almost paper PARA VESTIR ELA: LISTRAS ELE: PRETO
INTERNACIONAL STELLA MCCARTNEY A nova alfaiataria
VIAGEM MARIGNAN O hotel que ama brasileiros
RUA O POVO QUE VAI AOS DESFILES
BELEZA
AS 10 NOVIDADES PARA TESTAR
iesa rodrigues
WWW.ATEEN.COM.BR
Fotografia fotografia@almostpaper.com.br Ines Rozario Eduardo Alonso Direção de Arte Renata Bühler renata@almostpaper.com.br
editorial. Foto: Carlos Frederico Silva
expediente
Diretora/Editora Iesa Rodrigues iesa@almostpaper.com.br
Comercial Ana Benchimol ana@almostpaper.com.br Viagens Iesa Rodrigues iesa@almostpaper.com.br Gastronomia Andréa d’Egmont gastro@almostpaper.com.br Tecnologia Pedro Rodrigues pedro@almostpaper.com.br Fotografia Internacional Paris: Marina Sprogis e Ines Rozario Roma: Fabiana Marafiotti Nesta edição também estão: Carlos Tufvesson (prestígio!); Adriana Westerberg (organização), Nicole Derenzi (carioquice) Envio de Pautas pautas@almostpaper.com.br Editora RR LETRAS LTDA. CNPJ 04.571.660/0001-83 Gávea | Rio de Janeiro
Admiro o trabalho do circuito da moda desde o tempo em que os jornais eram impressos em preto e branco e as imagens ficavam mais claras se fossem desenhadas. No caso, esta era minha função, desenhar as novidades criadas que mereciam virar notícia. A parte gráfica evoluiu, o offset permitiu mostrar as cores dos anos 1970. Aumentou o trabalho nas revistas, quem antes desenhava passou a escrever e produzir as fotos. A partir dos 1990 as máquinas de escrever foram substituídas pelos computadores. Os laptops, notebooks e netbooks passaram a fazer parte da nossa bagagem nas viagens de cobertura dos desfiles pelo mundo. E que mundo! Novas marcas, novos nomes, a rua competindo com as coleções oficiais, tudo merecendo ser noticiado e documentado. Em 1996 abri o site www.estiloiesa.com.br, com toda a linguagem html a que tinha direito. A medida que a tecnologia evoluía, mudaram os canais. Tem que ter twitter, facebook, instagram, pinterest. E há assunto para todos! Depois do iPad, esta revista era inevitável. Teria o visual do papel, com a abrangência de leitura do digital. O conteúdo jornalístico, com a força da experiência e a rapidez da conexão wifi, nem que seja pelo celular. Moda, design, estilo de vida, viagens, enfim, a Almost Paper é um resumo das experiências jornalísticas juntamente com um grupo antenado de colaboradores. Divirtam-se!
MODERNIDADE Tem algo mais moderna que o trabalho do Carlos Alberto Sobral, que reúne resinas, cores e cria bijuterias únicas, que já encantam o mundo? Até os caquinhos que sobram são reaproveitados em outras peças. Sua loja na Île St. Louis, em Paris, já chamou a atenção do Karl Lsgerfeld, que encomendou uma coleção com spikes coloridos para sua grife própria.
"Ele ligava de madrugada, pedindo modificações e dando sugestões. Esquecia do fuso horário"... comentou o Carlos Alberto, na entrada da tenda no Jardim das Tuilleries, antes do desfile. As belezas da Sobral enfeitam vitrines em shoppings e aeroportos, além das lojas internacionais
LISTRE-SE JÁ
A previsão indica muitas listras, desde as tradicionais e radicais até as misteriosas formações que lembram a Op Art. As horizontais engordam, as verticais alongam? Quem ainda se preocupa com estes padrões, quando quer seguir as novidades? Nem que seja em um brinco multicolorido, listre-se rapidamente. Porque no verão, em vez de moda, será contágio!
ATREVIDA
Skinny de paetês Garimpo Miniblusa listradona Botswana Spikes agressivos na biqueira do sapato Via Mia E mais: a miniblusa pode ser usada sobre uma segunda pele preta ou branca, com minissaia de couro preto. Muito Swinging London!
ALMOSTPEDIA Swinging London foi a expressão usada para definir o estilo de Londres nos anos 1960/70. Muita minissaia, camisetas de malha, sapatos de salto quadrado, cílios postiços, ternos de veludo. A conferir em filmes como Austin Powers e Blow-up
ASSIMÉTRICA
Saia longa em listras sem direção certa, cinzentas Mercatto Blazer marinho de punho listrado Mercatto Adorável camiseta de mescla, com mangas mitaine CCM E mais: Mitaine é a manga ou luva que prende em um dos dedos da mão. Antiguinha e adorável Alfaiataria sobre saia longa, um look ótimo de inverno
Preguicinha de cortar o cabelo para seguir a moda? PERUCA é a solução! Daniela Fiszpan propõe muitos cortes, cores e estilos que reinventam a cabeça
Ouros valorizam peles claras e morenas. Bracelete de penas Fiszpan e argola amassada, da Lilac - quem n達o tem ouro, fica bacana de dourado! Vestido com mangas de tule nude Enjoy.
Quem estava lá no estudio: Fotógrafo: Eduardo Alonso Modelo: Carol Abbott (40 Graus Agency) Cabelos: Michelle Diego (Hans Coiffeur 21 2259-7654) Maquiagem: Maico Kemper (maico.kemper@facebook.com) Produção: Ines Rozario e Patricia Melo
Rará! Pensaram que a Carol Abbott tinha cabelos curtos? Pois vejam a trança improvisada que ela puxa.
Listras multicoloridas no regat達o longo da Cant達o. E o batom laranja, que tal?
