
GERAÇÃO DE ENERGIA NO ESPÍRITO SANTO Segundo informações da Agência de Regulação de Serviços Públicos (ARSP), existem 557 empreendimentos geradores de energia elétrica no Espírito Santo. Desse total, 31 são usinas termelétricas, quatro são usinas hidrelétricas, 14 são pequenas centrais hidrelétricas, seis são centrais geradoras hidrelétricas e 502 são unidades fotovoltaicas.
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ECONOMIA
O consumo anual, depois de atingir o ápice em 2015, quando ficou em 11.014 GWh, caiu para 9.313 GWh, em 2016, voltando praticamente ao mesmo patamar de 2010 (9.385 GWh). Por classe de consumo, o industrial respondeu por 40,1%; o residencial, por 24,2%; o comercial, com 18,3%; o rural representou 8,6%; e o item “outros”, formado por poder público, iluminação pública, serviço público e consumo próprio, por 7,6%. Considerando apenas a rede elétrica, 70% da energia consumida no Estado em 2015 foram importados de outros estados. Quando considerados a rede e os autoprodutores, esse percentual cai para 53%. Para Carlos Sena, o gás natural é uma das grandes vocações do Espírito Santo para a geração de energia elétrica, até pelo fato de o Estado ser o segundo maior produtor do país. “Grande parte da nossa produção é enviada para outros estados, principalmente Bahia e Rio de Janeiro. O Governo do Estado possui um grupo de estudo dedicado a buscar mecanismos que mantenham o gás aqui, tornando-o um vetor de desenvolvimento. Entre os assuntos discutidos, estão competitividade e um novo modelo de concessão e distribuição de gás”, destaca. Sena relata ainda um alto potencial não explorado na geração eólica de energia. “Os modelos existentes preconizam a geração em larga escala, para vendas em leilões. Nesse cenário, o potencial econômico do Espírito Santo é pequeno em relação a outras regiões. Entretanto, se o Estado conseguir desenvolver um modelo em que o investimento seja pulverizado entre pequenas empresas e consumidores, esse potencial eólico poderia ser explorado”, acredita. Desde 2012, com a Resolução nº 482, os brasileiros possuem o direito de produzir a própria energia elétrica e acumular créditos com as concessionárias que possibilitam descontos superiores a 90% no valor da conta. “Existem diversos incentivos, como a possibilidade de você produzir sua própria energia em local remoto. É um investimento de boa remuneração, a uma taxa conservadora de 16,9% ao ano, superior à Selic e a títulos de renda fixa. A tarifa de energia é cara e crescente, por isso a autogeração vem crescendo e criando boas oportunidades de negócios. São empresas que desenvolvem pequenos projetos de geração e também as instaladoras de painéis fotovoltaicos, que tendem a migrar para a área de geração própria”, estima Carlos Sena. 74
Desde 2012, concessionárias de energia estão sendo remuneradas com preços até 70% inferiores pelo serviço prestado
INVESTIMENTOS O Governo do Estado tem estruturado o Programa de Eficiência Energética e Energias Renováveis, criado com o objetivo de disponibilizar linhas de crédito direcionadas a projetos de eficiência energética. Sua implantação foi viabilizada mediante Termo de Cooperação firmado com diversas entidades. Entre elas, o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), que só em projetos contratados possui R$ 18 milhões em investimentos prospectados no setor. Em junho, a EDP Espírito Santo anunciou a destinação de R$ 300 milhões para expansão, modernização, combate às perdas, infraestrutura e atendimento ao cliente. O valor aplicado em 2017 é 90% superior ao registrado em 2015 e 27% maior do que em 2016. Outro investimento anunciado foi o da Brametal, na expansão da planta industrial localizada em Linhares. Os investimentos de R$ 34 milhões serão utilizados em linhas de transmissão de energia e telecomunicação e na fabricação de suportes metálicos para placas fotovoltaicas, com previsão de gerar 160 novos empregos diretos. A companhia estima aumentar seu faturamento em 40% até 2020. Em leilão realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em abril, foi arrematado um empreendimento em Rio Novo do Sul, uma subestação, representando investimento de R$ 150 milhões. Em novo leilão, serão oferecidos outros quatro lotes no Espírito Santo, além de um não arrematado em abril, que atrairá mais investimentos para o setor energético local. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
ECONOMIA COMÉRCIO EXTERIOR
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COMÉRCIO EXTERIOR VISLUMBRA PERSPECTIVAS DE RECUPERAÇÃO Retomada da economia proporciona aumento das exportações e importações e sinaliza cenário favorável ao setor
S
26%
Foi o aumento das exportações capixabas no primeiro semestre, na comparação com o mesmo período de 2016
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e em 2016 o comércio exterior capixaba sentiu os efeitos da crise econômica e da falta de competitividade dos portos do Espírito Santo, 2017 iniciou com mudanças positivas para o setor. Décimo maior exportador entre os estados brasileiros, o Espírito Santo registrou uma cifra de US$ 4 bilhões em embarques, de janeiro a junho deste ano. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, quando foram exportados US$ 3,1 bilhões, o crescimento obtido foi de 26%. O Espírito Santo mantém em 2017 sua característica de vendedor de commodities. As exportações capixabas são, em sua grande maioria (45%), compostas por produtos como minério de ferro e petróleo. Já os semimanufaturados correspondem a 27% desse total, com destaque para celulose e produtos de ferro e aço. Os itens manufaturados, por sua vez, participam com 28% do montante, constituídos em especial por granitos trabalhados e laminados de ferro e aço. 77
ECONOMIA
O minério de ferro se manteve como principal produto fornecedor pelo Estado ao exterior, embora tenha reduzido sua representatividade nos últimos anos: no primeiro semestre de 2017, os embarques cresceram 40% em relação ao mesmo período de 2016, chegando a US$ 963 milhões. Os produtos siderúrgicos (com US$ 849 milhões exportados) e o petróleo (com US$ 530 milhões) também apresentaram desempenho significativo, com crescimento de 45% e 152%, respectivamente, na comparação com o primeiro semestre de 2016.
IMPORTAÇÕES O avanço nos primeiros seis meses de 2017 também foi observado nas importações capixabas, que totalizaram US$ 2,1 bilhões. O número é 14% maior que o do mesmo período do ano anterior, que registrou US$ 1,8 bilhão. As importações do Espírito Santo compõem-se majoritariamente por produtos de alto valor agregado, que correspondem a mercadorias manufaturadas (61% do total negociado). Embora, de modo geral, os segmentos de produtos importados pelo Espírito Santo apresentem queda quando analisada a série histórica dos últimos cinco anos, alguns setores tiveram recuperação em relação ao mesmo período de 2017. É o caso do carvão mineral, insumo para produção das indústrias siderúrgicas, que isoladamente foi protagonista no crescimento das importações do Espírito Santo no primeiro semestre de 2017, registrando alta de 123% na comparação com o mesmo período de 2016. Os dados demonstram um aquecimento, mesmo que tímido, da economia brasileira, que se reflete diretamente na expansão das importações. “Com a queda do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado, houve uma grande redução nos investimentos e na demanda por produtos para atender ao mercado doméstico. Embora em 2017 tenha havido um crescimento de cerca de 14% nos primeiros seis meses do ano, estamos ainda muito longe do nível de importações de 2015. É um cenário melhor, mas temos que levar em conta que a base de comparação é 2016, ano em que tivemos uma baixa atividade econômica. De todo modo, o cenário ajuda a elevar a confiança do empresariado, mesmo diante dos gargalos logísticos no país”, destaca o presidente do Sindicato do Comércio de Exportação 78
Retomada da economia incentiva a recuperação do comércio exterior
e Importação do Estado do Espírito Santo (Sindiex), Marcilio Rodrigues Machado. Enquanto o setor fica dependente dos investimentos públicos em obras de infraestrutura – como a dragagem da baía de Vitória e as obras de renovação do aeroporto, que deverão ser concluídas em 2017 –, os empresários buscam diversificar os investimentos. “Mesmo com uma queda no PIB, como ocorreu nos últimos anos, existem sempre nichos de mercado que apresentam crescimento. Os empresários de sucesso sabem que há novas oportunidades a serem exploradas e procuram fazer investimentos em vários setores, principalmente naqueles ligados à logística e à distribuição de produtos”, afirma Marcilio. O presidente do Sindiex destaca que os principais entraves ao desenvolvimento do comércio exterior capixaba continuam relacionados a questões tributárias e de infraestrutura. “Com a recente convalidação dos incentivos fiscais, torna-se importante fortalecer o Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap) e, consequentemente, o Espírito Santo como um local confiável e de grande expertise para atrair negócios de investimento em infraestrutura e logística. Também é um desafio resolver o problema de infraestrutura portuária e executar, pelo menos, um projeto de porto que possa atrair navios maiores que transportem contêineres. Ao mesmo tempo, são necessários projetos de infraestrutura portuária e ferroviária que liguem o Espírito Santo aos maiores centros consumidores do Brasil. Realizar a duplicação da rodovia BR-101 é outra ação de vital importância para a logística do Estado”, esclarece. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
ECONOMIA SERVIÇOS
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354
É o número de empresas do setor de comércio/serviços que fecharam as portas no Espírito Santo no primeiro trimestre de 2017
SETOR DE SERVIÇOS LUTA PARA RETOMAR O CRESCIMENTO Crise econômica começa a ficar para trás e empresas vislumbram cenário favorável nos próximos meses
O
setor de serviços historicamente é um reflexo de como anda a economia brasileira de forma geral. Se as vendas estão em alta, toda uma cadeia é movimentada, empregos são gerados e mais empresas aparecem. No entanto, a realidade do segmento no Espírito Santo em 2017 ainda é de preocupação. O pior da crise econômica dos últimos dois anos dá sinais de que aos poucos começa a passar, mas os desdobramentos do difícil momento ainda se fazem sentir. A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em maio apresentou a segunda queda mensal consecutiva. Por outro lado, mesmo com o recuo de 1% em relação a abril, quando comparado ao mesmo período do ano passado, o setor obteve leve crescimento (0,3%). Já em relação a maio do ano passado, os resultados por atividades, sem ajuste sazonal, mostram um crescimento nos transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio (4,9%) e nos chamados serviços prestados às famílias (1,0%). O bom resultado nos transportes pode ser explicado por uma maior demanda dos setores industrial e agrícola e pelo incremento das exportações.
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ECONOMIA O setor de serviços reflete o comportamento dos demais setores da economia e vem acompanhando a volatilidade dessas atividades
O lado negativo na comparação com 2016 fica com os segmentos de outros serviços (-6,2%); serviços profissionais, administrativos e complementares (-5,7%), além de serviços de informação e comunicação (-2,9%). Nos cinco primeiros meses do ano, os resultados acumulados apontam as maiores quedas para os campos de outros serviços e serviços profissionais, administrativos e complementares (-10,3% e -9,0%, respectivamente). De acordo com o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo (Fecomércio-ES), José Lino Sepulcri, o que se pode observar a partir do levantamento é uma redução do ritmo de queda registrada pelo indicador acumulado em 12 meses, cuja variação negativa registrada de 6,1% em maio é a menor desde março de 2016. “Significa dizer que números muito ruins estão ficando para trás”, enfatizou ele. Na avaliação de Sepulcri, a tendência de conter gastos ainda segue como palavra de ordem, e alguns segmentos acabam mais atingidos neste momento. A diminuição de empregos, que tem impacto direto no consumo das famílias capixabas e brasileiras, acaba criando um efeito de bola de neve e, mesmo que já se fale em retomada, é preciso ter paciência. “O desempenho dos serviços em parte reflete o comportamento dos demais setores da economia e vem acompanhando a volatilidade dessas atividades. A retração vem sendo muito influenciada pela queda dos serviços prestados às famílias, especialmente nos últimos três meses”, falou.
SETORES MAIS ATINGIDOS PELA CRISE Os efeitos da crise econômica ainda cobram um preço alto a diversos segmentos do comércio e dos serviços, entre os quais estão, por exemplo, as aulas de idioma, ginástica, bares, restaurantes, hotéis, pousadas e lavanderias. Sepulcri explica a redução na utilização desses serviços pelo ainda amplo e preocupante cenário de desemprego. “As famílias acabam ficando cautelosas em relação aos gastos que podem ser considerados supérfluos, e esse peso supera as demais medidas adotadas para incentivar o consumo”, observou. Para o presidente da Fecomércio, no entanto, existem motivos para otimismo, já que o setor de serviços vem vislumbrando uma diminuição do ritmo de queda 82
da atividade. “Os sinais estão cada vez mais positivos, mas ainda apresentam certa volatilidade, reflexo da indefinida tendência dos indicadores dos demais setores produtivos, posto que o setor de serviços é bastante influenciado por eles. E, também, pelo baixo consumo das famílias, sobre o qual, apesar da queda nos juros e na inflação, o efeito desemprego ainda é forte”, explicou ele. No atual cenário econômico, empresas de micro e pequeno porte, sobretudo quando se fala em lojas de eletroeletrônicos, vestuário e presentes, estão entre as mais vulneráveis e sujeitas a fecharem suas portas. Os dados mais recentes em relação à abertura e ao fechamento de empresas capixabas no setor de comércio e serviços vêm de um balanço do primeiro trimestre do ano, quando ocorreu o fechamento de 354 empresas. “O número representa uma desaceleração de 66% no encerramento das atividades, já que no mesmo período de 2016, mil empresas fecharam”, disse José Lino Sepulcri. Para ele, o cenário é de leve otimismo, embora ainda não seja possível falar em recuperação plena. Na pesquisa de Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) de junho, os resultados são positivos, com 102,2 pontos no indicador de satisfação, o que representa uma alta de 1,5% em relação a maio e de 45,4% contra o mesmo mês do ano passado. A expectativa, finaliza o dirigente, é que a economia se recupere aos poucos neste segundo semestre, trazendo para 2018 um horizonte sem tantas nuvens negras. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
ECONOMIA METALMECÂNICO
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Foto: Agência Vale
2019: O ANO DA RETOMADA Com estabilidade em 2017, o setor metalmecânico prevê crescimento apenas daqui a dois anos
R$ 50 MILHÕES Em negócios foram encaminhados na 10ª Mec Show, com previsão de realização nos próximos 12 meses
O
setor metalmecânico também sofreu com a crise econômica. Em solo capixaba, o impacto foi ainda maior por conta da paralisação das operações da Samarco na usina de Ubu, em Anchieta, causada pela ruptura da barragem da empresa em Mariana (MG). Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo (Sindifer), Lúcio Dalla Bernardina, o ano da retomada será 2019. Até lá, ainda será preciso muita resiliência por parte da indústria. “O Espírito Santo sofreu muito. O setor metalmecânico sofreu mais ainda, por conta da parada da Samarco. Ela é uma empresa importante para o Estado, já respondeu por até 7% do PIB daqui. Quer dizer, a perda social foi enorme e a econômica também. E já são dois anos desde a ruptura da barragem. O que há de positivo é que este ano o setor estabilizou. Não caiu mais. Ainda não ensaiamos a retomada, mas ao menos não caímos mais”. Segundo ele, algumas áreas já mostram um certo crescimento. “As empresas que prestam serviços para a Vale, por exemplo, já têm algum crescimento, uma vez que o mercado internacional está favorável, e a Vale aumentou as exportações. A ArcelorMittal também vai bem. Está trabalhando em regime pleno de produção. E esse crescimento demanda o serviço do setor metalmecânico. Mas, via de regra, este ano não cresceremos, mas fecharemos estáveis. Não cai mais”, avalia. Para 2018, segundo Dalla Bernardina, há uma expectativa de crescimento, mas ainda é cedo para avaliar, já que anos eleitorais podem ter influência direta na economia. “Embora observemos que a economia está se descolando um pouco da questão política. Mas não adianta, volta e meia há reflexo de um no outro, com a política influenciando na alta do dólar e na queda da Bolsa. Hoje, esses dois indicadores estão estabilizados, mas temos que aguardar as eleições para ver como ficarão.”
MEC SHOW Em julho, o Estado recebeu a 10ª Mec Show, Feira da Metalmecânica + Inovação Industrial. Em três dias de evento, 12 mil pessoas conferiram novidades tecnológicas de mais de 150 empresas. O ambiente favoreceu transações futuras, significando que mais de R$ 50 milhões de negócios estão previstos para os próximos 12 meses. “A Mec Show apresenta inovações, novidades tecnológicas, oferece oportunidade de novos contatos e negócios. Importante para a economia
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ECONOMIA
capixaba e consolidada nacionalmente, a feira cresceu e despertou o interesse do mercado internacional. É a primeira vez que expositores de outros países participam do evento. Outro marco nesses 10 anos foi a realização da primeira rodada de negócios nacional e internacional”, afirmou Dalla Bernardina. A Ilha de Inovação, que teve sua área ampliada, aproximou os visitantes e permitiu que conhecessem na prática a funcionalidade da indústria 4.0 e soluções que possam ajudar as micro, pequenas e médias empresas a entrarem nessa nova era industrial. A substituição de processos e equipamentos tradicionais pela robótica ou máquinas inteligentes reforçou a premissa de que inovar é fundamental para o aumento da competitividade e da produtividade no setor. “O Espírito Santo ocupa somente 0,5% da área do território brasileiro e tem 1,9% da população, ou seja, precisamos aproveitar o mercado das grandes empresas aqui instaladas, desenvolver novos produtos e procurar novos mercados, no Brasil e exterior. Para isso é essencial investir em educação, estimular o empreendedorismo, criar a cultura da inovação nas escolas e fornecedores, melhorar a gestão das empresas e praticar o associativismo, na certeza de que juntos faremos o Espírito Santo ainda melhor, propiciando desenvolvimento com qualidade de vida para toda a sociedade. As oportunidades existem”, pontua o presidente do Cdmec, Durval Vieira.
PETROBRAS E há mais possibilidades de negócios surgindo para o setor. No início de setembro, o governador Paulo Hartung recebeu os dois diretores da alta cúpula administrativa da Petrobras, que afirmaram o interesse da estatal em trazer novas operações para o Espírito Santo. Na oportunidade, foi discutido o modelo para criação de uma empresa responsável pela distribuição de gás encanado em todo o Estado, e Hartung também reiterou a importância da contratação de prestadores de serviços capixabas e de a Petrobras trazer o máximo de atividades complementares do setor de petróleo e gás para o Espírito Santo. O Estado deve receber cerca de R$ 30 bilhões em investimentos da Petrobras até 2021. “Nosso objetivo é garantir que esses investimentos movimentem a cadeia de fornecedores locais, gerando emprego e renda para os capixabas”, destacou o secretário de Estado de Desenvolvimento, José Eduardo Azevedo. Em agosto de 2016, o Governo do Estado e a BR Distribuidora assinaram um memorando de entendimentos em que se comprometem a unir esforços para estudar a criação de uma empresa estadual (sociedade de economia mista) da qual ambos serão sócios na exploração 86
A Mec Show apresentou inovações, novidades tecnológicas e oportunidades de novos contatos e negócios
dos serviços de gás canalizado no Estado. O memorando prevê a contratação de estudos de avaliação de ativos do serviço de distribuição de gás canalizado no Espírito Santo, de modelagens da nova concessão/prestação do serviço e do Plano de Negócio. De acordo com o presidente do Sindifer, há ainda investimentos de longo prazo. “Em setembro, tivemos leilões de blocos de exploração de petróleo, inclusive alguns no Espírito Santo. A expectativa, portanto, é de que ocorram investimentos por aqui. Mas a produção só começa em um ano, um ano e meio. Há toda uma burocracia para se realizar. E esse dado também aponta que o ano da retomada será 2019.”
O SETOR METALMECÂNICO O setor metalmecânico capixaba é um dos mais desenvolvidos e preparados para apoiar o crescimento da economia local e nacional, atendendo a áreas como mineração, metalurgia, siderurgia, mármore e granito, papel e celulose, petróleo e gás. Segundo o Centro de Desenvolvimento Metalmecânico (Cdmec), a atividade gera aproximadamente 30 mil empregos diretos nas quase 1,3 mil empresas de transformação de metais e de produção de bens e serviços intermediários, como fundições, fabricantes de tubos com costura, estruturas metálicas, oficinas de corte, soldagem e serviços especializados de montagem e manutenção industrial. Também envolve a produção de bens finais, como máquinas, equipamentos, torres de transmissão, motores elétricos e materiais de transporte. O avanço é garantido por ações que buscam a melhoria constante de produtos e serviços. Parte delas é promovida pelo Cdmec. A instituição trabalha para ampliar a competitividade das empresas por meio de ações de capacitação, parcerias e intercâmbio com empresas nacionais e internacionais. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
DESTAQUE EMPRESARIAL METODOLOGIA
EMPRESÁRIO, EXECUTIVO E EMPRESA DESTAQUES 2017 N este ano, assim como nos anteriores, o anuário IEL 200 Maiores e Melhores Empresas no ES promoveu a eleição do Empresário, da Empresa e do Executivo Destaque. A eleição foi realizada via web, com participação de um público representativo, formado pelas empresas, pelos fornecedores do Prodfor, por órgãos de apoio e fomento, diretores, conselheiros, executivos e gerentes do Sistema Findes, membros dos Conselhos Temáticos e Assessoria Técnica da Findes, Federação do Comércio, jornalistas e editores dos principais veículos de comunicação do Estado do Espírito Santo e outros formadores de opinião. O processo de eleição ocorre em duas etapas: • Primeira etapa: Eleição por meio de livre votação dos pré-candidatos a Empresário, Executivo e Empresa Destaque em 2017; • Segunda etapa: Consistiu na efetiva eleição do Empresário, do Executivo e da Empresa Destaque em 2017, a partir dos três mais votados em cada categoria na primeira etapa.
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Para essa finalidade, foram adotados os seguintes conceitos: • Empresário Capixaba Destaque: Empresário capixaba que mais se destacou no ano de 2017. • Empresa Destaque em Operação no ES: Empresa em operação no Espírito Santo que mais se destacou em 2017. • Executivo Destaque: Principal executivo de empresa em operação no Espírito Santo, que mais se destacou em 2017 na condição de dirigente. Todo o processo e sistema de eleição foram desenvolvidos e acompanhados pela equipe do IEL-ES, em ambiente web, por meio de uma interface para o usuário (eleitores) e de uma área restrita para os administradores do sistema, atendendo aos requisitos de segurança e performance, que permitem a cada destinatário votar apenas uma única vez. Os e-mails foram disparados através de sistema informatizado, a partir das informações alimentadas no banco de dados pela equipe do IEL-ES. O conteúdo do texto esclareceu que a forma de votação indicava um link para acesso ao site da eleição, em que o sistema gerava um código de forma aleatória, não permitindo nova indicação. A votação ocorreu nos meses de setembro e outubro de 2017. Após esse período, foram gerados os relatórios com os resultados da apuração. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
EMPRESÁRIO DESTAQUE
ROGÉRIO SALUME Ao democratizar o vinho na mesa do consumidor, o empreendedor Rogério Salume transformou a Wine na maior empresa de e-commerce do produto na América Latina e a terceira maior no mundo
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xplorar um mercado e empreender com inovação não é uma tarefa fácil. Imagine então um mercado como o de vinhos, que sempre foi considerado exclusivo. Se já era difícil vender a bebida para o grande público, que dirá focar as vendas pela internet? Parecia uma missão impossível. Não para Rogério Salume, 44 anos, fundador e CEO da Wine, maior e-commerce de vinho da América Latina, que pela segunda vez foi eleito Empresário Destaque, em 2017. Ao nascer em 2008, a Wine.com.br tomou a incomum decisão de tentar desenvolver uma cultura de amor ao vinho em um país onde ela mal existia antes. O empresário acreditou que era preciso democratizar a bebida no país. “Tomar vinho não pode ser uma coisa tão complicada a ponto de inibir o consumidor. Nosso objetivo é democratizar o acesso, desmistificar o vinho e trazer a diversidade de rótulos para o público”, afirma Rogério Salume. Ao focar a internet, a Wine rapidamente ganhou abrangência, e a presença de um sócio investidor em 2012 – a eBrics Digital – deu fôlego a novas iniciativas. Em 2013, o empresário começou a investir na área da cerveja e, dois anos depois, lançou o e-commerce e clube de cervejas, a WBeer.com.br, seguindo o mesmo tripé da Wine: seleção, indicação e entrega. Além do site, a empresa também administra o Clube W e o Clube Beer, um destinado a assinatura de vinhos, e outro, à cerveja. Mas Rogério Salume não parou por aí, e novas mudanças ocorreram. Em 2016, a Península Partici-
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pações, empresa de investimentos controlada por Abilio Diniz, adquiriu uma participação na Wine, cujo investimento está sendo utilizado para ampliar a presença da Wine.com.br e da WBeer.com.br no mercado nacional e no processo de internacionalização das duas marcas. Em setembro deste ano, apenas dois após ter estendido sua atuação para o mercado de café em cápsulas, a Wine decidiu vender os 40% dos ativos que mantinha na suíça Mocoffee. A decisão se deve a um planejamento da empresa de “se dedicar integralmente ao seu negócio de e-commerce de vinhos e cervejas”. No mesmo mês, em setembro, a Wine adquiriu 100% do CluBeer.com.br, serviço de venda de cervejas por assinatura na internet. Hoje, a Wine é controlada pela e.Bricks Digital, dona de 40% do capital, e pela Península Participações, de Abílio Diniz, que tem participação entre 30% e 40% na varejista de bebidas. Os fundadores Rogério Salume e Fernando Opitz passaram a ser sócios minoritários. Com a nova aquisição, Salume disse que a meta é liderar o comércio on-line de cerveja no longo prazo e estima chegar a uma receita de R$ 100 milhões em dois a três anos. Com base na cidade da Serra (ES), a empresa oferece hoje cerca de 2 mil rótulos de vinhos para seus 300 mil clientes, espalhados por todo o país. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
EXECUTIVO DESTAQUE
FÁBIO BRASILEIRO Com uma bem-sucedida trajetória de 28 anos, o executivo comanda a Diretoria de Operações Logísticas da Vale, que ocupa o quinto lugar no ranking das maiores empresas do país
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ascido em Vitória, o capixaba Fábio Brasileiro, 50 anos, é graduado em Administração de Empresas pela Fundação Brasileira de Ensino Superior (Faesa), pós-graduado em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade de São Paulo (USP) e acumula o título de especialista em Gestão Estratégica pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), de Cambridge, em Massachusetts, nos Estados Unidos. Em 1987, ele iniciou a sua carreira como estagiário na Vale, no setor de Economia e Comércio Exterior, do Porto de Tubarão, em Vitória. Com 28 anos de experiência profissional ao longo de sua trajetória, o executivo ocupou diferentes posições técnicas, gerenciais e executivas na Vale e em empresas dos setores de logística de granéis, portos, transporte transoceânico, ferroviário e de mineração. Em 2016, assumiu a representação institucional da Vale no Espírito Santo, ocupando o cargo de diretor de Operações Logísticas, função que exerce até hoje. “A história da Vale se confunde com a história dos capixabas”. Com essa frase, Fábio Brasileiro traduz a
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crença de que a Vale e o Espírito Santo se desenvolveram juntos nesse meio século em que o Complexo de Tubarão foi inaugurado. A empresa já mantinha atividades portuárias no Estado desde a década de 1940, mas foi com a implantação do Porto de Tubarão, em 1966, que passou a ter participação decisiva no seu processo de industrialização e modernização. Brasileiro acredita ter sido escolhido como o Executivo Destaque 2017 em virtude da relevância da Vale para o Espírito Santo e da sua proximidade com diversas instituições e com a sociedade capixaba. “A mineradora é uma das maiores empresas do Estado, gerando 7 mil empregos diretos, realiza 56% de suas compras com empresas locais e responde por cerca de 13% do PIB estadual. Também mantemos importantes ativos socioambientais no Espírito Santo, como o Museu Vale, o Parque Botânico, a Reserva Natural de Linhares, o Trem de Passageiros e a Estação Conhecimento, que fomentam o desenvolvimento ambiental, social e cultural do Estado por meio do acesso à cultura, ao lazer, ao conhecimento e à inclusão social”, afirma. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
EMPRESA DESTAQUE
WINE A empresa vende mais de 2 mil rótulos de vinhos e cervejas e possui 300 mil clientes ativos, além de 140 mil filiados ao Clube W, de compras pela internet
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esmo ciente de que o consumo de vinho no país era ínfimo – o brasileiro consome 2,2 litros por ano contra 44 litros na França, por exemplo –, o empresário Rogério Salume, 44 anos, com um investidor, resolveu arriscar e criar uma loja virtual de vinhos em 2008, a Wine. Apesar dos prognósticos contrários, a Wine.com.br provocou uma pequena revolução na venda e distribuição de vinhos pela internet. Salume democratizou o consumo de vinho no Brasil e rapidamente fez de sua empresa o maior e-commerce da bebida na América Latina e a terceira maior no mundo. Por essa trajetória meteórica, a Wine foi eleita pela segunda vez a Empresa Destaque em 2017. A primeira foi em 2015. “Sempre acreditei no potencial de aumentarmos o nosso conhecimento e o consumo da bebida no país. Conseguimos fechar o ano de 2016 com mais de 140 mil assinantes em nossos clubes de vinho, que têm disponíveis cerca de dois mil rótulos, provenientes de todas as regiões do mundo”, afirma o CEO e cofundador da marca, Salume. Agora ele pretende repetir a façanha com cervejas. Desde 2012 a ideia de expandir a Wine vem sendo maturada. Naquele ano, a empresa já dava lucro, faturava R$ 120 milhões e havia recebido um significativo aporte do fundo de investimento e-Bricks, braço de investimentos no setor digital do grupo RBS. Em 2015, a empresa lançou o e-commerce e o clube de cervejas, a WBeer, passando a administrar também dois
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clubes com sistema de assinaturas, um de vinho e outro de cerveja. Ainda em 2015, a capixaba Wine estendeu sua atuação para o mercado de café em cápsulas, ao comprar a suíça Mocoffee, mas decidiu vender os 40% dos ativos que mantinha na cafeeira em setembro deste ano. De acordo com um comunicado da Wine, a decisão se deve a um planejamento da empresa de “se dedicar integralmente ao seu negócio de e-commerce de vinhos e cervejas”. Mas o plano foi além e, em 2016, a Península Participações, empresa de investimentos de Abilio Diniz, adquiriu uma participação na Wine, passando a dividir o controle da empresa com a e.Bricks. O investimento servirá para ampliar o processo de internacionalização das duas marcas. Atual presidente executivo da empresa, Rogério Salume segue no cargo, mantendo sua presença na sociedade – o mesmo vale para Fernando Opitz, primeiro investidor da Wine. Em setembro deste ano, a Wine deu mais um passo e adquiriu 100% do CluBeer.com.br, serviço de venda de cervejas por assinatura na internet. Com a aquisição, a operação de cervejas, que em 2016 respondeu por cerca de 6% da receita total da Wine.com.br, passará a representar em torno de 10% da receita prevista para o ano, de R$ 400 milhões. Com um centro de distribuição na Serra (ES), atualmente a empresa vende mais de 2 mil rótulos de vinhos e cervejas e possui 300 mil clientes ativos em todo o país. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
DESTAQUE EMPRESARIAL SESI
SESI INVESTE EM SOLUÇÕES EM SAÚDE E SEGURANÇA PARA A INDÚSTRIA Com soluções em educação, lazer, cultura, segurança e saúde do trabalho e responsabilidade social empresarial, entidade alavanca o desenvolvimento da indústria
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Sistema Findes, por meio do Sesi-ES, aposta em soluções que promovem aumento da produtividade para os trabalhadores da indústria e mais qualidade de vida para esses colaboradores e seus familiares. Em sua carteira de clientes constam mais de 1,8 mil empresas e 50 mil trabalhadores atendidos. Entre os serviços oferecidos está o Programa de Absenteísmo, que procura entender e reduzir as ausências no trabalho, controlar o absenteísmo e diminuir os afastamentos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Já o Programa Indústria Segura oferece às empresas
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um diagnóstico das normas regulamentadoras (NRs) aplicáveis, além de assessoria e monitoramento das medidas de melhoria previstas, auxiliando a implantação das mais eficazes práticas de segurança e saúde no ambiente laboral. As ações do programa passam por consultoria no desenvolvimento de documentos cobrados pela fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE); relatório das necessidades principais de segurança; auxílio para adequação às normas regulamentadoras; e elaboração de palestras e treinamentos exigidos pelas NRs. Ainda nesse campo, a entidade também destaca ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
o NR 12, com auxílio às indústrias na implementação dessa norma, que trata de segurança no trabalho em máquinas e equipamentos. Outras iniciativas que não podem deixar de ser citadas são os programas de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e a assessoria para criação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa). Com o compromisso de levar ao empregador e ao empregado a promoção da saúde e segurança no trabalho de forma integrada, o Sesi-ES conta hoje com seis unidades de saúde e segurança fixas, em Aracruz, Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Linhares, Serra e Vitória, que oferecem serviços de gestão em SST, documentação legal, assessorias, consultas em medicina ocupacional e assistencial, exames laboratoriais e complementares, além de consultas em diversas especialidades médicas e de assistência à saúde, tais como: cardiologia, clínica geral, neurologia, oftalmologia, dermatologia, psicologia e nutrição, entre outras. O Sesi-ES promove também a campanha de vacinação contra a gripe nas empresas do Estado, reduzindo o absenteísmo, evitando a baixa produtividade e melhorando a imunidade individual e coletiva. O investimento nas unidades de saúde e segurança no trabalho demandou recursos da ordem de R$ 4 milhões. “A aceitação do industrial e da comunidade em geral foi muito grande, e a procura tem excedido as nossas expectativas. O Sesi busca alcançar e oferecer atendimentos em saúde para as indústrias situadas em municípios do interior do Estado”, enfatizou a gerente executiva de Negócios e Operações do Sesi-ES, Yvanna Pimentel. Já com as Unidades Móveis, o Sesi-ES oferece atendimento in company nas indústrias, evitando o deslocamento dos empregados e a perda de tempo de produção na empresa. Atualmente a estrutura conta com 11 Unidades Móveis de Odontologia, quatro de Audiometria e três Dual Saúde Ocupacional/Odontológica. Há ainda investimento de R$ 1,1 milhão em uma unidade exclusiva para a realização de mamografias, apresentada no mês de outubro no Palácio Anchieta, no Centro de Vitória. A entidade possui também o Espaço Saudável, em Jardim da Penha, na capital, que oferece serviços personalizados de condicionamento e reabilitação funcional para industriários e comunidade em geral. A equipe é composta por fisioterapeutas e educadores físicos. Segundo o superintendente do Sesi-ES, Luis Carlos Vieira, além da expansão da rede de Saúde e Segurança no Trabalho e da oferta de serviços via Unidades Móveis, a entidade vem ampliando sua rede de credenciamentos de serviços nos ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
Acompanhe as ações do Sesi-ES Já está à disposição das indústrias, por intermédio da iniciativa do Sesi-Departamento Nacional, uma série de vídeos sobre saúde e segurança no trabalho, batizado de 100% Seguro. Tendo início com os setores de mineração e frigorífico, a ação também contará com materiais para o setor de panificação, atendendo assim os segmentos e arranjos produtivos locais. Os vídeos estão disponibilizados gratuitamente na internet, no site www.portaldaindustria.com.br.
municípios desprovidos de uma estrutura física. “Dessa forma, buscamos alcançar e oferecer atendimentos em saúde para as indústrias situadas em municípios do interior do Estado”, disse. De acordo com Vieira, o Sesi planeja terminar 2017 atendendo de forma eficaz e sendo reconhecido como provedor de importantes soluções em SST para as indústrias do Espírito Santo, realizando mais de 340 mil atendimentos.
SAÚDE PARA O TRABALHADOR, INDÚSTRIA MAIS FORTE Para o Sesi, a qualidade de vida está diretamente ligada à produtividade do trabalhador. Por isso, acredita ser fundamental investir na saúde do profissional e na segurança no meio laboral. As ações promovidas pela entidade acabam resultando em ambiente de trabalho seguro e saudável, com vantagens para as empresas, que passam por um aumento da produtividade e da competitividade, melhora das relações com os trabalhadores, valorização da marca e da credibilidade, e diminuição dos gastos operacionais decorrentes de faltas e afastamentos por doenças ou por acidentes. Uma das soluções oferecidas é a ginástica laboral, considerada modelo no país. O programa promove a saúde, por meio de ações educativas cujo objetivo é reduzir as dores corporais e aumentar a produtividade do trabalhador da indústria. A iniciativa disponibiliza às indústrias um serviço na atenção contínua à saúde, com atividades como alongamentos específicos para cada função laboral, minipalestras informativas, dinâmicas em grupo e orientações posturais, entre outras. “A Ginástica na Empresa é um programa de caráter socioeducativo, que veio para proporcionar para o trabalhador da indústria – no início, no meio ou no fim 97
DESTAQUE EMPRESARIAL
de sua jornada – um momento de relaxar, de preparar a musculatura para a atividade laboral que ele vai desempenhar ao longo do dia. Contamos com professores de Educação Física, que fazem avaliações e daí chegam ao que é preciso para a correção postural dos trabalhadores, além de passar exercícios de acordo com a função desse trabalhador no processo produtivo da empresa. É algo que também gera uma integração entre os trabalhadores do mesmo setor de outros departamentos da empresa, com a descontração deixando o ambiente mais leve e produtivo”, disse Alberto Mathias, gerente da Divisão de Esporte e Lazer do Sesi-ES. Segundo ele, a iniciativa começou cerca de duas décadas atrás e tem sido importante desde então. “Começamos na oficina da Vale, há muitos anos. Hoje, já atendemos diariamente 25.000 trabalhadores de diversas indústrias do Espírito Santo. É realizada uma avaliação cinésio-funcional, que verifica a capacidade do trabalhador de executar movimentos indispensáveis para as atividades funcionais do dia a dia. Em cima disso, elaboramos um relatório e, consequentemente, os exercícios que ajudam o funcionário nas suas atividades. Essa ação pode acontecer uma vez por semana, duas vezes ou mesmo todos os dias. Vai depender das informações que levantarmos”, explicou Mathias. Desde 2014, o Sesi-ES promove também o serviço de assessoria e consultoria em ergonomia, com a proposta de desenvolver soluções customizadas a cada setor industrial, conforme risco identificado, oferecendo aos trabalhadores melhores condições laborais. Entre as soluções ergonômicas estão as palestras e treinamentos em Norma Regulamentadora 17 (ergonomia); blitz postural dos trabalhadores nos postos de trabalho (forma individual ou coletiva); e Análise Ergonômica do Trabalho (AET), que é um documento legal cobrado pela fiscalização do trabalho e cujo cumprimento é exigido nos itens da NR 17; e implementação das soluções sugeridas no plano de ação contido na AET. “A implementação de toda a assessoria é realizada de forma modelada e customizada a cada cliente e suas realidades conforme prioridade de riscos ergonômicos identificados. Sendo assim, as indústrias possuem várias ações disponíveis, podendo comprar os itens de forma segmentada ou completa. O Sesi é bastante flexível ao sugerir as ações de forma a reduzir, ou, sempre que possível, excluir os riscos identificados em análise. Com esses serviços, alinhamos as expectativas e benefícios gerados aos trabalhadores, prevenindo lesões em suas atividades laborais, e às empresas, com o 98
Espaço Saudável oferece serviços personalizados de condicionamento e reabilitação funcional para industriários e comunidade em geral
aumento da produtividade e a redução de afastamentos ocupacionais. Então, o Sesi apresenta às indústrias, de vários setores como investir em ações preventivas de saúde postural e funcional dos trabalhadores pode gerar benefícios como produtividade, saúde postural e rentabilidade entre os envolvidos”, falou Aline Conte Cerutti Rosalem, ergonomista e fisioterapeuta do trabalho. A equipe é composta com o suporte de enfermagem do trabalho, técnicos e engenheiros de segurança e médicos do trabalho, que atuam na identificação de riscos ocupacionais por meio de outros programas legais em SST. Em 2017, o serviço de ergonomia já beneficiou 2,7 mil trabalhadores das indústrias. Aberto ao povo capixaba como um todo, o Sesi-ES segue sendo uma referência em práticas que resultam em bem-estar, em maior eficiência e numa indústria cada vez mais forte, dinâmica e preparada para novos desafios. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
DESTAQUE EMPRESARIAL SENAI
SENAI FAZ BALANÇO DE BRASIL MAIS PRODUTIVO Programa tem gerado aumento médio de 51% na produtividade de empresas brasileiras
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ma iniciativa voltada para a melhoria de processos e que pode resultar no aumento da produtividade das empresas industriais. Com esse objetivo, foi lançado no Espírito Santo em 2016 o programa Brasil Mais Produtivo (BMP). A indústria capixaba é responsável por cerca de 40,5% do PIB estadual, e medidas como o programa chegam para atender setores importantes, como o metalmecânico e o de alimentos e bebidas. O Brasil Mais Produtivo irá contemplar, em todo o país, 3.000 pequenas e médias indústrias e é uma iniciativa do
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Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) em conjunto com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). O atendimento a cada empresa é feito por consultores do Senai, com duração de 120 horas. O investimento por empresa é de R$ 18 mil, dos quais R$ 15 mil vêm do governo, e os outros R$ 3 mil, como contrapartida da empresa. Com um orçamento da ordem de R$ 50 milhões, a primeira fase do programa vai ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
Os sete principais tipos de desperdício na indústria • Defeitos • Superprodução • Tempo de espera • Transporte
• Excesso de processamento • Inventário • Movimento
estão em andamento. Grande parte das empresas (360) que passaram pela consultoria do programa estão situadas na Região Sul do país. Outras 353 são da Região Sudeste e 219 delas estão no Nordeste. Empresas das regiões Centro-Oeste (213) e Norte (79) também estão no programa.
EMPRESAS CAPIXABAS APOIAM INICIATIVA
até o fim deste ano e prevê a intervenção no nível intrafirma, mostrando como aumentar a produção por meio de técnicas que têm como base a redução dos sete principais tipos de desperdícios na indústria: defeitos, superprodução, tempo de espera, transporte, excesso de processamento, inventário e movimento. Segundo dados da ABDI, que cuida da gestão do BMP, até agosto, 1.224 atendimentos foram concluídos e outros 1.747
“Para 2018, a meta deve ser atender mais de 150 empresas e, até 2020, termos 500 empresas atendidas” Mateus Simões de Freitas, diretor de Inovação, Tecnologia e Produtividade do Senai-ES
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
O Brasil Mais Produtivo já foi lançado em 15 estados, mas há atividades acontecendo no país como um todo. No Espírito Santo, o programa foi apresentado na sede do Edifício Findes, em Vitória. Um ano depois do lançamento, empresas começaram a receber consultoria técnica no processo produtivo, sob a coordenação técnica do Senai. Luis Carlos Vieira, diretor regional do Senai-ES e superintendente do Sesi-ES, lembra que o BMP surgiu com foco no aumento da produtividade por meio de ações de rápido impacto e baixo custo de implantação. “Funciona utilizando métodos de manufatura enxuta (lean manufacturing), medindo a produtividade antes da ação (Etapa 1), aplicando métodos de redução de desperdícios (Etapa 2) e medindo a produtividade final (Etapa 3). O papel do Senai-ES na sociedade capixaba é atuar para o aumento da competitividade da indústria, por meio de educação, tecnologia e inovação. Por esse motivo, a metodologia de aplicação no programa Brasil Mais Produtivo – que será a mesma do Programa Espírito Santo Mais Produtivo – foi desenvolvida e é de propriedade do Senai, o único executor do programa”, disse ele. De acordo com o diretor de Inovação, Tecnologia e Produtividade do Senai-ES, Mateus Simões de Freitas, a expectativa é finalizar o atendimento a 26 empresas ainda em 2017 e contratar mais 74 para iniciar no próximo ano. “Para 2018, a meta deve ser atender mais de 150 empresas e, até 2020, termos 500 empresas atendidas. A expectativa é que a média de ganho de cada empresa ultrapasse a meta projetada de 20%, auxiliando as empresas capixabas participantes do projeto a aumentar sua eficiência e sua competitividade no mercado estadual, nacional e internacional, gerando mais receita e empregos”, enfatizou. 101
DESTAQUE EMPRESARIAL
E, de fato, as empresas que tiveram atendimento concluído até agora pelo programa Brasil Mais Produtivo em todo o país alcançaram um aumento médio de 51% na produtividade, porcentagem bem acima da meta inicial (20%). Os dados apontam que elas reduziram, em média, 56% o deslocamento desnecessário por meio da reorganização de processos e layouts, priorizando as atividades que agregam valor. Além disso, registraram redução de 58% nos rejeitos e descarte de materiais decorrentes de falhas de processamento durante a fabricação. Do ponto de vista de Freitas, o retorno da indústria capixaba com o Brasil Mais Produtivo também tem sido fator de grande otimismo. “O benefício está no ganho de produtividade, além da redução de desperdícios, do tempo de execução das tarefas, do consumo de insumos e do consumo energético, consequentemente reduzindo custos e aumentando a produtividade e lucros. O feedback dos empresários tem sido muito positivo, uma vez que a média de ganho de produtividade ultrapassa os 50%, o que tem nos motivado a buscar meios para ampliar a atuação do BMP no nosso Estado”, revelou. Uma das empresas que investiu no programa foi a Alunobre Indústria. Especializada em esquadrias de alumínio, a empresa, com sede no Civit II, na Serra, tem entre seus clientes construtoras, incorporadoras, condomínios, residências, indústrias, shoppings, hotéis e grandes empreendimentos. Para o gerente técnico comercial da Alunobre, Carlos Douglas Torres Amorim, o resultado foi mais que satisfatório. “O que nos motivou foi a possibilidade de ampliar o nosso setor produtivo e buscar melhorias junto com os nossos colaboradores, além de
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identificar problemas, reduzir perdas e ajudar na busca por soluções inovadoras em nossa cadeia produtiva. São esses alguns dos benefícios que acreditamos que o programa pode nos proporcionar. Foi de grande valia a nossa participação, e esperamos alcançar esses resultados muito em breve. No Brasil, a produção é muito baixa. Precisamos melhorar muito e esse programa representa uma importante evolução. Ele chegou para mostrar às micro e pequenas empresas como aumentar a produção e se colocar de forma mais competitiva no mercado”, explicou. Outra empresa que avalia de forma positiva o programa Brasil Mais Produtivo em terras capixabas é a Metalúrgica Tecnosteel, que trabalha com produtos como colunas de processo, reatores químicos, trocadores de calor, tanques de armazenamento, silos, plantas de biodiesel e vasos de pressão. “Com o aperfeiçoamento da fabricação de nossos produtos, por meio de ferramentas de engenharia, a empresa ganha em eficiência em seus processos. Com as avaliações do programa, conseguimos, com poucas modificações, saber como diminuir custos e ampliar a produção. Buscamos o Brasil Mais Produtivo pela necessidade de melhoramos uma linha de um produto, até pelo que víamos em empresas concorrentes. O programa chegou em boa hora e vem atendendo às nossas expectativas”, disse o gestor e engenheiro metalurgista da Tecnosteel, Daniel Baldo. Empresas interessadas na iniciativa podem buscar mais informações e fazer seus cadastros no e-mail produtividade@findes.org.br. Além disso, o Senai-ES está de portas abertas para auxiliar os empreendedores capixabas em todas as etapas da ação.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
DESTAQUE EMPRESARIAL Fotos: Vale
VALE
O COI da Vale foi implantado na Mina de Águas Claras, na Grande BH
NOVO CENTRO DE OPERAÇÕES INTEGRADAS TRAZ MAIS COMPETITIVIDADE PARA A VALE NO MERCADO MUNDIAL O COI irá sincronizar e otimizar a cadeia de valor do minério de ferro e permitirá a maximização da margem da Vale, com geração potencial de ganho anual de mais de US$ 600 milhões
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Vale deu início às atividades do Centro de Operações Integradas (COI) da empresa, na Mina de Águas Claras (MAC), em Nova Lima, Minas Gerais. “O objetivo do projeto é sincronizar ainda mais as diversas etapas da operação no Brasil e no exterior e aproximá-la
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da área de Vendas, ganhando-se assim em eficiência e realização de preços”, explica o diretor executivo de Minerais Ferrosos e Carvão, Peter Poppinga. “Por exemplo, a cada instante temos que gerenciar o fluxo em torno de 300 navios em diversas posições mundo ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
A Vale terá uma visão mais integrada desde a mina, passando por ferrovias, portos e transporte marítimo
afora, tarefa esta que será muito facilitada através das ações integradas do COI.” Os COIs são instalações, geralmente metropolitanas, que combinam as competências de pessoas, processos de operação e tecnologia para oferecer níveis excepcionais de colaboração e excelência. O modelo de atuação do COI da Vale combinará diversas funções da cadeia do minério de ferro, como planejamento, programação e controle. Dessa forma, o centro promoverá colaboração, eficiência e alinhamento à estratégia da empresa, permitindo que ela atue de forma ainda mais ágil diante do dinamismo do mercado atual. Com a estrutura, a Vale terá uma visão mais integrada desde a mina, passando pelas ferrovias, portos e transporte marítimo até o destino final do minério, tornando o processo decisório mais eficaz e focado em otimizar o desempenho dos processos e ativos, assim como os resultados do negócio. “Estamos sempre buscando o ótimo global, o que é melhor para a Vale como um todo, em vez de maximizar os ótimos locais em determinadas áreas”, conta o diretor da Cadeia de Ferrosos da Vale, Vagner Loyola. A Vale também prevê maior aderência entre planejamento e execução; maior estabilidade e previsibilidade da cadeia produtiva; e potencial de ganhos anuais de mais de US$ 600 milhões, entre realização de preços, aumento da produtividade dos ativos e redução de custos.
USO DA TECNOLOGIA DIGITAL Um dos pilares para alcançar os objetivos do COI é o uso intensivo de tecnologia digital para promover a colaboração entre as equipes, tornando a troca de informações fácil e confiável, e para melhorar a eficácia do planejamento da cadeia de valor, que é complexa e envolve profissionais distribuídos em diferentes geografias e fusos horários. Esses princípios nortearam o projeto desde a concepção, resultando em um ambiente que combina modernos painéis de ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
visualização, salas de videoconferência e várias ferramentas de colaboração. Além disso, sistemas foram aprimorados e outros foram desenvolvidos para agilizar e melhorar o processo de planejamento e distribuição da produção. Dois deles se destacam: o Advanced Planning and Scheduling (APS) Ferrosos e o Sistema de Otimização da Alocação de Navios (Soan). O sistema APS Ferrosos é um otimizador que recentemente passou por melhorias. Hoje ele reúne os dados de capacidade e custo da cadeia de valor (minas, ferrovias, portos, navios e centros de distribuição) e da dinâmica de preços do mercado, para indicar a melhor combinação possível para o atendimento das demandas dos clientes, com o objetivo de garantir a maior margem para a empresa. “Até o ano passado esse sistema só usava dados de mina, ferrovia e porto e priorizava entregar o maior volume possível. Agora o foco está em obter a melhor margem na cadeia estendida, o que pode implicar, por exemplo, a blendagem de minério das minas de Carajás e de Minas Gerais no centro de distribuição da Malásia ou na China para atender um cliente”, explica o líder de TI do programa, Fábio Souza. Outro sistema desenvolvido pela Vale foi o Soan, cujo objetivo é otimizar a alocação da frota de navios a serviço da empresa visando a obter o menor custo total de distribuição. O programa leva em conta todas as variáveis que influem no custo, como preço de combustível e demurrage (custo relacionado ao tempo de espera em fila do navio no terminal portuário), e determina para qual carga e rota devem ser alocados os navios que transportam minério da Vale para os clientes. A programação da distribuição e a localização de cada navio em tempo real são compartilhadas por meio dos telões do COI e aplicativos móveis. São visualizados cerca de 400 navios ao mesmo tempo. Novas melhorias e soluções já foram mapeadas para serem desenvolvidas nos próximos meses. De acordo com Jânio Souza, gerente de Inovação em TI, “o objetivo desde o início foi atacar as oportunidades de forma ágil e incremental. Temos mais de 20 iniciativas mapeadas, incluindo otimizadores, dashboards e soluções de análise avançada que serão desenvolvidas nas próximas etapas do programa, de acordo com nosso aprendizado após o uso e a maturidade dos processos.” 105
DESTAQUE EMPRESARIAL BANESTES
BANESTES: EVOLUÇÃO NA ENTREGA DE PRODUTOS E SERVIÇOS Banco lança no mercado novo cartão, aplicativo da seguradora e novas versões de seu Internet Banking e App Banestes
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acilidades. Soluções tecnológicas. Agilidade. Cada vez mais essas são demandas exigidas pelos clientes das instituições financeiras e, atento a isso, o Banco do Estado do Espírito Santo (Banestes) tem constantemente entregado ao mercado uma série de produtos e serviços para reforçar o seu lugar de destaque na vida das pessoas. O trabalho é permanente para garantir entregas sequenciais, sempre deixando o cliente com o que há de melhor. Neste fim de ano, o banco faz lançamentos importantes, como o cartão Visa Platinum, voltado para clientes com maior poder aquisitivo; o aplicativo Banestes Segurado, da Banestes Seguros, que tem uma funcionalidade única no país; e as novas versões do Aplicativo Banestes e do Internet Banking, que estão mais modernos, mais fáceis de usar, de navegar, e ainda mais seguros. A nova modalidade de cartão do banco, o Visa Platinum, irá disponibilizar serviços diferenciados para clientes com renda mensal mais alta. O maior diferencial do produto é o seu programa de fidelidade, com a melhor pontuação do mercado, em que o valor equivalente a um dólar em compras será convertido em 2,2 pontos. Quem adquirir o novo cartão poderá usufruir de um leque de benefícios exclusivos, como o Visa Luxury Hotel
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Collection, uma lista de mais de 900 hotéis ao redor do mundo em que o cliente poderá contar com a melhor tarifa disponível; upgrade automático de quarto na chegada, quando disponível; status de hóspede VIP, entre outras regalias. Também estarão à disposição do cliente os serviços de assistência médica internacional, saque e substituição emergencial do cartão e seguro de veículo de locadora. Outro grande atrativo: quem solicitar o cartão Visa Platinum até o dia 30 de junho de 2018 ganha isenção de anuidade no primeiro ano. E quando o assunto é resgate de pontos, o Banestes apresenta outra grande vantagem aos clientes participantes dos programas de Fidelidade Banescard e Banestes Visa: agora possui quatro parceiros (Smiles, Dotz, Multiplus e TudoAzul).
APLICATIVO DA SEGURADORA O aplicativo Banestes Segurado será apresentado ao mercado no início de novembro e estará disponível para o segurado em dezembro. O app é para dispositivos móveis das plataformas Android e iOS e também para a web. Isso colocará a empresa, seus ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
produtos e serviços nas mãos de seus segurados de todo o Espírito Santo. O diretor-presidente da Banseg, Otacílio Pedrinha de Azevedo, destaca as facilidades de uso do aplicativo. “O segurado terá à mão informações sobre os seguros que possui, poderá interagir com a Banestes Seguros, aceitar propostas, emitir boletos para pagamento, acompanhar sinistros, além de outras facilidades”, explica. O Banestes Segurado, inicialmente, trará informações sobre os produtos Auto, Auto Mulher, Residencial, BAP e VGBL Banestes, com apólices, coberturas e movimentação financeira, como pagamentos, além do acompanhamento de sinistros. Permitirá, também, que a seguradora mantenha contato constante com o segurado através do envio de mensagem, alertando-o e dando informações sobre seus produtos, vencimentos, renovações, etc. Com o aplicativo, o segurado poderá aceitar a proposta, por exemplo do Seguro Auto, com o simples apertar de um botão. A Banestes Seguros é a primeira do país a oferecer esse aceite em aplicativo. O Banestes Segurado oferecerá ainda o Cartão de Segurado de forma eletrônica. “Com o aplicativo, a necessidade de papel será eliminada”, afirma Pedrinha, lembrando que a Banestes Seguros está dando mais um passo para se tornar digital. Os corretores de seguros serão beneficiados com o novo aplicativo porque as informações trocadas entre seguradora e clientes serão enviadas por cópia para as corretoras, permitindo o acompanhamento da renovação dos seguros, a aceitação de propostas e o relacionamento do segurado com a Banestes Seguros.
MODERNIZAÇÃO E tem ainda mais facilidades para os clientes Banestes. O aplicativo do banco e o Internet Banking ganharam nova versão e agora contam com o BToken, solução virtual que gera códigos
Michel Sarkis: Banestes no ambiente digital e cada vez mais perto dos clientes
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
Banestes em números • 7 84 pontos físicos de atendimento, sendo 131 agências • Ú nica instituição bancária com agências em todos os 78 municípios capixabas • E m 19 cidades, somente o Banestes está presente •M ais de 1,1 milhão de clientes, entre pessoas físicas e empresas
de segurança temporários na tela inicial do app para validar as transações realizadas. O BToken chega para substituir gradualmente o certificado digital, facilitando o uso dos canais de internet pelo cliente. O App Banestes e o Internet Banking estão completamente reformulados, com layout muito mais moderno, maior usabilidade e navegabilidade, podendo ainda personalizar as funções mais usadas, por exemplo. O cliente pode cadastrar sua lista de favorecidos, inserindo contas para as quais faz transferências constantemente ou nas quais confia. Aprovado, fica possível fazer transações com limites diferenciados com essas contas confiáveis, seja no IB, seja no Aplicativo Banestes. É muito mais facilidade.
