ÍNDICE Editorial
114 Hospital Metropolitano 116 Especial 20 anos do Anuário IEL 200 Maiores
ARTIGOS
RANKING 200 MAIORES EMPRESAS NO ESPÍRITO SANTO
06 Um novo ciclo de crescimento Marcos Guerra
Desenvolvimento Econômico e Social 10 O Estado que dá exemplo Paulo Hartung
Indústria
12 O caminho do desenvolvimento Robson Braga
126 127 128 130 161
Introdução O que você encontra neste encarte Metodologia Informações gerais, análises e estatísticas Análise Ideies
INSTITUCIONAL
14 A indústria firme e atuante Aristóteles Passos Costa Neto
182 Sistema Findes 190 Fórum IEL de Carreiras
Gestão Empresarial
ECONOMIA CAPIXABA (CONTINUAÇÃO)
16 A diferença que um verdadeiro líder faz Americo Buaiz Filho
Desenvolvimento Econômico e Social 20 Cidades inteligentes e humanas André Gomyde
Economia
22 Desenvolvimento e cooperativismo: Uma realidade contemporânea Bento Venturim
Desenvolvimento Econômico e Social 24 Educação e desenvolvimento sustentável Guilherme Henrique Pereira
Indústria
26 Uma nova chance para o Brasil José Armando Campos
Economia
30 A virada que se aproxima Clóvis Vieira
Meio Ambiente
32 Smart farming e sustentabilidade: inteligência e solução para o agro mundial Enio Bergoli
Indústria
34 Complexo de Tubarão: 50 anos Fabio Brasileiro
Gestão Empresarial
36 Choque de gerações: empresas baby boomers x consumidores millenials Wallace Vieira
Indústria
38 S etor têxtil e de confecção na quarta revolução industrial Fernando Valente Pimentel
Justiça e Cidadania
40 A democracia brasileira e o Supremo Tribunal Federal Ives Gandra da Silva Martins
Economia
42 Espírito Santo: como voltar a crescer? Claudio Porto 46 Comércio exterior: perspectivas Marcilio R. Machado
Desenvolvimento Econômico e Social 48 O Brasil precisa voltar a crescer Marcos Pereira
ECONOMIA CAPIXABA 50 56 60 64 68 72 76 80 84
Abertura – Cenário e perspectivas Petróleo e gás Papel e celulose Logística e infraestrutura Mineração e siderurgia Energia Comércio exterior Serviços Metalmecânico
PESQUISA IEL-ES 88 90 92 94
Metodologia Empresário Destaque Executivo Destaque Empresa Destaque
DESTAQUES EMPRESARIAIS 96 Sesi 100 Senai 104 Cindes 108 Sicoob 110 Vale
194 198 202 206 210 214 218 222 226 230 234 238 242 246 250 254
Alimentos e bebidas Mercado financeiro Saúde Comércio varejista Construção civil e pesada Móveis Vestuário Educação Políticas públicas Química e embalagens Inovação Meio ambiente Indústria criativa Rochas Agroindústria Turismo
ARTIGOS (CONTINUAÇÃO) Inovação
258 Uma ponte para a inovação Paulo Mól
Desenvolvimento Econômico e Social 260 Desorganização das contas públicas Ricardo Ferraço
6 Ano XX – nº 20 – Outubro/2016 - Publicação anual - Venda proibida
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO (FINDES) Presidente:
Marcos Guerra
1º vice-presidente: Vice-presidentes:
Gibson Barcelos Reggiani Aristóteles Passos Costa Neto, Benízio Lázaro, Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi, Elder Elias Giordano Marim, Egidio Malanquini, Houberdam Pessotti, Leonardo Souza Rogerio de Castro, Manoel de Souza Pimenta Neto, Sebastião Constantino Dadalto José Augusto Rocha Sérgio Rodrigues da Costa Tharcicio Pedro Botti Ronaldo Soares Azevedo Flavio Sergio Andrade Bertollo
1º diretor administrativo: 2º diretor administrativo: 1º diretor financeiro: 2º diretor financeiro: 3º diretor financeiro: Diretores:
Almir José Gaburro, Atilio Guidini, Elias Cucco Dias, Emerson de Menezes Marely, Ennio Modenesi Pereira II, José Carlos Bergamin, José Carlos Chamon, Luiz Alberto de Souza Carvalho, Luiz Carlos Azevedo de Almeida, Luiz Henrique Toniato, Loreto Zanotto, Mariluce Polido Dias, Neviton Helmer Gasparini, Ocimar Sfalsin, Ortêmio Locatelli Filho, Ricardo Ribeiro Barbosa, Samuel Mendonça, Silésio Resende de Barros, Tullio Samorini, Vladimir Rossi
Superintendente corporativo:
Marcelo Ferraz Goggi
PRODUÇÃO TÉCNICA – INSTITUTO EUVALDO LODI (IEL-ES) Diretor Regional: Marcos Guerra Diretor para Assuntos do IEL-ES: Aristóteles Passos Costa Neto Superintendente: Fábio Ribeiro Dias Equipe Técnica:
F ernando Gomes Pereira - Gerente da Unidade de Execução de Projetos e equipe Cassiano Orsi Hemerly - Analista de Negócios Antonio Fernando Dória Porto - Diretor- executivo do Ideies e equipe Carla Mara Pereira Franco - Gerente da Unidade de Gestão Estratégica e Administrativa e equipe
Inovação
Equipe de Apoio:
Justiça e Cidadania
Marketing:
Cintia Coelho Dias – Gerente da Unidade de Marketing do Sistema Findes e equipe
Relações com o Mercado:
Simone Dttmann Sarti – Gerente da Unidade de Relacionamento com o Mercado do Sistema Findes e equipe
262 Economia e inovação José Antonio Bof Buffon 266 O lado bom da crise Sérgio Aboudib Ferreira Pinto
Gestão de Pessoas
268 O espírito do capitalismo Sidemberg Rodrigues
Desenvolvimento Econômico e Social
270 A importância do associativismo nos momentos de crise Sergio Rogerio de Castro
Infraestrutura
272 Retomar o rumo certo ao crescimento Waldemar Rocha
Gestão de Pessoas
276 Receitas de liderança William Douglas
Economia
278 Voltar a crescer Antonio Delfim Netto
Contatos: (27) 3334-5721 Iel200maiores@findes.org.br Designer da Marca 200 Maiores: Cristina Xavier Jornalista Responsável:
Produção Editorial: www.lineapublicacoes.com.br (27) 2123-6500 Coordenação editorial:
Mário Fernando Souza
Coordenação de produção:
Cláudia Luzes
Coordenação de conteúdos:
Márcia Rodrigues
Textos:
na Lúcia Ayub, Fernanda Zandonadi, A Gustavo Costa, Luciene Araújo, Nadia Baptista, Polânia Soares, Roberto Teixeira, Thiago Lourenço e Weber Caldas
Editoração:
Michel Sabarense e Genison Kobe
Apoio:
Mara Cimero
Tradução:
Lorena Caetano
Fotos:
Arquivo Next Editorial, Jackson Gonçalves, Leonel Albuquerque e Shutterstock
280 N ova agenda necessária Arlindo Villaschi
Educação
282 A educação é o diferencial Haroldo Corrêa Rocha
Justiça e Cidadania
284 Cidadania se faz com transparência Elda Márcia Moraes Spedo
Breno Arêas (MTB-ES 2933)
Endereço: Av. Nossa Senhora da Penha, 2.053, Ed. Findes, 2º andar, Santa Lúcia Vitória (ES), CEP: 29056-913 Tel: (27) 3334-5754 • Fax: (27) 3225-7958 200maiores@findes.org.br
Revisão:
Andréia Pegoretti
Economia
286 Encadeamento produtivo – um elo importante entre grandes e pequenas empresas Benildo Denadai
Meio Ambiente
288 Preservação ambiental como prioridade ajuda na superação da crise Luiz Fernando Schettino
Desenvolvimento Econômico e Social
290 Brasil que dá certo, ES deixa de ser segredo e se revela José Carlos da Fonseca Júnior 294 Índice de anunciantes
Produção Gráfica:
www.grafitusa.com.br Tel: (27) 3434-2200
Texto do Selo
Selo do papel
EDITORIAL
Um novo ciclo de crescimento O MARCOS GUERRA é presidente do Sistema Findes
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Brasil viveu mudanças importantes nos últimos meses. O longo processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff colocou o país em conflito político, afetando a economia, paralisando investimentos e criando incertezas. A posse de Michel Temer, entretanto, pôs em pauta um novo discurso no Governo Federal, deixando de lado diferenças ideológicas em prol de um projeto que prioriza, acima de tudo, o crescimento, a geração de empregos e a oferta de novas oportunidades. Desde a publicação do último Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo, em outubro de 2015, a indústria capixaba vem enfrentando um período de grande oscilação. Embora liderasse o avanço da produção física no Brasil à época, com 17,2% de alta no primeiro semestre, muito influenciada pelo desempenho do setor extrativo, nossa tradicional atividade enfrentava dificuldades. Após o trágico acidente em Mariana (MG) e a consequente paralisação da Samarco, em novembro, o cenário mudou. Nos primeiros seis meses de 2016, a indústria capixaba registrou queda de 22,6%, mas um dado curioso ilustra bem o momento atual. Apesar do recuo na produção e do enxugamento de quadros nas companhias, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) emplacou a maior alta desde setembro de 2014. O momento é de esperança: a pesquisa de clima elaborada pelo Ideies presente neste Anuário revela que o número de empresários pessimistas caiu de 21% para 10% em 2016; além disso, 50,9% estão confiantes na melhoria da economia capixaba em 2017. A organização política e econômica é fator que merece destaque no atual contexto. Ainda que o país discuta a adoção de novos tributos para compensar
os rombos dos últimos 13 anos de gestão, nosso Estado mantém incentivos essenciais para a preservação de empregos e negócios. A segurança jurídica e o saneamento das contas públicas chamam a atenção dos investidores estrangeiros e das grandes corporações nacionais. Nossa posição geográfica estratégica, nossa indústria relevante e nosso povo acolhedor vão nos colocar em vantagem no pós-crise. Em 2016, o Anuário chega à sua 20ª edição, número que reforça o peso e a tradição da publicação. No momento em que novas perspectivas surgem no horizonte da indústria capixaba, este material em suas mãos se torna ainda mais indispensável para o planejamento dos setores e para a atração de novos negócios. Dados contidos neste veículo informativo revelam, por exemplo, que 55% da receita operacional bruta das 200 maiores empresas vêm da indústria. A informação enfatiza a contribuição do setor produtivo para a geração de riquezas, joga luz sobre as diferentes cadeias operacionais aqui presentes e dá segurança aos empreendimentos que buscam parceiros para investir no Estado. Estamos atentos às mudanças que o Espírito Santo experimenta hoje e trabalhamos para preparar nossas empresas e nossos profissionais para as oportunidades de amanhã. Com um Estado organizado economicamente, uma indústria forte, inovadora e criativa, profissionais capacitados com a alta tecnologia presente nos laboratórios do Senai – reformados, ampliados e modernizados em nossa gestão –, estamos construindo os alicerces para um novo ciclo de crescimento e desenvolvimento para nossos filhos. Que o Anuário sirva de reflexão e bússola para o futuro do Estado. Uma boa leitura a todos! ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
ARTIGO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL
O Estado que dá exemplo PAULO HARTUNG
Foto: Leonardo Duarte/Secom
é economista, governador do Estado do Espírito Santo (2003-2010 / 2015-2018)
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O
escritor Antoine de Rivarol (1753-1801) decretou que “o mais difícil em tempos conturbados não é cumprir o dever, mas identificá-lo”. Neste persistente cenário de turbulência, à frente de nosso terceiro mandato, definimos uma agenda fundamental de três pontos: o trabalho para a reconquista e a manutenção cotidiana do controle das contas públicas capixabas, combinado com a implementação de programas inovadores nas áreas social e de gestão, principalmente; a ação para dinamizar, incrementar e ampliar os investimentos nas terras capixabas; e, diferentemente dos mandatos anteriores, em razão do crítico cenário brasileiro, o exercício de um ativismo nacional em prol de uma pauta que recoloque o país nos trilhos. Comecemos por esse terceiro ponto, até porque ele é central à constituição dos outros dois desafios da atualidade capixaba. O Brasil vive sua maior crise em mais de 100 anos (déficit fiscal, desemprego assustador, empobrecimento de milhões e juros altos), resultante de uma série de equívocos na condução econômica, de tropeços políticos e de problemas éticos que vêm de longe. Venho defendendo que o país priorize a reorganização das contas públicas, essencial à governabilidade e à credibilidade; a melhoria dos marcos regulatórios para a atração de capitais privados para obras de infraestrutura e também para o negócio de petróleo
e gás; a retomada de amplas reformas estruturantes; e a qualificação da educação, com foco nos ensinos fundamental e médio. A crise em nível nacional impacta a vida capixaba, é patente, mas nossos problemas “domésticos” guardam ainda uma outra conexão com esse cenário mais amplo: a origem numa sucessão de decisões equivocadas que não é de hoje. Aqui também enfrentamos uma situação crítica em razão de irresponsabilidades recorrentes registradas nos primeiros anos desta segunda década do século XXI. Ilustro com quatro fatos: a folha de pagamento do Governo, que era de R$ 260 milhões, em 2010, já consumia R$ 430 milhões mensais, em janeiro de 2015. Em 2010, os repasses mensais aos outros poderes e instituições públicas eram de R$ 83 milhões; em 2015, o montante chegou a R$ 145 milhões. A Secretaria do Tesouro Nacional revela uma escalada de déficits primários do Governo Estadual, entre 2012 e 2014: as despesas correntes ou contínuas cresceram R$ 2,7 bilhões, enquanto a receita líquida ampliou-se em apenas R$ 880 milhões. Ao assumirmos, encontramos um montante de dívidas herdadas e não empenhadas pelo Governo anterior da ordem de R$ 307,3 milhões. Nesse cenário crítico, potencializado pela situação nacional, desde o primeiro dia de trabalho à frente do Executivo tomamos medidas visando à redução dos gastos e à retomada do ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
equilíbrio financeiro-orçamentário, além de mudanças na gestão administrativa, enfatizando o diálogo com a sociedade, a transparência e o combate ininterrupto à corrupção. Assim como 2015, este 2016 está sendo um ano igualmente desafiador, com seguidas quedas reais na receita de caixa. Mas esse cenário, grave sem dúvida, não nos desanima. Pelo contrário, estamos trabalhando com energia e disposição, constituindo ações de vanguarda. Na área social, instituímos o Escola Viva, o Ocupação Social, e estamos reestruturando o setor da saúde, incluindo a obra do Hospital Geral de Cariacica. No campo cultural, inauguramos a Casa da Música. Retomamos nossa diplomacia comercial. Já enviamos missões à China, aos Estados Unidos, à América Central, à Argentina, ao Uruguai, a Roterdã (Holanda) e a Singapura. E recebemos missões de 10 países. Com o apoio da bancada federal, trabalhamos para a retomada das obras do aeroporto de Vitória, para garantir a Estrada de Ferro 118, entre Vitória e Rio de Janeiro, o reinício da dragagem e derrocagem do Porto de Vitória, a mudança da poligonal do Porto de Barra do Riacho e a autorização para o terminal portuário da Imetame. Concluímos o licenciamento do Porto Central, em Presidente Kennedy. Retomamos a concessão de gás, para um pleno desenvolvimento desse setor. Atraímos a MLog para implantação de um condomínio empresarial de classe mundial em Linhares, que também terá o suporte de um terminal portuário. Trabalhamos para o início efetivo da duplicação da ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
BR 101. Em São Mateus, o primeiro carro genuinamente capixaba saiu da fábrica da Volare, e a unidade da Oxford, referência em porcelana, foi inaugurada. Mesmo com todas as restrições orçamentárias, estamos terminando a duplicação da rodovia Guriri-São Mateus, duplicando a via entre Coutinho e Cachoeiro de Itapemirim e concluindo as obras da Leste-Oeste. Iniciamos o contorno do Mestre Álvaro. Dinamizamos o Programa Reflorestar; estamos implementando o Programa Água e Paisagens; inauguraremos o Sistema Reis Magos, melhorando o fornecimento de água para a Grande Vitória; e criamos o Programa Estadual de Construção de Barragens, que prevê investimentos de R$ 60 milhões na implantação de mais de 60 reservatórios. Esse painel, ainda que resumido, evidencia a tripla jornada que estamos empreendendo: buscar diuturnamente o equilíbrio fiscal, garantindo o funcionamento do Governo e ainda constituindo políticas inovadoras; estruturar as bases de um novo horizonte em nosso Estado, dinamizando investimentos; e atuar em nível nacional para a defesa de uma agenda modernizadora do país. Trata-se de um tempo pautado por múltiplas crises, mas que nem por isso nos paralisa. Como dissemos no início, temos a noção exata do que fazer e estamos seguindo o caminho, balizados por uma ideia bem resumida pelo escritor russo Leon Tolstoi: “O lugar que ocupamos é menos importante do que aquele para o qual nos dirigimos”.
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Assim como 2015, este 2016 está sendo um ano igualmente desafiador, com seguidas quedas reais na receita de caixa. Mas esse cenário, grave sem dúvida, não nos desanima. Pelo contrário, estamos trabalhando com energia e disposição, constituindo ações de vanguarda”
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ARTIGO INDÚSTRIA
O caminho do desenvolvimento ROBSON BRAGA DE ANDRADE é presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI)
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V
ivemos um momento delicado, que muitos apontam como a pior recessão da nossa República, em grande parte condicionada pelo cenário político. Em 2016, teremos o segundo ano de profunda retração do Produto Interno Bruto (PIB), que já havia registrado estagnação em 2014 e queda de 3,8% em 2015. O setor industrial experimentou encolhimentos mais severos do que o restante da economia. A contração maior se deveu à forte pressão competitiva nos mercados globais e aos poucos avanços na melhoria de nossa competitividade. A indústria enfrenta um panorama muito ruim, com sérios prejuízos em todos os segmentos. Em 2015, o PIB industrial caiu 6,2%. A produção baixou 8,3%, o pior resultado em 12 anos. As dificuldades na economia também se explicam pela utilização, nos primeiros anos da década, de políticas que privilegiaram o estímulo ao consumo de curto prazo, em detrimento dos investimentos e da melhora do ambiente de negócios. Porém, alguns indicadores levam a crer que a economia parou de piorar. O setor externo mostra recuperação, na esteira da mudança cambial e da contração da demanda doméstica, com aumento do superávit comercial e redução do déficit em conta-corrente. A recuperação será lenta. O mais importante é saber do que precisamos para retomarmos o caminho do desenvolvimento. Temos dois desafios principais: estancar o desequilíbrio fiscal e
adotar medidas que melhorem, de maneira expressiva, o ambiente de negócios. Sempre disposta a colaborar na criação de um ambiente favorável ao desenvolvimento econômico e social, a CNI apresentou ao novo Governo a Agenda para o Brasil sair da crise – 2016-2018. O documento, que lista 36 medidas para enfrentar esse período de transição, é resultado do trabalho conjunto da CNI, das federações estaduais das indústrias e das associações setoriais participantes do Fórum Nacional da Indústria. Também entregamos ao Governo um documento intitulado 119 propostas para a competitividade com impacto fiscal nulo, uma iniciativa relevante num tempo de restrição fiscal. Apresentamos, ainda, cinco ações emergenciais para ajudar as indústrias a vencer a crise. Essas ações fundamentais são: a revisão do programa de refinanciamento de débitos fiscais, o Refis; a ampliação do prazo de recolhimento de tributos; a regularização das condições de crédito às empresas; a volta da alíquota de 3% do Reintegra; e o acesso amplo aos recursos de financiamento às exportações. Dar prioridade às exportações é extremamente importante num cenário de dificuldades no mercado interno. Há grande preocupação com a manutenção de um câmbio competitivo, que estimule as estratégias de comércio exterior das empresas. O ajuste da alíquota do Reintegra é indispensável. Esse programa é necessário para compensar as distorções do sistema tributário, enquanto não se ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
eliminam os resíduos acumulados da cobrança de impostos na cadeia produtiva. Devemos ampliar o alcance dos acordos bilaterais de comércio, com a conclusão dos que estão em tramitação e a abertura de outras negociações. Também consta da agenda da CNI o aperfeiçoamento dos mecanismos de financiamento do comércio exterior e a conclusão da agenda de facilitação do comércio. Na infraestrutura, precisamos acelerar o processo de concessões ao setor privado, consolidando um modelo regulatório capaz de atrair a participação de empresas. É necessário fortalecer as agências reguladoras, de modo a dar segurança jurídica e previsibilidade à participação privada nos investimentos. Nesse campo, a revisão do regime de partilha na exploração do pré-sal é uma mudança emblemática. A medida não significa apenas o endosso à ampla participação de empresas privadas e a uma maior competição nos leilões. Ela também retira um ônus excessivo imposto à Petrobras, que restringe a possibilidade de contratação de novos blocos e a exploração das reservas. Ainda na questão regulatória, é fundamental disciplinar os procedimentos para a desconsideração da personalidade jurídica, instrumento crucial para o desenvolvimento dos negócios, e simplificar o processo de licenciamento ambiental. Ambos os pontos dão segurança às decisões de investimento das empresas. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
As iniciativas do novo Governo vão na direção correta para a recuperação da confiança. São exemplos as mudanças na política externa, com foco nos interesses econômicos do país, a nova mentalidade na infraestrutura e as medidas de consolidação fiscal, como a imposição de um teto ao crescimento dos gastos públicos e a sinalização da reforma da Previdência. O caminho é complexo, exigindo firmeza para a consolidação de um ambiente favorável ao crescimento. A modernização da economia também pressupõe a atualização das relações de trabalho, o aperfeiçoamento da estrutura tributária e condições financeiras assemelhadas às de nossos competidores. Exigências burocráticas excessivas aumentam os custos e reduzem a capacidade competitiva, ainda mais em momentos de crise. Um exemplo é a NR-12, que impõe custos desnecessários de adaptação a máquinas e equipamentos (novas e preexistentes) Apesar das dificuldades, temos plena convicção de que é possível reverter esse grave cenário negativo, retomar a confiança e voltar a avançar a taxas satisfatórias, com criação de empregos de qualidade e geração de renda. Precisamos fazer com que o Governo ouça a nossa voz. O setor público precisa entender a importância de uma indústria forte, dinâmica e competitiva, sem a qual não há crescimento econômico sustentado ao longo do tempo nem, muito menos, país desenvolvido.
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Sempre disposta a colaborar na criação de um ambiente favorável ao desenvolvimento econômico e social, a CNI apresentou ao novo Governo a Agenda para o Brasil sair da crise – 2016-2018”
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ARTIGO INDÚSTRIA
A indústria firme e atuante ARISTÓTELES PASSOS
é vice-presidente da Findes, diretor para assuntos do IEL e diretor-presidente do Inocoopes
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E
stamos comemorando mais uma edição do anuário “IEL 200 Maiores Empresas do ES” em um período de muitas indefinições de natureza política e econômica, mas com uma certeza: vamos superar esse quadro conturbado. O Sistema Findes/Cindes investe em 2016 quantidade expressiva de recursos em inovação, saúde, lazer e educação, numa demonstração inequívoca de confiança na indústria capixaba e na crença da imediata recuperação de nossa economia tão logo sejam resolvidos os entraves políticos. Nesse diapasão, o Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES), como entidade do Sistema Findes, vem consolidando sua vocação voltada para a capacitação em gestão e a educação superior, além de evidenciar sua marca como gestora de um importante banco de dados econômicos que coloca neste momento à disposição do mercado as mais relevantes informações sobre a performance das empresas capixabas. Esse acervo de dados econômicos tem sido fundamental na orientação das tendências
e no direcionamento dos investimentos privados, além de propiciar uma avaliação segura das condições em que se encontram as empresas dos diversos segmentos da economia estadual. Mesmo cientes das dificuldades por que passam as empresas, estamos mantendo firme nosso propósito de fomentar os mercados com informação de qualidade. O IEL-ES tem sido braço importante do Sistema Indústria na oferta de produtos de alto nível, com preços competitivos, sempre focado no benefício às industrias capixabas. Está presente em todo o Estado por intermédio das unidades regionais do Sistema Findes e pode ser demandado por qualquer empresa industrial para atendimento às suas necessidades. É importante também enfatizar a disponibilidade do IEL-ES para atendimento a todo o mercado, incluindo empresas de comércio e de serviços. A experiência dessa instituição, acumulada ao longo dos anos, a credencia e a torna uma consultoria especializada e uma escola de referência em gestão e capacitação superior.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
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ARTIGO GESTÃO EMPRESARIAL
A diferença que um verdadeiro líder faz AMERICO BUAIZ FILHO é diretor-presidente do Grupo Buaiz
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H
á várias definições de líder. A que eu gosto mais porque, na minha opinião, traduz melhor a essência e o papel, é que líder é aquele que tem seguidores. Sim, já que ninguém é líder de si mesmo, mas é eleito por quem segue suas ideias, suas propostas, e que define para muitos um “norte” de como agir, pensar, viver... Seu poder, portanto, é conferido pelo “outro” e é proporcional ao número de seguidores que “arrebanha” no exercício de um papel que escolhe desempenhar. Por isso temos líderes de várias naturezas: políticos, religiosos, empresariais, artísticos... Não é incomum, pois, que sejamos seguidores de vários líderes, porque dificilmente uma só pessoa representa todo o nosso ideário como ser humano ou profissional. Podemos desde já nos arriscar a uma primeira conclusão: temos pretensos líderes demais e ao mesmo tempo temos uma carência de verdadeiros líderes! Fiel à definição original de que líderes são os que têm seguidores, há hoje muitos estímulos da tecnologia, do fácil acesso à informação, da farta exposição nas mídias convencionais e nas redes sociais para que sejamos liderados por “formadores de opinião” aos quais nos subordinamos, não raramente, de forma exacerbada e indiscriminada. Mas devemos nos perguntar qual é a qualidade dessas lideranças “empoderadas” por instrumentos que refletem pouco conteúdo, mas que são estimu-
ladas e massificadas por um sistema submetido ao “império da imagem”. E da resposta dependemos para classificarmos o que seria um verdadeiro líder que, além de ter muitos seguidores, exerce sua liderança de forma consistente, persistente, construtiva e que influencia indivíduos, comunidades, povos para terem nas suas palavras e atitudes uma verdadeira referência para reproduzirem um padrão de comportamento que ofereça como resultado concreto um conjunto de ações positivas que mudam o mundo, em sentido figurado ou literal, para melhor. Portanto, a verdadeira liderança é aquela que não se beneficia de forma individual por interesses próprios, mas, ao contrário disso, faz uma renúncia em benefício do coletivo. Verdadeira que é, toma sua real dimensão nos atos que pratica no presente mas, muito mais do que isso, é mesmo ampliadas pelas lentes da História! Para ilustrar de forma concreta aquilo a que nos referimos, lembramos a seguir alguns dos líderes que contribuíram com a humanidade e que, com sua existência, deixaram legados que são verdadeiros exemplos de liderança. • Jesus Cristo: o maior de todos os líderes, pelo número dos seus fiéis seguidores (que não param de crescer) e pelos ensinamentos que, como prática, fazem a diferença maior para os seres humanos de qualquer crença religiosa. • Júlio César: foi um dos homens mais influentes antes de Jesus Cristo e o resANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
ponsável não só por transformar a República Romana em império, como também por fazer com que Roma fosse o império mais importante e poderoso da Antiguidade. • Mahatma Gandhi: influenciou mais de 350 milhões de pessoas por uma revolução pacífica. Durante 20 anos, lutou em uma “não guerra”, sendo a voz do povo e mobilizando diversos líderes de outros países. Conseguiu que a Índia se tornasse um país independente. Seus ideais de paz e de uma vida natural são exemplos até hoje. • Franklin Roosevelt: foi um dos presidentes americanos mais importantes da História. Liderou durante dois mandatos e foi o responsável por trazer esperança para seu povo durante a Grande Depressão e a 1ª Guerra Mundial. Ele administrou situações caóticas e proporcionou prosperidade para a América do Norte. • Martin Luther King: motivou milhares com seus protestos e discursos na sua luta pelo fim da desigualdade racial. Tornou inesquecível a frase “Eu tenho um sonho!”. • Abraham Lincoln: considerado o maior presidente americano, já que foi responsável por administrar os EUA durante a Guerra Civil e modernizar a economia do país. • Getúlio Vargas: liderou o Brasil por mais de 15 anos, sendo considerado o “pai dos pobres”, responsável pelas leis trabalhistas e por defender os direitos dos ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
desassistidos. Ao suicidar-se, “saiu da vida para entrar para a História”. • Nelson Mandela: dedicou toda a sua vida, dos quais 27 anos na prisão, aos direitos humanos. Não poderia concluir minha abordagem sem afirmar que, da mesma maneira que as verdadeiras lideranças (como as anteriormente citadas) têm o poder positivo de operar mudanças de grande magnitude para o bem, as “pseudo lideranças” (algumas ancoradas pelo “sagrado” apoio popular e utilizadas com propósitos “equivocados” e egoísticos) têm efeito exatamente contrário e destrutivo, fazendo a diferença para pior! Infelizmente, para exemplificarmos esta última classe de lideranças, não precisamos ir muito atrás no tempo nem sair do Brasil. Bastaria que nos lembrássemos dos políticos brasileiros que ocuparam, sobretudo na última década, a presidência da nação ou do Congresso Nacional, além de outros cargos de grande poder e repercussão. Mas não vou encerrar este artigo de forma amarga, nem com maus exemplos. Ficarei com a lembrança do Papa Francisco, uma liderança nova que, há apenas três anos, como chefe do Vaticano, resgatou milhares de fiéis no mundo inteiro e resumiu com uma frase tudo o que um líder precisa acreditar para fazer a diferença de verdade: “Quem não vive para servir não serve para viver”.
“
A verdadeira liderança é aquela que não se beneficia de forma individual por interesses próprios, mas, ao contrário disso, faz uma renúncia em benefício do coletivo”
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ARTIGO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL
Cidades inteligentes e humanas ANDRÉ GOMYDE é presidente da Companhia de Desenvolvimento de Vitória e da Rede Brasileira de Cidades Inteligentes e Humanas da Frente Nacional de Prefeitos
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A
s empresas de tecnologia da informação e comunicações descobriram que as cidades são um grande filão de mercado para seus softwares e hardwares. Com diversos problemas a serem enfrentados pelas prefeituras e pela população de modo geral, novos equipamentos e soluções tecnológicas começaram a ser desenvolvidos, permitindo que as cidades passassem a usufruir das câmeras de videomonitoramento, dos sensores para estacionamentos rotativos, dos semáforos inteligentes e de diversas outras ferramentas. Nasciam, assim, as cidades digitais. Essa quantidade enorme de tecnologias começou a gerar dados que, na maioria das vezes, são perdidos ou desperdiçados, quando poderiam ser utilizados para melhorar os sistemas de informações gerenciais de apoio à tomada de decisões que possam transformar a gestão das cidades em eficiente e eficaz. Foi assim que surgiu a ideia de se buscar uma integração entre as diversas tecnologias empregadas nas cidades, criando uma interoperabilidade entre elas, para que todas as informações colhidas constantemente pudessem ser mescladas e, assim, possibilitar um nível mais preciso de conhecimento sobre os problemas e atividades do dia a dia. As cidades digitais começaram a se transformar em cidades inteligentes. Com o nascimento de uma rede europeia de cidades abertas – pela qual se começou a trabalhar a perspectiva de transparência nos dados coletados
pelas prefeituras, de uma maneira que a população pudesse ter total acesso a esses dados e, com isso, ser copartícipe na construção de um modelo de gestão que pudesse proporcionar melhor qualidade de vida para todos – nasceu também o conceito de cidades inteligentes e humanas, que são aquelas que, além de integrar as tecnologias por meio de plataformas abertas, ainda trabalham com as pessoas, fazendo sua inclusão digital e ensinando a conhecer os dados que as prefeituras devem disponibilizar, bem como a apresentar suas demandas, para que de uma forma coletiva se consiga construir uma cidade que funcione de maneira eficiente. A metodologia aplicada às cidades inteligentes e humanas para a inclusão das pessoas, de forma que tirem o melhor proveito das tecnologias, é conhecida como living lab (laboratório vivo), na qual cada bairro se torna um grande laboratório de aprendizado e experiências que podem ser trocadas com os demais bairros, fazendo uma grande integração de toda a cidade, facilitando muito sua gestão, com a participação de todos. Os “laboratórios vivos” são, também, uma grande motivação para o empreendedorismo, porque as pessoas podem utilizar-se de seu poder criativo para gerar negócios e utilizar a integração e a conexão com o mercado mundial para vendê-los e, assim, ganhar dinheiro, movimentando a economia local. A cidade inteligente e humana tem, portanto, três pilares fundamentais: a infraestrutura tecnológica, ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
o desenvolvimento das pessoas e a geração de negócios conectados com o mercado mundial. Criamos no ano de 2014 a Rede Brasileira de Cidades Inteligentes e Humanas, dentro da Frente Nacional de Prefeitos, baseados no modelo europeu e – em parceria com a academia e com diversos setores representativos das empresas – publicamos o documento “Brasil 2030: Cidades Inteligentes e Humanas”, que dá o direcionamento para as cidades que queiram se desenvolver nesse sentido, com o passo a passo que os gestores públicos devem seguir para sua implantação. Por aqui, cumprindo as orientações desse documento, o modelo de gestão compartilhada da prefeitura, e baseados nos três pilares fundamentais, estamos dando na gestão os passos fundamentais para que Vitória se torne uma das primeiras cidades inteligentes e humanas do Brasil até 2030. Com a participação de diversas secretarias e da Companhia de Desenvolvimento de Vitória, planejamos a capital no longo prazo para que ela possa ter uma nova matriz econômica que a torne, além de um dos melhores ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
lugares do Brasil para se viver, um município pujante em sua economia. Nossa estratégia começa com três grandes projetos: a retomada da implantação do Parque Tecnológico, que após 26 anos teve seus recursos disponibilizados e a obra iniciada; a Fábrica de Ideias, que, em uma parceira com o Ifes e com o Sebrae, vai ser o grande centro de formação de pessoas para a tecnologia e para o empreendedorismo; e a PPP de Iluminação Pública, que vai transformar nosso parque de iluminação em uma grande rede de transmissão de dados e de conexão em alta velocidade com o mercado mundial. Iniciamos, também, a preparação da instalação de um nó da Fiware, que é uma plataforma europeia aberta de integração tecnológica, em parceria também com o Ifes. Com a compreensão de que somente conseguiremos transformar nossa cidade com planejamento e execução, estamos confiantes de que adotamos uma estratégia de Estado, e não apenas de um governo. A continuidade dessas ações será a garantia de um futuro muito promissor, com Vitória se tornando uma cidade inteligente e humana.
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Os ‘laboratórios vivos’ são uma grande motivação para o empreendedorismo, porque as pessoas podem utilizar-se de seu poder criativo para gerar novos negócios”
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ARTIGO ECONOMIA
Desenvolvimento e cooperativismo: uma realidade contemporânea BENTO VENTURIM é presidente do Sicoob ES e do FGCoop
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modelo de economia compartilhada vem ganhando força no Brasil e no mundo por meio de diversas iniciativas. Esse conceito contemporâneo de união, que traduz o ganho capaz de ser gerado por meio do processo colaborativo, é o princípio base do cooperativismo. Quando pessoas e organizações se integram com um propósito comum e com sentimentos mútuos, todos têm algo a acrescentar, obtendo consequentemente a agregação de valor que beneficia os envolvidos. Nessa perspectiva, o cooperativismo se consolida por promover o desenvolvimento sustentável e inclusivo. Isso ocorre pela percepção das oportunidades ainda não exploradas e pelo acolhimento das necessidades do meio em que estão inseridas, o que torna as cooperativas grandes parceiras da população em geral. Uma das características marcantes dessas instituições é a capacidade de contribuir ativamente para o desenvolvimento socioeconômico das regiões onde atuam, seja com o atendimento a demandas referentes a serviços, seja com a disponibilização de produtos de forma acessível ao público-alvo. Daí seu papel determinante para auxiliar pessoas e empresas nessa fase de ajustes da economia. Por serem sociedades de pessoas, exercem seu papel com destaque em momentos como o que vivemos, pois continuam com seus investimentos. Geralmente, essas organizações conseguem se sobressair em momentos de crise. Elas tiveram origem em 1844, na Revolução Industrial, exatamente
em função da difícil situação econômica mundial. Naquele momento, houve grande desemprego, em razão da substituição do trabalhador pela máquina e, em meio a essa realidade, as cooperativas foram criadas e se destacaram. Segundo a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), hoje há cerca de 7 mil instituições desse tipo no país, contribuindo direta e indiretamente para o desenvolvimento, em 13 ramos. No Espírito Santo, são quase 8 mil funcionários colaborando para a promoção do bem-estar social de 237 mil cooperados e de suas famílias. Existem 121 cooperativas atuando em nove categorias diferentes, mas com um mesmo foco: o ganho coletivo.
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O segmento de crédito tem se destacado e se desenvolvido muito nos últimos anos, devido às crises mundial e nacional. Consequentemente, cresceu em importância o papel que ele desempenha na inclusão financeira de milhares de pessoas em todo o Brasil, contribuindo para o fortalecimento da economia. Alguns dados dimensionam sua estrutura do segmento: hoje, chega a 8,7 milhões o número de associados a cooperativas de crédito no Brasil. O total de depósitos feitos por pessoas físicas e jurídicas nos bancos cooperativos e nas cooperativas de crédito brasileiras já estava em R$ 83,6 bilhões em dezembro de 2015. Essas instituições têm, juntas, a maior rede de atendimento financeiro do país: 5.669 pontos. No Sicoob ES, a gama de investimentos tecnológicos e estruturais propicia aos cooperados uma experiência cada vez mais positiva, o que justifica o índice de 84,5% registrado na última pesquisa sobre o grau de satisfação. O percentual de 97,4% dos associados que indicam a instituição para outra pessoa também comprova essa parceria plena. Um dos maiores exemplos de sucesso relacionando o Sicoob ao desenvolvimento regional é o município de Governador Lindenberg, situado ao norte do Espírito Santo, onde cerca de 85% da movimentação de finanças são feitos por meio da entidade financeira cooperativa. Entre outros motivos, a proximidade da instituição com os asso-
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ciados é um dos fatores que motivam a grande aderência no local. A criação de novas empresas e a ampliação de negócios já existentes, por meio de linhas de crédito e de financiamentos, são alguns dos resultados provenientes dessa parceria com a população. Esse processo gera a abertura de postos de trabalho, a oferta de condições de liquidação de dívidas e a devolução do poder de compra ao consumidor. O Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop) é o órgão que promove a solidez das instituições desse segmento. Atualmente, além de assegurar os depósitos dos associados, o Fundo realiza atividades de monitoramento, exercendo efetivamente o papel de promotor da estabilidade e do crescimento do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC). O reconhecimento, por parte da Organização das Nações Unidas (ONU), das cooperativas como estruturas de extrema necessidade para o desenvolvimento global vem aumentando a cada ano e atesta a importância dessas corporações para o avanço da sociedade. Segundo o órgão, 16% da população são clientes ou membros de uma cooperativa, cujos ativos valem US$ 20 trilhões, quando consideradas as cerca de 2,6 milhões de unidades desse tipo, que empregam 12,6 milhões de pessoas no mundo. E os rendimentos anuais destas chegam a US$ 3 trilhões. O conhecimento das práticas e a progressiva adesão a esses empreendimentos são motores de incentivo à expansão do modelo cooperativista como alternativa viável para o desenvolvimento de forma saudável, segura e com grandes retornos. Nossa visão para o futuro é poder colher os frutos das boas iniciativas implementadas agora, de maneira muito mais satisfatória e com a participação de um número cada vez maior de pessoas.
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Uma das características marcantes dessas instituições é a capacidade de contribuir ativamente para o desenvolvimento socioeconômico das regiões onde atuam”
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ARTIGO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL
Educação e desenvolvimento sustentável GUILHERME HENRIQUE PEREIRA é economista, professor e doutor em Ciências Econômicas
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o Brasil de hoje, uma revolução na educação brasileira – em termos de abrangência e qualidade – só poderá acontecer mediante fortes intervenções nos níveis médio e superior e na formação de mestres e doutores. O viés adotado para a abordagem é o de avaliar a disponibilidade de recursos humanos para o progresso técnico e, consequentemente, para o desenvolvimento sustentável do país. As mudanças de paradigma tecnológico estabeleceram demandas diferenciadas em conhecimento e em quantitativo muito mais elevado. Um desafio dramático para o Brasil, que partirá de enormes deficiências centradas nos pilares de tímida abrangência do ensino superior e de baixa formação na área tecnológica. Já se fez um esforço de ampliação do atendimento nas faixas do ensino fundamental (até 14 anos) e do ensino médio (15 a 17 anos). No primeiro grupo, esse objetivo foi praticamente alcançado, com a taxa de matrícula atual no patamar de 98%. Daqui para a frente o desembolso necessário é o de manutenção e foco na melhoria constante da qualidade, com avanços registrados, mas ainda com muito a fazer, sobretudo nos municípios mais pobres. O ensino médio requer muito mais atenção. Se por um lado foram realizados investimentos importantes, exibindo oferta de vagas suficientes para a população da respectiva faixa etária, os dados mostram elevado nível de evasão. A taxa de matrícula (15 a 17 anos na escola) é da
ordem de 55%. É assustador o número de jovens que não estudam. Essa é uma faixa com problema grave e que exige um grande esforço de criatividade para vitalizar a escola, aumentando a inclusão e baixando os índices de evasão. No universitário (graduação e pós) é que o Brasil apresenta a situação de maior precariedade. Defender a prioridade quase absoluta do ensino fundamental admite a interpretação de desinteresse total pela alocação de recursos na educação, já que nesse nível os desembolsos são agora de manutenção. São os outros públicos que requerem pesados desembolsos de investimento e manutenção. Tal desafio só será enfrentado por aqueles realmente interessados na educação e no desenvolvimento do país. No ensino superior há 7,8 milhões de matriculados. Os universitários na idade (18 a 24 anos) considerada natural nesse nível representam apenas cerca de 16% da população nessa camada etária. Talvez o mais baixo índice da América Latina, posto que vários países já alcançaram o percentual de 30%, e também da Europa, onde ele gira acima dos 40%. Além da baixa matrícula no ensino superior, desse pouco, apenas 13% estão no campo “tecnológico”. E o pior é que há uma tendência de perda de participação das áreas voltadas para tecnologia e inovação, distanciando-nos ainda mais das necessidades de RH para o desenvolvimento sustentável. Na pós-graduação o atraso brasileiro é ainda maior. Apesar do crescimento recente, os dados absolutos de titulações ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
por ano ainda demonstram vergonhosa distância entre os indicadores nacionais e os dos demais países. Os números são os seguintes: PROGRAMAS Programas de mestrado Programas de doutorado
1996 1.187 630
2014 3.620 1.954
O aumento anual foi da ordem de 6,45% na média para os programas de mestrado, mas mostrando uma preocupante perda de ritmo, já que nos últimos dois anos a alta foi de apenas 4,5%. Não foi diferente para os programas de doutorado: 6,5% de elevação ao ano, mas sem ampliação nos últimos anos da série, 2013 e 2014. Em 1996, o conjunto “tecnológicas” representava 69,3% dos programas de mestrado existentes, e em 2014 passaram para 52,9%. No caso do doutorado, também houve retração de 72% para 60% no mesmo período. Fica bem definida uma tendência de emprego dos recursos disponíveis em determinada direção. Se o estoque e a quantidade de titulados são baixos na comparação internacional, as perspectivas são de atraso ainda maior no futuro, já que a infraestrutura de formação se encolhe em termos relativos, como visto acima. Dessa forma, insuficiente para sustentar a competitividade do Brasil no mundo contemporâneo e, seguramente, distanciando-se do necessário para reduzir o atraso observado. Quanto ao número de titulados, em 1996 o Brasil formou 10.482 mestres, e 50.206 em 2014
– um incremento da ordem de 379% no período, mas mostrando redução da taxa de expansão nos anos mais recentes. Já os novos doutores somavam 2.854 em 1996 e 16.729 em 2014, um crescimento no intervalo analisado de 486,2%, ou 15% ao ano. Contudo, o que mais preocupa é a perda de velocidade dessa alta, que desacelerou para cerca de 8% ao ano no último quinquênio. Quando consideramos áreas de conhecimento, novamente se constata a perda de participação das “tecnológicas”, de 61,9% dos doutores titulados em 1996, para 51,8% em 2014. Mais uma vez se confirma a ausência de política para o enfrentamento do grande desafio mundial. Na comparação internacional, a classificação do Brasil é, lamentavelmente, a antepenúltima no conjunto dos países da OCDE: 7,6 por 100 mil habitantes, contra 41,1 no Reino Unido ou 25,1 na Coreia do Sul. Assim, é fácil perceber que uma possível arrancada do Brasil em progresso só será possível mediante uma revolução no seu sistema educacional. E isso só acontecerá mediante uma forte política de formação de recursos humanos a partir do nível médio, mas especialmente nos níveis superior e alto para a pesquisa e desenvolvimento tecnológico.
50 40 30 20
41 39,7 39,1 35 34,9 34,8 34,4 33,6 33,4 30,5 29 26,3 25,7 25,1 23,1 22,5 21 20,6 19,1 17,6 17,5 12,9 11,5 10,8
60
56,6
Número de títulos de doutorado por 100 mil habitantes, Brasil e países da OCDE, 2013
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As mudanças de paradigma tecnológico estabeleceram demandas diferenciadas em conhecimento e em quantitativo muito mais elevado. Um desafio dramático para o Brasil, que partirá de enormes deficiências centradas nos pilares de baixa abrangência do ensino superior e de baixa formação na área tecnológica”
7,6 4,2 3,4
10
Eslovênia Reino Unido Portugal Rep. Eslocava Austrália Finlândia Suécia Alemanha Dinamarca Irlanda Noruega Nova Zelândia Áustria Holanda Coreia do Sul Rep. Tcheca Espanha França Estados Unidos Israel Estônia Itália Japão Turquia Hungria Brasil México Chile
0
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Nota: Todas as estatísticas utilizadas neste artigo foram obtidas no relatório de pesquisa “Mestres e Doutores”, publicado pelo CGEE e disponível em www.cgee.org.br 25
ARTIGO INDÚSTRIA
Uma nova chance para o Brasil JOSÉ ARMANDO CAMPOS é presidente do Conselho de Administração da ArcelorMittal Brasil S.A. e membro dos Conselhos de Administração da Rede Gazeta e da Biancogres S.A. e do Conselho Deliberativo do Movimento Empresarial Espírito Santo em Ação. Também é integrante do Conselho Diretor do Instituto Terra, que atua na recuperação ecossistêmica do vale do Rio Doce
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á se disse algumas vezes que 2016 será um ano para ser esquecido. Os registros nos colocam em desvantagem sob qualquer perspectiva em que se avalie nosso desempenho, especialmente nos campos econômico, social e ambiental. Os números mostram forte contração da atividade econômica, aumento do endividamento público e das famílias e recorde da inflação e do desemprego. Quando a história desse período for escrita, por melhor contextualizada que seja face ao panorama geopolítico e econômico global, nosso desempenho ganhará alguns destaques, e talvez o maior deles seja o número de oportunidades perdidas para transformar a realidade do país. Não podemos eleger um setor da economia como o grande perdedor. Certamente, a indústria pagou mais caro que outros segmentos pelos erros acumulados na política econômica durante o primeiro mandato de Dilma Rousseff na presidência da República. Em maior ou menor grau, não houve um campo da indústria brasileira que tenha escapado da crise. Assistimos, ano após ano, desde 2012, a um aumento crescente de sua ociosidade, outro dos tristes recordes que devem ser batidos em 2016. Um desastre para quem investiu, esperava um retorno razoável, e não apenas viu sua expectativa ir por água abaixo, como também ainda teve que suportar os aumentos de custos fixos, o comprometimento do capital de giro e a conse-
quente queima do caixa. Sem demanda para seus produtos e sem perspectiva para novos investimentos, empregos se foram, contribuindo ainda mais para a queda da renda média do trabalhador, já corroída pela inflação fora de controle. Podemos debitar todo esse estrago a uma política industrial equivocada, mas certamente, a principal causa foi
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a perda dos fundamentos de uma gestão macroeconômica responsável e competente resultando numa desorganização financeira e contábil que haverá de consumir muita energia para ser revertida. Contudo, começa-se a vislumbrar um novo cenário. Aparentemente o pior já passou. Parece que estamos a assistir ao início de uma recuperação que, pelo tamanho da agressão aos fundamentos de uma boa gestão, deverá ser mais lenta do que gostaríamos e que vai nos exigir, em todos os segmentos da economia, muita paciência e disciplina. Todos os sinais apontam, se não para um crescimento do PIB no segundo semestre, pelo menos, para que ele pare de cair, já que o último resultado trimestral mostrou a quinta queda consecutiva. Mas reverter uma economia do tamanho da nossa é como alterar, em 180 graus, a direção de um transatlântico. Por conta disso, ainda
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deveremos ver uma série de números negativos, com recessão e desemprego em vários segmentos da atividade econômica. Os mais pessimistas podem dizer que a situação não é boa, mas a perspectiva de um número positivo para o PIB em 2017 deve servir para que nos apliquemos na melhoria dos fundamentos de nossa competitividade, enquanto os “dias melhores” não deixam de ser apenas uma esperança. Para nos motivarmos melhor, é bom acompanhar os indicadores de confiança da CNI ou os de intenção de investimento da FGV. O Icei (Índice de Confiança do Empresário Industrial) cresceu pelo terceiro mês seguido desde abril. Também o Índice de Intenção de Investimento da Indústria subiu em junho, pela primeira vez depois de 11 trimestres seguidos de queda. Embora em ambos os casos a variação tenha sido discreta, poderão evoluir melhor nos próximos meses com a consolidação de melhor governança política. Mais uma vez, é bom lembrar, estamos falando de expectativas, que só vão se traduzir em realidade caso sejam suportadas por melhorias do ecossistema como um todo. Os avanços na economia podem acontecer no curto prazo, mas sua sustentação num horizonte que garanta o crescimento amplo e estável somente acontecerá se o cenário político-institucional e a governança pública estiverem arrumados. Por mais repetitivo que possa parecer, a mudança no quadro dos fatores externos que afetam o ambiente de negócios do Brasil está sendo reclamada desde há muito e tem mostrado, infelizmente, poucos resultados práticos. O IMD1, que organiza anualmente um estudo sobre a competitividade relativa dos países, deixa clara, com seus números, a grande disparidade que há no Brasil entre a competitividade do setor privado e aquela do setor público. Entre o início da década passada até 2013, o Brasil se apresentou moderadamente eficiente no setor privado, ocupando a primeira metade dos países mais eficientes. Um reconhecimento, não só à dinâmica do setor e à sua capacidade e criatividade para atender os mercados, como também à sua saúde financeira, suas práticas
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Não podemos eleger um setor da economia como o grande perdedor. Mas, sem sombra de dúvida, a indústria pagou mais caro que outros segmentos pelos erros acumulados na política econômica”
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ARTIGO
de gestão e competência, fundamentadas em sólido conjunto de crenças e valores. Por outro lado, também nos apresentávamos altamente ineficientes no setor público, colocados entre os 10 últimos de uma lista de cerca de 60 países pesquisados. Ou seja, se de um lado nos posicionávamos ao lado de nações competitivas, do outro, nos víamos disputando as vagas entre as mais ineficientes e menos competitivas da África e da América Latina. Pois bem, o que não era bom ficou pior. Passado o boom das medidas anticíclicas, turbinado pelo espetacular aumento dos preços de commodities, entramos em queda acentuada no ranking da competitividade mundial. Sem nenhum motivo para comemorar, vimo-nos cair continuadamente na lista geral, da 38ª posição que logramos ocupar em 2010 para a 57ª, entre 61 países, em 2016. Fica evidente que a deterioração da governança política arrastou consigo e colocou a perder boa parte da eficiência e da produtividade do setor privado que o Brasil vinha acumulando. Neste ano de recordes negativos, a eficiência governamental desceu às profundezas, passando a ocupar a última posição, ultrapassado pela Venezuela, e trazendo atrás de si a eficiência dos negócios para a 51ª posição. Lição aprendida para não ser esquecida: a classe empresarial tem imensa responsabilidade na melhoria da governança pública e deve fazer valer suas crenças e seu projeto para o país que queremos, dentro do jogo democrático. Suas armas de convencimento? Maior acompanhamento dos que forem eleitos para os cargos públicos e um esforço continuado, fundamentado nos bons exemplos, para uma educação da sociedade baseada na ética e em bons valores. O que está por vir nos próximos meses e no curto prazo, dentro de dois anos, pode ser vital para a retomada do crescimento com qualidade. Enquanto as reformas fundamentais não vêm, que trabalhemos no plano infraconstitucional, buscando simplificar a vida dos que produzem e que geram emprego e renda. Desburocratizar e simplificar deveriam ser palavras de ordem e, em certa medida, adotadas por todos nós, tanto no público quanto no privado, pois está na nossa índole e na nossa formação cultural buscarmos proteção por meio de privilégios e regalias incompatíveis com o mundo atual. Uma das grandes batalhas a serem enfrentadas é a reforma previdenciária ampla para funcionários públicos, em todos os níveis de governo, e para os empregados da iniciativa privada. As contas da Previdência no Brasil, se não saneadas convenientemente, funcionarão como uma pesada âncora
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nos cofres públicos, impedindo o pleno desenvolvimento das nossas potencialidades como nação. Qualquer refrega pela preservação do modelo atual será uma briga vencida pela realidade atuarial de um país que começará logo a perder sua vantagem demográfica. Se o jogo final tiver a vitória do corporativismo e da ideologia, aposentados e pensionistas poderão, ao fim, ficar com a melhor parte do nada absoluto. Outra mudança fundamental para o nosso desenvolvimento social e econômico é a reforma política. A multiplicação de partidos políticos sem nenhum conteúdo programático e representatividade só faz com que aumentem a ineficiência da máquina de governo e a conta para os contribuintes. Para finalizar, uma pergunta: qual a prioridade para os que militam no mundo real da economia e dos negócios, especialmente, na indústria? Para iniciar a resposta, é importante repetir o bordão que diz que “crise é sinônimo de oportunidade” e que a economia vai experimentar, sempre, altas e baixas sucessivas. Se na queda dos nossos negócios tivermos a coragem de tomar as medidas necessárias, ainda que antipáticas ou dolorosas, na retomada do crescimento estaremos mais ajustados e, consequentemente, mais prontos para colocar todas as energias na entrega de melhores produtos e na reconquista rápida dos clientes. Todo o esforço despendido na melhoria da produtividade retorna na melhoria da nossa competitividade. Temos acompanhado o empenho de algumas empresas brasileiras que, além de rever suas estratégias de crescimento em razão da freada a que foram submetidas, têm investido na revisão dos seus processos internos, buscando excelência operacional e melhor utilização dos seus ativos. São medidas que, certamente, as colocarão num novo patamar diante das concorrentes que não adotarem prática semelhante. Essa regra vale também para o setor público, e o Estado pode ser o mais próximo exemplo da veracidade dessa afirmação. A atratividade relativa dos países também funciona na escala nacional, e o Espírito Santo reúne quase todas as condições para sair na frente e abrigar novos investimentos, quando estes forem retomados. Ao fim, nossa crença em que só uma ação deliberada por parte do setor público, marcada pelo sentido de urgência e movida pelo restabelecimento da ordem econômica e da competitividade sistêmica do país será capaz de garantir que mais esse esforço do setor privado traga resultados perenes. O Brasil não pode perder essa chance, desmotivar mais uma vez aqueles que empreendem e sucatear, de vez, boa parte da sua indústria.
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ARTIGO ECONOMIA
A virada que se aproxima CLÓVIS VIEIRA é economista e sócio de Vieira & Rosenberg
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e olho no mundo, vimos que o Reino Unido nos pregou uma peça com o Brexit, uma vitória do populismo em terra de tradição quase milenar de maturidade política. Parece-nos que a maior vítima será ela mesma, mas foi lançado um foco de incerteza na Europa que direcionou um holofote sobre a fragilidade de algumas de suas instituições financeiras. Ainda, a China continua desaquecendo. Até onde esse movimento vai, é impossível de se dizer, dada a opacidade dos (poucos) dados que conseguem pular a Muralha em direção ao Ocidente. E o golpe-contragolpe da Turquia complica a confiança que se busca criar em favor dos emergentes. No Brasil, também surgem fatos desanimadores. Nunca houve corte efetivo de despesas públicas, atendo-nos somente àquele que cresceria muito e que, graças ao presidente Michel Temer, vai crescer um pouco menos. A redução do propalado déficit projetado de R$ 194 bilhões para R$ 139 bilhões vai se dar a partir de R$ 55 bilhões de receitas indefinidas. Ressalte-se que todas as tentativas de se ampliar o gasto, como reajustes de funcionalismo ou liberação de emendas parlamentares, prosperaram. No dia a dia, verifica-se que a recessão se aprofunda, o desemprego só se expande, e o Banco Central insinua que é muito cedo para cortar juros. Mesmo não defendendo a causa, o Governo deixa-nos saber a toda hora que, se faltarem recursos, a Cide e a
CPMF podem ser acionadas. Assim, quem esperava Temer liderando a aprovação do programa modernizante do PMDB, o “Ponte para o Futuro”, realmente fica incrédulo. Mas cabe reconhecer que, desde que assumiu o Executivo federal, ele demonstrou que sabe articular com o Congresso, elegendo um aliado presidente ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
da Câmara, com perfil de mercado. Aliás, muito do que se atribui à “frouxidão” presidencial é, na verdade, a capacidade de conciliar interesses em torno de objetivos maiores, como a votação definitiva do impeachment e a aprovação da PEC limitando o crescimento do gasto público. Fica claro que as conquistas do presidente da República na área econômica são animadoras. Mesmo com o agravante da recessão, há evidências bem concretas de
que o pior ficou para trás, desde os índices de confiança – que apontam para um otimismo em ascensão, tanto de produtores como de consumidores – até os indicadores de produção industrial. A inadimplência não piora e o desemprego segue avançando, mas a taxas minguantes. Quanto à inflação, as notícias são mais animadoras, com julho e agosto ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
registrando inflação abaixo de 0,5%, podendo fechar um trimestral anualizado de menos de 6%. Isso trará a sensação que permeia o mercado de que a inflação está mesmo marchando para o centro da meta, tudo o que o Banco Central precisa para iniciar o movimento de queda dos juros. Como sabemos, essa é a medida mais importante para a retomada do crescimento e a redução do ritmo da elevação da dívida pública. Quanto às contas externas, temos um dos mais brilhantes exemplos de virada de um déficit para superávit. Aqueles que alardeavam que a economia brasileira tinha se inviabilizado por perda de competitividade agora devem explicar como então somos capazes de retomar exportações e substituir importações com tal velocidade. Também, a entrada de investimento direto será suficiente para cobrir todo o nosso déficit em transações correntes. Com tudo isso, o investidor estrangeiro começa a lançar olhares sobre nossos ativos. Claro que a maior atração é a reação que as altas taxas provocam nos habitantes de terras de juros negativos. E essa atratividade só aumenta quando os fundos que investem em ações, averiguando as demais Bolsas do mundo trabalhando perto de seus picos históricos, verificam que a nossa está largada, às vésperas de uma retomada econômica e com uma taxa de câmbio difícil de repicar e impor perdas aos estrangeiros. Sem alguma intervenção, a taxa de câmbio caminharia mais para R$ 3,10/dólar do que para R$ 3,40. Finalizando esse cenário favorável, cabe destacar que os Estados Unidos fornecem ao Brasil o melhor cenário possível, crescendo, ajudando as nações a superarem suas dificuldades, gerando e partilhando riqueza. Ainda, sem pressão inflacionária, pois seu mercado de trabalho aparenta ter uma oferta ilimitada de mão de obra, e emprega sem pressionar salários. Como resultante, os aumentos de juros são postergados – tudo o que precisamos para derrubá-los sem ter o câmbio pressionado.
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A redução do propalado déficit projetado de R$ 194 bi para R$ 139 bi vai se dar a partir de R$ 55 bi de receitas indefinidas. Ressalte-se que todas as tentativas de se ampliar o gasto, como reajustes de funcionalismo ou liberação de emendas parlamentares, prosperaram”
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ARTIGO MEIO AMBIENTE
Smart farming e sustentabilidade: inteligência e solução para o agro mundial A ENIO BERGOLI
é engenheiro agrônomo, pós-graduado em Administração e Socioeconomia Rural, coordenador de Políticas Públicas da Sociedade Espírito-Santense de Engenheiros Agrônomos, ex-secretário de Agricultura do Espírito Santo e atual diretor geral do DER-ES (Departamento de Estradas de Rodagem do ES)
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prática do smart farming (agricultura i ntel igente) será determinante para mitigar problemas globais, garantir a satisfação da demanda por alimentos, fibras e energia renovável, preservar e recuperar recursos naturais e inserir novos perfis profissionais no complexo agroindustrial, entre outros temas relevantes da atualidade. Pesquisa recente do Monday Morning Institute, em parceria com a ONU, levantou as cinco principais soluções para os riscos atuais do mundo, obtidas a partir de entrevista com 5,5 mil líderes globais. E todas as soluções para desemprego, pobreza, crises financeiras, fome e desnutrição, emissão de carbono na natureza, educação, entre outros riscos, estão vinculadas direta ou indiretamente ao agronegócio. O espaço no campo para suprir as necessidades da população é cada vez menor. Há 55 anos, havia 4.428 metros quadrados de área agricultável no mundo para cada habitante. No ano 2000 esse indicador se reduziu a 2.479 metros quadrados e, em 2050, para uma população projetada de 9,55 bilhões, deverá situar-se em apenas 1.809 metros quadrados por habitante. Fica nítida a necessidade de se repensar as práticas agrícolas das últimas décadas, quando o objetivo principal era ampliar a produção por meio do incremento da produtividade, tendo em vista que o alvo principal era “matar a fome” das pessoas. O avanço tecnológico agora deve estar centrado
em processos de produção sustentáveis, em face da escassez e da degradação dos recursos naturais. Nos elos denominados de “fora da porteira”, também é preciso haver avanços. Já é consenso que para combater a fome é necessária a redução do desperdício de alimentos e que para garantir o abastecimento deve-se resolver os gargalos de logística. E tudo isso requer inovação e conhecimento difundido e aplicado, com diminuição de custos. No momento, há uma intensa discussão sobre tendências, premências e drivers que nortearão o futuro do sistema agroalimentar, da ciência, da tecnologia e da inovação em sistemas agroindustriais referentes a tecnologias convergentes, sistemas complexos e sustentabilidade, além de estrutura, políticas públicas e inovação organizacional. Temas todos associados ao conceito de smart farming. Os pesquisadores da Embrapa Silvio Crestana e Cláudia De Mori alertam que os grandes desafios do desenvolvimento sustentável, da tecnologia, do conhecimento e da inovação exigem o emprego de diversas disciplinas. E a interdisciplinaridade já não basta, sendo necessária também a transdisciplinaridade. Nesse sentido, profissionais devem ser preparados em várias áreas do conhecimento. Para José Luiz Tejon Megido, do núcleo de agronegócio da ESPM/SP, o conceito de smart farming significa agricultura inteligente associada à agricultura de precisão, ao genetic design, à revolução do grafeno e ao elevado ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
conhecimento científico, incluindo a inteligência artificial para micro e grandes agricultores. Segundo o especialista Francisco Lavrador Pires, as disciplinas e as competências agora requeridas para um exercício inovador em agricultura incluem robótica, imagem baseada em computador, tecnologias de posicionamento global (GPS), soluções científicas, previsão de clima, soluções tecnológicas de suporte à produção, de controle ambiental e muito mais. A agricultura de precisão é muitas vezes referenciada como smart farming (agricultura inteligente), um termo “guarda-chuva” para uma comparação mais rápida com as implementações baseadas em M2M (machine to machine), tais como smart metering (medição inteligente) e smart cities (cidades inteligentes). Assim, com a nova smart farming o agronegócio vai se tornando mais digital, fato que abre oportunidades no setor não mais apenas para agrônomos, veterinários, zootecnistas, engenheiros florestais, técnicos agrícolas. Existem espaços para muitas carreiras além das ciências agrárias e veterinárias, como as de informática, programação, logística, comunicação, marketing, administração, finanças, mecatrônica, engenharias civil e mecânica. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
A busca da produção inteligente no campo passa também pela utilização de sensores e equipamentos contemporâneos que permitam o gerenciamento mais detalhado do sistema de produção agrícola como um todo, não somente das aplicações de insumos ou de mapeamentos diversos, mas também de todo os processos envolvidos na produção. Deve-se ressaltar que as chamadas tecnologias convergentes (da informação, nanotecnologia, ciências cognitivas e biotecnologia) já fazem parte da base da geração do conhecimento e da produção. Aliado a isso, nas próximas décadas iremos vivenciar a harmonia entre homem, máquinas e natureza, pautada na inteligência. Estamos traçando hoje um caminho seguro para suprir as diversas demandas, de todas as ordens, impostas ao campo. E esse caminho terá como destino uma revolução agrossocioambiental, modelo que sucederá a chamada “Revolução Verde”, só que otimizado economicamente, socialmente mais justo e mais verde de fato! Quem viver verá!
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O avanço tecnológico agora deve estar centrado em processos de produção sustentáveis, em face da escassez e da degradação dos recursos naturais”
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ARTIGO INDÚSTRIA
Complexo de Tubarão: 50 anos FABIO BRASILEIRO
é diretor de Logística da Vale
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Complexo de Tubarão, área operacional da Vale em Vitória, está comemorando 50 anos. Nesse meio século, a mineradora e o Espírito Santo se desenvolveram juntos. A empresa já mantinha atividades portuárias no Estado desde a década de 1940, mas foi com a inauguração do Porto de Tubarão, em 1966, que passou a ter participação decisiva no seu processo de industrialização e modernização. A transferência das atividades portuárias da Vale dos cais de Atalaia e Paul, em Vila Velha, para um novo local, em Vitória, teve como objetivo atender à crescente demanda da época por minério de ferro. Nesse sentido, o Porto de Tubarão representa para a companhia uma guinada na sua estratégia. Naquele momento, a Vale começou a operar um sistema integrado entre mina, ferrovia e porto que foi decisivo para o crescimento da empresa e é um diferencial competitivo até hoje. Para o Estado, Tubarão significou a criação de um ambiente de negócios que beneficiou toda a cadeia de serviços, garantindo a transição de uma economia até então predominantemente agrícola, dependente da cultura do café, para uma atividade industrial de escala internacional, com a exportação de minerais. A construção do Complexo de Tubarão influenciou a atração de empreendimentos importantes para o Estado, como a Aracruz Celulose (hoje Fibria) e a Companhia Siderúrgica de Tubarão (hoje ArcelorMittal Tubarão), cuja fundação contou com a participação da mineradora. O surgimento do Centro Industrial de Vitória
(Civit), na Serra, e a abertura de outros empreendimentos são também frutos da Vale pós-Tubarão. Sempre à frente do seu tempo, o Porto de Tubarão, quando inaugurado, tinha capacidade fora do comum para a época. Podia receber navios de 150 mil toneladas, embora a maioria da frota da época tivesse, no máximo, 60 mil toneladas. De 2,9 milhões em 1966 para as atuais 120 milhões de toneladas de minério e pelotas por ano, o modal portuário teve contribuição decisiva no escoamento da crescente produção da Vale ao longo dos anos e marcou seu lugar na história da empresa, do Espírito Santo e do Brasil. Hoje, Tubarão está no destino de cerca de 1.100 navios por ano, entre eles os maiores
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mineraleiros do mundo, os Valemax, com capacidade para 400 mil toneladas. Com a instalação das usinas de pelotização, a partir de 1969, o porto se transformou em Complexo de Tubarão. Além da movimentação de minério de ferro, também fazem parte do Complexo o Terminal de Praia Mole (TPM), que atua na movimentação de carvão mineral, coque e manganês; o Terminal de Granéis Líquidos (TGL), onde são desembarcados combustíveis; e o Terminal de Produtos Diversos (TPD), responsável pela movimentação de grãos e fertilizantes. Com 14 quilômetros quadrados de área física, o Complexo de Tubarão abriga hoje, além do porto, oito usinas de pelotização e o Centro de Controle Operacional (CCO) da ferrovia Vitória a Minas, que gerencia a movimentação de pelo menos 60 tipos de produtos, entre minério de ferro, aço, soja, carvão e calcário ao longo de 905 quilômetros de linha férrea, o que representa cerca de 30% de toda a carga ferroviária do país. Tubarão recebe, diariamente, cerca de 20 mil pessoas, entre empregados próprios, contratados, clientes e fornecedores, e funciona como uma cidade, 24 horas por dia. A Vale se mantém como uma das maiores empresas do Estado, realiza cerca de 60% de suas compras com empresas locais e responde por, em média, 13% do PIB estadual. Hoje,
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Tubarão é um terminal maduro, com capacidade para atender à demanda. Por muitos anos foi o maior porto de escoamento de minério do mundo e agora, com a expansão do sistema Norte, no Pará e no Maranhão, seu desafio deixou de ser o volume e passou a ser a competitividade. Estamos investindo para fazer cada vez melhor do ponto de vista de sustentabilidade, de segurança e da estabilidade das nossas operações. Temos focado automação, melhorias de processo e modernização de equipamentos e procedimentos, para que possamos chegar a cada dia mais competitivos ao nosso mercado consumidor, que é principalmente a Ásia. A envergadura de nossas operações e o compromisso da empresa em construir um legado propiciam diferentes formas de interação com a sociedade capixaba, além da relação que temos com nossos empregados e fornecedores. O fato de mantermos importantes e reconhecidos ativos socioambientais, como o Museu Vale, o Parque Botânico, a Reserva Natural de Linhares, o Trem de Passageiros e a Estação Conhecimento, que fomentam o desenvolvimento ambiental, social e cultural do Estado por meio do acesso ao lazer, ao conhecimento e à inclusão social, certamente contribui para que estejamos cada vez mais próximos da comunidade. Além disso, mantemos as nossas portas abertas para que instituições e o público em geral possam nos conhecer melhor. Por intermédio do programa de visitas às nossas operações, disponível a todos os frequentadores do Parque Botânico Vale, mais de 50 mil pessoas visitaram o Complexo de Tubarão em 2015. Ao longo dos anos muita coisa mudou: a Vale e a cidade cresceram, a economia do Estado se diversificou, e os índices de desenvolvimento humano do Espírito Santo se consolidaram como alguns dos melhores do país. Mais do que um projeto industrial, a presença da companhia se tornou um vetor de desenvolvimento local. Essa história se reflete nos cerca de 10,5 mil empregados próprios e terceirizados da Vale no Estado, nos projetos sociais apoiados pela empresa e na memória de todos que, de alguma forma, participaram desses 50 anos de trabalho, desafios e superações.
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A Vale se mantém como uma das maiores empresas do Estado, realiza cerca de 60% de suas compras com empresas locais e responde por, em média, 13% do PIB estadual”
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ARTIGO GESTÃO EMPRESARIAL
Choque de gerações: empresas baby boomers x consumidores millenials O WALLACE VIEIRA
é presidente da Wattz Consultoria e Inovação Empresarial, palestrante e mentor
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mundo atual passa por profundas transformações em todos os seus aspectos: político, econômico, social, ético e religioso. Essas mudanças afetam todas as formas de nos relacionarmos dentro da cadeia de consumo, impactando diretamente todo o setor produtivo: indústria, comércio e serviços. Em pouco mais de 100 anos, saímos de uma sociedade puramente extrativista e de subsistência, com o sistema de trocas de produtos baseados em lastro de ouro, para uma sociedade multiconectada, com informações na palma da mão por meio de smartphones e congêneres, em que novos modelos de negócios são criados aceleradamente. Tudo o que foi verdade até hoje pode ser mudado no dia seguinte. Chamamos esse fenômeno de “modelos disruptivos” (termo popularizado por Clayton Christensen, professor de Harvard), ou seja, que mudam nossa forma de ver ou consumir determinados bens e serviços. Como exemplos, podemos citar o Uber (mobilidade), o Airbnb (compartilhamento de hospedagem) e a Bliive (colaboração e troca de conhecimentos). Apesar de sermos uma sociedade ainda extremamente desigual, em que 66% da população global sobrevivem com até US$ 2/dia, segundo dados do Banco Mundial, a verdade é que as pessoas com poder de consumo têm grande facilidade para encontrar todo tipo de produtos e serviços, na esquina de casa, nos shoppings, via celular ou confortavelmente no sofá de casa, via delivery.
Certo, e o que a indústria tem a ver com isso? Simplesmente tudo! Por quê? Vamos aos fatos. Até a década de 1990, a indústria produzia para vender. Se fosse uma boa empresa num mercado ávido por produtos, produzindo com qualidade, tendo um bom marketing (nem precisava tanto) e um serviço de atendimento ao consumidor (só para constar, porque um péssimo atendimento e os atrasos não tiravam ninguém do jogo), a receita era mais do que suficiente para ganhar e crescer. Vale lembrar que a demanda era muito grande; assim o abastecimento e distribuição eram enormes gargalos para o consumo, gerando uma relação de forças favorável para o lado das empresas. Com o advento da internet, tudo mudou. No final da década de 90, o grande terror das companhias aéreas era perder assentos em seus voos para um inimigo que não existia antes: a tecnologia para teleconferências, que dispensaria cada vez mais a necessidade das viagens de negócios. Como sabemos, essa profecia não se concretizou, e as viagens de negócios continuam essenciais para as empresas. De lá para cá, o mundo mudou mais ainda. Mas as indústrias continuam com modelos de negócios tradicionais num ambiente completamente disruptivo, onde os novos consumidores têm pouca fidelidade às marcas, maior preocupação socioambiental e alto nível de consciência, buscam uma vida mais saudável e praticam o equilíbrio entre custo e benefício. Como enfrentar esses novos paradigmas? Mudando o seu modelo de negócio! Esqueça bons produtos a ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
preços justos. Não é suficiente! O poder está com as pessoas e as compras estão a um clique dos dedos e, por isso, você precisa atualizar sua empresa para novos padrões de consumo. Olhando aqui para o nosso Estado, temos várias cadeias produtivas consolidadas, com mais de 30 anos, como as de metalmecânica, confecções, granito, atacado, plásticos e móveis, apenas para citar algumas. Isso sem contar as grandes plantas industriais: óleo e gás, siderurgia, celulose, minério, que têm uma dinâmica própria e expertise global. O que elas precisam para sobreviver a mais uma geração? Reinventar e inovar em seus modelos de negócios. Não tenha “ciúmes” de seu produto exclusivo (alguém já copiou ou aprimorou). Concentre-se no “consumidor”, ele é a chave. O sucesso passado ficou para trás, a mudança é o passaporte para o futuro. O que impede a inovação dentro das empresas? Muitas empresas têm receios do cenário em constante transformação. Os principais paradigmas e dificuldades que impedem a inovação dentro das organizações são: 1) a inovação de um novo modelo de negócio pode canibalizar o negócio atual; 2) a inovação foca somente nos atuais clientes da empresa; 3) os executivos da empresa estão instintivamente orientados para o status quo, ou seja, estão voltados para minimizar o risco e a variabilidade; ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
4) os executivos são complacentes depois de anos de sucesso do negócio atual; 5) os executivos se concentram somente nas áreas de competências atuais do negócio. Como podemos vencer num mercado em transformação e saturado de tudo, onde o “novo” assusta e muitas vezes paralisa por falta de compreensão? É simples, mas não é fácil: basta olharmos para as pessoas e entendermos suas reais necessidades, por meio de três mecanismos que movem esse novo consumidor e que são a base de construção das novas empresas que estão surgindo: empatia, colaboração e compartilhamento. Vale lembrar que o “novo” modelo de consumo passa pelo SER e não pelo TER, ou seja, a nova geração não precisa de casa na praia nem de iates, tampouco de carros de luxo para usufruir de todas essas experiências. Basta ter acesso a esses bens, sem precisar “adquirir”, como a geração anterior. Além disso, algumas premissas das empresas preparadas para esse novo mundo são: centrar esforços nas pessoas (afinal, empresas não são feitas só de processos); qualificar seus times interno e externo, formando verdadeiros líderes e gestores; criar produtos e serviços que supram as necessidades de alguém; engajar seus clientes e consumidores em suas “causas”; e ter visibilidade como uma empresa inovadora. Como começar? Busque um novo olhar, desta vez de “fora para dentro” da empresa, sob as lentes do seu consumidor e enxergue como ele a vê. Essa é a chave. Boa sorte!
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Não tenha ‘ciúmes’ de seu produto exclusivo (alguém já copiou ou aprimorou). Concentre-se no ‘consumidor’, ele é a chave. O sucesso passado ficou para trás, a mudança é o passaporte para o futuro”
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ARTIGO INDÚSTRIA
Setor têxtil e de confecção na Quarta Revolução Industrial FERNANDO VALENTE PIMENTEL é diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit)
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A
continuidade da inserção da indústria têxtil e de confecção brasileira na economia global será permeada pelos princípios da chamada Indústria 4.0, no âmbito do processo de transformações definido como a Quarta Revolução Industrial. Tal evolução favorece países, como o Brasil, que não adotaram a leniência com normas ambientais, trabalhistas e previdenciárias como fatores de redução de custos – modelo que parece fadado à extinção como diferencial competitivo, dando lugar a novas tecnologias. É o que demonstra o estudo “A Quarta Revolução Industrial do Setor Têxtil e de Confecção: A Visão de Futuro para 2030”, realizado pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), pelo Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil do Senai (Senai Cetiqt) e pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). O trabalho mostra com clareza como, durante o processo de globalização, a evolução da economia têxtil está abrindo caminhos novos, não previstos. O fast fashion e as cadeias de valor globais alteraram as estruturas e as filosofias de produção e consumo. Elevação de custos do trabalho, novas políticas de desenvolvimento, mudanças nos hábitos de consumidores e tensões políticas foram algumas das causas que mitigaram as vantagens da competição baseada em baixos salários. A internet e as tecnologias de informação e comunicação disseminaram a
informação em tempo real para qualquer parte do mundo, fazendo com que a transposição do espaço físico passasse a ser o único fator limitador e diferenciador de acesso entre os mercados e os novos produtos. As distâncias físicas entre produtor e consumidor convertem-se no gargalo final a ser ultrapassado. Consultorias, estudos governamentais e artigos especializados sustentam que a reindustrialização de países da América do Norte
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e Europa será fundamentada em bases de profunda destruição criadora das estruturas vigentes no setor. Automação modular e robotização da confecção atraem aportes de governos e de grandes compradores globais, que antes investiram na emigração da produção para os países de baixo custo de produção e, agora, fazem o caminho de volta. Para situar o setor têxtil e de confecção nesse novo contexto, o estudo da Abit, do Senai Cetiqt e da ABDI selecionou dez tecnologias ubíquas com alto poder de penetração e de difusão no segmento: automação e robótica; TI e comunicação; sensores e atuadores; modelagem e simulação; computação em nuvem; internet móvel; tecnologias sustentáveis; biotecnologia; tecnologia de materiais; big data e impressão 3D. Essas tecnologias sinalizam o aumento de complexidade da manufatura de confecção, tendo reflexos em toda a rede de valor de produção e consumo, com potencial para eliminar barreiras como as enfrentadas pela falta de costureiras ou pela carência de talentos no setor. Em ambientes com-
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plexos, os trabalhadores atuam de maneira mais conectada uns com os outros e com outras empresas e devem adquirir conhecimentos mais amplos. Sua produtividade é, portanto, medida em bases mais fluidas. Profissionais capazes de criar valor podem ser mais bem remunerados, sem que isso represente perda de competitividade. Além disso, a virtualização da produção elimina estoques e desperdícios, fazendo com que o trabalho produtivo seja mais eficiente quanto ao aproveitamento de energias e materiais. No novo ambiente tecnológico, micro e pequenas confecções terão condições de superar suas dificuldades atuais de produzir em escala. Mini-instalações fabris automatizadas, sustentáveis e intensivas em tecnologia e em recursos humanos de alta qualificação permitirão atender às exigências do grande varejo e do consumidor final. Assim, os pequenos confeccionistas poderão explorar seus próprios canais de acesso direto ao consumidor, reduzindo o poder de governança do grande varejo. Para apoiar tal impulso, o papel das instituições de pesquisa e desenvolvimento deve adequar-se para oferecer assistência técnica na reformulação de processos e de produtos alinhados com os princípios da Indústria 4.0. Portanto, tradicionalmente identificada como setor de baixa intensidade tecnológica, a indústria têxtil e de confecção poderá realizar um grande salto qualitativo em direção às categorias de maior emprego de ciência e tecnologia, se for capaz de disseminar sistemas ciberfísicos, internet das coisas, internet dos serviços e automação modular em sua manufatura. A diversidade de produtos com tecnologias “vestíveis” e o emprego de biotecnologias e de novos materiais criarão novas demandas por têxteis inteligentes e funcionais, aumentando exponencialmente a diversidade e a intensidade tecnológica de fios, tecidos, aviamentos e produtos auxiliares exigidos para atender às novas necessidades de consumo. A disseminação de fábricas de confecção com princípios da manufatura avançada deverá impulsionar a elevação qualitativa da indústria têxtil e seu desenvolvimento científico e tecnológico.
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O fast fashion e as cadeias de valor globais alteraram as estruturas e as filosofias de produção e consumo”
Coautor: Flavio da Silveira Bruno, do Senai Cetiqt, doutor em Engenharia de Produção 39
ARTIGO JUSTIÇA E CIDADANIA
A democracia brasileira e o Supremo Tribunal Federal IVES GANDRA DA SILVA MARTINS é Doutor Honoris Causa das Universidades de Craiova (Romênia) e das PUCs do Paraná e do Rio Grande do Sul; catedrático da Universidade do Minho (Portugal); presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomércio - SP; fundador e presidente honorário do Centro de Extensão Universitária (CEU) da Escola de Direito/Instituto Internacional de Ciências Sociais - IICS
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uando dos trabalhos constituintes e na preparação dos Comentários à Constituição, com meu saudoso colega Celso Bastos, tive a oportunidade não só de participar de audiências públicas, como também de discutir com numerosos constituintes a necessidade de independência dos Poderes, com autonomia assegurada para suas funções. Em palestras, programas de televisão e rádio, artigos para jornais, estudos doutrinários e, principalmente, nos contatos com Ulysses Guimarães e Bernardo Cabral, foi-se conformando minha opinião sobre o novo modelo de Lei Maior e o perfil dos Três Poderes. De rigor, por ter sido a Lei Suprema preparada para um sistema parlamentar de governo, o equilíbrio entre os Poderes tornou-se, por determinação constitucional, o mais bem conformado de todas as sete Constituições da História brasileira (1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967 e 1988). Essas autonomia e independência, asseguradas pelo artigo 2º, foram respeitadas pelo Pretório Excelso durante vários anos, até a rápida modificação de sua composição, em poucos meses. Está o referido artigo assim redigido: “Art. 2º: São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. A partir de 2003, com os presidentes do PT, chegaram à Suprema Corte inúmeros ministros; hoje, oito magistrados por eles indicados.
