A Solução de Deus Para a Depressão

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A Solução de Deus... Para a Depressão, A Culpa e O Distúrbio Mental

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A Solução de Deus... Para a Depressão, A Culpa e O Distúrbio Mental Colin D. Standish e Russell R. Standish

Tradução Karina Carnassale Deana

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Título do original em Inglês: God’s Solution... For Depression, Guilt and Mental Illness Copyright © da edição em inglês:: C. D. Standish e R. R. Standish, EUA. Direitos internacionais reservados. Direitos de tradução e publicação em língua portuguesa reservados ao Instituto de Educação e Saúde de Taquara Caixa Postal 95023 - 25240-971 - Santa Cruz da Serra Duque de Caxias, RJ Tel. (21) 2777-2882 www.iestrj.com.br Editoração: Karina Carnassale Deana Tradução: Karina Carnassale Deana Leitura de Prova: Gabriela F. Josias e Mauro Carnassale Capa: Raphael Aguiar Imagem de Capa: Stock.xchng - HAAP Media Ltd. Projeto Gráfico: Davidson Figueiredo Deana IMPRESSO NO BRASIL / Printed in Brazil Os textos bíblicos são, em sua maioria, da Bíblia Sagrada, Versão Almeida Revista e Atualizada. Copyright © 1999 Sociedade Bíblica do Brasil. Outras versões utilizadas foram a Almeida Revista e Corrigida (ARC), Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH) e Nova Versão Internacional (NVI).

Tipologia: Adobe Garamond Pro Regular, 12/14 - ISBN 978-85-62572-00-5

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Sumário Seção 1 – Questões Espirituais 1 Da Psicologia Secular para Psicologia Cristã 2 A Saúde Mental e o Crescimento Espiritual 3 A Saúde Mental e o Caráter 4 A Personalidade e as Diferenças Individuais 5 O Amor e a Saúde Mental 6 A Lei e o Amor 7 O Problema da Culpa 8 As Emoções Negativas 9 O Conflito e a Frustração

7 14 20 28 31 38 44 51 59

Seção 2 – Terapia 10 Grupos de Encontro e Sensibilidade e o Cristianismo 11 O Controle da Mente e a Hipnose 12 Os Perigos do Aconselhamento 13 A Terapia Cristã 14 O Sucesso e o Fracasso 15 A Motivação 16 A Formação do Hábito

69 74 80 87 92 103 109

Seção 3 – Fatores Físicos 17 Os Sentidos 18 A Dieta Alimentar 19 A Saúde Mental e as Drogas Legalizadas 20 O Fator Físico na Saúde Mental

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Seção 4 – Fatores de Desenvolvimento 21 A Criança Antes e Depois do Nascimento 22 A Infância 23 A Adolescência e a Independência 24 A Adolescência e as Decisões

147 152 160 165

Seção 5 – Questões Matrimoniais 25 A Moralidade e o Sexo 26 O Homossexualismo 27 Preparando-se para Casar 28 O Casamento e a Família

171 182 189 197

Conclusão

205

Apêndices – Questões Teóricas A B C D

A Natureza do Homem A Escolha e a Vontade A Saúde Mental e a Criação As Teorias da Personalidade e as Diferenças Individuais

207 215 221 229

Índice Escriturístico

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Índice Geral

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1 Da Psicologia Secular para a Psicologia Cristã

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arece-nos muito apropriado que nós, autores, ao tratarmos de um assunto potencialmente controverso, expliquemos detalhadamente nossa origem, na tentativa de contextualizar o leitor quanto à base filosófica que possuímos. Nossa intromissão no campo da saúde mental certamente foi no mínimo ortodoxa. Nunca tivemos interesse pelo estudo da psicologia. Nossa atenção foi lentamente direcionada para essa área. Porém, seria justo dizer que isso se deve à nossa própria herança. Nunca poderíamos adivinhar que escolheríamos essa área de atuação ao ingressarmos na universidade. Nascemos na cidade australiana de Newcastle, que na época não possuía uma universidade. Nossos pais eram cristãos profundamente comprometidos, mas nenhum membro de nossa família, tanto por parte de pai quanto de mãe, jamais completou o Ensino Médio . Mas foi o profundo comprometimento cristão de nossos pais que a princípio chamou a nossa atenção para o comportamento humano e a sua relação com a conversão e a salvação. Após completarmos dois anos de curso de treinamento para professores no Avondale College na Austrália e ministrarmos aulas no Ensino Fundamental por três anos, ingressamos na Universidade de Sydney. A essa altura nosso maior interesse era estudar história. Nosso grande desejo era obter licenciatura em história com o objetivo de ensiná-la para os alunos de Ensino Médio. Devido às limitações financeiras, tivemos de optar por estudar à Na década de 1930, na Austrália, apenas 1% dos australianos completavam o Ensino Fundamental. Seguindo o modelo do sistema educacional britânico, o sistema educacional australiano baseava-se no conceito de que apenas estudantes de intelecto superior tinham o direito de completar as doze séries do ciclo escolar. Até hoje, a maioria dos estudantes não completam mais do que dez séries. Na depressão econômica da década de 1930, até mesmo crianças muito inteligentes não puderam completar o Ensino Médio.

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noite e descobrimos que a única maneira de cursarmos três matérias que compunham a grade de Licenciatura era nos matricularmos em história e inglês e optarmos entre psicologia e filosofia. Estudamos um pouco de psicologia no curso de treinamento para professores que frequentamos no Avondale College e, por isso, elegemos essa matéria como a terceira da lista. Ironicamente, nós dois íamos muito melhor na matéria de psicologia do que na de história. Esse sucesso, críamos, não era fruto de nenhuma aptidão especial em psicologia, mas era devido ao sistema adotado na Universidade de Sydney, que exigia muito mais trabalhos de psicologia do que de história. Assim, sob a pressão de estudarmos à noite, a matéria de história foi deixada de lado e nos dedicamos às exigências da matéria de Psicologia . Nós dois fomos convidados para entrar para a classe de honra na matéria de psicologia. Segundo o regulamento da Universidade de Sydney, apenas poderiam ser convidados para fazer parte da classe de honra de certa matéria os alunos que obtivessem um alto desempenho no primeiro ano de curso da matéria em questão. Isso significava uma grande diferença de abordagem, pois na educação superior australiana somente aqueles que cursassem uma classe de honra especial estariam qualificados a se graduar com honras. Esse convite vinha acompanhado de um aumento significativo nos trabalhos acadêmicos, além dos trabalhos normalmente requeridos para a aprovação – no segundo ano eram exigidos provavelmente 50% a mais de trabalhos. No terceiro ano eram exigidos talvez 75% a mais. Além disso, havia o acréscimo de mais um ano de curso para o estudo específico da matéria (no caso da psicologia, nesse último ano estavam incluídas duas monografias: uma prática e outra teórica). Embora tenhamos graduado em história, a atenção de Colin foi direcionada para o campo da psicologia, pois, na Universidade de Sydney, para que o aluno ingresse no programa de doutorado é exigido que tenha se graduado com honras ou o equivalente. Assim, com a visão inflamada pela aspiração de obter um doutorado, Colin se aprofundou no campo da psicologia e finalmente se tornou um Ph.D. em 1964. Russell, por meio do estudo da psicologia, interessou-se pelo estudo da medicina e graduou-se também em 1964. Um segundo fator envolvido é que, curiosamente, nós dois interpretamos erroneamente uma questão importante da prova final de história. O resultado anual era totalmente baseado nessa única prova. Foi um milagre termos sido aprovados, pois de 50% a 67% dos alunos reprovavam no primeiro ano do curso de Licenciatura.

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Entretanto, devemos enfatizar que o doutorado de Colin não foi no campo da psicologia clínica, mas no campo da psicologia experimental. Ele foi treinado pela exigência e pela precisão de homens como Clark Hall e Kenneth Spence e, por isso, a ênfase nunca foi na aplicação prática da psicologia, mas nas contribuições para a construção de sua teoria. É óbvio que a ênfase no estímulo-resposta fundamentado no determinismo sempre entrou em conflito com a nossa própria herança cristã fundamentada no conceito do livre arbítrio. Para Colin, esse conflito foi gradativamente sendo decidido em favor do livre arbítrio em detrimento do determinismo. Durante os seis anos de estudos acadêmicos na Universidade de Sydney, Colin ministrou aulas para o Departamento de Psicologia, mas assim que saiu da Universidade, sua experiência em sala de aula passou a ser cada vez mais esparsa. Assim que aceitou trabalhar na escola em que uma vez estudou, Avondale College, ocupou o cargo de diretor do Departamento de Educação, encarregando-se de um programa de estudos que envolvia os ensinamentos da psicologia e da educação. Em 1970, mudou-se para a Jamaica, nas Índias Ocidentais, ensinou muito pouco de psicologia e logo passou a ocupar o cargo de presidente do West Indies College por três anos, antes de ir para os Estados Unidos em 1973 e ser convidado para o cargp de diretor do Departamento de Psicologia do Columbia Union College em Washington, D.C. Foi em seu lar na Austrália, em 1973, que Colin reavaliou seriamente sua própria base psicológica. Sentia que deveria buscar primeiro suas próprias respostas dentro dos paradigmas bíblicos e depois, talvez, fazer comparações com outros escritos. Durante sua estadia na Austrália, teve a oportunidade de conversar com dois amigos psiquiatras australianos. Um deles estava apenas de passagem vindo dos Estados Unidos, onde conduzia um forte programa de saúde mental para a comunidade na região da Nova Inglaterra. O outro atuava como psiquiatra na cidade de Sydney. Colin, juntamente com o seu amigo que atuava em Sydney, passou a manhã ouvindo a respeito do programa de saúde mental para a comunidade, conduzido pelo psiquiatra que visitava a Austrália. Esse homem explicou o programa que dirigia, baseado nos princípios do L.A.W. – Love (Amor), Acceptance (Aceitação) e Worthwhileness (Valorização) – e na utilização dos recursos da comunidade e da família para auxiliar o paciente. Quanto mais ouviam, mais Colin e seu amigo se convenciam de que Ver Apêndice B intitulado “A Escolha e a Vontade”.

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havia algo de muito errado com o programa. Esse sentimento foi confirmado ao constatarem que os resultados alcançados através do programa não eram condizentes com o esforço e o dinheiro gasto. Esse programa, que será discutido num outro capítulo deste livro , parecia ter sido logicamente desenvolvido a partir da hipótese de que o distúrbio mental é o resultado da insuficiência de amor e de segurança na infância. Sendo assim, haveria a necessidade de estabelecer o amor e a segurança na vida dessas pessoas mal-ajustadas. No entanto, Colin e seu amigo ficaram intrigados e um tanto preocupados com a falha do programa em oferecer evidências significativas de sucesso. O amigo dos Estados Unidos foi embora naquele dia e os dois continuaram a discutir as implicações do que tinham acabado de ouvir. Durante a discussão, o psiquiatra de Sydney expôs as conclusões que tirou depois de ter trabalhado como psiquiatra em um hospital por oito anos. Colin, por sua vez, depois de participar de pequenos e grandes grupos de terapia e consultas individuais, concluiu que esses programas eram na melhor das hipóteses pouco produtivos. Nas discussões posteriores, o psiquiatra de Sydney e Colin chegaram à conclusão que o programa que o amigo dirigia nos Estados Unidos era contraprodutivo em muitos casos. Em vez de ajudar a formular padrões de vida condizentes com os sistemas de comportamento aceitáveis normalmente, o programa, na verdade, às vezes reforçava o comportamento inaceitável nos pacientes. No final do ano de 1973, Colin viajou para os Estados Unidos para assumir seu novo emprego. Ao chegar notou seu despreparo para enfrentar o choque cultural de ser um psicólogo na América do Norte. A síndrome da dependência, que Colin reconheceu fazer parte do estilo de vida de um grande segmento da população americana, era totalmente estranha para alguém criado na tradição australiana. Parecia que a saúde mental dos jovens e dos adultos norte-americanos era tragicamente frágil. Colin reconheceu que mesmo entre os cristãos havia uma grande dependência do apoio psicológico. Parecia que muitos alunos eram demasiadamente inseguros apesar, ou talvez por causa, da liberdade excessiva e da abordagem não-inibitória na educação da criança e do jovem, e que, de alguma forma, a geração atual de americanos tinha o menor índice de segurança e autoestima individual de qualquer outra comunidade do mundo. Ficou admirado com a quantidade de alunos e membros da comunidade que vieram ao seu encontro Ver capítulo 13 intitulado “A Terapia Cristã”

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em busca de aconselhamento psicológico. Parecia ser irrelevante o fato de Colin não ter sido treinado no campo da psicologia clínica ou de aconselhamento. Essa situação o levou a analisar as experiências vividas nos lares que poderiam ter causado tamanha escala de neurose em grupo. Apesar de ter se tornado o presidente da instituição após oito meses de trabalho no Columbia Union College, seu interesse e preocupação em relação a esse assunto não diminuíram. Depois de sua estadia no Columbia Union College, aceitou o desafio de iniciar os programas de Ensino Superior no Weimar Institute e no Hartland Health and Education Institute. Colin continua a aprofundar sua compreensão a respeito do plano de Deus para a saúde mental. Escreveu vários artigos e conduziu muitas palestras nessa área. As contribuições que faz neste livro originam-se das convicções que adquiriu especialmente durante os últimos cinco anos. O segundo autor deste livro, Russell, logo após completar o curso de medicina descobriu que grande parte de sua prática envolvia lidar com os problemas pessoais de seus pacientes. Embora o treinamento médico não prepare os futuros doutores para lidar com tais situações, os pacientes acreditam que a figura do médico pode ajudá-los a encontrar a solução de seus problemas. Russell enfrentou muitas situações trágicas e tornou-se evidente de que era necessário mais do que a sabedoria humana para proporcionar o auxílio de que seus pacientes tanto precisavam. A especialização em psiquiatria que Russell cursou durante o treinamento médico e a graduação em psicologia concluída antes de ingressar na escola de medicina foi de pouca ajuda. Muitos pacientes já haviam buscado auxílio na psiquiatria, sem obter resultado algum, o que gerava mais frustração e desespero. Ao mudar-se em 1997 para a Malásia, Russell percebeu que as tensões da vida moderna eram tão severas ali quanto na Austrália. Obviamente, alguns problemas eram causados por costumes sociais diferentes, mas a raiz era idêntica. A experiência clínica posterior no Reino Unido e na Tailândia confirmou a universalidade da miséria e do descontentamento humano. Na verdade, tornou-se claro que a maior parte da população do mundo vive uma existência totalmente imersa na infelicidade. Entre os milhões de pessoas que não podem ser contadas, essa condição não se deve às privações físicas. Deparando-se com a necessidade urgente de seus pacientes, Russell foi levado a estudar novamente o plano de Deus para a saúde mental. Era evidente que o plano divino diferia grandemente das soluções seculares oferecidas.

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Russell descobriu que os índices de suicídio, por exemplo, haviam crescido desde a descoberta dos antidepressivos. Os sedativos e os tranquilizantes não eram eficazes no tratamento de pessoas infelizes e, em alguns casos, agravavam a situação do paciente de uma forma não muito diferente do uso de álcool. Somente na Palavra de Deus foi que Russell encontrou a fórmula para a paz “que excede todo o entendimento” (Filipenses 4:7). Toda premissa deste livro está baseada no fato de que Deus tem um profundo interesse em cada fase da vida humana. Ele não está apenas interessado no desenvolvimento espiritual da vida de Seus filhos, mas também na saúde física e emocional. Sendo assim, dentro da Santa Palavra de Deus são encontrados os princípios que acima de qualquer coisa levarão à saúde emocional e a consequente felicidade. Deus criou a mente e estabeleceu as funções que estão fundamentadas em leis imutáveis que governam o desenvolvimento intelectual, emocional e comportamental do homem. Portanto, deve-se assumir confiantemente que em Sua Palavra encontram-se as leis que trazem a verdadeira felicidade, a paz mental e o contentamento. Satanás possui uma contrafação para os princípios simples de saúde mental criados por Deus. Essa contrafação está baseada em premissas que são, pelo menos em parte incompatíveis com os princípios bíblicos. A Bíblia chama-as de “falsamente chamada ciência” (1 Timóteo 6:20). É evidente que aqueles que sofrem de profundos distúrbios mentais não podem cumprir adequadamente seus compromissos espirituais. A simples confiança e a paz que proveem unicamente de um relacionamento exclusivo com Jesus Cristo não podem ser alcançadas pelo temeroso, pelo ansioso e nem pelo profundamente perturbado, mas a Palavra de Deus traz esperança para essas pessoas. O profeta Malaquias afirmou que para aqueles que temem o nome de Deus “nascerá o Sol da justiça, trazendo salvação nas Suas asas” (Malaquias 4:2). Sendo assim, este livro é oferecido como uma investigação preliminar realizada por um psicólogo e um especialista em doenças internas para aqueles que estão buscando sinceramente as respostas de Deus para a saúde mental. O clima de incerteza na assistência psiquiátrica pode ser medido pelo fato de que atualmente há aproximadamente duzentas formas identificáveis de terapia, todas competindo entre si. Além disso, há uma crescente invasão do ocultismo e do misticismo oriental na área da cura psiquiátrica. Certamente chegou o tempo para o cristianismo declarar o que ele oferece, tanto

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para a prevenção, quanto para a cura das doenças emocionais. Através do aumento das doenças mentais e do alto índice de re-institucionalização dos pacientes supostamente curados pelos hospitais psiquiátricos, fica claro que a psiquiatria moderna é incapaz de ajudar a amenizar o dilema da saúde mental internacional. Nos Estados Unidos, país em que há cerca de trinta mil psiquiatras, conselheiros, educadores, ministros, sacerdotes, médicos e outros que tentam enfrentar a disseminação massiva da psicose e da neurose, a voz emudecida do cristianismo precisa ser ouvida proclamando o que a Palavra de Deus tem a dizer. Ela é a única capaz de estabelecer uma sociedade emocionalmente equilibrada. A opinião de meio século de existência, de que o homem logo seria capaz de resolver os problemas mentais, desvaneceu-se. Está na hora de dar a Deus a oportunidade de mostrar como a força emocional pode ser alcançada por meio dos princípios revelados por Ele em Sua Palavra. O cristão certamente tem um conceito básico de saúde mental e esta obra procura abertamente pelas respostas de Deus independente da maioria das teorias modernas. É provável que os psicólogos e os psiquiatras nãocristãos não concordem com muitos dos conceitos apresentados aqui. No entanto, cremos que avanços consideráveis no campo da saúde mental poderiam ser alcançados se esses princípios fossem aplicados pelos profissionais seculares. A avaliação completa da eficácia desses princípios somente será possível quando o conselheiro e o paciente buscarem sinceramente ser uma ferramenta nas mãos de Cristo.

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2 A Saúde Mental e o Crescimento Espiritual

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ouquíssimas coisas são mais importantes ou mais valiosas do que a saúde mental. As implicações da saúde mental sobre a experiência completa da vida é tamanha que ninguém pode ignorar a sua relevância para o seu próprio estilo de vida. O ser humano, apesar de ser um todo indivisível, manifesta-se através do aspecto físico, intelectual e espiritual. Cronologicamente, na história da vida humana, primeiro nos desenvolvemos fisicamente, depois intelectualmente e por último espiritualmente. Conceitualmente, começamos a nossa peregrinação física capazes de crescer e nos desenvolver num índice de rapidez altíssimo por meio da multiplicação celular. Muito antes do nascimento, o homem se torna um ser intelectual – isto é, capaz de monitorar algumas das influências do meio em que está inserido. No entanto, o último aspecto desenvolvido, a dimensão espiritual, torna-se aparente apenas após o nascimento. É óbvio que sem o aspecto físico não poderia existir o aspecto intelectual, pois as capacidades mentais e intelectuais do homem dependem do crescimento físico do organismo e especialmente do desenvolvimento do cérebro e do sistema nervoso. Da mesma forma, o homem não pode ser um ser espiritual até que as capacidades intelectuais tenham se desenvolvido em boa parte. Esses três aspectos, através da vida, tornam-se fortemente interdependentes. Não se trata apenas de uma reação unilateral, mas de uma reação multifásica em que cada um interage com o outro. A menos que haja um desenvolvimento intelectual satisfatório e obtenha-se uma boa saúde mental, é impossível alcançar o tipo de vida espiritual que Deus proporciona à humanidade, assim como também é impossível desenvolver completamente as outras capacidades sem que todos os três aspectos sejam uniformemente desenvolvidos. Ao aceitar que todo princípio valioso do viver correto encontra-se na Palavra de Deus, o cristão deve reconhecer que a mente sadia é um dom divino.

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Milhões de pessoas enfrentam distúrbios mentais crônicos numa escala tão assustadora que a incidência de doença mental é maior na geração atual do que jamais o foi. De alguma forma, as complexidades e a estrutura da vida moderna, as pressões, as tensões, o estresse resultam em números elevados de pessoas que sucumbem à tragédia do colapso mental. O estresse é até mesmo evidente entre os cristãos. Sendo assim, estes devem, com sinceridade, voltar a sua atenção diretamente ao problema do colapso mental e à crescente incapacidade de muitos de atuar adequadamente no lar. Essa inadequação, em consequência, gera problemas conjugais e o colapso dos relacionamentos familiares. Os problemas da saúde mental na igreja cristã tem levado muitos a tentar negar a relação entre a vida cristã sadia e a saúde mental satisfatória, mas tal tentativa nega por sua vez a unidade do homem e a provisão de Deus para os Seus filhos. Uma mente sadia não significa necessariamente que o indivíduo terá a habilidade de ser academicamente exemplar. Não há dúvida de que os cristãos têm a obrigação de distinguir individualmente a verdade do erro e de serem estudantes diligentes da Palavra de Deus, mas uma mente sadia é mais do que isso. Trata-se de uma mente clara e tranquila, capaz, pelo poder de Deus, de compreender e enfrentar até as mais rigorosas pressões. A questão não é tanto o tipo de tensão ou os problemas gerados pelas tensões que nos sobrevêm, pois na maioria das vezes temos pouco ou nenhum controle sobre eles. Por exemplo, a esposa de um alcoólatra geralmente acha muito difícil controlar esse aspecto de sua vida, mas tem a oportunidade, pelo poder divino, de controlar o tipo de reação e de relacionamento que estabelecerá com a pressão e a situação geradora de tensão que a confronta constantemente. Aqueles que sucumbiram ao colapso mental ou que passaram por inúmeros incidentes neuróticos, na maioria dos casos, vivenciam apenas um pouco mais de pressão do que um grande número de pessoas que vivem vidas bem adaptadas. Às vezes, as pressões enfrentadas por esses pacientes são até mesmo menos intensas do que as enfrentadas pelas pessoas bem ajustadas. Claro que enfrentamos dois problemas básicos. Biologicamente, algumas pessoas nascem com predisposições maiores ou menores de tolerância diante do estresse e da exaustão. Segundo, as circunstâncias do meio em que o indivíduo está inserido, especialmente durante a infância e a adolescência, também desempenham um papel fundamental no tipo de habilidade que terá diante das situações geradoras de estresse na vida adulta. Entretanto, o

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Senhor prometeu que não enfrentaremos nenhuma tentação (provação) sem que Ele nos conceda força para suportá-la. Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar (1 Coríntios 10:13). Essa promessa pode ser aceita na vida de todo cristão comprometido ao enfrentar os testes espirituais e emocionais. Talvez essa seja uma das maiores promessas da Bíblia, pois apesar de humanamente ser provável de que todos nós tenhamos pontos vulneráveis, o Senhor prometeu que jamais seremos submetidos às tensões e ao estresse que não sejamos capazes de suportar e seremos fortalecidos pelo próprio Deus. Essa promessa não nega que há grande variação de tolerância frente às situações estressantes, mas nos assegura que ou Cristo fortalecerá a fraqueza do homem ou nos preservará das situações que estão além de nossa capacidade de enfrentar. Quem sabe essa certeza esteja incorporada na declaração de Paulo: “Nós, porém, temos a mente de Cristo” (1 Coríntios 2:16). Grande parte da questão da doença mental funcional depende de quem está no controle da mente. Se não for Cristo, então Satanás está no controle e procura de diversas maneiras ocasionar um colapso emocional e tomar posse da mente de homens e mulheres. Esse controle limita com sucesso a restauração de Deus na vida humana. Sendo assim, a submissão espiritual total a Cristo é a única segurança contra o colapso emocional. Deus tem um plano para a saúde espiritual da humanidade que também revigora a saúde mental e física do homem. A saúde mental de todo cristão está ligada individualmente ao seu crescimento espiritual. Os verdadeiros filhos de Deus terão mentes sadias e serão emocionalmente capazes de lidar com cada situação, fortalecidos por Cristo. Para que a mente atinja seu potencial máximo, é preciso ter disciplina. Tal disciplina requer um confronto com as tendências inerentes ao ser humano. Assim que a mente humana é libertada, por meio da comunhão com Deus, dos grilhões da prisão do egoísmo inato, há uma expansão das percepções mentais do homem. Tal processo de amadurecimento reduz as oscilações de humor fazendo com que o indivíduo seja menos dependente de divertimentos geradores de prazer

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para sobrepor às dificuldades ou à depressão. No momento em que o homem, através do estudo sincero da Palavra de Deus, reconhece o preço infinito pago por sua salvação, torna-se incapaz de depreciar-se. A aceitação do amor de Cristo é a base para o autorrespeito e é o melhor antidepressivo que existe. O problema do pecado é a raiz da instabilidade emocional. A inclinação para o pecado é inerente ao ser humano e é também aprendida no meio em que está inserido. Não há nenhuma outra maneira de vencermos a tentação a não ser através do poder do Espírito Santo em nossa vida. A obediência a Deus é a garantia da liberdade da tirania do pecado. Somos obedientes somente pelo poder divino. Qualquer tentativa de vencer os resultados emocionais do pecado através da assistência humana será inadequada ou, na melhor das hipóteses, de valor transitório. Uma vida pura e santa é a melhor maneira de obter uma vida emocional sadia. A tendência moderna de ignorar o pecado ou desculpá-lo tem tido repercussões emocionais devastadoras. Parte da razão para a negação do pecado é o desejo de evitar a culpa que acompanha o seu reconhecimento. Contudo, para os cristãos convertidos, o reconhecimento do pecado vem acompanhado pelo reconhecimento de Cristo como nosso Salvador, Aquele capaz de remover a culpa do pecador arrependido. Cristo não pede que o homem vença o pecado com suas próprias forças, mas oferece a Sua força infinita e a Sua vida vitoriosa como a base da confiança do homem para o sucesso. Ao aceitarmos o poder de Cristo, Satanás não tem poder sobre nós. O papel da oração é vital para resistirmos ao pecado. Cada manhã, devemos reconhecer a nossa incapacidade de viver uma vida de sucesso livre desse mal. Devemos clamar que Cristo nos conceda o Seu poder para alcançarmos a vitória. A negligência da oração leva à confiança no “eu” ou em outros seres humanos falhos que, inevitavelmente, resultará em derrota. Geralmente, aqueles que não dão ouvidos à sua própria consciência, sentem-se impulsionados a pisotear a consciência dos outros. Ou, para justificar aberrações morais graves, procuram na maldade e no erro na vida alheia, uma maneira fútil de buscar a autoabsolvição. A fé, o auxílio do verdadeiro cristão, é desenvolvida apenas através do estudo constante da Palavra de Deus e da escolha diária de responder positivamente ao amor de Cristo. A fé aceita e valoriza as promessas de Deus que levam à obediência às leis divinas. A fé coloca o futuro nas mãos do Senhor permitindo que Ele conduza e controle tudo, rejeitando, assim, a ansiedade e o sentimento

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de incerteza. Paulo declarou, “O justo viverá pela fé” (Romanos 1:17). Talvez não haja outra expressão maior da essência da fé do que as seguintes palavras proferidas por Jó: “Ainda que Ele me mate, nEle esperarei” (Jó 13:15, ARC). Jó certamente demonstrou que a fé não depende de sentimentos nem de circunstâncias. A fé desenvolve-se a cada vitória obtida diante de um conflito com a dúvida. Quanto maior e mais profundo for o nosso relacionamento com Jesus, mais duradoura será a confiança nEle. Como resultado de um relacionamento assim, Paulo pôde declarar: “Porque sei em quem tenho crido” (2 Timóteo 1:12). A confiança em Deus é o fundamento para o desenvolvimento completo do homem. Paulo afirmou: “Também, nEle, estais aperfeiçoados” (Colossenses 2:10). O próprio Jesus nos faz um convite maravilhoso: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei” (Mateus 11:28). Deus nos encoraja a dependermos dEle – a única e verdadeira segurança do homem – enquanto Satanás nos encoraja a dependermos do próprio homem. Embora seja bom nos reunirmos e nos aconselharmos mutuamente, não é sábio que o homem dependa de outro ser humano ou seja controlado por ele. Essa dependência, sem dúvida, é contraprodutiva para o desenvolvimento coerente do homem. A autoestima, a independência e as ocupações apropriadas são estabelecidas dentro do relacionamento abnegado entre Deus e o ser humano. A pessoa equilibrada não possui uma estima demasiadamente alta ou baixa e mantém um relacionamento tão seguro com Deus e os semelhantes que o seu valor pessoal não é uma preocupação consciente. A causa da grande maioria das doenças são os pensamentos errados. Aqui podemos incluir as respostas neuróticas e muitas reações psicóticas ao estresse do meio, as simples cefaleias tencionais, muitas das doenças mais sérias do sistema digestivo (como a úlcera), e as condições potencialmente fatais (como as doenças do coração e o derrame). Essa lista aumenta ainda mais com as doenças relacionadas ao estilo de vida (dieta alimentar pobre, pouco ou nenhum exercício físico e padrão irregular de descanso). Cada um desses itens pode ser, primeiramente, mudado diante de uma compreensão inteligente dos hábitos saudáveis de vida e, em seguida, pela decisão de acatar ao que é melhor.Sem a menor sombra de dúvida, a melhor prevenção e, na maioria dos casos, a cura para tais doenças, está ligada à reversão para

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um estilo de vida simples. Mas o conceito de saúde é mais abrangente. Há condições físicas e emocionais que podem ser curadas apenas pela confiança em Deus. Para muitos, o evangelho de Cristo é o único capaz de restaurar a mente e o corpo há tanto tempo desgastados e despedaçados. Deus é a fonte da felicidade e do contentamento. Sendo assim, a verdadeira felicidade ocorre apenas na vida daqueles que possuem um relacionamento inalterável com o Criador.

INTERDEPENDÊNCIA ENTRE OS VÁRIOS ASPECTOS NO HOMEM ESPIRITUAL

INTELECTUAL

EMOCIONAL

FÍSICO

Ver capítulos 18 e 20 intitulados respectivamente “A Dieta Alimentar” e “O Fator Físico na Saúde Mental”.

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a ocasião em que o homem foi criado, era perfeito, no entanto, todas as suas capacidades estavam suscetíveis ao desenvolvimento. O homem foi criado para compartilhar da mente divina e esse ainda é o desejo de Cristo para o homem. Tenham entre vocês o mesmo modo de pensar que Cristo Jesus tinha (Filipenses 2:5, NTLH). As pretensões para a mente do homem perfeito do Jardim do Éden são as mesmas para o homem caído de hoje. Não é difícil de entender esse fato ao reconhecermos que os mesmos objetivos e princípios para o crescimento total do homem hoje são idênticos aos estabelecidos antes da queda. A única mudança está nas condições – as capacidades limitadas do homem, suas falhas e a deterioração do meio em que vive. Apesar das limitações do homem, Deus provê vigor emocional e saúde àqueles que O buscam. Isso poderá ser alcançado em sua totalidade somente quando o poder divino transformar as capacidades limitadas do homem. Esse poder é necessário para todos aqueles que buscam as bênçãos de Deus. Transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Romanos 12:2). Note que o verdadeiro crescimento espiritual e a transformação do caráter começam na mente: “Transformai-vos pela renovação da vossa mente”. Uma abordagem secular para as necessidades humanas relacionadas à educação, à recuperação de prisioneiros, ao tratamento da doença mental e a quase todos os aspectos da vida baseia-se nos princípios da modificação de comportamen-

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to apresentados anteriormente. Nessa abordagem toda a base da mudança de comportamento edifica-se em torno da reestruturação das respostas do indivíduo de acordo com os valores que o conselheiro considera bons, improdutivos ou ruins. No entanto, essa abordagem parece ser incompatível com o programa de restauração de Deus. A verdadeira restauração não resulta de uma simples reestruturação de comportamento, mas ocorre apenas pelo poder transformador de Deus. A Bíblia se refere a essa transformação como um novo nascimento. A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Perguntoulhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez? Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito (João 3:3-6). A partir do momento em que a mente é transformada para fazer a vontade de Deus, ocorre uma transformação simultânea no padrão de comportamento. O caráter é mais do que a reputação. Essa verdade certamente evidencia-se na vida de Cristo. A má reputação de Jesus entre os líderes judeus contrastava-se com o único caráter imaculado da história deste mundo. O caráter delineia os pensamentos, os sentimentos e os motivos, como também o comportamento do homem. Somente Deus pode verdadeiramente avaliar o caráter. A reputação é a avaliação subjetiva e humana do comportamento de outros seres humanos. Os motivos e os pensamentos podem ser julgados, mas nunca poderão ser averiguados com exatidão. O desenvolvimento do caráter é um desafio vitalício e pode ser avaliado e aprovado somente pelo padrão perfeito que Deus determinou em Sua lei moral. O caráter normalmente não depende da reputação. Muitas vezes trava-se um grande conflito quando a boa reputação, em vez do bom caráter, torna-se o motivo da ação. A busca pela aprovação humana resulta inevitavelmente em concessões e em ações erradas, mesmo que a fonte de aprovação seja seres humanos bons. Embora o comportamento seja “bom”, a motivação que busca Ver também Apêndice A intitulado “A Natureza do Homem”. Ver João 18:29-30.

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a aprovação humana é egocêntrica e, portanto, incompatível com os motivos puros de Deus. Quando o indivíduo procura agradar a Deus e ao homem ao mesmo tempo, trava-se um conflito que pode se tornar muito sério. Se a escolha de seguir a Deus for contrária às expectativas do homem, as críticas geradas geralmente causam grande angústia mental. Por outro lado, se uma decisão errada é tomada a fim de satisfazer as exigências humanas, surge o sentimento destruidor da culpa. O cristão deve estar ciente de que será criticado se escolher agir corretamente, como também se decidir agir de forma contrária. Se o indivíduo escolher submeter totalmente a vida a Deus, deve lembrar-se que será criticado porque escolheu fazer o certo e que tais críticas proveem de pessoas que não estão submetidas aos princípios divinos. O verdadeiro caráter não pode ser desenvolvido sem que a vida esteja totalmente submetida a Deus e à Sua vontade, a despeito das consequências. Tal caráter não pode ser alcançado apenas pelo esforço humano, se bem que deva ser exercido, mas é fruto do poder que somente Cristo pode conceder. O resultado de seguir a orientação de Deus é a segurança emocional fruto de uma autoimagem que relega a aprovação humana. Responder positivamente à consciência é muito importante para o desenvolvimento do caráter, mas apesar de a consciência ser um guia para a vida, não é necessariamente um guia infalível. O próprio apóstolo Paulo exemplificou e confirmou essa ideia. Em Atos 24:16, declarou que possuía uma consciência pura: “Por isso, também me esforço por ter sempre consciência pura diante de Deus e dos homens”. Mais tarde, citou exemplos de consciências fracas: “Entretanto, não há esse conhecimento em todos; porque alguns, por efeito da familiaridade até agora com o ídolo, ainda comem dessas coisas como a ele sacrificadas; e a consciência destes, por ser fraca, vem a contaminar-se” (1 Coríntios 8:7). “Pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência” (1 Timóteo 4:2). Paulo também reconheceu a presença da consciência limpa e boa: “Ora, o intuito da presente admoestação visa ao amor que procede de coração puro, e de consciência boa, e de fé sem hipocrisia” (1 Timóteo 1:5). “Conservando o mistério da fé com a consciência limpa” (1 Timóteo 3:9). Deve-se compreender e aceitar que a boa consciência é aquela disciplinada pela Palavra de Deus e submetida à influência iluminadora do Espírito Santo. Essa consciência é um guia confiável, pois o Espírito Santo fielmente controla as influências externas segundo o paradigma da lei de Deus. Uma

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vez estabelecida, a consciência confiável alertará quanto ao perigo moral e à tentação iminentes, juntamente com as suas ameaças de perda espiritual e emocional. Porém, a consciência nunca deverá ser usada como base para julgar o próximo. O verdadeiro caráter não pode ser herdado. Ele é o resultado da decisão de aceitar um relacionamento crescente com Cristo. Após a queda do homem, tal decisão teria sido impossível, se o próprio Deus não tivesse estendido a graça ao homem, habilitando-o a escolher resistir ao diabo. Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar (Gênesis 3:15). O caráter envolve a totalidade do ser, incluindo ações, palavras, pensamentos, sentimentos e motivos. Por isso, não pode ser desenvolvido por um processo de condicionamento e nem pela imposição da vontade de outra pessoa. Requer uma decisão pessoal que permitirá que o poder divino transforme a vida. Se a decisão não for feita, a vida permanecerá sujeita aos desígnios de Satanás. O homem nunca poderá entregar-se a Deus, mas pode pedir que Deus tome a sua vida e faça por ele o que não pode fazer por si mesmo. Diferentemente dos animais, o homem é governado pela lei moral de Deus. O Senhor criou a mente humana com a capacidade de discernir entre o certo e o errado, que são definidos por Sua lei. O poder de decisão deve ser constantemente exercitado para o certo, se for o desejo do indivíduo que a força emocional seja desenvolvida. Assim como há uma conexão inquebrável entre o pecado e as dificuldades emocionais, também há uma ligação ininterrupta entre a força emocional e a pureza moral. A humanidade, sobrecarregada com o fardo do pecado, somente encontrará alívio quando os princípios positivos de vida criados por Cristo forem colocados em prática. A negligência da lei de Deus é a causa principal da miséria do mundo. Uma vida pecaminosa leva à desconfiança própria que se evidencia na desconfiança para com Deus e os semelhantes. Esse é o fator gerador de uma angústia profunda. Como mencionado anteriormente, a motivação é a verdadeira base do caráter. Paulo definiu três motivos principais que movem as ações do cristão convertido. São eles: a fé, a esperança e o amor, sendo o amor o mais importante.