CADA VEZ MAIS PERTO Mas todas essas tecnologias não tiram a marca mais conhecida do banco: a proximidade. O Banestes tem orgulho de dizer que é a única instituição financeira com agências em todos os 78 municípios capixabas e, em 19 deles, é o único em atividade. São 784 pontos físicos de atendimento. “No Brasil, praticamente 60% das transações bancárias já são realizadas por meio digital, principalmente smartphones. Ser digital facilita as respostas. O Banestes tem a preocupação de atender o cliente no ambiente digital, mas sem perder o que é o nosso forte: estar perto dos nossos clientes. Por isso temos orgulho em destacar a nossa participação em todos os municípios capixabas”, frisou o diretor-presidente do Banestes, Michel Sarkis. O Banestes está se modernizando. Está ainda mais atento a ferramentas para simplificar a vida de seus clientes e pensando sempre: o que é relevante no cotidiano do cliente e o que vai fazer a vida dele melhor? Facilitar a vida das pessoas. Antecipar necessidades. Estar presente. Várias são as ações que uma empresa precisa adotar para conquistar o posto de líder como o Banestes alcança, mas a principal delas é ser relevante, fazer diferença. Esse é o foco do Banco do Estado do Espírito Santo. 107
DESTAQUE EMPRESARIAL APEX
MERCADO DE CAPITAIS E SERVIÇOS FINANCEIROS EM DESENVOLVIMENTO Apex Partners dá novo fôlego ao mercado financeiro do Estado e visa a se tornar o primeiro banco de investimentos capixaba
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o objetivo de gerenciar as aplicações dos sócios à missão de se tornar o primeiro banco de investimentos capixaba. Esses dois polos sintetizam uma parte da trajetória e identidade da Apex Partners, empresa fundada em 2013 e que em menos de cinco anos de mercado se tornou um dos principais nomes em investimentos e soluções financeiras do Estado. Um dos fatores determinantes do ritmo do crescimento econômico e redução da pobreza de um país ou uma região é o nível de desenvolvimento de seu setor financeiro. Muito embora o investimento estrangeiro seja muito importante para esse fim, a origem da maioria dos investimentos dos países em desenvolvimento advém da mobilização e alocação eficiente da poupança interna em investimentos produtivos feitos por bancos e outros intermediários financeiros. Foi esse o cenário visto como uma oportunidade para a Apex quando decidiu ir além do gerenciamento dos negócios dos sócios. “Logo que entramos no mercado, definimos um novo objetivo para a empresa: desenvolver o ecossistema de serviços financeiros e mercados de capitais do Espírito Santo. Essa é uma meta extremamente importante para termos um mercado sustentável e propício ao
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empreendedorismo. Por isso temos uma ampla área de atuação e valores fortes, pois buscamos criar uma cultura de investimentos que fortaleça a economia capixaba”, pontua o CEO e cofundador da empresa, Fernando A. K. Cinelli. Baseada no sistema de partnership, a Apex conta com uma equipe que mescla experiência e inovação, que atua sempre pautada nos valores da companhia. A inspiração em referências do mercado, como Jim Collins, Vicente Falconi, Jorge Paulo Lemann, Chris Zook e James Allen, levou os fundadores a criarem seu próprio modelo de negócios, o ABM – Apex Business Model, que é voltado para cultura e práticas gerenciais orientadas para resultados em longo prazo. São três as principais frentes de atuação da empresa: Soluções Financeiras, compreendendo a prestação de serviços de assessoria em fusões e aquisições, e estruturação de produtos ligados ao mercado de capitais; Gestão de Recursos, por meio da ABM Capital, que estrutura e faz gestão de fundos e clubes de investimentos. Ademais, a Apex em parceria com a APX Investimentos que assessora pessoas físicas e jurídicas em investimentos em ativos líquidos. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
DESTAQUE EMPRESARIAL SICOOB
SICOOB ES DEVE ALCANÇAR R$ 6 BILHÕES EM ATIVOS EM 2017 I nicialmente formado para atender a uma demanda por crédito rural, o Sicoob começou as atividades no Espírito Santo em 1989. Após 28 anos de expansão das atividades, hoje a instituição financeira cooperativa já reúne 230 mil pessoas e empresas em todo o Estado, com a estimativa de alcançar R$ 6 bilhões em ativos até o fim do exercício 2017, um crescimento de R$ 1 bilhão em pouco mais de um ano. Outro dado representativo é a média de associações, que está em 2,8 mil novas pessoas físicas e jurídicas por mês. Até o mês de setembro último, a cooperativa também contabiliza a abertura de cinco agências em 2017, sendo três no Espírito Santo (Conceição da Barra, Vitória e Muqui) e duas no Rio de Janeiro (Campos e Volta Redonda), onde também atua. Outras cinco serão inauguradas até o fim do ano, sendo quatro no Rio de Janeiro e uma no Espírito Santo. Bento Venturim, presidente do Sicoob ES, avalia que esses dados confirmam a consolidação do modelo cooperativista na sociedade: “A cada dia, as pessoas estão compreendendo melhor o papel e os benefícios do modelo cooperativista para o desenvolvimento socioeconômico regional. Cada um que confia a nós a administração de suas finanças representa uma vitória da nossa proposta de expandir a economia colaborativa, onde o benefício é mútuo”. A chegada aos R$ 6 bilhões de ativos deve se concretizar até 31 de dezembro próximo. O último
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dado consolidado, de setembro deste ano, apontava o saldo de R $ 5,7 bilhões em bens e direitos do Sicoob ES. Venturim enfatiza que, ao longo da trajetória, o Sicoob ES firmou-se como opção segura e viável em relação às instituições financeiras tradicionais, com um portfólio completo de produtos e serviços tipicamente bancários. “Em quase três décadas de funcionamento, sempre produzimos resultados positivos e tivemos a oportunidade de dividi-los.” Venturim ainda destaca que a cooperativa propicia as taxas médias mais baratas do mercado, porque não tem a finalidade de lucrar. “Nossa meta é prestar o melhor serviço com o menor custo para os associados, que são os donos do empreendimento”, afirma. Em nível local, as operações realizadas por meio da instituição financeira cooperativa representam 11% do mercado, e em nível nacional, 3,5%. “Há ainda uma fatia imensa à nossa disposição para crescermos e proporcionarmos o desenvolvimento das nossas comunidades”, destaca. Adotando como princípio o desenvolvimento regional, o Sicoob ES se empenha para continuar apoiando, com a liberação de crédito e outros serviços, os empreendimentos que demonstram viabilidade econômica. No fim de maio, a instituição ingressou no ramo de crédito imobiliário, ampliando o leque de opções para os cooperados. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
DESTAQUE EMPRESARIAL BANDES
CRÉDITO PARA TODOS: COMO FAZER UM FINANCIAMENTO NO BANDES?
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uitos empreendedores não dispõem de uma quantia alta quando querem investir em suas empresas ou buscar um capital de giro. É aí que é preciso fazer um financiamento. Entre as diversas instituições financeiras do mercado, está o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes). Por ser um banco de desenvolvimento, o Bandes tem taxas de juros bastante acessíveis, assim como prazos e condições de pagamentos. “Financiamento é diferente de empréstimo. Financiamento é um empréstimo com objetivo específico, é preciso prestar contas do que foi feito. Já no empréstimo simples, o tomador não precisa especificar em que o dinheiro vai ser empregado”, destaca o diretor de Crédito e Fomento do banco capixaba, Everaldo Colodetti.
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Os financiamentos permitem que os empreendedores disponham de grandes valores de dinheiro para a necessidade imediata do negócio, mas com ressarcimento em um determinado prazo. São muitas as vantagens que conquistam ao fazer crédito, já que isso permite obter dinheiro na hora para uma compra ou uma reforma, adquirir equipamentos, fazer projetos ou abrir novos negócios. Dessa forma, quando se trata de procurar um financiamento, o banco capixaba pode ser a solução para você. Desde 1967, fornece a pessoas e a empresas produtos e serviços financeiros, para promover o crescimento e a competitividade dos negócios do Espírito Santo. “Estamos atentos aos anseios dos diversos setores econômicos capixabas. No Bandes, o empreendedor encontrará uma resposta para cada necessidade”, informa o diretor-presidente, Aroldo Natal Silva Filho. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
taxas de juros que variam de acordo com o valor financiado, a partir de 1,27% ao mês, para que você possa financiar capital de giro ou investimentos.”
EMPRESAS
“No Bandes, o empreendedor encontrará uma resposta para cada necessidade” Aroldo Natal Silva Filho, diretor-presidente
APOIO À INOVAÇÃO “O Bandes tem linhas para apoiar a inovação em pesquisa e tecnologia e estamos de olho no aumento da competitividade das empresas capixabas”, complementa Aroldo Natal. O Bandes é um agente importante e conta com instrumentos como o Inovacred/Finep. “Somos o repassador exclusivo desses recursos no Espírito Santo. Nas linhas de inovação, temos as melhores condições em termos de taxas e prazos no mercado”, explica o presidente. Podem ser financiados projetos de inovação, de maior valor agregado e portadores de futuro: introdução de novos produtos, processos, serviços, marketing ou inovação organizacional, bem como o aperfeiçoamento dos já existentes, no ambiente produtivo ou social, visando a ampliar a competitividade das empresas no âmbito regional e nacional. São financiamentos de até R$ 5 milhões para adquirir equipamentos, softwares, serviços de consultoria tecnológica, matérias-primas. Também é possível obter crédito de até R$ 10 milhões, com as linhas BNDES MPME Inovadora e Finep Inovacred, para aumentar a produtividade das empresas ou financiar investimentos, com prazos que vão até 96 meses.
PESSOA FÍSICA – EMPREENDEDOR Nem todo empreendimento requer um investimento gigantesco. O Bandes está sempre de portas abertas para o empreendedor. São linhas como a Fundes Investimentos Fixo e Misto ou a Fundes Capital de Giro, que chegam a R$ 200 mil para comprar móveis, utensílios, equipamentos, bens de informática, ou para financiar obras civis, gastos de pesquisa, treinamento de recursos humanos ou capital de giro, entre outros itens. De acordo com o diretor de Crédito, outra opção são os programas Nossocrédito e Seguir Crescendo, para solicitar até R$ 20 mil e R$ 50 mil, respectivamente, tanto para pessoas físicas quanto jurídicas. “São programas diferenciados pelas ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
O Bandes oferece recursos para o bom desenvolvimento das micro e pequenas empresas do Estado por meio de créditos exclusivos. Isso se comprova pela variedade de programas segmentados e apoio a nichos específicos: por exemplo, as empresas do segmento turístico, como hotéis, agências de turismo, transportadoras turísticas, parques temáticos, restaurantes, guias de turismo e qualquer tipo de empresa ou prestadora de serviço, contam com até R$ 1 milhão para fazer investimentos como obras civis, capital de giro, consultoria. Já as linhas de economia verde financiam todo tipo de investimentos sustentáveis, também com limite de até R$ 1 milhão e prazos estendidos, com taxas a partir de 1,08% ao mês. Todos os financiamentos que podem ser contratados no Bandes têm condições de mercado atrativas e em alguns, a possibilidade de obter descontos se o pagamento for feito até a data de vencimento. “Também existe a vantagem de optar por parcelas fixas ou variáveis, no caso das linhas de investimento e capital de giro. No Espírito Santo, o Bandes é uma instituição muito ativa no crescimento do Estado”, salienta Colodetti.
SIMULAÇÃO Os interessados podem fazer uma simulação no site ou no aplicativo para smartphones. Basta responder a algumas perguntas para saber que tipo de crédito é o ideal. “Essa ferramenta é muito útil porque permite calcular o valor que você pode obter em cada instituição financeira, além dos prazos de pagamento e taxas de juros que deverá pagar em cada caso”, destaca o diretor de Crédito. O atendimento pode ser feito presencialmente na sede do banco. No site encontram-se os endereços dos parceiros consultores, em todos os municípios capixabas.
Informações sobre consultores e linhas de financiamento: Bandes Atende: 0800 283 4202 ou www.bandes.com.br. Av. Princesa Isabel, 54, Centro, Vitória
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DESTAQUE EMPRESARIAL PORTO DO AÇU
PORTO DO AÇU É ALTERNATIVA PARA ESCOAMENTO DA PRODUÇÃO DO ES
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om localização estratégica e infraestrutura eficiente, o Porto do Açu, em São João da Barra (RJ), apresenta-se como uma alternativa portuária importante para os estados do Espírito Santo, de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. O empreendimento, localizado a apenas 160 km de Cachoeiro do Itapemirim e a 280 km de Vitória, apresenta vantagens competitivas e diferenciais que possibilitam a atração de novos segmentos de mercado, como o de pedras e de rochas ornamentais. Atualmente, o Espírito Santo é o principal produtor e o maior processador de rochas ornamentais do Brasil, responsável por quase 80% das exportações do país. Além de ser uma excelente alternativa para os produtores de rochas, o Porto do Açu pode beneficiar outros tipos de cargas da região, como aço, madeira e equipamentos em geral para importação. Um dos principais diferenciais do Porto do Açu é o seu Terminal Multicargas (T-Mult), em operação desde junho de 2016 e que conta com 500 metros de cais, 14,5 metros de profundidade e mais de 80 mil m² de área para armazenagem. Outra vantagem do terminal é a disponibilidade de aproximadamente 200 mil m² de área alfandegada e retroárea de cerca de 1 milhão m², o que faz do Porto do Açu a melhor opção para a logística de carga. Outro destaque do empreendimento é a sociedade e parceria com o Porto da Antuérpia Internacional (PAI) – subsidiária da autoridade portuária da Antuérpia e segundo maior porto da Europa. Com visão de longo prazo, a parceria reúne a experiência do PAI na operação e desenvolvimento de um complexo porto-indústria com as oportunidades que
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o Porto do Açu oferece, como ser um complexo portuário privado, operacional e com retroárea disponível. Em operação desde 2014, o Açu já conta com 11 empresas em operação. Entre elas estão TechnipFMC, que construiu no empreendimento sua maior unidade de produção de tubos flexíveis no mundo; a Edison Chouest (ECO), que opera uma base de apoio offshore com 16 berços; a InterMoor, que presta serviços de apoio logístico; a NOV, que também opera uma base de tubos flexíveis; e a BP-Prumo, parceria da Prumo com a BP e que comercializa combustível marítimo. Além disso, o Governo do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços (Sedeis) e da Codin, está capitaneando a criação da uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE) no Complexo Portuário do Açu. A ZPE será a segunda do Estado do Rio de Janeiro e a primeira da região norte fluminense. As ZPEs são áreas de livre comércio, destinadas à instalação de empresas, com 80% de sua produção voltada para a exportação. Entre as indústrias que podem ser beneficiadas com a instalação da ZPE, estão a de beneficiamento de rochas ornamentais e de café. Outra oportunidade para as empresas capixabas é o Condomínio Logístico, que está em implantação e contará com pátios e galpões modulares, além de espaços para projetos buit-to-suit, com oferta de serviços compartilhados e opções de serviços pay-per-use. Localizado a três minutos dos terminais portuários, o condomínio poderá atender à demanda dos fornecedores e subfornecedores da indústria de O&G, assim como operadores logísticos e empresas de equipamentos industriais. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
RANKING DAS 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS INTRODUÇÃO
PAULO LACERDA é superintendente do IEL-ES
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esde 1997 o Instituto Euvaldo Lodi – IEL-ES coleta, analisa e difunde o Anuário 200 Maiores Empresas no Espírito Santo. Em sua 21ª edição, o Anuário traz um conjunto de melhorias que reforçam seu caráter como referência em informações sobre a economia e os negócios no Espírito Santo. A mais visível das mudanças é no próprio nome: a partir desta edição, ele passa a se chamar “Anuário IEL 200 Maiores e Melhores Empresas no Espírito Santo”, em que a inclusão do termo “melhores” denota a importância dada ao desempenho econômico-financeiro das empresas em um conjunto de indicadores. Esses indicadores de desempenho mostram a capacidade das empresas na superação dos desafios impostos pelo duro ambiente econômico de um ano como 2016, como crescimento e rentabilidade das vendas e lucratividade por empregado, entre outros, o que mostra a intenção do Anuário em tornar-se fonte cada vez mais relevante não apenas para as maiores mas também para as melhores empresas. Buscamos ainda ampliar o foco da análise nas empresas industriais, mostrando o desempenho das maiores e melhores empresas e especificamente das empresas do setor industrial. As melhorias buscam alinhar o Anuário ao momento em que se busca cada vez mais, tanto das empresas como das instituições empresariais, referência e orientação para a implantação e aperfeiçoamento de ações que aumentem a produtividade, favoreçam o caráter permanentemente inovador
das empresas e estimulem o desenvolvimento de mercados locais, nacionais e internacionais. Como forma de gerar visibilidade e compartilhamento de boas práticas de gestão, o Anuário apresenta mais uma vez o resultado da eleição do Empresário, Executivo e Empresa Destaque, que contou este ano com uma das maiores participações de votantes, entre empresários, executivos, jornalistas e representantes de governo e de instituições públicas e privadas. Você que está lendo este Anuário e o recebeu no dia de seu lançamento percebeu que a maior mudança em torno do evento foi a realização, na tarde da entrega, do Fórum IEL de Gestão, que trouxe ao Espírito Santo personalidades relevantes do mundo da economia e dos negócios para discutir o cenário econômico e relatar casos e experiências sobre estratégia e execução. Assim o Sistema Findes busca promover, por meio da discussão de temas essenciais às empresas, o aumento da competitividade e da produtividade das indústrias capixabas. A riqueza e abrangência do conjunto de informações constantes do Anuário, que permitiu uma série de análises da economia do Espírito Santo, devem-se às empresas que contribuíram de maneira decisiva ao enviarem os seus dados econômicos e financeiros, bem como aos patrocinadores e anunciantes, além da equipe do IEL-ES e das entidades do Sistema Findes e demais parceiros que trabalharam incansavelmente para entregar mais um Anuário cada vez mais necessário e relevante.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
RANKING DAS 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS O QUE VOCÊ ENCONTRA NESTE ENCARTE
As 200 Maiores Empresas no Espírito Santo classificadas pela receita operacional bruta, com informações econômicas, contábeis, financeiras e análises.
Informações consolidadas dos setores industrial, comercial e de serviços, e por atividade.
As 20 empresas com melhor desempenho segundo diversos indicadores econômicos, contábeis, financeiros e sociais. As maiores e as melhores empresas segundo os setores: alimentos, serviços de importação e exportação, comércio atacadista, comércio varejista, construção, concessionária de veículos, fabricação de minerais não metálicos, transporte, operadoras de saúde, fabricação de produtos de metais, atendimento hospitalar e serviços financeiros e seguros. Melhor empresa em 2016 e melhor indústria em 2016. As 100 maiores e as 100 melhores empresas privadas com controle de capital capixaba.
Ranking dos 10 maiores grupos empresariais segundo o critério de patrimônio líquido, contendo informações financeiras.
RANKING DAS 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS METODOLOGIA
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Anuário IEL 200 Maiores e Melhores Empresas no Espírito Santo, considerada uma das mais importantes publicações de avaliação da economia capixaba, disponibiliza conteúdos sobre o desempenho financeiro das empresas e dos grupos empresariais com operações no Estado. A 21ª edição apresenta as informações referentes ao exercício de 2016, analisadas a partir de informações econômico-financeiras fornecidas pelas organizações, como: a receita operacional bruta, a receita operacional líquida, o resultado líquido do exercício, o patrimônio líquido, o número de empregados, a rentabilidade do patrimônio líquido, a liquidez, dentre outros. No estabelecimento do ranking das 200 Maiores Empresas pela Receita Operacional Bruta (ROB), foram utilizados os seguintes dados repassados pelas companhias:
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1. Empresas com sede fiscal no Espírito Santo que apropriaram o total de suas receitas; 2. Para empresas com sede fiscal em outro estado, foi considerado o percentual da receita gerada no Espírito Santo. A empresa cuja sede fiscal é em outro estado e que não divulgou os registros contábeis específicos das operações realizadas no Espírito Santo, está com dados assinalados como “N/D” (não disponível) nas tabelas. A observação N/D também aparece nas situações em que há ausência de alguma das informações solicitadas. A edição 2017 da pesquisa das maiores e melhores empresas no Espírito Santo foi realizada a partir de mais de 6.000 contatos e da avaliação de dados de aproximadamente 290 empresas, além dos grupos empresariais do Estado. Foram analisados dados das operações das empresas e dos
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
CONCEITOS METODOLÓGICOS INDICADOR
CONCEITO
Receita operacional bruta
Receita proveniente do total das vendas de bens e serviços prestados pela empresa.
Variação da receita operacional bruta
Apresenta a evolução da receita bruta de vendas, em percentual.
Receita operacional líquida
É calculada pela diferença entre o valor das vendas, deduzidas de devoluções e abatimentos, e os impostos sobre vendas.
Variação da receita operacional líquida
Apresenta a evolução da receita líquida de vendas, em percentual.
Ebitda
Abreviatura da expressão em inglês “Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization”, que significa lucro antes de descontar os juros, os impostos sobre o lucro, a depreciação e a amortização. Em essência, corresponde ao caixa gerado pela operação da empresa.
Variação do Ebitda
Apresenta a evolução do Ebitda, em percentual.
Resultado líquido do exercício
É o resultado do exercício, apurado de acordo com as regras legais, depois de descontados o Imposto de Renda e a Contribuição Social Sobre o Lucro.
Variação do lucro líquido do exercício
Apresenta a evolução do lucro líquido, em percentual.
Patrimônio líquido
É a soma do capital, das reservas e dos ajustes de avaliação patrimonial, menos a soma do capital a integralizar, das ações em tesouraria e dos prejuízos acumulados. Mede a riqueza da empresa.
Rentabilidade das vendas
É calculada pela divisão entre o lucro líquido e a receita líquida.
Rentabilidade do patrimônio líquido
Mede o retorno do investimento para os proprietários. Resulta da divisão do lucro líquido pelo patrimônio líquido.
Liquidez corrente
É a divisão do ativo circulante pelo passivo circulante e indica a capacidade da empresa em honrar seus compromissos no curto prazo.
Endividamento geral
É a soma das dívidas de curto e longo prazos. O resultado é mostrado em porcentagem, em relação ao ativo total, e representa a participação de recursos financiados por terceiros na operação da empresa.
Endividamento de longo prazo
Indica o quanto a empresa está comprometida com dívidas de longo prazo. É expresso em porcentagem, em relação ao ativo total.
Empregados no Espírito Santo
Número de funcionários em 31 de dezembro de 2016.
grupos que enviaram suas demonstrações contábeis ou responderam ao questionário eletrônico até o dia 19 de setembro de 2017. O universo da pesquisa inclui sociedades anônimas de capital aberto e fechado, cooperativas, entidades sem fins lucrativos e sociedades limitadas. Da mesma forma que nos anos anteriores, foram considerados os resultados de todas as participantes para o estabelecimento dos rankings setoriais, das 20 maiores segundo os principais indicadores e das maiores por atividade. Assim, uma empresa que não está classificada entre as 200 maiores, mas que enviou os seus dados, poderá fazer parte de um ranking específico. Esse método permite às organizações, independentemente de seu porte, serem classificadas pelo seu desempenho segundo os critérios dos indicadores utilizados na publicação. A tabela abaixo apresenta um resumo dos principais conceitos utilizados. Para elaborar o ranking das 200 maiores empresas, foi utilizado o critério da receita operacional bruta, um indicador da contribuição da empresa para a sociedade em
termos de recursos, gerados com a venda de produtos e serviços. Além da receita bruta, são fornecidas informações como receita líquida, Ebitda, lucro líquido, patrimônio líquido e número de empregados no Espírito Santo. Não menos importantes, são apresentados ainda indicadores para análise econômico-financeira, como: rentabilidade do patrimônio líquido, liquidez corrente, endividamento geral e endividamento de longo prazo. Além desses registros, o Anuário apresenta diversas outras listas de companhias, organizadas por setor da economia, empresas capixabas, consolidadas por atividade, dentre outras. Lembramos ainda que, para o caderno em inglês do Anuário, os valores foram convertidos em moeda americana, considerando o dólar comercial, venda média do ano de 2016, que fechou em R$ 3,4833, segundo dados do Banco Central do Brasil (http://www4.bcb.gov.br/ pec/taxas/port/ptaxnpesq.asp?id=txcotacao). Destacamos ainda que eventuais diferenças de valores poderão ser encontradas, mas são frutos de arredondamentos promovidos pelo sistema utilizado e não tiveram influência sobre os resultados apurados.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
121
RANKING DAS 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS
RANKING DAS 200 MAIORES EMPRESAS Ranking segundo a receita operacional bruta no Espírito Santo (valores em R$ milhares) CLASSIF. 2016
122
EMPRESA
1
PETROBRAS - UO - ES
2
VALE
3
ARCELORMITTAL BRASIL
4
HERINGER
5
EDP ESPÍRITO SANTO
6
FIBRIA CELULOSE
7
BANESTES
8
CISA TRADING
9
BR DISTRIBUIDORA
10
GAROTO
11
TROP COMÉRCIO EXTERIOR
12
HORTIFRUTI
13
UNIMED VITÓRIA
14
VIX LOGÍSTICA
15
KURUMÁ VEÍCULOS
16
FRISA FRIGORÍFICO
17
TANGARÁ FOODS
18
LEÃO ALIMENTOS E BEBIDAS
19
UNICAFÉ
20
CESAN
21
UNILIDER
22
WEG LINHARES EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
23
TRISTÃO
24
SUPERMERCADO PERIM
25
BRAMETAL
26
NIBRASCO
27
DUCOCO ALIMENTOS
28
RDG PRODUTOS SIDERÚRGICOS
29
NICCHIO SOBRINHO CAFÉ
30
EMPRESA LUZ E FORÇA SANTA MARIA
31
COOABRIEL
32
VITÓRIA DIESEL
33
LINHARES GERAÇÃO
34
SAMP ES
35
PERFILADOS RIO DOCE
36
ÁGUIA BRANCA
37
COOPEAVI
38
HOSPITAL EVANGÉLICO DE VILA VELHA
39
SELITA
40
LORENGE
SETOR
Indústria Indústria Indústria Indústria Serviços Indústria Serviços Serviços Comércio Atacadista Indústria Comércio Atacadista Comércio Varejista Serviços Serviços Comércio Varejista Indústria Indústria Indústria Comércio Atacadista Serviços Comércio Atacadista Indústria Comércio Atacadista Comércio Varejista Indústria Indústria Indústria Comércio Atacadista Comércio Atacadista Serviços Comércio Atacadista Comércio Varejista Serviços Serviços Indústria Serviços Comércio Varejista Serviços Indústria Indústria
ATIVIDADE
Extração de Petróleo e Gás Natural Mineração Siderurgia e Metalurgia Química e Petroquímica Eletricidade e Gás Papel e Celulose Serv. Financeiros e Seguros Serv. Importação e Exportação Comércio Atacadista Alimentos Comércio Atacadista Comércio Varejista Plano de Saúde Transporte Concessionária de Veículos Alimentos Alimentos Alimentos Comércio Atacadista Cap. Trat. e Distrib. de Água Comércio Atacadista Fabricação de Máq. e Mat. Elétricos Comércio Atacadista Comércio Varejista Siderurgia e Metalurgia Mineração Alimentos Comércio Atacadista Comércio Atacadista Eletricidade e Gás Comércio Atacadista Concessionária de Veículos Eletricidade e Gás Plano de Saúde Siderurgia e Metalurgia Transporte Comércio Varejista Atendimento Hospitalar Alimentos Construção
REC. OP. BRUTA
VAR. ROB. 16/15
REC. OP. LÍQ
VAR. ROL 16/15
17.483.074
-3,12%
N/D
N/D
7.404.233
6,01%
N/D
N/D
N/D
6.586.786
0,57%
N/D
N/D
N/D
5.273.231
-17,81%
5.194.970
-17,65%
249.578
4.699.092
-13,45%
2.776.522
-7,29%
456.097
3.531.127
-11,99%
N/D
N/D
N/D
3.474.971
26,73%
3.404.940
27,32%
N/D
2.911.304
-29,72%
2.193.405
-31,08%
40.933
2.737.753
-33,25%
N/D
N/D
N/D
2.155.317
3,89%
1.554.520
4,83%
-19.456
1.995.185
-22,32%
1.743.993
-18,67%
81.201
1.426.835
22,06%
1.328.423
21,08%
N/D
1.163.295
16,46%
1.134.083
16,58%
45.152
1.163.276
-11,64%
1.026.653
-11,15%
205.618
1.134.347
16,92%
1.079.889
20,25%
35.055
1.103.448
11,28%
1.045.489
10,94%
22.646
998.501
49,45%
920.815
50,54%
117.368
896.260
1,06%
699.776
6,19%
N/D
879.350
-6,16%
866.635
-6,88%
53.472
785.765
11,76%
712.103
11,65%
203.711
785.728
-7,57%
604.638
-8,89%
42.308
635.427
5,00%
475.419
8,01%
81.896
525.117
-18,31%
510.801
-19,47%
N/D
508.642
5,94%
439.459
4,35%
N/D
467.228
77,81%
436.723
94,72%
131.939
451.803
1,50%
410.011
1,50%
297.126
450.780
21,75%
395.419
24,70%
N/D
436.079
12,99%
364.929
14,15%
67.035
403.686
16,98%
383.177
14,77%
9.479
373.324
-6,53%
240.648
-5,30%
25.279
355.251
-17,46%
333.246
-17,06%
9.575
337.100
-34,57%
292.541
-33,39%
7.793
330.401
-1,28%
296.266
-1,47%
N/D
323.612
11,07%
316.860
10,71%
N/D
321.047
-10,96%
256.677
-11,13%
66.094
320.798
-2,89%
271.778
-3,43%
44.040
314.029
-10,63%
306.591
-9,65%
13.752
299.535
5,39%
299.579
7,39%
6.214
281.701
11,41%
267.491
12,96%
31.198
279.922
-23,31%
160.550
-11,16%
2.688
EBITDA
N/D
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
No ano em que completa seis décadas de atuação no Espírito Santo, a Petrobras tem mais um motivo para celebrar: é mais uma vez a maior empresa do Estado. Para a Petrobras, esse resultado está diretamente associado ao trabalho de suas equipes operacionais e administrativas, que interagem intensamente com toda a cadeia de petróleo e gás e mostra a robustez dos negócios da empresa em terras capixabas.
“
A Petrobras vem buscando fortalecer e modernizar sua gestão, com foco na segurança operacional, na conformidade de seus processos e a partir de uma visão empresarial sólida. Essa atuação tem gerado frutos importantes: em 2016, ano a que se refere o levantamento do anuário, tivemos recorde de produção da Petrobras no Estado, contribuindo com cerca de 17% da produção da companhia. Temos uma equipe motivada, inovadora, que coloca energia em tudo o que faz, com foco em resultados e disposta a fazer o seu melhor para continuarmos crescendo com segurança e eficiência.” Ricardo Morais, gerente-geral da Unidade de Operações de Exploração e Produção da Petrobras do Espírito Santo (UO-ES) VAR. EBITDA 16/15
LUCRO LÍQ. EX.
VAR. LUCRO LÍQ. EX. 16/15
ATIVO TOTAL
PATRIM. LÍQUIDO
RENTABILIDADE DE VENDAS
RENTABILIDADE PATRIM. LÍQ.
LIQUIDEZ CORRENTE
ENDIVIDAMENTO GERAL
ENDIVIDAMENTO DE LONGO PRAZO
EMPREGADOS NO ES
CLASSIF. 2016
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
1
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
7.436
2
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
5.943
3
25,95%
43.191
112,86%
2.855.544
289.207
0,83%
14,93%
0,67
89,87%
7,78%
221
4
29,72%
213.490
68,38%
3.207.613
951.640
7,69%
22,43%
1,14
70,33%
43,56%
900
5
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
1.556
6
N/D
161.356
6,96%
25.609.797
1.262.321
4,74%
12,78%
0,80
95,07%
15,43%
2.394
7
-73,67%
24.180
-50,62%
1.126.457
233.632
1,10%
10,35%
1,31
79,26%
18,77%
16
8
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
85
9
-130,16%
-22.700
-163,42%
1.207.233
-35.966
-1,46%
63,11%
0,83
102,98%
27,27%
1.945
10
-40,49%
53.326
-16,83%
610.677
189.502
3,06%
28,14%
1,59
68,97%
8,85%
15
11
N/D
-2.347
-111,29%
442.567
125.342
-0,18%
-1,87%
0,63
71,68%
26,84%
N/D
12
94,79%
39.259
211,81%
536.096
181.034
3,46%
21,69%
1,14
66,23%
18,58%
2.483
13
-13,78%
47.989
-28,82%
1.225.758
564.532
4,67%
8,50%
2,43
53,94%
36,00%
2.747
14
220,94%
-13.298
29,77%
218.042
23.233
-1,23%
-57,24%
0,91
89,34%
37,22%
472
15
-40,81%
6.250
-49,03%
334.605
129.803
0,60%
4,81%
1,35
61,21%
7,80%
1.613
16
810,04%
36.605
790,53%
657.136
15.624
3,98%
234,29%
1,86
76,22%
37,33%
416
17
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
1.043
18
-28,29%
42.721
170,59%
495.712
294.324
4,93%
14,51%
1,66
N/D
N/D
180
19
31,69%
91.458
39,91%
2.704.076
2.134.495
12,84%
4,28%
1,41
21,06%
14,87%
1.433
20
33,75%
26.568
39,68%
249.670
49.314
4,39%
53,88%
1,34
80,25%
7,23%
278
21
48,80%
75.056
69,49%
380.166
281.748
15,79%
26,64%
3,64
25,89%
8,88%
2.435
22
N/D
24.673
-41,65%
600.380
257.053
4,83%
9,60%
1,41
57,18%
7,06%
N/D
23
N/D
14.250
-31,47%
128.606
59.038
3,24%
24,14%
1,47
N/D
N/D
N/D
24
167,42%
124.319
162,18%
424.460
287.566
28,47%
43,23%
2,80
32,25%
1,84%
538
25
-25,14%
197.635
-32,14%
851.131
692.603
48,20%
28,54%
3,15
18,63%
0,20%
N/D
26
N/D
9.945
612,36%
166.013
52.325
2,52%
19,01%
1,70
68,48%
15,33%
N/D
27
19,79%
57.152
20,84%
503.094
441.714
15,66%
12,94%
2,07
12,20%
1,17%
346
28
372,35%
6.190
344,62%
111.594
48.311
1,62%
12,81%
1,26
56,71%
1,40%
85
29
-17,17%
23.514
-8,91%
213.440
143.191
9,77%
16,42%
1,27
32,91%
5,75%
309
30
-26,22%
73
-91,17%
322.090
56.629
0,02%
0,13%
0,98
82,42%
1,28%
226
31
150,16%
-9.538
1,98%
160.187
16.261
-3,26%
-58,66%
0,90
89,85%
26,15%
207
32
N/D
28.952
176,08%
448.110
148.985
9,77%
19,43%
1,47
68,46%
53,41%
N/D
33
N/D
5.317
-48,99%
94.214
44.013
1,68%
12,08%
1,71
53,28%
2,75%
435
34
33,71%
40.528
27,43%
466.275
436.768
15,79%
9,28%
15,31
6,33%
2,07%
207
35
165,17%
18.777
338,51%
585.073
380.155
6,91%
4,94%
0,86
35,02%
20,45%
1.131
36
2,92%
2.696
-25,08%
215.014
75.155
0,88%
3,59%
1,13
65,05%
12,71%
497
37
5,86%
49
134,87%
144.790
19.707
0,02%
0,25%
1,12
66,67%
7,54%
2.956
38
229,23%
30.904
276,95%
159.504
76.477
11,55%
40,41%
2,01
52,05%
18,58%
415
39
-56,21%
-27.931
16,69%
508.961
191.860
-17,40%
-14,56%
1,72
62,30%
17,27%
228
40
N/D
N/D
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
123
RANKING DAS 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS CLASSIF. 2016
124
EMPRESA
41
ECO101
42
FIBRASA S/A
43
IMPÉRIO CAFÉ
44
MOTOCICLO
45
UNIMED SUL CAPIXABA
46
SICOOB LESTE CAPIXABA
47
ELKEM
48
SÃO BERNARDO SAÚDE
49
BUAIZ ALIMENTOS
50
KOBRASCO
51
REALCAFÉ
52
SICOOB CENTRAL ES
53
EXTRAFRUTI
54
TEVISA
55
JSL
56
ALCON
57
SICOOB SUL-SERRANO
58
COSENTINO LATINA
59
DAMARE
60
ITABRASCO
61
PODIUM VEÍCULOS
62
TARGET TRADING
63
HOSPITAL SANTA RITA
64
SICOOB NORTE
65
HISPANOBRÁS
66
VENEZA
67
SICOOB SUL
68
COFRIL - ABAV
69
KIFRANGO
70
TAI MOTORS
71
PORTOCEL
72
QUIMETAL DISTRIBUIDORA
73
CEDISA
74
CONCREVIT
75
CVC
76
VITÓRIA MOTORS
77
SUPERMERCADOS SANTO ANTÔNIO
78
SICOOB CENTRO-SERRANO
79
PORTO DE VITÓRIA
80
PERFIL ALUMÍNIO
81
TVV
82
BANDES
83
HOSPITAL VILA VELHA
84
VITÓRIA STONE INDÚSTRIA E COMÉRCIO
85
BERTOLINI SISTEMAS DE ARMAZENAGEM
86
VITÓRIA APART HOSPITAL
87
TRACOMAL
88
SAVIXX
89
UNIMED NOROESTE CAPIXABA
90
VILA PORTO
91
VAMTEC VITÓRIA
92
HOSPITAL METROPOLITANO
93
CPVV
94
VIMINAS
95
PROSEGUR BRASIL
SETOR
Serviços Indústria Comércio Atacadista Comércio Atacadista Serviços Serviços Indústria Serviços Indústria Indústria Indústria Serviços Comércio Atacadista Serviços Serviços Indústria Serviços Indústria Indústria Indústria Comércio Varejista Comércio Atacadista Serviços Serviços Indústria Indústria Serviços Indústria Indústria Comércio Varejista Serviços Serviços Comércio Atacadista Indústria Comércio Varejista Comércio Varejista Comércio Varejista Serviços Serviços Indústria Serviços Serviços Serviços Indústria Indústria Serviços Serviços Comércio Atacadista Serviços Comércio Atacadista Indústria Serviços Serviços Indústria Serviços
ATIVIDADE
Concessionária de Rodovias Fab. de Borracha e Mat. Plástico Comércio Atacadista Comércio Atacadista Plano de Saúde Serv. Financeiros e Seguros Química e Petroquímica Plano de Saúde Alimentos Mineração Alimentos Serv. Financeiros e Seguros Comércio Atacadista Eletricidade e Gás Transporte Química e Petroquímica Serv. Financeiros e Seguros Fab. Prod. Minerais Não Metálicos Alimentos Mineração Concessionária de Veículos Comércio Atacadista Atendimento Hospitalar Serv. Financeiros e Seguros Mineração Alimentos Serv. Financeiros e Seguros Alimentos Alimentos Concessionária de Veículos Gestão de Portos e Terminais Serv. Importação e Exportação Comércio Atacadista Construção Concessionária de Veículos Concessionária de Veículos Comércio Varejista Serv. Financeiros e Seguros Gestão de Portos e Terminais Fab. de Produtos de Metais Gestão de Portos e Terminais Serv. Financeiros e Seguros Atendimento Hospitalar Fab. Prod. Minerais Não Metálicos Fab. de Estruturas Metálicas Atendimento Hospitalar Construção Comércio Atacadista Plano de Saúde Comércio Atacadista Siderurgia e Metalurgia Atendimento Hospitalar Gestão de Portos e Terminais Fab. Prod. Minerais Não Metálicos Vigilância e Segurança
REC. OP. BRUTA
VAR. ROB. 16/15
REC. OP. LIQ
VAR. ROL 16/15
273.839
-4,88%
258.425
-5,01%
65.911
268.231
17,39%
215.664
18,04%
33.261
264.244
19,49%
254.387
21,95%
N/D
260.790
3,23%
187.233
1,36%
N/D
256.636
12,96%
249.838
12,83%
-1.777
247.531
34,26%
43.463
-13,25%
18.547
244.756
31,81%
191.238
30,76%
30.824
241.585
3,79%
238.365
3,54%
13.767
241.583
10,51%
225.481
10,11%
17.370
238.534
-19,58%
216.469
-19,58%
195.468
232.445
5,17%
222.942
4,24%
37.607
223.205
49,78%
6.353
-31,02%
52.919
215.135
15,56%
212.422
15,48%
14.846
205.165
-56,30%
184.330
-56,25%
N/D
204.164
65,23%
183.868
N/D
N/D
199.495
0,15%
192.289
0,44%
79.338
199.403
31,40%
22.051
-27,05%
7.188
188.514
-3,01%
172.385
-2,57%
49.912
181.755
28,02%
174.704
27,59%
19.357
179.023
-17,05%
179.023
-17,05%
152.106
176.352
-20,89%
170.897
-22,08%
N/D
175.191
-14,20%
168.312
16,76%
N/D
173.289
7,42%
167.480
7,77%
16.892
172.222
29,68%
17.158
-23,92%
20.777
170.286
-3,61%
154.535
-3,61%
154.196
163.574
4,69%
157.486
3,18%
7.607
163.302
21,19%
22.201
-45,20%
10.459
162.383
16,04%
160.557
26,15%
N/D
158.086
16,79%
152.422
15,38%
N/D
158.083
17,74%
156.227
17,75%
4.296
145.508
0,20%
127.866
-0,21%
37.957
144.978
-35,58%
121.866
-35,39%
10.505
142.066
-24,74%
107.613
-26,35%
668
140.251
-30,21%
132.993
-28,74%
4.711
139.463
-23,92%
135.472
-24,03%
N/D
135.615
12,30%
128.853
10,62%
2.079
134.701
0,28%
122.559
0,44%
N/D
134.514
26,72%
9.578
-52,24%
436
134.131
0,89%
119.213
0,80%
4.430
133.554
5,84%
107.922
5,36%
12.933
131.874
-16,73%
121.732
-16,64%
N/D
130.298
16,59%
52.704
-7,58%
1.510
125.627
17,42%
119.196
17,41%
22.694
123.753
-4,62%
120.060
-4,55%
N/D
122.106
-9,19%
104.319
-7,60%
N/D
121.507
5,64%
112.356
5,45%
11.556
118.834
-8,09%
103.325
-12,92%
8.024
116.116
-32,56%
96.113
-33,64%
68
114.079
12,35%
112.745
13,05%
N/D
113.700
-3,10%
89.734
-6,89%
N/D
110.298
-17,56%
87.624
-16,25%
25.242
110.085
20,98%
104.538
21,81%
22.544
108.993
-28,16%
96.337
-28,22%
N/D
105.464
-22,39%
80.268
-19,10%
-3.383
102.607
2,52%
N/D
N/D
N/D
EBITDA
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
VAR. EBITDA 16/15
LUCRO LÍQ. EX.
VAR. LUCRO LÍQ. EX. 16/15
ATIVO TOTAL
PATRIM. LÍQUIDO
RENTABILIDADE DE VENDAS
RENTABILIDADE PATRIM. LÍQ
LIQUIDEZ CORRENTE
ENDIVIDAMENTO GERAL
ENDIVIDAMENTO DE LONGO PRAZO
EMPREGADOS NO ES
CLASSIF. 2016
-6,61%
17.766
328,92%
500.329
153.877
6,87%
11,55%
0,32
69,24%
51,88%
445
41
53,68%
14.399
414,09%
232.392
143.580
6,68%
10,03%
1,72
38,22%
15,86%
308
42
N/D
4.128
57237,05%
82.986
-11.751
1,62%
-35,13%
0,87
114,16%
0,44%
N/D
43
N/D
1.680
-85,18%
146.977
96.001
0,90%
1,75%
5,00
34,68%
17,71%
N/D
44
-26,57%
1.615
77,58%
119.300
48.013
0,65%
3,36%
1,52
59,75%
17,52%
737
45
-48,90%
63.666
-2,10%
1.109.844
296.509
146,48%
21,47%
0,98
73,28%
3,89%
190
46
48,12%
23.427
108,07%
153.268
94.161
12,25%
24,88%
3,62
38,56%
23,72%
181
47
19,41%
4.059
-13,48%
113.176
41.434
1,70%
9,80%
1,50
63,39%
21,13%
178
48
53,70%
8.403
119,30%
300.608
156.014
3,73%
5,39%
1,41
48,10%
28,91%
412
49
-26,20%
123.285
-30,87%
516.934
441.324
56,95%
27,94%
2,82
14,63%
0,20%
N/D
50
23,38%
25.017
12,57%
232.923
120.068
11,22%
20,84%
1,63
48,45%
10,33%
364
51
148,42%
5.055
-39,95%
1.964.144
107.126
79,57%
4,72%
0,80
94,55%
2,66%
78
52
-10,10%
9.931
-10,24%
41.116
20.055
4,68%
49,52%
1,57
51,22%
4,10%
775
53
N/D
29.827
157,33%
370.096
93.146
16,18%
32,02%
1,40
19,31%
6,17%
N/D
54
N/D
29.301
N/D
N/D
N/D
--
N/D
N/D
55
51,08%
60.923
71,56%
243.175
171.862
31,68%
35,45%
4,27
29,33%
18,50%
143
56
-51,01%
37.195
-11,58%
990.422
217.267
168,68%
17,12%
0,93
78,06%
1,46%
235
57
-25,20%
24.345
216,40%
238.436
83.367
14,12%
29,20%
1,40
65,04%
17,22%
191
58
60,81%
9.636
196,18%
110.856
35.145
5,52%
27,42%
0,72
68,30%
18,05%
290
59
-28,02%
110.856
-18,41%
532.118
438.652
61,92%
25,27%
3,65
17,56%
0,33%
N/D
60
N/D
966
119,29%
56.312
27.594
0,57%
3,50%
1,82
51,00%
17,81%
240
61
N/D
-257
-323,48%
140.446
3.322
-0,15%
-7,74%
0,93
97,63%
12,50%
N/D
62
76,92%
16.892
76,92%
230.474
173.004
10,09%
9,76%
2,92
24,94%
7,22%
1.585
63
-6,14%
31.201
-7,42%
793.534
189.337
181,84%
16,48%
1,03
76,16%
10,95%
206
64
-3,45%
99.160
1,25%
414.082
375.300
64,17%
26,42%
7,49
9,37%
1,65%
N/D
65
-14,16%
867
-62,66%
70.480
23.552
0,55%
3,68%
0,95
66,58%
21,64%
374
66
-52,53%
35.125
-30,38%
847.383
207.940
158,21%
16,89%
1,03
75,46%
4,18%
155
67
N/D
1.511
19,37%
41.508
25.028
0,94%
6,04%
1,68
39,70%
1,13%
N/D
68
N/D
926
741,19%
85.576
17.244
0,61%
5,37%
1,29
79,85%
49,26%
527
69
124,48%
521
361,58%
32.138
8.465
0,33%
6,15%
0,87
73,66%
6,70%
41
70
-21,04%
17.895
-41,16%
174.922
135.931
13,99%
13,16%
2,78
22,29%
8,43%
265
71
42,66%
8.520
40,79%
89.466
26.940
6,99%
31,63%
3,36
69,89%
50,33%
42
72
-124,38%
-4.810
101,71%
95.461
44.564
-4,47%
-10,79%
3,50
53,32%
31,20%
171
73
-61,10%
-12.297
-1000,78%
60.369
40.082
-9,25%
-30,68%
1,63
33,61%
6,75%
179
74
N/D
-562
59,96%
91.699
49.214
-0,41%
-1,14%
1,02
46,33%
22,00%
N/D
75
-1,67%
-4.271
163,48%
41.175
-1.105
-3,31%
386,52%
0,81
102,68%
17,28%
71
76
-71
97,25%
38.268
8.096
-0,06%
-0,88%
0,84
78,84%
3,26%
881
77
-97,63%
17.847
-31,11%
668.374
117.160
186,34%
15,23%
0,94
82,47%
8,77%
178
78
-72,19%
747
-93,71%
543.254
321.341
0,63%
0,23%
2,69
40,85%
33,84%
336
79
4,63%
8.527
6,51%
60.399
33.717
7,90%
25,29%
1,97
44,18%
7,56%
301
80
-37.472
-335,24%
207.428
41.694
-30,78%
-89,87%
1,16
79,90%
59,21%
N/D
81
-79,67%
2.563
-69,90%
1.539.859
423.106
4,86%
0,61%
1,57
72,52%
50,59%
193
82
32,63%
15.142
55,24%
84.843
44.198
12,70%
34,26%
1,87
47,91%
18,62%
1.326
83
N/D
8.052
-35,49%
119.007
48.474
6,71%
16,61%
2,15
59,27%
24,17%
N/D
84
N/D
7.095
30,25%
114.745
63.292
6,80%
11,21%
2,05
44,84%
18,35%
N/D
85
35,03%
-2.422
22,58%
155.666
47.886
-2,16%
-5,06%
0,94
69,24%
31,28%
1.215
86
-3850,53%
2.619
142,07%
79.807
47.372
2,53%
5,53%
3,20
40,64%
26,06%
585
87
-103,46%
594
174,16%
49.080
4.560
0,62%
13,03%
0,92
90,71%
2,57%
4
88
N/D
235
662,79%
55.708
12.304
0,21%
1,91%
1,01
77,91%
26,49%
412
89
N/D
765
199,89%
116.552
2.702
0,85%
28,33%
N/D
97,68%
44,74%
N/D
90
15,25%
8.054
-39,20%
50.158
23.423
9,19%
34,39%
1,62
47,54%
6,15%
84
91
102,50%
6.008
332,32%
119.825
39.084
5,75%
15,37%
1,32
67,38%
43,28%
836
92
N/D
4.365
-72,16%
106.192
80.994
4,53%
5,39%
2,03
23,73%
12,27%
N/D
93
-143,74%
-3.383
-154,63%
75.826
60.494
-4,21%
-5,59%
1,93
20,22%
0,00%
344
94
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
1.556
95
N/D
N/D
N/D
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
N/D
125
RANKING DAS 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS CLASSIF. 2016
MEDSÊNIOR
97
ELSON’S PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 123 124 125 126 127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145 146 147 148 149 150
SETOR
Serviços Comércio Atacadista SUPERMERCADO PORTO NOVO Comércio Varejista TIME NOW Indústria MÓVEIS RIMO Indústria SICOOB CREDIROCHAS Serviços ISH TECNOLOGIA Serviços SANTA FÉ TRADING Serviços DIAÇO Comércio Atacadista CONTEK Indústria SERTRADING Serviços PAINEIRAS Indústria SERDEL Serviços CLAC Serviços PREMIUM VEÍCULOS Comércio Varejista SERRA AMBIENTAL Serviços VITÓRIA MOTORS Comércio Varejista MAGBAN Indústria BENEVIX ADMINISTRADORA DE BENEFÍCIOS Serviços SPASSU Serviços BERTOLINI MÓVEIS DE AÇO Indústria HOSPITAL DR. BENÍCIO TAVARES PEREIRA Serviços METALOSA Indústria COFERVIL Comércio Atacadista ESPIRAL ENGENHARIA Serviços UNIMED NORTE CAPIXABA Serviços DECOLORES MÁRMORES E GRANITOS DO BRASIL Indústria MORAR Indústria PBA STONES Comércio Atacadista RODOSOL Serviços ATACADO SÃO PAULO Comércio Atacadista LAND VITÓRIA Comércio Varejista VIAÇÃO JOANA D'ARC Serviços TERRA NOVA Comércio Atacadista EXPRESSER Serviços ELETROMIL Comércio Atacadista SICOOB SUL-LITORÂNEO Serviços ANDRADE IND. E COM. DE MÁRMORES Indústria CSV BENETECH BRASIL Serviços POLITINTAS Comércio Varejista LASA Indústria PANAN MÓVEIS Indústria PEDREIRAS DO BRASIL Comércio Atacadista FULLCOMEX Serviços SICOOB CORRETORA DE SEGUROS Serviços CHEIM TRANSPORTES Serviços MÓVEIS PEROBA Indústria APART HOSPITAL Serviços SHOPPING VITÓRIA Serviços PLANTÃO SERVIÇOS DE VIGILÂNCIA Serviços COFRIL FRIGORÍFICO Indústria TV VITÓRIA Serviços VD PNEUS Serviços PLENA VEÍCULOS Comércio Varejista CETURB-GV Serviços
96 98
126
EMPRESA
ATIVIDADE
Plano de Saúde Comércio Atacadista Comércio Varejista Construção Fabricação de Móveis Serv. Financeiros e Seguros Tecnologia da Informação Serv. Importação e Exportação Comércio Atacadista Construção Serv. Importação e Exportação Alimentos Serv. de Limpeza e Conservação Serv. Importação e Exportação Concessionária de Veículos Coleta Trat. e Dist. Resíduos Concessionária de Veículos Fab. Prod. Minerais Não Metálicos Plano de Saúde Tecnologia da Informação Fabricação de Móveis Atendimento Hospitalar Fab. de Produtos de Metais Comércio Atacadista Loc. Maq. e Equi. Construção Plano de Saúde Fab. Prod. Minerais Não Metálicos Construção Comércio Atacadista Concessionária de Rodovias Comércio Atacadista Concessionária de Veículos Transporte Comércio Atacadista Transporte Comércio Atacadista Serv. Financeiros e Seguros Fab. de Minerais Não Metálicos Manut. Repar. e Inst. de Máq. e Equip. Comércio Varejista Química e Petroquímica Fabricação de Móveis Comércio Atacadista Serv. Importação e Exportação Serv. Financeiros e Seguros Transporte Fabricação de Móveis Atendimento Hospitalar Admin. de Shopping Center Vigilância e Segurança Alimentos Informação e Comunicação Manut. e Repar. de Prod. de Borracha Concessionária de Veículos Transporte
REC. OP. BRUTA
VAR. ROB. 16/15
REC. OP. LÍQ
VAR. ROL 16/15
98.134
31,11%
95.476
30,65%
12.387
95.584
7,02%
79.277
5,84%
2.088
94.883
12,70%
88.689
13,37%
1.632
93.517
-2,13%
81.841
-2,06%
N/D
92.505
-8,51%
69.499
-8,15%
1.876
91.097
30,14%
10.387
2,12%
5.551
90.055
8,80%
74.309
10,94%
11.396
88.826
30,74%
73.392
35,56%
4.930
87.702
-2,15%
72.159
-2,89%
3.918
87.517
104,92%
82.249
105,21%
N/D
86.545
-56,42%
84.573
-54,00%
N/D
85.318
69,10%
76.320
68,81%
N/D
84.696
4,11%
73.623
3,89%
8.906
83.080
-25,27%
65.127
-24,48%
N/D
79.151
-23,38%
77.969
-23,79%
N/D
78.890
49,14%
71.544
49,04%
6.245
78.641
-29,35%
75.400
-30,91%
2.264
78.104
14,78%
75.674
15,45%
N/D
76.950
27,30%
70.250
27,31%
31.536
76.882
-44,53%
68.619
-45,90%
881
76.131
-24,47%
65.839
-24,43%
N/D
75.155
8,92%
75.155
8,92%
N/D
74.832
-19,48%
59.354
-22,03%
N/D
74.010
51,91%
58.165
47,01%
N/D
73.225
16,70%
60.664
13,79%
1.773
72.005
8,30%
70.871
8,20%
930
71.980
-19,25%
70.054
-18,28%
13.390
64.737
-26,19%
51.072
-32,05%
6.786
63.961
10,00%
63.023
9,19%
9.182
63.301
9,89%
57.821
9,99%
N/D
62.921
11,46%
45.556
0,36%
5.787
62.613
0,46%
60.312
1,11%
749
60.856
2,97%
57.479
2,97%
N/D
58.866
-74,24%
43.307
-74,71%
2.435
57.825
12,16%
47.474
12,06%
N/D
57.429
-4,19%
53.870
4,91%
8.312
56.720
21,69%
4.874
-45,83%
6.318
56.450
25,46%
52.353
22,55%
13.245
55.097
25,53%
46.514
25,64%
4.612
52.615
5,15%
43.009
2,55%
1.544
52.344
-21,96%
50.201
-22,99%
N/D
52.320
-25,53%
43.975
-24,46%
-5.908
51.504
2,58%
50.009
3,33%
N/D
48.910
-28,17%
35.737
-29,58%
N/D
46.057
5,70%
43.329
6,48%
39.610
45.190
-0,88%
40.396
-3,65%
N/D
45.110
-12,23%
33.763
-11,80%
N/D
44.304
3,02%
41.761
2,98%
9.168
42.461
-6,98%
40.867
-6,93%
N/D
42.442
-8,87%
N/D
N/D
N/D
42.069
9,98%
38.981
7,78%
6.260
41.385
-0,15%
39.190
0,52%
5.740
39.561
3,87%
37.749
4,19%
909
38.618
-14,80%
38.064
-15,06%
N/D
37.544
11,60%
36.168
11,66%
N/D
EBITDA
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
VAR. EBITDA 16/15
LUCRO LÍQ. EX.