Normalmente, a Suprema Corte não sofrera – desde que lá sustentei oralmente pela primeira vez, em 1962 – mudanças bruscas, de tal maneira que qualquer novo integrante adaptava-se rapidamente ao espírito próprio do Colegiado, prestigiando sua jurisprudência. Dizia-se, então, que a Justiça fazia-se nas instâncias inferiores, cabendo ao Pretório Excelso dar estabilidade às instituições. Por essa razão, sempre foi uma Corte de legisladores negativos, ou seja, voltada a não dar curso às leis inconstitucionais, respeitando os poderes políticos em sua função legislativa. De resto, foi o que ficou definido no § 2º do artigo 103 da Lei Suprema, tanto que, nas ações diretas de inconstitucionalidade por omissão, quando o Congresso omite-se inconstitucionalmente, não pode a Suprema Corte legislar, mas apenas solicitar ao Poder Legislativo para que produza a norma. Tem este dispositivo a seguinte dicção: “§ 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias”. A rápida mudança, todavia, de sua composição, de um lado, e de outro, a introdução da TV Justiça, que permitiu o acesso às discussões, nos tribunais, a círculos não jurídicos, tornaram o STF um protagonista além ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
das suas próprias fronteiras, passando de legislador negativo para positivo. Assim, legislou sobre fidelidade partidária, eleição de candidatos derrotados para substituir governadores afastados, alargamento de hipóteses de união estável para pares do mesmo sexo, instituição da impunidade para o aborto eugênico, culpabilidade sem trânsito em julgado, com encarceramento nas ações penais antes da decisão final (art. 5º, inciso LVII), assunção de funções exclusivas do Legislativo para afastamento de parlamentares, definição de regimentos internos do Legislativo, quando o seu próprio Regimento Interno é intocável, além de outras intervenções normativas de menor impacto. Tenho, reiteradamente, declarado admiração aos 11 ministros da Suprema Corte, mas, nem por isso, muito mais velho que eles, sinto-me confortável em vê-los, poder técnico que são, transformarem-se em poder político. Creio que esse protagonismo crescente resulta em insegurança jurídica e, em vez de ser, como era no passado, uma Corte que garantia a estabilidade das instituições – por mais que sua intenção seja essa –, termina por trazer um nível de instabilidade maior, visto que contra a lei inconstitucional pode-se recorrer ao Judiciário, ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
mas contra a invasão de competências não há a quem recorrer. Creio que valeria a pena a reflexão, não só por parte dos eminentes juristas que compõem a Máxima Instância, mas também de professores, doutrinadores e operadores de Direito, sobre se o momento não é de retornar-se à efetiva autonomia e independência dos Poderes, nenhum deles invadindo seara alheia, valorizando-se, dessa forma, o artigo 2º da Lei Suprema. Para mim, o Supremo não é um “legislador constituinte”, mas, pelo artigo 102 da Lei Maior, exclusivamente guardião da Carta da República, cujo texto expressado está nestes termos: “Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: ....”. É por essa razão que entendo que a democracia brasileira, que se lastreia no equilíbrio dos Poderes, não pode ter a prevalência de um Poder sobre os outros, sob pena de um excessivo protagonismo judicial colocá-la em risco. No passado, o Poder Executivo prevalecia sobre os outros, com distorções inequívocas. É fundamental que a Suprema Corte, de eminentes mestres do Direito, volte a ser o que sempre foi no passado, ou seja: o sustentáculo dos outros Poderes, mas não um Poder deles substituto.
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No passado, o Poder Executivo prevalecia sobre os outros, com distorções inequívocas”
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ARTIGO ECONOMIA
Espírito Santo: como voltar a crescer? CLAUDIO PORTO é diretor-presidente e fundador da Macroplan; economista (UFPB); consultor em construção e análise de cenários, estratégia e gestão para governos, empresas e instituições públicas e privadas; co-organizador dos livros “2022 – Propostas para um Brasil Melhor no Ano do Bicentenário” e “Propostas para o Governo 2015-2018, Uma Agenda para um País Próspero e Competitivo”
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ssim como o Brasil, o Estado do Espírito Santo experimenta uma das mais profundas crises econômicas de sua história. De fato, o “Panorama Econômico Espírito Santo – I Trimestre de 2016”, publicado pelo Instituto Jones dos Santos Neves com a habitual precisão e competência, ressalta que “os resultados registrados pela economia capixaba no primeiro trimestre de 2016 foram inferiores aos nacionais em todas as bases de comparação: “(...) A interrupção da produção da Samarco em Anchieta e a queda na produção de petróleo foram determinantes para o desempenho da economia capixaba (...) O indicador trimestral de PIB do Espírito Santo apresentou persistência da trajetória de queda (-4,2%) na comparação com o quarto trimestre de 2015 (...), o quinto resultado negativo consecutivo (...) (Também) a seca (...) explica a queda na produção de alguns dos principais produtos agrícolas como o café conilon (-14,1%), a cana-de-açúcar (-10,6%) e o mamão (-20,9%)”. Nesse cenário, o Espírito Santo experimenta o efeito simultâneo de duas adversidades que deprimem sua economia: de um lado, a maior exposição de sua estrutura econômica a mudanças cíclicas globais (commodities minerais e industriais, petróleo, fluxos de comércio externo); de outro, as adversidades locais, como o acidente com a barragem da Samarco, a seca e, não menos importante, uma “quebra”
ou depressão das finanças públicas nos níveis estadual e municipal. Mas temos que olhar para a frente: a crise não vai durar para sempre, e já existem sinais em indicadores antecedentes de que o pior do ciclo já está passando, salvo se novas catástrofes naturais, econômicas ou políticas surgirem. Percebo que empresas capixabas já esboçam uma reação e, tão importante quanto isso, é o fato de o Espírito Santo estar se destacando positivamente no Brasil, em razão do ajuste nas finanças públicas que o Governo do Estado está empreendendo – sem aumentar impostos – e do esforço que faz para melhorar o ambiente de negócios. Momentos de crise e ruptura como este são propícios para ajustar a estratégia de desenvolvimento, para que no futuro a economia local fique menos vulnerável a essas mudanças cíclicas. A meu ver, levando em conta os pontos fortes do Estado, considero que três movimentos estratégicos, coordenados entre os agentes públicos e privados, podem ser portadores de futuro para o Espírito Santo: diversificação associada ou complementar às principais cadeias produtivas; atração de investimentos privados para infraestrutura; e aceleração da melhoria do ambiente de negócios capixaba. A diversificação deve combinar a ocupação de espaços vazios a montante ou a jusante das grandes unidades produtoras, com a incorporação de novas capacidades produtivas ou tecnológicas ao tecido econômico ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
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Percebo que empresas capixabas já esboçam uma reação e, tão importante quanto isso, é o fato de o Espírito Santo estar se destacando positivamente no Brasil”
capixaba. Nesse terreno, duas iniciativas me parecem decisivas. Primeiro, o fortalecimento das empresas médias capixabas, por meio de projetos intensivos de melhoria da produtividade, da qualidade e da inovação. E, segundo, a atração e a retenção de empresas e empreendedores de serviços avançados, aqueles relacionados à indústria em geral ou à chamada “indústria 4.0” (ex: produção sob medida, manutenção técnica especializada, mecânica de preANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
cisão, robótica, logística de alta performance, pesquisa aplicada); ou os serviços mais sofisticados no campo da saúde, educação, P&D, serviços financeiros, engenharia, projeto e design. Em paralelo, há uma grande “janela de oportunidades” para a atração de investimentos privados em infraestrutura econômica (portos, aeroportos, ferrovias, rodovias, centros logísticos, infovias) e social (redes de serviços 43
ARTIGO
de saúde, redes de escolas ou de unidades de segurança ou prisionais), saneamento, macrodrenagem e mobilidade urbana. O Programa de Parceria de Investimentos – PPI, recém-lançado pelo Governo Federal, pode ser uma importante alavanca para a transformação das oportunidades capixabas em investimentos, riqueza e bons empregos. Mas essa oportunidade só será capturada se houver um forte investimento prévio em planejamento, estudos de viabilidade, projetos e modelagem de investimentos. Por último, mas não menos importante: é preciso aproveitar o fato de que o Espírito Santo estar se destacando positivamente no “radar” dos investidores para acelerar a melhoria do ambiente de negócios capixaba. Na verdade, o Governo do Estado já está trabalhando nessa agenda, mas sua realização não depende somente do seu trabalho. É uma agenda ampla – desburocratização, simplificação de impostos e exigências legais,
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redução dos tempos de resposta da Justiça, ampliação dos foros de arbitragem, aumento da previsibilidade, descomplicação dos licenciamentos –, que exige grande cooperação e alinhamento entre agentes públicos e privados, em todas as esferas. Nesse campo, em virtude do capital social (acervo de relações de conhecimento e confiança) que já acumulou, associado ao fato de ser um estado de menor tamanho e ao mesmo tempo muito bem localizado, o Espírito Santo pode e deve ser proativo e se posicionar na vanguarda de inovações institucionais, gerenciais e negociais que o tornem líder nacional no quesito ambiente de negócios. Em suma: de longa data a Macroplan e eu, pessoalmente, acompanhamos os estados brasileiros e vemos no Espírito uma das mais promissoras fronteiras de desenvolvimento do Brasil. Está na hora de as lideranças capixabas acelerarem o passo e fazer o melhor futuro acontecer!
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ARTIGO ECONOMIA
Comércio exterior: perspectivas MARCILIO R. MACHADO é presidente do Sindiex e diretor da Famex Importadora e Exportadora Ltda
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total das exportações do Espírito Santo no ano 2000 foi de US$ 2,79 bilhões. Mais de uma década depois, em 2011, tal atividade atingiu um pico de US$ 15,15 bilhões. Esse resultado foi obtido, principalmente, graças ao superciclo das commodities, provocado pela alta de preços e pelo aumento da demanda da China. Por outro lado, as importações do Estado no ano 2000 eram de aproximadamente US$ 2,51 bilhões e também registraram crescimento contínuo, alcançando um volume de US$ 10,7 bilhões em 2011, devido ao empreendedorismo dos empresários capixabas. Nos anos seguintes, os dois lados da balança comercial apresentaram quedas. As vendas ao exterior foram afetadas com a redução dos preços das commodities, e as compras no mercado externo, pela falta de investimentos no setor portuário e pela recessão que se instalou no Brasil. Com relação à participação no mercado, as exportações do Estado se apresentam equilibradas entre três principais destinos: 25% para a Ásia, 24,26% para a União Europeia e 22,05% para os Estados Unidos. Como origem das importações do Espírito Santo, destacam-se a China, os Estados Unidos e a União Europeia. Os dados não são muitos animadores neste ano de 2016. No primeiro semestre, as importações tiveram contração de cerca de 35%, enquanto as exportações caíram 41%. O resultado da balança comercial local é um reflexo do que ocorre com a corrente de comércio
nacional, que não consegue avançar nos últimos anos. Com o propósito de fazer deslanchar as exportações do Brasil, muitos analistas sugerem uma taxa de câmbio ideal para dar competitividade às indústrias brasileiras. Há de se ressaltar que os exportadores usam a taxa de câmbio para converter os dólares constantes na fatura comercial em reais, para pagar, entre outras coisas, as despesas de fabricação e os custos dos insumos de produtos que são exportados. Muitos argumentam, com razão, que a desvalorização do real torna os nossos produtos
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mais baratos e permite que o exportador tenha uma receita maior para cobrir os seus custos. Nesse contexto, vale indagar: diante da inflação superior a 405% nos últimos 22 anos, medida pelo IPCA, qual seria a taxa de câmbio ideal para arcar com um aumento de preços dessa magnitude? Qual deveria ser a desvalorização do real que permitiria que as empresas conseguissem, por meio das exportações, lidar com o aumento dos custos de energia, combustíveis, burocracia governamental, encargos trabalhistas, tributários, gargalos de infraestrutura rodoviária, portuária e aeroportuária? Indubitavelmente, é difícil estipular uma taxa de dólar em relação ao real suficiente para cobrir o chamado “custo Brasil”. Consequentemente, é uma falácia dizer que a desvalorização cambial tem a capacidade de prover competitividade aos exportadores. Uma moeda fraca pode até fornecer, em alguns casos, uma vantagem temporária. Diferentemente do que muita gente pensa, é um dinheiro forte que tem capacidade de dar sustentabilidade às exportações, por meio da internacionalização das empresas. De fato, são as subsidiárias das companhias no exterior que puxam as importações de
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seus países, pois cerca de 60% do comércio internacional são realizados intrafirmas. Além disso, uma divisa robusta permite importação de bens de capital mais baratos, fazendo com que os custos de produção possam cair e a produtividade aumentar. É fácil inferir que, se continuarmos com a nossa dependência da exportação de commodities, todas as vezes que houver queda nos preços no mercado internacional, nossa balança comercial vai ser atingida. Então, o que fazer? Talvez fosse importante que desviássemos nossa atenção para a Alemanha, que, por intermédio das denominadas empresas “Mittelstand”, conseguiu emergir da crise financeira de 2008 e se transformou numa máquina poderosa de exportação. Entre 2003 e 2008 a Alemanha foi líder mundial na exportação de produtos manufaturados, e em 2014 obteve um superávit da balança comercial superior ao da China. Essas empresas “Mittelstand”, orientadas para a exportação, perseguem uma estratégia focada em nicho de mercado, baseadas em produtos de alta qualidade. São negócios familiares, de tamanho médio, direcionados a uma grande responsabilidade social. Diferentemente do Brasil, onde 70% das exportações são realizadas por grandes empresas, cerca de 68% das exportações da Alemanha ocorrem via empresas “Mittelstand”. Quais são as implicações disso, para o Brasil e para o Estado do Espírito Santo? Talvez a grande lição que podemos aprender com os empreendimentos alemães de sucesso é que eles são apoiados por institutos fornecedores de pesquisas baratas e de alta qualidade para que as pequenas empresas possam fazer melhorias em seus produtos e assim atingir o mercado externo. Embora não seja fácil copiar um modelo exitoso, pois este deve ser adaptado à cultura local, acredito que, se queremos diminuir a dependência de exportações de commodities, devemos tomar a iniciativa de buscar recursos e nos aproximarmos das empresas “Mittelstand”, para entendermos melhor quais recursos são necessários para que nosso Estado e nosso país tenham um futuro mais promissor no comércio internacional.
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É uma falácia dizer que a desvalorização cambial tem a capacidade de prover competitividade aos exportadores. Diferentemente do que muita gente pensa, é uma moeda forte que tem capacidade de dar sustentabilidade às exportações, por meio da internacionalização das empresas”
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ARTIGO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL
O Brasil precisa voltar a crescer MARCOS PEREIRA é ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços
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xportar é uma atividade sofisticada, que demanda esforço do empresariado brasileiro, abre muitas oportunidades, mercados inteiros, além de expandir as possibilidades de ganhos. É por isso que defendo que a exportação entre no DNA das empresas brasileiras. Principalmente neste momento em que estamos vivendo, com retração do mercado doméstico e valorização cambial. Neste ponto, farei um parêntese. O Brasil tem grandes exportadores consolidados. Mas, no geral, a exportação não faz parte do dia a dia das empresas. O que acontece com certa frequência é que as firmas iniciam a exportação quando o mercado doméstico está saturado e, quando está aquecido, se voltam totalmente para o mercado interno. Ao todo, são mais de 15 mil firmas brasileiras exportando em 2016. O número é maior que o registrado em 2015, mas, mesmo assim, está aquém do ideal. Poderiam ser muito mais. E temos potencial para isso. Para contribuir com a mudança dessa realidade, trabalhamos em algumas frentes. Vou citar duas delas, que são, em minha opinião, muito importantes. Para incentivar a maior participação de empresas brasileiras no mercado internacional, temos lançado em todas as unidades da federação o Plano Nacional da Cultura Exportadora. Um programa que conta com o apoio de diversos agentes, como a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e suas federações, o BNDES, o Banco
do Brasil, a Caixa. Outros ministérios como o MRE (Relações Exteriores) e o Mapa (Agricultura) também são parceiros, além de entidades como Sebrae e Apex-Brasil. Na outra mão, com o objetivo de promover o comércio exterior como indutor do crescimento econômico, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços vem trabalhando para ampliar a participação do Brasil na rede mundial de acordos internacionais. Apesar da boa inserção do país nessa rede, é importante
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reconhecer que o número de negociações com países fora da América Latina ainda é bastante reduzido. Outra constatação é que a maioria dos acordos comerciais ainda versa sobre redução de tarifas. Dito isso, percebemos que existe um enorme espaço para ampliar a participação do Brasil no comércio internacional, por meio de novas negociações, incluindo as que tratam de temas não tarifários, e também avançar na conclusão de acordos comerciais que estão em negociação. Para que o país tenha uma inserção qualificada nas cadeias globais de valor, via aprofundamento da participação na rede mundial de acordos, o Governo brasileiro vem, desde o ano passado, adotando uma estratégia comercial agressiva, com assinaturas de mais acordos, e de maior abrangência temática. Dessa forma, entendemos que estamos trabalhando uma inserção qualificada, baseada na avaliação dos interesses brasileiros concretos, desenhada em conjunto com o setor privado. A nova estratégia comercial está focada em dois pilares: ampliação temática dos
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acordos regionais – estamos negociando acordos não tarifários, como os de investimentos, serviços, facilitação de comércio, convergência regulatória e compras governamentais; e na ampliação do número de acordos de comércio extrarregionais, em linha com as tendências mais modernas do comércio internacional. Na esfera das negociações não tarifárias, destacam-se os primeiros acordos internacionais firmados pelo Brasil, em sua história, em investimentos, serviços e compras governamentais. Com os Estados Unidos, foram firmados dois acordos inéditos: de convergência regulatória e de facilitação de comércio. Com isso, percebemos a eliminação de barreiras técnicas impostas aos produtos brasileiros e a simplificação, de forma bilateral, do fluxo de bens. Além disso, laboratórios internacionais que certificam produtos para venda no mercado norte-americano instalaram-se no Brasil, o que reduziu substancialmente os custos para a exportação de produtos brasileiros para os EUA. Com os acordos de investimentos, firmados com Angola, Moçambique, México, Malaui, Colômbia, Chile e Peru, as empresas brasileiras que investem nesses países passam a ter o mesmo tratamento das firmas nacionais. Passam a contar com cláusulas de proteção aos seus aportes, prevenção e solução de controvérsias, além de apoio institucional dedicado por parte dos governos receptores dos investimentos. Além disso, as inversões estrangeiras no Brasil ganham ainda mais impulso, uma vez que também se aplicam aqui as mesmas cláusulas. Os acordos de compras governamentais e serviços, firmados com o Peru abrem as licitações públicas, que passam a estar automaticamente disponíveis para as firmas brasileiras, com o mesmo tratamento das empresas nacionais. Dessa forma, prestadores de serviços brasileiros passam a ter novas e melhores oportunidades de participação em setores de grande interesse em serviços. O Brasil também já assinou o Protocolo de Serviços com a Colômbia e está negociando acordos de compras governamentais com Chile, México e Colômbia.
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Na esfera das negociações não tarifárias, destacam-se os primeiros acordos internacionais firmados pelo Brasil, em sua história, em investimentos, serviços e compras governamentais ”
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ABERTURA CENÁRIO E PERSPECTIVAS
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EXPECTATIVAS MAIS OTIMISTAS PARA A ECONOMIA Após sequência negativa, empresários capixabas acreditam em recuperação do cenário ainda em 2016
R$ 57 BILHÕES
É o valor dos investimentos previstos para o ES no período de 2015-2020
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ados recentes dão sinais de que a onda de pessimismo e a falta de perspectivas que rondavam diversos setores produtivos começam a ser afastadas do ambiente econômico. Empresários passam a alterar sua postura quando o assunto é a crise, mesmo que os números ainda não sejam tão favoráveis. Há apenas pequenos indicadores de mudanças. Segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto brasileiro baixou 0,6% no segundo trimestre em relação ao anterior. É o sexto trimestre seguido de queda. Em valores correntes, o PIB chegou a R$ 1,5 trilhão. Entre os setores avaliados, a agropecuária registrou a maior retração (2%), seguida pelos serviços, que recuaram 0,8%. Apenas a indústria, que vinha apresentando resultados seguidamente negativos, teve uma leve elevação de 0,3%. No acumulado do ano, até junho, o declínio foi de 4,6%, o que significa a continuidade do nível de atividade da economia brasileira em terreno negativo, sinalizando que a permanência da recessão, que acontece em um ambiente de alta da inflação, das taxas de juros, do desemprego (superior a marca de 11%) e também da inadimplência. Para este ano, as previsões do mercado financeiro não se alteraram, projetando uma contração da economia brasileira de 3,16% ante 3,8% no ano passado, segundo o relatório Focus. Para 2017, o quadro segue um pouco melhor, com perspectiva de PIB positivo. Além dos analistas baixarem sua estimativa de inflação para 5,14%, o mercado calcula para o país um crescimento de 1,23% no próximo ano. Também a atividade industrial mostra pequena reação em junho. No mês, a produção nacional cresceu 1,1%, na comparação com o mês anterior, apresentando 51
ABERTURA
Variação do PIB brasileiro (em %) Indústria
o quarto resultado positivo nessa base de comparação, segundo informou o IBGE. Mas, apesar do resultado positivo de junho, o desempenho fabril acumula encolhimento de 9,1% no primeiro semestre – o maior desde outubro de 2009. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), mesmo sem indicar reversão do ciclo recessivo, os dados mais diretamente ligados à produção alcançaram crescimento em junho diante do mês anterior. A alta de 2% do faturamento é a mais expressiva, porém, melhoras também foram registradas nas horas trabalhadas na produção (0,2%) e no uso da capacidade instalada (0,3 ponto percentual). O mercado de trabalho, contudo, segue sem dar sinais de reação. O emprego industrial amargou nova queda, similar à dos últimos meses (0,6%), o que se refletiu também em diminuição de 0,6% da massa salarial real.
Queda na produção capixaba No primeiro semestre, a redução na produção nacional alcançou 12 dos 14 estados pesquisados. Apenas dois locais tiveram alta: Pará (10,3%) e Mato Grosso (11,9%). O Espírito Santo (-9,85%) apontou o resultado negativo mais acentuado. Em junho, eliminou o crescimento de 5,6% verificado no mês anterior. Com isso, a produção capixaba sofreu um recuo de -22,6% no semestre em relação a igual período de 2015, apontam dados do Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies) e do IBGE. Entre os principais fatores que influenciaram negativamente a atividade no Estado estão a paralisação da operação da Samarco e a baixa de -7,5% na fabricação de pelotas de ferro em Tubarão no segundo trimestre, devido, sobretudo, à parada programada para manutenção da empresa. Também houve tombo na produção de gás natural (-11,6%). O único segmento a apresentar elevação foi o de alimentos (+ 6%), impulsionado pelos avanços na produção de carnes bovinas, massas e açúcar cristal. Atentos, porque o momento exige cautela, mas também avaliando que o pior já passou, executivos e gestores industriais já veem reações e voltam a ter otimismo com o quadro nacional. Superar a crise, eles reconhecem que não será do dia para a noite, mas apostam que a retomada do crescimento passou a ficar mais próxima. “A queda na produção foi impulsionada principalmente pelos produtos da indústria extrativa, que teve um retrocesso de -36,4% no semestre, aliado à paralisação das atividades da Samarco. Até o fechamento do ano ainda teremos números negativos, uma vez que o Estado é muito depen52
0,3
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1º tri
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Fonte: IBGE
dente de grandes empresas, sobretudo da extração mineral”, explica o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Marcos Guerra. “Mas alguns setores da indústria tradicional, como os do vestuário, moveleiro, alimentos, calçados e o de celulose, devem começar a ganhar impulso a partir de agora. Com a definição política do país, o dólar se mantendo estável e o retorno da confiança dos investidores e dos industriais, a economia capixaba deve voltar a crescer a partir do segundo semestre. Acredito que em 2017 o país comece a deslanchar”, pontua Guerra. O setor de rochas capixabas também apresentou perdas nos primeiros sete meses do ano. Em 2016, até julho, o segmento movimentou cerca de US$ 561 milhões, de acordo com
“Com a definição política do país, o dólar se mantendo estável e o retorno da confiança dos investidores e dos industriais, a economia capixaba deve voltar a crescer a partir do segundo semestre” Marcos Guerra, presidente da Findes
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“A inovação e os investimentos em gestão são os caminhos para tentarmos reverter o quadro em 2017” Tales Machado, presidente do Sindirochas
dados do Sindicato da Indústria de Rochas Ornamentais, Cal e Calcários do Espírito Santo (Sindirochas). Esse valor representa um encolhimento de -6,37% contra o mesmo período de 2015, quando o setor movimentou US$ 599 milhões. No Brasil, a queda foi de -7,68%. Para o presidente do Sindirochas, Tales Machado, existem alguns gargalos que impedem maior expansão do setor. “Há carência de portos para receber os maiores navios que transportam contêineres. Hoje, cerca de 55% da produção capixaba são exportados através do Porto de Santos”, diz. Ele também destaca que há problemas de preços no mercado externo, por conta da maior concorrência, motivada pela crise econômica no ambiente doméstico. “Muitas empresas migraram do mercado interno para o externo. Com mais empresas no mercado internacional, a concorrência aumentou e o preço médio em dólar caiu para quase todos os produtos exportados. Apesar de exportarmos maior quantidade em toneladas de chapas (+7,61%) em 2016 em relação a 2015, o faturamento em dólar foi reduzido em -7,35%. A inovação, a qualificação profissional e os investimentos em gestão são os caminhos para tentarmos reverter esse quadro em 2017”, afirma Tales. Segundo o Centrorochas (Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas Ornamentais), o preço médio dos materiais no mercado internacional despencou -19,21% em 2016.
Empresários mais confiantes Pela primeira vez desde março de 2014, donos de negócios recuperam a convicção na economia. É o que revela o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) de agosto, que aumentou 4,2 pontos frente a julho, alcançando 51,5 pontos no mês, segundo dados divulgados pela CNI. A melhora se ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
deve especialmente às expectativas sobre o desempenho das empresas e da economia nos próximos seis meses. Todos os indicadores de perspectivas são superiores a 50 pontos. Acima desse patamar, há sinalização de otimismo e, quanto maior o resultado, melhores são as perspectivas dos empresários em relação à economia. “À medida que as reformas sejam aprovadas, o processo de recuperação da economia deve se consolidar”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade. Diante de uma elevação na confiança dos investidores, a indústria do Espírito Santo também começa a apresentar sinais de arrefecimento da crise econômica, embora o quadro negativo ainda persista. Em agosto, o Icei-ES somou 51,5 pontos – mesmo nível da indústria nacional –, aumentando 6,6 pontos ante julho (44,9), o que aponta um possível ambiente de confiança para os próximos meses, de acordo com o Ideies. O aumento foi influenciado tanto pelo indicador de condições da economia como pelo de expectativas, já que ambos subiram. Para o diretor executivo do Ideies, Antônio Doria Porto, os indicadores de confiança fornecem maior otimismo dos empresários com as medidas anunciadas pelo Governo para o ajuste fiscal, a criação de teto para os gastos públicos e a reforma da Previdência, bem como com o programa de concessões em infraestrutura e mudanças a serem realizadas na legislação sobre a exploração do pré-sal. “Empresários confiantes disseminam o otimismo entre as empresas, o que estimula o investimento, o emprego e a produção”, observa Doria. “Mas o indicador que tem tido alta, desde maio, é o de expectativas. O de condições atuais da economia estava estabilizado e só aumentou em agosto, o que reflete uma pequena recuperação da produção industrial a partir de então. Não se pode descartar a hipótese de que as expectativas estejam sendo mais influenciadas pelos anúncios das reformas e as mudanças na política econômica do que por resultados efetivamente obtidos no campo do tão necessário – mas difícil – reequilíbrio das contas públicas. Portanto, é preciso acompanhar os dois indicadores, cuja aproximação necessita ocorrer pela melhora da situação atual dos negócios e, principalmente, das condições financeiras das famílias”, esclarece Dória Porto.
ES vai receber R$ 57 bilhões em investimentos Até 2020, o Espírito Santo vai receber R$ 57 bilhões em investimentos. A cifra representa 621 negócios que constam 53
ABERTURA
na carteira de projetos do Estado para o período 2015-2020 e que, juntos, serão responsáveis pela abertura de 25 mil vagas de emprego, conforme dados divulgados pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN). A região que lidera o ranking de investimentos é o litoral sul do Estado, com R$ 23,8 bilhões, distribuídos em 52 projetos. Em segundo lugar, aparece a Grande Vitória, com R$ 14,4 bilhões e 235 projetos. O levantamento foi realizado em parceria com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento (Sedes), que considera planos anunciados dentro dos últimos cinco anos que ainda não foram executados e todos aqueles que estão em implantação. Só entram nas contas os aportes estimados em mais de R$ 1 milhão. A injeção bilionária na economia capixaba até 2020 chega como alívio em meio a um panorama de recessão e de tantos índices negativos, mas também revela como o quadro político-econômico em todo o país, especialmente nos últimos dois anos, deteriorou perspectivas e reduziu os investimentos. No período de 2013-2018, havia uma previsão inicial de serem aplicados R$ 120,2 bilhões. Depois, no período de 2014-2019, essa estimativa encolheu para R$ 80,8 bilhões, revistos posteriormente para R$ 68,5 bilhões. Muitos desses projetos, inclusive, até hoje não tiveram qualquer avanço, ou foram cancelados. A diretora-presidente do IJSN, Andrezza Rosalém, explica que a carteira reflete o momento atual da economia e que, somado a isso, houve uma mudança na metodologia. “Nós passamos a excluir projetos que estão parados há mais de
“Ainda teremos cerca de R$ 9 bilhões de investimento por ano. Isso é um volume bastante significativo para um Estado pequeno como o Espírito Santo” José Eduardo Azevedo, secretário de Estado de Desenvolvimento
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“Empresários confiantes disseminam o otimismo entre as empresas, o que estimula o investimento, o emprego e a produção” Doria Porto, diretor executivo do Ideies
cinco anos e retiramos os empreendimentos que foram concluídos até a publicação do documento. As modificações impactaram o cálculo final”, disse a dirigente. Segundo ela, exemplos nesse sentido são o porto da americana Edison Chouest, que seria construído em Itapemirim, e a planta da montadora da chinesa Zotye, que pretendia se instalar em Colatina; ambas as empresas desistiram. A finalização de projetos robustos como a 8ª Usina da Vale e a 4ª Usina da Samarco também pesaram no recuo. “Temos agora uma carteira mais realista”, avaliou Andrezza. Entre os empreendimentos em execução da carteira atual estão: o desenvolvimento e a produção de petróleo pela Shell no Parque das Conchas, no litoral sul, um investimento de R$ 5,08 bilhões; a implantação do Estaleiro Jurong (R$ 2,16 bilhões); a construção do Aeroporto de Vitória (R$ 728,9 milhões); e a duplicação da BR 101 pela Eco101 (R$ 2,19 bilhões). Mesmo com as modificações, o secretário estadual de Desenvolvimento, José Eduardo Azevedo, considera ainda como positiva a preservação de mais de 80% da carteira 2014-2019, que previa R$ 68,5 bilhões, frente a deste ano. “A queda constatada foi de 16,7%%. Ainda teremos cerca de R$ 9 bilhões de investimento por ano. Isso é um volume bastante significativo para um Estado pequeno como o Espírito Santo”, disse. Conforme o secretário, o Estado tem tentado garantir o que já foi anunciado e atrair novos investimentos. “Trabalhamos fortemente para garantir que esses investimentos que estão em oportunidade se concretizem, mas também para atrair novos empreendimentos, gerando emprego e renda para os capixabas”, concluiu. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
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ECONOMIA PETRÓLEO E GÁS
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ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
PETRÓLEO JORRA FORTE NO ESTADO, MAS DINHEIRO SECA Espírito Santo bate recordes de produção diária, mas perde mais de R$ 400 milhões em recursos dos royalties devido à crise na Petrobras e ao baixo preço do barril
M R$ 433 MILHÕES
Foi a queda de receita do Estado com royalties e participações especiais em 2015
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otivos para comemorar não faltariam. Em 2015, o Espírito Santo bateu recordes na produção de petróleo. A média de 354,5 mil barris por dia (bpd) foi 6,9% maior do que a registrada no ano anterior: 331,7 mil bpd. De quebra, uma marca histórica de produção diária foi atingida, em 10 de julho do ano passado, com 433,2 mil barris. Em 2016, o Estado caminha para quebrar novamente o seu recorde. Até julho, a média de produção diária chegou a 381,5 mil bpd, números que consolidam o setor petrolífero capixaba como o segundo maior do país, responsável por 16% da fabricação nacional – atrás apenas do Rio de Janeiro, com 66% –, de acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP). “Essas marcas se devem aos resultados obtidos pela P-58, que opera em reservatórios no pré-sal e no pós-sal do Parque das Baleias, no litoral sul capixaba. Com capacidade para processar 180 mil barris de óleo por dia e comprimir diariamente até 6 milhões de metros cúbicos de gás, a P-58 esteve entre as plataformas que mais produziram no país entre julho e novembro de 2015”, informou, em nota, a Petrobras. Embora dignos de registro, esses recordes, no entanto, não foram capazes de evitar perdas milionárias para a economia capixaba. A arrecadação com royalties e participação especial 57
ECONOMIA
referentes ao petróleo despencou 25,3%, passando de R$ 1,708 bilhão, em 2014, para R$ 1,275 bilhão, em 2015. Ou seja, houve uma queda de R$ 433 milhões na compensação financeira paga pela extração do recurso natural por petroleiras ao Governo do Estado e aos 78 municípios. Explicações para esse baque na arrecadação não faltam. No cenário mundial, o preço do barril de petróleo despencou no início de 2016. No Brasil, com uma dívida de US$ 125 bilhões e incapacitada de obter crédito no mercado financeiro desde que a Operação Lava Jato expôs um esquema de corrupção existente em suas diretorias, a Petrobras mergulhou numa crise sem precedentes. Como consequência, vem reduzindo constantemente seus planos de investimentos. A princípio, o Plano de Negócios e Gestão (PNG) de 2014/2018 previa aportes de US$ 220,6 bilhões. No ano passado, houve um ajuste, com redução de 37%, passando o PNG 2015/2019 para US$ 130,3 bilhões - um decréscimo de US$ 90,3 bilhões. Em janeiro de 2016, a estatal promoveu mais um corte nesse planejamento. A meta agora é aplicar R$ 98,4 bilhões, valor 55,6% abaixo do estipulado inicialmente. Com esse enxugamento, alguns projetos previstos para o Estado foram abandonados pela Petrobras, entre eles duas novas plataformas: a ES Águas Profundas, no litoral norte; e a Sul Parque das Baleias, na região sul capixaba. Nenhuma delas aparece no plano de investimentos até 2019, assim como também não está incluído o Polo Gás-Químico, que seria instalado em Linhares. “O setor está se adequando a um novo cenário do mercado internacional, sobretudo relacionado ao preço do barril de petróleo. Essa reestruturação teve impacto no Brasil, que ainda sofre as consequências da crise que afetou a Petrobras, e também do momento atual da economia do país. Tudo isso atingiu fortemente o Espírito Santo, reduzindo investimentos e compensações financeiras”, destaca o secretário de Estado de Desenvolvimento, José Eduardo Azevedo. Para evitar essa fuga de capital e garantir mais dinheiro para o Estado, o governador Paulo Hartung se reuniu, em agosto, com o presidente da Petrobras, Pedro Parente. E obteve a garantia de que a empresa investirá R$ 5 bilhões no Espírito Santo, nos próximos anos. “Podemos adiantar que são investimentos em áreas de exploração e produção de petróleo, além de ciências e tecnologia”, afirmou o governador, após a reunião. Nesse mesmo encontro, Hartung também reivindicou investimentos que a estatal deixou de fazer no 58
Segundo maior produtor de petróleo do país, o Espírito Santo alcançou média de 381,5 mil barris por dia até julho deste ano
Estado, como o Polo Gás-Químico de Linhares, cuja área já foi desapropriada e custou R$ 10 milhões aos cofres públicos. Outro pedido do Governo foi a revisão do pagamento das participações especiais e dos royalties, cujos valores vêm sofrendo constante redução, mesmo com a produção de petróleo aumentando no Estado – situação que afeta consideravelmente a receita dos 11 municípios produtores que recebem a maior parcela da compensação financeira das petroleiras. Um bom exemplo para dimensionar o tamanho da perda sofrida é Presidente Kennedy, que abocanha o maior repasse de dinheiro do petróleo no Espírito Santo. A cidade viu a receita com royalties e participação especial encolher 29%, entre 2014 e 2015, caindo de R$ 271,1 milhões para R$ 189,79 milhões. Como se pode perceber, não é sem razão que o Governo Estadual já prevê, para 2016, uma queda na arrecadação de petróleo no mesmo padrão da registrada no ano passado, ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
chegando à casa dos R$ 400 milhões. Além da retração de investimentos por parte da Petrobras, outro motivo para essa estimativa é a baixa cotação do preço do barril de petróleo no mundo. O valor, que em 2014 chegou a US$ 110, no começo de 2016 despencou para US$ 30. Nos últimos meses, houve uma recuperação e, em agosto, o preço alcançou a casa dos US$ 50. “A queda no preço do petróleo impacta diretamente os investimentos. Com retorno financeiro menor, alguns investidores preferem reprogramar projetos para outro momento ou mesmo aplicar naqueles que exigem menos recursos. Essa questão, aliada à crise econômica e aos problemas na Petrobras, afeta o segmento em todo o país e também no Espírito Santo, que sente o impacto na arrecadação de receitas e tributos para Estado e municípios”, explica o secretário de Desenvolvimento. Essa valorização do barril garantiu à Petrobras um lucro de R$ 370 milhões no segundo trimestre de 2016, ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
depois de três trimestres consecutivos de prejuízo. O valor, porém, é 30% menor em relação ao mesmo período do ano anterior: R$ 531 milhões. “A expectativa é pela retomada do mercado e pela estabilização do preço do barril de petróleo, em torno de US$ 60. É preciso que todos façam o ‘dever de casa’, inclusive a própria Petrobras, que deve se reestruturar, cortar gastos, desenvolver mais tecnologia, garantir mais produtividade e competitividade”, analisou o coordenador do Fórum Capixaba de Petróleo e Gás, Luiz Alberto Souza Carvalho. Articulado pelo Governo do Estado, pela Petrobras e pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), o fórum foi criado em 2014 como forma de elaborar ações estratégicas na cadeia produtiva do segmento petrolífero capixaba. É um espaço também de interlocução público-privada para maximizar a participação da indústria local de bens e serviços nas demandas do setor. “O Governo do Estado está buscando estratégias junto à Petrobras e a outras operadoras para a retomada de investimentos. Também estamos trabalhando com o Fórum Capixaba de Petróleo e Gás de forma a estimular as empresas capixabas a investirem em inovação e tecnologia para atender aos mercados nacional e internacional”, destaca o secretário de Desenvolvimento, José Eduardo Azevedo. Numa recente reunião do fórum, a estatal confirmou a intenção de realizar o leilão de 36 áreas de concessão terrestre de petróleo e gás no norte do Espírito Santo, cuja capacidade de produção é de 3 mil barris por dia. Em todo o país, a venda de campos em terra vai envolver 104 concessões. No Estado, os quatro polos a serem ofertados são os de Fazenda São Jorge-Cancã-Fazenda Cedro, com nove concessões; Lagoa Parda, com três; São Mateus, com 14; e o Gás, com quatro, além de seis contratos exploratórios. Com a venda desses ativos, a Petrobras espera fazer caixa para focar seu plano de negócios em projetos prioritários, como o pré-sal. “A nossa perspectiva é de que haja uma retomada do segmento, com mais investimentos e com o crescimento de negócios para as empresas capixabas que estão se qualificando, desenvolvendo tecnologia e fornecendo produtos e serviços para o mercado interno e externo”, confia Azevedo. 59
ECONOMIA PAPEL E CELULOSE
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Foto:Sagrilo
CENÁRIO CONTURBADO REPRESENTA DESAFIO PARA A INDÚSTRIA DE CELULOSE Mau momento da economia brasileira fez com que o setor se reinventasse e traçasse estratégias para superar as dificuldades
R$ 745 MILHÕES
Foi o lucro registrado pela Fibria no segundo trimestre de 2016
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A
economia em recessão fez com que vários segmentos produtivos sentissem fortemente o impacto da crise. Entre eles, a indústria de celulose acusou o abalo, revelado pela maior desvalorização de suas ações na Bolsa brasileira, mostrando que a queda de braço entre o real e o dólar afeta fortemente as empresas que negociam diretamente com o mercado externo. Por isso, de acordo com Markus Coelho, vice-presidente do Sindicato da Indústria de Papel e Celulose do Espírito Santo (Sindipapel), essas companhias estão buscando alternativas para continuar exportando e mantendo-se equilibradas na esfera internacional. Por operar no campo de commodities, em que o preço é ditado pelo mercado, a maior exportadora de celulose de fibra curta do Brasil – a Fibria –, cuja principal unidade está localizada no Espírito Santo, atua fortemente na gestão e no controle de custos, procurando continuar competitiva. A empresa também vem desenvolvendo projetos a fim de incorporar novos itens à sua produção, como biocombustível e outros derivados da madeira que podem ser usados nas indústrias automobilística, química e de construção civil. E pretende que, até 2025, 20% do seu negócio sejam constituídos por outros elementos de base florestal que não a celulose. A celulose é o principal produto de exportação do agronegócio capixaba, conforme divulgou a Secretaria de Agricultura do Estado (Seag) em maio deste ano. Mas Coelho ressalta que este momento de instabilidade não poupa nenhum ramo da economia. “As dificuldades são para todos. Com este caos em que as empresas passaram a vender menos, registrando prejuízos e precisando cortar empregos, a maioria dos indicadores e índices econômico-financeiros ficaram negativos para a indústria como um todo. Temos setores que estão estáveis, 61
ECONOMIA
como o de papéis tissue (para fins sanitários), que com a crise amargou uma retração de 0,4%; e o de papéis para embalagem, com menos 0,32%. A celulose é impulsionada pelas exportações, ainda mais com o dólar favorável. De qualquer forma, a conjuntura econômica, a crise política, o mercado retraído e a baixa demanda interna têm peso maior que fatores internos das empresas, como gestão das equipes e da eficiência. Não se pode reclamar só das causas externas e não fazer o ‘dever de casa’. Muitas fizeram ou estão fazendo”, comenta. Apesar disso, Marcelo de Oliveira, gerente geral industrial da Fibria, frisa que a área de celulose vem se mantendo equilibrada. Ao longo do segundo do trimestre deste ano, os fundamentos do mercado de fibra curta melhoraram de forma significativa, suportados por uma boa demanda global e pelo aumento da diferença de preços entre a celulose de fibra longa e a de fibra curta. “Também, estima-se que cerca de 300 mil toneladas de celulose de fibra curta tenham sido removidas do mercado no segundo trimestre de 2016, em decorrência de paradas de manutenção e paradas não programadas globalmente. Considerando o acumulado dos cinco primeiros meses do ano, houve um aumento de 1,9% nas vendas globais de celulose de fibra curta. Como principal destaque, as vendas desse produto para o mercado chinês cresceram 7,4% durante o período”, destaca Oliveira. Além do dólar favorável às exportações e do grande volume exportado, a relativa melhora das economias mais desenvolvidas, a retomada da demanda por fibra curta na China – após um início de ano marcado pela desaceleração das vendas e queda de preço – contribuíram para que a Fibria lucrasse R$ 745 milhões no segundo trimestre de 2016.
Visão de futuro positiva O Brasil tem o menor custo de produção do mundo e é o local mais capacitado a fabricar e colocar no mercado mundial produtos provenientes de árvores plantadas. Segundo Markus Coelho, “desde os anos 60 a produção de celulose no país tem crescido em taxas muito superiores às vislumbradas pelos demais produtores mundiais. Os dados mais recentes mostram que o país é hoje o 4º maior produtor mundial de celulose e o 9º de papel. No início 62
Brasil é o local mais capacitado a fabricar e colocar no mercado mundial produtos provenientes de árvores plantadas
deste ano, as projeções para a exportação de celulose indicavam crescimento de 10% no setor, como divulgado em relatório pela Bracelpa. Outra projeção divulgada no início de 2016 estima uma meta de produção de 22 milhões de toneladas de celulose no Brasil em 2020, ante cerca de 15 milhões em 2013”, detalha. Já Oliveira revela que no centro da estratégia da Fibria estão as florestas plantadas. A partir disso, a empresa analisou megatendências globais e do setor, pontos fortes e fracos do negócio e as oportunidades de mercado para elaborar seu plano de crescimento até 2025. “Consideramos o declínio do uso do papel, as mais sofisticadas plataformas tecnológicas disponíveis, o aumento da população idosa, o êxodo rural e as mudanças climáticas. O passo seguinte foi definir os pilares estratégicos que sustentam nosso projeto – e priorizam maior competitividade em um ambiente sustentável, impulsionado por relacionamentos de longo prazo. Queremos obter maior eficiência operacional em uma base florestal sólida e organizada, para responder à demanda de novos negócios e de projetos de inovação que permitam à Fibria se destacar além do segmento de commodities”, conclui. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
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ECONOMIA LOGÍSTICA E INFRAESTRUTURA
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LONGO CAMINHO A SER PERCORRIDO Apesar de avanços importantes, como a duplicação da BR 101, a dragagem do Porto de Vitória e as obras do aeroporto, setor logístico ainda emperra a economia do Espírito Santo
R$ 290 MILHÕES
Valor a ser gasto pelo Governo Federal, em parceria com o Governo do Estado, nas obras do Contorno do Mestre Álvaro
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nício da duplicação da BR 101. Fase final de construção da Rodovia Leste-Oeste. Conclusão da dragagem do Porto de Vitória. Retomada das obras do Aeroporto de Vitória. Ordem de serviço para a execução do Contorno do Mestre Álvaro. Alguns dos principais gargalos logísticos do Espírito Santo começaram a ser resolvidos em 2016. São entraves antigos, que emperram a economia capixaba. Mas, apesar de todas essas obras importantes terem começado a caminhar ou estarem em trajetória de conclusão, os empresários alertam que ainda há uma longa estrada a ser percorrida para que o setor de logística e infraestrutura do Espírito Santo se recupere de um atraso histórico. Uma série de demandas precisa ser solucionada para que os transportes não atrapalhem o crescimento do Estado. “Existe uma máxima que diz o seguinte: se a economia vai bem, o transporte vai bem. E isso é verdade, pois o setor atende a todos os demais e impulsiona toda a cadeia produtiva. Mas se o transporte para, falta alimento no supermercado, falta remédio nas farmácias, falta combustível nos postos de gasolina e as milhões de pessoas que transportamos diariamente ficarão com sua mobilidade prejudicada”, observa o presidente da Federação de Empresas de Transportes do Espírito Santo (Fetransportes), Jerson Picoli. De acordo com pesquisa elaborada pela Fundação Dom Cabral, o custo logístico consome cerca de 11,7% da receita das empresas. Há um alto nível de dependência de rodovias (98%), profissionais qualificados (85%), máquinas e equipamentos (78%). Os dados são de 2015, levantados junto a 142 empresas brasileiras de 22 segmentos industriais, cujo faturamento total equivale a 15% do PIB brasileiro. “Para a economia como um todo, a logística é fundamental. Nosso Estado não possui uma política de transportes integrada. São modais que não conectam a produção industrial e os canais de fluxo aos mercados 65
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interno e externo. Por falta de infraestrutura aérea, portuária e ferroviária, os produtos são transportados no modal rodoviário em longas distâncias, encarecendo o custo final. As perdas passam de US$ 300 milhões (cerca de R$ 1 bilhão) ao ano”, lamenta Constantino Dadalto, presidente do Conselho Temático de Infraestrutura (Coinfra) da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes). No Espírito Santo, dos R$ 57 bilhões previstos em investimentos na carteira de projetos 2015-2020, cerca de R$ 28 bilhões serão aplicados em logística: R$ 16 bilhões em terminais portuário, aeroportuário e de armazenagem; e R$ 11,7 bilhões em transportes. Do total, porém, menos da metade já está em execução: R$ 10 bilhões. Alguns desses empreendimentos começaram a sair do papel ou do projeto nos últimos meses. É o caso do Aeroporto de Vitória, cujas obras se arrastam há mais de 10 anos devido a paralisações por denúncias de superfaturamento e à necessidade de realizar uma nova licitação. Desde junho de 2015, felizmente, as construções foram retomadas. O investimento será de R$ 523,5 milhões, e a previsão inicial de entrega da estrutura é setembro de 2017. Quando ficar pronto, o novo Aeroporto de Vitória triplicará sua capacidade, passando a atender 10 milhões de passageiros por ano (atualmente, são 3,3 milhões). Outra promessa feita há anos está, enfim, sendo cumprida. Desde 1998, o Governo Federal vinha adiando a solução de um antigo gargalo no Porto de Vitória: a incapacidade de receber navios de grande porte. Em julho deste ano, enfim, foi assinado o contrato para a conclusão da dragagem e da derrocagem do canal de acesso ao Complexo Portuário de Vitória, que assim ganhará competitividade e novo fôlego, com um aumento de 40% em sua capacidade de movimentar cargas. A expectativa é de que a obra termine em outubro deste ano, num investimento de R$ 120 milhões. Quando concluída, a profundidade do canal passará de 11,4 para 14 metros, permitindo que o Porto de Vitória receba navios com calado de até 12,5 metros, transportando 60 mil toneladas de carga – hoje o limite é de 10,6 metros, com 40 mil toneladas. “Essa dragagem é esperada há muito tempo. É um problema de todos os portos brasileiros e agora conseguimos garantir as obras que irão dobrar a capacidade do porto”, disse o ministro dos Transportes, dos Portos e da Aviação Civil, Maurício Quintella, durante a autorização da ordem de serviço. Para 87% das empresas consultadas na pesquisa da Fundação Dom Cabral, a melhoria das condições das rodovias é um fator importante para reduzir os custos logísticos. Sendo 66
Obras do Aeroporto de Vitória foram retomadas em junho de 2015, mas ainda não têm recursos garantidos para a conclusão
assim, o Espírito Santo começa a destravar esse problema com três obras essenciais. A primeira delas é a duplicação da BR 101, cujas intervenções começaram em abril de 2016, três anos após a concessão da rodovia à iniciativa privada. No total, serão mais 46 quilômetros de pista dupla. O investimento da Eco101, concessionária da estrada, será de R$ 396 milhões, e o acordo com o Governo Federal é de entregar 50% da BR 101 duplicada até 2019. Para desafogar o trânsito no trecho da rodovia que corta a área urbana da Serra, foi autorizada também a construção do Contorno do Mestre Álvaro. Serão 19 quilômetros de pistas duplas, ligando dois pontos: o km 249 (próximo ao Posto da PRF) ao km 275, na Rodovia do Contorno. A obra custará R$ 290 milhões e tem previsão de ficar pronta em 2019. Outra via importante para escoar os mais diferentes tipos de produtos deve ser inaugurada em 2017. A Rodovia Leste-Oeste ligará as BRs 101 e 262, em Cariacica, à Rodovia Darly Santos, em Vila Velha, num investimento de R$ 140 milhões. “São obras importantes, necessárias e há muito tempo esperadas. Mas representam muito pouco para a logística geral”, afirma Constantino Dadalto, da Findes. “Apesar de ainda estarmos muito longe das condições ideais e de acompanharmos a realidade de pequenas, médias e grandes empresas, todas prejudicadas pela precariedade das condições de nossas malhas rodoviária, portuária, aérea e ferroviária, estamos vendo a retomada de obras importantes, ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
que certamente nos propiciarão ganho de produtividade e competitividade no futuro”, analisa Jerson Picoli, da Fetransportes. Constantino Dadalto lembra que alguns problemas locais podem ser solucionados pela adoção do Projeto Sudeste Competitivo, elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com as federações de indústrias dos estados da região. De acordo com esse estudo, O Sudeste precisa de R$ 63,2 bilhões em aportes na malha de transportes. Com esse valor, seria possível executar, até 2020, 86 projetos prioritários para modernizar e integrar o sistema logístico de Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Essas intervenções garantiriam uma economia de até R$ 8,9 bilhões com o a movimentação de cargas para o setor produtivo. Um dos projetos citados pelo estudo da CNI é a Ferrovia Vitória-Rio (EF 118), que visa à integração da malha fer-
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roviária nacional com portos do Espírito Santo e do Rio de Janeiro. Com orçamento previsto de R$ 7,6 bilhões, a via férrea terá 577,8 km de extensão, sendo 169,2 km em terras capixabas. Outra demanda é a modernização da BR 262, que liga Vitória a Belo Horizonte. Mas tanto a ferrovia quanto a rodovia não entraram no recente pacote de concessões elaborado pelo Ministério dos Transportes e podem ser viabilizadas por meio de parceria público-privada (PPP). Essa indefinição aumenta o temor dos empresários capixabas de que o gargalo logístico se arraste ainda por muitos anos. “Precisamos que o Governo do Espírito Santo, em conjunto com as instituições locais e nacionais, abrace o Projeto Sudeste Competitivo e alinhe as prioridades para que possamos, com o tempo, concretizar a infraestrutura adequada para viabilizar o grande corredor do Centro-Oeste com destino aos nossos portos”, aponta Dadalto.
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ECONOMIA MINERAÇÃO E SIDERURGIA
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MINERAÇÃO E SIDERURGIA ENSAIAM A RETOMADA EM 2016 Após demissões, queda na produção e prejuízos com a Samarco e o mercado externo, setor aposta em um fim de ano mais estável
S - 30% Foi a queda no lucro líquido da Vale no segundo trimestre de 2016
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e a crise instalada em 2016 atingiu em cheio trabalhadores e empresários de todos os setores da economia, as áreas de mineração e siderurgia têm um motivo a mais para lamentar. Além dos reveses causados pelas turbulências políticas e mercadológicas, um fator inesperado gerou desemprego e queda nos lucros: o rompimento da barragem de contenção de rejeitos da Samarco, em Mariana, Minas Gerais. A indústria capixaba acusou o golpe: de janeiro a julho de 2016, o Estado registrou a maior queda na produção industrial entre 15 unidades federativas. Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o recuo foi de 22,6%, contra uma média nacional de 9,1% no mesmo período. O Espírito Santo também amargou resultado negativo em agosto, em relação a julho, com diminuição de 9,8%. No acumulado de 12 meses, a baixa foi de 14,4%. “A maior queda foi na indústria extrativa. O desastre de Mariana aconteceu em novembro de 2015. De janeiro a junho do ano passado a Samarco funcionava; este ano, não. Foi um evento que fugiu totalmente da atuação do Estado. Inclusive, aconteceu fora do
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ECONOMIA
território capixaba”, disse o secretário de Economia e Planejamento do Espírito Santo, Regis Mattos Teixeira, em entrevista a periódicos. E a situação continua difícil para a Samarco. Em meados de agosto, a Justiça manteve a decisão de que a mineradora custeie investimento de R$ 20,2 bilhões destinado à recuperação da bacia do Rio Doce, gravemente atingida pela lama oriunda da barragem de Fundão. Esse valor decorre de uma ação movida pela União e pelos estados do Espírito Santo e de Minas Gerais. A receita capixaba também não ficou livre dos efeitos da lama da mineradora. Em maio, ao prestar contas à Assembleia Legislativa, o Governo apresentou um déficit de R$ 22 milhões no caixa do Tesouro Estadual entre janeiro e abril de 2016. Os números da economia local, já afetados pela crise nacional, pela prolongada seca que há dois anos assola o Estado e pela queda nos preços das commodities – que puxaram para baixo os números da balança comercial capixaba –, se agravaram com a redução da arrecadação provocada pela diminuição nos repasses de royalties, pela quebra de safras e pela paralisação das atividades da Samarco. “A empresa é exportadora, portanto, a produção não paga ICMS, mas os insumos que utiliza pagam. Uma planta pelotizadora usa muito energia e gás e paga muito ICMS. Os fornecedores da Samarco também pagam ICMS, os empregados consomem e pagam ICMS”, disse em junho o secretário Regis Teixeira, em entrevista à rádio CBN. Diante de tantas incertezas, o primeiro semestre de 2016 correu em compasso de espera. “A indústria entrou o ano com um planejamento enxuto, depois de cortar na própria carne para superar os desafios postos desde 2015”, analisou o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Marcos Guerra.
Vale A lama da Samarco também respingou no lucro de grandes empresas do Estado. A Vale, cujos resultados, com impacto direto no PIB capixaba, já vinham sendo prejudicados pela baixa internacional dos preços do minério de ferro, é uma das controladoras, juntamente com a BHP Billiton, da Samarco. Anunciado no final de julho, o balanço do segundo trimestre de 2016 da companhia apresentou lucro líquido de R$ 3,58 bilhões, valor que representa um recuo de 30% em relação ao mesmo período de 2015. Comparado ao primeiro trimestre do ano, o declínio foi ainda mais brusco: 43%, agravado pela provisão de R$ 3,73 bilhões que foi obrigada a fazer em razão do desastre ocorrido em Mariana. 70
O balanço do segundo trimestre de 2016 da Vale apresentou lucro líquido de R$ 3,58 bilhões
“Também tivemos muitas demissões no início do ano”, salienta o então presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo (Sindifer), Manoel de Souza Pimenta Neto. “O fechamento de vagas foi mais acentuado por conta da paralisação da Samarco. Mas estamos estabilizados neste momento, o impacto maior já passou, e agora as demissões arrefeceram”, avalia. Segundo Pimenta, “há uma crise instalada no Brasil, e não há como ignorá-la. Todos queremos reverter essa situação. Mas o que posso falar de positivo é que não vemos mais o risco de perda de tantos empregos todos os meses, como vinha ocorrendo: foram menos 3 mil vagas nos últimos 12 meses. E a demissão tem um custo altíssimo para os empregados, bem como para os empresários, que têm que dispensar uma mão de obra qualificada que levou anos para formar”, explica. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
retomada de trabalho em novembro deste ano. E isso vai se refletir positivamente no mercado. Agora, ainda não podemos dizer que estamos melhorando; apenas, que paramos de piorar. Esperamos que não existam mais impactos tão intensos como os que levaram a um alto número de demissões no setor todos os meses”, comenta o ex-presidente do Sindifer. No entanto, ainda há turbulências pela frente. No início de outubro, a Justiça do Trabalho indeferiu uma ação civil pública movida pelo Ministério Público do Trabalho e pelo Ministério Público de Minas Gerais que pedia a readmissão de todos os funcionários que foram demitidos pela Samarco após o desastre em Mariana. Os dois órgãos pediram que a mineradora fosse impedida de dispensar qualquer trabalhador antes de retornar suas operações.
ArcelorMittal
Próximos passos A esperança dos empresários do setor, do presidente Marcos Guerra e de toda a Federação das Indústrias é de que a Samarco retome suas atividades em 2017. Essa também é a expectativa da Vale, cujo gerente-executivo de Relações com Investidores, André Figueiredo, disse, em um evento em São Paulo, ser possível que a empresa consiga as licenças ambientais já em fevereiro do ano que vem, o que permitiria a volta à operação em meados do próximo ano. Hoje, além de esses avais estarem embargados por órgãos ambientais, a Samarco também teve as autorizações de reativação suspensas pela Justiça. “Mas, agora, o momento é de retomada, pelo que percebemos nos movimentos do mercado”, ressalta Pimenta. “A última reunião que tivemos com o presidente da Samarco nos deu esperança de um retorno das atividades em meados do ano que vem. Se isso se confirmar, a empresa já começa a ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
Outra gigante mundial que é peça fundamental da indústria capixaba é a ArcelorMittal. E a empresa tem se mantido firme no mercado. A multinacional informou, em julho, um aumento de 512% no lucro do segundo trimestre, no comparativo anual, para US$ 1,1 bilhão. Em grande parte, os ganhos se deram por conta da redução de custos com seguro saúde nos Estados Unidos, devido a um novo contrato de trabalho formalizado no país. Se ocorreu ganho por um lado, a receita da maior siderúrgica do mundo em produção recuou 12,7% de abril a junho, para US$ 14,7 bilhões, no confronto anual. Mesmo assim, a companhia indicou ainda, em seus resultados, que estava otimista sobre o segundo semestre, apesar de continuar mostrando preocupação com o excesso de capacidade global de oferta de aço. “A ArcelorMittal é muito eficiente e tem produzido com 100% de sua capacidade. Tem exportado bastante e agora, que a questão dos preços do minério e do petróleo no mercado externo já começam a ter alguma reversão, teremos uma recuperação ainda mais rápida”, avalia Pimenta. Somente este ano, a ArcelorMittal, a exemplo de CSN e Usinimas, anunciou três aumentos de preços em seus produtos, no mercado interno. Em junho, data do último reajuste, as cotações do aço subiram ao redor de 10%, segundo estimativas do mercado, o que representa uma diferença de valor até 5% maior no mercado interno, em relação ao externo. Isso foi possível em razão das importações de aço continuarem em queda, por causa da falta de crédito a importadores e da baixa demanda interna. Na prática, comprando menos, o frete fica mais caro e o produto interno, mais competitivo. 71
ECONOMIA ENERGIA
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70% É o percentual que o Estado importa da energia que utiliza
DESSALINIZAÇÃO É A ALTERNATIVA PARA O SETOR DE ENERGIA DO ES A seca tem afetado vários setores da economia estadual. Pensando nisso, a utilização de água do mar é uma das soluções
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Espírito Santo já está em situação de emergência por conta da maior escassez hídrica que enfrenta em mais de 80 anos. Isso tem impacto direto sobre o setor elétrico capixaba, pois a falta de água prejudica o fornecimento de energia para casas e empresas, uma vez que a água é a matéria-prima básica usada no Brasil para a geração de eletricidade. O déficit hídrico que já está acontecendo tende a piorar porque, segundo dados do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), a estiagem irá se estender e permanecerá ao longo dos últimos meses de 2016. Esse fenômeno atípico tem um nome: bloqueio atmosférico, que nada mais é do que uma massa de ar seco estacionada sobre todo o Estado. Para reverter esse quadro, uma alternativa visualizada tem sido a dessalinização da água do mar. “A crise hídrica é um problema que todos os segmentos da nossa economia têm que enfrentar de forma firme e planejada. Todos nós sofremos. Porém, o setor elétrico tem buscado alternativas, inclusive utilizando-se de métodos de dessalinização para conseguir viabilizar seus projetos. Uma vez que o Espírito Santo está em uma parte litorânea, essa possibilidade torna-se viável”, revela Fabrício Cardoso Freitas, diretor do Sindicato das Indústrias de Geração, Distribuição e Transmissão de Energia do Estado do Espírito Santo (Sinerges).
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ECONOMIA
Esse processo retira de águas salgadas ou salobras a maior parte dos sais minerais, com o propósito de torná-las utilizáveis para alguns fins – nesse caso, de utilização no setor de energia. A água do mar in natura seria impossível de ser empregada, pois o sal é um composto que pode conduzir correntes elétricas, por isso é obrigatória sua retirada do processo.
Importância do setor para o Estado Toda essa preocupação com a ligação direta entre a estiagem e o desafio de geração e distribuição se dá porque, de acordo com o diretor do Sinerges, o setor energético se torna a cada dia mais importante para o país e, principalmente, para o Estado, que importa cerca de 70% da energia que consome. As atividades de geração, transmissão e distribuição são extremamente importantes no Espírito Santo, para que possa ter tarifas mais baratas para os consumidores capixabas, sejam eles grandes indústrias, comércios ou usuários residenciais. “O Estado tem fomentado, de forma expressiva, a atratividade de novos projetos para sermos autossuficientes e termos essa energia gerada em território capixaba e com insumos locais, trazendo mais emprego e renda”, observa Freitas. Outro fator, além da estiagem, que é preocupante para a comercialização é a crise econômica nacional. O dirigente ressalta que, “com a recessão que estamos vivendo nos últimos anos, o consumo de energia caiu muito. Entretanto, com as mudanças em nossa política e maior segurança jurídica, esse quadro tende a se alterar com perspectiva de crescimento e, assim, os investidores vão se 74
O setor de energia tem buscado alternativas para vencer a crise hídrica, inclusive utilizando-se de métodos de dessalinização para conseguir viabilizar seus projetos
mobilizar para aplicar mais recursos”, comenta. Ele ainda reitera que a falta de planejamento e de capacidade de gestão dos últimos anos criou uma série de problemas, como regras confusas e projetos inviáveis de geração e logística, entre outros.
Expectativas para a atividade Apesar da situação desafiadora para os próximos meses, Fabrício Freitas expõe alguns planos. “Atualmente existem projetos em desenvolvimento em estágios diferentes, uns mais avançados, outros menos, mas que, em sua implantação, poderão gerar investimentos diretos de cerca de R$ 20 bilhões. Ressalto, porém, que esses aportes dependem totalmente do crescimento de nossa economia para que tenhamos leilões de energia realizados pelo Governo Federal.” ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
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ECONOMIA COMÉRCIO EXTERIOR
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ESPÍRITO SANTO PERDE COMPETITIVIDADE, E COMÉRCIO EXTERIOR DESACELERA EM 2016 Desempenho R capixaba foi o pior entre os principais estados importadores no primeiro semestre
80% do comércio internacional são feitos por via marítima
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esponsável por cerca de 50% do Produto Interno Bruto (PIB) do Espírito Santo, o comércio exterior local continua sentindo em 2016 os efeitos da crise econômica que assola o país e da baixa competitividade dos portos estaduais. Tanto assim que as importações feitas pelo Espírito Santo sofreram queda de 35,2% no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo levantamento realizado pelo Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Estado (Sindiex) – o pior desempenho entre os principais estados importadores do Brasil. Em 2015, as compras externas capixabas alcançaram R$ 2,8 bilhões, contra R$ 1,8 bilhão em 2016. O presidente da entidade, Marcilio Rodrigues Machado, ressalta que os resultados sofrem interferência direta da perda de competitividade em relação aos demais portos brasileiros. “O Espírito Santo é referência no setor importador, mas estamos perdendo cargas para outros estados, tanto em razão de mudanças na legislação, quanto por falta de infraestrutura portuária adequada, principalmente para contêineres”, explica. No primeiro semestre deste ano, a maior queda na pauta importadora capixaba foi registrada nas operações com automóveis (-56%), seguidas por vestuário (-53%), equipamentos de telefonia celular (-40%), máquinas e equipamentos (-37%) e carvão mineral (-31%). 77
ECONOMIA
“O resultado do primeiro semestre deste ano foi o pior dos últimos 10 anos”, destaca Machado, acrescentando que a recessão pela qual o país está passando inibe investimentos em vários setores da economia, que ficam receosos em importar ou adiam importações. “O setor de importação está passando pelos momentos mais difíceis dos últimos 20 anos”, lamenta o presidente do Sindiex.
Exportações As exportações realizadas pelo Espírito Santo também registraram recuo no primeiro semestre deste ano, se comparado com 2015: 41% a menos, totalizando US$ 3,1 bilhões, contra US$ 5,3 bilhões no mesmo período do ano passado. O petróleo foi a commodity que apresentou o pior indicador, com redução de mais de 70% nas vendas, seguido por minério de ferro (-66%), ferro e aço (-22%), celulose (-14%) e rochas ornamentais (-4%). Além de ser composta por commodities – que sofrem com as variações de preço no mercado internacional –, as exportações do Espírito Santo esbarram também em problemas estruturais, visto que, por deficiência no acesso ao porto, muitas operações têm passado a ser feitas a partir de outros estados. “Sem que navios maiores possam entrar no canal de Vitória, o empresariado precisa embarcar suas mercadorias por outros portos. Estamos buscando solucionar essas questões, que se refletem no tempo de trânsito e no aumento de custos nas operações para as empresas capixabas, visando a trazer mais desenvolvimento aos negócios e ao Espírito Santo”, relata Marcilio Machado. A infraestrutura inadequada onera tais atividades. “Grande parte das nossas exportações de café e rochas ornamentais está sendo efetuada a partir de outros portos. Consequentemente, temos custos maiores do que os nossos concorrentes, pois arcamos com as despesas de um frete interno até outro porto brasileiro para viabilizar o embarque de nossos produtos. O nosso porto público de contêineres não consegue atrair armadores e navios de maior capacidade, que possam atender às necessidades dos exportadores. Muitas vezes, eles têm, também, que trazer contêineres vazios de outros estados brasileiros para viabilizar suas operações de venda ao exterior”, lamenta.
Expectativas Para o segundo semestre de 2016, a perspectiva é de melhoria progressiva no cenário, pelo menos no que diz respeito às importações. “Atualmente, está ocorrendo uma melhora na confiança nas instituições que poderá incrementar o consumo e, por consequência, o resultado das importações. Entretanto, números mais positivos só deverão ocorrer em 2017, pois a 78
As exportações realizadas pelo Espírito Santo também registraram recuo no primeiro semestre deste ano, se comparado com 2015
economia brasileira deve terminar o ano em recessão, o que inibe investimentos em curto prazo”, prevê Marcilio. Já em relação aos embarques, o cenário é de menos confiança e mais incertezas, influenciado principalmente pelo minério de ferro, que impacta diretamente as exportações capixabas, de cujo total a commodity já representou cerca de 40%. “Como ainda não podemos afirmar com precisão o retorno à operação da planta da Samarco, acredito que não deverá haver melhora em nossas exportações no fechamento deste ano. Em médio e longo prazo, o que precisamos fazer é diversificar a nossa pauta de exportações, de modo a incluir produtos com maior valor agregado. Para que isso aconteça, será necessário que o Brasil avance na concretização de acordos bilaterais, principalmente com os países que compram ou têm potencial para comprar produtos manufaturados”, ressalta o presidente do Sindiex. Confiante quanto ao fim da recessão, ele defende que iniciativas devem ser tomadas para que não persista a deficiência portuária, pois cerca de 80% do comércio internacional são feitos por via marítima. “A redução nas importações afeta as exportações, pois é por meio das importações que inserimos nossas empresas nas cadeias de suprimentos globais. Com uma menor inserção nessas cadeias, os nossos produtos destinados a exportação acabam, também, sendo atingidos. É muito difícil encontrar um produto de exportação, sujeito à competição no mercado externo, que não dependa de insumos importados”, analisa. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
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ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
SETOR DE SERVIÇOS BUSCA ALTERNATIVAS PARA CRESCER Cautela do consumidor e queda nas vendas são desafios para o segmento
3.552 É o número de empresas que fecharam as portas no Espírito Santo até julho deste ano
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U
m setor que serve como termômetro da economia de uma forma geral, a área de serviços vem enfrentando uma grande batalha em 2016. No Espírito Santo, a situação preocupa ainda mais os representantes do segmento, e as incertezas não são injustificadas. De acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgada pelo IBGE em junho, essas atividades no Estado tiveram um tímido aumento de 0,2% sobre o mês anterior, mas diminuíram 6,8% em relação a julho/2015. É um número pior que a média nacional nos mesmos períodos (crescimento de 0,7% em julho/2016 e retração de 4,5% na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a maior retração para o mês de julho, na série iniciada em janeiro de 2012). Com esses resultados, a taxa nacional acumulada nos primeiros sete meses ficou em -4,8% e, nos últimos 12 meses, em -4,9%. O setor de serviços é composto por atividades complementares, e o desaquecimento das demais áreas da economia influencia diretamente seus resultados. É o que pensa o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo (Fecomércio-ES), José Lino Sepulcri. “A recessão provocada nesse cenário de instabilidade política e econômica, principalmente por juros altos, inflação em elevação e crédito escasso – ainda que os indicadores tenham registrado melhora nos últimos meses –, implica a redução da demanda por serviços”, disse. Para Sepulcri, pela ótica das famílias, muitas vezes, os serviços podem ser postergados. “É isso o que boa parte dos consumidores tem preferido fazer em tempos de crise: conter gastos como lazer e turismo e restringir as compras a itens considerados de primeira necessidade, como a alimentação. Em razão da perda de empregos, que interfere diretamente no consumo das famílias, 81
ECONOMIA
existe a crise de confiança. Mas, aos poucos, estamos identificando uma melhora nos indicadores”, afirmou. Do ponto de vista do presidente da Fecomércio, em momentos de crise, setores como serviços profissionais, administrativos e complementares, que envolvem atividades como locação de automóveis, serviços de advogados, de organização de viagens, marketing e publicidade, assessoria e consultoria, estão mais vulneráveis. Com a população cautelosa, as vendas de produtos e serviços são afetadas. A despeito da melhora nos índices de inflação – que eleva diretamente o poder de compra do consumidor –, o alto endividamento das famílias e o desemprego são fatores que influenciam diretamente a intenção de consumir. Tudo tem desdobramentos no número de negócios que acabam ficando pelo caminho. Até julho, 3.552 empresas fecharam as portas no Espírito Santo. Isso representa um aumento de 53,7% sobre o ano passado, que registrou 2.311 baixas empresariais no mesmo período, segundo informações da Junta Comercial do Espírito Santo (Jucees). Sepulcri afirma que a maior parte das firmas extintas é de micro e pequeno porte, principalmente lojas de eletroeletrônicos, vestuário e presentes. “Em sua maioria, a disparada dos custos para manter a atividade em meio à crise econômica fez com que empresas de vários setores encerrassem suas atividades no Estado. Mas é válido destacarmos que, em contrapartida, outras também foram criadas: até julho deste ano, 4.785 foram abertas”. Para ele, o empreendedor também está recuperando a confiança aos poucos, e a expectativa é de que muitas outras organizações abram as portas e as que estão no mercado consigam se manter de pé, para que possam voltar a gerar emprego e renda no Estado. “Só assim, voltaremos a dar mais dinamismo à economia”, frisou.
Caminho para dar a volta por cima No cenário atual, a preocupação do comércio se concentra na diminuição dos investimentos e das contratações em curto prazo. A situação, para José Lino Sepulcri, demanda uma condição mais segura e que incentive a volta dos aportes por parte da iniciativa privada. O caminho para vencer este difícil momento passa pela inovação. “Para o empresário, o jeito é se reinventar, buscar diferenciais de atendimento, além da qualidade do serviço ou do produto oferecido. Os momentos difíceis podem evidenciar algumas oportunidades, principalmente porque a análise e a visão do empresário ficam mais ‘afinadas’ na busca por alternativas para a sobrevivência dos seus negócios. Muitas vezes pode-se inovar sem que isso resulte em altos custos para a empresa. Pode-se qualificar a mão de obra, ficar atento à questão dos custos e avaliar qual produto/ serviço realmente é percebido como valor pelo cliente” explicou. 82
O setor de serviços é composto por atividades complementares, e o desaquecimento das demais áreas da economia influencia diretamente seus resultados
E os empresários não estão sozinhos nessa busca. A Fecomércio-ES tem fomentado novas parcerias e agido junto ao Governo, a partir de debates na Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo (Ales) em alianças com outras entidades do setor, na proposta de sensibilizar os parlamentares quanto ao atual momento econômico do comércio local. Existem ainda equipes que buscam discutir e propor mecanismos de ação para o empresariado e a economia, como o Grupo de Trabalho da Secretaria de Estado da Fazenda (GTFAZ), que promove debates e propostas voltados à legislação tributária e dificuldades do contribuinte no entendimento e no alcance das normas. Questões fundamentais, como a redução do ICMS sobre os medicamentos, estudos sobre reduções das multas das obrigações acessórias e o programa de parcelamento de débito do imposto são ações iniciadas e conquistadas a partir do Grupo. O mesmo ocorre com o Fórum das Entidades e Federações (FEF), que reúne as Federações da Agricultura e Pecuária (Faes), das Indústrias (Findes) e dos Transportes (Fetransportes) e o movimento Espírito Santo em Ação, e que também articula questões políticas, econômicas e sociais. A missão é complicada, mas a hora é de arregaçar as mangas. Reduzir gastos, aproveitar a experiência dos profissionais disponíveis e inovar nos processos são as palavras de ordem para quem quer ultrapassar a crise. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
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ECONOMIA METALMECÂNICO
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METALMECÂNICA SE PREPARA PARA DIAS MELHORES Com queda de 25% em dois anos, indústrias do setor projetam melhoras nos próximos meses
25%
É a queda na produção do setor metalmecânico nos últimos dois anos
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O
pior já passou. Essa é a avaliação de empresários e dirigentes do setor metalmecânico no Espírito Santo. O presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo (Sindifer), Lúcio Dalla Bernardina, avalia que as grandes empresas que dão suporte ao polo industrial do Estado estão se recuperando da crise, o que vai gerar uma “bola de neve” positiva, ou seja, as empresas de pequeno e médio porte também devem se beneficiar da melhora no cenário. As demissões diminuíram, e o mercado está prestes a reagir. “Temos que observar o mercado externo também. Se ele melhorar, nossa recuperação será mais rápida, com mais fôlego. O que posso dizer é que paramos de piorar, mas estamos ainda com produção muito abaixo da que tínhamos há dois anos. Nossa produção caiu em, pelo menos, 25% nos últimos dois anos. Esse é um índice altíssimo”, pondera ele, que assumiu o comando da entidade patronal em agosto deste ano. A indústria metalmecânica incorpora todos os segmentos responsáveis pela transformação de metais, incluindo desde a produção de bens e serviços intermediários até máquinas, equipamentos, veículos e materiais de transporte. E uma boa forma de medir a reação desse mercado é o nível de emprego. Nos 12 meses entre julho de 2015 e junho de 2016, o setor fechou 825 vagas no Espírito Santo. No Brasil, o impacto social da crise nesse campo foi fortíssimo, com 74.239 cortes no mesmo período. Já entre janeiro e junho de 2016, o Espírito Santo perdeu 210 postos de trabalho. No país, o número foi de 27.009 empregos eliminados. Ou seja, o primeiro semestre de 2016 já se mostrou, se não positivo, menos trágico do que o segundo de 2015. Os números são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). 85
ECONOMIA
Mas o quadro começa a ganhar tintas menos pesadas quando são observados os indicadores de junho comparados a maio de 2016, ao menos no Espírito Santo. Se no quinto mês do ano o saldo de empregos foi negativo em -145 vagas, no sexto foram -98. “Arrefeceram-se as demissões. Acho que estamos em um momento de retomada e, da forma como tudo está caminhando, penso que em meados de 2017 retomaremos as atividades com mais intensidade. Não digo que estamos melhorando, porque não é o que vemos, mas paramos de piorar, o que já é positivo. Esperamos, é claro, que não aconteçam mais impactos tão grandes na economia que levem o setor a demitir novamente”, comenta Lúcio Dalla. Um incentivo que vem animando os empresários é o programa chamado Brasil Mais Produtivo, que prestará serviços de consultoria, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), visando a uma melhoria de pelo menos 20% nos processos operacionais de indústrias manufatureiras de pequeno e médio porte, que tenham entre 11 e 200 profissionais e, preferencialmente, estejam inseridas em Arranjos Produtivos Locais (APLs). Na primeira fase, os segmentos elegíveis, em razão de sua maior aderência à ferramenta de manufatura enxuta, são metalmecânico, vestuário e calçados, moveleiro e de alimentos e bebidas. No início de agosto, o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, esteve na sede da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) para o lançamento do programa, que no Estado contemplará inicialmente os segmentos de metalmecânica e de alimentos e bebidas. O Brasil Mais Produtivo oferecerá a essas empresas capacitação técnica, de forma a que obtenham ganhos expressivos de produtividade, inclusive com redução no custo. Serão atendimentos de pelo menos 120 horas, utilizando ferramentas de manufatura enxuta customizada, metodologia desenvolvida pelo Senai. O foco será na redução dos sete tipos de desperdícios mais comuns no processo produtivo: superprodução, tempo de espera, transporte, excesso de processamento, inventário, movimento e defeitos. A iniciativa, do ministério juntamente com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), conta também com a parceria da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), além do apoio do Sebrae, do BNDES, da Secretaria de Desenvolvimento Estadual e do Núcleo Estadual de APLs, e atenderá, em todo o país, 3 mil pequenas e médias indústrias.
Mec Show 2016 Evento anual esperado com ansiedade pelo setor, a Feira da Metalmecânica, Energia e Automação (Mec Show), que teve 86
A Feira da Metalmecânica, Energia e Automação (Mec Show) já atraiu mais de 16 mil visitantes de 16 estados e 11 países
sua nona edição em julho deste ano, superou as expectativas de organizadores e expositores. Funcionando como um bom termômetro das vendas, o encontro registrou um volume de negócios acima de R$ 50 milhões. Foram mais de 16 mil visitantes de 16 estados brasileiros e de 11 países diferentes. Os empresários garantem: mesmo com a crise econômica que se instalou no país, há muito o que comemorar. “A movimentação na feira foi muito boa, e fechamos bons negócios. Participamos desde a primeira edição e, no ano que vem, estaremos aqui novamente. Se possível, com um estande ainda maior”, comentou Paulo Kallas, gerente da Hipermix, do grupo Eletrosolda. Entre os acordos fechados pela companhia, a venda de uma máquina de corte de plasma para uma fabricante de Fortaleza, no Ceará. Representante para a América Latina da chinesa Xuzhou, a Basalt Revest montou pela primeira vez um estande na Mec Show com um produto voltado para empresas que pretendem evitar o desgaste de seus equipamentos pelo atrito com produtos abrasivos. “Recebemos aqui pessoas ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
de Carapina. Entre eles estiveram os principais players dos segmentos que compõem a indústria de bens de capital: automação, robótica, compressores, metrologia industrial, acionamentos, redutores e motores, tecnologias industriais de ponta e máquinas de corte, entre outros. O evento foi palco também de homenagens para personalidades que colaboraram para o desenvolvimento do setor. No primeiro dia, o senador Ricardo Ferraço foi contemplado por toda a sua contribuição na área, desde a época em que era vice-governador do Estado, no segundo mandato de Hartung. “Nessas quatro décadas em que emergiu no Estado, vimos o setor se reinventar, inovar, resistir. Enfrenta uma crise brutal e, seguramente, sairá dela muito mais forte. Onde quer que esteja instalada, uma empresa de metalmecânica nos ensina como fazer bem-feito. Por isso, posso afirmar que o que fazemos na vida pública não é para receber homenagem, mas claro que nos motiva e entusiasma”, afirmou. Já o diretor de Operações da ArcelorMittal Tubarão, Jorge Luiz Ribeiro de Oliveira, recebeu o prêmio Personalidade do Setor, concedido pelo Sindifer e pelo Cdmec, pelo seu incentivo ao desenvolvimento das atividades de metalmecânica no Espírito Santo.