CHEMISE CHIQUE
Como transformar um vestido listradinho, básico, como este da Consô Herkenhoff em look rico? Enrola-se um cintão da Fiszpan de três voltas na cintura Pendura-se o brinco com pingente de pérola da Lilac Arremata-se com uma superbolsa vermelha, da Seanite e o escarpin meia-pata e de pulserinha, da Lessô E mais: Chemise ou chemisier, como era chamado nos anos 1960, era o vestido com corte de camisa (chemise, em francês. Neste tempo, o francês ainda dominava na moda. Agora, you must speak and write in English)
Indispensรกvel, essencial, a jaqueta de couro cobre da Patricia Viera. Acompanha jeans, vestido, longos, curtos ou o shorts de couro em tiras douradas e pretas da Botswana
Esta onda, que começou se infiltrando no guarda-roupa das mulheres, acaba por se instalar no jeitão dos caras. O terno preto, uniforme dos seguranças e dos agentes dos Men in Black, perde espaço para peças mais informais. Vale camiseta, bermuda, paletó justo – vale tudo, desde que seja preto
HOMEM DE PRETO
PERIGOSO! O blazer ajustado Ricardo Almeida é indispensável no closet masculino Por baixo, nada de camisa social: um bom hoodie, com um toque de cor no cadarço. Da coleção Toulon Blackjeans slim, Ricardo Almeida Óculos Moley Tribis, na Ótica Arnaldo Gonçalves
LOVELY NERD Ou serรก um Geek? Com camisa pรณlo Ricardo Almeida Bermuda Wรถllner com cinto Mr. Cat O sapato pode ser amarrado social ou um mocassim clรกssico Ricardo Almeida Relรณgio Lambretta
Fotos Eduardo Alonso Modelo Luiz Fernando Viana Moreira Produção: Ines Rozario e Patricia Melo
PLAYBOY URBANO O forro violeta anuncia a preocupação com estilo Blazer jogado no ombro, Ricardo Almeida Calça e camiseta Wöllner Relógio Lambretta Óculos Persol, nas Óticas Arnaldo Gonçalves
DECOTADO! Um detalhe diferente: o corte da camiseta usada com o canguru de malha fina, tudo, da Foxton Com jeans slim Toulon
He’s a fan.
Para descobrir por que Christian Louboutin é um fan, visite www.mandarinoriental.com BANCOC • BARCELONA • BOSTON • CHIANG MAI • GENEBRA • HONG KONG • JACARTA • KUALA LUMPUR • LAS VEGAS LONDRES • MACAU • MANILA • MIAMI • MUNIQUE • NOVA YORK • PARIS • PRAGA • RIVIERA MAYA • SÃO FRANCISCO • SANYA • CINGAPURA • TÓQUIO • WASHINGTON D.C.
WEARABLE COMPUTING Pedro Rodrigues Assim como na moda, a indústria de tecnologia segue tendências. Nós últimos anos a grande tendência foi o mercado móvel com celulares e tablets dominando a cena da computação pessoal e corporativa. Mas qual seria a próxima onda de um bilhão de dólares? Qual seria a nossa próxima tela?
aprovado o produto. Contudo o design deixa muito a desejar e o preço de 1500 dólares assusta. Este modesto colunista acha que o dispositivo será o gadget mais quebrado de todos os tempos. Afinal, já estamos irritados com familiares e amigos que ficam constantemente olhando seus celulares. Imagina quando tiverem uma tela o tempo todo no olho. http://www. google.com/glass
Já estamos com nossos smartphones nos bolsos, tablets nas mochilas e bolsas e notebooks cada vez mais leves e poderosos que podemos levar em um envelope de papel pardo. Aonde mais? Pois bem, a indústria aposta na que foi chamado wearable computing, algo como computação que se veste. Estamos falando aqui em acessórios do dia-a-dia conectados e inteligentes como relógios, óculos e tênis. E o Google foi o primeiro a fazer a aposta em um produto neste mercado: o já conhecido Google Glass. O Glass é um óculos com pequena tela de 1,2 polegadas que conectado com seu celular Android, é claro, mostra informações como mensagens de texto, IMs, e-mail e compromissos. Ativado com o toque ao lado e comandos de voz, o Glass também possui uma câmera que grava vídeos e tira fotos. O angulo não me parece muito favorável já que o aparelho fica ao lado da sobrancelha mas os tecnoratis de São Francisco parecem ter
DICA DE APP
Enquanto os rumores apontam para um mítico iWatch da Apple, foi uma empresa pequena usando fundos do site de crowdfunding Kickstarter que lançou relançou um smartwatch chamado Pebble. Relançou sim, porque a categoria já existe há algum tempo, criada pela Microsoft. Mas assim como o tablet e o smartphone, o gigante de Redmond lançou primeiro, mas não ganhou o mercado. Voltando ao Peeble, o relógio é bem simples e conectado ao seu iPhone e celular Android, mostra mensagens de texto, e-mail e compromissos na sua tela de eInk, mesma tecnologia do Kindle. O produto conseguiu sair do nicho do crowdfunding e já está a venda em lojas físicas como Best Buy. Mas é bom a empresa aproveitar o sucesso e melhorar o software porque a Sony já prometeu uma nova geração de smartwatches e a própria Apple não nega nem confirma o tal iWatch http:// getpebble.com
Para os que compram muito on-line a espera pela entrega é a parte mais chata. Para aliviar os mais ansiosos sugerimos o aplicativo Chegou? Após cadastrar o número de rastreamento dos Correios e através de sua muito bem feita interface você pode acompanhar todos os passos até o seu precioso item chegar ao destino. Por enquanto somente para iOs.