VAR. LUCRO LÍQ. EX. 16/15
ATIVO TOTAL
PATRIM. LÍQUIDO
RENTABILIDADE DE VENDAS
RENTABILIDADE PATRIM. LÍQ
LIQUIDEZ CORRENTE
ENDIVIDAMENTO GERAL
ENDIVIDAMENTO DE LONGO PRAZO
EMPREGADOS NO ES
CLASSIF. 2016
1188,20%
8.926
1014,62%
44.683
18.942
9,35%
47,13%
1,19
57,61%
2,39%
156
96
N/D
1.580
627,78%
28.302
9.587
1,99%
16,48%
0,93
66,13%
0,00%
247
97
52,18%
913
29,61%
16.956
6.462
1,03%
14,12%
1,08
61,89%
1,00%
440
98
N/D
5.383
11,80%
31.124
13.662
6,58%
39,40%
2,18
56,11%
11,53%
N/D
99
-38,33%
305
173,04%
45.822
15.166
0,44%
2,01%
1,32
66,90%
23,22%
312
100
342,40%
15.171
10,63%
398.379
71.541
146,06%
21,21%
0,89
82,04%
2,38%
85
101
32,58%
1.517
84,21%
61.685
14.289
2,04%
10,62%
1,06
76,84%
8,88%
108
102
65,92%
3.540
58,64%
19.345
6.929
4,82%
51,09%
4,33
56,03%
32,95%
1
103
-58,80%
4.886
18,35%
80.574
68.124
6,77%
7,17%
6,14
15,45%
5,84%
139
104
N/D
1.707
-30,59%
75.690
48.838
2,07%
3,49%
3,00
35,48%
13,80%
N/D
105
N/D
12.268
-44,73%
137.531
81.142
14,51%
15,12%
1,07
41,00%
0,04%
N/D
106
N/D
2.224
130,22%
357.203
86.298
2,91%
2,58%
0,71
75,84%
63,07%
N/D
107
9,16%
6.860
14,87%
19.809
11.761
9,32%
58,33%
2,59
40,63%
3,81%
2.270
108
N/D
24
-11,80%
107.851
3.745
0,04%
0,63%
0,76
96,53%
12,61%
4
109
N/D
-1.155
11,54%
24.796
9.583
-1,48%
-12,05%
1,39
61,35%
16,32%
123
110
656,05%
784
158,20%
65.970
65.970
1,10%
1,19%
1,58
65,75%
6,97%
146
111
-23,65%
518
-27,45%
21.826
9.228
0,69%
5,61%
1,54
57,72%
0,13%
33
112
N/D
15.886
-40,78%
121.640
103.981
20,99%
15,28%
8,37
14,52%
4,99%
115
113
14,23%
26.225
12,97%
31.119
13.519
37,33%
193,98%
1,49
N/D
N/D
72
114
-92,65%
1.163
-85,95%
15.057
4.636
1,70%
25,09%
1,16
69,21%
0,00%
698
115
N/D
-10.854
21,33%
102.884
24.404
-16,49%
-44,47%
0,64
76,28%
26,99%
N/D
116
N/D
3.176
205,68%
22.197
7.116
4,23%
44,63%
1,89
105,07%
67,94%
625
117
N/D
-958
15,91%
38.709
20.326
-1,61%
-4,71%
1,85
47,49%
6,33%
241
118
N/D
184
42,16%
144.221
34.444
0,32%
0,53%
1,03
76,12%
4,43%
309
119
10,47%
1.423
75,80%
40.239
20.830
2,35%
6,83%
1,10
48,23%
10,75%
628
120
-20,76%
36
-73,89%
39.212
11.151
0,05%
0,32%
1,18
71,56%
14,19%
277
121
-71,94%
9.937
-72,76%
122.358
89.119
14,18%
11,15%
2,85
27,17%
0,99%
112
122
-50,81%
1.866
-76,94%
114.787
61.576
3,65%
3,03%
3,34
46,36%
29,63%
95
123
-225,76%
7.495
202,65%
76.932
21.528
11,89%
34,81%
1,93
72,02%
41,78%
121
124
N/D
18.774
61,93%
79.928
56.554
32,47%
33,20%
0,53
29,24%
11,73%
N/D
125
-27,46%
3.461
-37,89%
16.986
12.103
7,60%
28,60%
2,87
26,98%
0,61%
157
126
-53,68%
-2.130
15,07%
19.446
1.044
-3,53%
-204,08%
0,93
94,63%
13,04%
30
127
N/D
-8.307
150,59%
38.763
12.327
-14,45%
-67,38%
0,65
68,20%
38,62%
N/D
128
-1363,04%
2.435
1363,04%
77.737
5.269
5,62%
46,21%
1,03
93,22%
1,83%
1
129
N/D
-4.625
13,15%
45.204
19.960
-9,74%
-23,17%
2,43
55,85%
25,50%
200
130
-4,09%
6.572
69,40%
31.322
20.066
12,20%
32,75%
2,44
35,93%
3,60%
157
131
69,25%
9.003
-26,40%
265.745
60.001
184,72%
15,00%
1,03
77,42%
3,59%
77
132
9,52%
9.997
-14,18%
159.101
119.542
19,10%
8,36%
5,83
24,86%
17,09%
128
133
83,35%
1.267
147,90%
21.494
-4.423
2,72%
-28,65%
1,20
114,68%
47,08%
128
134
-18,68%
93
57,67%
21.321
10.061
0,22%
0,93%
1,64
52,81%
1,28%
210
135
-8.857
13,19%
218.489
104.352
-17,64%
-8,49%
0,61
52,24%
32,54%
N/D
136
87
-83,45%
38.710
7.682
0,20%
1,13%
1,33
80,16%
24,70%
201
137
N/D
5.296
2514,61%
51.180
6.008
10,59%
88,15%
2,39
88,26%
65,33%
N/D
138
N/D
-1.985
1,30%
87.327
2.152
-5,55%
-92,24%
N/D
N/D
N/D
N/D
139
4,10%
34.952
5,98%
7.908
145
80,67%
24105,14%
1,72
98,17%
46,72%
35
140
N/D
1.027
690,36%
101.195
42.256
2,54%
2,43%
2,07
100,00%
74,06%
N/D
141
N/D
1.952
6,73%
26.762
23.706
5,78%
8,23%
7,45
11,42%
2,71%
99
142
-12,48%
3.313
-7,65%
65.510
40.282
7,93%
8,22%
1,61
38,51%
26,44%
344
143
N/D
22.778
-36,38%
65.910
45.793
55,74%
49,74%
0,80
30,52%
8,18%
51
144
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
873
145
-20,06%
4.698
-19,38%
23.464
18.748
12,05%
25,06%
4,31
20,10%
0,88%
439
146
18,94%
2.329
-27,64%
48.237
27.339
5,94%
8,52%
2,22
42,91%
34,09%
272
147
14,26%
-432
-255,96%
10.661
7.545
-1,14%
-5,73%
3,42
29,23%
1,05%
94
148
N/D
-17
98,30%
9.455
5.142
-0,05%
-0,34%
3,85
45,62%
25,91%
43
149
N/D
65.670
855,61%
82.379
68.113
181,57%
96,41%
0,39
17,32%
11,21%
N/D
150
N/D -207,88%
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
127
RANKING DAS 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS CLASSIF. 2016
128
EMPRESA
151
VENAC
152
BRASPRESS
153
PW BRASIL
154
FRISA COMERCIAL
155
CIMOL MÓVEIS
156
SANTA FÉ ENERGIA
157
METROPOLITANA TRANSPORTES SERVIÇOS
158
TEGMA
159
REDE ÂNCORA ES
160
METALSER
161
MÁRMORES E GRANITOS JC
162
COOPGRANEIS
163
BEIRA RIO COM. DE CAFÉ
164
NEBRAX DO BRASIL
165
VIAÇÃO GRANDE VITÓRIA
166
VIAÇÃO TABUAZEIRO
167
TROP FRUTAS DO BRASIL
168
GM MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
169
BUTERI COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES LTDA
170
ÁGUA VIVA
171
LACCHENG ENGENHARIA
172
BANESTES DTVM
173
GUINDASTES CENTRO OESTE
174
ANDALUZ
175
ELETROMARQUEZ
176
ANDRADE INDÚSTRIA E MINERAÇÃO
177
TRANSCAMPO
178
SOIMPEX
179
SOLUÇÃO EPI
180
GRAFITUSA
181
RHODES
182
TRANSPORTES ICONHA
183
LISA
184
SOBRITA
185
LCI LOCAÇÃO COLARES LINHARES
186
KLAEIR
187
DISMIL
188
VAA BRASIL
189
BELAFIX
190
ELETROSOLDA
191
CAPRI LOGÍSTICA
192
GEDESA
193
MILANEZ & MILANEZE
194
GEOCONTROL
195
VIXTEAM
196
IMPÉRIO TRANSPORTES E COM. DE CAFÉ
197
TEREME ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO
198
APECARB
199
MINDWORKS
200
BRACOM CAMINHÕES
SETOR
Comércio Varejista Serviços Indústria Comércio Varejista Indústria Serviços Serviços Serviços Comércio Atacadista Indústria Indústria Serviços Comércio Varejista Comércio Atacadista Serviços Serviços Indústria Serviços Comércio Atacadista Indústria Indústria Serviços Serviços Indústria Serviços Indústria Serviços Serviços Comércio Atacadista Serviços Serviços Serviços Serviços Indústria Serviços Comércio Atacadista Comércio Atacadista Comércio Varejista Indústria Comércio Atacadista Serviços Serviços Serviços Serviços Serviços Serviços Serviços Agronegócio Serviços Comércio Varejista
ATIVIDADE
Concessionária de Veículos Transporte Confec. de Vestuário e Acessórios Comércio Varejista Fabricação de Móveis Eletricidade e Gás Transporte Serv. Importação e Exportação Comércio Atacadista Fab. de Produtos de Metais Fab. Prod. Minerais Não Metálicos Transporte Comércio Varejista Comércio Atacadista Transporte Transporte Alimentos Manut. Repar. e Inst. de Máq. e Equip. Comércio Atacadista Confecção de Vestuário Construção Serv. Financeiros e Seguros Loc. Maq. e Equi. Construção Fab. de Produtos de Metais Manut. Inst. de Máq. e Equi. Extração de Minerais Não Metálicos Transporte Logística Comércio Atacadista Gráfica Transporte Transporte Logística Fab. de Minerais Não Metálicos Loc. Maq. e Equi. Construção Comércio Atacadista Comércio Atacadista Comércio Varejista Química e Petroquímica Comércio Atacadista Logística Logística Organização de Eventos Tecnologia da Informação Tecnologia da Informação Transporte Manun. Inst. de Máq. e Equi. Agricultura em Geral Tecnologia da Informação Concessionária de Veículos
REC. OP. BRUTA
VAR. ROB. 16/15
REC. OP. LÍQ
VAR. ROL 16/15
35.418
-16,13%
32.646
-16,21%
1.542
34.718
1,98%
28.495
2,42%
8.408
33.945
-22,11%
30.905
-19,17%
3.365
33.794
25,37%
32.939
24,72%
1.944
32.879
-20,82%
25.402
-20,96%
N/D
31.098
10,06%
29.888
10,06%
26.979
30.577
0,65%
29.996
0,75%
N/D
30.540
-34,14%
N/D
N/D
N/D
30.089
13,91%
26.335
15,40%
N/D
29.033
35,34%
23.850
44,88%
N/D
28.364
-21,38%
28.342
-17,30%
25.239
27.252
-30,60%
26.058
-30,77%
58
26.183
N/D
24.314
N/D
N/D
25.896
7,48%
22.708
7,63%
N/D
25.817
-1,69%
24.523
-1,71%
N/D
25.644
-4,50%
24.374
-4,45%
N/D
25.173
-5,37%
19.388
-13,06%
N/D
23.960
-43,18%
20.335
-43,73%
N/D
21.721
10,51%
20.986
11,54%
1.427
21.069
36,63%
16.268
40,67%
N/D
20.852
-19,46%
19.377
-16,01%
2.190
20.843
193,57%
20.843
193,57%
N/D
20.132
-31,19%
16.931
-39,81%
N/D
19.798
7,74%
16.963
11,69%
-4.111
18.836
34,54%
15.776
18,10%
N/D
18.171
-55,89%
16.837
-55,04%
1.290
18.017
-17,38%
14.651
-18,05%
-854
17.335
109,25%
17.093
121,03%
4.413
17.300
-35,14%
12.917
-94,08%
N/D
16.189
-19,08%
14.700
-17,52%
511
15.597
10,25%
14.248
10,25%
N/D
15.402
-32,32%
13.380
-38,66%
N/D
15.386
-10,67%
12.315
-9,70%
N/D
15.054
17,04%
13.468
16,50%
N/D
14.761
48,01%
14.240
51,14%
N/D
14.385
-4,42%
10.371
-5,10%
N/D
14.304
-23,88%
13.579
-19,63%
1.266
14.059
-4,23%
10.310
-5,49%
N/D
12.534
3,50%
10.735
7,45%
2.973
12.338
-58,82%
8.751
-63,96%
N/D
11.955
15,43%
10.669
15,60%
N/D
10.580
N/D
9.956
N/D
N/D
10.429
5,16%
9.997
5,19%
N/D
10.098
-44,28%
8.479
-49,34%
N/D
9.935
32,94%
8.910
29,76%
N/D
9.763
109,86%
7.778
100,45%
N/D
9.738
-46,10%
8.329
-46,39%
N/D
8.060
-27,14%
7.746
-27,39%
N/D
8.038
38,65%
6.972
32,87%
1.137
7.335
-23,18%
6.154
-24,72%
N/D
EBITDA
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
VAR. EBITDA 16/15
LUCRO LÍQ. EX.
VAR. LUCRO LÍQ. EX. 16/15
ATIVO TOTAL
PATRIM. LÍQUIDO
RENTABILIDADE DE VENDAS
RENTABILIDADE PATRIM. LÍQ
LIQUIDEZ CORRENTE
ENDIVIDAMENTO GERAL
ENDIVIDAMENTO DE LONGO PRAZO
31,94%
-925
36,22%
35.309
15,04%
8.235
18,35%
N/D
-54,72%
-7.934
5132,59%
29,17%
1.432
50,68%
28.164
-2,83%
-3,29%
3,57
20,23%
5,79%
92
151
N/D
28,90%
N/D
N/D
N/D
N/D
182
152
68.327
26.056
-25,67%
-30,45%
1,99
61,87%
42,14%
212
153
8.168
3.221
4,35%
44,45%
1,44
60,56%
0,05%
32
5
154
-91,76%
22.792
12.322
0,02%
0,04%
2,24
45,93%
10,55%
106
67,06%
155
20.253
121,39%
183.140
134.843
67,76%
15,02%
3,10
26,37%
19,88%
N/D
156
N/D
-7.253
78,52%
50.517
9.010
-24,18%
-80,50%
0,20
82,17%
47,09%
N/D
157
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
196
158
N/D
-365
-818,51%
4.080
1.692
-1,39%
-21,58%
1,61
58,52%
N/D
N/D
159
N/D
114
3,85%
62.725
16.262
0,48%
0,70%
1,41
74,07%
6,99%
150
160
-26,35%
3.178
-76,30%
47.304
29.553
11,21%
10,75%
2,05
N/D
N/D
59
161
-114,41%
8
101,89%
6.460
4.021
0,03%
0,19%
1,97
37,76%
5,55%
11
162
N/D
-790
N/D
16.512
503
-3,25%
-157,11%
0,78
123,44%
96,95%
N/D
163
N/D
3.197
76,77%
16.361
12.507
14,08%
25,56%
4,11
N/D
N/D
N/D
164
N/D
-7.524
40,97%
68.296
14.695
-30,68%
-51,20%
0,12
78,48%
60,21%
N/D
165
N/D
-7.232
12,00%
47.460
6.342
-29,67%
-114,03%
0,16
86,64%
28,26%
N/D
166
N/D
1.725
165,81%
416.191
403.538
8,90%
0,43%
7,20
3,04%
1,54%
N/D
167
N/D
-90
-103,58%
6.525
3.324
-0,44%
-2,71%
3,34
49,07%
25,16%
N/D
168
8,04%
631
64,38%
13.066
8.561
3,01%
7,37%
1,55
34,47%
0,38%
11
169
N/D
2.404
N/D
10.422
9.016
14,78%
26,66%
7,52
13,49%
1,56%
257
170
-61,52%
2.021
-59,67%
31.201
11.443
10,43%
17,66%
2,30
63,33%
30,83%
141
171
N/D
17.601
195,45%
N/D
N/D
84,45%
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
172
N/D
-2.421
-165,44%
71.759
22.615
-14,30%
-10,71%
0,22
68,04%
43,49%
75
173
156,19%
-4.111
156,24%
13.194
2.814
-24,24%
-146,08%
0,34
78,67%
0,00%
179
174
N/D
-523
-106,23%
9.765
8.240
-3,32%
-6,35%
25,83
10,47%
8,07%
N/D
175
-67,04%
-1.670
-116,88%
47.110
35.435
-9,92%
-4,71%
5,38
24,78%
12,15%
6
176
-146,95%
-942
-431,02%
8.506
6.527
-6,43%
-14,43%
1,48
23,26%
1,10%
102
177
N/D
2.600
-45,91%
35.552
33.765
15,21%
7,70%
15,45
701,90%
697,57%
21
178
N/D
-1.264
172,02%
14.300
2.953
-9,78%
-42,79%
1,51
79,19%
31,01%
N/D
179
-61,44%
925
254,08%
14.441
8.453
6,30%
10,95%
1,23
41,46%
20,54%
83
180
N/D
4.655
32,57%
20.684
19.624
32,67%
23,72%
10,56
5,12%
0,08%
N/D
181
N/D
-601
-107,36%
134.863
119.041
-4,49%
-0,50%
7,22
11,73%
2,60%
N/D
182
N/D
-2.693
111,88%
50.718
6.417
-21,87%
-41,96%
1,08
87,35%
0,31%
29
183
N/D
515
193,90%
23.755
17.096
3,82%
3,01%
2,88
28,03%
20,33%
N/D
184
N/D
4.196
90,40%
25.201
16.862
29,46%
24,88%
1,02
33,09%
15,26%
N/D
185
N/D
509
-1,54%
9.247
4.407
4,91%
11,56%
4,39
52,34%
37,00%
N/D
186
43,98%
856
24,19%
11.022
5.171
6,30%
16,55%
1,52
53,08%
0,00%
27
187
N/D
709
118,59%
16.935
862
6,88%
82,29%
0,93
94,92%
0,00%
N/D
188
8,77%
670
-21,73%
5.003
1.981
6,24%
33,83%
1,66
60,41%
3,36%
23
189
N/D
83
-97,90%
15.870
9.464
0,95%
0,88%
18,47
40,36%
37,38%
1
190
N/D
64
102,42%
38.198
28.209
0,60%
0,23%
0,10
26,15%
6,02%
N/D
191
N/D
-218
N/D
4.210
1.994
-2,19%
-10,93%
0,90
N/D
N/D
N/D
192
N/D
980
29,85%
6.108
1.397
9,80%
70,15%
1,26
77,13%
1,64%
N/D
193
N/D
-2.555
65,82%
15.006
9.661
-30,13%
-26,45%
1,60
35,62%
8,53%
N/D
194
N/D
851
414,57%
4.887
3.193
9,55%
26,66%
3,01
34,66%
3,37%
N/D
195
N/D
3.320
-2,35%
3.437
-14.346
42,69%
-23,14%
0,09
517,45%
2,00%
N/D
196
N/D
184
-82,31%
3.971
2.960
2,21%
6,23%
2,48
25,46%
1,55%
127
197
N/D
-6.277
-159,05%
260.663
260.663
-81,03%
-2,41%
0,43
34,24%
29,60%
N/D
198
-9,64%
583
2053,78%
3.233
1.306
8,37%
44,67%
1,97
59,61%
18,85%
N/D
199
N/D
N/D
N/D
3.013
1.900
N/D
N/D
2,28
N/D
N/D
N/D
200
N/D
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
EMPREGADOS NO ES
CLASSIF. 2016
129
RANKING DAS 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS
CONSOLIDAÇÃO DAS 200 MAIORES EMPRESAS Ranking segundo receita operacional bruta no Espírito Santo (valores em milhares) SETOR/ATIVIDADE
Nº DE EMPRESAS
ROB
ROL
LUCRO LÍQUIDO
EBITDA
ATIVO TOTAL
PATRIM. LÍQUIDO
EMPREGADOS NO ES
AGRONEGÓCIO Agricultura em Geral
1
8.060
7.746
N/D
-6.277
260.663
260.663
N/D
TOTAL
1
8.060
7.746
N/D
-6.277
260.663
260.663
N/D
Comércio Atacadista
30
10.093.402
6.504.246
313.066
258.291
4.157.034
1.718.186
3.335
Comércio Varejista
9
2.605.741
2.396.293
18.872
16.886
904.346
288.740
2.060
Concessionária de Veículos
12
2.382.734
2.254.424
53.778
-29.892
713.398
178.724
1.352
TOTAL
51
15.081.877
11.154.962
385.717
245.285
5.774.778
2.185.650
6.747
Alimentos
15
7.178.393
6.111.789
239.956
116.011
4.163.299
1.123.899
7.838
Confecção de Vestuário e Acessórios
1
33.945
30.905
3.365
-7.934
68.327
26.056
212
Confecção de Vestuário
1
21.069
16.268
N/D
2.404
10.422
9.016
257
Construção
6
686.797
528.081
16.376
-29.252
822.132
367.461
643
Extração de Minerais Não Metálicos
1
18.171
16.837
1.290
-1.670
47.110
35.435
6
Extração de Petróleo e Gás Natural
1
17.483.074
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
Fab. de Borracha e Mat. Plástico
1
268.231
215.664
33.261
14.399
232.392
143.580
308
Fab. de Estruturas Metálicas
1
122.106
104.319
N/D
7.095
114.745
63.292
N/D
Fab. de Minerais Não Metálicos
2
71.505
65.821
13.245
10.512
182.857
136.639
128
Fab. de Produtos de Metais
4
257.216
208.089
8.822
3.572
175.027
73.120
871
Fabricação de Máq. e Mat. Elétricos
1
635.427
475.419
81.896
75.056
380.166
281.748
2.435
Fab. Prod. Minerais Não Metálicos
6
596.180
546.782
85.159
58.014
724.572
414.988
821
Mineração
5
8.443.879
960.038
798.896
530.936
2.314.265
1.947.879
7.436
Fabricação de Móveis
5
298.945
238.478
-4.032
-8.505
236.969
83.280
718
Papel e Celulose
1
3.531.127
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
1.556
Química e Petroquímica
5
5.782.359
5.639.433
362.713
119.354
3.475.479
661.562
568
Siderurgia e Metalurgia
4
7.485.359
781.024
223.275
172.902
940.893
747.757
6.772
TOTAL
60
52.913.781
15.938.948
1.864.221
1.062.894
13.888.654
6.115.712
30.569
COMÉRCIO
INDÚSTRIA
SERVIÇOS Admin. de Shopping Center
1
42.461
40.867
N/D
22.778
65.910
45.793
51
Atendimento Hospitalar
8
1.063.581
1.032.810
89.068
42.394
879.014
383.581
9.299
Cap. Trat. e Distrib. de Água
1
785.765
712.103
203.711
91.458
2.704.076
2.134.495
1.433
Coleta Trat. e Dist. Resíduos
1
78.890
71.544
6.245
784
65.970
65.970
146
Concessionária de Rodovias
2
337.140
316.246
65.911
36.540
580.257
210.431
445
Construção
1
118.834
103.325
8.024
2.619
79.807
47.372
585
Eletricidade e Gás
5
5.639.080
3.527.654
508.355
316.036
4.422.399
1.471.805
1.209
Gestão de Portos e Terminais
4
520.507
465.148
42.388
-14.465
1.031.796
579.961
601
Gráfica
1
16.189
14.700
511
925
14.441
8.453
83
Informação e Comunicação
1
41.385
39.190
5.740
2.329
48.237
27.339
272
Loc. Maq. e Equi. Construção
3
108.119
91.835
1.773
3.197
137.199
60.307
703
Logística
4
55.256
50.033
4.413
-246
128.678
70.385
50
Manut. e Repar. de Prod. de Borracha
1
39.561
37.749
909
-432
10.661
7.545
94
Manun. Inst. de Máq. e Equi.
2
28.574
24.105
0
-339
13.736
11.199
127
Manut. Repar. e Inst. de Máq. e Equip.
2
79.057
66.849
4.612
1.177
28.019
-1.100
128
Plano de Saúde
7
2.232.218
2.175.743
101.995
85.436
977.800
358.105
4.338
Organização de Eventos
1
10.429
9.997
N/D
980
6.108
1.397
N/D
Serv. de Limpeza e Conservação
1
84.696
73.623
8.906
6.860
19.809
11.761
2.270
Serv. Financeiros e Seguros
12
4.960.164
3.657.880
163.315
430.735
34.195.390
2.952.454
3.826
Serv. Importação e Exportação
7
3.394.182
2.574.099
56.368
46.546
1.567.977
354.539
259
Tecnologia da Informação
5
195.008
167.289
13.414
1.560
99.868
33.085
806
Transporte
16
1.895.659
1.670.190
258.332
113.280
2.427.462
1.252.866
5.687
Vigilância e Segurança
2
145.049
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
2.429
TOTAL
88
21.871.803
16.922.978
1.543.988
1.190.152
49.504.614
10.087.743
34.841
TOTAL CONSOLIDADO
200
89.875.521
44.024.635
3.793.925
2.492.053
69.428.709
18.649.769
72.157
130
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
RANKING DAS 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS AS MELHORES: GERAL E INDÚSTRIA
O
anuário “IEL 200 Maiores e Melhores Empresas no Espírito Santo”, ao longo de 21 anos, consolidou-se como um dos mais importantes veículos de divulgação das empresas, da economia e do Estado do Espírito Santo e vem buscando, a cada edição, manter seu padrão técnico, inovar e melhorar em qualidade, com rigor metodológico que torna dados e resultados mais consistentes. Como novidade nesta edição, teremos além, da melhor empresa geral, a melhor indústria, buscando estimular assim a participação, cada vez
A Santa Fé Trading ficou em primeiro lugar nas categorias “Melhor Empresa” do Anuário das Maiores e Melhores Empresas no Espírito Santo 2017. Reconhecida pelo mercado como uma das mais sólidas empresas de comércio exterior no Brasil, a capixaba Santa Fé tem como marca a credibilidade de suas operações. Em atuação desde 1993, a empresa surgiu com a proposta de oferecer uma logística tributária eficiente, capaz de reduzir os custos na importação via benefício fiscal. Com o tempo, a Santa Fé ganhou a funcionalidade de um escritório boutique.
“
O destaque representa o resultado de um trabalho contínuo e sério, que se traduz em um ambiente desburocratizado, de baixo custo operacional e muito eficiente. Essa seriedade se traduziu em liquidez durante a crise, o que nos permitiu operar de forma independente com os nossos clientes.”
Ana Maria Gil Marcucci, diretora da Santa Fé Trading
AS MELHORES EMPRESAS – GERAL CLASSIF.
132
EMPRESA
SETOR
PONTUAÇÃO
PERFIL DA EMPRESA
1
SANTA FÉ TRADING
Serviços
8,926
Razão Social: Santa Fé Trading Importação e Exportação
2
BRAMETAL
Indústria
8,805
Nome Fantasia: Santa Fé Trading
3
BENEVIX ADMINISTRADORA DE BENEFÍCIOS
Serviços
8,372
Atividade: Serviço de Importação e Exportação
4
SICOOB CORRETORA DE SEGUROS
Serviços
8,301
Crescimento das Vendas: 35,56%
5
SINGULAR CONTÁBIL
Serviços
8,280
Rentabilidade das Vendas: 4,82%
6
RAZÃO CONTÁBIL
Serviços
8,262
Rentabilidade do Patrimônio Líquido: 51,09%
7
TANGARÁ FOODS
Indústria
8,241
Liquidez Corrente: 4,33
8
LANDSEA
Serviços
8,170
Faturamento: R$ 88.825.817
9
ELKEM
Indústria
8,138
10
ALCON
Indústria
8,032
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
Especializada na produção de torres para linhas de transmissão, a Brametal ficou no primeiro lugar na categoria “Melhor Indústria”, do Anuário IEL 200 Maiores e Melhores Empresas no Espírito Santo 2017. Fundada em Santa Catarina e com fábrica em Linhares, a empresa conta com 690 funcionários diretos e 900 no total.
“
Foto: Divulgação
Ficamos muito orgulhosos de recebermos uma premiação como essa. Trabalhamos com encomendas, com contratos de maturação longa. O período do momento em que ganhamos a licitação até a execução do contrato, às vezes, leva cerca de dois anos. E tivemos no ano passado grandes contratos, com destaque para a linha de Belomonte. E com esses contratos, aumentamos a nossa produtividade. Além disso, foi um momento de estabilidade do preço do aço, que é o nosso principal componente. Então, o grande volume e o preço resultaram em rentabilidade e em um grande ano para a empresa no mercado interno.” Rui Luiz Scotti, diretor-presidente da Brametal
AS MELHORES EMPRESAS DO SETOR INDUSTRIAL CLASSIF.
EMPRESA
SETOR
PONTUAÇÃO
PERFIL DA EMPRESA
1
BRAMETAL
Indústria
8,805
Razão Social: Brametal S/A
2
TANGARÁ FOODS
Indústria
8,241
Nome Fantasia: Brametal
3
ELKEM
Indústria
8,138
Atividade: Siderurgia e Metalurgia
4
ALCON
Indústria
8,032
Pessoal Empregado no ES: 538
5
ÁGUA VIVA
Indústria
7,936
Crescimento das Vendas: 94,72%
6
MAGBAN
Indústria
7,894
Rentabilidade das Vendas: 28,47%
7
SELITA
Indústria
7,748
Rentabilidade do Patrimônio Líquido: 43,23%
8
WEG LINHARES EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
Indústria
7,411
Liquidez Corrente: 2,80
9
ANDRADE INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MÁRMORES
Indústria
7,181
Faturamento: R$ 467.228.239
10
COFRIL FRIGORÍFICO
Indústria
7,057
maior no Anuário desse relevante setor na economia capixaba. É importante esclarecer que o estabelecimento da melhor empresa e da melhor indústria em 2016 não são escolhas fundamentadas nas competências e na atuação em seus respectivos mercados, mas segundo
critérios de pontuação e peso, já apresentados anteriormente. Dessa forma, conforme os critérios anteriormente definidos, “A Melhor Empresa no Espírito Santo em 2016” é a Santa Fé Trading. “A Melhor Indústria no Espírito Santo em 2016” é a Brametal.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
133
RANKING DAS 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS AS MAIORES EMPRESAS SEGUNDO OS PRINCIPAIS INDICADORES
C
omo em anos anteriores, com a definição do ranking 2017 das 200 Maiores Empresas no Espírito Santo, o IEL elabora a classificação segundo os principais indicadores econômicos e financeiros, destacando os melhores desempenhos. Cabe ressaltar que foram contempladas nestes rankings apenas as companhias que forneceram informações para a elaboração das listas.
As 20 maiores em produtividade por empregado A maior produtividade por empregado registrada foi de R$ 137 mil. Relação 39% menor do que a verificada em 2015. Média de R$ 23,9 milhões por empregado. Essa relação em 2015 foi de R$ 48,6 milhões. Queda de 49% em relação ao ano passado.
As 20 maiores segundo o patrimônio líquido (PL) Quanto ao critério de patrimônio líquido, as 20 maiores empresas somaram R$ 11,3 bilhões, representando 59% do montante do PL das 200 maiores em 2016. Média de R$ 568 milhões por empresa.
As 20 maiores empregadoras Na classificação das maiores empregadoras entre as 200 maiores, as 20 principais geraram 45.281 trabalhadores diretos, equivalendo a 63,9% do total. Esse dado apresenta baixa em relação ao apurado na pesquisa 2016, quando foram registradas 49.770 vagas entre as 20 maiores empregadoras. Queda de 9% no comparativo.
As 20 empresas de maior rentabilidade das vendas Dentre as de maior rentabilidade das vendas, destacam-se 18 empresas do setor serviços, 1 do setor industrial e 1 de agronegócio. Esse indicador apontou no ano de 2015 média de 735,6%, sendo que no ano de 2016 essa média ficou em 189,2%.
Os 20 maiores lucros por empregado O lucro médio por empregado entre os 20 melhores desempenhos nesse indicador foi de R$ 922 mil, tendo uma queda de 17,1% em relação ao ano anterior, quando o lucro médio por empregado foi de R$ 1,1 milhão.
As 20 maiores por rentabilidade do patrimônio líquido A rentabilidade média do PL das 20 melhores empresas nesse indicador foi de 1.336,69%. Esse percentual foi fortemente influenciado, assim como em 2015, pelo resultado apresentado pela Sicoob Corretora de Seguros, que apresentou um indicador de 24.105,14%.
As 20 maiores pelo Ebitda No ano de 2016, o somatório apurado foi de R$ 2,8 bilhões, resultado superior ao do ano de 2015, quando registrou-se o somatório de R$ 1,6 bilhão. Aumento de 75%. As 20 maiores nesse indicador representam 74,3% do total do Ebitda informado pelas empresas participantes da pesquisa.
As melhores em liquidez corrente No ano de 2016, a maior liquidez corrente apurada foi de 431,68. Em 2015, foi de 415,4.
Os 20 maiores crescimentos da ROB
As 20 mais lucrativas
Em 2016, em termos de receita operacional bruta, observou-se que 6 empresas pertencem ao setor industrial, 1 ao setor comercial e 13 ao setor de serviços. O maior crescimento da ROB verificado em 2016 foi de 530,9%, enquanto que em 2015 foi de 422,44%.
As 20 empresas mais lucrativas apresentaram em conjunto uma lucratividade de R$ 1,7 bilhão, cerca de 1,9% da ROB apurada no ano. Essa relação em 2015 também foi de 1,9%.
Os 20 maiores crescimentos da ROL Em 2016 observa-se que o maior aumento da ROL foi de 530,9%. A média de crescimento foi de 102,5%. No ano de 2015 a média de crescimento da ROL foi de 121,31%.
134
Os 20 maiores ativos Os 20 maiores ativos totalizaram R$ 49,8 bilhões, refletindo um aumento de 12,7% em relação aos dados de 2015. Os 20 maiores ativos representam 71,7% do total dos ativos das 200 maiores no Estado. Os resultados desses indicadores podem ser verificados nas tabelas a seguir:
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
OS 20 MAIORES CRESCIMENTOS DA RECEITA BRUTA AS 20 MAIORES EMPREGADORAS Classificação das empresas pelo crescimento (%) da receita bruta POSIÇÃO
CLASSIF. 2016
1
212
MISA PARTICIPAÇÕES
Serviços
2
171
BANESTES DTVM
Serviços
3
238
ARMAZÉNS GERAIS S.A
4
195
5
Classificação das empresas pelo número de empregados no ES
VAR. DA ROB 16/15
POSIÇÃO
CLASSIF. 2016
531%
1
2
VALE
Indústria
7.436
194%
2
3
ARCELORMITTAL BRASIL
Indústria
5.943
Serviços
114%
3
38
HOSPITAL EVANGÉLICO DE VILA VELHA
Serviços
2.956
IMPÉRIO TRANSPORTES E COMÉRCIO DE CAFÉ
Serviços
110%
4
14
VIX LOGÍSTICA
Serviços
2.747
177
SOIMPEX
Serviços
109%
5
13
UNIMED VITÓRIA
Serviços
2.483
6
241
SUAVE HOLDING
Serviços
108%
6
22
WEG LINHARES EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
Indústria
2.435
7
104
CONTEK
Indústria
105%
7
7
BANESTES
Serviços
2.394
8
213
LANDSEA
Serviços
93%
8
107
SERDEL
Serviços
2.270
9
211
ECOTRADING
Serviços
80%
9
10
GAROTO
Indústria
1.945
10
25
BRAMETAL
Indústria
78%
10
16
FRISA FRIGORÍFICO
Indústria
1.613
11
233
TMK
Serviços
69%
11
62
HOSPITAL SANTA RITA
Serviços
1.585
12
106
PAINEIRAS
Indústria
69%
12
6
FIBRIA CELULOSE
Indústria
1.556
13
118
COFERVIL
Comércio Atacadista
52%
13
94
PROSEGUR BRASIL
Serviços
1.556
14
52
SICOOB CENTRAL ES
Serviços
50%
14
20
CESAN
Serviços
1.433
15
17
TANGARÁ FOODS
Indústria
49%
15
82
HOSPITAL VILA VELHA
Serviços
1.326
16
110
SERRA AMBIENTAL
Serviços
49%
16
199
JSL
Serviços
1.314
17
184
LCI LOCAÇÃO COLARES LINHARES
Serviços
48%
17
85
VITÓRIA APART HOSPITAL
Serviços
1.215
18
198
MINDWORKS
Serviços
39%
18
36
ÁGUIA BRANCA
Serviços
1.131
19
224
CAMPO CONSTRUTORA
Indústria
38%
19
18
LEÃO ALIMENTOS E BEBIDAS
Indústria
1.043
20
169
ÁGUA VIVA
Indústria
37%
20
5
EDP ESPÍRITO SANTO
Serviços
900
EMPRESAS
SETOR
AS 20 MAIORES PELO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Classificação das empresas por patrimônio líquido - em R$ milhares POSIÇÃO
CLASSIF. 2016
1
20
CESAN
2
7
BANESTES
3
5
4
EMPRESAS
SETOR
EMPREGADOS NO ES
AS 20 MAIORES PELO EBITDA
Classificação das empresas pelo Ebtida - em R$ milhares CLASSIF. 2016
POSIÇÃO
Serviços
2.134.495
1
5
EDP ESPÍRITO SANTO
Serviços
456.097
Serviços
1.262.321
2
26
NIBRASCO
Indústria
297.126
EDP ESPÍRITO SANTO
Serviços
951.640
3
4
HERINGER
Indústria
249.578
26
NIBRASCO
Indústria
692.603
4
14
VIX LOGÍSTICA
Serviços
205.618
5
206
CAMPO PARTICIPAÇÕES IMOBILIÁRIAS
Serviços
643.640
5
20
CESAN
Serviços
203.711
6
14
VIX LOGÍSTICA
Serviços
564.532
6
50
KOBRASCO
Indústria
195.468
7
28
RDG PRODUTOS SIDERÚRGICOS
Comércio Atacadista
441.714
7
65
HISPANOBRÁS
Indústria
154.196
8
50
KOBRASCO
Indústria
441.324
8
60
ITABRASCO
Indústria
152.106
9
60
ITABRASCO
Indústria
438.652
9
25
BRAMETAL
Indústria
131.939
10
35
PERFILADOS RIO DOCE
Indústria
436.768
10
17
TANGARÁ FOODS
Indústria
117.368
11
82
BANDES
Serviços
423.106
11
22
WEG LINHARES EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
Indústria
81.896
12
167
TROP FRUTAS DO BRASIL
Indústria
403.538
12
11
TROP COMÉRCIO EXTERIOR
Comércio Atacadista
81.201
13
36
ÁGUIA BRANCA
Serviços
380.155
13
56
ALCON
Indústria
79.338
14
65
HISPANOBRÁS
Indústria
375.300
14
28
RDG PRODUTOS SIDERÚRGICOS
Comércio Atacadista
67.035
15
79
PORTO DE VITÓRIA
Serviços
321.341
15
35
PERFILADOS RIO DOCE
Indústria
66.094
16
46
SICOOB LESTE CAPIXABA
Serviços
296.509
16
41
ECO101
Serviços
65.911
17
19
UNICAFÉ
Comércio Atacadista
294.324
17
206
CAMPO PARTICIPAÇÕES IMOBILIÁRIAS
Serviços
54.174
18
4
HERINGER
Indústria
289.207
18
19
UNICAFÉ
Comércio Atacadista
53.472
19
25
BRAMETAL
Indústria
287.566
19
52
SICOOB CENTRAL ES
Serviços
52.919
20
22
WEG LINHARES EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
Indústria
281.748
20
58
COSENTINO LATINA
Indústria
49.912
SETOR
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
EMPRESAS
SETOR
EBITDA 2016
PL 2016
EMPRESAS
135
RANKING DAS 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS AS 20 MAIORES RENTABILIDADES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
AS 20 MAIS LUCRATIVAS
Classificação das empresas pelo lucro líquido do exercício sobre o patrimônio líquido - em %
Classificação das empresas pelo lucro líquido - em R$ milhares POSIÇÃO
CLASSIF. 2016
EMPRESAS
SETOR
RESULT. LÍQ. 2016
POSIÇÃO
CLASSIF. 2016
SETOR
RENTABILIDADE DO PL
1
5
EDP ESPÍRITO SANTO
Serviços
213.490
1
140
SICOOB CORRETORA DE SEGUROS
Serviços
24105,14%
2
26
NIBRASCO
Indústria
197.635
2
213
LANDSEA
Serviços
696,10%
3
7
BANESTES
Serviços
161.356
3
76
VITÓRIA MOTORS
Comércio Varejista
386,52%
4
25
BRAMETAL
Indústria
124.319
4
218
RAZÃO CONTÁBIL
Serviços
235,34%
5
50
KOBRASCO
Indústria
123.285
5
17
TANGARÁ FOODS
Indústria
234,29%
6
60
ITABRASCO
Indústria
110.856
6
114
BENEVIX ADMINISTRADORA DE BENEFÍCIOS
Serviços
193,98%
7
65
HISPANOBRÁS
Indústria
99.160
7
150
CETURB-GV
Serviços
96,41%
8
20
CESAN
Serviços
91.458
8
138
PEDREIRAS DO BRASIL
Comércio Atacadista
88,15%
9
22
WEG LINHARES EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS Indústria
75.056
9
188
VAA BRASIL
Comércio Varejista
82,29%
10
150
CETURB-GV
Serviços
65.670
10
220
IMPORTBRAS COM. EXT. E LOGÍSTICA
Serviços
73,32%
11
46
SICOOB LESTE CAPIXABA
Serviços
63.666
11
193
MILANEZ & MILANEZE
Serviços
70,15%
12
56
ALCON
Indústria
60.923
12
10
GAROTO
Indústria
63,11%
13
28
RDG PRODUTOS SIDERÚRGICOS
Comércio Atacadista
57.152
13
108
SERDEL
Serviços
58,33%
14
11
TROP COMÉRCIO EXTERIOR
Comércio Atacadista
53.326
14
21
UNILIDER
Comércio Atacadista
53,88%
15
206
CAMPO PARTICIPAÇÕES IMOBILIÁRIAS
Serviços
52.890
15
209
DRACO SERVIÇOS E ACES P/VEÍCULOS
Serviços
53,06%
16
14
VIX LOGÍSTICA
Serviços
47.989
16
103
SANTA FÉ TRADING
Serviços
51,09%
17
4
HERINGER
Indústria
43.191
17
144
SHOPPING VITÓRIA
Serviços
49,74%
18
19
UNICAFÉ
Comércio Atacadista
42.721
18
53
EXTRAFRUTI
Comércio Atacadista
49,52%
19
35
PERFILADOS RIO DOCE
Indústria
40.528
19
96
MEDSÊNIOR
Serviços
47,13%
20
13
UNIMED VITÓRIA
Serviços
39.259
20
129
TERRA NOVA
Comércio Atacadista
46,21%
AS 20 MAIORES EM LIQUIDEZ CORRENTE
OS 20 MAIORES ATIVOS
Classificação das empresas pelo Índice de Liquidez Corrente (ativo circulante sobre passivo circulante)
Classificação das empresas pelo ativo total - em R$ milhares POSIÇÃO
CLASSIF. 2016
1
7
BANESTES
2
5
EDP ESPÍRITO SANTO
3
4
4
136
EMPRESAS
LIQUIDEZ CORRENTE 2016
ATIVO 2016
POSIÇÃO
CLASSIF. 2016
Serviços
25.609.797
1
239
ZEO
Serviços
431,68
Serviços
3.207.613
2
242
CONTISA
Serviços
304,68
HERINGER
Indústria
2.855.544
3
201
TUBOS SOLDADOS ATLÂNTICOS
Indústria
43,42
20
CESAN
Serviços
2.704.076
4
236
CISA COMÉRCIO E SERVIÇOS
Comércio Atacadista
39,03
5
52
SICOOB CENTRAL ES
Serviços
1.964.144
5
234
SEMSA EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES
Serviços
31,49
6
82
BANDES
Serviços
1.539.859
6
175
ELETROMARQUEZ
Serviços
25,83
7
14
VIX LOGÍSTICA
Serviços
1.225.758
7
190
ELETROSOLDA
Comércio Atacadista
18,47
8
10
GAROTO
Indústria
1.207.233
8
223
AUTOMÁTICA TECNOLOGIA
Indústria
15,63
9
8
CISA TRADING
Serviços
1.126.457
9
178
SOIMPEX
Serviços
15,45
10
46
SICOOB LESTE CAPIXABA
Serviços
1.109.844
10
35
PERFILADOS RIO DOCE
Indústria
15,31
11
57
SICOOB SUL SERRANO
Serviços
990.422
11
207
CENTRALFER
Indústria
14,01
12
26
NIBRASCO
Indústria
851.131
12
217
QUIMETAL
Serviços
13,81
13
67
SICOOB SUL
Serviços
847.383
13
181
RHODES
Serviços
10,56
14
64
SICOOB NORTE
Serviços
793.534
14
230
PRODUTORA AVÍCOLA E AGRÍCOLA
Agronegócio
8,99
15
78
SICOOB CENTRO-SERRANO
Serviços
668.374
15
113
MAGBAN
Indústria
8,37
16
206
CAMPO PARTICIPAÇÕES IMOBILIÁRIAS
Serviços
661.244
16
233
TMK
Serviços
7,62
17
17
TANGARÁ FOODS
Indústria
657.136
17
170
ÁGUA VIVA
Indústria
7,52
18
11
TROP COMÉRCIO EXTERIOR
Comércio Atacadista
610.677
18
65
HISPANOBRÁS
Indústria
7,49
19
23
TRISTÃO
Comércio Atacadista
600.380
19
142
MÓVEIS PEROBA
Indústria
7,45
20
36
ÁGUIA BRANCA
Serviços
585.073
20
212
MISA PARTICIPAÇÕES
Serviços
7,40
EMPRESAS
SETOR
EMPRESA
SETOR
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
OS 20 MAIORES CRESCIMENTOS DA RECEITA LÍQUIDA
OS 20 MAIORES LUCROS POR EMPREGADOS Classificação das empresas pelo lucro líquido por empregado - em R$ milhares
Classificação das empresas pelo crescimento (%) da receita líquida POSIÇÃO
CLASSIF. 2016
VAR. DA ROL 16/15
POSIÇÃO
1
212
MISA PARTICIPAÇÕES
2
172
BANESTES DTVM
Serviços
530,97%
1
11
TROP COMÉRCIO EXTERIOR
Comércio Atacadista
3.555
Serviços
193,57%
2
103
SANTA FÉ TRADING
Serviços
3
238
3.540
ARMAZÉNS GERAIS S.A
Serviços
113,96%
3
129
TERRA NOVA
Comércio Atacadista
4
2.435
196
IMPÉRIO TRANSPORTES E COM. DE CAFÉ
Serviços
109,86%
4
8
CISA TRADING
Serviços
1.511
5
178
SOIMPEX
Serviços
109,25%
5
55
JSL
Serviços
1459
6
241
SUAVE HOLDING
Serviços
107,79%
6
209
DRACO SERVIÇOS E ACES P/VEÍCULOS
Serviços
1.347
7
105
CONTEK
Indústria
104,92%
7
140
SICOOB CORRETORA DE SEGUROS
Serviços
999
8
213
LANDSEA
Serviços
93,10%
8
144
SHOPPING VITÓRIA
Serviços
447
9
211
ECOTRADING
Serviços
80,45%
9
56
ALCON
Indústria
426
10
25
BRAMETAL
Indústria
77,81%
10
114
BENEVIX ADMINISTRADORA DE BENEFÍCIOS Serviços
364
11
233
TMK
Serviços
69,49%
11
46
SICOOB LESTE CAPIXABA
Serviços
335
12
107
PAINEIRAS
Indústria
69,10%
12
231
COMEX
Serviços
311
13
55
JSL
Serviços
65,23%
13
19
UNICAFÉ
Comércio Atacadista
237
14
119
COFERVIL
Comércio Atacadista
51,91%
14
5
EDP ESPÍRITO SANTO
Serviços
237
15
52
SICOOB CENTRAL ES
Serviços
49,78%
15
25
BRAMETAL
Indústria
231
16
17
TANGARÁ FOODS
Indústria
49,45%
16
67
SICOOB SUL
Serviços
227
17
111
SERRA AMBIENTAL
Serviços
49,14%
17
72
QUIMETAL DISTRIBUIDORA
Serviços
203
18
185
LCI LOCAÇÃO COLARES LINHARES
Serviços
48,01%
18
35
PERFILADOS RIO DOCE
Indústria
196
19
199
MINDWORKS
Serviços
38,65%
19
4
HERINGER
Indústria
195
20
224
CAMPO CONSTRUTORA
Indústria
37,50%
20
101
SICOOB CREDIROCHAS
Serviços
178
EMPRESAS
SETOR
AS 20 MAIORES RENTABILIDADES DAS VENDAS
Classificação das empresas pela margem líquida das vendas - em % POSIÇÃO
CLASSIF. 2016
1
206
CAMPO PARTICIPAÇÕES IMOBILIÁRIAS
2
243
MMP
3
78
4
CLASSIF. 2016
EMPRESA
SETOR
LUCRO POR EMPREGADO
AS 20 MAIORES EM PRODUTIVIDADE POR EMPREGADO Classificação das empresas pela receita líquida por empregado - em R$ milhares
RENTAB. VENDAS
POSIÇÃO
Serviços
1151,60%
1
8
CISA TRADING
Serviços
137088
Serviços
406,95%
2
11
TROP COMÉRCIO EXTERIOR
Comércio Atacadista
116266
SICOOB CENTRO-SERRANO
Serviços
186,34%
3
103
SANTA FÉ TRADING
Serviços
73392
132
SICOOB SUL LITORÂNEO
Serviços
184,72%
4
129
TERRA NOVA
Comércio Atacadista
43307
5
64
SICOOB NORTE
Serviços
181,84%
5
88
SAVIXX
Comércio Atacadista
24028
6
150
CETURB-GV
Serviços
181,57%
6
4
HERINGER
Indústria
23507
7
57
SICOOB SUL SERRANO
Serviços
168,68%
7
109
CLAC
Serviços
16282
8
67
SICOOB SUL
Serviços
158,21%
8
190
ELETROSOLDA
Comércio Atacadista
8751
9
46
SICOOB LESTE CAPIXABA
Serviços
146,48%
9
19
UNICAFÉ
Comércio Atacadista
4815
10
101
SICOOB CREDIROCHAS
Serviços
146,06%
10
29
NICCHIO SOBRINHO CAFÉ
Comércio Atacadista
4508
11
231
COMEX
Serviços
104,72%
11
70
TAI MOTORS
Comércio Varejista
3810
12
220
IMPORTBRAS COMÉRCIO EXTERIOR E LOGÍSTICA Serviços
100,13%
12
5
EDP ESPÍRITO SANTO
Serviços
3085
13
230
PRODUTORA AVÍCOLA E AGRÍCULA
Agronegócio
88,78%
13
72
QUIMETAL DISTRIBUIDORA
Serviços
2902
14
229
VIANA INVESTIMENTOS IMOBILIÁRIOS
Serviços
85,81%
14
176
ANDRADE INDÚSTRIA E MINERAÇÃO
Indústria
2806
15
225
MADEIRAS ECOLÓGICAS
Indústria
85,45%
15
162
COOPGRANEIS
Serviços
2369
16
172
BANESTES DTVM
Serviços
84,45%
16
15
KURUMÁ VEÍCULOS
Comércio Varejista
2288
17
205
BOA PRAÇA PARTICIPAÇÕES
Serviços
84,30%
17
112
VITÓRIA MOTORS
Comércio Varejista
2285
18
140
SICOOB CORRETORA DE SEGUROS
Serviços
80,67%
18
17
TANGARÁ FOODS
Indústria
2213
19
52
SICOOB CENTRAL ES
Serviços
79,57%
19
21
UNILIDER
Comércio Atacadista
2175
20
209
DRACO SERVIÇOS E ACES P/VEÍCULOS
Serviços
77,55%
20
127
LAND VITÓRIA
Comércio Varejista
2010
EMPRESAS
SETOR
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
CLASSIF. 2016
EMPRESA
SETOR
PROD. POR EMPREGADO
137
RANKING DAS 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS AS MAIORES E MELHORES EMPRESAS POR SETOR
138
Foto: Jackson Gonçalves
C
omo novidade no ranking deste ano, apresentaremos, além das maiores empresas em cada setor, as melhores empresas dessas áreas. Para formação de tais rankings por segmentos constantes deste estudo técnico, foram utilizados dados informados pelas empresas para a pesquisa “200 Maiores e Melhores Empresas no Espírito Santo”. Os rankings são compostos pelas maiores e melhores empresas cujas atividades comuns são desenvolvidas, podendo ocorrer que estejam ou não entre as 200 maiores. Ou seja, a participação nas tabelas a seguir independe de sua classificação no ranking geral das 200 maiores empresas, já que muitas delas não apresentam receita operacional bruta suficiente para a inclusão no ranking geral. Mais uma vez, diversas empresas e segmentos foram convidados a participar da pesquisa para que fossem mantidos os rankings já divulgados em anos anteriores e outros novos fossem incluídos nesta edição. Novamente consideramos importante ressaltar que a ausência de eventuais empresas de destaque nas classificações setoriais deve-se ao fato de não ter havido interesse em participar da pesquisa e ao fechamento do balanço patrimonial e demonstrativo de resultados posterior à data limite para conclusão da pesquisa, ao não envio de informações em tempo hábil ou à ausência de algum indicador para composição dos pesos, no caso das melhores, podendo ocorrer nessas situações, variações do número de empresas que compõem os rankings quando comparado a anos anteriores. Da mesma maneira, cálculos de médias foram feitos em conformidade com informações recebidas, ou seja, na ausência de um dado, este não foi considerado em cálculos estatísticos gerados. A classificação das “Melhores Empresas” é resultado do desempenho de indicadores obtidos por meio dos demonstrativos contábeis de todas as empresas que participaram desta edição do Anuário. Dessa forma, é possível que empresas que não compõem a lista das 200 Maiores façam parte desta avaliação. A metodologia de
cálculo promove o comparativo dos resultados segundo aspectos de crescimento, rentabilidade, saúde financeira e produtividade por empregado, excluindo a participação de holdings, e consiste em atribuir pontos pelo desempenho em cada um dos cinco indicadores, relativos a quantidade de empresas participantes, multiplicados por seu respectivo peso. Assim, os indicadores de desempenho e seus respectivos pesos são os seguintes: Crescimento das vendas – Peso 20 Indica se a participação da empresa no mercado aumentou ou diminuiu e sua capacidade de, crescendo, gerar empregos. Rentabilidade das vendas – Peso 10 Mede o percentual das vendas líquidas que permanecem na empresa como lucro do período, ou seja, é o percentual que restou para a empresa, depois de deduzidos todos os custos e despesas. A análise indica quanto a empresa obtém de lucro para cada R$ 100,00 vendidos. Rentabilidade do patrimônio líquido – Peso 35 Mede a remuneração do capital investido pelos proprietários, sendo resultado da eficiência da empresa na gestão dos negócios. O cálculo da rentabilidade do patrimônio líquido permite saber quanto a administração, por meio de uso dos ativos, obteve de rendimento
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
faturamento de R$ 6 bilhões e média de 800 empregados por empresa, 11,5% e 1,5% superiores a 2015. As maiores e melhores de atendimento hospitalar: Registraram uma receita bruta total de R$ 950 milhões, com queda de 27,6% quando comparado ao ano anterior. A média de empregados em 2016 foi de 1.270 por empresa contra 1.603 em 2015, cerca de 21,8% a menos.
com a respectiva estrutura, seja esta financiada com capital próprio ou de terceiros. A rentabilidade do patrimônio líquido é utilizada como critério de desempate entre as empresas que apresentam o mesmo número de pontos no desempenho geral. Lucratividade por empregado – Peso 15 Mede a lucratividade gerada por empregado e a contribuição média de cada um para o lucro gerado pela empresa. Liquidez corrente – Peso 20 Importante indicador da saúde financeira da empresa, apontando a segurança com que ela está operando no curto prazo. Quanto maior a liquidez corrente, melhor se apresenta a capacidade da empresa em financiar suas necessidades de capital de giro. Representa o quanto de recursos se dispõe no curto prazo para se liquidarem as dívidas também de curto prazo. Assim, quanto maior o valor apurado, melhor será a solvência da empresa. Relativos ao exercício de 2016, os seguintes rankings foram elaborados: As maiores e melhores indústrias de alimentos: Somaram um faturamento bruto de aproximadamente R$ 6,7 bilhões no Espírito Santo e geraram em média 812 empregos diretos por empresa. Esses números superaram os resultados do ano de 2015, quando registram um
As maiores e melhores empresas concessionárias de veículos: O ano de 2016 foi de crescimento da ROB para esse grupo de empresas no Espírito Santo, comparado ao ano de 2015. Registrou-se em 2016 aumento de 11% na ROB do setor. O número de empregados por empresa não acompanhou essa alta, apresentando queda de 10% quando comparado ao ano anterior. As maiores e melhores empresas de fabricação de produtos minerais não metálicos: É novidade entre as maiores empresas por segmento. Composta por seis empresas, a ROB total apurada foi de R$ 596,1 milhões, média de R$ 99,4 milhões por empresa. Quanto aos empregados, registrou-se média de 164 trabalhadores por empresa, levando a uma ROB por empregado de R$ 3,6 milhões. As maiores e melhores empresas operadoras de planos de saúde: Apresentaram, somadas, ROB de R$ 2,3 bilhões em 2016 e total de 4.759 empregados, com média de R$ 261,2 milhões por empresa. Esses números superam os apurados em 2015, quando o somatório da ROB foi de R$ 2,1 bilhões, 4.642 total de empregados e média de R$ 232,9 milhões por empresa. As maiores e melhores empresas de fabricação de produtos de metal: Formado por seis empresas, apresentou ROB total de R$ 269,1 milhões em 2016. Média de R$ 44,8 milhões por empresa. Quanto ao número de empregados, foi informado um total de 913.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
139
Foto: Jackson Gonçalves
RANKING DAS 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS
Em relação a 2015, os números apurados no total da ROB foram R$ 340,8 milhões, na quantidade de empregados, 790. Observa-se um expressivo aumento do número de empregados e em contrapartida uma queda na ROB. As maiores e melhores empresas de serviços de importação e exportação: Apresentaram total da ROB de R$ 3,4 bilhões em 2016. No ano de 2015, foi de R$ 7,7 bilhões, indicando uma queda de 56%. A média de empregados é de 40 por empresa. Esses números revelam que o total da ROB nesse setor vem caindo desde 2014.