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Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor (1 Coríntios 13:13). O amor é a motivação que determina o valor celestial de uma ação. Esse amor tem origem celestial e apenas poderá ser o princípio da motivação humana se Cristo for convidado a plantar esse amor na vida do indivíduo. Um caráter verdadeiramente frutífero é aquele que tem como base o amor de Jesus. Ele disse: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como Eu vos amei” (João 13:34). No sermão do monte, Cristo expressou outro aspecto de Seu amor que hoje é conhecido como a regra áurea: “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles” (Mateus 7:12). Quando o Espírito Santo trabalha no coração humano, a motivação torna-se cada vez menos centrada no “eu” e mais atenta às necessidades dos outros. Com isso, há um aumento do contentamento e da felicidade que jamais poderiam resultar de uma vida orientada pelas inclinações naturais. Os verdadeiros cristãos são muitos mais felizes do que qualquer outro habitante da terra. Não importa a fé que o indivíduo professa, a infelicidade, a ansiedade e a inquietação revelam a falta de submissão da vida a Deus e uma motivação não transformada pelo Espírito. A pessoa convertida permitiu que sua independência natural fosse substituída por uma submissão semelhante à da criança e por um espírito receptivo ao ensino. O sinal da verdadeira submissão abnegada foi expresso nas palavras de Saulo de Tarso na seguinte pergunta: “Senhor, que queres que faça?” (Atos 9:6, ARC). O próprio Cristo demonstrou ter a mesma dependência abnegada do Pai ao exclamar: “... não seja como Eu quero, e sim como Tu queres” (Mateus 26:39). Cristo veio à Terra para demonstrar que tal submissão é a base, não apenas para a perfeição de caráter, mas para a paz e a felicidade. O caráter moral não pode atingir o seu nível máximo sem prestarmos atenção às leis físicas e mentais. A negligência dos hábitos saudáveis resulta na negligência do caráter moral. Sem um acompanhamento cuidadoso das leis físicas, incluindo a dieta alimentar, o exercício físico e o descanso, as forças morais automaticamente cederão às inclinações do homem natural. Os resultados serão semelhantes se a mente não for cuidadosamente disciplinada a Ver capítulos 18 e 20 intitulados respectivamente “A Dieta Alimentar” e “O Fator Físico na Saúde Mental”.

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não se contaminar com o que é trivial ou moralmente poluído. A pessoa forte é aquela que retrai as paixões e controla cada aspecto de sua vida. A paixão e o temperamento descontrolados são as consequências da indisciplina e indicam fraqueza de caráter. O desenvolvimento do caráter pode ser comparado ao princípio bíblico da santificação. Tem como objetivo a vitória sobre o “eu”. A santificação é um processo que dura a vida toda. Uma batalha que encontra alívio diário na submissão da vontade a Cristo. O homem não é capaz de continuar o processo de santificação nem por um instante sem se submeter diariamente a Deus. Jesus Cristo santifica para que o homem possa sair vitorioso diante da tentação. Ele prometeu: “Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne” (Ezequiel 36:26). Esse coração novo poderá ser preservado apenas por meio da comunhão diária com Jesus. Cada vitória sobre a tentação fortalece os princípios corretos e nos ajuda a ter mais facilidade para decidir corretamente da próxima vez. A satisfação emocional que surge após vencermos a tentação é de valor inestimável à saúde mental. O desenvolvimento do caráter puro, além de ser um pré-requisito para a salvação, também proporciona uma das maiores satisfações na vida de uma pessoa.

Ver capítulo 17 intitulado “Os Sentidos”. Ver capítulo 16 intitulado “A Formação do Hábito”.

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4 A Personalidade e as Diferenças Individuais

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mbora exista uma inter-relação entre a personalidade e o caráter, a personalidade não é o mesmo que o caráter e vice-versa. Podemos definir a personalidade como a totalidade dos padrões característicos de comportamento de uma pessoa, incluindo os pensamentos, as emoções, as respostas comportamentais, o temperamento, a aparência e qualquer outro padrão característico que distingue o indivíduo como um ser único. Por outro lado, o caráter está relacionado à atitude diante da lei imutável de Deus, envolvendo os motivos, os pensamentos, as palavras e as ações. É bem possível para o homem apresentar uma personalidade agradável, mas possuir um caráter profundamente defeituoso. Por exemplo, muitos farsantes, por assim dizer, possuem uma personalidade cativante e persuasiva que, no mínimo, mascaram eficazmente o seu caráter. Entretanto, não devemos ignorar o fato de que algumas características de personalidade são mais compatíveis com o desenvolvimento do caráter do que outras. Por exemplo, o temperamento de uma pessoa tem muito a ver com a determinação da personalidade e do caráter. Uma pessoa ansiosa e impulsiva obviamente apresenta defeitos de caráter que precisam ser transformados pela graça de Deus. A atitude diante dos talentos e dos dons que cada ser humano possui, apesar de também determinar parcialmente a personalidade, afeta profundamente o desenvolvimento do caráter. Vale dizer que há uma enorme variedade de personalidades entre os cristãos completamente submetidos. Os doze discípulos de Cristo, por exemplo, possuíam personalidades totalmente diferentes. João, o discípulo amado, era um homem muito amoroso e compassivo, desenvolveu especialmente a afetuosidade, apesar de em algumas ocasiões ter demonstrado hostilidade. Por Ver Apêndice D intitulado “As Teorias da Personalidade e as Diferenças Individuais”.

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A Personalidade e as Diferenças Individuais

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outro lado, Pedro era agressivo, impetuoso a ponto de ser imprudente e verbalizar muito rápido as suas convicções e crenças. Após a conversão, muitas das características de personalidade de João e Pedro permaneceram, mas sob o poder transformador de Cristo, essas características positivas foram direcionadas para cumprir o desafio de difundir o evangelho no mundo antigo. Essa transformação pode ser notada de forma mais clara na personalidade do apóstolo Paulo. Antes de sua conversão, Paulo (ou Saulo, como era conhecido) era um líder agressivo e violento, fortemente comprometido com a causa que desposava, sem temer as consequências de seus atos. Saulo, porém, assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, encerrava-os no cárcere (Atos 8:3). Saulo, respirando ainda ameaças e morte contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote e lhe pediu cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que, caso achasse alguns que eram do Caminho, assim homens como mulheres, os levasse presos para Jerusalém (Atos 9:1-2). O mesmo Paulo, após a sua conversão, conservou as mesmas características de personalidade agressiva, mas, agora, direcionadas para a disseminação do reino de Cristo e não mais para o seu extermínio. E logo pregava, nas sinagogas, a Jesus, afirmando que este é o Filho de Deus... Saulo, porém, mais e mais se fortalecia e confundia os judeus que moravam em Damasco, demonstrando que Jesus é o Cristo... Mas Barnabé, tomando-o consigo, levou-o aos apóstolos; e contou-lhes como ele vira o Senhor no caminho, e que este lhe falara, e como em Damasco pregara ousadamente em nome de Jesus (Atos 9:20, 22 e 27). Os extremos da personalidade precisam ser controlados e dirigidos por Cristo. Isso ocorrerá ao submetermos a nossa vida a Deus. A pessoa extremamente tímida, retraída e antissocial, talvez nunca se torne um líder, mas perceberá que precisa que a sua personalidade seja redirecionada para que possa testemunhar mais, e de forma mais eficaz, a fé que professa. Assim, não é de admirar que algumas pessoas que permitem que o poder do Espírito

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Santo transforme a sua vida apresentem grandes mudanças de relacionamentos interpessoais. Da mesma maneira, aqueles que possuem características de personalidade opostas (cuja extroversão pode ser expressa em aspereza de personalidade, crueldade, insensibilidade com os sentimentos dos outros), deverão buscar o poder transformador do Espírito Santo para que não tratem ninguém rudemente ou insensivelmente ao propagar a nova fé que abraçaram. No sentido mais completo de nossa compreensão das diferenças individuais, não podemos aceitar o ditado: “Todos os homens foram criados iguais”, pois há muitas diferenças registradas na Palavra de Deus quanto ao número de talentos concedidos ao homem, como também quanto à qualidade de cada um desses talentos. Na parábola dos talentos , Cristo explicou que foram concedidos talentos diferentes a homens diferentes, mas é importante notar que o número de talentos que cada indivíduo da parábola recebeu não estava relacionado ao seu valor pessoal. O homem que recebeu cinco talentos foi elogiado por tê-los dobrado: “Disse-lhe o senhor: Muito bem, servo bom e fiel” (Mateus 25:21). As mesmas palavras também foram usadas para elogiar o homem que multiplicou os dois talentos que recebeu. Contudo, o homem que recebeu apenas um talento foi rejeitado. Não porque possuía uma habilidade inferior a dos outros, mas por não ter usado o único talento que lhe foi concedido. Essa parábola nos ajuda a compreender em que sentido todos os homens foram criados iguais. Apesar de diferirem quanto à inteligência, às aptidões e às realizações futuras, a sua aceitação e igualdade perante Deus depende da reação diante das oportunidades que Ele coloca na vida de cada um. Esse fato é notado ao compreendermos que Deus, ao julgar o homem, leva em conta toda a sua vida. O homem é julgado, não de acordo com o seu desempenho absoluto, mas de acordo com a sua reação diante das oportunidades que lhe foram concedidas. Davi declarou que Deus, ao julgar o homem, leva em conta o local em que nasceu: “O Senhor, ao registrar os povos, dirá: Este nasceu lá” (Salmo 87:6). Além disso, afirmou que Deus conhece a estrutura de Seu povo e reconhece que é feita de pó: “Pois ele conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó” (Salmo 103:14). Um Deus justo e onisciente recompensará cada homem de acordo com a sua reação diante das oportunidades que lhe foram concedidas. Os talentos individuais, embora resultem numa grande variedade de satisfação pessoal, são concedidos por Deus para que o homem seja capaz de Ver Mateus 25:14-30.

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complementar o próximo. A diversidade de personalidades e de dons permite uma interdependência única entre os membros da família humana. Permite o fortalecimento mútuo e confirma que nenhum homem pode viver adequadamente sozinho. Assim, o grande vínculo da cooperação cristã é dotado de uma imensa diversidade de talentos e dons concedidos por Deus. Para que esses dons se tornem uma bênção, devemos usá-los para o benefício do próximo. Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus (1 Pedro 4:10). O propósito de Deus pode ser alcançado quando o homem cooperar com o homem, motivado pelo Espírito Santo, para cumprir o Seu propósito. Certamente, é isso que a igreja cristã demonstra ao mundo. Uma demonstração de uma igreja única, como um corpo, com o mesmo propósito e focada no aumento da cooperação entre os talentos concedidos por Deus. Essa demonstração resulta numa pequena prévia da cooperação ininterrupta dos filhos de Deus imediatamente após a redenção. Paulo particularmente definiu a diversidade dos dons: E Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo. (Efésios 4:11-13). A manifestação do Espírito é concedida a cada um visando a um fim proveitoso. Porque a um é dada, mediante o Espírito, a palavra da sabedoria; e a outro, segundo o mesmo Espírito, a palavra do conhecimento; a outro, no mesmo Espírito, a fé; e a outro, no mesmo Espírito, dons de curar; a outro, operações de milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos; a um, variedade de línguas; e a outro, capacidade para interpretá-las. Mas um só e o mesmo Espírito realiza todas estas coisas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um, individualmente. Porque, assim como o corpo é um e tem muitos

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membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo. (1 Coríntios 12:7-12). Paulo enfatizou que a diversidade dos dons é concedida para o “aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Efésios 4:12-13). Porém, esses dons podem ser corrompidos de duas maneiras. A primeira é não utilizá-los, fazendo, assim, com que se atrofiem. A segunda é desenvolvê-los e utilizá-los para alcançar propósitos egoístas. Não é difícil imaginar como o dom da oratória, da administração, da música, da cura, do ensino ou qualquer outro dom possa ser corrompido pelo egoísmo e, assim, estar sujeito aos propósitos satânicos. Somente quando os dons estiverem sujeitos ao domínio do Espírito Santo, os resultados de sua utilização aparecerão como frutos do Espírito: “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio” (Gálatas 5:22-23). Por um lado, as diferenças individuais representam a graça de Deus. Ele nos concede talentos para que sejamos capazes de demonstrar o nosso apreço ao Senhor servindo ao próximo. Por outro lado, ajudam-nos a perceber que a nenhum de nós foi concedido imensa variedade de talentos e que dependemos uns dos outros para a complementação, suplementação e aperfeiçoamento de nossa própria vida. Paulo resumiu esse conceito de forma maravilhosa no capítulo do amor: Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei. E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará (1 Coríntios 13:1-3). Aqui está o fundamento para o desenvolvimento e para o aprimoramento das diferenças que Deus concedeu a cada um de nós. Ao serem compartilhadas em amor, as diferenças abençoarão tanto o doador quanto o beneficiado.

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5 O Amor e a Saúde Mental

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amor é parte integrante de quase todos os aspectos da vida humana. Todos querem, mas poucos parecem ter a certeza de que são realmente amados. Geralmente, quanto mais frustrada a pessoa foi no passado, mais frustrada ainda está no presente. Será que todos nós temos o direito de ser amados? Se sim, como podemos saber se o amor é genuíno? Essa e muitas outras perguntas passam pela mente da grande maioria da sociedade. Para responder a essas perguntas, algumas das melhores pistas são encontradas nos seguintes tópicos: 1. Todos nós nascemos com a tendência para pecar. “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe” (Salmo 51:5). Todos nós nascermos com a pré-disposição de escolher o caminho que se distancia de Deus . A tendência natural não convertida da humanidade é desenvolver um padrão de vida incompatível com a vida eterna. 2. Esse distanciamento de Deus deve-se ao egocentrismo, ou ao egoísmo, que é demonstrado nas ações centradas no “eu” desde a infância. A criança, assim que é capaz de coordenar as ações, tenta pegar tudo para si, sem perceber que certas coisas são perigosas. 3. O egoísmo é a base de toda a motivação humana, por isso o amor próprio domina e o verdadeiro amor pelo próximo é relativamente raro. Para muitos, essa percepção é perturbadora. 4. O egoísmo é a raiz da maioria dos problemas emocionais e é a base do colapso mental funcional – ou seja, o colapso mental não é causado por uma deficiência física. Por exemplo, muitos esquizofrênicos, incapazes ou in Ver Apêndice A intitulado “A Natureza do Homem”.

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dispostos a se relacionar com o mundo real, tornam-se pessoas introspectivas e passam a viver no seu próprio mundo de faz-de-conta. O paranoico preocupa-se com as pessoas que estão lá fora para “pegá-lo”. Esse é o complexo de perseguição clássico. O megalômano possui um desejo insano pelo poder. O masoquista prejudica a si mesmo. O hipocondríaco torna-se fisicamente debilitado devido a um tormento interno. Os depressivos, geralmente, são pessoas demasiadamente preocupadas com aquilo que os outros, especialmente os membros da família, fizeram para elas. Talvez, não haja outro ato mais egoísta do que o suicídio, em que uma pessoa, crendo que sua vida é insignificante, ou que foi maltratada ou rejeitada, decide por fim à própria existência. Na cabeça de um suicida parece ser raro o pensamento de que o homem foi criado para atender as necessidades do outro. Um exemplo típico dessa situação é o paciente que um dos autores deste livro tratou no Hospital Príncipe de Gales em Sydney, na Austrália. Descontrolado, foi trazido ao hospital por dois policiais muito fortes. O paciente apresentava cortes profundos em ambos os pulsos. Enquanto o autor tentava suturar os ferimentos, os dois policiais se esforçavam para mantê-lo quieto, mas com pouco sucesso. Debatia-se violentamente e não parava de gritar: “Ela não me ama!” Enfatizava sempre a penúltima palavra da frase. 5. Ninguém pode forçar o outro a amá-lo. Muitos tentam ganhar o amor pela força, mas quanto mais a pessoa forçar o outro a amá-la, menos será correspondida. 6. Em nenhum momento a Bíblia sugere que o homem deva esperar ser o objeto do amor dos semelhantes. 7. Na Palavra de Deus, encontramos várias vezes a exortação para amarmos ao próximo. Somente no Novo Testamento, esse conselho aparece doze vezes. Alguns exemplos são: Mateus 22:39, Romanos 13:9, Gálatas 5:14 e Tiago 2:8. 8. O amor ao próximo envolve tanto o amor a Deus quanto o amor aos seres humanos. Talvez aqui se encontre a primeira referência ao amor direcionado a si mesmo. Precisamos amar para sermos amados. O desejo de ser amado é natural. Amar aos outros não é natural. Por isso, muitos têm tanta dificuldade de amar ao próximo. O amor do verdadeiro cristão é a melhor prevenção contra os distúrbios mentais, a frustração e o desânimo. A pessoa que se preocupa se

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O Amor e a Saúde Mental

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os outros a amam é egocêntrica e, portanto, infeliz. É verdade que na idade adulta essa ânsia de ser amado geralmente está relacionada com a infância. Aqueles que vieram de lares em que o amor não foi vivenciado e nem demonstrado tendem a ansiar mais ainda pelo amor na adolescência e na idade adulta. Muitas vezes, essa ânsia assemelha-se a um poço sem fundo – não há como saciá-la. Sem dúvida, a forma mais produtiva de abordar um “não amado” é ajudálo a aprender a amar ao próximo. Não é fácil, pois, como foi dito anteriormente, as inclinações naturais do homem são totalmente contrárias. O “não amado” já se habituou por muitos anos com a obstinação pela autoglorificação e pelo amor próprio. Na maioria das vezes, o amor próprio está associado à autopiedade. Esse sentimento é uma das expressões mais perigosas do amor próprio, pois oferece uma desculpa para o comportamento inadequado. É inevitavelmente autodestruidor. Como será abordado no próximo capítulo , a Palavra de Deus considera o medo contrário ao amor. O medo resulta do sentimento de inadequação, de não ser desejado e de insegurança. Mas aquele que decide amar ao próximo torna seu fardo mais leve. Ao compartilhar das preocupações dos outros, sai pouco a pouco do pântano de seus problemas interiores. Praticamente é impossível amar sem ser correspondido pelo menos por uma das pessoas amadas. Provavelmente, as duas maneiras mais ineficientes de se lidar com o desânimo e o desalento sejam remoer os problemas num lugar isolado e recontálos aos outros. A primeira “proposta” apenas acentua o isolamento, a solidão e a autopiedade experimentados pelos depressivos sem oferecer uma solução construtiva para o problema. Essa introspecção gera a fraqueza física, intelectual e espiritual. A segunda “proposta” tende a enfatizar os sentimentos de frustração, muitas vezes confirmando-os e exagerando-os cada vez que o problema é recontado. Ao centrar-se no “eu”, o indivíduo sente-se bem pior do que realmente está. As duas maneiras mais eficientes de lidar com o desânimo e o desalento estão relacionadas ao louvor a Deus e ao serviço ao próximo. Essas soluções evitam os resultados do isolamento introspectivo e as consequências de recontar constantemente os problemas aos outros. A primeira proposta envolve um relacionamento com Deus. Ao relembrar as bênçãos divinas e ao elevar Ver capítulo 6 intitulado “A Lei e o Amor”.

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audivelmente a voz em louvor a Deus, um poder desconhecido ao ser humano é colocado à sua disposição. Ao reconhecer o amor imaculado e a preocupação de Deus por nós, os problemas parecem diminuir em vez de aumentar. A segunda proposta evolve ajudar alguém mais necessitado, procurando doar-se à pessoa de tal forma que ela realmente seja auxiliada. Logo o desânimo e o desalento desvanecerão. Não é fácil tomar essa atitude, pois o indivíduo desanimado tem muita dificuldade em mudar de comportamento e olhar para os outros em vez de si mesmo. Será preciso muita perseverança, mas os resultados serão tremendamente recompensadores. O amor, no sentido mais genuíno, é também a raiz da autoimagem. Na sociedade altamente competitiva em que vivemos é muito difícil encontrar o serviço abnegado pelo outro. Somos treinados para competirmos, sobressairnos e nos alegrarmos com os nossos méritos e sucessos. Mas a Bíblia diz: “Mais bem aventurado é dar que receber” (Atos 20:35). Se a autoimagem dependesse da força, da rapidez, das habilidades, das realizações acadêmicas e de valores semelhantes, a grande maioria seria um fracasso e, nesse mundo, ninguém quer ser um fracassado. O amor, por outro lado, ensurdece-nos para as críticas e os insultos, cega-nos para as fraquezas dos outros e ajuda-nos a aceitar as nossas próprias limitações. Os psicólogos e os psiquiatras passam muito tempo tentando fortalecer uma autoimagem positiva no paciente, especialmente no adolescente, mas também em muitos adultos. Geralmente, fazem isso tentando fixar na mente do indivíduo as suas áreas de sucesso e de realizações valiosas. Porém, tal tentativa está condenada ao insucesso, pois o ego humano é insaciável. A Palavra de Deus possui o único remédio eficaz: a morte do “eu”. A princípio esse pensamento parece entrar em contradição com o conceito da autoimagem. Como o “eu” morto pode gerar a autoestima? Paulo colocou da seguinte forma: “Dia após dia, morro!” (1 Coríntios 15:31). Ao analisar o conselho bíblico mais profundamente, perceberemos que essa é a única maneira possível de obter a autoimagem positiva. Não é de admirar que a autoestima seja tão baixa numa sociedade moderna que ensina a defesa constante da autoimagem? Facilmente nos magoamos diante de cada crítica, com os que se sobressaem ou com os que obtêm mais sucesso, com os que não concordam com as nossas ideias, com os que são mais populares ou com os que são promovidos para um cargo mais importante do que o nosso. O amor e a segurança emocional podem tornar-se invencíveis

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O Amor e a Saúde Mental

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apenas no momento em que crucificarmos o “eu” e seguirmos o caminho humilde de Jesus. Então, e apenas então, será impossível ficarmos magoados e machucados. Ao compartilharmos o amor de Jesus, sabendo que Ele nos ama e que somos filhos de Deus e co-herdeiros com Cristo, estabeleceremos a única autoimagem firme e segura que o ser humano pode ter. O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; se com Ele sofremos, também com Ele seremos glorificados (Romanos 8:16-17). Será impossível machucar-nos emocionalmente se o nosso “eu” estiver morto. A morte do “eu” raramente é uma alternativa atraente, mas é a base da paz e do contentamento. Essa é a essência do conselho de Paulo: Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros (Filipenses 2:3-4). O homem não é deixado a lutar com o “eu” sozinho. Cristo é o auxílio sempre presente do ser humano. A contemplação diária da vida abnegada de Jesus é o único instrumento eficaz para desviar a mente da autoglorificação. A fé, desenvolvida em Cristo, trabalhará para que o amor purifique a alma de todo o egoísmo. Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor algum, mas a fé que atua pelo amor (Gálatas 5:6). O orgulho, o egoísmo e a cobiça não são apenas autodestrutivos, mas também ofensivos a Deus. Com a ajuda de Cristo, o homem pode, passo a passo, ser levado a se afastar do “eu” e a refletir as leis do amor que contêm os princípios do reino de Deus. Quanto menos pensarmos no “eu”, mais próximos estaremos do reino do Céu. O próprio Cristo apoiou a renúncia do “eu” ao declarar: “Se alguém quer vir após Mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-Me” (Mateus 16:24).

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A Solução de Deus...

À luz desses princípios, podemos perceber que muitos movimentos relacionados às uniões comerciais e aos direitos civis são destrutivos. Tais movimentos tendem a enfatizar o interesse egoísta e, apesar de se empenharem em retificar os malefícios e as injustiças sociais, geram, na maioria dos casos, o ódio, a suspeita e a violência física. É melhor sofrer perdas físicas do que sofrer perdas espirituais produzidas pelas emoções negativas. O verdadeiro cristão não deve ser indiferente à opressão dos desprivilegiados da sociedade. Tem a responsabilidade de fazer tudo ao seu alcance para aliviar o oprimido e buscar a correção das injustiças sociais. A motivação para ajudar o próximo promove o crescimento cristão, mas a busca do interesse egoísta promove resultados totalmente contrários. O amor ao próximo erradica a briga e a divisão. O amor não perdura sem se manifestar, mas o medo retrai qualquer manifestação. O amor manifesta-se por palavras e ações bondosas, enquanto o medo teme a rejeição e, portanto, hesita em demonstrar qualquer ação positiva ao semelhante. As recompensas de amar ao próximo são benéficas não apenas para aquele que é amado, mas também para aquele que ama. A verdadeira felicidade é o resultado de ser bondoso e fazer o bem. O amor humano sempre será um reflexo do amor de Deus. João expressou esse amor em relação ao homem: Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus (1 João 3:1). Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que Ele nos amou e enviou o Seu Filho como propiciação pelos nossos pecados (1 João 4:10). Jesus veio para estabelecer de uma vez por todas a veracidade do amor infinito de Deus e provar, além de qualquer dúvida, a falsidade da acusação feita por Satanás de que Deus é egoísta. Ao fazer isso, Jesus nos proporcionou um verdadeiro exemplo de amor abnegado pelo próximo.

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O Amor e a Saúde Mental

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RELAÇÃO ENTRE OS DISTÚRBIOS MENTAIS E O EGOCENTRISMO CAUSA

Distúrbios Mentais

Esquizofrenia

Paranoia

Megalomania

Egocentrismo

Masoquismo

Hipocondria

Depressão

Suicídio

RELAÇÃO ENTRE A SAÚDE MENTAL E A ABNEGAÇÃO EM CRISTO CAUSA

REFLEXOS

Contentamento

Amor

Abnegação

Segurança

através de

Valor próprio

Cristo

Felicidade

Serviço

Amizade

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6 A Lei e o Amor

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os caminhos de Deus, a lei e o amor são gêmeos siameses inseparáveis. Se um for separado do outro, ambos serão destruídos. Os legalistas tentaram separá-los, mas ao fazerem isso destruíram a essência da lei, que é o amor. Os antinomianos tentaram separá-los, mas o amor fora do contexto da lei é insignificante. O amor sem a lei é como um navio sem leme, assim como a lei sem o amor é como um leme sem navio. Não há como amar os nossos pais e desobedecer-lhes persistentemente, da mesma forma como não podemos amar o nosso país sem obedecer às suas leis. Tão pouco podemos amar a Deus sem guardar os Seus mandamentos. Se Me amais, guardareis os Meus mandamentos (João 14:15). A fim de justificar a indiferença aos detalhes dos mandamentos de Deus, muitos declaram que guardam o espírito da lei sem guardar a letra da lei. Mas é impossível guardar o espírito da lei sem guardar a letra, apesar de, claro, ser possível guardar a letra da lei sem guardar o espírito. Isso foi o que o apóstolo Paulo quis dizer ao declarar: “O qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica” (2 Coríntios 3:6). Fingir guardar o espírito da lei e quebrá-la, de fato, não produz nenhum resultado. Em 1951, os alunos matriculados no Avondale College, na Austrália, foram autorizados a sair apenas em dias pré-determinados do campus para ir à vila que ficava aproximadamente a 1,5 quilômetros de distância. O objetivo dessa regra era assegurar que os moços e as moças não saíssem no mesmo dia do colégio e se encontrassem fora do campus. Numa ocasião, nós tomamos a liberdade de sair do campus no dia das moças para tratar de negócios na vila.

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A Lei e o Amor

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Ao sermos chamados para comparecer diante do comitê de disciplina por quebrar a regra do colégio, tentamos debilmente defender-nos alegando que quebramos a letra, mas guardamos o espírito da lei (uma vez que não saímos para nos encontrar com nenhuma moça). O comitê de disciplina rejeitou absolutamente a nossa “defesa”, como era de se esperar. Será que é possível desobedecer aos pais e ainda assim guardar o espírito do quinto mandamento? Cometer adultério e guardar o espírito do sétimo mandamento? Ou roubar e guardar o espírito do oitavo mandamento? Quebrar o sábado e ainda assim guardar o espírito do quarto mandamento? Ou blasfemar o nome de Deus e guardar o espírito do terceiro mandamento? Sendo assim, é imperativo que guardemos a santa lei de Deus ao pé da letra. Guardar o espírito da lei automaticamente assegura que a lei está sendo precisamente guardada. Foi no contexto da transgressão da lei que Deus demonstrou o Seu amor ao homem: “Onde abundou o pecado, superabundou a graça“ (Romanos 5:20). O amor infinito de Deus o Pai e a complacência do Filho – que resultou na encarnação, na vida e no ministério de Jesus, no grande sacrifício de Cristo e na redenção da humanidade – demonstraram a todos os seres criados através de todas as eras que a lei é a expressão do caráter de Deus, mas que o Seu caráter também se manifesta em amor. Sendo assim, não é de admirar que todos os mandamentos estejam baseados em dois grandes princípios: o amor a Deus e o amor ao próximo. Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo (Mateus 22:37-40). No Jardim do Éden um mandamento quebrado gerou medo ao casal caído. As tentativas falhas de se esconderem de Deus indicaram que não tinham mais confiança e fé em seu relacionamento com Ele. Quebrar os mandamentos de Deus é quebrar o relacionamento de amor com Ele. João expressou isso de forma muito clara: “No amor não existe medo” (1 João 4:18). Paulo também percebeu essa relação: “Porque Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação” (2 Timóteo 1:7).

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A Solução de Deus...

A falta de amor a Deus resulta na transgressão de Seus mandamentos. A falha em reconhecer a pureza do caráter de Deus resulta na negligência, na indiferença e na justificação de atos errados. Muitas vezes tal justificação leva à prática de um pecado contínuo que inibe o desenvolvimento positivo do indivíduo e geralmente mantém a situação conflitante que destrói a saúde mental. Todos aqueles que amam a Deus demonstram fé e confiança nEle. Assim como a criança expressa o amor aos pais por meio da fé e da confiança permanentes, aqueles que amam a Deus expressam esse amor seguindo constantemente a Sua orientação. Por isso, não é de admirar que a quebra desse relacionamento de fé inevitavelmente resulte no pecado. Sob essa luz, a as seguintes definições de Paulo e de João podem ser facilmente compreendidas: “O pecado é a transgressão da lei” (1 João 3:4). “Tudo o que não provém da fé é pecado” (Romanos 14:23). Se não guardamos os mandamentos de Deus é porque não temos um relacionamento de fé com Ele e, se não temos um relacionamento de fé com Ele, é impossível para o ser humano guardar os mandamentos de Deus. O próprio Jesus sempre ensinou o amor associado com a guarda da letra da lei. Ao condenar os fariseus de hipócritas, disse: “Porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!” (Mateus 23:23). A lei é o fundamento do governo de Deus, por isso a felicidade da humanidade depende de estar em perfeito acordo com ela. Para muitos a lei de Deus é vista como restritiva, mas ao reconhecer que essas leis emanam de um Deus de amor infinito chegaremos à conclusão que a única maneira do homem alcançar a verdadeira liberdade emocional é através da guarda de tais leis. A compreensão da relação entre a lei imutável de Deus e o verdadeiro amor talvez seja essencial para a compreensão dos princípios cristãos de saúde mental. Cada transgressão dos mandamentos de Deus está enraizada no egocentrismo, destrutivo à saúde emocional. O falso testemunho contra o próximo é motivado pela avareza, pelo desejo de aprovação, pela ambição pessoal, pela justificação própria ou por qualquer outra razão egoísta. A cobiça é claramente egocêntrica, assim como o furto. A autoglorificação e a paixão descontrolada levam ao adultério. O assassinato é incitado por motivos como o ódio, a avareza e a ambição por poder. Os pais são desonrados por filhos

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teimosos e obstinados e o sábado é secularizado por aqueles que têm pouco tempo para Deus. Talvez não haja outro ato mais egocêntrico do que blasfemar o nome de Deus. O egoísmo também é o responsável por colocar outros “deuses” diante do Deus do Céu ou “criar” deuses que tomam o lugar do grande Criador do Universo. Enquanto o amor próprio reinar supremo, será impossível ser feliz, alegre e realizado. Esse grande problema psicológico aterroriza a sociedade moderna. Não é de admirar que homens notáveis têm reconhecido essa distorção. Em seu livro, Whatever Became of Sin? (O Que Aconteceu com o Pecado?), Karl Menninger, um psiquiatra renomado, cita o famoso historiador britânico, Arnold Toynbee : A ciência nunca substituiu a religião. ... A ciência (também) começou a descobrir como curar a doença psíquica. Até agora, entretanto, a ciência não mostrou nenhum sinal de que será capaz de enfrentar o maior problema do homem. Não foi capaz de fazer nada para curar o homem de seu pecado e do senso de insegurança ou de evitar a dor do fracasso e o medo da morte. Acima de tudo, não ajudou o homem a libertar-se da prisão do seu egoísmo inato e levá-lo à comunhão ou à união com uma realidade maior, mais importante, mais valiosa e mais duradoura do que a do seu próprio “eu”... Estou convencido de que o problema fundamental do homem é o egocentrismo. O homem sonha em tornar o Universo um lugar agradável para si, com muito tempo livre, diversão, segurança e boa saúde e com nenhuma fome ou pobreza (K. Menninger, Whatever became of Sin, p. 226). Comentando a análise acima, Menninger afirmou: O egocentrismo é apenas um dos nomes. Egoísmo, narcisismo, orgulho e outros termos também são utilizados, mas nem os ministros e sacerdotes, nem os cientistas comportamentais, inclusive os psiquiatras, têm levado esse problema a sério. A inclinação popular está longe das noções de culpa e de moralidade. Alguns políticos, na tentativa de encontrar outra palavra, acabam utilizando o termo incorreto: permissividade. A doença e o tratamento tornaram-se a propaganda do Reimpresso com a permissão da Hawthorn Books Inc. Reimpresso com a permissão da Oxford University Press.

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A Solução de Deus...

dia e pouco é dito a respeito do egoísmo, da culpa ou da imoralidade. E, certamente, ninguém diz nada a respeito do pecado... Os ministros e sacerdotes têm a grande oportunidade de prevenir alguns equívocos acumulados, a culpa, a agressividade e outras raízes do sofrimento e da doença mental. Como? Preguem! Digam a verdade. Falem do púlpito. Proclamem com toda força dos pulmões. O que devemos proclamar? Proclamem conforto, arrependimento, esperança, pois o reconhecimento de nossa parte no mundo da transgressão é a única esperança que nos resta (Ibid., pp. 226-227). Esse psiquiatra resumiu de muitas maneiras o desafio do cristianismo hoje. O desafio é reconhecer qualquer tentativa de separar a lei e o amor. Essa separação destrói totalmente o desenvolvimento emocional e psicológico do ser humano. Ora, o intuito da presente admoestação visa ao amor que precede de coração puro, e de consciência boa, e de fé sem hipocrisia (1 Timóteo 1:5). A condenação dos fariseus por parte de Cristo ocorreu porque tentaram guardar a letra da lei sem o espírito da lei. Condenou-os por não demonstrarem amor ao julgar e pela falta de misericórdia e de fé em seu ministério, mas Jesus não falhou em afirmar que estavam certos em dizimar cuidadosamente. “Devíeis, porém, fazer estas coisas”, disse Ele, “sem omitir aquelas!”. Sendo assim, é essencial guardarmos a letra da lei no espírito de Cristo. Esse princípio foi demonstrado mais tarde no relacionamento entre Jesus e a adúltera Maria Madalena. Nem Eu tampouco te condeno; vai e não peques mais (João 8:11). Nessa passagem, Jesus demonstrou grande amor e compaixão, mas também preservou as normas de Sua lei. João, o discípulo do amor, colocou da seguinte forma: “Ora, temos, da parte dEle, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão” (1 João 4:21). Essa passagem bíblica certamente é a confirmação dos dois grandes mandamentos, pois os mandamentos de Deus e o amor são inseparáveis. É impossível guardarmos

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A Lei e o Amor

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realmente os mandamentos de Deus e não amarmos ao próximo. Note que o texto bíblico acima foi expresso em sentido positivo. Não basta deixar de odiar, mas no sentido pleno e positivo da palavra, devemos amar todos os filhos de Deus. Adão e Eva demonstraram falhas no amor por meio da desobediência. Se os pais desejam que os filhos tenham uma relação de amor e de respeito com Deus e com os homens, é imprescindível que treinem cuidadosamente os filhos a obedecerem. A falta de amor pelo próximo é o maior de todos os pecados. Aquele que não ama permanece na morte (1 João 3:14). Colocando de outra forma, o amor próprio é o maior de todos os pecados, pois é a antítese do amor ágape. É a barreira suprema que impede que amemos ao próximo. Quando o amor se tornar o princípio motivador para a ação, transformará o caráter, controlará o comportamento e influenciará as relações interpessoais.

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7 O Problema da Culpa

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uitos problemas mentais resultam da relutância em aceitar a imutabilidade dos mandamentos de Deus. A relação íntima sugerida por Menninger entre os valores espirituais e morais e os valores mentais e emocionais representa o grande desafio da comunidade cristã. Numa época em que tantos pastores passaram a achar que devem desempenhar o papel de conselheiro e cuidar das necessidades sociais da comunidade, um clamor como o de Menninger talvez seja necessário a fim de reorientar o ministério cristão para desempenhar o seu papel mais importante: o de cuidar das necessidades espirituais do rebanho de maneira que, em troca, resulte em implicações vitais na saúde mental e emocional da comunidade. Uma das áreas mais importantes analisada atualmente pelos psicólogos é a área da culpa. Por muitos anos os psicólogos rejeitaram a visão cristã clássica de que a culpa é o resultado do pecado e da transgressão da lei moral de Deus que, consequentemente, interrompe a comunhão com o Senhor. Houve muitas tentativas de ignorar a culpa e de racionalizá-la com o objetivo de incentivar a repetição do comportamento gerador de culpa, mas reduzindo, para não dizer eliminando, a culpa. Mas o fato é que se o homem não pecou, não deveria, então, sentir culpa e o medo gerado por ela. Sigmund Freud foi uma das pessoas que mais se empenhou para desenvolver uma noção de culpa diferente da visão bíblica tradicional. Ele afirmou: “O sentimento de culpa é, na verdade, nada mais do que uma variedade topográfica de ansiedade, em suas últimas fases coincide completamente com o medo do superego” (Freud, Sigmund, Complete Works, ed. Strachey, v. 21, p. 135). Ver capítulo 6 intitulado “A Lei e o Amor”.