SORVETE À FRANCESA Andrea D’Egmont
Os dicionários Houaiss e Aurélio descrevem a palavra sorvete como iguaria feita de suco de frutas ou de cremes líquidos de leite, adocicados, que se congela. A experiência revelada por nosso poeta Carlos Drummond de Andrade em seu “O Sorvete” é uma combinação de aventura desejada e expectativa frustrada. O diretor Jim Jarmusch, no filme cult Down by Law, traduzido para Daunbailó, mostra o ator Roberto Begnini com Tom Waits e John Laurie gritando com forte sotaque italiano “We all scream for ice cream” e o alternativo cubano “Morango e Chocolate” usa sabores de sorvete para mostrar diferenças sexuais e políticas. Mas nada melhor do que você criar sua própria história com essa iguaria num lugar aprazível e repleto de bons sorvetes como Paris. Caminhando pela cidade é que descobrimos seus segredos. Nas sorveterias, balcões expõem várias bandejas, lado a lado, que formam uma harmoniosa paleta de cores e sabores. Peça o sabor de sua preferência. O atendente, depois de um obrigatório bonjour, usando a espátula ou um boleador (é o nome do apetrecho que normalmente as sorveterias usam para servir sorvete em bolas) serve o pedido. Você sai andando despreocupadamente, levando sua casquinha crocante com um sorvete no topo e aí... a surpresa. Já na primeira mordida as sensações vão brotando. O que estava sólido vai se desmanchando na boca, a textura macia e untuosa vai revelando, de forma refinada, sabores instigantes. Uma simples massa com ingredientes frescos bem batida e congelada que provoca todos os sentidos. Seu passeio vai ficando mais agradável. Os sorvetes da Maison Berthillon são os mais famosos em Paris. Sua lojinha, na Île Saint Louis, parece uma cartola de mágico de onde saem mais de 65 sabores fresquíssimos, deliciosos e coloridos desde 1954. O de morango silvestre faz o passeio pelo Sena ficar mais lúdico. No Amorino, que lançou em 2002, estrategicamente, sua primeira loja na Île Saint Louis, durante a época do tradicional recesso de verão da Maison Berthillon, está presente em 20 lojas pela cidade. Dá para fazer um roteiro e tanto. Os atendentes são treinados para servir o sorvete em forma de pétalas. Os gulosos se impacientam com mais alguns minutos de espera pela preparação. O sabor de Manga Alphonso é espetacular. O Gelati d’ Albert, surpreende com suas rosas geladas de sabores delicados. Na Dalloyau, que funciona desde 1682, os sorvetes costumam se apresentar em forma de bombons. O sabor de caramelo é inesquecível. O Grom tem inspiração orgânica e o de chocolate é de comer rezando. Os chefs de grande parte dos restaurantes de Paris têm em seus menus sorvetes preparados diariamente. No Guy Savoy faz - se um sorvete de melão batido na hora de ir à mesa; já o Ze Kitchen Galerie, do Chef William Ledeuil, apresenta um memorável sorvete de chocolate branco com wasabi. O verbo sorvetear poderia existir designando passear tomando sorvete. Uhmm delícia!
Sorteve em pétalas da Amorino
Andréa toda feliz decidindo o sabor do sorvete ENDEREÇOS Maison Berthillon 29-31 rue saint Louis en l’ile 75004 Paris www.berthillon.fr Amorino 47 rue Saint Louis en l’île 75004 Paris www.amorino.com/fr Gelati d’Alberto 45, rue Mouffetard 75005 PARIS www.gelatidalberto.com
Dalloyau 2, place Edmond Rostand 75006 Paris www.dalloyau.fr/en/dalloyau-house Grom 81, rue de Seine 75006 Paris www.grom.it Ze Kitchen Galeries 4, rue des Grands-Augustins 75006 Paris www.zekitchengalerie.fr Restaurant Guy Savoy 18 rue Troyon 75017 Paris www.guysavoy.com
VITRINES DE ROMA Fabiana Marafiotti
Entre as melhores referências dos caminhos da moda figuram as vitrines. Mais do que mostrar peças a serem vendidas, estas janelas fascinam pela decoração, a iluminação, o clima que evocam para justificar as novidades. Fabiana Marafiotti traz este report das ruas de Roma, nas fotos que registram coleções e fachadas do verão italiano
Para quem comeรงou com uma lojinha em uma pequena galeria de Paris, Christian Louboutin progrediu muito: vejam a bela filial romana, onde lanรงa a sandรกlia de tiras em nude, as franjas e o mocassim de biqueira punk ao lado das pastas e carteirinha com spikes
Epa, epa! Um cavalo prateado atravessa a parede para destacar a sacola Fendi, na cor...fendi! Ou serรก que ele afanou a bolsa cobiรงada de alguma elegante?
AtĂŠ surpreende a sobriedade destas vitrines da Louis Vuitton. TambĂŠm, depois daquele desfile com escadas rolantes, nem precisava inventar muito para convencer com estes modelos em preto e branco
Bulgari não significa apenas joias e relógios. A marca familar italiana propõe também bolsas, colares e óculos
A Burberry evolui do clรกssico trench coat para um estilo bem-vindo nas ruas. Mas o padrรฃo xadrez continua firme nos acessรณrios
Uma sala de jantar com cara de Italia/Sic铆lia com tempero de acess贸rios Dolce & Gabbana
Na vitrine da Ermenegildo Zegna, os tons de bege e Nude, tĂpicos da moda italiana
Vestidinhos com mix de estampas na Max & Co, segunda marca da Max Mara. Por via das dúvidas, com um cashmerzinho cereja - nunca se sabe como será o verão na Europa...