140
412 trabalhadores por empresa, contra os 801 registrados no ano anterior. As maiores e melhores empresas de transporte: Somaram uma receita operacional bruta de R$ 1,9 bilhão e contribuíram com 4.271 postos de trabalho (conforme os que informaram o dado). No total de empregados houve decréscimo de 3.738 postos de trabalho (-46,6%). A média da ROB por empresa ficou em R$ 198,2 milhões, e de empregados, em 854 por empresa. Em relação ao ano de 2015, o somatório da ROB caiu 5%.
As maiores e melhores empresas de comércio atacadista: Totalizaram um faturamento de R$ 8,6 bilhões e um efetivo informado de 1.990 trabalhadores. Média de R$ 4,3 milhões por empregado. A média apurada em 2015 foi de R$ 6,9 milhões. Uma queda de cerca de 37%. Em relação ao faturamento o recuo foi de 21%.
As maiores indústrias de construção: Apresentaram uma receita bruta de R$ 807 milhões no Estado, ofertando 1.255 empregos, entre os informantes, segundo dados de 2016. Na comparação com o ano de 2015, houve queda no somatório da ROB em 26,6,9%. Em média, as empresas empregaram 209 trabalhadores, proporcionando um faturamento médio por empregado de R$ 643 mil.
As maiores e melhores empresas de comércio varejista: Quando comparadas ao desempenho do segmento em 2015, houve queda no somatório da ROB dessas empresas. A receita total caiu 19%. A receita média por empresa caiu cerca de 28%, passando de R$ 402 milhões em 2015 para R$ 289 milhões por empresa em 2016. Essas empresas empregaram em média
As maiores empresas de serviços financeiros e seguros: A receita bruta deste grupo de empresas teve uma queda de 12,5%, quando comparada aos dados informados em 2015, totalizando R$ 4,9 bilhões, gerando 3.791 empregos diretos no Espírito Santo, também observada queda diante dos 5.118 registrados no ano de 2015.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
AS MAIORES EMPRESAS DE ALIMENTOS Segundo a receita operacional bruta (ROB) no ES - em R$ milhares POSIÇÃO
CLASSIF. 2016
EMPRESA
REC. OP. BRUTA
VAR. ROB 16/15
1
10
GAROTO
2.155.317
3,89%
2
16
FRISA FRIGORÍFICO
1.103.448
11,28%
3
17
TANGARÁ FOODS
998.501
4
18
LEÃO ALIMENTOS E BEBIDAS
5
27
6
39
7 8
REC. OP. LÍQ.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
EMPREGADOS NO ES
VAR. ROL 16/15
LUCRO LÍQ. EX.
1.554.520
4,83%
-22.700
-35.966
1.945
1.045.489
10,94%
6.250
129.803
1.613
49,45%
920.815
50,54%
36.605
15.624
416
896.260
1,06%
699.776
6,19%
N/D
N/D
1.043
DUCOCO ALIMENTOS
450.780
21,75%
395.419
24,70%
9.945
52.325
N/D
SELITA
281.701
11,41%
267.491
12,96%
30.904
76.477
415
49
BUAIZ ALIMENTOS
241.583
10,51%
225.481
10,11%
8.403
156.014
412
51
REALCAFÉ
232.445
5,17%
222.942
4,24%
25.017
120.068
364
9
59
DAMARE
181.755
28,02%
174.704
27,59%
9.636
35.145
290
10
68
COFRIL - ABAV
162.383
16,04%
160.557
26,15%
1.511
25.028
N/D
Com 88 anos de mercado, a Garoto é uma marca 100% brasileira e genuinamente capixaba, com um estreito relacionamento com seus consumidores e buscando produzir chocolate para diferentes públicos. E foi assim que alcançou o destaque na categoria “Maior Empresa de Alimentos” no ranking 2017.
“
Foto: Divulgação
A estratégia de negócios da companhia está sempre voltada a fortalecer ainda mais sua posição de destaque. Nossa performance, nos últimos anos, tem nos mostrado que estamos no caminho certo, pautados por investimentos em tecnologia para oferecermos os melhores produtos. A grande fortaleza da Garoto vem da sua marca e da forma como a empresa se relaciona com o consumidor. É um relacionamento de muita proximidade. Um dos diferenciais da marca está na constante inovação dos seus produtos, visando sempre a encantar aqueles que experimentam o nosso chocolate.” Daniella Silva, gerente executiva de Recursos Humanos da Chocolates Garoto
MELHORES EMPRESAS DE ALIMENTOS CLASSIF.
EMPRESA
SETOR
PONTUAÇÃO
PERFIL DA EMPRESA
1
TANGARÁ FOODS
Indústria
8,241
Razão Social: Tangará Importadora e Exportadora S/A
2
SELITA
Indústria
7,748
Nome Fantasia: Tangará Foods
3
COFRIL FRIGORÍFICO
Indústria
7,057
Atividade: Alimentos
4
REALCAFÉ
Indústria
6,482
Pessoal Empregado no ES: 416
5
DAMARE
Indústria
6,106
Crescimento das Vendas: 50,54%
6
GAROTO
Indústria
4,957
Rentabilidade das Vendas: 3,98%
7
BUAIZ ALIMENTOS
Indústria
4,784
Rentabilidade do Patrimônio Líquido: 234,29%
8
KIFRANGO
Indústria
4,220
Liquidez Corrente: 1,86
9
FRISA FRIGORÍFICO
Indústria
4,149
Faturamento: R$ 998.501.000
10
VENEZA
Indústria
3,273
Com uma grande linha de ingredientes, produtos voltados para o varejo, além de contar com uma malha de distribuidores com alcance nacional, a Tangará Foods faz parte de um grupo empresarial mineiro que atua há mais de 40 anos nos setores de alimentos. A companhia, fundada em 1993, foi escolhida a “Melhor Empresa de Alimentos” em 2017. Sua estrutura passa por unidades localizadas em diversas cidades pelo país. Com sede e fábrica em Vila Velha, a Tangará conta ainda com uma fábrica em Estrela (RS) e escritório administrativo em Belo Horizonte (MG). A empresa está pautada sempre na busca por produtos que atendam às mais exigentes demandas do mercado e que sejam sinônimos de qualidade, sabor, confiança e inovação para as indústrias do setor alimentício e de laticínios, panificadoras, sorveterias e empresas de food service brasileiro.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
141
RANKING DAS 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS
AS MAIORES EMPRESAS DE ATENDIMENTO HOSPITALAR Segundo a receita operacional bruta (ROB) no ES - em R$ milhares POSIÇÃO
CLASSIF. 2016
1
38
2
63
3
EMPRESA
REC. OP. LÍQ.
VAR. ROL 16/15
LUCRO LÍQ. EX.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
EMPREGADOS NO ES
REC. OP. BRUTA
VAR. ROB 16/15
HOSPITAL EVANGÉLICO DE VILA VELHA
299.535
5,39%
299.579
7,39%
49
19.707
2.956
HOSPITAL SANTA RITA
173.289
7,42%
167.480
7,77%
16.892
173.004
1.585
83
HOSPITAL VILA VELHA
125.627
17,42%
119.196
17,41%
15.142
44.198
1.326
4
86
VITÓRIA APART HOSPITAL
121.507
5,64%
112.356
5,45%
-2.422
47.886
1.215
5
92
HOSPITAL METROPOLITANO
110.085
20,98%
104.538
21,81%
6.008
39.084
836
6
117
HOSPITAL DR. BENÍCIO TAVARES PEREIRA
75.155
8,92%
75.155
8,92%
3.176
7.116
625
7
143
APART HOSPITAL
44.304
3,02%
41.761
2,98%
3.313
40.282
344
8
228
OFTALMODIAGNOSE
1.128
16,16%
1.064
16,34%
-38
76
N/D
Única instituição filantrópica no Estado certificada pela ONA nível III e pela ISO 9001:2008 como entidade de excelência e figurando entre as melhores do país em sua área, segundo a Agência de Saúde Suplementar (ANS), o Hospital Evangélico de Vila Velha lidera mais uma vez a categoria “Atendimento Hospitalar”. Para a Associação Evangélica Beneficente Espírito-Santense (Aebes), essa colocação confirma o grau de engajamento e compromisso da equipe, além do ambiente de trabalho acolhedor e humano.
Foto: Divulgação
“
Acreditamos que o ‘segredo’ está no modelo de gestão, associado à credibilidade e à confiança conquistadas ao longo desses 45 anos de existência, sempre pautado nos princípios da Aebes: ética cristã, integridade e equidade. Isso sem falar na experiência de manutenção da gestão de hospitais públicos, que contribuiu para a ampliação dos horizontes.”
Sebastião Vicente de Oliveira, presidente da Aebes
AS MELHORES EMPRESAS DE ATENDIMENTO HOSPITALAR CLASSIF.
EMPRESA
SETOR
PONTUAÇÃO
1
HOSPITAL VILA VELHA
Serviços
7,280
2
HOSPITAL DR. BENÍCIO TAVARES PEREIRA
Serviços
6,755
3
HOSPITAL SANTA RITA
Serviços
5,887
4
HOSPITAL METROPOLITANO
Serviços
5,876
5
APART HOSPITAL
Serviços
4,915
6
HOSPITAL EVANGÉLICO DE VILA VELHA
Serviços
2,911
7
VITÓRIA APART HOSPITAL
Serviços
2,319
PERFIL DA EMPRESA Razão Social: Centro Médico Hospitalar de Vila Velha Nome Fantasia: Hospital Vila Velha Atividade: Atendimento Hospitalar Pessoal Empregado no ES: 1.326 Crescimento das Vendas: 17,41% Rentabilidade das Vendas: 12,70% Rentabilidade do Patrimônio Líquido: 34,26% Liquidez Corrente: 1,87 Faturamento: R$ 125.627.106
“Conhecer o cliente, atingindo e superando suas expectativas, trabalhando na melhoria contínua do atendimento humanizado, com respeito e cidadania”. Criada a partir desse valor, não é de espantar que o Hospital Vila Velha tenha conquistado em 2017, a categoria “Melhor Atendimento Hospitalar” do ranking. As principais razões: passam por um corpo clínico diferenciado, dedicação de seus colaboradores e uma infraestrutura eficiente e enxuta.
“
Me alegro com a notícia e agradeço o reconhecimento da sociedade e dos agentes empresariais do Espírito Santo por este reconhecimento. A premiação representa o resultado de um trabalho diário, extremamente cuidadoso e profissional de um grupo de diretores, gerentes, coordenadores e suas equipes, com o foco na excelência dos processos de gestão empresarial e de pessoas na busca de um atendimento pleno e eficiente aos nossos clientes, tanto do ponto de vista médico quanto no acolhimento humano.”
Rommel Couto Grossi, diretor presidente
142
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
AS MAIORES EMPRESAS DE COMÉRCIO ATACADISTA Segundo a receita operacional bruta (ROB) no ES - em R$ milhares POSIÇÃO
CLASSIF. 2016
EMPRESA
REC. OP. BRUTA
VAR. ROB 16/15
REC. OP. LÍQ.
VAR. ROL 16/15
LUCRO LÍQ. EX.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
EMPREGADOS NO ES
1
9
BR DISTRIBUIDORA
2.737.753
-33,25%
N/D
N/D
N/D
N/D
2
11
TROP COMÉRCIO EXTERIOR
1.995.185
-22,32%
1.743.993
-18,67%
53.326
189.502
15
3
19
UNICAFÉ
879.350
-6,16%
866.635
-6,88%
42.721
294.324
180
4
21
UNILIDER
785.728
-7,57%
604.638
-8,89%
26.568
49.314
278
5
23
TRISTÃO
525.117
-18,31%
510.801
-19,47%
24.673
257.053
N/D
7
28
RDG PRODUTOS SIDERÚRGICOS
436.079
12,99%
364.929
14,15%
57.152
441.714
346
6
29
NICCHIO SOBRINHO CAFÉ
403.686
16,98%
383.177
14,77%
6.190
48.311
85
8
31
COOABRIEL
355.251
-17,46%
333.246
-17,06%
73
56.629
226
9
43
IMPÉRIO CAFÉ
264.244
19,49%
254.387
21,95%
4.128
-11.751
N/D
10
53
EXTRAFRUTI
215.135
15,56%
212.422
15,48%
9.931
20.055
775
85
Especializada na comercialização e na distribuição de derivados do petróleo para todo o Brasil, a BR Distribuidora segue fazendo bonito no Espírito Santo. A concessionária ficou mais uma vez com o primeiro lugar na categoria “Comércio Atacadista” do Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Estado. Em solo capixaba, a subsidiária da Petrobras é responsável pela distribuição de gás natural canalizado em 13 municípios: Anchieta, Aracruz, Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Colatina, Itapemirim, Linhares, São Mateus, Serra, Sooretama, Viana, Vila Velha e Vitória. A empresa é referência em produtos para a indústria, com qualidade e tecnologia reconhecidas mundialmente; além de serviços para frota de automóveis, com automação de abastecimento, combustíveis e lubrificantes; soluções personalizadas para o comércio; e claro, gás natural para residências.
AS MELHORES EMPRESAS ATACADISTAS CLASSIF.
EMPRESA
SETOR
PONTUAÇÃO
1
PBA STONES
Comércio Atacadista
7,404
2
ELETROMIL
Comércio Atacadista
7,206
3
RDG PRODUTOS SIDERÚRGICOS
Comércio Atacadista
7,082
4
EXTRAFRUTI
Comércio Atacadista
7,050
5
ATACADO SÃO PAULO
Comércio Atacadista
6,784
6
UNILIDER
Comércio Atacadista
6,511
7
TROP COMÉRCIO EXTERIOR
Comércio Atacadista
6,213
8
UNICAFÉ
Comércio Atacadista
6,014
9
DIAÇO
Comércio Atacadista
5,770
10
NICCHIO SOBRINHO CAFÉ
Comércio Atacadista
5,702
PERFIL DA EMPRESA Razão Social: PBA Serviços e Comércio de Pedras Ornamentais LTDA Nome Fantasia: PBA Stones Atividade: Comércio Atacadista Pessoal Empregado no ES: 121 Crescimento das Vendas: 9,19% Rentabilidade das Vendas: 11,89% Rentabilidade do Patrimônio Líquido: 34,81% Liquidez Corrente: 1,93 Faturamento: R$ 63.960.541
Especializada em extração e beneficiamento de rochas ornamentais, a PBA Stones foi considerada a “Melhor Empresa de Comércio Atacadista” do ranking deste ano. No mercado desde 2005, a empresa localizada na Serra surgiu com a finalidade de atender à demanda dos Estados Unidos por granito. Atualmente, no entanto, a PBA já acumula clientes satisfeitos em várias partes do mundo. Com um leque variado de produtos, a empresa disponibiliza desde materiais clássicos aos exóticos, sempre utilizando mão de obra capacitada e os mais modernos equipamentos nas etapas de extração e beneficiamento. Possuindo três pedreiras próprias e processos e critérios ambientais bem definidos, a PBA conquistou o destaque na sua área de atuação seguindo diretrizes como foco no cliente, na garantia de qualidade e na prontidão na entrega.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
143
RANKING DAS 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS
AS MAIORES EMPRESAS DE COMÉRCIO VAREJISTA Segundo a receita operacional bruta (ROB) no ES - em R$ milhares POSIÇÃO
CLASSIF. 2016
EMPRESA
1
12
HORTIFRUTI
2
24
SUPERMERCADO PERIM
3
37
4 5
REC. OP. LÍQ.
VAR. ROL 16/15
LUCRO LÍQ. EX.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
EMPREGADOS NO ES
REC. OP. BRUTA
VAR. ROB 16/15
1.426.835
22,06%
1.328.423
21,08%
-2.347
125.342
508.642
5,94%
439.459
4,35%
14.250
59.038
N/D
COOPEAVI
314.029
-10,63%
306.591
-9,65%
2.696
75.155
497
77
SUPERMERCADOS SANTO ANTÔNIO
134.701
0,28%
122.559
0,44%
-71
8.096
881
98
SUPERMERCADO PORTO NOVO
94.883
12,70%
88.689
13,37%
913
6.462
440
6
135
POLITINTAS
52.615
5,15%
43.009
2,55%
93
10.061
210
7
154
FRISA COMERCIAL
33.794
25,37%
32.939
24,72%
1.432
3.221
32
8
163
BEIRA RIO COM. DE CAFÉ
26.183
N/D
24.314
N/D
-790
503
N/D
9
188
VAA BRASIL
14.059
-4,23%
10.310
-5,49%
709
862
N/D
N/D
Sinônimo de frutas, verduras e legumes sempre frescos, a Hortifruti é referência na categoria “Comércio Varejista” e percebe a indicação como a consequência do foco no trabalho e do grande suporte e engajamento de seus funcionários.
“
Foto: Dhani Accioly Borges
Entregar alimentos saudáveis com qualidade todos os dias é uma obsessão. Conseguimos isso com um jeito simples e alegre. Fazemos de tudo para encantar nossos clientes. Temos um time especializado com muito anos de experiência na comercialização de produtos hortifrutigranjeiros, que sabe negociar sempre na busca do melhor para nossos clientes. O resultado aparece no crescimento da companhia, que hoje tem 41 lojas em três estados do Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo).” Luiz Elisio Castello Branco de Melo, CEO da Hortifruti
AS MELHORES EMPRESAS VAREJISTAS CLASSIF.
EMPRESA
SETOR
PONTUAÇÃO
1
FRISA COMERCIAL
Comércio Varejista
7,209
2
SUPERMERCADO PORTO NOVO
Comércio Varejista
4,901
3
POLITINTAS
Comércio Varejista
3,574
4
COOPEAVI
Comércio Varejista
3,259
5
SUPERMERCADOS SANTO ANTÔNIO
Comércio Varejista
2,099
PERFIL DA EMPRESA Razão Social: Frisa Comercial S/A Nome Fantasia: Frisa Comercial S/A Atividade: Comércio Varejista Pessoal Empregado no ES: 45 Crescimento das Vendas: 24,72% Rentabilidade das Vendas: 4,35% Rentabilidade do Patrimônio Líquido: 44,45% Liquidez Corrente: 1,44 Faturamento: R$ 33.794.051
Foto: Divulgação
Com 49 anos de dedicação, e de respeito ao cliente e ao mercado, o Frisa investe em tecnologia, qualificação e trabalho de uma equipe focada para alcançar o destaque na categoria “Melhor Empresa do Comércio Varejista”.
144
“
Para nós, é o reconhecimento de todo um trabalho desenvolvido no segmento industrial de alimentos no Espírito Santo. Trabalho este que nos tornou um dos mais tradicionais frigoríficos do país, sendo reconhecido nacional e internacionalmente pela qualidade de nossos produtos. É também motivação para intensificarmos nossa missão, cada vez mais, de levar para a mesa do consumidor produtos da mais alta qualidade. A crise é naturalmente mais um desafio, mas, crises vêm e vão, o que não pode mudar é nossa determinação e foco em alcançar nossos objetivos.” Emerson Leonardo Lázaro, diretor administrativo do Frisa
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
AS MAIORES EMPRESAS DE CONCESSIONÁRIAS DE VEÍCULOS Segundo a receita operacional bruta (ROB) no ES - em R$ milhares POSIÇÃO
CLASSIF. 2016
EMPRESA
REC. OP. BRUTA
VAR. ROB 16/15
1
15
KURUMÁ VEÍCULOS
1.134.347
16,92%
2
32
VITÓRIA DIESEL
337.100
-34,57%
3
61
PODIUM VEÍCULOS
176.352
4
70
TAI MOTORS
5
75
6 7 8
112
9
127
10
149
REC. OP. LÍQ.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
EMPREGADOS NO ES
VAR. ROL 16/15
LUCRO LÍQ. EX.
1.079.889
20,25%
-13.298
23.233
472
292.541
-33,39%
-9.538
16.261
207
-20,89%
170.897
-22,08%
966
27.594
240
158.083
17,74%
156.227
17,75%
521
8.465
41
CVC
139.463
-23,92%
135.472
-24,03%
-562
49.214
N/D
76
VM COMÉRCIO DE AUTOMÓVEIS
135.615
12,30%
128.853
10,62%
-4.271
-1.105
71
110
PREMIUM VEÍCULOS
79.151
-23,38%
77.969
-23,79%
-1.155
9.583
123
VITÓRIA MOTORS
78.641
-29,35%
75.400
-30,91%
518
9.228
33
LAND VITÓRIA
62.613
0,46%
60.312
1,11%
-2.130
1.044
30
PLENA VEÍCULOS
38.618
-14,80%
38.064
-15,06%
-17
5.142
43
Para a Kurumá Veículos, primeiro lugar na categoria “Concessionária de Veículos”, a gestão e a estrutura permitiram chegar e atravessar a crise econômica que atualmente afeta o país. Para a empresa, faz toda a diferença ser eficiente em seus processos e dispor de ferramentas adequadas aos objetivos e à realidade do mercado.
“
Foto: Divulgação
Se o momento é favorável, essa situação nos leva a crescer mais que a média do mercado. E quando a realidade é adversa, a boa gestão e estrutura são o caminho para não perder ou perder menos que o restante. É assim que trabalhamos. Esta posição não é, necessariamente, fruto do trabalho realizado em 2016. É uma construção de muitos anos, que envolve gestão, atendimento e produtos de qualidade e tem como objetivo conquistar a confiança do consumidor e construir uma relação de longo prazo com ele. É essa soma que nos deu este resultado. Primamos por oferecer o produto adequado às necessidades do cliente e prestar serviços com qualidade, agilidade e assertividade.” Riguel Chieppe, diretor-geral da Divisão Comércio do Grupo Águia Branca
AS MELHORES EMPRESAS DE CONCESSIONÁRIAS DE VEÍCULOS CLASSIF.
EMPRESA
SETOR
PONTUAÇÃO
1
VITÓRIA MOTOR CHRYSLER
Comércio Varejista
5,145
2
TAI MOTORS
Comércio Varejista
4,191
3
VITÓRIA MOTORS
Comércio Varejista
3,592
4
PODIUM VEÍCULOS
Comércio Varejista
3,461
5
PLENA VEÍCULOS
Comércio Varejista
3,340
6
VENAC
Comércio Varejista
3,074
7
KURUMÁ VEÍCULOS
Comércio Varejista
2,351
8
PREMIUM VEÍCULOS
Comércio Varejista
1,812
9
LAND VITÓRIA
Comércio Varejista
1,450
10
VITÓRIA DIESEL
Comércio Varejista
0,681
PERFIL DA EMPRESA Razão Social: VM Comércio de Automóveis LTDA Nome Fantasia: Vitória Motors Atividade: Concessionária de Veículos Pessoal Empregado no ES: 71 Crescimento das Vendas: 10,62% Rentabilidade das Vendas: -3,31% Rentabilidade do Patrimônio Líquido: 386,52% Liquidez Corrente: 0,81 Faturamento: R$ 135.615.088
Presente no Estado há 18 anos, a Vitória Motors foi a primeira concessionária especializada no segmento de luxo em terras capixabas. Em 2011, a empresa ampliou o seu atendimento com duas novas unidades, sendo uma delas exclusiva para as marcas Jeep, Dodge e Chrysler. A empresa terminou com o destaque “Melhor Concessionária de Veículos”, mostrando a sua força, e que não para de surpreender os apaixonados por carros de luxo.
“
É uma honra e um grande prazer receber o título de melhor concessionária de veículos do Espírito Santo. Temos um público consumidor muito bem informado e altamente exigente, que busca sempre os melhores produtos, serviços e atendimento. A gente percebe que as pessoas estão mais atentas a detalhes, como o custo de manutenção do carro. E isso tem influenciado a decisão delas. Gostaria de dividir este primeiro lugar com aqueles que considero os grandes responsáveis por ele: nossos clientes, nossas equipes e com a Jeep.”
Riguel Chieppe, diretor-geral da Divisão Comércio do Grupo Águia Branca
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
145
RANKING DAS 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS
AS MAIORES EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO Segundo a receita operacional bruta (ROB) no ES - em R$ milhares POSIÇÃO
CLASSIF. 2016
EMPRESA
REC. OP. BRUTA
VAR. ROB 16/15
REC. OP. LÍQ.
VAR. ROL 16/15
LUCRO LÍQ. EX.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
EMPREGADOS NO ES
1
40
LORENGE
279.922
-23,31%
160.550
-11,16%
-27.931
191.860
228
2
74
CONCREVIT
140.251
-30,21%
132.993
-28,74%
-12.297
40.082
179
3
87
TRACOMAL
118.834
-8,09%
103.325
-12,92%
2.619
47.372
585
4
105
CONTEK
87.517
104,92%
82.249
105,21%
1.707
48.838
N/D
5
99
TIME NOW
93.517
-2,13%
81.841
-2,06%
5.383
13.662
N/D
6
123
MORAR
64.737
-26,19%
51.072
-32,05%
1.866
61.576
95
7
171
LACCHENG ENGENHARIA
20.852
-19,46%
19.377
-16,01%
2.021
11.443
141
8
224
CAMPO CONSTRUTORA
1.650
37,50%
1.507
37,50%
59
566
27
Escolhida a “Maior Empresa de Construção” de 2017, a Lorenge tem muita história para contar ao longo dos seus 37 anos de atuação no mercado. Com projetos residenciais e comerciais desenvolvidos principalmente em Vitória, Vila Velha, Cariacica, Guarapari, Cachoeiro, Linhares e Aracruz, além de Campos dos Goytacazes (RJ), a empresa possui sistemas e processos consistentes; estudos de viabilidade mercadológica; tendências e ensaios econômicos.
“
Foto: Caca Lima
Sabemos da importância do bem imóvel na vida das pessoas e das empresas, por isso mantemos nossos propósitos de responder às demandas de mercado imediatamente, corroborando para o retorno do emprego, da renda e da qualidade de vida dos cidadãos. A incorporação imobiliária tem no DNA o propósito de construir espaços para as famílias estarem seguras, com saúde e felizes. Daí a afirmativa do nosso branding: ‘Lorenge, construindo seu mundo’.” José Elcio Lorenzon, presidente da Lorenge
AS MELHORES EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO CLASSIF.
EMPRESA
SETOR
PONTUAÇÃO
1
CAMPO CONSTRUTORA
Indústria
6,394
2
LACCHENG ENGENHARIA
Indústria
5,947
3
TRACOMAL
Indústria
4,489
4
MORAR
Indústria
4,110
5
LORENGE
Serviços
2,209
6
CONCREVIT
Indústria
1,624
PERFIL DA EMPRESA Razão Social: Campo Construtora e Incorporadora S/A Nome Fantasia: Campo Construtora Atividade: Construção Pessoal Empregado no ES: 27 Crescimento das Vendas: 37,50% Rentabilidade das Vendas: 3,95% Rentabilidade do Patrimônio Líquido: 10,52% Liquidez Corrente: 4,53 Faturamento: R$ 1.650.000
146
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
AS MAIORES EMPRESAS DE FABRICAÇÃO DE PRODUTOS MINERAIS NÃO METÁLICOS Segundo a receita operacional bruta (ROB) no ES - em R$ milhares REC. OP. BRUTA
EMPRESA
VAR. ROB 16/15
POSIÇÃO
CLASSIF. 2016
1
58
COSENTINO LATINA
188.514
-3,01%
2
84
VITÓRIA STONE INDÚSTRIA E COMÉRCIO
123.753
-4,62%
3
94
VIMINAS
105.464
4
113
MAGBAN
5
122
DECOLORES MÁRMORES E GRANITOS DO BRASIL
6
161
MÁRMORES E GRANITOS JC
REC. OP. LÍQ.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
EMPREGADOS NO ES
VAR. ROL 16/15
LUCRO LÍQ. EX.
172.385
-2,57%
24.345
83.367
120.060
-4,55%
8.052
48.474
N/D
-22,39%
80.268
-19,10%
-3.383
60.494
344
78.104
14,78%
75.674
15,45%
15.886
103.981
115
71.980
-19,25%
70.054
-18,28%
9.937
89.119
112
28.364
-21,38%
28.342
-17,30%
3.178
29.553
59
191
Multinacional espanhola produtora mundial de superfícies de quartzo, a Cosentino Latina chegou ao Brasil – e mais especificamente ao Espírito Santo – em 2002. Detentora da marca Silestone, a empresa foi a primeira colocada na categoria “Maior Empresa de Fabricação de Produtos Minerais Não Metálicos” do Anuário IEL. Situada no município da Serra, a empresa passou a contar com as vantagens de estar no Estado que é considerado o maior polo de rochas da América Latina, e com facilidades como a proximidade com o aeroporto e o complexo portuário. A unidade brasileira é a segunda maior exportadora do grupo, perdendo apenas para a matriz, na Espanha. A Cosentino segue se destacando, sendo o centro de produção e exportação de granito do grupo, além de se estabelecer como o armazém regulador de todo o Brasil.
AS MELHORES EMPRESAS DE FABRICAÇÃO DE PROD. MINERAIS NÃO METÁLICOS CLASSIF.
EMPRESA
SETOR
PONTUAÇÃO
1
MAGBAN
Indústria
7,894
2
COSENTINO LATINA
Indústria
6,550
3
DECOLORES MÁRMORES E GRANITOS DO BRASIL
Indústria
5,915
4
MÁRMORES E GRANITOS JC
Indústria
5,489
5
VIMINAS
Indústria
2,461
PERFIL DA EMPRESA Razão Social: Magban Mármores e Granitos Aquidaban Ltda Nome Fantasia: Magban Atividade: Fab. Prod. Minerais Não Metálicos Pessoal Empregado no ES: 138 Crescimento das Vendas: 15,45% Rentabilidade das Vendas: 20,99% Rentabilidade do Patrimônio Líquido: 15,28% Liquidez Corrente: 8,37 Faturamento: R$ 78.104.327
Representante do forte segmento de rochas ornamentais, a Magban completa 30 anos com a liderança na categoria “Melhor Empresa de Fabricação de Produtos Minerais Não Metálicos”. Situada em Cachoeiro de Itapemirim, a Magban se coloca no mercado como uma empresa moderna, atenta às tendências do mercado e comprometida em oferecer o que há de melhor no mercado em termos de mármore e do granito. O destaque, portanto, é consequência do trabalho ao longo dos anos.
“
Em um cenário tão competitivo e na atual conjuntura econômica do país, uma premiação como esta representa para nós o reconhecimento de um trabalho planejado ao longo dos anos e executado por uma equipe comprometida e competente. Os motivos para o destaque passam mesmo por planejamento, muito trabalho e uma equipe comprometida! Em 2017, tivemos o foco em um fator chamado pesquisa, no sentido de busca! Foi um ano de busca por novos produtos, novas tecnologias, novas parcerias, enfim, novos desafios.” Tales Pena Machado, diretor-presidente da Magban
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
147
RANKING DAS 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS
AS MAIORES EMPRESAS DE FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE METAIS Segundo a receita operacional bruta (ROB) no ES - em R$ milhares POSIÇÃO
CLASSIF. 2016
EMPRESA
REC. OP. BRUTA
VAR. ROB 16/15
REC. OP. LÍQ.
VAR. ROL 16/15
LUCRO LÍQ. EX.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
EMPREGADOS NO ES
1
80
PERFIL ALUMÍNIO
133.554
5,84%
107.922
5,36%
8.527
33.717
301
2
118
METALOSA
74.832
-19,48%
59.354
-22,03%
-958
20.326
241
3
160
METALSER
29.033
35,34%
23.850
44,88%
114
16.262
150
4
174
ANDALUZ
19.798
7,74%
16.963
11,69%
-4.111
2.814
179
5
201
TUBOS SOLDADOS ATLÂNTICOS
7.319
-92,06%
5.632
-91,97%
-10.475
105.604
N/D
6
207
CENTRALFER
4.542
-21,06%
3.895
-25,90%
2.332
33.604
42
A Perfil Alumínio conquistou em 2017 duas categorias no ranking do Anuário 200 Maiores e Melhores Empresas do Espírito Santo, sendo eleita a “Maior” e “Melhor Empresa de Fabricação de Produtos Metais”. No ponto de vista do empreendimento, trata-se do reconhecimento da melhoria contínua da Perfil, que busca se tornar a melhor empresa de extrusão de alumínio do Brasil.
“
Foto: Divulgação
Há cerca de quatro anos, esta é nossa visão de negócio e temos trabalhado arduamente para alcançá-la. Na última edição do Anuário, em que também fomos premiados, tivemos a certeza de que estamos no caminho certo. Acreditamos que a estratégia correta nos leva ao nosso objetivo. Temos estruturado nossa empresa sobre três bases importantes: pessoas, processos e produtos. Hoje atendemos a todos os estados do Brasil e participamos de grandes projetos de construção civil na Argentina, no Uruguai e no Paraguai. Somos reconhecidos por termos uma das melhores equipes técnicas do Brasil e produtos e soluções equivalentes aos melhores do mundo. Nada disso se conquista rapidamente.” Geraldo Casasco, presidente da Perfil Alumínios
AS MELHORES EMPRESAS DE FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE METAIS CLASSIF.
EMPRESA
SETOR
PONTUAÇÃO
1
PERFIL ALUMÍNIO
Indústria
6,691
2
CENTRALFER
Indústria
5,631
3
METALSER
Indústria
4,206
4
METALOSA
Indústria
2,493
5
ANDALUZ
Indústria
1,720
PERFIL DA EMPRESA Razão Social: Perfil Alumínio do Brasil S/A Nome Fantasia: Perfil Alumínio Atividade: Fab. de Produtos de Metais Pessoal Empregado no ES: 301 Crescimento das Vendas: 5,36% Rentabilidade das Vendas: 7,90% Rentabilidade do Patrimônio Líquido: 25,29% Liquidez Corrente: 1,97
Foto: Divulgação
Faturamento: R$ 133.553.984
148
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
AS MAIORES EMPRESAS DE SERVIÇOS FINANCEIROS E SEGUROS Segundo a receita operacional bruta (ROB) no ES - em R$ milhares POSIÇÃO
CLASSIF. 2016
EMPRESA
REC. OP. BRUTA
VAR. ROB 16/15
REC. OP. LÍQ.
VAR. ROL 16/15
LUCRO LÍQ. EX.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
EMPREGADOS NO ES
1
7
BANESTES
3.474.971
26,73%
3.404.940
27,32%
161.356
1.262.321
2394
2
46
SICOOB LESTE CAPIXABA
247.531
34,26%
43.463
-13,25%
63.666
296.509
190
3
52
SICOOB CENTRAL ES
223.205
49,78%
6.353
-31,02%
5.055
107.126
78
4
57
SICOOB SUL-SERRANO
199.403
31,40%
22.051
-27,05%
37.195
217.267
235
5
64
SICOOB NORTE
172.222
29,68%
17.158
-23,92%
31.201
189.337
206
6
67
SICOOB SUL
163.302
21,19%
22.201
-45,20%
35.125
207.940
155
7
78
SICOOB CENTRO-SERRANO
134.514
26,72%
9.578
-52,24%
17.847
117.160
178
8
82
BANDES
130.298
16,59%
52.704
-7,58%
2.563
423.106
193
9
101
SICOOB CREDIROCHAS
91.097
30,14%
10.387
2,12%
15.171
71.541
85
10
132
SICOOB SUL-LITORÂNEO
56.720
21,69%
4.874
-45,83%
9.003
60.001
77
Primeiro na categoria “Maior Empresa de Serviços Financeiros e Seguros”, o Banestes tem a sua trajetória intrinsecamente ligada à história do povo capixaba, sempre presente no dia a dia das pessoas e das empresas do Estado. Para o Banestes, um reconhecimento deste significa relevância.
“
Foto: Thiago Guimaraes
Ninguém é líder à toa. Você é líder porque conseguiu e consegue oferecer algo de melhor às pessoas durante toda a sua trajetória. A liderança do Banestes é resultado de um trabalho de qualidade feito durante todos esses anos. Fundamentalmente, o nosso foco está no cliente, que é a maior razão de existir do banco e é para ele que desenvolvemos toda a evolução de serviços, toda a nossa gama de atividade. Nossa rede de distribuição é construída para fazer a vida do nosso cliente melhor. E, por isso, a gente tem uma posição de destaque no cenário financeiro do Espírito Santo. O nosso compromisso no futuro é de continuarmos relevantes para nosso cliente. É fazer diferença na vida deles sempre. O cliente tem escolha e, por tê-lo como razão principal, ele nos escolhe.” Michel Sarkis, presidente do Banestes
AS MELHORES EMPRESAS DE SERVIÇOS FINANCEIROS E SEGUROS CLASSIF.
EMPRESA
SETOR
PONTUAÇÃO
1
SICOOB CORRETORA DE SEGUROS
Serviços
8,301
2
SICOOB CREDIROCHAS
Serviços
5,996
3
SICOOB LESTE CAPIXABA
Serviços
5,897
4
BANESTES
Serviços
5,511
5
SICOOB NORTE
Serviços
5,337
6
SICOOB SUL
Serviços
5,301
7
SICOOB SUL-SERRANO
Serviços
5,255
8
SICOOB SUL-LITORÂNEO
Serviços
4,957
9
SICOOB CENTRO-SERRANO
Serviços
4,809
10
BANDES
Serviços
3,823
11
SICOOB CENTRAL ES
Serviços
3,521
PERFIL DA EMPRESA Razão Social: Sicoob Administradora e Corretora de Seguros LTDA Nome Fantasia: Sicoob Corretora de Seguros Atividade: Serv. Financeiros e Seguros Pessoal Empregado no ES: 35 Crescimento das Vendas: 6,48% Rentabilidade das Vendas: 80,67% Rentabilidade do Patrimônio Líquido: 24.105,14% Liquidez Corrente: 1,72 Faturamento: R$ 46.057.077
Foto: Joacir Azeredo
Escolhido como “Melhor Empresa de Serviços Financeiros e Seguros”, o Sicoob ES segue colhendo os frutos por ter se consolidado em práticas que envolvem um relacionamento franco e transparente com seus funcionários e clientes, alicerçados nos valores que compartilha.
“
A principal razão do nosso destaque está no crescimento da rede Sicoob, que é o nosso mercado de atuação. Somos uma empresa do grupo, e os nossos negócios, prioritariamente, se originam da carteira de associados das cooperativas que formam este Sistema. Esse crescimento das cooperativas demonstra que a proposta de valor entregue às pessoas que se conectam está intimamente ligada às aspirações atuais da sociedade. Como destaque para 2017, apontamos a distribuição de novos produtos de vida pela seguradora do próprio sistema (Sicoob Seguradora), o que possibilitou uma melhor personalização dos produtos e proporcionará, no futuro próximo, novas experiências de atendimento pelo associado.” Bento Venturim, presidente do Sicoob ES ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
149
RANKING DAS 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS
AS MAIORES EMPRESAS OPERADORAS DE SAÚDE Segundo a receita operacional bruta (ROB) no ES - em R$ milhares REC. OP. BRUTA
VAR. ROB 16/15
REC. OP. LÍQ.
VAR. ROL 16/15
LUCRO LÍQ. EX.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
EMPREGADOS NO ES
1.163.295
16,46%
1.134.083
16,58%
39.259
181.034
2483
323.612
11,07%
316.860
10,71%
5.317
44.013
435
UNIMED SUL CAPIXABA
256.636
12,96%
249.838
12,83%
1.615
48.013
737
48
SÃO BERNARDO SAÚDE
241.585
3,79%
238.365
3,54%
4.059
41.434
178
5
89
UNIMED NOROESTE CAPIXABA
114.079
12,35%
112.745
13,05%
235
12.304
412
6
96
MEDSÊNIOR
98.134
31,11%
95.476
30,65%
8.926
18.942
156
7
121
UNIMED NORTE CAPIXABA
72.005
8,30%
70.871
8,20%
36
11.151
277
8
114
BENEVIX ADMINISTRADORA DE BENEFÍCIOS
76.950
27,30%
70.250
27,31%
26.225
13.519
72
9
208
UNIMED PIRAQUEAÇU
4.216
-91,20%
4.205
-91,20%
79
14.581
9
POSIÇÃO
CLASSIF. 2016
EMPRESA
1
13
UNIMED VITÓRIA
2
34
SAMP ES
3
45
4
A Unimed Vitória é mais uma vez o destaque em “Operadoras de Saúde”, a exemplo do que aconteceu no ano passado, quando a categoria estreou no Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo. Em 2017, a empresa investiu na expansão do plano Unimed Personal, modelo de atenção integral e personalizada.
“
Foto: Divulgação
Nada na vida acontece por acaso. O fato de a Unimed Vitória ser considerada um exemplo de gestão e de estrutura, no setor de planos de saúde, nos deixa muito honrados. Esse resultado referencia o compromisso da cooperativa em conciliar um sólido planejamento e o respeito aos nossos quase 340 mil clientes. Apesar de todos os desafios, estamos firmes. Nós, da Unimed Vitória, em quase quatro décadas, encaramos os momentos difíceis. E, melhor, agimos com criatividade para superá-los. A primeira colocação entre as operadoras de saúde, apontada por vocês, é um exemplo claro neste sentido.” Dr. Márcio de Oliveira Almeida, diretor-presidente da Unimed Vitória
AS MELHORES EMPRESAS OPERADORAS DE PLANO DE SAÚDE CLASSIF.
EMPRESA
SETOR
PONTUAÇÃO
1
BENEVIX ADMINISTRADORA DE BENEFÍCIOS
Serviços
8,372
2
MEDSÊNIOR
Serviços
7,348
3
UNIMED VITÓRIA
Serviços
5,982
4
SAMP ES
Serviços
5,557
5
SÃO BERNARDO SAÚDE
Serviços
4,940
6
UNIMED SUL CAPIXABA
Serviços
4,206
7
UNIMED PIRAQUEAÇU
Serviços
3,635
8
UNIMED NOROESTE CAPIXABA
Serviços
3,440
9
UNIMED NORTE CAPIXABA
Serviços
3,149
PERFIL DA EMPRESA Razão Social: Benevix Administradora de Benefícios LTDA Nome Fantasia: Benevix Administradora de Benefícios Atividade: Plano de Saúde Pessoal Empregado no ES: 364 Crescimento das Vendas: 27,31% Rentabilidade das Vendas: 37,33% Rentabilidade do Patrimônio Líquido: 193,98% Liquidez Corrente: 1,49 Faturamento: R$ 76.949.881
Tendo como bússola valores como responsabilidade, excelência, comprometimento com o próximo, inovação e crescimento contínuo, a Benevix Administradora de Benefícios conquistou em 2017 o destaque na categoria “Melhor Operadora de Plano de Saúde”. A empresa conta com uma equipe multidisciplinar, sistema de informação próprio, diversidade de produtos e compromisso com o melhor atendimento. Tudo isso para alcançar uma meta audaciosa: chegar, até 2018, ao posto de uma das quatro maiores administradoras de benefícios do Brasil. Com os bons resultados apresentados até o momento, parece um objetivo cada vez mais próximo. Presente em quatro estados, a Benevix tem sua sede capixaba localizada na Enseada do Suá, em Vitória.
150
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
AS MAIORES EMPRESAS DE SERVIÇOS DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO Segundo a receita operacional bruta (ROB) no ES - em R$ milhares POSIÇÃO
CLASSIF. 2016
EMPRESA
REC. OP. BRUTA
VAR. ROB 16/15
2.911.304
-29,72%
144.978
-35,58%
REC. OP. LÍQ.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
EMPREGADOS NO ES
VAR. ROL 16/15
LUCRO LÍQ. EX.
2.193.405
-31,08%
24.180
233.632
16
121.866
-35,39%
8.520
26.940
42
1
8
CISA TRADING
2
72
QUIMETAL DISTRIBUIDORA
3
103
SANTA FÉ TRADING
88.826
30,74%
73.392
35,56%
3.540
6.929
1
4
106
SERTRADING
86.545
-56,42%
84.573
-54,00%
12.268
81.142
N/D
5
109
CLAC
83.080
-25,27%
65.127
-24,48%
24
3.745
4
6
139
FULLCOMEX
48.910
-28,17%
35.737
-29,58%
-1.985
2.152
N/D
7
158
TEGMA
30.540
-34,14%
N/D
N/D
N/D
N/D
196
8
211
ECOTRADING
3.527
80,45%
2.640
71,99%
-23
2.437
N/D
9
217
QUIMETAL INDÚSTRIA E COMÉRCIO
2.549
6,28%
2.189
6,11%
797
5.876
20
10
231
COMEX
692
-23,11%
593
-23,09%
621
7.889
2
A Cisa Trading teve motivo duplo para comemorar 2017, sendo destaque nas categorias “Maior Empresa de Importação e Exportação” e “Maior Empresa com Controle de Capital”. Para a empresa, é uma recompensa pelo trabalho que a sua equipe vem realizando ao longo de mais de 20 anos.
“
Foto: Divulgação
É uma conquista que nos orgulha, mostra que nosso compromisso em oferecer excelência aos clientes, buscando sempre fazer o melhor, com o máximo de inovação e menor custo, é referendado pelo mercado. São vários fatores que têm contribuído para a Cisa Trading consolidar sua posição como líder em comércio exterior: temos uma estrutura de operação que nos permite aumentar a escala e financiar as operações de nossos clientes com capitais próprios e de grandes bancos nacionais. Além disso, nosso foco constante na inovação nos leva a desenvolver novas soluções para os clientes, que estão alinhadas às necessidades do mercado.” Antônio José Pargana, presidente da Cisa Trading
AS MELHORES EMPRESAS DE SERVIÇOS DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO CLASSIF.
EMPRESA
SETOR
PONTUAÇÃO
1
SANTA FÉ TRADING
Serviços
8,926
2
QUIMETAL DISTRIBUIDORA
Serviços
7,089
3
QUIMETAL INDÚSTRIA E COMÉRCIO
Serviços
6,603
4
COMEX
Serviços
5,390
5
CISA TRADING
Serviços
4,514
6
CLAC
Serviços
2,004
PERFIL DA EMPRESA Razão Social: Santa Fé Trading Importação e Exportação Nome Fantasia: Santa Fé Trading Atividade: Serviço de Importação e Exportação Crescimento das Vendas: 35,56% Rentabilidade das Vendas: 4,82% Rentabilidade do Patrimônio Líquido: 51,09% Liquidez Corrente: 4,33 Faturamento: R$ 88.825.817
A celebração na Santa Fé Trading foi dobrada esse ano. Além de ser escolhida na categoria “100 Melhores Empresas Privadas com Controle de Capital” (pg. 154), lidera também a categoria “Melhor Empresa”. Confiável, a empresa segue sua trajetória de clientes satisfeitos, seja em importação e exportação, distribuição, manutenção da carteira, controles financeiros e contábeis; sua empresa cuida da prospecção e abertura de negócios.
“
Uma empresa enxuta, com procedimentos simplificados. Nossa equipe é pequena, porém muito competente, capaz de absorver processos e serviços complexos. Somos econômicos para o cliente, por que o respeitamos. Neste sentido, analisamos todo e qualquer custo que nos permita reduzir valores sem perder qualidade. Trabalhamos com parceiros que assumem seus erros, evitando assim prejuízos. Em poucas palavras: treinamento e gerenciamento contínuos, autonomia para os funcionários e bons mecanismos de controle” Ana Maria Gil Marcucci, diretora da Santa Fé Trading
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
151
RANKING DAS 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS
AS MAIORES EMPRESAS DE TRANSPORTES Segundo a receita operacional bruta (ROB) no ES - em R$ milhares POSIÇÃO
CLASSIF. 2016
1
14
2
36
3
EMPRESA
REC. OP. BRUTA
VAR. ROB 16/15
VIX LOGÍSTICA
1.163.276
-11,64%
ÁGUIA BRANCA
320.798
-2,89%
55
JSL
204.164
REC. OP. LÍQ.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
EMPREGADOS NO ES
VAR. ROL 16/15
LUCRO LÍQ. EX.
1.026.653
-11,15%
47.989
564.532
2747
271.778
-3,43%
18.777
380.155
1131
65,23%
183.868
N/D
29.301
N/D
4
128
VIAÇÃO JOANA D'ARC
60.856
2,97%
57.479
2,97%
-8.307
12.327
N/D
5
130
EXPRESSER
57.825
12,16%
47.474
12,06%
-4.625
19.960
200
6
141
CHEIM TRANSPORTES
45.190
-0,88%
40.396
-3,65%
1.027
42.256
N/D
7
150
CETURB-GV
37.544
11,60%
36.168
11,66%
65.670
68.113
N/D
8
157
METROPOLITANA TRANSPORTES SERVIÇOS
30.577
0,65%
29.996
0,75%
-7.253
9.010
N/D
9
152
BRASPRESS
34.718
1,98%
28.495
2,42%
8.235
N/D
182
10
162
COOPGRANEIS
27.252
-30,60%
26.058
-30,77%
8
4.021
11
Escolhida não apenas a “Maior” como também a “Melhor Empresa de Transporte” no ranking de 2017, a Vix Logística credita o destaque duplo aos seus valores sólidos, como a segurança nas operações, o respeito às pessoas, a inovação nos processos e serviços e a sustentabilidade financeira.
“ Foto: Divulgação
Temos 46 anos de atuação no mercado, com uma história marcada por muitos desafios e também por muitas conquistas. Sempre estamos atentos ao que há de mais atual e desenhamos soluções visando a agregar valor aos clientes a partir da incorporação de modernas tecnologias e otimização de recursos. Cada vez mais, esse é o espírito que estimulamos em todo o time, por meio de programas internos que incentivam e favorecem a melhoria contínua. Esse é um caminho inevitável para a sustentabilidade de qualquer negócio e a criatividade é que nos conduz, associada à excelência no atendimento aos clientes.” Kaumer Chieppe, diretor-geral da Vix Logística
AS MELHORES EMPRESAS DE TRANSPORTES CLASSIF.
EMPRESA
SETOR
PONTUAÇÃO
1
VIX LOGÍSTICA
Serviços
5,085
2
ÁGUIA BRANCA
Serviços
3,720
3
EXPRESSER
Serviços
3,355
4
COOPGRANEIS
Serviços
2,770
5
TRANSCAMPO
Serviços
1,961
PERFIL DA EMPRESA Razão Social: Vix Logística S/A Nome Fantasia: Vix Logística Atividade: Transportes Pessoal Empregado no ES: 2.747 Crescimento das Vendas: -11,15% Rentabilidade das Vendas: 4,67% Rentabilidade do Patrimônio Líquido: 8,50% Liquidez Corrente: 2,43
Foto: Divulgação
Faturamento: R$ 1.163.276,23
152
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
RANKING DAS 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS AS 100 MAIORES E MELHORES EMPRESAS PRIVADAS COM CONTROLE DE CAPITAL CAPIXABA
Foto: Jackson Gonçalves
M
ais uma novidade no ranking deste ano: elaboramos a relação das “100 Melhores Empresas Privadas de Controle de Capital Capixaba”. Além disso, mantivemos o ranking das “100 Maiores Empresas Privadas de Controle de Capital Capixaba”. Esses rankings são o reconhecimento às empresas que contribuem para o desenvolvimento do Estado e para a valorização das organizações essencialmente capixabas. A metodologia para a classificação das 100 melhores já foi informada anteriormente, e a metodologia para classificação das 100 maiores se dá por ordem decrescente de receita operacional líquida. Em ambos os
154
casos, para o enquadramento como empresa privada de controle de capital capixaba, definiram-se os seguintes critérios: 1. Controle acionário e origem do capital privado estadual; 2. Localização da matriz/sede fiscal no Espírito Santo; 3. Empresa originalmente constituída no Espírito Santo; 4. Possuir unidade operacional no Espírito Santo. Ressalta-se, contudo, que o atendimento a esses critérios e a consequente definição dos rankings se deram em conformidade com as informações prestadas pelas empresas no formulário eletrônico da pesquisa, sendo de seus informantes a total responsabi-
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
ROL por empregado Variação 2015/2016
Composição da ROL 2016
14,0%
24,1%
1.800
70,3%
2013
44,7
1.600 1.200
2015
800
658,6 577,9 511,1
200
647,6
32,8
Comércio
34,4 33,3
2014
1.085,8
1.000
400
2014
1.696,2 2016
600
2015
-18,8%
996,1
20,2 459,0 410,6 372,6
522,0 380,1
23,7
Indústria
21,1 23,2
0 100 Maiores
Indústria
Comércio
Fonte: IEL - Pesquisa 200 Maiores e Melhores no ES Elaboração: IEL - ES / Sistema Findes
lidade pelos dados, não cabendo ao IEL questionamentos ou apuração desses números. Na análise dos resultados do ranking das 100 Maiores Empresas Privadas com Controle de Capital Capixaba, observamos que elas totalizaram uma receita operacional líquida de R$ 23,9 bilhões, 54% da ROL das 200 Maiores, e um efetivo médio de 459 trabalhadores por empresa (excluindo da contagem as empresas que não informaram o número de trabalhadores no ES). Observada a distribuição das empresas entre as atividades, o setor de serviços manteve a liderança, assim como em anos anteriores, com um total de 37 empresas, seguido do setor comercial (35 empresas) e do setor industrial, com 28 empresas classificadas nesse grupo. O desempenho do setor de serviços segundo a receita operacional líquida foi de R$ 8,4 bilhões (35,1%). O setor de comércio registrou R$ 10,7 bilhões (44,7%) e o setor industrial apresentou entre as capixabas um total de R$ 4,8 bilhões, 20,2% do montante das 100 maiores. Dos empregos gerados, 7.447 estão no setor industrial (20,5%)
35,1
Serviços
43,4
Serviços
e 6.294 no comercial (17,3%). O setor de serviços contabilizou 22.546 empregados, 62,2% do total. Contudo, houve ausência de informações de algumas empresas, dificultando a maior precisão nesses números. Os dados apurados indicam uma receita operacional líquida por empregado de R$ 1,7 milhão no setor comercial, de R$ 647,6 mil no setor industrial e de R$ 372,6 mil no setor serviços. Para o conjunto das 100 Maiores Empresas Capi xabas, esse indicador foi de R$ 658,6 mil por empregado. Comparando os resultados com os apurados em 2015, esses números revelam aumento de 70,3% na produtividade por empregado entre as empresas comerciais, bem como uma alta de 24,1% entre as empresas do setor indústria. Constatamos queda de 18,8% entre as empresas de serviços. No âmbito geral das 100 Maiores, apurou-se elevações de 14,0% nesta relação. O crescimento da produtividade por empregado nos setores da indústria e do comércio explica-se
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
44,5 43,5
Fonte: IEL - Pesquisa 200 Maiores e Melhores no ES Elaboração: IEL - ES / Sistema Findes
Nº de empresas (%) Comércio
Indústria
Serviços 33 31
2013
36 31 32
2014
37 30 2015
31 39 35
2016
28 37
Fonte: IEL - Pesquisa 200 Maiores e Melhores no ES Elaboração: IEL - ES / Sistema Findes
pela queda do número de empregos nesses setores e pela manutenção da ROL no confronto com os dados de 2015 informados pelas empresas participantes nesses setores. 155
RANKING DAS 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS
AS 100 MAIORES EMPRESAS CAPIXABAS Segundo a receita operacional líquida (ROL) no ES - em R$ milhares POSIÇÃO
156
CLASSIF. 2016
EMPRESA
SETOR
REC. OP. LÍQ
VAR. ROL 16/15
EBITDA
LUCRO LÍQ. EX.