Indústria: o que vem por aí
de Santa Catarina, do Rio de Janeiro e do Pará com problemas nessa área, e a nossa proposta é justamente oferecer soluções”, ressaltou Lino Gomes, gerente de Estratégia Comercial da Basalt Revest. Para Durval Vieira, presidente do Centro Capixaba de Desenvolvimento Metalmecânico (Cdmec), o resultado da Mec Show não poderia ter sido mais positivo. “Superou nossas expectativas, especialmente na área de conteúdo técnico. Tivemos interessantes participações, expositores com produtos de qualidade, e nossas palestras, com certeza, agregaram valiosos conhecimentos ao público.” Manoel Pimenta, que presidia o Sindifer na ocasião da Mec Show, confirma o sucesso. “Esta edição serviu como um termômetro a indicar que a economia pode se reabilitar em curto e médio prazo. As inovações apresentadas nos dão ânimo quanto ao futuro. Esperamos que os negócios iniciados aqui deem frutos e gerem dividendos ainda neste ano.” A Mec Show 2016 reuniu 130 expositores de nove estados brasileiros, numa área de 12 mil metros quadrados, no Pavilhão ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
Apesar do cenário econômico, os investimentos no Estado seguem como prioridade das grandes empresas. Durante a Mec Show, o gerente de Desenvolvimento de Negócios do Estaleiro Jurong Aracruz (EJA), Cícero Grams, fez em sua palestra um balanço, até o momento, de todo o projeto executado a partir de 2012, quando foram iniciadas as obras no município do norte do Estado. Mas o ponto alto de sua apresentação foi o anúncio de uma nova seleção de estudantes para treinamento em Singapura, na Ásia. Em parceria com o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), de onde foram selecionados os jovens, a capacitação é um programa que possibilita a experiência de atuação em um estaleiro mundial e de alta tecnologia, por 14 meses. “Estou anunciando para vocês em primeira mão que vamos dar continuidade a esse trabalho em 2017”, contou. A despeito de estar em uma fase ainda anterior às obras, o projeto do Porto Central, em Presidente Kennedy, no sul do Estado, também continuará a ser desenvolvido pela joint-venture entre o Porto de Roterdã (Holanda) e a TPK Logística. A garantia foi dada pelo gerente comercial Frans Jan Hellenthal, que afirmou também que a empresa avança para iniciar as obras em 2017. O porto, que deverá entrar em operação no começo de 2020, vai dispor de terminais diversos, mas a implantação será feita por etapas. 87
PESQUISA 2016 METODOLOGIA
EMPRESÁRIO, EXECUTIVO E EMPRESA DESTAQUES 2016 C omo em anos anteriores, o anuário “IEL 200 Maiores Empresas no ES” promoveu a eleição do Empresário, da Empresa e do Executivo Destaques, em 2016. A eleição foi realizada via web, com participação de um público representativo, composto por empresas, fornecedores do Prodfor, órgãos de apoio e fomento, diretores, conselheiros, executivos e gerentes do Sistema Findes, membros dos Conselhos Temáticos e da Assessoria Técnica da Findes, Federação do Comércio, jornalistas e editores dos principais veículos de comunicação do Estado do Espírito Santo e outros formadores de opinião. O processo de eleição ocorre em duas etapas: • Primeira etapa: Eleição por meio de livre votação dos pré-candidatos a Empresário, Executivo e Empresa Destaques 2016; • Segunda etapa: Consistiu na efetiva eleição do Empresário, do Executivo e da Empresa Destaques 2016, a partir dos três mais votados em cada categoria na primeira fase.
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Para essa finalidade, foram adotados os seguintes conceitos: • Empresário Capixaba Destaque: empresário capixaba que mais se destacou no ano de 2016. • Empresa Destaque em Operação no ES: empresa em operação no Espírito Santo que mais se destacou em 2016. • Executivo Destaque: principal executivo de empresa em operação no ES, que mais se destacou em 2016 na condição de dirigente. Todo o processo e o sistema de eleição foram desenvolvidos e acompanhados pela equipe do IEL-ES, em ambiente web, por meio de uma interface para o usuário (eleitores) e uma área restrita para os administradores do sistema, atendendo aos requisitos de segurança e performance, que permitem a cada destinatário votar apenas uma única vez. Os e-mails foram disparados a partir de dispositivos do sistema, com base nas informações alimentadas no banco de dados pela equipe do IEL-ES. O conteúdo do texto esclareceu que a forma de votação apontava um link para acesso ao site da eleição, em que o sistema gerava um código de forma aleatória, não permitindo nova indicação. A votação ocorreu nos meses de agosto e setembro 2016; após esse período, foram gerados os relatórios com os resultados da apuração. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
EMPRESÁRIO DESTAQUE
ETORE SELVATICI CAVALLIERI A trajetória de sucesso de um torneiro mecânico que hoje preside a Imetame, empresa com 3.800 funcionários e atuação em 11 estados e três países
“A
creditar que é possível faz a diferença.” A frase do diretor-presidente da Imetame, Etore Selvatici Cavallieri, 59 anos, traduz a crença de um então jovem torneiro mecânico que, juntamente com um sócio, iniciou a vida de empreendedor no ano de 1980, em um galpão de apenas 50 metros quadrados, no município de Aracruz, onde nasceu. O capital inicial que viabilizou a criação da empresa veio dos recursos recebidos com a rescisão trabalhista do antigo emprego, na Aracruz Florestal, e da venda de dois carros, além do auxílio financeiro do pai. Passados quase 36 anos, o empreendimento se tornou grande: ocupa uma área de 244 mil metros quadrados, emprega 3.800 funcionários e atua em 11 estados brasileiros e três países. O grupo abrange as empresas Imetame Metalmecânica, Imetame Granitos, Imetame Energia, Imetame e Imetame Logística. Diversificando as suas atividades, opera em cinco frentes: metalmecânica, energia, granito, logística e agronegócio. Para o empresário, que buscou exergar possibilidades e oportunidades, a variedade de negócios permite maior segurança frente às oscilações da economia e aos riscos, que a seu ver também fazem parte do negócio e devem servir como um aprendizado. Casado e pai de quatro filhos, eleito o Empresário Destaque 2015 na pesquisa do Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES), Etore Selvatici Cavallieri tem como principal hobby estar com a família e os amigos e fazer caminhadas de longas distâncias.
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“O prêmio representa um reconhecimento à jornada profissional, de compromisso, amor e dedicação à Imetame e a todas as pessoas que passaram por ela. Acredito ter sido lembrado por construir uma história na qual buscamos o equilíbrio e a integração entre negócio, colaboradores e suas famílias, comunidades e nossas ações no âmbito social”, afirma. Demonstrando essas preocupações no cotidiano, a empresa possui programas de capacitação e desenvolvimento técnico, como as “Escolinhas de Solda e Caldeiraria”, além de treinamentos voltados para o autoconhecimento e para o desenvolvimento de lideranças e equipes. “Criamos oportunidades para as pessoas crescerem, desafiando-as a fazerem melhor a cada dia e a se superarem. Isso é muito forte em nossa empresa, faz parte do nosso ‘jeito de ser’, o que consequentemente faz com que os talentos se sobressaiam. Temos uma equipe de gestão de pessoas exclusiva para acompanhar, orientar, ouvir e tratar os desafios”, comenta. O próximo passo da companhia será a construção de um complexo que servirá de apoio às atividades de exploração de petróleo e gás no Espírito Santo, orçado em R$ 300 milhões, a ser erguido em uma área de 540 mil metros quadrados, também em Aracruz, entre o Estaleiro Jurong e o Portocel, da Fibria. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
EXECUTIVO DESTAQUE
MARCELO CASTELLI Atuando há mais de 25 anos na indústria de papel e celulose, executivo preside a maior produtora global de celulose de eucalipto
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capacidade de liderança do presidente da Fibria, Marcelo Castelli, 52 anos, natural de Santo André (SP), é demonstrada pelos numerosos cargos de chefia que ocupou em mais de duas décadas de experiência no segmento de papel e celulose. Formado em Engenharia Mecânica pela Universidade de Mogi das Cruzes (SP), detentor de uma licenciatura em Administração de Empresas pela Faculdades Associadas de São Paulo (Fasp) e de um MBA em Administração pela Fundação Dom Cabral, Castelli liderou equipes nas áreas de produção, projetos e negócios em grandes companhias do setor. Em julho de 2011, assumiu o comando da Fibria. Antes disso, esteve à frente da Diretoria de Operações Florestais, Suprimentos, Papel e Estratégia da empresa. Também foi o líder do Projeto Integração, que elaborou as diretrizes conceituais e administrativas da união de operações entre Aracruz Celulose e Votorantim Celulose e Papel, as duas grandes indústrias brasileiras que deram origem à Fibria, que a partir daí se tornaria a maior produtora global de celulose de eucalipto. Castelli acredita ter sido escolhido como Executivo Destaque em virtude da forte atuação da companhia no Espírito Santo. “A empresa possui aqui a sua maior operação industrial, gerando cerca de 6 mil empregos diretos, e mantém várias iniciativas que contribuem para fortalecer a economia local. Um exemplo é a prioridade que dá à contratação de empresas locais nos projetos que desenvolve no Estado, o que colabora para o fortalecimento da cadeia de fornecedores”, comenta. Para o executivo, o empreendimento que representa nasceu em meio a uma adversidade e mostrou a sua força de superação, de fazer mais com menos. “Hoje, somos a maior produtora mundial e líder no mercado global de celulose de eucalipto. Agora, a empresa tem caixa disponível para
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o crescimento, seja orgânico ou por consolidação. Fizemos uma releitura da companhia, avaliamos as megatendências de mercado e entendemos os conceitos de nosso negócio para nos reposicionarmos neste novo momento”, relata. O foco, atualmente, é a conclusão da expansão da segunda linha de produção na unidade de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, o chamado Projeto Horizonte 2. Trata-se do maior projeto já realizado pela companhia, com capacidade para produzir 1,95 milhão de toneladas de celulose de eucalipto por ano. Concluído o projeto, previsto para o início do quarto trimestre de 2017, a Fibria alcançará uma capacidade total de produção, incluindo todas as suas quatro unidades no Brasil, de 7,25 milhões de toneladas de celulose de eucalipto por ano. “Esse é um grande projeto – no valor de US$ 2,3 bilhões (equivalente a R$ 7,7 bilhões) –, que nos desafia e nos motiva”, conclui o executivo. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
EMPRESA DESTAQUE
FORTLEV
Indústria nascida no Espírito Santo há 26 anos se orgulha de conquistar pela primeira vez o prêmio Empresa Destaque da Findes
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o sonho de uma família empreendedora e da habilidade de transformar oportunidades em grandes negócios nasceu a Fortlev. Fundada em 1989, a indústria é hoje líder absoluta no mercado nacional de reservatórios. Seu mix de produtos engloba caixas-d’água, cisternas, tanques, estações de tratamento de esgoto, além de tubos e conexões de PVC. Desde sua criação, no Espírito Santo, a empresa acumula significativas expansões em todo o Brasil, com ampliação de suas fábricas nos estados da Bahia, de Santa Catarina, de São Paulo e de Pernambuco. E aposta no modelo de relacionamento contínuo com os lojistas, por meio de seus mais de 350 representantes espalhados em território nacional. Hoje, conta com uma equipe de aproximadamente 1.400 funcionários. A Fortlev opera atualmente com seis fábricas: uma no Espírito Santo, uma em São Paulo, uma em Santa Catarina, uma em Pernambuco e duas na Bahia. É a marca de reservatório com maior presença (90%) nos pontos de venda do Espírito Santo, segundo a pesquisa da Associação Nacional dos Revendedores de Material de Construção (Anamaco) – 2015. Seus mais de 250 itens do portfólio foram idealizados para atender às necessidades da construção civil. Além disso, a companhia possui mais de 50 mil clientes ativos. “Conquistar esse título em nosso Estado, em nossa casa, potencializa a nossa alegria. Estamos conscientes de que um prêmio dessa importância é, acima de tudo, um reconhecimento coletivo ao esforço e à dedicação de todos os nossos colaboradores, familiares, clientes, fornecedores, profissionais da área de construção civil e parceiros, que diariamente nos ajudam a construir a história da Fortlev”, comentou o presidente Eugênio de Vasconcelos Fulgêncio, ao ser informado sobre a conquista do prêmio Empresa Destaque 2016 concedido pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes).
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Linha do tempo 1984 Fabricação de produtos em cimento e mármore sintético, em Cariacica (ES) 1989 Registro da empresa com ampliação do mix de produtos e fabricação de caixas-d’água de fibra de vidro e tanques de mármore sintético, no município de Viana (ES) 1992 Transferência da empresa para o município da Serra (ES) 1995 Início da fabricação das caixas de polietileno 2000 Conquista da Certificação ISO 9001 2005 Abertura da unidade da Bahia 2008 Abertura das unidades de Santa Catarina e São Paulo 2009 Comemoração de 20 anos de trajetória 2010 Lançamento de novas soluções em aproveitamento de água, com foco no meio ambiente 2011 Inauguração da nova fábrica de Santa Catarina e lançamento de tubos, conexões e eletrodutos 2012 Expansão no mercado de PVC em número de itens e de revendedores 2013 Consolidação da linha de tubos e conexões com o lançamento de mais de 70 novos itens 2014 Premiação pela Anamaco na categoria de “Tubos e Conexões” 2015 Nova fábrica em Itatiba (SP) e grandes investimentos na estruturação para o futuro da Fortlev 2016 Nova fábrica em Cabo de Santo Agostinho (PE)
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ANÚNCIO
DESTAQUE EMPRESARIAL SESI
Sesi Saúde de Colatina. Orçada em R$ 1,5 milhão, entre obras e equipamentos, a unidade atende trabalhadores e moradores dos municípios que integram a Diretoria da Findes em Colatina e região
CUIDADO E COMPROMISSO COM OS CAPIXABAS Sesi-ES inaugura unidades de saúde e passa a oferecer os serviços de medicina assistencial para a população de forma geral
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empre atuando para melhorar a qualidade de vida do trabalhador capixaba, o Sesi-ES segue investindo em estruturas capazes de atender com mais rapidez e
eficiência moradores de uma determinada região, evitando que tenham de se deslocar grandes distâncias. Em 2016, foi a vez da inauguração da nova clínica de saúde de Colatina. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
Inauguração do Sesi Saúde de Colatina
Sesi Saúde Colatina - Manoel Antônio Giacomin • Atendimentos previstos (ano): 50 mil. • Possibilidade de convênio com Governo Estadual, prefeituras e grandes empresas. • Oferecimento das seguintes especialidades: medicina do trabalho, medicina assistencial (clínico geral, dermatologista, cardiologista, oftalmologista, otorrinolaringologista, ortopedista), fonoaudiologia, psicologia, nutrição, odontologia (endodontia e periodontia), exames de audiometria, espirometria, acuidade visual, eletrocardiograma, radiologia, análises clínicas e credenciamento de laboratórios locais para alguns serviços. • Ampla estrutura com 10 consultórios: três consultórios médicos, dois consultórios odontológicos, sala de audiometria, sala de espirometria e acuidade visual, posto de coleta de análises clínicas, posto de enfermagem (pré-consulta) e sala de enfermagem.
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Com investimentos da ordem de R$ 1,5 milhão, entre obras e equipamentos, e 766 m² de espaço total construído, o Sesi-ES Saúde de Colatina recebeu o nome do empresário industrial e atual vice-presidente institucional da Findes no município e região, Manoel Antônio Giacomin. Sua capacidade é de cerca de 50 mil consultas por ano. “Com a inauguração, estamos avançando na melhoria da qualidade de vida dos nossos profissionais e trazendo benefícios também para a população, que poderá desfrutar de consultas e exames com preço acessível”, falou o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra. O governador Paulo Hartung marcou presença na solenidade de abertura, que aconteceu em março, e lembrou a importância do Sistema Findes para os capixabas. “Além da integração entre o Sistema Findes e o Governo na área educacional, agora a entidade está avançando nessa importante e desafiadora área da saúde. Parabenizo o Sistema por essa inauguração, com um importante conjunto de serviços. É um mecanismo que integra o sistema de saúde da região e será uma importante ferramenta na contraprestação de serviços nesse setor, que é um desafio nacional”, ressaltou. A clínica atende trabalhadores e moradores de cidades que integram a diretoria regional: Baixo Guandu, Colatina, Governador Lindenberg, Marilândia, Pancas, São Domingos do Norte, São Gabriel da Palha, São Roque do Canaã e Vila Valério. Há atendimentos de diversas especialidades, com foco especial em medicina e segurança do trabalho. O quadro profissional inclui clínico geral, cardiologista, dermatologista, oftalmologista, otorrinolaringologista e ortopedista. O espaço está distribuído em consultórios de fonoaudiologia, psicologia, nutrição, odontologia, entre outros. Também são realizados exames de audiometria, espirometria, acuidade visual, eletrocardiograma, análises clínicas e radiologia. Após alguns meses de atividade, o balanço não poderia ser mais positivo, diz a gerente-executiva do Sesi-ES, Yvanna Miriam Pimentel Moreira. “A aceitação da população foi muito grande, e a procura tem excedido as nossas expectativas. A escolha de Colatina foi 97
DESTAQUE EMPRESARIAL
Sendi Locks, coordenadora de Saúde do Sesi-DR SC, Antônio Eduardo Muzzi, gerente de Vida Saudável do Sesi-DN, e Marcos Alex Silva, gerente da Divisão de Saúde do Sesi-ES, recebendo as premiações no Prêmio Marca Brasil
estratégica, já que possui muitas empresas e uma grande circulação de pessoas. Com a chegada da unidade, Colatina e região passaram a contar com um serviço de qualidade e uma grande e moderna estrutura”, frisou ela. E vem mais por aí. Até o final de 2016, Cachoeiro de Itapemirim e Linhares também deverão ganhar empreendimentos nesses moldes. “São importantes centros da nossa economia e também possuem muitos trabalhadores. Será com certeza uma facilidade a mais para essas pessoas. Além das duas unidades, também inauguraremos uma outra em Aracruz”, adiantou Luis Carlos Vieira, superintendente do Sesi-ES e diretor regional do Senai.
Além da indústria: reposicionamento e conquistas Para garantir a saúde e o bem-estar dos profissionais, o Sesi-ES investe de maneira contínua em prevenção, por meio de seus programas de saúde e segurança no trabalho. Contudo, neste ano a entidade resolveu ir além e ampliar sua atuação, abrangendo a população em geral. “Aumentamos a nossa oferta de
Unidades Sesi Saúde no Espírito Santo • Já em atividade: Vitória, Serra e Colatina • Serão entregues nos próximos meses: Aracruz, Cachoeiro e Linhares
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serviços. Do nosso foco, que é medicina ocupacional, estendemos para a medicina assistencial, em serviços como cardiologia, nutrição, exames. E aumentamos o atendimento para o público como um todo. Começamos em 2016 nas unidades em Vitória, Serra e Colatina. O serviço também será oferecido nas unidades que serão inauguradas. Estamos fazendo um trabalho de divulgação, chamando a população para essa opção. Há uma carência do atendimento e oferecemos serviços de qualidade por um valor acessível. É um trabalho que mostra que o Sesi-ES está se reposicionando e se aproximando cada vez mais dos capixabas”, enfatizou a gerente-executiva. O Sesi-ES recebeu o Prêmio Marca Brasil na categoria “Medicina Ocupacional”. Para Luis Carlos, a conquista é importante para a entidade por demonstrar sua representatividade no país quando o assunto é medicina ocupacional. “Investimos fortemente para dar atenção aos trabalhadores da indústria. Assim ofertamos assistência médica e auxílio nos documentos legais para os trabalhadores”, observou ele. Para Marcos Alex Silva, gerente da Divisão de Saúde do Sesi-ES, ao promover iniciativas que cuidam do bem-estar e manter um bom e saudável ambiente de trabalho, a indústria como um todo ganha em produtividade, competitividade e, consequentemente, lucro. “Um trabalhador que não esteja bem, com certeza, não conseguirá cumprir perfeitamente suas atividades. Mas se está saudável, consequentemente afeta de forma positiva o ambiente e a produtividade da empresa”, disse. Cuidando e tratando das fundamentais peças que fazem a indústria do Estado se manter sempre em funcionamento, o Sesi-ES segue usando os pilares Educação, Lazer e Cultura, Segurança e Saúde do Trabalho e Responsabilidade Social Empresarial para alavancar o desenvolvimento. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
DESTAQUE EMPRESARIAL COIMEX SENAI
O novo Centro de Educação Profissional Lucas Izoton Vieira, em Anchieta, deverá registrar 4 mil matrículas a cada ano
TRABALHADOR CAPACITADO, INDÚSTRIA MAIS FORTE Senai-ES investe em obras e aquisição de máquinas e equipamentos
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epois da tempestade, vem a bonança. Seguindo esse ditado popular, o Sistema Findes investe cerca de R$ 250 milhões em suas entidades, preparando e capacitando a indústria para o momento de retomada do crescimento, ansiosamente aguardado
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em um cenário ainda conturbado na economia do país. E quando o assunto é capacitação, o braço forte da Federação é o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, criado com a finalidade de formar e aperfeiçoar profissionais para o setor produtivo. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
Obras realizadas pelo Senai e previsão de entrega: • Centro de Educação Profissional Lucas Izoton Vieira (Anchieta) Já entregue • Centro de Educação Profissional Jones Santos Neves (Serra) Já entregue • Centro de Educação e Tecnologia Arivaldo Fontes (Vitória) - 2017 • Senai Centromoda Araçás (Vila Velha) - 2017 • Centro de Educação Profissional Mário Rezende (Cachoeiro de Itapemirim) - 2017 • Centro de Educação Profissional Albano Franco (Colatina) - 2017
No Espírito Santo, a entidade atua oficialmente desde 1952 e formou mais de 1,5 milhão de trabalhadores. Atualmente conta com 10 unidades de ensino e um catálogo com mais de 250 cursos, além de desenvolver outros de maneira customizada. As unidades de ensino do Senai do Espírito Santo têm passado por obras que criam ou ampliam a eficiência, marca registrada da instituição, contemplando de forma ainda melhor as demandas do mundo do trabalho por meio de cursos técnicos ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
de nível médio, de qualificação, de aperfeiçoamento, de iniciação profissional e de aprendizagem industrial. “As escolas são frutos do diálogo com as lideranças da região, o que nos permitiu desenvolver soluções em conjunto a fim de atender demandas específicas daquele setor produtivo. Um esforço que nossa gestão tem realizado para levar o desenvolvimento econômico não apenas à Grande Vitória. As unidades ampliam o acesso à educação profissional, criam novas oportunidades aos jovens e fortalecem a economia de cada região”, destaca o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra. Em Anchieta, o novo Centro de Educação Profissional Lucas Izoton Vieira, inaugurado em março, deverá registrar 4 mil matrículas por ano. Em uma estrutura com mais de 4,6 mil m² de área construída, a nova unidade abriga 13 salas de aulas e 14 laboratórios/oficinas, equipados com tecnologia de ponta para suprir a demanda por mão de obra qualificada dos segmentos industriais de metalmecânica, construção civil, eletroeletrônica, informática, meio ambiente e segurança do trabalho. “A Diretoria Regional de Anchieta concentra uma das áreas industriais de maior relevância para a economia capixaba. Além da Samarco, que doou o terreno para a construção da unidade, a região abriga uma extensa cadeia produtiva de pequenas indústrias, que geram renda e oportunidades”, explicou Guerra. Em agosto foi a vez da Serra, com a inauguração das obras de reforma e ampliação do Centro de Educação Profissional Jones Santos Neves, no bairro Civit, com salas de aula, oficinas e laboratórios, somando novos 2,4 mil m² de área construída ao espaço atual. A unidade oferece cursos técnicos em Eletrotécnica, Informática, Plásticos, Mecânica, Redes de Computadores, Refrigeração e Climatização e Segurança do Trabalho, além de oportunidades de qualificação para soldador, caldeireiro e torneiro mecânico e de cursos de aperfeiçoamento profissional em Autocad, hidráulica, pneumática e operador de empilhadeira, dentre outros. Ainda no município, foram viabilizados 50 novos postos somente para o aprendizado de soldadores. Além disso, uma série de novos equipamentos vem sendo adquirida para todo o Estado, entre eles as impressoras 3D, que chegaram às salas de aula. Uma demanda que surgiu a partir da inauguração da Escola Senai do Plástico, na unidade da Serra, para que a impressora fosse utilizada no ensino de prototipagem. Em Cachoeiro de Itapemirim, a unidade contará com equipamentos de última geração, que serão distribuídos pelas 16 novas salas de aula, além da implantação de laboratórios e oficinas em diversas áreas, construção civil, mecânica, eletroeletrônica e automotiva. E o mais importante setor econômico do município, o de rochas, também ganha um laboratório específico na unidade local. Em Vila Velha está sendo erguido o Centromoda Araçás, com laboratórios de confecção, risco e corte, modelagem, bordado, design, estamparia e mecânica de máquinas. Por fim, em Colatina, município em que também o setor de vestuário se destaca e onde já funciona um Centromoda, oito novas salas foram construídas. 101
DESTAQUE EMPRESARIAL
Melhorias no layout e nas áreas administrativas da unidade também foram executadas. Para o diretor regional do Senai-ES e superintendente do Sesi-ES, Luís Carlos Vieira, todas essas obras serão fundamentais nos próximos anos. “O Espírito Santo possui condições favoráveis e contas equilibradas. Quando a crise passar, estará em melhores condições de competitividade aquele que estiver organizado. É esse caminho que estamos percorrendo”, falou.
Centro é destaque em cursos técnicos Em Vitória, o Centro de Educação e Tecnologia Arivaldo Fontes também passa por reformas. Referência em cursos técnicos desde 1987, a unidade conta com oportunidades em automação industrial, mecânica, eletrotécnica, redes de computadores, informática, manutenção automotiva, meio ambiente e segurança do trabalho. O gerente de Educação e Tecnologia do Senai, João Marcos Del Puppo, destaca a importância dos investimentos em melhoria da estrutura. “A unidade de Vitória é a escola mais antiga do Senai no Estado, mas desde os anos 80 não passava por uma reforma em sua estrutura física. Até agora, havia obviamente uma atualização tecnológica, mas o espaço físico não acompanhava essas mudanças. A reforma terá impacto na parte estética e funcional. Os cursos de qualificação que eram realizados na unidade, como os de Eletricista e Solda, serão deslocados para Serra e Vila Velha. Buscamos especializar o Centro de Educação e Tecnologia de Vitória em cursos técnicos e pós-técnicos. Além disso, ampliaremos a área de vivência e a biblioteca. Também haverá readequação de espaços, otimizando o uso das salas por área de atuação”, detalhou Del Puppo. O superintendente Luiz Carlos Vieira enfatiza que os investimentos têm possibilitado importantes melhorias nos processos de instrução e de aprendizagem em todo o Estado, uma vez que o ensino do Senai baseia-se no “aprender a fazer fazendo”. “Todas as unidades estão sendo modernizadas; nosso objetivo é ter o mesmo nível tecnológico em cada uma das 10 unidades do Espírito Santo, respeitando a vocação regional e especialização das unidades, mas sem perder de vista uma certa padronização na infraestrutura. Trabalhamos para que os instrutores e os alunos do Senai utilizem tecnologias de ponta para que nosso processo formativo seja mais eficaz, para 102
No Centro de Educação Profissional Jones Santos Neves, no bairro Civit, novos equipamentos, como impressora 3D, estão sendo adquiridos
que nosso aluno, ao término de um curso, esteja apto ao trabalho industrial, conforme ocupação na qual se formou. Essa tem sido uma marca indelével do Senai”, observou Vieira.
Unidades Móveis O Senai atua também por meio das unidades móveis, que levam a educação profissional para localidades que não contam com escolas fixas da entidade. Nessa frente, a característica marcante é a flexibilidade para atender às demandas da indústria, as unidades móveis oferecendo diversos cursos, de acordo com os segmentos industriais. Atualmente estão em operação no Espírito Santo três unidades de construção civil; duas de metalmecânica, com cursos na área de soldagem e serralheira; duas de confecções; duas de panificação; uma frigorífica, a única no país e um projeto pioneiro capixaba; uma de colheita florestal; e uma de madeira e mobiliário. Ainda existe a previsão de uma unidade Cozinha Capixaba e uma de mecânica automotiva geral. O público-alvo é formado por moradores das regiões de baixo índice de desenvolvimento humano, sem qualificação profissional; com necessidade de requalificação, aperfeiçoamento profissional e de serviços de lazer e esporte. A unidade atende também dirigentes e equipes gestoras das empresas instaladas nas regiões que não têm unidades fixas instaladas. Para 2016, deverão ser feitas 6 mil matrículas. “Essas unidades mostram que o Sistema Findes tem priorizado os investimentos em educação e na interiorização do desenvolvimento capixaba. Estamos trazendo o que há de mais moderno em tecnologia, com equipamentos de ponta e um modelo de unidade móvel raro no país. Não priorizamos quantidade, mas a qualidade dos profissionais que formamos”, disse Marcos Guerra. Para o presidente da Findes, o objetivo é sempre que o trabalhador cresça na indústria, inove, melhore a sua qualidade de vida e, consequentemente, ajude o Espírito Santo a avançar. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
DESTAQUE EMPRESARIAL COIMEX CINDES
Cenário do evento “Contando Histórias”: ação recebe e compartilha as trajetórias de grandes empreendedores do Estado
CINDES: SINÔNIMO DE INTEGRAÇÃO NA INDÚSTRIA Entidade promove a reunião de industriais, fomenta o empreendedorismo e registra grandes histórias sobre o desenvolvimento econômico do Estado
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Centro da Indústria do Espírito Santo (Cindes) nasceu da necessidade dos empresários de se reunirem para discutir assuntos de interesse da classe. Desde sua criação, em 1969, a entidade é parceira do Sistema Findes e atua na realização de ações e eventos econômicos e políticos, todos voltados para o desenvolvimento do setor e do Estado. Para idealizar e consolidar um ambiente de interação entre seus associados por meio do fomento de negócios, produtos e
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serviços e do fortalecimento da competitividade sustentável da cadeia produtiva capixaba, o Cindes conta com órgãos de administração que passam pela Assembleia Geral, Diretoria Plenária e Diretoria Executiva, estendendo-se ainda pelos conselhos de Fiscal e Consultivo. Esses órgãos são formados por pessoas jurídicas associadas, representadas por um sócio ou acionista com poder de gestão, que em reuniões periódicas monitoram, analisam e gerenciam a entidade com profissionalismo e integridade, conduzindo-a em ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
Ações e/ou programas do Cindes • Cindes Jovem • Contando Histórias • Conexão com a Indústria • Viagem de Integração • Encontro da Indústria
parceria com demais instituições do Sistema Findes para o alcance de seus objetivos. Presidente emérito do Sistema e conselheiro consultivo do Cindes, Helcio Rezende Dias, lembra como a criação da entidade pelo então presidente da Findes, Jones Santos Neves Filho, foi importante para a indústria como um todo. “O principal motivo de sua criação foi que, naquela época, existiam apenas seis ou sete sindicatos, que na verdade não representavam todas as indústrias do Espírito Santo, e pelo fato também de que em plena ditadura militar a Findes tinha regras a serem cumpridas. Então, sentiu-se a necessidade de buscar novas fontes de recursos para melhor cumprir seus compromissos. Com o prestígio de Jones Santos Neves Filho junto ao empresariado da indústria e do comércio, 100 títulos de sócios-proprietários foram vendidos rapidamente. O meu foi o de número 7, e houve muitos outros sócios contribuintes. Para os empresários e suas esposas, a criação do Cindes representou a oportunidade de um convívio mais intenso entre eles, já que todo mês havia reunião social com jantar e música ao vivo, o que possibilitou em um curto espaço de tempo criar ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
novos sindicatos patronais, chegando a 14. O presidente Jones fez mais um esforço e criou o título de sócio remido. Com esse dinheiro, comprou-se a sede no Edifício Caparaó, no Centro de Vitória, e montou-se o restaurante, com grande sucesso”, recordou ele. Dias fala ainda do aumento do número de sindicatos, de 14 para 21, além da aquisição da nova sede da Findes, durante a gestão de Oswaldo Vieira Marques, entre 1977 e 1983. Ressaltou também como foi o seu período na Presidência da Federação, de 1983 a 1989, marcado pela integração entre as entidades. “A partir da expansão da quantidade de sindicatos, a sede da Findes ficou pequena. Foi quando Oswaldo conseguiu com o presidente da CNI na época, Albano Franco, a compra do novo prédio. Ele foi inaugurado na minha posse, como presidente da Findes, em 13 de setembro de 1983, quando foram instalados todos os órgãos ligados à Findes, como Cindes, Senai, Sesi, Ideies e IEL. Com a venda da antiga sede, o Cindes comprou o andar térreo do Edifício Findes, onde conquista hoje algum resultado financeiro”, observou. O presidente emérito mencionou os encontros promovidos já na nova estrutura. “Fazíamos uma reunião mensal conjunta das diretorias da Findes e do Cindes. Realizávamos também, mensalmente, uma palestra com personalidades importantes. Recebemos sete ministros e vários presidentes de federações de indústrias de outros estados. Foi uma época áurea para aquelas entidades. No final do nosso mandato, entregamos a Findes com 27 sindicatos associados”, enfatizou. Em sua pauta de ações, o Cindes debate assuntos pertinentes ao cotidiano do empresariado, como carga tributária, cidadania, representatividade setorial, intercâmbio institucional e setorial. São promovidas reuniões periódicas, que tratam das necessidades do empresariado e viabilizam parcerias capazes de ampliar os horizontes profissionais desse público. Por meio de palestras temáticas, viagens de negócios, viagens de turismo e eventos culturais, o Cindes passou a ser percebido como um grande clube da indústria do Espírito Santo. Iniciativas como o Contando Histórias – que traz uma série de encontros nos quais são convidadas personalidades do nosso Estado para compartilharem suas experiências pessoais e profissionais – se transformaram em um sucesso. Depois do término da primeira temporada do Contando Histórias, com a participação de 10 personalidades, em junho de 2013 foram lançados um livro e um documentário em DVD, um marco para o registro histórico e cultural do Estado. E mais lançamentos estão programados. “Entregaremos ao nosso público a segunda edição do livro Contando Histórias, no qual finalizaremos um ciclo de mais 10 contadores”, informou a diretora administrativa do Cindes, Cristhine Samorini. Outro destaque é a série de encontros batizada como Conexão com a Indústria, que visa à discussão e ao estudo de temas importantes para a indústria local. A partir dela, os empresários ganharam um importante canal de difusão, conhecimento e capacitação, sempre com o debate de 105
DESTAQUE EMPRESARIAL assuntos sob pontos de vista divergentes, apresentados por profissionais e especialistas. Enquanto isso, a Viagem de Integração é uma jornada corporativa que compreende um conjunto de atividades, realizadas com o grupo, sempre com o objetivo de desenvolver, em cada um dos indivíduos, os atributos nas áreas do planejamento, liderança, motivação, trabalho em equipe e competitividade. E finalmente, no Encontro da Indústria, o Cindes celebra seu aniversário com uma festa empresarial, na qual acontece a cerimônia de entrega da Medalha de Mérito da Indústria Capixaba para empreendedores que atuam no Estado; e, a cada três anos, a solenidade de posse da Diretoria da entidade.
Incentivando novos empreendedores Pautado pela meta de integrar, desenvolver, aglutinar e representar social e profissionalmente os industriais, o Cindes também apoia e incentiva os próximos grandes empresários, por meio do Cindes Jovem, que fomenta talentos nas áreas de liderança e gestão. O programa é composto por jovens empreendedores associados, na faixa etária de 16 a 35 anos, e tem alcançado destaque com ações que vislumbram as soluções que estarão no mercado. O Cindes Jovem atua em parceria com a Associação de Jovens Empreendedores (Fecaje), que engloba 17 entidades ligadas à juventude do Estado, e no âmbito nacional está vinculado à Confederação Nacional de Jovens Empreendedores (Conaje). Entre os programas e projetos do Cindes Jovem está o Dia da Liberdade Tributária. Instituído pela Lei Federal nº 12.325 / 2010, o projeto foi criado pela Conaje com a finalidade de debater o sistema tributário brasileiro, informando a população da alta carga de impostos a que é exposta todos os dias. Desde a aprovação da lei, a data de 25 de maio passou a ser o Dia Nacional do Respeito ao Contribuinte e, nesse cenário, o Cindes Jovem realiza todos os anos um evento em parceria com restaurantes, postos de gasolina ou algum parceiro local que consiga viabilizar a comercialização do seu produto ou serviço sem impostos, mostrando o peso das obrigações fiscais no dia a dia de todos. Outra iniciativa é o Feirão do Imposto, que informa e alerta a população acerca das alíquotas que incidem em serviços e bens de consumo. Durante a ação, são apontados a quantidade de tributos e seu impacto no salário mínimo. Já na Semana Global do Empreendedorismo (SGE), que é na verdade um movimento que busca fortalecer o empreendedorismo pela integração, pela capacitação e pela inspiração das pessoas, o Cindes Jovem executa atividades como palestras e competições para diferentes 106
Equipe do Feirão do Imposto 2016: iniciativa do Cindes Jovem informa e alerta a população acerca da alta carga tributária que incide em serviços e bens de consumo
públicos. Essas ações acompanham a programação que se consolidou em mais de 130 países, contemplando milhares de organizações e milhões de pessoas. A mobilização acontece sempre no mês de novembro. O Cindes Jovem participa do Congresso Empreendedor Lusófono, que reúne empreendedores dos países de língua portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique, Portugal, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste). A ideia é propiciar integração e intercâmbio de experiências fundamentais nas relações comerciais e oportunidades. A edição de 2012 ocorreu no Centro de Convenções de Vitória e contou com a presença de 1,2 mil empreendedores. Mas também tem iniciativa social no Cindes Jovem. É o caso, por exemplo, do Distribua Sorrisos, voltado para o público infantil. Todos os anos, em dezembro, a entidade busca parceiros e apoiadores para viabilizar uma manhã divertida com crianças de uma comunidade no município de Cariacica. Para o vice-presidente do Cindes, Aristóteles Passos Costa Neto, o Cindes Jovem é mais um exemplo de que a instituição está se atualizando. “Esse grupo, formado por jovens empreendedores, representa o momento futuro do Cindes. O presente já é um sucesso. O Cindes Jovem tem trazido inúmeras contribuições nos campos do conhecimento político, social e tecnológico”, falou. E por falar em futuro, o dirigente adianta que a entidade está mudando para ser ainda mais eficaz dentro do seu escopo. “Na proposta de repensar a atuação do Cindes, temos trabalhado para o alcance de novos projetos e produtos de interesse da classe empresarial. Não e fácil esse diagnóstico. Para isso, temos contado com uma Diretoria Plenária ativa e com a equipe do Cindes Jovem, que tem atuado de forma propositiva e muito integrada à administração”, frisou. . A opinião é compartilhada por Cristhine Samorini, que cita que o próximo ano deverá ser de intenso trabalho. “Acredito ainda que o Cindes tem mais potencial do que demonstra hoje, pois podemos atingir a um público maior do que as outras ‘casas’ do Sistema. Somos uma entidade não somente ligada à indústria, temos como associados prestadores de serviço, entre outros. Para 2017, temos ideias um pouco mais robustas. Acreditamos que conseguiremos estabelecer de forma mais expressiva o que o Cindes pode fazer de melhor, que é organizar eventos e palestras de interesse geral para a sociedade”, adiantou ela. Com respeito ao passado e trabalho no presente e se preparando para novos horizontes, o Cindes segue trilhando uma trajetória de muitas conquistas. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
DESTAQUE EMPRESARIAL SICOOB
SICOOB ES CONQUISTA RECORDE DE ASSOCIADOS O consumidor deseja adquirir produtos e serviços de boa qualidade a preços justos, mas busca também fazer parte do processo que gera esse atendimento às suas necessidades. Atento a estas demandas e investindo em ações de aproximação com os associados, o Sicoob ES vem conquistando crescentes adesões de pessoas físicas e de empresas. De janeiro a setembro deste ano, uma média de 2.351 novos sócios ingressaram nas oito cooperativas filiadas ao sistema no Estado por mês. Agosto registrou o recorde histórico, com a admissão de 2.998 associados. O período foi encerrado com o número de 197,6 mil pessoas físicas e jurídicas que movimentam seus recursos financeiros e realizam projetos por meio do Sicoob no Estado. Para o presidente da instituição no Espírito Santo, Bento Venturim, esse avanço se sustenta nas diversas vantagens do cooperativismo de crédito frente ao mercado bancário convencional: “Proporcionamos produtos e serviços de qualidade elevada a custos competitivos e relacionamento mais próximo”. O dirigente afirma que esses e outros fatores, como o atendimento personalizado, tornam as cooperativas mais atraentes do que as demais instituições financeiras. As pesquisas de satisfação revelam índices superiores a 84%. Na última sondagem, concluída em janeiro deste ano, 97,4% dos cooperados declararam que indicam o Sicoob para seus parentes e amigos.
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Essas experiências positivas, na avaliação do presidente, resultam da percepção que as pessoas têm dos resultados que elas alcançaram ao se unir para buscar soluções. “O consumidor contemporâneo não quer mais apenas receber produtos e serviços vendidos para ele. Está disposto a buscar propostas novas, que o atendam de forma melhor e o envolvam. Assim atua o cooperativismo”. Venturim também destaca o conhecimento da economia regional, que propicia o direcionamento adequado e a aplicação racional dos recursos. Outro aspecto evidenciado como fator de fortalecimento do vínculo com o cliente é o acesso aos produtos e serviços. As soluções tecnológicas, que facilitam o atendimento aos associados, contribuem para o crescimento do sistema, segundo ele. No Espírito Santo, o Sicoob administra R$ 4,9 bilhões de ativos e já alcançou o status de maior instituição financeira privada do Estado em volume de crédito liberado. O crescimento anual vem superando o patamar de 20% nos últimos cinco anos. Maior sistema cooperativo de crédito do País, o Sicoob trabalha com produtos e serviços tipicamente bancários por preços menores do que os do mercado. Os associados, que são donos do negócio, têm a mesma segurança que os clientes de bancos convencionais, pois a instituição assegura cobertura de R$ 250 mil por cliente. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
DESTAQUE EMPRESARIAL VALE
Foto: Agência Vale
VALE, INVESTINDO EM TECNOLOGIA E INOVAÇÃO U m caminhão do tamanho de um prédio de dois andares, um trem com mais de 3 km de extensão, uma máquina de 39 metros de altura usada na movimentação de minério. Se já é difícil imaginar equipamentos gigantes como esses, operá-los é um desafio ainda maior. A Vale adota a tecnologia de simuladores 3D e 4D para treinar profissionais para operar essas supermáquinas, que fazem parte do dia a dia das nossas minas, ferrovias e portos. Além de facilitar o aprendizado, tais ferramentas permitem aos empregados se aperfeiçoarem com segurança antes de entrar em campo. Vários desses simuladores estão no Centro de Engenharia Logística (CEL), que oferece treinamentos técnicos de ferrovia e porto a empregados da Vale e a profissionais do mercado. Com unidades no Brasil (Vitória, São Luís e Minas Gerais) e Moçambique, o CEL já capacitou mais de 25 mil pessoas desde
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a inauguração da sua primeira unidade, em 2001. No centro, há simuladores das áreas de operação ferroviária e portuária e manutenção. Uma das estruturas é uma maquete que representa o trajeto dos trens e facilita o aprendizado, além de um software que mostra virtualmente todas as peças do motor de uma locomotiva. O Centro também possui simuladores de trem, equipamentos de porto, como empilhadeiras, recuperadoras e carregador de navios, fundamentais no processo de carga e descarga dos navios da Vale.
Veja os simuladores existentes na Vale Simulador de equipamentos de mina – No Brasil, a Vale tem 11 dessas máquinas, que podem ser usadas como simuladores de vários equipamentos que operam em uma mina. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
Foto: Sagrilo
Atualmente, oito são usadas para reproduzir caminhões fora de estrada, duas para escavadeira e outra para trator de esteira (equipamento responsável por fazer o nivelamento do solo da mina). Até 2014, a Vale tinha quatro desses equipamentos desse tipo no Pará e em Minas Gerais. Mas no ano passado a empresa adquiriu sete máquinas mais modernas, que contam com uma tela curva de 180 graus e uma base móvel onde ficam o assento e o painel, que reproduz fielmente os movimentos de um equipamento real, como os solavancos do terreno. É a tecnologia conhecida como 4D. Cinco das novas máquinas ficam em Minas Gerais e duas no Pará, mas como elas estão dentro de contêineres podem ser deslocadas de um estado para o outro de acordo com a demanda para treinamentos. Os equipamentos permitem total interação entre o aluno e as imagens disponíveis em telões, que trazem os roteiros das minas. Sentado na poltrona, o aluno se vê dentro de uma reprodução perfeita de uma cabine de caminhão fora de estrada, tendo à sua frente um espaço virtual que simula, com precisão, a área da mina em que ele irá trabalhar. Nesse sistema, o aluno observa como é operar tanto durante o dia quanto à noite ou em situações de neblina e chuva. Os alertas sonoros e luminosos também são recursos reproduzidos. Com altura aproximada à de um prédio de dois andares e um tanque que comporta 4,5 mil litros de óleo diesel, o equipamento é um dos mais importantes envolvidos na operação de uma mina. Alguns modelos podem carregar até 400 toneladas na caçamba, mas a maioria utilizada em Carajás suporta 280 toneladas. Seus pneus medem mais de três metros de altura. Se considerarmos 1,70m como a estatura média do brasileiro, precisaríamos de dois adultos em pé, um em cima do outro, só para alcançarmos o topo do pneu. Simulador de operação de trens – Dentro de uma cabine que reproduz com exatidão à de uma locomotiva, com computador de bordo, painel, acelerador e freio, entre outros equipamentos, o aluno vive as emoções de operar uma máquina com competência de até 6 mil cavalos de potência, sob diferentes condições climáticas, como sol, neblina e chuva. Entre as composições operadas pela Vale, está um dos maiores trens em operação do mundo, composto por 330 vagões, puxados por três locomotivas simultaneamente. O conjunto tem 3,3 quilômetros de extensão e capacidade de transportar 33 mil toneladas de minério de ferro de uma só vez, o equivalente a mil carretas. Para comandá-lo, foi preciso desenvolver uma tecnologia própria, o sistema Locotrol, que permite controlar a tração (força) e a frenagem de forma sincronizada e independente. Operar essa supermáquina exige rígido treinamento. Os futuros profissionais precisam passar por 556 horas de treinamento, das quais 40 em um simulador. O equipamento reproduz exatamente toda a malha das ferrovias operadas pela Vale no Brasil e no mundo, com suas curvas, aclives e declives. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
Simulador de trem
No caso do trem de 330 vagões, sua operação ocorre na Estrada de Ferro Carajás (EFC), que liga a Mina de Carajás, a maior mina de ferro a céu aberto no mundo, no sudeste do Pará, ao Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís (MA). Recuperadora de roda de caçamba – Para levar minérios a todos os continentes, a Vale tem uma frota de grandes navios, entre eles o Valemax, o maior mineraleiro do mundo. Capaz de carregar cerca de 400 mil toneladas de minério de ferro por viagem, o navio tem sete porões para armazenar a carga, cuja abertura tem as dimensões de uma quadra de tênis. A complexidade dessas operações exige muita tecnologia. A recuperadora é um desses equipamentos pesos pesados utilizados na operação. Chegando a medir 39 metros de altura, o equivalente a um prédio de oito andares, a máquina retira o minério das pilhas do pátio de estocagem do porto e alimenta as correias transportadoras, que, por sua vez, levam a carga até o carregador de navios. Para operá-la, é preciso muito treinamento, que começa no simulador. O equipamento reproduz com exatidão o pátio de minério da Vale pelo mundo, simulando a recuperação de minério de ferro em diferentes condições como chuva, neblina, vento forte e até mesmo defeitos em máquinas. O software considera ainda, em um ambiente de realidade virtual, todas as características das recuperadoras, como velocidade dos movimentos de giro, elevação e translação. Possibilita também a operação de duas máquinas em uma mesma pilha de granéis, bem como a execução de alarmes e de sobrecargas em função do tipo de operação desenvolvida pelo aluno. Simulador de descarregadores de navios – Máquinas de grande porte que chegam a pesar mais de 2,2 mil toneladas e medir 64 metros de altura, o equivalente a um prédio de 111
20 andares, os descarregadores de navio (DNs) são uma peça-chave no transporte do produto do navio até o pátio de estocagem. No Terminal de Tubarão, existem quatro DNs que são usados no descarregamento de carvão. Os operadores dessas supermáquinas também passam por um intenso treinamento. Em parceria com Virtualy, uma empresa incubadora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Vale desenvolveu um simulador 4D que reproduz, de forma fiel, todo o funcionamento dos DNs. Ainda em fase de teste, o equipamento, inédito no Brasil, conta com um sistema motion, responsável pelas sensações em 4D. O treinamento ocorre dentro de uma cabine adaptada e equipada com monitores em LED e joysticks, que reproduzem visualmente o ambiente de operação do navio. O sistema motion, por sua vez, cria movimentos e vibrações característicos dos descarregadores de navio reais. A simulação também considera diferentes cenários que envolvem desde a operação em ambiente noturno e condições adversas de clima, como chuva ou ventos fortes, até restrições ou defeitos no descarregador de navio. O software mostra ainda, de forma detalhada, toda a área do Porto de Tubarão, considerado o mais eficiente do mundo em termos de giro de pátio. A previsão é de que, no futuro, o equipamento seja aplicado para simular, também, a operação dos descarregadores de navio que integram a estrutura logística da Vale no Sultanato de Omã, no Oriente Médio, e na Malásia. Simulador de carregador de navio – O equipamento reproduz, em um ambiente virtual, situações reais dos operadores que trabalham no carregamento de navios de minério de ferro, no Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís (MA). O carregador recebe o minério por meio de um sistema de correias transportadoras, que o levam até o equipamento. Este, por sua vez, distribui a carga nos porões das embarcações. O treinamento é feito em uma cabine totalmente adaptada. Na prática, a tecnologia funciona com a utilização de monitores que exibem imagens de animação em 3D, capaz de simular situações adversas, a exemplo de dias chuvosos e pouca visibilidade provocada pela ausência de luz natural. Outros desafios permitem que o operador descubra falhas em equipamentos e consiga retomar a atividade sem prejuízo. Simulador de correção geométrica – O equipamento, que faz parte da estrutura do Centro de Capacitação Ferroviária de Governador Valadares (MG), é utilizado em treinamentos de operação de equipamentos de correção geométrica de via e regularização de lastro da malha ferroviária da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), que liga parte das minas da Vale, em Minas Gerais, ao Porto de Tubarão, em Vitória, e da Estrada de Ferro Carajás (EFC). Simulador de operação remota de equipamentos portuários – Tecnologia utilizada para capacitação e reciclagem em operação remota de equipamentos como recuperadoras, empilhadeiras, empilhadeira-recuperadoras e viradores de vagões. 112
Foto: Agência Vale
DESTAQUE EMPRESARIAL
Simulador de equipamento de mina, com kit de caminhão fora de estrada
O simulador contempla as operações de todos os portos da Vale que possuem essa tecnologia implantada. Instalado no Complexo de Tubarão, em Vitória (ES), o Centro de Engenharia Logística da Vale (CEL) reúne estruturas para pesquisas e capacitação de empregados que atuam nas áreas de ferrovia e portos. A partir de 2009, o CEL expandiu a sua atuação com a ampliação de ensinamentos práticos de forma integrada às aulas teóricas. A iniciativa busca, ainda, aumentar a qualidade dos serviços logísticos da Vale e, paralelamente, dar suporte ao aumento da produção da empresa no Brasil e no exterior. E conta ainda com uma sede em São Luís (Maranhão) e uma unidade em Governador Valadares voltada à capacitação das equipes que trabalham na manutenção de Via Permanente e Eletroeletrônica da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM). O CEL tem como proposta ser uma das melhores estruturas integradas para treinamento e desenvolvimento de logística do Brasil. E, para isso, conta com diferentes simuladores de operação ferroviária e portuária, biblioteca técnica, salas para treinamentos, simulador de carregamento de vagões, maquete ferroviária para exercícios do regulamento operacional, software 3D para treinamento ferroviário e sala de captação de conteúdo para construção de materiais didáticos, entre outras estruturas. Em um mesmo local, é possível realizar treinamentos técnicos de ferrovia e portos, com abordagem tanto teórica, quanto prática. Um técnico de manutenção poderá, por exemplo, aprender os procedimentos em sala de aula, como realizar um reparo em uma correia transportadora e, na sequência, colocar em prática os ensinamentos em uma correia disponível no local. O CEL também será utilizado para as aplicações práticas dos projetos de desenvolvimento de pesquisas e tecnologias relacionadas à logística que a Vale mantêm com instituições acadêmicas e tecnológicas no Brasil e no exterior. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
DESTAQUE EMPRESARIAL HOSPITAL METROPOLITANO
HOSPITAL METROPOLITANO: 20 ANOS CONSTRUINDO UMA HISTÓRIA DE SUCESSO S er um centro de excelência em soluções de saúde. Essa é a visão do Hospital Metropolitano, cuja missão é inovar em soluções de saúde com compromisso social, reafirmando a cada ano sua posição de destaque na área. Independentemente do desafio, o Metropolitano está preparado com profissionais qualificados, estrutura moderna, tecnologia de última geração e investimento constante em aperfeiçoamentos. Sua história começa há 20 anos, fruto da união de 17 médicos que, com recursos próprios, decidiram
114
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
iniciar um empreendimento para atender a demanda local. Buscando sempre a qualidade, o hospital adotou um modelo de gestão profissionalizada, focada no cliente e na obtenção de resultados, com incentivo à meritocracia entre os seus pares. A estrutura robusta em diversas áreas de atuação adquire cada vez mais destaque no Espírito Santo. São 134 leitos, divididos entre UTI geral, UTI cardiovascular, unidade geriátrica, internação geral, centro cirúrgico completo para a realização de todos os tipos de procedimentos, além de 2 salas especiais para cirurgias duas alta complexidade. Há ainda um centro de especialidades que reúne diversos consultórios médicos num só local, pronto-socorro 24 horas, laboratório de análises clínicas próprio, UTI neonatal, entre outros serviços. Os investimentos executados nos últimos anos representaram uma inversão de R$ 60 milhões e elevaram o patrimônio líquido (PL) do hospital em mais de 20 vezes. Os serviços inaugurados até 2015 ampliaram a capacidade operacional e propiciaram melhoria da qualidade do atendimento, satisfação dos colaboradores e corpo clínico, além de liberar novas áreas para o crescimento de leitos e dos setores voltados ao apoio das atividades. Todas essas realizações são um incentivo para que a equipe continue a pensar no futuro. Um dos exemplos é o planejamento estratégico elaborado para o triênio 2016/2018, que prevê intervenções na estrutura predial do hospital, elevando a capacidade instalada total para 163 leitos, sendo 50
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
de UTI e 113 de internação. E o número de atendimentos será ampliado para cerca de 400 mil pessoas por ano. Prova do retorno desses aportes é o excelente resultado obtido no último mês pela Pesquisa de Clima Organizacional feita pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp). O Metropolitano ocupou a terceira posição entre os hospitais privados no país associados ao órgão. Com infraestrutura e tecnologia de ponta, equipe qualificada e motivada, o resultado é uma excelente entrega de atendimento e serviços para os pacientes, além da atestada eficácia de seus processos. Ponto que está refletido também na manutenção da acreditação pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), conquista obtida em 2012 e que demonstra a segurança na assistência aos pacientes, com nível 3 de excelência. Não é à toa que há cinco anos o hospital integra a relação das 250 pequenas e médias empresas que mais crescem no Brasil, de acordo com estudo realizado pela Deloitte em parceria com a revista Exame PME. O diretor de gestão administrativo-financeira do Metropolitano, Benoni Santos, atesta: “Temos investido muito no desenvolvimento de pessoas, em técnicas de atendimento e gestão da qualidade, além de melhorias físicas no hospital. Isso nos proporciona um diferencial de mercado e resulta numa ótima reputação conquistada perante os clientes, fornecedores, colaboradores e prestadores de serviço.” 115
ESPECIAL ANUÁRIO 20 ANOS
116
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
ANUÁRIO IEL-ES 200 MAIORES: DUAS DÉCADAS COMO REFERÊNCIA NO MERCADO CAPIXABA
4.900
páginas de conteúdo foram produzidas em 20 edições do Anuário IEL-ES 200 Maiores Empresas
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
Com mais de 1 milhão de leitores do segmento empresarial no Brasil e no exterior, a publicação é uma ferramenta que divulga as potencialidades do Estado e contribui para a atração de investimentos
U
ma das principais publicações de referência econômico-empresarial dentro e fora do Estado, o Anuário IEL-ES 200 Maiores Empresas no Espírito Santo chega à sua 20ª edição. Com mais de 1 milhão de leitores ligados à iniciativa privada no país e no exterior, trata-se de uma ferramenta de divulgação das potencialidades capixabas. Nesses 20 anos, o Sistema Findes teve quatro presidentes diferentes e até mesmo o IEL-ES mudou sua gestão, mas o anuário permanece em produção, o que demonstra sua importância para o mercado local. “A minha gestão é de continuidade de tudo o que já vinha sendo realizado de bom na Findes. Não de acordo com minha opinião, mas ouvindo o Conselho. Nesse sentido, optei pela a continuidade da publicação do anuário do IEL-ES, por entender que consiste em uma boa fonte de pesquisa, um documento que mostra o Espírito Santo de forma positiva e 117
Linha do tempo
ESPECIAL 1997
Na 1ª edição do anuário, quando ainda eram listadas as 150 maiores empresas, quem presidia o Sistema Findes era o empresário José Bráulio Bassini. Entre os temas da publicação, os 1.200 dias do Plano Real e o que o Espírito Santo tinha para oferecer às grandes empresas que estavam chegando ao Estado.
1998
Esta edição se destacou por ter entre seus articulistas o ex-ministro Antonio Delfim Netto, o então senador José Serra e o empresário Américo Buaiz Filho.
1999
O envolvimento do IEL-ES na publicação do anuário começa a partir da 3ª edição, quando o Instituto e o Ideies passam a compartilhar a mesma gestão. Foi a primeira vez que uma edição trouxe um texto de Destaque Empresarial, com a Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa). Artigo assinado por Luciano Raizer Moura comentou a criação de um programa inédito para desenvolvimento e qualificação de fornecedores locais, o Prodfor.
2000
Em seu quarto ano, o anuário passou a eleger Empresa e Empresário Destaques, agraciando Viação Águia Branca e Aylmer Chieppe, respectivamente. Entre os principais temas, as perspectivas de investimentos para o Espírito Santo e a participação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) nas fusões do Brasil, antecipando uma discussão que a partir de 2002 envolveria o Estado, com a compra da Garoto pela Nestlé.
2001
Já há 15 anos, o Anuário IEL-ES 150 Maiores Empresas abordava um tema muito comum neste atual período de crise financeira: a necessidade de se fazer um ajuste fiscal nas contas públicas brasileiras, conforme discutido em artigo pelo economista Alberto Furuguem.
2002
Nesta edição, entre os principais temas discutidos estiveram a necessidade de uma reforma tributária para o crescimento e a competitividade da indústria nacional, além da importância do mercado interno para a economia capixaba.
2003
118
Em seu primeiro ano de mandato como governador do Espírito Santo, Paulo Hartung concedeu entrevista ao Anuário IEL-ES 150 Maiores Empresas, em que comentou ações para a economia do Espírito Santo e a importância do Prodfor e da entrada da Petrobras no programa.
“Mantive a publicação do anuário do IEL-ES por entender que se trata de uma boa fonte de pesquisa, um documento que mostra o Espírito Santo de forma positiva e que serve como balizador para futuros investimentos no Estado” Marcos Guerra, presidente do Sistema Findes
que serve como balizador para futuros investimentos no Estado, reforçando sua pujança para o Brasil e também para o mercado internacional”, explica o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra. De acordo com o diretor da Findes para Assuntos do IEL-ES, Aristóteles Passos Costa Neto, “o sentimento dos dirigentes do Sistema é de orgulho por poder ostentar essa marca indelével de sucesso e credibilidade. Temos nesta publicação anual uma referência reconhecida pelo mercado como importante e fonte segura de informações econômico-financeiras sobre as empresas capixabas”, acrescenta. Embora a 1ª edição do anuário tenha sido lançada em 1996, sua história começa alguns anos antes, ainda no final da década de 1980, visto que o ranking das maiores empresas do Espírito Santo já era elaborado. “Fazíamos um levantamento das 100 maiores empresas do Espírito Santo que ficava arquivado na Findes e era fornecido sob demanda. Como na época recebíamos a visita de muitos empresários querendo informações sobre o Estado, aí pensamos em fazer um compêndio, que evoluiu para se chamar 150 Maiores Empresas do Espírito Santo”, ressalta o empresário José Bráulio Bassini, que foi presidente do Sistema Findes de 1992 a 2000. O diretor técnico do Sebrae-ES, Benildo Denadai, à época era superintendente do Ideies, entidade responsável pela elaboração dos primeiros anuários. Depois, a instituição e o IEL-ES passaram a dividir a mesma gestão, ainda tendo Benildo à frente, até que o anuário passou a ficar a cargo do IEL-ES, a partir da oitava edição, com Denadai na superintendência desse Instituto. “A ideia foi justamente criar uma publicação que conferisse maior visibilidade ao estudo que era realizado, incluindo mais ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
Linha do tempo
2004
Edição comemorativa dos 35 anos do IEL-ES, que passou a ser o responsável direto pela elaboração do anuário. O empresário Lucas Izoton se tornou o novo presidente do Sistema Findes e concedeu entrevista anunciando as metas de sua gestão.
sobre a economia do Espírito Santo, matérias e rankings setoriais por comércio, serviços, agricultura e indústria. Abrimos também a possibilidade de as empresas locais produzirem conteúdo, o que a gente chamou de Destaque Empresarial. Desde então, começou a distribuição internamente em todas as unidades do Sistema CNI, incluindo Sesi, Senai, IEL e outras Federações, além de embaixadas e consulados, o que anos mais tarde motivou a elaboração do caderno em inglês”, afirma Denadai. O atual superintendente do IEL-ES, Fábio Dias, conta que ao assumir sua gestão, em 2010, já conhecia o anuário, mas pôde perceber o trabalho mais a fundo e ver melhor sua importância para o Estado. “É uma publicação que tem a chancela da Findes, uma entidade de muita credibilidade, o que faz com que haja reconhecimento e confiança, pela sociedade, quanto à metodologia e à seriedade das instituições envolvidas. Tínhamos a obrigação de continuar com esse trabalho, já consolidado, mas também de ampliar seu escopo e incluir coisas novas, como a possibilidade de acessar o conteúdo por meio de dispositivos móveis, como tablets e smartphones”, reforça.
Curiosidades sobre o anuário O anuário é distribuído gratuitamente aos principais segmentos da indústria e do comércio, além de receber ampla divulgação junto aos setores público e privado, em âmbito estadual e internacional. Em 20 anos, foram mais de 4,9 mil
2005
A descoberta de óleo no pré-sal faz surgir uma onda de estimativas positivas para a economia capixaba. Em artigo, chega-se a falar em boom no Espírito Santo após as descobertas que deveriam tornar o Brasil autossuficiente em petróleo.
2006
Foi em sua 10ª edição que o anuário IEL-ES foi expandido de 150 para 200 Maiores Empresas no Espírito Santo, contando ainda com o caderno em inglês.
2007
Além do Empresário e da Empresa Destaque, esta edição teve como novidade a eleição do Executivo Destaque. Em artigo assinado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, foi abordada a necessidade de o país continuar realizando reformas.
2008
Com a proximidade dos 40 anos de atuação do IEL no Espírito Santo, a publicação abordou as evoluções e as melhorias contínuas nos serviços da instituição. O então ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, foi um dos entrevistados da edição.
2009 “Temos nesta publicação anual uma referência reconhecida pelo mercado como importante e fonte segura de informações econômico-financeiras sobre as empresas capixabas” - Aristóteles Passos Costa Neto, diretor da Findes para Assuntos do IEL-ES
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
A edição comemorativa dos 40 anos do IEL trouxe uma explanação sobre os serviços que o Instituto presta às empresas capixabas. A então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, foi entrevistada e comentou sobre a indústria brasileira antes e depois do pré-sal.
2010
Em 2010, foi lançada a primeira edição tendo Fábio Dias como superintendente do IEL-ES. Entre os temas da publicação, uma discussão sobre o crescimento, sustentável ou não da economia brasileira e o entrave da situação logística para o desenvolvimento econômico do Espírito Santo. 119
ESPECIAL
Linha do tempo
2011
Marcos Guerra assumiu a Presidência do Sistema Findes nesta edição comemorativa dos 15 anos do Anuário IEL-ES 200 Maiores Empresas e que também foi marcado pela expansão das matérias setoriais sobre a economia capixaba, passando de sete para 19.
“É uma publicação que tem a chancela da Findes, uma entidade de muita credibilidade, o que faz com que haja reconhecimento e confiança, pela sociedade, quanto à metodologia e à seriedade das instituições envolvidas” Fábio Dias, superintendente do IEL-ES
2012
Em editorial, o presidente Marcos Guerra comenta os efeitos para a economia capixaba da mudança no formato do Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap).
2013
O Sistema Findes comemorava 55 anos fundação. O anuário passou a contar com análise do Ideies sobre o peso das 20 maiores empresas para a economia capixaba.
páginas abordando gestão, finanças, economia, inovação e diversos temas de relevância para o mercado, por meio de artigos assinados por especialistas e matérias que fazem uma radiografia do atual cenário capixaba. A maior edição foi a 18ª, lançada em 2014, com 352 páginas. Em suas duas décadas de história, foram 525 artigos de 365 especialistas de diferentes áreas, entre os quais os jornalistas Ricardo Boechat e Míriam Leitão, o ex-ministro Antonio Delfim Neto, o ex-governador Renato Casagrande, além do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
2014
Esta edição comemorou os 45 anos de criação do IEL-ES e abordou temas como os investimentos previstos de norte a sul do Espírito Santo, o fortalecimento da educação profissional e a reforma tributária.
2015
A grande novidade desta edição foi o prêmio IELABRH, que elege a melhor empresa para se trabalhar no Espírito Santo. Neste ano, em que Paulo Hartung voltou ao Palácio Anchieta, foram discutidos os caminhos para a retomada do desenvolvimento, as medidas urgentes demandadas pelo cenário nacional e internacional, além dos desafios para uma nova política industrial no Brasil.
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“Como na época recebíamos a visita de muitos empresários querendo informações sobre o Estado, aí pensamos em fazer um compêndio, que evoluiu para se chamar 150 Maiores Empresas do Espírito Santo” - José Bráulio Bassini, presidente do Sistema Findes de 1992 a 2000
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
Destaques do Anuário IEL-ES 200 Maiores ANO
EMPRESA
EMPRESÁRIO
EXECUTIVO
2000
Viação Águia Branca
Aylmer Chieppe
-
2001
Aracruz Celulose
Américo Buaiz Filho e Carlos Augusto Lira Aguiar
-
2002
Aracruz Celulose
Domingos Sávio Rigoni
-
2003
Aracruz Celulose
Otacílio José Coser
-
2004
Aracruz Celulose
Lucas Izoton
-
2005
Cia Siderúrgica de Tubarão
José Armando de Figueiredo Campos
-
2006
CST Arcelor Brasil
José Armando de Figueiredo Campos
-
2007
CVRD
Étore Selvatici Cavallieri
Carlos Augusto Lira Aguiar
2008
Petrobras
Salvador Turco
José Armando de Figueiredo Campos
2009
União Engenharia
Salvador Turco
Fausto Costa
2010
Vale
Américo Buaiz Filho
Fausto Costa
2011
Lorenge
Renan Chieppe
José Tadeu de Moraes
2012
Lorenge
Luiz Wagner Chieppe
Ricardo Vescovi de Aragão
2013
Grupo Águia Branca
Elder Giordano Marim e Étore Selvatici Cavallieri
Elcio Alves
2014
Lorenge
Luiz Wagner Chieppe
Ricardo Vescovi de Aragão
2015
Wine
Rogério Salume
Ricardo Vescovi de Aragão
Entre as empresas, o principal ranking do anuário – 200 Maiores Empresas Segundo Receita Operacional Bruta no Espírito Santo – teve a Vale ocupando o topo em 11 oportunidades, sendo que de forma consecutiva entre os anos de 2007 e 2012. Além da Vale, EDP Escelsa, ArcelorMittal e Fibria são as únicas empresas que em todas as 19 edições lançadas até 2015 estiveram sempre entre as 10 primeiras colocações. E a grande novidade em 2016 é a versão completa da publicação para a língua inglesa, ou seja, todos os artigos, matérias e o ranking foram vertidos, na íntegra, para o inglês. “É um projeto que, além de dar visibilidade, passou também a ser um apoio para o meio acadêmico, tornando-se fonte de pesquisa para diversas instituições de ensino. Além disso, por meio do anuário, o investidor consegue entender o contexto da nossa economia e perceber o que o Espírito Santo tem para oferecer em se tratando de empresas de base nacional, e ainda nossa cadeia robusta de fornecimento, capaz de atender demandas com qualidade”, finaliza Fábio Dias. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
“A ideia foi justamente criar uma publicação que conferisse maior visibilidade ao estudo que era realizado, incluindo mais sobre a economia do Espírito Santo” Benildo Denadai, diretor técnico do Sebrae-ES
121
RANKING INTRODUÇÃO
O FÁBIO DIAS é superintendente do IEL-ES
126
ano de 2016, em particular o mês de outubro, é marcante para o meio editorial capixaba. O lançamento da 20ª edição do Anuário IEL – 200 Maiores é um feito expressivo, pois atingimos não só a consolidação do veículo, mas também a maturidade e a consistência metodológica, o que nos coloca como uma das principais fontes de informação da economia capixaba, tendo reconhecimento em nosso Estado e em todo o território nacional, com significativo aumento de consultas a partir de sua disponibilização na internet e acesso em aplicativos para dispositivos móveis. Nestas duas décadas o anuário mostrou, e vem acompanhando, indicadores que revelaram, em números, percentuais e índices, as expressões de alegria e preocupação refletidas por nossas faces diante da euforia do crescimento e da tensão com crises e incertezas do futuro, mantendo, fundamentalmente, seu compromisso de servir à comunidade capixaba como instrumento consistente, com dados seguros para planejamento, ajustes, propostas e consolidação de iniciativas, sintetizando o dinamismo da economia do Estado no contexto conjuntural de cada momento. Com essa proposta, a publicação passou a fazer parte das fontes de informações de empresários, executivos, gestores públicos, estudantes e pesquisadores das instituições de ensino, compondo ambientes de reuniões, apresentações, aeroportos, bibliotecas e outros locais onde o principal assunto seja o desenvolvimento do Espírito Santo. Percorremos um longo caminho, sem abrir mão da qualidade, do rigor metodológico e do respeito às empresas participantes da pesquisa, aos anunciantes e aos patrocinadores, buscando constantemente a inovação. Ano a ano o IEL-ES, como responsável por este veículo, busca ampliar o número de empresas pesquisadas e trazer conteúdos que estejam de acordo com a realidade econômica e corporativa em um cenário cada vez mais global. A metodologia aplicada passou por ajustes ao longo deste tempo, acompa-
nhando mudanças na contabilidade, como adequação às orientações da International Financial Reporting Standards (IFRS) publicadas pelo International Accounting Standards Board (IASB) e o uso do ambiente web, que possibilitou diversas funcionalidades e produção de dados estatísticos. Com isso, os dados apurados para o ranking das 200 Maiores mostram uma receita operacional bruta (ROB) total de R$ 100,4 bilhões gerados no Estado. Um decréscimo de -11,2% em relação ao ano anterior, quando foram registrados R$ 113,2 bilhões. Quanto aos empregos diretos, a média foi de 557 postos de trabalho por empresa somente no Espírito Santo. Uma análise mais aprofundada no ranking, levando em consideração as características geográficas capixabas, os empregos abertos e a distribuição da participação nos setores (indústria, comércio e serviço) das 200 Maiores, bem como a pesquisa de clima empresarial, você encontrará neste anuário, no caderno “Análise Ideies”. Como em anos anteriores, objetivando reconhecer os esforços e iniciativas de empresas e empresários, apresentamos também nesta edição o ranking das maiores empresas privadas com controle de capital capixaba; a Melhor Empresa conforme os critérios de crescimento e rentabilidade das vendas e do patrimônio líquido, lucratividade por empregado e liquidez corrente; além do ranking principal segundo a ROB, de rankings setoriais e de diversos indicadores de desempenho. Enfim, manifestamos reconhecimento e agradecimento a todas as participantes do “Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo” ao longo de todos estes últimos 20 anos, a seus empreendedores, aos articulistas, parceiros e anunciantes, ao Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies) e a toda a equipe do Sistema Findes. Um agradecimento especial à equipe do Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES), que tornou possível um trabalho de grande qualidade e relevância para a sociedade em geral. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
O QUE VOCÊ ENCONTRA NESTE ENCARTE | RANKING
As 200 Maiores Empresas no Espírito Santo classificadas pela receita operacional bruta, com informações econômicas, contábeis, financeiras e análises.
Informações consolidadas dos setores industrial, comercial e de serviços, e por atividade.
As 20 empresas com melhor desempenho segundo diversos indicadores econômicos, contábeis, financeiros e sociais. As maiores empresas segundo os setores: alimentos, serviços de importação e exportação, comércio atacadista, comércio varejista, construção, concessionária de veículos, fabricação de móveis, transporte, operadoras de saúde, fabricação de produtos de metais, atendimento hospitalar e serviços financeiros e seguros. Melhor empresa 2016.
As 100 maiores empresas privadas com controle de capital capixaba classificadas pela receita operacional líquida.
Ranking dos maiores grupos empresariais segundo o critério de patrimônio líquido, contendo informações econômicas e financeiras consolidadas.
RANKING METODOLOGIA
O
Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo, considerada uma das mais importantes publicações de avaliação da economia capixaba, disponibiliza conteúdos sobre o desempenho financeiro das empresas e dos grupos empresariais com operações no Estado. A 20ª edição apresenta as informações referentes ao exercício de 2015, analisadas a partir de informações econômico-financeiras fornecidas pelas organizações, como: a receita operacional bruta, a receita operacional líquida, o resultado líquido do exercício, o patrimônio líquido, o número de empregados, a rentabilidade do patrimônio líquido, a liquidez, dentre outros. No estabelecimento do ranking das 200 Maiores pela Receita Operacional Bruta (ROB), foram utilizados os seguintes dados repassados pelas companhias: 1. Empresas com sede fiscal no Espírito Santo que, apropriaram o total de suas receitas; 2. Para empresas com sede fiscal em outro estado, foi considerado o percentual da receita gerada no Espírito Santo. A empresa cuja sede fiscal é em outro estado e que não divulgou os registros contábeis específicos das operações realizadas no Espírito Santo
128
está com dados assinalados como “N/D” (não disponível) nas tabelas. A observação N/D também aparece nas situações em que há ausência de alguma das informações solicitadas. A edição 2016 da pesquisa das maiores empresas no Espírito Santo foi realizada a partir de mais de 5.500 contatos e da avaliação de dados de aproximadamente 300 empresas, além dos grupos empresariais do Estado. Foram analisados dados das operações das empresas e dos grupos que enviaram suas demonstrações contábeis ou responderam ao questionário eletrônico até o dia 19 de agosto de 2016. O universo da pesquisa inclui sociedades anônimas de capital aberto e fechado, cooperativas, entidades sem fins lucrativos e sociedades limitadas. As mudanças metodológicas promovidas na edição de 2015 foram preservadas, adequando o anuário às práticas contábeis verificadas junto às empresas e em conformidade com as recomendações do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e às normas em vigor. No entanto, ainda mantivemos a classificação das 200 maiores empresas tendo por base a receita operacional bruta (ROB), incluindo a informação da receita operacional líquida ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
(ROL) para as empresas que divulgaram essa informação. Da mesma forma que nos anos anteriores, foram considerados os resultados de todas as participantes para o estabelecimento dos rankings setoriais, das 20 maiores segundo os principais indicadores e das maiores por atividade. Assim, uma empresa que não está
classificada entre as 200 maiores, mas que enviou os seus dados, poderá fazer parte de um ranking específico. Esse método permite às organizações, independentemente de seu porte, serem classificadas pelo seu desempenho segundo os critérios dos indicadores utilizados na publicação. A tabela abaixo apresenta um resumo dos principais conceitos utilizados.
Conceitos metodológicos INDICADOR
CONCEITO
Receita operacional bruta
Receita proveniente do total das vendas de bens e serviços prestados pela empresa.
Variação da receita operacional bruta
Apresenta a evolução da receita bruta de vendas, em percentual.
Receita operacional líquida
É calculada pela diferença entre o valor das vendas, deduzidas de devoluções e abatimentos, e os impostos sobre vendas.
Variação da receita operacional líquida
Apresenta a evolução da receita líquida de vendas, em percentual.
Ebitda
Abreviatura da expressão em inglês “Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization”, que significa lucro antes de descontar os juros, os impostos sobre o lucro, a depreciação e a amortização. Em essência, corresponde ao caixa gerado pela operação da empresa.
Variação do Ebitda
Apresenta a evolução do Ebitda, em percentual.
Resultado líquido do exercício
É o resultado do exercício, apurado de acordo com as regras legais, depois de descontados o Imposto de Renda e a Contribuição Social Sobre o Lucro.
Variação do lucro líquido do exercício
Apresenta a evolução do lucro líquido, em percentual
Patrimônio líquido
É a soma do capital, das reservas e dos ajustes de avaliação patrimonial, menos a soma do capital a integralizar, das ações em tesouraria e dos prejuízos acumulados. Mede a riqueza da empresa.
Rentabilidade das vendas
É calculada pela divisão entre o lucro líquido e a receita líquida.
Rentabilidade do patrimônio líquido
Mede o retorno do investimento para os proprietários. Resulta da divisão do lucro líquido pelo patrimônio líquido.
Liquidez corrente
É a divisão do ativo circulante pelo passivo circulante e indica a capacidade da empresa em honrar seus compromissos no curto prazo.
Endividamento geral
É a soma das dívidas de curto e longo prazos. O resultado é mostrado em porcentagem, em relação ao ativo total, e representa a participação de recursos financiados por terceiros na operação da empresa.
Endividamento de longo prazo
Indica o quanto a empresa está comprometida com dívidas de longo prazo. É expresso em porcentagem, em relação ao ativo total.
Empregados no Espírito Santo
Número de funcionários em 31 de dezembro de 2015.
Para elaborar o ranking das 200 maiores empresas, foi utilizado o critério da receita operacional bruta, um indicador da contribuição da empresa para a sociedade em termos de recursos, gerados com a venda de produtos e serviços. Além da receita bruta, são fornecidas informações como receita líquida, Ebitda, lucro líquido, patrimônio líquido e número de empregados no Espírito Santo. Não menos importantes, são apresentados ainda indicadores para análise econômico-financeira, como: rentabilidade do patrimônio líquido, liquidez corrente, endividamento geral e endividamento de longo prazo.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
Além desses registros, o anuário apresenta diversas outras listas de companhias, organizadas por setor da economia, empresas capixabas, consolidadas por atividade, dentre outras. Lembramos ainda que, para a versão do anuário em inglês, os valores foram convertidos em moeda americana, considerando o dólar comercial venda média do ano de 2015, que fechou em R$ 3,3387, segundo dados do Banco Central do Brasil (http://www4.bcb. gov.br/pec/taxas/port/ptaxnpesq.asp?id=txcotacao). Destacamos ainda que eventuais diferenças de valores poderão ser encontradas, mas são frutos de arredondamentos promovidos pelo sistema utilizado e não tiveram influência sobre os resultados apurados.