Na Fendi infantil, uma baguncinha colorida para realรงar o estilo jeans
FENDI Fabiana Marafiotti
Para comemorar a inauguração da primeira loja brasileira, a Fendi lançou o maxi scarf e a baguete em edições limitadas, com estampa de borboleta em verde e amarelo. A “nossa”Fendi fica no shopping Cidade Jardim, em São Paulo
Esta baguete é uma das que foram leiloadas na abertura da loja no Cidade Jardim. O valor arrecadado foi doado à ONG Verdescola, que atua na área socioeducativa (www.verdescola.org)
SEBASTIÃO SALGADO
Fabiana Marafiotti
Genesis, a nova exposição com os trabalhos mais recentes de Sebastião Salgado, vai até 15 de setembro no bellíssimo Museo dell'Ara Pacis, Roma. Com mais de 200 fotos exclusivas, a mostra apresenta uma série de paisagens grandiosas feitas com o objetivo de capturar um mundo onde o meio ambiente ainda encontra o seu equilíbrio. Salgado, com seu olhar apaixonado, enfatiza a necessidade de proteger o nosso planeta, mudar o nosso estilo de vida, assumindo novos comportamentos, respeitando a natureza e buscando uma nova harmonia. Para mais informações: www.arapacis.it/
O MUNDO DE NIKITA Nicole Derenzi Escrevo essa crônica em um domingo chuvoso. E, como já dizia Adriana Calcanhoto, “cariocas não gostam de dias nublados”. É até pior, pois além de não gostarmos de dias nublados não sabemos lidar com eles. Somos um povo alegre, um povo que necessita de sol. Nossa alegria vem de nossa própria fotossíntese. Um domingo de chuva é a coisa mais não-carioca que possa existir neste universo. Entramos em parafuso, entocamo-nos, não conseguimos combinar um par de havaianas com um casaco de frio. Quando os relógios de rua apontam vinte graus já é frio, muito frio. Se baixar para dezoito graus então é fondue na certa. Snow Mass é aqui! Somos ridículos no frio. Tentamos, mas nunca conseguiremos nos igualar à elegância paulistana. Eles têm um contrato com a elegância sumária. Já nós somos mais descolados, com gingado vindo do morro, do subúrbio, do samba. Para tudo rebolamos, até na nossa forma de falar. Que carioca nunca forçou um ”s“ ao cruzar a fronteira do estado? - “Me empresssshta o seu ishqueiro?” - “Um ishhhhhprite, por favor?” E a praia, nosso maior quintal? A praia é nosso ponto de encontro, o nosso retrato. Se sentarmos no calçadão da praia em um domingo de sol saímos de lá com um estudo antropológico. Um retrato dos cariocas. Um senhor com seus setenta anos patina como se tivesse vinte, desliza pela orla sem medo de como ficaria seu fêmur caso ele caísse. Aquele senhorzinho simplesmente vai, patina e não cai. A novela sendo gravada em uma rede de vôlei, um repórter fazendo a entrevista para o jornal da noite, o hotel famoso repleto de seguranças e fãs à espera de seu ídolo. O pai bonitão engarrafa a ciclovia por uma boa causa: está ensinando ao seu filhinho, que mal aprendeu a dar seus próprios passos, a andar de skate. Enquanto isso um cara corre e, para que seu condicionamento fique ainda melhor, puxa um menino através de uma cordinha.
Seu skate não é automático, mas quem disse que boa vida ele não pode ter também? Pelo menos naquela voltinha. A garota de programa passeia de patins, só de biquíni fio dental. Outro pai corre, todas as manhãs fazendo seu papel de atleta, mas mesmo empenhado nas atividades físicas, não esquece seu papel de pai. De repente é um executivo que tem mais dinheiro do que tempo, mas usa a hora livre para exercitar a mente e criar um vínculo gostoso de aventura com seu pequeno filho que ainda nem sabe andar. Os dois correm na ciclovia, o pai atrás correndo e empurrando ao mesmo tempo o carrinho do bebê. O bebê vê o mundo fascinado com cabelos ao vento, se ele já os tivesse. Quer aventura maior do que velocidade e vento no rosto no auge dos seus dois anos de idade, junto com seu herói? Ao mesmo tempo, no final da praia do Leblon, um senhor sempre acompanhado de uma caixa de som coloca seus CDs de Jazz à venda. Alguns metros à frente, um senhorzinho com seus cabelos brancos e sua carrocinha faz sucesso entre a criançada. É o Picolé do Morais, clássico do Rio de Janeiro há muitíssimos anos. Uma tradição que ainda é mantida graças ao esforço daquele senhorzinho, que todo domingo está lá levando a nostalgia para nossa realidade e adoçando tantas crianças que não fazem ideia da história daquele senhor. Lar, doce lar A melhor maneira de nos sentir em casa, depois de algum tempo fora da cidade, é pousar no Aeroporto Santos Dumont, pela vista - por motivos óbvios - mas também por algo além... A caminho das malas, lá ao fundo, já começamos a escutar: - “Táxian? Táxian?” Lá estão elas, as mocinhas das cooperativas de táxi, querendo fisgar todos os passageiros que por lá passam. Com seus discursos de uma palavra só, elas nos trazem a mesma paz no coração que o cheiro do bolo da casa da vovó. E sim, eu vou querer um “táxian”, mas vou pegar lá no embarque porque sou malandra, não pago cooperativa e nem pego fila no ponto de táxis normais no fim do aeroporto.