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O Problema da Culpa

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O tipo de apelo feito por Menninger é, portanto, reanimador, pois redescobre o papel correto da igreja para lidar com a culpa. A Bíblia declara que a culpa provém do pecado, que é a transgressão dos mandamentos de Deus. Na verdade, dentro dos próprios mandamentos há indicações claras desse fato, pois o terceiro mandamento expressa as consequências de sua violação: “Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão, porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o Seu nome em vão” (Êxodo 20:7). Tanto o Antigo quanto o Novo Testamento confirmam que o pecado e a transgressão da lei de Deus resultam no sentimento de culpa por parte do transgressor. Será, pois, que, tendo pecado e ficado culpada, restituirá aquilo que roubou, ou que extorquiu, ou o depósito que lhe foi dado, ou o perdido que achou (Levítico 6:4). Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos (Tiago 2:10). A razão principal da culpa é o peso do pecado com a decorrente inquietação e os desejos insaciáveis. O peso não pode se tornar mais leve pela justificação humana do pecado. Enquanto o homem permanecer no pecado, será impossível se livrar da condenação e do desespero. Somente no momento em que o pecado for confessado e perdoado, o transgressor sentirá a verdadeira paz e felicidade. Nenhuma medida de esforço para ignorar ou racionalizar o pecado poderá erradicar o sentimento de culpa. Todos os que procuraram fazer isso falharam. Na verdade, é totalmente seguro afirmar que o cristão possui o único caminho válido para eliminar a culpa: a submissão da vida ao amor de Cristo Jesus. A Palavra de Deus nos assegura: “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 João 1:9). Essa é a verdadeira solução para erradicar a culpa. No Antigo Testamento encontramos a confirmação dessa promessa. Nossos pecados serão lançados nas profundezas do mar e as nossas transgressões serão afastadas para longe de nós, assim como o Oriente dista do Ocidente . Aos Ver Miqueias 7:19 e Salmo 103:12.

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pés de Jesus recebemos a oportunidade de um novo relacionamento com Ele em que a culpa não terá mais domínio sobre a nossa vida. Paulo confirma que a vitória em Cristo resulta na eliminação da culpa. Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus (Romanos 8:1). O cientista comportamental cristão possui a função vital de empregar a sua influência para levar outros a reconhecer que a única maneira da culpa e de seus efeitos serem erradicados é por meio da aceitação dos méritos da graça salvadora de Jesus. Muitas vezes a culpa tem sido encarada como sendo prejudicial ao desenvolvimento humano saudável, mas, na verdade, desempenha um papel muito importante na experiência de cada ser humano. A culpa geralmente é a reação interna resultante de uma ação que separa o indivíduo de Deus. Tal sentimento deveria levar o indivíduo a Deus e à Fonte do verdadeiro perdão ocasionando a sua eliminação. Aqui se encontra a verdadeira resposta para os grandes problemas psicológicos enfrentados por aqueles cuja vida é dominada pela culpa. Os cristãos, acima de todos, têm a oportunidade de ajudar homens e mulheres a conhecer a melhor forma de lidar com a culpa e com os resultados emocionais das respostas inadequadas à ela. Ao ensinarem o princípio do certo e do errado, proporcionarão aos outros uma base de apoio para distinguirem entre a culpa, que é o resultado direto do pecado da transgressão da lei de Deus, e dos padrões de comportamento indutores de culpa, cujos fundamentos estão nas práticas sociais ou familiares. Freud obteve sucesso em lidar com o medo reprimido e com a redução do que, em sua opinião, não passavam de efeitos indesejáveis do processo inibitório, levando muitos a amortecer a consciência e reprimir o sentimento de culpa. Assim, mais do que nunca, muitos se tornaram incapazes de lidar com esse sentimento. Como resultado, a saúde mental da comunidade está sendo dramaticamente atacada. A mensagem de Cristo é a essência da verdadeira saúde mental. O conselho de Paulo: “Pois Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio” (2 Timóteo 1:7, NVI) é muito relevante nessa questão. Não há dúvida de que a religião de Cristo é a base fundamental do equilíbrio emocional, pois o homem apenas será capaz

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de desenvolver o poder emocional e mental de acordo com o propósito divino quando mantiver um relacionamento significativo com o Criador. O problema da culpa é outra área intimamente ligada ao problema da autoimagem. Muitos se sentem desvalorizados, perdem a identidade e não sabem ao certo o papel específico que desempenham na vida. A tendência desses indivíduos é sofrer consideravelmente de um conflito emocional. Cristo, novamente, apresenta as respostas para a baixa autoestima e para a baixa autovalorização. Não devemos nos esquecer das afirmações bíblicas – “Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3:23), “Como está escrito: Não há justo, nem um sequer” (Romanos 3:10), “Todos os nossos atos de justiça são como trapo imundo” (Isaías 64:6, NVI) e “Sem Mim nada podeis fazer” (João 15:5) –, mas devemos nos lembrar também que o principal propósito do cristianismo é desenvolver a valorização da humanidade. Quando o homem foi criado, foi criado à imagem de Deus, mas quando o pecado inundou o mundo inteiro, a imagem de Deus foi destruída. O propósito do ministério de Cristo e do Espírito Santo para a humanidade é a restauração da imagem de Deus no homem. Ao nos entregarmos a Cristo, desenvolvemos um novo conceito de autovalorização. Assim que o pecador arrependido reconhece que o salário do pecado foi pago por meio do sacrifício de Cristo para que tivesse direito à vida eterna, começa a reconhecer, pelo menos em parte, o grande valor que tem diante dos olhos de Deus. O fato de sermos chamados de filhos e filhas de Deus e co-herdeiros de Cristo não abre espaço no pensamento do cristão para a baixa autoestima . A sensação de autovalorização não deve ser confundida com o orgulho, pois o orgulho tem suas raízes na autoexaltação e nas realizações humanas baseadas no autodesempenho. O verdadeiro valor do cristão é o reconhecimento, não daquilo que é ou faz, mas daquilo que Cristo fez por ele. Assim, o próprio Cristo, e não o “eu”, torna-se o centro. É muito importante que a ênfase seja dada no grande valor que Deus atribuiu a todos nós. Em cada ser humano, Jesus viu um potencial ilimitado. Esse reconhecimento não resultará em complacência, mas representará um desafio para homens e mulheres buscarem refletir em sua plenitude a beleza da imagem de Jesus. Tal homem e mulher não poderão mais ser atormen Ver capítulo 5 intitulado “O Amor e a Saúde Mental”.

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tados pelo sentimento de desvalorização e de inutilidade, pois agora possuem uma visão clara da magnitude do que Cristo fez por sua vida e o que pode ser realizado por meio dEle. Essa pessoa se apropriará da promessa feita por Jesus: “Deixo-vos a paz, a Minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (João 14:27). O cristão sincero sente uma paz inigualável que pode ser apenas alcançada através do relacionamento com Cristo, pois o Senhor disse que “abençoa com paz o Seu povo” (Salmo 29:11). Essa paz mental poderá ser alcançada quando houver um relacionamento único entre Deus e o homem, de maneira que o “eu” esteja completamente submetido a Cristo e Ele tenha a permissão de reinar supremo na vida do homem. Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em Ti (Isaías 26:3). Quando todo egoísmo e toda autodefesa acabar, reinará a serena paz. Grande paz têm os que amam a Tua lei; para eles não há tropeço (Salmo 119:165). Essa é a paz que todo ser humano espera encontrar hoje. Toda culpa deverá ser colocada sobre a cruz de Cristo. O pecador desanimado pode encontrar perdão ao aceitar Aquele que prometeu: “Portanto, Ele é capaz de salvar definitivamente aqueles que, por meio dEle, aproximam-se de Deus, pois vive sempre para interceder por eles” (Hebreus 7:25, NVI). Cristo nunca desaponta aqueles que O buscam. Ele concede o perdão completo e a liberdade. Ao humilhar-se, reconhecendo o pecado diante de Deus, o homem obtém o verdadeiro alívio da culpa. Tal confissão do erro requer que o homem corrija qualquer desavença ou injustiça que tenha envolvido o próximo. Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta,

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vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta (Mateus 5:23-24). A obediência ao conselho bíblico acima resulta na liberdade dos relacionamentos humanos que se tornará ricamente recompensadora. Neste período crítico da história, ao presenciarmos a quebra da estrutura moral e emocional dentro da comunidade, a igreja cristã deve reafirmar o seu papel e a função verdadeira do púlpito, proporcionando às massas um entendimento mais claro da essência da verdadeira força espiritual, mental e emocional que pode ser alcançada apenas por meio do poder de Jesus. Há uma forte tendência entre os pregadores de entrar no campo do aconselhamento pastoral. Na maioria das técnicas de aconselhamento é comum evitar qualquer resposta que possa imputar o erro ou o julgamento moral sobre o indivíduo que está sendo aconselhado. Essa atitude tem diversas vezes sido levada ao púlpito pelo pregador. O certo e o errado não têm sido claramente definidos e as congregações são deixadas na incerteza e no pecado. O pregador ordenado por Deus tem a responsabilidade de apresentar a verdade de maneira tão clara que ninguém seja deixado em dúvida quanto ao propósito de Deus para a sua vida. O verdadeiro arrependimento ocorre apenas quando o erro é reconhecido. O pregador tem o dever de expor ao povo: “a vida e o bem, a morte e o mal” (Deuteronômio 30:15). O conselheiro cristão possui uma responsabilidade semelhante. Embora o Cristão deva buscar o perdão de Deus para o pecado, o objetivo da vida cristã é resistir à tentação. Agir corretamente é um remédio maravilhoso para a mente perturbada. O coração puro, a boa saúde e a mente equilibrada estão positivamente correlacionados. Ceder continuamente ao pecado gera a perda do autorrespeito e a perversão do princípio e do julgamento. Há uma grande necessidade de desenvolver atividades saudáveis a fim de preservar a pureza da vida. O ócio e a preguiça destroem o autorrespeito e geram um imenso sentimento de culpa. Na parábola do sumo sacerdote Josué, a remoção das vestes sujas, antes de serem substituídas por trajes finos e um turbante limpo, simboliza a remoção do pecado daqueles que receberam uma nova vida em Cristo.

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Deus me mostrou o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do Anjo do Senhor, e Satanás estava à mão direita dele, para se lhe opor. Mas o Senhor disse a Satanás: O Senhor te repreende, ó Satanás; sim, o Senhor, que escolheu a Jerusalém, te repreende; não é este um tição tirado do fogo? Ora, Josué, trajado de vestes sujas, estava diante do Anjo. Tomou este a palavra e disse aos que estava diante dele: Tirailhe as vestes sujas. A Josué disse: Eis que tenho feito que passe de ti a tua iniquidade e te vestirei de finos trajes. (Zacarias 3:1-4). A solução para o problema da culpa é a confissão sincera do pecado buscando o perdão prometido por Deus e, pelo poder de Cristo, renunciando os caminhos do pecado. Alguns dizem que o pecado do cristão não o separa da família de Deus. Assim como o pai humano, Deus não expulsa um filho Seu simplesmente porque pecou. Entretanto, o pecado é um indício de que nós mesmos é que nos separamos da família de Deus. Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o Seu rosto de vós, para que vos não ouça (Isaías 59:2). Somente um Deus fiel, por meio das provisões do sacrifício de Seu filho, pode reintegrar o pecador ao convívio de Sua família através do perdão e do poder para vencer.

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s emoções e os sentimentos, as dimensões afetivas do homem, desempenham um papel central na vida humana, revelando e, muitas vezes, dominando as forças intelectuais e cognitivas. Embora não seja bom que as emoções superem a razão no momento de tomar decisões, também não é bom que as decisões sejam feitas com base no intelectualismo frio e calculado. As emoções oferecem uma resposta fundamentalmente única aos estímulos do meio, apesar de também resultarem em grande parte de influências do meio em que se esteve inserido no passado. A razão deve, portanto, estar ciente das reações emocionais e estar pronta para respondê-las, mas nunca permitir ser dominada por elas. As emoções são educáveis. Podem ser disciplinadas para promover uma satisfação crescente pela vida ou lançar sombras escuras de reações negativas sobre ela. As emoções em si não são nem boas e nem más. Até mesmo as emoções positivas, como a alegria, podem gerar consequências negativas, como também, algumas emoções negativas, como a tristeza, podem causar efeitos positivos. Não é fisicamente vantajoso encontrar-se num estado emocional intenso por longos períodos de tempo, pois tanto as emoções positivas quanto as negativas esgotam os recursos do corpo humano. Por outro lado, a tristeza e a dor, especialmente quando resultam da ação errada ou de relações pessoais abusivas, desempenham um papel muito importante na busca do arrependimento e da restauração. Geralmente, o estado de contentamento e serenidade não exibe fortes reações emotivas. A pessoa equilibrada não passa por estados frequentes ou prolongados de excitação emocional, seja negativa ou positiva. O tumulto emocional constante gera grandes prejuízos que afetam tanto a dimensão física quanto a dimensão espiritual do ser humano. A relação entre a emotividade intensa e a doença cardiovascular é bem conhecida. Muitos estados

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hiperemotivos resultam em reações do sistema nervoso simpático, inclusive na produção de adrenalina, no aumento da frequência dos batimentos cardíacos, do ritmo da respiração, da produção de suor e na inibição do processo digestivo. Tais reações constantes de estresse são altamente geradoras de doenças degenerativas. Os efeitos da vida urbana atual tendem a produzir o estresse emocional impedindo que as pessoas desfrutem de uma vida simples, tão benéfica à saúde humana. Há muita terapia no cotidiano de países não complicados, livres da maioria das características indutoras de agitação da vida moderna. A mídia de entretenimento é a maior culpada por iniciar e manter a emotividade demasiadamente elevada. Passar horas a cada dia no ambiente irreal do drama televisivo deve inevitavelmente causar um efeito cumulativo sobre os recursos emocionais. Além disso, o desenvolvimento de uma sociedade altamente competitiva resultou em sérias tensões emocionais, em disputas e em apelos ao orgulho, à raiva, à ambição egoísta, à amargura e à rivalidade. A competividade domina uma grande parte da vida, desde a escola e os esportes até o mundo dos negócios, impondo um ambiente arriscado e perigoso. Muito pode ser realizado com o desenvolvimento do atributo cristão da cooperação buscando realizações que não levam outros a perder ou a se machucar. Cada um influencia o outro. As atitudes e as atividades de cooperação beneficiam todos os envolvidos. Os pensamentos e os sentimentos corretos são gerados ao encararmos os nossos semelhantes como parceiros, não rivais ou inimigos. Talvez haja mais do que uma simples verdade no diálogo atribuído ao dramaturgo A. A. Milne – um notável pacifista. Quando lhe perguntaram se concordava que as guerras da Inglaterra foram vencidas nos campos de jogos de Eton e Harrow (duas escolas famosas da Inglaterra), respondeu: “Não foram apenas ganhas, mas começaram ali”. Os autores deste livro estão bem cientes das emoções intensas que esses “campos de jogos” podem criar. Ambos foram esportistas ávidos e bem-sucedidos na juventude. Os dois foram capitães do Time de Tênis de Mesa da Universidade de Sydney em partidas contra outras universidades do país. Depois de ter vencido o campeonato individual, Colin tornou-se o capitão do time de tênis de mesa das Universidades Australianas na primeira partida internacional contra o time das Universidades da Nova Zelândia. Sabemos muito bem que em vez de exercícios físicos benéficos, essas partidas tornam-

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se a causa de grandes tensões. Lembramo-nos como se fosse hoje da decepção profunda que sentimos na ocasião em que quase perdemos a última partida de duplas do campeonato da Universidade de Sydney e de nossa grande agitação ao vencermos esse e muitos outros campeonatos. Uma avaliação mais madura desse período nos leva a admitir que tais atividades não nos levaram para mais perto de Cristo e de nossos semelhantes. Estamos felizes que esses dias ficaram para trás. Às vezes até mesmo as emoções positivas, se constantemente elevadas, possam gerar efeitos prejudiciais de longo prazo. Porém, tais efeitos certamente serão o resultado das emoções negativas persistentes. A maioria das emoções positivas como a coragem, a esperança, a fé, o amor, a compaixão e a alegria tendem a fortalecer o vigor da vida, mas geralmente são eliminadas por emoções negativas como o pesar, a ansiedade, o medo, a depressão, a raiva, o ciúme, a aflição, a inimizade e a culpa. As emoções negativas, devido às suas consequências debilitantes, afetam a força e reduzem a efetividade da vida. Esses resultados tornam-se mais evidentes a partir da meia idade. Muitas emoções negativas possuem conotações positivas num sentido limitado. Paulo advertiu: “Irai-vos e não pequeis, não se ponha o sol sobre a vossa ira” (Efésios 4:26). Salomão disse que há “tempo de odiar” (Eclesiastes 3:8, NVI). Tiago afirmou que devemos ser inimigos do mundo: “Não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tiago 4:4). Finalmente, Paulo aconselhou: “Procurai, com zelo, os melhores dons” (1 Coríntios 12:31). Somente poderemos entender essas emoções negativas num sentido positivo ao reconhecermos que as admoestações acima abordas são a expressão de tais emoções fora do contexto do egocentrismo. A ira referida por Paulo representa a indignação íntegra quando, por exemplo, o nome sagrado de Deus ou as Suas santas leis são profanados. Jesus expressou tal ira na ocasião em que purificou o Templo. Tendo Jesus entrado no templo, expulsou todos os que ali vendiam e compravam; também derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas. E disse-lhes: Está escrito: A Minha casa será chamada casa de oração; vós, porém, a transformais em covil de salteadores (Mateus 21:12-13).

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Quando Moisés presenciou os filhos de Israel adorando o bezerro de ouro, expressou a sua ira. Logo que se aproximou do arraial, viu ele o bezerro e as danças; então, acendendo-se-lhe a ira, arrojou das mãos as tábuas e quebrou-as ao pé do monte (Êxodo 32:19). A ira gerada pela injustiça ou pela crueldade imputada ao próximo ou aos animais também pode constituir uma expressão apropriada dessa emoção. A ira e a inimizade referidas por Salomão e Tiago não se tratam de sentimentos contra outros seres humanos, pois todos nós somos admoestados a amar os nossos inimigos. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem (Mateus 5:44). Há também a ira que o cristão deve desenvolver pela transgressão da lei de Deus. Foi isso que Pedro quis dizer ao escrever: “Aparte-se do mal, pratique o que é bom, busque a paz e empenhe-se por alcançá-la” (1 Pedro 3:11). No contexto em que Paulo aconselhou-nos a procurar com zelo os melhores dons, referiu-se a busca dos dons espirituais para que fosse feito todo o possível para disseminar o evangelho de Jesus Cristo. Nesse sentido, “procurar” não tem nenhuma relação com a busca de possessões ou de prosperidade, mas com o desejo de cumprir plenamente os propósitos de Deus para a vida. Devemos admitir que a expressão da maioria das emoções negativas emana de motivos egoístas e, aqui, encontra-se o perigo tanto físico quanto espiritual. Aqueles que são puros de coração estão livres da raiva, do ciúme e da ira em relação ao próximo, como também estão livres da inquietação, do descontentamento, da incerteza e do enfado. É quase inevitável que as emoções egocêntricas negativas gerem a depressão e o desânimo. Muitas vezes, as decisões vitais e de longo alcance são tomadas num estado de desânimo. Tais decisões geralmente não passam de escolhas erradas, pois Satanás é o autor do desânimo e cada decisão feita com desânimo será a sua decisão. O desânimo está enraizado na emoção egoísta, por isso é sábio suspender qualquer tomada de decisão até que uma relação mais íntima com Cristo seja estabelecida e o desânimo tenha sido banido.

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O ódio e a raiva em suas várias manifestações são, talvez, as emoções mais destrutivas. A condescendência com o ódio abre a mente para Satanás permitindo que sejamos cúmplices do pecado. Essa emoção é tão séria que João a comparou com o assassinato. Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si (1 João 3:15). Jesus expressou sérias consequências eternas para aqueles que expressarem a ira. Eu, porém, vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: tolo, estará sujeito ao inferno de fogo. (Mateus 5:22). Salomão sabiamente aconselhou: “A resposta branda desvia o furor” (Provérbios 15:1). O ódio e a vingança começaram com Satanás e eram tão fortes que não descansou até tirar a vida do Filho de Deus. Ora, Satanás entrou em Judas, chamado Iscariotes, que era um dos doze. Este foi entender-se com os principais sacerdotes e os capitães sobre como lhes entregaria a Jesus (Lucas 22:3-4). Foi a inimizade nascida do orgulho que levou Caim a assassinar o próprio irmão, Abel, e que levou o rei Saul a perseguir Davi. A maldade frequentemente resulta em morte. Não importa a razão que estimulou o ódio. A expressão ou até mesmo o pensamento de ódio coloca o indivíduo sob a condenação severa da culpa. Muitas vezes o ódio e a raiva originam-se de acusações falsas ou maliciosas e o ódio é estabelecido como autodefesa. Como seria mais fácil, mais sábio e mais saudável se deixássemos a nossa reputação nas mãos de Deus! O ato de refutar a acusação não a diminui e pode até mesmo aumentá-la. É muito mais sábio ficar em silêncio quando formos acusados falsamente do que sofrer as consequências negativas que resultam da vingança. Ao seguirmos o Ver Gênesis 4:3-8. Ver 1 Samuel 18:6-11.

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nosso maior Exemplo, Jesus, seremos altamente beneficiados tanto espiritual quanto emocionalmente por meio do silêncio. Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os Seus tosquiadores, Ele não abriu a boca (Isaías 53:7). O medo e a dúvida são também armas poderosas utilizadas por Satanás para destruir o homem. Assim como todas as emoções, o medo pode ser expresso por pensamentos, por palavras e por ações. O medo tem muitas causas potenciais, as mais prováveis são a incredulidade e o pecado. A dúvida e o ceticismo normalmente resultam do amor ao pecado e à sua prática. Aqueles que expressam dúvidas a respeito da existência, do amor ou da graça salvadora de Deus em relação a sua própria vida, são quase sempre prisioneiros do pecado. A insatisfação e o desânimo de uma vida pecaminosa inevitavelmente resultarão em medo. O medo dominou Adão e Eva ao tentarem se esconder de Deus logo após caírem em pecado. E chamou o Senhor Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás? Ele respondeu: Ouvi a Tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi (Gênesis 3:9-10). A incredulidade foi a razão do medo sentido pelos discípulos durante a tempestade no mar da Galileia. Paulo declarou: “Tudo o que não provém de fé é pecado” (Romanos 14:23). Ao resistirmos à dúvida e ao medo, o ânimo toma conta do ser e a fé é fortalecida. Não há maior antídoto para o desânimo do que a fé e a confiança total em Deus. Até mesmo a confiança vacilante do indivíduo indeciso e repleto de dúvidas poderá ser fortalecida. Esse fato é maravilhosamente ilustrado na resposta de Cristo ao pai do filho endemoninhado. Cristo afirmou-lhe que todas as coisas são possíveis ao que crê. Com lágrimas nos olhos, o pai clamou: “Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé!” (Marcos 9:24). Cristo foi capaz de aceitar aquela fé hesitante e curar o filho. Nossa fé fortalece-se ao falarmos sempre da bondade e do poder de Deus, especialmente ao recontarmos as bênçãos recebidas individualmente. É muito importante Ver Marcos 4:37-41.

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nunca disseminarmos a dúvida. A despeito dos sentimentos de hesitação, devemos desenvolver o hábito de pensar e agir como se a nossa fé não pudesse falhar. Foi uma fé assim que motivou Paulo e Silas a orar e cantar louvores a Deus na prisão à meia noite depois de terem sido severamente açoitados. A preocupação e a ansiedade resultam da falta de fé. Tanto uma quanto a outra destroem o aspecto físico e emocional. Ter fé em Cristo é aceitar o convite para colocarmos nossos fardos sobre Ele. Vinde a Mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jogo e aprendei de Mim, porque Sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma (Mateus 11:28-29). A confiança em Deus deve ser mantida independente dos sentimentos. Deus nunca pode ser culpado pela aflição ou pela adversidade. Na verdade, em resposta ao conflito e à provação, a nossa vida espiritual e emocional pode ser fortalecida quando o princípio da fé se tornar cada vez mais significativo. A fé também oferece a única proteção verdadeira contra o pecado, pois a fé se apega a Deus em Sua palavra e a segue irrestritamente. Essa fé contrastase com a presunção que, sabendo das mesmas promessas, ignora os planos e os caminhos de Deus e esforça-se por cumpri-los à maneira do homem. Na vida de Abraão tanto a fé quanto a presunção podem ser claramente ilustradas. Abraão demonstrou total confiança em Deus ao ser chamado para deixar a segurança da próspera cidade de Ur e viajar para uma terra desconhecida. Por outro lado, Abraão tentou cumprir a promessa divina de um filho e herdeiro tomando a serva Hagar como sua segunda esposa e gerando um filho com ela. Essa sequência de ações resultou da presunção. A verdadeira fé crê que a palavra de Deus não falha e, apesar de sermos testados e provados, todos nós podemos desfrutar da certeza do amor de Deus e da segurança de que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus” (Romanos 8:28). O ser humano nem sempre percebe o trabalho de Deus, mas uma fé inabalável na bondade e na preocupação pessoal de Deus pode nos fortalecer Ver Atos 16:23-25. Ver Hebreus 11:8-9. Ver Gênesis 16:1-4.

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em tempos de grandes dificuldades. Quanto mais falarmos do amor de Deus e quanto menos nos concentrarmos em nossas provações, mais e mais seremos fortalecidos. A cada dia somos rodeados pela generosidade do amor de Deus. O reconhecimento desse amor e de Seu cuidado eliminará toda a dúvida e o medo. Em vez de tentar remover todas as dificuldades, acheguemo-nos a Jesus na certeza de receber forças suficientes para enfrentá-las. Geralmente, aqueles que enfrentaram as maiores provações e dificuldades são capazes de trazer os maiores consolos e ajuda aos que se encontram em necessidade e de oferecer a plena certeza do amor de Deus. Ao fazer isso o confortador elimina qualquer desânimo que ele mesmo possa ter. Aqueles que submeterem a vida ao domínio do amor de Deus serão libertados da escravidão das emoções egoístas, com todos os seus efeitos destrutivos. Passo a passo, a emoção predominante será o amor gerado por um coração puro. As sombras serão dissipadas e o espírito iluminado. A certeza da presença constante de Deus será o fundamento da confiança para enfrentar os desafios do dia-a-dia, não importa o grau de dificuldade que possam apresentar.

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uase não há limites para as situações que podem frustrar o homem. Se essas situações reais já não bastassem para frustrá-lo, ainda é capaz de imaginar situações motivadas pelo medo, pela apreensão e pelas ansiedades que acentuam ainda mais a frustração. A frustração ocorre quando qualquer circunstância, real ou imaginária, apresenta barreiras para as nossas esperanças, motivações, ambições, saciedade ou para as nossas necessidades físicas e sociais, ou ainda para os nossos desejos pessoais. A frustração normalmente gera sentimentos negativos e desagradáveis, que podem se manifestar de muitas formas e na subsequente debilitação das potencialidades humanas. Tais barreiras podem ser amplamente definidas em três áreas: 1. Barreiras Pessoais. Essas barreiras resultam das limitações físicas e pessoais, incluindo as deficiências físicas, como a auditiva e visual, e as barreiras resultantes de certas limitações intelectuais, educacionais ou medidas por nossas habilidades. 2. Barreiras Interpessoais. Essas barreiras resultam das relações sociais ou interpessoais. Tais frustrações são geradas quando alguém consegue a vaga de emprego que desejávamos ou casa-se com a pessoa que estávamos interessados, ou por relacionamentos sociais pobres, seja um grupo de colegas, ou subordinados, ou superiores, ou todos juntos. 3. Barreiras Físicas. Esses fatores resultam das barreiras produzidas pelo meio em que se vive. Por exemplo, o fazendeiro pode receber pouca chuva no tempo certo ou talvez chuva demais. Outras ilustrações incluem a frustração causada pelo trânsito intenso ou por uma tempestade que atrapalhe alguém ansioso para comparecer a um compromisso.

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Experimentos revelaram que a causa da frustração geralmente é relativa. Uma criança, por exemplo, tende a ser feliz com brinquedos improvisados até conhecer os brinquedos industrializados. Os adultos de gerações anteriores ficavam satisfeitos com a luz de um simples lampião ou com um ferro à brasa, ou com uma tina de lavar roupa e uma tábua de esfregar, ou com uma caixa de gelo, mas hoje poucos indivíduos da sociedade ocidental ficariam satisfeitos com quaisquer desses itens. Esse relativismo é geralmente determinado pela sociedade ou pelo grupo subsocial do qual fazemos parte. A síndrome de “tentar manter o mesmo padrão de vida de outra pessoa” é uma fonte real de constante frustração para a maioria das pessoas. Muitas vezes a pressão da frustração não resulta das barreiras impostas por alguma situação esmagadora, mas pela pressão de pequenos acontecimentos inconsequentes e constantes. A frustração acentua-se especialmente quando cedemos à autopiedade desenvolvendo a atitude de que “todo mundo está contra mim”. Há uma grande diferença entre as habilidades humanas para lidar com as situações estressantes e indutoras de pressão. Alguns são poucos tolerantes ao estresse, já outros são muito mais tolerantes, mas, provavelmente, todos os seres humanos possuem um ponto fraco. Aqueles que apresentam uma tolerância moderada diante das situações de estresse podem, ao longo da vida, desenvolver condições psicóticas, se estiverem sujeitos a situações estressantes de nível elevado, intenso e constante. Outros, porém, bem menos tolerantes às situações de estresse, podem passar a vida sem desenvolver nenhuma condição psicótica, se não estiverem sujeitos a situações de estresse constantes e intensas. A frustração pode ser definida através de situações conflitantes, que estão divididas em três grupos diferentes: 1. Conflitos Aproximação-Aproximação. Esse tipo de conflito ocorre quando enfrentamos uma situação que envolve dois ou mais atos mutuamente excludentes. Espera-se que ambos os atos resultem em consequências positivas. No dia-a-dia da experiência humana, esse conflito pode envolver incidentes como: num lindo dia de sol você deseja nadar na praia e ao mesmo tempo sentir o ar fresco das montanhas, ou terminar uma determinada tarefa e ao mesmo tempo passar algum tempo na casa dos amigos. Na Palavra de Deus encontramos o conflito aproximação-aproximação na trágica experiência do jovem rico. Ele desejava obter a vida eterna, mas também queria continuar a amar as suas riquezas. Tanto a vida eterna quanto o

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amor pelas riquezas apresentavam valências positivas para ele e, tragicamente, acabou escolhendo a última opção. Por outro lado, dois outros personagens enfrentaram uma escolha semelhante a do jovem rico, mas optaram pela vida eterna. Abrão escolheu seguir a orientação de Deus e viajar rumo a uma terra totalmente desconhecida. Ao fazer isso, teve de deixar as valências positivas do conforto de seu lar na cidade de Ur dos Caldeus e a amizade dos familiares e amigos. Da mesma forma, Moisés, ao ser confrontado com a valência positiva de desfrutar os prazeres do Egito, escolheu a comunhão com Deus e com o Seu povo. Geralmente, os conflitos aproximação-aproximação são prontamente resolvidos, apesar de serem de grande importância para as atividades costumeiras da vida e muitas vezes representarem consequências dramáticas e eternas. Sem dúvida, as escolhas de Abrão e de Moisés geraram uma satisfação que o jovem rico jamais experimentou. 2. Conflitos Aproximação-Evitamento. Esses conflitos ocorrem quando temos de tomar uma decisão cujo resultado gerará consequências positivas e negativas. Ao mesmo tempo em que os resultados desejados serão alcançados, também haverá resultados indesejados associados à decisão tomada. Esse tipo de conflito pode ser facilmente exemplificado por meio das atividades físicas. Talvez, queiramos os benefícios de tomar um banho frio, mas ao mesmo tempo desejamos evitar a sensação negativa da água gelada. Ou, quem sabe, queiramos os benefícios dos exercícios físicos, mas desejamos evitar a dor muscular e a respiração ofegante. Em nossa vida espiritual, sempre enfrentamos conflitos aproximação-evitamento. Um exemplo típico é a experiência do profeta Balaão. O rei Balaque ofereceu-lhe muitas riquezas se desobedecesse a Deus e amaldiçoasse o povo de Israel. Balaão foi tomado pela ganância de receber toda aquela riqueza, mas sabia que se escolhesse ficar rico, teria de enfrentar as consequências negativas de desobedecer a Deus. Infelizmente, Balaão escolheu a riqueza oferecida pelo rei Balaque. Talvez, não haja melhor exemplo de um conflito aproximação-evitamento, e nenhum outro mais vívido, do que a experiência de Jesus no Jardim do Getsêmani ao orar: “Meu Pai, se não é possível passar de Mim este cálice sem que Eu o beba, faça-se a Tua vontade” (Mateus

Ver Mateus 19:16-22. Ver Gênesis 12:1-4. Ver Hebreus 11:24-27. Ver Números capítulos 22 e 23.

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26:42). Cristo enfrentou a terrível agonia de suportar os pecados do mundo inteiro e morrer a morte de um homem perdido para cumprir a vontade do Pai. Poderia ter se esquivado de tal responsabilidade infinita e evitar o trauma associado ao Seu sacrifício, mas para a eterna gratidão de todos os filhos de Deus, Jesus escolheu fazer a vontade do Pai. Na maioria das situações, os conflitos aproximação-evitamento são mais difíceis de resolver e, portanto, mais suscetíveis de causar a frustração, a indecisão e a depressão do que os conflitos aproximação-aproximação. 3. Conflitos Evitamento-Evitamento. Esses conflitos ocorrem quando enfrentamos uma decisão que não pode ser evitada e cujo resultado gerará consequências negativas e dolorosas. Esse conflito, sem dúvida, é o mais difícil de ser resolvido. Pode ser muito bem exemplificado com a experiência de uma criança que está infeliz no lar devido aos maus tratos. A criança tem a opção de fugir – com a consequência da incerteza que também quer evitar – ou a de permanecer em casa e continuar sendo punida severamente. Esse tipo de conflito também pode ocorrer nas decisões relacionadas a certas condições físicas em que, talvez, devido a sérios problemas cardíacos, a expectativa de vida do indivíduo seja incerta e a cirurgia seja totalmente arriscada. Esse conflito pode ser mais bem compreendido na experiência dos israelitas que fugiram do Egito. Ao chegarem ao mar Vermelho, perceberam que o exército egípcio os perseguia ferozmente. Estavam diante de duas possíveis consequências – ambas aparentemente negativas. De um lado, encontrava-se o intransponível mar Vermelho que, se resolvessem atravessar, certamente morreriam afogados. Do outro lado, o exército egípcio que, sem dúvida alguma, os destruiriam ou os levariam de volta à escravidão. Humanamente falando, não havia saída. O mesmo ocorre com muitas situações evitamentoevitamento. Parece não haver nenhuma solução para o conflito. O impasse apenas intensifica ainda mais a frustração que, em troca, geralmente, produz muitas outras manifestações negativas como a agressão, a raiva, o ódio, o ciúme, a depressão, a fantasia, a indecisão, a regressão e sérios colapsos emocionais. O conflito evitamento-evitamento é, portanto, o mais difícil de ser resolvido. Claro que há muitos conflitos que também apresentam valências duplas, tanto negativas quanto positivas, que apenas aumentam a complexidade da tomada de decisão humana.

Ver Êxodo 14:10.

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O conflito evitamento-evitamento torna-se ainda mais crítico em situações em que dois males estão envolvidos. A filosofia de ética circunstancial propôs muitas situações desse tipo com o objetivo de sugerir que é impossível, até mesmo para um cristão, apegar-se a valores morais absolutos. A seguir, estão alguns dos exemplos clássicos: 1. Um navio de passageiros afunda. Não há botes salva-vidas suficientes para socorrer todos os passageiros. Rapidamente os botes disponíveis atingem a capacidade máxima, mas ainda restam muitos passageiros que, desesperados para se salvar, tentam entrar a bordo. Mas se isso acontecer, todos morrerão, pois o bote não é capaz de suportar tanto peso. Assim, seria “aceitável” escolher o mal menor e impedir que entrem a bordo a fim de que alguns sejam salvos. 2. Seria “aceitável” dizer uma mentira, se necessário, para impedir que alguém fosse morto. 3. Seria “aceitável” cometer adultério se, com isso, o indivíduo salvasse a própria vida e a vida de outros. Em 11 de fevereiro de 1971, em San Diego State College, nos Estados Unidos, o professor Joseph Fletcher debateu com o Dr. John Warwick Montgomery a questão da ética circunstancial. Fletcher apoiou as proposições da ética circunstancial. Depois de definir os legalistas como indivíduos presos a princípios imutáveis, que inclui a lei de Deus, e os antinomianos como os indivíduos que vivem sem princípios, propôs o que chamou de uma postura de meio-termo – o situacionismo – que, segundo ele, abrange coisas tipicamente corretas a serem feitas. No entanto, recusou-se a aceitar um padrão absoluto do que é correto alegando que o único valor de primeira ordem é o amor ágape. Assim, o adultério pode, às vezes, ser melhor do que a castidade, a mentira melhor do que a verdade, o furto melhor do que respeitar a propriedade particular alheia. Em todas as decisões, o fim justifica os meios, pois, de acordo com o situacionismo, não há princípios morais normativos. Em contrapartida, Montgomery argumentou a favor dos valores absolutos, demonstrando alguns dos perigos enfrentados pelo situacionismo. Entretanto, Montgomery concordou que às vezes somos forçados a escolher um mal menor para evitar um mal maior. Mas ao contrário de Fletcher, que afirmou que tal ação seria correta por ser a melhor decisão diante de uma si J. Fletcher e J. W. Montgomery, Situational Ethics, Bethany Fellowship Inc., 1972.