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RANKING DAS 200 MAIORES EMPRESAS
RANKING DAS 200 MAIORES EMPRESAS Ranking segundo receita operacional bruta no Espírito Santo (valores em R$ milhares) CLASSIF. 2015
EMPRESA
SETOR
ATIVIDADE
REC. OP. BRUTA
VAR. ROB 15/14
REC. OP. LIQ
VAR. ROL 15/14
VAR. EBITDA 15/14
EBITDA
1
PETROBRAS - UO - ES*
Indústria
Extração de Petróleo e Gás Natural
18.046.305
-30,78%
N/D
N/D
N/D
N/D
2
VALE
Indústria
Mineração
6.984.622
25,36%
N/D
N/D
N/D
N/D
3
ARCELORMITTAL BRASIL
Indústria
Siderurgia e Metalurgia
6.549.520
37,64%
N/D
N/D
N/D
N/D
4
HERINGER
Indústria
Química e Petroquímica
6.416.122
6,23%
6.308.405
5,99%
198.163
-40,29%
5
ESCELSA
Serviços
Eletricidade e Gás
5.379.817
56,05%
2.945.118
21,26%
368.123
-15,32%
6
CISA TRADING
Serviços
Serv. Importação e Exportação
4.142.301
7,34%
3.182.500
4,92%
155.442
102,78%
7
BR DISTRIBUIDORA
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
4.101.733
-7,39%
N/D
N/D
N/D
N/D
8
FIBRIA CELULOSE
Indústria
Papel e Celulose
4.012.001
50,11%
N/D
N/D
N/D
N/D
9
BANESTES
Serviços
Serv. Financeiros e Seguros
2.742.105
21,39%
2.674.345
21,74%
0
N/D
10
TROP COMÉRCIO EXTERIOR
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
2.568.448
15,67%
2.144.219
15,38%
136.454
N/D
11
GAROTO
Indústria
Alimentos
2.074.611
-1,57%
1.482.932
-1,64%
64.498
128,92%
12
BANCO DO BRASIL
Serviços
Serv. Financeiros e Seguros
1.697.762
42,71%
N/D
N/D
N/D
N/D
13
COLUMBIA TRADING
Serviços
Serv. Importação e Exportação
1.650.536
10,38%
1.391.729
13,52%
-11.787
-892,14%
14
VIX LOGÍSTICA
Serviços
Transporte
1.316.454
4,08%
1.155.485
3,50%
238.473
2,42%
15
SERTRADING (BR)
Serviços
Serv. Importação e Exportação
1.310.560
2,59%
1.060.620
-0,06%
51.539
8,05%
16
HORTIFRUTI
Comércio Varejista
Comércio Varejista
1.169.008
19,99%
1.097.190
18,95%
N/D
N/D
17
UNIMED VITÓRIA
Serviços
Plano de Saúde
998.866
11,49%
972.769
11,45%
23.180
-6,66%
18
FRISA FRIGORÍFICO
Indústria
Alimentos
991.622
21,78%
942.429
23,52%
38.257
15,30%
19
KURUMÁ VEÍCULOS
Comércio Varejista
Concessionária de Veículos
970.227
-1,67%
898.020
-5,40%
10.923
-63,52%
20
UNICAFÉ
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
937.096
10,63%
930.638
10,36%
74.563
-11,90%
21
LEÃO ALIMENTOS E BEBIDAS
Indústria
Alimentos
886.869
-7,43%
658.998
-8,48%
N/D
N/D
22
UNILIDER
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
850.097
12,01%
663.616
11,45%
31.631
-1,61%
23
CESAN
Indústria
Cap. Trat. e Distrib. de Água
703.066
3,11%
637.785
3,05%
154.690
-24,82%
24
TANGARÁ FOODS
Indústria
Alimentos
668.099
-9,63%
611.690
-7,57%
6.419
634,44%
25
CASAGRANDE
Comércio Varejista
Comércio Varejista
651.497
9,49%
579.376
10,12%
195.146
10,26%
26
TRISTÃO
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
642.789
12,29%
634.295
12,48%
N/D
N/D
27
WEG LINHARES EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
Indústria
Fabricação de Máq. e Mat. Elétricos
605.160
8,99%
440.179
7,73%
55.037
7,01%
28
VITÓRIA DIESEL
Comércio Varejista
Concessionária de Veículos
515.187
-30,30%
439.212
-32,06%
3.115
-67,33%
29
EXCIM
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
504.070
-19,73%
424.400
-19,60%
4.138
-16,76%
30
SUPERMERCADO PERIM
Comércio Varejista
Comércio Varejista
480.105
9,94%
421.150
11,62%
N/D
N/D
31
NIBRASCO
Indústria
Mineração
445.106
16,52%
403.933
16,52%
396.887
16,04%
32
COOABRIEL
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
430.381
31,53%
401.783
33,02%
2.636
-29,16%
33
FORTLEV
Indústria
Fab. de Borracha e Mat. Plástico
408.667
2,39%
N/D
N/D
N/D
N/D
34
EMPRESA LUZ E FORÇA SANTA MARIA
Serviços
Eletricidade e Gás
394.817
57,32%
249.751
28,92%
N/D
N/D
35
RDG PRODUTOS SIDERÚRGICOS
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
385.954
1,20%
319.690
2,59%
N/D
N/D
36
DUCOCO ALIMENTOS
Indústria
Alimentos
370.257
16,21%
317.090
18,27%
N/D
N/D
37
LORENGE
Indústria
Construção
365.006
-14,54%
180.715
-39,98%
6.140
-80,73%
38
PERFILADOS RIO DOCE
Indústria
Siderurgia e Metalurgia
360.565
-24,02%
288.832
-24,11%
N/D
N/D
39
COOPEAVI
Comércio Varejista
Comércio Varejista
351.369
5,42%
339.319
5,79%
13.362
-18,12%
40
NICCHIO SOBRINHO CAFÉ
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
345.085
50,08%
333.860
51,80%
2.007
1.292,10%
* Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP
130
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
Considerada a “Maior Empresa” no Anuário IEL 2016, a Petrobras recebe o destaque como um incentivo a prosseguir com ações de aprimoramento da sua gestão. Esse reconhecimento nos honra e aumenta a nossa responsabilidade perante a sociedade, governos, acionistas, parceiros, clientes e funcionários da Petrobras no Espírito Santo. Ser uma empresa com um excelente corpo técnico, com tradição em superar desafios, que busca permanentemente soluções tecnológicas e de gestão para aumento de eficiência em seus processos de trabalho. Esses pilares ajudarão a Petrobras a retomar os rumos da gestão financeira eficiente, assim como reforçar a atuação na segurança de processo e de negócio.” Ricardo Pereira de Morais, gerente-geral da Petrobras Unidade de Operações de Exploração e Produção do Espírito Santo (UO-ES)
“
LUCRO LÍQ. EX.
VAR. LUCRO LÍQ. EX. 15/14
ATIVO TOTAL
PATRIM. LÍQUIDO
RENTABILIDADE DE RENTABILIDADE PATRIM. VENDAS LÍQ.
LIQUIDEZ CORRENTE
ENDIVIDAMENTO GERAL
ENDIVIDAMENTO DE LONGO PRAZO
EMPREGADOS NO ES
CLASSIF. 2015
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
1.464
1
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
7.493
2
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
6.091
3
-335.967
-4.319,19%
3.333.510
246.014
-5,33%
-136,56%
0,6
92,62%
2,42%
212
4
126.789
-30,17%
3.160.743
966.188
4,31%
13,12%
1,3
69,43%
38,66%
925
5
48.972
-22,39%
1.258.617
225.787
1,54%
21,69%
1,3
82,06%
16,97%
18
6
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
29
7
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
1.541
8
150.861
12,83%
18.149.488
1.160.545
5,64%
13,00%
0,7
93,61%
18,79%
2.337
9
64.119
70,07%
612.158
202.759
2,99%
31,62%
1,6
66,88%
7,93%
17
10
35.790
122,60%
1.175.736
41.234
2,41%
86,80%
0,9
96,49%
22,99%
1.969
11
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
1.471
12
-19.892
-1.140,38%
369.304
5.214
-1,43%
-381,51%
0,9
98,55%
6,21%
4
13
67.423
31,70%
1.311.352
531.204
5,84%
12,69%
2,2
59,49%
39,56%
2.767
14
14.991
-23,71%
366.697
41.326
1,41%
36,27%
1,0
88,73%
1,42%
10
15
20.792
-18,28%
459.557
147.366
1,90%
14,11%
0,8
67,93%
30,47%
308
16
12.591
70,58%
460.993
127.754
1,29%
9,86%
1,1
72,29%
24,93%
2.372
17
12.261
-36,63%
332.850
130.832
1,30%
9,37%
1,5
60,69%
15,22%
1.541
18
-18.935
-206,11%
215.146
20.456
-2,11%
-92,56%
1,4
39,74%
0,05%
523
19
15.788
-62,52%
469.958
267.024
1,70%
5,91%
1,5
43,18%
0,00%
158
20
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
975
21
19.021
6,94%
186.513
42.026
2,87%
45,26%
1,5
77,47%
12,92%
350
22
65.371
-35,11%
2.541.675
2.062.247
10,25%
3,17%
1,3
18,86%
12,74%
1.501
23
-5.301
36,61%
494.643
120.062
-0,87%
-4,42%
2,2
75,73%
47,47%
299
24
14.782
13,75%
175.949
103.044
2,55%
14,35%
2,0
33,03%
2,15%
2.661
25
42.286
173,71%
531.985
229.953
6,67%
18,39%
1,4
56,77%
6,53%
N/D
26
44.284
2,61%
300.628
214.810
10,06%
20,62%
3,0
28,55%
11,31%
2.680
27
-9.353
-6.440,56%
210.910
16.788
-2,13%
-55,71%
1,2
92,04%
26,13%
348
28
2.233
330,12%
701.497
35.311
0,53%
6,32%
1,3
94,97%
24,39%
190
29
20.794
7,97%
113.816
57.108
4,94%
36,41%
1,5
49,82%
0,00%
N/D
30
291.244
38,68%
961.860
796.355
72,10%
36,57%
3,1
17,21%
1,35%
N/D
31
824
-12,51%
290.112
56.285
0,21%
1,46%
1,0
80,60%
0,19%
246
32
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
621
33
25.814
24,88%
226.078
149.702
10,34%
17,24%
1,4
33,78%
7,16%
N/D
34
47.295
-13,98%
445.970
398.985
14,79%
11,85%
2,1
10,54%
0,73%
347
35
-1.941
-423,50%
137.930
42.380
-0,61%
-4,58%
1,7
69,27%
16,98%
N/D
36
-33.527
-438,04%
601.385
223.931
-18,55%
-14,97%
2,0
62,76%
23,84%
345
37
35.289
-18,39%
418.162
396.242
12,22%
8,91%
25,4
5,24%
2,64%
316
38
3.599
-58,77%
213.373
74.099
1,06%
4,86%
1,1
65,27%
13,85%
542
39
1.392
3.786,12%
108.270
42.150
0,42%
3,30%
1,6
61,07%
1,44%
84
40
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
131
RANKING DAS 200 MAIORES EMPRESAS CLASSIF. 2015
132
EMPRESA
SETOR
ATIVIDADE
REC. OP. BRUTA
VAR. ROB 15/14
REC. OP. LIQ
VAR. ROL 15/14
EBITDA
VAR. EBITDA 15/14
41
ÁGUIA BRANCA
Serviços
Transporte
330.340
-2,83%
281.432
5,01%
32.476
42
PELICANO CONSTRUÇÕES
Indústria
Construção
319.717
-1,29%
257.271
-4,17%
102.599
22,09%
43
WINE.COM.BR
Comércio Varejista
Comércio Varejista
296.942
31,64%
243.140
33,70%
6.601
736,08%
44
KOBRASCO
Indústria
Mineração
296.597
22,16%
269.162
22,16%
264.850
22,48%
45
SAMP ES
Serviços
Plano de Saúde
291.357
8,85%
286.203
8,66%
14.629
51,33%
46
ECO101
Serviços
Concessionária de Rodovias
287.903
-4,20%
272.062
-6,49%
70.575
366,12%
47
HOSPITAL EVANGÉLICO DE VILA VELHA
Serviços
Atendimento Hospitalar
284.216
-0,63%
278.953
-1,99%
5.870
-47,17%
48
BRAMETAL
Indústria
Siderurgia e Metalurgia
262.767
-8,30%
224.285
-12,09%
50.492
-9,64%
49
SELITA
Indústria
Alimentos
252.842
-4,35%
236.794
-2,22%
9.476
2.291,89%
50
ITABRASCO
Indústria
Mineração
237.813
71,41%
215.816
71,41%
211.315
16,83%
51
SÃO BERNARDO SAÚDE
Serviços
Plano de Saúde
232.765
2,20%
230.208
1,29%
11.529
12,24%
52
TERRA NOVA
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
228.547
-15,46%
171.268
-17,51%
-193
-112,22%
53
FIBRASA SUDESTE
Indústria
Fab. de Borracha e Mat. Plástico
228.501
-2,10%
182.708
1,99%
21.644
N/D
54
QUIMETAL
Serviços
Serv. Importação e Exportação
225.051
14,35%
188.607
15,03%
7.364
-52,21%
55
UNIMED SUL CAPIXABA
Serviços
Plano de Saúde
222.618
14,98%
216.837
15,87%
-2.420
-901,82%
56
REALCAFÉ
Indústria
Alimentos
221.023
20,67%
213.876
22,12%
30.481
198,02%
57
BUAIZ ALIMENTOS
Indústria
Alimentos
218.601
-3,49%
204.773
-3,76%
11.301
31,93%
58
CONCREVIT
Indústria
Construção
200.954
1,31%
186.619
1,48%
12.110
-59,30%
59
HOSPITAL MERIDIONAL
Serviços
Atendimento Hospitalar
199.968
14,94%
190.359
16,73%
32.523
73,43%
60
ALCON
Indústria
Química e Petroquímica
199.195
44,26%
191.449
41,22%
52.514
43,35%
61
COSENTINO LATINA
Indústria
Fab. Prod. Minerais Não Metálicos
194.357
31,17%
176.926
33,19%
66.726
194,20%
62
CEDISA
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
188.759
-18,08%
146.122
-17,26%
2.254
-69,25%
63
EXTRAFRUTI
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
186.164
10,29%
183.953
9,50%
16.513
8,54%
64
ELKEM
Indústria
Química e Petroquímica
185.684
-1,35%
146.256
-1,19%
20.810
52,61%
65
SICOOB LESTE CAPIXABA
Serviços
Serv. Financeiros e Seguros
184.361
31,15%
50.098
17,41%
36.297
-6,78%
66
CVC
Comércio Varejista
Concessionária de Veículos
183.311
-39,69%
178.333
-39,69%
2.573
-31,15%
67
MERCOCAMP
Serviços
Serv. Importação e Exportação
182.480
-9,20%
132.996
-11,66%
N/D
N/D
68
HISPANOBRÁS
Indústria
Mineração
176.670
48,92%
160.320
48,93%
159.709
-7,02%
69
SAVIXX
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
172.180
-49,28%
144.831
-48,04%
-1.968
-204,07%
70
BANESTES SEGUROS
Serviços
Serv. Financeiros e Seguros
168.127
4,72%
158.225
4,32%
34.200
19,36%
71
IRMANDADE DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA
Serviços
Atendimento Hospitalar
166.372
9,64%
159.493
9,59%
9.883
-45,85%
72
HOSPITAL SANTA RITA
Serviços
Atendimento Hospitalar
161.318
11,24%
155.402
14,84%
9.548
-32,82%
73
TVV
Serviços
Gestão de Portos e Terminais
158.372
-12,38%
146.038
-11,62%
N/D
N/D
74
VENEZA
Indústria
Alimentos
156.247
8,76%
152.638
9,22%
8.862
1.075,54%
75
MAFRICAL
Indústria
Alimentos
154.471
3,16%
152.591
3,99%
N/D
N/D
76
SICOOB SUL SERRANO
Serviços
Serv. Financeiros e Seguros
151.756
30,72%
30.228
17,51%
14.674
-14,20%
77
CPVV
Serviços
Gestão de Portos e Terminais
151.726
-5,48%
134.210
-5,57%
24.726
-25,19%
78
SICOOB CENTRAL ES
Serviços
Serv. Financeiros e Seguros
149.021
65,88%
9.210
48,96%
21.302
210,81%
79
PORTOCEL
Serviços
Gestão de Portos e Terminais
145.222
15,09%
128.138
14,99%
48.069
60,72%
80
DAMARE
Indústria
Alimentos
141.975
0,46%
136.924
2,93%
12.037
104,55%
81
COFRIL - ABAV
Indústria
Alimentos
139.936
10,56%
127.273
10,61%
3.251
31,14%
82
SPASSU
Serviços
Tecnologia da Informação
138.600
13,47%
126.846
12,77%
11.978
129,62%
83
VIMINAS
Indústria
Fab. Prod. Minerais Não Metálicos
135.894
-6,42%
99.224
-7,81%
7.734
-1,97%
84
KIFRANGO
Indústria
Alimentos
135.363
11,76%
132.099
12,12%
N/D
N/D
85
SICOOB SUL
Serviços
Serv. Financeiros e Seguros
134.748
34,35%
40.512
36,88%
22.031
2,17%
86
BERTOLINI SIST. DE ARMAZENAGEM
Indústria
Fab. de Estruturas Metálicas
134.465
-14,52%
112.904
-9,05%
N/D
N/D
87
SUPERMERCADOS SANTO ANTÔNIO
Comércio Varejista
Comércio Varejista
134.321
-1,65%
122.026
-1,41%
N/D
N/D
88
TAI MOTORS
Comércio Varejista
Concessionária de Veículos
134.263
-5,12%
132.674
-1,48%
1.914
-21,28%
89
VAMTEC VITÓRIA
Indústria
Siderurgia e Metalurgia
133.787
14,17%
104.624
14,31%
21.901
1,30%
90
PORTO DE VITÓRIA
Serviços
Gestão de Portos e Terminais
132.952
1,92%
118.268
2,10%
16.270
-31,62%
91
SICOOB NORTE
Serviços
Serv. Financeiros e Seguros
132.802
31,35%
22.554
-19,75%
22.136
-24,25%
92
PERFIL ALUMÍNO
Indústria
Fab. de Produtos de Metais
126.186
15,62%
102.427
14,32%
12.360
-0,54%
93
JSL
Serviços
Transporte
123.564
2,78%
N/D
N/D
N/D
N/D
94
VITÓRIA MOTORS CHRYSLER
Comércio Varejista
Concessionária de Veículos
120.760
95,59%
116.480
93,25%
2.114
39,86%
95
VILA PORTO
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
117.340
25,06%
96.378
25,43%
-5.682
-459,04%
-43,67%
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
LUCRO LÍQ. EX.
VAR. LUCRO LÍQ. EX. 15/14
ATIVO TOTAL
PATRIM. LÍQUIDO
RENTABILIDADE DE RENTABILIDADE PATRIM. VENDAS LÍQ.
LIQUIDEZ CORRENTE
ENDIVIDAMENTO GERAL
ENDIVIDAMENTO DE LONGO PRAZO
EMPREGADOS NO ES
CLASSIF. 2015
4.282
-71,48%
584.615
373.461
1,52%
1,15%
1,1
36,12%
21,06%
1.158
41
59.032
21,67%
193.260
138.525
22,95%
42,61%
4,0
28,32%
10,24%
311
42
13.178
189,24%
154.711
6.476
5,42%
203,50%
0,8
95,81%
9,65%
424
43
178.345
31,15%
629.731
482.619
66,26%
36,95%
2,3
23,36%
0,86%
N/D
44
10.423
44,26%
74.325
28.259
3,64%
36,88%
1,5
61,98%
9,08%
397
45
4.142
154,16%
471.223
126.028
1,52%
3,29%
0,2
73,26%
1,82%
419
46
-141
-102,44%
119.220
19.754
-0,05%
-0,71%
1,2
68,46%
10,13%
2.909
47
47.417
1,67%
258.496
187.747
21,14%
25,26%
3,2
27,37%
2,19%
520
48
8.198
1.799,10%
117.112
50.466
3,46%
16,25%
1,5
56,91%
17,84%
419
49
135.876
11,00%
495.058
380.453
62,96%
35,71%
2,5
23,15%
1,13%
0
50
4.691
-18,77%
105.428
37.375
2,04%
12,55%
1,4
64,55%
21,65%
186
51
-193
-117,74%
106.431
5.330
-0,11%
-3,62%
1,0
94,99%
1,90%
4
52
2.801
-95,68%
225.651
129.181
1,53%
2,17%
1,8
42,75%
22,30%
308
53
6.051
-47,28%
120.577
25.564
3,21%
23,67%
1,7
78,80%
34,49%
43
54
909
-23,99%
106.020
36.036
0,42%
2,52%
1,3
66,01%
19,58%
733
55
22.224
270,34%
219.908
95.051
10,39%
23,38%
1,1
56,78%
6,65%
365
56
3.832
-42,64%
279.160
144.446
1,87%
2,65%
1,1
48,26%
25,92%
405
57
1.365
-92,93%
82.559
52.378
0,73%
2,61%
1,4
36,56%
8,61%
207
58
17.281
62,59%
153.405
58.265
9,08%
29,66%
0,9
62,02%
26,72%
1.623
59
35.312
65,32%
219.875
136.061
18,44%
25,95%
3,0
38,12%
24,47%
322
60
-20.913
-805,80%
228.449
46.978
-11,82%
-44,52%
1,4
79,44%
37,26%
183
61
-2.385
-173,97%
97.845
50.114
-1,63%
-4,76%
2,9
48,78%
21,65%
185
62
11.064
12,09%
45.794
25.124
6,01%
44,04%
1,9
45,14%
4,41%
780
63
11.259
45,13%
158.063
92.734
7,70%
12,14%
3,2
41,33%
25,88%
168
64
65.031
26,51%
970.282
246.160
129,81%
26,42%
1,0
74,63%
4,38%
183
65
1.403
-26,75%
93.267
50.543
0,79%
2,78%
1,1
45,81%
23,53%
275
66
173
11,69%
72.679
1.467
0,13%
11,78%
0,8
97,98%
37,79%
N/D
67
97.935
-17,08%
503.695
435.329
61,09%
22,50%
5,1
13,57%
1,99%
0
68
-801
-153,47%
48.872
3.966
-0,55%
-20,20%
1,1
91,88%
8,29%
3
69
20.084
12,29%
310.430
125.196
12,69%
16,04%
0,9
59,67%
5,29%
104
70
6.045
-58,79%
157.565
93.090
3,79%
6,49%
1,2
40,92%
7,36%
2.198
71
9.548
-32,82%
210.197
156.112
6,14%
6,12%
2,9
25,73%
8,35%
1.596
72
15.929
-63,46%
213.935
80.431
10,91%
19,80%
0,7
71,79%
38,18%
N/D
73
2.322
149,82%
69.341
22.004
1,52%
10,55%
0,7
68,27%
7,79%
428
74
5.181
-2,84%
23.021
9.987
3,40%
51,88%
1,5
100,00%
46,13%
N/D
75
42.064
26,40%
791.736
185.322
139,16%
22,70%
0,9
76,59%
3,22%
231
76
15.678
-23,83%
104.526
77.720
11,68%
20,17%
2,3
25,64%
11,77%
128
77
8.418
47,85%
1.351.900
101.843
91,40%
8,27%
0,7
92,47%
0,90%
77
78
30.202
112,38%
162.009
128.474
23,57%
23,51%
3,7
20,70%
8,49%
265
79
3.253
934,58%
91.445
26.191
2,38%
12,42%
0,7
71,36%
20,01%
270
80
1.266
56,71%
36.294
23.552
0,99%
5,38%
1,9
35,11%
2,17%
661
81
8.280
64,83%
20.761
6.352
6,53%
130,34%
1,3
69,40%
0,63%
839
82
6.194
-3,22%
81.236
66.821
6,24%
9,27%
2,3
17,74%
0,23%
388
83
110
-97,42%
83.744
16.260
0,08%
0,68%
0,9
80,58%
42,77%
753
84
50.449
41,39%
674.467
186.485
124,53%
27,05%
1,1
72,35%
6,19%
164
85
5.447
-53,26%
106.173
56.197
4,82%
9,69%
1,9
47,07%
21,63%
175
86
-2.579
-264,91%
40.053
8.167
-2,11%
-31,58%
1,0
79,61%
15,57%
940
87
-199
-122,41%
26.230
9.045
-0,15%
-2,20%
0,8
65,52%
2,40%
53
88
13.248
48,37%
46.364
18.401
12,66%
71,99%
1,2
60,31%
9,20%
101
89
11.881
-21,82%
483.103
319.826
10,05%
3,71%
2,5
33,80%
26,60%
335
90
33.701
-5,21%
738.265
167.103
149,43%
20,17%
1,1
77,37%
6,76%
199
91
8.006
11,70%
51.654
26.606
7,82%
30,09%
1,7
48,49%
9,50%
311
92
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
1.459
93
-1.621
-557,91%
38.754
3.166
-1,39%
-51,20%
1,6
91,83%
46,24%
36
94
-766
-224,58%
97.213
1.207
-0,80%
-63,51%
1,4
98,76%
52,92%
25
95
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
133
RANKING DAS 200 MAIORES EMPRESAS CLASSIF. 2015
EMPRESA
SETOR
ATIVIDADE
REC. OP. BRUTA
VAR. ROB 15/14
REC. OP. LIQ
VAR. ROL 15/14
EBITDA
VAR. EBITDA 15/14
96
VITÓRIA APART HOSPITAL
Serviços
Atendimento Hospitalar
115.017
11,87%
106.551
12,18%
8.558
-9,48%
97
BANDES
Serviços
Serv. Financeiros e Seguros
111.761
2,63%
57.028
-5,27%
7.427
-48,84%
98
VITÓRIA MOTORS
Comércio Varejista
Concessionária de Veículos
111.312
44,64%
109.133
47,11%
2.965
71,39%
99
CLAC
Serviços
Serv. Importação e Exportação
111.177
-28,58%
86.242
-29,31%
N/D
N/D
100
HOSPITAL VILA VELHA
Serviços
Atendimento Hospitalar
106.993
13,22%
101.522
13,23%
17.111
22,18%
101
SICOOB CENTRO-SERRANO
Serviços
Serv. Financeiros e Seguros
106.150
36,65%
20.054
40,94%
18.380
46,19%
102
UNIMED NOROESTE CAPIXABA
Serviços
Plano de Saúde
101.537
14,06%
99.728
14,99%
N/D
N/D
103
RIMO MÓVEIS
Indústria
Fabricação de Móveis
101.109
-2,50%
75.665
-2,84%
3.042
-40,37%
104
BERTOLINI MÓVEIS DE AÇO
Indústria
Fabricação de Móveis
100.798
70,00%
87.121
83,38%
N/D
N/D
105
UNIMAR
Serviços
Transporte
100.564
-5,72%
94.029
-6,65%
13.688
N/D
106
PROSEGUR BRASIL
Serviços
Vigilância e Segurança
100.083
32,63%
N/D
N/D
N/D
N/D
107
SOL COQUERIA
Indústria
Siderurgia e Metalurgia
96.540
-18,05%
87.610
-18,05%
57.573
-35,35%
108
MARBRASA
Indústria
Fab. Prod. Minerais Não Metálicos
94.524
3,91%
86.754
5,57%
9.649
-39,17%
109
METALOSA
Indústria
Fab. de Produtos de Metais
92.937
-2,80%
76.124
-0,95%
N/D
N/D
110
TUBOS SOLDADOS ATLÂNTICOS
Indústria
Fab. de Produtos de Metais
92.205
-27,72%
70.180
-35,29%
N/D
N/D
111
HOSPITAL METROPOLITANO
Serviços
Atendimento Hospitalar
90.996
0,83%
85.817
2,74%
11.132
-26,63%
112
NUTRIAVE INDÚSTRIA E COMÉRCIO
Indústria
Alimentos
90.678
4,96%
74.394
4,60%
N/D
N/D
113
DIAÇO
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
89.627
-15,61%
74.308
-15,59%
9.509
-32,14%
114
ELSONS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS LTDA
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
89.314
2,55%
74.902
0,63%
N/D
N/D
115
DECOLORES MÁRMORES E GRANITOS
Indústria
Fab. Prod. Minerais Não Metálicos
89.144
17,88%
85.726
18,90%
47.717
71,39%
116
MORAR CONSTRUTORA
Indústria
Construção
87.703
-5,09%
75.162
-13,10%
13.796
31,68%
117
SUPERMERCADO PORTO NOVO
Comércio Varejista
Comércio Varejista
84.192
6,39%
78.233
7,38%
1.072
N/D
118
ISH TECNOLOGIA
Serviços
Tecnologia da Informação
82.770
-6,42%
66.979
-12,85%
7.369
-27,75%
119
VIXPAR
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
81.647
N/D
81.603
N/D
N/D
N/D
120
SERDEL
Serviços
Serv. de Limpeza e Conservação
81.356
-1,77%
70.863
-1,93%
8.158
-6,93%
121
MEDSÊNIOR
Serviços
Plano de Saúde
74.849
31,57%
73.076
30,51%
962
114,54%
122
PANAN MÓVEIS
Indústria
Fabricação de Móveis
70.254
-19,27%
58.214
-19,01%
5.477
-12,65%
123
SICOOB CREDIROCHAS
Serviços
Serv. Financeiros e Seguros
69.999
37,82%
10.171
7,10%
1.255
-79,34%
124
HOSPITAL DR. BENÍCIO TAVARES PEREIRA
Serviços
Atendimento Hospitalar
68.999
9,21%
68.999
9,21%
N/D
N/D
125
MAGBAN
Indústria
Fab. Prod. Minerais Não Metálicos
68.045
33,76%
65.544
34,11%
44.594
85,35%
126
SANTA FÉ TRADING
Serviços
Serv. Importação e Exportação
67.943
18,25%
54.140
21,39%
2.971
11,05%
127
FACULDADE CATÓLICA DO ESPÍRITO SANTO
Serviços
Educação
67.848
12,86%
N/D
N/D
N/D
N/D
128
LASA
Indústria
Química e Petroquímica
67.070
39,40%
65.184
41,44%
N/D
N/D
129
HOSPITAL RIO DOCE
Serviços
Atendimento Hospitalar
67.017
11,87%
66.645
11,74%
N/D
N/D
130
UNIMED NORTE CAPIXABA
Serviços
Plano de Saúde
65.500
13,57%
52.814
15,73%
1.174
77,26%
131
ENGE URB
Serviços
Coleta Trat. e Dist. Resíduos
64.615
19,17%
59.027
20,51%
20.678
67,78%
132
ESPIRAL ENGENHARIA
Serviços
Loc. Maq. e Equi. Construção
62.749
6,29%
53.314
2,24%
1.605
-12,88%
133
LAND VITÓRIA
Comércio Varejista
Concessionária de Veículos
62.327
157,30%
59.652
157,02%
1.617
-174,91%
134
BENEVIX ADMINISTRADORA DE BENEFÍCIOS
Serviços
Plano de Saúde
60.446
32,46%
55.179
32,45%
27.609
12,05%
135
ELETROMIL
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
59.939
-6,77%
51.350
-6,06%
8.666
-28,13%
136
PBA STONES
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
58.147
33,31%
57.716
33,94%
-7.301
-167,68%
137
RODOSOL
Serviços
Concessionária de Rodovias
57.601
36,60%
N/D
N/D
N/D
N/D
138
SHOPPING VITÓRIA
Serviços
Admin. de Shopping Center
57.591
-1,35%
56.411
-1,22%
51.712
38,91%
139
ATACADO SÃO PAULO
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
56.453
3,22%
45.392
-0,97%
7.979
40,01%
140
SERRA AMBIENTAL
Serviços
Coleta Trat. e Dist. Resíduos
52.895
317,15%
48.002
317,15%
N/D
N/D
141
EXPRESSER
Serviços
Transporte
51.554
-4,37%
42.363
-3,86%
N/D
N/D
142
MÓVEIS PEROBA
Indústria
Fabricação de Móveis
51.396
7,56%
38.278
6,05%
N/D
N/D
143
USINA PAINEIRAS
Indústria
Alimentos
50.454
-52,61%
45.211
-52,51%
N/D
N/D
144
POLITINTAS
Comércio Varejista
Comércio Varejista
50.040
-4,79%
41.938
-3,94%
1.899
12,39%
145
COFERVIL
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
48.720
-19,23%
39.564
-20,67%
N/D
N/D
146
UNIMED PIRAQUEAÇU
Serviços
Plano de Saúde
47.893
16,44%
47.790
16,37%
345
-83,57%
147
ANDRADE STONE COMPANY
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
47.472
N/D
47.196
N/D
519
N/D
148
SICOOB SUL LITORÂNEO
Serviços
Serv. Financeiros e Seguros
46.609
27,90%
8.997
17,22%
3.733
-17,67%
149
PLANTÃO SERVIÇOS DE VIGILÂNCIA
Serviços
Vigilância e Segurança
46.572
-3,77%
N/D
N/D
N/D
N/D
150
TEGMA
Serviços
Serv. Importação e Exportação
46.368
13,78%
N/D
N/D
N/D
N/D
134
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
LUCRO LÍQ. EX.
VAR. LUCRO LÍQ. EX. 15/14
LIQUIDEZ CORRENTE
ENDIVIDAMENTO GERAL
ENDIVIDAMENTO DE LONGO PRAZO
EMPREGADOS NO ES
-1.976
-402,42%
152.614
49.110
-1,85%
8.514
-14,58%
1.500.750
351.215
14,93%
-4,02%
1,0
67,82%
33,88%
1.232
96
2,42%
1,7
76,60%
51,58%
188
714
188,04%
30.004
8.710
97
0,65%
8,20%
1,2
70,97%
0,00%
38
27
-76,48%
117.714
98
3.721
0,03%
0,72%
0,8
96,84%
11,86%
4
9.754
154,76%
99
74.011
34.628
9,61%
28,17%
1,3
53,21%
21,61%
1.341
100
25.906 31
41,02%
559.040
103.413
129,18%
25,05%
0,9
81,50%
13,17%
164
101
79,34%
52.259
10.225
0,03%
0,30%
1,0
80,43%
29,58%
404
102
-417
-121,36%
46.887
13.724
-0,55%
-3,04%
1,5
70,73%
21,77%
349
103
13.797
229,81%
114.447
17.258
15,84%
79,95%
0,7
84,92%
33,26%
266
104
-1.165
-535,56%
110.645
75.506
-1,24%
-1,54%
2,2
31,76%
15,36%
1.467
105
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
1.661
106
40.839
-14,30%
1.398.078
1.285.690
46,61%
3,18%
0,8
8,04%
4,76%
0
107
2.184
-72,41%
127.683
57.210
2,52%
3,82%
2,2
55,19%
27,83%
359
108
-1.139
-131,57%
39.963
22.340
-1,50%
-5,10%
2,2
44,10%
10,23%
257
109
12.040
586,46%
126.248
116.070
17,16%
10,37%
37,0
8,06%
5,90%
N/D
110
1.390
-54,27%
120.167
36.580
1,62%
3,80%
1,1
69,56%
37,74%
N/D
111
2.547
41,69%
81.203
18.696
3,42%
13,62%
0,6
76,98%
5,53%
474
112
4.128
-26,92%
74.006
64.134
5,56%
6,44%
7,6
13,34%
6,11%
130
113
-621
-1,34%
25.852
10.452
-0,83%
-5,94%
1,0
59,57%
0,00%
242
114
36.475
60,76%
122.684
89.247
42,55%
40,87%
3,2
27,25%
1,31%
97
115
8.090
-24,07%
141.794
62.665
10,76%
12,91%
2,1
55,81%
25,26%
55
116
704
845,11%
18.213
4.995
0,90%
14,10%
1,1
72,57%
9,02%
533
117
824
-74,88%
50.829
13.223
1,23%
6,23%
1,1
73,98%
12,29%
107
118
88.143
N/D
214.455
191.878
108,01%
45,94%
44,5
10,53%
9,60%
N/D
119
5.972
0,12%
16.763
9.464
8,43%
63,11%
2,4
43,54%
4,52%
2.428
120
801
146,31%
30.954
11.080
1,10%
7,23%
0,9
64,20%
5,29%
124
121
525
-63,62%
47.630
7.685
0,90%
6,83%
1,4
83,87%
34,53%
251
122
13.713
17,29%
348.617
59.691
134,82%
22,97%
0,9
82,88%
3,69%
78
123
1.039
287,88%
18.317
2.434
1,51%
42,69%
1,4
130,97%
86,71%
N/D
124
26.824
168,61%
111.108
93.104
40,92%
28,81%
8,8
16,20%
7,00%
103
125
2.231
24,08%
18.186
4.423
4,12%
50,44%
3,4
75,68%
46,71%
2
126
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
1.415
127
-7.825
-122,30%
248.782
126.326
-12,00%
-6,19%
1,2
49,22%
38,55%
867
128
-3.307
-294,48%
27.344
731
-4,96%
-452,29%
0,7
97,33%
10,82%
N/D
129
136
-43,18%
33.593
10.006
0,26%
1,36%
1,0
70,21%
12,86%
297
130
12.792
144,83%
118.047
92.486
21,67%
13,83%
4,5
21,65%
0,66%
581
131
809
-33,76%
43.975
20.976
1,52%
3,86%
0,8
52,30%
11,25%
598
132
-1.851
25,60%
21.845
3.173
-3,10%
-58,34%
1,1
85,47%
26,86%
25
133
23.215
11,18%
27.434
10.334
42,07%
224,65%
1,3
62,33%
0,00%
62
134
6.803
-33,85%
30.884
21.705
13,25%
31,34%
3,2
29,72%
4,21%
159
135
-7.301
167,68%
76.435
14.034
-12,65%
-52,03%
2,2
81,64%
56,24%
101
136
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
137
39.025
33,21%
97.554
59.376
69,18%
65,72%
1,4
35,82%
7,32%
340
138
5.573
45,53%
16.432
12.937
12,28%
43,08%
3,6
21,27%
1,24%
168
139
-1.347
26,99%
62.397
21.808
-2,81%
-6,18%
1,5
125,61%
65,05%
N/D
140
-4.088
61,58%
41.804
15.439
-9,65%
-26,48%
3,0
63,07%
40,00%
194
141
1.829
28,86%
22.269
19.189
4,78%
9,53%
7,4
13,83%
4,67%
N/D
142
-7.359
-287,88%
347.348
86.990
-16,28%
-8,46%
0,7
74,96%
63,74%
281
143
59
-94,95%
19.018
10.228
0,14%
0,58%
1,8
46,22%
1,14%
196
144
129
-50,68%
102.194
34.310
0,33%
0,38%
1,1
66,43%
6,70%
278
145
-155
-112,38%
26.343
13.368
-0,32%
-1,16%
1,9
49,25%
5,94%
67
146
351
-657,68%
29.632
1.363
0,74%
25,74%
1,1
95,40%
0,51%
0
147
12.233
27,97%
222.335
53.401
135,97%
22,91%
1,0
75,98%
6,25%
77
148
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
766
149
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
282
150
ATIVO TOTAL
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
PATRIM. LÍQUIDO
RENTABILIDADE DE RENTABILIDADE PATRIM. VENDAS LÍQ.
CLASSIF. 2015
135
RANKING DAS 200 MAIORES EMPRESAS CLASSIF. 2015
EMPRESA
SETOR
ATIVIDADE
REC. OP. BRUTA
VAR. ROB 15/14
REC. OP. LIQ
VAR. ROL 15/14
EBITDA
VAR. EBITDA 15/14
151
ANDRADE MÁRMORES E GRANITOS
Indústria
Fab. de Minerais Não Metálicos
44.996
3,69%
42.721
5,69%
12.094
78,48%
152
CSV BENETECH BRASIL
Serviços
Manut. Repar. e Inst. de Máq. e Equip.
43.893
-0,44%
37.023
-1,01%
2.515
-49,52%
153
PW BRASIL
Indústria
Confec. de Vestuário e Acessórios
43.584
14,90%
38.232
13,89%
7.433
3,47%
154
SICOOB CORRETORA DE SEGUROS
Serviços
Serv. Financeiros e Seguros
43.575
22,15%
40.692
22,16%
38.050
21,44%
155
ACP MÓVEIS
Indústria
Fabricação de Móveis
43.281
-42,97%
33.291
-43,42%
-5.815
-144,06%
156
APART HOSPITAL
Serviços
Atendimento Hospitalar
43.006
0,66%
40.552
3,38%
10.476
534,71%
157
VENAC
Comércio Varejista
Concessionária de Veículos
42.232
-51,30%
38.959
-50,53%
1.169
-77,05%
158
GM MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
Serviços
Manut. Repar. e Inst. de Máq. e Equip.
42.167
5,68%
36.136
5,76%
N/D
N/D
159
CIMOL MÓVEIS
Indústria
Fabricação de Móveis
41.522
-8,67%
32.140
-8,25%
2.471
-45,14%
160
TV VITÓRIA
Serviços
Informação e Comunicação
41.449
-18,01%
38.985
-18,73%
4.826
-49,43%
161
ANDRADE INDÚSTRIA E MINERAÇÃO LTDA
Indústria
Extração de Minerais Não Metálicos
41.195
25,27%
37.453
27,81%
3.914
-67,47%
162
TERCA
Serviços
Logística
40.839
-23,99%
32.400
-24,07%
1.660
-54,34%
163
COOPGRANEIS
Serviços
Transporte
39.270
-13,74%
37.640
-13,82%
-406
-145,51%
164
COFRIL FRIGORÍFICO
Indústria
Alimentos
38.251
-5,59%
36.166
-4,97%
7.831
-31,47%
165
IND. DE MÁRM. E GRAN. PEDRA DO FRADE
Indústria
Fab. de Minerais Não Metálicos
36.080
29,52%
34.270
23,03%
34.270
31,82%
166
TECVIX
Serviços
Manut. Repar. e Inst. de Máq. e Equip.
34.819
-25,02%
29.825
-25,13%
N/D
N/D
167
BRASPRESS
Serviços
Transporte
34.043
-15,86%
N/D
N/D
N/D
N/D
168
CETURB-GV
Serviços
Transporte
33.641
-1,45%
32.391
-1,52%
-5.559
-105,49%
169
HOSPITAL PRAIA DA COSTA
Serviços
Atendimento Hospitalar
33.433
14,00%
32.009
20,03%
N/D
N/D
170
REDE BRISTOL
Serviços
Alojamento e Alimentação
33.338
-13,80%
N/D
N/D
N/D
N/D
171
MATRICIAL
Indústria
Construção
31.802
-42,80%
29.802
-41,76%
N/D
N/D
172
METROPOLITANA TRANSPORTES E SERVIÇOS
Serviços
Transporte
30.379
8,50%
29.771
8,50%
N/D
N/D
173
GUINDASTES CENTRO OESTE
Serviços
Loc. Maq. e Equi. Construção
29.259
-11,57%
28.127
-9,53%
24.235
75,57%
174
SANTA FÉ ENERGIA
Serviços
Eletricidade e Gás
28.255
5,43%
27.157
5,17%
16.149
18,72%
175
BEBIDAS REGIANNI
Indústria
Alimentos
27.017
-4,91%
16.340
-6,88%
N/D
N/D
176
FRISA COMERCIAL
Comércio Varejista
Alimentos
26.956
18,87%
26.409
19,23%
1.505
24,79%
177
VIAÇÃO TABUAZEIRO
Serviços
Transporte
26.852
-9,16%
25.511
-9,17%
8.218
322,34%
178
SOLUÇÃO EPI
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
26.673
-6,58%
21.832
-8,11%
2.264
-21,14%
179
TROP FRUTAS DO BRASIL
Indústria
Alimentos
26.602
-43,24%
22.301
-42,04%
N/D
N/D
180
REDE ÂNCORA ES
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
26.416
8,44%
22.821
-2,67%
91
-68,16%
181
LACCHENG ENGENHARIA
Indústria
Construção
25.890
7,82%
23.070
9,77%
5.690
19,13%
182
HOSPITAL SÃO FRANCISCO
Serviços
Atendimento Hospitalar
24.419
13,63%
23.035
14,44%
N/D
N/D
183
EDP GRID
Serviços
Eletricidade e Gás
24.291
190,04%
22.431
186,58%
N/D
N/D
184
BRASIL EXPORTAÇÃO
Indústria
Fab. de Minerais Não Metálicos
23.635
-6,50%
23.346
-5,44%
6.473
101,31%
185
TRANSCAMPO
Serviços
Transporte
21.807
-6,94%
17.878
-7,42%
N/D
N/D
186
EMBALI S/A INDÚSTRIAS PLÁSTICAS
Indústria
Fab. de Borracha e Mat. Plástico
21.535
-14,13%
16.215
-20,99%
683
59,95%
187
METALSER
Indústria
Fab. de Produtos de Metais
21.451
-48,60%
16.463
-52,00%
N/D
N/D
188
FACULDADE NOVO MILÊNIO
Serviços
Educação
20.239
18,67%
17.798
26,49%
N/D
N/D
189
GRAFITUSA
Serviços
Gráfica
20.007
-7,07%
17.823
-6,57%
1.325
-67,44%
190
BUTERI COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
19.655
-18,56%
18.814
-15,69%
1.321
23,32%
191
ESTÁCIO DE SÁ
Serviços
Educação
19.473
16,05%
N/D
N/D
N/D
N/D
192
TEREME ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO
Serviços
Manun. Inst. de Máq. e Equi.
18.068
7,76%
15.537
8,58%
N/D
N/D
193
LISA
Serviços
Logística
17.223
-38,92%
13.638
-38,06%
N/D
N/D
194
AFFINITY REALTY SHOPPING CENTERS
Serviços
Atividades Imobiliárias
16.849
296,91%
16.234
296,91%
16.234
19,92%
195
HOSPITAL SÃO LUIZ
Serviços
Atendimento Hospitalar
16.117
28,36%
15.432
29,08%
N/D
N/D
196
GRÁFICA SANTO ANTÔNIO
Serviços
Gráfica
14.602
-25,70%
13.313
-22,75%
N/D
N/D
197
ELETROSOLDA
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
14.591
-5,10%
11.949
-3,12%
2.861
-4,70%
198
RHODES
Serviços
Transporte
14.146
-16,20%
12.923
-16,20%
N/D
N/D
199
ELETROMARQUEZ
Indústria
Manun. Inst. de Máq. e Equi.
14.000
8,83%
13.358
3,84%
N/D
N/D
200
INSPECTION
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
13.665
-55,56%
10.799
-56,93%
N/D
N/D
136
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
VAR. LUCRO LÍQ. EX. 15/14
ATIVO TOTAL
ENDIVIDAMENTO GERAL
ENDIVIDAMENTO DE LONGO PRAZO
11.650
177,24%
85.285
55.276
27,27%
21,08%
-2.646
-253,54%
20.960
-2.912
-7,15%
90,87%
5,0
35,19%
23,83%
85
151
1,3
113,89%
50,47%
137
-152
-103,92%
88.586
49.207
-0,40%
152
-0,31%
2,9
44,45%
29,07%
278
32.979
20,93%
7.496
145
153
81,05%
22.744,45%
2,2
98,07%
57,25%
25
-5.815
-144,06%
27.223
154
10.817
-17,47%
-53,76%
1,4
60,26%
24,38%
182
3.587
-6,77%
155
64.675
37.137
8,85%
9,66%
1,4
42,58%
28,17%
322
-1.451
156
-153,97%
35.895
29.089
-3,72%
-4,99%
3,3
18,96%
4,07%
101
157
2.514
42,84%
8.005
3.922
6,96%
64,10%
2,6
51,01%
18,70%
N/D
158
63
-97,28%
22.653
12.317
0,20%
0,51%
2,2
45,63%
10,10%
126
159
3.218
-64,03%
46.082
27.591
8,26%
11,66%
1,9
40,13%
29,46%
270
160
9.895
117,55%
67.054
51.030
26,42%
19,39%
3,9
23,90%
7,80%
90
161
-3.165
-212,83%
82.918
64.939
-9,77%
-4,87%
1,1
21,68%
14,31%
150
162
-411
-154,23%
8.063
4.122
-1,09%
-9,96%
2,0
48,87%
10,88%
17
163
5.828
-42,89%
22.910
19.277
16,12%
30,23%
7,2
13,89%
2,12%
437
164
13.410
75,35%
45.333
26.375
39,13%
50,84%
1,7
41,82%
0,00%
N/D
165
-1.882
2,06%
10.145
2.508
-6,31%
-75,06%
0,8
75,28%
13,82%
N/D
166
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
177
167
-8.691
-55,71%
85.970
2.532
-26,83%
-343,24%
0,6
97,05%
90,92%
211
168
2.433
2.217,14%
15.075
7.264
7,60%
33,49%
1,5
51,82%
16,08%
N/D
169
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
59
170
1.749
-61,12%
34.339
24.393
5,87%
7,17%
4,1
28,97%
9,61%
236
171
-4.063
9,15%
51.798
15.040
-13,65%
-27,01%
0,2
70,96%
51,72%
N/D
172
3.700
128,43%
83.455
26.500
13,16%
13,96%
0,5
68,23%
50,61%
70
173
9.148
38,29%
172.708
119.400
33,69%
7,66%
2,2
30,87%
23,83%
0
174
288
-21,06%
33.959
7.705
1,77%
3,74%
1,0
77,31%
20,59%
65
175
950
17,43%
6.013
4.370
3,60%
21,75%
3,0
27,32%
0,00%
29
176
-8.218
-122,34%
47.411
13.901
-32,21%
-59,12%
0,1
70,68%
24,31%
559
177
-465
-124,57%
12.044
4.217
-2,13%
-11,02%
1,4
64,99%
15,11%
33
178
-2.621
19,55%
66.812
4.711
-11,75%
-55,64%
0,7
92,95%
21,84%
114
179
51
-76,09%
5.943
1.937
0,22%
2,62%
1,5
67,40%
3,24%
26
180
5.012
25,49%
28.063
13.688
21,72%
36,61%
1,6
51,22%
20,51%
201
181
3.141
64,54%
11.211
5.442
13,64%
57,72%
1,4
51,46%
13,08%
N/D
182
10.389
77,17%
102.377
17.200
46,32%
60,40%
1,0
83,20%
52,04%
N/D
183
1.713
-9,82%
111.089
62.954
7,34%
2,72%
1,4
43,33%
25,70%
61
184
285
189,31%
9.432
7.449
1,59%
3,82%
1,8
21,02%
1,00%
103
185
-1.154
-198,19%
7.713
-1.576
-7,12%
73,23%
0,7
120,43%
46,65%
137
186
101
66,42%
45.291
16.148
0,61%
0,62%
1,6
64,35%
7,97%
130
187
3.414
469,51%
10.667
4.092
19,18%
83,44%
2,3
61,64%
38,25%
266
188
252
118,98%
14.529
7.766
1,41%
3,24%
1,4
46,55%
28,19%
93
189
384
15,08%
11.593
8.966
2,04%
4,28%
2,2
22,66%
0,79%
10
190
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
289
191
1.042
59,95%
4.215
2.940
6,71%
35,45%
2,0
30,25%
1,30%
140
192
-1.271
-151,96%
31.095
9.134
-9,32%
-13,91%
1,3
70,63%
0,67%
N/D
193
19.490
49,55%
297.730
219.434
120,06%
8,88%
1,6
26,30%
25,16%
0
194
641
280,06%
7.221
1.272
4,15%
50,39%
1,4
82,38%
49,47%
N/D
195
-992
-119,56%
10.572
9.003
-7,46%
-11,02%
3,6
14,84%
2,12%
N/D
196
1.960
-2,48%
15.779
9.278
16,40%
21,13%
5,1
41,20%
31,16%
2
197
3.511
-17,19%
21.554
20.470
27,17%
17,15%
10,4
5,03%
0,08%
N/D
198
8.402
268,71%
12.382
9.650
62,89%
87,06%
6,2
22,06%
11,22%
N/D
199
-4.890
-323,01%
12.953
10.889
-45,28%
-44,91%
6,6
15,93%
0,69%
N/D
200
LUCRO LÍQ. EX.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
PATRIM. LÍQUIDO
RENTABILIDADE DE RENTABILIDADE PATRIM. VENDAS LÍQ.
LIQUIDEZ CORRENTE
EMPREGADOS NO ES
CLASSIF. 2015
137
RANKING | PARTICIPAÇÃO SETORIAL DAS EMPRESAS
CONSOLIDAÇÃO DAS 200 MAIORES EMPRESAS Ranking segundo a receita operacional bruta no Espírito Santo (valores em R$ milhares) SETOR/ATIVIDADE
Nº DE EMPRESAS
ROB
ROL
EBITDA
LUCRO LÍQUIDO
ATIVO TOTAL
PATRIM. LÍQUIDO
EMPREGADOS NO ES
COMÉRCIO Alimentos
1
26.956
26.409
1.505
950
6.013
4.370
29
Comércio Atacadista
27
12.290.962
7.153.299
288.261
294.124
4.370.819
1.746.332
3.567
Comércio Varejista
9
3.732.660
3.361.585
218.081
61.977
1.405.601
428.271
5.952
Concessionária de Veículos
7
1.624.432
1.533.252
26.390
-21.940
461.141
124.182
1.051
TOTAL
44
17.675.010
12.074.545
534.237
335.111
6.243.573
2.303.155
10.599
Alimentos
18
6.644.917
5.564.517
192.414
85.878
3.613.417
859.844
9.456
Cap. Trat. e Distrib. de Água
1
703.066
637.785
154.690
65.371
2.541.675
2.062.247
1.501
Confec. de Vestuário e Acessórios
1
43.584
38.232
7.433
-152
88.586
49.207
278
Construção
6
1.031.072
752.640
140.334
41.722
1.081.400
515.580
1.355
Extração de Minerais Não Metálicos
1
41.195
37.453
3.914
9.895
67.054
51.030
90
Extração de Petróleo e Gás Natural
1
18.046.305
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
1.464
Fab. de Borracha e Mat. Plástico
3
658.703
198.923
22.327
1.647
233.364
127.606
1.066
Fab. de Estruturas Metálicas
1
134.465
112.904
N/D
5.447
106.173
56.197
175
Fab. de Minerais Não Metálicos
3
104.711
100.337
52.837
26.772
241.707
144.604
146
Fab. de Produtos de Metais
4
332.780
265.194
12.360
19.007
263.157
181.164
698
Fab. Prod. Minerais Não Metálicos
5
581.964
514.175
176.420
50.764
671.160
353.360
1.130
Fabricação de Máq. e Mat. Elétricos
1
605.160
440.179
55.037
44.284
300.628
214.810
2.680
Fabricação de Móveis
6
408.361
324.708
5.175
9.982
281.110
80.990
1.174
Manun. Inst. de Máq. e Equi.
1
14.000
13.358
N/D
8.402
12.382
9.650
N/D
Mineração
5
8.140.808
1.049.231
1.032.761
703.400
2.590.344
2.094.756
7.493
INDÚSTRIA
Papel e Celulose
1
4.012.001
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
1.541
Química e Petroquímica
4
6.868.072
6.711.294
271.486
-297.221
3.960.229
601.135
1.569
Siderurgia e Metalurgia
5
7.403.180
705.351
129.966
136.793
2.121.100
1.888.081
7.028
TOTAL
67
55.774.344
17.466.280
2.257.154
911.992
18.173.485
9.290.263
38.844
340
SERVIÇOS Admin. de Shopping Center
1
57.591
56.411
51.712
39.025
97.554
59.376
Alojamento e Alimentação
1
33.338
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
59
Atendimento Hospitalar
13
1.377.870
1.324.770
105.101
49.435
1.131.021
501.819
11.221
Atividades Imobiliárias
1
16.849
16.234
16.234
19.490
297.730
219.434
N/D
Coleta Trat. e Dist. Resíduos
2
117.510
107.029
20.678
11.445
180.444
114.294
581
Concessionária de Rodovias
2
345.504
272.062
70.575
4.142
471.223
126.028
419
Educação
3
107.560
17.798
N/D
3.414
10.667
4.092
1.970
Eletricidade e Gás
4
5.827.180
3.244.457
384.272
172.140
3.661.906
1.252.490
925
Gestão de Portos e Terminais
4
588.272
526.654
89.065
73.690
963.573
606.451
728
Gráfica
2
34.609
31.136
1.325
-741
25.102
16.769
93
Informação e Comunicação
1
41.449
38.985
4.826
3.218
46.082
27.591
270
Loc. Maq. e Equi. Construção
2
92.008
81.441
25.840
4.509
127.430
47.477
668
Logística
2
58.062
46.038
1.660
-4.436
114.013
74.073
150
Manun. Inst. de Máq. e Equi.
1
18.068
15.537
N/D
1.042
4.215
2.940
140
Manut. Repar. e Inst. de Máq. e Equip.
3
120.878
102.984
2.515
-2.014
39.110
3.518
137
Plano de Saúde
9
2.095.833
2.034.605
77.007
52.641
917.348
284.438
4.642
Serv. de Limpeza e Conservação
1
81.356
70.863
8.158
5.972
16.763
9.464
2.428
Serv. Financeiros e Seguros
13
5.738.775
3.122.114
219.485
463.953
25.624.805
2.740.520
5.298
Serv. Importação e Exportações
8
7.736.416
6.096.834
205.529
52.554
2.323.774
307.504
363
Tecnologia da Informação
2
221.370
193.825
19.347
9.104
71.590
19.576
946
Transporte
12
2.122.614
1.729.422
286.890
48.866
2.272.644
1.059.125
8.112
Vigilância e Segurança
2
146.654
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
2.427
TOTAL
89
26.979.768
19.129.199
1.590.219
1.007.450
38.396.994
7.476.978
41.917
TOTAL CONSOLIDADO
200
100.429.122
48.670.025
4.381.610
2.254.553
62.814.052
19.070.396
91.360
138
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
RANKING AS MAIORES EMPRESAS SEGUNDO OS PRINCIPAIS INDICADORES
C
foi de R$ 21,3 mil por empregado. Esse indicador verificado junto às 200 maiores empresas ficou em R$ 24,7 mil.
As 20 maiores em produtividade por empregado
A rentabilidade média do PL das 20 melhores empresas neste indicador foi de 1.233,40%. Esse percentual é fortemente influenciado pelo resultado apresentado pela Sicoob Corretora de Seguros, que apresentou um indicador de 22.744,45%.
omo em anos anteriores, com a definição do ranking das 200 Maiores Empresas no Espírito Santo em 2016, o IEL elabora a classificação segundo os principais indicadores econômicos e financeiros, destacando os melhores desempenhos. Mas é importante ressaltar que foram contempladas nestes rankings apenas aquelas companhias que forneceram informações para a elaboração dessas listas.
A Maior Produtividade por Empregado registrada foi de R$ 347,9 mil. Relação 51% menor do que a verificada em 2014. Média de R$ 48,6 milhões por empregado. Essa relação foi de R$ 80,1 milhões em 2014.
As 20 maiores pelo Ebitda
Quanto ao critério de patrimônio líquido, as 20 maiores empresas somaram R$ 12,8 bilhões, representando 67% do montante do PL das 200 maiores em 2016. Média de R$ 641,6 milhões por empresa.
Neste indicador o total foi apurado em R$ 1,6 bilhão, resultado bem inferior ao da pesquisa 2015, quando registrou-se o somatório de R$ 5,8 bilhões. Queda de 72,4%. As 20 maiores neste indicador representam 35,9% do total do Ebitda informado pelas empresas participantes da pesquisa.
As 20 maiores empregadoras
As Melhores em Liquidez Corrente
As 20 maiores segundo o patrimônio líquido (PL)
Na classificação das maiores empregadoras entre as 200 maiores, as 20 principais geraram 49.770 trabalhadores diretos, equivalendo a 54,5% do total. Esse dado apresenta baixa em relação ao apurado na pesquisa 2015, quando foram registradas 53.172 vagas entre as 20 maiores empregadoras. Queda de 6,4% no comparativo.
Os 20 maiores crescimentos da ROB e da ROL
Entre as empresas que mais cresceram em 2016 em termos de receita operacional bruta, observou-se que 5 pertencem ao setor industrial, 4 ao setor comercial (sendo 3 do segmento varejista e 1 do atacadista) e 11 do setor de serviços. Quanto à receita operacional líquida, observa-se que quatro empresas que figuram entre as de maior crescimento da ROB não constam nas de maior elevação da ROL.
As 20 empresas de maior rentabilidade das vendas
Dentre as de maior rentabilidade das vendas, destacam-se 18 empresas do setor serviços, 1 do setor comercial e 1 de agronegócio. Esse indicador apontou no Anuário de 2015 média de 587,5%, sendo que este ano essa média ficou em 735,6%.
Os 20 maiores lucros por empregado
O lucro médio por empregado entre os 20 melhores desempenhos neste indicador foi de R$ 1,1 milhão, permanecendo praticamente estável em relação ao ano anterior. O lucro médio
140
As 20 maiores por rentabilidade do patrimônio líquido
Na apuração das melhores empresas por liquidez corrente, observa-se predomínio de empresas de serviço, com 45% de participação, seguido de empresas industriais, com 40% e 10% de empresas do setor comércio e 5% do setor agropecuário. Assim como ocorrido entre as 20 Melhores em Rentabilidade do PL, entre as Melhores em Liquidez Corrente também apresentou um indicador destoante: a Rio do Frade cujo dado apresentado foi de 415,4%. Excetuando-se este dado, os demais apresentaram variações mais harmônicas como verificado em 2014.
As 20 mais lucrativas
As 20 empresas mais lucrativas apresentaram em conjunto lucratividade de R$ 1,9 bilhão, cerca de 1,9% da ROB apurada no ano. Essa relação foi de 3,95% em 2014.
Os 20 maiores ativos
Os 20 maiores ativos totalizaram R$ 43,9 bilhões, refletindo uma queda de 27,7% em relação aos dados de 2014. Contudo, tais empresas detêm 70% do total dos ativos apresentados pelas 200 maiores no Estado. Os resultados desses indicadores podem ser verificados nas tabelas a seguir:
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
AS 20 MAIORES EMPREGADORAS
AS 20 MAIORES PELO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Classificação das empresas pelo número de empregados no ES
Classificação das empresas por patrimônio líquido - em R$ milhares
Posição
CLASSIF. 2015
1
2
VALE
Indústria
7.493
1
23
CESAN
Indústria
2.062.247.000,00
2
3
ARCELORMITTAL BRASIL
Indústria
6.091
2
107
SOL COQUERIA
Indústria
1.285.690.000,00
3
47
HOSPITAL EVANGÉLICO DE VILA VELHA
Serviços
2.909
3
9
BANESTES
Serviços
1.160.545.443,48
4
14
VIX LOGÍSTICA
Serviços
2.767
4
5
ESCELSA
Serviços
966.188.000,00
5
27
WEG LINHARES EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
Indústria
2.680
5
229
CARAIVA
Serviços
836.358.215,00
6
25
CASAGRANDE
Comércio Varejista
2.661
6
31
NIBRASCO
Indústria
796.355.000,00
7
120
SERDEL
Serviços
2.428
7
221
CAMPO PARTICIPAÇÕES IMOBILIÁRIAS
Serviços
591.275.316,00
8
17
UNIMED VITÓRIA
Serviços
2.372
8
14
VIX LOGÍSTICA
Serviços
531.204.246,19
9
9
BANESTES
Serviços
2.337
9
44
KOBRASCO
Indústria
482.619.000,00
10
71
IRMANDADE DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA
Serviços
2.198
10
68
HISPANOBRÁS
Indústria
435.329.000,00
11
11
GAROTO
Indústria
1.969
11
35
RDG PRODUTOS SIDERÚRGICOS
Comércio Atacadista
398.985.135,00
12
106
PROSEGUR BRASIL
Serviços
1.661
12
38
PERFILADOS RIO DOCE
Indústria
396.242.485,00
13
59
HOSPITAL MERIDIONAL
Serviços
1.623
13
50
ITABRASCO
Indústria
380.453.000,00
14
72
HOSPITAL SANTA RITA
Serviços
1.596
14
41
ÁGUIA BRANCA
Serviços
373.461.000,00
15
8
FIBRIA CELULOSE
Indústria
1.541
15
97
BANDES
Serviços
351.215.000,00
16
18
FRISA FRIGORÍFICO
Indústria
1.541
16
90
PORTO DE VITÓRIA
Serviços
319.825.705,00
17
23
CESAN
Indústria
1.501
17
222
RIO DO FRADE
Serviços
284.430.314,00
18
12
BANCO DO BRASIL
Serviços
1.471
18
20
UNICAFÉ
Comércio Atacadista
267.024.134,98
19
105
UNIMAR
Serviços
1.467
19
65
SICOOB LESTE CAPIXABA
Serviços
246.160.146,47
20
1
PETROBRAS - UO - ES *
Indústria
1.464
20
4
HERINGER
Indústria
246.014.066,25
EMPRESA
SETOR
EMPREGADOS NO ES 2015
Posição
CLASSIF. 2015
EMPRESA
SETOR
PL 2015
* Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP
AS 20 MAIORES RENTABILIDADES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
AS 20 MAIORES PELO EBITDA
Classificação das empresas pelo lucro líquido do exercício sobre o patrimônio líquido - % Posição
CLASSIF. 2015
1
154
SICOOB CORRETORA DE SEGUROS
2
134
3
43
WINE.COM.BR
4
82
5
Classificação das empresas pelo Ebtida - em R$ milhares
RENT. DO PL
Posição
CLASSIF. 2015
Serviços
22.744,45%
1
31
NIBRASCO
Indústria
396.887
BENEVIX ADMINISTRADORA DE BENEFÍCIOS Serviços
224,65%
2
5
ESCELSA
Serviços
368.123
Comércio Varejista
203,50%
3
44
KOBRASCO
Indústria
264.850
SPASSU
Serviços
130,34%
4
14
VIX LOGÍSTICA
Serviços
238.473
245
UCONNECT TELECOM
Serviços
116,93%
5
50
ITABRASCO
Indústria
211.315
6
242
AUTVIX ENGENHARIA
Serviços
115,23%
6
4
HERINGER
Indústria
198.163
7
232
DVF EDUCAÇÃO EMPRESARIAL
Serviços
106,67%
7
25
CASAGRANDE
Comércio Varejista
195.146
8
243
CÁRITAS ARQUIDIOCESANA DE VITÓRIA
Serviços
97,27%
8
68
HISPANOBRÁS
Indústria
159.709
9
152
CSV BENETECH BRASIL
Serviços
91,55%
9
6
CISA TRADING
Serviços
155.442
10
199
ELETROMARQUEZ
Indústria
90,87%
10
23
CESAN
Indústria
154.690
11
11
GAROTO
Indústria
87,06%
11
229
CARAIVA
Serviços
152.589
12
188
FACULDADE NOVO MILÊNIO
Serviços
86,80%
12
10
TROP COMÉRCIO EXTERIOR
Comércio Atacadista
136.454
13
104
BERTOLINI MÓVEIS DE AÇO
Indústria
83,44%
13
42
PELICANO CONSTRUÇÕES
Indústria
102.599
14
186
EMBALI S/A INDÚSTRIAS PLÁSTICAS
Indústria
79,95%
14
20
UNICAFÉ
Comércio Atacadista
74.563
15
89
VAMTEC VITÓRIA
Indústria
73,23%
15
46
ECO101
Serviços
70.575
16
220
SERVICE GROUP
Serviços
71,99%
16
61
COSENTINO LATINA
Indústria
66.726
17
138
SHOPPING VITÓRIA
Serviços
71,05%
17
11
GAROTO
Indústria
64.498
18
158
GM MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
Serviços
65,72%
18
107
SOL COQUERIA
Indústria
57.573
19
120
SERDEL
Serviços
64,10%
19
27
WEG LINHARES EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS Indústria
55.037
20
213
COOPTTEC
Serviços
63,11%
20
60
ALCON
52.514
EMPRESA
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
SETOR
EMPRESA
SETOR
Indústria
EBITDA 2015
141
RANKING
AS 20 MAIS LUCRATIVAS
OS 20 MAIORES ATIVOS
Classificação das empresas pelo lucro líquido - em R$ milhares
Classificação das empresas pelo ativo total - em R$ milhares
Posição
CLASSIF. 2015
RESULT LÍQ 2015
Posição
CLASSIF. 2015
1
31
NIBRASCO
2
44
KOBRASCO
Indústria
291.244
1
9
BANESTES
Serviços
18.149.488
Indústria
178.345
2
4
HERINGER
Indústria
3
229
3.333.510
CARAIVA
Serviços
151.054
3
5
ESCELSA
Serviços
4
3.160.743
9
BANESTES
Serviços
150.861
4
23
CESAN
Indústria
2.541.675
5
50
ITABRASCO
Indústria
135.876
5
97
BANDES
Serviços
1.500.750
6
5
ESCELSA
Serviços
126.789
6
107
SOL COQUERIA
Indústria
1.398.078
7
68
HISPANOBRÁS
Indústria
97.935
7
78
SICOOB CENTRAL ES
Serviços
1.351.900
8
119
VIXPAR
Comércio Atacadista
88.143
8
14
VIX LOGÍSTICA
Serviços
1.311.352
9
14
VIX LOGÍSTICA
Serviços
67.423
9
6
CISA TRADING
Serviços
1.258.617
10
23
CESAN
Indústria
65.371
10
11
GAROTO
Indústria
1.175.736
11
65
SICOOB LESTE CAPIXABA
Serviços
65.031
11
65
SICOOB LESTE CAPIXABA
Serviços
970.282
12
10
TROP COMÉRCIO EXTERIOR
Comércio Atacadista
64.119
12
31
NIBRASCO
Indústria
961.860
13
42
PELICANO CONSTRUÇÕES
Indústria
59.032
13
229
CARAIVA
Serviços
842.113
14
221
CAMPO PARTICIPAÇÕES IMOBILIÁRIAS
Serviços
50.647
14
76
SICOOB SUL SERRANO
Serviços
791.736
15
85
SICOOB SUL
Serviços
50.449
15
91
SICOOB NORTE
Serviços
738.265
16
6
CISA TRADING
Serviços
48.972
16
29
EXCIM
Comércio Atacadista
701.497
17
48
BRAMETAL
Indústria
47.417
17
85
SICOOB SUL
Serviços
674.467
18
35
RDG PRODUTOS SIDERÚRGICOS
Comércio Atacadista
47.295
18
44
KOBRASCO
Indústria
629.731
19
27
WEG LINHARES EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
Indústria
44.284
19
10
TROP COMÉRCIO EXTERIOR
Comércio Atacadista
612.158
20
26
TRISTÃO
Comércio Atacadista
42.286
20
221
CAMPO PARTICIPAÇÕES IMOBILIÁRIAS
Serviços
607.821
EMPRESA
SETOR
AS 20 DE MAIOR LIQUIDEZ CORRENTE
CLASSIF. 2015
1
222
RIO DO FRADE
Serviços
2
229
CARAIVA
Serviços
3
119
VIXPAR
4
110
5
142
SETOR
ATIVO TOTAL 2015
OS 20 MAIORES CRESCIMENTOS DA RECEITA BRUTA
Classificação das empresas pelo Índice de Liquidez Corrente (ativo circulante sobre passivo circulante)
Posição
EMPRESA
Classificação das empresas pelo crescimento (%) da receita bruta LIQUIDEZ CORRENTE
Posição
CLASSIF. 2015
415,4
1
222
RIO DO FRADE
Serviços
422,44%
55,7
2
140
SERRA AMBIENTAL
Serviços
317,15%
Comércio Atacadista
44,5
3
194
AFFINITY REALTY SHOPPING CENTERS
Serviços
296,91%
TUBOS SOLDADOS ATLÂNTICOS
Indústria
37,0
4
183
EDP GRID
Serviços
190,04%
232
DVF EDUCAÇÃO EMPRESARIAL
Serviços
31,0
5
210
BANESTES DTVM
Serviços
167,04%
6
207
SOIMPEX
Serviços
28,6
6
133
LAND VITÓRIA
Comércio Varejista
157,30%
7
219
TERVAP
Serviços
25,9
7
207
SOIMPEX
Serviços
118,42%
8
38
PERFILADOS RIO DOCE
Indústria
25,4
8
94
VITÓRIA MOTORS CHRYSLER
Comércio Varejista
95,59%
9
225
PARATI
Serviços
23,9
9
205
COEX COMÉRCIO EXTERIOR
Serviços
75,11%
10
223
VESTSUL CALÇADOS
Indústria
14,7
10
50
ITABRASCO
Indústria
71,41%
11
217
CENTRALFER
Indústria
11,0
11
104
BERTOLINI MÓVEIS DE AÇO
Indústria
70,00%
12
198
RHODES
Serviços
10,4
12
78
SICOOB CENTRAL ES
Serviços
65,88%
13
236
PRODUTORA AVÍCOLA E AGRÍCOLA
Agronegócio
8,8
13
34
EMPRESA LUZ E FORÇA SANTA MARIA
Serviços
57,32%
14
125
MAGBAN
Indústria
8,8
14
5
ESCELSA
Serviços
56,05%
15
206
STAN
Indústria
8,3
15
8
FIBRIA CELULOSE
Indústria
50,11%
16
113
DIAÇO
Comércio Atacadista
7,6
16
40
NICCHIO SOBRINHO CAFÉ
Comércio Atacadista
50,08%
17
226
VTO POLOS EMPRESARIAIS
Serviços
7,6
17
68
HISPANOBRÁS
Indústria
48,92%
18
142
MÓVEIS PEROBA
Indústria
7,4
18
98
VITÓRIA MOTORS
Comércio Varejista
44,64%
19
164
COFRIL FRIGORÍFICO
Indústria
7,2
19
60
ALCON
Indústria
44,26%
20
227
QUIMETAL DISTRIBUIDORA
Serviços
6,9
20
12
BANCO DO BRASIL
Serviços
42,71%
EMPRESA
SETOR
EMPRESA
SETOR
VAR. DA ROB 15/14
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
OS 20 MAIORES CRESCIMENTOS DA RECEITA LÍQUIDA
AS 20 DE MAIOR PRODUTIVIDADE POR EMPREGADO
Classificação das empresas pelo crescimento (%) da receita líquida
Classificação das empresas pela receita líquida por empregado - em R$ milhares
Posição
CLASSIF. 2015
VAR. ROL 15/14
Posição
CLASSIF. 2015
1
222
RIO DO FRADE
2
140
SERRA AMBIENTAL
Serviços
422,49%
1
13
COLUMBIA TRADING
Serviços
347.932
Serviços
317,15%
2
6
CISA TRADING
Serviços
3
194
176.806
AFFINITY REALTY SHOPPING CENTERS
Serviços
296,91%
3
10
TROP COMÉRCIO EXTERIOR
Comércio Atacadista
4
126.131
183
EDP GRID
Serviços
186,58%
4
15
SERTRADING (BR)
Serviços
106.062
5
210
BANESTES DTVM
Serviços
167,04%
5
69
SAVIXX
Comércio Atacadista
48.277
6
133
LAND VITÓRIA
Comércio Varejista
157,02%
6
52
TERRA NOVA
Comércio Atacadista
42.817
7
207
SOIMPEX
Serviços
151,57%
7
4
HERINGER
Indústria
29.757
8
94
VITÓRIA MOTORS CHRYSLER
Comércio Varejista
93,25%
8
126
SANTA FÉ TRADING
Serviços
27.070
9
104
BERTOLINI MÓVEIS DE AÇO
Indústria
83,38%
9
99
CLAC
Serviços
21.560
10
205
COEX COMÉRCIO EXTERIOR
Serviços
80,92%
10
210
BANESTES DTVM
Serviços
7.100
11
50
ITABRASCO
Indústria
71,41%
11
197
ELETROSOLDA
Comércio Atacadista
5.974
12
40
NICCHIO SOBRINHO CAFÉ
Comércio Atacadista
51,80%
12
20
UNICAFÉ
Comércio Atacadista
5.890
13
78
SICOOB CENTRAL ES
Serviços
48,96%
13
54
QUIMETAL
Serviços
4.386
14
68
HISPANOBRÁS
Indústria
48,93%
14
40
NICCHIO SOBRINHO CAFÉ
Comércio Atacadista
3.975
15
98
VITÓRIA MOTORS
Comércio Varejista
47,11%
15
95
VILA PORTO
Comércio Atacadista
3.855
16
128
LASA
Indústria
41,44%
16
16
HORTIFRUTI
Comércio Varejista
3.562
17
60
ALCON
Indústria
41,22%
17
94
VITÓRIA MOTORS CHRYSLER
Comércio Varejista
3.236
18
240
COMEX
Serviços
41,21%
18
5
ESCELSA
Serviços
3.184
19
101
SICOOB CENTRO-SERRANO
Serviços
40,94%
19
98
VITÓRIA MOTORS
Comércio Varejista
2.872
20
85
SICOOB SUL
Serviços
36,88%
20
88
TAI MOTORS
Comércio Varejista
2.503
EMPRESA
SETOR
Classificação das empresas pelo lucro líquido por empregado - em R$ milhares CLASSIF. 2015
1
210
BANESTES DTVM
Serviços
2
10
TROP COMÉRCIO EXTERIOR
Comércio Atacadista
3
6
CISA TRADING
4
15
5
SETOR
PROD. POR EMPREGADO
AS 20 MAIORES RENTABILIDADES DAS VENDAS
OS 20 MAIORES LUCROS POR EMPREGADO
Posição
EMPRESA
Classificação das empresas pela margem líquida das vendas - em % LUCRO POR EMPREGADO
Posição
CLASSIF. 2015
5.957
1
229
CARAIVA
Serviços
8.895,89%
3.772
2
221
CAMPO PARTICIPAÇÕES IMOBILIÁRIAS
Serviços
1.475,24%
Serviços
2.721
3
222
RIO DO FRADE
Serviços
886,13%
SERTRADING (BR)
Serviços
1.499
4
219
TERVAP
Serviços
827,71%
154
SICOOB CORRETORA DE SEGUROS
Serviços
1.319
5
243
CÁRITAS ARQUIDIOCESANA DE VITÓRIA
Serviços
397,87%
6
126
SANTA FÉ TRADING
Serviços
1.116
6
239
FAZENDA OURO VERDE
Agronegócio
372,76%
7
197
ELETROSOLDA
Comércio Atacadista
980
7
244
MMP & TRÊS PARTICIPAÇÕES
Serviços
246,91%
8
240
COMEX
Serviços
626
8
240
COMEX
Serviços
162,26%
9
219
TERVAP
Serviços
451
9
91
SICOOB NORTE
Serviços
149,43%
10
115
DECOLORES MÁRMORE E GRANITOS
Indústria
376
10
76
SICOOB SUL SERRANO
Serviços
139,16%
11
134
BENEVIX ADMINISTRADORA DE BENEFÍCIOS Serviços
374
11
148
SICOOB SUL LITORÂNEO
Serviços
135,97%
12
65
SICOOB LESTE CAPIXABA
Serviços
355
12
123
SICOOB CREDIROCHAS
Serviços
134,82%
13
85
SICOOB SUL
Serviços
308
13
65
SICOOB LESTE CAPIXABA
Serviços
129,81%
14
125
MAGBAN
Indústria
260
14
101
SICOOB CENTRO-SERRANO
Serviços
129,18%
15
207
SOIMPEX
Serviços
229
15
85
SICOOB SUL
Serviços
124,53%
16
70
BANESTES SEGUROS
Serviços
193
16
194
AFFINITY REALTY SHOPPING CENTERS
Serviços
120,06%
17
42
PELICANO CONSTRUÇÕES
Indústria
190
17
119
VIXPAR
Comércio Atacadista
108,01%
18
76
SICOOB SUL SERRANO
Serviços
182
18
203
AGRO PECUÁRIA CARVALHO BRITTO
Indústria
99,64%
19
123
SICOOB CREDIROCHAS
Serviços
176
19
78
SICOOB CENTRAL ES
Serviços
91,40%
20
91
SICOOB NORTE
Serviços
169
20
241
VIANA INVESTIMENTOS IMOBILIÁRIOS
Serviços
85,76%
EMPRESA
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
SETOR
EMPRESA
SETOR
RENT. VENDAS
143
RANKING AS MAIORES EMPRESAS POR SETOR
M
antendo o objetivo de destacar segmentos da economia local, valorizando áreas e empresas cujas atividades contribuem de forma determinante para o desenvolvimento da economia estadual, o IEL identificou os negócios e as organizações de forma a possibilitar a participação das principais companhias de vários setores, visando à elaboração dos rankings setoriais. Para formação de tais rakings por segmentos constantes deste estudo técnico, foram utilizados dados informados pelas empresas para a pesquisa “200 Maiores Empresas no Espírito Santo”. Os rankings são compostos pelas maiores empresas cujas atividades comuns são desenvolvidas, podendo ocorrer que estejam ou não entre as 200 maiores. Ou seja, a participação nas tabelas a seguir independe de sua classificação no ranking geral das 200 maiores empresas, já que muitas delas não apresentam receita operacional bruta suficiente para a inclusão no ranking geral. Mais uma vez, diversas empresas e segmentos foram convidados a participar da pesquisa para que fossem mantidos os rankings já divulgados em anos anteriores e outros novos fossem incluídos nesta edição. Novamente consideramos importante ressaltar que a ausência de eventuais empresas de destaque nas classificações setoriais deve-se ao fato de não ter havido interesse em participar da pesquisa e ao fechamento do balanço patrimonial e demonstrativo de resultados posterior à data limite para conclusão da pesquisa, ou ao não envio de informações em tempo hábil. Podendo ocorrer nestes casos, variações do número de empresas que compõem os rankings quando comparados a anos anteriores.
144
Da mesma forma, cálculos de médias foram feitos em conformidade com informações recebidas, ou seja, na ausência de um dado, este não foi considerado em cálculos estatísticos gerados. Relativos a 2015, os seguintes rankings foram elaborados: As maiores indústrias de alimentos: Somaram um faturamento bruto de aproximadamente R$ 6 bilhões no Espírito Santo e geraram em média 800 empregos diretos por empresa. Esses números superaram os resultados do ano de 2014, quando registram-se um faturamento de R$ 5,1 bilhões e média de 498 empregados por empresa, 17,6% e 60,6% superiores a 2014. Apesar do expressivo aumento nesses resultados, o ponto negativo é a queda na relação faturamento por empregado de -42,4%. As maiores de atendimento hospitalar: Registraram uma receita bruta total de R$ 1,3 bilhão, com crescimento de 25% quando comparado ao ano anterior. A média de empregados em 2015 foi de 1.603 por empresa contra 1.070 em 2014, cerca de 50% a mais, o que aponta para uma produtividade menor, apesar do crescimento; houve queda de -20,5% no comparativo entre os anos. As maiores empresas concessionárias de veículos: Permaneceram estáveis em seu faturamento quando comparado ao ano de 2014. Registrou-se em 2015 queda de 0,9% na ROB média por empresa no segmento. O número de empregados por empresa acompanhou esse recuo, apresentando, contudo, percentual mais expressivo, de -12,8%. Esses números permitiram aumento da receita por empregado, passando de R$ 1,4 milhão para R$ 1,5 milhão, cerca de 7,1%. As maiores empresas fabricantes de móveis: É novidade entre as maiores empresas por segmento. Composta por seis empresas, ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
a ROB total apurada foi de R$ 408,4 milhões, média de R$ 68,1 milhões por empresa. Quanto aos empregados, registrou-se média de 235 trabalhadores por empresa, levando a uma ROB por empregado de R$ 290 mil. As maiores empresas operadoras de planos de saúde: Outra novidade na edição de 2016, as maiores empresas que operam planos de saúde apresentaram ROB de R$ 2,1 bilhões em 2015 e 4.642 empregados, com média de R$ 232,9 milhões por empresa e R$ 451 mil por empregado. As maiores empresas de fabricação de produtos de metal: Outro destaque no ano de 2016, este ranking, formado por sete empresas, apresentou ROB total de R$ 340,8 milhões em 2015. Média de R$ 48,7 milhões por empresa. Quanto ao número de empregados, foi informado um total de 790, média de 132 por empresa. Destaca-se também o fato de haver, entre as sete empresas informantes, seis que apresentaram variações negativas em suas receitas nos anos de 2014 e 2015. As maiores empresas de serviços de importação e exportação: Apresentaram receita total de R$ 7,7 bilhões, segundo dados de 2015. Neste ranking, duas empresas tiveram queda no comparativo com 2014 e três contabilizaram variações negativas da ROL, sendo que há o registro de uma empresa sem esse dado. A média de empregados é de 73 por empresa. Esses números revelam baixa na receita média, em relação ao ano de 2014, de -52,2%. O dado contrasta com o comparativo desse segmento nos anos de 2014 e 2013, quando houve aumento de cerca de 47,7% nesse indicador. As maiores empresas de comércio atacadista: Totalizaram um faturamento de R$ 10,9 bilhões e um efetivo informado de 1.425 trabalhadores. Média de R$ 6,9 milhões por empregado. A média apurada em 2014 foi de R$ 5,8 milhões. Um crescimento de cerca de 19%, justificado em parte pela queda no número de empregados e pelo aumento do faturamento dos negócios voltados ao comércio externo. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
As maiores empresas de comércio varejista: Mantiveram a trajetória de crescimento quando comparadas ao desempenho do segmento em 2014. A receita total aprensentou aumento de 10,3%. Já a receita média por empresa subiu cerca de 23%, passando de R$ 328 milhões para R$ 402 milhões por empresa, empregando em média 801 trabalhadores por empresa, contra os 446 registrados no ano anterior. As maiores empresas de transporte: Somaram uma receita operacional bruta de R$ 2,1 bilhões e contribuíram com 8.009 postos de trabalho (conforme os que informaram o dado). Não houve variação significativa no faturamento das 10 maiores no setor se comparado com o ano anterior. Mas no total de empregados houve decréscimo de 1.477 postos de trabalho (-15,6%). A média da ROB por empresa ficou em R$ 208,7 milhões, e de empregados, em 890 por empresa. Com esses dados, o faturamento médio por empregado ficou em R$ 234 mil, 18,5% superior ao apurado em 2014. As maiores indústrias de construção: Apresentaram uma receita bruta de R$ 1,1 bilhão no Estado, ofertando 1.527 empregos, entre os informantes, segundo dados de 2015. Na comparação com o ano de 2014, houve aumento no faturamento de 1,9%. Em média, as empresas empregaram 191 trabalhadores, proporcionando um faturamento médio por empregado de R$ 552 mil. Um dado importante apurado junto a esse grupo é que oito empresas comunicaram queda em suas receitas no comparativo entre 2014 e 2015. As maiores empresas de serviços financeiros e seguros: A receita bruta deste grupo de empresas teve uma elevação de 30,2% entre os anos de 2014 e 2015, totalizando R$ 5,6 bilhões, gerando 5.118 empregos diretos no Espírito Santo, permanecendo estável diante dos 5.111 registrados na pesquisa de 2015. Há expressiva alta na relação receita por empregado, de R$ 840 mil por empregado para R$ 1,1 milhão por empregado, variação de 30,9%. 145
RANKING | AS MAIORES EMPRESAS POR SETOR
AS MAIORES EMPRESAS DE SERVIÇO DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO Segundo a receita operacional bruta (ROB) no ES - Em R$ Milhares POSIÇÃO
CLASSIF. 2015
EMPRESA
REC. OP. BRUTA
VAR. ROB 15/14
REC. OP. LÍQ.