Marignan, hotel de luxo moderno em Paris Iesa Rodrigues Luxo, autenticidade, discrição e modernidade - estas eram as qualidades desejadas por Nathalie Richard, proprietária do Hotel Marignan, um oásis em pleno Champs Elysées, em Paris. A antiga residência virou Elysée Palace em 1925 e foi comprada pela família Richard - a mesma do grupo francês de bebidas em 2004. Ainda funcionou como um hotel tipicamente parisiense clássico, meio sombrio, rebuscado, mas já havia um pendor para a Arte Moderna, obras de Viktor & Rolf enfeitavam a entrada. E a equipe se desdobrava em atenções. Em 2010, a elegante Nathalie decidiu partir para a reforma, em busca das qualidades citadas na primeira frase. Contratou Pierre Yovanovitch, nome da vez na nova arquitetura francesa, que nunca havia feito um projeto de hotel. Juntos, Nathalie e Yovanovitch recuperaram o estilo Art Deco, presente na imponente fachada de pedra do Zimbábue, na porta de entrada, com folha de ouro nos metais, no piso em preto e branco, na limpeza de formas em geral. Design por tudo - os móveis são feitos com exclusividade - ah, mas quem não gostaria de ter uma poltrona que parece um ursinho? Ou o sofá serpente, bem na entrada? Nos 50 quartos, sendo 10 suites, a mesma sobriedade, alegrada por madeiras claras, roupas de cama brancas, a mesinha de trabalho - meu cantinho favorito, com wifi gratuito, várias tomadas. Quem leva trabalho em viagem sabe a importância disto: é um tal de ligar computador, carregar iPhone e iPad, tudo ao mesmo tempo. Vale prestar atenção em um detalhe, típico do trabalho do arquiteto: as paredes são emolduradas por um rebaixo, que segue no contorno das portas e janelas. Tipo do detalhe que demonstra o requinte de um ambiente. O melhor! - ok, a cama é maravilhosa, adorei a mesa de trabalho, a vista, linda, o pessoal mais do que amável.
A proprietária do Marignan, Nathalie Richard e Pierre Yovanovitch, arquiteto responsável pela renovação total
Um dia de sol, cĂŠu azul, champanhe e a Torre Eiffel na vista da suite. ĂŠ vida boa!
Do lobby aos quartos, é um hotel tipicamente francês, discreto e independente Mas o banho...que sonho! Quem não consegue se acostumar com o chuveiro-telefone dentro de uma banheira de borda alta, esquema presente em 90% dos hotéis e apartamentos franceses, vai ao delírio ao ver o chuveiro de sauna, dentro de um box imenso, com nichos abertos no mármore, para colocar shampoos, cremes, toda a nossa parafernália de banho. De manhã - nada de café no quarto: tem que descer e confraternizar na sala de café, pedir ovos do jeito que quiser, saborear as geléias, os pãezinhos. Cada quarto tem o breakfast incluído para duas pessoas. Depois, fotografa-se a vista da cidade, enquanto o céu está azul. Também pode estar chovendo, nevando, ventando, que tudo é lindo, visto das janelas e dos terraços do Marignan. Poderia sugerir alguns programas - fazer compras nos Champs Elysées. Tem a Sephora, a Disney, a Gap, a Marks &Spencer, a Zara, tudo pertinho, sem falar na Avenue Montaigne com as super grifes famosas. Com a vantagem de poder ir e vir com as sacolitchas, botar no quarto e voltar até estourar o cartão. Tem o Lido, os cinemas, a cidade linda. Mas que dá preguiça de sair daquele quarto, ah, isso dá Box do banho Para mim, hotel se define por dois ítens: localização e banheiro. Sem falar em elevador, claro. Conheço dois banheiros perfeitos, além dos do Marignan: do hotel Four Seasons, em Carmel (Uruguai) e do Mandarin Paris, na rue Saint Honoré. Os hotéis americanos em geral têm ótimos chuveiros O bar tem drinques criados por Fréderic Bayard e toques de cor nos estofados. Peçam o cocktail Rio
Poltronas de design curvas quebram as linhas retas gerais. Hรก o bom humor das poltronas Teddy Bear, com orelhas de ursinho e o lado prรกtico dos sofรกs que servem como estantes de livros
Os quartos seguem a escolha de materiais do prĂŠdio: pedras, metais e madeira natural, principalmente o carvalho lixado, visto nos painĂŠis das paredes
Cores claras realรงam a simplicidade elegante dos quartos do Marignan
Esta é uma das suítes duplex. A graça se mantém nas almofadas inspiradas em bolas de tênis, de mohair. O lustre-joia pertencia à própria Nathalie Richard. No segundo andar, há camas para crianças
O café da manhã é servido nesta sala de estofados verdes e cadeiras fofas
O banheiro, um caso especial. Tanto com ducha, dentro de um box espaรงoso e chuveiro de sauna, como com a banheira com vista para o terraรงo. Perfeito
Lugar para a foto, para guardar de lembranรงa da estadia parisiense
H么tel MARIGNAN PARIS 12, rue de Marignan 75 008 Paris www.hotelmarignan.fr reservas: no Brasil, pela X-Mart, 21 reservation@hotelmarignan.fr +33 1 40 76 34 56
STELLA MCCARTNEY Iesa Rodrigues
No comeรงo era a alfaiataria Fotos Marina Sprogis
Sobrancelhas grossas e angulosas, olhos sem contorno e boca natural, na beleza do desfile, assinada por Pat McGrath (sim, é ela, a mesma que criava rostos extravagantes nos desfiles de John Galliano para a Dior). A risca de giz é básica na moda da Stella McCartney
Demonstração de como se desvia do caminho da alfaiataria tradicional: no blazer que vira vestido, com uma prega lateral e no look com abotoamento entortado e saia midi. Com botinhas de solado trator
Há quem pense que ter um nome poderoso resolve tudo na vida, porque abre portas e adianta muitos processos evolutivos. Mas há também quem tente se livrar de um sobrenome famoso, para se sentir independente. Stella McCartney conseguiu combinar estes dois lados. Primeiro, ficou conhecida por ser a filha do Beatle Paul McCartney. Quando estreou nas semanas de moda de Paris como designer da grife Chloé em 1997, depois de se formar no Central Saint Martin College, boa parte da plateia estava mais interessada em ver o pai do que as criações da filha. A garota já vinha com muito fundamento e uma paixão por moda. Fez o primeiro paletó aos 13 anos, estagiou com Christian Lacroix aos 16, e passou por alfaiates de Saville Row para aperfeiçoar a arte do tailoring com os melhores profissionais de Londres. O olhar dos convidados começou a desviar da fila A, onde estavam o pai Paul e a mãe, Linda (ela ainda viu alguns desfiles da filha, antes de falecer) para as passarelas da Bolsa de Valores ou da suntuosa Opéra Garnier de Paris, onde ela costuma apresentar suas coleções. Porque havia uma graça especial nas propostas, uma sensualidade quase popular, como nas camisetas com estampas de coelhinha da Playboy e na linha de estilo boyfriend, que ela definia como "a roupa que se pega emprestado do namorado, na manhã seguinte ao encontro". Em 2001 nasceu a marca própria, com características mais precisas. Dificilmente veremos uma linha assinada por Stella McCartney sem uma bela alfaiataria, uma risca de giz (nada mais londrino), toques de cor e uma série de noite de impacto, que contrasta com a sobriedade das inspirações no terno. A influência nas tendências é sutil, mas muito forte. De onde vem a onda de tons violetas, de rosas envelhecidos? Do primeiro perfume dela, o Stella. Quem modificou a roupa de ir para a academia ou para a ioga? Stella, que cria modelos para a Adidas. A coleção desfilada no dia 04 de março, segunda-feira, no foyer da Opéra de Paris, confirmou o espírito geral da designer que já assinou coleções para a H&M, para o supermercado americano Target e até para a C&A e atualmente integra o time de marcas do grupo Gucci, dentro da holding PPR, agora chamada de Kering. Mas ninguém pense que foi algo clássico, repetitivo.