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tuação específica, Montgomery declarou que se tal erro tiver de ser cometido, o indivíduo ainda assim estará errado e necessitará do perdão de Deus. Nem Fletcher e nem Montgomery apresentaram a resposta correta para os cristãos confrontados por decisões morais difíceis. É verdade que os não-cristãos podem se encontrar com certa frequência em circunstâncias em que tenham que escolher entre dois males. Mas, será que o mesmo ocorre com o cristão? Pode ser que o cristão tenha que enfrentar situações em que tanto uma consequência quanto a outra seja totalmente indesejável, exemplos perfeitos de conflitos evitamento-evitamento. Porém, é inconcebível que Deus permita que Seus filhos sejam colocados numa situação em que sejam forçados a transgredirem a Sua lei ou a praticarem o mal. Deus permite que os Seus filhos sejam severamente provados, mas somente segundo a capacidade de cada um, no poder e na força de Jesus Cristo, para vencer a tentação de violar a santa lei de Deus. Não nos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar (1 Coríntios 10:13). Essa promessa enfatiza que nenhum filho de Deus enfrentará provações além do nível de tolerância pessoal. Indica também que Deus proverá um meio para que os Seus filhos, por meio da fé, encontrem uma saída para o conflito aparentemente insolúvel. Essa promessa está em harmonia com a saudação de Judas: “Àquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com exultação, imaculados diante de Sua glória” (Judas 24). Deus nunca permitirá que Seus filhos enfrentem conflitos que exijam um ato pecaminoso, como também jamais permitirá que enfrentem um conflito que esteja além da capacidade de tolerância. Embora Deus permita que Seus filhos sejam severamente provados, prometeu colocar à disposição do cristão fiel o poder e a força de Jesus Cristo para resistir à tentação. Assim, voltamos à declaração anterior de que todos os seres humanos possuem um ponto fra Deus ordenou que Davi escolhesse uma das três possíveis punições para o seu pecado, 2 Samuel 24:12. O povo de Judá pôde escolher entre se render ao cativeiro babilônico ou morrer em Jerusalém, Jeremias 38:2.

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co. Essa afirmação torna-se verdadeira apenas quando o homem escolhe não submeter a sua vida a Deus. Não importa o ponto fraco do cristão, Deus prometeu conceder-lhe força para vencer e subsistir a todas as dificuldades. Ao afirmar que o único valor absoluto é o amor, Fletcher negou que o amor se expressa através da guarda da lei de Deus. Tanto o indivíduo quanto a sociedade sofrem demasiadamente quando as restrições imutáveis são “removidas”. Sem a segurança dos absolutos, o ser humano vagueia num labirinto de incerteza que produz ainda mais frustração e erro. Próximo ao final do último século, as pessoas começaram a rejeitar a crença na imutabilidade da lei de Deus e a se apoiar em costumes sociais. Mesmo assim, nesse período ainda houve uma tendência da sociedade permanecer razoavelmente intacta e a conservar a moralidade. Mas a partir da última parte do século 20, os costumes dominantes passaram a ser os existenciais, em que cada pessoa é a sua própria norma do certo ou do errado, da verdade ou da mentira. Esses costumes existenciais podem ser exemplificados por alguns slongas que vemos por aí: “Faça à sua própria maneira”, “Seja você mesmo”, “Divirta-se”. Tais conselhos deixam o homem como um navio sem o leme numa tempestade em alto mar. O situacionista, apesar de talvez negar os costumes existencialistas, numa última análise tem que deixar a decisão da resposta “certa” para o próprio indivíduo julgar. Se o fim justifica os meios, deparamo-nos com a dúvida: seremos capazes de sempre saber qual será o fim antes de tomarmos uma atitude? Numa situação em que o fim não está claro, o situacionista ficará em dúvida sobre qual atitude será a melhor diante das circunstâncias. Geralmente, as nossas reações ocorrem de maneira tão repentina e espontânea que não temos tempo para pensar nas consequências daquele ato – apenas aqueles que se habituaram a um padrão de vida baseado nos princípios imutáveis de Deus poderão, em tais situações, responder, quase que por reflexo, de maneira coerente com o código moral divino. Em situações em que o melhor provém apenas por meio do engano, enfrentamos o dilema de não sermos capazes de acreditar ou confiar no situacionista. João nos garantiu que Deus é amor: “E nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele” (1 João 4:16). Se o amor é a essência do caráter de Deus, e Ele não pode mudar, de que maneira, então, o amor ágape pode ser Ver João 14:15, 21.

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o único valor de primeira ordem, o único valor absoluto, sendo que o amor de Deus está incorporado em Seus mandamentos? Se o fim justifica os meios, quem determina qual é o melhor fim ou o menos pior? Certamente, esse dilema finalmente levará ao egocentrismo, pois o homem tem a predisposição de buscar os fins que beneficiam mais a si mesmo do aos seus semelhantes. A Bíblia inteira revela que a resposta para as situações conflitantes é a confiança total em Deus. Esse princípio pode ser demonstrado na ilustração já utilizada em que os filhos de Israel se encontravam numa armadilha. O mar Vermelho à frente e o exército egípcio atrás. Um problema insuperável, insolúvel na concepção humana. Mas Deus tinha a resposta para os Seus fiéis. Pela fé, atravessaram o mar Vermelho como por terra seca; tentando-o os egípcios, foram tragados de todo (Hebreus 11:29). Deus tinha a resposta para o conflito que parecia totalmente insolúvel. Analisemos um pouco mais a fundo as experiências dos tempos modernos. Vamos tomar a experiência do bote salva-vidas, apresentada anteriormente. Na Segunda Guerra Mundial, três capelães militares, um católico, um protestante e um judeu, mostraram que não precisaram escolher entre dois males egoístas ao enfrentarem a mesma situação por nós discutida. Os três cederam os lugares no bote salva-vidas e foram pela última vez vistos de mãos dadas seguindo o exemplo de Jesus num ato supremo de abnegação ao dar a Sua vida para que outros pudessem obtê-la. O ato abnegado dos três capelães foi celebrado por meio de um selo postal, mas o maior reconhecimento terá proporções eternas. A resposta para as barreiras que podem produzir uma frustração esmagadora, certamente é o desenvolvimento de uma confiança total em Deus para fazer por nós aquilo que é impossível que façamos por nós mesmos. A Palavra de Deus nos garante diversas vezes que o povo de Deus viverá pela fé. Essa fé pode ser desenvolvida ao recordarmos a maneira como Deus removeu as barreiras intransponíveis no passado. E que mais direi? Certamente, me faltará o tempo necessário para referir o que há a respeito de Gideão, de Baraque, de Sansão, de Jefté, de Davi, de Samuel e dos profetas, os quais, por meio da fé, subjugaram Ver Habacuque 2:4; Romanos 1:17; Gálatas 3:11; Hebreus 10:38.

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reinos, praticaram a justiça, obtiveram promessas, fecharam a boca de leões (Hebreus 11:32-33). A promessa de Deus a Abraão de que teria um filho parecia impossível de ser cumprida, pois Sara já havia passado muito tempo da menopausa. Mas Deus foi capaz de fazer aquilo que para o homem era impossível. A fé é, portanto, uma característica sempre presente do povo de Deus. Se alguém leva para cativeiro, para cativeiro vai. Se alguém matar à espada, necessário é que seja morto à espada. Aqui está a perseverança e a fidelidade dos santos (Apocalipse 13:10). Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus (Apocalipse 14:12). Ao reconhecermos plenamente que não há nenhuma barreira impossível para Deus e que cada barreira representa outra oportunidade para crescermos na fé, responderemos ao convite divino: “Entreguem todas as suas preocupações a Deus, pois Ele cuida de vocês” (1 Pedro 5:7, NTLH). João nos garantiu: “Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1 João 5:4). Essa promessa é a certeza de que cada barreira e situação conflitante que enfrentarmos poderá ser resolvida ao ser colocada pela fé nas mãos de Deus. Talvez, não exista nada mais crucial do que responder às situações indutoras de frustração seguindo o conselho de Tiago: “Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando” (Tiago 1:6).

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Situações de Conflito

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Conflito Aproximação-Aproximação

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uma sala destituída de qualquer outra mobília a não ser um tapete e algumas almofadas, um grupo de doze pessoas está envolvido na terapia de Encontro. A terapia estende-se por alguns dias, com sessões diárias de duas horas. A idade dos participantes varia desde a adolescência até a terceira idade. Devido à duração da sessão, todos os participantes residem na mesma região. O programa não é estruturado. O grupo concentra as atividades na descoberta e na expressão destemida de seus sentimentos, emoções e atitudes. A franqueza do grupo aumenta a cada sessão e, muitas vezes, a expressão emocional se intensifica. A força emocional de alguns é elevada a ponto de ruptura. Há poucas restrições evidentes quanto ao que o grupo pode fazer ou dizer. Talvez a maior restrição seja a proibição de atos que envolvam a violência física. Há uma ênfase crescente em formas de expressão desinibidas e, não raramente, em algumas das sessões mais extremas da terapia de Encontro e Sensibilidade, o grupo é encorajado a interagir em estado de nudez completa. Isso começa quando o líder do grupo indica que se sente “muito mais confortável sem a inibição da roupa”. Os proponentes do grupo de Encontro afirmam com toda certeza que o ambiente livre e desinibido das sessões, psicologicamente, promove grande vantagem terapêutica. Entretanto, cada vez mais são levantadas sérias dúvidas a respeito dos resultados produtivos dos grupos de Encontro. Uma das pesquisas que levantou mais dúvidas a respeito da efetividade do grupo de Encontro e Sensibilidade foi a pesquisa realizada por Diana Hartley, Howard Roback e Steven I. Abramowitz da Vanderbilt University. Os pesquisadores apresentaram evidências impressionantes que questionam seriamente o valor terapêutico dos grupos de Encontro e apontam muitos equívocos do pro Diana Hartley, H. B. Roback, S. I. Abramowitz, “Deteriorative Effects in Encounter Groups”, American Psychology, v. 31, março de 1976, pp. 247-255.

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grama. Segundo eles, até mesmo os programas mais conservadores, como o programa National Training Laboratory iniciado em 1947 ou os Grupos de Encontro Básico de Carl Roger iniciado em 1967, geram sérias repercussões ao longo das sessões. Um dos experimentos mais impressivos e controversos do método do grupo de Encontro foi realizado por William C. Schutz no programa Esalen no Big Sur, Califórnia, nos Estados Unidos. Em seu livro , Schutz explicou alguns dos princípios básicos do Encontro e também apresentou um breve histórico do desenvolvimento desse programa. Muitos líderes cristãos sentemse cada vez mais atraídos pela metodologia dos psicólogos de Encontro, por isso é importante examinar os problemas dessa terapia, a sua base filosófica e os efeitos relacionados. O Encontro é um método de relação humana. Envolve franqueza, honestidade, autoconhecimento, autorresponsabilidade, conhecimento do corpo, atenção ao sentimento e ênfase no aqui e no agora. Schutz vai além ao afirmar: “O Encontro é educação e religião, pois procura criar condições que levam ao uso mais satisfatório das capacidades pessoais” (W. G. Schutz, Elements of Encounter, p. 5). A fim de não ficarmos confusos com a referência que faz a respeito da experiência religiosa, essa afirmação deve ser colocada ao lado de outra expressada pelo mesmo autor: “O Grupo de Encontro é uma forma desmitificada e secularizada, ou um estilo de encontro e comunidade interpessoal, familiar aos historiadores do pietismo protestante” (Ibid., p. 8). Mais tarde, Schutz fez uma suposição perigosa: “Uma ameaça que percorre a história do Encontro é claramente religiosa. A hipótese de que Deus encontra-se no interior do homem, ou que trabalha de seu interior, que o homem é um veículo que expressa Deus, é um tema comum. À medida que ganho mais experiência com o Encontro, torna-se cada vez mais claro que o objetivo proposto pelo Encontro de perceber o potencial do indivíduo é virtualmente idêntico ao objetivo religioso de encontrar o Deus interior” (Ibid., p. 8). A psicologia de Encontro tem a sua base profundamente fortificada no misticismo das religiões antigas e orientais, como também no misticismo filosófico como a yoga, nas artes marciais dos chineses e dos japoneses, nos William G. Schutz, The Elements of Encounter, 1973.

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Grupos de Encontro e Sensibilidade e o Cristianismo 71 grupos pentecostais do cristianismo, nos misticismos e na psicosíntese mulçumana. Como se isso não bastante, Schutz declarou ainda: “A Cultura de Encontro segue a contracultura” (Ibid., p. 24). A ligação do Encontro com princípios filosóficos e psicológicos perigosos torna-se muito aparente ao analisarmos mais profundamente as raízes do movimento. Muitos enxergam o Encontro como provavelmente o primeiro passo para se beneficiar da energia do Universo – um passo em direção à realização da plenitude espiritual do indivíduo, muito semelhante às crenças das religiões orientais. O físico e os sentimentos são constantemente enfatizados. Essa ênfase é colocada numa progressão natural que está de acordo com a ênfase de Sócrates sobre o encontro intelectual. A terapia de grupo, nos tempos modernos, originou-se há mais de cinco décadas sob a direção do psicólogo de campo, Kurt Lewin, que, em 1947, fundou os primeiros Grupos de Treinamento (grupos T). Desde então, o conceito de dinâmicas de grupo cresceu com muita rapidez e tomou muitas formas diferentes. Fundamentalmente, a ênfase sobre a consciência pessoal, a autoexpressão, o que é físico e o que expressa as emoções tornou-se dominante. Talvez, ninguém mais tenha dado maior crédito ao movimento do grupo de Encontro do que Carl Rogers, que chegou a ponto de dizer que é a invenção social mais importante do século 20. Utiliza-se uma grande variedade de técnicas na maioria das sessões de Encontro, como a comunicação não verbal, o psicodrama, a fantasia, a passagem, a meditação, a yoga, as artes marciais orientais e a psicosíntese (que lida com a pessoa por inteiro, inclusive o espírito). Alega-se que tais encontros desinibidos removem os bloqueios psicológicos de forma que o indivíduo passa a fluir naturalmente. Alega-se ainda que a sociedade baseia-se no engano, no mascaramento dos sentimentos e na rejeição do corpo. A ênfase é no aqui e no agora, na realização das potencialidades plenas do presente. Essa ênfase possui um impacto persuasivo sobre a pessoa que está enfrentando o estresse emocional e a pressão psicológica. Infelizmente, muitos líderes de igreja e pastores apressaram-se para estabelecer grupos de Sensibilidade aceitando inquestionavelmente o argumento de que possuem relevância religiosa. Contudo, há muitos enganos perigosos que fazem parte da filosofia do grupo de Encontro. Por exemplo, se todos os outros integrantes do grupo decidirem tirar a roupa, o centro da atenção repousará sobre o indivíduo

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que resistir ou decidir não fazer o mesmo. Sob tais circunstâncias, a pressão do grupo poderá forçar a decisão do indivíduo, especialmente se for uma pessoa insegura. Perguntas como: “Quais são as suas preocupações emocionais?”, “Quais são as suas inibições?”, “Por que sente vergonha do seu corpo?”, começam a penetrar a mente perturbada do integrante do grupo que não quis acompanhar a decisão da maioria. Na verdade, em raríssimos casos o indivíduo resiste a esse tipo de pressão. Assim, o grupo estabelece os seus próprios costumes e aquele que não se conformar com eles, de certo modo, será marginalizado, pois, na maioria dos casos, os próprios integrantes do grupo sofrem de comportamento inadaptado e de problemas emocionais. É evidente que a pressão para a conformidade dentro do grupo torna-se quase opressora. Denominamos essa pressão de tirania de grupo. Os grupos de Encontro e Sensibilidade baseiam-se na concepção do homem em conformidade com a visão pagã grega da bondade inata: de alguma forma no interior do homem reside a habilidade de encontrar as respostas para os seus próprios problemas. Se o homem for livre o suficiente, se as forças sociais inibidoras forem destruídas, o homem terá vida plena e completa. A ênfase está em fazer aquilo que é natural e livre. Essa ênfase contrasta-se com o ensinamento bíblico de que o homem nasce com a predisposição de escolher caminhos que o levam para longe de Deus, de que o homem natural não pode se tornar um ser completo e não pode ter uma personalidade plenamente desenvolvida. Segunda a Palavra de Deus, somente através da experiência do novo nascimento, ocasião em que se une a Deus, o homem pode atingir a plenitude de suas potencialidades. Para uma pessoa emocionalmente perturbada, é impossível aceitar a franqueza dos outros integrantes do grupo. A expressão de antipatia por parte dos demais em relação a ela, as críticas a respeito de sua aparência, de sua forma de agir e de falar, resultarão em sérias implicações emocionais. Tal franqueza, mesmo disfarçada de ajuda, é o uso impróprio da verdade e é absolutamente contrária ao amor que deve ser demonstrado ao próximo. A filosofia cristã de que devemos enxergar o melhor em nosso semelhante, que não devemos julgar e nem condenar, não faz parte de tal interação de grupo. Há uma ênfase acentuada na expressão das emoções, incluindo a emoção agressiva da raiva, que é incompatível com a filosofia cristã do amor. Melhor é o longânimo do que o herói de guerra, e o que domina o seu espírito do que o que toma uma cidade (Provérbios 16:32).

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Grupos de Encontro e Sensibilidade e o Cristianismo 73 A teoria do grupo de Encontro e Sensibilidade coloca o “eu” no centro da questão – os sentimentos próprios, as necessidades próprias e o corpo – tornam-se o assunto principal abordado na terapia. Essa filosofia é totalmente incompatível com o conselho da Palavra de Deus de crucificar o “eu” e morrer diariamente! É impossível para alguém ativamente egocêntrico encontrar a segurança emocional e a paz. A pessoa que possui um ego ativo fragiliza-se diante de cada crítica, diante do sucesso alheio, diante daqueles que discordam de suas ideias e daqueles que são exaltados acima dela. Portanto, é inevitável a ocorrência de tantos infortúnios, pois o ser humano, em vez de ser restaurado para uma vida emocionalmente estável, sofre temporariamente e, em alguns casos, permanentemente, de colapsos emocionais. A psicologia do grupo de Encontro e Sensibilidade encoraja os participantes a expressarem todos os sentimentos e as situações mais secretas de sua vida. Obviamente, não há o reconhecimento do pecado e, assim, enfatiza-se a verbalização de todos os pecados mais secretos da vida de cada um. Essa franqueza tende a gerar o problema da culpa, que poderá ser resolvido apenas pelo perdão que vem da confissão e da renúncia do pecado por meio do poder de Cristo. Não há dúvidas de que a igreja cristã possui uma função importante a ser desempenhada em dinâmicas de grupo de comportamento. A Bíblia nos encoraja a não esquecer o valor da comunhão entre os cristãos. Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima (Hebreus 10:25). Uma terapia muito positiva provém da comunhão entre os cristãos. Além do fortalecimento espiritual, essa comunhão também pode promover o fortalecimento emocional. Esse fortalecimento não provém de dinâmicas de um programa como a terapia de Encontro, mas do ato de orar em grupo e ajudar-se mutuamente. Na terapia cristã, a ênfase não está no homem, mas em Cristo, o Redentor. Seu amor imaculado e Seu poder proporcionam força e vitória, restauram e promovem a paz, motivam o altruísmo que oferece ao próximo a esperança e a promessa de uma vida plena aqui e no porvir.

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fundamento moderno da hipnose originou-se na pesquisa e nos escritos de Anton Mesmer (1734-1815), um místico e médico austríaco. Após estudar teologia e medicina nas universidades de Ingolstadt, na Alemanha, e de Viena, na Áustria, Mesmer passou a investigar profundamente a influência das estrelas na saúde e no comportamento humano. Crendo que essa influência era exercida por meio do poder de um fluido invisível, Mesmer convenceu-se de que havia uma cura especial no magnetismo – uma força que permeia todo o Universo. Na metade da década de 1770, Mesmer atraiu grande interesse, como também grande oposição em seu país natal. Em 1778, foi forçado a deixar a Áustria ao ser acusado por seus colegas de profissão de praticar magia. Mesmer continuou a sua pesquisa, ministrando aulas e escrevendo em Paris, onde atraiu maior interesse ainda. Em 1784, o governo francês nomeou uma comissão de médicos e de cientistas (incluindo Benjamin Franklin) para estudar o que àquela altura havia se tornado conhecido como o mesmerismo, em homenagem ao seu fundador. O relatório foi totalmente desfavorável. Como resultado, Mesmer perdeu muito de seu apoio. Contudo, o mesmerismo ainda hoje continua a atrair grande interesse popular e os livros a respeito do assunto multiplicam-se rapidamente. Mesmer acreditava que a doença era o resultado da falta de magnetismo e que uma pessoa forte e saudável poderia curar uma pessoa doente através de uma massagem rítmica que transferiria a sua força magnética ao paciente. Embora existam muitas evidências de que o estado de transe hipnótica fosse bem conhecido no mundo antigo, a hipnose moderna desenvolveu-se grandemente devido ao trabalho de Mesmer. A hipnose geralmente é definida como um transe ou um estado de sonolência induzido por outra pessoa. A maioria dos pesquisadores dessa área relaciona a hipnose à sugestão e apontam uma

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relação direta entre a capacidade de influência por sugestão e a facilidade com que cada um pode ser hipnotizado. Uma reflexão casual confirmará que alguns seres humanos são pessoas fortes e independentes e outros tendem a ser dependentes e necessitados de um apoio humano significativo. Essa diferença, evidentemente, não é uma dicotomia, pois existe uma sequência contínua entre os dois extremos. Geralmente, defende-se que quanto mais dependente uma pessoa for, mais suscetível será à sugestão hipnótica. A sugestão é comum em todos os aspectos da vida. É utilizada muitas vezes pelos pais em relação aos filhos. Por exemplo, o pai, antes de se retirar para dormir, utiliza com frequência a sugestão para que o filho pequeno, num estado de sonolência, faça xixi, na tentativa de evitar que molhe a cama mais tarde. Na hipnose, a criança pode ter ou não alguma recordação da situação, dependendo do grau de sonolência mantido durante o ato de urinação. As propagandas dependem muito da sugestão, como também um amplo espectro de outras atividades humanas. Entretanto, a hipnose é diferente. Trata-se de um estado induzido pelo homem, destinado a aumentar sobremaneira a predisposição do indivíduo à sugestão e à influência. Embora as definições de hipnose sejam variadas, a maioria inclui a visão de que a hipnose é o resultado da supressão funcional das áreas referentes ao córtex cerebral (consciência), importante para a inibição, para a tomada de decisão, para a escolha e para o controle. Essa supressão permite que a função sub-cortical – ou outras funções mais básicas do cérebro – domine, fazendo com que outra pessoa controle o comportamento do indivíduo através do processo da sugestão. O estado hipnótico geralmente é induzido pela repetição, sugestões monótonas ou outras formas de estimulação auditiva. Há uma grande discussão com relação ao grau de controle que a hipnose possui sobre o indivíduo, mas obviamente muito dependerá da profundidade alcançada no estado induzido de transe. No passado, alguns afirmaram que o indivíduo sob o efeito da hipnose não responde a nenhuma sugestão que seja contrária ao seu próprio código moral. Porém, essa afirmação é extremamente duvidosa, pois os centros de inibição ou de tomada de decisão do cérebro são enfraquecidos durante a hipnose. A auto-hipnose, estado hipnótico autoinduzido, também tem recebido muita atenção. Resulta da redução autoimposta das funções corporais, como o batimento cardíaco e a respiração, que ocorre quando o indivíduo concentrase em certo estímulo áudio e/ou visual. Na auto-hipnose, ou hetero-hipnose, o indivíduo afasta-se psicologicamente da realidade e, provavelmente, o processo inibitório e o processo de tomada de decisão também sejam afetados.

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Tanto a hipnose quanto a auto-hipnose são amplamente praticadas nas religiões pagãs e orientais. A auto-hipnose também é muito praticada nas culturas primitivas da África e das Índias Ocidentais e é provável que seja a causa da morte ocasionada pela perfuração de ossos praticada pelos aborígines australianos. Na Malásia e em Singapura, os hindus indianos celebram um festival anual chamado Thaipusam. Nesse festival religioso, os devotos passam varas compridas de dois centímetros e meio de diâmetro pelas bochechas. Outros prendem ganchos enormes nas costas. Neles amarram cordas e puxam carroças. Ainda outros carregam estruturas coloridas na cabeça e nos ombros, chamados de kavadis. Desses kavadis saem inúmeras cordas unidas por pequenos anzóis. Esses anzóis são acoplados a anzóis de pesca grandes inseridos no peito e nas costas do devoto. Tudo isso é feito como penitência ou como ação de graças para a deusa da misericórdia. Vários objetos metálicos são depositados num templo particular onde os participantes são sujeitos a um estado de transe por meio de um mantra rítmico cantado pelos sacerdotes hindus. A partir daquele local, os devotos caminham quase cinco quilômetros, parando muitas vezes para dançar em frente às várias tendas que tocam música religiosa hindu. A peregrinação pode levar muitas horas sob o calor intenso do sol tropical. A auto-hipnose também atingiu grande sucesso entre os iogues da Índia e aparentemente foi disseminada como uma ferramenta básica para a meditação transcendental. Há muitas pessoas que enxergam a hipnose como o fundamento da acupuntura, método desenvolvido pelos chineses antigos para a restauração da saúde através do estímulo e da pressão das áreas do nervo periférico, que julgavam possuir uma relação direta com certos órgãos do corpo. Assim como Mesmer, os acupunturistas chineses viram uma relação astrológica entre o céu estrelado e o microcosmo do organismo humano. A teoria da união dos opostos incrustada no conceito chinês do yin e yang também está profundamente embutida na prática da acupuntura. Surpreendentemente, assim como a yoga, a meditação transcendental e outras formas de misticismo oriental, a acupuntura também foi aceita destemidamente por muitas pessoas do mundo ocidental. Desde a Primeira Guerra Mundial, a hipnose atraiu o interesse e a aceitação mundial, especialmente na área médica e psicológica. Esse interesse resultou no aumento da respeitabilidade do estudo da parapsicologia – estudo do com-

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portamento sobrenatural humano, imbuído de muito misticismo e envolvido profundamente com a percepção extrasensorial, a clarividência, a necromancia, o espiritismo, a feitiçaria, o satanismo e as predições. Esse estudo tem sido promovido em muitas universidades, inclusive em instituições de prestígio como a Duke University. A utilização da hipnose como analgésico, ou como outras formas de terapia, ganhou muito crédito na ocasião em que muitas associações médicas nacionais, incluindo a Inglaterra e os Estados Unidos, aceitaram-na como uma forma terapêutica válida entre os anos de 1950 e 1960. A utilização da hipnose por cirurgiões dentistas e médicos é bem conhecida, com muitas declarações de que esse método é bem menos perigoso e agressivo do que os anestésicos tradicionais. A hipnose também se tornou um instrumento popular entre os psicólogos e psiquiatras para determinar, especialmente, os eventos causais profundos e recentes geradores de colapso mental. Relacionado ao grande aumento do interesse e do prestígio pela hipnose está o desenvolvimento de programas de controle da mente. Tais programas alegam que elevam os processos mentais, expandem as potencialidades intelectuais humanas e destravam as capacidades cerebrais de tal forma que promovem uma melhora significativa na vida do estudante. Geralmente, esses programas começam explicando que os seres humanos utilizam durante a vida apenas uma pequena porcentagem da capacidade cerebral e que o programa foi desenvolvido para abrir novas dimensões e ultrapassar as fronteiras. A lógica aparente dessa afirmação tem como objetivo ganhar a aceitação até mesmo do aluno mais cético. Não raramente, programas como esse rapidamente entram na área do espiritismo solicitando ao aluno que, primeiramente, imagine que possui um conselheiro a quem pode fazer perguntas de alto nível. Mais tarde, esse conselheiro “imaginário” torna-se real e o elemento crucial do programa de expansão da mente. Os alunos logo se encontram emaranhados num estilo de vida jamais imaginado antes. Muitas vezes, os programas evoluem em direção às áreas espiritualistas, como a projeção astral (ocasião em que o espírito supostamente deixa o corpo por um tempo – um ato que dizem acrescentar uma dimensão nova e maravilhosa à vida). Há algumas histórias assustadoras em que o espírito deixa o corpo e, depois, não consegue mais encontrá-lo, gerando, assim, um estado de pânico intenso. Um dos programas mais populares de expansão da mente é o Silva Mind Control Program, que alcançou um sucesso sensacional nos Estados Unidos e em outras partes do mundo. O programa foi iniciado por um mexicano desconhecido, José Silva, e atraiu a atenção de milhares de pessoas.

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Quer seja a hipnose, o controle da mente, ou outra forma de fenômeno parapsicológico cujas raízes encontram-se no paganismo antigo, o cristão deve estar alerta e sempre vigilante para perceber o perigo mental e espiritual que representam. O homem foi criado com o poder de pensar, decidir e escolher. Esses são os poderes concedidos por Deus ao homem que mais refletem as características divinas. O Senhor não projetou duas pessoas para pensarem da mesma forma. A individualidade é um dos dons mais preciosos que Deus confiou ao homem e todo esforço deve ser feito para assegurar que esse dom não seja destruído ou seriamente prejudicado. Embora muitas pessoas esperem que a hipnose ou o controle da mente aprimore aspectos importantes da vida, a submissão da mente a outra pessoa causará sérias implicações. Depositar a confiança no julgamento de outro ser humano é o mesmo que depositar a confiança na imperfeição e rejeitar a confiança que deveria ser depositada somente em Deus. Bem-aventurado o homem que põe no Senhor a sua confiança e não pende para os arrogantes, nem para os afeiçoados à mentira (Salmo 40:4). Melhor é buscar refúgio no Senhor do que confiar no homem (Salmo 118:8). Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do Senhor (Jeremias 17:5). Deus nos aconselha a depositarmos a nossa confiança somente nEle. Nossa mente é um presente de Deus a ser desenvolvida sabiamente a fim de cumprir aos Seus propósitos e crescer em Sua graça. O apóstolo Tiago aconselhou claramente: “Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida. Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento” (Tiago 1:5-6).

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A mente do homem foi criada para estar em comunhão com Deus. Qualquer relacionamento humano que de alguma forma limite essa comunhão, não importa o quão convidativo possa ser, levará à perda espiritual, intelectual e emocional. Um dos maiores perigos da utilização da hipnose é a falta de conhecimento de quais processos psicológicos ocorrerão no indivíduo que aceitar submeter a mente a outra pessoa. Até mesmo para os chamados “propósitos terapêuticos” da medicina e da psicologia, a hipnose deve ser rejeitada pelo cristão. Comportamentos recorrentes formam o hábito. A submissão à hipnose gera o hábito de submeter a mente a outra pessoa e, simultaneamente, enfraquece os poderes independentes do indivíduo. Satanás procura ansiosamente controlar a mente do homem. Apesar de não ter acesso direto à mente humana, utiliza todas as sutilezas possíveis para enfraquecer e distrair as capacidades intelectuais do homem para que seja incapaz de refletir a mente de Cristo. É seu propósito que a mente do homem seja tão destruída que se torne incapaz de seguir a Deus e escolher fazer aquilo que é certo. Embora Satanás não possa controlar a nossa mente sem o nosso consentimento, pode obter acesso quando a mente for submetida aos propósitos de outro ser humano. Assim, Satanás atinge o seu propósito através das práticas de controle da mente. As advertências em relação ao controle da mente também são relevantes aos pais. Nos meses iniciais da vida do filho, os pais tendem a controlar a criança e, por isso, correm o perigo de controlar excessivamente a vida do filho ao longo de sua existência. Contudo, uma das maiores responsabilidades colocadas sobre os pais é a de educar a criança a pensar por si mesma e a tomar decisões sábias. Os efeitos prejudiciais da hipnose e do controle da mente são inimagináveis. No entanto, o aconselhamento humano saudável possui um papel genuíno e valioso. O encorajamento é importante para elevar o espírito dos que se sentem abatidos. O aconselhamento em grupo geralmente é vantajoso, mas deve ser claramente distinguido das circunstâncias em que uma mente controla a outra. A admoestação de Paulo apresenta a melhor sabedoria para aqueles que buscam a potencialidade plena de suas capacidades intelectuais: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Filipenses 2:5). Ver capítulo 22 intitulado “A Infância”.

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12 Os Perigos do Aconselhamento

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o longo das últimas décadas, o campo do aconselhamento cresceu assustadoramente, tornando-se uma indústria multimilionária com um número crescente de novos conselheiros para atender a multidão incontável de homens, mulheres, jovens e crianças que sofrem das mais variadas formas de problemas emocionais. A igreja cristã rapidamente assumiu esse papel, especialmente ao notar que mais e mais pessoas buscam o conselho de psicólogos e psiquiatras e deixam de lado o auxílio pastoral que tradicionalmente desempenhava essa função. Essa tendência tem levado muitos pastores a buscarem treinamentos mais profundos nessa área e a desenvolverem técnicas de aconselhamento em seu ministério pastoral. O aconselhamento não é uma inovação, pois há muitos exemplos de conselhos dados no Antigo e no Novo Testamento. No ministério de Cristo, por exemplo, homens como Nicodemos e o jovem rico foram ao encontro de Jesus em busca de um conselho direto para orientá-los em sua vida pessoal. Sem dúvida, é importante que homens e mulheres aconselhem-se a fim de se animarem mutuamente e de orientarem os passos no caminho da justiça. Porém, há sérios perigos no aconselhamento, especialmente numa época em que muitos pastores tendem a concentrar a ênfase de suas atividades nessa área de atuação. Precisamos estar cientes de alguns dos perigos relacionados a esse trabalho, tanto para o conselheiro quanto para a pessoa aconselhada. O papel principal e essencial de cada cristão é aprender a depender completamente de Cristo e não do próprio homem. Deus é quem deve ser consultado a fim de nos ajudar a compreender um dever individual. É verdade Ver João 3:1-21. Ver Mateus 19:16-22.

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Os Perigos do Aconselhamento 81 que os irmãos precisam aconselhar-se, mas considerando que devem sempre buscar o aconselhamento diretamente do Senhor. O homem corre o risco de receber o conselho de outro homem e, com isso, descartar o conselho de Deus. Esse risco é o primeiro perigo do aconselhamento. Intencionalmente ou não, o conselheiro pode levar a pessoa a apoiar-se nele em vez de levá-la a apoiar-se em Deus. Até mesmo o conselheiro mais dedicado nunca poderá tomar o lugar de Deus. O homem passou a ter uma tendência crescente de buscar o conselho de outros homens em vez de procurar os conselhos de Deus. Em muitos casos, tal dependência debilita a estabilidade espiritual e emocional da pessoa aconselhada, pois se sente tão dependente do conselheiro que muitas vezes, ao separa-se dele, sente-se perdida, vazia e amedrontada, consequências da dependência total que desenvolveu por outro ser humano. Esse perigo pode ser evitado se o conselheiro enfatizar que é incapaz de resolver qualquer uma das questões levantadas, mas que direcionará a pessoa aconselhada para o verdadeiro Consolador e para a Sua Palavra. Acima de tudo, o objetivo do conselheiro deve ser desviar a pessoa aconselhada dos homens e levá-la para Deus ajudando-a a expor os problemas ao Senhor em vez de expô-los ao homem. Quando houver qualquer indicação de que a pessoa esteja desenvolvendo uma dependência pelo conselheiro, este deve imediatamente, em amor, ajudar a pessoa aconselhada a se aproximar de Deus e a buscar no Senhor a força e a segurança de que precisa. Todo conselho deve ser dado no temor e no conhecimento de Deus. Todo esforço deve ser feito para ajudar a pessoa ver a Cristo como o único Ser em que pode confiar plenamente e levar os seus problemas. Infelizmente, hoje alguns seres humanos que se dizem conselheiros cristãos dão conselhos contrários e totalmente opostos aos claros ensinamentos bíblicos. Assim, alguns têm advertido os maridos a se divorciarem das esposas a fim de alcançarem a felicidade. Tal conselho para quebrar votos solenes feitos diante de Deus não provém de nosso Criador. As consequências de se aceitar tal conselho somente geram mais tristeza e instabilidade emocional, pior ainda, causam o distanciamento de Deus. Algumas dificuldades podem ser encontradas quando o indivíduo que busca aconselhamento não é cristão e, talvez, até mesmo se oponha à ideia de que Cristo possui respostas viáveis às suas necessidades. Nessa situação, é necessário agir com bom senso. O conselheiro precisa cuidar para não destruir a relação que estabeleceu com o paciente referindo-se de imediato às respostas

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do cristianismo. Entretanto, essa tática de forma alguma impede o conselheiro de apresentar os princípios baseados na Bíblia. Esses princípios ainda são a melhor resposta para a saúde mental. À medida que a pessoa aconselhada reconhecer o valor desses princípios durante a recuperação, o conselheiro terá a oportunidade de revelar que se trata de princípios divinos. A partir de então, a pessoa aconselhada poderá receber ajuda para desenvolver a confiança em Cristo e nEle depositar todas as suas preocupações. O segundo perigo enfrentado pelo conselheiro é a vaidade. O conselheiro está sujeito a desenvolver facilmente a vaidade conforme mais e mais pessoas procuram o seu conselho e a sua orientação. Esse perigo representa uma ameaça profundamente enraizada no coração do conselheiro, pois a vaidade, nascida do “eu” não subjugado, coloca em risco o seu próprio desenvolvimento cristão. Qualquer homem que tentar desempenhar o papel que Deus jamais confiou a nenhum ser humano encontra-se em sério perigo. Certamente concordaremos que o Senhor é imensamente desonrado quando um ser humano é colocado na posição que Ele deveria ocupar. Somente Deus pode dar conselhos infalíveis e seguros. A vaidade do conselheiro fará com que estimule relacionamentos de dependência com as pessoas que buscam o seu conselho. Além disso, quanto mais as pessoas enfatizarem a sua capacidade de ajudá-las, maior será o risco de tal lisonjeamento levar o conselheiro a caminhos perigosamente improdutivos. O pastor-conselheiro é confrontado por um terceiro dilema. Quanto mais tempo gastar com esse tipo de trabalho, menos tempo terá para a apresentação ativa da comissão evangélica. O pastor não pode se desviar da ordem direta de Cristo: “pregai o evangelho” (Marcos 16:15). Atualmente, temos constatado uma ampliação dos termos do evangelho e daquilo que representa. Mesmo assim, notamos a grande necessidade de redefinição a fim de que seja enfatizado o verdadeiro significado da comissão evangélica. Muitos pastores encontram-se tão envolvidos em trabalhos de ordem administrativa e no ministério de aconselhamento que dispõem de pouquíssimo tempo para a proclamação direta do evangelho e para a ampliação das fronteiras do reino de Deus. É essencial que cada homem chamado para o ministério do evangelho reconheça a sua tarefa principal, a tarefa de contar a homens e mulheres do amor de Jesus e de Sua breve volta. Muitas vezes o pastor encontra-se tão ocupado com a tarefa do aconselhamento que não encontra tempo para realizar o trabalho para o qual foi originalmente ordenado. Outra advertência muito importante é a de Karl

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Os Perigos do Aconselhamento 83 Menninger que conclama os pastores a redescobrirem a sua função no púlpito como o meio mais importante para a cura emocional. Infelizmente, alguns ministros do evangelho convenceram-se de que o aconselhamento é a sua tarefa principal e deixaram o ministério de lado para se dedicarem completamente ao aconselhamento. Será que é possível que em muitos casos a motivação para essa mudança seja a avareza, ao perceberem que o salário do conselheiro secular é muito superior ao salário do ministro? O pastor-conselheiro deve investigar profundamente os seus motivos. Outros ministros são atraídos para o campo do aconselhamento, não porque seja mais lucrativo, mas porque entendem que essa seja a sua função principal durante as visitas que realiza. Esse é o caso do capelão de hospital. A teoria da capelania moderna parece mais preocupada em fazer com que os pacientes e os parentes sintam-se mais confortados com a morte iminente do que com o seu papel principal de preparar as pessoas para se encontrarem com Deus. Confortar os enfermos é, sem dúvida, uma atividade valiosa, mas o capelão jamais deverá perder o senso de sua responsabilidade de apontar o grande Consolador ao paciente e aos familiares. O Hospital Austin, em Melbourne, iniciou o primeiro programa de treinamento de capelania hospitalar da Austrália. A cada nova turma, um dos idealizadores do programa ministra aulas de orientações. Verificou-se que, quase sem nenhuma exceção, os pastores das maiores denominações cristãs acham que ao se tornar um capelão a sua função mudará. Sentem que devem assumir uma função semelhante a do assistente social. Essa função por parte da capelania é totalmente dispensável, pois o Hospital Austin possui um Departamento de Assistência Social de primeira linha. Durante as aulas de orientação, cada pastor é desafiado a reconhecer as terríveis necessidades espirituais dos pacientes que, em sua maioria, estão hospitalizados como consequência direta de escolher caminhos que os levaram para longe de Deus. Todos os pacientes precisam de Jesus. Precisam conhecê-Lo pessoalmente. A tarefa principal do capelão hospitalar deve ser propagar o conhecimento da salvação em Jesus Cristo. Desse conhecimento emanará o conforto e a verdadeira força para enfrentar os tempos de adversidade. Todas as tentativas de atender as crises humanas fora do amor de Cristo estarão condenadas ao fracasso absoluto. Ver capítulo 6 intitulado “A Lei e O Amor”. Ver capítulo 6 intitulado “A Lei e O Amor”.