VAR. ROL 15/14
LUCRO LÍQ. EX.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
EMPREGADOS NO ES
1
6
CISA TRADING
4.142.301
7,34%
3.182.500
4,92%
48.972
225.787
2
13
COLUMBIA TRADING
1.650.536
10,38%
1.391.729
13,52%
-19.892
5.214
4
3
15
SERTRADING (BR)
1.310.560
2,59%
1.060.620
-0,06%
14.991
41.326
10
4
54
QUIMETAL
225.051
14,35%
188.607
15,03%
6.051
25.564
43
5
67
MERCOCAMP
182.480
-9,20%
132.996
-11,66%
173
1.467
N/D
6
99
CLAC
111.177
-28,58%
86.242
-29,31%
27
3.721
4
7
126
SANTA FÉ TRADING
67.943
18,25%
54.140
21,39%
2.231
4.423
2
8
150
TEGMA
46.368
13,78%
N/D
N/D
N/D
N/D
282
9
205
COEX COMÉRCIO EXTERIOR
10.310
75,11%
9.814
80,92%
2.099
5.605
N/D
18
Para a Cisa Trading, ser destaque no setor de importação e exportação é um importante reconhecimento do trabalho que a empresa realiza e confirma a opção correta feita há 20 anos, na fundação da companhia, ao adotar o modelo das tradings japonesas. A Cisa cria valor para os clientes porque faz melhor, com menor custo, e se diferencia no mercado por inovar, de forma permanente, desenvolvendo ideias, métodos e processos que nos tornam um referencial no setor junto a clientes, fornecedores e órgãos governamentais. Essa conquista resulta de uma conjunção de fatores: temos uma empresa capaz de tornar mais eficiente a cadeia de suprimentos; a confiança dos clientes, conquistada com um trabalho sério e estruturado; uma estrutura de operação que possibilita ampliar a escala das operações e financiar as operações de nossos clientes com capitais próprios e de grandes bancos nacionais; e o foco constante na inovação, em busca de novas soluções para os nossos clientes.” Antônio José Pargana, presidente da Cisa Trading
“
AS MAIORES EMPRESAS DE COMÉRCIO ATACADISTA Segundo a receita operacional bruta (ROB) no ES - em R$ milhares POSIÇÃO
CLASSIF. 2015
EMPRESA
REC. OP. BRUTA
VAR. ROB 15/14
REC. OP. LÍQ.
VAR. ROL 15/14
LUCRO LÍQ. EX.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
EMPREGADOS NO ES
1
7
BR DISTRIBUIDORA
4.101.733
-7,39%
N/D
N/D
N/D
N/D
2
10
TROP COMÉRCIO EXTERIOR
2.568.448
15,67%
2.144.219
15,38%
64.119
202.759
17
3
20
UNICAFÉ
937.096
10,63%
930.638
10,36%
15.788
267.024
158
4
22
UNILIDER
850.097
12,01%
663.616
11,45%
19.021
42.026
350
5
26
TRISTÃO
642.789
12,29%
634.295
12,48%
42.286
229.953
N/D
6
29
EXCIM
504.070
-19,73%
424.400
-19,60%
2.233
35.311
190
7
32
COOABRIEL
430.381
31,53%
401.783
33,02%
824
56.285
246
8
35
RDG PRODUTOS SIDERÚRGICOS
385.954
1,20%
319.690
2,59%
47.295
398.985
347
9
40
NICCHIO SOBRINHO CAFÉ
345.085
50,08%
333.860
51,80%
1.392
42.150
84
10
52
TERRA NOVA
228.547
-15,46%
171.268
-17,51%
-193
5.330
4
29
Subsidiária integral da Petrobras, a BR Distribuidora atua na comercialização e na distribuição de derivados do petróleo para todo o Brasil. Em terras capixabas, a concessionária é responsável pela distribuição de gás natural canalizado em 13 municípios: Anchieta, Aracruz, Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Colatina, Itapemirim, Linhares, São Mateus, Serra, Sooretama, Viana, Vila Velha e Vitória. Para atender residências, comércio, indústria ou a crescente frota de automóveis, a qualidade e o bom serviço da concessionária são suas marcas registradas. Com essa representatividade e o grande número de clientes satisfeitos, não é surpresa a BR ficar com o primeiro lugar na categoria “Comércio Atacadista” do Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo.
146
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
AS MAIORES EMPRESAS DE COMÉRCIO VAREJISTA Segundo a receita operacional bruta (ROB) no ES - em R$ milhares POSIÇÃO
CLASSIF. 2015
1
16
2
25
3 4
EMPRESA
REC. OP. LÍQ.
VAR. ROL 15/14
LUCRO LÍQ. EX.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
EMPREGADOS NO ES
REC. OP. BRUTA
VAR. ROB 15/14
HORTIFRUTI
1.169.008
19,99%
1.097.190
18,95%
20.792
147.366
308
CASAGRANDE
651.497
9,49%
579.376
10,12%
14.782
103.044
2.661
30
SUPERMERCADO PERIM
480.105
9,94%
421.150
11,62%
20.794
57.108
N/D
39
COOPEAVI
351.369
5,42%
339.319
5,79%
3.599
74.099
542
5
43
WINE.COM.BR
296.942
31,64%
243.140
33,70%
13.178
6.476
424
6
87
SUPERMERCADOS SANTO ANTÔNIO
134.321
-1,65%
122.026
-1,41%
-2.579
8.167
940
7
117
SUPERMERCADO PORTO NOVO
84.192
6,39%
78.233
7,38%
704
4.995
533
8
144
POLITINTAS
50.040
-4,79%
41.938
-3,94%
59
10.228
196
Pioneira em seu modelo de negócio e gestão, e muitas vezes se colocando na contramão do mercado, a Hortifruti segue como referência na categoria “Comércio Varejista”. Para a empresa, o reconhecimento é o resultado de um trabalho árduo realizado desde a sua fundação. A Hortifruti sempre manteve durante a sua história duas fortes características, responsáveis por seu sucesso e resiliência: cultura forte, capaz de estabelecer uma relação de grande comprometimento e engajamento com seus colaboradores; e desenvolvimento constante, permitindo que a empresa sempre busque fazer o melhor a qualquer tempo. Quando o reconhecimento chega, nos mostra que valeu a pena todo esforço e determinação pautados no sonho que sempre almejamos. Ser referência de varejo especializado em frutas, legumes, verduras e alimentação saudável. Sem dúvida, é um momento de conquista e muita alegria!” Walquyria Majeveski, presidente da Rede Hortigil Hortifruti S/A
“
AS MAIORES EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO Segundo a receita operacional bruta (ROB) no ES - em R$ milhares POSIÇÃO
CLASSIF. 2015
1
37
2
42
3
EMPRESA
REC. OP. BRUTA
VAR. ROB 15/14
LORENGE
365.006
-14,54%
PELICANO CONSTRUÇÕES
319.717
-1,29%
58
CONCREVIT
200.954
4
116
MORAR CONSTRUTORA
5
171
6 7
REC. OP. LÍQ.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
EMPREGADOS NO ES
VAR. ROL 15/14
LUCRO LÍQ. EX.
180.715
-39,98%
-33.527
223.931
345
257.271
-4,17%
59.032
138.525
311
1,31%
186.619
1,48%
1.365
52.378
207
87.703
-5,09%
75.162
-13,10%
8.090
62.665
55
MATRICIAL
31.802
-42,80%
29.802
-41,76%
1.749
24.393
236
181
LACCHENG ENGENHARIA
25.890
7,82%
23.070
9,77%
5.012
13.688
201
206
STAN
8.580
-24,51%
7.478
-26,74%
N/D
12.730
93
8
209
BRICK ENGENHARIA E COMÉRCIO LTDA
7.717
-61,34%
7.453
-60,17%
516
8.044
N/D
9
219
TERVAP
5.000
-28,83%
4.307
-30,09%
35.646
231.058
79
10
230
INCOSPAL
1.671
-20,09%
1.466
-11,41%
-1.821
903
N/D
Mais uma vez a Lorenge é a primeira colocada quando se fala em “Construções”. Para a empresa, o momento é ímpar no sentido de dimensionar o potencial das lideranças e a sua visibilidade entre os clientes. O mercado imobiliário faz parte da nossa vocação empresarial há 36 anos. O reconhecimento e a distinção são resultados da solidez e da credibilidade do grupo de empreendedores. Está presente na nossa filosofia de trabalho atender o cliente como ele gosta de ser atendido, alcançando suas expectativas, especialmente com imóveis de qualidade. A Lorenge se orgulha das entregas realizadas, condizentes com os ideais de qualidade da empresa. Somente em 2016, 850 unidades residenciais e comerciais foram entregues aos futuros moradores.” José Élcio Lorenzon, presidente da Lorenge
“
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
147
RANKING | AS MAIORES EMPRESAS POR SETOR
AS MAIORES EMPRESAS CONCESSIONÁRIAS DE VEÍCULOS Segundo a receita operacional bruta (ROB) no ES - em R$ milhares POSIÇÃO
CLASSIF. 2015
EMPRESA
REC. OP. BRUTA
VAR. ROB 15/14
1
19
KURUMÁ VEÍCULOS
970.227
-1,67%
2
28
VITÓRIA DIESEL
515.187
-30,30%
3
66
CVC
183.311
4
88
TAI MOTORS
5
94
6
REC. OP. LÍQ.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
EMPREGADOS NO ES
VAR. ROL 15/14
LUCRO LÍQ. EX.
898.020
-5,40%
-18.935
20.456
523
439.212
-32,06%
-9.353
16.788
348
-39,69%
178.333
-39,69%
1.403
50.543
275
134.263
-5,12%
132.674
-1,48%
-199
9.045
53
VITÓRIA MOTORS CHRYSLER
120.760
95,59%
116.480
93,25%
-1.621
3.166
36
98
VITÓRIA MOTORS
111.312
44,64%
109.133
47,11%
714
8.710
38
7
133
LAND VITÓRIA
62.327
157,30%
59.652
157,02%
-1.851
3.173
25
8
157
VENAC
42.232
-51,30%
38.959
-50,53%
-1.451
29.089
101
Primeiro lugar na categoria “Concessionária de Veículos”, a Kurumá segue colhendo os bons frutos da boa gestão, uma estrutura adequada para o trabalho das equipes e o atendimento diferenciado ao cliente. A conquista dessa posição de liderança em nosso segmento é o resultado desse trabalho. Atuamos em nossas empresas pensando sempre em fazer hoje melhor do que fizemos ontem. E fazer melhor amanhã do que fizemos hoje. Outro fator relevante é o amadurecimento do mercado, que está cada vez mais exigente, buscando segurança nos negócios e nas compras. E na Kurumá, com os produtos e os serviços Toyota, estivemos sempre atentos a esse movimento do nosso cliente. E acho que ele está reconhecendo isso.” Riguel Chieppe, diretor da Divisão Comércio do Grupo Águia Branca
“
AS MAIORES EMPRESAS DE FABRICAÇÃO DE MÓVEIS Segundo a receita operacional bruta (ROB) no ES - em R$ milhares EMPRESA
REC. OP. BRUTA
VAR. ROB 15/14
REC. OP. LÍQ.
VAR. ROL 15/14
LUCRO LÍQ. EX.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
EMPREGADOS NO ES
POSIÇÃO
CLASSIF. 2015
1
103
RIMO MÓVEIS
101.109
-2,50%
75.665
-2,84%
-417
13.724
349
2
104
BERTOLINI MÓVEIS DE AÇO
100.798
70,00%
87.121
83,38%
13.797
17.258
266
3
122
PANAN MÓVEIS
70.254
-19,27%
58.214
-19,01%
525
7.685
251
4
142
MÓVEIS PEROBA
51.396
7,56%
38.278
6,05%
1.829
19.189
N/D
5
155
ACP MÓVEIS
43.281
-42,97%
33.291
-43,42%
-5.815
10.817
182
6
159
CIMOL MÓVEIS
41.522
-8,67%
32.140
-8,25%
63
12.317
126
A Rimo lidera a categoria “Fábrica de Móveis”, uma das estreantes do Anuário IEL 2016. Com 27 anos de mercado, a empresa se orgulha por ser uma das seis, em um setor de mais de 30 mil no país, com as certificações ISO 9001 e 14001. Criamos muitos produtos para nossa clientela e em várias faixas. Com isso, todos os consumidores podem ter Móveis Rimo, desde armários para quartos e móveis modulados a peças avulsas e ambientes completos. Com aquisição de máquinas eletrônicas digitais nas linhas de produção, podemos atender toda a clientela. Fazemos também móveis para hotéis, lojas, escritórios e hospitais e portas para prédios; mais recentemente, lançamos a marca Dimanika Planejado, um produto superior.” Luiz Rigoni, diretor-presidente da Rimo
“ 148
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
AS MAIORES EMPRESAS DE TRANSPORTES Segundo a receita operacional bruta (ROB) no ES - em R$ milhares POSIÇÃO
CLASSIF. 2015
EMPRESA
REC. OP. BRUTA
VAR. ROB 15/14
1
14
VIX LOGÍSTICA
1.316.454
4,08%
2
41
ÁGUIA BRANCA
330.340
-2,83%
3
93
JSL
123.564
4
105
UNIMAR
5
141
6
REC. OP. LÍQ.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
EMPREGADOS NO ES
VAR. ROL 15/14
LUCRO LÍQ. EX.
1.155.485
3,50%
67.423
531.204
2.767
281.432
5,01%
4.282
373.461
1.158
2,78%
N/D
N/D
N/D
N/D
1.459
100.564
-5,72%
94.029
-6,65%
-1.165
75.506
1.467
EXPRESSER
51.554
-4,37%
42.363
-3,86%
-4.088
15.439
194
163
COOPGRANEIS
39.270
-13,74%
37.640
-13,82%
-411
4.122
17
7
167
BRASPRESS
34.043
-15,86%
N/D
N/D
N/D
N/D
177
8
168
CETURB-GV
33.641
-1,45%
32.391
-1,52%
-8.691
2.532
211
9
172
METROPOLITANA TRANSPORTES E SERVIÇOS
30.379
8,50%
29.771
8,50%
-4.063
15.040
N/D
10
177
VIAÇÃO TABUAZEIRO
26.852
-9,16%
25.511
-9,17%
-8.218
13.901
559
A Vix Logística segue sendo destaque no ranking na categoria “Transporte”. A empresa, que faz parte do Grupo Águia Branca, atua com locação e gestão de frotas, traslados de pessoas, transporte, movimentação e armazenagem de produtos, operações portuárias e também na distribuição de veículos zero quilômetro e peças automotivas. O primeiro lugar passa por valores que incluem o respeito às pessoas, a ética nos negócios, o compromisso com os clientes e a inovação. Continuar em primeiro lugar na categoria é muito gratificante, pois indica que estamos seguindo pelo melhor caminho, sempre buscando a excelência nas nossas atividades e a consequente satisfação dos nossos clientes. O engajamento do nosso time e a vontade somada ao esforço para ir sempre além fazem parte da nossa identidade e se refletem diretamente na qualidade dos serviços e na trajetória de sucesso que estamos construindo.” Kaumer Chieppe, diretor-geral da Divisão Logística do Grupo Águia Branca
“
AS MAIORES EMPRESAS OPERADORAS DE SAÚDE Segundo a receita operacional bruta (ROB) no ES - em R$ milhares POSIÇÃO
CLASSIF. 2015
1
17
2
45
3
EMPRESA
REC. OP. BRUTA
VAR. ROB 15/14
UNIMED VITÓRIA
998.866
11,49%
SAMP ES
291.357
8,85%
51
SÃO BERNARDO SAÚDE
232.765
4
55
UNIMED SUL CAPIXABA
5
102
UNIMED NOROESTE CAPIXABA
6
121
7
REC. OP. LÍQ.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
EMPREGADOS NO ES
VAR. ROL 15/14
LUCRO LÍQ. EX.
972.769
11,45%
12.591
127.754
2.372
286.203
8,66%
10.423
28.259
397
2,20%
230.208
1,29%
4.691
37.375
186
222.618
14,98%
216.837
15,87%
909
36.036
733
101.537
14,06%
99.728
14,99%
31
10.225
404
MEDSÊNIOR
74.849
31,57%
73.076
30,51%
801
11.080
124
130
UNIMED NORTE CAPIXABA
65.500
13,57%
52.814
15,73%
136
10.006
297
8
134
BENEVIX ADMINISTRADORA DE BENEFÍCIOS
60.446
32,46%
55.179
32,45%
23.215
10.334
62
9
146
UNIMED PIRAQUEAÇU
47.893
16,44%
47.790
16,37%
-155
13.368
67
Com 2,3 mil médicos cooperados e cerca de 324 mil clientes, a Unimed Vitória está na primeira posição da categoria “Operadoras de Saúde”, que estreia nesta edição do Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo. Para alcançar esse destaque, a empresa investe em gestão cooperativa, inovação e na qualidade do seu corpo de cooperados. Estamos focados em oferecer serviços de qualidade e para isso temos apostado em investimentos e inovação, que têm transformado a Unimed Vitória em um plano de saúde de excelência reconhecido em todo o Brasil. Contamos com uma ampla rede de recursos próprios e médicos referências em suas áreas. É importante destacar que somos pioneiros em projetos inovadores, como a implantação do modelo assistencial de atenção primária, tendência mundial que é uma novidade no segmento no país.” Dr. Márcio de Oliveira Almeida, diretor-presidente da Unimed Vitória
“
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
149
RANKING | AS MAIORES EMPRESAS POR SETOR
AS MAIORES EMPRESAS DE FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE METAIS Segundo a receita operacional bruta (ROB) no ES - em R$ milhares POSIÇÃO
CLASSIF. 2015
EMPRESA
REC. OP. BRUTA
VAR. ROB 15/14
REC. OP. LÍQ.
VAR. ROL 15/14
LUCRO LÍQ. EX.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
EMPREGADOS NO ES
1
92
PERFIL ALUMÍNO
126.186
15,62%
102.427
14,32%
8.006
26.606
311
2
109
METALOSA
92.937
-2,80%
76.124
-0,95%
-1.139
22.340
257
3
110
TUBOS SOLDADOS ATLÂNTICOS
92.205
-27,72%
70.180
-35,29%
12.040
116.070
N/D
4
187
METALSER
21.451
-48,60%
16.463
-52,00%
101
16.148
130
5
217
CENTRALFER
5.754
-35,51%
5.256
-35,51%
2.166
31.687
52
6
233
CAMPO CONSTRUTORA
1.200
-56,40%
1.096
-56,40%
-585
-1.934
33
7
234
SRF USINAGEM
1.102
-0,30%
997
-0,55%
216
990
7
A busca contínua por superação, com alternativas criativas para problemas, especialmente visando à redução de custos. Assim é a rotina da Perfil Alumínios, primeiro lugar na categoria Fabricação de Produtos de Metal.
“
“Procuramos sempre que todos trabalhem em um ambiente de alegria e positivismo, apesar das dificuldades do dia a dia. Que vir para a Perfil seja um motivo de felicidade para nossos profissionais. Assim é a Perfil: uma empresa que administramos com carinho e muita alegria. Que procura aprender e se superar, dando sempre o seu máximo. Não tivemos medo de investir e somos a primeira extrusora de alumínio do Estado. Formamos uma equipe com especialistas em suas áreas e que tem nos ajudado a profissionalizar a gestão sem perder o dinamismo. Com isso, visamos à fidelização dos clientes, mesmo nos momentos de crise. Temos com conseguido manter as vendas em um patamar relativamente estável. A Perfil se diferencia por ter paixão pelo que faz. Escutando o mercado. Fazendo sempre bem-feito. Não abrimos mão disso.” Carlos Geraldo Machado, diretor-presidente da Perfil Alumínio
AS MAIORES EMPRESAS DE ATENDIMENTO HOSPITALAR Segundo a receita operacional bruta (ROB) no ES - em R$ milhares EMPRESA
REC. OP. BRUTA
VAR. ROB 15/14
REC. OP. LÍQ.
VAR. ROL 15/14
LUCRO LÍQ. EX.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
EMPREGADOS NO ES
POSIÇÃO
CLASSIF. 2015
1
47
HOSPITAL EVANGÉLICO DE VILA VELHA
284.216
-0,63%
278.953
-1,99%
-141
19.754
2.909
2
59
HOSPITAL MERIDIONAL
199.968
14,94%
190.359
16,73%
17.281
58.265
1.623
3
71
IRMANDADE DA STA. CASA DE MISERICÓRDIA
166.372
9,64%
159.493
9,59%
6.045
93.090
2.198
4
72
HOSPITAL SANTA RITA
161.318
11,24%
155.402
14,84%
9.548
156.112
1.596
5
96
VITÓRIA APART HOSPITAL
115.017
11,87%
106.551
12,18%
-1.976
49.110
1.232
6
100
HOSPITAL VILA VELHA
106.993
13,22%
101.522
13,23%
9.754
34.628
1.341
7
111
HOSPITAL METROPOLITANO
90.996
0,83%
85.817
2,74%
1.390
36.580
N/D
8
124
HOSPITAL DR. BENÍCIO TAVARES PEREIRA
68.999
9,21%
68.999
9,21%
1.039
2.434
N/D
9
129
HOSPITAL RIO DOCE
67.017
11,87%
66.645
11,74%
-3.307
731
N/D
10
156
APART HOSPITAL
43.006
0,66%
40.552
3,38%
3.587
37.137
322
Única instituição filantrópica no Estado com certificação ONA nível III, entidade de excelência e figurando entre os melhores do país em sua área, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o Hospital Evangélico, em Vila Velha, foi destaque na categoria “Atendimento Hospitalar”. É o resultado de um trabalho competente e participativo que requer um processo de transformação contínuo, envolvendo os aspectos técnicos e, principalmente, humanos e comportamentais. O Evangélico de Vila Velha recusou ser parte da crise e seguiu em frente na busca de melhorias, inclusive nos investimentos.” Sebastião Vicente, presidente da Associação Evangélica Beneficente Espírito-Santense (Aebes)
“ 150
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
AS MAIORES EMPRESAS DE SERVIÇOS FINANCEIROS E SEGUROS Segundo a receita operacional bruta (ROB) no ES - em R$ milhares POSIÇÃO
CLASSIF. 2015
EMPRESA
REC. OP. BRUTA
VAR. ROB 15/14
REC. OP. LÍQ.
VAR. ROL 15/14
LUCRO LÍQ. EX.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
EMPREGADOS NO ES
1
9
BANESTES
2.742.105
21,39%
2.674.345
21,74%
150.861
1.160.545
2.337
2
12
BANCO DO BRASIL
1.697.762
42,71%
N/D
N/D
N/D
N/D
1.471
3
65
SICOOB LESTE CAPIXABA
184.361
31,15%
50.098
17,41%
65.031
246.160
183
4
70
BANESTES SEGUROS
168.127
4,72%
158.225
4,32%
20.084
125.196
104
5
76
SICOOB SUL SERRANO
151.756
30,72%
30.228
17,51%
42.064
185.322
231
6
78
SICOOB CENTRAL ES
149.021
65,88%
9.210
48,96%
8.418
101.843
77
7
85
SICOOB SUL
134.748
34,35%
40.512
36,88%
50.449
186.485
164
8
91
SICOOB NORTE
132.802
31,35%
22.554
-19,75%
33.701
167.103
199
9
97
BANDES
111.761
2,63%
57.028
-5,27%
8.514
351.215
188
10
101
SICOOB CENTRO-SERRANO
106.150
36,65%
20.054
40,94%
25.906
103.413
164
Na categoria “Serviços Financeiros e Seguros”, a liderança ficou com o Banestes, que atua minimizando os efeitos da crise econômica sobre a oferta de crédito para as empresas capixabas, especialmente as micro, pequenas e médias. Enquanto os bancos reduziram a oferta de crédito no mercado imobiliário, o Banestes a elevou em 74% no primeiro semestre. Também lançamos o cartão de crédito Banestes/BNDES para empresas e o cartão Banescard, voltado à pessoa física. O Banestes vem colhendo vários avanços e reconhecimentos do mercado, como resultado da melhoria contínua dos serviços prestados e do crescimento em bases sustentáveis, mantendo elevados índices de capitalização e liquidez.” Guilherme Dias, diretor-presidente do Banestes
“
AS MAIORES EMPRESAS DE ALIMENTOS Segundo a receita operacional bruta (ROB) no ES - Em R$ milhares REC. OP. BRUTA
VAR. ROB 15/14
REC. OP. LÍQ.
VAR. ROL 15/14
LUCRO LÍQ. EX.
EMPREGADOS NO ES
CLASSIF. 2015
1
11
GAROTO
2.074.611
-1,57%
1.483
-1,64%
35.790
41.234
1.969
2
18
FRISA FRIGORÍFICO
991.622
21,78%
942.429
23,52%
12.261
130.832
1.541
3
21
LEÃO ALIMENTOS E BEBIDAS
886.869
-7,43%
658.998
-8,48%
N/D
N/D
975
4
24
TANGARÁ FOODS
668.099
-9,63%
611.690
-7,57%
-5.301
120.062
299
5
36
DUCOCO ALIMENTOS
370.257
16,21%
317.090
18,27%
-1.941
42.380
N/D
6
49
SELITA
252.842
-4,35%
236.794
-2,22%
8.198
50.466
419
7
56
REALCAFÉ
221.023
20,67%
213.876
22,12%
22.224
95.051
365
8
57
BUAIZ ALIMENTOS
218.601
-3,49%
204.773
-3,76%
3.832
144.446
405
9
74
VENEZA
156.247
8,76%
152.638
9,22%
2.322
22.004
428
10
75
MAFRICAL
154.471
3,16%
152.591
3,99%
5.181
9.987
N/D
“
EMPRESA
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
POSIÇÃO
Primeiro lugar na categoria de “Alimentos” segundo a receita operacional bruta, a Garoto é a maior fábrica de chocolates da América Latina e uma das 10 maiores do mundo. A companhia, que conta com cerca de 12 mil colaboradores, é uma grande vitrine do Estado para o mundo. A grande fortaleza da Garoto são as marcas e a forma como a empresa se relaciona com o consumidor. É um relacionamento de muita proximidade. E para estreitar cada vez mais esse relacionamento, ações sempre são desenvolvidas para incentivar o contato. Em 2017 outras novidades serão apresentadas mostrando que a inovação é intrínseca ao nosso negócio, colaborando com a conexão e a proximidade que a Garoto tem com o seu consumidor.” Daniella Silva, gerente-executiva de Recursos Humanos da Chocolates Garoto
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
151
RANKING | A MELHOR EMPRESA NO ESPÍRITO SANTO EM 2015 SICOOB CORRETORA
O
anuário “IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo”, ao longo de 20 anos, consolidou-se como um dos mais importantes veículos de divulgação das empresas, da economia e do Estado do Espírito Santo e vem buscando, a cada edição, manter seu padrão técnico, inovar e melhorar em
A MELHOR EMPRESA Pontuação pelo melhor desempenho econômico-financeiro CLASSIF. 1 2 3
152
EMPRESA SICOOB CORRETORA DE SEGUROS BENEVIX ADMINISTRADORA DE BENEFÍCIOS DVF EDUCAÇÃO EMPRESARIAL
SETOR
PONTUAÇÃO
Serviços
4,4
Serviços
3,15
Serviços
3
4
BANESTES DTVM
Serviços
2,9
5
WINE.COM.BR
Comércio Varejista
2,8
6
TERVAP
Serviços
2,5
7
SPASSU
Serviços
2,45
8
SOIMPEX
Serviços
2,4
9
UCONNECT TELECOM
Serviços
2,1
10
VIXPAR
Comércio Atacadista
2
qualidade, com rigor metodológico que tornam dados e resultados mais consistentes. Dessa forma o anuário se consolida cada vez mais como um dos mais importantes veículos de informação da economia capixaba, de gestão empresarial e divulgação das organizações. A classificação da “Melhor Empresa” é resultado do desempenho de indicadores obtidos por meio dos demonstrativos contábeis de todas as empresas que participaram desta edição do Anuário. Dessa forma é possível que empresas que não compõem a lista das 200 Maiores façam parte desta avaliação. A metodologia de cálculo promove o comparativo dos resultados segundo aspectos de crescimento, rentabilidade, saúde financeira e produtividade por empregado excluindo a participação de holdings. Assim, consiste em atribuir pontos pelo desempenho em cada um dos cinco indicadores, sendo 10 para o primeiro lugar, 9 para o segundo, e assim sucessivamente até a décima empresa, que recebe um ponto. Em seguida, os pontos são multiplicados pelo peso atribuído a cada indicador. É importante esclarecer que o estabelecimento da melhor empresa em 2015 não é ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
Vencedor na categoria “Melhor Empresa”, o Sicoob Corretora de Seguros registra crescimento expressivo nos resultados, pautado por uma gestão democrática que tem a equipe engajada como centro da organização. O prêmio é o reconhecimento pelo forte compromisso com o cliente e pela consequente entrega de valor a ele. Representa a conquista da confiança e de um trabalho coletivo, desenvolvido por profissionais comprometidos com a missão e com a visão da empresa. A transparência e a ética são inerentes às ações organizacionais. O Sicoob Corretora de Seguros integra o Sistema Sicoob e atua também nos outros estados da Região Sudeste, além do Nordeste, do Norte e do Centro-Oeste.” Bento Venturim, diretor-presidente do Sicoob Corretora de Seguros
“
uma escolha fundamentada nas competências e na atuação em seus respectivos mercados, pois a classificação não é segregada por setor de atividade. Assim, os indicadores de desempenho e seus respectivos pesos são os seguintes:
Perfil da empresa Razão social: Sicoob Administradora e Corretora de Seguros Ltda Nome fantasia: Sicoob Corretora de Seguros Atividade: Serv. Financeiros e Seguros
Crescimento das vendas – Peso 20
Pessoal empregado no ES: 25
Indica se a participação da empresa no mercado aumentou ou diminuiu e sua capacidade de, crescendo, gerar empregos.
Rentabilidade das vendas: 81,05%
Crescimento das vendas: 22,16% Rentabilidade do patrimônio líquido: 22.744,45% Liquidez corrente: 2,2
Rentabilidade das vendas – Peso 10
Faturamento: 43.575.048
Mede o percentual das vendas líquidas que permanecem na empresa como lucro do período, ou seja, é o percentual que restou para a empresa, depois de deduzidos todos os custos e despesas. A análise indica quanto a empresa obtém de lucro para cada R$ 100,00 vendidos.
Lucratividade por empregado – Peso 15
Rentabilidade do patrimônio líquido – Peso 35
Liquidez corrente – Peso 20
Mede a remuneração do capital investido pelos proprietários, sendo resultado da eficiência da empresa na gestão dos negócios. O cálculo da rentabilidade do patrimônio líquido permite saber quanto a administração, por meio de uso dos ativos, obteve de rendimento com a respectiva estrutura, seja esta financiada com capital próprio ou de terceiros. A rentabilidade do patrimônio líquido é utilizada como critério de desempate entre as empresas que apresentam o mesmo número de pontos no desempenho geral. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
Mede a lucratividade gerada por empregado e a contribuição média de cada um para o lucro gerado pela empresa.
Importante indicador da saúde financeira da empresa, apontando a segurança com que ela está operando no curto prazo. Quanto maior a liquidez corrente, melhor se apresenta a capacidade da empresa em financiar suas necessidades de capital de giro. Representa o quanto de recursos se dispõe no curto prazo para se liquidarem as dívidas também de curto prazo. Assim, quanto maior o valor apurado, melhor, será a solvência da empresa. Dessa forma, segundo os critérios acima definidos, “A Melhor Empresa no Espírito Santo em 2015” é a SICOOB CORRETORA DE SEGUROS. 153
RANKING | AS 100 MAIORES EMPRESAS PRIVADAS COM CONTROLE DE CAPITAL CAPIXABA
M
antendo a iniciativa dos últimos anos, o IEL elaborou o ranking das “100 Maiores Empresas Privadas de Controle de Capital Capixaba”. Este ranking é o reconhecimento às empresas que contribuíram para o desenvolvimento do Estado e para valorização das organizações essencialmente capixabas. A metodologia para a classificação se dá por ordem decrescente de receita operacional líquida. E para o enquadramento como empresa privada de controle de capital capixaba, definiram-se os seguintes critérios: 1. C ontrole acionário e origem do capital privado estadual; 2. Localização da matriz/sede fiscal no Espírito Santo; 3. E mpresa originalmente constituída no Espírito Santo; 4. Possuir unidade operacional no Espírito Santo. Ressalta-se, contudo, que o atendimento a esses critérios e a consequente definição do ranking se deram em conformidade com as informações prestadas pelas empresas no formulário eletrônico da pesquisa, sendo de seus informantes a total responsabilidade pelos dados, não cabendo ao IEL questionamentos ou apuração dos dados. Na análise dos resultados deste ranking, observou-se que as 100 Maiores Empresas Privadas com Controle de Capital Capixaba totalizaram uma receita operacional líquida de R$ 28,2 bilhões, 28,1% da ROB das 200 Maiores, e um efetivo médio de 561 trabalhadores por empresa (excluindo da contagem as empresas que não informaram o número de trabalhadores no ES), apresentando média da ROL por empregado de R$ 577 mil. Observada a distribuição das empresas entre as atividades, o setor de serviços manteve a liderança, com 39 empresas, seguido do setor industrial (31 empresas) e do setor comercial, com 30 empresas classificadas nesse grupo. O desempenho do setor de serviços segundo a receita operacional líquida foi de R$ 12,2 bilhões (43,4%). O setor de comércio registrou R$ 9,3 bilhões (32,8%) e o setor industrial apresentou entre as capixabas um total de R$ 6,7 bilhões, 23,7% do montante das 100 maiores. Dos empregos gerados, 12.819 estão no setor industrial (26,3%) e 9.300 no comercial (19,1%). O setor serviços contabilizou 26.679 empregados, 54,7% do total. Contudo, houve ausência de informações de algumas empresas, dificultando a maior precisão nesses números.
Os dados apurados indicam uma receita operacional líquida por empregado de R$ 996,1 mil no setor comercial, de R$ 522 mil no setor industrial e de R$ 459 mil no setor serviços. Para o conjunto das 100 Maiores Empresas Capixabas, esse indicador foi de R$ 577,9 mil por empregado. Comparando os resultados com os apurados em 2014, esses números revelam queda na produtividade por empregado de -8,3% entre as empresas comerciais, crescimento de 11,8% entre as empresas de serviços, bem como de 37,3% entre as empresas do setor indústria. No âmbito geral das 100 Maiores, apurou-se aumento de 13,1% nesta relação. O bom desempenho da indústria nesse indicador explica-se em parte pela queda no número de empregos no setor, de cerca de -5,3%, e pelo aumento na ROL de 30% no confronto com 2014. Na observação do conjunto das empresas que compõem esse grupo, destaca-se que 36 delas apresentaram indicadores negativos da variação da ROL. Além disso, outras 21 registraram resultado operacional líquido deficitário.
Evolução da participação setorial (%) 40 35
Nº de empresas (%) Comércio
30 25
Nº de empresas (%) Indústria
20 15 10
Nº de empresas (%) Serviços
5 0
2013
2014
2015
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
Além de ser referência quando se fala em importação e exportação, a Cisa Trading conquistou o primeiro lugar na categoria “100 maiores empresas privadas com controle de capital capixaba”. O sucesso da companhia passa pelo seu modelo de negócios diferenciado. Ele nos permite oferecer serviços customizados de gerenciamento das importações; cuidar do atendimento dos canais de venda dos clientes; realizar a gestão de pedidos e informações sobre a disponibilidade dos produtos; oferecer a melhor equação de custos e tempo de entrega; fazer a distribuição e o controle de estoque em tempo real; fornecer consultoria fiscal e tributária, além de contar com sistemas específicos de gestão de fluxos. Tudo com o objetivo de garantir o melhor serviço.” Antônio José Pargana, presidente da Cisa Trading
“ 154
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
AS 100 MAIORES EMPRESAS CAPIXABAS Segundo a receita operacional líquida (ROL) no ES - Em R$ milhares POSIÇÃO
CLASSIF. 2015
EMPRESA
SETOR
REC. OP. LÍQUIDA
VAR. ROL 15/14
EBITDA
LUCRO LÍQ. EX.
PATRIM. LÍQUIDO
RENTAB. DAS VENDAS
RENTAB. DO PL
LIQUIDEZ CORRENTE
EMPREGADOS NO ES
1
6
CISA TRADING
Serviços
3.182.500
4,92%
155
48.972
225.787
1,54%
21,69%
1,3
18
2
11
GAROTO
Indústria
1.482.932
-1,64%
64.498
35.790
41.234
2,41%
86,80%
0,9
1.969
3
13
COLUMBIA TRADING
Serviços
1.391.729
13,52%
-11.787
-19.892
5.214
-1,43%
-381,51%
0,9
4
4
14
VIX LOGÍSTICA
Serviços
1.155.485
3,50%
238.473
67.423
531.204
5,84%
12,69%
2,2
2.767
5
16
HORTIFRUTI
Comércio Varejista
1.097.190
18,95%
N/D
20.792
147.366
1,90%
14,11%
0,8
308
6
15
SERTRADING (BR)
Serviços
1.060.620
-0,06%
51.539
14.991
41.326
1,41%
36,27%
1,0
10
7
17
UNIMED VITÓRIA
Serviços
972.769
11,45%
23.180
12.591
127.754
1,29%
9,86%
1,1
2.372
8
18
FRISA FRIGORÍFICO
Indústria
942.429
23,52%
38.257
12.261
130.832
1,30%
9,37%
1,5
1.541
9
20
UNICAFÉ
Comércio Atacadista
930.638
10,36%
74.563
15.788
267.024
1,70%
5,91%
1,5
158
10
19
KURUMÁ VEÍCULOS
Comércio Varejista
898.020
-5,40%
10.923
-18.935
20.456
-2,11%
-92,56%
1,4
523
11
22
UNILIDER
Comércio Atacadista
663.616
11,45%
31.631
19.021
42.026
2,87%
45,26%
1,5
350
12
26
TRISTÃO
Comércio Atacadista
634.295
12,48%
N/D
42.286
229.953
6,67%
18,39%
1,4
N/D
13
25
CASAGRANDE
Comércio Varejista
579.376
10,12%
195.146
14.782
103.044
2,55%
14,35%
2,0
2.661
14
28
VITÓRIA DIESEL
Comércio Varejista
439.212
-32,06%
3.115
-9.353
16.788
-2,13%
-55,71%
1,2
348
15
29
EXCIM
Comércio Atacadista
424.400
-19,60%
4.138
2.233
35.311
0,53%
6,32%
1,3
190
16
30
SUPERMERCADO PERIM
Comércio Varejista
421.150
11,62%
N/D
20.794
57.108
4,94%
36,41%
1,5
N/D
17
32
COOABRIEL
Comércio Atacadista
401.783
33,02%
2.636
824
56.285
0,21%
1,46%
1,0
246
18
39
COOPEAVI
Comércio Varejista
339.319
5,79%
13.362
3.599
74.099
1,06%
4,86%
1,1
542
19
40
NICCHIO SOBRINHO CAFÉ
Comércio Atacadista
333.860
51,80%
2.007
1.392
42.150
0,42%
3,30%
1,6
84
20
35
RDG PRODUTOS SIDERÚRGICOS
Comércio Atacadista
319.690
2,59%
N/D
47.295
398.985
14,79%
11,85%
2,1
347
21
36
DUCOCO ALIMENTOS
Indústria
317.090
18,27%
N/D
-1.941
42.380
-0,61%
-4,58%
1,7
N/D
22
38
PERFILADOS RIO DOCE
Indústria
288.832
-24,11%
N/D
35.289
396.242
12,22%
8,91%
25,4
316
23
45
SAMP ES
Serviços
286.203
8,66%
14.629
10.423
28.259
3,64%
36,88%
1,5
397
24
41
ÁGUIA BRANCA
Serviços
281.432
5,01%
32.476
4.282
373.461
1,52%
1,15%
1,1
1.158
25
47
HOSPITAL EVANG. DE VILA VELHA
Serviços
278.953
-1,99%
5.870
-141
19.754
-0,05%
-0,71%
1,2
2.909
26
46
ECO101
Serviços
272.062
-6,49%
70.575
4.142
126.028
1,52%
3,29%
0,2
419
27
42
PELICANO CONSTRUÇÕES
Indústria
257.271
-4,17%
102.599
59.032
138.525
22,95%
42,61%
4,0
311
28
34
EMPRESA LUZ E FORÇA SANTA MARIA
Serviços
249.751
28,92%
N/D
25.814
149.702
10,34%
17,24%
1,4
N/D
29
49
SELITA
Indústria
236.794
-2,22%
9.476
8.198
50.466
3,46%
16,25%
1,5
419
30
51
SÃO BERNARDO SAÚDE
Serviços
230.208
1,29%
11.529
4.691
37.375
2,04%
12,55%
1,4
186
31
48
BRAMETAL
Indústria
224.285
-12,09%
50.492
47.417
187.747
21,14%
25,26%
3,2
520
32
55
UNIMED SUL CAPIXABA
Serviços
216.837
15,87%
-2.420
909
36.036
0,42%
2,52%
1,3
733
33
56
REALCAFÉ
Indústria
213.876
22,12%
30.481
22.224
95.051
10,39%
23,38%
1,1
365
34
57
BUAIZ ALIMENTOS
Indústria
204.773
-3,76%
11.301
3.832
144.446
1,87%
2,65%
1,1
405
35
60
ALCON
Indústria
191.449
41,22%
52.514
35.312
136.061
18,44%
25,95%
3,0
322
36
59
HOSPITAL MERIDIONAL
Serviços
190.359
16,73%
32.523
17.281
58.265
9,08%
29,66%
0,9
1.623
37
54
QUIMETAL
Serviços
188.607
15,03%
7.364
6.051
25.564
3,21%
23,67%
1,7
43
38
58
CONCREVIT
Indústria
186.619
1,48%
12.110
1.365
52.378
0,73%
2,61%
1,4
207
39
63
EXTRAFRUTI
Comércio Atacadista
183.953
9,50%
16.513
11.064
25.124
6,01%
44,04%
1,9
780
40
53
FIBRASA SUDESTE
Indústria
182.708
1,99%
21.644
2.801
129.181
1,53%
2,17%
1,8
308
41
37
LORENGE
Indústria
180.715
-39,98%
6.140
-33.527
223.931
-18,55%
-14,97%
2,0
345
42
66
CVC
Comércio Varejista
178.333
-39,69%
2.573
1.403
50.543
0,79%
2,78%
1,1
275
43
52
TERRA NOVA
Comércio Atacadista
171.268
-17,51%
-193
-193
5.330
-0,11%
-3,62%
1,0
4
44
71
IRMANDADE DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA
Serviços
159.493
9,59%
9.883
6.045
93.090
3,79%
6,49%
1,2
2.198
45
70
BANESTES SEGUROS
Serviços
158.225
4,32%
34.200
20.084
125.196
12,69%
16,04%
0,9
104
46
72
HOSPITAL SANTA RITA
Serviços
155.402
14,84%
9.548
9.548
156.112
6,14%
6,12%
2,9
1.596 428
47
74
VENEZA
Indústria
152.638
9,22%
8.862
2.322
22.004
1,52%
10,55%
0,7
48
75
MAFRICAL
Indústria
152.591
3,99%
N/D
5.181
9.987
3,40%
51,88%
1,5
N/D
49
64
ELKEM
Indústria
146.256
-1,19%
20.810
11.259
92.734
7,70%
12,14%
3,2
168
50
62
CEDISA
Comércio Atacadista
146.122
-17,26%
2.254
-2.385
50.114
-1,63%
-4,76%
2,9
185
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
155
RANKING | AS 100 MAIORES EMPRESAS PRIVADAS COM CONTROLE DE CAPITAL CAPIXABA
AS 100 MAIORES EMPRESAS CAPIXABAS Segundo a receita operacional líquida (ROL) no ES - Em R$ milhares POSIÇÃO
CLASSIF. 2015
51
73
TVV
Serviços
146.038
-11,62%
52
69
SAVIXX
Comércio Atacadista
144.831
-48,04%
53
80
DAMARE
Indústria
136.924
2,93%
54
77
CPVV
Serviços
134.210
55
67
MERCOCAMP
Serviços
132.996
56
84
KIFRANGO
Indústria
132.099
12,12%
57
81
COFRIL - ABAV
Indústria
127.273
58
82
SPASSU
Serviços
126.846
59
87
SUPERMERCADOS STO. ANTÔNIO
Comércio Varejista
60
94
VITÓRIA MOTORS CHRYSLER
61
98
62
156
PATRIM. LÍQUIDO
N/D
15.929
80.431
10,91%
19,80%
0,7
-1.968
-801
3.966
-0,55%
-20,20%
1,1
3
12.037
3.253
26.191
2,38%
12,42%
0,7
270
-5,57%
24.726
15.678
77.720
11,68%
20,17%
2,3
128
-11,66%
N/D
173
1.467
0,13%
11,78%
0,8
N/D
N/D
110
16.260
0,08%
0,68%
0,9
753
10,61%
3.251
1.266
23.552
0,99%
5,38%
1,9
661
12,77%
11.978
8.280
6.352
6,53%
130,34%
1,3
839
122.026
-1,41%
N/D
-2.579
8.167
-2,11%
-31,58%
1,0
940
Comércio Varejista
116.480
93,25%
2.114
-1.621
3.166
-1,39%
-51,20%
1,6
36
VITÓRIA MOTORS
Comércio Varejista
109.133
47,11%
2.965
714
8.710
0,65%
8,20%
1,2
38
96
VITÓRIA APART HOSPITAL
Serviços
106.551
12,18%
8.558
-1.976
49.110
-1,85%
-4,02%
1,0
1.232
63
92
PERFIL ALUMÍNO
Indústria
102.427
14,32%
12.360
8.006
26.606
7,82%
30,09%
1,7
311
64
100
HOSPITAL VILA VELHA
Serviços
101.522
13,23%
17.111
9.754
34.628
9,61%
28,17%
1,3
1.341
65
102
UNIMED NOROESTE CAPIXABA
Serviços
99.728
14,99%
N/D
31
10.225
0,03%
0,30%
1,0
404
66
83
VIMINAS
Indústria
99.224
-7,81%
7.734
6.194
66.821
6,24%
9,27%
2,3
388
67
95
VILA PORTO
Comércio Atacadista
96.378
25,43%
-5.682
-766
1.207
-0,80%
-63,51%
1,4
25
68
105
UNIMAR
Serviços
94.029
-6,65%
13.688
-1.165
75.506
-1,24%
-1,54%
2,2
1.467
69
108
MARBRASA
Indústria
86.754
5,57%
9.649
2.184
57.210
2,52%
3,82%
2,2
359
70
99
CLAC
Serviços
86.242
-29,31%
N/D
27
3.721
0,03%
0,72%
0,8
4
71
111
HOSPITAL METROPOLITANO
Serviços
85.817
2,74%
11.132
1.390
36.580
1,62%
3,80%
1,1
N/D
72
115
DECOLORES MÁRMORES E GRANITOS DO BRASIL
Indústria
85.726
18,90%
47.717
36.475
89.247
42,55%
40,87%
3,2
97
73
119
VIXPAR
Comércio Atacadista
81.603
N/D
N/D
88.143
191.878
108,01%
45,94%
44,5
N/D
74
117
SUPERMERCADO PORTO NOVO
Comércio Varejista
78.233
7,38%
1.072
704
4.995
0,90%
14,10%
1,1
533
75
109
METALOSA
Indústria
76.124
-0,95%
N/D
-1.139
22.340
-1,50%
-5,10%
2,2
257
76
103
RIMO MÓVEIS
Indústria
75.665
-2,84%
3.042
-417
13.724
-0,55%
-3,04%
1,5
349
77
116
MORAR CONSTRUTORA
Indústria
75.162
-13,10%
13.796
8.090
62.665
10,76%
12,91%
2,1
55
78
114
ELSONS PROD. ALIMENTÍCIOS LTDA
Comércio Atacadista
74.902
0,63%
N/D
-621
10.452
-0,83%
-5,94%
1,0
242
79
112
NUTRIAVE IND. E COMÉRCIO
Indústria
74.394
4,60%
N/D
2.547
18.696
3,42%
13,62%
0,6
474
80
113
DIAÇO
Comércio Atacadista
74.308
-15,59%
9.509
4.128
64.134
5,56%
6,44%
7,6
130
81
121
MEDSÊNIOR
Serviços
73.076
30,51%
962
801
11.080
1,10%
7,23%
0,9
124
82
120
SERDEL
Serviços
70.863
-1,93%
8.158
5.972
9.464
8,43%
63,11%
2,4
2.428
83
110
TUBOS SOLDADOS ATLÂNTICOS
Indústria
70.180
-35,29%
N/D
12.040
116.070
17,16%
10,37%
37,0
N/D
84
124
HOSPITAL DR. BENÍCIO TAVARES PEREIRA
Serviços
68.999
9,21%
N/D
1.039
2.434
1,51%
42,69%
1,4
N/D
85
118
ISH TECNOLOGIA
Serviços
66.979
-12,85%
7.369
824
13.223
1,23%
6,23%
1,1
107
86
125
MAGBAN
Indústria
65.544
34,11%
44.594
26.824
93.104
40,92%
28,81%
8,8
103
87
128
LASA
Indústria
65.184
41,44%
N/D
-7.825
126.326
-12,00%
-6,19%
1,2
867
88
133
LAND VITÓRIA
Comércio Varejista
59.652
157,02%
1.617
-1.851
3.173
-3,10%
-58,34%
1,1
25
89
131
ENGE URB
Serviços
59.027
20,51%
20.678
12.792
92.486
21,67%
13,83%
4,5
581
90
122
PANAN MÓVEIS
Indústria
58.214
-19,01%
5.477
525
7.685
0,90%
6,83%
1,4
251
91
138
SHOPPING VITÓRIA
Serviços
56.411
-1,22%
51.712
39.025
59.376
69,18%
65,72%
1,4
340
92
126
SANTA FÉ TRADING
Serviços
54.140
21,39%
2.971
2.231
4.423
4,12%
50,44%
3,4
2
93
132
ESPIRAL ENGENHARIA
Serviços
53.314
2,24%
1.605
809
20.976
1,52%
3,86%
0,8
598
94
130
UNIMED NORTE CAPIXABA
Serviços
52.814
15,73%
1.174
136
10.006
0,26%
1,36%
1,0
297
95
135
ELETROMIL
Comércio Atacadista
51.350
-6,06%
8.666
6.803
21.705
13,25%
31,34%
3,2
159
96
65
SICOOB LESTE CAPIXABA
Serviços
50.098
17,41%
36.297
65.031
246.160
129,81%
26,42%
1,0
183
97
140
SERRA AMBIENTAL
Serviços
48.002
317,15%
N/D
-1.347
21.808
-2,81%
-6,18%
1,5
N/D
98
146
UNIMED PIRAQUEAÇU
Serviços
47.790
16,37%
345
-155
13.368
-0,32%
-1,16%
1,9
67
99
147
ANDRADE STONE COMPANY
Comércio Atacadista
47.196
N/D
519
351
1.363
0,74%
25,74%
1,1
0
100
139
ATACADO SÃO PAULO
Comércio Atacadista
45.392
-0,97%
7.979
5.573
12.937
12,28%
43,08%
3,6
168
SETOR
REC. OP. LÍQUIDA
VAR. ROL 15/14
RENTAB. DAS VENDAS
LUCRO LÍQ. EX.
EMPRESA
EBITDA
RENTAB. DO PL
LIQUIDEZ CORRENTE
EMPREGADOS NO ES N/D
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
CONSOLIDAÇÃO DAS 100 MAIORES EMPRESAS PRIVADAS COM CONTROLE DE CAPITAL CAPIXABA Ranking segundo receita operacional líquida no Espírito Santo (valores em R$ milhares) SETOR/ATIVIDADE
Nº DE EMPRESAS
REC. OP. LÍQUIDA
LUCRO LÍQ. EX.
EBITDA
ATIVO TOTAL
PATRIM. LÍQUIDO
EMPREGADOS NO ES
COMÉRCIO
30
9.263.710
385.458
268.586
5.152.608
1.957.557
9.300
Comércio Atacadista
18
4.825.585
152.571
240.137
3.521.721
1.459.942
3.071
Comércio Varejista
6
2.637.294
209.580
58.092
1.020.961
394.779
4.984
Concessionária de Veículos
6
1.800.830
23.307
-29.643
609.926
102.836
1.245
INDÚSTRIA
31
6.692.152
588.842
344.949
5.950.865
2.659.697
12.819
ALIMENTOS
12
4.173.812
178.164
95.043
2.647.744
621.100
7.285
CONSTRUÇÃO
4
699.767
134.645
34.961
1.018.998
477.499
918
FAB. DE BORRACHA E MAT. PLÁSTICO
1
182.708
21.644
2.801
225.651
129.181
308
FAB. DE PRODUTOS DE METAIS
3
248.731
12.360
18.907
217.866
165.016
568
FAB. DE PROD. MINERAIS NÃO METÁLICOS
4
337.249
109.694
71.677
442.711
306.382
947
FABRICAÇÃO DE MÓVEIS
2
133.879
8.519
108
94.518
21.409
600
QUÍMICA E PETROQUÍMICA
3
402.889
73.324
38.746
626.719
355.121
1.357
SIDERURGIA E METALURGIA
2
513.117
50.492
82.707
676.658
583.989
836
SERVIÇOS
39
12.246.129
746.198
408.493
8.932.594
3.040.676
26.679
ADMIN. DE SHOPPING CENTER
1
56.411
51.712
39.025
97.554
59.376
340
ATENDIMENTO HOSPITALAR
8
1.147.096
94.625
42.940
1.005.495
449.972
10.899
COLETA, TRAT. E DIST. DE RESÍDUOS
2
107.029
20.678
11.445
180.444
114.294
581
CONCESSIONÁRIA DE RODOVIAS
1
272.062
70.575
4.142
471.223
126.028
419
ELETRICIDADE E GÁS
1
249.751
N/D
25.814
226.078
149.702
0
GESTÃO DE PORTOS E TERMINAIS
2
280.248
24.726
31.607
318.461
158.151
128
LOC. MAQ. E EQUIP. CONSTRUÇÃO
1
53.314
1.605
809
43.975
20.976
598
PLANO DE SAÚDE
8
1.979.426
49.398
29.426
889.915
274.105
4.580
SERV. DE LIMPEZA E CONSERVAÇÃO
1
70.863
8.158
5.972
16.763
9.464
2.428
SERV. FINANCEIROS E SEGUROS
2
208.324
70.496
85.115
1.280.712
371.357
287
SERV. DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÕES
7
6.096.834
50.241
52.554
2.323.774
307.504
81
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
2
193.825
19.347
9.104
71.590
19.576
946
TRANSPORTE
3
1.530.946
284.637
70.541
2.006.612
980.171
5.392
100
28.201.991
1.720.498
1.022.028
20.036.068
7.657.930
48.798
TOTAL CONSOLIDADO
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
157
RANKING RANKING DOS 10 MAIORES GRUPOS EMPRESARIAIS
N
a 20ª edição do Anuário IEL – 200 Maiores Empresas no Espírito Santo, o ranking dos 10 Maiores Grupos Empresariais no Espírito Santo foi definido de acordo com a seguinte metodologia: 1 – Duas ou mais empresas independentes, formalmente constituídas sob o mesmo controle acionário, cujo capital de origem capixaba seja superior a 50%; 2 - Ter controle acionário e origem do capital privado; 3 - A localização da matriz/sede fiscal deve ser no ES; 4 - A constituição da empresa deve ter ocorrido no ES; 5 - A empresa deve possuir unidade operacional no ES; Tais dados foram obtidos a partir das informações econômico-financeiras fornecidas pelos
158
PRODUTIVIDADE X LUCRO LÍQUIDO ANO
PRODUTIVIDADE NO BR
PRODUTIVIDADE NO ES
LUCRO LÍQ
2013
232,3
336,0
640,8
2014
282,8
316,7
731,1
2015
461,0
682,2
628,0
Variação 15/14
63,0%
115,4%
-14,1%
grupos empresariais. Dentre as informações coletadas, estabeleceu-se o patrimônio líquido como critério de definição do ranking, sendo os demais dados complementares, refletindo, dessa forma, a importância do grupo e seu impacto na economia do Estado. Ressalta-se que a falta de informações consolidadas, não disponibilizada em tempo hábil, ou outros motivos fizeram com que alguns importantes grupos empresariais no Espírito Santo não figurassem neste ranking.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
MAIORES GRUPOS - VARIAÇÃO DA ROB, PL E EMPREGADOS ANO
ROB Total
ROB ES
PL
TOTAL DE EMPREGADOS
EMPREGADOS NO ES
2013
7,2
4,7
5,6
28.288
14.261
2014
7,7
5,1
6,7
27.308
16.016
2015
13,4
9,2
7,4
28.986
13.417
Neste ano, os 10 maiores grupos empresariais somaram 79 empresas, número 19% menor que o apresentado no ano passado. Tais grupos registraram no exercício 2015 um patrimônio líquido de R$ 7,4 bi. Comparado ao ranking do ano anterior, houve expressivo aumento de 10,5%. A média do PL por empresa para o conjunto dos grupos ficou em R$ 93,6 milhões por empresa. Esse dado em 2014 foi de R$ 68,9 milhões, variação de 35,7%. Ressalta-se, contudo, que tais variações se dão num contexto de grupos e empresas que diferem daqueles que compuseram o ranking de 2015. Nesse mesmo sentido, a receita operacional bruta total apurada foi de R$ 13,4 bilhões contra R$ 7,7 bilhões registrados no ano passado, variação de 74%. Do total da ROB, os valores gerados no Espírito Santo representaram o montante de R$ 9,2 bilhões, 68,5% deste total, sendo que 4 grupos apresentaram queda na relação da ROB Total 2014/2015. Em relação ao patrimônio líquido, apenas um grupo registrou queda. Quanto ao número de empregados, somam-se 28.986 trabalhadores (todas as unidades, incluindo as fora do
Espírito Santo). Uma baixa de -7,8% em relação aos grupos participantes do Anuário em 2015. Quanto ao número de empregados no Estado o comparativo apresenta um percentual mais expressivo: -16,2%. A média de empregados por empresa ficou em 367 empregados para o total de empregos gerados. Em 2014 essa relação foi de 322 por empresa. A relação patrimônio líquido por empregado ficou em R$ 255 mil, e a ROB total por empregado, em R$ 461 mil. Em 2014 essa relação foi de R$ 247,2 mil para cada empregado. A ROB por empregado no ES ficou em R$ 682 mil, resultado 48% melhor que o registrado pelos dados totais da ROB por empregado. A relação entre o maior grupo com o 10º colocado na pesquisa revelou um patrimônio líquido 1.612% maior. Quando com 2015, essa relação foi de 2.975%. O lucro líquido do exercício 2015 dos dez Maiores Grupos somou cerca de R$ 628 milhões, número menor ao verificado em 2014 (R$ 731,1 milhões), apresentando variação de -14,1%.
OS DEZ MAIORES GRUPOS EMPRESARIAIS, SEGUNDO O PATRIMÔNIO LÍQUIDO (Valores em R$ milhares) POSIÇÃO
GRUPO
1
INCOSPAL
2
RDG AÇOS DO BRASIL
3
ÁGUIA BRANCA
4 5
N° DE EMPRESAS
MUNICÍPIO
PATRIM. LIQ.
REC. OP. BRUTA NO ES
VAR. PL 15/14
% ROB NO ES
REC. OP. BRUTA TOTAL
VAR. ROB TOTAL 15/14
TOTAL DE EMPREG. GERAL
TOTAL DE EMPREG. NO ES
LUCRO LÍQ. EXERC.
11
SERRA
2.097.955
22,32%
386.540
100,00%
386.540
-2,26%
N/D
2.824
7
SERRA
1.429.993
8,79%
767.920
98,21%
781.917
-13,08%
912
851
54.018
13
VITÓRIA
1.233.278
6,82%
1.757.528
45,45%
3.866.949
-0,74%
13.759
4.818
-152.146
SICOOB ES
9
VITÓRIA
1.040.181
27,90%
897.018
100,00%
897.018
28,57%
1.214
1.198
182.422
GRUPO BUAIZ
9
VITÓRIA
610.407
4,02%
80.022
30,43%
262.972
-6,01%
971
971
24.584
6
FRISA
6
COLATINA
251.733
-13,03%
916.164
67,29%
1.361.516
26,56%
3.270
1.877
36.150
7
CISA TRADING
7
VITÓRIA
225.787
6,80%
4.142.301
100,00%
4.142.301
7,34%
286
18
48.972
8
PELICANO CONSTRUÇÕES
4
SERRA
224.663
22,40%
47.500
13,90%
341.727
0,78%
1.812
311
71.011
9
HORTIGIL HORTIFRUTI
4
CARIACICA
147.366
86,04%
19.948
1,71%
1.166.557
20,05%
6.452
308
20.792
10
GRUPO ANDRADE
9
SERRA
130.128
9,76%
137.484
90,00%
152.760
64,78%
310
241
27.614
7.391.490
-
9.152.426
-
13.360.255
-
28.986
13.417
627.954
TOTAL
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
79
314.537
159
RANKING ANÁLISE IDEIES
EGIDIO MALANQUINI
é diretor para Assuntos do Ideies
As 200 maiores em foco A edição das “200 Maiores Empresas do Espírito Santo” contempla, pelo quarto ano consecutivo, a análise do Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo – Ideies referente à distribuição da quantidade de empresas e das respectivas receitas operacionais brutas pelas regionais do Sistema Findes, com a Região Metropolitana da Grande Vitória concentrando o maior número de empresas (144), correspondendo a 86,1% da receita total. Quanto à concentração na Região Metropolitana da Grande Vitória, vale ressaltar, mais uma vez, que uma das principais prioridades do Sistema Findes é a interiorização do desenvolvimento, razão pela qual instituiu 15 diretorias regionais que atuam no sentido de buscar novos investimentos industriais que permitam um crescimento econômico mais equilibrado no Espírito Santo. Também é analisado o peso relativo das 20 maiores empresas quanto à receita operacional bruta (ROB) e à quantidade de empregados no total das 200 maiores empresas no Estado e das
162
20 maiores dos setores industrial, comercial e de serviços. O estudo traz também a participação do total de empregos do ranking das 200 maiores empresas em relação aos empregos no Espírito Santo apurados na Rais/MTE. A edição de 2016 destaca que a receita operacional bruta das 20 maiores empresas em 2015 representa 73,7% do total da receita das 200 maiores e que a quantidade de empregos corresponde a 34,2% do total de empregos do ranking geral. A análise apresenta ainda os resultados da pesquisa de clima realizada com as 200 maiores empresas desta edição, obtendo respostas de 158 empresas. O objetivo da consulta foi avaliar o potencial do Espírito Santo e o clima dos empresários capixabas em relação à economia em diversos aspectos, sendo alguns deles comparados aos resultados apresentados na pesquisa de clima feita no ano anterior. Por último, agradeço a Doria Porto, diretor executivo do Ideies, e a toda equipe da Gerência Executiva de Economia Criativa do Sesi/Senai/ES pelo estudo realizado para esta edição das “200 Maiores Empresas no Espírito Santo”. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
200 maiores empresas sob o ponto de vista das diretorias regionais da Findes
A
Federação das Indústrias do Espírito Santo conta com 15 regionais e núcleos localizados em municípios estratégicos, do ponto de vista industrial, que oferecem a estrutura necessária para atender os sindicados produtivos e suas principais demandas. Considerando a divisão territorial do Espírito Santo, a região metropolitana é composta pelas diretorias de Vitória, de Serra, de Vila Velha e de Cariacica e Viana. O sul do Estado compreende as regionais de Anchieta, de Cachoeiro
de Itapemirim, de Venda Nova do Imigrante e de Guaçuí, enquanto integram o norte as regionais de Aracruz, de Colatina, de Linhares, de São Mateus, de Nova Venécia, de Barra de São Francisco e de Santa Maria de Jetibá. Das 200 maiores empresas no Espírito Santo em 2015, 144 se localizam nos municípios da Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV), número um pouco inferior ao registrado em 2014 (145). A cidade de Vitória concentra 54 empresas que juntas respondem por 57,2% da ROB
Diretorias regionais da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo
| Figura 1
Diretoria de Vitória Diretoria de Linhares e Região Diretoria de Colatina e Região Diretoria de Aracruz e Região Diretoria de Anchieta e Região Diretoria de Cachoeiro de Itapemirim e Região Núcleo de Venda Nova do Imigrante e Região Núcleo de São Mateus e Região Núcleo de Nova Venécia e Região Núcleo de Sta. M. de Jetibá e Região Núcleo de Barra de São Francisco e Região Núcleo de Guaçuí e Região Diretoria de Cariacica e Viana Diretoria de Vila Velha Diretoria de Serra
Atualizado em 11 de novembro de 2014
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
163
RANKING Foto: Sagrilo
ANÁLISE IDEIES
Quantidade e participação (%) das maiores empresas por setor econômico Serviço
Comércio
| Gráfico 1
Indústria
Indústria 67 33% Serviço 89 45%
gerada pelas 200 maiores. Em seguida, Serra conta com 48 empresas que produziram, de ROB, R$ 12.99 bilhões (12,9% do total). No agregado, os municípios da RMGV reúnem mais de 70% das 200 maiores empresas, que respondem por 86,1% da ROB (tabela 1). No interior do Estado, destacam-se as concentrações de empresas em Linhares e região (17 empresas), Colatina e região (13 empresas) e Cachoeiro de Itapemirim e região (12 empresas). Interessante notar que com cinco empresas, entre as 200 maiores, Aracruz e região responde por 4,3% da ROB – a maior participação do interior (tabela 1). Em relação às atividades econômicas, o setor de serviços manteve o número de empresas do ano passado, 89, que correspondem a 45% do total. A indústria é responsável por 33% das maiores empresas, e o comércio, por 22%. Quando se analisa a participação de cada setor na ROB, a indústria responde por mais da metade (55%) do valor total; serviços, por 27%; e comércio, por 18% da ROB (gráficos 1 e 2). 164
Comércio 44 22%
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
Valor (R$ bilhões) e participação (%) da receita operacional bruta por setor econômico Serviço
Comércio
| Gráfico 2
Indústria
Indústria 55,8 55%
Serviço 27,0 27% Comércio 17,7 18%
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
Distribuição das 200 maiores empresas segundo os municípios que pertencem às diretorias e núcleos regionais da Findes DIRETORIAS REGIONAIS DA FINDES E MUNICÍPIOS
GERAL
| Tabela 1
INDÚSTRIA
COMÉRCIO
SERVIÇO
Nº EMPRESAS
ROB*
Nº EMPRESAS
ROB*
Nº EMPRESAS
ROB*
Nº EMPRESAS
ROB*
Diretoria de Vitória
54
57.493
10
27.561
11
8.377
33
21.555
Vitória
54
57.493
10
27.561
11
8.377
33
21.555
Diretoria de Linhares e região
17
3.991
13
3.022
1
651
3
317
Linhares
17
3.991
13
3.022
1
651
3
317
Rio Bananal
-
-
-
-
-
-
-
-
Sooretama
-
-
-
-
-
-
-
-
Diretoria de Colatina e região
13
3.071
5
1.363
3
802
5
905
Baixo Guandu
-
-
-
-
-
-
-
-
Colatina
11
2.508
5
1.363
2
372
4
772
Governador Lindenberg
-
-
-
-
-
-
-
-
Marilândia
-
-
-
-
-
-
-
-
Pancas
-
-
-
-
-
-
-
-
São Domingos do Norte
-
-
-
-
-
-
-
-
São Gabriel da Palha
2
563
-
-
1
430
1
133
São Roque do Canaã
-
-
-
-
-
-
-
-
Vila Valério
-
-
-
-
-
-
-
-
Diretoria de Aracruz e região Aracruz Fundão
5 5 -
4.363 4.363 -
1 1 -
4.012 4.012 -
-
-
4 4 -
351 351 -
Ibiraçu
-
-
-
-
-
-
-
-
João Neiva
-
-
-
-
-
-
-
-
Diretoria de Anchieta e região
2
181
-
-
1
134
1
47
Alfredo Chaves
1
47
-
-
-
-
1
47
Anchieta
-
-
-
-
-
-
-
-
Guarapari
1
134
-
-
1
134
-
-
Iconha
-
-
-
-
-
-
-
-
Piúma
-
-
-
-
-
-
-
-
Diretoria de Cachoeiro de Itapemirim e região
12
1.223
9
795
-
-
3
427
Atílio Vivácqua
1
140
1
140
-
-
-
-
Cachoeiro de Itapemirim
8
970
5
543
-
-
3
427
Castelo
1
26
1
26
-
-
-
-
Itapemirim
1
50
1
50
-
-
-
-
Jerônimo Monteiro
-
-
-
-
-
-
-
-
Marataízes
-
-
-
-
-
-
-
-
Mimoso do Sul
-
-
-
-
-
-
-
-
Muqui
-
-
-
-
-
-
-
-
Presidente Kennedy
-
-
-
-
-
-
-
-
Rio Novo do Sul
1
36
1
36
-
-
-
-
Vargem Alta
-
-
-
-
-
-
-
-
Núcleo de Venda Nova do Imigrante e região
1
152
-
-
-
-
1
152
Afonso Cláudio
-
-
-
-
-
-
-
-
Brejetuba
-
-
-
-
-
-
-
-
Conceição do Castelo
-
-
-
-
-
-
-
-
Domingos Martins
-
-
-
-
-
-
-
-
Ibatiba
-
-
-
-
-
-
-
-
Irupi
-
-
-
-
-
-
-
-
Iúna
-
-
-
-
-
-
-
-
Marechal Floriano
-
-
-
-
-
-
-
-
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
165
RANKING Distribuição das 200 maiores empresas segundo às diretorias e núcleos regionais da Findes DIRETORIAS REGIONAIS DA FINDES E MUNICÍPIOS
GERAL Nº EMPRESAS
INDÚSTRIA ROB*
Nº EMPRESAS
| Tabela 1
COMÉRCIO ROB*
Nº EMPRESAS
SERVIÇO ROB*
Nº EMPRESAS
ROB*
Muniz Freire
-
-
-
-
-
-
-
-
Venda Nova do Imigrante
1
152
-
-
-
-
1
152
Núcleo de São Mateus e região
1
199
1
199
-
-
-
-
Conceição da Barra
1
199
1
199
-
-
-
-
Jaguaré
-
-
-
-
-
-
-
-
Pedro Canário
-
-
-
-
-
-
-
-
São Mateus
-
-
-
-
-
-
-
-
Núcleo de Nova Venécia e região
2
298
2
298
-
-
-
-
Boa Esperança
-
-
-
-
-
-
-
-
Montanha
1
142
1
142
-
-
-
-
Mucurici
-
-
-
-
-
-
-
-
Nova Venécia
1
156
1
156
-
-
-
-
Pinheiros
-
-
-
-
-
-
-
-
Ponto Belo
-
-
-
-
-
-
-
-
Vila Pavão
-
-
-
-
-
-
-
-
Núcleo de Santa Maria de Jetibá e região
3
472
1
14
1
351
1
106
Itaguaçu Itarana Laranja da Terra
1 -
14 -
1 -
14 -
-
-
-
-
Santa Leopoldina
-
-
-
-
-
-
-
-
Santa Maria de Jetibá
2
458
-
-
1
351
1
106
Santa Teresa
-
-
-
-
-
-
-
-
Núcleo de Barra de São Francisco e região
-
-
-
-
-
-
-
-
Água Doce do Norte
-
-
-
-
-
-
-
-
Águia Branca
-
-
-
-
-
-
-
-
Barra de São Francisco
-
-
-
-
-
-
-
-
Ecoporanga
-
-
-
-
-
-
-
-
Alto Rio Novo
Mantenópolis
-
-
-
-
-
-
-
-
Núcleo de Guaçuí e região
-
-
-
-
-
-
-
-
Alegre
-
-
-
-
-
-
-
-
Apiacá
-
-
-
-
-
-
-
-
Bom Jesus do Norte
-
-
-
-
-
-
-
-
Divino de São Lourenço
-
-
-
-
-
-
-
-
Dores do Rio Preto
-
-
-
-
-
-
-
-
Guaçuí
-
-
-
-
-
-
-
-
Ibitirama
-
-
-
-
-
-
-
-
São José do Calçado
-
-
-
-
-
-
-
-
Diretoria de Cariacica e Viana
27
10.865
9
7.282
11
2.868
7
715
Cariacica
18
3.186
3
377
8
2.093
7
715
Viana
9
7.679
6
6.905
3
774
-
-
Diretoria de Vila Velha
15
5.164
2
2.743
3
1.535
10
886
Vila Velha
15
5.164
2
2.743
3
1.535
10
886
Diretoria de Serra
48
12.959
14
8.484
13
2.956
21
1.518
Serra
48
12.959
14
8.484
13
2.956
21
1.518
-
-
-
-
-
-
-
100.429
67
55.774
44
17.675
89
26.980
Espírito Santo
200
*Receita Operacional Bruta em R$ milhões Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas do Espírito Santo Elaboração: Ideies/Sistema Findes
166
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
Empresas e receita operacional bruta (ROB) da indústria por diretoria da Findes Diretorias e Núcleos
Indústria Entre as 200 maiores empresas do Espírito Santo, 67 são do setor industrial, com 52% delas se localizando na RMGV e as outras 48% em municípios do interior. A ROB gerada pelas indústrias totalizou R$ 55,77 bilhões, e 82,6% deste total estão concentrados nas cidades da RMGV (tabela 2). Em número de indústrias, as diretorias de Serra e Linhares e região são as que centralizam a maior quantidade, 14 na primeira e 13 na segunda. Entretanto, quase 50% de toda a ROB gerada pelo setor industrial é responsabilidade das 10 indústrias localizadas em Vitória (tabela 2). Nas diretorias do interior, destacam-se, além de Linhares e região, Cachoeiro de Itapemirim e região, com 9 indústrias; e Colatina e região, com 5. No que se refere à ROB, Aracruz com uma única indústria gerou R$ 4,0 bilhões, o que representa 7,2% de toda a ROB industrial (tabela 2). ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
| Tabela 2
EMPRESAS QTD
%
ROB R$ MILHÕES
%
Região Metropolitana da Grande Vitória Diretoria de Vitória
10
14,9
27.561
49,4
Diretoria de Cariacica e Viana
9
13,4
7.282
13,1
Diretoria de Vila Velha
2
3,0
2.743
4,9
14
20,9
8.484
15,2
Diretoria de Serra
Interior Diretoria de Linhares e região
13
19,4
3.022
5,4
Diretoria de Colatina e região
5
7,5
1.363
2,4
Diretoria de Aracruz e região
1
1,5
4.012
7,2
Diretoria de Anchieta e região
-
-
-
-
Diretoria de Cachoeiro de Itapemirim e região
9
13,4
795
1,4
Núcleo de Venda Nova do Imigrante e região
-
-
-
-
Núcleo de São Mateus e região
1
1,5
199
0,4
Núcleo de Nova Venécia e região
2
3,0
298
0,5
Núcleo de Santa Maria de Jetibá e região
1
1,5
14
0,0
Núcleo de Barra de São Francisco e região
-
-
-
-
Núcleo de Guaçuí e região
-
-
-
-
Total
67
100,0
55.774
100,0
Fonte: IEL - Pesquisa 200 Maiores Empresas do ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
167
RANKING Empresas e receita operacional bruta (ROB) do setor de comércio por municípios que pertencem às diretorias da Findes Diretorias e Núcleos
| Tabela 3
EMPRESAS QTD
ROB
%
R$ MILHÕES
%
Região Metropolitana da Grande Vitória Diretoria de Vitória
11
25,0
8.377
47,4
Diretoria de Cariacica e Viana
11
25,0
2.868
16,2
Diretoria de Vila Velha
3
6,8
1.535
8,7
Diretoria de Serra
13
29,5
2.956
16,7
Interior Diretoria de Linhares e região
1
2,3
651
3,7
Diretoria de Colatina e região
3
6,8
802
4,5
Diretoria de Aracruz e região
-
-
-
-
Diretoria de Anchieta e região
1
2,3
134
0,8
Diretoria de Cachoeiro de Itapemirim e região
-
-
-
-
Núcleo de Venda Nova do Imigrante e região
-
-
-
-
Núcleo de São Mateus e região
-
-
-
-
Núcleo de Nova Venécia e região
-
-
-
-
Núcleo de Santa Maria de Jetibá e região
1
2,3
351
2,0
Núcleo de Barra de São Francisco e região
-
-
-
-
Núcleo de Guaçuí e região
-
-
-
-
-
-
-
Total
44
100,0
17.675
100,0
Diretoria de Vitória
33
37,1
21.555
79,9
Diretoria de Cariacica e Viana
7
7,9
715
2,7
Diretoria de Vila Velha
10
11,2
886
3,3
21
23,6
1.518
5,6
As empresas do comércio totalizam 44 entre as 200 maiores, com a maior parte delas (38 empresas) localizada na RMGV. Juntas, as empresas comerciárias faturaram R$ 17,67 bilhões de ROB. Os municípios de Serra, Vitória e Cariacica e Viana concentram, respectivamente, 13, 11 e 11 empresas do setor, que geraram de ROB, na devida ordem, R$ 2,96 bilhões, R$ 8,38 bilhões e 2,87 bilhões (tabela 3). No interior do Espírito Santo, Colatina e região possui 3 empresas; Linhares e região, Anchieta e região e Santa Maria de Jetibá e região têm, cada uma, 1 empresa do comércio entre as 200 maiores. Essas 6 empresas do interior contribuíram com R$ 1,94 bilhão de ROB (tabela 3).
Serviço
Empresas e receita operacional bruta (ROB) do setor de serviço por municípios que pertencem às diretorias da Findes Diretorias e Núcleos
| Tabela 4
EMPRESAS QTD
ROB
%
R$ MILHÕES
%
Região Metropolitana da Grande Vitória
Diretoria de Serra
Interior Diretoria de Linhares e região
3
3,4
317
1,2
Diretoria de Colatina e região
5
5,6
905
3,4
Diretoria de Aracruz e região
4
4,5
351
1,3
Diretoria de Anchieta e região
1
1,1
47
0,2
Diretoria de Cachoeiro de Itapemirim e região
3
3,4
427
1,6
Núcleo de Venda Nova do Imigrante e região
1
1,1
152
0,6
Núcleo de São Mateus e região
-
-
-
-
Núcleo de Nova Venécia e região
-
-
-
-
Núcleo de Santa Maria de Jetibá e região
1
1,1
106
0,4
Núcleo de Barra de São Francisco e região
-
-
-
-
Núcleo de Guaçuí e região
-
-
-
-
-
-
-
-
89
100,0
26.980
100,0
Total Fonte: IEL - Pesquisa 200 Maiores Empresas do ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
168
Comércio
Em relação ao número de empresas, o setor de serviços é o mais representativo: são 89 empresas, com 71 na RMGV e 18 nos municípios do interior do Estado. A ROB contabilizada por essas empresas totalizou R$ 26,98 bilhões, sendo que 80% dessa receita está localizada em Vitória. A concentração das empresas de serviços na RMGV é explicada pela característica do setor de se localizar próximo ao mercado consumidor (tabela 4). Entre os municípios do interior, destacam-se Colatina e região, com 5 empresas; Aracruz e região, com 4; Linhares e região e Cachoeiro e região, com 3 empresas cada (tabela 4). ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
Empregos das 200 maiores empresas no Espírito Santo em relação aos empregos da economia capixaba
A
s 200 maiores empresas no Espírito Santo empregaram 9,8% (91.360) do total de trabalhadores do Estado (933.650), de acordo com levantamentos realizados com base na Rais/MTE de 2014 e na pesquisa “200 Maiores Empresas no ES em 2015 – edição 2016”. Essa participação não variou muito nas últimas quatro edições da revista, sendo 10,5% em 2014, 11% em 2013 e 10% em 2012, conforme a Rais de 2014, 2013 e 2012 e os estudos das 200 maiores empresas de 2015 e desses anos, respectivamente (ver gráfico 3). Ressalta-se que algumas empresas não forneceram essa informação, sendo 30 em 2015, 26 em 2014, 22 em 2013, e 31 em 2012. Na análise do total de empregos gerados pelas 200 maiores empresas em 2015 e do total de empregos do Espírito Santo (Rais/MTE 2014), por setor, verificou-se
Evolução da participação do número de empregados do ranking das maiores empresas respondentes em relação ao total de empregados da economia capixaba
| Gráfico 3
que as empresas industriais do ranking abrangeram 19,9% da soma de empregos da indústria estadual. Os postos de trabalho ofertados pelas empresas comerciais classificadas no estudo representaram 5,9% do total desse setor no Estado, enquanto as empresas do setor serviço contribuíram com 7,5% dos empregos desse setor no Espírito Santo. Considerando os últimos quatro anos, percebe-se que a participação dos setores industrial e de serviços, em seus respectivos setores no Estado, decresceu em 2015, ao passo que a participação do setor comercial aumentou (ver gráfico 4).