PATRIM. LÍQUIDO
RENT. DE VENDAS
RENT. LIQUIDEZ EMPREGADOS PATRIM. LÍQ. CORRENTE NO ES
1
8
CISA TRADING
Serviços
2.193.405
-31,08%
40.933
24.180 233.632
1,10%
10,35%
1,31
2
11
TROP COMÉRCIO EXTERIOR
Comércio Atacadista
1.743.993
-18,67%
81.201
53.326 189.502
3,06%
28,14%
1,59
15
3
12
HORTIFRUTI
Comércio Varejista
1.328.423
21,08%
N/D
-2.347 125.342
-0,18%
-1,87%
0,63
N/D
4
13
UNIMED VITÓRIA
Serviços
1.134.083
16,58%
45.152
39.259 181.034
2.483
5
15
KURUMÁ VEÍCULOS
Comércio Varejista
1.079.889
20,25%
35.055 -13.298
6
16
FRISA FRIGORÍFICO
Indústria
1.045.489
10,94%
7
14
VIX LOGÍSTICA
Serviços
1.026.653
8
19
UNICAFÉ
Comércio Atacadista
866.635
-6,88%
53.472
9
21
UNILIDER
Comércio Atacadista
604.638
-8,89%
42.308
10
23
TRISTÃO
Comércio Atacadista
510.801
-19,47%
11
24
SUPERMERCADO PERIM
Comércio Varejista
439.459
4,35%
12
25
BRAMETAL
Indústria
13
29
NICCHIO SOBRINHO CAFÉ
14
28
RDG PRODUTOS SIDERÚRGICOS
15
31
16
34
17
16
3,46%
21,69%
1,14
23.233
-1,23%
-57,24%
0,91
472
22.646
6.250 129.803
0,60%
4,81%
1,35
1.613
-11,15% 205.618
47.989 564.532
4,67%
8,50%
2,43
2.747
42.721 294.324
4,93%
14,51%
1,66
180
26.568
49.314
4,39%
53,88%
1,34
278
N/D
24.673 257.053
4,83%
9,60%
1,41
N/D
N/D
14.250
59.038
3,24%
24,14%
1,47
N/D
436.723
94,72% 131.939 124.319 287.566
28,47%
43,23%
2,80
538
Comércio Atacadista
383.177
14,77%
9.479
48.311
1,62%
12,81%
1,26
85
Comércio Atacadista
364.929
14,15%
67.035
57.152 441.714
15,66%
12,94%
2,07
346
COOABRIEL
Comércio Atacadista
333.246
-17,06%
9.575
73
56.629
0,02%
0,13%
0,98
226
SAMP ES
Serviços
316.860
10,71%
N/D
5.317
44.013
1,68%
12,08%
1,71
435
37
COOPEAVI
Comércio Varejista
306.591
-9,65%
13.752
2.696
75.155
0,88%
3,59%
1,13
497
18
38
HOSPITAL EVANGÉLICO DE VILA VELHA
Serviços
299.579
7,39%
6.214
49
19.707
0,02%
0,25%
1,12
2.956
19
32
VITÓRIA DIESEL
Comércio Varejista
292.541
-33,39%
7.793
-9.538
16.261
-3,26%
-58,66%
0,90
207
20
36
ÁGUIA BRANCA
Serviços
271.778
-3,43%
44.040
18.777 380.155
6,91%
4,94%
0,86
1.131
21
39
SELITA
Indústria
267.491
12,96%
31.198
30.904
76.477
11,55%
40,41%
2,01
415
22
41
ECO101
Serviços
258.425
-5,01%
65.911
17.766 153.877
6,87%
11,55%
0,32
445
23
35
PERFILADOS RIO DOCE
Indústria
256.677
-11,13%
66.094
40.528 436.768
15,79%
9,28%
15,31
207
24
43
IMPÉRIO CAFÉ
Comércio Atacadista
254.387
21,95%
N/D
4.128 -11.751
1,62%
-35,13%
0,87
N/D
25
45
UNIMED SUL CAPIXABA
Serviços
249.838
12,83%
-1.777
1.615
48.013
0,65%
3,36%
1,52
737
26
30
EMPRESA LUZ E FORÇA SANTA MARIA
Serviços
240.648
-5,30%
25.279
23.514 143.191
9,77%
16,42%
1,27
309
27
48
SÃO BERNARDO SAÚDE
Serviços
238.365
3,54%
13.767
4.059
41.434
1,70%
9,80%
1,50
178
28
49
BUAIZ ALIMENTOS
Indústria
225.481
10,11%
17.370
8.403 156.014
3,73%
5,39%
1,41
412
29
51
REALCAFÉ
Indústria
222.942
4,24%
37.607
25.017 120.068
11,22%
20,84%
1,63
364
30
42
FIBRASA S/A
Indústria
215.664
18,04%
33.261
14.399 143.580
6,68%
10,03%
1,72
308
31
53
EXTRAFRUTI
Comércio Atacadista
212.422
15,48%
14.846
20.055
4,68%
49,52%
1,57
775
32
56
ALCON
Indústria
192.289
0,44%
79.338
60.923 171.862
31,68%
35,45%
4,27
143
33
44
MOTOCICLO
Comércio Atacadista
187.233
1,36%
N/D
1.680
96.001
0,90%
1,75%
5,00
N/D
34
59
DAMARE
Indústria
174.704
27,59%
19.357
9.636
35.145
5,52%
27,42%
0,72
290
35
61
PODIUM VEÍCULOS
Comércio Varejista
170.897
-22,08%
N/D
966
27.594
0,57%
3,50%
1,82
240
36
62
TARGET TRADING
Comércio Atacadista
168.312
16,76%
N/D
-257
3.322
-0,15%
-7,74%
0,93
N/D
37
63
HOSPITAL SANTA RITA
Serviços
167.480
7,77%
16.892
16.892 173.004
10,09%
9,76%
2,92
1.585
38
68
COFRIL - ABAV
Indústria
160.557
26,15%
39
40
LORENGE
Indústria
160.550
-11,16%
40
66
VENEZA
Indústria
157.486
3,18%
7.607
867
41
69
KIFRANGO
Indústria
152.422
15,38%
N/D
926
42
75
CVC
Comércio Varejista
135.472
-24,03%
N/D
43
74
CONCREVIT
Indústria
132.993
-28,74%
44
76
VITÓRIA MOTORS CHRYSLER
Comércio Varejista
128.853
45
77
SUPERMERCADOS SANTO ANTÔNIO
Comércio Varejista
122.559
46
72
QUIMETAL DISTRIBUIDORA
Serviços
47
81
TVV
Serviços
48
84
VITÓRIA STONE INDÚSTRIA E COMÉRCIO
Indústria
120.060
49
83
HOSPITAL VILA VELHA
Serviços
119.196
50
89
UNIMED NOROESTE CAPIXABA
Serviços
112.745
13,05%
N/D
6.190
9.931
25.028
0,94%
6,04%
1,68
N/D
2.688 -27.931 191.860
1.511
-17,40%
-14,56%
1,72
228
23.552
0,55%
3,68%
0,95
374
17.244
0,61%
5,37%
1,29
527
-562
49.214
-0,41%
-1,14%
1,02
N/D
4.711 -12.297
40.082
-9,25%
-30,68%
1,63
179
10,62%
2.079
-4.271
-1.105
-3,31%
386,52%
0,81
71
0,44%
N/D
-71
8.096
-0,06%
-0,88%
0,84
881
121.866
-35,39%
10.505
121.732
-16,64%
8.520
26.940
6,99%
31,63%
3,36
42
N/D -37.472
41.694
-30,78%
-89,87%
1,16
N/D
-4,55%
N/D
8.052
48.474
6,71%
16,61%
2,15
N/D
17,41%
22.694
15.142
44.198
12,70%
34,26%
1,87
1.326
N/D
235
12.304
0,21%
1,91%
1,01
412
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
POSIÇÃO
CLASSIF. 2016
REC. OP. LÍQ
VAR. ROL 16/15
EBITDA
LUCRO LÍQ. EX.
PATRIM. LÍQUIDO
RENT. DE VENDAS
51
86
VITÓRIA APART HOSPITAL
52
80
PERFIL ALUMÍNO
Serviços
112.356
5,45%
11.556
-2.422
47.886
-2,16%
-5,06%
0,94
1.215
Indústria
107.922
5,36%
12.933
8.527
33.717
7,90%
25,29%
1,97
53
73
301
CEDISA
Comércio Atacadista
107.613
-26,35%
668
-4.810
44.564
-4,47%
-10,79%
3,50
54
171
92
HOSPITAL METROPOLITANO
Serviços
104.538
21,81%
22.544
6.008
39.084
5,75%
15,37%
1,32
836
55
87
TRACOMAL
Serviços
103.325
-12,92%
8.024
2.619
47.372
2,53%
5,53%
3,20
585
56
93
CPVV
Serviços
96.337
-28,22%
N/D
4.365
80.994
4,53%
5,39%
2,03
N/D
57
88
SAVIXX
Comércio Atacadista
96.113
-33,64%
68
594
4.560
0,62%
13,03%
0,92
4
58
96
MEDSÊNIOR
Serviços
95.476
30,65%
12.387
8.926
18.942
9,35%
47,13%
1,19
156
59
90
VILA PORTO
Comércio Atacadista
89.734
-6,89%
N/D
765
2.702
0,85%
28,33%
N/D
N/D
60
98
SUPERMERCADO PORTO NOVO
Comércio Varejista
88.689
13,37%
1.632
913
6.462
1,03%
14,12%
1,08
440
61
106
SERTRADING
Serviços
84.573
-54,00%
N/D
12.268
81.142
14,51%
15,12%
1,07
N/D
62
105
CONTEK
Indústria
82.249 105,21%
N/D
1.707
48.838
2,07%
3,49%
3,00
N/D
63
99
TIME NOW
Indústria
81.841
-2,06%
N/D
5.383
13.662
6,58%
39,40%
2,18
N/D
64
94
VIMINAS
Indústria
80.268
-19,10%
-3.383
-3.383
60.494
-4,21%
-5,59%
1,93
344
65
97
ELSON’S PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
Comércio Atacadista
79.277
5,84%
2.088
1.580
9.587
1,99%
16,48%
0,93
247
66
110
PREMIUM VEÍCULOS
Comércio Varejista
77.969
-23,79%
N/D
-1.155
9.583
-1,48%
-12,05%
1,39
123
67
107
PAINEIRAS
Indústria
76.320
68,81%
N/D
2.224
86.298
2,91%
2,58%
0,71
N/D
68
113
MAGBAN
Indústria
75.674
15,45%
N/D
15.886 103.981
20,99%
15,28%
8,37
115
69
112
VITÓRIA MOTORS
Comércio Varejista
75.400
-30,91%
2.264
518
9.228
0,69%
5,61%
1,54
33
70
102
ISH TECNOLOGIA
Serviços
74.309
10,94%
11.396
1.517
14.289
2,04%
10,62%
1,06
108
71
108
SERDEL
Serviços
73.623
3,89%
8.906
6.860
11.761
9,32%
58,33%
2,59
2.270
72
103
SANTA FÉ TRADING
Serviços
73.392
35,56%
4.930
3.540
6.929
4,82%
51,09%
4,33
1
73
104
DIAÇO
Comércio Atacadista
72.159
-2,89%
3.918
4.886
68.124
6,77%
7,17%
6,14
139
74
111
SERRA AMBIENTAL
Serviços
71.544
49,04%
6.245
784
65.970
1,10%
1,19%
1,58
146
75
121
UNIMED NORTE CAPIXABA
Serviços
70.871
8,20%
930
36
11.151
0,05%
0,32%
1,18
277
76
122
DECOLORES MÁRMORES E GRANITOS DO BRASIL
Indústria
70.054
-18,28%
13.390
9.937
89.119
14,18%
11,15%
2,85
112
77
100
MÓVEIS RIMO
Indústria
69.499
-8,15%
1.876
305
15.166
0,44%
2,01%
1,32
312
78
115
SPASSU
Serviços
68.619
-45,90%
881
1.163
4.636
1,70%
25,09%
1,16
698
79
109
CLAC
Serviços
65.127
-24,48%
N/D
24
3.745
0,04%
0,63%
0,76
4
80
120
ESPIRAL ENGENHARIA
Serviços
60.664
13,79%
1.773
1.423
20.830
2,35%
6,83%
1,10
628
81
127
LAND VITÓRIA
Comércio Varejista
60.312
1,11%
749
-2.130
1.044
-3,53%
-204,08%
0,93
30
82
118
METALOSA
Indústria
59.354
-22,03%
N/D
-958
20.326
-1,61%
-4,71%
1,85
241
83
119
COFERVIL
Comércio Atacadista
58.165
47,01%
N/D
184
34.444
0,32%
0,53%
1,03
309
84
125
RODOSOL
Serviços
57.821
9,99%
N/D
18.774
56.554
32,47%
33,20%
0,53
N/D
85
128
VIAÇÃO JOANA D'ARC
Serviços
57.479
2,97%
N/D
-8.307
12.327
-14,45%
-67,38%
0,65
N/D
86
131
ELETROMIL
Comércio Atacadista
53.870
4,91%
8.312
6.572
20.066
12,20%
32,75%
2,44
157
87
133
ANDRADE INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MÁRMORES
Indústria
52.353
22,55%
13.245
9.997 119.542
128
88
123
MORAR
Indústria
51.072
-32,05%
6.786
89
136
LASA
Indústria
50.201
-22,99%
N/D
90
138
PEDREIRAS DO BRASIL
Comércio Atacadista
50.009
3,33%
N/D
5.296
6.008
91
130
EXPRESSER
Serviços
47.474
12,06%
N/D
-4.625
19.960
92
126
ATACADO SÃO PAULO
Comércio Atacadista
45.556
0,36%
5.787
3.461
93
137
PANAN MÓVEIS
Indústria
43.975
-24,46%
-5.908
87
94
46
SICOOB LESTE CAPIXABA
Serviços
43.463
-13,25%
95
140
SICOOB CORRETORA DE SEGUROS
Serviços
43.329
96
129
TERRA NOVA
Comércio Atacadista
97
135
POLITINTAS
98
143
99
144
100
141
EMPRESA
SETOR
RENT. LIQUIDEZ EMPREGADOS PATRIM. LÍQ. CORRENTE NO ES
19,10%
8,36%
5,83
61.576
3,65%
3,03%
3,34
95
-8.857 104.352
-17,64%
-8,49%
0,61
N/D
10,59%
88,15%
2,39
N/D
-9,74%
-23,17%
2,43
200
12.103
7,60%
28,60%
2,87
157
7.682
0,20%
1,13%
1,33
201
18.547
63.666 296.509 146,48%
21,47%
0,98
190
6,48%
39.610
34.952
145
80,67% 24105,14%
1,72
35
43.307
-74,71%
2.435
2.435
5.269
5,62%
46,21%
1,03
1
Comércio Varejista
43.009
2,55%
1.544
93
10.061
0,22%
0,93%
1,64
210
APART HOSPITAL
Serviços
41.761
2,98%
9.168
3.313
40.282
7,93%
8,22%
1,61
344
SHOPPING VITÓRIA
Serviços
40.867
-6,93%
N/D
22.778
45.793
55,74%
49,74%
0,80
51
CHEIM TRANSPORTES
Serviços
40.396
-3,65%
N/D
1.027
42.256
2,54%
2,43%
2,07
N/D
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
1.866
157
RANKING DAS 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS
AS 100 MELHORES EMPRESAS CAPIXABAS CLASSIF.
158
EMPRESA
SETOR
ATIVIDADE
POTUAÇÃO GERAL
1
SANTA FÉ TRADING
Serviços
Serv. Importação e Exportação
8,926
2
BRAMETAL
Indústria
Siderurgia e Metalurgia
8,805
3
SICOOB CORRETORA DE SEGUROS
Serviços
Serv. Financeiros e Seguros
8,301
4
SINGULAR CONTÁBIL
Serviços
Atividades de Contabilidade
8,280
5
RAZÃO CONTÁBIL
Serviços
Atividades de Contabilidade
8,262
6
LANDSEA
Serviços
Logística
8,170
7
ELKEM
Indústria
Química e Petroquímica
8,138
8
ALCON
Indústria
Química e Petroquímica
8,032
9
ÁGUA VIVA
Indústria
Confecção de Vestuário
7,936
10
KS CONTABILIDADE
Serviços
Atividades de Contabilidade
7,929
11
MAGBAN
Indústria
Fab. Prod. Minerais Não Metálicos
7,894
12
SELITA
Indústria
Alimentos
7,748
13
DRACO SERVIÇOS E ACESSÓRIOS PARA VEÍCULOS
Serviços
Adm. e Serv. Complementares
7,592
14
MEDSÊNIOR
Serviços
Plano de Saúde
7,348
15
HOSPITAL VILA VELHA
Serviços
Atendimento Hospitalar
7,280
16
FRISA COMERCIAL
Comércio Varejista
Comércio Varejista
7,209
17
ELETROMIL
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
7,206
18
ANDRADE INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MÁRMORES
Indústria
Fab. de Minerais Não Metálicos
7,181
19
QUIMETAL
Serviços
Serv. Importação e Exportação
7,089
20
SERDEL
Serviços
Serv. de Limpeza e Conservação
7,089
21
RDG PRODUTOS SIDERÚRGICOS
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
7,082
22
COFRIL FRIGORÍFICO
Indústria
Alimentos
7,057
23
EXTRAFRUTI
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
7,050
24
ATACADO SÃO PAULO
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
6,784
25
BELAFIX
Indústria
Química e Petroquímica
6,741
26
PERFIL ALUMÍNIO
Indústria
Fab. de Produtos de Metais
6,691
27
QUIMETAL
Serviços
Serv. Importação e Exportação
6,603
28
PERFILADOS RIO DOCE
Indústria
Siderurgia e Metalurgia
6,525
29
UNILIDER
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
6,511
30
SHOPPING VITÓRIA
Serviços
Admin. de Shopping Center
6,500
31
REALCAFÉ
Indústria
Alimentos
6,482
32
CAMPO CONSTRUTORA
Indústria
Construção
6,394
33
FIBRASA S/A
Indústria
Fab. de Borracha e Mat. Plástico
6,223
34
TROP COMÉRCIO EXTERIOR
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
6,213
35
DAMARE
Indústria
Alimentos
6,106
36
UNICAFÉ
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
6,014
37
SICOOB CREDIROCHAS
Serviços
Serv. Financeiros e Seguros
5,996
38
UNIMED VITÓRIA
Serviços
Plano de Saúde
5,982
39
LACCHENG ENGENHARIA
Indústria
Construção
5,947
40
DECOLORES MÁRMORES E GRANITOS DO BRASIL
Indústria
Fab. Prod. Minerais Não Metálicos
5,915
41
SICOOB LESTE CAPIXABA
Serviços
Serv. Financeiros e Seguros
5,897
42
HOSPITAL SANTA RITA
Serviços
Atendimento Hospitalar
5,887
43
HOSPITAL METROPOLITANO
Serviços
Atendimento Hospitalar
5,876
44
DIAÇO
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
5,770
45
NICCHIO SOBRINHO CAFÉ
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
5,702
46
TERRA NOVA
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
5,638
47
EMPRESA LUZ E FORÇA SANTA MARIA
Serviços
Eletricidade e Gás
5,631
48
CENTRALFER
Indústria
Fab. de Produtos de Metais
5,631
49
SAMP ES
Serviços
Plano de Saúde
5,557
50
MÓVEIS PEROBA
Indústria
Fabricação de Móveis
5,546
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
CLASSIF.
EMPRESA
SETOR
ATIVIDADE
POTUAÇÃO GERAL
51
MÁRMORES E GRANITOS JC
Indústria
Fab. Prod. Minerais Não Metálicos
5,489
52
BUTERI COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES LTDA
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
5,340
53
SICOOB NORTE
Serviços
Serv. Financeiros e Seguros
5,337
54
SICOOB SUL
Serviços
Serv. Financeiros e Seguros
5,301
55
SICOOB SUL-SERRANO
Serviços
Serv. Financeiros e Seguros
5,255
56
DISMIL
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
5,234
57
TV VITÓRIA
Serviços
Informação e Comunicação
5,195
58
VITÓRIA MOTORS
Comércio Varejista
Concessionária de Veículos
5,145
59
VIX LOGÍSTICA
Serviços
Transporte
5,085
60
GAROTO
Indústria
Alimentos
4,957
61
SICOOB SUL LITORÂNEO
Serviços
Serv. Financeiros e Seguros
4,957
62
SÃO BERNARDO SAÚDE
Serviços
Plano de Saúde
4,940
63
APART HOSPITAL
Serviços
Atendimento Hospitalar
4,915
64
SUPERMERCADO PORTO NOVO
Comércio Varejista
Comércio Varejista
4,901
65
ISH TECNOLOGIA
Serviços
Tecnologia da Informação
4,858
66
SICOOB CENTRO-SERRANO
Serviços
Serv. Financeiros e Seguros
4,809
67
ELSON’S PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
4,805
68
BUAIZ ALIMENTOS
Indústria
Alimentos
4,784
69
SERRA AMBIENTAL
Serviços
Coleta Trat. e Dist. Resíduos
4,766
70
CISA TRADING
Serviços
Serv. Importação e Exportação
4,514
71
TRACOMAL
Serviços
Construção
4,489
72
ELETROSOLDA
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
4,415
73
ECO101
Serviços
Concessionária de Rodovias
4,394
74
ESPIRAL ENGENHARIA
Serviços
Loc. Maq. e Equi. Construção
4,344
75
GRAFITUSA
Serviços
Gráfica
4,316
76
KIFRANGO
Indústria
Alimentos
4,220
77
UNIMED SUL CAPIXABA
Serviços
Plano de Saúde
4,206
78
METALSER
Indústria
Fab. de Produtos de Metais
4,206
79
FRISA FRIGORÍFICO
Indústria
Alimentos
4,149
80
MORAR
Indústria
Construção
4,110
81
SPASSU
Serviços
Tecnologia da Informação
4,103
82
SAVIXX
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
4,039
83
TEREME ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO
Serviços
Manun. Inst. de Máq. e Equi.
3,741
84
ÁGUIA BRANCA
Serviços
Transporte
3,720
85
COFERVIL
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
3,681
86
UNIMED PIRAQUEAÇU
Serviços
Plano de Saúde
3,635
87
VITÓRIA MOTORS
Comércio Varejista
Concessionária de Veículos
3,592
88
POLITINTAS
Comércio Varejista
Comércio Varejista
3,574
89
SICOOB CENTRAL ES
Serviços
Serv. Financeiros e Seguros
3,521
90
VD PNEUS
Serviços
Manut. e Repar. de Prod. de Borracha
3,518
91
PODIUM VEÍCULOS
Comércio Varejista
Concessionária de Veículos
3,461
92
UNIMED NOROESTE CAPIXABA
Serviços
Plano de Saúde
3,440
93
EXPRESSER
Serviços
Transporte
3,355
94
PLENA VEÍCULOS
Comércio Varejista
Concessionária de Veículos
3,340
95
VENEZA
Indústria
Alimentos
3,273
96
COOPEAVI
Comércio Varejista
Comércio Varejista
3,259
97
UNIMED NORTE CAPIXABA
Serviços
Plano de Saúde
3,149
98
MÓVEIS RIMO
Indústria
Fabricação de Móveis
3,110
99
VENAC
Comércio Varejista
Concessionária de Veículos
3,074
100
HOSPITAL EVANGÉLICO DE VILA VELHA
Serviços
Atendimento Hospitalar
2,911
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
159
RANKING DAS 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS RANKING DOS 10 MAIORES GRUPOS EMPRESARIAIS
N
a 21ª edição do Anuário IEL – 200 Maiores e Melhores Empresas no Espírito Santo, o ranking dos 10 Maiores Grupos Empresariais no Espírito Santo foi definido de acordo com a seguinte metodologia: 1 – Duas ou mais empresas independentes, formalmente constituídas sob o mesmo controle acionário, cujo capital de origem capixaba seja superior a 50%; 2 – Ter controle acionário e origem do capital privado; 3 – A localização da matriz/sede fiscal deve ser no ES;
4 – A constituição da empresa deve ter ocorrido no ES; 5 – A empresa deve possuir unidade operacional no ES. Tais dados foram obtidos a partir das informações econômico-financeiras fornecidas pelos grupos empresariais. Dentre as informações coletadas, estabeleceu-se o patrimônio líquido como critério de definição do ranking, sendo os demais dados complementares, refletindo, dessa forma, a importância do grupo e seu impacto na economia do Estado.
PRODUTIVIDADE X LUCRO LÍQUIDO ANO
PRODUTIVIDADE* BR
VARIAÇÃO PRODUTIVIDADE BR
PRODUTIVIDADE* NO ES
VARIAÇÃO PRODUTIVIDADE NO ES
LUCRO LÍQUIDO
VARIAÇÃO LUCRO LÍQUIDO
2013
232,3
-
336,0
-
640,8
-
2014
282,8
21,7%
316,7
-5,7%
731,1
14,1%
2015
461,0
63,0%
682,2
115,4%
628,0
-14,1%
2016
552,0
19,7%
765,0
12,1%
608,8
-3,1%
*Produtividade=ROL/nº de empregados (em milhares de R$)
160
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
Com mais de 35 anos de mercado, o Grupo RDG comemora a primeira posição na categoria “10 Maiores Grupos Empresariais”. Para isso, sempre fez do esforço, do trabalho e da dedicação uma marca para alavancar seus negócios.
“
Nossos colaboradores sempre foram o pilar principal para alcançar qualquer sucesso e crescimento, assim como nossos clientes e fornecedores, que sempre nos prestigiaram com sua parceria e confiança. Não temos o segredo do sucesso nem temos essa pretensão, mas sempre tivemos e temos como objetivo melhorar nossos processos e produtos visando o futuro, sempre com qualidade e agilidade. Estamos constantemente investindo em tecnologia e serviços que agregam valor aos nossos produtos, buscando a excelência na sua gestão para satisfazer nossos clientes.” Ronaldo Roque Campo, diretor-presidente do Grupo RDG Aços do Brasil
Ressalta-se que a falta de informações consolidadas não disponibilizada em tempo hábil, ou outros motivos fizeram com que alguns importantes grupos empresariais no Espírito Santo não figurassem neste ranking. Em 2016, os 10 maiores grupos empresariais somaram 121 empresas, número 53,1% maior que o apresentado no ano passado. Tais grupos registraram, no exercício 2016, um patrimônio líquido de R$ 6 bilhões. Comparado ao ranking do ano anterior, houve queda de 18,9%. A média do PL por empresa para o conjunto dos grupos ficou em R$ 604,9 milhões por empresa. Esse dado em 2015 foi de R$ 93,6 milhões, variação de 546%. Ressalta-se, contudo, que tais variações se dão num contexto de grupos e empresas que diferem daqueles que compuseram o ranking do Anuário em 2016. A receita operacional bruta total apurada foi de R$ 11,7 bilhões contra R$ 13,4 bilhões registrados no ano passado, queda de 12,7%. Do total da ROB em 2016, os valores gerados no Espírito Santo representaram em média 69,45% deste total.
Quanto ao número de empregados, somam-se 21.128 trabalhadores (todas as unidades, incluindo as de fora do Espírito Santo). Uma baixa de -27,1% em relação aos grupos participantes do Anuário em 2016. Quanto ao número de empregados no Estado, o comparativo apresenta um percentual menos expressivo: -21%. A média de empregados em cada grupo no Estado ficou em 1.060 empregados, para o total de empregos gerados. Em 2015 essa relação foi de 1.342 empregados por grupo. A ROB total por empregado constatada em 2016 foi de R$ 553 mil. Em 2015 essa relação foi de R$ 461 mil para cada empregado. A ROB por empregado no ES ficou em R$ 765 mil, resultado 12,2% melhor que o registrado no ano anterior. O lucro líquido do exercício 2016 dos 10 maiores grupos somou cerca de R$ 608,8 milhões, número pouco menor ao verificado em 2015 (R$ 628 milhões), apresentando variação de -3,1%.
OS DEZ MAIORES GRUPOS EMPRESARIAIS Ranking segundo o patrimônio líquido (valores em milhares) POSIÇÃO
GRUPO
N° DE EMPRESAS
MUNICÍPIO
PATRIM. LÍQ.
REC. OP. BRUTA NO ES
VAR. PL 16/15
% ROB NO ES
REC. OP. BRUTA TOTAL
VAR. ROB TOTAL 16/15
TOTAL DE EMPREG. GERAL
TOTAL DE EMPREG. NO ES
LUCRO LÍQ. EXERC.
1
RDG AÇOS DO BRASIL
7
SERRA
1.570.322
9,81%
779.174
98,76%
788.957
0,90%
839
724
115.804
2
GRUPO ÁGUIA BRANCA
13
VITÓRIA
1.423.669
15,44%
1.647.436
42,90%
3.840.176
391,12%
12.924
4.523
122.681
3
SICOOB ES
10
VITÓRIA
1.229.410
18,19%
1.128.500
100,00%
1.128.500
-58,85%
1.257
1.242
249.604
4
GRUPO BUAIZ
9
VITÓRIA
624.910
2,38%
264.000
85,00%
310.589
-65,38%
986
986
23.367
5
GRUPO FRISA
6
COLATINA
285.377
13,37%
1.034.626
70,06%
1.476.772
461,57%
3.099
1.954
34.453
6
GRUPO TRISTÃO
3
VIANA
257.053
11,78%
525.117
100,00%
525.117
-61,43%
432
432
24.673
7
GRUPO CISA TRADING
8
VITÓRIA
233.632
3,47%
2.241.704
77,00%
2.911.304
352,92%
291
16
24.180
8
GRUPO ANDRADE
11
SERRA
218.345
67,79%
140.869
93,00%
151.472
-96,34%
260
191
27.651
9
GRUPO LORENGE PARTICIPAÇÕES
52
VITÓRIA
191.860
-14,32%
262.371
93,73%
279.922
83,24%
244
228
-27.931
10
GRUPO FIBRASA
2
SERRA
14.399
414,09%
88.516
33%
268.231
17,39%
796
308
14.399
7.391.490
-
9.152.426
-
13.360.255
-
28.986
13.417
627.954
TOTAL
79
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
161
RANKING ANÁLISE IDEIES
O novo Ideies A MARCELO SAINTIVE
é diretor executivo do Ideies e ex-secretário do Tesouro Nacional
164
Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), desde sua criação em 1959, pensa o futuro do desenvolvimento do Estado. No início, a entidade continha um grupo de técnicos capazes de pensar, refletir e desenhar arranjos institucionais que fomentassem o desenvolvimento industrial capixaba. O novo arranjo institucional permitiu que a economia capixaba deixasse de ser preponderantemente agrícola e passasse a abrir espaço ao setor industrial, possibilitando o surgimento de grandes projetos industriais, que, por sua vez, propiciaram não apenas a integração da economia regional com o comércio exterior mas também o surgimento de diversos pequenos negócios. Em termos nacionais, as federações das indústrias de todo o Brasil acompanharam os ciclos econômicos do país. Porém, vale destacar que, nas décadas de 1980 e 1990, a capacidade de planejamento estratégico industrial de longo prazo foi consideravelmente perdida. Com a Findes não foi diferente. A exemplo do restante do país, a Federação capixaba viu reduzida sua capacidade de pensar o futuro industrial e o desenvolvimento do Estado. Nesse contexto surge, sob a nova gestão da Findes, liderada pelo Léo de Castro, a reestruturação do Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Estado do Espírito Santo (Ideies) apoiada nos seguintes pilares: (i) desenvolvimento do observatório da indústria capixaba por meio da compilação de uma miríade de dados que auxiliem a tomada de decisão dos empresários, da federação, dos sindicatos, entre outros; (ii) criação
de uma área de estudos econômicos com ênfase na análise setorial e no desenvolvimento econômico capixaba; (iii) um observatório vocacionado para a melhoria do ambiente de negócios que, por meio de seus conselhos temáticos e câmaras setoriais, proporá a desregulamentação necessária e responsável ao melhor funcionamento dos negócios e à ampliação dos investimentos. A análise das 200 Maiores Empresas está em consonância com esse papel do Ideies. Isso porque o instituto tem como objetivo principal dar suporte técnico ao posicionamento da Federação no que tange ao desenvolvimento econômico do Estado e à competitividade do setor industrial. Juntas, as 200 Maiores Empresas geraram de receita operacional bruta quase R$ 90 bilhões no Espírito Santo. Esse número é expressivo para a economia capixaba. A título de exemplificação, o Produto Interno Bruto do Estado, estimado em 2016, é de R$ 133,5 bilhões. O objetivo do Ideies é dar suporte analítico ao desenvolvimento econômico, à melhoria da atratividade dos investimentos e ao aumento da produtividade capixaba. Dessa forma, o Ideies busca auxiliar a Findes no resgate de seu papel histórico, fundamental à transformação e à modernização da economia do Espírito Santo nos anos 1960 e posteriores, permitindo que a Federação assuma um papel crucial na discussão do novo ciclo de desenvolvimento capixaba tanto no âmbito público quanto no privado. E assim o novo Ideies trabalha, confia, pensa e formula.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
As diretorias regionais da Findes e as 200 Maiores Empresas
A
Findes – Federação das Indústrias do Espírito Santo –, por meio das diretorias regionais, atua em todo o território capixaba e alcança os 4 milhões de habitantes. São 15 diretorias regionais, distribuídas de forma estratégica de norte a sul do Estado, que contribuem para o desenvolvimento local, a melhoria do ambiente de negócios, o aumento da produtividade e a abertura de mercados.
Em 2017, buscando uma maior identificação das regionais com os municípios que as integram, por meio do Conselho de Desenvolvimento Regional (Conder), os nomes das diretorias regionais foram alterados. O mapa abaixo apresenta a nova configuração. Considerando as regionais da Findes, o Espírito Santo pode ser dividido em três grandes áreas: metropolitana, norte e sul. Aqui cabe uma observação a respeito dos
Diretorias regionais da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo
| Figura 1
Centro-norte, com Sede em Nova Venécia Nordeste, com Sede em São Mateus Noroeste, com Sede em Barra de São Francisco Centro-oeste, com Sede em Colatina Centro-leste, com Sede em Linhares Litoral Centro Norte, com Sede em Aracruz Centro-Serrana, com Sede em Santa Maria de Jetibá Sudoeste Serrana, com Sede em V. Nova do Imigrante Serra Cariacica e Viana, com Sede em Cariacica Vitória Vila Velha Caparaó, com Sede em Guaçuí Litoral Sul, com Sede em Anchieta Centro Sul, com Sede em Cachoeiro
Atualizado em setembro de 2017 Fonte: Instituto de Desenvolvimento Industrial do Espírito Santo – Ideies Elaboração: Ideies /MICT-Findes
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
165
RANKING ANÁLISE IDEIES
municípios de Guarapari e Fundão, que, para o direcionamento das ações da Federação, foram alocados em regionais localizadas no sul (para o caso de Guarapari) e no norte (caso de Fundão), e não na região metropolitana, como é a divisão oficial do Governo do Estado. A região metropolitana concentra quatro diretorias regionais – Cariacica e Viana, Serra, Vila Velha e Vitória –, que englobam os cinco municípios de mesmo nome. São 1.816,3 mil pessoas (45,2% da população total do Estado) e, em 2014, concentrava 48,1% do Produto Interno Bruto Capixaba (PIB). As regionais localizadas no norte do Estado são sete – Centro-L este, Centro -Norte, Centro -Oeste, Centro-Serrana, Litoral Centro-Norte, Nordeste e Noroeste – e reúnem 39 municípios com uma população total de 1.226,8 mil pessoas (30,5% da população total) e 20,7% do PIB estatual. O Sul centraliza quatro regionais – Caparaó, Centro-Sul, Litoral Sul e Sudoeste Serrana – e 34 municípios que são responsáveis por 24,2% da população capixaba e 31,2% do PIB do Espírito Santo (tabela 1).
População e Produto Interno Bruto (PIB) segundo as diretorias regionais da Findes Descrição
Municípios
População 20171
PIB per capita
PIB 20142
QTD
%
R$ MILHÕES
%
R$
5
1.816.290
45,2
62.005
48,1
35.503
Cariacica e Viana
2
464.144
11,6
10.107
7,8
22.349
Serra
1
502.618
12,5
17.589
13,7
36.918
Vila Velha
1
486.388
12,1
10.938
8,5
23.487
Vitória
1
363.140
9,0
23.371
18,1
66.375
39
1.226.788
30,5
26.624
20,7
22.406
Centro-Leste
3
217.543
5,4
6.136
4,8
29.611
Centro-Norte
7
136.193
3,4
2.071
1,6
15.514
Centro-Oeste
9
278.687
6,9
5.382
4,2
19.790
Centro-Serrana
6
114.345
2,8
2.056
1,6
18.305
Litoral Centro-Norte
4
148.899
3,7
6.079
4,7
42.780
Nordeste
4
216.202
5,4
3.299
2,6
15.889
Noroeste
6
114.919
2,9
1.601
1,2
14.101
34
973.278
24,2
40.155
31,2
42.254
Caparaó
8
113.503
2,8
1.428
1,1
12.682
Centro-Sul
10
401.078
10,0
20.533
15,9
52.386
Litoral Sul
6
236.774
5,9
15.071
11,7
66.061
Sudoeste Serrana
10
221.923
5,5
3.124
2,4
14.353
78
4.016.356
100,0
128.784
100,0
33.149
Regionais localizadas na região metropolitana
Regionais localizadas no norte do Estado
Regionais localizadas no sul do Estado
Espírito Santo
Fonte: IBGE; IJSN Elaboração: Ideies/Sistema Findes Nota: 1 População Estimada pelo IBGE; 2 Última informação de PIB municipal disponível
200 Maiores Empresas pelas regionais A distr ibuição reg iona l das 200 Maiores Empresas mostra a concentração nas cidades da região metropolitana. São 139 empresas localizadas em cinco cidades, Vitória (60), Serra (46), Cariacica e Viana (21) e Vila Velha (12), que, Foto: Samuel Vieira
166
| Tabela 1
juntas, faturaram de Receita Operacional Bruta (ROB), aproximadamente, R$ 76 bilhões em 2016. Para se ter uma noção do impacto desse valor para a economia capixaba, e a título de exemplificação, ele equivale a 57% do PIB estimado para o Espírito Santo em 2016 pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), que foi de R$ 133,7 bilhões. É também nas cidades das regionais metropolitanas que se localiza a maior parte dos empregos gerados pelas 200 Maiores, 75%. Os municípios no norte do Espírito Santo concentram 43 empresas das 200 Maiores, com destaque para aqueles que integram as regionais do Centro-Leste (sede em Linhares) e do Centro-Oeste (sede em Colatina), com 17 e 16 empresas respectivamente. A regional do Litoral Centro-Norte, que possui sede em Aracruz, conta com quatro empresas entre as 200 Maiores, entre elas a Fibria (6ª no ranking), e gerou 4,1% da ROB total.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
200 Maiores Empresas segundo as diretorias regionais A p en a s n a s lo c a l id ade s de duas regionais não foram registradas empresas entre as 20 0 Maiores, Noroeste (sede em Barra de São Francisco) e Caparaó (sede em Guaçuí).
Indústria O Valor Adicionado ( VA) da indústria, que reúne indústria extrativa, indústria de transformação, construção civil e serviços de utilidade pública, representa quase 39% do VA capixaba (2014). O VA é o PIB excluídos os impostos e representa a geração de valor na economia. Quando se desagrega o VA industrial entre as regionais, é possível perceber algumas diferenças de concentração em relação à economia total do Estado. As regionais localizadas na área metropolitana, que respondem por 45,2% do PIB capixaba, veem a participação cair para 28,7% quando se observa o VA do setor secundário. Por outro lado, as regionais localizadas na região sul, que juntas possuem a menor participação no PIB capixaba, são responsáveis por mais de 53% do VA industrial. Acrescente-se que, como esses dados são do ano de 2014, ainda está considerado o peso da Samarco na economia. Mas, mesmo assim, as regionais sulistas, que reúnem entre os municípios Marataízes, Presidente Kenedy e Itapemirim, têm uma importância significativa na quantidade de indústrias do setor secundário, de quase 30%, principalmente, pela parte da indústria extrativa com a exploração de petróleo (tabela 3). Em relação ao número de empresas e empregos da indústria, 41,9% das indústrias e 49,3% dos trabalhadores industriais estão localizados nas regionais metropolitanas, com destaque para Serra e Vitória. Essas duas cidades concentraram,
Descrição
ROB 200 Maiores
| Tabela 2
Empresas 200 Maiores
Empregos1 200 Maiores
R$
%
QTD
%
QTD
%
75.972.042
84,5
139
69,5
53.916
74,7
Cariacica e Viana
9.424.717
10,5
21
10,5
5.068
7,0
Serra
11.209.194
12,5
46
23,0
15.276
21,2
Regionais localizadas na região metropolitana
Vila Velha
5.455.326
6,1
12
6,0
6.824
9,5
Vitória
49.882.805
55,5
60
30,0
26.748
37,1
Regionais localizadas no norte do Estado
12.185.292
13,6
43
21,5
14.790
20,5
Centro-Leste
3.979.316
4,4
17
8,5
6.315
8,8
Centro-Norte
345.328
0,4
2
1,0
664
0,9
Centro-Oeste
3.483.571
3,9
16
8,0
3.858
5,3
467.380
0,5
3
1,5
675
0,9
3.710.202
4,1
4
2,0
3.135
4,3
Nordeste
199.495
0,2
1
0,5
143
0,2
Noroeste
–
–
–
–
–
–
1.718.187
1,9
18
9,0
3.451
4,8
Centro-Serrana Litoral Centro-Norte
Regionais localizadas no sul do Estado Caparaó
–
–
–
–
–
–
1.218.584
1,4
12
6,0
2.258
3,1
Litoral Sul
300.200
0,3
5
2,5
958
1,3
Sudoeste Serrana
199.403
0,2
1
0,5
235
0,3
89.875.521
100,0
200
100,0
72.157
100,0
Centro-Sul
Espírito Santo
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas do Espírito Santo Elaboração: Ideies/Sistema Findes Nota: 1 Das 200 empresas integrantes do ranking, 139 informaram a quantidade de empregados
Valor Adicionado (VA), quantidade de empresas e empregos da indústria pelas diretorias regionais Descrição Regionais localizadas na região metropolitana
VA (2014) Industrial
| Tabela 3
Indústrias (2015)
Empregos na Indústria (2015)
R$
%
QTD
%
QTD
%
12.274.646
28,7
5.649
41,9
94.728
49,3
Cariacica e Viana
1.761.215
4,1
1.064
7,9
12.213
6,4
Serra
4.823.172
11,3
1.739
12,9
41.222
21,5
Vila Velha
1.632.007
3,8
1.664
12,4
18.209
9,5
Vitória
4.058.252
9,5
1.182
8,8
23.084
12,0
Regionais localizadas no norte do Estado
7.776.749
18,2
4.172
31,0
59.647
31,1
Centro-Leste
2.038.233
4,8
785
5,8
14.662
7,6
Centro-Norte
214.987
0,5
429
3,2
3.523
1,8
Centro-Oeste
1.171.079
2,7
1.359
10,1
17.483
9,1
177.059
0,4
398
3,0
3.122
1,6
3.186.774
7,5
517
3,8
11.849
6,2
Nordeste
635.318
1,5
348
2,6
5.028
2,6
Noroeste
353.298
0,8
336
2,5
3.980
2,1
22.662.122
53,1
3.647
27,1
37.664
19,6
Centro-Serrana Litoral Centro-Norte
Regionais localizadas no sul do Estado Caparaó
182.819
0,4
299
2,2
1.661
0,9
Centro-Sul
12.373.684
29,0
1.923
14,3
22.834
11,9
Litoral Sul
9.730.284
22,8
765
5,7
8.205
4,3
Sudoeste Serrana
375.336
0,9
660
4,9
4.964
2,6
42.713.517
100,0
13.468
100,0
192.039
100,0
Espírito Santo Fonte: IBGE; IJSN; RAIS (MTE) Elaboração: Ideies/Sistema Findes
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
167
RANKING ANÁLISE IDEIES Receita Operacional Bruta (ROB), indústrias e empregos industriais nas 200 Maiores Empresas pelas diretorias regionais Descrição Regionais localizadas na região metropolitana
ROB das indústrias nas 200 Maiores
Empresas industriais nas 200 Maiores
| Tabela 4
Empregos industriais nas 200 Maiores
R$
%
QTD
%
QTD
% 62,6
43.406.370
82,0
30
49,2
19.134
Cariacica e Viana
5.779.481
10,9
4
6,6
1.065
3,5
Serra
7.846.561
14,8
13
21,3
7.358
24,1
Vila Velha
3.153.818
6,0
2
3,3
2.361
7,7
Vitória
26.626.511
50,3
11
18,0
8.350
27,3
Regionais localizadas no norte do Estado
8.736.640
16,5
22
36,1
10.154
33,2
Centro-Leste
3.250.228
6,1
13
21,3
5.725
18,7
Centro-Norte
345.328
0,7
2
3,3
664
2,2
Centro-Oeste
1.410.462
2,7
5
8,2
2.066
6,8
–
–
–
–
–
–
3.531.127
6,7
1
1,6
1.556
5,1
Nordeste
199.495
0,4
1
1,6
143
0,5
Noroeste
–
–
–
–
–
–
778.830
1,5
9
14,8
1.281
4,2
Centro-Serrana Litoral Centro-Norte
Regionais localizadas no sul do Estado Caparaó
–
–
–
–
–
–
Centro-Sul
685.453
1,3
7
11,5
1.281
4,2
Litoral Sul
93.377
0,2
2
3,3
–
–
–
–
–
–
–
–
52.921.841
100,0
61
100,0
30.569
100,0
Sudoeste Serrana Espírito Santo Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas do Espírito Santo Elaboração: Ideies/Sistema Findes
Valor Adicionado, quantidade de empresas e empregos do comércio e serviço pelas diretorias regionais Descrição Regionais localizadas na região metropolitana
VA (2014) setor terciário
| Tabela 5
Empresas comerciais e de serviços (2015)
Empregos no comércio e serviço (2015)
R$
%
QTD
%
QTD
%
35.043.425
55,3
33.184
50,2
430.501
61,4
Cariacica e Viana
6.280.553
9,9
5.103
7,7
56.698
8,1
Serra
8.865.312
14,0
6.651
10,1
90.401
12,9
Vila Velha
7.191.227
11,3
9.066
13,7
83.807
12,0
Vitória
12.706.333
20,1
12.364
18,7
199.595
28,5
13.872.308
21,9
17.036
25,8
146.853
21,0
Centro-Leste
3.000.355
4,7
3.235
4,9
29.779
4,2
Centro-Norte
1.350.837
2,1
1.764
2,7
13.842
2,0
Centro-Oeste
3.251.976
5,1
4.537
6,9
36.471
5,2
Centro-Serrana
1.100.463
1,7
1.455
2,2
10.884
1,6
Litoral Centro-Norte
2.136.969
3,4
2.187
3,3
23.773
3,4
Nordeste
2.098.150
3,3
2.558
3,9
22.543
3,2
Noroeste
933.559
1,5
1.300
2,0
9.561
1,4
14.449.458
22,8
15.866
24,0
123.440
17,6
Regionais localizadas no norte do Estado
Regionais localizadas no sul do Estado Caparaó
1.030.167
1,6
1.592
2,4
11.617
1,7
Centro-Sul
6.837.149
10,8
6.445
9,8
52.811
7,5
Litoral Sul
4.545.538
7,2
4.750
7,2
37.776
5,4
Sudoeste Serrana
2.036.604
3,2
3.079
4,7
21.236
3,0
63.365.191
100,0
66.086
100,0
700.794
100,0
Espírito Santo
individualmente, números significativos de indústrias entre as 200 Maiores Empresas: 13 indústrias na Serra e 11 em Vitória (tabelas 3 e 4). No norte do Estado, a regional de Centro-Leste chama atenção pela quantidade de indústrias que ocupam posição no ranking. São 13, dado influenciado, principalmente, pelo munícipio-sede, Linhares. Essa mesma localidade reúne um pouco mais de 6% de todas as indústrias capixabas. Ao todo, entre as 200 Maiores Empresas, 61 são indústrias, e quatro ocupam os primeiros lugares no ranking: Petrobras (1ª), Vale (2ª), ArcelorMittal (3ª) e Heringer (4ª). A ROB dessas 61 indústrias representa 59% da ROB das 200 Maiores.
Comércio e serviço Os setores de comércio e serviço, incluído a administração pública, formam o setor terciário da economia. Em relação à geração de valor na economia capixaba, 57,7% do VA são originários das atividades terciárias. Como já esperado, uma vez que as atividades de comércio e serviço tendem a se concentrar perto da população, mais de 50% do VA, das empresas e dos empregados desses setores estão nos municípios pertencentes às regionais metropolitanas. No norte do Estado destacam-se as regionais do Centro-Oeste e do Centro-Leste, com, respectivamente, 5,1% e 4,7% do VA do setor, 6,9% e 4,9% das empresas e 5,2% e 4,2% dos trabalhadores do comércio e serviço. No sul, Centro-Sul e Litoral Sul também apresentam uma boa concentração da atividade terciária, na devida ordem, 10,8% e 7,2% do VA, 9,8% e 7,2% das empresas e 7,5% e 5,4% dos empregados do setor (tabela 5). O setor de ser viços é o que, i ndividua lmente, concentra a
Fonte: IBGE; IJSN; RAIS (MTE) Elaboração: Ideies/Sistema Findes
168
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
Receita Operacional Bruta (ROB), empresas e empregos de serviço nas 200 Maiores pelas diretorias regionais Descrição Regionais localizadas na região metropolitana
ROB de serviço nas 200 Maiores
| Tabela 6
Empresas de serviço nas 200 Maiores
Empregos de serviço nas 200 Maiores
R$
%
QTD
%
QTD
% 85,8
19.102.169
87,3
67
76,1
29.879
Cariacica e Viana
758.450
3,5
7
8,0
1.723
4,9
Serra
1.332.444
6,1
22
25,0
6.861
19,7 12,3
Vila Velha
785.431
3,6
6
6,8
4.283
16.225.843
74,2
32
36,4
17.012
48,8
1.972.313
9,0
14
15,9
3.673
10,5
Centro-Leste
649.937
3,0
3
3,4
467
1,3
Centro-Norte
–
–
–
–
–
–
Centro-Oeste
1.016.134
4,6
7
8,0
1.449
4,2
Centro-Serrana
153.350
0,7
2
2,3
178
0,5
Litoral Centro-Norte
152.892
0,7
2
2,3
1.579
4,5
Nordeste
–
–
–
–
–
–
Noroeste
–
–
–
–
–
–
797.322
3,6
7
8,0
1.289
3,7
Vitória Regionais localizadas no norte do Estado
Regionais localizadas no sul do Estado Caparaó
–
–
–
–
–
–
525.796
2,4
4
4,5
977
2,8
Litoral Sul
72.122
0,3
2
2,3
77
0,2
Sudoeste Serrana
199.403
0,9
1
1,1
235
0,7
21.871.803
100,0
88
100,0
34.841
100,0
Centro-Sul
Espírito Santo
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas do Espírito Santo Elaboração: Ideies/Sistema Findes
maior quantidade de empresas no ranking das 200 Maiores: são 88, que juntas geraram R$ 21,9 bilhões de ROB. Mais de 76% dessas empresas se localizam nas regionais da área metropolitana e respondem por 87,3% da ROB do setor (tabela 6). A EDP Espírito Santo é a primeira empresa do setor a aparecer no ran k ing, ocupando a quinta posição. Em seguida, vêm Banestes (7ª) e Cisa Trading (8ª). As empresas do comércio totalizaram 51 entre as 200 Maiores e geraram R$ 15,1 bilhões de ROB. Quase 90% delas estão nas cidades de Vitória (17), Serra (11), Cariacica e Viana (10) e Vila Velha (4) (tabela 7). Dentre elas, BR distribuidora, Trop Comércio Exterior e Hortifruti ocupam a 9ª, 11ª e 12ª posições no ranking.
Receita Operacional Bruta, empresas e empregos do comércio nas 200 Maiores pelas regionais Descrição
ROB do comércio nas 200 Maiores
| Tabela 7
Empresas do comércio nas 200 Maiores
Empregos do comércio nas 200 Maiores
R$
%
QTD
%
QTD
%
13.463.503
89,3
42
82,4
4.903
72,7
Cariacica e Viana
2.886.786
19,1
10
19,6
2.280
33,8
Serra
2.030.189
13,5
11
21,6
1.057
15,7
Vila Velha
1.516.077
10,1
4
7,8
180
2,7
Vitória
7.030.451
46,6
17
33,3
1.386
20,5
Regionais localizadas na região metropolitana
Regionais localizadas no norte do Estado
1.476.338
9,8
7
13,7
963
14,3
Centro-Leste
79.151
0,5
1
2,0
123
1,8
Centro-Norte
–
–
–
–
–
–
Centro-Oeste
1.056.975
7,0
4
7,8
343
5,1
Centro-Serrana
314.029
2,1
1
2,0
497
7,4
Litoral Centro-Norte
26.183
0,2
1
2,0
–
–
Nordeste
–
–
–
–
–
–
Noroeste
–
–
–
–
–
–
142.035
0,9
2
3,9
881
13,1 –
Regionais localizadas no sul do Estado Caparaó
–
–
–
–
–
Centro-Sul
7.335
0,0
1
2,0
–
–
Litoral Sul
134.701
0,9
1
2,0
881
13,1
Sudoeste Serrana Espírito Santo
–
–
–
–
–
–
15.081.877
100,0
51
100,0
6.747
100,0
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas do Espírito Santo Elaboração: Ideies/Sistema Findes
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
169
RANKING
Pesquisa de Clima: 200 Maiores Empresas – 2017 O Ideies (Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo) apresenta, pela quinta vez, no anuário das 200 Maiores Empresas do Espírito Santo, a pesquisa de clima formada pela percepção dos empresários capixabas. A análise contempla o potencial de crescimento do Estado e o clima de negócios em relação ao cenário econômico atual e esperado. O estudo divide-se em duas seções. A primeira é composta pela avaliação do Estado, e a segunda identifica a expectativa do empresariado em relação à economia e às empresas. O questionário foi aplicado nas empresas pesquisadas para elaboração do anuário; 158 responderam.