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A quarta preocupação para com o conselheiro está relacionada às suas próprias necessidades espirituais. Muitas vezes não nos damos conta, mas o conselheiro precisa proteger as entradas da alma tão zelosamente quanto as pessoas que aconselha, e talvez até mais. Devido ao estilo de aconselhamento oferecido hoje, o conselheiro frequentemente depara-se com pessoas que verbalizam os detalhes mais vívidos de sua vida de pecado e de imoralidade. O desenvolvimento espiritual do conselheiro é debilitado ao ouvir diariamente tal conversa espiritualmente corrosiva e, como resultado, o seu próprio destino eterno pode estar correndo sérios perigos. Tornar-se um confidente de outros seres humanos hoje é muito fácil, mas Deus nunca depositou tal responsabilidade sobre o homem. Isso deve ser evitado a todo custo, apontando aos pacientes a Fonte do verdadeiro perdão. Mesmo se o aconselhamento não envolver a discussão direta da transgressão, uma conversa que aborda temas de desânimo e depressão, de lutas e de dificuldade, dificilmente animará a pessoa aconselhada ou o conselheiro. Além disso, os problemas existentes raramente serão resolvidos através de uma conversa assim. Quinto, a ânsia de receber tanto aconselhamento, especialmente entre os professos cristãos, pode ser um dos sintomas da falta de fé tão presente em nossa época. Homens e mulheres, esmagados pelas exigências da vida, necessitados da única paz que traz contentamento, procuram o auxílio dos semelhantes e a orientação humana para estruturar a vida. A Bíblia possui o verdadeiro remédio para a falta de fé, mas esse remédio encontra-se em estado de escassez na vida dos cristãos a cada dia que passa. Portanto, a fé vem por ouvir a mensagem, e a mensagem vem por meio da pregação a respeito de Cristo (Romanos 10:17). Os ministros devem fazer grandes esforços para levar a congregação a estudar diligentemente a Palavra de Deus, a verdadeira base da vida cristã e do desenvolvimento espiritual. Se hoje os seres humanos carecem de algo, carecem de fé. Essa carência gera a desilusão, o estilo de vida independente de Cristo e o declínio espiritual. Quanto mais falarmos da fé e da confiança e as praticarmos, mais elevada e completa será a vida. A função do aconselhamento, na maioria das vezes, entra em conflito com a necessidade vital de apresentar claramente o testemunho da Palavra de Deus. O conselheiro depara-se com dois ensinamentos conflitantes: o ensi-

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Os Perigos do Aconselhamento 85 namento bíblico que lhe diz para amar o pecador, mas apontar o pecado e o ensinamento do aconselhamento moderno que lhe diz para aceitar a pessoa aconselhada e o seu comportamento procurando ajudá-la a se sentir bem e confortável com o seu comportamento, sem alterá-lo. Infelizmente, na maioria das vezes o conselheiro escolhe seguir o último ensinamento, que resulta na rejeição de um dos ministérios mais importantes, o ministério da exortação. Os membros sofrem devido a um ministério que falha em definir claramente: “a vida e o bem, a morte e o mal” (Deuteronômio 30:15). Aqueles que dentre nós são ministros ordenados precisam ser lembrados do dever solene que nos foi apresentado no dia de nossa ordenação: A ti, pois, ó filho do homem, te constituí por atalaia sobre a casa de Israel; tu, pois, ouvirás a palavra de Minha boa e lhe darás aviso da Minha parte. Seu Eu disser ao perverso: Ó perverso, certamente, morrerás; e tu não falares, para avisar o perverso na sua iniquidade, morrerá esse perverso na sua iniquidade, mas o seu sangue Eu o demandarei de ti. Mas, se falares ao perverso, para o avisar do seu caminho, para que dele se converta, e ele não se converter do seu caminho, morrerá ele na sua iniquidade, mas tu livraste a tua alma. Tu, pois, filho do homem, dize à casa de Israel: Assim falais vós: Visto que as nossas prevaricações e os nossos pecados estão sobre nós, e nós desfalecemos neles, como, pois, viveremos? Dize-lhes: Tão certo como Eu vivo, diz o Senhor Deus, não tenho prazer na morte do perverso, mas em que o perverso se converta do seu caminho e viva. Converteivos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois por que haveis de morrer, ó casa de Israel? (Ezequiel 33:7-11). Outro grande perigo ocorre quando o conselheiro concorda em dar conselhos, especialmente matrimoniais, às pessoas do sexo aposto. Incontável é o número de pessoas que se encontraram em situações constrangedoras durante tais sessões de aconselhamento. Tal situação já custou a credencial de muitos pastores. Essas circunstâncias são tão perigosas que os próprios pastores deveriam ser aconselhados a evitá-las completamente. Se for necessário dar um conselho matrimonial, esse conselho deve ser dado no temor do Senhor na presença dos dois cônjuges. Se a presença dos dois não for possível, então o cônjuge do conselheiro deve estar presente durante a sessão.

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A verdadeira resposta para os problemas sociais, emocionais e espirituais não pode ser encontrada no próprio ser humano, mas somente em Cristo. Na maioria dos casos, o aconselhamento busca encontrar respostas dentro do próprio indivíduo. É preciso reavaliar o papel do conselheiro, a sua efetividade e as suas limitações para que o aconselhamento verdadeiramente cristocêntrico atinja seu valor máximo na vida da pessoa necessitada. Talvez, os esforços mais produtivos do conselheiro sejam encorajar a pessoa aconselhada a pensar e falar positivamente evitando a verbalização do desânimo e a descrição exagerada das provações e dos problemas, que apenas aumentaram e reforçaram as emoções negativas. Quanto mais o conselheiro ajudar a pessoa aconselhada a exercitar a fé e a confiança em Deus, mais completa e perfeita será a solução dos problemas e maior será a habilidade do conselheiro de ingressar em canais produtivos.

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13 A Terapia Cristã Muitas teorias alegam apresentar os princípios básicos para a saúde mental. Porém, a declaração feita por Paulo em uma de suas cartas a Timóteo certamente ainda é relevante. Paulo afirmou que Deus nos concedeu poder, amor e equilíbrio mental. Pois Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio (2 Timóteo 1:7, NVI). Outras traduções utilizam o termo moderação em vez de “equilíbrio”. Esses dois termos, equilíbrio e moderação, estão intimamente relacionados, pois a moderação é a base do equilíbrio mental. As doenças mentais aumentam a cada dia. O número dos lares destruídos também aumenta mais e mais, assim como também os problemas na infância e na adolescência. Deus está disposto a ajudar homens e mulheres a encontrarem a solução para os problemas que levam ao colapso mental. Esses homens e mulheres serão aqueles que tomarão posse da promessa de uma mente equilibrada, que encontrarão segurança em Deus sabendo que o Senhor operará neles uma regeneração espiritual e emocional completa. Essa crença assegura que a Palavra de Deus contém todos os princípios e as orientações necessárias para o homem obter uma mente sã. Essa promessa torna-se, no entanto, muito controversa num mundo em que a Bíblia é, na grande maioria das vezes, rejeitada como a fonte principal para a descoberta dos princípios de saúde mental e dos princípios curativos das doenças da mente. Na verdade, muitos psicólogos e psiquiatras creem que um dos maiores problemas enfrentados pelo ser humano é o problema de viver um falso estilo de vida devido à forquilha da religião. Com isso, tentam

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minar a fé, a confiança na Palavra de Deus e a busca de viver uma vida cristã verdadeira afirmando que tais virtudes são a causa da doença mental. Muitos declaram que a causa mais comum para o colapso mental é o efeito inibidor da religião. Mas será que a relação entre a religião e a doença mental é o resultado do verdadeiro cristianismo? A Bíblia está repleta de promessas de paz que se concretizam na vida do indivíduo realmente convertido. O Senhor sobre ti levante o rosto e te dê a paz (Números 6:26). O Senhor dá força ao Seu povo, o Senhor abençoa com paz ao Seu povo (Salmo 29:11). O efeito da justiça será paz, e o fruto da justiça, repouso e segurança, para sempre (Isaías 32:17). Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em Mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; Eu venci o mundo (João 16:33). O indivíduo que luta com a indecisão entre seguir um estilo de vida contrário a Deus ou os desafios de Cristo para a vida, pode vir a sofrer um colapso mental e, certamente, encontra-se num estado de conflito intenso. Somente através da entrega firme, plena e diária a Jesus Cristo é que poderemos sentir a segurança prometida pela Palavra de Deus. Os efeitos negativos da frustração gerados na batalha pelo domínio da vida – que muitas vezes produzem uma revolta contínua – são, equivocadamente, apontados como a consequência da entrega cristã. Na verdade, esses efeitos evidenciam que o indivíduo ainda não se entregou totalmente ao Senhor. Aqueles que decididamente escolheram se afastar de Deus enfrentam menos conflitos do que aqueles que, apesar de ainda estarem abertos às reivindicações de Cristo, ainda não estão preparados para se submeter completamente a Ele. Assim, o conselheiro cristão deve centralizar os esforços não tanto no comportamento indeciso da pessoa aconselhada, mas em ajudá-la a encon Ver Romanos 7:14-24.

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A Terapia Cristã 89 trar uma maneira de submeter-se a Cristo. Até que essa submissão ocorra, o indivíduo não encontrará realização na vida e será atormentado pela insegurança emocional. A Palavra de Deus não é mais o centro da vida e das práticas como no passado. Pela negligência da Palavra de Deus por parte dos seres humanos, o estudo da Bíblia está perdendo o poder. Não é de admirar que prefiram crer numa forma de divindade que não exija um comprometimento tão profundo. O trabalho, os clubes, a recreação, a televisão e a leitura inapropriada tendem a tomar o lugar da fonte da verdadeira saúde mental que é o estudo da Palavra de Deus mediante a oração sincera e o auxílio do Espírito Santo. Um dos maiores problemas é o fato de que mesmo os psicólogos, os psiquiatras e os conselheiros que professam ser cristãos, em quase todos os casos, seguem precisamente o mesmo tipo de programa utilizado por profissionais seculares. Parece lógico acreditar que até mesmos os melhores programas criados pelo homem, nunca estarão à altura do programa que Deus providenciou para os Seus filhos. Um dos programas mais utilizados pelos centros de saúde mental requer o envolvimento de toda a família na terapia. Esse procedimento é recomendável, contudo a forma com que a família geralmente é envolvida se torna um problema em si. Por exemplo, se o marido apresenta um distúrbio mental intenso, convida-se a esposa e talvez outros membros da família, especialmente os filhos mais velhos, na tentativa de fazer alguma coisa para ajudar o paciente. Muitas vezes essa terapia fundamenta-se nos princípios do L.A.W. – Love (Amor), Assurance (Aceitação) e Worthwhileness (Valorização). Parte-se do pressuposto que o paciente não obteve demonstrações adequadas de amor em casa, cresceu sem a aceitação verdadeira e sentindo-se desvalorizado. O programa é estruturado para restabelecer o amor e aumentar a consciência de aceitação e de autovalorização do paciente. Esses três atributos são importantes para todos nós. O amor desempenha um papel vital no comportamento humano. A aceitação e a valorização são essenciais para o desempenho humano adequado. Entretanto, esses programas apresentam como procedimento comum convidar a família, e talvez até amigos íntimos, para descobrir maneiras em que possam ajudar o paciente a saber que é amado, aceito e que seus esforços são valorizados. Consequentemente, o paciente passa a ser o centro das atenções e o foco do tratamento. Ver capítulo 6 intitulado “A Lei e o Amor”.

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Logo se torna óbvio que os parentes são sempre os últimos a admitir que um membro da família sofre de uma doença mental. Assim, muito antes de o paciente ser levado para o aconselhamento, a família geralmente fez de tudo para tentar aplacar o comportamento inadequado do membro perturbado. Antes de ser encorajado, persuadido e coagido a entrar num consultório, já se desenrolou uma história muito longa de tentativas de acobertar as práticas desequilibradas do membro doente. Quando a família tenta construir a autovalorização do paciente, esse indivíduo torna-se o centro de tudo que acontece no lar. Em vez de ajudá-lo a mudar de comportamento, a atenção em excesso tende apenas a reforçar o comportamento indesejado. Quase sem nenhuma exceção, esses indivíduos há muito tempo já desenvolveram uma insegurança gerada pela baixa autovalorização. Um lar em que falta amor, aceitação e valorização provavelmente contribuirá para formar um adulto com comportamentos inadequados. Porém, o problema não está tanto na falta de amor, apesar de esse ser o problema inicial. O problema central é que as pessoas basicamente aprendem através da imitação. Como resultado, o indivíduo que cresce num lar em que não há demonstrações adequadas de amor, não aprende a amar. Em vez de alcançar outros, desenvolve o desejo insaciável de ser amado. Todos os esforços de homens e mulheres, de amigos e familiares, não poderão ajudá-lo a obter segurança. O que esse indivíduo realmente precisa é aprender a doar-se, a desenvolver a aceitação e a autovalorização focando a atenção no semelhante e não em si mesmo. O envolvimento da família é essencial, não para tornar o paciente o centro das atenções, mas para ajudá-lo a reverter a sua preocupação e comportamento egocêntrico num comportamento altruísta. Não há nada mais eficiente para destruir o amor próprio e, portanto, a autoimagem frágil, do que o amor ao próximo. O ambiente do lar é essencial para oferecer à criança a oportunidade máxima de desenvolver a abnegação. O tempo que os pais passam com os filhos demonstrando carinho, ensinando-os a compartilhar e a se preocupar com os outros talvez seja o tempo mais bem gasto com eles. Esse exemplo de preocupação amorosa combate o interesse egoísta que é inerente a todo ser humano. Há uma grande necessidade de educar as crianças a olharem para além de si mesmas a fim de encontrarem a verdadeira felicidade e contentamento. Também é importante que os pais as respeitem ajudando-as, assim, a desenvolver o autorrespeito. As crianças também devem aprender a respeitar os outros, pois todo o amor cristão baseia-se nesse respeito. Ao se desenvolver, a criança deve ser levada a

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A Terapia Cristã 91 entender que o esforço, a diligência e o sustento próprio também são elementos chave para o autorrespeito. O “eu” é a raiz de todo pecado, que inevitavelmente gera o sentimento de culpa. Não é de admirar que a pessoa insegura com baixa autoimagem sofra gravemente de sentimentos de autoincriminação. Devido a sua própria insegurança, acha muito difícil perdoar e esquecer os excessos cometidos por outros contra ela e tende a nutrir sentimentos que, de forma circular, combatem a autoimagem. Por causa da dificuldade de perdoar, não consegue acreditar que Deus pode e quer perdoá-la. Na grande maioria das vezes, sofre com o medo de ter cometido o pedado imperdoável. Infelizmente, muitos de nós aceitamos uma compreensão errada da culpa. Limitamos a culpa em nosso pensamento a ponto de arruinar a vida emocional. A culpa tem uma função oportuna e importante na vida de todo ser humano. Não deve ser ignorada. Geralmente, tentamos camuflá-la discutindo aproximações não inibitórias. Na verdade, essa estratégia anula o sentimento de culpa, o que produz problemas psicológicos ainda maiores. O cristão cuja vida está estabelecida sobre os princípios de abnegação de Jesus Cristo, que em completo arrependimento coloca o seu fardo sobre o Salvador, encontrará paz, contentamento e segurança em vez de colapso emocional. O verdadeiro conselheiro cristão reconhece abertamente que nem ele e nem seu paciente possuem a resposta para a doença emocional, mas procura Aquele que tudo sabe, leva o paciente a se encontrar com Ele e a conhecer os princípios divinos de segurança humana.

Ver capítulo 7 intitulado “O Problema da Culpa”.

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14 O Sucesso e o Fracasso

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normes pressões sociais para alcançar o sucesso e evitar o fracasso recaem sobre a maioria dos seres humanos desde a infância. Pensase em geral que o sucesso pode ser alcançado somente através da luta pela vitória, notoriedade, fama e aceitação. O fracasso ocorre quando somos derrotados, quando falhamos em atingir arbitrariamente as metas estabelecidas, quando somos rejeitados ou permanecemos no anonimato. A sociedade altamente competitiva é o cenário que abriga a poderosa síndrome do fracasso social. A grande maioria dos conceitos sobre o sucesso envolve ideias de poder, orgulho, exaltação, popularidade, prestígio e bens materiais. Repetidamente, os pais, intencionalmente ou não, bombardeiam os filhos com ambições não santificadas que estimulam e reforçam motivos egocêntricos e minimizam as metas que permitem que a criança enxergue com mais eficiência o sucesso à luz da abnegação. Pensa-se, portanto, que o fracasso ocorre quando não atingimos as metas estabelecidas por nós mesmos ou por outras pessoas, gerando, assim, a frustração, os sentimentos de desvalorização, a culpa e até mesmo a agressividade. Com muita frequência, a avaliação do sucesso-fracasso é determinada através de resultados imediatos. Contudo, a avaliação tardia é geralmente muito mais sábia. Assemelha-se à história do mineiro que escavou várias semanas a procura de ouro sem obter sucesso algum, mas ao perseverar encontrou o veio dourado. Será que o mineiro fracassou nas primeiras semanas de trabalho? Ou será que o empenho e a perseverança que demonstrou foram importantes para atingir a meta final? A crucifixão de Cristo foi aparentemente o maior fracasso da história da Terra, mas em contrapartida foi essencial para o maior sucesso da história humana. Durante o Seu jul-

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O Sucesso e o Fracasso 93 gamento, crucifixão e morte, os discípulos enfrentaram momentos terríveis de angústia, desânimo e aparente fracasso. O sucesso e o fracasso são antônimos, por isso é muito importante examinar as diferenças entre esses dois termos. 1. A abnegação versus o egoísmo Nesta obra, discorre-se muito a respeito da abnegação e do egoísmo. Certamente, esses traços desempenham um papel fundamental para o fracasso e para o sucesso. Paulo explicou o poder do amor: “O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará” (1 Coríntios 13:8). Se, no lugar do amor, a autossuficiência tornar-se a base da motivação, o fracasso será inevitável, apesar de algumas evidências imediatas de sucesso. O egoísmo arruinará o trabalho de todos aqueles que não se consagrarem a Cristo. Esses indivíduos estarão sujeitos ao fracasso porque escolheram confiar em si mesmos. Tal fracasso poderá ser evitado se reconhecerem que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o Seu propósito” (Romanos 8:28). A experiência do rei Nabucodonozor da Babilônia demonstrou de maneira muito clara a diferença entre a abnegação e o egoísmo. Depois de ter sido avisado das sérias consequências que ocorreriam se insistisse em seu egoísmo, o orgulho ainda era a motivação principal do rei. O orgulho de Nabucodonozor evidenciou-se na avaliação que fez do sucesso do reino que governava: “Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com o meu grandioso poder e para glória da minha majestade?” (Daniel 4:30). Esse homem orgulhoso, rei da maior nação da época, mais tarde passou sete anos em estado de insanidade total. O sucesso verdadeiro e duradouro pode ser alcançado somente numa atmosfera de abnegação. 2. A submissão à vontade de Cristo versus a decisão de seguir os próprios impulsos Os impulsos humanos são inevitavelmente egoístas. O homem sofre de uma ansiedade excessiva de buscar o próprio sucesso e planejar o próprio futuro. A experiência de Pedro ao andar sobre a água mostra o que acontece quando o homem deixa de confiar em Cristo e passa a confiar em si mesmo. Assim que Pedro desviou o olhar de Cristo, começou a afundar. A submissão Ver Mateus 14:26-31.

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à vontade e à orientação de Cristo requer a guarda dos mandamentos de Deus e de Suas instruções. O Senhor enfatizou essa verdade ao aconselhar Josué: “Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido” (Josué 1:8). Muitas vezes, o homem espera que a orientação e a vontade de Deus sejam reveladas de forma miraculosa, mas em Sua Palavra podemos encontrar as bases que nortearão e ensinarão aquilo que Ele deseja que os Seus filhos façam. Todo aquele que constrói a vida de acordo com os princípios bíblicos está seguindo a orientação e a vontade de Cristo e não cairá na armadilha de ser guiado por seus próprios impulsos egoístas. 3. O controle de Cristo versus a falta de controle Sempre que o homem perde de vista o fato de que Jesus é a única fonte de sucesso, perde também o verdadeiro foco de sua vida. Ao permitirmos que realize o Seu trabalho em nós, ao seguirmos o Seu caminho, experimentamos a suficiência plena de Cristo. Se a nossa confiança estiver depositada completamente nEle, não haverá espaço para o fracasso, pois com Cristo não há derrota. A batalha já não nos pertence mais, mas, sim, a Ele. Muitas vezes, escolhemos colocar sobre nós mesmos o fardo e a responsabilidade. Deus ensinou essa lição ao profeta Samuel. Samuel sentiu-se profundamente rejeitado quando o povo de Israel pediu um rei, mas o Senhor mostrou que o povo não havia rejeitado o profeta, mas, sim, o próprio Deus: “Disse o Senhor a Samuel: Atende à voz do povo em tudo quanto te diz, pois não te rejeitou a ti, mas a Mim, para Eu não reinar sobre ele” (1 Samuel 8:7). O apóstolo Paulo, de maneira muito inspirada, afirmou: “Logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gálatas 2:20). De maneira ainda mais explícita, ensinou esse conceito aos colossenses: “Cristo em vós, a esperança da glória” (Colossenses 1:27). Quando a nossa vida estiver sob o controle de Cristo, o sucesso será inevitável. 4. A submissão à vontade de Deus versus o medo de fracassar Pode parecer estranho apontar o medo de fracassar como um elemento que contribui para o fracasso, mas muitas pessoas tornam-se ineficientes e malsucedidas porque temem o fracasso e, por isso, evitam as responsabilidades. Misteriosamente, em vez de investir todo o potencial para enfrentar um

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O Sucesso e o Fracasso 95 desafio, essas pessoas fazem absolutamente nada para encará-lo, garantindo o fracasso. Sentem-se menos ameaçadas pelo fato de fracassar por não tentar do que se sentiriam se o “fracasso” tivesse ocorrido após o empenho total de sua parte. Esse dilema é muito comum entre os alunos de nível fundamental, médio e universitário. Vivemos numa sociedade em que muitos preferem ser julgados pela preguiça à falta de habilidade ou aptidão. Muitas metas possíveis de serem alcançadas nunca são atingidas porque temem o fracasso. O fracasso inevitavelmente ressalta as limitações do homem e julga-o pelos padrões humanos. Duas das experiências mais estranhas relacionadas ao fracasso ocorreram na vida dos profetas Elias e Jonas. Elias havia acabado de demonstrar uma coragem ímpar ao defender o nome de Deus no Monte Carmelo e enfrentar sozinho a multidão de profetas do deus Baal. Logo em seguida, esse mesmo homem que demonstrou tamanha confiança em Deus temeu as ameaças da rainha Jezabel e tratou de se esconder clamando a Deus que lhe tirasse a vida . Entretanto, Elias estava preste a receber a maior honra que Deus pode conferir ao ser humano – a vida celestial. Jonas tentou fugir de sua responsabilidade, mas Deus trouxe-o de volta através de um milagre para que advertisse a cidade de Nínive de Seu julgamento iminente. A advertência proclamada por Jonas foi tão bem-sucedida que sob a sua orientação os habitantes daquela cidade arrependeram-se, fazendo com que Deus adiasse o julgamento. Mesmo diante de tamanha demonstração de amor divino, Jonas sentiu-se profundamente consternado quando as suas predições não se realizaram. Sentiu-se humilhado, culpou Deus e justificou a sua resistência em cumprir o dever alegando que sabia que Deus era benevolente, misericordioso, tardio em irar-Se e dotado de imensa bondade. Não creu que o julgamento de Deus sobre a cidade de Nínive se cumpriria. De alguma forma, Jonas fracassou em perceber que por meio de sua pregação o Santo Espírito foi capaz de levar toda a cidade de volta a Deus. Aquilo que Jonas encarou como fracasso era na realidade o auge do sucesso. Talvez não haja maior evidência de submissão à vontade de Deus do que as palavras de Jó: “Ainda que Ele me mate, nEle esperarei” (Jó 13:15, ARC). Tal submissão à vontade de Deus é a base mais perfeita para o sucesso. Ver 1 Reis 19:1-4. Ver Jonas 4:1-3.

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5. A preocupação com a aprovação de Deus versus a preocupação com a aprovação humana Facilmente nos submetemos à aprovação humana – nos preocupamos com a avaliação e o julgamento de nossos semelhantes. No entanto, a nossa maior preocupação deve ser com a aprovação de Deus. Pode ser que em alguns casos a aprovação de Deus e a do homem estejam de acordo, mas na maioria das vezes são conflitantes. Cristo, por exemplo, ao fazer a vontade do Pai, geralmente despertava a desaprovação dos líderes judeus. Com muita frequência, agimos de acordo com o que os outros vão pensar. Na tentativa de motivar os filhos, os pais podem pressioná-los terrivelmente expondo-lhes a humilhação que sentem diante de seu fracasso. Tal motivação provém de uma baixa autoimagem profundamente enraizada. Muitos pais procuram atingir o sucesso vicário através do sucesso dos filhos. Quando percebem que os filhos fracassaram em atingir aquilo que idealizaram para eles, sentem-se contrariados e frustrados. Porém, a aprovação de Deus deve ser o critério supremo. Essa verdade é claramente enfatizada no conselho enviado por Paulo a Timóteo: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2 Timóteo 2:15). A aprovação de Deus baseia-se na resposta sincera do homem ao dever, não em suas realizações. 6. A aceitação versus a rejeição da responsabilidade O fracasso é o resultado de qualquer tentativa de fugir da responsabilidade. Essa fuga ocorre porque o indivíduo concentra-se em suas limitações pessoais em vez de confiar plenamente em Deus. Algumas das histórias de grande sucesso da Bíblia aconteceram quando o homem aceitou o chamado de Deus para se encarregar de responsabilidades difíceis e pesadas. Ainda jovem, sob a orientação do sumo sacerdote Eli, Samuel aceitou o chamado do Senhor respondendo: “Fala, porque o teu servo ouve” (1 Samuel 3:10). O jovem Isaías respondeu de forma semelhante ao chamado de Deus: “A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim” (Isaías 6:8). Paulo, após a sua conversão, orou: “Senhor, que queres que faça?” (Atos 9:6, ARC). Deus nunca chama um homem ou uma mulher para aceitar uma responsabilidade sem lhe conceder a capacidade para executá-la. O chamado de Deus para aceitar a responsabilidade assegura-nos que também disponibilizará o Seu poder para cumprirmos o dever. Ao aceitarem a respon-

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O Sucesso e o Fracasso 97 sabilidade, homens e mulheres podem estar certos de que receberão o poder e a sabedoria de Deus para desempenharem a tarefa que lhes foi confiada. 7. O desejo de seguir o bem versus o fascínio pelo mal Inúmeras vezes fracassamos devido ao fascínio pelo pecado. O sucesso verdadeiro é um presente que somente Deus pode conceder, por isso nasce apenas num coração puro. Deus opera somente por canais puros. Aquilo que não for puro, o próprio Deus purificará. Embora a escolha de seguir o bem possa envolver um caminho de grandes dificuldades, inevitavelmente resultará no sucesso perfeito. Moisés fez essa escolha ao ser educado na corte do Faraó. Pela fé, Moisés, quando já homem feito, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado; porquanto considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão (Hebreus 11:24-26). Se Moisés tivesse escolhido uma vida de pecado e de prazeres, provavelmente teria permanecido no anonimato. Mas hoje três grandes religiões mundiais o honram e o admiram: o cristianismo, o judaísmo e o islamismo. Por outro lado, há aqueles que escolhem o caminho aparentemente mais fácil – o caminho do mundanismo. Com muita tristeza, Paulo informou Timóteo: “Porque Demas, tendo amado o presente século, me abandonou” (2 Timóteo 4:10). Apesar de a vida de pecado parecer ser mais fácil e mais atraente, a realidade é exatamente oposta. Salomão advertiu: “O caminho dos pérfidos é intransitável” (Provérbios 13:15). 8. A vontade imutável versus a vontade fraca e vacilante O indivíduo fraco e vacilante não alcançará o sucesso. A vontade fortalecida pela fé e pela confiança em Cristo é a vontade que alcançará o sucesso e a vitória na vida. Vale enfatizar que a força de vontade não depende da hereditariedade humana ou da criação, mas da submissão da vontade a Cristo. A vontade fraca e vacilante é uma vontade que nunca foi dirigida pelo poder de Jesus. A vontade imutável desenvolve-se a partir do momento em que a mente humana é transformada e renovada pelo Salvador.

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E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Romanos 12:2). A fraqueza e a hesitação podem ser vistas na resposta do povo ao desafio lançado por Elias no Monte Carmelo. Ao serem desafiados por Elias a escolherem entre Deus e Baal, o povo recusou-se a tomar uma decisão: “Então, Elias se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o. Porém o povo nada lhe respondeu” (1 Reis 18:21). Apenas depois da grande manifestação do poder de Deus ao aceitar o sacrifício oferecido por Elias e da rejeição do sacrifício oferecido pelos profetas de Baal, que o povo teve “coragem” de dizer: “O Senhor é Deus! O Senhor é Deus!” (1 Reis 18:39). Deus sempre permite que façamos a nossa própria escolha. Ao final de sua vida, Josué desafiou os israelitas a escolherem entre o Senhor e os deuses pagãos, mas não deixou de expressar a sua firme determinação: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Josué 24:15). Uma determinação como a de Josué nasce quando a frágil vontade do homem é ligada à vontade imutável de Deus. 9. O dinamismo versus a preguiça A parábola dos talentos apresenta a grande importância do trabalho. O servo preguiçoso procurou arranjar desculpas para não desenvolver o talento que recebeu. Os outros dois servos, através do trabalho árduo e meticuloso, foram capazes de multiplicar os talentos a eles confiados. O trabalho árduo, a perseverança e a determinação são componentes essenciais do sucesso. A indolência é pecado. Alguns simplesmente descansam, pensando que precisam apenas confiar que em Deus alcançarão o melhor na vida, mas o homem não pode esperar que Deus faça por ele aquilo que é capaz de fazer por si mesmo. Somente no momento em que o homem chegar ao limite de suas capacidades e recursos que Deus intervirá. O homem deve fazer tudo que estiver ao seu alcance confiando é que Deus suprirá as suas limitações e as suas necessidades para o sucesso.

Ver Mateus 25:14-30.

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O Sucesso e o Fracasso 99 10. A perseverança versus o desânimo Aqueles que desistem facilmente e que por pouco ficam desanimados enfrentarão o fracasso na vida na mesma proporção. Permanecer numa situação de desânimo é o mesmo que criar um ambiente em que o sucesso não pode sobreviver. Cristo confirmou esse conceito ao dizer: “Sereis odiados de todos por causa do Meu nome; aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo” (Mateus 10:22). A perseverança e a confiança inabalável de Paulo evidenciaram-se na seguinte declaração a Timóteo: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé” (2 Timóteo 4:7). O sucesso não pode ser construído sobre a falta de vontade ou a incerteza, mas sobre a perseverança que não admite barreiras, obstáculos, empecilhos e tem por parceiro a Cristo Jesus. 11. Encarar os desafios com coragem versus evitar tarefas difíceis Não é difícil deixar que os outros se encarreguem dos fardos pesados e das responsabilidades difíceis. Com facilidade, inventamos desculpas alegando que temos falta de conhecimento, de experiência, de educação ou de preparo. Mas uma análise franca e honesta revelará que na maioria das vezes evitamos as dificuldades porque não queremos enfrentar os desafios e as provações que sabemos fazer parte do chamado de Deus. Porém, podemos estar certos de que nunca enfrentaremos nada sozinhos. Todos os nossos talentos, as nossas habilidades, a nossa inteligência e a nossa energia física são sustentados e mantidos pelo grande Deus do Universo. Precisamos sempre nos lembrar disso, assim como Moisés foi lembrado ao tentar evitar a grande responsabilidade que Deus lhe confiou de liderar o povo para fora do Egito. Deus é o Autor de nosso ser. Ele é o responsável pelo sucesso de nosso chamado. A concretização do sucesso está intimamente ligada a Cristo, como pode ser visto à luz do crescendo dos últimos cinco versos do capítulo 8 do livro de Romanos. Lança-se a pergunta: “Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?” (Romanos 8:35). Em seguida, vem a certeza: “Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio dAquele que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer Ver Êxodo 3:10-17.

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outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 8:37-39). Cristo não apenas nos convida a aceitar a Sua salvação, mas também promete dar-nos força para enfrentar todas as dificuldades, pois o sucesso é Seu. 12. A fé versus a presunção A fé requer um relacionamento de confiança em Deus – a submissão total a Ele e à Sua orientação. A presunção procura alcançar os mesmos objetivos, mas através do esforço humano. Não há nenhum exemplo melhor para diferenciar a fé da presunção do que a experiência de Abraão. Abraão demonstrou uma fé invejável ao seguir a orientação de Deus para deixar a cidade de Ur dos Caldeus em direção ao desconhecido. No entanto, o mesmo Abraão agiu presunçosamente ao aceitar Hagar como segunda esposa na tentativa de gerar o filho prometido por Deus. Ismael, o filho gerado pela união com Hagar, não era o filho da promessa, mas o filho da presunção. Deus cumpriu a sua promessa muito tempo depois que Sara já havia passado da idade de gerar filhos. Isaque foi o verdadeiro filho da promessa. Outro exemplo de presunção pode ser visto na experiência de Sansão. Sansão pactuou com Deus que nunca revelaria que o segredo de sua força estava em seus cabelos. Sansão, porém, quebrou o pacto revelando o segredo à esposa, Dalila. Diante de todas as tentativas prévias de Dalila, Sansão não tinha motivos para duvidar de que a esposa estava a todo custo procurando um meio de tirar-lhe a força, mas foi tomado por tamanha presunção que quando sua cabeça foi raspada ainda achava que seria capaz de se defender como no passado e afirmou: “Sairei ainda esta vez como dantes e me livrarei”. Em seguida, lemos as tristes palavras: “porque ele não sabia ainda que já o Senhor se tinha retirado dele” (Juízes 16:20). Depois dessa experiência traumática, Sansão aprendeu a confiar em Deus. Podemos notar isso um pouco antes de sua morte: “Senhor Deus, peço-te que te lembres de mim, e dá-me força só esta vez, ó Deus, para que me vingue dos filisteus, ao menos por um dos meus olhos” (Juízes 16:28). A presunção leva ao fracasso. A fé leva ao sucesso. 13. Moldar as circunstâncias versus ser moldado pelas circunstâncias O cristão verdadeiramente submetido a Cristo não permite que as circunstâncias moldem a sua vida ou dirijam-no. Emprega virtudes positivas como a diligência, a honestidade, a integridade e a pureza procurando utilizar Ver Gênesis 12:1-4; Hebreus 11:8-10.