Evolução da participação do número de empregados do ranking de empresas respondentes em relação ao total de empregados da economia capixaba por setores 169 empresas em 2012
178 empresas em 2013
174 empresas em 2014
170 empresas em 2015
22,5%
19,9%
22,3%
Empregados da economia capixaba 169 empregados em 2012, 178 em 2013, 174 em 2014, e 170 em 2015
10%
| Gráfico 4
Industriais
17,7%
11% 5,9% 90%
2012
89% 6,7%
2013
4,9%
6,2%
Comerciais
9,8%
10,5%
7,5% 8,1% 8,4%
89,5% 2014
90,2%
Serviços
2015
Fonte: IEL - Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES e Rais/MTE 2012, 2013 e 2014 Elaboração: Ideies/Sistema Findes
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
8,3%
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES e Rais/MTE 2012, 2013 e 2014. Elaboração: Ideies/Sistema Findes
169
RANKING
Participação setorial das 20 maiores em relação às 200 maiores empresas no Espírito Santo Esta análise do “Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo” tem o objetivo de destacar a participação das 20 maiores empresas do ranking no total das 200 maiores empresas no Espírito Santo e a participação das 20
maiores empresas dos setores industrial, comercial e de serviço, no que se refere à receita operacional bruta e ao pessoal empregado, variáveis de suma importância na avaliação do conjuntura econômica.
Quantidade e participação (%) das empresas por setor no Ranking das 200 Maiores Empresas no ES e das 20 Maiores Empresas
| Tabela 5
200 MAIORES EMPRESAS 2012
SETOR
2013
20 MAIORES EMPRESAS
2014
2015
2012
2013
2014
2015
QUANT. PARTIC. QUANT. PARTIC. QUANT. PARTIC. QUANT. PARTIC. QUANT. PARTIC. PARTIC. PARTIC. PARTIC. PARTIC. PARTIC. PARTIC. ROB QUANT. ROB QUANT. ROB QUANT. EMPR. (%) EMPR. (%) EMPR. (%) EMPR. (%) EMPR. (%) NA(%) EMPR. (%) NA(%) EMPR. (%) NA(%) EMPR. (%) Indústria 59 29,5 57 28,5 63 31,5 67 33,5 7 35,0 59,0 8 40,0 72,6 7 35,0 65,3 7 35,0
PARTIC. NA ROB (%) 60,9
Comércio
54
27,0
49
24,5
48
24,0
44
22,0
3
15,0
10,7
3
15,0
4,6
2
10,0
6,4
5
25,0
Serviços
87
43,5
94
47,0
89
44,5
89
44,5
10
50,0
30,3
9
45,0
22,8
11
55,0
28,3
8
40,0
26,0
Total
200
100,0
200
100,0
200
100,00
200
100,00
20
100,0
100,0
20
100,0
100,0
20
100,00
100,0
20
100,00
100,0
20 maiores empresas do ranking geral Receita operacional bruta As 20 maiores empresas do ranking das 200 maiores empresas no Espírito Santo abarcaram uma parcela significativa do total da receita operacional bruta (ROB), correspondendo a 73,7% em 2015, percentual inferior ao de 2014 (74,2%) e ao de 2013 (75,9%), mas superior ao de 2012 (69,5%). Em 2015, as outras 180 empresas ficaram com os 26,3% restantes, contra 25,8% em 2014, 24,1% em 2013 e 30,5% em 2012 (ver gráfico 5). A maior parte da ROB das 20 maiores empresas no Espírito Santo em 2015 pertenceu, mais uma vez, ao setor industrial (60,9%), porém com uma participação menor que em 2014 (65,3%) e 2013 (72,6%) e levemente superior a 2012 (59%). O setor de serviços participou com 26% do total da receita bruta em 2015 (inferior aos 28,3% de 2014 e aos 30,3% de 2012, mas superior aos 22,8% de 2013). E o setor comercial abrangeu 13,1% da receita bruta das 20 maiores em 2015, bem superior ao percentual de 2014 (6,4%), ao de 2013 (4,6%) e aos 10,7% de 2012 (ver tabela 5). As 20 maiores empresas em 2015 estão divididas entre os setores industrial (7 empresas ou 35%), comercial (5 empresas ou 25%) e 170
Evolução da participação da ROB das 20 maiores empresas no total da ROB das 200 maiores empresas no Espírito Santo (%)
13,2
| Gráfico 5
20 maiores empresas 180 empresas 69,5 30,5
2012
75,9
74,2
73,7
24,1
25,8
26,3
2013
2014
2015
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
de serviços (8 empresas ou 40%). Vale destacar que em relação ao ano anterior, o setor industrial permaneceu com o mesmo número de empresas, e o setor de serviços perdeu três empresas entre as 20 maiores, que foram absorvidas pelo setor comercial. Pessoal empregado As 20 empresas com maiores receitas no ranking das 200 maiores empresas em 2015 não foram ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
as que concentraram a maioria dos empregos. Enquanto a participação na receita bruta foi de 73,7%, o total de postos de trabalho ofertados por elas correspondeu a 34,2% do total de empregos do ranking geral, contudo, esse percentual é superior aos dos três anos anteriores. Como 170 empresas do ranking forneceram dados de pessoal empregado, significa que as demais empresas classificadas (150) ofertaram os 65,8% dos empregos apurados nas 200 maiores empresas. Em 2014 a participação das 20 maiores empresas (4 não forneceram a informação) no total de empregos do ranking foi de 32,5%, tendo em vista que 174 empresas do ranking informaram pessoal empregado. Em 2013, a participação das 18 maiores empresas (2 não forneceram a informação) na soma de postos de trabalho do ranking foi de 30,9%, considerando que 178 das 200 informaram postos de trabalho. E em 2012 a participação das 18 maiores empresas (2 também não cederam os dados) foi de 28,9%, tendo em vista as 169 empresas informantes dentre as 200 (ver gráfico 6).
Evolução da participação do número de empregados do ranking das maiores empresas respondentes em 2012, 2013, 2014 e 2015 (%) 18 maiores empresas em 2012, 18 em 2013, 16 em 2014 e 20 em 2015
| Gráfico 6
20 maiores empresas industriais
94,1%
2015 2014
8,5%
95,5%
5,9% 4,5% 6,3%
32,5% 30,9%
| Gráfico 7
39 empresas industriais em 2012, 37 em 2013, 43 em 2014 e 47 em 2015
93,7% 34,2%
28,9%
Evolução da participação da receita operacional bruta (ROB) das 20 maiores empresas industriais no total da ROB das empresas industriais: 59 em 2012, 57 em 2013, 63 em 2014 e 67 em 2015 (%)
91,5%
67,5% 69,1%
Receita operacional bruta Em 2015, as 20 maiores empresas industriais totalizaram 91,5% da receita operacional bruta (ROB) das 67 indústrias contempladas nas 200 maiores empresas no Espírito Santo em 2015, o que indica que as demais empresas industriais constantes do estudo (47) perfizeram apenas 8,5%. Em 2014 a participação da ROB das 20 maiores indústrias no total de indústrias do ranking (63) foi de 94,1%. Em 2013 essa participação foi de 95,5% (de 57 indústrias) e em 2012 foi de 93,7% (de 59 indústrias), o que mostra que a participação em 2015 foi a menor dos últimos quatro anos (ver gráfico 7).
151 empresas em 2012, 160 em 2013, 158 em 2014 e 150 em 2015
65,8%
71,1%
INDÚSTRIA
2015
2014
2013
2012 Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
2013 2012
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
20 maiores empresas no Espírito Santo A soma das receitas das 20 maiores empresas de cada um dos três setores (indústria, comércio e serviços), ou seja, de 60 empresas, representa 88,8% da receita total das 200 maiores empresas no ES, restando às outras 120 empresas uma participação de 11,2%. Assim, as 20 maiores de cada setor serão analisadas a seguir. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
Em relação à ROB total das 200 maiores empresas no Espírito Santo em 2015, a participação das 20 maiores empresas industriais equivaleu a 50,8%, deixando os 49,2% restantes para serem distribuídos entre comércio, serviços e as demais indústrias classificadas entre as 200 maiores empresas. Nos dois anos anteriores, as 20 maiores empresas industriais compuseram um percentual maior da receita das 200 maiores (53,6% em 2014 e 60,3% em 2013). Já em 2012, essa participação foi menor (46,8%). Ver gráfico 8. 171
RANKING
50,8% Participação da receita das 20 maiores indústrias na receita total das 200 maiores empresas
Evolução da participação da receita operacional bruta (ROB) das 20 maiores empresas industriais no total da ROB das 200 maiores empresas no ES em 2012, 2013, 2014 e 2015 20 maiores empresas industriais
180 empresas
50,8% 46,4% 53,6% 60,3% 53,2%
| Gráfico 8
49,2%
39,7% 2015
46,8% 2014
A participação dessas 17 maiores empresas industriais no total de empregos das 170 empresas do ranking das 200 maiores empresas que forneceram essa informação em 2015 foi de 31,0%. A maioria dos empregos, 69,0%, foi absorvida pelos setores comercial e de serviços e pelas demais empresas industriais classificadas entre as 170 empresas que responderam o total de empregados (ver gráfico 10).
Participação do número de empregados das 17 maiores empresas industriais no total de empregados das 170 empresas respondentes do ranking de 2015
2013
| Gráfico 10
17 maiores empresas industriais 31,0%
2012 Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
Pessoal empregado Das 20 maiores empresas industriais em 2015, de acordo com a receita operacional bruta, 17 forneceram o dado de pessoal empregado, e das 67 indústrias do ranking das 200 maiores, 59 concederam essa informação. Assim, a participação das 17 maiores indústrias no total de empregados das 59 indústrias contempladas no ranking das 200 maiores empresas foi de 72,9%, o que significa que as demais empresas industriais que forneceram a informação (42) perfizeram 27,1% de participação (ver gráfico 9).
Participação do número de empregados das 17 maiores empresas industriais no total de empregados das 59 empresas industriais respondentes do ranking de 2015 17 maiores empresas industriais
72,9%
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
172
| Gráfico 9
42 empresas industriais
27,1%
153 empresas 69,0% Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
COMÉRCIO Receita operacional bruta Em 2015, as 20 maiores empresas do setor comercial participaram com 90,4% da receita operacional bruta das 44 empresas comerciais contempladas nas 200 maiores empresas, sinalizando que as empresas restantes (24) participaram com 9,6%. Em 2014 a receita das 20 maiores de comércio representou 86,8% da receita das 48 empresas comerciais no ranking. Em 2013 a participação da receita das 20 maiores do setor foi de 84%, considerando as 49 empresas comerciais do ranking, e em 2012 foi de 86%, sobre as 54 empresas comerciais listadas. Isso mostra que a participação das 20 maiores de comércio no total do setor em 2015 foi a maior dos últimos quatro anos (ver gráfico 11). Quanto à receita das 200 maiores empresas no Espírito Santo, as 20 maiores empresas ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
Evolução da participação da receita operacional bruta (ROB) das 20 maiores empresas comerciais no total da ROB das empresas comerciais: 54 em 2012, 49 em 2013, 48 em 2014, 44 em 2015 (%) 20 maiores empresas comerciais
| Gráfico 11
34 empresas comerciais em 2012, 29 em 2013, 28 em 2014 e 24 em 2015
14,0
do setor comercial participaram com 15,9%, ficando a maioria da receita (84,1%) distribuída entre indústria, serviços e as demais empresas do setor comercial classificadas entre as 200 maiores empresas. Dessa forma, a participação das 20 maiores empresas comerciais na receita total de 2015 foi superior à das 20 maiores empresas comerciais contempladas no ranking de 2014 (12,5%) e de 2013 (10,4%), mas inferior à de 2012 (17,1%). Ver gráfico 12.
86,0
Evolução da participação da receita operacional bruta (ROB) das 20 maiores empresas comerciais no total da ROB das 200 maiores empresas no ES em 2012, 2013, 2014 e 2015 (%)
2012 16,0
84,0
20 maiores empresas industriais
| Gráfico 12
180 empresas
84,1
2013 87,5 89,6
13,2
15,9 2015
12,5
82,9
10,4 2013
17,1
2014
2012 86,8 Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
2014 9,6
90,4 2015 Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
Pessoal empregado Na análise das 20 maiores empresas do setor comercial, observa-se que 18 ofereceram postos de trabalho e, das 44 empresas comerciais contidas no ranking das 200 maiores de 2015, essa informação foi fornecida por 40 delas. Assim, a participação das 18 no total de empregos das 40 empresas foi de 70,5%, o que significa que as demais empresas que cederam essa informação (22) totalizaram 29,5% dos empregos do setor (ver gráfico 13).
15,9% Participação da receita das 20 maiores empresas de comércio na receita total das 200 maiores empresas
173
RANKING Participação do número de empregados das 18 maiores empresas comerciais no total de empregados das 40 empresas comerciais respondentes do ranking de 2015 18 maiores empresas de comércio
70,5
| Gráfico 13
22 empresas de comércio
29,5
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
Essas 18 empresas participaram ainda com apenas 8,2% do total de empregos das 170 empresas do ranking das 200 maiores empresas no Espírito Santo em 2015, que são as que forneceram essa informação. A grande maioria dos empregos, 91,8%, foi absorvida pelos setores industrial e de serviço e pelo restante das empresas do setor comercial classificadas (ver gráfico 14).
Participação do número de empregados das 18 maiores empresas comerciais no total de empregados das 170 empresas respondentes do ranking de 2015 18 maiores empresas de comércio
operacional bruta das empresas do setor serviço classificadas nas 200 maiores empresas em 2015 foi de 82,4%. Como esse setor foi contemplado com 89 empresas no estudo, as outras 69 empresas participaram com apenas 17,6%. Em 2014 esse setor também foi representado por 89 empresas no ranking, e a participação das 20 maiores de serviços sobre esse total foi de 83,1%. Já em 2013, a participação das 20 maiores de serviços sobre as 94 empresas de serviços constantes no anuário foi de 80,1% e em 2012 as 20 maiores participaram com 81,7%, considerando as 87 empresas listadas no ranking. Essa análise mostra que, embora variem os números de empresas contempladas nos estudos desses anos, a participação das 20 maiores do setor apresenta pouca oscilação (ver gráfico 15).
Evolução da participação da receita operacional bruta (ROB) das 20 maiores empresas de serviços | Gráfico 15 no total da ROB das empresas de serviços: 87 em 2012, 94 em 2013, e 89 em 2014 e 2015 20 maiores empresas de serviços
67 empresas de serviços em 2012, 74 em 2013, e 69 em 2014 e 2015
82,4%
| Gráfico 14
83,1% 80,1% 81,7%
152 empresas
16,9% 19,9%
18,3%
17,6% 2015
2014
2013
2012 8,2% Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
91,8%
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
SERVIÇO Receita operacional bruta Em 2015, a participação das 20 maiores empresas de serviço no total da receita 174
Em relação à receita operacional bruta das 200 maiores empresas no Espírito Santo em 2015, a participação das 20 maiores empresas do setor de serviços foi de 22,1%, ficando 77,9% divididos entre empresas industriais, comerciais e as demais empresas de serviços que se classificaram. A participação das 20 maiores de serviços em 2014 foi de 23,8% e, em 2013, as 20 maiores do setor de serviços tiveram uma menor participação na receita total do ranking das 200 maiores empresas (19,6%). Já em 2012 a participação foi maior (24,6%). Ver gráfico 16. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
Evolução da participação da receita operacional bruta (ROB) das 20 maiores empresas de serviços no total da ROB das 200 maiores empresas no ES em 2012, 2013, 2014 e 2015 20 maiores empresas de serviços
| Gráfico 16
180 empresas
77,9% 76,2% 22,1%
80,4% 23,8%
75,4%
2015 2014
19,6% 24,6%
2013 2012
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
Pessoal empregado Dentre as 20 maiores empresas do setor de serviços, 18 informaram o total de postos de trabalho. Considerando que, das 89 empresas do setor serviços classificadas no ranking das 200 maiores empresas em 2015, 71 forneceram esse dado, a participação dos empregos dessas 18 maiores empresas foi de 42,1% desse total. Assim, todas as demais empresas de serviços que cederam a informação (53 empresas) participaram com 57,9% (ver gráfico 17).
Participação do número de empregados das 18 maiores empresas de serviços no total de empregados das 71 empresas de serviços respondentes do ranking de 2015 53 empresas de serviços
| Gráfico 17
18 maiores empresas de serviços
42,1%
Essas 18 empresas participaram ainda com 19,3% do total de empregos das 170 maiores empresas do ranking que forneceram essa informação, enquanto 80,7% ficaram distribuídos entre os setores industrial e comercial, além do restante das empresas de serviços (ver gráfico 18).
Participação do número de empregados das 18 maiores empresas de serviços no total de empregados das 170 empresas respondentes do ranking de 2015 100%
152 empresas 80,7%
80% 60% 40%
57,9%
20%
18 maiores empresas de serviços 19,3%
0% Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
| Gráfico 18
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
22,1% Participação da receita das 20 maiores empresas de serviços na receita total das 200 maiores empresas
175
RANKING
Pesquisa de clima nas 200 maiores empresas
D
esde 2013 o Ideies (Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo) apresenta no Anuário 200 Maiores Empresas do Espírito Santo a pesquisa de clima realizada com o empresário capixaba. A análise examina, na perspectiva dos entrevistados, o potencial de crescimento do Estado e o clima de negócios em relação ao cenário econômico atual e esperado. A pesquisa está dividida em duas partes. Na primeira é feita uma avaliação do Estado, e na segunda, é apresentada a expectativa em relação à economia e às empresas. O questionário foi aplicado nas 200 maiores empresas; 158 responderam.
Avaliação do potencial do Espírito Santo O potencial do Espírito Santo foi avaliado pelas empresas por meio de questões de infraestrutura, mão de obra, incentivos fiscais, entre outras. Para cada pergunta, foi atribuída uma nota que variou de 0 a 10. Foram consideradas notas baixas aquelas até 4 pontos; médias, de 5 a 7 pontos; e altas, de 8 a 10 pontos. Da mesma forma como nos anos anteriores, a localização geográfica do Estado foi a característica mais bem avaliada pelos entrevistados. Para 84,6% deles, o Espírito Santo mereceu nota alta (de 8 a 10 pontos) neste quesito, enquanto que menos de 1% dos empresários avaliou esse item com nota baixa (gráfico 1).
Avaliação (nota) da localização geográfica do ES 2016 Baixa 0,6%
A infraestrutura logística existente no Estado foi avaliada com notas baixas por 14,2% dos empresários; com notas médias por 56,8%; e com notas altas por 29,0% (gráfico 2). Entre os modais analisados, a qualidade do aeroporto foi avaliada como alta por apenas 4,5% dos empresários e como baixa por 58,3% deles (gráfico 3). Mais da metade dos entrevistados pontuou os portos com notas medianas, e 14,9%, com notas altas (gráfico 4). Em relação às rodovias, 46,2% dos empresários assinalaram notas baixas; 46,8%, notas médias; e 7,1%, notas altas (gráfico 5). Interessante observar que em 2015 apenas 2,9% dos empresários classificaram as rodovias com notas altas.
Avaliação (nota) da infraestrutura logística do ES 2016 56,8%
| Gráfico 2
29,0%
Alta 14,2%
Média Baixa
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
| Gráfico 1
Avaliação (nota) da qualidade do aeroporto 2016
Média 14,7%
58,3%
| Gráfico 3
37,2%
4,5% Alta Média
Alta 84,6% Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
176 176
Baixa Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS2013 2016
Avaliação (nota) da qualidade dos portos 2016
| Gráfico 4
Avaliação das políticas de incentivos fiscais do Espírito Santo
| Gráfico 6
Baixa 24,5%
55,2% 14,9%
Alta 23,2%
29,9%
Alta Média Média 52,3%
Baixa Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
Avaliação (nota) da qualidade das rodovias 2016 Alta 7,1%
| Gráfico 5
Evolução do % que classifica a política de incentivos fiscais do ES com notas altas
| Gráfico 7
Baixa 46,2% 29,0% 25,0% 23,0%
Média 46,8% Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
As políticas de incentivos fiscais existentes no Espírito Santo foram avaliadas com notas médias por mais da metade dos empresários, 24,5% as classificaram com pontuação baixa, e 23,2%, com alta (gráfico 6). Esse último percentual está bem próximo do encontrado nos anos anteriores, com exceção de 2014 (gráfico 7). Quando questionados sobre o poder político do Espírito Santo no cenário nacional, 41,6% dos empresários classificaram como de baixa influência; 44,8%, de média; e 13,6%, de alta ANUÁRIO IEL200 200 MAIORES EMPRESAS ANUÁRIO IEL MAIORES EMPRESAS 2016 2013
2012
2013
2014
22,5%
23,2%
2015
2016
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
(gráfico 8). Interessante notar que, na comparação entre 2013 e 2015, houve uma queda de mais de 10 pontos percentuais nas respostas que classificam com nota baixa a influência do poder político do Estado no cenário nacional (gráfico 9).
Avaliação da mão de obra Para 67,7% dos empresários, a qualificação da mão de obra existente no Estado é de média qualidade. Esse percentual é inferior ao 177 177
RANKING
Avaliação do poder político do ES no cenário nacional
| Gráfico 8
Avaliação da qualificação da mão de de obra do ES
| Gráfico 10
Baixa 9,7%
44,8% 13,6%
Alta 22,6%
41,6% Alta Média
Média 67,7%
Baixa Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
Evolução do % que classifica o poder político do ES no cenário nacional com notas baixas
| Gráfico 9
Evolução do % que classifica a mão de obra capixaba como de alta qualificação
| Gráfico 11
41,6%
54,0%
22,6%
53,0% 18,0%
51,0%
16,0%
2016
42,0%
14,0%
2015 2014 2013 2012
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
encontrado em 2015, em que 74% das respostas consideraram a mão de obra capixaba de média qualidade (gráfico 10). Entretanto, merece destaque o percentual dos entrevistados que avaliaram como de alta qualidade a mão de obra no Espírito Santo em 2016, 22,6%, quantidade bem superior à dos anos anteriores (gráfico 11). 178 178
13,0% 2012
2013
2014
2015
2016
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
Avaliação e perspectiva da economia e impactos nas empresas Após a avaliação do potencial do Espírito Santo, a pesquisa teve como intento compreender a expectativa dos entrevistados em relação à economia e às suas empresas. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS2013 2016
Sobre as condições gerais da economia, para quase 80% dos empresários a economia piorou ou piorou muito, enquanto que para 4,5% houve uma melhora e para 17,2% não foram identificadas mudanças (gráfico 12). Essas proporções estão bem próximas daquelas de 2015.
Condições gerais da economia capixaba em 2016 x 2015, segundo os empresários Melhoraram 3,8% Melhoraram muito 0,6% Pioraram muito 17,2%
Expectativa para 2017 em relação à economia capixaba, segundo os empresários 47,1%
38,9% 8,9%
| Gráfico 12
3,8%
Confiante
| Gráfico 13
1,3% Muito pessimista
Pessimista Deve permanecer na mesma situação
Muito confiante Não se alteram 17,2%
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
Pioraram 61,1%
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
Em relação à expectativa para 2017, mais da metade dos empresários está confiante ou muito confiante de que a economia capixaba irá melhorar, e apenas pouco mais de 10% estão pessimistas ou muito pessimistas de que o cenário econômico não mudará (gráfico 13). Em 2015, os empresários estavam mais pessimistas: 21% não acreditavam em uma melhora da economia em 2016. Interessante notar que, embora uma pequena parte (4,5%) dos empresários tenha considerado que a situação da economia melhorou em 2016 comparada a 2015, para 26,8% dos entrevistados a situação da empresa deles melhorou ANUÁRIO IEL200 200 MAIORES EMPRESAS ANUÁRIO IEL MAIORES EMPRESAS 2016 2013
(ou melhorou muito), mesmo sem a melhora da economia. Por outro lado, para um terço dos empresários a situação da empresa deles piorou, quando comparada à do ano passado, e para 40,1% não houve alteração (gráfico 14).
Condições gerais da empresa em 2016 x 2015, segundo os empresários Pioraram muito 1,9%
Melhoraram muito 3,8%
Pioraram 31,2%
| Gráfico 14
Melhoraram 22,9%
Não se alteraram 40,1%
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
179 179
RANKING
Como resultado da confiança dos empresários, 48,8% dos entrevistados vão manter os investimentos no período de 2016 e 2017, 34% pretendem ampliar, e 17,2% vão reduzir. Sobre o número de colaboradores, os percentuais são: 52% vão manter, 30% pretendem ampliar e 18% irão reduzir no biênio 2016/2017 (gráfico 16).
Intenção das empresas sobre investimentos e números de colaboradores 2016 e 2017 Para 2017, 80% dos empresários estão confiantes ou muito confiantes de que a situação das empresas deles irá melhorar; 17,2% acreditam que deve permanecer; e 2,5% estão pessimistas ou muito pessimistas (gráfico 15).
52,1%
34,0%
Aumentar 18,2%
Manter Investimentos Reduzir
| Gráfico 15
Colaboradores
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
Conclusão
66,2% 0,6%
17,2% 14,0% Confiante Muito confiante Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
180 180
29,7%
48,8%
17,2%
Expectativa para 2017 em relação às empresas, segundo os empresários
| Gráfico 16
Muito pessimista Pessimista Deve permanecer na mesma situação
1,9%
Como já esperado pelos empresários capixabas, o final de 2015 e o primeiro semestre de 2016 foram períodos difíceis para a economia. Para 2017, os empresários se mostram otimistas com o rumo do país e do Estado. Os gargalos de infraestrutura logística existentes no Espírito Santo se mantiveram, o que evidencia a necessidade de se solucionar essas questões que permanecem há bastante tempo na agenda capixaba. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS2013 2016
INSTITUCIONAL SISTEMA FINDES
182
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
SISTEMA FINDES: EM DEFESA DA INDÚSTRIA CAPIXABA E DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO ESPÍRITO SANTO Por meio de atuação integrada, entidades representam o setor industrial, impulsionando e fortalecendo a economia do Estado do Espírito Santo
R
epresentar e defender os interesses da indústria capixaba, contribuindo decisivamente para a consolidação de um novo ciclo de desenvolvimento industrial e com ações de apoio para a sustentabilidade da indústria capixaba, impulsionando a economia estadual. Essa é a razão de existir do Sistema Findes. A instituição é a principal interlocutora do setor produtivo capixaba e a maior entidade empresarial do Espírito Santo. É composta por oito organizações que trabalham de forma integrada para o alcance de seus objetivos: a Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes), o Centro da Indústria do Espírito Santo (Cindes), o Serviço Social da Indústria (Sesi-ES), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-ES), o Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES), o Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies), o Instituto Rota Imperial
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
183
INSTITUCIONAL
(IRI) e o Condomínio do Edifício Findes (Conef). Juntas, elas promovem ações para garantir uma posição de destaque para o Estado nos níveis político, econômico e social. Cada entidade está relacionada a um setor de interesse estratégico, oferecendo serviços diferenciados nas seguintes áreas de negócios: educação e qualificação, difusão tecnológica, desenvolvimento industrial, saúde e lazer, além da representação institucional, por meio de unidades e núcleos regionais que cobrem todo o Estado. Assim, o empresário conta com toda a estrutura necessária para uma atuação destacada no seu ramo. Composta por 40 sindicatos, aos quais estão filiadas mais de 19 mil empresas, a Findes representa negócios responsáveis por 40,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado e por gerar mais de 220 mil postos de trabalho. Suas ações contribuem para o crescimento do parque produtivo e para a formulação da política industrial local, e ainda fazem a ponte entre os sindicatos filiados e outros segmentos da sociedade. Além da articulação institucional, política e estratégica de todos os segmentos industriais junto aos poderes constituídos e aos setores estruturados da sociedade, o Sistema Findes opera em diversas iniciativas que visam à interiorização do desenvolvimento e à qualificação de mão de obra em todo o Espírito Santo. Por meio dos Conselhos Temáticos Superiores, das Câmaras Setoriais, do Centro de Apoio aos Sindicatos e das Diretorias e Núcleos Regionais, a Federação acompanha o andamento da economia local e mundial, identificando oportunidades e potenciais de avanço e trabalhando junto com os empresários para superar desafios que freiam a indústria capixaba. Desde 2011, a atual gestão vem priorizando a integração dos sindicatos e das entidades empresariais com foco em um mesmo objetivo: o desenvolvimento sustentável e a competitividade. Para isso, implementa ações de interiorização em prol de uma indústria diversificada e com maior valor agregado, educação, associativismo, relacionamento institucional e investimentos. Fundamentada em valores como adoção de práticas de sucesso da iniciativa privada na gestão das entidades do Sistema; comprometimento com resultados; fortalecimento da base sindical e do associativismo; disseminação da inovação; aumento do nível da capacitação profissional; satisfação da indústria pelas ações desenvolvidas; integração 184
Centro Integrado Sesi/Senai de Anchieta conta com laboratórios nas áreas de mecânica, soldagem, informática, eletrônica e construção civil, entre outras
das ações entre as entidades do Sistema; crença em parcerias e alianças estratégicas; valorização profissional da equipe; atuação ética, profissional e transparente; e justiça e coerência nas decisões, a Findes tem atuado com aos poderes públicos e a grupos de investidores para diversificar a indústria capixaba e diminuir a dependência estadual em relação às commodities. Nesses 58 anos em que está presente no Espírito Santo, o Sistema tem lutado em prol dos interesses da atividade, cumprindo, consequentemente, a tarefa de impulsionar o desenvolvimento social e econômico do Estado. A luta pelos interesses coletivos se reflete diretamente na construção de um futuro melhor para as próximas gerações de capixabas.
Atuação regionalizada Uma das prioridades do Sistema Findes é promover o processo de interiorização do desenvolvimento econômico capixaba. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
Por meio das Diretorias e dos Núcleos Regionais, a Findes dá voz ao empresário local, conhecendo melhor as necessidades dos diferentes segmentos, e acompanha de perto o processo de crescimento dessas áreas, atuando em questões estratégicas que possibilitem a solução de demandas e satisfaçam suas necessidades específicas de desenvolvimento. A regionalização também tem por objetivo a integração com os demais setores econômicos, como comércio e serviços, trazendo os empresários para a discussão e a construção coletiva da economia local, e ajudando a alavancar o desenvolvimento sustentável por todo o território capixaba.
Diretorias para Assuntos Específicos
Para garantir maior autonomia às empresas e consolidar a presença institucional no interior, foram implantadas as Diretorias e os Núcleos Regionais, pontos de apoio do industrial nas macrorregiões de norte a sul do Espírito Santo. Na Grande Vitória, estão localizadas quatro delas: Cariacica/Viana, Serra, Vila Velha e Vitória. Outras 11, em municípios estratégicos do ponto de vista industrial (Anchieta, Aracruz, Barra de São Francisco, Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Guaçuí, Linhares, Nova Venécia, Santa Maria do Jetibá, São Mateus e Venda Nova do Imigrante), levam a representação institucional mais ativamente para o interior. As regionais oferecem toda a estrutura e conforto em suas instalações para atender aos sindicatos do setor produtivo e suas principais demandas. São espaços para a realização de reuniões e encontros que promovam a atividade industrial. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
Para mapear as necessidades das principais áreas temáticas que são foco de especial atenção da entidade, a Findes instituiu as Diretorias para Assuntos Específicos. As 13 diretorias atuam em questões relativas a áreas essenciais para o desenvolvimento da indústria capixaba. São elas: Fortalecimento Sindical e Representação Empresarial; Assuntos Tributários; Capacitação e Desenvolvimento Humano; Marketing e Comunicação; Desenvolvimento da Indústria Capixaba; Políticas Públicas Industriais; Relações Internacionais; Assuntos do IEL-ES; Assuntos do Ideies/ CAS; Assuntos do Cindes; Assuntos do IRI; Assuntos do Sesi-ES; e Assuntos do Senai-ES. A estratégia de gestão, participativa nas decisões e segmentada nas ações, permite avançar em várias frentes, com a finalidade de conferir um novo perfil à indústria capixaba, com maior agregação de valor aos produtos, gestões mais eficientes e empresas mais competitivas, aptas a buscar novas oportunidades e expandir os investimentos.
Conselhos Temáticos Os Conselhos Temáticos (Consats) são órgãos de assessoria técnica que estudam e monitoram a evolução das diversas pautas de interesse do setor industrial capixaba, subsidiando a Findes em suas ações e decisões, sempre que necessário. Atualmente, o Sistema Findes mantém 12 Conselhos Temáticos: Assuntos Legislativos (Coal); Comércio Exterior (Concex); Desenvolvimento Regional (Conder); Infraestrutura (Coinfra); Meio Ambiente (Consuma); Micro e Pequena Empresa (Compem-ES); Política Industrial e Inovação Tecnológica (Conptec); Relações do Trabalho 185
INSTITUCIONAL
O Sesi-ES oferece serviços voltados para a saúde e a segurança do trabalhador das indústrias capixabas
(Consurt); Responsabilidade Social (Cores); Educação (Conedu); Energia (Conerg); e Economia Criativa (Conect).
Sesi-ES O Serviço Social da Indústria do Espírito Santo (Sesi-ES) é a entidade do Sistema Findes que oferece soluções sociais para as indústrias capixabas, seus trabalhadores e dependentes. Está focado em quatro áreas de negócios: Educação, Lazer e Cultura, Segurança e Saúde do Trabalho e Responsabilidade Social Empresarial. Atua por meio de 14 unidades de negócios distribuídas em sete municípios capixabas, localizadas nas regiões de maior concentração de indústrias: Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica, Linhares, Colatina, Cachoeiro de Itapemirim e Anchieta. Comemorando 65 anos de serviços prestados à educação capixaba em 2016, o Sesi-ES, por meio de seu trabalho, presente em todo o Estado, cumpre a responsabilidade de ser a maior instituição privada de ensino do Espírito Santo. Anualmente, são quase 12 mil alunos matriculados na Rede Sesi de Educação, em modalidades que vão desde a educação infantil até o ensino médio articulado com o ensino técnico (em parceria com o Serviço 186
Nacional de Aprendizagem Industrial – Senai), além do Projeto Intensivo para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Mais que oferecer formação básica para os estudantes capixabas, o Sesi-ES tem o objetivo de formar cidadãos empreendedores, criativos, socialmente responsáveis e alinhados com as questões ambientais. Para isso, a Rede aplica uma metodologia de ensino própria e inovadora, com instrução de qualidade para filhos de industriários e comunidade em geral. Suas escolas utilizam materiais, tecnologias, programas e projetos de acordo com a proposta pedagógica, por meio de uma abordagem fundamentada num espaço de formação e informação, em que a aprendizagem dos conteúdos favorece a inserção do aluno no contexto social, priorizando a construção coletiva dos conceitos e a busca da integração entre as diversas áreas do conhecimento. O Sesi-ES também oferece serviços voltados para a saúde e a segurança do trabalhador das indústrias capixabas. Os diversos programas de assessoria e consultoria, como os projetos Indústria Segura e Mais Saúde, ajudam as empresas a levar saúde, segurança e qualidade de vida para o chão de fábrica. Juntos, os dois programas já atenderam mais de 15 mil trabalhadores e 371 empresas. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
Centro Integrado Sesi-Senai Anchieta
Senai-ES Com o objetivo de qualificar a mão de obra capixaba para atuar nos empreendimentos que se instalam no Estado, o Sistema Findes tem investido em educação, não de forma pontual, mas permanente. A entidade responsável por capacitar os profissionais de que o setor industrial necessita é o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-ES). A atenção às novas tecnologias, o aprimoramento e o aumento da oferta de serviços técnicos e tecnológicos e de educação profissional tornaram o Senai-ES referência no apoio ao desenvolvimento da indústria. Além dos cursos profissionalizantes oferecidos, nas modalidades presencial ou à distância (via web), a entidade atua, também, em soluções em tecnologia e inovação, prestando consultoria às empresas. O Senai-ES possui nove unidades operacionais, localizadas em Vitória, Vila Velha, Serra, Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Linhares, São Mateus, Anchieta e Aracruz. Nelas, promove a qualificação de recursos humanos, prestação de serviços, assessoria ao setor produtivo, serviços de laboratório e informação tecnológica. Com o objetivo de democratizar o acesso à educação profissional, foram instituídas também ações que levam o conhecimento aos locais mais distantes do Estado. Entre elas, estão as Agências de Treinamento Municipais (ATMs), modalidade de ensino voltada para cidades de pequeno ou médio porte do interior, onde a arrecadação industrial compulsória é pequena, o que inviabilizaria a presença de um Centro Integrado Sesi/Senai/IEL. A ATM consiste em uma parceria entre prefeitura – responsável pelo espaço físico e por sua manutenção, além da parte administrativa – e Sistema Findes – encarregado dos cursos e do corpo docente. Outro projeto de interiorização de cursos do Senai-ES é a Escola Móvel, com qualificação profissional nos padrões da entidade, porém com mais rapidez. Na modalidade, há diversas opções de cursos, conforme a demanda industrial do município e da região. A unidade é montada com módulos educacionais articuláveis, que formam salas de aulas e laboratórios. O projeto prevê que a estrutura fique instalada por até seis meses em cada cidade. A excelência do ensino profissional e técnico do Senai baseia-se na competência de seu corpo docente aliada à qualidade de suas instalações e equipamentos, sempre em linha com o que há de mais atual em termos de ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
Em 2016, o Sistema Findes expandiu sua atuação de forma efetiva para o município de Anchieta e região. Com a inauguração do Centro Integrado Sesi/Senai de Anchieta, 12 mil alunos devem ser atendidos por ano, com formação profissional de qualidade. Com investimentos de R$ 16,8 milhões em obras e equipamentos, o novo Centro Integrado, que homenageia o industrial Lucas Izoton Vieira, tem mais de 4,6 mil metros quadrados de área construída, em um terreno com aproximadamente 20 mil metros quadrados. A unidade é a primeira a receber um modelo diferenciado de construção, que favorece a sustentabilidade e a ecoeficiência. São 13 salas de aulas e 14 laboratórios, equipados com tecnologia de ponta para atender à demanda por mão de obra qualificada para os segmentos industriais de metalmecânica, construção civil, eletroeletrônica, informática, meio ambiente e segurança do trabalho.
tecnologia, o que requer investimentos constantes. Em 2015, o Senai-ES aplicou cerca de R$ 28 milhões em estrutura, compras de máquinas e equipamentos e reformas de laboratórios. Somente no ano passado, a instituição levou cursos de capacitação a mais de 128 mil capixabas, em suas nove unidades fixas e na unidade de ações móvel.
IEL-ES O Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES) é o braço do Sistema Findes que atua para promover soluções em conhecimento, gestão e inovação, contribuindo para a melhoria da competitividade das empresas capixabas. O diálogo permanente com o setor torna a entidade uma das mais importantes no suporte ao desenvolvimento da indústria, contribuindo para a superação de gargalos e a identificação de oportunidades para os empreendimentos. As ações do IEL-ES têm foco na educação executiva e no aperfeiçoamento da gestão. Promovem o desenvolvimento das competências individuais, realizando cursos abertos e in company de curta duração, cursos gerenciais de média 187
INSTITUCIONAL
Ampliação do Centro Integrado Civit somou novos 2,4 mil m2 de área construída
Com investimento de R$ 2,5 milhões, unidade móvel frigorífica foi inaugurada com layout totalmente inédito
duração, seminários, palestras técnicas e diagnóstico das necessidades de treinamento para as empresas industriais. Criado com o objetivo de aperfeiçoar o conhecimento em gestão empresarial, o Programa de Educação Executiva do IEL-ES instrui o profissional para a utilização de ferramentas e técnicas aplicáveis no cotidiano corporativo. Somam-se aos serviços oferecidos pelo Instituto cursos de pós-graduação voltados para a educação executiva, feitos em parceria com as melhores escolas de negócios do mundo. Juntas, as entidades levam para a sala de aula as maiores tendências do management mundial, com atividades desenvolvidas em conjunto com experts internacionais. Outro viés de atuação é a área de recrutamento e seleção de bolsistas e profissionais. O programa IEL de Estágio aproxima estudantes universitários e de cursos técnicos do mercado de trabalho. A partir de um amplo cadastro e de critérios inovadores de seleção e acompanhamento, são identificados e indicados jovens talentos para preencher as vagas de estágio abertas pelas empresas. O sistema de escolha valoriza competências, habilidades e atitudes do aluno, alinhando-os às necessidades específicas de cada negócio. A indicação do candidato ideal para o posto facilita a descoberta de talentos e a formação de líderes empresariais.
Ideies O Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies) é a entidade do Sistema Findes responsável por posicionamentos e estudos estra188
tégicos setoriais, com foco em inteligência competitiva, voltados para o fortalecimento do setor industrial capixaba e para a interiorização do crescimento. E, ainda, por pesquisas e análises econômicas que tratam do desempenho do setor industrial, identificando problemas enfrentados pela indústria capixaba e apontando soluções. O Ideies é composto por quatro frentes: Unidade de Economia Criativa (UEC), Unidade de Gestão da Informção (UGI), Unidades de Defesa de Interesses (UDI) e Unidades de Gestão do Conhecimento (UGC). Além disso, apoia os Conselhos Temáticos (Consats) e as Câmaras Setoriais Industriais da Findes.
Cindes A atuação do Centro da Indústria do Espírito Santo (Cindes) é voltada ao estímulo da integração do empresariado capixaba, congregando profissional e socialmente empreendedores e dirigentes. Por meio de suas ações, a entidade propicia o intercâmbio de ideias e informações, debates, lazer e cultura, difundindo o conhecimento e promovendo o estreitamento de laços e relacionamentos, ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
localizados no trajeto da Rota Imperial. No Espírito Santo, 14 cidades integram esse trajeto, que liga Ouro Preto, em Minas Gerais, a Vitória. A Rota Imperial Capixaba começa no Palácio Anchieta – Marco Zero – e vai até Iúna, na região do Caparaó. O caminho está demarcado e sinalizado com 385 totens, chamados de marcos. O Sistema Findes é o responsável pela gestão do IRI, com o apoio do Ministério do Turismo e em parceria com os governos estaduais do Espírito Santo e de Minas Gerais.
InovaFindes O Núcleo de Inovação do Sistema Findes, o InovaFindes, tem a missão de promover e disponibilizar informação, ferramentas e oportunidades para as indústrias capixabas inovarem em seus produtos, processos e sistemas, aumentando assim sua competitividade. A iniciativa oferece, entre outras atividades, capacitação e consultoria para as indústrias que pretendem criar planos de inovação e elaborar projetos visando à captação de recursos em fontes de fomento; e divulga oportunidades de fomento à inovação, apoiando os empresários na submissão de projetos em editais. auxiliando assim os empresários e o posicionamento diante dos diversos projetos voltados para a indústria local. O Cindes opera também por meio do Cindes Jovem, que fomenta o empreendedorismo entre a juventude, a fim de formar novos líderes e gestores para influir no crescimento sustentável do Estado.
Centro Internacional de Negócios O Centro Internacional de Negócios (CIN-ES) foi criado para ajudar a expandir as potencialidades dos empreendimentos capixabas em negócios no âmbito internacional. A unidade promove ações direcionadas para as micro, pequenas e médias empresas industriais que já atuam ou desejam se inserir no comércio exterior. Entre os serviços oferecidos estão inteligência comercial, atendimento, promoção comercial e capacitação em comércio exterior e negócios internacionais.
Instituto Rota Imperial - IRI O Instituto Rota Imperial (IRI) foi criado para fomentar o desenvolvimento turístico e a economia dos municípios ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
Plano de Investimentos O Sistema Findes está investindo um total de R$ 250 milhões em obras, até 2017. O trabalho prioriza a educação e a interiorização do desenvolvimento, beneficiando moradores de diferentes regiões por meio da modernização dos laboratórios do Senai, expansão da rede de prestação de serviços de educação básica, educação profissional, educação corporativa, saúde, segurança e qualidade de vida do trabalhador, com reformas, ampliações e construções de novos Centros Integrados Sesi/Senai/IEL. “Desde o início de nossa gestão, buscamos ouvir lideranças de todos os setores produtivos do Estado, com representantes do interior e da Grande Vitória. É dialogando e ouvindo novas propostas que conseguiremos criar ações que contribuam para o aumento da competitividade de nossa indústria. Queremos fortalecer a economia capixaba, gerar oportunidades e renda para os capixabas. É preciso pensar no futuro, enfrentar as ameaças do presente e construir caminhos que coloquem a indústria do Espírito Santo no rumo do desenvolvimento”, afirmou o presidente da Findes, Marcos Guerra. 189
INSTITUCIONAL FÓRUM IEL
FÓRUM IEL DE CARREIRAS APRESENTA OPORTUNIDADES PARA QUEM ESTÁ INGRESSANDO NA VIDA PROFISSIONAL U m sucesso de público e dicas preciosas para quem está prestes a entrar no mundo do trabalho: foi assim o Fórum IEL de Carreiras, realizado no dia 6 de outubro, no Grand Hall, em Vitória. Foram mais de 1,4 mil inscritos, entre jovens estudantes e estagiários de níveis médio, técnico e superior, além de profissionais interessados em aprender mais sobre as novas possibilidades desse mercado.
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Promovido em parceria com a Rede Gazeta, o evento ofereceu um dia inteiro de palestras sobre criatividade e empreendedorismo, além da Feira de Oportunidades, com estandes de instituições de ensino e parceiros apresentando suas chances de estágio, emprego, aprendizagem, capacitações, cursos e orientações. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
5 dicas dos experts do Fórum IEL de Carreiras para o futuro profissional 1. Saia da zona de conforto “Identifique aquilo que lhe dá frio na barriga, o que o tira da zona de conforto: encontrado esse medo, dê o primeiro passo. No futuro, você não vai se arrepender”, aconselha Du Migliano, um dos criadores do site 99Jobs. 2. Mais coração, menos dinheiro (pelo menos no início!) “Onde você é excelente? O que você gosta de fazer? O que desperta a sua paixão? A gente está tão doutrinado a se mover só por dinheiro, que não escuta o coração. E ali, nos seus prazeres, pode estar um caminho”, afirma Edgard Gouveia, arquiteto e criador do Play the Call. 3. Tome as decisões por você, e só por você “Escolha o seu caminho e dê valor aos seus ideais. Todo mundo toma decisões com base no que os outros esperam, mas tome as decisões por você. Você vai levar porradas, mas seu crescimento é fruto da sua experiência. Seja curioso, aprenda a todo momento”, orienta Du Miglliano. 4. Os problemas da sociedade podem ser uma solução “O que tira você do sério também tem a ver com o seu propósito, assim como juntar as suas habilidades para resolver aquele problema vai motivá-lo a conhecer, a criar”, diz Edgard Gouveia. 5. Digitalize-se “Quase tudo que você aprendeu, que você estudou, está mudando tão radicalmente que você terá de se flexibilizar e dar um novo olhar. Estamos lidando com robôs, com internet das coisas, com muita tecnologia”, projeta Gil Giardelli, webativista.
Para o superintendente do IEL-ES, Fábio Dias, o Fórum ajuda a juventude a pensar melhor sobre o futuro. “A vivência no Fórum IEL de Carreiras possibilitou o acesso a novas profissões e novos perfis que serão exigidos pelo mercado de trabalho, dando uma noção do tipo de trabalhador que vai atender às exigências de uma indústria mais moderna. Queremos inserir este Fórum no calendário anual de eventos do Instituto”, argumentou. “Para nós, da Rede Gazeta, o encontro foi uma excelente oportunidade de nos aproximar do jovem que está prestes
a entrar no mercado, levando informação de qualidade e relevante para a sua vida prática. Com iniciativas como essa, a Rede Gazeta e o IEL têm colaborado na formação dessa nova geração que ajudará a construir os rumos de um Brasil e um Espírito Santo desejado por todos”, comentou a diretora de Desenvolvimento Institucional da Rede Gazeta, Leticia Lindenberg. Paulo Mól, superintendente do IEL Nacional, ressaltou uma característica do Fórum: os palestrantes falam a linguagem que os mais novos gostam e entendem. “É um evento em que a indústria se aproxima do jovem, que quer cada vez mais se transformar em um grande profissional”, reforça.
Gabriel, O Pensador em palestra
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
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INSTITUCIONAL
José Carlos Bergamin, diretor para Assuntos do Sesi-ES; Paulo Mól, superintendente do IEL Nacional; Leticia Lindenberg, diretora de Desenvolvimento Institucional da Rede Gazeta; Dado Schneider, professor e palestrante; e Fábio Dias, superintendente do IEL-ES
O diretor para Assuntos do Sesi-ES, José Carlos Bergamin, representou o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, e ficou encantado com o conteúdo expressivo dos participantes do evento. Ele também ressaltou as características que os palestrantes apontaram como necessárias para se destacar no mercado de trabalho. “Para encontrar o caminho, é preciso dar mais de si. Precisamos estar integrados, engajados e conscientes da nossa responsabilidade.” Marcos Guerra, presidente do Sistema Findes, também fez uma análise sobre a iniciativa. “O IEL–ES desempenha um importante papel para o jovem que busca caminhos diferentes no mercado de trabalho. Com o Fórum IEL de Carreiras, nós procuramos estimulá-los com criatividade e incentivá-los a uma procura constante por novas tecnologias. Só assim vamos inovar nossa indústria e torná-la mais atrativa e competitiva.”
Inspiração O público acompanhou as palestras do arquiteto e urbanista Edgar Gouveia – que criou o Play the Call, uma gincana mundial on-line de mudança social, que dedica sua trajetória a mobilizar crianças, jovens e adultos com jogos virtuais, gincanas e ações coletivas que desembocam em pequenas revoluções comunitárias. “A brincadeira é a única maneira de mudar o mundo, e as crianças e os jovens podem ser as peças fundamentais para isso. Se você chama os amigos para trabalhar, fica difícil. Mas chamar para brincar é muito melhor. Cada um ajudando e aprendendo.” Do estudioso da cultura digital, Gil Giardelli, que falou sobre indústria 4.0, a plateia ouviu dicas valiosas do que esperar para o futuro. “Vivemos uma cultura em que carros, biscoitos e até peles humanas já podem ser criados em impressoras 3D. Nossa atual geração é chamada de ‘geração dos distraídos’, porque os dispositivos móveis tomaram conta de nossa atenção.” 192
Criador da marca Claro, consultor de Comunicação e professor universitário, Dado Schneider citou algumas características que ajudarão os jovens a se destacarem diante dos empregadores. Ao contextualizar o mercado de trabalho no momento atual, em que novas tecnologias surgem a cada instante, lembrou à plateia que algumas coisas, independentemente da época, seguem fundamentais para quem procura bom posicionamento profissional. Entre elas, está a informação: “Ser é ter informação. Ser ainda é o maior diferenciador. Quem conhece o que aconteceu há 50 anos não se surpreende com o que está acontecendo agora”. Para ele, o profissional precisa ler sobre tudo, para desenvolver uma formação que lhe possibilite aprofundarse em um tema e inteirar-se sobre vários assuntos. Para Du Migliano, um dos fundadores do 99 Jobs, a satisfação em trabalhar precisa vir antes da preocupação com remuneração. “No dia em que a gente não sentir mais aquele frio na barriga é porque não há mais prazer no que a gente faz, não há mais desafio”, defendeu. Suzana Freitas, especialista em Recursos Humanos da Rede Globo, disse que a relação entre profissional e empregador deve ir além do contrato de trabalho: “Quando a gente trabalha em uma empresa, é como se a gente se casasse com ela. Só vai dar certo enquanto as expectativas de ambos forem atendidas”. O Fórum IEL de Carreiras foi encerrado com a palestra do cantor Gabriel, O Pensador, “Minha carreira nada convencional”, que detalhou a sua trajetória até chegar ao sucesso, depois de bater em várias portas que não se abriram. O rapper lembrou que não começou a carreira buscando fama, mas compondo de maneira despretensiosa, como forma de se expressar. Ao final, ele fez um pocket show com seus principais sucessos. O evento foi palco ainda da entrega do Prêmio IEL de Estágio. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
ECONOMIA ALIMENTOS E BEBIDAS
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CRISE NA MESA, SOLUÇÃO À VISTA Setor de alimentos e bebidas tenta driblar a crise com corte de custos e criatividade
R$ 2,7 BILHÕES
É o faturamento anual do setor no Estado, que é responsável ainda por 25 mil empregos diretos e outros 50 mil indiretos
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
L
evar para casa um pãozinho, um suco, uma cerveja ou refrigerante, comprar os biscoitinhos favoritos das crianças ou fazer aquela receita de macarronada que a família adora. Esses hábitos, tão comuns entre as famílias brasileiras, também estão sofrendo com os revezes da política e da economia do país. Se por um lado os empresários do ramo de alimentos e bebidas estão tentando minimizar o impacto da crise sobre suas vendas – muitos reduziram suas margens de lucro, buscaram insumos e matérias-primas mais em conta (mantendo a qualidade) e enxugaram ao máximo os custos dos seus negócios –, por outro, o alto custo de vida e o aumento no número de desempregados deixaram seu rastro nas compras e nas vendas. Se o dinheiro está curto, o jeito para o consumidor é apertar o cinto e tirar todos os gastos extras do orçamento. O setor de panificação, por exemplo, amargou um primeiro semestre de apreensão. O desemprego cresceu, e os consumidores frearam seu ímpeto às prateleiras. O reflexo disso é visível nos caixas: a atividade sofreu uma retração entre 5% e 10% nas vendas no primeiro semestre. “O que nos deixou mais apreensivos, sem dúvida, foi a concomitante elevação do custo fixo dos nossos negócios. Subiram salários e matérias-primas. Os insumos, muitos deles importados, dispararam por causa da alta do dólar. E, com a retração do consumo, sem podermos repassar esses custos ao consumidor, tivemos que diminuir nossa margem de lucro”, explica Luiz Carlos Almeida Azevedo, presidente do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Espírito Santo (Sindipães). A solução em tempos de dinheiro curto e contas em alta foi inovar, aponta o dirigente. O setor partiu para novos produtos, novos serviços, e valorizou os quitutes oferecidos aos clientes. “Buscamos receitas em que pudéssemos usar insumos com preços melhores, mas sem perder a qualidade final. Não paramos de trabalhar e inovar, nos movimentamos o tempo todo aguardando um segundo semestre de economia, 195
ECONOMIA
pelo menos, estabilizada”, revela Azevedo, apostando que a tendência é que a crise financeira e política comece a perder força. “Acreditamos que vamos recuperar os 5% a 10% de mercado que perdemos, e que entraremos em 2017 com expectativa de crescimento”, disse. Para a área de bebidas, o ano atípico foi avassalador. Além da crise, que afetou todos os ramos da economia, o verão não foi dos melhores para as vendas, lamentou o presidente do Sindicato da Indústria de Bebidas em Geral do Espírito Santo (Sindibebidas-ES), Sérgio Rodrigues da Costa. “Nosso verão foi muito ruim, com as vendas em queda. E não conseguimos ainda identificar outro fator, além da crise, que tenha levado ao baixo consumo. O inverno está normal, estamos reagindo, mas nada para encher os olhos. Comparados ao ano passado, junho e julho de 2016 mostraram uma melhora. Se o confronto for com 2013, 2014, este ano foi pior. Mas o problema maior é que janeiro e fevereiro de 2016 foram meses muito ruins. Não entendemos o motivo, já que foi um verão longo e quente. Talvez (tenha sido) o alarme da crise; as pessoas estavam com medo. Para se ter ideia, vendi, no período, 50% a menos do que em 2014 e 20% a menos do que em 2015, que já foi um ano ruim.” O presidente do Sindicato da Indústria de Massas Alimentícias e Biscoitos do Espírito Santo (Sindimassas), Levi Tesch, conta sua experiência pessoal, como empresário, para contornar a crise. “Nossa empresa cresceu porque investimos no mercado do Rio de Janeiro. Achamos essa brecha para driblar a crise: inauguramos uma fábrica em 2015 e estamos enviando produtos para fora do mercado capixaba. Mas se nossa base de mercado fosse somente o Espírito Santo, certamente teríamos uma recessão violenta.” O quadro geral, no entanto, é preocupante. Como líder da entidade patronal, Tesch estima que alguns associados vivem um momento difícil. “No Sindimassas, fala-se em queda entre 10% e 30% nas vendas, dependendo do segmento, do tipo de produto fabricado. Mas já conversamos com empresários que estimam redução de até 40%. Com as demissões em outros setores produtivos, cai o faturamento das famílias e cai o consumo. E se na hora das compras é preciso deixar algum produto para trás, eles deixam os considerados supérfluos, ou seja, uma massa diferente, um biscoito. Uma grave consequência disso é o desemprego. Algumas empresas já fecharam 40% das vagas”, informa.
Empregos No setor de alimentação e bebidas, de janeiro a junho deste ano, o saldo de empregos é positivo. Foram abertas 265 vagas no Espírito Santo. No entanto, se o recorte for de 12 meses 196
Supermecados sofrem com queda de 3,4%, no primeiro quadrimestre deste ano, no volume de vendas
– de julho de 2015 a junho de 2016 –, há uma queda no número de postos, com 353 empregos a menos no mercado. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Na panificação, a baixa nos postos de trabalho chegou a 5%, segundo Luiz Carlos Almeida Azevedo. “Esse número mostra que não sofremos uma grande redução de vagas, mas também não crescemos”, explica o dirigente, acrescentando que o setor é um poderoso gerador de empregos, oferecendo 25 mil vagas diretas e outras 50 mil indiretas e movimentando, ao ano, R$ 2,7 bilhões. Na área de bebidas, apesar de a crise ter se intensificado, o quadro de funcionários não permitiu mais ajustes, de acordo com Sérgio Rodrigues da Costa. “Este ano foram poucas demissões, até porque a linha de produção está enxuta. Um exemplo é que se, para o processo de engarrafamento de água, preciso de 12 funcionários, independentemente do volume de produção, precisarei desses mesmos 12 funcionários. O que percebemos é que há uma realocação de pessoal. Se antes havia uma equipe só para manutenção e limpeza de equipamentos, hoje paramos a fábrica em um dia da semana, e todas as equipes ajudam”, frisa.
Expectativas Para o segundo semestre, há um sentimento mais positivo, diz Levi Tesch, do Sindimassas. “O setor financeiro vai se mexer depois que a crise política se minimizar. Entre os empresários, há a crença de um segundo semestre melhor, em razão da definição política do país. É uma luz no fim do túnel. Por enquanto, a orientação que damos é que os empresários do setor foquem a gestão, tentem enxugar ao máximo os custos ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
e aguardem as melhorias econômicas que devem surgir nos próximos meses.” Para o presidente do Sindibebidas-ES, a retomada deve demorar um pouco mais. “No nosso setor, só conseguimos esperar alguma melhora para o segundo semestre do ano que vem. Até lá, temos que manter mercado e a cabeça no lugar. Há muitos empresários que precisam de liquidez e fazem promoções, com preços até abaixo do custo. Isso é muito ruim. Ninguém ganha com essa concorrência desleal. Por isso, penso que temos que manter a tranquilidade”, ressalta Costa.
Mudanças no consumo Se há algo positivo a se tirar da crise instalada na economia brasileira, pode ser o consumo consciente. Se antes os compradores levavam para casa mais produtos do que iriam consumir, hoje, com o custo de vida aumentando para além dos salários, o jeito é fazer contas até na hora do pãozinho francês.
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“Antes, o cliente chegava e pedia: ‘Me dá uns 10 ou 12 pães’. Hoje, a conta é mais precisa. Ele chega e pede exatamente o que irá consumir. O excedente foi eliminado das compras. O olhar do consumidor ficou mais atento. Isso é perceptível e pode ser positivo, já que queremos o consumo, queremos que o cliente compre, mas queremos que esse consumo seja igualmente interessante para ele. Há outras linhas em que também percebemos que houve uma redução grande, como queijo e manteiga, especialmente pelo aumento dos preços”, observa Azevedo do Sindipaes. Um outro ponto que chama a atenção dos empresários é o engajamento de todos no momento de crise. “Notamos que voltou a confiança entre patrão e empregado. Parece que os funcionários perceberam que os empregadores estão fazendo de tudo para manter seu quadro, não demitir, e estão dando valor a isso. A consequência é que todos estão vestindo a camisa da empresa. Quem sabe não é esse o legado da crise, o aprendizado positivo que vamos tirar disso tudo?”, indaga Costa, do Sindibebidas-ES.
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ECONOMIA MERCADO FINANCEIRO
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ECONOMIA NO CAMINHO DE VOLTA À SUPERFÍCIE Depois de recessão, rombo nas contas públicas e turbulência política levarem o país ao fundo do poço, expectativa é de que 2017 marque recuperação da confiança e retomada do crescimento econômico
-14,2% Queda do PIB capixaba no primeiro trimestre de 2016
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epois da tempestade, vem a calmaria. Por mais antigo que seja, esse ditado popular pode ser aplicado ao atual momento do Brasil. Se 2014, 2015 e boa parte de 2016 foram anos perdidos para a economia nacional, a expectativa é de que 2017 marque o início da recuperação e a retomada do crescimento, a partir do fim da turbulência política vivida recentemente pelo país. “Estou otimista para 2017. Mesmo com o registro de números ruins em 2016, a gente percebe que a indústria tradicional está se reposicionando e se movimentando bem. Os empresários conseguiram fazer um planejamento muito enxuto e pararam de desempregar”, observa o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo, Marcos Guerra. “O Índice de Confiança da Indústria já chegou a 51 pontos. O fato de ter passado dos 50 pontos já sinaliza uma recuperação para o país.” O otimismo também contagia o mercado financeiro. A projeção é de corte na taxa básica de juros, que chegou a 14,25% 199
ECONOMIA
em fins de julho de 2015 e permaneceu nesse patamar até outubro de 2016, com estimativa de fechar o ano em 13,75%. Para 2017, a previsão das instituições financeiras é de que a taxa fique em 11,25%, o que deverá estimular a volta do consumo, movimentando novamente a economia. O mesmo caminho deve seguir o dólar, cujo preço frente ao real caiu 20% desde janeiro deste ano. A moeda americana, que chegou a valer mais de R$ 4 até o início de 2016, estava operando na casa dos R$ 3,27 no começo de setembro. Mas, com a retomada de confiança do mercado pós-crise política no Brasil, analistas mais otimistas apostam que a cotação possa baixar para até R$ 3,00 em curto prazo, a partir do aumento de fluxo de capitais para o país. De acordo com analistas consultados pelo Banco Central no Boletim Focus divulgado na última semana de agosto, as estimativas de desempenho da economia para 2017 melhoraram. A avaliação de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) passou para 1,23% no próximo ano. Um cenário bastante positivo, se comparado à queda de 3,2% nas riquezas do país, estimada para 2016. O índice, porém, ainda é recebido com ressalvas no mercado financeiro e entre os setores industriais. “Fazer projeções é muito difícil. Acho cedo para falar nesse índice positivo”, analisa Marcos Guerra. “É bom destacar que, mesmo que ocorra, esse número não representará um crescimento, mas sim uma recuperação. Porque é preciso, antes de tudo, recuperar aquilo que já foi perdido, para só depois voltar a crescer. Ainda não voltamos à superfície”, completa o presidente da Findes. Retornar à superfície depois de chegar ao fundo do poço será, de fato, um trabalho árduo. Prova disso está na série de números negativos que a economia brasileira vem registrando desde 2014. Nos sete primeiros meses deste ano, as contas do Governo apresentaram um déficit primário (despesas maiores do que receitas, sem inclusão dos juros da dívida pública) de R$ 51,07 bilhões - o pior resultado para o período em toda a série histórica, iniciada em 1997. Somente em julho, o saldo negativo foi de R$ 18,55 bilhões. Com a economia brasileira em recessão, esse rombo fiscal nos cofres públicos aumenta em razão da retração na arrecadação, provocada pela baixa na produção indus200
Sede do Banco Central em Brasília, responsável pela definição da taxa de juros da economia
trial e no consumo e também pela dificuldade do Governo em cortar gastos. Diante desses resultados negativos, o Congresso aprovou a alteração da meta fiscal, solicitada pela equipe econômica do governo Temer, que agora prevê um rombo de até R$ 170,5 bilhões em 2016 – o maior da história, caso confirmado. Assim, pelo terceiro ano seguido o país fechará com as contas no vermelho: em 2014, o déficit foi de R$ 17,24 bilhões; em 2015, chegou a R$ 114,98 bilhões, recorde até o momento. Para 2017, o cálculo é de que atinja R$ 139 bilhões. Esses déficits fiscais consecutivos levam ao aumento da inflação – medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – que, após bater em quase 11% em 2015, deve chegar a 7,21% no fim de 2016, de acordo com instituições financeiras. Número distante do centro da meta oficial, que é de 4,5%. Para 2017, espera-se que o índice inflacionário fique em 5,2%. O fraco desempenho da economia e a piora do endividamento já levaram o Brasil a perder o chamado “grau de investimento”, uma espécie de recomendação para aplicar recursos em um país, que foi retirada pelas três maiores agências mundiais de classificação de risco: Fitch, Moody’s e Standard&Poors. Entre o setor produtivo, a expectativa é de que o país saia da paralisia com o fim do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Já se vislumbra um reaquecimento da ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
atividade econômica com a efetivação de Michel Temer na Presidência da República. “Passada essa questão do impeachment, a sinalização é para um 2017 e um 2018 bem melhores. A equipe econômica do Governo é boa. Os principais ministérios estão bastante integrados. E isso é essencial para a recuperação da economia”, acredita Marcos Guerra. A retração e a paralisação do país se revelam nos resultados de todos os setores: no acumulado até junho de 2016, a produção industrial encolheu 9,1%; o volume de vendas do comércio caiu 7%, e o de serviços, 4,9%. Como consequência, a taxa de desemprego subiu para 11,6% em julho, atingindo 11,8 milhões de trabalhadores.
No Espírito Santo O cenário local apresentou um descolamento da realidade nacional, entre 2014 e 2015, a ponto de registrar oito trimestres consecutivos de alta no Produto Interno Bruto, diante de um declínio constante nas riquezas do país. Até junho de 2015, o PIB capixaba cresceu 4,1%. No mesmo período, a produção industrial no Estado se elevou em 17,2%, devido à entrada em operação da Usina Tubarão VIII da Vale e da Quarta Usina da Samarco, enquanto os outros setores (comércio e serviços) apresentavam redução na atividade. Porém, a partir do segundo semestre do ano passado, o indicador do PIB trimestral do Espírito Santo sofreu sucesANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
sivas quedas e finalizou o ano com uma perda de 1,1%. Além dos impactos da recessão econômica brasileira, em novembro houve o rompimento da barragem de rejeitos de minério, em Mariana (MG), suspendendo as atividades da Samarco, em Anchieta, e derrubando os resultados da indústria extrativa capixaba. Os efeitos dessa paralisação se mantiveram durante o primeiro semestre de 2016. Até junho, a indústria extrativa despencou 36,4%, puxando para baixo a produção industrial do Estado (-22,6%). No acumulado até o segundo trimestre de 2016, os indicadores dos setores econômicos não revelam melhora: o volume de vendas no comércio caiu 10,8% e, nos serviços, 7,1%. Assim, a taxa de desemprego no Estado chegou a 11,5%. Com tais números, o PIB capixaba sofreu diminuição de 14,2% no primeiro trimestre deste ano, de acordo com dados do Instituto Jones dos Santos Neves – bem acima do índice nacional, cujo encolhimento deverá ser de 3,2%, ao fim de 2016, na projeção do Banco Central. “O ano de 2016 vem sendo muito difícil para o Espírito Santo, com um decréscimo maior do que o cenário nacional. A dependência da indústria extrativa, em meio ao cenário econômico atual, afetará bastante o PIB capixaba”, avalia Marcos Guerra.
Bancos O lucro das cinco maiores instituições financeiras do país - Santander, Bradesco, Itaú Unibanco, Banco do Brasil e Caixa - caiu 13,5% no segundo trimestre de 2016, em confronto com o mesmo período do ano passado. Somada, a lucratividade chegou a R$ 14,953 bilhões, inferior aos R$ 17,288 bilhões de 2015. Quando a comparação se refere ao semestre, o tombo é ainda maior: 29,6%. Em compensação, em relação ao primeiro trimestre deste ano, o lucro desses cinco bancos, somado, saltou 13,9%, sinalizando que o momento mais difícil para as instituições financeiras pode ter ficado para trás. No cenário capixaba, o Banestes apresentou um lucro de R$ 84,7 milhões no primeiro semestre de 2016, valor 2,8% maior do que o alcançado no ano passado. Houve também crescimento do patrimônio líquido do banco, que subiu 8,6% e passou a valer R$ 1,2 bilhão. 201
ECONOMIA SAÚDE
Em Colatina, Sesi Saúde inaugurado há poucos meses fará mais de 50 mil atendimentos por ano
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GOVERNO INVESTE EM ATENDIMENTOS DESCENTRALIZADOS A meta é facilitar o acesso do cidadão a serviços especializados e mais humanizados
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É o percentual da receita corrente líquida do Espírito Santo direcionada ao setor de saúde
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
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s pilares eficiência, meritocracia e transparência seguem baseando o trabalho do Governo do Espírito Santo quando se fala em saúde. Atualmente, a rede estadual conta com 19 hospitais, localizados nas quatro regiões capixabas. O norte é atendido pelo hospitais Dr.ª Rita de Cássia, em Barra de São Francisco, e Roberto Arnizaut Silvares, em São Mateus. Na região central, a população conta com os hospitais João dos Santos Neves, em Baixo Guandu, e Silvio Avidos, em Colatina. No sul, os atendimentos de urgência e emergência são realizados no Hospital Estadual São José do Calçado, no Hospital Estadual de Jerônimo Monteiro e no Centro de Atendimento Psiquiátrico Dr. Aristides, em Cachoeiro de Itapemirim. Na região metropolitana, as referências estaduais em Vitória são os hospitais São Lucas, Infantil, Central e Hospital Estadual de Urgência e Emergência; em Serra, o Dório Silva e o Jayme Santos Neves; em Vila Velha, atendem à população o Antônio Bezerra de Faria, o Estadual Infantil e Maternidade, Hospital de Vila Velha e o Centro de Reabilitação Física; e em Cariacica, o Hospital Estadual de Atenção Clínica e o Hospital Dr. Pedro Fontes. Apenas no ano de 2015, todas essas unidades realizaram 40.959.701 internações e procedimentos especializados. Segundo o secretário de Estado da Saúde, Ricardo de Oliveira, os desafios do setor são permanentes. “O Governo tem a obrigação e o compromisso de usar os recursos públicos de uma forma responsável. Os nossos grandes desafios são: ampliar e facilitar o acesso do cidadão a serviços de saúde especializados e mais humanizados; aumentar o protagonismo do cidadão nos cuidados com a própria saúde; e melhorar o Sistema de Saúde, por meio do choque de gestão. Não podemos esquecer que o Espírito Santo é o quarto estado do país que mais investe em saúde, com 18,98% da receita corrente líquida. Isso, certamente, dá uma dimensão do nosso compromisso. 203
ECONOMIA Estamos trabalhando com a lógica do ‘atendimento na sua região’, evitando o deslocamento para a Grande Vitória. Existe um planejamento, e ele está sendo cumprido à risca”, afirmou. Para evitar esse deslocamento, a Secretaria da Saúde (Sesa) está viabilizando Centros de Consultas e Exames Especializados em Nova Venécia, Linhares, Santa Teresa, Domingos Martins e Guaçuí. Com isso, a população desses municípios terá acesso a consultas em especialidades como neurologia, cardiologia, gastroenterologia, pediatria, oftalmologia, proctologia e urologia, além de vários tipos de exames de diagnóstico, como mamografia, ultrassonografia e endoscopia. De acordo com o secretário, será inaugurado ainda neste ano o primeiro dos cinco Centros de Consultas e Especialidades, além de construído o Hospital Estadual Geral de Cariacica, que contará com 400 leitos, inclusive de maternidade e de UTI pediátrica e neonanatal. Também estão previstas a conclusão das obras do Hospital Estadual de Urgência e Emergência e a assinatura do convênio para adequação do Hospital Maternidade São Mateus, em que serão investidos R$ 6,9 milhões para disponibilizar 55 novos leitos. Outro destaque foi a assinatura do decreto que afirma a utilidade pública, com vistas à desapropriação, do terreno onde está localizado o Hospital Estadual de Vila Velha (antigo Hospital dos Ferroviários). “A medida representa o primeiro passo para que o hospital se torne um bem público, podendo ser integrado definitivamente à rede estadual de saúde. Até o fim do ano, esperamos disponibilizar nesse hospital mais 42 leitos clínicos e cinco salas de cirurgia. Com esse centro cirúrgico, poderemos oferecer aproximadamente mais 7,5 mil procedimentos cirúrgicos eletivos por ano para a população”, disse o secretário. Já para incentivar a população a mudar seu estilo de vida em benefício da própria saúde, prevenindo a ocorrência de diabetes, hipertensão, obesidade, problemas cardíacos e diversas outras enfermidades, a Sesa lançou o Programa Vida Saudável. “Para ajudar a população a encarar esse desafio, criamos o Movimento 21 Dias por uma Vida Mais Saudável, a primeira estratégia do Programa Vida Saudável. Também estamos investindo na parceria com os cidadãos para enfrentar, juntamente com as municipalidades, o Aedes aegypti, mosquito transmissor de vírus causadores de doenças graves”, enfatizou.
Cachoeiro e Linhares ganham clínicas do Sesi Grandes investimentos também estão sendo feitos na área da saúde para beneficiar os trabalhadores da indústria no Espírito Santo. A iniciativa do Sistema Findes, por meio do Sesi-ES, passa pela implementação de clínicas no interior. Os municípios contemplados são Cachoeiro de Itapemirim e Linhares. O valor previsto para essas duas unidades é de R$ 6 milhões. Também já está sendo desenvolvido um projeto de Unidade Móvel de Mamografia, cujo investimento estimado é de R$ 1,5 milhão. 204
Apenas no ano de 2015, os 19 hospitais estaduais realizaram 40.959.701 internações e procedimentos especializados
Segundo o gerente de Saúde do Sesi-ES, Marcos Alex, não faltam ações focadas em promover um ambiente de trabalho mais seguro e com qualidade de vida para os funcionários da indústria. De acordo com ele, a entidade oferece serviços na área de segurança e saúde no trabalho: programas legais, como Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), laudos técnicos, Programa de Conservação Auditiva (PCA) e Programa de Proteção Respiratória (PPR); medicina ocupacional; exames complementares (audiometria, espirometria, análises clínicas, acuidade visual, eletrocardiograma, radiologia, eletroencefalografia, entre outros); medicina assistencial, em serviços como cardiologia, oftalmologia, otorrinolaringologia, neurologia, ortopedia e clínica médica; odontologia assistencial, nas clínicas do Sesi, e ocupacional, com unidades móveis; ergonomia; Indústria Segura; NR 12; Mais Saúde; Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa); vacinação; e o Sesi Espaço Saudável. “O trabalhador da indústria tem acesso aos serviços, tanto de forma laboral, ou seja, por demanda da indústria em que ele trabalha, quanto de modo individual e personalizado. Vale lembrar que os valores praticados para os trabalhadores da indústria são acessíveis e menores do que aqueles cobrados pelo mercado local. Além disso, o serviço é estruturado de forma a garantir sua qualidade”, explicou Alex. Para o gerente, a adoção de práticas de segurança e saúde no trabalho, obrigatória pela legislação brasileira, contribui significativamente para um melhor desempenho da empresa. “A adoção dessas práticas também é importante para a promoção de melhorias na qualidade de vida do trabalhador. É um fator primordial para o aumento da competitividade da indústria. Ambientes seguros e saudáveis oferecem ao trabalhador condições adequadas para a realização de suas tarefas diárias e, desta forma, favorecem a produtividade”, frisou. O Sesi espera terminar o ano com a ampliação dos atendimentos em segurança e saúde, reafirmando mais uma vez o seu compromisso com a qualidade de vida do trabalhador capixaba. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
ECONOMIA COMÉRCIO VAREJISTA
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PROMOÇÕES E CORTE DE CUSTOS PARA NÃO FECHAR AS PORTAS Com queda no volume de vendas acima da média nacional, lojistas do Espírito Santo buscam estratégias para resistir à crise
V -20,3%
Foi a queda do comércio varejista ampliado no Espírito Santo, em maio de 2016, o pior resultado do Brasil
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ender sempre foi uma arte. Mas, na conjuntura atual do varejo, atrair os clientes tem sido um desafio cada vez maior. O reflexo da crise econômica vivida pelo país pode ser visto nas lojas vazias, à espera de consumidores cada vez mais raros. Para resistir e não fechar as portas, comerciantes têm recorrido a uma série de estratégias, desde promoções a corte de despesas, em busca de dias melhores. Os números do resultado acumulado de 2015 registram esse panorama desolador. O volume de vendas do comércio varejista capixaba – que engloba supermercados, papelarias, vestuário e eletrodomésticos, entre outros – caiu 7,6%, contra uma queda de 4,3% no cenário nacional, de acordo com dados da Pesquisa Mensal do Comércio, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Muitas lojas não resistiram à crise e foram obrigadas a demitir funcionários ou até mesmo a encerrar as atividades. Consequência disso é que 9.010 postos de trabalho foram fechados no comércio do Estado, em 2015, segundo o Caged/MTE.
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ECONOMIA
Até maio de 2016, na comparação interanual (com o mesmo período de 2015), a baixa no comércio varejista do Espírito Santo foi de 15,2%. O desempenho negativo foi influenciado, principalmente, pelas retrações nas atividades de móveis (-41,9%) e equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-38,6%). “A crise econômica levou o país ao grave número de 11 milhões de desempregados. Sem renda garantida, as pessoas passam a consumir menos e, consequentemente, o comércio também vende menos. Isso explica o resultado negativo do setor”, analisa a diretora de Estudos e Pesquisas do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Ana Carolina Giuberti. Além dos problemas conjunturais, o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio), José Lino Sepulcri, destaca outros fatores para explicar os números negativos. “Há um estudo sobre os ciclos de negócios que mostra que as flutuações cíclicas do Estado são mais voláteis que as flutuações ocorridas no Brasil. Isso significa dizer que o Estado tende a crescer acima da média nacional durante períodos de prosperidade. Por outro lado, tende a cair mais do que a média durante períodos de recessão. Essa constatação afeta todos os setores da economia estadual”, afirma José Lino. No varejo ampliado, o declínio das vendas no comércio capixaba foi de 20,3% até maio de 2016, na comparação com o mesmo período do ano anterior – o pior resultado entre todos os estados brasileiros. A queda, nesse caso, foi mais influenciada pela retração nas saídas de veículos, motocicletas, partes e peças, com tombo de 31,9%. “O setor de venda de veículos vem sofrendo quedas desde o fim do incentivo do IPI, em janeiro de 2015. Com isso, o comércio foi afetado, pois vinha de uma onda de grandes vendas, com o crédito mais barato aquecendo-o de forma surpreendente”, observa o dirigente. A única área que acumula saldo positivo nos primeiros meses de 2016 é a de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, com crescimento de 3,3% nos quatro primeiros meses do ano, em confronto com o mesmo período do ano passado. Já os supermercadistas não conseguiram escapar da crise. Até abril de 2016, o volume de vendas diminuiu 3,4%, comparado a igual período de 2015. Com esse quadro, nem o aumento nominal de 9,6% no valor de vendas ajuda a animar. “Desde as eleições de 2014, em outubro, os supermercados vêm perdendo resultados em vendas. Até houve um aumento nominal de 9,6% nas receitas, mas, se descontarmos a inflação (que fechou 2015 em 9,8%), o saldo se torna negativo”, avalia o superintendente da Associação Capixaba de Supermercados (Acaps), Hélio Schneider. 208
Supermercados sofrem com queda de 3,4%, no primeiro quadrimestre deste ano, no volume de vendas
Lidar com a crise exige um cuidado especial por parte dos comerciantes. Num cenário de inflação alta, a ordem natural seria repassar o aumento de custos para o preço dos produtos. Mas nem isso os supermercadistas têm conseguido fazer. “Quando se tem um aumento de custo, provocado pela inflação, sua obrigação é repassar para o preço do produto, porque é preciso manter a empresa sustentável. Mas, se fizermos isso, o consumidor não vai aceitar e vai fugir de vez das lojas”, alerta Scheider. A solução, de acordo com Sepulcri, da Fecomércio, é os lojistas reorganizarem as suas empresas, para garantir um funcionamento mais eficaz, reduzindo a margem de perdas. “O momento é de ajuste. Muito provavelmente, quando a economia se recuperar, será em um novo patamar e com novos horizontes. Então, é preciso que o empresário olhe para dentro da empresa e busque a eficiência de seu negócio. Fazer mais e melhor com menos”, aponta. Os representantes do comércio mantêm esperança numa recuperação até o fim de 2016. A expectativa é que a mudança ocorrida no Governo Federal devolva a confiança que anda em falta, tanto por parte dos investidores quanto da população. “Estamos enxergando uma luz no fim do túnel. Isso já é um fator positivo. Vamos esperar o fim do ano para fazer um balanço. Se ficarmos num empate de 0 a 0, entre receita e despesas, ou em volume de vendas em relação a 2015, já terá sido um bom negócio, porque conseguiremos sobreviver e cumprir com as nossas obrigações”, frisa Hélio Schneider. “É um sacrifício que precisamos passar, para depois começar a alavancar o negócio até recuperar esse tempo perdido.” ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
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ECONOMIA CONSTRUÇÃO CIVIL E PESADA
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OTIMISMO DO SETOR DA CONSTRUÇÃO CIVIL CRESCE EM MEIO À CRISE Mudanças no cenário político devem influenciar cenário econômico, acreditam empresários da indústria da construção
27,8%
É a participação do setor da construção civil nos mais de 1,5 milhão de empregos formais que foram extintos em 2015
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setor da construção civil é um dos mais afetados pela crise financeira que atinge o país desde o fim de 2014. Com a redução da atividade econômica, o segmento está entre os que mais eliminaram postos de trabalho no Brasil – de mais de 1,5 milhão de vagas formais que foram extintas em 2015, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), 27,8% (quase 417 mil ocupações) ocorreram na construção civil. Ao final do 1º semestre de 2016, o setor completou o 21º mês consecutivo com saldo negativo – desde outubro de 2014 o número de admissões não supera o de demissões. Ainda assim, as mudanças no cenário político e sua consequente influência sobre o quadro econômico têm aumentado o otimismo dos empresários dessa indústria. Em julho de 2016, o Índice de Confiança da Construção (ICST) do Brasil, sondagem mensal realizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV), atingiu 70,7 pontos, o maior nível desde agosto de 2015. Naquele mês, também foi a primeira vez desde novembro de 2015 que houve alta tanto do indicador que mede a situação corrente quanto do sinalizador de expectativas de curto prazo, que chegou a 79,3 pontos, o maior pico desde abril de 2015. O mesmo levantamento mostrou que o nível de utilização da capacidade do setor da construção também registrou melhora, atingindo 64,4%, o mais alto patamar desde março de 2016. Embora o nível de confiança ainda seja muito baixo quando comparado à média histórica, os resultados apontam que a percepção dos empresários vem se tornando mais otimista. “As indicações de retomada de obras paradas e de novas contratações nos programas governamentais, assim como as perspectivas 211
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mais positivas para a economia, reduziram o pessimismo setorial”, pontuou a coordenadora de Projetos da Construção da FGV/Ibre, Ana Maria Castelo. No Espírito Santo, de acordo com o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-ES), as cerca de duas mil empresas que compõem o setor da construção (tanto civil quanto pesada) reduziram bastante o número de empregos – passou de 60 mil no final de 2014 para pouco mais de 39 mil, em junho de 2016, segundo dados do Caged. A avaliação do presidente da entidade patronal, Paulo Baraona, é de que a área é uma das primeiras a sofrer com a turbulência. “Estamos falando de patrimônio de alto custo e financiamento de longo prazo. Com a crise, as grandes indústrias param suas plantas industriais e diminuem investimentos. No caso do setor público, a queda na arrecadação faz contrair o ritmo de contratações e obras ou até paralisar os contratos, principalmente quando se trata de recursos municipais”, destaca. Em relação às empresas que realizam obras de infraestrutura – são 867 no Espírito Santo, de acordo com o Sistema Integrado de Gestão da Arrecadação (Siga), operado pelo Centro de Apoio aos Sindicatos (CAS/ Findes) –, o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada (Sindicopes), José Carlos Chamon, aponta que estão em franco desaquecimento em consequência da falta de investimentos de potenciais clientes privados, assim como os do setor público. “A queda de contratos e a insegurança jurídica, relacionadas a medidas impostas pelos órgãos de controle, tanto federais quanto estaduais, têm assustado as empresas, que estão procurando alternativas de investimento longe do envolvimento com o setor público. De setembro de 2015 a julho de 2016, uma pesquisa feita com nossas empresas associadas indica que foram demitidas 4,5 mil pessoas. Esse número pode dobrar se contabilizarmos todas as 867 firmas do setor”, afirma.