Avaliação do potencial do Espírito Santo O Espírito Santo foi analisado com questões de infraestrutura, mão de obra e incentivos fiscais, entre outras. A avaliação aconteceu por meio de notas que variam de 0 a 10, sendo as
Avaliação quanto à localização geográfica do Espírito Santo
| Gráfico 1
Baixa 1,6% Alta 89,1%
Média 9,4%
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no Espírito Santo Elaboração: Ideies/Sistema Findes
notas baixas aquelas até 4 pontos; as médias, de 5 a 7 pontos; e as altas, de 8 a 10 pontos. A característica mais bem avaliada nas entrevistas foi a localização geográfica do Estado, com 89,1% de notas altas, 4,5 pontos percentuais acima do atingido em 2016 (gráfico 1). Foto: Leonel Albuquerque
170
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
Avaliação da qualidade quanto às modalidades de transporte no Espírito Santo Aeroporto
Rodovias
| Gráfico 3
Avaliação quanto à infraestrutura logística no Espírito Santo
Portos
| Gráfico 2
Baixa 10,2%
Alta Média 53,5%
7,0%
7,8%
Alta 36,2%
15,6%
Média
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no Espírito Santo Elaboração: Ideies/Sistema Findes
Avaliação referente à qualificação da mão de obra no Espírito Santo 47,7%
50,8%
56,3%
Baixa 5,5%
Baixa
Média 67,7%
45,3%
41,4%
| Gráfico 4
Alta 26,8%
28,1%
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no Espírito Santo Elaboração: Ideies/Sistema Findes
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no Espírito Santo Elaboração: Ideies/Sistema Findes
A infraestrutura logística existente no Estado, por outro lado, obteve avaliação média e baixa por quase 64% dos empresários (gráfico 2). Entre os modais analisados, estão a qualidade aeroviária, portuária e rodoviária. Assim, embora a localização geográfica do Estado seja um diferencial, a interligação do espaço territorial do Espírito Santo com o Brasil e com o mundo, segundo os empresários pesquisados, precisa ser melhorada. Como consequência, os meios de transportes receberam notas médias e baixas por quase a totalidade das respostas. O aeroporto e as rodovias chegaram a mais de 40% de avaliações baixas, percentuais elevados e que preocupam pela influência da logística no Estado. O modal portuário foi o que obteve a menor quantidade de notas baixas, 28,1%. As pontuações médias foram as mais frequentes, 47,7% para o aeroporto, 50,8% paras as rodovias e 56,3%
para os portos (gráfico 3). Observam-se as baixas quantidades de notas altas, de apenas 7% para o aeroporto, 7,8% para as rodovias e 15,6% para os portos. Interessante notar que, entre os três modais, os portos capixabas são os mais bem avaliados. As rodovias, mesmo com concessões para a iniciativa privada, ainda configuram grande gargalo. O aeroporto de Vitória, com previsão de término da expansão em 2017, pode ter a sua operação concedida à iniciativa privada. Em relação à qualidade da mão de obra capixaba, 67,7% dos entrevistados a avaliaram com notas médias. Comparando a pesquisa de 2017 com a realizada no ano anterior, houve uma melhora no percentual de notas altas, que atingiu quase 27% em 2017, acréscimo de 4,2 pontos percentuais em relação a 2016 (gráfico 4). Acompanhando esse indicador ao longo do tempo, verifica-se o avanço das
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
171
RANKING
Evolução do % que classifica a mão de obra capixaba como de alta qualificação
| Gráfico 5
Avaliação da política de incentivos fiscais no Espírito Santo
| Gráfico 6
26,8% 22,6% 18%
Baixa 16,4% 16% 14%
Média 64,8%
13% 2012
2013
2014
2015
2016
2017
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no Espírito Santo Elaboração: Ideies/Sistema Findes
altas avaliações, o que expressa uma evolução positiva na percepção dos empresários quanto à qualificação dos seus trabalhadores (gráfico 5). As políticas de incentivos fiscais do Espírito Santo foram avaliadas com notas médias por quase 65% dos entrevistados (gráfico 6). Entretanto, a análise ao longo dos últimos seis anos, segundo os empresários capixabas, é que a qualidade dos mecanismos de incentivos fiscais está caindo. Em 2017, 18,8% dos empresários deram notas altas nesse quesito, sendo que esse mesmo percentual já foi de 29% em 2014 (gráfico 7).
Avaliação do poder político no cenário nacional Alta 19,0% Baixa 44,4%
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no Espírito Santo Elaboração: Ideies/Sistema Findes
172
Média 36,5%
Alta 18,8%
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no Espírito Santo Elaboração: Ideies/Sistema Findes
Evolução do % que classifica a política de incentivos fiscais do ES com notas altas
| Gráfico 7
29%
23,2%
25% 23%
2012
22,5%
2013
2014
2015
18,8% 2016
2017
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no Espírito Santo Elaboração: Ideies/Sistema Findes
| Gráfico 8
A respeito do poder político do Espírito Santo no cenário nacional, houve aumento tanto nas avaliações positivas (19% dos entrevistados), com o acréscimo das notas altas em 5,4 pontos percentuais em relação a 2016, quanto nas negativas (44,4%), 2,8 pontos percentuais a mais que em 2016, revelando a migração das notas medianas para os extremos (gráfico 8). O avanço das notas altas para a avaliação dos políticos capixabas na bancada federal pode ter relação com a maior participação de congressistas do Estado em matérias
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
Condições gerais da economia capixaba no ano corrente em relação ao ano anterior 2017 contra 2016
| Gráfico 9
2016 contra 2015
Condições gerais da empresa no ano corrente em relação ao ano anterior 2017 contra 2016
Melhoraram muito
Melhoraram
Não se alteraram
0,8% 0,6%
Melhoraram muito
3,1% 3,8% 27,9%
Melhoraram
22,9%
38,8% 17,2%
46,5% 40,1%
Não se alteraram 38,8%
Pioraram
Pioraram muito
2016 contra 2015
16,3% 3,8%
61,1%
17,2%
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no Espírito Santo Elaboração: Ideies/Sistema Findes
de interesse nacional, como a reforma trabalhista. É importante que essa participação se intensifique, a fim de aumentar as percepções positivas, haja vista o somatório das altas e médias avaliações terem caído, 58,4% em 2016 para 55,5% em 2017.
Avaliação e perspectiva da economia e impactos nas empresas
Pioraram muito
31,2% 1,6% 1,9%
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no Espírito Santo Elaboração: Ideies/Sistema Findes
que avaliaram as condições da economia como melhor ou muito melhor alcançaram 17,1% em 2017, contra 4,5% em 2016 (gráfico 9). Esses números refletem uma retomada positiva nas expectativas dos empresários para os rumos da economia em 2017. Convergindo com a concepção de avanço no ambiente econômico, 31% dos empresários consideraram que as condições gerais de suas empresas melhoraram ou melhoraram muito. Entretanto, quase metade (46,5%) declarou que não houve alteração. A sensação de que piorou ou piorou muito foi apontada por 22,5% dos entrevistados, percentual bem abaixo do verificado no ano anterior, de 33,1% (gráfico 10). Esses números mostram a evolução positiva percebida tanto nas condições da economia quanto das empresas, a partir da tendência de uma estabilização econômica.
Foto: Gilson Abreu
Em sequência à avaliação do potencial do Espírito Santo, a Pesquisa de Clima constatou as expectativas dos entrevistados em relação à economia e às empresas. A partir das condições gerais da economia, mais de 44% dos empresários afirmaram que o quadro piorou ou piorou muito. Esse percentual representa quase metade dessa mesma avaliação na pesquisa do ano anterior, que somou aproximadamente 80%. As respostas
20,9%
Pioraram
5,4%
| Gráfico 10
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
173
RANKING Expectativa em relação à economia capixaba para o ano seguinte ao corrente 2017 para 2018
Muito confiante
51,2% 47,1% 42,6% 38,9%
53,4% 56,6% 31,7% 32,2%
3,9% Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no Espírito Santo Elaboração: Ideies/Sistema Findes
10,2%
Expectativa em relação às empresas para o ano seguinte ao corrente 2017 para 2018
| Gráfico 12
2016 para 2017
17,8% 14,0% 58,9%
Confiante
66,2% 22,5%
Deve permanecer na mesma situação
17,2% 0,8%
desempenho das empresas em 2018. E menos de 1% se mostrou pessimista (gráfico 12). A tendência de queda do pessimismo sugere a melhora na confiança dos empresários, com 53,4% dos entrevistados afirmando que manterão os investimentos no período de 2017 e 2018. A intenção de manter os investimentos para esse período, comparada à de 2016 e 2017, aumentou 4,6 pontos percentuais. O percentual de empresários que pretendem reduzir os investimentos foi de 14,9%, número inferior ao do ano anterior (17,2%) (gráfico 13). A respeito das intenções sobre o número de colaboradores, o panorama é positivo, com 56,6% pretendendo manter e 32,2% dispostos a ampliar o quadro de trabalhadores em 2017 (gráfico 13). Esses números são animadores e podem sinalizar uma redução do desemprego no Estado que em junho de 2017 totalizou 13,4%.
Conclusão
2,5%
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no Espírito Santo Elaboração: Ideies/Sistema Findes
Para 2018, mais da metade dos empresários está confiante ou muito confiante quanto ao avanço da economia capixaba. Por outro lado, 3,9% ainda estão pessimistas e para 42,6% o cenário não mudará. Ao confrontar esses dados com as expectativas de 2016 para 2017, identificam-se, de modo geral, uma maior confiança dos empresários e uma queda no pessimismo para o próximo ano (gráfico 11). No tocante à expectativa para as empresas, o cenário ficou ainda mais otimista. Mais de 80% dos entrevistados estão confiantes ou muito confiantes para uma melhora no 174
11,2%
Manter
Aumentar
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no Espírito Santo Elaboração: Ideies/Sistema Findes
Pessimista / Muito pessimista
14,9%
Reduzir
3,8%
| Gráfico 13
Colaboradores
2,3%
Deve permanecer na mesma situação
Muito confiante
Avaliação quanto à intenção de investimento e colaboradores em 2017 para 2018 Investimento
2016 para 2017
Confiante
Pessimista / Muito pessimista
| Gráfico 11
A promessa de melhoria no cenário político e econômico molda o otimismo dos empresários para o próximo ano. O fim de 2016 e o início de 2017 foram períodos ainda de contenção e percepção da direção que a economia seguiria. As expectativas de 2017 para 2018 são melhores que as observadas anteriormente. Embora ainda não se possa afirmar que a economia caminha para uma trajetória de crescimento, os indicadores econômicos sinalizam a retomada da economia. No primeiro semestre de 2017, comparada ao mesmo período de 2016, a produção industrial voltou a crescer (4,5% no Espírito Santo e 0,5% no Brasil), a inflação está dentro da meta, e espera-se a retomada do setor de comércio e serviços.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
ECONOMIA ALIMENTOS E BEBIDAS
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ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
SETOR DE ALIMENTOS E BEBIDAS VISLUMBRA RETOMADA Queda de impostos, recuperação do consumo e novos negócios deixam empresários mais otimistas
U
5%
de crescimento é a expectativa na produção e vendas do setor de massas
m primeiro semestre parado, mas com perspectiva de crescimento, ainda que modesto, para os últimos seis meses de 2017. Essa é a avaliação do setor de alimentos e bebidas, que tem no micro e pequeno empresário seu principal alicerce. As pequenas fábricas de cervejas artesanais são um bom exemplo de que é possível dar a volta por cima quando há a união de investimentos em qualidade, produtos diferenciados e um pouco de boa vontade do poder público. O governador Paulo Hartung sancionou, em junho, a lei que cria nova regra tributária para as cervejarias artesanais capixabas, com a redução de 27% para 12% da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Na prática, segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Bebidas em Geral do Estado do Espírito Santo (Sindibebidas) e da Câmara de Alimentos e Bebidas da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Sérgio Rodrigues da Costa, isso incentiva o pequeno empresário a legalizar seu negócio, gera empregos e ajuda na circulação de dinheiro. “Para dar uma ideia, antes da redução do imposto tínhamos, no Estado, apenas seis cervejarias legalizadas. Hoje, já são 11. E esperamos ter cerca de 18 empresas legalizadas até o fim deste ano.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
177
ECONOMIA
É uma expectativa, claro, pois é um setor novo, mas que ganha espaço sobre as cervejas normais. O preço é mais alto, mas o consumidor que procura qualidade paga. E ele sabe que, se uma cerveja normal demora três dias para ficar pronta, a artesanal leva de 45 a 60 dias. Essa qualidade faz toda a diferença”, ressalta. O próximo passo é a redução da alíquota da cachaça, que poderá chegar aos 40% quando o setor retornar ao Simples Nacional. A estimativa é do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac). A possibilidade de opção pelo Simples começa a valer somente em 2018. As medidas também ampliaram de 60 para 120 meses o prazo de parcelamento de dívidas por empresas optantes do Simples e elevou de R$ 3,6 milhões para R$ 4,8 milhões o teto de faturamento para participar do regime. “É uma medida importante para o Estado. Para se ter uma ideia, ficamos sabendo que um produtor de cachaça do norte do Espírito Santo está empregando 18 famílias no corte de cana. É uma luz no fim do túnel”, avalia Sérgio Rodrigues da Costa, apontando que a produção de aguardente pode ser, sim, uma boa forma de gerar emprego e renda para as famílias no campo. Ele não arrisca uma previsão sobre o quanto o setor pode crescer até o fim do ano, mas garante que a expectativa é positiva. “Este ano, as demissões não foram significativas no setor, já que é preciso um determinado número de funcionários para operar cada máquina. Na prática, não há mais onde cortar mão de obra. Agora, conseguimos ter algum otimismo. O empresário, aliás, tem que ser um otimista”, ressalta. Quanto ao segmento de alimentos, Costa diz que este também busca na inovação uma forma de atrair clientes e incrementar as vendas. “No setor pesqueiro, por exemplo, há uma empresa que desenvolveu uma forma de conservar o peixe fresco por sete dias a mais. Quer dizer, se antes ele podia ficar embalado por sete dias, agora são 14 dias. É a inovação dando suporte às vendas”, ressalta. O dirigente sublinha que as empresas não estão paradas: há expansão, mesmo que pequena. “A crise atrasou projetos, mas, se não nos mexermos, quando a engrenagem voltar a rodar, estaremos fora do contexto”, avalia. No setor de massas, a expectativa para o segundo semestre é positiva, ainda que tímida. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Massas Alimentícias e Biscoitos do Estado do Espírito Santo (Sindimassas), Levi Tesch, se o primeiro semestre foi estagnado, há uma certa 178
Setor de massas e biscoitos passou por um primeiro semestre estagnado, mas há esperança para o fim do ano
esperança para o fim do ano. “Os empresários estão olhando de forma mais positiva para o segundo semestre. Vamos crescer, mesmo que pouco. Nossa previsão é de crescimento de produção e vendas em torno dos 5% a 6% em relação ao primeiro semestre de 2017. Algumas empresas já estão contratando, já que no primeiro semestre houve até algumas demissões”, explica. O setor de massas emprega hoje cerca de 1.000 pessoas diretamente. São 15 empresas catalogadas e sindicalizadas. “Estamos, agora, fazendo um levantamento e checando as micro e pequenas empresas que estão em nosso catálogo, mas não são sindicalizadas. Até o fim do ano faremos esse trabalho de campo para buscar esses empresários e trazê-los para o sindicato”, diz. Símbolo da hospitalidade brasileira, o café também vê um 2017 de leve recuperação. E melhor, mesmo optando por outras marcas, mais baratas, o consumidor que se viu obrigado a trocar o café capixaba por outros grãos volta a comprar os produtos originários do Espírito Santo. A credibilidade e qualidade do café capixaba falam mais alto quando há sinais de recuperação do poder de compra, na avaliação do presidente do Sindicato da Indústria do Café do Estado do Espírito Santo (Sincafé), Egídio Malanquini. Ele avalia que o setor está saindo de um processo duro de encolhimento, que vem desde 2016 e pegou o primeiro semestre de 2017. No ano passado, a crise hídrica afetou fortemente a produção cafeeira no Estado. Já em 2017, a crise econômica, ao menos nos seis primeiros meses, fez com que o consumidor procurasse marcas mais baratas. Mas há mudanças à vista. “O impacto atingiu, sim, as empresas locais. Mas já em agosto tivemos uma excelente reação. Setembro começou bem e estabilizando. O que sustenta a indústria local e nos permite uma segurança maior são a inovação e a qualidade ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
que o café do Espírito Santo agrega. Isso tem se desenvolvido muito ao longo dos anos, conferindo-nos respeitabilidade e criando uma credencial para nossos produtos, que não são facilmente substituídos por conta do preço. O setor está dando um passo maior e queremos fechar 2017 com um crescimento em torno de 2% em relação ao ano anterior”, observa. Malanquini aponta que é na qualidade que reside o principal diferencial do café capixaba. “Tanto o café de qualidade quanto as novas empresas que têm surgido na área são excelentes. Conferem uma imagem positiva e dão segurança à decisão de compra do consumidor. Para se ter ideia, os pequenos negócios cresceram 25% nos últimos cinco anos na região das montanhas, onde esse café é produzido. O produtor está não apenas cultivando grãos de excelência mas industrializando e comercializando esses produtos. E isso faz com que os consumidores olhem a indústria local com outros olhos”, explica. E o sindicato apoia esses novos empreendimentos. O Sincafé, em parceria com a Findes e o Sebrae/ES, lançou
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o Manual de Métodos de Preparo de Cafés no fim do ano passado. O conteúdo foi elaborado pela barista Paula Dulgheroff e condensa informações sobre diversos métodos de preparo do café em diferentes culturas e regiões do país. Tanto zelo pelo produto traz boas notícias. Entre junho e julho de 2017, a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) selecionou 15 marcas de cafés produzidos no Espírito Santo para testar os níveis de pureza dos produtos. O resultado não poderia ter sido melhor: todas foram aprovadas. O teste de pureza da Abic verifica se o produto está livre de quaisquer tipos de impurezas (cascas e galhos, milho, centeio, triguilho, cevada etc), sendo aquela marca 100% produzida apenas com grãos de café. Na o c a s i ão d a d i v u lg aç ão d o r e s u lt ado , o diretor-executivo da Abic, Nathan Herszkowicz, parabenizou os industriais capixabas pela preocupação com a qualidade dos grãos utilizados. “Sabemos que o café é parte imprescindível da história deste Estado e é louvável a iniciativa de manter a tradição de qualidade do produto final”, disse.
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ECONOMIA MERCADO FINANCEIRO
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ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
À ESPERA DO FIM DO APERTO NO CRÉDITO Em meio à crise, sistema financeiro reduziu a vazão de recursos para manter lucro. Empresas e população esperam retomada das linhas de financiamento para ajudar a fazer a economia voltar a crescer
O
16% Foi a queda na liberação de crédito pelos bancos para médias e pequenas empresas em 2016
nde antes jorrava dinheiro, passou a apenas pingar. A recessão econômica, a instabilidade política, a alta da inadimplência e a própria queda da demanda fizeram o mercado diminuir a vazão de recursos nos últimos anos. Bancos públicos e privados reduziram a liberação de financiamentos, levando o Brasil a um cenário de “crise de crédito” que prejudica, principalmente, as micro e pequenas empresas. Com as “torneiras” dos bancos fechadas, em 2016, a economia brasileira perdeu cerca de R$ 1 trilhão, conforme levantamento feito pela Rio Bravo Investimentos, baseado nas variações do estoque de crédito divulgado pelo Banco Central. Essa “seca financeira” refere-se ao montante de financiamentos bancários pagos pelos devedores que não retornaram ao mercado na forma de novos empréstimos. Assim, o volume de crédito em circulação voltou ao patamar de 2012, com uma queda de 25% em relação ao que seria o seu nível normal. Agora, com a trajetória de queda da taxa básica de juros, a Selic, que está em 8,25% ao ano, a perspectiva é de uma reversão do cenário. Essa mudança, claro, não ocorrerá de forma imediata, mas aos poucos as instituições financeiras devem oferecer condições mais atrativas e assim estimular os empreendedores a buscar empréstimos para tocar novos projetos. O enxugamento das linhas de financiamento nos últimos anos afetou mais as médias e pequenas empresas. A liberação de crédito
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
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ECONOMIA
pelos bancos para esses empreendimentos caiu 16% em 2016 em comparação com o ano anterior, de acordo com informações da revista Exame. Como consequência, segundo dados do Banco Central, o estoque de empréstimos bancários em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) caiu para 48% em abril deste ano, bem abaixo dos 54% registrados no fim de 2015. Em 2017, o cenário de crédito restrito permaneceu. Em julho, os bancos liberaram 12,6% a menos em crédito do que no mês anterior. O financiamento para empresas teve recuo ainda maior, de 23,2%. Assim, havia R$ 257,4 bilhões tomados de empréstimo com o sistema bancário. A preocupação com o futuro também afetou a procura por crédito pelas empresas, que caiu 4,5% no primeiro semestre de 2017 em comparação com o primeiro semestre do ano passado, conforme o Indicador Serasa Experian de Demanda das Empresas por Crédito. Desde 2013, não era registrada uma queda tão grande. Na contramão dessa retenção financeira, o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), fechou 1.409 contratos de financiamentos para pessoas jurídicas de janeiro a julho de 2017, liberando um total de R$ 56,4 milhões. Desse crédito, 37% foram para servir de capital de giro, 27% para modernização empresarial, 20% para implantação de novos empreendimentos e 12% para expansão. “Nosso papel é acreditar nos empreendimentos que possam gerar emprego e renda para o Estado. Muitas empresas não conseguiram obter financiamento em bancos privados, que, em momentos de crise, seguram o crédito, para manter o lucro. Então, esses investidores vieram até o Bandes e nós abrimos as portas. Nossa intenção é ajudar essas firmas a implantar os seus projetos ou ampliar aqueles que já estão instalados”, esclarece o presidente do Bandes, Aroldo Natal. Em meio à escassez de crédito no mercado, o cenário ficou ainda pior quando o Governo Federal assumiu, em agosto, que não conseguiria fechar as contas públicas dentro da previsão orçamentária neste ano e também no próximo. Assim, houve a revisão da meta fiscal, cujo déficit saltou de R$ 139 bilhões para R$ 159 bilhões em 2017. Para 2018, o saldo negativo aumentou de R$ 129 bilhões para os mesmos R$ 159 bilhões. Esse ajuste nas contas públicas vem em consequência do fato de a recuperação da economia brasileira estar mais lenta que o previsto, o que afeta a arrecadação com 182
Na contramão dessa retenção financeira, o Bandes liberou um total de R$ 56,4 milhões em financiamentos para pessoas jurídicas de janeiro a julho de 2017
impostos e contribuições, que ficou abaixo do esperado. Sem previsão de melhoras, os credores ficam mais cautelosos para emprestar. “Ainda temos um cenário de ociosidade da indústria. Menos de 80% da capacidade instalada está sendo utilizada”, admite o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Leonardo de Castro. “O sistema bancário enxugou muito a oferta de crédito. Mas estamos tendo, em 2017, uma sinalização importante de redução de inadimplência. Aliada a um equilíbrio fiscal mais forte a partir de 2018 por parte do Governo Federal, com a aprovação da reforma da previdência, acreditamos na retomada dos financiamentos, para a indústria e também para a população. Isso será capaz de movimentar a economia”, estima. O secretário de Estado da Fazenda, Bruno Funchal, concorda com o presidente da Findes e defende a aprovação de reformas como forma de auxiliar a retomada do crescimento econômico no país. “É insustentável manter a evolução das despesas sem fazer nenhum tipo de ajuste. E a principal medida seria a reforma da previdência”, acredita. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
Foto: Sagrillo
No ano passado, o rombo com pagamento de aposentadorias e pensões foi de R$ 149,7 bilhões. Em 2017, o déficit previdenciário deve chegar a R$ 188,8 bilhões. Com a reforma, o governo espera uma economia na casa dos R$ 650 bilhões para os próximos 10 anos. Sem mudança na previdência, a medida mais rápida para conter o crescimento do rombo fiscal pode passar a ser outra: o aumento de impostos. “À medida que piora o ambiente político, reduz-se a possibilidade de ser aprovada a reforma da Previdência. Daí piora a nossa percepção de sustentabilidade fiscal e aumenta a chance de termos aumento de imposto”, alerta o secretário da Fazenda. “Isso pode acabar afetando o crescimento econômico do país. Afinal, novos tributos significam retirar dinheiro da economia para sustentar um déficit da União.” É o que teme também o economista Mário Vasconcelos, que defende maior rigor do Governo Federal no controle dos gastos públicos para evitar a necessidade de um aumento de impostos. “O Governo Federal tem de fazer como qualquer chefe de família responsável, que, ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
no momento em que se endivida, chama os filhos e a esposa e pede para que cada um dê a sua contribuição na redução dos gastos”, compara Vasconcelos. O que deve estimular a economia e também motivar as empresas a investirem é a possível volta do consumo. E a inflação será uma aliada. Conforme relatório Focus do Banco Central, a previsão é que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche o ano em 3,2%, ainda abaixo do centro da meta, que é de 4,5%. Já para 2018, a expectativa é que o indicador fique em 4,30%. Para tentar incentivar a volta do consumo e fazer a economia girar, o Banco Central vem cortando a taxa básica de juros (Selic), que chegou a atingir 14,25% em 2015 e, em agosto deste ano, caiu para 8,25% ao ano. O mercado financeiro prevê que essa taxa fechará 2017 em 7,5% ou até menor, segundo os mais otimistas. “A redução da taxa de juros e da inflação, somada à maior oferta de crédito e ao aumento do poder de compra da população, tende a se tornar uma unidade poderosa de indução de crescimento”, aposta Castro, da Findes. “Com esse cenário, somado à entrada em vigor da reforma trabalhista e à concretização da reforma da Previdência, os investimentos ficarão mais capilarizados a partir do segundo semestre de 2018, induzindo uma retomada na geração de emprego”, avalia o presidente da entidade. Enquanto a retomada da economia continua lenta, os bancos conseguiram aumentar os lucros no segundo trimestre deste ano. Itaú Unibanco, Santander, Banco do Brasil e Bradesco alcançaram entre abril e junho um lucro líquido contábil de R$ 14,4 bilhões, o que representa um crescimento de 7,1% na comparação com igual período do ano passado. Em comum, essa melhora no resultado veio, principalmente, da redução das despesas com os chamados devedores duvidosos (PDD) e das receitas com tarifas, que continuam crescendo. Quem mais lucrou foi Itaú Unibanco: R$ 6,014 bilhões, uma alta de 9%. O Santander, porém, obteve o melhor resultado em termos percentuais: 50,4%, para R$ 1,879 bilhão. Já o Banco do Brasil lucrou R$ 2,619 bilhões entre abril e junho, uma alta de 6,2%. O único com queda foi o Bradesco, que está em processo de incorporação do HSBC, e viu o seu lucro contábil cair 5,4%, para R$ 3,911 bilhões. No cenário capixaba, o Banestes obteve um lucro de R$ 38,45 milhões no primeiro trimestre de 2017. No balanço do ano passado, o lucro líquido do banco chegou a R$ 161,4 milhões, valor 7% superior em comparação a 2015. 183
ECONOMIA SAÚDE
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ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
SAÚDE CAPIXABA SUPERA CRISE Investimentos em gestão e em obras ampliam leitos e reduzem filas, mas judicialização preocupa
3.227.217 Foi o número de consultas oferecidas pela saúde pública capixaba somente no primeiro quadrimestre de 2017
M
esmo com a crise e todos os desdobramentos que ela tem trazido, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) não mudou o seu planejamento para o ano e manteve a estrutura de serviços para a população. Só no primeiro quadrimestre de 2017 foram oferecidos no Estado 3.227.217 consultas e 6.840.986 exames e realizadas 74.638 internações. Por outro lado, a secretaria lembra que os números relativos à judicialização preocupam. De 2011 a 2016, a quantidade de processos judiciais com solicitações de medicamentos, internações e outras cresceu 330%. O impacto financeiro na pasta dessas demandas judiciais foi de R$ 18,6 milhões no primeiro quadrimestre de 2017. Trabalhando com os municípios para organizar o fluxo de urgência e emergência, a Sesa abriu 262 leitos desde 2015, e outros 220 deverão ser criados até 2018. Também estão em andamento as obras de ampliação do Hospital Estadual Dório Silva, com mais 177 leitos para retaguarda ao atendimento de urgência e emergência e as obras do Hospital Estadual Geral de Cariacica, que elevarão o número para outros 400. Será concluída, ainda, a obra do Hospital Estadual São Lucas, com 43 novos leitos. Está prevista a transferência do pronto-socorro do Hospital Estadual Infantil de Vitória para o Hospital da Polícia Militar (HPM), que deverá receber também a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin) Dório Silva. A Sesa está realizando a maior intervenção pediátrica da última década, que deverá ampliar os 171 leitos atuais do Infantil para 350, após o fim de todas as reformas. Um dado para celebrar em 2017 foi a redução da mortalidade infantil, de 12,58 óbitos por cada mil nascidos vivos no primeiro quadrimestre de 2016 para 9,51 por cada mil nascidos vivos no primeiro quadrimestre de 2017. De acordo com o secretário de Estado da Saúde, Ricardo de Oliveira, a redução é resultado da implantação da Rede Cuidar, um conceito de trabalho e de atendimento que integra a atenção primária, a atenção ambulatorial especializada e a atenção hospitalar isoladamente. “Conseguimos baixar a mortalidade infantil para a casa de um dígito. Isso é motivo de comemoração. Com a estratégia da Rede Cuidar, vamos reduzir ainda mais esse indicador”, disse o secretário. A atenção primária é a base do sistema de saúde e é o que ordena grande parte dos atendimentos ambulatoriais especializados e a atenção hospitalar, por isso tem sido o foco inicial dos esforços da Sesa. A Sesa assinou em agosto um contrato com o Instituto de Gestão e Humanização (IGH), organização social que passou a gerenciar em outubro o Hospital Estadual Infantil de Vila Velha. Para Ricardo de Oliveira, o objetivo dessa medida é melhorar o atendimento, a eficiência
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
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ECONOMIA
SETOR PRIVADO COM PERSPECTIVAS DE CRESCIMENTO No setor privado, o ano de 2017 foi de investimentos pontuais, seguindo a cautela que o momento do país pede. Na Samp, por exemplo, a marca foram as inaugurações das clínicas próprias em Aracruz e Guarapari, além do lançamento do aplicativo Bio de Medicina Preventiva; da adesão ao projeto parto adequado, com incentivo ao parto normal; e do crescimento da ordem de 15%, mesmo sob os efeitos da crise. No período entre janeiro e setembro, a operadora de planos de saúde realizou mais de um milhão de atendimentos, entre consultas, procedimentos, exames e internações. A Samp conta hoje com 230 mil clientes e 1.463 médicos conveniados. Segundo o diretor da operadora, Márcio Maciel, 2017 pode ser encarado como um ano difícil. “Ficou claro o adoecimento das pessoas, seja físico, seja mental, com grande procura por atendimento médico, reflexo dessa crise que ainda não nos deixou. De positivo é que nossa estratégia de nos mantermos focados em nosso nicho tem sido acertada, diferentemente de outras operadoras, que vêm atirando para todo lado, inclusive no próprio pé, tornando-se alvos de incontáveis reclamações de atendimento, seja na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), seja no Procon”, destacou. Para 2018, ele revela, estão previstas inaugurações de clínicas em Cachoeiro de Itapemirim, São Mateus, Colatina e Linhares. Na Unimed Vitória, um dos destaques do ano é o fortalecimento do Unimed Personal, criado para oferecer atenção integral e personalizada. Na iniciativa, o paciente tem acompanhamento com médicos de referência, que monitoram todo o seu histórico pessoal. Além disso, uma equipe multidisciplinar, com fisioterapeuta, nutricionista, fonoaudiólogo, enfermeiro e psicólogo, trabalha com os médicos, buscando soluções ainda mais diferenciadas para a prevenção de doenças e o sucesso dos tratamentos. Esse modelo já conta com sete unidades distribuídas em toda a área de atuação da cooperativa médica e uma carteira de clientes próxima das 50 mil pessoas. A operadora possui 339.475 clientes e 2.363 médicos conveniados. 188
Foto: Divulgação
e as condições de trabalho, tanto quantitativa quanto qualitativamente. “O setor público tem dificuldade para tomar certas providências, o que acaba complicando muito as condições de trabalho. Se sai um médico, é uma dificuldade para substituir esse profissional; se quebra um tomógrafo, leva uns seis meses para se repor. Com esse modelo, ganhamos em agilidade gerencial. Nós temos um corpo de profissionais de alto nível que, se colocados dentro de um modelo de gestão mais eficiente, vai produzir muito mais”, frisou. Unimed: investimento em ações de humanização e excelência no atendimento
“Apesar de os cenários político e econômico continuarem sendo desafiadores, temos mantido o equilíbrio. Em 2017, continuamos trabalhando arduamente para qualificar ainda mais os serviços que oferecemos. Temos investido em humanização e excelência no atendimento, reforçando o posicionamento de que o cliente está no centro do cuidado”, disse o diretor-presidente da Unimed Vitória, Marcio de Oliveira Almeida. Já em hospitais, como o Metropolitano, o foco principal em 2017 foi o investimento em infraestrutura. Com a ampliação e modernização da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), o hospital passou de 20 para 30 leitos. Também realizou melhorias no centro cirúrgico, com a criação de uma sala para parto humanizado, vestiários para médicos e pacientes e aquisição de novos geradores de energia, além de um intensificador de imagens para cirurgias ortopédicas. “Ao longo deste ano, passamos a disponibilizar ao público três importantes serviços ambulatoriais nas especialidades de oftalmologia; cirurgia bucomaxilofacial e odontologia; e gastroenterologia (exames de endoscopia e colonoscopia), por meio de nossos parceiros”, disse o diretor de Gestão Administrativa e Financeira do Hospital Metropolitano, Benoni Antonio Santos. Segundo ele, no ano passado foram registrados 223,8 mil atendimentos. Destes, 84,7 mil foram consultas no pronto-socorro, 117,8 mil consultas ambulatoriais, 8,4 mil internações, 12,5 mil cirurgias e 413 partos. E a expectativa é que esses números se mantenham em 2017. Com 958 médicos e profissionais da saúde atuando nas mais diversas áreas, o Metropolitano prevê fechar o ano com uma receita bruta na casa de R$ 100 milhões e um Ebtida (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) de 16%, mostrando que, apesar da crise, o setor privado carrega uma boa dose de otimismo. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
ECONOMIA COMÉRCIO VAREJISTA
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À ESPERA DA VOLTA DOS CLIENTES Comércio confia na recuperação da economia para que população volte a realizar seus sonhos de consumo e setor pare de registrar queda nas vendas
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-14,7% Foi a queda no volume de vendas nos supermercados e hipermercados do Estado, de janeiro a maio deste ano
omprar um aparelho de TV mais moderno. Trocar de geladeira. Renovar o guarda-roupa. Mudar os móveis da casa. Todos esses sonhos de consumo parecem ter sido adiados pelos capixabas nos últimos anos. E quem sentiu diretamente o impacto disso foi o comércio varejista. Por mais que as lojas façam promoções ou liquidações para tentar zerar o estoque, os clientes ainda não estão consumindo como antigamente. Preferem “dar uma olhadinha”, tentam pechinchar e deixam para comprar depois, à espera de dias melhores na economia brasileira. Prova disso é que, desde março de 2015, a Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) de Vitória encontra-se no patamar de insatisfação, com índice abaixo de 100 pontos, numa medição que varia de 0 a 200 pontos. Em junho deste ano, o índice marcou 41,8 pontos, uma retração de 10,8% em relação a maio e de 34% na comparação anual, com junho de 2016. A consequência é que, no Espírito Santo, o comércio varejista acumula recuo de -9% no volume de vendas nos cinco primeiros meses do ano e de -9,9% nos últimos 12 meses, de acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), relativa a maio de 2017, divulgada pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN). Isso depois de uma queda de -10,6% no acumulado de 2016, bem acima da taxa do país, que foi de -6,2%. “O grande desafio no momento é reconquistar a intenção de consumo das famílias, que está muito afetada pela alta taxa de
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ECONOMIA
SUPERMERCADOS Na hora das compras nos supermercados, os capixabas também estão mais cautelosos. Nada de encher o carrinho como antigamente. Alguns produtos, considerados supérfluos, estão sendo deixados de lado. Outros, de extrema necessidade, são trocados por similares mais baratos. Tudo para que as contas não fechem no vermelho, ao fim do mês. “Houve mudança de comportamento do consumidor, confirmada por dois índices da Associação Brasileira 192
Foto: Tania Rego
desemprego e pela perda de renda”, reconhece o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES), José Lino Sepulcri. “A recuperação do mercado de trabalho é imprescindível para a volta do consumo e a dinamização de toda a economia. Por isso, ainda há um caminho a ser percorrido na direção da efetiva retomada das vendas do varejo.” Por mais que a caminhada seja longa, alguns sinais positivos já começam a surgir. Pela primeira vez, depois de 28 meses, as vendas no Estado apresentaram um resultado positivo, com crescimento de 1,6% em maio de 2017 em comparação ao mesmo mês do ano passado. “O crescimento mensal das vendas do varejo registrado em maio é um sinal muito positivo para o comércio capixaba. Nesse caso, a comemoração do Dia das Mães certamente teve impacto positivo”, observa José Lino. Quando a análise passa a ser do comércio varejista ampliado – que engloba supermercados, papelarias, vestuário e eletrodomésticos, entre outros –, os índices são ainda melhores, registrando crescimento de 14,9% em maio, comparado a abril de 2017. A explicação para esse índice vem do desempenho positivo de três setores: equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, que teve aumento de 73,6%; veículos, motocicletas, partes e peças (+47%); e tecidos, vestuário e calçados (+46,5%). Por outro lado, um dos segmentos mais afetados pela turbulência econômica no país é o de materiais de construção, que de janeiro a maio deste ano acumulou uma queda de 32,4% nas vendas em relação ao mesmo período de 2016. O setor de eletrodomésticos também apresenta um recuo acumulado de 23%, comparado ao mesmo período do ano passado. “Embora os crescimentos ainda sejam tímidos, os resultados de 2017 já estão melhores do que os do ano passado”, garante o presidente da Fecomércio, confiando num fim de ano positivo. “As perdas acumuladas ainda são significativas, mas têm diminuído gradativamente. Mantida essa tendência positiva, é possível vislumbrar um resultado melhor para o fim de 2017.”
Nos supermercados, os capixabas mudaram os hábitos de consumo e passaram a optar por produtos mais baratos
de Supermercados, que avalia mensalmente a cesta de produtos com maior volume de vendas. Em junho, foi apurada queda de 0,67% nos preços dos produtos que a compõem”, observa o presidente da Associação Capixaba de Supermercados (Acaps), João Falqueto. “Há, ainda, um outro índice que dá o tom das vendas no setor, que é o tíquete médio, que também está em queda. O que fica patente é que há a opção do cliente por produtos de menor preço.” No acumulado deste ano, até maio, o volume de vendas nos supermercados e hipermercados do Estado sofreu uma queda de -14,7%, em comparação com mesmo período do ano anterior, conforme os dados divulgados pelo IJSN. No acumulado de 12 meses, de maio de 2016 a maio de 2017, o índice também apresenta recuo, de 7,6%. “A situação econômica do Brasil, ao mesmo tempo que comprimiu as vendas, teve grande impacto na rentabilidade do setor. Assim, melhorar as vendas, fazendo-as crescer e, ao mesmo tempo, melhorar a rentabilidade, é o grande desafio dos supermercadistas”, aponta o presidente da Acaps. A esperança continua sendo na recuperação econômica do país, por mais que os números de crescimento ainda não estejam tão animadores para 2017. “O que temos visto é, por enquanto, a estabilização da economia. A expectativa do setor é que a recuperação aconteça e que tenhamos, no próximo ano, situação melhor na economia”, deseja João Falqueto. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
ECONOMIA CONSTRUÇÃO CIVIL
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EMPREGOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL CAEM MAIS DE 41% EM TRÊS ANOS Força de trabalho do setor, que chegou a empregar 60 mil pessoas em junho de 2013, caiu para 34,4 mil profissionais em junho de 2017
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5.000
É o contingente de pessoas que atuam diretamente no setor de obras ligadas a grandes plantas industriais no ES
setor da construção civil é um dos pilares da geração de empregos no país. Em meio a uma crise marcada pela restrição do crédito e pela queda na confiança dos consumidores, também foi um dos que mais sofreram pela recessão. O nível de emprego, que encerrou 2013 com um total de 3,426 milhões de trabalhadores, atingiu a marca de 2,206 milhões em junho de 2017, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC). No Espírito Santo, a redução da atividade econômica também levou a indústria da construção civil a diminuir sua força de trabalho. Em quatro anos, o estoque de trabalhadores do setor encolheu 41,87% – era de quase 60 mil, em junho de 2013, e chegou a 34,4 mil em junho de 2017. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foram divulgados pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Espírito Santo (Sinduscon-ES). De acordo com o presidente da Câmara da Indústria de Base e Construção da Findes, Adriano Alves, o desemprego em razão da crise política e econômica abalou todos os segmentos. Porém, como a mão de obra é um dos principais insumos da construção civil, a atividade acabou sendo uma das mais afetadas. “A construção civil tem basicamente três segmentos, sendo o principal deles o mercado imobiliário. Há também o segmento de obras corporativas, que é a implantação de grandes projetos industriais, responsável por 5 mil empregos no Estado, e as obras públicas, que basicamente estão paradas em razão da restrição orçamentária em todas as esferas do poder público”, destaca.
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ECONOMIA
Ao menos no que tange à questão do emprego, os resultados do setor no Espírito Santo indicam que a perda de postos de trabalho pode estar revertendo a tendência de queda. No 1º semestre de 2017, o saldo entre admitidos e demitidos só não ficou positivo no mês de fevereiro. No acumulado até junho, foram 345 vagas criadas. O resultado está bem acima da Região Sudeste, que fechou 24.664 postos de trabalho, e do Brasil, com a extinção de 41.585 contratos no mesmo período. A esperança é que a reforma trabalhista elimine vários gargalos que geram insegurança jurídica e impedem a abertura de postos de trabalho, além de melhorar a produtividade. “O trabalho itinerante é um dos itens a serem modificados, e isso traz mais segurança jurídica, porque não se justificavam algumas situações. Às vezes, a empresa oferecia mais conforto para o funcionário e pagava mais caro por isso. Esse era um dos absurdos existentes na legislação trabalhista, que tem mais de 70 anos, sendo que hoje vivemos uma outra realidade, inclusive com novas profissões. Vale ressaltar, sobretudo, que a reforma não tirou nenhum direito do trabalhador”, afirma Alves.
QUADRO FISCAL BRASILEIRO IMPACTA CONSTRUÇÃO PESADA Se crédito e ambiência de negócios são fundamentais no segmento imobiliário, entre as empresas que atuam nas grandes obras corporativas ou públicas, a chamada indústria da construção pesada, a desconfiança prejudica ainda mais. “As empresas que realizam obras para plantas industriais vivem uma realidade diretamente ligada à economia mundial. Nos últimos anos, o mercado de commodities caiu e afetou o investimento de grandes empresas em operação no Estado. O único setor que não sofreu tanto foi o de celulose, mas é um ponto fora da curva”, avalia Adriano Alves. De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada (Sindicopes), José Carlos Chamon, há empresas recorrendo à venda de ativos para sobreviver. “Os municípios estão praticamente sem contratação, realizando apenas manutenção viária, a não ser os que contam com receitas de royalties de petróleo, como Presidente Kennedy, Itapemirim e Marataízes. O Governo do Estado tem tocado obras com recursos de financiamento obtido com o BNDES. Mesmo assim, os limites de trabalho estão muito abaixo das necessidades. Serviços essenciais estão sendo executados, mas com limites orçamentários muito apertados”, acrescenta. Há temor entre os empresários, revela Chamon, de que haja contingenciamento nos pagamentos. “Algumas 196
No acumulado de 2017 até junho, a indústria da construção civil no ES voltou a gerar empregos, com saldo de 345 vagas criadas
prefeituras têm registrado atraso nos pagamentos. Outras, como Vila Velha, Cariacica e Vitória, só têm executado o que possuem condições de pagar. O Governo do Estado tem remunerado em dia, porque os recursos são financiados. Porém, vivemos numa tensão muito grande porque as receitas dos municípios e do Estado não param de cair”, analisa.
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO TAMBÉM CAEM Como consequência da crise no setor, a indústria de materiais de construção também vê sua atividade cair, nos mesmos patamares. “Além do desemprego gerado na construção civil, tem o fechamento de postos de trabalho em toda a cadeia relacionada ao setor. Como estamos intimamente ligados, o impacto é muito similar”, diz o presidente da Câmara Setorial da Indústria de Materiais da Construção da Findes, Arisson Ferreira. O medo de perder o emprego é outro fator que contribui para aumentar o clima de desconfiança, pondera Ferreira. “Estamos sem parâmetro para esperar uma melhora, porque a crise política no país insiste em não cessar. A economia aparentemente está se estabilizando, o que já anima. Se a previsão de crescimento de 0,5% para o PIB brasileiro deste ano se confirmar, há possibilidade de termos um 2018 com grau de confiança maior. O mais importante é a família estar empregada, porque ela vai voltar a ter renda e a planejar suas construções e reformas”, pontua.
SEGURANÇA JURÍDICA PARA ATRAIR INVESTIMENTOS Com a capacidade de investimento público minguando, atrair o capital privado, inclusive internacional, é uma das soluções apontadas para resolver os gargalos de infraestrutura no Brasil. Entretanto, para que isso ocorra é preciso mudar alguns aspectos fundamentais, como os que geram insegurança jurídica, por exemplo. “Contrato é feito para ser respeitado. Se está ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
errado, é preciso ser cancelado. Não se pode é discutir os contratos no meio do caminho, quando já estão sendo executados”, pondera Paulo Baraona. Em relação aos projetos, Adriano Alves, da Câmara da Indústria de Base e Construção, entende que há uma necessidade de se debater previamente a sua viabilidade. “A conta precisa fechar, seja por prestação do serviço
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direto pelo poder público, seja pelo concessionário. Os recursos que serão levantados precisam custear a operação, a tecnologia, o investimento, saber em quanto tempo isso vai ocorrer. Tudo isso parece muito básico e óbvio, mas não tem sido feito a contento”, sublinha. Já o presidente do Sindicopes aponta para uma necessidade de mudar a cultura do menor preço. “Na relação com o setor privado, o que entra em consideração é o melhor preço. Não adianta apertar para vencer um contrato e não ter condições de arcar com as responsabilidades, porque isso desequilibra a relação. Além disso, o contratante também precisa cumprir com as obrigações que possui, como os trâmites burocráticos para concessão de licenças ambientais”, garante Chamon. O presidente do Sinduscon-ES, Paulo Baraona, acredita que esse imbróglio entre a insegurança jurídica e a parte ambiental são questões que precisam ser resolvidas para dar mais garantia ao capital privado. “O Tribunal de Contas e o Ministério Público são órgãos extremamente importantes, mas cada um precisa fazer seu dever de casa. Contrato é contrato. Não deve haver entendimentos diferentes, cada um compreendendo de uma forma. Precisamos de legislação clara, objetiva e segura”, finaliza.
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ECONOMIA MÓVEIS
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À ESPERA DE TEMPOS MELHORES O setor de mobiliário, como tantos outros, sofre com a queda do consumo e com a falta de confiança do consumidor na economia
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30% É a queda percentual que a indústria e o comércio moveleiro amargaram no primeiro semestre de 2017
setor de mobiliário, a exemplo de tantas outras indústrias no país, também passa por um momento de estagnação. Enquanto os mais ricos, da classe A, ainda mantêm as compras, outros importantes consumidores – as classes B e C – aguardam a resolução dos entreveros políticos e econômicos que assolam o país. A avaliação é de Ortêmio Locatelli Filho, presidente do Sindicato das Indústrias de Serrarias, Carpintarias, Madeiras Compensadas, Marcenaria, Móveis de Junco e de Vime, Cortinados e Estofos de Colatina (Sindmóveis). “Em Colatina e toda a região noroeste do Estado, trabalhamos com marcenaria especializada. É um serviço artesanal, qualificado. Atendemos arquitetos, decoradores e designers, e também as classes média e média alta. O que percebemos no nosso dia a dia é que a classe A ainda está comprando. Mas a classe média – B e C – está paralisada. Não há compra ou movimentação. O motivo é que esse consumidor é muito politizado, bem informado, e aguarda algum tipo de sinal mais consistente de recuperação econômica para tomar
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ECONOMIA
um norte no seu consumo. E o que observamos é que, enquanto essa definição não chegar, esse consumidor não voltará a comprar. Na prática, estamos em stand by”, relata. O coro é engrossado por empresários e representantes dos moveleiros em outras partes do Estado, com alguma expectativa de melhora nas vendas para o fim do ano. “Como em diversos setores da economia, estamos sentindo os efeitos da crise, com quedas nas vendas, mas estamos investindo em novas estratégias que nos permitam enfrentar mais esse desafio”, avalia o presidente do Sindicato das Indústrias de Madeira e do Mobiliário de Linhares e Região Norte do Espírito Santo (Sindimol), AlvinoPessoti, citando a produção de itens com design diferenciado para atender ao público A. O setor moveleiro é um dos mais tradicionais do Estado e conta com 800 indústrias, que geram aproximadamente 11 mil empregos. O destaque é o polo moveleiro de Linhares, que abrange diversos municípios do norte capixaba e onde estão instaladas 140 empresas de móveis seriados e marcenarias, que atendem às demandas dos grandes centros urbanos do país. De acordo com o IBGE, o Espírito Santo foi um dos únicos estados brasileiros que apresentaram variações positivas no volume de vendas de móveis de 2008 a 2014. Em 2008, foi o Estado com o maior crescimento em vendas de móveis. O volume subiu 25,4% naquele ano. A partir de então, nos anos seguintes, o segmento só cresceu, com uma média de 6,9% ao ano, levando a evolução do varejo de móveis capixaba a alcançar 55,1% nos últimos sete anos. No entanto, assim como a maior parte dos estados, em 2015 o Espírito Santo acumulou queda nas vendas da ordem de 14,3%. E de janeiro a abril de 2016, a retração no volume de vendas do setor no Estado chegou a 37,5%. Segundo o presidente da Câmara Setorial da Indústria Moveleira da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Luiz Rigoni, a queda no faturamento, no país, chegou aos 30% neste primeiro semestre, 200
Investir em um design diferenciado tem sido uma estratégia dos moveleiros capixabas para superar a crise
tanto para a indústria quanto para o comércio de móveis. “Começamos, no entanto, a ver uma pequena reação em agosto. A reforma trabalhista deu um pouco de ânimo para os empresários e lojistas, que estão vendo a chance de retomada nas vendas. Mas o otimismo ainda é pouco. Ele só vai se consolidar quando cair a taxa de desemprego e melhorar a renda do trabalhador. A inflação e o juro menor até geram benefícios, mas é a melhoria de renda que vai alavancar o segmento”, ressalta Rigoni, ressaltando que a queda de faturamento, tanto na indústria quanto no comércio moveleiro, no Espírito Santo, também ficou em torno de 30%.
CONTRATAÇÕES Segundo Ortêmio Locatelli Filho, ainda não há expectativa de contratação nos próximos meses pelas empresas capixabas. “O mercado de trabalho está estabilizado, mas com um quadro baixo. Houve ajustes, especialmente em 2016, e este ano os empresários estão aguardando. O que é preciso levar em conta é que as empresas são familiares, o que significa que não abrangem muitos trabalhadores, ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
mas constituem uma malha social importante para o Estado”, ressalta, explicando que para 2018, resta aguardar algum tipo de definição econômica e política para, só então, retomar o crescimento.
PAÍS Ainda há expectativa, no âmbito nacional, de retomada moderada da economia até o fim do ano. Em entrevista ao Estadão, o presidente da Associação Brasileira do Mobiliário (Abimóvel), Daniel Lutz, explicou que o posicionamento da indústria tem sido de cautela devido às dificuldades que o segmento enfrentou nos últimos anos, mas os indicadores do setor permitem projetar uma retomada do crescimento. “Em 2016/2015 tivemos um decréscimo da produção em cerca de -7,7%, mas para o período 2017/2016 a previsão é de 2,2% de crescimento no país. Se observarmos a exportação, devemos crescer neste ano aproximadamente 5,0% no Brasil. O consumo aparente foi de -8,4% em 2015/2016 e está estimado em 1,6% em 2017/2016”, destacou em sua fala. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
No entanto, Lutz avaliou que o setor passou por um processo de reposicionamento em que as indústrias procuraram um equilíbrio diante de um mercado interno de retração, que as forçou a buscarem alternativas de redução de custos com maior eficiência, tanto na gestão, quanto em processos. Tudo isso sem abrir mão de fabricar produtos com qualidade e valor agregado. Nesse cenário, a entidade avalia que o ano de 2017 será ainda difícil. “Diante de um panorama de incertezas e projeções de tímido crescimento para o segundo semestre, o posicionamento da indústria tem sido de cautela. Por isso, independentemente do contexto externo, para mudarmos a atual realidade do setor é preciso que as empresas foquem cada vez mais os seus negócios e continuem investindo em inovação e diferenciais para seus produtos, agregando valor aos itens que oferecem ao mercado”, salientou. As exportações, destacou ao jornal, são aliadas importantes do setor. “Há um cenário positivo e ao mesmo tempo desafiador para as empresas que já estão na exportação, desde que o dólar se recupere e permaneça no patamar de R$ 3,60. O mercado externo exige uma equipe de exportação bem estruturada, investimentos permanentes e escolhas de nichos de mercado de acordo com os produtos e a vocação das empresas”, disse Lutz.
INICIATIVAS Entre as iniciativas tomadas pelo setor capixaba a fim de minimizar as perdas estão as feiras de negócios. Em junho, aconteceu no Parque de Exposições de Carapina, na Serra, o mais tradicional evento do mercado moveleiro e de decoração do Espírito Santo: a Expolar 2017 – Feira de Móveis, Decoração e Utilidades do Lar. A feira reuniu cerca de 70 expositores de Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e Bahia em um espaço amplo e confortável. Além disso, apresentou aos capixabas os principais lançamentos do setor, com preços e condições especiais de pagamento. Durante os 11 dias de evento, entre 20 mil e 25 mil pessoas passaram pelo local. 201
ECONOMIA VESTUÁRIO
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SETOR DE CONFECÇÕES APOSTA EM MELHORA NO SEGUNDO SEMESTRE Consumidor busca produtos mais baratos, e empresas apostam na terceirização
1,3 MIL É o número de empresas que a indústria do vestuário e acessórios movimenta no Espírito Santo, incluindo micro, pequenas e médias
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setor de confecções aposta em um segundo semestre mais aquecido. Historicamente, as vendas melhoram nos últimos meses do ano, o que gera um pouco mais de otimismo entre os empresários. No entanto, as empresas já tentam se adequar ao novo perfil do consumidor, que, com a renda comprometida, busca por produtos de qualidade, mas com preços mais acessíveis. O presidente do Sindicato da Indústria de Vestuário de Linhares (Sinvel), Ricardo Zupeli de Paulo, afirma que essa procura por produtos mais baratos faz com que algumas fábricas passem por dificuldades extras, em especial, aquelas que trabalham com marcas próprias. “Esses produtos, que têm valor agregado à peça, estão com mais dificuldade, principalmente porque a renda do brasileiro caiu, o que significa que esses consumidores estão migrando para produtos mais baratos – por exemplo, os encontrados em magazines. São produtos com qualidade e preços mais acessíveis. E percebemos que essa migração do público afeta mais a quem trabalha com marca própria”, revela. Quanto ao emprego, houve uma migração, explica Zupeli de Paulo. “Ficou clara a migração das empresas para o trabalho terceirizado. Quer dizer, muitas empresas, que antes trabalhavam com funcionários próprios desde o corte até a facção e costura, agora apostam na terceirização para se manter no mercado.” Mas os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, mostram que, se não ocorreu um grande aumento na oferta de vagas, ao menos o setor não está no vermelho. Em agosto, se o mês for observado isoladamente, o saldo foi negativo, com 412 admissões e 413 demissões.No entanto, de janeiro até agosto, 116 vagas foram abertas no setor no Espírito Santo. O saldo no azul se repete também na leitura dos 12 meses, entre agosto de 2016 e agosto de 2017, com 61 postos de trabalho abertos.
PRÓXIMOS MESES Para os próximos meses, há um moderado otimismo no ar. “O segundo semestre é marcado pela melhoria nas vendas, é o que alavanca as vendas no ano. O histórico é melhor, e esperamos que surja uma mudança no cenário atual para concluirmos o ano com um pequeno crescimento”, avalia o presidente do Sinvel, calculando uma alta de 5% nas vendas. A indústria do vestuário e acessórios movimenta cerca de 1.300 empresas no Espírito Santo, incluindo micro, pequenas e médias. Estão localizadas
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ECONOMIA
em vários municípios, com destaque para Colatina, no noroeste do Estado, e também para a Região Metropolitana da Grande Vitória. A cadeia produtiva do setor é composta por diversos organismos, que interagem entre si e compõem, de forma produtiva, o segmento têxtil e de confecções. No início do ano, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) já projetava um crescimento de 1% no volume de produção, tanto de materiais têxteis quanto de vestuário. Mas a alta é pequena, já que em 2016 houve uma queda de 6,7% na quantidade de peças de vestuário produzidas. O volume terminou o ano em 5,41 bilhões de peças. Já a fabricação de fios e tecidos caiu 5,3% no ano passado, chegando a 1,7 milhão de toneladas. O recuo na produção em 2016 ocorreu em meio à retração do mercado doméstico e também das exportações. O volume de exportação recuou 3,7% no ano passado, chegando a 199 mil toneladas de produtos têxteis e de vestuário. A retração do varejo também fez com que as importações fossem menores. Elas recuaram 2,3% em volume, chegando a 1,1 milhão de toneladas. Em 2016, as indústrias têxteis e de confecção investiram cerca de R$ 1,67 bilhão em máquinas e equipamentos, uma retração de 25,5% na comparação com o ano anterior. Este ano, a Abit espera investimentos de R$ 1,75 bilhão, um crescimento de 4,8% ante 2016, mas ainda abaixo do patamar de mais de R$ 2 bilhões de anos anteriores.