Grande coleção
Proporções gigantescas nos casacos e paletós, formas retangulares. Botinhas de solado grosso, serrilhado. As calças estreitas equilibram a figura. Muita risca de giz, em variantes de riscas finas e largas. Um sobretudo largo, cinza. Cinza também um hoodie básico, irresistível. Nada banal, incrível. Perfeito com o boné de lã cinza. Uns detalhes chamam a atenção - os ombrinhos marcados no modelo branco. O cobre-ombros de tricô. E vem o que pode estar por baixo dos grandes casacos: vestidos com entalhes de renda, nos pretos com drapeados pregueados localizados perto dos decotes ou um repuxadinho na cintura. As botinhas são substituídas por sapatos com madeira aplicada nos saltos. E o pai Beatle, o amigo Bono Vox, Kate Moss, Nicole Richie, a turma da fila A? Estavam todos lá, em uma das salas do desfile. Confesso que não prestei atenção neles - preferi olhar com cuidado a coleção de grandes proporções da Stella McCartney.
Ficha do desfile Creative Production: Gainsbury e Whiting Stylist: Jane How Cabelos (rabos de cavalo): Eugene Souleiman / Streeters Make: Pat McGrath Manicure: PrittNYC Música: Tony Farsides
A risca de giz em saia montada em vieses e top-camisa curto. Ou a versão em malha fundo cinza, com pelerine rulê de tricô, um dos ícones do inverno 2013/14
O boné, um dos acessórios presentes no estilo de inverno, acompanha as camisas clássicas ou o tricô macio, cinza, com fecho e calça no mesmo material. Um jogging de luxo
HĂĄ cores! Um fĂşcsia brilhante, no casacĂŁo amplo e de mangas arredondadas e o violeta em chemise longo, sedoso
Para a noite, voltam os pretos. Tomara que caia, com decote formado por lapelas e fenda ou sem mangas, com aba dupla recortada na frente. Olha a alfaiataria aĂ, gente!
Em certos desfiles, é mais rápido desenhar do que escrever - no mínimo, para não perder a mão dos cinco anos de Design e Artes Gráficas na Belas Artes -, e depois basta uma olhada rápida no caderninho, para descrever a coleção
Stella, no final da sala principal, onde estavam os convidados amigos e parentes. Ela Ê chique e coerente, com suas calças de risca de giz
Fotos Ines Rozario
MODA DE RUA
PARIS
Casaco vermelho em duas vers천es: com bota Ugg ou escarpin dourado
CORES
O azul-Bic comeรงou a ir para as ruas. Pelo menos no povo da moda
Jaquetinha Perfecto, favorita das parisienses, em azul, com legging, botas e 贸culos muito redondinhos
O brilho das cores nĂŠon no cashmere verde. No jardim das Tulherias, esperando o desfile Viktor & Rolf
SAIAS
Bem, algu茅m tem que ter coragem de sair assim, neste vale-tudo de comprimentos e cortes ondulantes. Os fot贸grafos adoram
E a suĂŠter de bolotas?
As asiรกticas gostam de preto e branco, com um toque de cor. Funcionou bem com a saia de oncinha. E a sandรกlia com meia surpreende no look de malha da menina que parece duvidar - serรก que consigo entrar no desfile Galliano?
Não pode faltar o ar retrô. Na saia rodada, com casaco 7/8 metalizado, escarpin bico fino. Ou na dupla que parece saída de um evento da nobreza inglesa, com direito a chapéus. Ainda bem que não sentaram na minha frente
Fotos Ines Rozario
HOMENS
Fala sério: eles até que são clássicos. A grande inovação está na atitude... e nos acessórios. Bolsa com muitas correntes e escarpin vermelho, para quebrar a seriedade do casaco de tweed e o terno preto com gravatinha borboleta
Peles também atraem os senhores fashionistas. Como o casaco de seis botões, com jeans e chapéu Fedora. Ou o blusão de couro com farta gola peluda, legging preto e muitos anéis.