Retomada após estabilidade política A indústria da construção civil teve seu ápice em 2010 quando, embalada por um avanço de 7,5% no Produto Interno Bruto brasileiro, chegou a crescer 13,1% no PIB setorial. Para Baraona, a crise política se reflete fortemente no quadro econômico, e a estabilização deve possibilitar uma retomada. “O novo 212
No Espírito Santo, houve redução do número de empregos no setor, de 60 mil no final de 2014 para pouco mais de 39 mil em junho de 2016
presidente vai ter condições de implementar medidas que envolvem quatro grandes gargalos: a Previdência Social e as legislações trabalhista, tributária e fiscal. Isso é urgente para o desenvolvimento do país, porque vai economizar e gerar recursos para a realização também de investimentos em infraestrutura. Não adianta ter grandes indústrias, produtos agrícolas sendo fornecidos com tecnologia de ponta, se não tivermos como escoar essa produção. Água, esgoto, estradas, portos, aeroportos e ferrovias são prioritários, e somos nós que fornecemos tudo”, garante. A segurança jurídica, com respeito aos contratos, à responsabilidade fiscal dos Estados, à reforma tributária e à “adequação da legislação trabalhista à realidade”, é considerada primordial pelo presidente do Sindicopes. “Já passou da hora de uma reforma tributária e da revisão da legislação trabalhista. Da mesma forma, a insegurança jurídica, pois as soluções de curto prazo, interpretações da lei a critério de julgadores ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
e auditores que consideram o lucro como pecado estão empobrecendo o setor industrial”, avalia José Carlos Chamon. O otimismo do empresário em relação ao novo Governo em parte também é explicado pela criação de um fórum permanente de diálogo entre a Presidência da República e representantes da construção civil. O anúncio foi feito durante o Encontro com a Construção Civil realizado em Brasília no dia 11 de agosto, que contou com a participação de Paulo Baraona. O evento recebeu representantes do setor vindos de todos os estados brasileiros e o grupo deve se reunir a cada 45 dias no Palácio do Planalto para avaliar o andamento das ações. “Crise é uma coisa que todo mundo percebe, independe de classe social e nível de formação, porque você vê a inflação, a população sente os preços aumentando. Os últimos dois anos foram marcados por medidas que reduziram o crédito e pelo aumento de juros e também de exigências bancárias. Os empresários são apartidários. Defendemos o que é importante para o crescimento do país e a geração de empregos.
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O Governo necessita de iniciativas que criem empregos e para isso é preciso dar condições ao setor para investir, ainda mais em se tratando de uma das atividades que mais empregam em qualquer país, que é a construção. O programa Minha Casa Minha Vida deve receber novos recursos, pois é importantíssimo tanto para a população, quanto para o setor produtivo”, reforça o dirigente. O Espírito Santo é um bom exemplo a ser mostrado para o Brasil, na avaliação de Baraona, porque o Governo Estadual efetuou o ajuste fiscal na máquina pública. “Isso traz bastante confiança para a população e é necessário para fazer a economia girar. Apesar de impopulares, temos consciência de que algumas medidas precisam ser tomadas, como a atualização da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e a terceirização, que certamente irão contribuir para a geração de empregos. A legislação atual atrapalha, pois é completamente ultrapassada. Não estamos falando em tirar direitos de ninguém, mas é preciso flexibilizá-los”, conclui.
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ECONOMIA MÓVEIS
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INDÚSTRIA MOVELEIRA: USANDO A ESTRATÉGIA PARA DRIBLAR A CRISE Depois de dois anos em crise, setor traça metas para crescer em 2017
R$ 550 MILHÕES
É a movimentação financeira anual do setor moveleiro capixaba
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primeiro semestre do ano continuou muito ruim para os setores produtivos da economia brasileira. E para a indústria moveleira capixaba não foi diferente. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias da Madeira e do Mobiliário de Linhares e Norte do Espírito Santo (Sindimol), Alvino Pessoti Sandis, o segmento ainda avalia as vendas e a produção do primeiro semestre, mas os números, até então, não se mostram animadores. Se ocorreu algum aumento da comercialização em relação ao mesmo período de 2015, diz ele, foi mínimo. A aposta de dias melhores ficou mesmo para o segundo semestre. “Nossa expectativa para o final do ano é sempre otimista. Estatisticamente, é o melhor período para as indústrias. Tivemos a ES Móvel Show em julho, que é a nossa feira setorial aqui do Estado, e estamos nos esforçando para concretizar todos os negócios projetados no evento. O cenário de 2017 é ainda uma grande incógnita para todos os segmentos da economia, mas estamos investindo em novas estratégias que nos permitam atravessar este momento”, relata. O mercado de móveis é forte no Espírito Santo, em especial nos polos de Cariacica e Linhares. O movimento financeiro chega a R$ 550 milhões por ano. Para dimensionar sua importância, na edição de 2015 a ES Móvel Show gerou cerca de R$ 150 milhões em negócios. Para este ano, a expectativa é que esse número seja ainda maior. “A feira cumpre um papel importante de movimentar o mercado e estimular a troca de informações e de experiências entre as empresas e as instituições ligadas ao segmento”, destaca o secretário de Estado de Desenvolvimento, José Eduardo Azevedo. E o setor, pelo seu peso na economia capixaba, precisa de impulso. No Espírito Santo estão concentradas aproximadamente 800 indústrias de móveis, com 11 mil trabalhadores, sendo o polo moveleiro de Linhares reconhecido como um dos mais relevantes arranjos produtivos do Estado, composto por aproximadamente 140 indústrias distribuídas em 12 municípios e gerador de mais de 4.000 empregos diretos. 215
ECONOMIA
Emprego O olhar mais otimista dos empresários e dos industriais mostra que é possível atravessar as turbulências fortalecidos. Mas é preciso cautela, dizem eles. O ano passado e, pelo menos, metade de 2016 deixaram marcas trágicas na economia. Poucos setores produtivos do país têm saído ilesos do olho do furacão formado pela crise econômica e política. Termômetro eficiente para mensurar os danos à indústria, o total de desempregados aumentou em todo o país, passando dos 11 milhões. No Espírito Santo, a indústria de transformação só perde para a construção civil no quesito demissões. Num recorte mais específico, a indústria da madeira e do mobiliário deixou um saldo de desligamentos, no período de 12 meses terminado em maio, de 1.154 postos, uma variação de -11,31%. Esse percentual toma como referência os estoques do mês atual contraposto ao do mesmo mês do ano anterior. Nacionalmente, a situação também preocupa a área de móveis: 43.796 postos foram extintos em 12 meses. Em maio, a situação tornou-se mais crítica. Se no ano 156 vagas foram eliminadas pela indústria de madeira e do mobiliário, maio responde por 133 desses postos perdidos. Sandis explica que os ajustes que deveriam ser feitos, ou seja, as demissões mais necessárias, foram efetuados no ano passado. Ele avalia que em 2016 não houve impactos significativos no cenário de empregos na indústria moveleira estadual, situação que deve permanecer pelos próximos meses. “Importante ressaltar que, retomando-se as vendas, as admissões também serão retomadas.”
China Se o mercado interno está desaquecido, um nem tão novo concorrente também causa certa preocupação: os produtos chineses entraram na briga por uma fatia do mercado brasileiro. Pela internet, é possível comprar móveis - muitos de baixa qualidade - com preços bem abaixo dos praticados em território nacional. Sandis não considera a entrada desses novos produtos uma ameaça ao setor. “Não consideramos esta como sendo a principal ameaça para as vendas dos produtos nacionais. É claro que afeta o setor, principalmente os segmentos de móveis plásticos e móveis para escritório, mas o Brasil é um mercado imenso, e se tivéssemos uma reforma fiscal e trabalhista séria, com certeza não só o setor moveleiro, mas todo o setor industrial brasileiro ficaria menos vulnerável a essa situação.” Se por um lado surgiram as importações de móveis, por outro, as exportações também tomaram fôlego. A boa localização geográfica do Estado, aliada a uma infraestrutura para as vendas externas, pode ser a chave para alavancar as transações. 216
No período de 12 meses, 1.154 postos de trabalho foram fechados na indústria da madeira e do mobiliário
“Nossa exportação varia muito de acordo com as oportunidades. Em 2014, por exemplo, não houve movimentação para o mercado internacional, mas em 2015 a taxa cambial tornou atrativa a operação e iniciamos um processo de exportação, principalmente para a América Latina, que tem dado bons resultados até o momento.”
Retomadas Observando-se o desempenho do segmento de uma perspectiva histórica, os anos anteriores a 2014 mostram que é possível retomar o crescimento e as vendas quando a economia se equilibrar novamente. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE), o Espírito Santo foi um dos únicos estados do país que apresentaram variações positivas no volume de vendas de móveis de 2008 (ano da crise internacional) a 2014. Em 2008, foi a unidade da Federação com o maior crescimento em vendas de móveis, com aumento de 25,4%. A partir de então, nos exercícios seguintes, a atividade só cresceu, em média 6,9% ao ano. E a evolução do varejo de móveis capixaba chegou a 55,1% nos últimos sete anos. No entanto, assim como a maior parte dos estados brasileiros, em 2015 o Espírito Santo acumulou queda nas vendas, da ordem de 14,3%. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
Novos caminhos Mesmo ainda em plena crise econômica e política no Brasil, a indústria moveleira capixaba tem algumas possibilidades favoráveis para o futuro. Em junho deste ano foi lançada a pedra fundamental da primeira fábrica de MDF do Espírito Santo, a Placas do Brasil S/A, em Pinheiros, cidade da região norte do Estado. A expectativa é de abertura de 600 vagas de trabalho. “Com certeza um divisor de águas para o setor. Era um sonho antigo das empresas de nossa região, tendo em vista que hoje temos uma incidência alta de frete nas compras de MDF, que é a nossa principal matéria-prima. Então, a instalação no nosso Estado da Placas do Brasil nos abre um cenário de oportunidades para um aumento extremamente importante de competitividade para as empresas do Espírito Santo. A previsão de início das atividades é janeiro de 2018”, comemora Sandis. A nova fábrica deve movimentar não apenas o setor moveleiro, mas também a agroindústria, com a produção de eucaliptos usados na confecção do MDF. A concepção e criação da Placas do Brasil S/A surgiram da iniciativa de um grupo de 40 empresários do norte do Estado. A planta produzirá painéis de MDF cru e revestido, que vão
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alimentar a indústria moveleira do Sudeste e Nordeste do país. Os investimentos são da ordem de R$ 388 milhões na indústria e de R$ 80 milhões na base florestal. A expectativa é que sejam gerados 150 empregos quando a empresa entrar em operação e 450 vagas em atividades de plantio, colheita e transporte. Em maio deste ano, foi anunciado ainda um polo industrial e logístico de 12 milhões de metros quadrados, que será instalado em Linhares e se chamará Distrito Empresarial Norte Capixaba. O projeto inicial foi assinado entre o Governo do Estado, a Prefeitura de Linhares e uma empresa de logística. A ideia é fornecer estrutura para a instalação de negócios variados, de diversos setores importantes da economia capixaba, como metalmecânico, rochas ornamentais, moveleiro, cadeia de petróleo e petroquímica, entre outros. O empreendimento contempla também um projeto de acesso logístico e portuário. O setor moveleiro, no entanto, ainda prefere aguardar os próximos passos antes de se manifestar. “Ainda não fizemos uma avaliação, considerando que muitos outros projetos não foram consolidados. Então, vamos aguardar”, explica Sandis.
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SETOR DE VESTUÁRIO ESPERA RECUPERAÇÃO NO SEGUNDO SEMESTRE Empresas amargaram meses de perdas, mas esperam fechar 2016 com melhores resultados
2.186 É o total de vagas de trabalho extintas entre julho de 2015 e junho de 2016 no setor de vestuário do Espírito Santo
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ssim como os demais setores da economia, a indústria de vestuário também precisou de força e resiliência para superar os últimos meses. No Espírito Santo, foram extintas 2.186 vagas de trabalho entre julho de 2015 e junho de 2016, segundo os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). As cidades mais afetadas são também aquelas com polos mais fortes na área: Colatina fechou 694 postos, e Linhares, 147. O total de ocupações perdidas no primeiro semestre foi menor, mas mesmo assim, preocupante. O segmento cortou 531 vagas no Estado, com Colatina (-64) e Linhares (-17) continuando a liderar o triste ranking. “Durante o ano de 2015, os ajustes e as demissões foram mais intensos. Mas em 2016, o setor continua sentindo de forma muito dura as medidas de ajuste que estão sendo adotadas pelo Executivo federal, como política de juros altos e queda de investimentos. Com algumas exceções, a maioria das empresas registrou redução no seu volume de negócios, amargando perda de faturamento e aumento de inadimplência”, avalia o presidente do Sindicato da Indústria do Vestuário de Colatina (Sinvesco), Fabio Tadeu Zanetti. Se o cenário interno foi de declínio no consumo e de recessão, o quadro pintado com as tintas da crise tornou-se menos dramático por conta da elevação do dólar, que representou vantagem competitiva para os produtos nacionais da indústria têxtil de fiação, analisa Mariluce Polido Dias, presidente do Sindicato da Indústria da Fiação e Tecelagem, Tinturaria, Estamparia e Beneficiamento de Fibras Artificiais e Sintéticas e do Vestuário do Estado do Espírito Santo (Sindutex). Na prática, com a moeda 219
ECONOMIA
norte-americana nas alturas, fica mais viável comprar os produtos nacionais do que importar das indústrias de fora. “A recessão do consumo foi muito grande, mas o dólar alto ajudou a tornar nosso produto mais competitivo no mercado interno. Não fosse isso, muitas empresas teriam falido, certamente teriam fechado as portas. Sobrevivemos a esse período por conta do preço do dólar. Agora, nossa previsão é de que as coisas se estabilizem, a mudança política vai ajudar nisso, esperamos. E nossa expectativa também é de que o dólar permaneça nesse patamar, ou pelo menos próximo a ele, o que dificulta a importação e gera mais consumo do produto nacional”, enfatiza a dirigente.
Futuro O segundo semestre, segundo o presidente do Sindicato da Indústria do Vestuário de Linhares (Sinvel), Ricardo Zupelli de Paulo, promete alguma recuperação para o mercado. “Vemos relativa melhora nos próximos meses. No primeiro semestre, a queda maior no nível de empregos e na produção foi até maio. Foi um período difícil e de cortes. Nosso faturamento caiu em torno de 20%, calculamos. Mas, para o segundo semestre, já vemos alguma reação do setor e até prevemos algumas contratações. Estamos aguardando os próximos meses com esperança”, disse, explicando que a baixa no faturamento entre janeiro e maio de 2016 em relação ao mesmo período de 2015 foi de 4,6%, sendo que 2015 já foi um ano ruim. “Vimos realmente uma grande redução do consumo. A indústria do vestuário acabou sendo bastante penalizada. Em tempos de crise, o consumidor evita compras de roupas, ou seja, é possível aproveitar vestes antigas, economizar e deixar de comprar um vestido, uma blusa. É muito diferente do setor de alimentos, por exemplo. Alimento é um produto que precisa ser reposto sempre. Por isso que o corte no orçamento das famílias atinge muito fortemente, e sempre de forma direta, o nosso setor. Mas agora esperamos uma reação no consumo e, consequentemente, nas vendas e no faturamento das empresas”, esclarece. Se o consumo de vestuário cai, a indústria vende menos. E a equação fica difícil de fechar, já que as demissões são o último recurso do empresariado, que demora a formar mão de obra qualificada e tenta, a todo custo, manter os bons profissionais em seu quadro de pessoal. Então, para superar essas turbulências financeiras e manter a empresa operando, o jeito é usar a inteligência e cortar custos em outras áreas, explica o presidente do Sinvesco. “Estamos todos reavaliando nossos planejamentos de produção, modelos de negócios e estratégias de 220
Setor de vestuário, que amargou perdas em 2015 e 2016, prevê um final de ano mais tranquilo
comercialização, buscando principalmente novos mercados e fortalecimento de parcerias. A principal ordem é adotar cada vez mais uma gestão estratégica e profissional, procurando reduzir custos sem perder qualidade e inovação. Acreditamos que não adianta unicamente se preocupar com a macroeconomia. O ambiente externo está complexo, com juros altos, dificuldade de crédito e ausência de uma política de investimentos. A maior certeza é que o empresário está mais atento ao ambiente interno de seu negócio, olhando o cenário em longo prazo, buscando se aproximar mais de seus clientes, estabelecendo metas e buscando alternativas de mercado”, reforça Fabio Tadeu Zanetti, do Sinvesco. O ditado “se a vida lhe dá limões, faça uma limonada” parece fazer bastante sentido para os dirigentes industriais. Os meses amargos que ficaram para trás podem ser vistos como aprendizado, explica Ricardo Zupelli de Paulo, do Sinvel. “O perfil da indústria mudou muito em relação à otimização, à contenção de gastos e desperdícios. Trabalhamos muito, aprendemos a economizar e, à medida que retomarmos o crescimento, será uma caminhada mais sustentável, já que a redução de custos foi bastante acentuada. Quer dizer, tivemos que nos adequar para atravessar a crise, e isso terá repercussões positivas no futuro. Nosso crescimento e rentabilidade estarão embasados nesse aprendizado”, observa. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
Se o pior já passou, há fantasmas que rondam os empresários brasileiros e que prometem ficar ainda algum tempo. “Os tributos são altíssimos. Temos que trabalhar em cima disso. Também as leis trabalhistas são muito inflexíveis, não há acordos. Há ainda a falta de linhas de financiamento para o setor, com crédito acessível aos empresários”, comenta Mariluce, do Sindutex. Para dar ideia de como 2015 foi difícil e de como a economia já está, mesmo que timidamente, reagindo, basta pensar que, em 2014, as indústrias do vestuário fariam suas entregas até 10 ou 12 de dezembro. Em 2015, esses materiais produzidos já estavam prontos em 15 de novembro. Uma folga muito grande, que se traduziu em ociosidade. Para este ano, é possível que falte produto para oferecer ao mercado, destaca ela. “Acreditamos que os próximos meses serão de recuperação da economia, mas nem sempre as empresas estarão preparadas para esse reaquecimento. Talvez até o final do ano chegue a faltar produto no mercado.”
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A avaliação de Fabio Tadeu Zanetti é otimista. “O que observamos nos últimos meses é uma estabilização, mesmo que em um patamar abaixo do desejado. Acreditamos que a economia começará a reverter a curva de queda, porém, o ritmo será lento. A expectativa é de que teremos uma retomada de crescimento mais sensível no último trimestre do ano.” Esse olhar mais atento do Governo para os empresários também está na pauta de reivindicações do sindicato, explica o representante do Sinvesco. “Entendemos que é necessário que haja uma preocupação e o reconhecimento, por parte dos governos e parceiros, de que a indústria do vestuário, além de grande importância econômica, também desempenha um papel de suma relevância social, pois é grande geradora de empregos. Assim, podemos obter apoio de forma concreta para recuperação e crescimento do setor do vestuário. Como entidade, buscamos, ao longo do tempo, realizar o dever de casa, conquistando melhores condições para o ambiente empresarial e tornando a indústria do vestuário do Espírito Santo valorizada em nível nacional.”
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ECONOMIA EDUCAÇÃO
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Foto:Sagrilo
CRISE FINANCEIRA GERA EFEITOS NA EDUCAÇÃO PÚBLICA E PRIVADA Com queda de receitas no setor público e do número de alunos na educação privada, gestores buscam alternativas para manter a qualidade dos serviços prestados
900 MIL É o número de alunos da educação básica ao ensino médio profissionalizante no Espírito Santo
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ano de 2016 deveria ser marcado por uma ampliação das verbas destinadas pelo Governo do Estado à Secretaria de Educação (Sedu), superando em mais de 4% o valor de 2015 e chegando a um repasse de R$ 2,15 bilhões. Entretanto, com o agravamento do cenário econômico nacional, a execução orçamentária para a pasta não deve alcançar todo esse montante, uma vez que até agosto o Espírito Santo registrava perda de receita da ordem de 3%, segundo informou o secretário de Estado de Educação, Haroldo Rocha. Neste momento de baixa na entrada de recursos, administradores públicos e privados buscam alternativas para continuar prestando serviços com a melhor qualidade possível. “Tivemos que realizar um trabalho para aprimorar as atividades das escolas e eliminar despesas supérfluas. Qualquer organização tem alguns itens que podem ser revistos sem prejuízos ao essencial, o que, no caso da escola, é a aprendizagem. Fizemos um grande exercício de otimização dos recursos. A Educação é a terceira maior pasta do Espírito Santo em questão de orçamento, o que mostra que o Governo deu um peso muito grande para essa Secretaria, colocando-a no topo de suas prioridades”, afirma Rocha. Em território capixaba, de acordo com a Sedu, são atendidos 900 mil alunos na educação básica, que cobre desde a creche até o ensino profissionalizante, passando por pré-escola, educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. A rede estadual, a maior em atuação no Espírito Santo, é responsável por 30% desse contingente (261 matriculados), com 500 colégios e 26 mil profissionais, entre professores e corpo técnico. 223
ECONOMIA
A Escola Viva é a principal ação do Executivo local na área e, em 2016, foram inauguradas quatro estruturas do projeto, na Serra, em Ecoporanga, em Muniz Freire e em Cachoeiro de Itapemirim. Essas unidades se juntam àquela que foi aberta no ano anterior no bairro São Pedro, em Vitória, a pioneira na modalidade. A meta é concretizar mais 10 escolas com esse perfil em 2017 e outras 15 em 2018, totalizando 30 no último ano da gestão do governador Paulo Hartung. Entre as quatro grandes ações do Estado em educação também está o Sedu Digital, plataforma acessível para estudos, exercícios e orientação pedagógica dos alunos e que começou a ser oferecida em fevereiro último. Há também o Programa Jovens de Futuro, metodologia de planejamento e gestão da unidade, que em 2017 deve alcançar todas as 290 escolas do ensino médio. A lista de medidas se completa com atividades que envolvem qualificação de professores, aumento do engajamento das famílias na vida escolar dos jovens e desenvolvimento de suas competências socioemocionais. “A educação no Brasil há algumas décadas tinha o desafio de oferecer escola para todos, algo que está praticamente vencido. O grande desafio do momento é melhorar a qualidade da aprendizagem. O foco das ações da Sedu é justamente este: o que professores e gestores da rede pública podem fazer para que o aluno aprenda mais”, conclui Haroldo Rocha.
Educação privada No setor privado, a educação básica no Espírito Santo é oferecida por 364 instituições de ensino, que em 2016 realizaram 130 mil matrículas, em 5.329 turmas, empregando 6,4 mil professores e 4,6 mil funcionários administrativos. Já no ensino superior, foram 115 mil matrículas, em 454 cursos de 78 instituições, envolvendo a atuação profissional de 4,8 mil professores e 5,8 mil funcionários administrativos. Os dados são do Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Estado (Sinepe-ES). A avaliação do presidente da entidade, Antonio Eugênio Cunha, é de que o setor particular também vem sofrendo os efeitos da crise financeira, a exemplo do que ocorre com outros segmentos. “Tivemos uma redução no número de alunos e também estamos enfrentando evasão. A inadimplência cresceu, voltando aos patamares de 2008, quando estava em 11,2% na educação básica e 10,8% no ensino superior. Esses indicadores caíram ao longo do tempo, chegaram a ficar em torno de 6%, mas a medição de 90 dias de 2016 é de que estamos com uma inadimplência de 12% na educação básica e de 10,4% na superior”, revela. Apesar da crise, o esforço é para manter os compromissos com todos os fornecedores, sem atraso salarial dos colaboradores, mas pode haver demissões caso não se registre melhora no quadro econômico. “A crise fez com que as famílias tivessem 224
que rever seus orçamentos. Com a queda do poder de compra do salário, em virtude da alta inflação, e a perda do emprego, as pessoas estão matriculando seus filhos em escolas mais baratas e, no caso das famílias que perderam sua capacidade de pagamento, optando pela escola pública”, admite Cunha.
Sesi-ES e Senai-ES O Sistema Findes possui duas grandes plataformas educadoras, o Sesi-ES e o Senai-ES. Os serviços do Sesi-ES nas modalidades educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos são oferecidos em 11 unidades, sendo oito na Grande Vitória e três no interior – em Cachoeiro de Itapemirim, Colatina e Linhares. Em 2016, a entidade realizou, até agosto, 10.639 matrículas, de um total de 11.444 vagas ofertadas este ano. Seu corpo técnico é composto por 444 pessoas, entre professores e equipe técnica. Na área de formação profissional, são 10 unidades de ensino no Espírito Santo, sendo nove fixas (Vitória, Vila Velha, Serra, Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Linhares, São Mateus, Anchieta e Aracruz) e um Centro Integrado de Ações Móveis, que possibilita o atendimento de todo o Estado para demandas de oferta de mão de obra em 18 áreas industriais, como alimentos e bebidas, construção civil, metalmecânica, eletroeletrônica, tecnologia da informação, petróleo e gás, entre outras. Em 2016, até agosto, ocorreram mais de 55 mil matrículas, sendo 6 mil em cursos técnicos de nível médio; a previsão é encerrar o ano com mais de 79 mil. Dez diretores escolares, 30 coordenadores pedagógicos e 245 docentes integram a equipe técnica. Para o presidente do Conselho Temático de Educação (Conedu) da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Luciano Raizer Moura, a atuação do Senai-ES em educação profissional contribui para o desenvolvimento local, garantindo aos jovens as condições para se inserirem na sociedade por meio do trabalho. “Quem faz um ensino médio no Senai-ES aprende a ter uma profissão mediante sua inserção em um ambiente similar ao industrial. Com suas políticas de gratuidade, voltadas para a comunidade, uma pessoa de baixa renda que não teve oportunidade de estudar em uma boa escola tem acesso à formação de alto nível oferecida pelo Senai-ES”, acrescenta Luciano Raizer Moura. Por fim, o dirigente avalia que tanto o Sesi quanto o Senai possuem instalações e laboratórios modernos, conquista que ele atribui à gestão Marcos Guerra. “A oferta de cursos do Senai cresceu muito, de maneira planejada e organizada. Isso contribui para a competitividade porque, além de ser um fator decisivo para qualquer empresa, ainda auxilia na atração de novos investimentos para o Estado, visto que a existência de mão de obra qualificada é um ponto essencial também para a produtividade”, finaliza. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
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ECONOMIA POLÍTICAS PÚBLICAS
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CRISE DEMANDA POSTURA DIFERENCIADA DO ESPÍRITO SANTO Desburocratização de processos, segurança jurídica e menos intervenção são as conquistas esperadas pelo setor produtivo
R$ 57 BI É o que prevê a carteira de investimentos do Espírito Santo entre 2015 e 2020. Desse total, 83% são para infraestrutura
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cenário ideal para a política industrial reúne juros reduzidos, inflação controlada, investimentos crescentes, tanto na esfera pública quanto privada, além de boa infraestrutura e capacitação humana. Mas o que se tem observado no país, via de regra, é a perda de competitividade e de produtividade da indústria. E não é difícil listar alguns dos principais fatores para esses baques. Os juros exorbitantes geram aumento do custo do investimento e inibem as expectativas de expansão da economia real. A carga tributária eleva o custo nas diferentes cadeias produtivas. Os incentivos fiscais, apesar de existirem em escala significativa, não dependem dos níveis de eficiência operacional. E ainda se tem a feroz competição com os produtos asiáticos. Isso sem contar com um componente de grande peso no custo Brasil: a infraestrutura precária de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos e a integração dessa malha logística. Para fechar o pacote dos itens desfavoráveis ao país, tem-se um panorama de crescente inflação, alto custo dos insumos, especialmente energia elétrica, baixa qualificação profissional e barreiras tarifárias. Como mudar esse quadro? O que fazer para tornar nossa indústria mais competitiva a fim de expandir seus mercados e nichos de atuação? Na avaliação do diretor para Assuntos de Políticas Públicas Industriais da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Paulo Baraona, quanto maior a crise, menor precisa ser a interferência do Estado no mercado. “Estamos tentando ser otimistas, mas infelizmente vivemos em um país com alto grau de intervenção no setor produtivo. É preciso que o Governo Federal contribua com o empreendedorismo, crie regras claras, especialmente as jurídicas, 227
ECONOMIA para que o investidor tenha segurança em empregar o dinheiro”, destacou Baraona. Em relação ao impacto do afastamento definitivo da ex-presidente Dilma Rousseff, o diretor defende que a troca de governo não pode ser encarada como fim das questões negativas. “O fato de o impeachment ter ocorrido não significa que o problema foi resolvido. A economia brasileira está abafada por um Estado gigantesco. É preciso criar uma agenda produtiva com as reformas urgentes e necessárias – fiscal, trabalhista e previdenciária –, mas é preciso que elas aconteçam de fato”, reforçou. Há recursos internacionais, e a saída para a retomada dos investimentos no país está nas parcerias público-privadas (PPPs) e nas concessões, aponta Baraona. “O dinheiro existe, os grandes fundos de pensão dos Estados Unidos e da Europa têm amplas condições de investir no Brasil, mas para isso é preciso garantir que haverá cumprimento dos contratos. E a realidade atual é de uma legislação nem sempre muito clara. Esperamos que Estado mantenha sua prerrogativa de fiscalização, mas com menos intervenção no investimento”, reitera o dirigente ao se referir às ações do Governo Federal. No Espírito Santo, segundo Baraona, o Executivo local tem adotado várias ações para atrair investimentos, e o nível de conversa com o setor produtivo é bom, mas o cenário pode e precisa ser mais pró-ativo: “É fundamental conquistar um maior envolvimento do Legislativo e do Judiciário no sentido de otimizar as medidas favoráveis às melhorias necessárias”, alerta. O desafio de concretizar uma infraestrutura capaz de sustentar as atividades da indústria ainda é preocupante. Por isso, as PPPs e as concessões vêm sendo buscadas pelo Governo Estadual, com prioridades definidas. “São obras de infraestrutura para melhorar a logística e aumentar nossa capacidade competitiva. O Estado prevê uma carteira de investimentos de cerca de R$ 57 bilhões entre 2015 e 2020. Desse total, 83% são para infraestrutura, incluindo recursos públicos (município, Estado e Governo Federal) e privados em 259 projetos nas áreas de energia, terminal portuário, aeroporto, armazenagem e transporte. Também foi preciso intensificar o acompanhamento de obras federais, de forma a garantir recursos para o andamento dos projetos”, salienta o secretário de Estado de Desenvolvimento, José Eduardo Azevedo. Há também a necessidade de garantir estabilidade tributária, equilíbrio das contas públicas e um planejamento estratégico que proporcionem segurança para os investidores e gestão de qualidade nos serviços públicos. “Esse ‘dever de casa, o Espírito Santo está fazendo. Estamos trabalhando com foco na melhoria do ambiente de negócios, atuação que tem garantido investimentos e obras importantes. Só para citar um exemplo, neste ano de 2016 já tivemos os lançamentos da fábrica da Oxford, da Volare Cinco, da Indústria Carvalho Cosméticos e da Agrale. Também 228
Em 2016, o Espírito Santo anunciou os lançamentos da fábrica da Oxford, da Volare Cinco (foto), da Indústria Carvalho Cosméticos, e da Agrale. Também tiveram início as obras da fábrica Placas do Brasil. Juntos, esses empreendimentos somam R$ 608 milhões
foram iniciadas as obras da fábrica Placas do Brasil. Juntos, esses empreendimentos somam R$ 608 milhões em investimentos privados, com geração de emprego e de renda para os capixabas”, detalha o secretário. O Governo do Estado aposta em desburocratização, simplificação e encolhimento dos prazos para abertura de empresas e processos envolvidos nas atividades de importação e exportação. “Participamos de grupos técnicos sobre melhorias nessas áreas. Também criamos o Comitê Gestor Estadual da Rede Nacional para a Simplificação de Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Cogesin/Redesim), com a presença de vários órgãos, secretarias e entidades. O grupo levantou os gargalos na burocracia entre o Governo e o setor privado para adotar medidas de melhoria. Entre elas estão a redução de prazo para registro de atos de empresas na Junta Comercial do Espírito Santo para 3,5 dias e a emissão direta de registros por meio digital”, aponta Azevedo. Para estimular o desenvolvimento, o Estado promove a melhoria do ambiente de negócios, com iniciativas para diminuir os custos e ampliar a competitividade das empresas que se instalam aqui. “Dentre elas estão os programas de incentivo: o Invest-ES busca atrair novos negócios e investimentos; e os Contratos de Competitividade (Compete-ES) objetivam aumentar a competitividade dos setores produtivos. Há ainda as linhas de financiamento oferecidas pelo Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes)”, enumera. Outra medida importante está na inclusão de 28 municípios do norte do Estado na área de abrangência da Superintendência para Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), que prevê incentivos fiscais federais para a implantação de novos investimentos e conta com forte atuação do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) para a oferta de linhas de crédito. No âmbito federal, a avaliação do secretário é a mesma do diretor de Políticas Públicas da Findes: os desafios envolvem estabilidade política e econômica, além da necessidade das reformas trabalhistas e previdenciárias, do controle de gastos públicos e de uma agenda nacional de desenvolvimento. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
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ECONOMIA QUÍMICA E EMBALAGENS
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LUTA POR ESTABILIDADE NO MERCADO DE QUÍMICA E EMBALAGENS Para empresários, segredo para superar a crise é aperfeiçoar a gestão
13,5% Foi a queda no faturamento da indústria de plásticos no primeiro semestre de 2016
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mercado de química e embalagens tem sofrido um abalo com o atual cenário econômico do Brasil, mas, mesmo em um momento nacional atípico, esses segmentos têm permanecido firmes, porém sem crescimento. A indústria de plásticos, por exemplo, concluiu o primeiro semestre de 2016 com retração de 13,5% no faturamento total, em comparação com o mesmo período de 2015. Esses dados foram fornecidos pela Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), que ainda registrou receita de R$ 32,7 bilhões, um resultado que significa uma melhora em relação ao primeiro trimestre de 2016, quando a queda registrada foi de 16%. Segundo Gilmar Guanandy Régio, presidente do Sindicato da Indústria de Material Plástico do Espírito Santo (Sindiplast-ES), para o Estado, a importância dessa área se revela no quantitativo de empregos que gera. “Somente o setor de embalagens plásticas e papéis do Espírito Santo é constituído por 51 empresas, que empregam 1.387 trabalhadores, e formou, em 2015, um total de 101 pessoas por meio da Escola Senai do Plástico, instituição que funciona dentro do Senai-Civit, na Serra, e qualifica profissionais para trabalhar no setor do plástico”, comenta. Ainda de acordo com Gilmar Régio, em números, a atividade da indústria de embalagens na economia local representa 1,8% da receita líquida total da indústria capixaba e movimentou, no ano de 2013, um total de R$ 810 milhões. Tomando como base o cenário nacional, neste segundo semestre de 2016 a perspectiva é de que haja algum aquecimento, já que nesse período crescem as encomendas de setores importantes, como o automotivo, e também a demanda das empresas para o 231
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Natal. A projeção da Abiplast é de fechar o ano com queda de 9,7% no faturamento. Já em relação ao Espírito Santo, Rocha avalia que “o quadro mais provável em 2016 é de um declínio de -2,8% na produção física de embalagens, devido às dificuldades econômicas do país. Em 2015, esse indicador já havia apresentado retração de -4,3%”, lamenta. E, para driblar esse período, algumas iniciativas têm sido tomadas: “Em 2015, foi observada uma queda na capacidade competitiva do setor de embalagens, medida pelo Índice de Capacidade Competitiva da Indústria Capixaba (ICC). Como reação a essa queda, o setor investiu em melhoria da gestão e no desenvolvimento de novos produtos, como refletem os indicadores de eficiência da gestão e inovação”, comenta.
Química: esperança no segundo semestre Também emergido neste momento instável, o setor de química nacional encerrou 2015 com uma baixa no volume de vendas internas e de demanda no mercado nacional. Assim, as vendas dentro do Espírito Santo diminuíram 5,37%, enquanto a demanda nacional por produtos químicos de uso industrial sofreu um encolhimento de 6,8%, de acordo com a equipe de Economia e Estatística da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). José Carlos Zanotelli, presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Químicos do Espírito Santo (Sindiquimicos), revela que, para a economia local, “as indústrias que compõem a nossa base são bastante representativas na economia do ES. Grandes players, como a Heringer e a Elkem (união da Carboderivados e Carboindustrial), Alcon e Disa, capitaneiam esse ranking, sem falar que o Sindiquimicos-ES representa diversos macrossetores, como sucroalcoleiro, de fertilizantes, de carboquímicos e química em geral – que, por suas vez, reúne tintas, cosméticos e saneantes.”, assina. O dirigente também assinala que as empresas associadas ao sindicato representam cerca de 10% do PIB industrial capixaba. Ainda de acordo com Zanotelli, em períodos de redução das atividades econômicas, todos os setores são afetados mas,
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O setor de química nacional fechou o ano de 2015 com um recuo no volume de vendas internas e de demanda no mercado nacional
especificamente neste, existem empresas que reduziram em faturamento e produção entre 5 a 25%. Porém, mesmo com esse panorama, alguns empreendimentos do ramo estão tomando medidas para driblar a crise. “As indústrias, de uma maneira geral, já fizeram o ‘dever de casa’, enxugando custos e despesas fixas para sobreviver. Por outro lado, a inadimplência também reduz a lucratividade, o que nos coloca numa encruzilhada. Se crescermos sem lucro, podemos antecipar o fechamento das empresas. O segredo é muita gestão em todos os recursos: humanos, financeiros, estoques e clientes”, comenta o presidente do Sindiquímicos. Ele finaliza dizendo: “Defendemos que as empresas que conseguirem sobreviver a esse período sem comprometer muito seu capital têm grandes chances de firmarem-se na retomada, que parece próxima”.
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ECONOMIA INOVAÇÃO
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INOVAÇÃO GARANTE O R$ 39,3 FUTURO DAS EMPRESAS BILHÕES Fundos de capital de risco disponíveis somam
É o capital disponível para investimentos de risco hoje no Brasil
R$ 39,3 bilhões no Brasil, mas as empresas têm que se preparar adequadamente para captar esses recursos
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mundo tem passado por grandes transformações políticas e econômicas. A abertura de mercados, a formação de novos blocos econômicos e a globalização desenharam um novo cenário competitivo entre as empresas. O mercado mudou; o consumidor está cada vez mais informado e exigente; e os produtos a cada dia têm um ciclo de vida menor. O que as empresas devem fazer então, estrategicamente, para competir e sobreviver nesse novo panorama? Inovar, segundo o presidente do Conselho Temático de Política Industrial e Inovação Tecnológica (Conptec) do Sistema Findes, Franco Machado. Para ele, as organizações devem adotar esse procedimento em seus produtos, processos e serviços continuamente se quiserem manter-se vivas no mercado. “É preciso ter a cultura da inovação implantada na empresa. Assim, em períodos de crise, ela pode mudar com mais facilidade e se adequar aos novos desafios impostos pelo mercado. Normalmente, as empresas tentam inovar apenas em momentos de crise e, como não estão preparadas adequadamente, o sucesso é mais difícil e o processo, mais custoso. Às vezes, o processo de inovação pode levar anos até chegar ao mercado”, explica Machado. Mas não basta um negócio declarar-se inovador para realmente sê-lo. É necessário investir, desenvolver novos produtos e modernizar os processos. Isso tudo tem um custo. E, naturalmente, risco, palavra temida pela grande maioria das empresas. Mas cabe a elas quebrar paradigmas e perceber, que, apesar de a inovação ser uma atividade de risco, não inovar é mais arriscado ainda. E os recursos para investir, onde obtê-los? Uma opção são os capitais de risco, como o venture capital (VC) e o private equity (PE), modalidades oferecidas por gestores de investimentos, que contribuem para viabilizar negócios de startups – empresas iniciantes que geralmente precisam de ajuda para se posicionar e consolidar –, e de pequenas e médias companhias, que demandam aportes que vão dos R$ 10 milhões aos R$ 200 milhões. Em 2015, os investimentos realizados pelo capital de risco no Brasil somaram R$ 18,5 bilhões – alta de 39% e um recorde desde 2011, a despeito da turbulência política e econômica nacional. A oferta dessa opção disponível para investimentos no país soma hoje R$ 39,3 bilhões. Segundo Franco Machado, o Conptec vem trabalhando no apoio a eventos que busquem disseminar a adoção da cultura da inovação nas empresas. Para auxiliá-las, o Sindicato das Empresas de Informática do Espírito Santo (Sindinfo),
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ECONOMIA em parceria com a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) e a Abvcap (Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital), vem realizando o curso “Inova TI” – que teve início em setembro e se estende até novembro –, com o objetivo de qualificar as empresas para que se preparem de forma adequada em uma futura apresentação aos investidores. “A apresentação para os investidores de capital de risco é diferente daquela dada aos investidores tradicionais, pois os fundos de capital de risco analisam sobretudo o potencial de crescimento de um negócio, associado a uma gestão competente e que demonstre capacidade de tornar o plano de negócio uma realidade”, explica. E essa iniciativa tem gerado resultados. Um exemplo é a capixaba Geocontrol, que teve um aporte do Fundo de Investimento em Participações (FIP) Aeroespacial de R$ 11 milhões este ano. Tal suporte tem por objetivo fortalecer as cadeias produtivas nacionais nos setores aeroespacial, aeronáutico, de defesa e segurança de sistemas. Foi lançado em 2014 com recursos de R$ 131 milhões, tendo a Embraer como empresa-âncora. A estratégia, a partir do repasse financeiro, é ampliar a participação no segmento de transportes e começar um processo de internacionalização. A companhia está disposta a exportar computadores militares, sistemas de segurança e controle para a
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segurança pública e sistemas para mobilidade urbana. No mercado doméstico, o plano é aumentar sua participação na área de sistemas de controle de ônibus urbanos. Outro exemplo é o da startup PicPay, de Vitória, que lançou em 2012 um aplicativo para facilitar pagamentos e a compra de produtos com a ajuda de um smartphone. Na época, o projeto recebeu investimentos de R$ 2,3 milhões feitos pelos sócios e “investidores-anjo” (profissionais experientes que têm capital disponível para investir em novos empreendimentos). O produto, que nasceu na TecVitoria, incubadora que apoia o crescimento de empreendimentos de tecnologia, está presente hoje em Vitória, Rio de Janeiro e São Paulo.
Longe do ideal Embora os investimentos em tecnologia tenham avançado no Brasil, a inovação ainda está longe do ideal. De acordo com levantamento da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), o país levará 34 anos para chegar ao patamar mantido por economias como a China e a União Europeia. Hoje, o Brasil aplica cerca de 1,2% do PIB em pesquisa e desenvolvimento, enquanto o país asiático e o bloco europeu desembolsam aproximadamente 2%, segundo a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Em média, os países membros da organização investem 2,4% de tudo que produzem. No líder, a Coreia do Sul, a fatia é de 4,4%.
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ECONOMIA MEIO AMBIENTE
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ESTADO MOBILIZADO APÓS DESASTRE AMBIENTAL Órgãos governamentais, entidades e empresas atuam juntos para reduzir os impactos do rompimento da barragem em Mariana (MG). Crise hídrica também é problema
11 TONELADAS Foi a quantidade de peixes que morreram no Rio Doce por causa do rompimento de uma barragem em Mariana (MG)
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om grandes impactos não só para o meio ambiente, como também para a economia do Espírito Santo de forma geral, o rompimento da barragem de Fundão, da mineradora Samarco, em Mariana (MG), segue como grande desafio quando se fala na preservação de recursos naturais. Cerca de 663 quilômetros de rios e córregos foram atingidos, e 1.469 hectares de vegetação acabaram comprometidos com a ruptura da estrutura. Em poucas horas, a lama chegou ao Rio Doce, cuja bacia é uma das mais importantes da Região Sudeste. A turbidez da água causou a morte de milhares de peixes e outros animais. A mortandade superou 11 toneladas de peixes, três das quais no Espírito Santo. Os moradores de cidades abastecidas pelos rios da região também foram atingidos. No Estado, pelo menos 317 mil pessoas foram impactadas, seja com o fornecimento de água temporariamente interrompido, seja com a paralisação de atividades que geravam renda. Segundo o Instituto Capixaba de Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), são 1.438 pescadores cadastrados em associações e colônias, que dependem exclusivamente do Rio Doce em terras capixabas – número que pode ser maior, uma vez que há muitos outros ainda não inscritos. No geral, os setores alimentício, agropecuário, hoteleiro, turístico e têxtil registraram prejuízos com o desastre, sem contar a significativa queda na arrecadação de impostos para os cofres capixabas. A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama) e o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) começaram a agir assim que foi identificado o 239
ECONOMIA
risco da lama de rejeitos chegar ao Espírito Santo. O Iema, que vem realizando a coleta de água e sedimentos na calha do Doce antes mesmo de a porção capixaba ser impactada, também acompanha a coleta de água feita pela Samarco para contraprova. O monitoramento continua sendo executado, assim como os sobrevoos na foz, com o intuito de acompanhar o comportamento da mancha de lama (pluma) na área costeira do norte do Estado. A fauna também foi contemplada pelo plano de ações elaborado em parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Segundo a diretora-presidente do Iema, Andreia Carvalho, foi criado o grupo Governança pelo Doce, que tem a finalidade de contribuir para a gestão do impacto, além de observar as ações de monitoramento, mitigação, compensação a recuperação socioambiental da bacia do Rio Doce. A equipe é composta por entes dos três níveis de governo: federal, estadual e municipal. No Espírito Santo, as ações beneficiam os municípios de Baixo Guandu, Colatina, Marilândia e Linhares. Entre as medidas, estão o resgate de peixes e crustáceos para preservação das espécies; a perfuração de poços artesianos no trajeto do Rio Doce; instalação de barreira na foz do manancial, para preservação da fauna e flora locais; a remoção de bancos de areia; o monitoramento aéreo georreferenciado do mar e das praias para acompanhamento da evolução do encontro da pluma com o oceano; e a análise do impacto na fauna. “Mantemos diálogo constante com instituições acadêmicas como a Ufes, que vêm colocando sua expertise à disposição dos órgãos públicos, o que está permitindo que os entes envolvidos no monitoramento da foz do Doce possam obter informações com base em uma análise integrada dos resultados”, disse Andreia. Todas as novidades sobre o grupo podem ser conferidas por meio do site www.governancapelodoce.com.br. O Iema também participou das discussões técnicas para a elaboração de um Termo de Transação e de Ajustamento de Conduta (acordo extrajudicial) assinado pelos governos federal e dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo com a Samarco, a BHP e a Vale, que prevê medidas de recuperação da área atingida pelo rompimento da barragem de Fundão e a criação de um fundo de R$ 20 bilhões para recuperar a Bacia do Rio Doce em 15 anos. Até o fechamento desta matéria, o acordo estava temporariamente suspenso pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que afirma que o Tribunal Regional Federal da 1ª Região não poderia ter homologado o documento, já havendo decisão da Corte superior 240
Há três anos a estiagem atinge o Estado, onde em 20 municípios o abastecimento humano está em condição crítica. Na Grande Vitória já houve racionamento e o principal rio, o Jucu, está com vazão de apenas 5.100 l/s
para que questões urgentes fossem decididas na 12ª Vara Federal da Seção Judiciária de Minas Gerais. Agora, a ação com o questionamento do Ministério Público Federal (MPF) precisa passar por novo julgamento no STJ. Além dos problemas relacionados ao rompimento da barragem, o Espírito Santo está enfrentando um longo período de estiagem, com chuvas abaixo da média pelo terceiro ano consecutivo. Para diminuir os impactos dessa crise hídrica, o Governo do Estado organizou uma força-tarefa que tem por objetivo intensificar as ações de fiscalização visando à preservação da água. Em Santa Teresa, por exemplo, foram lacradas 17 bombas, em sua maioria de agricultores, instaladas para captação de água de forma irregular. Em Governador Lindenberg e São Gabriel da Palha a vedação foi feita, respectivamente, em outras quatro e 21 bombas. A medida é necessária por conta de uma Resolução da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), que estabelece que a captação deve se limitar ao consumo humano e animal, devido à situação crítica na qual o Estado se encontra. Integrante do Comitê Hídrico do Governo do Estado, a Agerh também atua para garantir a segurança hídrica na Região Metropolitana da Grande Vitória A Agência negociou com a EDP Escelsa a utilização da barragem de Rio Bonito para abastecimento humano, quando a vazão do ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
Rio Santa Maria não for suficiente para atender à demanda da população. Em seguida, o Governo elaborou o projeto e iniciou a construção do Sistema de Abastecimento de Água Reis Magos, no município da Serra. A obra representa um investimento de R$ 54 milhões e beneficiará cerca de 150 mil pessoas diretamente, além de outras 700 mil indiretamente. Por conta da baixa disponibilidade dos cursos de água capixabas, a Agerh declarou cenário de alerta diante da ameaça de prolongamento da escassez, suspendeu a emissão de outorgas temporariamente e apresentou uma série de orientações quanto ao consumo. Atualmente, 20 municípios apresentam sistemas de abastecimento humano em condição crítica: Aracruz, Serra, Barra de São Francisco, Ecoporanga, Alto Rio Novo, Itaguaçu, Itarana, Mantenópolis, São Mateus, Sooretama, Governador Lindenberg, Pancas, Rio Bananal, Pinheiros, Ibiraçu, Linhares, Águia Branca, Fundão, São Gabriel da Palha e Vila Valério.
Indústria faz a sua parte Ciente de todos esses desafios, o setor industrial vem se sensibilizando quanto à questão. Existe hoje, segundo Andreia, uma maior preocupação com o investimento em novas tecnologias. A escassez hídrica fez com que muitas empresas repensassem a utilização da água em ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
seus processos. “Uma saída é o reúso; outra possiblidade é o armazenamento de água da chuva”, disse. No Sistema Findes, que representa a indústria estadual, o Conselho Temático de Meio Ambiente (Consuma) tem desenvolvido um importante papel pelo bom gerenciamento dos recursos hídricos. “O papel do Consuma é desempenhado diretamente com os empresários e os sindicatos. Os representantes de cada categoria nos apresentam suas informações e necessidades, e automaticamente nós difundimos a metodologia de trabalho mais adequada a cada situação. Hoje, o nosso maior esforço, tanto nas questões da seca quanto dos impactos da lama no Rio Doce, está na busca por alternativas. Entre elas, o reúso da água e a regulamentação para isso. Queremos construir o ambiente certo para que as indústrias possam se desenvolver. O empresário consegue fazer investimentos quando há uma regulamentação que sustente essa iniciativa. Qualquer coisa diferente disso é penalizar esse empresário”, destacou o presidente do Consuma, Wilmar Barbosa. Ele lembra que as indústrias do Estado têm feito a sua parte para reduzir o consumo durante este momento crítico de abastecimento. “Temos um uso muito controlado da água, e alguns setores precisaram, inclusive, adequar-se em relação aos horários para fazer uso dos recursos hídricos. Isso é um grande entrave para a indústria, sobretudo em um momento de crise econômica e baixa produtividade. Ao mesmo tempo, entendo que chegamos a um ponto que demandava a adoção de uma atitude”, falou. Para Barbosa, iniciativas que apoiem novos projetos das empresas no uso consciente de recursos naturais devem sempre ser celebradas. “O caminho é esse. Você tem grandes projetos na indústria, que precisam ser apresentados, até para mostrarmos para a sociedade que as empresas se renovam. Elas se adaptam para manter um padrão de qualidade, ao mesmo tempo que investem em inovações para agredir cada vez menos o meio ambiente. Ninguém tem trabalhado tanto para diminuir o consumo quanto a indústria. A renovação de processos, tanto na mineração quanto na celulose ou na siderurgia, tem levado a indústria a uma realidade em que se investe na pesquisa para uma redução considerável no uso da água. Vemos as grandes empresas aproveitando várias vezes o mesmo volume de água dentro dos seus processos”. O ano de 2016, do ponto de vista do presidente da entidade, será marcado pelo debate e pelo engajamento acerca de medidas voltadas para o respeito às reservas hídricas, algo que beneficia não apenas as empresas, mas também toda a sociedade capixaba. 241
ECONOMIA INDÚSTRIA CRIATIVA
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ES REÚNE 1.450 EMPRESAS CRIATIVAS E 10,7 MIL PROFISSIONAIS PIB da economia criativa avança quase 30% em dois anos no Espírito Santo, e tendência é positiva, dizem especialistas
R$ 2,7 BILHÕES
É o valor que a indústria criativa movimentou no ES em 2015
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m tempos de crise, como a que o Brasil vem enfrentando, muitos empreendimentos procuram maneiras de cortar os gastos e enfrentar a recessão econômica. Empresários e comerciantes têm recorrido a verdadeiros malabarismos para não deixar o faturamento cair. Na contramão da turbulência, um setor ainda está conseguindo movimentar o mercado, buscando formas alternativas de atuação. É a chamada economia criativa, que engloba tanto a indústria cultural quanto o design e a moda, passando por games, publicidade, inovação e desenvolvimento de novas tecnologias. Isso se explica, basicamente, pelo fato de que, em meio a uma conjuntura que comprometeu a confiança do investidor e travou a atividade econômica, a modalidade criativa oferece uma resposta mais eficaz às adversidades, explicam especialistas. Se em 2015 o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro sofreu uma queda de 3,7%, os números da economia criativa são mais animadores. Dados da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) mostram a evolução dessa indústria na última década, cujo PIB chegou a R$ 126 bilhões em 2013, ou o equivalente a 2,6% do total produzido no país naquele ano. Representa avanço de 69,8% em 10 anos, acima dos 36,4% contabilizados pelo PIB nacional no mesmo período. Não há registros estatísticos mais recentes, mas especialistas afirmam que essa tendência se mantém. 243
ECONOMIA
No Espírito Santo, o núcleo criativo injetou R$ 2,7 bilhões na economia em 2015, com uma participação no PIB estadual de 1,9% – um acréscimo de 28,6% em relação a 2013, quando movimentou R$ 2,1 bilhões, segundo o Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies). Este ano a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) fez um estudo sobre a indústria criativa local e mapeou a sua presença nos 78 municípios capixabas. De acordo com o levantamento, o Estado reúne 1.450 empresas criativas, aquelas que têm “um potencial para riqueza e criação de emprego por meio da geração e da exploração da propriedade intelectual”, e 10.776 profissionais criativos. Vitória é a cidade que reúne a maior concentração da atividade: 58,2% da massa salarial da economia criativa, 46,6% dos trabalhadores criativos e 33,7% das empresas. Na opinião do diretor-executivo do Ideies e consultor do Conselho Temático de Economia Criativa, Antonio Dória Porto, trata-se de uma área que pode agregar valor à indústria capixaba e auxiliar neste momento em que a produção brasileira está em queda. “A indústria criativa é de suma importância para a competitividade da indústria tradicional. As empresas que possuem os setores criativos na sua base produtiva são as que mais se desenvolvem nos momentos de crise, tornando-se mais competitivas para enfrentar o mercado. As que desenvolvem seu potencial criativo e inovam enfrentam melhor a crise”, diz.
Iniciativas locais Para fortalecer a economia criativa no Estado, diversas estratégias têm sido desenvolvidas pelo Sistema Findes nos últimos anos. Em 2015, criou o Conselho Temático de Economia Criativa (Conect), com representantes de IEL-ES, Ideies, Sebrae-ES, Ufes e diversas entidades/associações, e, após incentivar a abertura de novos sindicatos, foram implantados o Sindicato da Indústria Cinematográfica do Espírito Santo (Sinaes) e o Sindicato da Indústria de Joalheria, Bijuteria, Extração e Lapidação de Gemas do Espírito Santo (Sindijoias-ES). 244
Um ramo que tende a ganhar força nos próximos anos é o audiovisual, principalmente pelo interesse corporativo de estar presente nas mídias digitais
O audiovisual, um ramo que tende a ganhar força nos próximos anos, foi contemplado com o 1º Seminário de Investimento em Certificados Audiovisuais do Espírito Santo, com o objetivo de criar marcos legais e esclarecer a Lei do Audiovisual, que prevê abatimento do Imposto de Renda das empresas que investirem em Certificados Audiovisuais. A iniciativa foi do Conect, em conjunto com outras instituições. “O empresário industrial pode fazer uso desses certificados audiovisuais para produções que agreguem valor às suas marcas. É uma lei que gera possibilidades infinitas. Estamos passando por um momento difícil em nossa economia, e o investimento nos certificados vai ao encontro da proposta de agregarmos mais valor aos nossos produtos”, disse o presidente do Conect, José Carlos Bergamin. Outra ação para impulsionar a atividade audiovisual é o Projeto de Desenvolvimento da Atividade Audiovisual, que se estenderá até 2017. O Sebrae é responsável pela elaboração do material e conta com a parceria de entidades públicas e privadas. A Findes faz parte do Comitê Gestor do projeto, que está definindo mediddas voltadas para as ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
áreas de gestão, mercado, inovação, consultorias, capacitações, diagnósticos e rodadas de negócios.
Estratégias para o crescimento Uma atenção especial tem sido dada para a inovação em um importante setor. Após encerrar o projeto piloto “Plataforma metodológica para o desenvolvimento da indústria criativa em APL tradicional”, que atendeu 10 indústrias das áreas de confecção, mármore e granito e rochas ornamentais, o programa agora será implantado em 30 empresas do segmento do vestuário, com duração de um ano. O estudo, uma parceria com o Sesi-ES, o Senai-ES e o Sebrae-ES, levou os conceitos de design e o uso de plataformas audiovisuais ao processo de produção, resultando em ganhos significativos no alcance de mercado dessas empresas. “Sempre ouço falar que o Brasil é um país criativo. Mas há uma ideia de que essa criatividade não pode ser aplicada nas empresas para aumentar sua competitividade. Isso é um erro que estamos corrigindo agora, com o uso dessa metodologia, que aproxima o ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
engenheiro do designer, o fotógrafo do operário, e gera um ambiente de trabalho mais leve e, consequentemente, mais produtivo”, afirmou Bergamin. Também teve início o Circuito de Capacitação da Indústria do Vestuário, no qual alguns dos mais renomados especialistas do país abordam temas como marketing, redes sociais, comércio eletrônico, novos modelos de negócios e estratégias, nas palestras que serão realizadas até dezembro. A iniciativa é da Findes, com apoio da Câmara Setorial da Indústria do Vestuário e execução do Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES). Para José Carlos Bergamin, as mudanças precisam ser colocadas em prática o quanto antes. “O setor do vestuário vive um momento singular. Ao mesmo tempo que o país vive uma crise política e econômica que afeta fortemente o setor, temos também um panorama que favorece a maior competitividade das empresas brasileiras por causa da alta do dólar, já que o vestuário há muito tempo sofre com os preços baixos dos produtos asiáticos. Portanto, agora é o momento de promovermos mudanças significativas no modelo de negócios das indústrias do ramo”, diz o dirigente. Nesse campo, vale destacar o evento Vitória Moda, que comemorou nove anos de história e teve em 2016 a participação de 26 marcas nas passarelas e um público estimado em cerca de 5 mil pessoas. Segundo Bergamin, é possível que as vendas desta edição superem as do ano passado – de R$ 14 milhões – assim que as marcas lançarem suas coleções no mercado. “Se o cenário econômico do país permitir, poderemos chegar a R$ 19 milhões em negócios”, assegura ele. O Vitória Moda é uma iniciativa do Sistema Findes, em parceria com o Sesi/Senai e correalização do Sebrae-ES. Além desses projetos, o Comitê passou a se alinhar com outros órgãos capixabas que desenvolvem medidas relacionadas à economia criativa, como o Plano Estratégico ES Criativo, uma das apostas do Governo do Espírito Santo para o fortalecimento da economia capixaba entre 2016 e 2019, coordenado pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult-ES). A Findes está participando da formulação de diretrizes para a elaboração do plano. 245
ECONOMIA ROCHAS
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ESPÍRITO SANTO LIDERA RANKING DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE ROCHAS ORNAMENTAIS Primeiro semestre é marcado pela queda nos preços. Setor aposta na qualificação e busca por novos mercados para melhorar resultados
1,141 MILHÃO DE TONELADAS
É o volume de rochas ornamentais exportado pelo Espírito Santo de janeiro a maio de 2016
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despeito do cenário desfavorável para a economia e de quedas sucessivas nas vendas para o mercado externo, o setor de rochas ornamentais capixaba registrou aumento no volume exportado nos primeiros sete meses de 2016, em relação ao mesmo período do ano passado. Dados do Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas Ornamentais (Centrorochas) indicam um crescimento de 15,9% nas comercializações para o exterior, em peso, de janeiro a julho de 2016, frente aos mesmos meses de 2015 – passando de 984,9 mil toneladas para 1,141 milhão de toneladas. Com o resultado, o Espírito Santo continua liderando com folga o ranking das unidades federativas que comercializam rochas ornamentais para outros países. De janeiro a julho deste ano, 75,7% dos embarques do produto feitos pelo Brasil saíram do solo capixaba. Apesar do bom desempenho, a alta não significa mais dinheiro para o setor. No intervalo analisado, houve baixa de 6,37%, em valores: as exportações passaram de US$ 598,7 milhões de janeiro a julho de 2015 para US$ 560,6 milhões neste ano. O preço médio dos materiais no mercado internacional caiu 19,21%, conforme o Centrorochas. 247
ECONOMIA
No mercado interno, a crise econômica também influencia o setor. “Atuamos na ponta final da construção, produzindo blocos, fornecendo chapas destinadas a revestimentos, fachadas, pisos, soleiras e bancadas, entre outros. Nesse contexto, a recuperação ocorre de forma mais lenta, pois depende de investimentos no segmento de construção. O principal balizador do setor de rochas é, sem dúvida, a exportação, que, além das empresas que historicamente mantêm esse foco, também tem atraído empresas que tinham no mercado interno o seu forte”, explica o presidente do Sindicato de Rochas Ornamentais, Cal e Calcário do Espírito Santo (Sindirochas), Tales Machado. Ao mesmo tempo, na avaliação de Tales, os investimentos em tecnologia realizados pelos empresários capixabas nos anos anteriores parecem ter se voltado contra o setor. “As empresas capixabas estão trabalhando com elevada produção de chapas, resultante dos investimentos realizados em teares multifios. São mais de 200 equipamentos instalados nas indústrias de rochas locais, acelerando a produção e permitindo produzir mais em menor tempo. É típico de qualquer mercado que a elevação na oferta de algum produto acabe gerando redução no seu preço. Nesse caso, considerando a elevação de produção de chapas pela indústria capixaba, se compararmos o primeiro semestre de 2016 com o mesmo período do ano passado, veremos que foi exportada maior quantidade em toneladas de chapas (7,61%), mas com redução do faturamento (7,35%) em dólar. Esse é um fenômeno que vem ocorrendo desde o ano passado. Portanto, é preciso repensar, pois elevar a produção pode não significar rentabilidade com retorno do capital investido”, destaca.
Estratégias A inovação e os investimentos em gestão são os caminhos buscados para reverter esse cenário. “Apesar de tudo, os empresários de rochas, pelas características da atividade, continuam, de forma mais planejada, fazendo investimentos em novas áreas de mineração, em novas tecnologias e processos, buscando sempre a inovação para elevar o seu nível de concorrência e a qualidade dos produtos, para atender a mercados cada vez mais exigentes”, ressalta o dirigente. A qualificação também é outra estratégia adotada. “Nossa atividade, seja na mineração, seja na transformação do bloco em chapas, seja no beneficiamento e na aplicação dos nossos produtos, depende de mão de obra qualificada, o que coloca o setor como um dos que mais investem em capacitação e qualificação do trabalhador. É fundamental também que as empresas estejam preparadas para o cumprimento das legislações aplicáveis às suas áreas de atuação, 248
O Espírito Santo é responsável por cerca de 45% da produção brasileira de rochas ornamentais
evitando a formação de passivos que podem comprometer o futuro do negócio”, explica o dirigente.
Perfil O Espírito Santo é responsável por cerca de 45% da produção brasileira de rochas ornamentais, com predomínio do mármore e do granito. A indústria capixaba conta com uma grande diversidade geológica de rochas, composta por mais de 200 variedades de tipos classificados comercialmente como mármore, exclusivo da região sul, e granito – este último encontrando-se disseminado por todo o Estado, mas com polo de extração concentrado na região norte. “A beleza das cores, as texturas apresentadas e a qualidade do beneficiamento dado a essas rochas pelas indústrias do Espírito Santo proporcionam um diferencial que desperta o interesse do especificador e do consumidor. O Espírito Santo possui o maior parque industrial para processamento e beneficiamento de mármore e granito do Brasil – motivo pelo qual aqui são processados blocos vindos de diversos estados, principalmente de Minas Gerais, Bahia, Ceará e Goiás, entre outros”, enumera o presidente do Sindirochas. Cerca de 1.600 empresas ativas atuam na cadeia produtiva capixaba de rochas, gerando aproximadamente 22 mil postos de trabalho diretos e 110 mil indiretos. O Espírito Santo é destaque na distribuição de chapas do produto, abastecendo todos os outros estados brasileiros e exportando para vários países do mundo. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
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ECONOMIA AGROINDÚSTRIA
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ESTIAGEM ATINGE EM CHEIO AGRICULT URA DO ESPÍRITO SANTO Produtores preveem perdas históricas por conta da estiagem que castiga o Estado
40%
É o percentual de perdas na safra capixaba de café Conilon este ano
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estiagem que atinge o Espírito Santo causou baques e colocou em xeque a agricultura capixaba. Exemplo claro disso é a safra de café conilon, um dos carros-chefe do agronegócio no Estado, que já contabiliza perdas de até 40% da produção por causa da escassez de chuva, na comparação com 2015, segundo o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural. O presidente do Sindicato da Indústria do Café do Estado do Espírito (Sincafé), Egídio Malanquini, explica que a seca foi muito intensa nos últimos dois anos e causou grande dificuldade para o setor agrícola, em especial, para a cafeicultura. O café é responsável por 25% do Produto Interno Bruto capixaba e por mais de 40% do PIB agrícola do Estado, percentuais que deixam entrever a dimensão do prejuízo que a quebra de produção dessa lavoura pode gerar para o Espírito Santo. “Há cidades cuja economia gira em torno do café. Em Sooretama, Jaguaré e Vila Valério, para citar algumas, cerca de 90% da economia local giram em torno dessa cultura”, destaca Malanquini. O dirigente relata, ainda, que hoje o conilon fornecido pelo Espírito Santo sequer consegue suprir a demanda da indústria local. E isso levando-se em conta que o Estado é o maior produtor do grão do país. “Teremos que buscar café em outros estados, como Minas Gerais, para atender à demanda local. Naturalmente, não é apenas a safra deste ano que está comprometida, mas a de 2017 também. As árvores estão muito afetadas, e leva-se de dois a três anos para a produção se normalizar, se houver chuva. Muitas lavouras no norte do Estado já foram abandonadas, outras estão sendo cortadas”, relata. Se o conilon enfrenta seu maior desafio em anos, o arábica cresce em abundância, segundo Malanquini. As regiões da cultura tiveram chuvas e, em alguns casos, a grande quantidade de águas até comprometeu a qualidade dos grãos. “O café com colheita seletiva, 251
ECONOMIA ou seja, o café,de qualidade, não teve comprometimento. No entanto, ele responde por apenas 20% do consumo. E há outro agravante. As indústrias utilizam o arábica misturado com o conilon, ou seja, o blend. O consumidor já está acostumado com esse sabor e vai sentir a diferença com a quebra de safra do conilon”, explica. Este é o momento, conforme o dirigente, de rever os processos. “O Governo investiu, desde o ano passado, em barragens. São medidas positivas, que visam a atender uma situação crítica Mas precisamos ir além. Temos que trabalhar a cadeia como um todo, começar a recuperar áreas, como já está sendo feito, melhorar o desempenho dos plantios, quer dizer, produzir mais em uma área menor, e apostar no reflorestamento. Antes, a terra era valorizada pela sua área, pelo seu tamanho. Agora, têm valor as propriedades que possuem água. E se não nos unirmos para tentar minimizar os impactos das estiagens, teremos problemas não apenas com o café, mas com também agropecuária, fruticultura, ou seja, toda a cadeia do agronegócio Essa crise hídrica que acontece hoje pode ser permanente se não a trabalharmos. A previsão não é animadora”, lamenta.
Mamão papaya producers deal with losses which can mean a loss of up to 70% in the fruit’s harvest.
Outras culturas Outras culturas também enfrentam a turbulência financeira aliada à crise hídrica. Os produtores de mamão papaya, por exemplo, lidam com perdas que podem se traduzir em queda de até 70% na safra do fruto no Espírito Santo. A estimativa é da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Papaya (Brapex). Até mesmo o agroturismo, que engloba duas modalidades econômicas (turismo e agronegócio), está perdendo com a seca. O Parque da Pedra Azul, que atrai visitantes de várias cidades e estados à região serrana, movimentando a economia das localidades, está fechado por tempo indeterminado. O risco de queimadas e incêndios na área de preservação ambiental ligou o sinal de alerta, e a alternativa de bloquear as rotas aos visitantes foi a mais viável aos mantenedores do parque.
Renegociação das dívidas Mesmo que a atividade seja inviabilizada, é preciso pagar as contas. No final de agosto, o Governo Estadual conseguiu junto aos ministros da Agricultura, Blairo Maggi, e do Planejamento, Dyogo Oliveira, encaminhar uma proposta ao Conselho Monetário Nacional (CMN) que permite a renegociação das dívidas dos produtores rurais capixabas. A medida estende o parcelamento por até cinco anos. No Espírito Santo, existem R$ 8 bilhões aplicados na carteira de crédito agrícola, sendo que R$ 1,7 bilhão vencem este ano. Se aprovada, a medida beneficia o homem do campo com financiamentos contraídos junto aos bancos públicos e às demais instituições financeiras. A renegociação abrange os recursos tanto para custeio quanto para investimento, que poderão ser prorrogados caso haja aprovação pelo CMN. “Sem dúvida a 252
proposta atende ao Espírito Santo e contempla todos os agricultores do Estado, que sofrem com a estiagem que vem prejudicando as lavouras”, afirmou, na ocasião, o secretário da Agricultura, Octaciano Neto.
Situação de emergência No início do mês de maio deste ano, o Governo do Estado decretou situação de emergência em todo o território do Espírito Santo, em virtude da grave estiagem, que se estende pelo terceiro ano consecutivo. Para minimizar os efeitos da seca, o Executivo vem realizando diversas ações de longo, médio e curto prazo. Uma das mais importantes é o Programa Estadual de Construção de Barragens, que até o final de 2018 investirá R$ 90 milhões na edificações de uso múltiplo, ou seja, para abastecimento humano e industrial, dessedentação animal e irrigação de lavouras. Para todas as barragens construídas, o poder público também investe na recuperação ambiental, por meio do Programa Reflorestar. A meta, até o final de 2018, é recuperar 80 mil hectares de vegetação.
Milho importado, uma saída O milho é o componente predominante das rações de aves e suínos, correspondendo a 70% do insumo necessário para a produção de carnes e ovos. Ele também compõe a alimentação suplementar de bovinos, devido à redução das áreas de pasto pela seca. Força-motriz dessas cadeias produtivas, o grão também está entre as preocupações dos produtores capixabas: seu preço no mercado interno aumentou mais de 60% no último ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
ano – 31% somente nos últimos seis meses. O Estado fornece apenas 10% do milho utilizado pelos setores de avicultura e suinocultura. O restante vem da região Centro-Oeste, com importação taxada em 12% de ICMS. Para tentar minimizar o impacto dessa brutal alta de preços, no final de agosto o primeiro navio com carregamento de milho vindo da Argentina chegou ao Espírito Santo. Ao todo, foram compradas pelas associações dos avicultores e de suinocultores locais (Aves/Ases) 27,35 mil toneladas, após sanção do Executivo para isenção da cobrança do ICMS sobre a mercadoria trazida do exterior. Adquirir o milho do mercado externo é uma alternativa frente à dificuldade encontrada pelos produtores capixabas para garantir o abastecimento, além de tentar minimizar a pressão sobre o preço do produto no âmbito nacional, onde vem apresentando escassez. Na ocasião da chegada do navio, o secretário reiterou que, mesmo em um momento de crise financeira vivida pelo país, o Espírito Santo está conseguindo, de forma responsável, fomentar o desenvolvimento de vários setores da economia capixaba, como aqueles ligados à produção animal. “Essa medida cumpre mais uma etapa no sentido de ampliar a competitividade desses setores, tão importantes para nossa economia. Vamos poder comprar nosso principal insumo com um preço melhor e tirar a pressão do preço no mercado interno”, destacou Octaciano Neto.
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ECONOMIA TURISMO
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TURISMO NO ESPÍRITO SANTO: POTENCIAIS LADO A LADO COM GRANDES DESAFIOS Setor enfrenta cenário de esvaziamento e busca estratégias para atrair mais turistas ao Estado
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É o número de atividades econômicas impactadas pelo turismo
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o ano em que todos os olhares do mundo se voltaram para o Brasil, por ocasião dos Jogos Olímpicos, o turismo capixaba segue caminho contrário ao crescimento proporcionado pelo maior evento esportivo do planeta: 2016, para a realidade local, tem sido um período de esvaziamento. De acordo com o Espírito Santo Convention & Visitors Bureau (ESC&VB), somente no setor de eventos – que tem se destacado na agenda capixaba nos últimos anos –, a expectativa é de que o Estado receba cerca de 67 mil visitantes, aproximadamente 26 mil a menos do que o público atraído pelas programações no ano passado. Se levada em conta a estimativa de faturamento, espera-se que o turismo de eventos fature em torno de 30% a menos do que em 2015. Outro indício do declínio é a diminuição de cerca de 18% no tráfego aéreo. “O ano de 2016 não tem sido favorável. O setor é afetado pela baixa na procura por parte dos turistas, que tem tomado conta da atividade capixaba como um todo. Além disso, a atividade turística passa por um momento de estagnação e de deficiência de investimentos, tanto públicos quanto privados”, ressalta o presidente do ESC&VB, Alfonso Silva. A crise econômica por que passa o Brasil contribui para a retração da quantidade de pessoas viajando, o que se coloca como mais um fator relevante a influir no recuo sofrido do segmento, segundo o dirigente. Apesar do cenário atualmente desfavorável, o Espírito Santo já consolidou em seu calendário anual eventos de tradição que merecem destaque. Na área técnica e científica, tiveram notoriedade no primeiro semestre a 41ª Feira Internacional do Mármore e 255
Foto: Sagrilo
ECONOMIA
Granito – Vitória Stone Fair/Marmomacc Latin America 2016; o 12º Salão do Turismo do Espírito Santo – Expotur 2016; e a 2ª Feira da Construção do Espírito Santo – Expo Construções 2016. Eventos de caráter religioso e cultural, como a Festa da Penha e o Carnaval de Vitória, também fizeram parte da programação. Para a segunda metade do ano, a expectativa para o desempenho do setor, segundo Alfonso, é de que prossiga desacelerado. “O ritmo é resultado de um cenário de pouco investimento herdado do semestre anterior, somado à ausência de perspectiva de mudança e à instabilidade vivida pela economia brasileira”, reitera. Para se adaptar a esse cenário, o turismo de eventos no Espírito Santo tem reagido com a formulação de formatos menores e mais enxutos, visando à diminuição de gastos. “O setor possui uma gama de profissionais de promoção de eventos qualificados e de ramos diversificados, o que garante que a mão de obra utilizada seja capixaba, movimentando assim a economia local”, destaca. Até o momento, as estimativas do Convention são de que 17 mil turistas venham ao Espírito Santo atraídos pelo calendário de encontros técnicos e científicos. Para contornar o quadro de esvaziamento, as entidades do turismo têm investido na captação de novos eventos e na atração de público. Como forma de mostrar as potencialidades do Espírito Santo, por exemplo, a Secretaria Estadual de Turismo, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento, lançou em abril a campanha #amores. O objetivo é divulgar as belezas, a paixão e o orgulho pelo Espírito Santo e com isso, também atrair investimentos. Com forte atuação nas redes sociais, a iniciativa promoveu o uso da hashtag #amores, além de fotos, quizzes e vídeos, estimulando os capixabas – moradores, de nascimento ou de coração, – a declarar todo o seu amor pelo Estado. “Nossa intenção com a campanha, focada nas redes sociais, era de que o capixaba compartilhasse seu amor pelo Estado. Foram impactadas 1,4 milhão de pessoas em três meses, sendo que o vídeo teve dois milhões de visualizações. Primeiro, preparamos o capixaba para ter um novo olhar sobre o Estado, pois percebemos que os turistas, quando chegam ao Espírito Santo, têm uma visão muito mais positiva do que a daqueles que aqui residem. Mais de 90% dos turistas recomendariam aos amigos que visitassem o Estado e planejam voltar nos próximos dois anos. Contudo, no dia a dia, os capixabas costumam não ver a beleza de nossos pontos turísticos”, explica o secretário de Estado do Turismo, José Salles. De acordo com ele, em sua segunda fase, prevista para ser deslanchada ainda em 2016, a campanha deve se voltar 256
A arborização e as águas cristalinas fazem da Praia das Castanheiras o cartão-postal da cidade de Guarapari
para fora do Espírito Santo, convidando os turistas a visitar o Estado. A Setur também tem investido na divulgação dos potenciais locais junto a agências de viagens e jornalistas especializados em turismo, entre outros públicos de interesse. “O turismo impacta outras 53 atividades econômicas, que vão desde o vendedor de coco ao dono de hotel, por exemplo. Por isso, trabalhamos muito com a formação do profissional, junto com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), de modo a qualificar cada vez mais o atendente. Além de melhorar o serviço oferecido aos turistas, a qualificação ajuda a gerar emprego”, observa Salles.