AÇÕES Entre os projetos do setor para alavancar as vendas, está o Vitória Moda, que em julho deste ano chegou à sua décima edição. Com o tema “A história do jeans”, a ideia era mostrar uma moda democrática. O evento, que ocorreu no Centro de Convenções de Vitória, reuniu mais de 30 marcas em três dias de desfiles e eventos variados. Uma outra ação que fortaleceu o segmento foi o Circuito de Capacitação do Setor do Vestuário. Ao longo de 2017, terão sido realizados, em Vitória, Colatina, Linhares e Cachoeiro de Itapemirim, oito ciclos de palestras, com temas diversos que visam a oferecer uma perspectiva mais atual e eficaz para aumentar a competitividade. Uma ação do Sistema Findes, por meio do Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES), e com o apoio da Câmara Setorial da Indústria do Vestuário da Findes, o Circuito de Capacitação do Setor do Vestuário teve início em 2016, quando também ofereceu oito palestras, e é voltado para empresários e executivos desse segmento. 204
Vitória Moda este ano reuniu mais de 30 marcas em três dias de desfiles
“O setor do vestuário, particularmente, já está ‘craque’ em enfrentar crises, pois há alguns anos sofre com a concorrência dos países asiáticos. Mas aprendemos a ‘nos virar’. A crise atual não afeta nosso setor como os demais. E a escolha da Renata Miranda para encerrar o Circuito de Capacitação do Setor do Vestuário objetiva justamente oferecer uma perspectiva positiva e realista para o próximo ano..Como ela tem uma bagagem que vem lá de trás, da ‘velha guarda’, sua visão é mais ampla no sentido de avaliar todos os erros e acertos do setor diante dessa crise para superá-la”, disse o presidente da Câmara Setorial da Indústria do Vestuário da Findes, José Carlos Bergamin. Para dar mais gás ao setor, o Sistema Findes inaugurou, no dia 20 de fevereiro, o Senai Centromoda Colatina. O complexo, com 775 metros quadrados, possui um modelo inovador de minifábrica têxtil que simula o ambiente industrial e onde os alunos poderão aprender como de fato atuarão no ambiente de trabalho real. Durante a solenidade, o então presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, destacou que a educação é uma prioridade. “Dos R$ 150 milhões que o Sistema Indústria investirá neste ano, 84% estão na educação. O Senai Centromoda é um novo conceito de educação profissional, que desperta o prazer de estar em sala de aula. Precisamos gerar satisfação nesses estudantes, formando pessoas criativas e inovadoras. É esse o tipo de profissional que queremos para o Espírito Santo.” Em Vila Velha, foi inaugurado, em julho, o Centromoda Yula Belaunia de Jesus Duarte, localizado no Centro Integrado Sesi/Senai de Araçás. Ao todo, foram investidos mais de R$ 15 milhões nas duas obras, já que no local também foi erguido o Centro Esportivo de Futebol Soçaite Egídio Malanquini para atender aos trabalhadores da região. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
ECONOMIA EDUCAÇÃO
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EFEITOS DA CRISE IMPACTAM A EDUCAÇÃO Em relação a 2014, a queda nas matrículas da rede privada chegou a 7,3% na educação básica e a 6,7% no ensino superior
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130 MIL É o saldo entre as vagas ofertadas na rede estadual (390 mil) e aquelas efetivamente ocupadas (260 mil)
omo a maioria dos segmentos econômicos, as escolas particulares também estão sofrendo os efeitos da crise. Em 2016, as matrículas tiveram redução de 7,3% na educação básica e de 6,7% no ensino superior, em relação a 2014. No total foram 234.294 alunos matriculados. Já em 2017, ocorreu a transferência de 5.000 estudantes para a rede pública, no caso da educação básica, e de 28.000 no ensino superior, informou o Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Espírito Santo (Sinepe-ES). A instituição avalia que o desemprego estabelecido e a redução da renda familiar naturalmente geram um fluxo de alunos da rede privada para a pública. No caso do ensino superior, aumenta o número de abandonos e desistências. “Ocorreram fechamentos de estabelecimentos de educação básica em todo o Estado. Desde a educação infantil até o ensino médio, houve uma redução de 22 unidades escolares. No ensino superior, com fusões e aquisições de instituições, foram sete faculdades. As instituições de ensino particulares procuram reduzir o vínculo com programas de financiamento governamentais, preparando os setores de gestão internos para melhorar a captação de novos alunos e trabalhar na tentativa de reduzir os níveis de desistências, evasão escolar e inadimplência”, destacou o presidente do Sinepe-ES, Antonio Eugenio Vieira. Em 2016, havia 437 estabelecimentos de ensino particular em atividade no Espírito Santo, sendo 76 instituições de ensino superior, empregando cerca de
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ECONOMIA 19.500 pessoas. “A educação à distância (EAD) foi impulsionada em 2017 e, com esse novo marco, o crescimento em 2018 será grandioso e até preocupante. Instituições que investirem em EAD terão maior potencial para atrair e reter alunos. Assim, como os cursos de educação à distância têm preços mais em conta, os tecnólogos poderão ressurgir como uma nova oportunidade. A única ressalva é quanto à observância da demanda local”, acrescentou Vieira.
REDE PÚBLICA A Secretaria de Estado da Educação (Sedu) é responsável pela maior rede de educação pública do Espírito Santo, com cerca de 260.000 estudantes em 490 escolas espalhadas por todos os 78 municípios. De acordo com o secretário da pasta, Haroldo Rocha, há quatro anos a quantidade de alunos permanece estável, com ampla oferta de vagas – a capacidade de atendimento chega a 390.000 alunos. “Com a redução da taxa de natalidade, é cada vez menor a quantidade de crianças em idade escolar. Portanto, a tendência seria que o número de alunos caísse, mas nos mantivemos estáveis nos últimos anos. Mesmo as famílias que priorizam os gastos com educação no orçamento têm enfrentado dificuldade para manter o filho na escola particular”, analisa Rocha. Embora o percentual destinado à pasta da Educação seja fixo (25%), o cenário de queda na arrecadação, sobretudo do ICMS, faz com que haja uma redução no orçamento para a área. “Ainda assim, com muito critério em nossos gastos, temos conseguido manter todas as nossas unidades em funcionamento, pagando aos funcionários rigorosamente em dia. Continuamos reformando escolas e equipando-as com materiais didáticos. Embora com mais cuidado com a realização de despesas, estamos conseguindo seguir normalmente”, garantiu o secretário. Entre as principais ações da Sedu está a Escola Viva, que segue sendo ampliada. Em 2015, quando foi criada mediante projeto de lei, começou a funcionar a primeira unidade em São Pedro, bairro de Vitória. Já em 2017, são 17 unidades em funcionamento, em 15 municípios diferentes, com uma oferta de 10 mil vagas. Para 2018, a meta é colocar outras 15 em funcionamento e alcançar o total de 32 escolas. “Esse é um programa de Estado que possui planejamento até 2030, com perspectiva de expansão anual, até alcançar 300 escolas, com capacidade para atender 100% dos jovens capixabas que queiram frequentar uma escola com educação em tempo integral”, garantiu.
SESI-ES E SENAI-ES: SOLUÇÕES PARA A EDUCAÇÃO No Sistema Findes, as políticas possuem a marca da continuidade em todas as suas entidades. Mesmo com o
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cenário adverso, o investimento na educação é prioritário, mantendo a qualidade e a competitividade, oferecendo soluções nessa área para a sociedade capixaba. Para o diretor regional do Senai-ES e superintendente do Sesi-ES, Luis Carlos Vieira, “mudar a gestão não significa romper com a política estabelecida, mas sim avançar”, referindo-se ao novo comando do Sistema Findes. O Sesi-ES é a maior rede particular do Espírito Santo, com 66 anos de atuação e cerca de 12 mil alunos matriculados nas 11 unidades espalhadas pelo Estado. Entre as iniciativas na busca pela excelência na educação, será realizada uma avaliação dos alunos da entidade, com aplicação do Ideb, em parceria com o Departamento Nacional, ainda no ciclo 2017. Cursar o ensino médio no Sesi e complementar os estudos com um curso técnico no Senai já é uma realidade, viabilizada pelo programa Educação Básica Articulada com Educação Profissional (Ebep). Entretanto, a nova gestão pretende ampliar essa possibilidade, buscando o protagonismo na reforma do ensino médio, em especial do chamado Eixo 5, que trata da educação profissional. O Espírito Santo integra um projeto piloto do Departamento Nacional, ao lado do Sesi de Santa Catarina, com aplicação dos novos princípios na unidade Sesi/Senai do Civit para o curso de Eletrotécnica. Após essa iniciativa, o caminho será oferecer o ensino integrado do Sesi e do Senai em uma mesma matrícula. Tradicionalmente, o Sesi-ES investe ainda em novas tecnologias que servem como ferramentas para proporcionar o enriquecimento do aprendizado dos alunos. São recursos e estratégias que reforçam o conteúdo explicado em sala de aula, tais como: portais e plataformas de ensino, Olimpíada Interna de Matemática, monitoria para alunos do ensino Médio, programa Sesi Música Clássica nas Escolas, Jogos Internos da Rede de Escola Sesi (JIRES), projeto Lego Education, e Sesi sem Fronteiras, na área de línguas. Em março de 2017, o Senai completou 65 anos de atuação no Espírito Santo. Ao longo de sua história, mais de
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No Sistema Findes, as ações do Sesi e do Senai são marcadas pela continuidade e o foco da nova gestão será a busca pela excelência na educação
1,3 milhão de pessoas foram matriculadas e tiveram acesso à educação profissional. Atualmente, são oferecidos 13 cursos técnicos para atuação nos diversos segmentos industriais do Estado, 100 títulos de cursos de qualificação e 200 de aperfeiçoamento. O Senai-ES conta com 11 unidades operacionais fixas e 16 unidades móveis, levando o ensino profissional para todos os municípios capixabas. As unidades móveis, juntas, já percorreram quase 50 das 78 cidades do Estado desde 2013, realizando mais de 80 mil atendimentos.
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No Senai, dois projetos fundamentais estão no foco da nova gestão do Sistema Findes. Um é o programa Mais Produtividade, que aplica os conceitos do programa Brasil Mais Produtivo, do Governo Federal. Trata-se de uma assessoria direta do Senai à linha de produção da empresa. Em 2017, 26 indústrias aderiram ao programa, sendo que três delas já o concluíram, obtendo ganho médio de produtividade de 52%. A meta é encerrar o ano com 100 empresas inscritas e, até o fim do atual mandato (em 2020), contar com 500 empresas atendidas. Por fim, outro foco de ação será o Inovic – Programa de Inovação na Indústria Capixaba, que contará com o apoio da Fundação Certi, de Santa Catarina, e do Senai Cimatec, da Bahia, para sua execução. Aberto a todas as 19 mil indústrias capixabas, o programa oferecerá assessoria em todos os processos de inovação das empresas, desde a criação à entrega do produto. “Nos últimos anos, houve um foco na necessária reestruturação das unidades, com investimentos em obras e na modernização de oficinas e laboratórios. A nova gestão, de Leonardo de Castro, assume com um planejamento estratégico muito bem definido e o foco de buscar a excelência na educação básica e profissional. Isso está muito bem escrito no projeto já aprovado pelos conselhos do Sistema Findes, do Sesi e do Senai”, conclui Luis Carlos Vieira.
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ECONOMIA POLÍTICAS PÚBLICAS
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BUROCRACIA E MOROSIDADE EMPERRAM INDÚSTRIA Simplificar sistema tributário, dar celeridade a processos de alvarás e licenciamentos e clareza jurídica na relação trabalhador-empregador compõem agenda política do setor industrial
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47,4% do PIB industrial são direcionados para pagamento de impostos, segundo estudo da Firjan
uase metade do PIB industrial (47,4%) é direcionada para o pagamento de impostos, segundo estudo da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) divulgado no fim de 2016. Por si só, a elevada carga tributária já é um fator que afeta diretamente a competitividade da indústria nacional. Porém, pesa ainda na conta do industrial todo o esforço para preencher e gerar informações sobre o recolhimento de impostos para órgãos de controle. Em pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), por intermédio do Grupo de Estudos Tributários Aplicados (Getap), constatou-se que em cada empresa pesquisada, 1.752 horas de trabalho administrativo por ano eram destinadas a entregar informações como “guia nacional de informação e apuração do ICMS” ou “sistema integrado sobre operações interestaduais com mercadorias e serviços”. Dados do Getap mostram ainda que seria possível reduzir em até 77% o tempo usado pelas empresas para preenchimento das obrigações acessórias. Facilitar e flexibilizar o pagamento de impostos é uma das principais bandeiras defendidas pelos industriais brasileiros. “A complexidade e a quantidade de impostos são o nosso maior problema hoje. Estamos perdendo espaço para países que têm uma política fiscal voltada a favorecer o investimento e a inovação. Como eles conseguem diminuir os custos de fabricação, acabam aumentando sua capacidade produtiva. No Brasil, pagamos impostos até sobre o investimento, algo que ainda está em fase de projeto. Isso desmotiva o empresário”, avalia o presidente do Conselho Temático de Política Industrial e Inovação Tecnológica (Conptec) do Sistema Findes, Franco Machado.
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ECONOMIA
Para 32,2% das indústrias ouvidas no estudo da CNI, os elevados custos associados ao recolhimento de impostos são a principal característica negativa do sistema tributário do país. Entre os fatores que exigem grande emprego de recursos humanos e tecnológicos está a existência de 27 legislações estaduais diferentes sobre o ICMS, cada uma com exigências acessórias próprias – declarações e demonstrativos fiscais e contábeis – que deverão ser cumpridas pelo contribuinte. A complexidade e a diversidade de legislações ainda trazem um agravante. Dados que já são enviados pelas empresas ao Governo Federal, por meio do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), também são solicitados no preenchimento de obrigações acessórias estaduais. Ou seja, retrabalho para enviar para diferentes esferas a mesma informação. “Burocracia é um tema antigo, mas muito pouco foi proposto para que haja redução. Nosso objetivo, enquanto liderança sindical, é ouvir vários segmentos industriais e construir propostas que viabilizem a desburocratização. A tecnologia pode ajudar, permitindo que muitas coisas possam ser resolvidas e encaminhadas on-line, sem requerer a presença do empresário numa repartição pública. Simplificar por intermédio de um único órgão, que possa servir de controle em todos os níveis”, avalia o presidente do Conselho Temático de Assuntos Legislativos (Coal) do Sistema Findes, Egídio Malanquini.
Morosidade na concessão de alvarás e licenciamentos contribui para aumentar o clima de insegurança jurídica entre investidores
MOROSIDADE PARA ALVARÁS E LICENCIAMENTOS Além de todos os aspectos envolvendo o sistema tributário, a burocracia e a morosidade emperram os negócios quando o assunto é a concessão de alvarás e licenciamentos, inclusive ambientais. “O empresário precisa ter tempo para focar no objetivo dele, que é produzir, e não gerar papéis para ter suas concessões e liberações. Um exemplo dessa morosidade são as obras da BR-101 no Espírito Santo. Existem processos pendentes em órgãos ambientais federais há dois anos. Esses órgãos precisam ter a sensibilidade de respeitar a legislação, mas também de dar o retorno dentro do tempo esperado”, afirma Malanquini. A situação narrada pelo dirigente é um dos fatores que ajudam a criar a chamada “insegurança jurídica”. A morosidade nos licenciamentos, as questões trabalhistas a incerteza do cumprimento de contratos são fatores que têm inibido o investimento. “Há o medo de que as leis sejam mudadas antes que haja retorno 214
sobre o que foi investido. Embora o atual Governo Federal tenha ‘entrado pela janela’, a indústria vê com bons olhos as reformas que estão em andamento. São decisões necessárias há décadas, mas para as quais faltou coragem aos governantes anteriores. Com a popularidade em baixa, essa é pelo menos uma forma de a gestão Temer deixar algum legado”, avalia Franco Machado. Promover a reforma trabalhista foi um passo para melhorar a segurança jurídica e voltar a gerar investimentos e empregos. “Quem segura o PIB do Brasil não é a indústria nem o comércio, são as commodities. A matéria-prima é exportada para países que investem em inovação e competitividade, onde é beneficiada, ganha valor de mercado e retorna para cá. Temos que olhar para o agronegócio entendendo suas riquezas fantásticas, mas enxergando que podemos vender no exterior produtos com valor agregado. Simplificar as documentações, inclusive agregando avanços tecnológicos, ao passo que avançamos ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
na relação trabalhador-empregador, é um caminho para que a indústria gere mais riquezas para o país”, analisa Malanquini.
ES: DIÁLOGO E AMBIÊNCIA DE NEGÓCIOS “Nos últimos anos, o Governo do Estado tem oferecido várias possibilidades para debate e construção de um ambiente de negócios favorável. Tivemos diversos avanços nesse contexto, principalmente com os contratos de competitividade. Podemos até dizer que no Espírito Santo estamos em posição privilegiada em relação a outros estados”, pondera Malanquini. Em agosto, foi sancionada pela Presidência da República a Lei Complementar nº 160/2017, que põe fim à chamada “guerra fiscal” entre os estados. O texto cria regras claras para a extinção gradual de benefícios fiscais existentes (variando até 15 anos, dependendo da atividade econômica) e também para a criação de incentivos, ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
conformes às leis e dentro de parâmetros mais igualitários. Ao longo dos últimos anos, o Espírito Santo manteve programas como o Invest-ES, o Compete-ES e o Fundap, que se tornaram referenciais para o Brasil como indutores de desenvolvimento. “O nosso esforço agora é fortalecer esse trabalho conjunto, que envolve poder público, iniciativa privada e instituições, para manter nossa agenda de desenvolvimento, ampliando a competitividade do Espírito Santo. Temos de estar preparados para o fim da transição, atuando com foco na melhoria: das práticas de gestão das empresas, da qualificação profissional dos capixabas, dos mecanismos de infraestrutura e das ações para desburocratizar o dia a dia dos empreendedores”, afirma o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, José Eduardo Azevedo. A chamada “diplomacia ativa”, acrescenta Azevedo, é outra frente de trabalho do Executivo estadual. Trata-se de divulgar o Espírito Santo como um Estado desenvolvimentista, com bom ambiente de negócios e uma relação estruturada entre setores público e privado. “Há um esforço de comunicação nesse sentido, inclusive com missões a outros países, como Cingapura, Holanda, Estados Unidos e China, para divulgar o que o Espírito Santo possui do ponto de vista das oportunidades econômicas. O fato de ser um Estado organizado, com suas finanças e serviços públicos em ordem e funcionando, é importante para mostrar que somos um bom destino para investimentos”, afirma Azevedo, destacando que tais fatores têm um efeito muito forte na imagem positiva e confiabilidade projetadas pelo Espírito Santo. Outro diferencial importante do Espírito Santo está na possibilidade de emissão de licenças ambientais on-line, com o Sistema de Licenciamento e Controle das Atividades Poluidoras ou Degradadoras do Meio Ambiente (Silcap). Lançado em 2014, o programa vem sendo aprimorado desde então com o objetivo de tornar o processo de licenciamento mais ágil e participativo. “Buscamos melhorar nossa logística, ambiência de negócios, regulamentação e sustentação política para que o Espírito Santo saia na frente quando a crise for superada e lidere o desenvolvimento do país. Temos valorizado muito nossa relação com as representações empresariais do Estado, e o Sistema Findes tem uma importância muito grande. Temos projetos em parceria e uma relação consolidada em bases de respeito mútuo, mas fundamentalmente focada na construção de uma agenda que traga mais competitividade para o Estado”, conclui. 215
ECONOMIA QUÍMICA E EMBALAGENS
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ESTABILIDADE E CONFIANÇA NO PÓS-CRISE Surfando nos bons resultados da indústria de alimentos e bebidas, setor de embalagens investe na competitividade e se prepara para um novo ciclo de crescimento
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5,2%
Foi o crescimento no Índice de Capacidade Competitiva (ICC) do setor de embalagens, medido pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies)
onsiderado um dos termômetros da economia, o setor de embalagens dá indícios de que a superação da crise enfrentada pelo país pode estar começando para valer. Embora o segmento tenha registrado queda de 4,2% na produção física nacional em 2016, o valor bruto da produção cresceu 6,6% no ano passado. Fechou em R$ 64,3 bilhões, ante R$ 60,4 bilhões em 2015, segundo o Estudo Macroeconômico da Embalagem, divulgado pela Associação Brasileira da Embalagem (Abre), em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O levantamento aponta que, em 2017, a previsão é de estabilidade, com incremento de 0,6% na produção física. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Material Plástico do Espírito Santo (Sindiplast-ES), Gilmar Régio, o setor aponta para esse quadro em virtude do desempenho da indústria de alimentos e bebidas. “É o principal cliente do setor de embalagens. Como estamos intimamente ligados, a gente acaba acompanhando os resultados. A expectativa é que nossa produção ao menos seja mantida nos atuais patamares, o que já será de bom tamanho em meio ao cenário enfrentado pelo país”, afirma Régio. No Espírito Santo, 92% das 50 empresas que atuam no segmento de embalagens são de micro e pequeno porte – segundo a classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) –, sendo 31 no ramo de embalagens plásticas e 19 no de embalagens de papéis e papelão. Dos 1.248 empregados atuantes no setor em 2015, 80% estavam nas empresas de embalagens plásticas. Os dados constam em estudo que mede a competitividade do segmento, divulgado pelo
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ECONOMIA
Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies). O principal polo da indústria de embalagens está sediado na Serra, com 18 estabelecimentos e um contingente de 627 empregados. Entre os municípios que mais concentram empresas do setor, estão ainda Vila Velha, com 10 empresas e 141 empregos, Linhares, com cinco estabelecimentos e 188 trabalhadores, e Cariacica, com quatro empresas e 166 empregados. Medido pelo Ideies, o Índice de Capacidade Competitiva (ICC) do setor cresceu 5,2% em 2016. A amostra compreende 10 empresas capixabas do setor de embalagens que aderiram ao Contrato de Competitividade firmado com o governo estadual. O ICC é construído a partir de um conjunto de indicadores baseados em três dimensões: inovação, eficiência da gestão e desempenho. No levantamento realizado para medição do ICC, foi constatado um aumento de 12,9% nas despesas com treinamento e desenvolvimento, em 2016. Na Escola do Plástico, do Sindiplast-ES, foram oferecidas 2.600 horas de cursos e capacitações, com destaque para o curso Técnico em Plástico. De acordo com Régio, trabalhar o aumento da competitividade tem sido o foco das empresas nos últimos anos. “Atuamos com o conceito de espera ativa, que significa esperar o cenário econômico melhorar, enquanto trabalhamos nossos ambientes internos com a representação sindical da indústria e o poder público. Chegaremos no pós-crise preparados para um novo ciclo de crescimento”, destaca. Para que isso se confirme, entretanto, o presidente do Sindiplast-ES ressalva que é importante avançar em reformas como a trabalhista e a previdenciária. “Elas independem de quem estiver no governo. A trabalhista é um grande passo para que tenhamos segurança jurídica na relação capital-trabalho. Outra questão importante é o teto para os gastos públicos, de modo que o país volte a ter capacidade de investimento”, sublinha.
INDÚSTRIA QUÍMICA ENCOLHE NO MERCADO DOMÉSTICO No 1º semestre de 2017, o setor químico viu as importações atingirem um crescimento recorde: 30,5% em relação ao mesmo período de 2016. Segundo Relatório de Acompanhamento Conjuntural (RAC) da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), houve redução da atividade, com o índice de produção subindo 0,85%, mas as vendas internas caindo 1,06%. Na mesma base de comparação, uma importante medida de demanda, o Consumo Aparente Nacional (CAN), 218
Crescimento recorde nas importações da indústria química elevou para 37,8% sua participação na demanda interna
subiu 8,4%. Entretanto, com a queda nas vendas, o setor perdeu participação e as importações representaram 37,8% da demanda interna. O presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Químicos do Espírito Santo (Sindiquímicos-ES), José Carlos Zanotelli, destaca que as indústrias químicas mais avançadas dependem de insumos importados, estando submetidas às variações cambiais. “O Brasil ainda depende de insumos químicos de grandes laboratórios internacionais.” Em relação à política industrial, Zanotelli reivindica que há “urgência na desoneração do ICMS para os setores de bioenergia, especialmente o sucroalcooleiro (para o etanol), cuja taxação de ICMS no Espírito Santo é a mais alta do país”, afirma. Ele cita ainda a necessidade de uma planta para fabricação de hidrogenados destinados a adubos e fertilizantes, preferencialmente em Linhares (aproveitando a bacia de gás natural da região) e de uma planta para fracionamento de gás natural para suprir indústrias. Embora ainda sem essas plantas, em 2017, o setor no Estado recebeu uma notícia positiva: o grupo italiano Geofin, composto por nove grandes empresas, investirá R$ 50 milhões em uma planta na Serra. No local, a empresa pretende produzir cerca de 15 mil toneladas de resinas de especialidade, voltadas para abastecer mercados das Américas do Sul e do Norte. “Somos um país muito rico, capaz de promover estímulos empreendedores ao mínimo sinal de normalidade política e econômica do governo central. Depois de tantos desacertos e escândalos, parece que a economia real está se descolando da economia estatal e política. Há esperanças”, conclui Zanotelli. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
ECONOMIA INOVAÇÃO
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INOVAÇÃO, FATOR DE SOBREVIVÊNCIA PARA AS EMPRESAS Há recursos disponíveis no país, mas os índices de investimento ainda são muito baixos. De um universo de 72 mil empresas com mais de 10 funcionários, apenas 1,7% promove inovações tecnológicas
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R$ 7 BILHÕES É o valor disponível, somente na Finep, para investimentos em pesquisa no país
mundo tem mudado cada vez mais rápido, e inovar já não é apenas desejável, mas é também uma questão essencial à sobrevivência empresarial em um mercado cada vez mais competitivo e globalizado. No Brasil, entretanto, poucas empresas realizam algum tipo de iniciativa para colocar a inovação em prática. No mundo das ideias, o país ainda está longe de ocupar o lugar mais alto do pódio, segundo o índice da Bloomberg, agência americana que elabora um ranking anual com as economias mais inovadoras do mundo. A Coreia do Sul é a grande campeã, mantendo-se na primeira posição em três dos sete fatores: investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D), valor agregado adicionado e registro de patentes. Em seguida, vêm Suécia, Alemanha, Suíça e Finlândia. Já o Brasil está lá embaixo, na 46ª colocação entre as 200 nações pesquisadas, somando 46, 40 pontos – menos da metade do obtido pelos sul-coreanos. O Brasil tem até uma boa massa crítica de pesquisadores. Mas ainda falta à indústria nacional a força inovadora de economias emergentes, como, além da própria Coreia do Sul, a China e a Índia. O que está faltando, então, para o país se tornar mais inovador? Conhecimento científico não parece ser o problema. O Brasil produz 1,8% de toda a ciência mundial. É pouco, mas é o equivalente à participação do PIB brasileiro na economia global. E a produção científica nacional vem crescendo regularmente. Em duas décadas, a quantidade de artigos publicados nas melhores revistas científicas internacionais multiplicou-se por sete, segundo dados do Instituto para a Informação Científica (ISI, na sigla internacional).
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ECONOMIA
A história muda de figura quando a inovação tecnológica é usada como parâmetro. Uma maneira internacionalmente reconhecida para medir a intensidade de inovação de um país é contar o número de patentes registradas em mercados competitivos, principalmente nos Estados Unidos. Nos anos 80, Brasil e Coreia do Sul apresentaram anualmente quantidades semelhantes de patentes nos Estados Unidos: em 1980 o Brasil depositou 53 pedidos e a Coreia do Sul, 33. O jogo começou a virar em 1985, quando o número de patentes coreanas passou a crescer surpreendentemente, fruto de um pesado investimento empresarial em P&D. Para se ter uma ideia, enquanto o Brasil registrou 568 pedidos internacionais em 2015, a Coreia do Sul depositou 213 mil. O problema é que a produção científica brasileira ainda fica presa na universidade, e as pesquisas têm pouco contato com as necessidades da indústria. Dos 138 mil cientistas e engenheiros brasileiros, 67% estavam nas universidades e 25% nas empresas privadas em 2010, segundo o último dado do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Em todos os países desenvolvidos, a proporção é inversa. Cerca de 70% dos doutores estão na indústria. Na Coreia do Sul, 80% deles trabalham nas empresas e apenas 11,5% estão nas universidades. “Essa deficiência causa profundos danos à capacidade de competir da empresa brasileira e capixaba, uma vez que a pesquisa é criada muito mais na universidade do que na empresa, e a missão da universidade é educar profissionais e gerar conhecimentos fundamentais. Quando o assunto é criar produtos para o mercado, são as empresas que detêm o conhecimento do que o mercado irá comprar, e não as universidades. A universidade está mais preocupada com a produção científica, sem ter a preocupação de seu uso imediato pelo mercado”, sustenta Franco Machado, presidente do Conselho de Política Industrial e Inovação da Findes, o Conptec.
CAMINHOS Uma solução, segundo ele, seria desenvolver projetos e pesquisas voltados para as indústrias, em conjunto com as universidades. Um caso de sucesso é a Embraer, uma das empresas brasileiras que mais investem em tecnologia de ponta. Em parceria com o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), formou mais de 1.200 profissionais em mestrado através do Programa de Especialização em Engenharia. No Espírito Santo, outro exemplo é uma parceria da Vale com a Fundação Amparo à Pesquisa do Estado do Espírito Santo (Fapes), no valor de R$ 7,9 milhões, que financiará 22 projetos de pesquisa científica e tecnológica ou de inovação. 222
Um caminho para avançar é a própria indústria ter sua área de pesquisa e desenvolvimento para criar seus produtos e tecnologias
Outra opção, já adotada pelos países mais inovadores, é a própria indústria executar atividades de pesquisa e desenvolvimento para criar seus produtos e tecnologias. Mas ainda há um mito nas empresas brasileiras de que a inovação tecnológica depende apenas dos avanços da ciência. “A inovação pode ser alcançada sem o desenvolvimento de uma nova tecnologia, apenas com o uso integrado de tecnologias disponíveis. Juntas, podem dar vida a um produto inovador “, diz Machado. Na década de 90, a Toyota idealizou um novo processo de produção e organizou robôs de forma mais eficiente. Isso não foi fruto de nenhuma pesquisa de ponta, apenas da inteligência criativa dos técnicos. O Brasil não precisa reinventar a roda. Já é consenso que a inovação para o país crescer não precisa ser aquela de última geração, mas pode estar fundamentada na adaptação das tecnologias existentes. A Coreia começou assim. A China e a Índia seguem esse caminho. Por aqui, os índices de investimentos ainda são muito baixos. De um universo de 72 mil empresas com mais de 10 funcionários, apenas 1,7% promove inovações tecnológicas. Alguns instrumentos podem facilitar a criação desses centros nas empresas. A Finep, Agência Financiadora de Estudos e Projetos, possui R$ 7 bilhões disponíveis para investimentos em pesquisa e pessoal no ambiente privado do Brasil. Desses, apenas R$ 450 milhões foram contratados até maio deste ano, o que evidencia que as empresas precisam de um maior preparo e novos incentivos para mudar essa realidade. “O maior empecilho para a aplicação desses recursos é a complexidade das ferramentas tributárias, bem como a burocracia de órgãos como a própria Finep e o BNDES”, ressalta o presidente do Conptec. Outro entrave é a taxa de crédito muito elevada. Na Finep, somada ao spread, que varia de 1,5% a 5%, e às fianças bancárias, a taxa sobe para até 16%. “Criar novas tecnologias leva anos, e uma taxa dessas inviabiliza investimentos de longo prazo”, conclui Machado. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
ECONOMIA MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE
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DIVISOR DE ÁGUAS Pior estiagem em 80 anos no Espírito Santo ensina: é fundamental evitar o desperdício e adotar práticas sustentáveis no uso da água
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R$ 60 MI Serão investidos na construção de 60 barragens no Estado até 2018
oram três anos de seca. A pior estiagem em oito décadas no Espírito Santo, registrada entre o fim de 2014 e o início de 2017, deixou um rastro de destruição, principalmente no norte do Estado. Na terra árida, em se plantando, nada brotava. Grande parte do rebanho bovino morreu de fome e sede. O prejuízo acumulado para o setor agropecuário capixaba passou dos R$ 2 bilhões. Os efeitos foram sentidos até pela população da Grande Vitória, que pela primeira vez teve de conviver com um racionamento de água. A seca prolongada foi um divisor de águas e deixou lições que reforçam a urgência da adoção de práticas sustentáveis de uso dos recursos hídricos e de respeito ao meio ambiente. E ainda há a certeza, entre os especialistas, de que nada mais pode ser como antes da estiagem histórica. “A questão da crise hídrica não deixará mais de existir no Espírito Santo. Daqui para a frente, teremos de ficar sempre atentos a isso”, alerta a diretora-presidente do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), Andreia Pereira Carvalho. Ciente disso, o presidente do Conselho Temático de Meio Ambiente (Consuma) da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), João Bosco Reis da Silva, cobra novos avanços para a gestão hídrica no Estado. “Na crise hídrica dos últimos anos no Estado, pudemos constatar a importância desse recurso para toda a sociedade e seu impacto na indústria. Uma gestão hídrica
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Foto: Fred Loureiro / Secom
ECONOMIA
eficaz envolve o correto ordenamento do uso e ocupação do solo, saneamento básico em áreas urbanas e rurais, mediação de uso e conflitos pela água e uma melhor gestão das bacias”, observa. O Governo do Estado tem adotado várias ações para evitar que o Espírito Santo sofra novamente com a falta d’água. Entre elas, a ampliação da cobertura florestal e da capacidade de reservação de água, por meio do Programa Estadual de Construção de Barragens, que prevê investimentos de R$ 60 milhões da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) para a implantação de 60 reservatórios de água no interior do Estado até 2018. A capacidade de armazenamento – 67,2 bilhões de litros de água – será suficiente para abastecer 1,2 milhão de pessoas durante um ano ou irrigar 22 mil hectares de café. “O governo vem fazendo uma série de ações, pensando no hoje e no amanhã”, garante Andreia Pereira. “Mas esses investimentos precisam vir acompanhados da adoção de ações sustentáveis no dia a dia da população e dos setores produtivos.” Entre essas medidas sustentáveis defendidas pela presidente do Iema está a instalação de sistemas de reúso de água e de captação de água da chuva nas novas edificações e também pelas indústrias. “A indústria capixaba tem demonstrado liderança em temas como reúso interno das águas e efluentes, sendo inclusive referência mundial em muitos setores, como produção de aço, mineração, papel e celulose. Isso tem permitido às empresas um consumo racional e mais eficiente desse recurso”, assegura João Bosco, do Consuma. Para orientar os empresários quanto à importância do uso sustentável da água, a Findes vem promovendo uma série de palestras e workshops nos últimos meses. Além de divulgar e esclarecer sobre linhas de financiamento para instalação de equipamentos que visem à captação e ao reúso de água da chuva e de efluentes da produção industrial, o Consuma reuniu representantes das indústrias para a palestra “Uso de águas subterrâneas: entendendo os caminhos a serem percorridos”, ministrada pelo professor do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Ricardo Hirata. 226
Rios secaram e lavouras foram destruídas durante a longa estiagem no Espírito Santo, entre o fim de 2014 e o início de 2017
“Não adianta ter quantidade de água se não temos qualidade. Precisamos dedicar especial atenção ao saneamento básico, assim como ao uso de fontes alternativas. Precisamos de estudos mais atualizados em relação à disponibilidade de águas subterrâneas, sua qualidade e quantidade. É importante sabermos quais são as áreas mais favoráveis ao uso desses aquíferos, bem como debatermos a elaboração de uma legislação mais moderna e eficiente sobre esse assunto”, defende João Bosco. O Consuma também espera que se estabeleçam regras bem definidas quanto à cobrança pelo uso da água, que deve começar a ser realizada, no Estado, em 2018. Esse tema vem sendo debatido com frequência pela Findes, que, no ano passado, promoveu a palestra “Cobrança pelo uso de recursos hídricos: panorama nacional e reflexos no Espírito Santo”, ministrada por Zeila Piotto, coordenadora de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Os empresários capixabas puderam conhecer como o sistema de cobrança funciona em outros estados e seu impacto para o setor industrial. Em meio a todas essas ações, espera-se que a população e os setores produtivos do Estado não tenham ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
REFLORESTAMENTO
de passar por novos racionamentos de água. No ano passado, 416 bairros da Grande Vitória foram submetidos a um rodízio no abastecimento, que durou 55 dias. Nesse período, a população economizou 1,6 bilhão de litros de água, o que daria para abastecer o município da Serra por 36 dias. “Temos de combater o desperdício de água. Além de ser ecologicamente correto, é uma maneira de economizar na hora de pagar a conta”, salienta Andreia Pereira. Uma razão a mais para a mudança de hábitos é que, ante o aquecimento global, nem mesmo especialistas em meio ambiente conseguem mais cravar como será o comportamento climático nas diferentes partes do planeta nos próximos anos. “O que as anormalidades climáticas mostram é que o aquecimento global está começando a afetar sistemas outrora normais, registrados nos últimos 30 a 50 anos”, analisa Luiz Fernando Schettino, professor de Ecologia e Recursos Naturais da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). “E não se enganem: daqui a pouco pode voltar a chover forte no Estado, como aconteceu no fim de 2013, e da seca passaremos a viver a catástrofe das enchentes”. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
Uma medida eficaz e necessária para minimizar os efeitos da crise hídrica ou das enchentes é a recuperação de matas e florestas. Por meio do Projeto Reflorestar, até 2018, o Governo do Estado almeja aumentar em até 80 mil hectares a cobertura florestal no Espírito Santo, o equivalente a 100 mil campos de futebol do tamanho do Maracanã. Além das florestas, há a preocupação com a recuperação do Rio Doce, atingido, em novembro de 2015, pela lama dos rejeitos de minério de ferro provenientes do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), pertencente à Samarco. “Nossa perspectiva é que tenhamos um trabalho ao longo dos próximos 15 anos para trazer uma melhora da qualidade à água do Rio Doce, que já vinha agonizando mesmo antes desse desastre”, esclarece Andreia Pereira. Por meio do Programa de Monitoramento Quali-Quantitativo Sistemático de Água e Sedimentos (PMQQS), uma nova rede de monitoramento está sendo instalada, em 56 pontos da bacia: 35 em Minas Gerais e 21 no Espírito Santo, para fazer o acompanhamento da recuperação da Bacia Hidrográfica do Rio Doce e da efetividade das intervenções permanentes realizadas. Os custos são de responsabilidade da Fundação Renova (representante das empresas Samarco, Vale e BHP Billiton): R$ 4,4 milhões para a instalação e R$ 2 milhões anuais para operação e manutenção. Também serão investidos R$ 500 milhões nos 39 municípios da calha do Rio Doce atingidos pelos rejeitos de minério. Desse total, R$ 109 milhões virão para as cidades capixabas de Linhares, Colatina, Marilândia e Baixo Guandu. O repasse será feito por uma instituição financeira – ainda a ser definida –, e os recursos visam à destinação adequada de resíduos e à e coleta e tratamento de esgoto no Rio Doce. “O evento no Rio Doce nos mostrou quantas pessoas, setores econômicos e seres vivos dependem desse importante curso de água, que já há algum tempo vem sofrendo com a poluição”, aponta o presidente do Consuma. “Temos agora uma chance única de transformar esse fato em uma oportunidade para mostrar como um rio dessa importância e impacto na sociedade deve ser gerido.” 227
ECONOMIA ROCHAS
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ROCHAS ORNAMENTAIS: ESPÍRITO SANTO MANTÉM LIDERANÇA NO CENÁRIO BRASILEIRO Apesar dos desafios, capixabas permanecem responsáveis pela maior parte das exportações do Brasil
C
82%
das exportações brasileiras de rochas ornamentais no primeiro semestre foram feitas pelo Espírito Santo
om um grande parque industrial para extração e beneficiamento de rochas instalado em seu território, proximidade com as regiões produtoras de blocos e logística existente para distribuição de produtos não só para o exterior mas também para todas as regiões brasileiras, o Espírito Santo manteve em 2017 a posição de maior produtor e processador de rochas do Brasil. No primeiro semestre do ano, o Espírito Santo respondeu por 82% dos materiais rochosos brasileiros vendidos para o exterior, segundo dados do Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas Ornamentais (Centrorochas). Embora no primeiro semestre de 2017 o volume negociado tenha sido 2,1% menor que no mesmo período de 2016, os produtos vendidos pelos capixabas estiveram mais valorizados no mercado internacional, fazendo com que as exportações somassem US$ 465,7 milhões, no período. No intervalo analisado, o preço médio subiu 2,49%. Os principais destinos das exportações de rochas ornamentais capixabas continuam sendo os Estados Unidos, que importaram US$ 372,1 milhões no período analisado, e a China, que somou US$ 60,7 milhões. O setor é um grande empregador no Espírito Santo, gerando cerca de 100 mil postos de trabalho diretos e indiretos, e mantém seu lugar de destaque na economia capixaba, representando
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ECONOMIA
cerca de 8% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, segundo dados do Sindicato da Indústria de Rochas Ornamentais, Cal e Calcários do Espírito Santo (Sindirochas). Além da venda das rochas, o arranjo produtivo do setor envolve comercialização de máquinas, equipamentos e insumos e prestação de serviços diversos. De acordo com o presidente do Sindirochas, Tales Machado, algumas características fazem com que o segmento de rochas ornamentais do Espírito Santo se diferencie em relação aos dos demais estados brasileiros. “Alguns fatores são extremamente importantes, com destaque para a qualidade dos materiais acabados e semiacabados; os canais de escoamento da produção via o complexo portuário de Vitória; a qualidade da mão de obra; a coragem, criatividade e determinação dos empresários do Estado para inovar e buscar novos mercados; a realização de duas grandes feiras internacionais de rochas no Estado; o empenho das entidades representativas do setor e a excepcional variedade e volume de nossas reservas minerais”, afirma.
DESAFIOS Se no mercado externo a venda de rochas ornamentais capixabas permanece estável, no mercado interno – que responde por aproximadamente dois terços do consumo das rochas ornamentais do Brasil –, o cenário não é favorável. “A crise política e econômica tem sido o principal obstáculo ao desenvolvimento do setor produtivo. A diminuição da oferta de crédito e a consequente redução da atividade da construção civil fizeram diminuir a demanda por rochas e são os principais problemas enfrentados pelo setor. A construção civil é excelente termômetro da economia e seu desaquecimento provoca efeitos em cadeia em diversas outras atividades. As turbulências verificadas no primeiro semestre do ano ainda são reflexo dos números de 2016. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), no ano passado a construção civil apresentou uma redução de 17,2% nos postos de trabalho no Espírito Santo”, explica Machado. Para superar essa conjuntura desfavorável, o setor tem adotado estratégias em diversas frentes, como as relacionadas a questões legais. “Estamos também atentos à necessidade de promover agilidade nos trâmites processuais e à obtenção de títulos minerários e licenças 230
Com diversas estratégias em diferentes áreas, setor de rochas se prepara para o reaquecimento da economia
ambientais, que impedem e atrasam o desenvolvimento. Diversificação de mercados, busca por crescimento e evolução nas áreas de meio ambiente, segurança do trabalho, legislação fiscal e tributária e responsabilidade no transporte são desafios permanentes do setor de rochas. O custo Brasil continua penalizando o setor industrial nacional, o excesso de burocracia, a elevada carga tributária, a insegurança jurídica nas áreas tributária e de relações do trabalho, incluindo a ultrapassada infraestrutura brasileira – com necessidade de investimentos em rodovias, ferrovias, aeroportos e portos, – ainda limitam o desenvolvimento do setor nacional de rochas ornamentais”, salienta o presidente do Sindirochas. Entre as estratégias adotadas pelos empresários do setor, está a modernização dos parques industriais. “Continuamos trabalhando e utilizando novas tecnologias em processos e equipamentos e treinando nosso pessoal para atender à demanda, oferecendo produtos naturais e de alta qualidade. Em termos mundiais, a indústria de rochas do Espírito Santo é a que mais investe nos teares multifios, tendo instaladas aproximadamente 270 unidades”, destaca Tales Machado. Mesmo diante desse cenário, as expectativas do setor são positivas. “As empresas de rochas ornamentais possuem grande capacidade de adequação e estão preparadas para a retomada dos investimentos, mas estamos precisando de uma ‘boa notícia’, um marco para que toda a economia brasileira saia do pessimismo e inicie um círculo virtuoso”, conclui Machado. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
ECONOMIA TURISMO
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Foto: Yuri Barichivich - Setur/ES
ARTICULAÇÃO E TECNOLOGIA AJUDAM A ATRAIR TURISTAS AO ES Setores privado e público trabalham em parceria e em diversas frentes para fortalecer o turismo no Estado
R$ 237,3 MILHÕES em movimentação de turistas para 2017 é o que já contabiliza o calendário do ES Convention & Visitors Bureau
O
princípio de retomada do Brasil diante da crise econômica e política em 2017 tem-se refletido positivamente no turismo capixaba. O calendário do Espírito Santo Convention & Visitors Bureau (ESC&VB) já contabiliza R$ 237,3 milhões em movimentação de turistas para este ano, montante 59% maior do que o registrado no ano passado. Enquanto 2016 foi desafiador para o turismo de negócios, com a realização de apenas 67 eventos nos 12 meses – contra cerca de 120 em anos anteriores –, 2017 já ensaia a recuperação do fortalecimento do setor. Somente no primeiro semestre, o ESC&VB fechou mais de 50 eventos, entre estaduais, nacionais e internacionais. Segundo o presidente-executivo da entidade, Paulo Renato Fonseca Junior, parte dessa retomada se deve à ação dos empresários do setor, que estão se mobilizando e apresentando novos projetos ao mercado. “Aos poucos estamos colocando os trilhos no lugar. Nosso destino, o Espírito Santo, tem trabalhado bem a crise e temos importantes pontos favoráveis com relação à competitividade, o que nos fortalece. A retomada não é uma coisa rápida, vai se moldando com o tempo e se construindo de acordo com a identidade do local. Estamos atuando fortemente na captação de novos eventos para o destino Espírito Santo. O resultado vem a médio e longo prazo e com mais congressos, toda a movimentação financeira e geração de emprego e renda que atraem”, destaca. Fonseca Junior lembra que o segundo semestre geralmente é mais movimentado que o primeiro. “Em 2017 já contabilizamos para esse período 33 eventos, que responderão pela vinda de aproximadamente 65 mil turistas e R$ 104 milhões de movimentação na economia local. Vale lembrar que esse número não está fechado, já que todos os dias novos eventos são cadastrados”, ressalta. Além da atuação na captação de eventos, as características do destino Espírito Santo são outro fator que permite ao Estado se destacar no segmento de negócios e eventos: localização estratégica, infraestrutura (hotelaria, espaços para eventos e fornecedores) e belezas naturais. “Sua localização, no Sudeste, proporciona facilidade logística e redução de custos para a realização de eventos, além de permitir maior mobilização no fluxo turístico, devido à proximidade com os principais mercados emissores. Além disso, a proximidade entre
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ECONOMIA os principais serviços e infraestrutura turística – como hotel, aeroporto, espaços de eventos – oferece ao visitante facilidades que poucos locais do país disponibilizarão. Uma oferta hoteleira de qualidade (com as principais redes do país) oferece conforto aos visitantes, e prestadores de serviços experientes no segmento tranquilizam as entidades e empresas que realizarão eventos aqui. Aliado a tudo isso, as belezas naturais surpreendem a todos que visitam o Espírito Santo a negócios”, afirma o presidente do ESC&VB. Paulo Renato salienta, porém, que a pouca visibilidade ainda é um entrave ao crescimento do turismo no Estado. “Temos uma riqueza enorme, cultural, histórica e natural, que não é vista. Estamos a 400 quilômetros do Rio de Janeiro, e muitos cidadãos de lá mal sabem da nossa existência. E isso acontece porque ainda não somos valorizados e notados. A partir do momento em que começarem a notar nossa presença e potencial, teremos mais voz. E é aí que o ES Convention entra: o nosso papel é atrair o turista, fazê-lo voltar e ainda divulgar para os demais. Se o turista vem ao Estado e se sente bem, ele com certeza volta. O que precisamos é cativá-lo”, analisa.
TECNOLOGIA Enquanto o setor privado trabalha na captação e realização de eventos, a Secretaria de Estado de Turismo do Espírito Santo (Setur) tem focado suas ações em divulgar o turismo capixaba. As principais estratégias estão relacionadas ao uso da tecnologia, conectando o Estado ao que há mais atual em coleta digital de dados e divulgação nas redes sociais, entre outras. “Passamos a utilizar melhor as ferramentas que o mundo usa para divulgar o turismo capixaba. Reformulamos o Portal de Turismo do Espírito Santo, dando a ele um aspecto mais comercial que institucional. Paralelamente, reforçamos o trabalho que já vinha sendo feito desde o ano passado nas redes sociais. Hoje, se você não está nas redes sociais, você não existe”, afirma o secretário de Turismo do Espírito Santo, José Sales Filho. Outra estratégia de divulgação é a participação em convenções e eventos promovidos por operadoras e revistas de turismo. Esses eventos são uma oportunidade de aproximação e qualificação dos agentes e dos operadores de turismo sobre o destino Espírito Santo, para que possam vender com mais precisão e conhecimento os locais turísticos e também mostrar às operadoras novas oportunidades para criação e comercialização de pacotes de viagens. A secretaria também realiza trabalho de divulgação com a blogueiros de turismo, os chamados famtour e fampress. “Essas ações consistem em trazer os agentes de viagens (profissionais ligados ao turismo) e blogueiros 234
Captação de eventos locais e internacionais, como a Vitória e a Cachoeiro Stone Fair, por exemplo, ajudam o movimentar o setor
dos principais polos do Brasil para conhecer o Espírito Santo. Incluímos os blogueiros nesse trabalho porque constatamos que as pessoas buscam hoje a credibilidade transmitida pelas suas experiências”, afirma José Sales Filho. Paralelamente, como forma de conhecer melhor o perfil de quem visita o Espírito Santo, a Secretaria de Turismo está levantando dados que permitem direcionar com mais eficiência as estratégias de fomento ao turismo no Estado. Nessa frente de atuação, destaca-se a parceria com uma operadora telefônica para utilizar informações de big data para conhecer os turistas que visitaram destinos do Estado. A obtenção dos dados turísticos se dá para usuários de telefonia móvel que receberem ou transmitirem informações durante a permanência em território capixaba. “Trata-se de um trabalho pioneiro no Brasil. Somos o primeiro Estado a usar essa tecnologia, que permite levantar o perfil do turista, mensurar de onde está vindo, entre outras informações. Inicialmente, esse trabalho está focado nos grandes eventos, como a Festa da Penha”, explica o secretário. Segundo ele, os primeiros dados, após refinamento e análise qualitativa, devem ser entregues à secretaria no segundo semestre de 2017. A intenção da análise é aprofundar os estudos sobre o fluxo e o perfil do público que vem o Estado. Os dados são importantes para o direcionamento de políticas públicas para o desenvolvimento do mercado turístico e também estratégias de divulgação dos destinos do Espírito Santo. Outra linha de atuação da Setur é a campanha de divulgação do destino capixaba nacionalmente, com o intuito de fomentar e aumentar o trânsito de turistas oriundos de outros estados. Também com forte atuação no meio digital, a campanha está presente em anúncios veiculados em sites de notícias e de turismo e publicações direcionadas nas redes sociais da Setur. Por meio de imagens com diálogos e textos, apresentam os destinos ou atrativos e convidam o turista a descobrir o Espírito Santo. Fazem parte da campanha, ainda, anúncios de divulgação do destino em revistas de turismo de grande público nacional e também em revistas de bordo, que atingem um vasto público durante os voos nacionais e internacionais. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
ECONOMIA AGROINDÚSTRIA
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ÁGUA, DÍVIDAS E CUSTOS: OS DESAFIOS DA AGRICULTURA CAPIXABA Depois de superar os impactos da crise hídrica, a agricultura capixaba enfrenta novos desafios
S
18,3%
É o quanto deve crescer a produção de café conilon no Espírito Santo em 2017, apesar da seca
e o crescimento está estagnado em vários setores da economia, a agricultura ainda respira. O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro cresceu 0,36% nos primeiros cinco meses de 2017, em comparação com igual período de 2016, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). No Espírito Santo, a história se repete. Segundo dados calculados pela Coordenação de Estudos Econômicos (CEE) do Instituto Jones dos Santos Neves (IJNS), a produção agrícola tem contribuído positivamente para o resultado de todas as medidas de desempenho, uma vez que existe previsão de aumento da produção em importantes lavouras da economia capixaba, em 2017. Os destaques do ano devem ser: a pimenta-do-reino (+190,9%), o coco-da-baía (+31,2%), a banana (+23,3%), o café conilon (+18,3%), o mamão (+15,2%) e o tomate (+5,6%). As boas perspectivas de safra agrícola devem continuar impulsionando o agronegócio até o fim deste ano. A expectativa é que o ramo agrícola, no país, cresça 1,6%, em comparação com 2016. O impacto das boas perspectivas de produção se refletem diretamente na geração de empregos. De janeiro a agosto de 2017,
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ECONOMIA
a variação das vagas foi positiva, com a abertura de 1.687 postos de trabalho no Espírito Santo. Os números são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Mesmo com crescimento, este período, para a agricultura, não está sendo fácil. A crise hídrica que teima em continuar no Espírito Santo, custos de produção acima do valor recebido pelos produtos e dificuldade de renegociação da dívida rural são alguns dos problemas que afetam o mundo do campo, segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito Santo (Faes), Júlio da Silva Rocha Júnior. “Temos cidades em que a água já falta até para abastecimento humano. Há ainda o endividamento do produtor, que é sério. Acima do Rio Doce, há 27 cidades beneficiadas pela Sudene, mas a outra parte do Estado não está englobada nessa política. O leite também atravessa um período delicado, pois acontece a triangulação das importações. O Uruguai, por exemplo, exporta para nós mais leite do que produzem”, enfatiza Rocha. Depois de enfrentar impactos da crise hídrica, que se alonga pelos últimos dois anos, a agricultura capixaba deve tomar um fôlego. A expectativa é que a produção seja maior na safra 2017/2018. O Plano Safra, do Banco do Brasil, vai disponibilizar R$ 1,154 bilhão para os produtores rurais do Estado, aumento de 37% em relação ao plano passado. Isso aponta que a produção deve crescer. A maior parte do dinheiro vai para a agricultura familiar e propriedades pequenas. Serão R$ 537 milhões para financiar a produção. Outros R$ 241 milhões serão destinados para produtores de médio porte e R$ 376 milhões para a agricultura empresarial. A saída para o crescimento contínuo é a qualificação e levar tecnologia ao campo, segundo o presidente da Faes. “Temos um projeto de nivelamento, uma parceria com a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) mediante a qual consultores trabalharão em vários estados, inclusive aqui. Eles vão levantar as potencialidades locais e, diagnosticado isso, fazer um trabalho de qualificação com os produtores. Isso vai exponenciar muito a qualificação do profissional do campo e dar ‘um gás’ para a sociedade e a economia. Recentemente, inauguramos um polo de cursos em Rio Bananal. Um projeto pioneiro que foca a gestão da produção. E teremos a abertura de outros polos, ainda em discussão”, revela. 238
Na produção de cacau, a ideia é aumentar a qualidade do produto e formar um polo de produção da amêndoa
CAFÉ Apesar da redução da área de plantio entre 2016 e 2017, o café capixaba surpreende. Dos 423,3 mil hectares, o Estado passou a produzir em 398,8 hectares, mas os números da safra aumentaram este ano para 527,9 mil toneladas, ou seja, 12,5 mil toneladas a mais do que no ano passado. Os números são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A resposta, segundo Rocha, está na melhoria do manejo da terra e na irrigação, que aumenta consideravelmente a produção mesmo em tempos de pouca chuva. Na Câmara dos Deputados já há trabalhos em prol dessa cultura. Um deles, em tramitação, institui a Política Nacional de Incentivo à Produção de Café de Qualidade. De autoria do deputado federal Evair de Melo (PV/ES), a ideia é fortalecer o agricultor que aposta em produtos de excelência. “Estamos com esse trabalho em curso para aumentar significativamente o apoio e os incentivos ao produtor. Produzir com maior qualidade é garantia de mercado e mais renda. A cafeicultura e os mercados evoluem e o produtor rural tem que ter condições de seguir esse embalo e se fortalecer”, destacou o deputado. Mas o ano de 2017 também terá uma marca negativa no mercado cafeeiro capixaba. Mesmo ainda faltando ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
poderíamos escoar a produção vinda do leste de Minas Gerais e do Sul da Bahia, mas esses embarques têm sido feitos pelo Rio de Janeiro e por Santos. Tem muito café aqui mesmo, do Espírito Santo, que vai de transporte rodoviário até o Rio e embarca por lá”, contou Nicchio. Segundo ele, o Porto de Vitória só abriga navios de até 242m, sendo que hoje em dia, a maioria das embarcações tem entre 350 e 360m. A dragagem, diz Nicchio, ameniza o problema, mas não resolve. “Com a dragagem, o porto vai receber navios de até 260m ou até 265m. Precisamos mesmo de um porto de águas profundas que possa fazer nossa logística”, ressaltou.