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as circunstâncias para alcançar os objetivos estabelecidos por Deus para a sua vida. Porém, mesmo entre os professos cristãos, há os que se sujeitam a qualquer circunstância. Paulo enfatizou: “Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro” (Efésios 4:13-14). As circunstâncias devem ser moldadas pelo cristão, tendo em mente que Deus, segundo a Sua vontade, não permitirá que nada impeça o cumprimento de Seu propósito. Josué compreendeu essa verdade ao atravessar o rio Jordão. Assim que os sacerdotes obedeceram à ordem de entrar no rio, as águas se abriram e o povo de Israel pôde atravessar em terra seca rumo a Terra Prometida. 14. Olhar para o futuro versus olhar para o passado Na maioria das vezes, o fracasso é o resultado de olhar para o passado. As falhas do passado devem ser esquecidas. Não há nenhum benefício em relembrar os erros do passado ou as circunstâncias que geraram consequências negativas. Deus deseja que homens e mulheres esqueçam os erros do passado e mantenham o olhar fixo no futuro e na esperança gloriosa que Ele tornou possível a toda humanidade. Com isso em mente, Paulo pôde dizer: “Esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Filipenses 3:14). A destruição da mulher de Ló, ao virar-se para contemplar Sodoma, simboliza o erro cometido pelo cristão que insiste em olhar para o passado. O sucesso é o resultado inevitável da submissão total a Cristo. Pouco antes de sua morte, Davi repetiu ao filho, Salomão, a promessa de Deus de que abençoaria os esforços para a construção do Templo. Este edificará casa ao Meu nome; Ele me será por filho, e Eu lhe serei por Pai; estabelecerei para sempre o trono do seu reino sobre Israel (1 Crônicas 22:10). Ver Josué 4:5-8. Ver Gênesis 19:26.

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Ao orar, na cerimônia de dedicação do Templo, Salomão reconheceu que a confiança de seu pai em Deus havia sido honrada. Bendito seja o Senhor, que deu repouso ao Seu povo de Israel, segundo tudo o que prometera; nem uma só palavra falhou de todas as Suas boas promessas, feitas por intermédio de Moisés, Seu servo (1 Reis 8:56). O sucesso independe da grandeza intelectual ou do poder humano, mas é o fruto da submissão total à orientação divina. Deus, e não o homem, é o responsável pelo sucesso. Como o ser humano poderia avaliar o sucesso de William Carey, o primeiro missionário na Índia? Carey trabalhou por muitos anos sem converter nenhuma alma. Será que esses anos foram um fracasso? Não, se avaliarmos o seu trabalho sob o ponto de vista do tempo. O sucesso é construído através do tempo que passamos em oração e do estudo diligente da Bíblia para que nos tornemos cooperadores eficientes de Cristo. Jamais devemos evitar as dificuldades ou as lutas, pois geralmente representam os blocos que edificarão o sucesso à medida que adquirimos sabedoria por meio do fracasso humano e depositamos cada vez mais a nossa confiança e fé em Deus. Sentimo-nos facilmente humilhados quando as coisas não acontecem segundo os nossos planos, mas se a nossa segurança estiver em Cristo, o sucesso não será avaliado em termos finitos. Somente aqueles que enfrentaram e, no poder de Cristo, venceram grandes dificuldades reconhecem a verdadeira fonte do sucesso. Na ocasião em que formos capazes de fazer uma reflexão eterna, saberemos a limitação da visão de sucesso que agora possuímos. Os planos humanos serão vistos como tolos, inadequados e sem propósito.

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efende-se, em geral, que, sem motivação, nenhum comportamento é colocado em prática, pois são os motivos que incitam a ação. A motivação pode ser largamente equiparada aos impulsos, aos incentivos, aos apetites, às aversões e às necessidades. É a motivação que determina a real natureza das ações humanas. Cristo ressaltou essa verdade ao comentar a atitude da viúva que ofertou no Templo tudo o que possuía – duas moedas de pouco valor. Aquelas moedas, na verdade, valeram muito mais do que a grande quantidade de dinheiro ofertada pelos ricos, cujos cofres transbordavam de riquezas. Deus estima em alto valor cada ato movido pela preocupação abnegada com o próximo. As ofertas generosas oriundas de motivos egoístas são inaceitáveis a Deus e incapazes de abençoar o doador. Assim, o ato de doar deve ser colocado em prática pela motivação altruísta. Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria (2 Coríntios 9:7). Muitas vezes, parece fácil determinar a razão de certos comportamentos, mas nem sempre é assim. Conclui-se, geralmente, que alguém que se alimenta esteja apenas saciando o impulso da fome. Porém, de acordo com o conhecimento atual, pode ser que essa conclusão não esteja necessariamente correta. A motivação pode estar relacionada a inúmeros motivos sociais, à ansiedade e até mesmo à pressão do grupo. Portanto, nunca poderemos ter certeza absoluta da motivação que deu início à determinada ação avaliando apenas o comportamento em si. Ver Lucas 21:1-4.

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É possível concluir que a maioria dos maus comportamentos seja estimulada por motivos errados. Por exemplo, o furto quase que inevitavelmente é incitado por alguma forma de comodismo e o comportamento adúltero por motivos concupiscentes. Por outro lado, é muito mais difícil supor que o “bom comportamento” seja o resultado automático de bons motivos. Na maior parte dos casos, os atos muito “bons” resultaram de motivações impuras e egoístas – motivações relacionadas à busca da autoaprovação, da autoexaltação, da aceitação social e do prestígio. O cristão não pode omitir o fato de que os motivos formam a base sobre a qual o relacionamento com Deus estará seguro. Deus declarou: “Porque, como imagina em sua alma, assim ele é” (Provérbios 23:7). O caráter do ser humano não é determinado pelas ações em si, mas pelo relacionamento de seu coração com Cristo. Assim, da mesma forma como as ações verdadeiramente compassivas e abnegadas serão os frutos da vida daqueles que Cristo transformou, ações semelhantes poderão, muitas vezes, fazer parte da vida daqueles cujo coração está totalmente afastado de Jesus. Os impulsos dividem-se em dois grupos – os de origem biológica, chamados de impulsos universais, e aqueles adquiridos durante a vida, chamados de impulsos sociais. Costuma-se designar os impulsos biológicos de primários e os impulsos sociais de secundários. Entretanto, essa designação não indica que os impulsos biológicos sejam necessariamente mais fortes do que os impulsos sociais. Nos primeiros meses de vida os impulsos biológicos são dominantes, como a respiração, a fome, a sede, a sensibilidade à dor, o descanso e a evacuação. Porém, durante o processo de aculturação, os impulsos sociais podem se desenvolver de forma marcante e, em muitos casos, dominar os impulsos biológicos. Por exemplo, o avarento que viciou acumular dinheiro pode vir a sofrer e até mesmo a morrer de desnutrição. O estudante altamente motivado pelo sucesso acadêmico pode privar-se do descanso adequado. O impulso sexual pode servir, em grande parte ou totalmente, a inúmeros objetivos sociais. Portanto, os impulsos primários são apenas primários no sentido de serem inatos e os impulsos secundários são assim classificados porque se desenvolveram depois dos impulsos primários. Muito já se discutiu a fim de determinar a natureza dos impulsos emotivos como o amor, a alegria, a compaixão e a segurança, juntamente com as emoções aversivas como a culpa, a dor, a ansiedade, o medo, a depressão, a

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angústia, a raiva, o ciúme e o ódio. Boa parte dos psicólogos percebe que a maioria das emoções é aprendida, e certamente as expressões específicas das emoções são aprendidas também. Muitos psicólogos concordam que provavelmente a emoção do medo e a necessidade de segurança sejam inerentes, e a última provavelmente forme a base para o desenvolvimento do amor. Na vida adulta, as emoções tornam-se um dos estímulos mais fortes para a ação. Embora algumas emoções pareçam ser positivas e outras negativas, uma análise cuidadosa por parte do cristão indicará que toda emoção pode ser expressa de forma positiva e cristocêntrica ou de maneira negativa e egocêntrica. Assim como alguns motivos biológicos como a sede e a fome podem ser corrompidos e o impulso sexual pervertido, outros motivos podem seguir o mesmo caminho. As emoções também podem expressar-se de forma positiva ou negativa. Até mesmo os melhores motivos, como o amor, oferecem conotações negativas, como também o pior deles, o ódio, pode oferecer conotações positivas. Numa época em que as reivindicações de Cristo são sentidas na vida dos seres humanos, muitos dos motivos, sejam biológicos ou adquiridos, possuem fortes inclinações para o mal. Em muitos casos, parece quase impossível que os motivos negativos sejam transformados, mas Deus tem todo o poder, por intermédio do triunfo de Seu Filho, de conceder a vitória sobre qualquer impulso biológico ou social inclinado para o mal. Nossa mente poluiu-se com a multidão de estímulos prejudiciais que tem agredido os sentidos do ser humano durante a última era, mas há uma solução para essa poluição mental. Lentamente, mas sem hesitar, esse acúmulo de corrupção mental pode ser removido da mente através do estudo da Bíblia e da meditação na Palavra de Deus. A análise feita por Davi é muito apropriada: “Guardo no coração as Tuas palavras, para não pecar contra Ti” (Salmo 119:11). A pureza da verdade elimina a perversão da vida passada. Através da submissão total da vida a Cristo, representada pela experiência do novo nascimento, homens e mulheres desenvolverão um novo padrão de motivação. Paulo assegurou-nos que quando o homem nasce de novo torna-se uma nova Ver capítulos 20, 25 e 26 intitulados “O Fator Físico na Saúde Mental”, “A Moralidade e o Sexo” e “O Homossexualismo”. Ver capítulo 8 intitulado “As Emoções Negativas”. Ver João 3:3-6.

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criatura: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Coríntios 5:17). Somente a experiência do novo nascimento poderá habilitar a transformação total dos motivos humanos. Em diversas passagens bíblicas, o estado natural do homem é claramente definido. Paulo declarou que a possessão de uma mente carnal (ou seja, as intenções e as motivações naturais do homem) é contrária à possessão da motivação íntegra: “Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus” (Romanos 8:7-8). Jeremias afirmou enfaticamente: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jeremias 17:9). Salomão declarou: “Abomináveis são para o Senhor os desígnios do mau, mas as palavras bondosas lhe são aprazíveis” (Provérbios 15:26). Jesus disse: “Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias” (Mateus 15:19). Embora o homem seja capaz de mudar alguns dos padrões de comportamento que normalmente surgem de certos pensamentos, é totalmente incapaz de, por conta própria, mudar o estado de seu coração. Cristo poderá operar a verdadeira transformação a partir do momento em que o homem admitir a sua total incapacidade de mudar os próprios pensamentos e motivos. Essa luta foi vividamente descrita por Paulo no livro de Romanos, no capítulo 7, ao retratar um homem carnal e escravo do pecado que, através do próprio esforço humano, tenta manter um relacionamento íntegro com Cristo. Porém, descobre que todas as suas tentativas fracassam e os padrões de vida que sinceramente procurou evitar são os mesmos padrões que acaba seguindo. Assim, em profundo desespero clama: “Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Romanos 7:24). Imediatamente, segue-se a resposta: “Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor” (Romanos 7:25). No verso acima, Paulo demonstrou a resposta simples, mas perfeita para o dilema motivacional do homem. Sem o poder de Cristo em nós, na melhor das hipóteses teremos motivos manchados e defeituosos. Em reconhecimento dessa verdade, Paulo escreveu: “Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o vosso corpo mortal, por meio do seu

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Espírito, que em vós habita” (Romanos 8:11). Por intermédio do poder do Espírito Santo em nós é que o coração humano poderá ser transformado substituindo os motivos egoístas por motivos de amor. À luz dessa compreensão, estamos aptos a entender o significado do conselho de Paulo: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Filipenses 2:5). Somente depois que os motivos de Cristo ativarem o comportamento do homem é que as ações poderão fluir de um coração de amor. As palavras de Salomão agora podem ser compreendidas: “Os pensamentos do justo são retos” (Provérbios 12:5). Esses pensamentos tornam-se justos no momento em que a mente de Cristo se tornar o poder controlador da vida. Assim, a grande importância da entrega total do coração a Deus não pode ser subestimada. O Senhor pede que o homem se entregue a Ele de todo o coração: “Ainda assim, agora mesmo, diz o Senhor: Convertei-vos a Mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, com choro e com pranto” (Joel 2:12). Paulo conclama-nos a levar cativo “todo pensamento à obediência de Cristo” (2 Coríntios 10:5). Davi pediu a Deus em oração: “As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na Tua presença, Senhor, Rocha minha e Redentor meu!” (Salmo 19:14). Entretanto, é impossível ao homem mudar o próprio coração ou a si mesmo a fim de receber a mente de Cristo. Até mesmo a transformação da mente é um ato divino. Todos nós devemos fazer a oração de Davi: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável” (Salmo 51:10). Os motivos do homem podem ser transformados somente depois de permitir que Cristo remova a mente carnal e a substitua pela Sua própria mente. Talvez não haja melhor maneira de medir o nosso crescimento espiritual do que observar a nossa relação com as posses e as riquezas. Deus determinou como sendo dEle um décimo de todo o rendimento, o dízimo, e permitiu que o homem fosse abençoado ao ofertar e cuidar dos necessitados, segundo as suas possibilidades. Não podemos entregar a mente a Cristo, não podemos controlar os pensamentos, mas podemos pedir diariamente que tome a nossa mente e os nossos pensamentos em Suas mãos para que os motivos que incitam as nossas palavras e ações sejam santificados. A promessa de uma mente renovada é clara. O Senhor afirmou: “Dar-lhes-ei coração para que me conheçam” (Jeremias 24:7). Numa linguagem ainda mais específica, prometeu: “Dar-vos-ei coração

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novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne” (Ezequiel 36:26). Nesse contexto é que a mente de Cristo é refletida em nós. Nenhum esforço humano, nenhuma luta ou privação será capaz de refleti-la, mas somente através da submissão total da vida a Cristo. Essa é a única maneira do ser humano guardar a lei de Deus. Mediante as forças humanas, a obediência é impossível, pois os nossos pensamentos são pervertidos e poluídos. Jesus declarou que os pensamentos adúlteros constituem uma violação do sétimo mandamento: “Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela” (Mateus 5:28). João afirmou que o ódio é equivalente ao assassinato: “Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si” (1 João 3:15). Seremos capazes de guardar a lei de Deus a partir do momento em que a nossa mente for controlada por Cristo. Nesse sentido, Deus prometeu cumprir a promessa: “Na mente, lhes imprimirei as Minhas leis, também no coração lhas inscreverei; Eu serei o seu Deus, e eles serão o Meu povo” (Jeremias 31:33). Quando as ações são incompatíveis com os motivos, as obras humanas tornam-se inaceitáveis a Deus. Hipócritas! Bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim (Mateus 15:7-8). No Sermão do Monte, Jesus afirmou: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” (Mateus 5:8). Deus prometeu a saúde mental através do profeta Isaías: “Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em Ti” (Isaías 26:3). Nada resume melhor a motivação do cristão do que as palavras de Paulo a Timóteo: “Ora, o intuito da presente admoestação visa ao amor que procede de coração puro, e de consciência boa, e de fé sem hipocrisia” (1 Timóteo 1:5).

O leitor não deve confundir a tentação com o pecado. Satanás colocará tentações em nossa mente, assim como fez com Cristo. As tentações apenas tornam-se pecado quando a acariciamos. Grandes bênçãos são prometidas àqueles que não se rendem à tentação.

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s cristãos rejeitam a posição comportamentalista de que o homem é a soma total de todas as influências do ambiente em que está inserido. Entretanto, é evidente que o comportamento presente, como também as atitudes e as crenças se desenvolvem e se fortalecem através do processo de habituação. A habituação, na concepção cristã, depende da escolha e da decisão. A formação de hábitos e de maneiras características de comportamento está sujeita à influência modificadora e controladora de processos cerebrais elevados que, se bem desenvolvidos e corretamente empregados, serão cada vez mais refletidos em pensamentos, palavras e ações. Durante o desenvolvimento pré-natal e os primeiros anos da infância, as formações de hábitos são estabelecidas, inicialmente de acordo com a influência hereditária, os padrões de amadurecimento e a influência direta dos pais. A interação desses fatores forma uma fundação sólida em que serão instituídos os hábitos futuros e o comportamento. À medida que a criança atinge os anos de independência, a sua capacidade de se comportar de acordo com os princípios e propósitos estabelecidos pelos poderes elevados da razão dependerá muito dos recursos dos anos anteriores. A experiência dos primeiros anos de vida afeta profundamente as escolhas futuras. Porém, não podemos aceitar que esse fator seja a única base do comportamento. Sabe-se que a repetição de ações fortalece os hábitos comportamentais, mas o ser humano tem o poder de modificar, substituir ou apagar até mesmo os hábitos há muito tempo estabelecidos. A conversão de qualquer ser humano a Cristo implica não apenas na escolha de quem controlará a vida, mas também numa mudança de estilo de vida que em muitos casos é radical. Se o homem não tivesse o poder da escolha, ser-lhe-ia impossível aceitar o poder de Cristo em sua vida. Não haveria esperança de que os traços de caráter que definem a vida não convertida pudessem ser subs Ver Apêndice A intitulado “A Natureza do Homem”.

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tituídos por um padrão de vida condizente com a vida de Jesus Cristo. Se uma simples visão estímulo-resposta da vida fosse aceita, teríamos, na melhor das hipóteses, uma esperança lenta e incerta de mudança de vida. Especialmente as pessoas de meia idade ou idosas teriam pouca, ou mesmo nenhuma esperança de aceitar as reivindicações de Cristo. A Bíblia está repleta de exemplos de mudanças repentinas ocorridas por ocasião da conversão. Zaqueu, o ladrão na cruz e Paulo são alguns dos muitos exemplos. As leis da primazia e da novidade – especialmente a primeira – desempenham um papel importante na formação do hábito. A lei da primazia diz que o primeiro conhecimento é o que permanece, ou seja, as primeiras experiências são mais fortes do que as experiências posteriores na formação do hábito. Assim, os hábitos formados na experiência pré-natal e pós-natal inicial da criança possivelmente dominarão muito mais do que os hábitos estabelecidos mais tarde. Portanto, deve haver cuidado redobrado por parte dos pais durante os meses de formação. Os hábitos inadequados estabelecidos logo no início da vida atrapalharão o trabalho do Espírito Santo no futuro. Por outro lado, os sábios esforços dos pais ajudarão a criança a desenvolver padrões de vida que facilitarão a sua resposta ao chamado do Espírito de Deus. A lei da novidade diz que os hábitos ou os conhecimentos recentes são lembrados com mais facilidade. Essa lei é também muito importante para os cristãos, pois se a última resposta de sua vida for condizente com o compromisso cristão, haverá grande possibilidade de que essa resposta seja repetida posteriormente em circunstâncias semelhantes. Mas o fato de ceder à tentação aumenta a chance de ceder novamente no futuro. A lei mais importante de todas é a lei da repetição. A frequência com que certo comportamento é repetido determina a extensão da força do hábito. Os hábitos motivados por propósitos egoístas são mais fáceis de ser fortalecidos pela repetição do que os motivados pela abnegação. Assim, para estabelecer bons hábitos, são necessários grandes esforços e decisões específicas. Da parte dos pais, exige-se paciência e esforço compatíveis. Mais tarde, ao adquirir independência, o mesmo será exigido do filho ou filha.

Ver Lucas 19:1-10. Ver Lucas 23:39-43. Ver Atos 9:1-6. Ver capítulo 18 intitulado “A Dieta Alimentar”.

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O autocontrole é a base principal para a formação dos bons hábitos. Essa qualidade é fortalecida pela repetição. O envolvimento da vontade é essencial para a quebra dos maus hábitos, para erradicá-los, como também para estabelecer hábitos adequados. O homem é incapaz de quebrar os maus hábitos sem o poder de Cristo. Além disso, os maus hábitos não poderão ser quebrados se o indivíduo não reconhecer que são errados, se não tiver o desejo de ser libertado da escravidão do pecado e caso não se esforçar sinceramente para eliminar o mal. A vida vitoriosa é o resultado de submeter, através da fé, os esforços inadequados ao poder de Cristo, que sozinho efetuará a transformação dos hábitos obstinados em padrões de comportamento cristocêntricos. Essa é a mudança proposta por Cristo a Nicodemos, o fariseu: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus (João 3:3). O homem necessita da intervenção divina antes que qualquer esforço de sua parte possa repercutir numa transformação de padrões de vida egoístas para padrões cristocêntricos. Paulo defendeu plenamente essa verdade ao declarar: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Coríntios 5:17). A importância da habituação é notada em resposta à tentação. Se cairmos em tentação, o poder para resisti-la será enfraquecido e a consciência, amortecida. Todo mau hábito repetido continuamente promove o enfraquecimento e, se acariciado por muito tempo, a reversão poderá ser praticamente impossível. Entretanto, se a tentação for resistida e, se no poder de Cristo a tentação for vencida, o caráter moral do homem será fortalecido. A Bíblia enfatiza a relação entre os eventos causais e as suas consequências. Paulo disse: Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito do Espírito colherá vida eterna. E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos (Gálatas 6:7-9).

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As escolhas feitas geralmente levam a consequências muito além das questões iniciais. Por isso, o melhor é que até mesmo as pequenas escolhas da vida sejam feitas com cuidado. Salomão, em linguagem metafórica, referiu-se a essa verdade ao declarar: “As raposinhas, que devastam os vinhedos” (Cantares 2:15). Ou seja, os pequenos pecados que arruínam a vida. A aceitação de Cristo pode ser instantânea, como também a transformação da vida em aliança com Ele. Esse compromisso com Jesus inevitavelmente produzirá mudanças imediatas de comportamento, geralmente de natureza drástica. A mudança na direção da vida é imediata. O crescimento e o desenvolvimento do verdadeiro cristão, contudo, perduram por toda a vida. Assim, a vida cristã muitas vezes é definida como um crescimento (1 Pedro 2:2), e um aprendizado (Deuteronômio 4:10). Apesar da aliança com Cristo ser instantânea, há a necessidade de um crescimento diário que provém do estudo da Palavra de Deus, da direção do Espírito Santo e de uma vida de oração. Esses três elementos possibilitarão que novas dimensões da vida cristã sejam compreendidas e praticadas. Apesar de a conversão operar mudanças imediatas de comportamento, pode ser que os velhos hábitos reapareçam à medida que surjam circunstâncias adversas inesperadas. Por exemplo, o indivíduo que ao se converter eliminou o hábito de blasfemar e maldizer pode, para seu espanto e horror, voltar ao velho hábito no momento em que topar o dedo em algum obstáculo. Porém, ao confessar o pecado, ao crescer espiritualmente e ao se habituar à pureza de Cristo em sua vida, pouco a pouco esse velho hábito deixará de ser usado. A prática do cristianismo levará à vitória completa que com o passar do tempo fará com que esse indivíduo, sob hipótese alguma, utilize uma linguagem ofensiva. É impossível ignorar a influência da hereditariedade e os fatores de maturação para determinar a possível direção dos padrões de hábito. Porém, não podemos aceitar que sejam imutáveis ou o melhor para a vida do indivíduo. Devemos reconhecer que o cristianismo implica uma mudança das tendências herdadas ou aprendidas e que Cristo tem poder mais do que suficiente para mudá-las. Erroneamente conclui-se que o padrão de características da vida de uma pessoa seja definido como “é o jeito dela” e que não possa ou não precise Ver também 2 Pedro 3:18; Efésios 4:15. Ver também Deuteronômio 14:23; Deuteronômio 31:12.

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ser mudado. Jesus prometeu conceder-nos força para vencer tudo o que não estiver de acordo com o Seu exemplo. Cada vez que condescendemos com o pecado, os maus hábitos fortalecem-se e o controle é enfraquecido. Não apenas a bondade é destruída pelo costume de ceder às inclinações carnais, mas a alegria e a paz mental também são destruídas. Infelizmente, é muito mais fácil ser educado para o mal. Porém, mais difícil ainda é mudar fortes hábitos negativos. Há muitas advertências contra a condescendência obstinada com o pecado. Salomão falou claramente a respeito desse perigo: “O caminho dos perversos é como a escuridão; nem sabem eles em que tropeçam” (Provérbios 4:19). Pedro também viu uma relação semelhante: Especialmente aqueles que, seguindo a carne, andam em imundas paixões e menosprezam qualquer governo. Atrevidos, arrogantes, não temem difamar autoridades superiores, ao passo que anjos, embora maiores em força e poder, não proferem contra elas juízo infamante na presença do Senhor. Esses, todavia, como brutos irracionais, naturalmente feitos para presa e destruição, falando mal daquilo em que são ignorantes, na sua destruição também hão de ser destruídos, recebendo injustiça por salário da injustiça que praticam. Considerando como prazer a sua luxúria carnal em pleno dia, quais nódoas e deformidades, eles se regalam nas suas próprias mistificações, enquanto banqueteiam junto convosco; tendo os olhos cheios de adultério e insaciáveis no pecado, engodando almas inconstantes, tendo coração exercitado na avareza, filhos malditos; abandonando o reto caminho, se extraviaram, seguindo pelo caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça (2 Pedro 2:10-15). Davi orou para que o Senhor guardasse o seu coração de cometer qualquer ato de maldade: “Não permitas que meu coração se incline para o mal, para a prática da perversidade na companhia de homens que são malfeitores; e não coma eu das suas iguarias” (Salmo 141:4). Todo incentivo por parte de amigos cristãos e de familiares para reverter ou evitar hábitos pecaminosos serão inúteis a menos que a mente carnal seja submetida e o indivíduo permita que o Espírito Santo controle a mente. Esse é o segredo para a erradicação de hábitos errados e do estabelecimento Ver Romanos 8:6-14.

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de bons hábitos. Pensamentos puros e santos não surgem naturalmente na mente do indivíduo não convertido. A mente carnal (natural) não é capaz de obedecer à lei de Deus. Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar (Romanos 8:7). A mente carnal segue os caminhos do pecado. O cristão não é um autômato. A escolha é dele, inclusive a escolha de permitir que Espírito Santo transforme a sua vida. Além disso, o cristão deve empenhar-se ao máximo para depositar os seus esforços e influência no lado certo. O desenvolvimento de hábitos úteis é essencial não apenas para a autovalorização, mas também para a satisfação e pureza da vida. A disponibilidade de recreações não estruturadas pode ser prejudicial. O ócio e a preguiça estimulam uma série de comportamentos improdutivos e inúteis. Assim, desde os primeiros anos, a criança deve aprender os hábitos da diligência e do esforço. Esse treinamento desenvolve uma grande barreira contra o desânimo. Além disso, o desenvolvimento de hábitos de ordem e organização laça o fundamento para atividades proveitosas em outros aspectos da vida. A maneira como as crianças são educadas é vital para os padrões de hábitos posteriores. Paulo advertiu os pais a criarem seus filhos na disciplina e na admoestação do Senhor. E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor (Efésios 6:4). Salomão assegurou que a educação correta da criança será recompensada pela atitude adequada na maturidade. Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele (Provérbios 22:6). Devemos reconhecer, no entanto, que a escolha final é individual. O esforço pessoal aliado ao poder do Espírito Santo será necessário para obter a vitória sobre os hábitos pecaminosos.

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Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós (Tiago 4:7). Geralmente, associamos os hábitos ao comportamento exterior, porém necessitamos reconhecer que os hábitos são formados na mente. Salomão disse: “Porque, como imagina em sua alma, assim ele é” (Provérbios 23:7). Salomão também advertiu: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida” (Provérbios 4:23). Jesus afirmou: “Porque a boca fala do que está cheio o coração” (Mateus 12:34). Incontestavelmente à luz da relação entre os pensamentos, as palavras e as ações, o Salmista escreveu: “As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na Tua presença, Senhor, Rocha minha e Redentor meu!” (Salmo 19:14). O monitoramento dos padrões de pensamento é essencial para a formação de hábitos comportamentais adequados que compõem a base do caráter e são fundamentais para o desenvolvimento cristão. A vitória sobre os maus hábitos requer a escolha de servir a Deus, pois o pecado vence o homem através da vontade, até que esta seja quase paralisada, a ponto de ser quase impossível tomar decisões corretas. Exigir-se-á grande empenho e controle pela vontade para que o indivíduo abandone os hábitos errados e adquira hábitos proveitosos, mas os resultados sem dúvida serão recompensadores. A Bíblia várias vezes adverte-nos a praticarmos o bem e a desviarmo-nos do mal. Aparta-te do mal e pratica o que é bom; procura a paz e empenha-te por alcançá-la (Salmo 34:14). Aparte-se do mal, pratique o que é bom, busque a paz e empenhe-se por alcançá-la (1 Pedro 3:11). A Bíblia descreve a prática do bem como um processo de aprendizagem. Aprendei a fazer o bem; atendei à justiça, repreendei ao opressor; defendei o direito do órfão, pleiteai a causa das viúvas (Isaías 1:17).

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Com minha alma suspiro de noite por Ti e, com o meu espírito dentro de mim, eu Te procuro diligentemente; porque, quando os Teus juízos reinam na terra, os moradores do mundo aprendem justiça (Isaías 26:9). Se diligentemente aprenderem os caminhos do Meu povo, jurando pelo Meu nome: Tão certo como vive o Senhor, como ensinaram o Meu povo a jurar por Baal, então, serão edificados no meio do Meu povo (Jeremias 12:16). A prática do bem é mais do que uma experiência de aprendizagem. A vontade pode ser firmemente exercitada para o bem ao ser aliada à confiança inabalável em Deus. Confia no Senhor e faze o bem; habita na terra e alimenta-te da verdade (Salmo 37:3). Essa é a verdade que capacita o indivíduo determinado a obter a vitória em se afastar do mal e a fazer o bem. Aparta-te do mal e faze o bem, e será perpétua a tua morada (Salmo 37:27). A confiança em Deus proporciona o poder para vencer tanto os padrões de comportamento adquiridos quanto os inatos que forem incompatíveis com a plenitude de vida. O profeta Jeremias deixou claro que o homem é incapaz de mudar os maus hábitos por conta própria. Pode, acaso, o etíope mudar a sua pele ou o leopardo, as suas manchas? Então, poderíeis fazer o bem, estando acostumados a fazer o mal (Jeremias 13:23). Devemos sinceramente encarar cada hábito pecaminoso e através da confiança inabalável em Cristo Jesus mudar de comportamento. Essa confiança poderá ser exercitada apenas quando renunciarmos ao “eu”. Somente então a

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vontade do homem poderá se unir seguramente à vontade de Deus. Quando Deus controla a nossa vontade os pensamentos, as palavras, as emoções e as ações são controlados. A partir de então, estaremos aptos a cumprir o mandamento: Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga; será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo. Pois Ele é benigno até para com os ingratos e maus. Sede misericordiosos, como também é misericordioso vosso Pai. Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados; dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também (Lucas 6:35-38). Embora a busca por recompensas nunca deva ser o motivo para a prática do bem, há inevitavelmente uma grande recompensa refletida na cura e no fortalecimento físico, emocional e espiritual daqueles que obedecem ao mandamento divino. O Espírito de Deus educa a mente a buscar valores espirituais e motiva as ações de pureza e de santidade. Os hábitos formam a base do caráter. Até mesmo um ato minúsculo compõe o caráter. Portanto, a prática persistente e constante do bem é o fundamento para o aperfeiçoamento do caráter cristão. Deve também haver a lembrança contínua da vontade de Deus e do Seu caminho para que seja desenvolvido um alicerce firme e confiável para a prática do bem. Por exemplo, Deus instruiu o povo de Israel a ensinar a Sua lei constantemente aos seus filhos e implantar no coração os Seus preceitos.10 Cada teste, provação e tentação devem ser superados um a um. Há pessoas que foram enganadas pelo pecado durante muitos anos. O cristão tem a responsabilidade de mostrar a essas pessoas que Deus lhes oferece um meio de vida completamente superior e concede o poder para viver de acordo com ela. Mas as leis de habituação são tais que mesmo diante do perdão e da restauração de Cristo a vida fica proporcionalmente marcada pelos pecados aos quais o indivíduo se sujeitou. Além disso, os talentos concedidos por Deus são limitados na mesma proporção. Permanecer no pecado depois de conhecer a Ver capítulo 3 intitulado “A Saúde Mental e o Caráter”. 10 Ver Deuteronômio 4:4-9.

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verdade é uma decisão muito séria, pois cada hábito errado enfraquece o desenvolvimento físico, emocional e espiritual. Aqueles que se sentem livres para persistir em atividades mundanas por um período de tempo esperando voltar para Deus mais tarde, estão tomando uma decisão tremendamente perigosa. Além de limitarem seriamente o tempo e a sua utilidade para Deus, também enfrentam as consequências de manter os maus hábitos que constantemente enfraquecem a capacidade de decidir até atingir tal ponto que nem desejem mais trilhar o caminho da justiça. Os testes e as tentações sobrevêm para que muitos possam escolher: render-se e fortalecer os hábitos maus ou resistir e fortalecer os hábitos corretos. Cada derrota nos enfraquece e cada vitória fortalece os caminhos da justiça. O poder de Cristo está à disposição de todos que sinceramente desejam desvincular-se dos maus hábitos, estabelecidos sobre as tendências inatas para o mal. O desejo e o esforço humanos são a base necessária, mas não suficiente, para a formação de hábitos de bondade e de pureza. A vitória contínua será obtida apenas quando os nossos desejos e esforços permitirem que Cristo remova todos os motivos autoidólatras para que o poder de Seu Espírito possa operar a obra de santificação em nossa vida.

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homem monitora o ambiente externo através de doze a quinze modalidades de sentido. Por intermédio dessas modalidades, o cérebro e o sistema nervoso central recebem informações. As informações transmitidas pelos sentidos controlam em grande parte a produção de informação dentro da mente. O mal do ambiente desperta o mal dentro da mente. A saúde mental e a saúde emocional estão totalmente relacionadas às informações que recebemos através dos sentidos, como também às respostas individualizadas diante dessas informações. Por sua vez, essas respostas estão intimamente ligadas à nossa saúde espiritual. Claro que não podemos controlar totalmente os estímulos monitorados pelos órgãos do sentido, mas podemos, sim, ter um controle considerável sobre eles. Se as informações que recebemos são em sua maioria de natureza negativa, não poderemos atingir o potencial dinâmico que Deus deseja para os Seus filhos. A Bíblia diz: “Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito. Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz” (Romanos 8:5-6). A vida espiritual construída sobre a justiça imputada e concedida por Jesus Cristo, além de ser uma preparação para a vida eterna, também nos garante a paz. Uma pessoa emocionalmente perturbada carece de paz interna, mas o cristão possui a fórmula da verdadeira paz. Tudo isso depende muito daquilo que as modalidades sensoriais transmitem ao cérebro. Paulo enfatizou a necessidade de tomarmos cuidado redobrado com o que deixamos entrar em nossa mente. Entre elas estão o frio, o calor, a audição, a sinestesia (sentido que percebe os movimentos musculares), a dor, a luz, a pressão, a pressão profunda, o olfato, a esterognose (sentido que percebe as formas), o paladar, o toque, a vibração, a visão e a distinção entre dois pontos.

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Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento (Filipenses 4:8). Para os seres humanos é impossível pensar em coisas que não têm a menor relevância para a sua experiência. Seria impossível para um bebê recémnascido pensar sobre a física nuclear, por exemplo. Esse assunto está completamente fora de seu campo de conhecimento. Está fora até mesmo para muitos adultos. Pensamos e refletimos sobre coisas que entram no campo de ação de nossa experiência perceptiva. Toda modalidade de sentido recebe constantemente informações acerca do ambiente externo. Essa recepção de informações começa muito antes de nascermos, durante o estado pré-natal, e é largamente ampliada logo após o nascimento. No mundo variado em que vivemos, as possibilidades perceptivas são praticamente ilimitadas. Todos os tipos de estímulos lutam pela nossa atenção. A humanidade tem se tornado cada vez mais consciente dos vários aspectos da atenção humana. Podemos ver isso pelo tremendo empenho dos anunciantes, da pessoa que quer vender uma ideia através dos meios de comunicação em massa e dos comerciantes interessados em vender seus produtos. Aqueles que desejam chamar a nossa atenção concentram seus esforços para atingir o maior número de pessoas possível. Alguns têm boas intenções, outros visam apenas ao lucro, mas a grande maioria está interessada na destruição de almas. Não é sábio desejar vivenciar todas as experiências disponíveis. Somos grandemente beneficiados ao evitar experiências que provavelmente prejudicariam a saúde mental e o crescimento espiritual. Nem todo conhecimento é sinônimo de poder. Adão e Eva aprenderam arduamente essa lição no Jardim do Éden. O orgulho, o egoísmo e as emoções negativas anuviam a percepção humana. O pecado persistente reduz a capacidade de percepção. Pela contemplação o homem pode mudar tanto para o bem quanto para o mal. Paulo afirmou que pela contemplação da glória do Senhor “somos transformados, de glória em glória, na Sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito” (2 Coríntios 3:18). Hoje em dia, os jovens veem por toda parte um misticismo provocante que destoa completamente do estilo de vida em que foram criados. Os jovens de origem cristã devem reconhecer Gênesis 3:1-19.