Perfeito, o total black. Formal, no terno-e-gravata. Reparem no sapato de biqueira, em texturas diferentes. Informal, no black jeans detonado, japona e gorro, com boot
O colorido pode ser neutro, na japona de tweed. Ou forte, nos nylons, para acompanhar jeans
Vermelho chic, o Rouge Pur Couture da linha Matte, de Yves Saint Laurent. São seis opções de cores, do vermelho intenso ao grená e ameixa. Tem efeito opaco, fosco ou matte, mas a textura é macia e hidrata os lábios (R$ 169)
Máscara de Cílios Le 2 de Guerlain, com duas escovinhas para um olhar 360º. A cor Butterfly Sparkle é furtacor de preto e lilás (R$ 148)
Será que é TOC? Ou mania? Seja o que for, amamos comprar produtinhos de beleza! Para o inverno, esta seleção promete cores e tratos irresistíveis
FANTÁSTICOS Na linha Bio-performance da Shiseido, o Super Corrective Serum dá um up instantâneo à pele. O efeito de lifting é perceptível no ato! Em 3 semanas, menos rugas profundas (R$ 396). O potinho menor é o Antirugas Advanced Super Restoring, que ataca a flacidez, rugas e falta de elasticidade da pele, pela ação da Laminina 5, ingrediente-chave na produção de colágeno (R$ 599)
Esmaltes: o Top Coat Nail Treatment Matte, da OPi para Sephora, cria efeito opaco sobre qualquer esmalte (R$ 35. Pode ser sobre a cor violeta A Grape Fit do OPI Nail Lacquer, que não tem tolueno nem formaldeído na fórmula. Longa duração, resiste a lascas e provoca menos alergias (R$ 35)
Sombra Urban Decay, cor Asphyxia, um violeta que combina com a coleção da Strella McCartney. Embalagem inspirada nos tokens do metrô de New York (R$ 93) Hydra Beauty Serum, da Chanel, tem a vantagem de hidratar e proteger todos os tipos de pele. A fórmula inclui o ativo ultra-hidratante Camellia Alba PFA afinal, a camélia é a flor-símbolo da Chanel (R$ 309)
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PRODUTOS QUE VOCÊ TEM QUE TER
Vichy Serum 10, na linda embalagem, um poderoso produto anti-rugas e flacidez, com a fabulosa Água Termal de Vichy na base. Resultados visíveis em quatro semanas! (R$ 161)
Capture Total One Essential Dior é o soro anti-envelhecimento que ajuda a desintoxicar as células, recupera a luminosidade da pele e promete aparência mais jovem. Argumentos irresistíveis! (R$ 370)
DA GAVETA PARA UMA VIDA NOVA
Adriana Westerberg
Atualmente o nosso dia é longo, cheio de tarefas e funções que geram muito estresse. A organização do lar ou espaço de trabalho se torna cada vez mais importante para uma vida mais fluída. Em todos os espaços que já organizei percebi que o resultado foi além da organização, proporcionando uma nova forma de viver. A reformulação começa quando se consegue abrir mão do que não precisa. Com isso, é possível abrir espaço para o novo e para novos hábitos. Não é preciso ter um dia inteiro, ou um mês para começar a arrumar a vida. É possível começar com 15 minutos por dia com um objetivo pequeno como uma gaveta. O importante é cumprir a meta: começar e terminar a tarefa. Boa sorte! Retire o que não é mais usado Durante a organização e no dia-a-dia, é comum encontrarmos roupas furadas ou que não servem mais, xícaras rachadas ou acessórios que não usamos há anos. Selecione o que não está mais sendo utilizado e jogue fora ou leve para doação. A maioria dos objetos quebrados pode ser substituída; os acessórios e roupas que não fazemos tanta questão de ter podem ser bastante úteis para alguém que precise. Uso de caixas de plástico transparente Além de organizar, a transparência facilita a visualização e torna a busca pelo objeto mais rápida. As caixas são, em sua maioria, baratas e podem ser encontradas em vários tamanhos. Uso de colmeias Além de servir como divisória para cada item da sua gaveta, meias, cuecas, calcinhas, biquínis elas ajudam a criar o hábito
de colocar o que foi utilizado de volta no devido lugar. A colmeias podem ser encontradas em vários tamanhos e ainda serem feitas sob medida para os seus acessórios. Ganchos Eles garantem mais espaço no ambiente e evitam que os objetos se quebrem ou rachem. No caso das xícaras, por possuírem alça, não ficam muito bem empilhadas. Com os ganchos, elas permanecem no armário sem qualquer risco de quebrarem. Os ganchos também servem para pendurar panelas, canecas e até mesmo colares e pulseiras. Etiquetagem Ao colocar os itens separados por categorias dentro de caixas, cestas, gavetas ou, até mesmo, em prateleiras, escreva o nome da categoria e cole onde estão os objetos. Assim se facilita a organização e mais tarde, encontrar os itens. As etiquetas podem ser encontradas em papelarias ou serem feitas através de uma etiquetadora. Organizar os produtos por data de validade Coloque sempre à vista os produtos com data de validade mais próxima, sejam eles mantimentos na dispensa ou produtos de beleza no banheiro. Deste modo, evitam-se desperdícios. Decoração demais não ajuda A decoração tem o intuito de deixar o espaço com a sua cara. Porém, muitos objetos decorativos atrapalham e deixam o ambiente com cara de desarrumado. Mantenha arrumadas principalmente a área de trabalho e de estudo. De preferência, só com objetos que serão utilizados.