CONILON
quatro meses para o fim do ano, a previsão é que a exportação tenha a pior marca dos últimos 30 anos, com cerca de 1,8 milhão de sacas vendidas para fora do país. O número é o menor desde 1982, segundo garante o presidente do Centro do Comércio de Café de Vitória, Jorge Luiz Nicchio, em entrevista ao portal da Federação da Agricultura. Ele lembrou que a queda já era registrada nos últimos tempos, com 6,4 milhões de sacas exportadas em 2015, e 2,3 milhões de sacas em 2016. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção do grão neste ano será quase 9% menor do que em 2016. “É um volume muito pequeno, porque há 35 anos, nossa produção já ficava em torno de três milhões de sacas produzidas. Neste ano, com todo esse problema da seca, nossa produção está em torno de 9 milhões de sacas, mas atravessamos um período muito ruim para exportar”, destacou Nicchio. O presidente do CCCV lembra que, além de a produção ser prejudicada pela falta de chuvas, problema que se intensificou nos últimos três anos, também há outros detalhes que inviabilizam a exportação, como a falta de capacidade do Porto de Vitória. “Perdemos também no embarque de café arábica. Estamos em uma região que é favorecida, porque ANUÁRIO IEL 200 MAIORES E MELHORES EMPRESAS 2017
Um dos carros-chefes da agricultura capixaba, há expectativa positiva quanto à colheita de café conilon da safra 2017/18 no Espírito Santo, que deve ter um crescimento de cerca de 20% em relação ao ciclo anterior, quando a produção foi fortemente afetada pela seca. Agora as atenções se voltam para a próxima temporada, que pode confirmar uma retomada mais alentada da colheita no Estado, que é o maior produtor da espécie no Brasil. A colheita no Espírito Santo atingiu mais de 90% da produção prevista, segundo estimativas de entidades locais. O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) deve ir a campo em agosto para estimar a produção capixaba de conilon, mas a expectativa é que se confirmem as 6 milhões de sacas esperadas até agora. A Cooperativa dos Cafeicultores de São Gabriel da Palha (Cooabriel), no norte do Espírito Santo, já recebeu 596 mil sacas de café da safra 2017/18 e a entidade projeta que a produção no Estado deve crescer entre 10% e 20% sobre as 4,5 milhões de sacas estimadas em 2016/17.
CACAU Além de bons produtos, a criação de polos específicos de produção pode ser uma boa alternativa para incrementar os negócios no campo. No setor de cacau, por exemplo, a ideia é aumentar a qualidade do produto e formar um polo de produção da amêndoa. O processo consiste em capacitar produtores, alinhar os arranjos produtivos e criar uma identidade para o cacau capixaba. Em seguida, vem a etapa de industrialização das amêndoas, ou seja, transformar o produto em massa de chocolate aqui mesmo no Estado. 239
ARTIGO INOVAÇÃO
Olhar para o futuro PAULO MÓL é superintendente nacional do Instituto Euvaldo Lodi (IEL)
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esde 2008, o Sistema Indústria materializou na Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) o engajamento em tornar a inovação um eixo central do desenvolvimento do país. Em quase 10 anos de iniciativa, hoje reunimos centenas de empresas e lideranças que assumem riscos e movem o Brasil. É papel do setor privado protagonizar essa agenda. É nossa responsabilidade, pois inovação é o pilar do sucesso de cada empresa, uma exigência dos consumidores, uma alavanca para a competitividade. Em constante diálogo com o setor público, melhoramos nossas políticas, estimulamos uma cooperação inédita entre agências públicas, como o Inova Empresa. Criamos instrumentos novos, como a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), os Institutos Senai de Inovação, e fortalecemos a educação profissional. Mas o quadro mudou significativamente com a crise pela qual passamos. Nossa agenda hoje – para empresas, sociedade e governo – é com a pauta de reformas que sustentarão a retomada do crescimento da economia brasileira. Mas temos o desafio de endereçar o futuro. Uma nova e dramática revolução industrial bate à nossa porta e não podemos estar alheios a ela. Se não nos movermos para acompanhar o passo rápido das transformações, essa revolução nos condenará ao esquecimento.
A digitalização da manufatura, a rastreabilidade dos processos, a computação em nuvem e a robótica colaborativa, dentre outros processos disruptivos que são a base da chamada indústria 4.0, dão margem a uma integração entre o mundo real e o digital. O redesenho do chão de fábrica, das cadeias de suprimento e da logística traz ganhos extraordinários de produtividade e permite customizar a produção e atender mudanças na demanda. A manufatura aditiva, a internet das coisas e a inteligência artificial potencializam tudo isso. Mudanças que possibilitam novos modelos de negócios e a integração entre indústria e serviços. Que transformam
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to d a s a s at iv id ad e s e c onôm ic a s , que impactarão a estrutura de emprego os requisitos de qualificação profissional e que exigirão políticas que minimizem os custos de transição. A base de toda a quarta revolução industrial é a inovação. A inovação disruptiva e sua estrondosa capacidade de tornar imediatamente obsoleto tudo o que a precede. Dessa maneira, em movimento inédito no país, o Instituto Euvaldo Lodi coordena o projeto Indústria 2027, iniciativa da Confederação Nacional da Indústria executada pelos institutos de economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Universidade Estadual de Campinas. Com ele, queremos identificar quais são as maiores tendências da inovação e da tecnologia e
como impactarão a competitividade de sistemas produtivos estratégicos para o Brasil nos próximos cinco e 10 anos. Como resultado, o IEL e a CNI esperam dar condições privilegiadas para desenhar uma estratégia de país que nos leve a um outro patamar industrial. Rapidamente. A revolução tecnológica que balança as estruturas de toda a economia nos coloca imensos desafios, mas traz oportunidades, possibilidades de criar novos negócios, de explorar alternativas novas, de construir novas trajetórias. Isso requer determinação e convicção de que quem inova vence. E coragem de quem tem por missão assumir riscos e inovar. É nosso dever.
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A base de toda a quarta revolução industrial é a inovação. A inovação disruptiva e sua estrondosa capacidade de tornar imediatamente obsoleto tudo o que a precede
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ARTIGO GESTÃO
A pior crise SIDEMBERG RODRIGUES é professor de Ética e Gestão em MBAs de faculdades de Negócio e Direito, autor de livros sobre gestão, RSE, sustentabilidade e ética e membro honorário da Academia Brasileira de Direitos Humanos - ABDH
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iante da complexidade relaciona l de uma i nstituição hoje , e s t á c ad a ve z m a i s difícil blindá-la contra todas as vulnerabilidades que poderão desestabilizá-la. Embora muitos tenham a consciência da necessidade de preparo para lidar com crises, nem sempre é simples convencer uma organização a dar importância a isso. Aqui pode residir um grande desafio, ou a pior crise: o despreparo! Operações industriais e relações – especialmente comerciais, institucionais e na cadeia de suprimentos – podem incorrer em desvios que escapam do que os manuais de compliance e códigos de ética puderam cercar. A estruturação de procedimentos e um efetivo treinamento dos times podem ajudar na minimização da tensão sob a pressão de gravadores e câmeras. A melhor pedida ainda é a prevenção, mas a preparação sistemática faz-se excelente alternativa. O Brasil atravessou um período em que muito se aprendeu a “como não fazer” em tempo de crises. As esferas pública e privada corromperam-se mutuamente, e o despreparo para uma época em que a tecnologia transformou a vida em uma grande vitrine pegou muitos de surpresa. A bem da verdade, há situações, a exemplo de fraudes descobertas, em que não há outro caminho mais
eficaz do que assumir o escorregão e apresentar um plano de ação para que ele não mais ocorra. O fato de no Brasil o alto escalão de ambas as esferas estar diretamente envolvido com corrupção não deixou espaço para justificativas. O jeito foi administrar o que sobrou das instituições. Um treinamento de porta-vozes para falar com a imprensa é muito mais do que o preparo de um interlocutor para se sair bem com a mídia. Se bem elaborado, é uma oportunidade de mostrar ao corpo gestor onde pode parar um descuido operacional ou qualquer ação que fira a ética. A conscientização geral ajuda a corresponsabilizar o público interno. E também a prepará-lo. Sublinhar a importância dos padrões. Reconhecer a boa gestão e ressaltar quão decisivas são a rapidez e a precisão da comunicação em tempos sombrios. A apuração imediata dos motivos que levaram à crise e uma aceleração na burocracia corporativa para a aprovação de posicionamentos são igualmente fundamentais. Em muitos casos, o excessivo esmero com a forma pode resultar em perda de prazos, gerando, entre outros, punições, especulações ou a desconfiança na percepção de atores externos. Isso favorece declarações negativas que resultam em perda de credibi-
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lidade, arranhões de imagem ou mesmo no comprometimento da reputação. Dispor de bons padrões de emergência, para que as crises tenham uma fonte referencial para a neutralização rápida de s e us efe ito s; te r p r ont a mente esca lado e trei nado um com itê de crise que se reconheça e mantenha-se desperto; predefinir e treinar portavozes, assim como desenhar workflows consistentes, de modo a evitar atropelos na estruturação, aprovação e divulgação de conteúdos e resultados; dispor de um
abrangente e consistente padrão de gerenciamento de comunicação de crise, que aponte para todas as referências documenta is necessá r ias, de modo a se ter em um único compêndio toda a parte procedimental na hora H. E, principalmente, cultivar a ética e a transparência diariamente, para que antes do acinzentar dos céus a integridade assegure créditos de confiança, cuja falta poderá deflagrar outra crise ainda pior: a dúvida!
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O maior desafio de uma organização é convencer-se de que ninguém está imune a crises
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ARTIGO INDÚSTRIA
Uma trajetória de parcerias e aprendizados MARCELO CASTELLI é presidente e CEO da Fibria
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á 50 anos, plantamos nossas primeiras árvores em solo capixaba. Mais do que uma história construída por muitas mãos, ao longo desse meio século de vida fizemos uma caminhada renovável de esperança, conquistas e aprendizados. Analisando esse período, percebemos quão rica é a nossa trajetória. Passamos por muitos ciclos, momentos históricos e dias difíceis. Talvez o momento em que a renovação esteve mais latente tenha sido o ano de 2009. Ali nascia a Fibria, empresa que já surgia como líder mundial na produção de celulose de eucalipto e que orgulhosamente carregava o legado de duas outras grandes companhias brasileiras que a originaram. Nascemos com o ânimo renovado de quem precisava se reinventar e fazer diferente. O primeiro passo foi entender mais a fundo que não estávamos sozinhos. Uma empresa com as nossas características, com florestas plantadas em centenas de municípios brasileiros, tem um número de vizinhos proporcional ao tamanho da sua área. Por isso, tornou-se essencial entender os principais dilemas e diferenças entre as comunidades locais e o nosso negócio. Aprendemos e continuamos a aprender muito. Uma das nossas principais lições foi a constatação que, para que uma empresa seja
próspera, é imprescindível que o território esteja no mesmo caminho. Assim, iniciamos uma história de muitas parcerias e cooperações para a geração de valor compartilhado, envolvendo todos os atores da sociedade. Refiro-me à Fibria, aos movimentos sociais, às comunidades vizinhas, aos governos, às ONGs, aos nossos empregados e a muitos outros, que juntos podem fazer a diferença a cada dia. Como resultado dessa caminhada, destaco a criação do Programa de Desenvolvimento Rural e Territorial (PDRT), uma tecnologia social desenvolvida dentro de casa, que hoje, apenas no Espírito Santo e na Bahia, já envolve mais de 1.600 famílias. O programa capacita agricultores familiares para a produção de culturas variadas, dando assistência técnica, estimulando o uso de tecnologias de baixo custo e orientando o acesso a políticas públicas. São pequenos produtores que plantam frutas, verduras e legumes, organizados em associações, e que comercializam seus produtos nos próprios municípios em que residem. Nessa parceria, em alguns casos, chegamos até a recuar a área de nossa floresta para que os nossos vizinhos cultivem as suas hortas e pomares. Outro exemplo emblemático de avanço na construção coletiva é a
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Cooperativa dos Trabalhadores Rurais e Agricultores da Comunidade Quilombola do Córrego de São Domingos (CTRA São Domingos), em São Mateus (ES). Essa história é precedida de muitos desafios. Eles, que antes se dedicavam a catar resíduos de madeira após a colheita dos plantios florestais da Fibria por meio de métodos que acabavam gerando conflitos com a companhia, iniciaram um diálogo com a empresa, que resultou na constituição da cooperativa. Trocamos a mediação jurídica e policial por uma solução inclusiva e respeitosa. Hoje, um grupo de 26 trabalhadores presta serviços à empresa na área de silvicultura, de forma regular e formalizada em contrato. A realidade foi transformada por meio da cooperação entre comunidade e empresa, em uma construção conjunta e com aprendizados de ambas as partes. A palavra “renovável” tem múltiplas aplicações na nossa história. Talvez o conceito mais literal seja a renovação dos nossos plantios. Trabalhamos com uma cultura que a cada sete anos se renova. Só colhemos o que plantamos. O eucalipto, uma árvore muitas vezes incompreendida por parte da sociedade, é cultivado pela Fibria com muita ciência e cuidado. Temos como prática a preservação dos ecossistemas. Por isso, pouco mais de um terço das nossas áreas no Espírito Santo e na Bahia, o que equivale a 111 mil campos de futebol, é conservado, tornando a Fibria uma das empresas com a maior reserva privada de Mata Atlântica do Brasil. Ainda sobre esse importante bioma brasileiro, executamos um dos maiores programas de restauração da
Mata Atlântica do país. Por meio dele, já recuperamos mais de 20 mil hectares de florestas nativas, volume que pretendemos dobrar até 2025. Nesse mosaico de plantios de eucalipto e matas nativas, mantemos uma série de estudos que monitoram como é a relação dos nossos plantios com o solo, a água, a fauna e a flora local, e temos tido resultados muitos satisfatórios. Um exemplo é o trabalho de monitoramento da biodiversidade existente nas nossas áreas. Um dos principais indicadores de relação saudável do eucalipto e o ambiente é a presença de animais e, de forma ainda mais especial, das aves, pois elas representam o equilíbrio e a qualidade das florestas. A presença dos animais mostra que o eucalipto pode, sim, ser um grande aliado da preservação da natureza. Até hoje, mais de 700 espécies de pássaros e 132 de mamíferos já foram catalogadas, muitas delas listadas como ameaçadas de extinção. Mas essa é uma história que está apenas no começo, ou na travessia de mais um ciclo, pois temos a convicção da necessidade de estarmos sempre nos renovando. Se hoje produzimos celulose, matéria-prima do papel que leva bem-estar e higiene para os quatro cantos do mundo, amanhã poderemos produzir a partir da floresta outros produtos, como biomateriais e biocombustíveis, que levarão em sua matriz um insumo mais limpo e renovável.
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A realidade foi transformada por meio da cooperação entre comunidade e empresa, em uma construção conjunta e com aprendizados de ambas as partes
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ARTIGO INDÚSTRIA
A recuperação depende de todos e de cada um MAURÍCIO RIBEIRO é diretor-presidente da Viminas Vidros Especiais
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importante é não deixar de trabalhar. Eu poderia finalizar este texto com essa frase, mas optei por usá-la logo no início, para deixar claro desde já que faço parte do time que acredita no fazer, em vez de esperar acontecer. Os que estão escolhendo agir, mesmo que mais limitados, sairão mais fortes desse furacão que vem atingindo o Brasil. Por mais que lá fora esteja tudo fora do lugar, temos que manter a casa arrumada. Afinal, precisamos investir na nossa qualidade de vida e nos preparar para o momento certo de abrir as nossas portas para as visitas. O “lá fora” a que me refiro é o contexto em que o país está vivendo, de instabilidade política e econômica. A casa é a nossa empresa. Quando falo de qualidade de vida, refiro-me a boas condições de trabalho, com uma equipe bem preparada, tecnologia de ponta e planejamento estratégico. As visitas são o crescimento. Traçar um comparativo entre um lar e uma empresa é exagero? Estou certo que não, afinal, não é o nosso ambiente de trabalho a nossa segunda casa? Não é o profissional, com o pessoal, que nos mantém de pé, em condições de seguir em frente? Se todos enxergassem dessa forma, desde o maior empresário ao mais simples funcionário, a eco-
nomia estaria mais forte. Cada um chamaria a responsabilidade para si, em vez de simplesmente ficar à mercê do cenário externo. Não sou nem estou i ludido, achando que bastam a boa vontade e o esforço de empresários e de trabalhadores para o Brasil sair da situação em que se encontra, mas acredito que isso é fundamental para não nos afundarmos mais e, sim, para darmos mais passos rumo à superfície. Nós temos capacidade de recuperação, e alguns índices já mostram que, apesar dos desdobramentos políticos e da falta de confiança nos nossos governantes, estamos seguindo em frente. É c l a r o q ue a i n st abi l id ade política e as incertezas relacionadas a quem ficará no comando do país influenciam diretamente a economia, mas sejamos confiantes. As reformas de que o país precisa devem estar desv i nculadas do momento político atual. A reforma trabalhista já foi um grande avanço, tendo sido aprovada mesmo com o tumulto permanente em Brasília. Ela traz mais segurança jurídica para as empresas, que passam a ter mais flexibilidade nos contratos de trabalho. Isso vai se refletir na geração de empregos. Outras reformas são necessárias, como a previdenciária e a tributária.
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A carga pesada de impostos também impede os empresários de fazerem a roda da economia girar com mais vigor. Essas reformas, somadas ao saneamento das contas públicas, são capazes de consolidar a mudança, a reviravolta. Se as empresas encontrarem um ambiente de negócios favorável, voltarão a investir. Dados também apontam que as famílias estão saindo da crise. Se elas retomarem o poder de compra, as indústrias irão, consequentemente, reerguer-se, gerando empregos e investimentos. É um círculo virtuoso no qual precisamos apostar. A insegurança é o principal combustível da crise, tanto por parte das empresas quanto por parte dos consumidores. E apostar no fortalecimento da economia não significa, como disse no começo, esperar acontecer. Crescer e se destacar no mercado
não depende, ou pelo menos não deveria depender, de politicagem e de troca de favores. Quem busca esse tipo de crescimento constrói seu negócio sobre a areia. As empresas precisam ser transparentes. Esquemas que prometem crescimento fácil são frágeis. Basear-se neles é deixar o negócio prestes a ruir a qualquer momento. E provas disso não faltam, atualmente. É preciso trabalho árduo. Ninguém disse que seria fácil. Temos que fazer o dever de casa. Investir, dentro das possibilidades, em qualidade de processos e de produtos, em bom atendimento. Quem continua trabalhando duro, mesmo sem ter, agora, o resultado esperado, vai estar mais bem preparado para aproveitar as oportunidades. Quem chega primeiro bebe água limpa.
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Dados também apontam que as famílias estão saindo da crise. Se elas retomarem o poder de compra, as indústrias irão, consequentemente, reerguer-se, gerando empregos e investimentos. É um círculo virtuoso no qual precisamos apostar
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ARTIGO DESENVOLVIMENTO
O desafio da agenda capixaba de competitividade JOSÉ EDUARDO DE FARIA AZEVEDO é secretário de Estado de Desenvolvimento
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ompetitividade é um termo que tem sido muito usado por instituições públicas e privadas. A popularidade dessa palavra tem a ver com o desafio, cada vez mais urgente, de tornar as empresas brasileiras mais bem preparadas para concorrer em um mercado que é global, inovador e altamente tecnológico. Para tornar a economia capixaba mais competitiva, é necessário um esforço coletivo, que crie um ambiente empresarial moderno, de qualidade e de alto desempenho, capaz de atrair novos negócios e estimular a cultura do empreendedorismo, da inovação e da tecnologia. Trata-se de um trabalho conjunto, que exige comprometimento de todas as esferas do governo, do setor privado e da sociedade civil organizada. A boa notícia é que o Espírito Santo está no caminho certo. Com posição geográfica privilegiada, infraestrutura logística, vocação para o comércio exterior e reservas de recursos naturais, o Estado é um dos que mais se desenvolvem no Brasil. O Espírito Santo se destaca pelo equilíbrio fiscal e pela gestão responsável, que nos permitem manter as contas em dia, cuidar das pessoas e garantir a segurança necessária para atrair investidores nacionais e internacionais. É claro que ainda temos desafios importantes para superar. Dentre
eles está a melhoria da nossa infraestrutura logística, agenda que envolve governo estadual, municípios e, principalmente, o Governo Federal. Nesse contexto, já houve avanços nas obras de dragagem do Porto de Vitória (em fase final) e de ampliação do aeroporto da capital (previsto para ser inaugurado ainda este ano). Também estamos investindo na melhoria das rodovias estaduais e apoiando, institucionalmente, a retomada de obras
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federais importantes para a economia capixaba, caso das BRs 101 e 262. Em relação aos portos, temos projetos privados de norte a sul do Estado, em diferentes fases de andamento; e está caminhando bem o plano de construção de uma ferrovia que ligue o Espírito Santo ao Rio de Janeiro. A infraestrutura, porém, não é o nosso único desafio. Para garantir uma alternativa de crédito a pequenos e médios empreendedores da região sul capixaba, o Governo do Estado lançou, neste ano, o Fundesul. Também estamos avançando na desburocratização, para facilitar a vida dos empreendedores que geram emprego e renda para os capixabas. Nessa área, várias ações já foram e estão sendo realizadas para
simplificar e agilizar as demandas de quem quer abrir, ampliar e manter seus negócios. Outra vertente importante é estimular a inovação e as boas práticas de gestão e resultados. Afinal, empresas inovadoras e com gestão de excelência são mais competitivas no mercado, têm mais oportunidades de negócios e criam mais emprego e renda. Esse incentivo tem sido feito por meio de ações como o projeto Sinapse da Inovação e o Prêmio Qualidade Espírito Santo. Por fim, vale mencionar o desafio que temos diante da convalidação dos programas de incentivo ao desenvolvimento. Aprovada recentemente pelo Governo Federal, essa lei convalida os incentivos existentes e dá prazos para que eles sejam extintos. Precisamos, em um esforço conjunto dos setores públicos e privados, preparar as empresas capixabas para o fim dessa transição. Toda essa agenda de desenvolvimento capixaba conta com a forte atuação do Sistema Findes. O apoio da Federação das Indústrias do Espírito Santo e de todas as suas instituições é fundamental para ampliar a nossa competitividade, seja por meio da elaboração de estratégias, seja para realização de ações, seja pela mobilização da classe empresarial capixaba. Aproveito a oportunidade para parabenizar o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) por esta tradicional publicação, que divulga a força e as oportunidades de negócio que o Estado oferece. E faço votos de que continuemos trabalhando juntos por uma indústria cada vez mais competitiva.
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Com posição geográfica privilegiada, infraestrutura logística, vocação para o comércio exterior e reservas de recursos naturais, o Estado é um dos que mais se desenvolvem no Brasil
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ARTIGO ECONOMIA
A retomada do crescimento ANTÔNIO DELFIM NETTO é economista, professor catedrático de Economia Brasileira e de Teoria do Desenvolvimento Econômico e professor emérito da FEA/USP. Foi deputado federal, ministro da Fazenda, ministro da Agricultura, ministro-chefe da Secretaria de Planejamento da Presidência da República e embaixador do Brasil na França
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os últimos 150 anos, ficou evidente que a organização capitalista, apesar de eficiente, tem graves problemas. Keynes os resumiu, há 80 anos, ao reconhecer que a sociedade em que vivemos é incapaz de manter o pleno emprego e gera uma arbitrária distribuição da renda e da riqueza. Boa parte dessas dificuldades deriva do chamado trilema, que já era amplamente reconhecido em torno de 1920 nos trabalhos da Liga das Nações e ficou ainda mais visível nas discussões da Conferência de Bretton Woods (em 1944), onde se criou o Fundo Monetário Internacional. O que diz o trilema? Que nenhum país pode, simultaneamente, atender a três condições: 1) uma política monetária independente (necessária para o controle macroeconômico de seu sistema econômico); 2) uma taxa de câmbio fixa (conveniente para o comércio); 3) o livre movimento de capitais (sobre cujos benefícios sempre houve dúvidas). Concretamente, ele afirma que uma dessas três condições deve ser sacrificada para a estabilidade do funcionamento de qualquer sistema econômico. Talvez os últimos 150 anos possam caracterizar-se (com enorme simplificação) em alguns períodos: a) Padrão Ouro (1870-1913), com mobilidade de capitais e taxa de câmbio fixa; b) (1918-1925), taxa de câmbio flutuante e liberdade de movimento de capitais; c) Bretton Woods, 1 (1945-1958), câmbio
fixo e política monetária independente; d) Bretton Woods, 2 (1959-1971), mobilidade de capitais e taxa de câmbio fixa; e) (1973-...) taxa de câmbio flutuante, mobilidade de capitais e política monetária independente para países com taxa de juro real parecida com a dos EUA. Com relação à taxa de câmbio, é preciso distinguir claramente o seu papel quando: 1) ela está ligada ao equilíbrio comercial, sem a liberdade de movimento de capitais e 2) há liberdade de movimento de capitais. No primeiro caso, ela é um preço relativo que equilibra, em uma unidade de tempo convencional, o fluxo do valor das exportações (quantidade exportada multiplicada pelo preço nacional externo) com o valor das importações (quantidade importada multiplicada pelo preço externo). É um parâmetro que controla a criação e a destruição de emprego e o crescimento do PIB. No segundo, isto é, quando há liberdade de movimento de capitais, ela assume o papel de um ativo financeiro, que depende do diferencial de juro real interno e o externo. É menos sensível à criação ou à destruição do emprego. Serve mais à especulação do sistema financeiro internacional do que à economia real dos países. Lembremo-nos das
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Emergentes: nível de renda e industrialização* China
40 Indústria manufatureira (% do PIB)
35
1985
Turquia
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Brasil
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1960
25
1975
1970
Chile
1990
Índia
1965
20
México
1960
1960
1995
15 10
1960
1960
2000
2010
2010
2005
2010
2010 2015
2010
5 0 0
2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000
PIB per capita (US$ PPP 2005) Fonte: Banco Mundial (Indústria manufatureira em % PIB); Penn World Table (PIB per capita US$ PPP); Elaboração: Ideias Consultoria *Dados de 5 em 5 anos. Brasil 1960-2015; Tailândia, Turquia e Malásia 1960-2010; China 1965-2010
Exportações mundiais, quantum (1962=100, escola logarítimica) 10.000
Taxas de crescimento anual (%) 1962/64 - 2011/2014
Combustíveis e minerais
Manufaturados - 6,7 agrícolas - 3,3 Comb. e minerais - 3,1 PIB mundial - 3,3
1.000
3.018
Produtos agrícolas
544 485
2014
2012
2010
2008
2006
2004
2002
2000
1998
1996
1994
1992
1990
1988
1986
1984
1982
1980
1979
1978
1976
1974
1972
1970
1969
1968
1967
1966
1964
1962
100
Fonte: OMC; Elaboração: Ideias Consultoria
Participação do Brasil em exportações mundiais de manufaturados (%) 1,2
1,0
1,0 0,8
0,6
Ajustes das contas correntes
0,6 0,4
Plano Real
2ª crise do petróleo 1ª crise do petróleo
0,2 0,0
Crise mundial
Maxicambial
1962 1963 1964 1965 1966 1967 1968 1969 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Fonte: Banco Mundial; Elaboração: Ideias Consultoria
PIB total e da indústria de transformação (% acumulado em 4 trimestres) 15
PIB da Indústria
10 5 0 -5 -10 2017 T1
2016 T4
2016 T3
2016 T2
2016 T1
2015 T4
2015 T3
2015 T2
2015 T1
2014 T4
2014 T3
2014 T2
2014 T1
2013 T4
2013 T3
2013 T2
2013 T1
2012 T4
2012 T3
2012 T2
2012 T1
2011 T4
2011 T3
2011 T2
2011 T1
2010 T4
2010 T3
2010 T2
-15 2010 T1
inúmeras vezes, nos últimos anos, em que os recursos externos de curta permanência foram regiamente remunerados neste país, favorecidos pelo elevado diferencial de juros e seus efeitos sobre o câmbio, sem maior consequência para nosso crescimento. A história econômica brasileira registra que no pós-guerra, com raras exceções, a taxa de câmbio foi utilizada como instrumento de controle da inflação, com sérias distorções sobre a estrutura produtiva. De fato, há algumas décadas vêm sendo subtraídas do setor manufatureiro, de maneira gradual e contínua, as condições isonômicas de sua competitividade internacional. É visível que nos últimos anos essas condições deterioraram-se demais. Não existe manufatura que possa suportar, simultaneamente, a extrema valorização da moeda nacional e a elevação desmedida de impostos (inclusive sobre as exportações) e da dívida pública para financiar aumento de custeio do governo – não de investimento – além da manutenção dos juros reais mais elevados do mundo. A participação da indústria manufatureira no Produto Interno Bruto (PIB) encontra-se em torno de meros 10%, um percentual incompatível com o nível de desenvolvimento do país.
Manufaturados
Fonte: IBGE; Elaboração: Ideias Consultoria
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ARTIGO
O que existe é capacidade ociosa na indústria que poderia ser aproveitada, de imediato, se melhorassem as condições de competitividade. É o caminho mais rápido para uma retomada um pouco mais vigorosa
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O Brasil está sendo expulso do imenso e dinâmico mercado mundial de produtos manufaturados, no qual foi ativo entre 1962 e 1984. Para avaliar o que o país perdeu, e continua a perder, basta citar que no período 1962/2014, as exportações mundiais, em quantidades físicas, multiplicaram-se por 30,2 nos produtos manufaturados, 4,9 nos combustíveis e minerais e 5,4 nos produtos agrícolas, revelando as profundas diferenças entre a dinâmica desses setores. A participação do Brasil nas exportações mundiais de manufaturados saltou de 0,05% em 1962 para 1% por volta de 1983/84. Caiu, lamentavelmente, para 0,6% em 2015! De que depende o aumento consistente do nível de atividade econômica? Basicamente, de três fatores: 1) do aumento de investimentos em infraestrutura através de concessões, o que exige que se assegure,
por meio das agências reguladoras, a garantia de integridade financeira de contratos de longa duração; 2) de um estímulo ao investimento privado, que depende da expectativa de crescimento, das condições de competitividade, principalmente de juros e câmbio, e da disponibilidade de recursos; e 3) do aumento das exportações. Essas condições estão longe de existir no Brasil de hoje. O que há é capacidade ociosa na indústria que poderia ser aproveitada, de imediato, se melhorassem as condições de competitividade. É o caminho mais rápido para uma retomada um pouco mais vigorosa. A economia apresenta apenas tênues sinais de uma inflexão da prolongada recessão iniciada em 2014. É possível que em 2017, o produto real (PIB) tenha um pequeno crescimento, talvez em torno de 0,5%. Não é um grande alento, já que a base de comparação, 2016, foi um ano péssimo.
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ARTIGO ECONOMIA
Cooperativismo financeiro contribui para redução da concentração bancária A BENTO VENTURIM
é presidente do Sicoob ES e vice-presidente do Sicoob em nível nacional
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concentração de operações financeiras em poucas instituições bancárias, praticada no Brasil, é um fator prejudicial para as pessoas e organizações. Esse processo contribui para o aumento dos spreads (diferença entre as taxas cobradas pelos bancos no momento da concessão de crédito e os percentuais de rendimento das aplicações feitas pelos clientes) e propicia a aplicação de taxas altas, justamente pela falta da concorrência. Uma vez em que o processo de limitação de opções ao público é instaurado, as organizações tendem a praticar preços que não condizem com os serviços ou produtos que oferecem. Elas têm como vantagem a falta de conhecimento do consumidor, que se torna vulnerável às condições disponíveis. Os dados de março de 2017 demonstram que apenas cinco bancos concentram mais de 80% dos ativos totais no Brasil. Nessa perspectiva, as cooperativas financeiras têm emergido como alternativa e se destacado por promover a adoção de custos competitivos, com objetivo principal de beneficiar todos os cooperados que fazem parte da instituição. Elas podem ser definidas como sociedades de pessoas que buscam melhores condições para realizar suas operações financeiras, por meio de um empreendimento coletivo. A meta não é obter lucro, e sim oferecer um atendimento de
qualidade elevada, com produtos e serviços adequados às necessidades de cada pessoa ou empresa. A cooperativa não visa ao lucro. Ela gera sobras. Esse resultado da administração é dividido com aqueles que fizeram a movimentação durante o exercício, os associados. Esse é um dos atrativos das instituições financeiras cooperativas. No Sicoob ES, em 28 anos de funcionamento, sempre foram produzidos e divididos resultados positivos. Por não haver a necessidade de remunerar o investidor, propiciam as taxas médias mais baratas do mercado. A meta é prestar o melhor serviço com o menor custo para os associados, que são os donos do empreendimento. Ano a ano, o cooperativismo de crédito tem ganhado força como alternativa ao mercado financeiro tradicional. Hoje, no país, 7,8 milhões de pessoas são associadas a instituições financeiras cooperativas, segundo a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Esse dado confirma a identificação da sociedade com uma gestão de recursos focada no desenvolvimento de todo o corpo participativo. Se contabilizadas de forma conjunta, as cooperativas já formam a sexta maior instituição bancária, o que comprova a viabilidade desse modelo de organização econômica, direcionado ao desenvolvimento dos associados e das regiões onde atuam.
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A principal vantagem em se associar a uma cooperativa de crédito é utilizar os serviços e produtos tipicamente bancários, como poupança, conta-corrente, aplicações, cartões e financiamentos com taxas menores do que as praticadas pelo mercado. Além disso, os cooperados participam da distribuição dos resultados. Essa e outras qualidades, como o bom desempenho e a proximidade que as cooperativas têm conseguido transmitir à sociedade, justificam o crescimento contínuo da quantidade de cooperados. No ano passado, o número de pessoas e empresas associadas ao Sicoob ES registrou aumento de 16,6% em relação a 2015, o que representa 28,6 mil novos sócios em 2016, ou cerca de 2,4 mil adesões por mês. Até junho de 2017, mais de 221 mil cooperados optaram pelo Sicoob ES. A instituição financeira cooperativa passa pelos mesmos crivos de uma instituição financeira convencional. É fiscalizada, autorizada e monitorada em tempo real pelo Banco Central, o que garante a mesma segurança de outras instituições financeiras. Além disso, os associados também acompanham as atividades, fiscalizando por meio da prestação de contas.
O Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop) é outro órgão que contribui para assegurar a solidez das instituições desse setor. Atualmente, além de garantir os depósitos dos associados, o Fundo realiza atividades de monitoramento, exercendo efetivamente o papel de promotor da estabilidade e do crescimento do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC). A par da prestação de serviços financeiros de boa qualidade para seus associados, esse setor tem sido responsável pela inclusão social, ajudando milhares de pessoas e fortalecendo a economia brasileira. Um bom exemplo é o Dia de Cooperar (Dia C), um projeto pelo qual cooperativistas realizam ações de transformação nas comunidades por meio de trabalhos voluntários. As cooperativas têm condições de organizar a sociedade e de promover um desenvolvimento planejado, organizado, que gere resultados positivos para a comunidade, não só para um grupo pequeno. São diversos os benefícios gerados pelas cooperativas, porém, ganham destaque a proximidade entre os indivíduos e a consolidação do vínculo entre eles.
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Ano a ano, o cooperativismo de crédito tem ganhado força como alternativa ao mercado financeiro tradicional. Hoje, no país, 7,8 milhões de pessoas são associadas a instituições financeiras cooperativas, segundo a Organização das Cooperativas Brasileiras
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ARTIGO GESTÃO
Superando desafios com o empreendedorismo JOSÉ EUGÊNIO VIEIRA é diretor-superintendente do Sebrae ES
260
B
uscar informação, capacitação e orientação sobre como se diferenciar no mercado e tornar o negócio competitivo são alguns dos primeiros passos para quem deseja empreender. É nesse sentido que atua o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Espírito Santo (Sebrae ES). Há mais de 40 anos trabalhamos para promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável das micro e pequenas empresas, fomentando o empreendedorismo no Estado. Dessa forma, ao longo de décadas, conseguimos transformar a história das pessoas e mudar a realidade de muitos empresários. Nos últimos tempos, marcados por uma economia restritiva, tivemos a responsabilidade de incentivar os empreendedores a manter o foco no crescimento, na inovação e na continuidade do trabalho que movimenta a economia do Espírito Santo. Por meio de atendimentos individuais e coletivos, o Sebrae ES tem conseguido identificar o potencial de mercado de cada iniciativa, fornecer capacitação especializada e orientação para implantação e crescimento da empresa. Este ano, realizamos diversos eventos com o objetivo de desenvolver e qualificar o empreendedor capixaba, nas mais diversas áreas de atuação.
No seminário “Pensando Fora da Caixa”, por exemplo, palestrantes de destaque nacional compartilharam suas experiências sobre os benefícios de se diferenciar e investir na inovação.
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Com a palestra “Era Exponencial e Novidades para a Indústria”, por sua vez, proporcionamos aos empresários a possibilidade de conhecer o cenário do mercado e como as novas tecnologias influenciam diretamente a gestão das empresas. Além desses, incentivamos também a discussão sobre Cidades Sustentáveis, em que especialistas e sociedade civil debateram um melhor uso dos recursos disponíveis e como preparar a cidade do futuro, tema essencial para empresas que desejam prosperar em um mercado globalizado, que busca alternativas mais sustentáveis.
E por falar em sustentabilidade, nosso dever começa em casa. Visando a ampliar a qualidade do atendimento, estamos trabalhando na construção de uma nova sede em Vitória, que é referência em sustentabilidade ambiental, mais moderna e totalmente inovadora. Serão 6.820m² divididos entre salas, auditórios, vagas de garagem e bicicletário. Na área sustentável, investimos em 15 itens, entre eles: aproveitamento da luz natural, ventilação cruzada e geração de energia solar. Um projeto contemplado no XII Grande Prêmio de Arquitetura Corporativa, considerado o maior da área de arquitetura da América Latina. Além da capital, Vitória, estamos p r e s e nt e s n o s mu n i c íp i o s d e Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, L inhares, Venda Nova do Imigrante, Guarapari, Nova Venécia, São Mateus, Aracruz e Guaçuí. Nossas Agências de Desenvolvimento Regional (ADRs) estão posicionadas de forma estratégica para atender às 78 cidades do Estado, garantindo acesso à informação, capacitação e atendimento personalizado para qualquer capixaba que deseje empreender. Como superintendente do Sebrae ES, tenho muito a agradecer aos nossos diretores técnico e de atendimento – Benildo Denadai e Ruy Dias de Souza – e a todos os que acreditaram em nosso trabalho, que receberam nosso auxílio e conseguiram conquistar resultados positivos em um período desafiador. Que possamos continuar produzindo mais e colhendo bons frutos do trabalho que desempenhamos para empreender de forma melhor a cada dia.
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Nos últimos tempos, marcados por uma economia restritiva, tivemos a responsabilidade de incentivar os empreendedores a manter o foco no crescimento, na inovação e na continuidade do trabalho que movimenta a economia do Espírito Santo
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ARTIGO JUSTIÇA E CIDADANIA
O custo do Judiciário brasileiro IVES GANDRA DA SILVA MARTINS é professor emérito das universidades Mackenzie, Unip, Unifieo e UniFMU; professor honorário das universidades Austral (Argentina), San Martin de Porres (Peru) e Vasili Goldis (Romênia); e Doutor Honoris Causa da universidade de Craiova (Romênia)
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É
indiscutivelmente o Judiciário o melhor dos Três Poderes. Nele há muito menor corrupção, embora seja mais difícil o diagnóstico quando ocorre. É um poder bem preparado, pois constituído na primeira instância por juízes concursados em dificílimos exames – participei de três bancas examinadoras, duas para a Justiça Federal e uma para a Justiça Estadual de São Paulo e conheço as dificuldades que impomos – e, nos tribunais, por 80% de magistrados concursados e 20% dos advogados e membros do Ministério Público escolhidos por sua classe, também em árduos exames. E, por outro lado, é o conhecedor da Constituição e das leis do país. É um poder técnico, por excelência. Não é, todavia, um poder político. Não deveria ser um legislador positivo, pois sua função, pela Lei Suprema (art. 102 “caput” CF), é ser apenas um “guardião” da Constituição. Nem mesmo na omissão do Poder Legislativo pode, a Suprema Corte, elaborar a lei em seu lugar, mas deve limitar-se a declarar estar a Casa das Leis omitindo-se inconstitucionalmente, determinando, entretanto, que ela faça – e não o Supremo – a lei necessária. É o que está escrito no parágrafo 2º do artigo 103 da Constituição Federal. A C o n s t it u i ç ã o F e d e r a l d e 1988, apesar de sua adiposidade, com muitos dispositivos sem dignidade
constitucional, no que concerne aos direitos fundamentais e ao equilíbrio de Poderes, bem agiu, pois reconheceu ser o Judiciário legislador negativo (art. 102), deu ao Legislativo o direito de barrar decisões de outros Poderes que invadam suas competências (art. 49, inc. XI) e ofertou às Forças Armadas a incumbência de, nos conflitos entre os Poderes, restabelecer a lei e a ordem (art. 142). Como se percebe, há todo um mecanismo de pesos e contrapesos na Lei Maior para dar estabilidade às instituições e segurança jurídica ao cidadão, não se permitindo que os conflitos se estabeleçam, até porque reza o artigo 2º que os Poderes são harmônicos e independentes. Infelizmente, nos últimos tempos, não poucas invasões da competência legislativa ocorreram por parte da Suprema Corte, como: indicar candidato derrotado para ocupar vaga de governador e vice, afastados contra o artigo 81 da Lei Suprema; prender senador e deputado sem autorização do Senado ou da Câmara, contra o disposto no artigo 53 parágrafo 3º da Lei Suprema; permitir casamento de pessoas do mesmo sexo, contra a clareza do art. 226 parágrafos 1º, 2º, 3º, 4º e 5º da Carta Magna; impor fidelidade partidária, contra o disposto no artigo 17 da Carta Maior; permitir prisão em face de condenação de
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segunda instância, contra o disposto no artigo 5º inciso LVII, que só a permite após o trânsito em julgado de questões judiciais; além de numerosas outras decisões típicas de legislador positivo e até mesmo de constituinte derivado, e não, como a Lei Maior impõe, de legislador negativo. O custo político, econômico e social que tal postura traz é imenso, pois gera o que na economia é fatal, ou seja, insegurança jurídica permanente. Contra leis inconstitucionais há sempre a quem recorrer, mas contra “decisões inconstitucionais” do guardião da Constituição não há a quem buscar, gerando uma incerteza constante. O recente caso envolvendo os maiores criminosos do colarinho branco da história mundial – no dizer dos próprios facínoras, que confessaram ter corrompido mais de 1.800 políticos no Brasil e enriquecido graças às “propinas” – é emblemático. Em um único dia, tão logo houve o vazamento seletivo da informação – constituem crime, pelo artigo 325 do Código Penal, tais vazamentos, inexplicavelmente não investigados pelo Ministério Público –, a economia brasileira, então em plena recuperação, foi de tal forma abalada que as reformas foram paralisadas, a bolsa despencou, o dólar subiu significativamente e o Governo Federal ficou atado. Em apenas 24 horas o Ministério Público conseguiu da Suprema Corte a homologação da delação, por meio da qual os autoconfessos criminosos ficaram livres de qualquer pena, ante a promessa de devolução de R$ 11 bilhões no período de 10 anos, contra um faturamento de R$ 187 bilhões apenas em 2016!!! Os colaboradores poderão, assim, usufruir do produto, em grande parte gerado pelo crime, sem outras consequências. As repercussões nacionais e internacionais foram deletérias. O artigo 4º parágrafo 4º inciso I da Lei nº 12.850/13 impõe o oferecimento de denúncia quando o colaborador for considerado o líder de organização
criminosa. O próprio Ministério Público tem, como se ouviu nas sessões plenárias do STF, como líderes de organização criminosa, os colaboradores em questão. Daí a necessária conclusão de que o acordo, veiculando o perdão, foi realizado contra legem. Esse custo político e econômico assemelha-se ao que Sédillot, em seu famoso livro “Le Côut de le Terreur”, apresentou sobre o custo econômico, político e social da Revolução Francesa, principalmente, à época de Robespierre. Poderia, neste breve artigo, analisar também outros aspectos que estão no bojo da reforma previdenciária e se ligam ao momento vivido pelo país, lembrando que muitos dos direitos que a magistratura e outros segmentos do Estado se auto-outorgaram ferem, a meu ver, o limite imposto pela Constituição aos subsídios oficiais do inciso XI do artigo 37. Tais aspectos, todavia, são de menor relevância em nível de custo político e econômico, a meu ver, do que o ativismo judicial, visto que, nada obstante seja, o Judiciário, de longe, o melhor dos Três Poderes, tem uma outra função, ou seja, de ser um poder técnico e não um poder político e econômico.
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Contra leis inconstitucionais há sempre a quem recorrer, mas contra ‘decisões inconstitucionais’ do guardião da Constituição não há a quem buscar, gerando uma incerteza constante
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ARTIGO ECONOMIA
Economia 4.0 ganharia com “Plano Marshall tecnológico” MARCOS TROYJO é economista, diplomata e cientista social. Dirige o BRICLab da Universidade Columbia, em Nova York, onde é professor-adjunto de Relações Internacionais e Políticas Públicas
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A
ideia de “plano econômico” dominou o imaginário dos economistas no século 20. Seu conceito, na contramão do que pregavam os liberais clássicos, representava intervenção clara do governo no curso espontâneo dos mercados. Daí um plano ser (teoricamente) sempre a tentativa de acelerar um processo ou corrigir um rumo equivocado. É um “atalho” para determinado objetivo. A opção por “planos” marca a conhecida divisão entre pensamento ortodoxo e heterodoxo em política econômica, mas isso não precisa ser necessariamente assim. Nos últimos 70 anos, uma das mais exitosas estratégias dessa natureza, aplicada logo após a Segunda Guerra Mundial, foi o Plano Marshall. Transformou países derrotados no grande conflito em economias competitivas e prósperas. Hoje, o fenômeno com maior potencial de estabelecer pontes cooperativas internacionais ou, ao contrário, alargar ainda mais o fosso de desenvolvimento entre os países, é a chamada “economia 4.0”. Talvez esse termo, mais ainda do que a designação “quarta Revolução Industrial”, seja mais apropriado para descrever o ecossistema de conhecimento, tecnologia e empreendedorismo em que estamos ingressando.
Se, como sugere Klaus Schwab, não mais o capital, mas o talento é o fator determinante do êxito nesta “nova era de adaptação”, é fundamental falar da necessidade de um “Plano Marshall tecnológico”. A grande distância mundial não é mais entre os que têm e os que não têm, mas entre “conectados” e “não conectados”. A fusão talento-tecnologia permite a países “adaptações seriais”. E, a partir de tal dinâmica, o imperativo é gerar atividade produtiva que vá além das tradicionais vantagens comparativas ricardianas. Uma nova onda de cooperação internacional para o florescimento da economia 4.0, tarefa que se deveria a crescer às “Metas do Milênio”, vale salientar, estaria repleta de desafios. Por exemplo: quais são as implicações do termo “infraestrutura” para a Economia 4.0? Qual o sentido contemporâneo de um novo Plano Marshall que viesse a fornecer infraestrutura de tecnologias da informação para o mundo em desenvolvimento? Infraestrutura convencional, na economia industrial, foi classicamente representada pela malha logística – por portos, aeroportos, ferrovias, estradas etc. Agora, infraestrutura compreende modalidades velozes e seguras de conectividade. Igualmente, consiste na relação ágil entre universidades,
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unidades de pesquisa e desenvolvimento e sua tradução em produtos para o mercado. Nesse contexto, repensar políticas de desenvolvimento torna-se ainda mais complexo. A velocidade com que aeroportos ou estradas se tornam obsoletos é dramaticamente inferior à rapidez com que o fio de cobre foi superado pela fibra ótica. Ou esta pela progressiva utilização de tecnologias de satélites. Um bom exemplo dessa “obsolescência prematura” que crescentemente marcará a economia 4.0 foi o programa “One Laptop per Child”, criado por Nicholas Negroponte, fundador do MIT Media Lab (Instituto de Tecnologia de Massachussetts). A ênfase nos laptops foi determinantemente superada pela ascensão de tablets e smartphones. Eis um grande dilema para um Plano Marshall contemporâneo. Ademais de exigir um nível de cooperação internacional numa conjuntura global em que as principais potências encontram-se particularmente “individualistas”, corre-se o risco de apostar em determ i nadas tecnolog ias i ncapazes de
encurtar a distância entre economias baseadas no conhecimento e aquelas às voltas ainda com a primeira revolução industrial. Certa feita, Akio Morita, o legendário fundador da Sony, explicou o êxito do Japão como resultado de “trabalho duro e águas profundas”. Aludia à infraestrutura de portos, que favorecia as exportações japonesas. É claro que o mundo carece de um “Plano Marshall” tecnológico, mesmo tendo que lidar com o ritmo – e o risco – exponencial da inovação. Não há saída. Na Economia 4.0, o desempenho será produto de “trabalho duro e conhecimento profundo”. Deveríamos entender por “Plano Marshall tecnológico” não um programa específico, concebido, decidido e implementado a partir de uma decisão da Assembleia-Geral da ONU. Caberia, sim, um renovado chamamento à cooperação internacional a mostrar que o gap digital fará com que, no limite, todos os países saiam perdendo.
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A grande distância mundial não é mais entre os que têm e os que não têm, mas entre ‘conectados’ e ‘não conectados’
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ARTIGO ECONOMIA
Reformas econômicas são cruciais à retomada da economia FLÁVIO CASTELO BRANCO é gerente-executivo da Unidade de Política Econômica (PEC) da Confederação Nacional da Indústria (CNI)
268
A
pós três anos da mais profunda crise econômica já vivenciada pelo país, a economia brasileira está prestes a iniciar seu ciclo de recuperação. Há um certo consenso de que este “momento de virada” já ocorre e de que a economia teria atingido o “fundo do poço”. Porém, há dúvidas quanto à intensidade e ao horizonte da retomada. De fato, a economia brasileira mostra certa anemia, oriunda da fragilidade financeira dos agentes privados e da lenta solução do problema fiscal, que dificultam uma reação mais expressiva e a superação da recessão. A retomada definitiva de um novo ciclo de crescimento apenas irá se concretizar quando esses pontos forem equacionados. O atual movimento de recuperação se baseia nos estímulos positivos vindos principalmente do agronegócio e do setor externo da economia, seg mentos que não dependem da demanda interna. Os efeitos multiplicadores sobre os demais segmentos da economia viriam gradualmente em seguida. Essa é uma visão moderadamente otimista do futuro imediato. Há razões econômicas para essa expectativa. Os ajustes realizados pelas famílias, em especial em relação ao excesso de endividamento ocorrido no ciclo anterior, mostram que os consumidores já se encontram
razoavelmente preparados para responder positivamente ao início de uma retomada da atividade. A recente melhora do mercado de trabalho reforça essa tendência, posto que o medo do desemprego tende a cair e ajudar na recomposição da confiança dos consumidores. A forte queda da inflação, desde o fim do ano passado, contribui decisivamente para a recuperação. A baixa provoca o aumento da renda real dos consumidores, pelo menos para a grande parcela que permanece empregada, e viabiliza o gradual retorno das famílias ao consumo. A baixa inflação também abre espaço para a intensificação do ritmo de redução das taxas de juros, que promove a ampliação dos horizontes e a recomposição das expectativas. As restrições maiores à consolidação desse processo virtuoso se localizam no plano político, com os riscos à efetivação do ajuste de longo prazo das contas públicas e ao andamento da agenda de reformas. Avanços nessa agenda são críticos para a consolidação de um ambiente favorável aos negócios e seus estímulos ao investimento privado, com a ampliação da competitividade dos produtos brasileiros e a elevação d a p r o dut iv id ad e , p i l a r e s do crescimento sustentado. O avanço da reforma trabalhista pode ser um ponto de inflexão.
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Sua aprovação sinaliza que essa agenda de transformação, ainda que com algum atraso, segue como o norte da estratégia do país em direção a uma economia mais eficiente, flexível e em busca de elevação da produtividade. A reforma do Estado é questão crítica. A busca do reequilíbrio fiscal, com a redução gradual do déficit e o controle da dívida pública, é um imperativo, sendo indispensável controlar gastos em todas as esferas de governo. O equilíbrio fiscal de longo prazo depende crucialmente da implantação efetiva de mecanismos de controle do crescimento do gasto público. A limitação imposta pela chamada “PEC do teto do gasto” é por si insuficiente, pois o Estado não dispõe atualmente de mecanismos efetivos de contenção do crescimento do gasto em relação ao PIB. A reforma da Previdência, principal fato gerador do déficit público, é essencial para esse processo. Nosso sistema previdenciário atual é insustentável. Sem mudanças nos critérios de elegibilidade – como a introdução de uma idade mínima para coibir as aposentadorias precoces que o regime puro de tempo de contribuição permite – o sistema entrará em colapso. Além do impacto fiscal, as mudanças visam a assegurar a sustentabilidade do sistema. Para recriar as condições de retomada da atividade produtiva, é imprescindível combinar o ajuste fiscal com o aumento da eficiência microeconômica. Melhoria do ambiente de negócios, reforma no sistema tributário, regulação eficaz e redução da
burocracia são elementos críticos para essa eficiência. Esses avanços estimulam a produção, elevam a produtividade e o investimento privado. Atrasos expressivos na agenda transformadora, ou sua inviabilização, terminarão por reduzir a confiança dos agentes na adaptação das instituições às necessidades da competitividade, com efeitos negativos sobre o crescimento potencial de longo prazo. Nessa hipótese, as forças endógenas de reativação da atividade não se sustentarão, abortando o ciclo de recuperação. A economia seguiria, então, estagnada. Podemos, assim, contemplar dois cenários no médio prazo. Em um cenário de correção de rota – com avanços efetivos nas reformas econômicas – ocorreriam mudanças estruturais significativas e a construção de um ajuste fiscal permanente. Nesse caso, a melhora gradual da economia irá recompor a confiança dos agentes e elevar a competitividade, sendo possível vislumbrar a retomada de um ciclo de crescimento a partir de 2018. Em outra situação, com a realização de ajustes pontuais e insuficientes, sem alterar a essência do regime fiscaltributário e sem avançar em reformas pró competitividade, a consequência será a manutenção de um ambiente semidepressivo, caracterizando um longo período de estagnação da economia.
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Nosso sistema previdenciário atual é insustentável. Sem mudanças nos critérios de elegibilidade – como a introdução de uma idade mínima para coibir as aposentadorias precoces que o regime puro de tempo de contribuição permite – o sistema entrará em colapso
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ÍNDICE DE ANUNCIANTES
ANUNCIANTES
ANUNCIANTES
PÁGINA
Afecc
27
IRI
193
Apex
91
Landsea
79
ArcelorMittal
103
Medsênior
75
Bandes
219
OCB Sescoop
231
Banestes
2e3
Perfil Alumínio
95
Prosegur
93
Buaiz Alimentos
7
CAS
252
Proteinorte
111
Cesan
175
RDG Aços
179
Cindes
253
RM
262
Cisa Trading
87
Samp
8e9
CNI
263
Sebrae
71 e 257
Coopeavi
153
Sedes
206 e 207
Damare
271
Senai
184 e 185
Eletromil
55
Sesi
18 e 19
Estaleiro Jurong
109
Shopping Vitória
83
Fecomércio
256
Sicoob
189
5
Sinaes
211
Fertilizantes Heringer Findes
131
Sincades
205
Finórdia
197
Sincafé
51
Fortlev
244 e 245
Sindibebidas
99
Garoto
223
Sindifrio
115
Grupo Águia Branca
63
Sindilates
235
Grupo Olhos da Terra
272
Unimed
89
Ideies
162
Vale
116
IEL
270
PÁGINA
38 e 39
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