Turismo capixaba A variedade de destinos oferecidos é uma das principais características do Espírito Santo, o que faz com que o Estado seja classificado como versátil e capaz de centralizar regiões turísticas para quem busca lazer, aventura, religião ou negócios, entre outros aspectos. O território capixaba é muito rico culturalmente, além de possuir um litoral extenso, de cerca de 400 km, bastante próximo da região serrana. Isso permite que o visitante possa desfrutar de uma gama de possibilidades de destinos diferentes em um espaço relativamente pequeno. A diversidade não se restringe ao lazer; aplica-se também às áreas de agroturismo, turismo religioso e de negócios. O Estado é ainda uma ótima opção para o turismo de eventos, já que se encontra estrategicamente localizado próximo às principais metrópoles nacionais. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
ARTIGO INOVAÇÃO
Uma ponte para a inovação PAULO MÓL é superintendente nacional do Instituto Euvaldo Lodi (IEL)
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etembro de 2016 marca o aniversário de três anos do Inova Talentos, um programa desenvolvido em parceria pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para servir de ponte entre duas demandas pujantes da economia brasileira: empresas que precisam de profissionais capazes e qualificados para desenvolver inovação e pesquisa, e jovens profissionais à procura de oportunidades. Desde o início, o programa mostrou-se efetivo e assertivo em seus objetivos. É, definitivamente, uma iniciativa vencedora. O Inova Talentos realizou quatro chamadas nacionais de projetos, momento em que as empresas lançam desafios de inovação em busca das pessoas certas para resolvê-los. Das mais de 1,3 mil propostas, aprovamos e executamos 632 em todo o território nacional. Para isso, o IEL recrutou, selecionou e acompanhou o trabalho de 855 bolsistas. Entre os participantes, 9% são graduandos; 66%, graduados; e 25%, mestres. O IEL empreendeu mais de 150 mil horas em treinamentos e desenvolvimento de habilidades técnicas, gerenciais e comportamentais. A precisão da seleção e do monitoramento do desenvolvimento dos desafios se espelha na proporção de profissionais que passam a integrar o quadro das empresas. A cada cinco bolsistas que participam do Inova Talentos, dois são contratados. Tais oportunidades aparecem tanto em organizações pequenas,
que podem, devem e também estão em busca de profissionais inovadores, quanto em grandes indústrias, nomes de fronteira da inovação brasileira. Falamos de Bosch, 3M, Avon, Natura, Embraer, Fiat, para citar algumas das 561 companhias que apostaram no Inova Talentos. O reconhecimento do mérito do programa – e das necessidades que ele busca suprir – é percebido na procura pelas oportunidades abertas. O banco de currículos do Sistema IEL passou a contar com mais 30 mil candidatos, inscritos para concorrer às vagas abertas. São 35 candidatos por vaga. O Inova Talentos se ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
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A cada cinco bolsistas que participam do Inova Talentos, dois são contratados” transformou ainda em um marco para os núcleos regionais do IEL, que expandiram suas estruturas e fortaleceram o atendimento integrado de várias áreas para dar fluidez ao programa. Os benefícios da iniciativa são compartilhados entre os envolvidos. Para os jovens estudantes e graduados, a vivência empresarial contribui para a atuação no mercado, além do desenvolvimento de habilidades e a integração a uma rede nacional de inovação. Para as universidades, o Inova Talentos é uma oportunidade de fortalecer e ampliar a qualificação dos estudantes, além de representar um vínculo qualificado entre a academia e o setor produtivo. Para as empresas, os projetos têm impactos positivos – muitos deles, decisivos – ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
no desempenho dos negócios. O programa tornou-se uma maneira de atrair e reter talentos. Eles são os elos mais importantes para elevar a competitividade do Brasil. Estar à frente de uma iniciativa tão vencedora é uma grata responsabilidade para o IEL. Esta é a missão da mais jovem das casas do Sistema Indústria: ser uma referência na formação de pessoas – do estagiário ao executivo –, fomentar a pesquisa e o desenvolvimento de inovação, contribuir para o aprimoramento da indústria brasileira. É tanto missão quanto vocação. 259
ARTIGO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL
Desorganização das contas públicas RICARDO FERRAÇO
é senador pelo PSDB-ES
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ma frase do ex-presidente norte-americano Ronald Reagan resume bem a situação atual do Brasil. “Quando pessoas ou empresas gastam mais do que ganham, vão à falência. Quando um governo gasta mais do que ganha, lhe manda a conta”. Isso se deve ao retrocesso que o governo Dilma impôs ao marco institucional em prol da sustentabilidade das finanças públicas. A economia brasileira enfrenta forte retração e elevada inflação, com graves consequências sociais. O número de desempregados passa de 11 milhões. Esses são reflexos claros da deterioração fiscal, quando o superávit primário, a poupança que o Governo faz para pagar juros de sua dívida, saiu do saldo positivo de 3,1% do PIB em 2011 para o déficit de 0,6%, em 2014. Essa diferença equivale a R$ 160 bilhões de rombo nas contas públicas ao longo desse período. A gastança fez com que o passivo federal subisse do equivalente a 54% do PIB em 2011 para os atuais 69%. A média dos países emergentes é 34%. Esse elevado endividamento causa dois efeitos colaterais imediatos. O primeiro é a piora da avaliação do país pelas agências internacionais de classificação de risco, que agora atribuem ao Brasil o grau especulativo. Isso significa redução nos fluxos de investimento externo de longo prazo. O segundo se reflete em taxas de juros mais elevadas. Em 2011, o gasto federal com pagamento de juros foi de R$ 237 bilhões, montante que, no ano
passado, pulou para R$ 503 bilhões, mais que dobrando. Essa quantia representa o pagamento anual de 13 programas Bolsa Família. Não podemos continuar a gerir nossas contas assim. O desajuste das contas públicas veio de uma triste combinação de gastança governamental crescente e queda das receitas, pela menor atividade econômica e pelo desordenado processo de desonerações fiscais setoriais, além da irresponsável “maquiagem” dos números. Em vez de enfrentar os problemas fiscais, a presidente os escondeu sob o tapete. Serão necessários anos de medidas duras para recuperar o equilíbrio fiscal. Como sempre, a irresponsabilidade com as finanças públicas será paga pelo trabalhador. Isso não é justo! O mais impressionante é que havíamos pensado que, com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), não era mais possível um Governo conseguir desmantelar as contas públicas. A legislação fixou uma série de critérios de gestão responsável, mas não conseguiu evitar manipulações, como a “contabilidade criativa”. A LRF, por exemplo, exige que qualquer expansão da despesa de caráter contínuo ou a adoção de desonerações tributárias requerem a demonstração das fontes que irão financiá-las. O Governo, contudo, elaborou relatórios com metas irrealistas. Como consequência, as despesas se ampliaram, as receitas caíram e o Governo entrou no “cheque especial”. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
Assim como a população, o Governo paga hoje juros muito elevados, coberto pelo dinheiro suado dos cidadãos. Com o objetivo de mascarar as contas públicas, adotou uma série de procedimentos “não usuais”, a começar pela interferência política na definição do valor dos dividendos pagos pelas estatais ao seu controlador. O pagamento excessivo de dividendos descapitaliza as empresas e impede que invistam na proporção exigida pelo mercado. Em compensação, permitiu-se que se endividassem excessivamente, deixando várias em graves problemas financeiros. O Governo utilizou ainda a operação popularmente conhecida como “pedalada fiscal”. Trata-se do adiamento do pagamento de determinadas despesas para não serem contabilizadas naquele período, com o objetivo de cumprir artificialmente a meta fiscal. Esses pagamentos, sobretudo os relativos aos benefícios sociais, foram honrados pelos bancos públicos, sem a cobertura financeira do Governo. Essas operações são empréstimos disfarçados ao controlador, o que é proibido pelo LRF. Esse crime serviu de base para o impeachment da presidente. Outra forma de realizar as despesas sem impactar o caixa da União se dá pela emissão dos chamados “restos a pagar” – despesas contratadas cujo pagamento foi ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
“empurrado com a barriga” para o ano seguinte. O montante dessa rubrica saltou de R$ 130 bilhões em 2011 para R$ 227 bilhões em 2015. Infelizmente, o Governo não bagunçou apenas as contas públicas federais, mas também as das administrações das demais esferas. Ao longo dos últimos seis anos, houve uma série de desonerações em impostos que, divididas entre a União, estados e municípios, representaram perda adicional de receitas públicas. Para compensar, o Executivo autorizou que os demais entes da Federação se endividassem. Não à toa, a maioria dos estados passa por situação calamitosa em suas finanças. Muitos, inclusive, sem ter como pagar salários dos servidores. Pensávamos que a bagunça das contas públicas era página virada da nossa história. Mas a utilização de mecanismos irregulares de gestão fiscal ocorreu à luz do dia, ocasionando forte perda de credibilidade da política econômica. As consequências não foram desastrosas apenas sobre a confiança da população no Governo, mas também sobre as finanças do país. Por isso, vou continuar do lado da população. Não medirei esforços para apresentar propostas no Congresso Nacional que retomem o desenvolvimento institucional das finanças públicas, que o Brasil tanto precisa.
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Serão necessários anos de medidas duras para recuperar o equilíbrio fiscal”
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ARTIGO INOVAÇÃO
Economia e inovação JOSÉ ANTONIO BOF BUFFON é diretor-presidente da Fapes, professor do Departamento de Economia da Ufes desde 1985 e mestre pelo Instituto de Economia da Unicamp. Membro do Conselho Administrativo do Bandes, onde também foi diretor de Crédito e Fomento e diretor-presidente. Foi diretor comercial do Banestes, assessor da Diretoria da Área de Desenvolvimento Regional e Social do BNDES e assessor especial no Ministério de Ciência e Tecnologia
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decisão de inovar, em particular, se faz em um ambiente complexo, no qual as incertezas inerentes às diversas (possíveis) trajetórias tecnológicas futuras pesam muito. As características desse ambiente complexo condicionam fortemente a “propensão a inovar” das empresas em geral, de forma que essa conduta, o progresso técnico e, por consequência, a evolução da competitividade das empresas, das regiões e dos países precisam ser sempre analisados sob o ponto de vista do ambiente que os abriga. Fica claro, então, que entre as três decisões fundamentais que imprimem dinâmica à economia, quais sejam, “produzir”, “investir” e “inovar”, esta última se revela, de longe, a mais problemática, pois, no ato de inovar, pesa sobre o sujeito decisório toda a carga que emerge do “ambiente complexo” no qual a empresa se situa. Cada decisão se efetiva como uma síntese dramática de elementos fornecidos pelos ambientes interno (trajetória tecnológica trilhada e cultura organizacional) e externo (trajetórias tecnológicas alternativas e padrões de concorrência) da empresa, no presente e no futuro esperado, sempre sob condições de informação limitada e de incerteza – logo, de evidente, risco. Todos os aspectos acima evidenciados encontram-se dramaticamente exacerbados no mundo contemporâneo, onde as incertezas e os riscos se agigantaram. Nunca foi tão necessário inovar
e nunca foi tão arriscado tomar essa decisão. A escolha de uma trajetória tecnológica errada irá, seguramente, impor à empresa consideráveis, quando não definitivos, danos. Evidente que assimetrias produtivas, mercadológicas e informacionais sempre estiveram presentes em todos os tempos e lugares. Assimetrias e falhas de mercado se reforçavam mutuamente e permitiam que empresas pudessem administrar satisfatoriamente seus preços, seus custos e suas margens, no âmbito de seus “pequenos monopólios”. Entretanto, no mundo contemporâneo, as assimetrias precisam ser intencionalmente (e recorrentemente) produzidas pela diferenciação de processos e produtos (inovação), como forma de se criar “monopólios” que sejam capazes de permitir a ampliação das margens... por certo, até o momento em que a fase adaptativa da concorrência novamente se imponha e prevaleça. E é dessa dupla natureza (disruptiva e adaptativa) da concorrência, e da necessidade premente de se gerar e manter margens proporcionais ao capital investido, que decorre a natureza inovadora, progressiva, destrutiva e criativa do capitalismo. A cooperação estratégica entre concorrentes, o desenvolvimento de fornecedores, o bom aproveitamento do feedback de clientes e a cooperação com as universidades e centros de pesquisa, entre outras, são estratégias produzidas pelos padrões contemporâneos de concorrência. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
A legislação que trata de propriedade intelectual e direitos de patentes vem contribuir para a redução das incertezas e dos riscos prevalecentes no contexto da inovação, estimulando assim o dispêndio de recursos com pesquisa e desenvolvimento e reforçando a propensão à inovação nas empresas. Nesse contexto, cabe aos governos os empenhos voltados para a formação de recursos humanos especializados, pesquisa básica e formação de parcerias e de cooperação internacional, esforços inerentes à execução de uma política estratégica de C,T&I, de longo prazo, coerente com as maiores potencialidades e carência do país e que manifeste áreas prioritárias e temas portadores de futuro. Mesmo no caso de pesquisas voltadas inteiramente para o imediato trabalho de inovação da empresa, o Governo pode contribuir de diversas formas. Porém, a tarefa mais premente e permanente, a par da fixação das linhas prioritárias de longo prazo, é facilitar a interlocução entre os diversos entes; coordenar ações, estimular a cooperação e a ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
pesquisa compartilhada; sugerir e incentivar o surgimento de grupos de pesquisa, bem como a cooperação internacional; fomentar a formação de consórcios de pesquisa público-privados; implementar uma política ambiciosa de incubação, a par de estimular a certificação, o credenciamento e a acreditação de laboratórios de ensaios e calibração. Enfim, a inovação é um assunto sistêmico e complexo, decorre de um elenco muito amplo de fatores, é de responsabilidade de todos e prospera bem em ambientes nos quais prevalecem o planejamento, a articulação, a cooperação e a elevada propensão a investir, mesmo que sob condição severas de incerteza e de elevados riscos. Para tanto, é imprescindível que se viabilize uma nova geração de instituições que façam a mediação e estabeleçam a comunicação adequada entre as empresas e os ICTs, de vez que se trata de entes movidos por propósitos distintos, praticam linguagens próprias e operam em um timing decisório completamente diferente.
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Mesmo no caso de pesquisas voltadas inteiramente para o imediato esforço de inovação da empresa, o Governo pode contribuir de diversas formas”
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ARTIGO JUSTIÇA E CIDADANIA
O lado bom da crise SÉRGIO ABOUDIB FERREIRA PINTO é conselheiro, presidente do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo
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proveito o ensejo do honroso convite para inserir livre opinião no conteúdo deste Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2016. E o faço elegendo o momento brasileiro – de densas crises econômica e política agregadas a um só tempo – como oportuno para matutar, sugerir e ousar para a adoção de ideias capazes de mudar nossos jeitos de ver e de fazer, tanto no campo privado quanto no público. No cotidiano das nossas atividades nada há perfeito que não precise ser aperfeiçoado, em que não caibam ingredientes novos capazes de desanuviar o horizonte e construir todos os dias o ideal desejado. Na minha atividade, nada existe perfeito. Se já pretendia fazer melhor, agora, instado por este momento de conjuntura incerta e arredia, sei que a oportunidade é apropriada para pensar e repensar as atribuições do Estado e diagnosticar males e atributos que há em suas obrigações com a sociedade. As finanças públicas, ora generalizadamente minguadas, não só comprometem o implemento de bons investimentos e a execução adequada das políticas sociais como também expõem, de modo inequívoco, que o Estado, tal como um obeso mórbido, pesa demais e a sua administração é inconsistente. Mas não é o bastante tão somente saber ou ter conhecimento disso. Urge cultivar consciência crítica acerca do exercício das políticas públicas e considerar que não é sadio driblar a paciência social.
Às vezes avesso à crítica e à autocrítica, o Estado precisa revisar conceitos e valores para descobrir novos modos de fazer, à luz do que há de melhor, aqui e lá fora, tanto no universo público quanto no privado. Poderes instituídos e seus administradores, se efetivamente comprometidos com o anseio social e com o futuro, olhariam para dentro de si mesmos e dos valores da instituição que representam para buscar aprimoramento. Cônscio dessa obrigação, o Tribunal de Contas começou a fazer sua parte. Construiu um plano estratégico de vanguarda, que está sendo cumprido à risca. Por meio dele, busca o aperfeiçoamento dos seus mecanismos de ação e muda seu modo de agir. Agora, não se atém apenas à legalidade e à formalidade das contas apresentadas pelos seus jurisdicionados como também, por meio de auditorias temáticas, avalia o desempenho deles e a qualidade dos bens e serviços que o ente oferece à sociedade. Por isso, estamos ampliando nosso compromisso para ir além do que a nossa obrigação formal exige. Temos a confiança de que, muito mais que fiscalizar para garantir que os escassos recursos públicos sejam bem aplicados, condenando ou punindo quem erra, podemos e devemos contribuir para aperfeiçoar a qualidade das políticas públicas (conjunto de ações, metas e planos que os governos traçam para prover o bem-estar da sociedade e atender ao interesse coletivo). Por isso, acenamos como parceiros dos gestores, convictos de que temos muita informação e conhecimento satisfatório, ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
úteis para aprimorar a administração e perseguir a excelência das políticas públicas. Este está sendo o lado bom da crise. Enquanto calcina e angustia, fermenta e desafia a nossa capacidade de apreender, reagir e dar a volta por cima. Passada a turbulência, tanto para nós, da iniciativa pública, quanto para vocês, da iniciativa privada, muito teremos aprendido sobre deveres, valores, eficiência, custo e benefício. Aliás, na qualidade de membro de uma instituição pública, permito-me registrar amargura, que certamente não é só minha, a pretexto da promiscuidade surpreendente e perigosa engendrada por alguns que, na esteira de contratos de obras e serviços, institucionalizaram o dolo e o ilícito como práticas correntes entre agentes públicos e privados. Como indutores do processo econômico, cidadãos que vendem bens e serviços aos entes públicos também têm a obrigação de exercitar compromisso com os deveres legais e os valores morais. O jogo da corrupção que mata o bem comum é sempre jogado em parceria. Em breve, o Congresso deverá decidir pelo instituto da Performance Bond, adotado nos Estados Unidos há mais de 100 anos. Por este instrumento, uma seguradora fisANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
caliza a empreiteira, garantindo a execução de uma obra, em prazo e qualidade. A roda já foi inventada e lá funciona com perfeição. Em passado recente, por conluio com maus políticos, as grandes empreiteiras nacionais impediram que rodasse também aqui. Como homem público, não invoco indulgências e, despido de ingenuidade purista, me sinto à vontade para convocar os agentes nacionais a, com os olhos da bravura, olharem para um futuro em que não deveria haver ilicitudes e sofrimento. O presidente Franklin Roosevelt, em “Olhando para o Futuro”, adverte que “novas condições impõem novas exigências”. E, pelo aprendizado que lhe conferiu a maior crise econômica já experimentada pelos norte-americanos, registrou: “O país necessita e, se não me iludo no julgamento dos sintomas visíveis, exige uma experimentação corajosa e persistente. Devemos ter a coragem de experimentar vários métodos, manter os valiosos, e ter a sincera bravura de reconhecer e repudiar os inúteis. (...) Precisamos de entusiasmo, imaginação e capacidade para afrontar valentemente os fatos, mesmo quando sejam desagradáveis. Precisamos corrigir, por meios radicais se necessário, os defeitos (...), causa de nossos atuais sofrimentos.”
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Como indutores do processo econômico, cidadãos que vendem bens e serviços aos entes públicos também têm a obrigação de exercitar compromisso com os deveres legais e os valores morais”
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ARTIGO GESTÃO DE PESSOAS
O espírito do capitalismo SIDEMBERG RODRIGUES é gerente geral de Relações Institucionais e Sustentabilidade da ArcelorMittal Brasil, membro honorário da Academia Brasileira de Direitos Humanos – ABDH, mestre em Ciências Sociais e autor de quatro livros, entre os quais “Miséria Móvel” – Crítica Social
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m novembro de 2008, a revista Forbes trazia na capa seu próprio editor-chefe, Steve Forbes, com uma manchete curiosa: “How capitalism will save us” (Como o capitalismo nos salvará). Dois meses antes, havia sido deflagrada a grande crise econômica mundial, por irresponsabilidade e ilegalidade de práticas financeiras e comerciais, tendo como epicentro o estouro da bolha imobiliária americana. Essa pergunta na capa de um bastião do neoliberalismo era tão pitoresca quanto a promessa de eficiência social do sistema. Como ele poderia salvar alguém? Além de nunca ter tido vocação para ser um herói, o capitalismo sempre foi cruel e excludente por natureza. E a sensibilidade nunca caracterizou sua alma, pois há muito ele ignora as consequências da ganância, ilustradas nas várias formas de sofrimento espalhadas mundo afora. E a célebre afirmativa de que “no capitalismo tem-se liberdade sem igualdade, enquanto no socialismo há o oposto” não se sustenta para nenhum dos sistemas. A “igualdade” no socialismo é apenas para inglês ver, pois as elites sempre nadaram em vantagens. E no capitalismo, a “liberdade” é para poucos, pois o pobre sequer consegue circular por determinadas áreas urbanas sem bater nos limites invisíveis da geografia da desigualdade ou na humilhante abordagem das forças da ordem, mesmo sendo uma área “pública”. Assim, esvai-se também
qualquer chance de compaixão no capitalismo. Talvez coubesse à revista a seguinte pergunta: “Por que os homens que fazem o capitalismo não são mais conscientes, compassivos, éticos e distributivos para que o sistema não seja tão cumulativo e desumano?”. Outro erro de concepção é o mito de que o desenvolvimento apenas pode ser induzido pelo Estado e produzido pelo mercado; como se a sociedade civil não existisse e toda a realidade social estivesse circunscrita à interação entre os dois primeiros. Augusto de Franco nos lembra que “as pessoas fazem ou deixam de fazer coisas por razões de sociedade (ou comunidade), e não apenas em obediência às normas do Estado ou guiadas pela lógica de mercado”. Pessoas cooperam livremente pela boa emoção de cooperar e não visando, obrigatoriamente, a vantagens, votos ou satisfação de algum interesse egoísta. Elas se comprazem na convivência com outras pessoas em comunidade, porque há um fator “alma” a ser considerado. A sociedade civil e os indivíduos têm um papel insubstituível face à capacidade inesgotável de sentir, criar, produzir e inovar, além da habilidade de se articular para potencializar recursos e também para reivindicar direitos, como vimos em tempos de Primavera Árabe, Ocupe Wall Street e outros movimentos que ainda latejam silenciosos, ao sabor dos termômetros da espreita popular. Poucos estão se dando conta de que o poder migrou do “institucional” ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
para o “capilar”. Haja vista a batalha da mídia corporativa para sobreviver e a atual ineficiência das iniciativas institucionais fragmentadas na “economia da reputação”. O indivíduo, diante das facilidades tecnológicas de hoje, tem a comunicação à mão; e com ela, a força de sua opinião. Isso muda tudo! É como se a tecnologia ajudasse a fazer valer o primeiro artigo da Constituição: “Todo poder emana do povo”. Em um tempo em que o poder econômico descobriu-se corrompendo o político e uma comprovada impotência dos Estados diante da complexidade social mundial, não passam despercebidas as ondas de responsabilização e revolta que se encrespam no espaço virtual. Ali está o poder concentrado, porque é onde está o principal ativo de qualquer grupo que se pretenda uma instituição: o ser humano! E a despeito da educação estar em frangalhos no Brasil, seja por corrupção, seja por má gestão pública ou seja por interesse de analfabetismo político, os jovens estão muito mais críticos, conectados e altamente politizados. Ou pela planificação de certas consciências difundidas nas redes, ou por ter ficado clara a indiferença, a corrupção e as injustiças para com eles – e para com toda a humanidade. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
Subestimar tudo isso é assinar um atestado de inconsequência. Não há mais espaço para farsas políticas nem hegemonia interesseira para a autossustentação de partidos e pessoas. O mundo clama por um estadista que aponte direções. Há fragmentação ostensiva e olhares atentos na democracia das vitrines eletrônicas. E mentes pensantes muito insatisfeitas face ao descaso para com o coletivo e a ética em geral. Sob outro ângulo, as empresas que enxergarem isso encontrarão a verdadeira alma dos negócios e talvez sejam poupadas da iminente ruína em seus balanços, tantas vezes anunciada. A força transformadora, capaz de superar crises e realinhar paradigmas civilizatórios por eixos mais racionais, dignos e sustentáveis, está no uno – que pode, rapidamente, aglutinar-se em um vasto e inflamado múltiplo. É preciso acreditar que o indivíduo é o novo paradigma! Porque nele reside uma alma capaz de revolucionar. Para o bem de todos... ou a insatisfação de alguns. Igualdade ideal por meio de uma distribuição mais justa da riqueza, liberdade concreta, dignidade e disposição para encontrar o espírito consciente e heroico do capitalismo, capaz de inspirá-lo, inclusive, a formular melhores perguntas em sua próxima chamada de capa.
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É preciso acreditar que o indivíduo é o novo paradigma! Porque nele reside uma alma capaz de revolucionar”
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ARTIGO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL
A importância do associativismo nos momentos de crise SERGIO ROGERIO DE CASTRO é diretor da Escola de Associativismo
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ual crise? Escolha a que você quiser, política, econômica ou moral. O associativismo é muito importante em qualquer uma delas. Um partido político é uma associação; um sindicato de empregadores ou de empregados é uma associação; uma instituição mantenedora de um hospital filantrópico é uma associação também; a OAB é uma associação, e algumas das mais ativas são as associações de bairros ou comunidades. A sociedade organizada é composta por diferentes associações, dos mais variados tipos. O que diferencia uma associação de outras organizações são a gestão superior realizada por voluntários, sem qualquer remuneração pelo seu trabalho, e uma atuação sem fins lucrativos. Se sobrarem recursos, estes devem ser aplicados em prol dos objetivos do grupo. Nos momentos de crise, há a necessidade de um esforço mais intenso para sua superação e, na maioria das vezes, esse empenho, mais eficiente, é feito por muitos, é superior ao de um indivíduo e maior do que o de uma empresa sozinha. Para vencer as crises mais rapidamente e de forma mais eficaz, é necessária a mobilização da sociedade por meio de suas associações. Nelas, trocamos experiências, partilhamos realidades e vivências diferentes das nossas, assumimos compromissos conjuntos em prol de ou contra alguma coisa. Numa associação, a ação individual é enriquecida pela força do coletivo. “Juntos podemos mais” é
refrão utilizado em muitos momentos, em especial nos de crises e desafios. E é verdade. As associações defendem claramente seus interesses balizadas por um fim maior, coletivo. Para a superação de crises nacionais, é necessária uma espécie de pacto entre diferentes grupos da sociedade e, para que isso se faça de maneira mais produtiva, mais prática, mais direta, não há outra alternativa a não ser mobilizar importantes associações existentes para interagir com as autoridades, em especial as do Poder Executivo: partidos políticos e associações representativas de empregadores, empregados, profissionais liberais, estudantes e até mesmo religiosas. As associações devem ser estimuladas a produzir propostas, ajudar na aprovação destas e posteriormente na execução das tarefas. O conjunto das associações de um país é uma espécie de resumo da sociedade. Quanto mais organizada, melhores associações existem. É um caminho natural de um governante lúcido a procura de interlocução com as associações, para conhecer as demandas organizadas e implementar políticas públicas para atendê-las. Por isso, trabalhar para que essas entidades sejam cada vez melhores, objetivo principal da Escola de Associativismo, é tarefa que merece e precisa ser apoiada. Esse projeto começou a ser gestado em novembro de 2013, mas só iniciou os seus trabalhos operacionais em maio de 2015, graças ao apoio da atual Diretoria da Findes, presidida por Marcos Guerra. A Escola de Associativismo tem ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
site, fan pages no Facebook e no Linkedin e diversos vídeos no YouTube. O projeto Pílulas de Associativismo leva a mensagem dos temas da escola diretamente às reuniões das associações, sem prejuízo de suas pautas específicas. Já foram produzidos quatro módulos didáticos sobre assuntos relevantes para a melhoria e o fortalecimento desses grupos e foi realizado evento de associativismo na saúde, mostrando a experiência bem-sucedida do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo. Os pontos tratados nos módulos foram: Os benefícios de uma sede; A importância da renovação; A inovação no associativismo, aumentando o número de associados. No momento, estamos produzindo o módulo “Desenvolvendo Mercados por meio das Associações Empresariais”. O conteúdo é construído por literatura disponível e, especialmente, por depoimentos de associativistas de grande experiência nos temas. O resultado tem sido muito animador, e convidamos os leitores para que visitem o site da escola (www. escoladeassociativismo.com). Vejam lá os módulos citados no espaço dos cursos, os textos e as sugestões de livros do menu “Inspiração”, notícias da escola e do associativismo no Brasil e no mundo, vídeos no menu “TV”, além da agenda mensal da escola. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
Em qualquer lugar do mundo democrático, em situações de crise semelhantes à que o Brasil vive hoje, é muito comum ouvirmos: “O país necessita de pacificação, necessita de um pacto”. Quem faz o pacto ? A sociedade, representada pelos seus poderes e pelos segmentos organizados em associações. Alexis Tocqueville, um jovem e talentoso estudioso francês que se imortalizou com a obra “A Democracia na América”, do início do século 19, condena o individualismo e enaltece o associativismo. No livro em questão, explicou como nasceu a portentosa nação norte-americana e quais foram os valores relevantes nessa construção. Para ele, a importância do associativismo é fundamental para o regime democrático, para uma virtuosa organização da sociedade civil. Transcrevo dois pequenos trechos dessa obra: “Nos países democráticos, a ciência da associação é a ciência-mãe...” e “Para que os homens permaneçam civilizados ou assim se tornem, é preciso que entre eles a atitude de se associar se desenvolva e aperfeiçoe...”. A conclusão é inevitável: o associativismo é ferramenta indispensável para uma democracia virtuosa, em especial para ajudá-la a aliviar e superar os seus períodos de crise.
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Para vencer as crises mais rapidamente e de forma mais eficaz, é necessária a mobilização da sociedade por meio de suas associações”
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ARTIGO INFRAESTRUTURA
Retomar o rumo certo ao crescimento WALDEMAR ROCHA é presidente da Federação Nacional das Agências de Navegação Marítima (Fenamar)
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A
rriscar qualquer prognóstico otimista para a economia brasileira no segundo semestre deste ano e ainda tentar prever algo de positivo para 2017 não é tarefa das mais fáceis. Nós, agentes marítimos brasileiros, bem gostaríamos que o quadro fosse muito diferente daquele que se apresenta de momento, resultado da sequência de erros de planejamento econômico e de execução de projetos que se acumularam ao longo dos últimos anos. Em dois anos, o Brasil despencou da sexta para a nona posição no ranking econômico mundial, ultrapassado por países como Índia e Itália, registrando queda de 24,6% no PIB entre 2014 e 2016, quando convertido em moeda americana, segundo dados do IBGE e do FMI. Em 2014, de acordo com o FMI, o PIB brasileiro era o sétimo maior do mundo – atrás de Estados Unidos, China, Japão, Alemanha, Reino Unido e França, respectivamente, somando US$ 2,34 trilhões. Em um ano, o tamanho da economia brasileira diminuiu mais de US$ 500 bilhões, para US$ 1,77 trilhão em 2015. Não bastasse esse fator adverso, o país enfrenta crise política e moral sem precedentes na sua história, comprometendo o desempenho econômico como um todo. Escândalos financeiros se sucedem. Importantes empresas estatais e privadas são arrastadas num turbilhão de corrupção e desmandos, resultando numa sequência de falências e levando mais de 12 milhões de pessoas ao desemprego,
número que se soma aos milhões que ainda sequer conseguiram sua primeira oportunidade no mercado de trabalho, cada vez mais contraído. A posse do presidente Michel Temer, deixando de ser interino com o afastamento definitivo da ex-presidente Dilma Rousseff aprovado pelo Senado Federal, traz novas perspectivas para a economia. Embora não se possa enxergar soluções de curto prazo, entendemos que a percepção de mudanças poderá ser benéfica para os setores produtivos, mesmo com as turbulências políticas que ainda persistem no cenário nacional. Nesse cenário, nós, agentes marítimos brasileiros, trabalhamos para que o quadro atual seja melhor e mais favorável ao desenvolvimento do país. Prova do esforço empresarial do setor é que nos últimos 10 anos o volume de cargas transportadas pela cabotagem dobrou de tamanho, embora ainda represente menos de 10% da matriz nacional de transporte de carga, a despeito de se reduzir em até 20% o custo de transporte nas rotas mais longas. Ainda que o transporte marítimo seja menos poluente do que os modais rodoviário e ferroviário, e o Brasil possua mais de 8 mil quilômetros de litoral, com 80% da população vivendo a até 200 quilômetros da costa, a cabotagem brasileira enfrenta entraves como o tempo de espera para atracação dos navios, a burocracia dos processos, os gargalos de infraestrutura portuária, a baixa integração com os modais rodoviário e ferroviário e o alto custo de abastecimento ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
das embarcações. Mesmo assim, de 2004 a 2012 passou de 96 milhões para 139 milhões de toneladas, chegando a 210,9 milhões de toneladas movimentadas e 149,18 milhões de toneladas transportadas em 2015. Com a grave crise deste ano, segundo o Anuário da Antaq, de janeiro a maio, a cabotagem nacional movimentou 84,657 milhões de toneladas – quase 3% a menos que nos cinco primeiros meses de 2015 – e transportou 58,163 milhões de toneladas – quase 6% a menos que no mesmo período do ano passado. Estudos realizados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelam que a má qualidade da infraestrutura e os problemas de transporte e logística estão entre os três principais entraves para que o Brasil amplie as exportações para nações vizinhas (atualmente, os países sul-americanos são o destino de 16% das nossas exportações), superados apenas pelas barreiras tarifárias e não tarifárias à importação nos países de destino. Dos 11 parceiros comerciais sul-americanos, nossas exportações superam o potencial somente para Bolívia e Equador. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
Mais uma vez, esse estudo deixa patente a relevância do transporte marítimo, destacando que 53% das exportações brasileiras (em US$) destinadas à América do Sul em 2014 foram transportadas por navios. Cabe ressaltar que, apesar disso, o transporte marítimo esbarra na falta de acordos multilaterais e no excesso de barreiras de proteção, o que impede, por exemplo, que uma embarcação chilena na rota Valparaíso (Chile) – Montevidéu (Uruguai) – Santos (Brasil) – Fortaleza (Brasil) transporte cargas da capital uruguaia para o Ceará. A burocracia e a ineficiência do Estado ainda são responsáveis por grande parte do malfadado “custo Brasil”. Com dados da Receita Federal, a CNI aponta que há 17 Áreas de Controle Integrado (ACIs) na fronteira do Brasil com os países do Mercosul e a Bolívia. Todavia, menos da metade funciona em regime de integração total. Em 2009, o Governo brasileiro assinou acordo com o Peru para o estabelecimento de sistemas de controle integrado nas fronteiras. Sete anos depois, nenhuma ACI foi criada pelos dois países.
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De janeiro a maio, a cabotagem nacional transportou 58,163 milhões de toneladas – quase 6% a menos que no mesmo período do ano passado”
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ARTIGO Outro agravante para o cenário do agenciamento marítimo brasileiro relaciona-se à grave situação que se abateu sobre a Petrobras, abalando seriamente suas subsidiárias e diversas empresas fornecedoras. Em julho deste ano, por exemplo, a Transpetro anunciou cancelamento de contratos assinados para construção de sete navios, que custariam US$ 1,223 bilhão e que seriam utilizados para escoamento de petróleo das plataformas em alto-mar. O Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef ) previa a construção de 47 navios, número que foi reduzido para 27, dos quais apenas 14 já foram entregues. Somente em 2015, 90 embarcações de apoio (navios que prestam serviços às plataformas de produção) deixaram o país, gerando problemas financeiros para as agências marítimas brasileiras, que se estruturaram de maneira a atender à demanda que se verificava e que hoje se vê desmoronar. Para o Brasil, o ano de 2016 está sendo considerado perdido por muitos analistas. A previsão é de que o PIB seja negativo em pelo menos 3,3%.
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Em 2017, pode ocorrer ligeira recuperação, com possibilidade de chegar a 0,5% o crescimento do Produto Interno Bruto nacional. Estudos indicam que a recuperação do nível de emprego somente dar-se-á em 2021. Lamentavelmente, a economia do Brasil precisaria crescer 62% em dólar para atingir o mesmo patamar da 5ª maior economia do mundo, posição que em 2011, quando o país chegou à 6ª colocação – deixando o Reino Unido para trás –, ufanistas imaginavam alcançar até 2020. Como vemos, tudo não passou de devaneio e mau planejamento estratégico. A Federação Nacional das Agências de Navegação Marítima (Fenamar), nossa entidade maior, que representa 13 sindicatos e 14 estados brasileiros, sempre atuou junto às autoridades da nação oferecendo sua contribuição com a experiência que os agentes marítimos acumularam em mais de um século de atividades em território brasileiro. O Brasil precisa retomar o rumo certo em direção ao crescimento.
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ARTIGO GESTÃO DE PESSOAS
Receitas de liderança WILLIAM DOUGLAS é juiz federal premiado por produtividade, autor e professor
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S
eg undo Jorge G erdau Johannpeter, um dos maiores empresários brasileiros, uma grande contribuição que um empreendedor ou empresário pode dar à sociedade é doar seu tempo e conhecimento e ensinar às pessoas como empreender, como trabalhar, como ter sucesso ou, como diz um conhecido ditado popular, “ensinar a pescar”. Costumo iniciar minhas palestras comentando sobre os fracassos e as derrotas que amarguei ao longo da vida. Em minha vida de concurseiro, fui reprovado diversas vezes; como juiz, sofri resistência da instituição ao implementar ideias de marketing e gerenciamento na Vara Federal que presido, além de ter vários projetos do mundo jurídico desacreditados por muito tempo. Como empreendedor, declarei falência em algumas ocasiões e tive de abandonar os planos. O que todas essas “derrotas” têm em comum é que nenhuma delas me definiu como pessoa. Tratou-se de momentos, meros retratos nesse grande filme que é a vida e que, principalmente, me ensinaram importantes lições para meus futuros empreendimentos. Hoje, sou considerado um profissional bem-sucedido em todas as áreas em que atuo, mas nem sempre foi assim. Isso é uma lição importante, que a maioria das pessoas ainda não compreende. Até mesmo personalidades de muito sucesso tiveram fracassos ao longo da vida e, se não tiveram, desconfie desse êxito. Dentre os muitos conceitos que me fizeram alcançar patamares mais altos nas minhas atividades, produtividade,
motivação e fé foram os que nortearam toda a trajetória. Somos como carros trafegando na estrada da vida, e a motivação é o nosso combustível. Se faltar esse elemento, o veículo para e não chegamos a lugar algum. Nosso tanque de motivação tem de ser abastecido frequentemente para que a máquina funcione a contento, por isso é importante descobrir o que faz você caminhar, o que faz com que você queira alcançar seu objetivo. Para muitos, a motivação é ter estabilidade financeira, poder ajudar a família; para outros, é conduzir um negócio próprio, criar empregos, gerar oportunidades e riqueza. Seja qual for o seu caso, identificar esse fator de estímulo, e alimentá-lo frequentemente é um bom caminho para o sucesso. Então, descubra hoje. Muitas pessoas adiam o início de novos projetos – como o ingresso em um curso de capacitação, mudanças nos relacionamentos familiares, o estabelecimento de um novo ponto de vendas ou, simplesmente, a saída da inércia – por esperar o “momento perfeito” para começar. Aguardar a inspiração ideal chegar ou a motivação surgir. Quanto mais você postergar as iniciativas, seja pela razão que for, mais dificuldades surgirão na sua trilha. Portanto, lute contra a procrastinação. O hábito de protelar tarefas é o caminho mais curto para o marasmo, a improdutividade e o fracasso. Outro ditado aqui se encaixa bem: “O caminho chamado ‘Amanhã’ leva à cidade chamada ‘Nunca’”. Portanto, esteja certo de que os resultados futuros dependem não apenas de nossas escolhas ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
e decisões, mas também das ações às quais nos lançamos hoje. Uma das formas que conheço e recomendo para reforçar a motivação é recompensar-se a cada pequena conquista, ao fim de cada tarefa. Essa “premiação” pode ser simples, mas terá enorme significado e impacto em sua meta geral. Algo como fazer um passeio com a família, tirar um dia para cuidar de si, passar um tempo ao ar livre, comprar um bom livro ou sair para jantar em um bom restaurante. Tudo isso certamente contribuirá para que você execute sua atividade com mais ânimo. Realizar tarefas com estímulo leva a outra importante característica de pessoas de sucesso, da qual falei anteriormente: produtividade. Quanto mais incentivado você estiver para desempenhar uma responsabilidade, mais produtivo você será. Sou juiz federal premiado por produtividade. A Vara Federal da qual sou titular vem, constantemente, liderando o ranking de produtividade da Corregedoria entre suas congêneres. Isso é possível por uma série de fatores, entre eles – e um dos mais importantes, – a equipe que atua sob minha batuta. Como em uma orquestra, o gerente/ chefe/administrador (maestro) deve liderar a equipe para o sucesso, e isso é possível por meio de motivação e pelo uso de ferramentas de produtividade. O bom líder acompanha, ajuda, assume responsabilidades e confia em sua equipe. Porém, quanto maior o sucesso do comando, maior ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
é a tendência à perda de humildade, de acreditar que sozinho é capaz de tocar o barco e que é o único que pode desenvolver todas as etapas do processo com êxito. Esse é o caminho mais rápido para a perda de produtividade. Os liderados começarão a questionar as decisões e posições e, inevitavelmente, o moral decairá. Sem motivação ou inspiração, os funcionários renderão menos, e dificilmente haverá ferramenta de produtividade capaz de salvar essa equipe disfuncional. Aprenda a ouvir sua equipe, reserve tempo para saber o que pensam sobre a direção que os negócios estão tomando. Suas ideias podem ser essenciais para os próximos passos. Reconheça e premie aqueles que estão contribuindo para o sucesso do seu empreendimento. Há mais uma série de leis que, se seguidas, levam às conquistas profissionais. Tive o privilégio de listá-las, com a ajuda de Rubens Teixeira – outro empreendedor de sucesso –, em meu livro “As 25 Leis Bíblicas do Sucesso”. O caminho para o êxito não é uma linha reta, sem obstáculos, mas é uma viagem recompensadora, especialmente quando somos capazes de desfrutar de toda a jornada. Como aprendemos no clássico “O Mágico de Oz”, o conhecimento está no caminho percorrido e nas companhias com as quais tivemos o privilégio de compartilhar a aventura.
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Até mesmo personalidades de muito sucesso tiveram fracassos ao longo da vida e, se não tiveram, desconfie desse êxito”
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ARTIGO ECONOMIA
Voltar a crescer ANTONIO DELFIM NETTO é professor emérito da FEAUSP, ex-ministro da Fazenda, Agricultura e Planejamento
O
Brasil está metido num dos maiores “imbróglios” da sua história: 1º) uma queda de 6% do PIB entre o primeiro trimestre de 2015 e o seu homólogo de 2016; 2º) um preocupante aumento do desemprego, que já atinge 11 milhões de trabalhadores; 3º) um desequilíbrio fiscal que gerou um déficit de 6% do PIB em 2014, 10% em 2015 e ameaça repetir-se em 2016; 4º) uma dinâmica preocupante da relação Dívida Bruta/PIB que pulou de 52% ao final de 2013 para 67% no fim de 2015 e promete – se nada for feito – atingir 80% em 2017. O que fazer para sair dessa situação calamitosa? O Governo está se esforçando ao máximo para ajustar a situação fiscal e encaminhar as reformas estruturais. Como sair do pântano de equívocos que embaraçam a retomada do nosso crescimento econômico? A única forma é prosseguir na construção da sociedade
civilizada inscrita na Constituição: um Estado forte, enxuto e eficiente, constitucionalmente controlado, que garante a plena liberdade de iniciativa; procura a crescente igualdade de oportunidades para todos os cidadãos, e no qual a coordenação da atividade econômica é feita através de mercados bem regulados. Para facilitar o entendimento do nosso problema, vamos analisar o esqueleto do processo físico de desenvolvimento econômico. Ele se aplica a qualquer tipo de sociedade, sob qualquer regime político. Como se vê no quadro 1, trata-se de um processo termodinâmico: um grupo ocupa um espaço físico, o seu meio ambiente, concentra a energia nele dispersa e a dissipa na produção de bens e serviços dos quais que necessita, usando o estoque de capital (trabalho passado congelado) que aumenta a sua produtividade. Tudo o que é produzido numa unidade de tempo constitui o Produto
A termodinâmica do crescimento Meio ambiente Transações correntes
Importação: M
Exportação: X
Trabalho: L K/L
Energia
PIB: Y/L
Consumo: C
Estoque de capital: K
Investimento: I Tecnologia
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Política
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A produção do PIB é um problema técnico, mas a sua distribuição é um problema político, resolvido por quem detém o poder na sociedade. O processo se fecha sobre si mesmo, e não há lugar para divagação ideológica”
Interno Bruto (PIB), que pode ser usado para a exportação (para trocar pela importação, essencial para sua produção); para o consumo, que alimenta o trabalhador; ou para investimento, que deve cobrir o capital consumido na produção. A produção do PIB é um problema técnico, mas a sua distribuição é um problema político, resolvido por quem detém o poder na sociedade. O processo se fecha sobre si mesmo e não há lugar para divagação ideológica. O segundo quadro mostra empiricamente o fato. Se chamarmos de Y o PIB, de L, a força de trabalho empregada, e de K, o estoque de capital, vemos a importância empírica de K/L (a quantidade de capital atribuída em média a cada trabalhador) sobre Y/L (a quantidade de PIB produzida em média por cada trabalhador). O aumento da taxa de crescimento físico do PIB, isto é, da produtividade da mão de obra, é condição necessária (ainda que não suficiente) para a solução de todos os nossos problemas. Ela depende do aumento da relação K/L, ou seja, de um aumento do estoque de capital (por meio dos investimentos) maior do que a mão de obra empregada. Com o regime de liberdade individual é preciso aumentar a coesão social, há necessidade de harmonizar o crescimento do capital físico (o investimento), com os benefícios de uma distribuição mais equânime do produzido (o consumo). ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
Produtividade da mão de obra por países 15
Ln (PIB por trabalhador) = Y/L = y
14 13 12 11 10 Brasil
9 8
Ln (Estoque de capital por trabalhador) = K/L =k
7 6 5
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
Fonte: Penn World Table 8.1, último dado disponível (2011)
Nosso problema é combinar o ajuste fiscal de curto prazo com as reformas que darão perspectivas ao investimento. Sem elas, é pouco provável que se tenha sucesso no quadro fiscal. É preciso convencer a sociedade que, a despeito dos gritos de desespero do esperto corporativismo estatal, as “reformas” não são “maldades”. São “benignidades”! 279
ARTIGO ECONOMIA
Nova agenda necessária ARLINDO VILLASCHI é professor de Economia da Ufes e coordenador do Grupo de Pesquisa em Inovação e Desenvolvimento Capixaba - GPIDECA
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A
história capixaba é uma rica ilustração para a compreensão dos ciclos econômicos. Entendida na segunda metade do século XIX como instrumento de ocupação do solo espírito-santense, a cafeicultura contribuiu para a inserção do Estado na dinâmica de crescimento brasileiro e para o surgimento da agricultura familiar, até então pouco comum no país. Até seu declínio e crise, nos anos 1950/60, a cafeicultura gerou emprego, renda e iniciativas políticas voltadas para a infraestrutura viária que marcaram formas de articulação no território capixaba. O projeto de industrialização retardatária pensado a partir dos anos 1960 só conseguiu adesão política necessária para sua operacionalização quando ficou evidente que, mais do que incapazes de sustentar o crescimento estadual, os galhos do café haviam secado. Mesmo “reinventada”, a cafeicultura foi substituída enquanto fator dinamizador da economia como um todo por dois novos vetores: a industrialização com base em pequenas e médias empresas; e aquela puxada por grandes projetos de siderurgia, de celulose e, mais recentemente, de gás e petróleo. A elevada dependência do crescimento no desempenho desses grandes projetos em momento algum pautou um debate aberto e plural voltado para a construção de um projeto alternativo e complementar de desenvolvimento. Sequer o fim do Fundap – instrumento
criado nos anos 1960 para financiar a industrialização e que gerou “zonas de conforto” para governantes do Estado e municípios – contribuiu para um sinal amarelo. O encantamento com o crescimento do PIB estadual a taxas superiores à média nacional paralisou elites governamentais e empresariais quanto a iniciativas que pudessem significar novas trajetórias para a economia capixaba. Uma trajetória pode ser no sentido de o Espírito Santo ampliar seu papel de porta ao mar para uma vasta hinterlandia para além do escoamento de commodities de baixo valor agregado. Para tal, é fundamental o melhor aproveitamento da malha ferroviária que alimenta a costa capixaba e as favoráveis condições para a implantação, em Praia Mole, de um porto de águas profundas compatível com as exigências do transporte de containers. O anunciado quando da euforia do aumento de exportações para a China foram instalações portuárias voltadas para mais do mesmo: minério. O desastre provocado pela Vale/BHP/ Samarco e seus impactos ao longo do Vale do Rio Doce e da costa capixaba são suficientemente contundentes para indicar a gravidade dos riscos ambientais de terminais como os aventados para a região de Linhares, Ponta da Fruta e outros pontos do litoral do Espírito Santo. Riscos dificilmente mitigáveis e com impactos sociais e econômicos de árdua recuperação. A costa capixaba precisa ser contemplada pela agenda política estadual pelo ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
que ela representa em termos de patrimônio natural. O complexo de Abrolhos, que se estende por boa parte do litoral norte, e a cadeia Vitória-Trindade têm importância reconhecida por organismos internacionais voltados para a valorização dos oceanos. Pode ser uma porta importante para o Espírito Santo se valorizar social e economicamente em áreas como turismo científico e de observação da natureza. Segmentos da economia capixaba que já se mostraram competitivos – como agricultura familiar; indústria de bebidas e alimentos; moveleiro; vestuário; logística, entre outros – precisam ser articulados por políticas públicas (sem ser necessária e exclusivamente governamentais) de desenvolvimento. Em todos eles a existência de pequenas e médias empresas locais indica potencial de geração de emprego e melhor distribuição de renda. Geração de emprego e melhor distribuição de renda em boa parte do território estadual, ao invés do modelo concentrador dos grandes projetos. A dinamização desses e de outros segmentos da economia precisa contemplar e valorizar os desafios que enfrentam as empresas – principalmente as de pequeno e médio porte – em razão da aceleração do processo de desenvolvimento tecnológico. A competitividade empresarial e a ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
capacitação social cada vez mais passam por inovações; tanto aquelas de conteúdo tecnológico incorporáveis em máquinas e equipamentos, quanto aquelas baseadas em serviços intensivos em conhecimento. Inovações tecnológicas e de processos, de produtos e serviços, podem ser favorecidas por interações sistematizadas entre empresas e instituições de pesquisa e ensino. A ponte para essas interações é de complexa construção. A existência de empresas interessadas em centrar sua competitividade em inovações e de instituições de ensino e pesquisa com potencial para apoiar o desenvolvimento de conhecimento para que essas inovações ocorram é condição necessária, mas longe de ser suficiente, para que interações entre os dois segmentos ocorram. Daí, uma vez mais, a necessidade imperiosa de políticas de desenvolvimento voltadas para superar gargalos. O desenho e a operacionalização dessas políticas necessitam de articulações genuínas entre agentes econômicos e sociais de governos, de empresas e de organizações da sociedade civil. Genuínas para superarem o discurso contido em documentos e que vão pouco além de festividades de lançamentos.
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A competitividade empresarial e a capacitação social cada vez mais passam por inovações; tanto aquelas de conteúdo tecnológico incorporáveis em máquinas e equipamentos, quanto aquelas baseadas em serviços intensivos em conhecimento”
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ARTIGO EDUCAÇÃO
A educação é o diferencial HAROLDO CORRÊA ROCHA é economista, professor de Economia da Ufes, ex-secretário de Planejamento da Prefeitura de Vitória, ex-presidente do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo e secretário de Estado da Educação do Espírito Santo entre 2007 e 2010, tendo reassumido a pasta em 2014
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A
quarta revolução industrial foi o tema selecionado em 2016 para as discussões do Fórum Econômico Mundial, que reuniu na Suíça lideranças de 83 diferentes nacionalidades. Baseada na forte presença de tecnologias digitais, na mobilidade e na conectividade entre pessoas, essa revolução vem transformando sistemas de produção, bem como a gestão e Governança de instituições públicas e privadas, numa velocidade de avanços exponenciais, sem precedentes históricos. Para Klaus Schwab, fundador e presidente-executivo do Fórum, “o talento, mais do que o capital, representa o fator crítico da produção nessa nova etapa de desenvolvimento mundial”. O talento destacado por Schwab, não como algo nato, mas como um diferencial construído pelos indivíduos a partir do acesso à educação, reforça a importância de políticas públicas na área que envolvam: 1) o desenvolvimento de competências e habilidades cognitivas que resultem em sólidos conhecimentos em áreas como leitura, matemática e ciências; 2) o desenvolvimento de competências e habilidades socioemocionais que contemplem, por exemplo, a capacidade de lidar com as próprias emoções, relacionar-se com os outros e atuar de forma colaborativa. No Espírito Santo, a educação básica foi adotada como a “prioridade número um” do Governo do Estado, que tem trabalhado nessa perspectiva de construir talentos como um diferencial local propulsor do desenvolvimento. Nesse sentido, seis programas prioritários
norteiam a ação da Secretaria da Educação (Sedu), visando a preparar os estudantes para a vida e para um mercado de trabalho cada vez mais exigente no contexto dessa nova revolução. O primeiro deles, a Escola Viva, consiste num novo modelo de colégio público, que funciona em turno único. Além da estrutura física diferenciada e do currículo inovador, nessas escolas os profissionais possuem dedicação exclusiva, e o estudante permanece na unidade por nove horas e meia, diariamente. Durante esse período, além de cumprirem carga horária das disciplinas obrigatórias, eles são estimulados e recebem tutoria para elaboração de seus “projetos de vida”, participam
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de atividades voltadas ao desenvolvimento de competências e habilidades socioemocionais e podem desenvolver experiências para enriquecer o currículo, como música, empreendedorismo, fotografia etc. Outro programa prioritário é o de Desenvolvimento de Habilidades e Competências Socioemocionais, que, além de ser realizado no contexto do Escola Viva, também conta com outras duas ações de suporte para atender às demais escolas estaduais. Trata-se da Educação em Valores, Desenvolvimento Humano e Cultura da Paz, executada com o apoio do Instituto Miglioli, e do Amigos do Zippy, da Asec - Associação pela Saúde Emocional das Crianças. Como a escola sozinha não é capaz de suprir todas as necessidades da educação de crianças e jovens, desenvolve-se também o Programa de Engajamento das Famílias na Vida Escolar dos Filhos. As ações envolvem o uso de tecnologias para fortalecer a comunicação entre escolas e famílias; a orientação às famílias sobre o compromisso com a educação; campanhas de mídia; e parcerias com instituições que detêm resultados reconhecidos em metodologias voltadas ao desenvolvimento de competências e habilidades socioemocionais. A Sedu Digital é outra inovação importante, que reflete diretamente os novos tempos globais e a necessidade de incorporar tecnologias digitais
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ao cotidiano escolar. Entre suas ações estão: reforço da aprendizagem via uso de plataforma com conteúdos digitais, adaptadas às necessidades de cada aluno; oferta de pré-Enem on-line, bem como outros cursos complementares de idiomas, libras etc. O Programa de Reestruturação da Oferta Presencial de Educação de Jovens e Adultos e dos Centros Estaduais de Educação de Jovens e Adultos se realiza a partir da introdução de plataformas digitais. Assim, as facilidades propiciadas pelas ferramentas digitais, on-line, serão utilizadas para facilitar o acesso e tornar mais atrativa e contextualizada a oferta educacional aos cidadãos acima de 18 anos que ainda não concluíram todas as etapas da educação básica. Já o Jovem de Futuro, metodologia de planejamento e gestão de unidades escolares desenvolvida pelo Instituto Unibanco, vem sendo adotado visando a preparar os gestores escolares para atuar nesse novo cenário de grandes desafios. Seus princípios, focados na busca da melhoria dos resultados da aprendizagem, orientam a construção de planos de ação para cada escola de ensino médio da rede estadual. A comunidade escolar define o que é preciso fazer, de acordo com o seu diagnóstico, para alcançar os resultados esperados. De forma jamais vista anteriormente no mundo, a educação se apresenta como o diferencial entre nações ricas e pobres. Na era da inteligência artificial, dos robôs, da impressão 3D e de tantas outras inovações que invadem e modificam nosso cotidiano e a forma de nos relacionarmos, somos desafiados a pensar a educação sob uma nova perspectiva, mais ampla e complexa. Construir talentos deve ser o foco do país que deseja alcançar melhores indicadores de produtividade e de desenvolvimento econômico e social. No Espírito Santo, estamos fazendo a nossa parte junto aos capixabas.
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Construir talentos deve ser o foco do país que deseja alcançar melhores indicadores de produtividade e de desenvolvimento econômico e social”
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ARTIGO JUSTIÇA E CIDADANIA
Cidadania se faz com transparência ELDA MÁRCIA MORAES SPEDO é procuradora-geral de Justiça do MPES
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os últimos anos, tem ganhado corpo a discussão acerca da transparência do serviço público como um todo. Gastos governamentais em todos os níveis ganharam as manchetes dos jornais e passaram a ser identificados e questionados. A sociedade em geral passou a demonstrar um interesse específico sobre como são executados os orçamentos públicos e com o que é feito com a arrecadação dos impostos. Com o intuito de atender a esses reclames, a Controladoria-Geral da União e a Unesco estabeleceram uma parceria, em 2010, que resultou na “Política Brasileira de Acesso a Informações Públicas: garantia democrática do direito à informação, transparência e participação cidadã”. Em 2011, o Brasil aprovou a sua própria Lei Geral de Acesso à Informação Pública (Lei 12.527), com previsão de entrada em vigor em 180 dias, recaindo em agosto de 2012. Estudos mostram que países que possuem uma legislação específica de publicação de dados governamentais em todas as esferas tendem a ser mais abertos e democráticos, relacionando a lei ao respeito aos direitos humanos e também a uma boa forma de governar. Mas o que fundamenta a existência de uma lei como essa é principalmente o combate à corrupção e à farra, tantas vezes divulgadas pela mídia, com o dinheiro público. No entanto, apesar da determinação do legislador de atendimento aos preceitos legislativos a partir de 2012, muitos órgãos e ins-
tituições públicos ainda encontram dificuldades na sua pronta efetivação, cometendo equívocos e, por vezes, erros grosseiros na forma de publicizar os dados e informações. Nesse contexto, o Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) tem atuado diretamente junto aos municípios, a partir de uma visão crítica voltada ao atendimento da sociedade, no que diz respeito à necessária transparência de dados e informações institucionais, evidenciando a ampliação da cidadania. O Parquet capixaba pactuou com os Executivos e os Legislativos municipais a correta exibição dos gastos e das despesas correntes, de forma a atender às dúvidas e necessidades do cidadão. A base para essa atuação ministerial está nos princípios constitucionais da publicidade e da transparência na administração pública, perpassando pela relação direta entre a democracia e os direitos humanos. É preciso lembrar sempre que a realização de procedimentos licitatórios para a contratação de bens e serviços pela administração pública tem por escopo selecionar a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse, de acordo com as condições preestabelecidas no instrumento convocatório, de ordem financeira ou qualitativa. Tal processo contribui, sobremaneira, para a moralização da atividade administrativa, na medida em que vincula os atos do agente público a procedimentos bastante definidos, dos quais não se pode fugir. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
Deve-se salientar a importância do procedimento licitatório para a administração pública, tendo em vista que o mesmo constitui garantia não só da sociedade em relação ao Estado, como também do administrador, que possui a garantia de estar atuando com transparência, demonstrando à coletividade que está gerindo os recursos de forma adequada, pautado nos mais elevados princípios constitucionais e infraconstitucionais que norteiam a atividade administrativa, como o são o da legalidade, da moralidade, da impessoalidade, da publicidade, da economicidade, entre outros. Esse é o principal foco do trabalho ministerial. O MPES tem atuado para efetivar a transparência por meio de uma atuação direta, em uma relação com a administração pública calcada na pedagogia e na fiscalização. Um primeiro momento já foi calcinado, para que todos pudessem esclarecer as dúvidas que porventura existiam, e já caminhamos no momento seguinte, onde os portais da transparência devem exprimir o que é determinado em lei. Sabemos da dificuldade de a transparência se tornar lugar-comum e peça-chave no combate à ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
corrupção. Para tanto, não medimos esforços e investimos em parcerias com os demais órgãos fiscalizadores em busca desse resultado extremamente benéfico para a sociedade. É possível termos um país melhor, pois essas instituições estão seriamente comprometidas com a defesa do Estado Democrático de Direito. A palavra de ordem é sinergia. Isso é vital para extirparmos a corrupção que, nas palavras do Papa Francisco, é a gangrena do povo. Utopia? Por que não? É ela que nos move rumo àquilo que pretendemos conquistar, fenômeno que Eduardo Galeano acertadamente assim descreveu: “A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho 10 passos e o horizonte corre 10 passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar”.
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A palavra de ordem é sinergia. Isso é vital para extirparmos a corrupção que, nas palavras do Papa Francisco, é a gangrena do povo”
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ARTIGO ECONOMIA
Encadeamento produtivo – um elo importante entre grandes e pequenas empresas O BENILDO DENADAI
é diretor técnico do Sebrae-ES
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Brasil se destaca mundialmente com a maior taxa de empreendedorismo: 34,5% em 2015, contra 26,7% da China, segunda colocada. De acordo com a pesquisa (GEM), feita no Brasil pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP) e divulgada em 2015, em 10 anos cresceu mais de 10% a taxa de empreendedorismo nacional. Isso significa que três em cada 10 adultos entre 18 e 64 anos possuem uma empresa ou estão envolvidos com a criação de um negócio próprio. Apesar desses números, as empresas necessitam melhorar sua gestão e competitividade, visando a avançar seu posicionamento na economia. Isso porque, apesar das micro e pequenas empresas no país representarem 99,1% dos empreendimentos formais, elas são responsáveis por apenas 27% do PIB, enquanto que em nações da Europa essa participação chega a 55%. O surgimento de novas empresas e o rápido desenvolvimento de tecnologias e sistemas de informação, que aceleram e facilitam a comunicação, têm acirrado a competição pelos diversos tipos de mercados. A competitividade não se reduz à atuação da companhia isoladamente; é o resultado da eficiência da cadeia de valor ou aglomerado local no qual se estrutura um determinado segmento produtivo. Dessa forma,
as empresas que fazem parte de uma cadeia de valor devem ser competitivas. Não pode haver uma separação, uma barreira, entre grandes e pequenas. A produtividade média é que vai definir a competitividade da cadeia de valor ante a concorrência internacional. Para contribuir com a melhora dos índices de produtividade e competitividade, o Sebrae trabalha o encadeamento produtivo, promovendo a inserção de pequenos negócios em cadeias de valor de grandes empresas. Os encadeamentos produtivos são relacionamentos cooperativos, de longo prazo e mutuamente atraentes, que se estabelecem entre grandes e pequenas
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
organizações de sua cadeia de valor com a finalidade de adequar estas últimas aos requisitos das grandes e facilitar a realização de negócios entre elas. Consideramos que a base e a perspectiva do aprimoramento das relações entre as pequenas e as empresas estão ligadas ao incremento da atividade comercial entre ambas, mas muito mais à troca de conhecimentos e experiência e à construção de soluções inovadoras em conjunto. Os projetos de encadeamento produtivo do Sebrae têm seus eixos de atuação pautados nos seguintes focos: rede de aprendizagem; acesso a mercado pelas MPEs; inteligência competitiva; políticas corporativas das grandes empresas; e desenvolvimento empresarial e inovação. Esses projetos possuem duas formas de atuação nas cadeias de valor das grandes empresas, que buscam promover tanto o desenvolvimento de fornecedores, quanto a sua rede de distribuição, varejo e transformação de matéria-prima. O encadeamento produtivo, por meio do Sebrae, tem início com a definição do modelo de parceria entre a instituição e a grande empresa. Em seguida, é feito um mapeamento das demandas de bens e serviços e dos requisitos
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
exigidos pelas grandes companhias. As pequenas empresas são, então, diagnosticadas e recebem um plano de ação com as oportunidades de melhoria do seu negócio. Com o objetivo de prepará-las para esse processo, o Sebrae oferece apoio para a identificar oportunidades e desenvolver melhorias em áreas como gestão, inovação e planejamento, por meio de cursos, orientações e consultorias, entre outros. Dessa maneira, cada fornecedor consegue aperfeiçoar seus serviços e produtos, cumprir exigências, condições e critérios demandados pelas grandes compradoras. O Sebrae trabalha em prol da promoção do encadeamento produtivo entre grandes e pequenas empresas porque entende a importância desse relacionamento. As grandes, por exemplo, se beneficiam de melhores preços, flexibilidade e agilidade, além de redução de transportes e logística, otimização de investimentos para o desenvolvimento da base fornecedora e aumento do potencial de inovação. Já os pequenos negócios conseguem aprimorar processos internos, com aumento da produtividade, além de diminuir a ociosidade da capacidade instalada e elevar as vendas para a empresa-âncora e para o mercado. Afinal, ao atenderem grupos de padrão de gestão nacional e até mesmo internacional, esses empresários aprendem muito com os processos e melhoram consideravelmente seu atendimento, gestão e qualidade dos produtos e serviços. Desse modo, as pequenas empresas se tornam mais competitivas e ficam ainda mais preparadas para atender a outras, independentemente do porte, gerando um processo de crescimento coletivo e fazendo com que a economia avance em forma de cadeia. Isso transforma o pequeno negócio em algo mais inovador, mais competitivo e mais profissional.
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Não pode haver uma separação, uma barreira, entre grandes e pequenas empresas. A produtividade média é que vai definir a competitividade da cadeia de valor diante da concorrência internacional”
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ARTIGO MEIO AMBIENTE
Preservação ambiental como prioridade ajuda na superação da crise A LUIZ FERNANDO SCHETTINO é engenheiro florestal, mestre e doutor em Ciências Florestais pela Universidade Federal de Viçosa, (UFV-MG), professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), ex-secretário estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado do Espírito Santo, ex-diretor-geral da Agência de Serviços Públicos de Energia do Estado do Espírito Santo (Aspe)
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s crises não são desejáveis, mas podem ser educativas, principalmente nos aspectos econômico e socioambiental, visto que não há mais como pensar em desenvolvimento sem que este ocorra com base em um sistema produtivo competitivo, sustentável e ético. Prova disso é que há países e/ou setores econômicos que têm se mantido em melhores condições nas turbulências atuais exatamente por operarem de forma competitiva, sustentável e ética, que é o modo correto de oferecer produtos e serviços inovadores. Procedendo então com base nessa ótica, haverá a garantia de que suas produções ocorrerão com base no conhecimento científico, no rigor das leis e no respeito verdadeiro às pessoas e ao meio ambiente. Assim, assegura-se também aos consumidores a oferta de produtos e serviços com qualidade, funcionalidade e boa relação custo-benefício, além do atendimento com segurança, praticidade e eficiência, suprindo as necessidades imediatas dos compradores sem que as produções afetem a qualidade de vida das gerações atuais e futuras. Colocada como prioridade, a preservação ambiental pode ajudar na retomada do crescimento econômico, caso o país opte por um modelo sustentável de desenvolvimento e inclua de fato os temas ambientais nessa agenda, tais como: preservação das águas, recuperação de áreas degradadas, proteção à biodiversidade e substituição de combustíveis fósseis por energias renováveis, com consequente a redução das emissões de gases
do efeito estufa ajudando a combater os impactos nefastos das mudanças climáticas. Para tanto, deve-se priorizar a inovação e a educação ambiental, para que haja mais competitividade e consciência ambiental na sociedade e, com isso, sustentabilidade nos processos produtivos, especialmente no tocante à geração e ao uso da energia, bem como dos demais recursos ambientais. Por essas razões é que, ao se assumir a sustentabilidade como bandeira do avanço, é preciso ampliar investimentos e estímulos às atividades que possam alavancar o desenvolvimento e a manutenção
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
do crescimento econômico do país e cujos impactos socioambientais sejam dimensionáveis e possam ser mitigados, se respeitadas as leis e utilizados os conhecimentos e as tecnologias existentes, tais como o agro e o ecoturismo, a agropecuária, a geração de energias renováveis, o desenvolvimento da aquicultura e da pesca e a apropriação dos conhecimentos sobre a biodiversidade, especialmente por serem boas geradoras de mão de obra e de renda. Ou seja, políticas públicas visando à preservação ambiental e à melhoria da qualidade de vida podem ajudar a estimular atividades econômicas importantes para proporcionar mais empregos, renda e tributos, em vários setores, com impactos socioambientais mínimos. Essa estratégia pode colocar o país em um patamar de desenvolvimento que possivelmente nenhuma outra nação emergente tenha condições de alcançar. Em relação à biodiversidade, a sociedade brasileira ainda não se deu conta de que protegê-la é proteger o futuro; que tudo será patenteado; que uma planta, ou um inseto, ou um animal, podem ser a base de muitas e avançadas revoluções para a humanidade
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
– na saúde e na alimentação, por exemplo; e que, mais do que isso, manter a biodiversidade significa defender a qualidade de vida, recursos genéticos, empregos e a própria soberania nacional. E, se não forem tomados os cuidados necessários, o Brasil acabará pagando para usar produtos como medicamentos e sementes descobertos no seu próprio território. Em virtude de tudo isso, deve ser meta de governantes, de empreendedores e de toda a sociedade que as ações públicas e privadas expressem racionalidade na busca do desenvolvimento. Sempre por meio das melhores tecnologias, respeitando as leis e as pessoas e levando em conta a segurança no uso dos recursos ambientais e os limites da natureza. A crise atual não deverá desaparecer nem no próximo ano; e, provavelmente, só começará a arrefecer e a ser deixada para trás nos anos seguintes. Mas tem-se que vislumbrar que o debelar da fase turbulento e o retorno do crescimento econômico vão se dar com as lições aprendidas, de modo especial; que o funcionamento da economia em bases competitivas, sustentáveis, seguras e éticas deve anteceder a busca pelo lucro – motivo pelo qual é preciso haver um compromisso de todos em priorizar a preservação ambiental muito além daquilo que preveem as leis e do que é exigido nos licenciamentos ambientais; em se melhorar os controles das fontes de poluição; e em que empreendedores se responsabilizem, cada vez mais, pela segurança ambiental e pelos ciclos de vida dos produtos fabricados, para que produzir seja cada vez menos impactante ao ambiente e às pessoas e os processos e produtos mais aceitos pelos consumidores. Nessa ótica, o discurso sobre preservação ambiental precisa se transformar em ações rotineiras efetivas, e os comportamentos econômicos convencionais devem ser mudados para condutas mais respeitosas à natureza e às pessoas. Com isso, o país terá um crescimento econômico mais duradouro e dará o salto de qualidade e competitividade de que necessita, com sustentabilidade e qualidade de vida.
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Colocada como prioridade, a preservação ambiental pode ajudar na retomada do crescimento econômico, caso o país opte por um modelo sustentável de desenvolvimento e inclua de fato os temas ambientais na agenda do desenvolvimento”
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ARTIGO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL
Brasil que dá certo, ES deixa de ser segredo e se revela JOSÉ CARLOS DA FONSECA JÚNIOR
é diplomata e secretário da Casa Civil
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A
gradeço ao presidente da Findes, Marcos Guerra, pelo honroso convite para participar do Anuário IEL 200 Maiores Empresas 2016, relevante tradição de duas décadas organizada pelo Instituto Euvaldo Lodi. Trata-se de oportunidade singular para apresentar algumas percepções pessoais sobre o Espírito Santo que encontrei, ao retornar de quase uma década na Ásia, como ministro conselheiro em nossa embaixada em Nova Delhi, na Índia, e como embaixador do Brasil em Myanmar. E também para descrever a missão que me foi confiada pelo governador Paulo Hartung, ao convidar-me para atuar em sua equipe, com a função de coordenar, dentro do Executivo e na interlocução entre o setor público e a iniciativa privada, uma estratégia diplomática ativa, que tenha o tamanho da vocação internacional de nosso Estado. Ao representar o governador Paulo Hartung em recente meeting empresarial organizado pela Findes em Pedra Azul, com a presença do ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, procurei ilustrar com um exemplo de globalização que testemunhei em meus tempos no Sudeste Asiático. Vizinha a Yangon, capital de Myanmar, a bela Tailândia, cuja capital é Bangkok, era nosso refúgio frequente. A Tailândia, ainda hoje uma monarquia budista com regime parlamentarista, é o antigo Reino do Sião, que frequenta certa filmografia idílica ou romântica, mas é também o que se via em obras cinematográficas sobre o teatro de operações do Pacífico, na Segunda Grande
Guerra, ou sobre a guerra no vizinho Vietnã, quando Bangkok brilhava como destino preferencial dos soldados em suas folgas naquele país cheio de diversões e que mantinha neutralidade nos conflitos. Por isso, desde sempre a Tailândia evoca exóticas imagens sobre praias, boa culinária, lindas mulheres, muita religiosidade, entre outros estereótipos que até hoje a tornam uma potência turística. Pois bem: em 2012, com monções de força extraordinária, Bangkok viu-se em total colapso, inundada, sem energia e com a população precisando ser evacuada. Para além da calamidade humanitária, o que se observou foi que, poucas semanas depois daquele desastre natural, estava desencadeada uma série de transtornos em diversos arranjos econômicos de escopo global: a produção de automóveis no Japão e na Coreia, de iPhones, tablets e computadores na China, de celulares em Taiwan, de componentes eletrônicos no Vale do Silício, na Califórnia – todas aquelas cadeias globais se viram afetadas, direta ou indiretamente, pela repentina paralisia da indústria tailandesa. Ora, eu me vi a refletir, em que uma situação de isolamento momentâneo do Brasil impactaria cadeias globais significativas? É com esse tipo de reflexão que há muitos anos procuro estudar as perspectivas econômicas do Espírito Santo, a fim de compreender por quais caminhos será possível potencializar nossa clara vocação internacional. Ainda no Senado Federal e durante sua primeira passagem pelo Palácio Anchieta, Paulo Hartung já se preocupava com essa temática, ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
que tem natureza estratégica para nosso Estado, porém, entendia que, face à agenda de crise que então se impunha, não era simples transformar essas questões em política pública prioritária. Ao retornar ao Governo Estadual, no ano passado, desde o começo da gestão, embora novamente às voltas com a obrigação de reorganizar as finanças públicas do ES – o que beira o inacreditável, pela recorrência –, Hartung vem priorizando a articulação de uma estratégia diplomática para nosso Estado. Por se tratar de assunto eminentemente multidisciplinar e transversal, optou por fazê-lo de uma maneira também transversal, criando uma Assessoria Internacional no âmbito da Secretaria de Desenvolvimento, apoiada também no Bandes, mas com flexibilidade suficiente para articular-se com as demais áreas do Governo e com o setor privado, no Brasil e no exterior, com os órgãos do Executivo federal que se ocupam da política externa e com interlocutores no corpo diplomático e consular acreditado no Brasil. Antes mesmo de concretizar essa iniciativa, com a minha nomeação em meados de 2015, no primeiro semestre daquele ano o Bandes sediou uma série de encontros muito representativos da comunidade dos stakeholders, que poderíamos traduzir como sócios ou condôminos, com interesse, participação e envolvimento, direto ou indireto, no conjunto de atividades que compõe, ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
em sentido amplo, o arranjo institucional e econômico voltado ao setor externo. Não seria exagero afirmar que essa comunidade impressiona pela amplitude e pela abrangência, com ramificações pelos segmentos dos serviços, do comércio, da indústria, por meio do Sistema Findes, do agronegócio, dos transportes, da educação, da inovação, da ciência e tecnologia, do turismo, da cultura, dentre outros. Ao final daquele exercício de reflexão e mapeamento dos atores daquela ampla e heterogênea comunidade, era óbvia a necessidade de criação de uma estratégia diplomática mais ativa de promoção comercial e de internacionalização da economia capixaba. Não é novidade o fato de que diversos estados subnacionais, no Brasil e em muitos outros países, investem em estratégias diplomáticas próprias, alguns com grande arrojo e sucesso. Vários estados dos EUA mantêm verdadeiras embaixadas em pontos estratégicos do globo; províncias chinesas, igualmente. No Brasil, embora se verifique uma infeliz tendência à inconstância, com baixo grau de institucionalização e elevada dependência de personalismos, o fato é que alguns estados avançaram muito na área internacional, com atuação proativa e muito visível. O Governo de São Paulo, nas últimas gestões, vem acumulando um importante patrimônio institucional na área internacional, e mesmo a capital daquele estado também já dispõe de estrutura no setor. O Rio de Janeiro, estado e
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O ES pode ser uma Singapura brasileira, no sentido de ser capaz de potencializar da melhor maneira essa combinação de território e população, em condições pouco comparáveis com a de outros estados brasileiros”
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ARTIGO
capital, também ostentam uma razoável atuação externa. A Bahia, até alguns anos atrás, Goiás, Ceará e Santa Catarina, hoje em dia, são outros unidades da federação que também têm atuação importante nessa área, que inclui fomento a exportações e aos negócios de comércio exterior em geral, assim como a atração de investimentos estrangeiros e a estruturação de financiamentos internacionais. No Espírito Santo, justiça seja feita, em diversos momentos houve esforços de articulação internacional dignos de nota, contudo, no mais das vezes, sujeitos ao estilo pessoal dos sucessivos governantes e à conjuntura que parecesse mais ou menos favorável. Na visão do governador Paulo Hartung, a qual agora está em processo de consolidação e institucionalização, o importante é que passem a funcionar em bases permanentes uma plataforma ou mecanismo – não uma repartição ou guichê – que sejam percebidos como uma instância de facilitação, de interlocução e de articulação, uma engrenagem para melhorar o ambiente de negócios e a competitividade de nosso Estado. Mesmo antes de estar em pleno funcionamento essa engrenagem, cabe usá-la para divulgar melhor o ES em outros estados brasileiros, sobretudo nos que correspondem ao Corredor Centro-Leste que forma a nossa hinterlândia, e em países-alvo que temos selecionado. De igual modo, será relevante que essa engrenagem possa ser acessada pelos futuros prefeitos e secretários municipais de Desenvolvimento, a fim de que, com nosso mutirão pelo crescimento do Estado, possamos ter permanentemente atualizados os mapas de vocações e atratividades para compor diálogos futuros sobre localização de novas empresas e negócios em nosso Estado. Em pouco mais de um ano, alguns resultados já vêm sendo colhidos, mas ainda há muito chão a percorrer para que o ES esteja dotado de mecanismo mais eficiente de internacionalização de sua economia e promoção de seu comércio exterior. Nos primeiros dias de setembro deste ano, o governador Paulo Hartung cumpriu sua primeira missão ao exterior no presente mandato. Fomos a Singapura, à Malásia e à Holanda. Na cidade-Estado de Singapura – 40 vezes menor que o Espírito Santo, com fluxo de comércio exterior duas vezes maior que o brasileiro, road show capixaba apresentou nossa carteira de projetos e oportunidades para grandes investidores, 292
inclusive seus dois Fundos Soberanos, o GIC e o Temasek; visitamos o novo terminal do Porto de Singapura (PSA), empresa global que tem parcerias com o Porto de Roterdã e, como tal, está interessada no projeto do Porto Central; também visitamos a nova operação da Sembcorp Marine, empresa-mãe do Estaleiro Jurong Aracruz (EJA), com seus nove diques-secos – lá o governador almoçou com 18 trainees do EJA, todos recrutados no sistema Ifes, que estão se aperfeiçoando na prestigiosa instituição de ensino tecnológico Ngee Ann Polythecnic. Ainda em Singapura, no que foi uma ênfase inovadora da viagem do governador, mantivemos reunões com o National Education Institute (NEI), reconhecidamente o coração do sistema educacional singapuriano, onde os professores são formados e qualificados; ali, apresentamos a Escola Viva e iniciamos tratativas para que seja firmado um Memorandum de Entendimentos tendo em vista mecanismo de cooperação e intercâmbio de quadros e experiências. Também visitamos a Universidade Nanyang, uma das mais importantes da Ásia, a fim de buscar formas de cooperação direta. Na Malásia, o governador visitou o terminal marítimo de Teluk Rubiah, costruído pela Vale para melhorar sua logística de fornecimento de minério de ferro, boa parte do qual procedente de Tubarão, para os grandes mercados asiáticos; de novo, ali, tivemos o orgulho de testeANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
munhar o trabalho competente de diversos capixabas que lideram aquela sofisticada operação logística global no litoral da Malásia. Em dois dias de permanência à Holanda, o governador foi recebido pelo alto comando do Porto de Roterdã, sócio do capixaba Porto Central, e pôde visitar seu novo terminal, que impressiona pelas dimensões e pela total automação. Também reuniu-se com o prefeito de Roterdã e com a gigante mundial dos granéis líquidos e da tancagem, a empresa Vopak, que atua no Porto de Roterdã e planeja se implantar também no Porto Central. Ainda na cidade holandesa, o governador visitou o Shipping and Transportation College (STC), instituição que há quase dois séculos treina e qualifica profissionais embarcados e outros especialistas em logística – de práticos e capitães a operadores de plataformas de petróleo. Por fim, em pleno 7 de Setembro, com a Bandeira do Brasil tremulando na fachada, o alto comando da Shell mundial recebeu a visita do governador, que apresentou o Espírito Santo como alternativa para que a centenária petrolífera anglo-holandesa concentre suas operações no pré-sal brasileiro, muito possivelmente no Porto Central. A missão a Singapura foi um ensaio para outras, que aguardam concretização para os próximos meses, como a Angola, à China, à Grã Bretanha, aos EUA, aos Emirados Árabes, à Índia, ao ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
Japão, ao Peru, para citar apenas alguns destinos. Com representantes diplomáticos de cada um desses países, já estão encetadas conversações que visam a identificar potenciais sinergias em distintas áreas de possível cooperação bilateral. Alguns destes já mandaram missões ao ES, nos últimos meses, e agora se trata de organizar um cronograma para os novos passos na construção de agendas específicas para adensar o relacionamento bilateral com aqueles países, maximizando oportunidades para iniciativas que beneficiem nossa estratégia de desenvolvimento sustentável, de avanço social e de progresso econômico. Também o Espírito Santo enviou missões ao exterior, como aos EUA (Costa Oeste), à China, à Holanda, ao Panamá e a Dubai. Merece destaque, como a evidenciar a multidisciplinariedade acima mencionada, missão realizada a Buenos Aires e a Montevidéu, em junho de 2016, na qual o secretário de Agricultura, Otaciano Neto, liderou delegação empresarial de duas dezenas de representantes do agronegócio capixaba. O foco principal – aliás, bem-sucedido, – foi o de estruturar operações de importação de milho uruguaio para fomentar o crescimento da avicultura e da suinocultura, valendo-nos da logística que se pode articular no âmbito do Mercosul. Para um Estado de dimensões territoriais reduzidas, que se equilibra bem com a base populacional, o desafio, doravante, é avançar de maneira sustentável, construindo uma sociedade harmônica, com boa educação, cada vez mais bilíngue e mais preparada para a empregabilidade neste mundo competitivo e globalizado. O Espírito Santo pode ser uma Singapura brasileira, no sentido de ser capaz de potencializar da melhor maneira essa combinação de território e população, em condições pouco comparáveis com a de outros estados brasileiros. Para tanto, mister se faz investir na qualificação das futuras gerações, dotando-as das ferramentas que lhes permitam competir por oportunidades e maximizar as possibilidades de desenvolvimento. Para um Estado vocacionado para o setor externo, com exportações e importações dinâmicas, com parcerias internacionais diversificadas e verdadeiramente globais, é chegada a hora de revelar a todos, cada vez mais, este segredo brasileiro que é o Espírito Santo. A arena internacional oferece palco excepcional para essa revelação. Vamos tratar de aproveitá-la. Vamos mostrar que o Espírito Santo é o Brasil que dá certo, segredo que afinal se revela. 293
ÍNDICE DE ANUNCIANTES
ANUNCIANTES
Acrimetal
229
ANUNCIANTES
PÁGINA
IRI
205
Águia Branca
2
Kimaflor
274
ArcelorMittal
75
Leonel Albuquerque
197
Bandes
55
Línea Publicações
237
Banestes
7
Medsênior
257
Buaiz Alimentos
217
Móveis Rimo
95
Cesan
113
Politintas
213
Cindes
122 e 123
Prossegur
91
Cisa
124
Proteinorte
253
Cofril
236
RDG
44
Consentino
15
RM
275
Coopeavi
107
Samp
Corpus
83
Santa Rita / Afecc
93
Cotia
3
Sebrae
225
Eletromil
45
Sedu
209
Épura Construtora
63
Senai
264 e 265
Espiral Engenharia
221
Sescoop
Fertilizantes Heringer
294
PÁGINA
5
Sesi
8e9
89 18 e 19
Findes
139
Shopping Vitória
29
Fortlev
233
Sicoob
79
Garoto
193
Sincades
249
Hospital Metropolitano
295
Soluções Áudio Visuais
181
Ideies
109
Unimed
103
IEL
160
Vale
99
Imobiliária Universal
67
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016
“Neste ano, o Anuário chega à sua 20ª edição, número que reforça o peso e a tradição da publicação. No momento em que novas perspectivas surgem no horizonte da indústria capixaba, a publicação se torna ainda mais indispensável para o planejamento dos setores e a atração de novos negócios [...] Que o Anuário sirva de reflexão e bússola para o futuro do Estado. Uma boa leitura a todos!” Marcos Guerra Presidente do Sistema Findes/Cindes