A NOVA MODA DO RIO É CONTRA O PRECONCEITO Carlos Tufvesson
É com muito prazer que ocupo esse espaço que fui generosamente convidado pela querida Iesa Rodrigues, minha madrinha de profissão, jornalista a qual admiro e tenho enorme carinho e respeito, para escrever algumas linhas para vocês. Muitos dos que vão ler minhas palavras por aqui, conhecem meu trabalho na moda brasileira. Moda, além de ser minha vida, é minha profissão, é uma vocação. É o ar que respiro desde criança. Faz parte de quem eu sou e sempre serei. Outros não sabiam de meu trabalho de militância em prevenção de DST/ AIDS e direitos civis e humanos e até sofri certo preconceito do tipo: “O que um estilista fará a frente de uma Coordenadoria de Direitos Humanos?” Mais um preconceito com nosso setor? Talvez. Mas terão razão. Vamos pensar abaixo. O importante é que passados dois anos, eu e minha equipe de profissionais bem reconhecidos em sua área formamos um belo programa que o carioca pode se orgulhar e, quem sabe, construir um mundo melhor. Confesso que não achei que fosse capaz e aceitei apenas para constar a abertura e depois de quatro meses e estruturado passar a bola pra outro. Mas descobri que cidadãos de bem no poder público podem e fazem a diferença e como tal, diante do resultado, fui me apaixonando por esse trabalho graças ao apoio do Prefeito Eduardo Paes. Hoje estou muito feliz por atuar nas três áreas que sempre atuei na minha vida. Na diversidade sexual, na saúde – como Presidente da Comissão de DST/AIDS do Conselho Municipal de Saúde – e agora como presidente do Conselho de Moda onde espero poder dar minha contribuição a nosso Mercado. O setor de confecções sempre foi um grande gerador de empregos, mas talvez pelo nosso perfil de profissionais de moda nunca fomos ao poder publico para nos ajudar. Como fazem os outros e até nosso setor primário. O têxtil. Isso na cabeça dos políticos não cria clareza. Espero com esse conselho que possamos mostrar com a ajuda de meus colegas profissionais de moda do Rio, as nossas demandas e até apresentar programas para a prefeitura. Por isso, minha insistência acatada pelo prefeito que nesse conselho tivessem profissionais de
moda que geram emprego no Rio e confeccionam. Para que nos pudéssemos entender suas demandas e saber como ajudá-los. Os profissionais de moda nunca foram muito bons em pedir. Estamos sempre ótimos mesmo quando não estamos. Enquanto os outros setores vêm sempre ao poder público mesmo quando estão bem dizendo que não conseguem pagar a folha. Quando foi que um estilista declarou que não ia desfilar porque não tem grana pra pagar a folha? Mesmo sendo verdade, sempre vem uma palavra linda. Reengenharia, redefinição de conceito da passarela etc. Pois bem, esse conselho vingando, o primeiro a existir no poder público reconhecendo a importância de nosso mercado, pode ser uma ferramenta importantíssima. Dependerá de nós para fazer dele um sucesso ou mais um que não deu certo, como vários já vêm me dizer que “o povo de moda não é unido”. Nosso calo aperta. Custo de produção altíssimo. Temos de reduzir esse custo e achar alternativas. Não tenho as respostas, pois elas virão das reuniões e do empenho de cada membro que precisa entender que seu trabalho ali será para toda nossa indústria e não apenas para si. Isso é o mais belo de estar no poder publico. Ver que decisões suas podem melhorar a vida de tantos. Se hoje minha militância como cidadão me levou ao poder público para construir politicas públicas para os LGBTs, militância que já fazia ativamente em meus desfiles e em diversas campanhas que fizemos com a ajuda voluntaria de vários amigos, formadores de opinião e da mídia a que aproveito para sempre agradecer. No momento, sirvo ao Poder Público. Mas nunca vou deixar de ser estilista. Estar aqui não é e nem deve ser uma profissão, mas sim uma maneira de contribuir com nossa sociedade através da expertise ganha por mim na vida, na profissão e nos meus 18 anos de militância nesse país. No momento, além de coordenar a CEDS-Rio e presidir o Conselho Municipal da Moda – criado pelo Prefeito Eduardo Paes para definir e apoiar bons rumos da moda carioca – exerço meu
ofício de estilista através do quadro “Fashion Express”, no programa “Mais Você”, da Rede Globo. Nele, além de reinventar vestidos de espectadoras, conheço pessoas com lindas histórias e ajudo alguns sonhos a se tornarem realidade. É gratificante!
levar um melhor entendimento sobre o grande mal do século que é o preconceito. Nosso trabalho continua. Não para por aí. O Rio e o Brasil todo sofrem de um sério problema: cidadãos não conhecem seus direitos. E isso os faz sentir-se a margem da sua cidadania. Só a informação pode resolver isso. Só teremos resultados quando entendermos que somos os verdadeiros responsáveis pela transformação de nossa sociedade. Temos de ter um espaço mais justo, onde os direitos de todos sejam respeitados. É preciso que todos entendam a necessidade de denunciar toda e qualquer violação de direitos. Recebemos denúncias diárias de preconceito e discriminação. É com a participação da população que podemos agir. O Poder Público só pode manifestar-se quando provocado. Portanto, ao perceber um ato dessa natureza, nos procure. Estamos sempre online através do www.cedsrio.com.br ou pelos telefones: 21.2976.9137/9138.
Mas quero falar da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual e do trabalho que realizamos há mais de dois anos de forma que me enche de orgulho. No dia 15 de maio, reunimos cariocas do bem e que estão na luta por uma cidade livre de preconceitos, mais educada e que aceite a todos, sem distinção. Fizemos um ato cívico para lançarmos a nossa campanha 2013 do programa Rio Sem Preconceito. O Circo Voador, que nos últimos 30 anos foi palco de movimentos culturais marcantes na história do país, serviu de cenário para um lindo espetáculo de civilidade e cidadania. No palco, o requisitado músico Pretinho da Serrinha, comandou uma banda que recebeu Caetano Veloso, Ney Matogrosso, Frejat, Fernanda Abreu, Zélia Duncan, Cada vez mais, torna-se necessário mostrar que essa é Preta Gil e Luciana Carvalho. uma luta única e de todos. Eu não preciso ser mulher A data não foi escolhida de forma aleatória. O dia 13 de para lutar contra o machismo, ser judeu para lutar contra maio marca historicamente a abolição da escravatura e o antissemitismo, ser negro para lutar contra o racismo a luta contra a intolerância racial. Já no dia 17, luta-se e nem ser gay para lutar contra a homofobia. no mundo inteiro contra a homofobia. A ideia é sempre Foto: Tata Barreto
Tufvesson ao sol, com os morro Dois Irmãos ao fundo
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