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de coração agradecido que foram preservados e não devem permitir que a curiosidade os atraia para um estilo de vida que é autodestrutivo. O cristão não se submete à visão determinista rígida de que o homem é simplesmente a soma de suas experiências perceptivas. Entretanto, não podemos negar que a Palavra de Deus ressalta que tudo o que vemos, ouvidos, saboreamos, cheiramos e sentimos influenciam profundamente a maneira da nossa mente funcionar. Ao procurarmos viver uma vida normal, é praticamente impossível escapar de pelo menos algumas das influências maléficas presentes no meio do qual fazemos parte. Mesmo assim, não devemos permitir que os nossos sentidos se banqueteiem com as coisas moralmente destrutivas que nos rodeiam. Davi rogou que o Senhor desviasse os seus olhos para que não contemplasse a vaidade: “Desvia os meus olhos, para que não vejam a vaidade, e vivifica-me no Teu caminho” (Salmo 119:37). Promover um ambiente benéfico e moralmente sadio aos bebês e às crianças é imprescindível. Ao concentrar a mente no imaginário, a apreciação das crianças pelos simples valores da vida é destruída. Nos anos de formação, os sistemas de atitudes, crenças e valores estão sendo ainda formados. Além disso, nesse período da vida o ser humano encontra dificuldade de distinguir o real do irreal. A maioria das crianças entra num estágio de fantasia ao se convencerem de que o faz-de-conta é de fato a realidade. Essa fantasia está geralmente associada com a aparente brincadeira com animais irreais. Muitos pais se preocupam muito com tal comportamento e concluem que a criança esteja inventando mentiras. Mas não se trata de uma mentira no sentido de que foi deliberadamente fabricada. Os pais não ajudarão a criança com punições, o que muitas vezes gera repressão, ou entrando em sua fantasia. É importante ajudar a criança a perceber que fazemos distinção entre o real e o irreal ao dizermos algo como: “Sim, mas não é um macaco de verdade, não é mesmo?”. Nesse estágio torna-se especialmente importante um ambiente em que a criança seja capaz de se relacionar de forma construtiva com o mundo real. Os pais ajudarão ainda mais os filhos fazendo um comentário apropriado a respeito de um objeto ou de uma atividade real que já ocorreu. Muitas vezes, as crianças são alimentadas com o faz-de-conta proveniente de histórias fantasiosas. Essas histórias não auxiliam em nada o desenvolvimento da criança e são ainda mais devastadoras quando se tornam a principal fonte

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de nutrição televisiva da criança. Os pais precisam empenhar-se ao máximo para ajudar a criança a distinguir o real do irreal. A televisão é especialmente prejudicial às crianças pequenas, pois elas ainda não possuem conhecimento ou experiência suficiente para lidar eficazmente com as experiências fantasiosas. Portanto, aquilo que talvez não influencie um adulto (o que é muito questionável) pode influenciar sobremaneira a criança. A televisão é a grande responsável pela síndrome do entretenimento que torna cada vez mais difícil para os jovens se relacionar ou apreciar atividades práticas e sólidas da vida. Estudos mostraram que a exposição prolongada à televisão causa a redução dos padrões cerebrais de ondas alfa do sono e um estado de descanso em vez de aumentar os padrões cerebrais de ondas beta da atividade intelectual normal. Essa recepção passiva de informações multiplica os perigos de assistir à televisão. Devemos compreender que a mente é uma entidade dinâmica que não se desliga no momento em que desligarmos a televisão. Os jovens estão vivendo a maior parte de sua experiência de modo vicário, no mínimo de quatro a cinco horas por dia, através do aparelho de televisão e estão ganhando cada vez menos experiência no mundo real. Esse fato gera implicações assoladoras. Alguns psicólogos têm atribuído o aumento da esquizofrenia e do autismo em crianças e adolescentes especificamente a esse meio de comunicação em massa. Ao contrário de um livro, a televisão ou o rádio não permite uma avaliação cuidadosa do que está sendo visto ou ouvido, pois os assuntos e as cenas mudam numa velocidade incrível. O leitor de um livro tem a oportunidade de reler, de contemplar ou de avaliar o texto com muito mais eficiência. Mesmo assim, uma leitura inadequada em que o mundo da ficção mistura-se às fantasias da mente pode causar efeitos semelhantes aos da televisão. Também não podemos omitir o impacto da música. O rock pesado (hard rock) gera implicações psicológicas devastadoras e certamente combate à paz mental oferecida por Deus ao homem. Da mesma forma, muitos outros estilos musicais produzem consequências semelhantes. Numa era amante do prazer, é fácil para a mente infantil e adulta ficar absorta com entretenimentos que não trazem nenhum benefício e edificação. Os entretenimentos procurados simplesmente em nome da diversão e do prazer sempre levarão à insatisfação, pois além de serem autogratificantes, não são úteis e nem se tornam uma bênção aos semelhantes. As atividades valiosas Ver capítulo 22 intitulado “A Infância”.

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do cristão levam-no para mais perto de Deus e fazem dele uma bênção ainda maior aos seus semelhantes. Todo entretenimento não edificante estimula a imaginação, quer seja o teatro, os eventos esportivos ou a leitura de romances. Assim, os entretenimentos destroem a tranquilidade da vida e o crescimento espiritual. O entusiasmo do momento tende a ser seguido pela depressão, demandando estímulos cada vez maiores que nunca contribuirão para uma felicidade duradoura. O cristão sábio controla o ambiente de tal forma que evita ao máximo ler, ver ou ouvir aquilo que é prejudicial ao crescimento espiritual. Além disso, esse cristão não negligencia a influência dos sentidos do tato, do paladar e do olfato. As crianças geralmente aprendem a apreciar os tipos de alimentos que lhe foram oferecidos desde pequenas. Sendo assim, os pais têm a obrigação de orientar o paladar de tal maneira que apreciem o alimento integral. Se os pais oferecem aos filhos alimentos condimentados na infância, mais tarde desejarão a mesma alimentação. Da mesma forma, as crianças que foram incentivadas a consumir alimentos saudáveis para o corpo e para a mente, na idade adulta valorizarão tal dieta. Por outro lado, vale a pena considerar as influências que realmente oferecem uma atmosfera positiva para controlar o mundo perceptivo do bebê, da criança e do adolescente. Obviamente o ambiente rural belo e relaxante é superior ao ambiente urbano elaborado e alvoroçado. Os resultados de uma boa leitura, de uma boa companhia, da música relaxante e espiritualmente inspiradora e do estudo da Bíblia produzem um efeito positivo e fortalecedor sobre o desenvolvimento da saúde mental. As coisas espirituais são discernidas pela atuação do Espírito Santo. Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente (1 Coríntios 2:14). O discernimento é adquirido de maneira mais eficiente à medida que o estudo da Palavra de Deus fortifica a mente contra o mal e os enganos de Satanás. O crescimento espiritual depende de uma percepção clara que emana de Deus através do Espírito Santo. Esse crescimento ocorre prontamente quando a vida, na medida do possível, estiver cercada pelo que é puro e santo e quando a mente for nutrida com alimentos intelectuais e espirituais saudá-

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veis. Com extremo cuidado e sob a orientação divina, os pais devem selecionar os livros e as revistas com que seus filhos entrarão em contato. Materiais que incentivam pensamentos de dedicação e de serviço devem estar sempre disponíveis, excluindo a fantasia e a ficção. Os pais também têm a responsabilidade de promover atividades recreativas que, de maneira não competitiva, atraiam os filhos para a maravilhosa criação de Deus e que ofereçam a oportunidade tanto para o desenvolvimento espiritual quanto para o serviço ao próximo.

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o capítulo anterior, exploramos a influência do processo perceptivo das modalidades de sentido sobre a saúde mental. Há, no entanto, outras maneiras de influenciar o funcionamento cerebral. O cérebro é uma estrutura anatômica que faz a mediação dos processos mentais e serve de base para os processos neurológicos que estimulam os mecanismos do pensamento de todos os seres humanos. Apesar das modalidades de sentido e do sistema nervoso periférico desempenharem um papel fundamental no funcionamento cerebral através das informações que levam até esse órgão, não podemos deixar de mencionar que o funcionamento cerebral também é grandemente afetado pelo sistema circulatório. Portanto, não é de admirar que a saúde mental esteja relacionada com os hábitos alimentares. A dieta alimentar afeta profundamente a qualidade dos nutrientes sanguíneos. Paulo certamente enxergou a relação evidente entre a dieta alimentar e a vida espiritual ao dizer: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Coríntios 10:31). O apóstolo Pedro, referindo-se não apenas à dieta, mas também à relação entre a dieta e a vida espiritual, afirmou: “Amados, exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões carnais, que fazem guerra contra a alma” (1 Pedro 2:11). Não há dúvidas de que Satanás obtém sucesso em controlar a vida do ser humano através do apetite. Com o ambiente sofisticado da era em que vivemos, a alimentação humana sofreu uma revolução. A maior parte de nossa dieta alimentar baseia-se em alimentos refinados e os líquidos ingeridos tendem a substituir a água pura proporcionada por Deus no princípio para saciar a sede do homem. Ver capítulo 17 intitulado “Os Sentidos”.

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Os governos atuais investem milhões de dólares, por intermédio de várias agências, em pesquisas que descobrem a cada dia que muitos dos alimentos processados comumente ingeridos apresentam grandes riscos para a saúde humana. Devido à interrelação da vida física, emocional e espiritual do homem, entende-se que esses alimentos também afetam a estabilidade emocional. A maneira mais segura e mais saudável de viver consiste em consumir alimentos simples, que não sejam altamente condimentados e refinados, pois há uma relação íntima entre a simplicidade alimentar, o crescimento e o desenvolvimento humano. As dietas livres de açúcares refinados, gorduras, óleos e condimentos auxiliam sobremaneira na reversão de doenças degenerativas, tais como as doenças cardiovasculares, as doenças cerebrovasculares, o diabetes, a artrite e a obesidade. Muitas evidências indicam que uma dieta rica em carboidratos complexos e fibras e relativamente pobre em gorduras e proteínas é a alimentação mais adequada para as necessidades humanas. Tal dieta consiste em não mais de 20% de gordura não refinada, 20% de proteína não refinada e menos de 60% de carboidratos complexos. Essa dieta, simples, mas saborosa, além de promover a saúde, também é muito acessível. A utilização de gorduras refinadas, sejam elas saturadas ou insaturadas, está sendo cada vez menos defendida. A gordura natural encontrada nas castanhas, nas nozes e nos grãos são infinitamente superiores às gorduras concentradas. Há aproximadamente um século, a maioria das pessoas não encontrava dificuldade em viver uma vida que incluía uma dieta alimentar simples e relativamente saudável. Mas hoje, especialmente para os habitantes da cidade, tal dieta deve ser cuidadosamente planejada e meticulosamente compreendida. É importante ressaltar que Deus escolheu um ambiente simples – um lindo jardim – para ser o lar do primeiro casal humano. Então, formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente. E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, na direção do Oriente, e pôs nele o homem que havia formado. Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar (Gênesis 2:7-8, 15). Notemos que as cidades originaram-se com o primeiro assassino, Caim.

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E coabitou Caim com sua mulher; ela concebeu e deu à luz a Enoque. Caim edificou uma cidade e lhe chamou Enoque, o nome de seu filho (Gênesis 4:17). Uma dieta alimentar simples ainda é o melhor para a saúde do homem. Especialmente hoje em que o câncer, a tuberculose e outras doenças são comuns entre os animais, muitos são os benefícios provenientes de uma dieta vegetariana. Além disso, a frequência constante a restaurantes e lanchonetes torna mais difícil selecionar o tipo de dieta conveniente para a preservação da saúde mental, emocional e física. A dieta pode ser monitorada com maior sucesso dentro do lar. Ao traçarmos a razão para uma dieta errada veremos que a sua origem está no egoísmo. A glutonaria e a ingestão de alimentos inapropriados provêm do egoísmo descontrolado que combate a saúde espiritual e emocional. Sabemos que o bebê se preocupa demasiadamente com a satisfação oral. A maior parte de sua vida está ligada à satisfação da fome e, por isso, faz parte de suas compulsões básicas colocar quase tudo o que encontra na boca. É necessário muito empenho para transformar a indistinção infantil em padrões seletivos e equilibrados de princípios alimentares saudáveis. Não há dúvidas de que uma dieta desequilibrada, baseada em hábitos inapropriados, seja um fator relevante na demonstração de características temperamentais pobres. O ato de comer demais tende a tirar o sangue do cérebro, como também o hábito de comer entre as refeições causa um efeito negativo sobre o ser emocional. O ato de comer não deve cessar somente no momento em que nos sentirmos desconfortáveis, como também não devemos satisfazer o apetite entre as refeições. Há boas razões para a Bíblia classificar o comilão no mesmo nível dos beberrões. Porque o beberrão e o comilão caem em pobreza; e a sonolência vestirá de trapos o homem (Provérbios 23:21). E dirão aos anciãos da cidade: Este nosso filho é rebelde e contumaz, não dá ouvidos à nossa voz, é um comilão e beberrão (Deuteronômio 21:20, ARC).

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Tanto o ato de comer demais quanto o ato de beber demais produzem certa “intoxicação” mental, que reduz a eficácia do julgamento moral e limita o crescimento espiritual do indivíduo causando a redução do crescimento emocional. Na verdade, há várias pesquisas que estudam a relação da dieta alimentar e a doença mental. Alguns pesquisadores alegam terem sido capazes de estabelecer uma correlação muito forte entre os padrões alimentares e a tendência para o comportamento neurótico e psicótico. Os cristãos têm a grande responsabilidade de monitorar e controlar cautelosamente o hábito alimentar, seja na regularidade ou no cuidado da qualidade e da quantidade do alimento ingerido. A frequência das refeições também é importante. O melhor é que não se faça mais do que três refeições por dia. Para aqueles que não estão envolvidos com atividades que exijam exercícios físicos intensos, seria melhor que fizessem apenas duas refeições por dia. Os intervalos entre as refeições devem ser de no mínimo cinco horas, sem a ingestão de nenhum alimento a não ser água. O ideal é que a última refeição seja feita no mínimo quatro horas antes de dormir. Para não atrapalhar a digestão, recomenda-se que nenhum líquido seja ingerido com as refeições. Em contrapartida, devemos tomar grandes quantidades de água entre as refeições. Promovemos ainda mais a saúde quando mastigamos bem os alimentos ingerindo-os devagar e numa atmosfera social feliz e de coração agradecido ao grande Provedor pelo sustento de cada dia. A prática de exercícios leves após a refeição, como uma caminhada moderada ou mexer no jardim, beneficia a digestão. Não seria imoral comer e beber de maneira que a nossa força física fosse minada e a nossa mente se tornasse menos capaz de discernir entre o bem e o mal? A intemperança no comer afeta as emoções, pois as emoções desejáveis como o amor, a ternura, a bondade e a compaixão dependem de uma mente clara e de padrões de comportamento abnegado. Por outro lado, as emoções indesejáveis como o ódio, a inveja, o ciúme e a cobiça sem dúvida são fortalecidas por hábitos enraizados no egoísmo e no interesse próprio. Muitas vezes, tentamos desassociar os aspectos intelectuais dos aspectos emocionais da vida, mas isso é completamente impossível. Alguns olham dessa forma para a religião, sugerindo que as emoções não têm nenhum papel a desempenhar na aceitação religiosa ou em sua prática. Porém, a totalidade da experiência humana está relacionada à nossa vida religiosa. Assim, as nossas Ver capítulo 8 intitulado “As Emoções Negativas”.

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emoções estão intimamente ligadas às decisões religiosas. Isso não quer dizer que as reações emocionais excessivas não atrapalhem. Uma prática religiosa que incita exaltações emocionais dificilmente poderá produzir uma emoção santificada. Mas o amor e a bondade, a ternura e a compaixão são emoções expressadas pelo próprio Deus em relação ao Seu povo através do sacrifício de Jesus. O cristianismo faz parte dessas emoções positivas. Tais emoções também se encontram intimamente relacionadas à mente saudável. Os cristãos devem evitar a subnutrição. Alguns atingem o extremismo tornando vários aspectos da dieta alimentar as características principais de sua fé. Não é possível imaginar Adão e Eva magricelos e desnutridos, como também não é possível imaginá-los acima do peso ou obesos. “Existem hoje muitas evidências que indicam os riscos para a longevidade de quem se encontra abaixo do peso” (The British Medical Journal, 4 de outubro de 1980, v. 281, p. 894). Obviamente, sabe-se que algumas pessoas possuem a predisposição genética de serem magras, assim como outras possuem uma tendência genética para a obesidade. No entanto, a Bíblia nos adverte contra os extremos da dieta alimentar. Apesar do físico de uma pessoa nem sempre refletir se está subnutrida ou supernutrida, os princípios do controle alimentar se aplicam a todos nós. Hoje o problema dos narcóticos tomou dimensões inacreditáveis. As pesquisas estão repletas de evidências dos efeitos negativos do tabaco, do álcool e de outras drogas que prejudicam o desenvolvimento e a estabilidade emocional e física do homem. A dependência química facilita a desestabilidade neurótica em vez de resolver a causa do nervosismo e da tensão. Na verdade, ao utilizar qualquer estimulante, a pessoa falha em atingir a causa dos problemas físicos e acaba desenvolvendo uma situação de dependência que leva à deterioração contínua e ao aumento da dependência dos estimulantes e das drogas. Além disso, o uso de qualquer narcótico fortalece a tolerância egoísta que consequentemente enfraquece a vontade. Até mesmo o uso contínuo de analgésicos para dor de cabeça pode gerar uma série de dependências físicas e emocionais que atrapalham o trabalho do Espírito Santo, a calma e a tranquilidade da vida. Mesmo assim, infelizmente, muitos preferem os resultados inevitáveis de uma dieta alimentar pobre em vez de submeter-se à autodisciplina. Ver capítulo 19 intitulado “A Saúde Mental e as Drogas Legais”.

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A igreja cristã, assim como a sociedade, enfrenta atualmente o sério problema do uso de drogas pesadas de todos os tipos. A mente e o corpo das crianças e dos adolescentes estão sendo destruídos, muitas vezes devido à atração que sentem por aquilo que é desconhecido, misterioso e proibido. Essa atração é acentuada pela pressão de grupo excessiva que geralmente é acompanhada por amostras gratuitas de drogas disponibilizadas pelos traficantes. Não há nenhuma garantia de que a criança ou o jovem apenas experimentará a droga sem ser ludibriado a cair na tragédia do vício. Os pais não devem fazer vista grossa a essa terrível possibilidade. Se os pais estabelecerem desde cedo um diálogo aberto com os filhos, se a criança aprender a amar e a desfrutar um estilo de vida simples, será menos provável que demonstre interesse pelo mundo das drogas. Mas, talvez, a melhor proteção contra essa tentação seja o desenvolvimento prévio de uma base sólida em que a criança seja capaz de tomar decisões que a ajudarão a manterse firme, mesmo diante da rejeição e do escárnio. Geralmente as palestras a respeito do perigo das drogas fazem pouco para evitar que a juventude se afaste desse mal e às vezes podem até aumentar o uso dessas substâncias. Nesta era complexa e confusa em que vivemos, há necessidade de escolher estilos de vida e práticas que tenham como fundamento a simplicidade e a naturalidade que facilitarão o bom desenvolvimento da vida física, emocional e espiritual. Esse ideal não se desenvolve por acaso, mas é o resultado de grandes esforços para estruturar um estilo de vida condizente com as melhores práticas da saúde física. O hábito de comer e beber inadequadamente lança o fundamento para padrões errados de pensamento e de ação. Talvez nenhum outro fator seja de tão grande importância para a nossa saúde física, emocional, intelectual e espiritual como o hábito alimentar temperante.

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álcool causa mais assassinatos, mais crimes de violência, mais desarmonia conjugal, mais colapsos mentais e mais acidentes automobilísticos do que a heroína, a morfina, a cocaína, a anfetamina e a maconha ou todas essas drogas juntas. Apesar de tudo, o álcool é uma droga legal. Normalmente, homens e mulheres são severamente punidos por vender as drogas citadas acima. Em alguns países os traficantes de heroína são executados ao mesmo tempo em que o álcool é comercializado livremente para a população. Vamos imaginar, hipoteticamente, o que aconteceria se o álcool tivesse sido descoberto na década de 80. Naturalmente, primeiro seria testado em animais. Logo, os pesquisadores descobririam que essa substância reduz os processos de aprendizagem, prejudica a coordenação motora, danifica gravemente o fígado, o coração, o cérebro, o sistema nervoso e o trato gastrintestinal e altera as emoções. O resultado de tais descobertas seria inevitável – banir o álcool de todas as civilizações da face da terra. Não é preciso ser um gênio para imaginar a maneira rigorosa com que a American Food and Drug Administration (FDA) trataria essa droga. O mesmo se aplica a outras drogas legalizadas, tais como a nicotina e a cafeína. Infelizmente, essas drogas foram incorporadas aos padrões de vida da população antes de serem completamente conhecidos os perigos e os efeitos negativos que apresentam. Hoje, o poder econômico e político exercido pelos fabricantes e usuários dessas drogas é tão grande que poucos governos ousam solucionar o problema. A triste verdade é que, por ignorar as advertências divinas concernentes aos perigos dessas drogas, advertências essas dadas bem antes das descobertas científicas, muitos cristãos a estão consumindo. A situação tomou tamanha

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proporção que uma publicação denominacional ficou constrangida em confrontar o problema do consumo de álcool entre os cristãos. Muitos acreditam que o consumo de álcool moderado não interfere no seu comprometimento cristão. Mas a experiência demonstra que aqueles que adotam essa visão são espiritualmente fracos e, na maioria das vezes, se desviam do caminho. Além disso, a paz mental é destruída. Há aproximadamente quarenta e cinco anos, um dos autores deste livro e sua esposa foram convidados para uma noite social no lar de outro membro da igreja. Para a sua decepção, descobriram que aqueles irmãos, um ancião de igreja e duas estagiárias de enfermagem do hospital da denominação, consumiam álcool. Na verdade, o autor e a sua esposa foram os únicos a não consumirem álcool. No total, aproximadamente vinte membros da igreja estavam envolvidos. Nenhuma dessas pessoas permaneceu fiel ao lado do Senhor. A maioria teve vidas completamente fracassadas, com reveses na carreira e infidelidade conjugal. Ninguém se embebedou na ocasião. Todos se sentiram seguros com o consumo “moderado”. Os perigos do uso “moderado” do álcool são enormes. Assim como o veneno, o álcool destrói, mesmo em pequenas quantidades. Mas é a vida espiritual que o álcool mais prejudica. O álcool é um sedativo que debilita os centros cerebrais elevados, descontrolando essas áreas do cérebro que mediam a resposta ao Espírito Santo. Para ser um fiel seguidor do Senhor Jesus Cristo é preciso vigilância moral total. Até mesmo pequenas quantidades de álcool baixam a nossa guarda. A Bíblia registra apenas uma ocasião em que o álcool foi oferecido a Cristo. Esse fato ocorreu num momento em que o Salvador encontrava-se num estado de limite extremo, mas mesmo assim não ousou tomar da droga, pois desejava manter a clareza total de pensamento e a percepção espiritual a fim de salvar-nos de nossos pecados. Deram-Lhe a beber vinho com mirra; Ele, porém, não tomou (Marcos 15:23). O verdadeiro cristão jamais abandonaria a decisão de seguir o exemplo do Salvador para se contaminar com substâncias que atacam a consciência. Outro perigo do consumo “moderado” de álcool é que algumas pessoas têm tendência para o alcoolismo. Não há meios de determinar quem possui essa predisposição. Invariavelmente, o alcoólatra começa como um consumidor

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“moderado”. Apenas aqueles que se abstêm do álcool têm a garantia de não cair em tamanha tragédia. Ainda que o indivíduo não se torne alcoólatra, semeará grande amargura ao condescender com o consumo de álcool e dará um péssimo exemplo para os filhos que, provavelmente, seguirão na mesma direção. Muitos cristãos questionam incessantemente se a Bíblia perdoa o consumo moderado de álcool ou não. A verdade é que a Bíblia adverte inúmeras vezes sobre os perigos da bebida forte, como também aconselha o povo escolhido de Deus a evitá-la. Alguns exemplos são: O vinho é escarnecedor, e a bebida forte, alvoroçadora; todo aquele que por eles é vencido não é sábio (Provérbios 20:1). Não é próprio dos reis, ó Lemuel, não é próprio dos reis beber vinho, nem dos príncipes desejar bebida forte. Para que não bebam, e se esqueçam da lei, e pervertam o direito de todos os aflitos (Provérbios 31:4-5). Agora, pois, guarda-te, não bebas vinho ou bebida forte, nem comas coisa imunda... Porém me disse: Eis que tu conceberás e darás à luz um filho; agora, pois, não bebas vinho, nem bebida forte, nem comas coisa imunda; porque o menino será nazireu consagrado a Deus, desde o ventre materno até ao dia de sua morte (Juízes 13:4, 7). Porque é indispensável que o bispo seja irrepreensível como despenseiro de Deus, não arrogante, não irascível, não dado ao vinho, nem violento, nem cobiçoso de torpe ganância (Tito 1:7). Pois ele será grande diante do Senhor, não beberá vinho nem bebida forte e será cheio do Espírito Santo, já do ventre materno (Lucas 1:15). Mas vós aos nazireus destes a beber vinho e aos profetas ordenastes, dizendo: Não profetizeis (Amós 2:12).

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O profeta Oseias apontou de forma muito clara o cerne do problema do álcool ao afirmar: “A sensualidade, o vinho e o mosto tiram o entendimento” (Oseias 4:11). Essa visão expande-se por meio das declarações do rei Salomão e do profeta Isaías: Para quem são os ais? Para quem, os pesares? Para quem, as rixas? Para quem, as queixas? Para quem, as feridas sem causa? E para quem, os olhos vermelhos? Para os que se demoram em beber vinho, para os que andam buscando bebida misturada. Não olhes para o vinho, quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente. Pois ao cabo morderá como a cobra e picará como o basilisco (Provérbios 23:29-32). Mas também estes cambaleiam por causa do vinho e não podem ter-se em pé por causa da bebida forte; o sacerdote e o profeta cambaleiam por causa da bebida forte, são vencidos pelo vinho, não podem ter-se em pé por causa da bebida forte; erram na visão, tropeçam no juízo (Isaías 28:7). A advertência de Isaías é a mais oportuna. Todo cristão é um sacerdote. Os protestantes com razão firmam-se no conceito do sacerdócio de todos os crentes, mas muitos evitam fazer uma reflexão sábia a respeito dos efeitos do álcool sobre os sacerdotes. O nome cristão é altamente elevado para rejeitamos as implicações óbvias das palavras do profeta de Deus. Alguns cristãos argumentam que a Bíblia em nenhum lugar apresenta condenações específicas para o consumo moderado de álcool e usam esse argumento como pretexto para beber. Alguém poderia usar o mesmo argumento para consumir heroína ou jogar jogos de azar e propagar a poligamia. A lista de pecados que poderiam ser praticados sob tal argumentação é extremamente longa. Uma visita a uma sala de emergência numa sexta-feira ou sábado à noite convenceria qualquer leitor dos efeitos descomunais do álcool nos acidentes automobilísticos. Casos após caso são trazidos pelas ambulâncias. Logo, o odor do álcool fica suspenso no ar como uma nuvem pesada que invade todo o ambiente. No Hospital Austin, em Melbourne, Austrália, verificou-se que

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aproximadamente 20% dos pacientes dão entrada como resultado direto do álcool. Não podemos imaginar o custo dessa droga para a comunidade em termos financeiros e em perda de produção. Outro grande problema causado pelo álcool é a ressaca. Muitos pais ficam estarrecidos e perturbados ao descobrirem que os filhos viciaram-se em drogas “pesadas”. Eles mesmos deram esse exemplo aos filhos, o que acabou incentivando-os a usar outros tipos de narcóticos. Os pais de um jovem visitaram um dos autores. Como cristãos, estavam emocionalmente desolados pela prisão do filho por roubar uma farmácia na tentativa de adquirir narcóticos para satisfazer o vício. Realmente tratava-se de uma situação trágica, pois os membros da família viviam vidas aparentemente íntegras. No entanto, após algumas perguntas tornou-se evidente que os pais haviam dado exemplos de ingestão de cafeína e de consumo de vinho durante a refeição noturna e em alguns eventos sociais. Tal exemplo claramente repercutiu na vida do filho. Dentre as drogas legais, a nicotina provavelmente seja a menos usada pelos membros de certas denominações. Porém, alguns têm cedido a essa tentação. Das três drogas discutidas aqui, nenhuma é mais difícil de ser abandonada do que a nicotina. Com exceção dos alcoólatras, a grande maioria dos consumidores de álcool acha mais fácil abandonar a bebida do que o cigarro. Por sua natureza irritante, a nicotina afeta a estabilidade emocional e provoca consequências físicas muito bem conhecidas. Depois de o vício ser estabelecido, a falta do cigarro causa irritabilidade que somente pode ser aliviada com o consumo da droga. Muitos acreditam que o cigarro acalma os nervos e rejeitam o fato de que, na realidade, o cigarro simplesmente refreia a instabilidade nervosa causada pela falta dele mesmo. O cristão jamais deve poluir o corpo com agentes químicos que destroem o templo do Espírito de Cristo. O arqui-inimigo das almas tem obtido grande sucesso em usar as drogas para enganar, destruir a tranquilidade e finalmente nos separar de Deus. Provavelmente, a droga mais utilizada nos lares cristãos seja a cafeína. A cafeína é um veneno com efeitos amplamente registrados. A maioria das consequências devastadoras dessa droga afeta diretamente a saúde mental. No livro-texto de farmacologia padrão originalmente editado por Goodman

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e Gilman, mais de onze páginas impressas em coluna dupla foram destinadas a registrar os graves efeitos farmacológicos da cafeína. Muitos desses efeitos atingem o cérebro e o sistema nervoso. Uma xícara padrão de chá ou de café contém uma dose farmacológica completa de cafeína. Um dos autores foi confrontado em seu consultório por uma dona-decasa de vinte e oito anos de idade totalmente perturbada. Encontrava-se em estado de agitação intenso e exigia ser sedada. Não conseguia parar de gritar e brigar com o marido e estava constantemente irritada com os filhos. Confessou que amava profundamente a família, mas sabia que estava preste a ver seu casamento ruir, a menos que sua personalidade mudasse por completo. Sentia-se incapaz de controlar a irritação e o nervosismo. Exigia ajuda imediata. Parecia que somente uma anestesia geral seria capaz de impedir a sua conduta altamente emocional. Naturalmente, era imprescindível encontrar a raiz do problema. Apesar do grande questionário, nada agradável para muitos pacientes, não foi identificada nenhuma razão real que pudesse explicar o problema. Somente depois de ser especificamente questionada, verificou-se que bebia aproximadamente dez xícaras de café por dia. Sob a suspeita de sofrer de uma intoxicação grave de cafeína, foi advertida pelo médico a parar de ingerir a substância. A paciente achou impossível seguir a prescrição médica devido aos sérios efeitos de abstinência que se seguiriam. O médico ressaltou que aquele seria um teste que provaria o seu amor pela família. A paciente deixou a clínica um tanto desapontada com a prescrição médica e, obviamente, com pouca esperança de que o tratamento funcionasse. Passaram-se dois meses antes que retornasse à clínica. Seu semblante estava tão mudado que não foi possível reconhecê-la de imediato. De uma pessoa atormentada e nervosa passou a uma jovem mãe e esposa radiante. Essa transformação de personalidade não foi causada pelo uso de nenhum medicamento. Não resultou de um tratamento psicoterápico. Essa mudança ocorreu simplesmente devido à abstinência de uma droga muito poderosa, a cafeína. O hábito crescente dos pais cristãos em oferecer bebidas à base de cola aos filhos abre as portas para que mais tarde enfrentem dificuldades emocionais, pois a noz-de-cola, assim como o grão de café e a folha seca de chá, contém cafeína, um produto altamente perigoso. Outros, apesar de condenarem o consumo de chá, café e bebidas a base de cola, ingerem quantidades

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excessivas de analgésicos para dor de cabeça que contém cafeína em sua formulação. A origem da droga contida nesses medicamentos é irrelevante, pois por melhor que seja a fonte de extração, os efeitos colaterais debilitantes serão os mesmos. Como cristãos, é essencial que evitemos o consumo dessas drogas. Elas militam contra a expressão das virtudes cristãs e nos separam de Deus, destruindo, assim, a nossa felicidade.

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eus providenciou os elementos necessários para a saúde física do homem e para a sua regeneração através da natureza. Prometeu ao Seu povo escolhido, Israel, uma restauração rápida da saúde caso demonstrassem o Seu amor com os necessitados e oprimidos. Porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo e que deixes livres os oprimidos, e despedaces todo o jugo? Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres abandonados; e, quando vires o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne? Então romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará, e a tua justiça irá adiante de ti, e a glória do Senhor será a tua retaguarda (Isaías 58:6-8). Como já foi mencionado anteriormente , um relacionamento livre de egoísmo com o nosso semelhante nos fortalece e promove a saúde mental. Isaías também assegurou que a saúde física será grandemente elevada à medida que o egoísmo for removido pelo poder de Cristo, para que sintamos a alegria do servir. O egocentrismo gera efeitos significativos nos recursos físicos do homem. O estresse emocional de constantemente justificar o “eu”, juntamente com a ansiedade produzida pela mágoa, certamente aumentará a predisposição para contrair doenças cardiovasculares graves e outras doenças degenerativas. Portanto, aquilo que afeta a saúde emocional, afeta também a saúde física, pois tanto uma quanto a outra são profundamente influenciadas pela ação do sistema nervoso simpático. Ver capítulo 5 intitulado “O Amor e a Saúde Mental”.

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O Fator Físico na Saúde Mental

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Devido à relação íntima entre a saúde física e emocional, aqueles que buscam a restauração ou a preservação da saúde mental têm o dever de compreender os princípios que regem a saúde física. A natureza oferece tudo o que é necessário para o desenvolvimento e a preservação da saúde física. Neste mundo manchado pelo pecado, a saúde física pode ser prejudicada por acidentes ou por limitações de ordem genética ou física. No entanto, na grande maioria dos casos, a saúde física está sob o nosso controle. Somos responsáveis pela nossa própria vitalidade. Paulo conclamou os cristãos a oferecerem o corpo em sacrifício vivo, completamente aceitável a Deus. Essa admoestação, assim como todos os mandamentos de Deus, visa ao benefício do próprio homem. Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional (Romanos 12:1). Davi declarou que Deus é a fonte verdadeira de saúde. Ele é o que perdoa todas as tuas iniquidades, que sara todas as tuas enfermidades (Salmo 103:3). Certamente os princípios de saúde de Deus foram criados para promover benefícios físicos sem igual a todos aqueles que seguirem as Suas regras simples de saúde. Essas regras podem ser resumidas em oito princípios: 1. Adotar uma dieta alimentar simples e balanceada 2. Seguir as leis da temperança 3. Ingerir água pura 4. Respirar ar fresco 5. Expor-se ao Sol regularmente e com moderação 6. Exercitar-se diariamente 7. Sujeitar-se a padrões regulares e adequados de descanso 8. Manter um relacionamento diário de confiança em Deus

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Nos capítulos 18 e 19, foram apresentados os princípios da dieta alimentar, da temperança e do uso da água. Vale relembrar que a verdadeira temperança exclui o consumo de qualquer droga narcótica, a adoção de hábitos alimentares pobres ou irregulares, o uso de condimentos e tudo aquilo que prejudica o nosso corpo pela falta ou pelo excesso. Em sociedades desenvolvidas, tem se tornado cada vez mais difícil encontrar água potável. A situação complicou ainda mais pela necessidade de adicionar elementos químicos em quase todos os reservatórios urbanos. Sempre que possível, deve-se procurar consumir água proveniente da chuva, de nascentes ou que tenha passado por algum processo de purificação. Obviamente, são inúmeras as vantagens do estilo de vida rural, especialmente pelo suprimento abundante de água pura. Não devemos ignorar a importância medicinal da água. O banho quente seguido do banho frio aumenta o poder curativo do corpo, estimulando a circulação e tonificando todo o sistema. A aplicação alternada de compressas quentes e frias é de grande valor para o tratamento de resfriados, febres e inflamações. O conhecimento profundo de todos os princípios da hidroterapia aprimora consideravelmente o uso terapêutico da água reduzindo a necessidade do uso de drogas que, em alguns casos, causam sérios efeitos colaterais. Não queremos com isso sugerir que o povo de Deus tome uma posição fanática quanto ao uso de medicamentos. Devido ao emprego inapropriado ou à rejeição dos princípios de saúde, muitas vezes se faz necessário o uso de certos medicamentos. Por exemplo, qualquer pessoa que tenha contato com pacientes que apresentam sérios problemas cardíacos reconhecerá que a hidroterapia não será capaz de mudar o prognóstico. Na maioria dos casos, restam apenas minutos de vida a não ser que o paciente receba medicamentos intravenosos apropriados. A maior satisfação do médico é evitar o óbito do paciente. Para isso, em casos de emergência cardíaca, utiliza-se uma medicação à base de digitális, uma erva diurética e bronquiodilatadora, e, em alguns casos, pequenas doses de morfina. Entretanto, mesmo diante de quadros clínicos assim, medidas simples podem ser colocadas em prática pelo profissional sábio para complementar a ação desses poderosos medicamentos. A cabeceira da cama pode ser elevada para auxiliar a respiração. Muitas vezes, torniquetes podem ser aplicados nos membros do corpo para restringir o fluxo sanguíneo, reduzindo, o trabalho do coração e auxiliando-o a abastecer os órgãos vitais. Há pessoas que acreditam que as drogas não devam ser utilizadas sob hipótese alguma. Certamente, temos o dever de advertir quanto ao uso de

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drogas. Mas não é um princípio saudável evitar o uso de medicamentos em circunstâncias em que a sua falta acarretará a morte do paciente. Os cirurgiões realizam muitas intervenções vitais. Alguém gostaria de sugerir que esses profissionais realizassem o seu trabalho sem o auxílio da anestesia? Claro que não. No entanto, os agentes anestésicos estão entre as drogas mais potentes utilizadas pelos profissionais de saúde. Na primeira metade do século 20, nenhuma outra doença recebeu maior atenção da comunidade médica do que a tuberculose. Mesmo assim, as sepulturas daqueles que sucumbiram a essa terrível enfermidade são incontáveis. Os sanatórios proliferaram. Somente na década de 40, com a descoberta da estreptomicina e de outras drogas, o índice de mortalidade causada por essa doença atingiu níveis insignificantes. Como consequência, um sanatório após o outro começou a fechar as portas. Um ambiente rural cuidadosamente selecionado é a maior garantia de estar em contato com o ar puro e fresco. Muitas vezes, é necessário buscar lugares de topografia mais elevada a fim de ficar acima da poluição. O valor do ar fresco não pode ser estimado. A vitalidade do ser humano depende em grande parte da oxigenação do sangue. O ar puro permite a transferência máxima de oxigênio para as células do corpo. Se respirarmos constantemente grandes quantidades de poluentes, venenos como o monóxido de carbono unem-se à hemoglobina das hemácias reduzindo a quantidade de oxigênio transmitida às células. Devem ser planejados momentos diários especiais para a inspiração de ar fresco. Isso pode ser realizado respirando-se profundamente e praticando exercícios físicos vigorosos. A exposição regular da pele à luz solar também gera uma influência protetora contra as doenças. Os raios ultravioletas do Sol são meios eficazes de combate às bactérias. Em climas mais quentes, essa proteção pode ser adquirida através de banhos de Sol regulares. Em regiões cujos períodos de frio são extensos, resultados terapêuticos semelhantes podem ser alcançados através da lâmpada solar. A luz solar também tem a função de transformar o 7-deidrocolesterol da pele em vitamina D. Há evidências de que se pode reduzir o risco de contrair câncer de pele ao combinar a exposição ao Sol com uma dieta alimentar natural – especialmente uma dieta pobre em gordura animal ou industrializada. Ou seja, uma dieta cuja gordura seja obtida em seu estado natural a partir de grãos, castanhas, nozes e outros produtos vegetais. Contudo, devemos sempre usar

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o bom senso e evitar o banho de Sol excessivo ou o uso prolongado da lâmpada solar. Alguns minutos diários de exposição aos raios ultravioletas já são suficientes para eliminar as bactérias nocivas. Ao expor-nos dessa maneira ao Sol e permitirmos que os cômodos de nosso lar sejam banhados pelos raios solares, receberemos os benefícios da luz solar sem sermos prejudicados. Juntamente com a dieta, o exercício físico talvez exerça a maior influência sobre a saúde física. A prática regular de exercícios físicos ao ar livre é importante, tanto para a saúde física, quanto para a saúde mental. A inatividade, por outro lado, resulta no enfraquecimento físico e na predisposição de contrair uma doença física e mental. O melhor exercício físico e que traz mais benefícios é o exercício constante, moderado e de duração suficiente para elevar o batimento cardíaco e o ritmo respiratório de maneira significativa por um período razoável de tempo. Sem dúvida, o exercício físico de natureza não competitiva apresenta os melhores resultados. Os esportes competitivos são de pouco valor para a educação da juventude comparados aos de natureza não competitiva. Os esportes competitivos, em sua maioria, são resquícios do conceito de escravidão por parte dos gregos antigos, que achavam que todo trabalho manual útil devesse ser realizado pelos escravos. A sociedade grega da época considerava esses trabalhos indignos de serem realizados por um cidadão livre. Assim, os esportes foram criados para que as crianças e os homens livres pudessem exercitar-se fisicamente. Deus planejou que o homem empregasse o trabalho útil para se exercitar. No Jardim do Éden, as necessidades físicas do homem foram supridas pelo trabalho. E tomou o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar (Gênesis 2:15). Os filhos dos profetas em Israel também se ocupavam regularmente com o trabalho útil: “E sucedeu que, derrubando um deles uma viga, o ferro caiu na água; e clamou, e disse: Ai, meu senhor! ele era emprestado” (2 Reis 6:5). Entre os judeus, era comum que toda criança, a despeito de sua ocupação futura, aprendesse um ofício manual. Não é de admirar que Cristo tenha aprendido o ofício de carpinteiro e Paulo o ofício de fazer tendas.

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Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão? e não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nEle (Marcos 6:3). E depois disto partiu Paulo de Atenas, e chegou a Corinto. E, achando um certo judeu por nome Áquila, natural do Ponto, que havia pouco tinha vindo da Itália, e Priscila, sua mulher (pois Cláudio tinha mandado que todos os judeus saíssem de Roma), ajuntou-se com eles, E, como era do mesmo ofício, ficou com eles, e trabalhava; pois tinham por ofício fazer tendas (Atos 18:1-3). Os esportes competitivos, apesar de promoverem o exercício físico, apresentam características negativas. A competição nasce do conflito e em vez de incentivar o mérito da cooperação, esses esportes incentivam a disputa. Além disso, a competição é comumente associada ao empenho em dominar a pessoa ou o time adversário. A derrota de um é necessariamente o sucesso do outro – um princípio totalmente contrário ao princípio do reino de Cristo. A competição também tende a acrescentar tensão ao exercício. Essa tensão é conhecida por gerar graves consequências físicas que permanecem por um período extenso de tempo. Há também a tendência de levar as atividades competitivas ao extremo, chegando à agressão física. Essa possibilidade pode ser profundamente acentuada nos esportes de natureza combativa, como o futebol americano, o boxe e a luta livre. Finalmente, os esportes competitivos raramente desenvolvem o hábito vitalício de praticar exercícios. Geralmente, depois que a juventude passa, são interrompidos e substituídos pela observação passiva do esporte. Atividades como a caminhada, o ciclismo, a corrida e a natação de natureza não competitiva oferecem uma base muito mais equilibrada para o desenvolvimento da saúde física. Entretanto, apesar de serem boas atividades, nada se compara ao exercício físico produtivo promovido pelo trabalho. Se o trabalho exigir atividade vigorosa, como a jardinagem ou a construção, além de ser recompensado fisicamente pelo exercício, o indivíduo também poderá beneficiar-se monetariamente. Esse trabalho, realizado ao ar livre e sob a luz solar, possui uma grande influência terapêutica se realizado regularmente.

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O trabalho físico saudável também apresenta outros benefícios físicos. Salomão, por exemplo, declarou: “Doce é o sono do trabalhador, quer coma pouco quer muito; mas a fartura do rico não o deixa dormir” (Eclesiastes 5:12). Provavelmente, o desafio lançado por Salomão tenha um significado muito mais profundo: “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; olha para os seus caminhos, e sê sábio” (Provérbios 6:6). A regularidade e a qualidade do descanso são critérios importantes para a saúde física e mental, como também medidores do contentamento emocional. Horas irregulares e inapropriadas de sono atrapalham o equilíbrio do corpo acumulando cada vez mais o estresse e a tensão mental. Cristo reconheceu a necessidade do descanso ao incentivar os discípulos a descansar depois de passarem por um programa intenso de trabalho: “E Ele disse-lhes: Vinde vós, aqui à parte, a um lugar deserto, e repousai um pouco. Porque havia muitos que iam e vinham, e não tinham tempo para comer” (Marcos 6:31). Para aquele cuja vida está plenamente submetida a Cristo, há também o descanso maravilhoso das preocupações diárias. Jesus prometeu: “Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei” (Mateus 11:28). Há vários aspectos a serem considerados pelos cristãos – o descanso decorrente da submissão da vida a Cristo, o descanso noturno do sono, o descanso semanal do sábado e o descanso proveniente da mudança de atividade e de ritmo durante as férias. Todos esses aspectos desempenham um papel importante. O descanso de Cristo revitaliza tanto física quanto emocionalmente. Talvez a maior fonte de descanso resulte da compreensão de que todos os nossos pecados foram perdoados e que estamos seguros no Senhor Jesus. Estudos revelam que o melhor é dormir relativamente cedo e levantarse logo ao alvorecer. É verdade que algumas pessoas sentem que são mais produtivas à noite do que de manhã, mas a perseverança levará a formação de hábitos mais saudáveis de sono. Essa mudança pode levar de uma a duas semanas, o mesmo tempo que levamos para nos adaptar a mudanças rápidas de fuso horário. As pesquisas indicam que sete a oito horas de sono por noite são mais vantajosas. O ato de dormir demais ou de menos geralmente é associado a uma expectativa curta de vida. Deus providenciou um descanso semanal para o homem – um dia que permite que o homem quebre a sua rotina semanal de trabalho e se envolva mais diretamente com o estudo de Sua Palavra e a comunhão com outros cristãos. Esse dia foi instituído na Criação.

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E havendo Deus acabado no dia sétimo a obra que fizera, descansou no sétimo dia de toda a Sua obra, que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a Sua obra que Deus criara e fizera (Gênesis 2:2-3). Deus deu orientações específicas ao Seu povo com relação à preparação para o sábado para que somente o trabalho essencial fosse realizado nesse dia. E ele disse-lhes: Isto é o que o Senhor tem dito: Amanhã é repouso, o santo sábado do Senhor; o que quiserdes cozer no forno, cozei-o, e o que quiserdes cozer em água, cozei-o em água; e tudo o que sobejar, guardai para vós até amanhã (Êxodo 16:23). O fato de que a maioria dos cristãos não guarde o santo dia de descanso de Deus e prossiga, quer completa ou parcialmente, com a rotina diária, contribui para a ocorrência de muitas doenças na sociedade. Esse é um aspecto que nenhum cristão pode ignorar. O próprio Jesus disse que o sábado foi criado em benefício do homem: “E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado” (Marcos 2:27). O descanso e o rejuvenescimento alcançados nas férias anuais são muito importantes. Atividades diferentes das ocupações regulares são muito apropriadas para que as férias sejam aproveitadas ao máximo. Passar as férias envolvido no trabalho doméstico não é tão recompensador quanto passar esse período num lugar diferente. Porém, se o indivíduo for um trabalhador sedentário, a ideia de passar as férias realizando atividades físicas no lar tem o seu valor. Se houver crianças na família, as férias deverão ser levadas em grande consideração. Se bem planejadas, as férias em meio à linda natureza podem ter custos mínimos. Geralmente, períodos extensos de férias apresentam mais benefícios. Dias aleatórios de férias raramente produzem os efeitos rejuvenescedores oferecidos por férias de, no mínimo, duas semanas de duração. O propósito do descanso é adequar-nos melhor para as atividades rotineiras da vida. O descanso elimina o cansaço e restaura os nervos esgotados para que as atividades do dia a dia possam ser realizadas com mais ânimo e prazer.

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O oitavo princípio de saúde física – a confiança em Deus – já foi extensamente discutido nos capítulos anteriores. Trata-se do princípio unificador em que a saúde física e mental estão fundamentadas. Além disso, motiva a preocupação abnegada de seguir todos os outros sete princípios. A intemperança em todos os aspectos nasce do egoísmo e resulta em estresse, impaciência, conflitos, depressão e irritação. Sem mencionar que a intemperança reduz o índice de recuperação de doenças e em alguns casos coloca totalmente em risco as chances de restabelecimento. A saúde e a felicidade estão intimamente relacionadas à vida temperante. Cada um dos princípios apresentados neste capítulo baseia-se na lei da simplicidade de vida que fortalece a vitalidade física e mental. Todos eles também se fundamentam nos princípios de um estilo de vida equilibrado que permite que toda força benéfica do corpo, da mente e do espírito humano sejam empregadas para complementar o funcionamento do semelhante. É nesse sentido que o crescimento mental e espiritual depende muito do desenvolvimento e da preservação da saúde física. Aquilo que debilita o corpo enfraquece consideravelmente todos os outros recursos humanos. Da mesma forma, a atenção cuidadosa aos princípios de saúde física promove a saúde mental e o equilíbrio de um estilo de vida adequado. A confiança em Deus resulta no desenvolvimento de relacionamentos emocionais seguros. Davi reconheceu essa verdade ao afirmar: “Bem-aventurado o homem que põe no Senhor a sua confiança, e que não respeita os soberbos nem os que se desviam para a mentira” (Salmo 40:4). “É melhor confiar no Senhor do que confiar no homem” (Salmo 118:8). Haveria grande estabilidade social se a sociedade incerta encontrasse a paz interior que apenas a confiança em Deus pode trazer.

Ver capítulos 2, 3, 5, 6 e 7 intitulados “A Saúde Mental e o Crescimento Espiritual”, “A Saúde Mental e o Caráter”, “O Amor e a Saúde Mental”, “A Lei e o Amor” e “O Problema da Culpa”.

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m lar sem filhos geralmente é um lar solitário e que pode levar ao egoísmo. Em contrapartida, a paternidade é muitas vezes colocada em prática sem que se tenha feito uma verdadeira reflexão a respeito das grandes responsabilidades que recaem sobre os pais. A saúde mental da criança começa com os pais. Um ambiente familiar equilibrado talvez seja o maior legado que os pais podem deixar aos filhos para o desenvolvimento de uma mente saudável e estável. A paternidade responsável requer que os pais adotem um estilo de vida equilibrado e sólido antes de trazer à luz uma nova vida. Essa é a base fundamental para os pais que desejam dar início a um prénatal que não predisponha a criança a apresentar um caráter defeituoso. A responsabilidade da mãe é especialmente importante. Nos meses prénatais de formação é essencial que a mãe siga um estilo de vida simples e evite explosões emocionais. Há muitas evidências quanto à profunda influência das primeiras experiências intrauterinas da criança sobre as suas características emocionais, físicas e de personalidade. As emoções fortes causam reações no sistema nervoso simpático, como a liberação de adrenalina e de outras substâncias na corrente sanguínea. Apesar de a placenta ser um ótimo filtro, essas substâncias entram na corrente sanguínea do feto, levando-o à hiperatividade. Explosões emocionais frequentes por parte da mãe antes de dar à luz podem desenvolver padrões de comportamento emocional na vida pós-natal. Essas reações militam contra o desenvolvimento da saúde mental do bebê. Na maioria das vezes, os pais de crianças altamente emocionais erroneamente concluem que seja uma reação comum, negligenciando a profunda influência do ambiente pré-natal. Claro que os fatores genéticos também influenciam muito as características futuras da criança e do adulto, mas a tranquilidade e a felicidade demonstradas pelos pais durante o período de gestação tendem a predeterminar, em grande proporção, um temperamento semelhante na criança.

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A educação do primeiro filho deve ser abordada com cuidado especial, pois estabelecerá o padrão de abordagem na educação dos outros filhos. Além disso, a atitude e o comportamento do primeiro filho possuem grande influência sobre os irmãos menores. Não podemos subestimar a importância de hábitos saudáveis na vida da futura mãe. Há evidências incontestáveis de que o álcool, os narcóticos e o tabaco prejudiquem o desenvolvimento do feto. A mãe cuidadosa se absterá completamente do uso dessas substâncias. A cada ano, milhares de recém-nascidos morrem como resultado de crises de abstinência de drogas. Milhares de outros bebês, apesar de sobreviverem, apresentam claras evidências de crises de abstinência resultante do uso de drogas pesadas por parte da mãe durante a gravidez. O chá, o café e outras substâncias nocivas devem ser evitados. Uma dieta alimentar simples, regular e saudável é de valor inestimável tanto para a mãe quanto para o feto. O pai tem a responsabilidade de auxiliar a mãe e de promover um ambiente tranquilo e pacífico durante a gestação. O marido irresponsável ou que não gosta da esposa, ou que é infiel, deposita um enorme fardo difícil de ser suportado pela companheira, especialmente durante o período de gestação, ocasião em que os recursos físicos tendem a ser mais inferiores do que o normal. Tanto o pai quanto a mãe são responsáveis por estruturar o ambiente mais adequado para a formação do feto. Deve-se fazer todo esforço possível para reduzir as cargas que exaurem e desgastam a futura mãe. As toxinas geradas pelo cansaço inevitavelmente causarão um grande impacto no bebê. O melhor é que o marido e a esposa se estruturem de tal maneira que a futura mãe não precise trabalhar fora. Dessa forma, a influência do estresse será reduzida. Por outro lado, um programa de exercícios físicos regulares e moderados serão de grande auxílio. O trabalho em excesso por parte da mãe levará ao estresse e à tensão que atrapalharão o desenvolvimento saudável do feto. Acredita-se que o desenvolvimento dos padrões temperamentais da criança leve aproximadamente dezoito meses para ser concluído. Dos dezoito meses de desenvolvimento, nove ocorrem antes do nascimento. O bebê é muito impressionável, portanto, os pais devem ensinar o autocontrole desde cedo. A Bíblia indica por meio de inúmeros relatos a necessidade de a mãe apresentar uma vida controlada e moderada para que a criança possa ter um desenvolvimento saudável. Por exemplo, a mulher de Manoá, que mais tarde seria a mãe de Sansão, foi advertida pelo anjo do Senhor a

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abster-se de bebidas fortes e a evitar os alimentos impuros. Talvez não haja outro período mais importante para se adotar uma dieta simples do que durante a gravidez. A observância dos princípios de saúde é fundamental para o comportamento adequado da criança no futuro. Tanto no período pré-natal quanto na infância, é importante que a criança seja educada na renúncia e na abnegação, pois a sua felicidade futura dependerá muito desse treinamento. No início do período pós-natal, muitos subestimam a importância do processo de aprendizagem do bebê. Porém, esse período provavelmente é a fase mais impressionante da vida. O neonato aparenta ser tão indefeso que poucos pais começam a perceber os efeitos permanentes das primeiras experiências pós-natal. A segurança estabelecida nos primeiros meses de vida afetará a segurança emocional da criança no futuro. Os pais devem colocar cuidadosamente em prática uma rotina diária. A área rural é o melhor ambiente para a criação dos filhos, especialmente porque a mãe poderá dedicarse completamente para essa tarefa tão sagrada. Os pais não devem ignorar outros fatores que também são muito valiosos para o desenvolvimento do bom gosto que influenciará a vida futura. Por exemplo, a música desempenhará um papel muito importante na vida adulta. A exposição frequente à boa música na infância será de grande valor à medida que o gosto amadurecer até que se atinja a idade adulta. A criança logo aprenderá a se alimentar em horários corretos se a mãe estabelecer a regularidade das refeições. A regularidade das refeições auxiliará a criança, desde cedo, a evitar a ansiedade produzida por uma rotina irregular. Em quase todos os casos, é preferível respeitar o horário da refeição a alimentar a criança toda vez que sentir fome. O ato irregular de alimentar a criança toda vez que sente fome geralmente forma o hábito de exigir a satisfação própria. O bebê aprende a chorar não apenas por comida, mas também por qualquer coisa que deseje. Os pais logo aprenderão a diferenciar os tipos de choro e perceberão que quase sempre o choro é de ordem temperamental, não biológica. Assim, se atendidas as reações temperamentais, formar-se-ão hábitos que na vida futura serão estabelecidos em princípios egoístas. Outra influência importante sobre a criança é o relacionamento feliz entre os pais e os outros membros da família.

Ver Juízes 13:14.

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A presença da criança no culto familiar matutino e vespertino é essencial. Apesar do bebê ainda não ser capaz de compreender a vida espiritual envolvida no momento do culto, desde o princípio serão desenvolvidas atitudes que facilitarão que a criança considere o culto familiar uma bênção. Durante o culto, a criança aprenderá a verdadeira reverência e alegria de comungar com Deus. Mais tarde, não terá dificuldade de demonstrar a verdadeira reverência a Deus, ao local de culto, à Bíblia e aos ministros. O período do culto deve ser adaptado ao interesse da criança mais nova presente e, assim que possível, deverá ser envolvida através de cânticos, de histórias bíblicas, de leitura e do aprendizado da Bíblia e da oração. O desenvolvimento de hábitos sadios desde cedo militarão contra os esforços de Satanás para distanciar a criança de Deus. Os pais devem aprender o mais rápido possível a distinguir entre o choro de dor e o choro temperamental. Os pais jamais deverão reforçar o choro temperamental através de qualquer forma de atenção, mas devem sempre estar prontos para responder apropriadamente o choro de dor ou de desconforto. O desprezo das necessidades biológicas inibe o crescimento emocional saudável. Logo no início do período pós-natal, o bebê já deve aprender de forma amorosa e cuidadosa a obedecer aos comandos dos pais. Esse não será um treinamento simples do ponto de vista behaviorista, mas essencial para auxiliar a criança a formar padrões de hábitos apropriados que facilitarão, em fases vindouras, a sua decisão em aceitar as reivindicações que Cristo fará por sua vida e serviço. Muito antes de a criança ser capaz de responder verbalmente, os pais podem ensiná-la muitas lições valiosas de obediência. Assim que a criança for capaz de entender, essas lições deverão ser envolvidas na sua educação e treinamento. Educar diligentemente desde os primeiros meses evitará uma multidão de problemas no futuro. Entretanto, até mesmo os pais mais sábios precisarão muito da graça de Deus e de uma vida de oração contínua para educar com sucesso os filhos que lhe foram confiados. O princípio primordial no relacionamento entre pais e filhos é o amor. Desde os primeiros anos, o bebê sente esse amor e o corresponde. Esse amor não satisfará cada desejo egoísta, mas proverá o carinho e a intimidade do amor paternal que, sob a bênção de Deus, é uma das peças fundamentais para aproximar a criança de Deus e de outros membros da família. O amor paternal também influenciará a criança a estabelecer relacionamentos intrapessoais de afeto satisfatórios com pessoas fora do círculo familiar.

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Alguns pais hoje negligenciam a dedicação dos filhos a Deus. Que isso não seja passado por alto. Os pais de Jesus nos deixaram um ótimo exemplo com relação a esse assunto. Nada é mais importante do que dedicar os filhos a Deus, se esse ato for acompanhado de um desejo sincero e do esforço por parte dos pais de colocar em primeiro lugar a vontade de Deus nas suas responsabilidades paternas.

Ver Lucas 2:27-32.

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força de vontade é o aspecto mais importante para o progresso da saúde mental. Assim, torna-se imprescindível desenvolver a força de vontade e o processo de tomada de decisão da criança o mais rápido possível. Nas primeiras fases da vida, os pais são a mente dos filhos. Essa relação supre as necessidades biológicas, como também a necessidade de proteção contra o perigo. Porém, passo a passo, começando pela questão da proteção, a criança deve entender a relação causa e efeito das situações da vida. Por exemplo, a criança precisa saber que as avenidas movimentadas, o fogo e a água são perigosos. Inicialmente, os pais terão que pensar pelo filho, mas assim que possível é importante mostrar à criança que há uma razão por trás de cada decisão. Dessa maneira, a resposta paterna ao pedido do filho será relacionada à razão. Por exemplo, João pergunta: “Posso brincar com o Pedro?”. Talvez brincar com Pedro não seja uma boa ideia, mas uma simples resposta como: “Não, porque está na hora do jantar” indica que a mãe tem uma razão para responder “não”. Responder apenas “não” incitará inevitavelmente a pergunta “Por quê?”. A resposta “Porque eu disse” não contribui em nada para aprofundar a compreensão da criança sobre o comportamento equilibrado e, geralmente, estimula reações negativas entre os pais e os filhos. Mais tarde, os pais poderão ajudar, orientar e encorajar a criança a tomar decisões próprias. Deverão, porém, considerar atentamente os possíveis resultados. Os pais poderão, por exemplo, ajudar a criança a decidir a compra de uma peça de vestuário até que chegue o momento em que ela Na ocasião em que James, o filho caçula de um dos autores, estava com oito meses de idade, encontrou o portão da casa aberto e engatinhou para fora. O motorista de uma carreta freou a meio metro de distância do bebê que tentava cruzar a avenida movimentada, obviamente sem a menor noção do perigo. Esse incidente não serviu apenas para evidenciar o cuidado protetor de Deus, mas também para ilustrar a falta de noção do perigo que as crianças possuem.

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possa tomar essa decisão sozinha. Não há um momento específico em que a criança apresente maturidade para tomar as próprias decisões. Os pais são os responsáveis por determinar sabiamente a proporção de independência que permitirão ao filho, bem como a idade apropriada para começar a tomar cada uma de suas decisões. O ideal é que a criança aprenda a decidir assuntos que não sejam de ordem moral até que, com o passar do tempo, lhe seja dada a liberdade de tomar decisões no campo do certo e errado. Pouco a pouco, em questões simples, os pais poderão até mesmo educar os filhos a tomar decisões de ordem moral. Às vezes, os pais terão que correr o risco da criança tomar uma decisão errada. Se isso acontecer, não deve ser motivo para agir com pânico, pois os pais também cometem erros. Talvez seja necessário recuar um pouco, porque a criança demonstrou que não está pronta para tomar tamanha responsabilidade. Certamente, os pais jamais deverão permitir que a criança sinta que não tem nenhuma responsabilidade com a mãe ou com o pai ao tomar grandes decisões. Pode chegar o tempo, porém, em que a criança se rebele contra qualquer intromissão dos pais em suas decisões, mas se os pais sabiamente orientaram o filho desde os primeiros anos a confiar em seu relacionamento com eles, dificilmente ocorrerá esse tipo de reação. Talvez os dois maiores erros que os pais podem cometer são: controlar excessivamente a criança ou, o outro extremo, permitir que a criança faça tudo o que quiser. Tanto um extremo quanto o outro destroem o desenvolvimento da tomada de decisão da criança. No primeiro caso, a vontade tende a ser esmagada pela disciplina coerciva. Uma criança criada assim, ao enfrentar situações na vida adulta em que deve tomar uma decisão, não terá uma base adequada para decidir e tenderá a se comportar de maneira compatível com o “homem natural” que, por sua vez, não condiz com a vida cristã. No segundo caso, a criança que cresce num ambiente permissivo aprende a guiar-se pela vontade e a comportar-se segundo princípios hedonistas. Essa criança também encontrará dificuldades em tomar decisões ao chegar na adolescência e tem uma forte tendência a se distanciar de Deus e seguir padrões de comportamento desregrados. Portanto, tanto o lar coercivo quanto o permissivo falham em ensinar princípios adequados para a tomada de decisão. Ambos os métodos de educação surtem efeitos desastrosos na vida adulta. A Bíblia apresenta a educação equilibrada. Os pais cristãos que seguem os ensinamentos bíblicos fielmente governarão a família.

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Que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia (1 Timóteo 3:4). Os pais não desprezarão a punição da desobediência contínua e deliberada. O que não faz uso da vara odeia seu filho, mas o que o ama, desde cedo o castiga (Provérbios 13:24). A vara e a repreensão dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma, envergonha a sua mãe (Provérbios 29:15). Os pais fiéis farão tudo para evitar um ambiente negativo, destrutivo e sem amor que oprime os filhos e impede o crescimento e o desenvolvimento positivos. E qualquer que escandalizar um destes pequeninos que creem em Mim, melhor lhe fora que lhe pusessem ao pescoço uma mó de atafona, e que fosse lançado no mar (Marcos 9:42). E vós, pais, não provoqueis à ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor (Efésios 6:4). O mais importante é que a criança aprenda a obedecer aos pais, não por medo ou por ameaças, mas pela responsabilidade que tem para com eles. Os pais, por sua vez, desempenham, especialmente nos primeiros anos de vida, o papel de Deus na vida do filho. Se a criança for continuamente submetida a críticas e estiver sujeita a muitas punições físicas e psicológicas, o caráter de Deus será pervertido na mente da criança e o relacionamento entre pais e filhos será sempre defeituoso. O autocontrole dos pais é vital para a boa educação dos filhos. Ao aprender a obedecer absolutamente aos pais e às autoridades, a criança aprende a obedecer a Deus. A obediência é parte integrante do relacionamento entre Deus e o homem.

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Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: graça e paz vos sejam multiplicadas (1 Pedro 1:2). Isso se aplica até mesmo aos pensamentos. Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo (2 Coríntios 10:5). Assim como aqueles que são verdadeiramente obedientes a Deus serão motivados pelo amor, da mesma forma a verdadeira obediência aos pais resultará do amor. Ao presenciar o amor e a afeição entre os pais, a criança aprenderá o verdadeiro significado do quinto mandamento de Deus. Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá (Êxodo 20:12). Apenas, então, ocorrerá um desenvolvimento harmonioso. O lar precisa ser regido por regras apropriadas. Tais regras devem ser simples, úteis e aplicadas com amor. À medida que cresce, é importante que a criança participe da formulação das regras. Dessa forma, ficará mais animada a respeitá-las. Deve-se sempre exigir a obediência dos filhos. Os pais devem disciplinar os filhos para que os seus pedidos sejam atendidos da primeira vez. O melhor para as crianças é conhecer a postura dos pais. Se o pedido tem que ser repetido muitas vezes, a criança tenderá a ficar confusa. Os pais ficarão impacientes, se não irracionais, e podem reagir com agressividade. Tal atitude não promove o bom relacionamento familiar. Haverá momentos em que a criança precisará ser repreendida, mas toda repreensão deve ser dada com amor, não com raiva. As palavras impacientes destroem o verdadeiro relacionamento familiar e a grosseria gera o rancor. As censuras fortes por parte dos pais estimulam a insegurança, a baixa autoestima, o desânimo e o desespero nos filhos. O negativismo resultante pode causar separação na família e provocar danos irreparáveis. Há a necessidade de apresentar à criança o verdadeiro caráter de Deus – o Seu amor, a Sua misericórdia e a Sua tolerância. A melhor forma de demonstrar tais atribu-

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tos de Deus é lidar com os problemas de disciplina de maneira equilibrada. Os pais devem reconhecer e ressaltar as qualidades positivas da criança, mas evitar a bajulação. Devem demonstrar a sua admiração, aprovação e apoio liberalmente nos momentos apropriados. Outro fator importante para o desenvolvimento da saúde mental da criança é a alimentação. A vida artificial de hoje, em meio à complexidade da sociedade moderna, torna ainda mais difícil o estabelecimento de um ambiente emocionalmente seguro para as crianças se desenvolverem. O artigo intitulado “Troubled Children – the Quest for help”, [Crianças Problemáticas – a Busca por Ajuda], apresentou uma estimativa que revela que no mínimo 1,4 milhões entre crianças e jovens norte-americanos abaixo de dezoito anos de idade apresentam problemas emocionais graves o suficiente para justificar cuidados urgentes. Mais de dez milhões precisarão de algum tipo de assistência psiquiátrica para que tenham condições de ser beneficiadas pelo progresso da medicina em outras áreas. Alguns pesquisadores ainda sugerem que esse número pode chegar a trinta milhões – um enorme segmento da população americana abaixo dos dezoito anos. Esse número não se limita a quadros neuróticos moderados, mas também inclui problemas psicológicos graves como o autismo, a esquizofrenia e a hipercinesia. Um dos psiquiatras mencionado no artigo em questão, declarou: “Uma criança afortunada é aquela que possui uma boa hereditariedade e cuidados adequados por parte de ambos os pais, que são capazes de reconhecer e atender às necessidades da criança no início da vida e um mínimo de situações desafiadoras, que apresentem algum nível de estresse à medida que a criança amadurece”. Infelizmente, poucas crianças de hoje têm o privilégio de morar com o pai e a mãe e crescer num ambiente livre de situações estressantes. O artigo acima mencionado ressaltou também que a sociedade volúvel atual praticamente aboliu o conceito de extensão familiar em que tias, tios, avós e outros parentes atuavam como um ponto extra de apoio à criança em desenvolvimento. Assim, a igreja cristã, se bem organizada e alerta, torna-se parte da extensão familiar dos filhos de seus membros. Nesse sentido, os adultos devem se considerar pais e mães de todas as crianças da igreja. Outro psiquiatra mencionado no artigo acima afirmou que não acredita que ambos os pais, que dirá apenas um, sejam capazes de educar sozinhos os filhos, sendo essencial o apoio da igreja. Consultar a revista Newsweek, 8 de abril de 1974.

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Enfrentamos uma situação em que muitas crianças não têm o privilégio de ter a presença constante da mãe durante o dia. A complexidade da sociedade e a ânsia por conveniências modernas fazem com que na grande maioria dos casos ambos os pais tenham que trabalhar fora. No entanto, há muitos que certamente concordam com a opinião do Dr. Salk: “Prefiro que as pessoas decidam não ter filhos do que deixá-los nas creches e em centros infantis” (ibid.). Não há dúvida de que a mãe seja a pessoa mais indicada para cuidar do filho durante os anos de formação, salvo raríssimas exceções. A responsabilidade dada por Deus não deve, exceto sob circunstâncias muito graves, ser colocada nas mãos de outra pessoa. É muito melhor ter menos dos assim chamados “confortos da vida moderna” do que privar o filho da presença da mãe por longos períodos do dia. A pesquisa apresentada no artigo apontou que uma das maiores causas de colapso mental em crianças é a influência devastadora da televisão. “Na sociedade controle-remoto de hoje, as crianças tendem a conhecer o mundo que as rodeia de forma indireta através da televisão. A maioria das nossas crianças e dos nossos jovens já esteve em todos os lugares através da audição e da visão, mas praticamente em nenhum lugar por uma experiência própria e real. Grande parte dos programas a que as crianças assistem são descrições vívidas de guerra, de violência e de revoltas sociais. A agressão tornou-se a experiência infantil mais impregnante de todas. As crianças aprendem comportamentos anormais ao observarem o comportamento de outras pessoas” (descobertas da Commission on Mental Health of Children, Ibid.). Sabe-se que a televisão desempenha um papel fundamental para o estabelecimento do sistema de valores da sociedade e afeta profundamente as atitudes e a moralidade. O fato de a televisão apresentar muitos programas e informações que contradizem a moralidade bíblica já deveria servir de grande aviso aos pais que desejam o bem-estar moral e espiritual de seus filhos. Até mesmo as propagandas e os telejornais ressaltam a imoralidade ou as atitudes repugnantes. Assim, os pais têm a responsabilidade vital de monitorar os programas a que os filhos assistem ou ouvem. Essa responsabilidade não se aplica apenas à televisão, mas também à leitura, ao rádio, ao som e a outros meios de comunicação. Geralmente, devido à complacência ou à falta de autoridade, os pais rendem-se às influências do meio. Porém, a responsabilidade paterna de desenvolver e promover o ambiente mais favorável e positivo para o crescimento

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espiritual e emocional da criança é indispensável e essencial. Os pais devem ensinar a criança que qualquer complacência que interfira em seu crescimento mental e espiritual não é proveitosa e deve ser eliminada. A complacência não faz a criança feliz, mas a torna impaciente e descontente. Apesar de ser natural desejar vivenciar as sensações e a empolgação promovida pelos entretenimentos, tais atividades não possuem nenhum valor para o crescimento benéfico. Para proteger a vida da criança contra as más influências ou daquilo que não seja proveitoso, a criança deve estar cercada por atividades úteis e interessantes. O desenvolvimento dos interesses criativos e construtivos que chamam a atenção da criança é, a princípio, de responsabilidade do pai para com o filho e da mãe para com a filha. Porém, as várias atividades que envolvem a família toda, especialmente aquelas que podem ser realizadas ao ar livre, contribuem muito tanto para estreitar os laços familiares, como também para preencher o vazio que a eliminação dos entretenimentos deixa na vida da criança. Tais atividades também ajudam a estabelecer padrões valiosos para a vida toda. A Bíblia está repleta de exemplos dos efeitos devastadores causados pela permissividade dos pais. Um dos exemplos mais claros é a experiência de Eli, o sumo sacerdote de Israel, cujos filhos não foram disciplinados e nem direcionados para seguir o caminho de Deus. A complacência de Eli levou os filhos à morte e, como pai, teve que enfrentar consequências trágicas. Os pais são tão responsáveis quanto as mães pela educação dos filhos. Ambos possuem a responsabilidade solene de promover o ambiente e as orientações da mais alta qualidade aos filhos que lhe foram confiados. Apenas em tais circunstâncias os filhos poderão desenvolver-se positivamente e encontrar em seus pais uma verdadeira bênção. Deus enxerga em cada ser humano uma infinidade de possibilidades. Aos pais é confiada a tarefa sagrada de fazer tudo ao seu alcance para encorajar o filho a atingir o auge da vida unindo-se ao poder infinito de Deus.

Ver 1 Samuel 4:11-18.

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ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO DA INDEPENDÊNCIA DA CRIANÇA NASCER COORDENAR AS MÃOS ENGATINHAR ANDAR FALAR FREQUENTAR A PRÉ-ESCOLA / ESCOLA TIRAR CARTEIRA DE MOTORISTA ALCANÇAR A INDEPENDÊNCIA FINANCEIRA MORAR SOZINHO CASAR-SE

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eralmente, a realidade mais difícil de ser admitida pelos pais de um adolescente é que as atitudes e o comportamento do filho nessa fase são, em grande parte, o resultado da educação que recebeu durante os anos de formação. Muitas vezes, no início da infância, aquilo que aparenta ser idiossincrasias insignificantes torna-se, na adolescência, características irritantes e até mesmo distúrbios emocionais. Nessa fase, os pais tentam em vão reverter os resultados de uma educação pobre nos anos anteriores. Por outro lado, um relacionamento criterioso e equilibrado entre pais e filhos durante a infância é a maior garantia de um desenvolvimento livre de problemas sérios na adolescência. Mesmo assim, os pais que não colocaram em prática uma educação adequada desde os primeiros anos da criança poderão ainda extrair alguns benefícios de um relacionamento mais responsável com o filho adolescente, se bem que essa tarefa seja muito mais difícil e os resultados mais árduos para serem alcançados. Não há, porém, motivos para não tentar fazer todo o possível. Todos os períodos de mudanças significativas são cruciais especialmente para a saúde mental. A adolescência, que envolve a metamorfose da infância para a maturidade, certamente é o período mais crítico para a saúde mental. Os distúrbios mentais comumente se tornam mais aparentes durante a adolescência. Esse fato aplica-se principalmente a manifestações psicóticas como a esquizofrenia. A adolescência é um período de oscilações frequentes de comportamentos infantis e maduros. Assim, ao buscar a sua própria identidade e independência, o adolescente enfrenta muitas frustrações e pressões. Especialmente na sofisticada sociedade ocidental, a adolescência tende a prolongar-se. Geralmente começa com uma mudança psicológica envolvendo a puberdade e termina no momento em que o desenvolvimento psicológico caracterizado pela maturidade emocional e social é alcançado.

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Durante esse período, o indivíduo tenta se libertar da dependência infantil. Para muitos jovens, essa maturidade crescente traz muitos problemas e frustrações. As frustrações estão geralmente relacionadas ao cabo-de-guerra entre o sistema de valores paternos e o sistema de valores do grupo social que o jovem participa. O adolescente, na grande maioria dos casos, encontra-se numa situação de conflito, pois dificilmente consegue agradar os dois lados. Se cede à pressão dos amigos, certamente provocará a desaprovação dos pais. Da mesma forma, se respeita os valores e os desejos dos pais, os amigos se afastam. Os pais precisam se empenhar para ajudar a criança e o adolescente a escolher sabiamente as suas companhias. As companhias afetam tanto a reputação quanto o caráter do indivíduo. Os hábitos e os motivos são formados à semelhança dos hábitos praticados pelo grupo, pelos companheiros, apesar de a princípio parecer improvável. Infelizmente, quase em todos os casos, é o amigo com o caráter mais defeituoso que influencia o amigo de caráter originalmente mais nobre. A orientação paterna sábia e equilibrada terá favorecido o desenvolvimento da independência e da habilidade de decidir antes da adolescência. Os pais que lançaram bases fortes para habilitar a criança a tomar as próprias decisões descobrirão que o filho adolescente completará a transição para a independência da maioridade com maior facilidade. Pensa-se que a independência começa quando o bebê consegue engatinhar pela primeira vez de um lugar para o outro. Essa independência aumenta na fase em que a criança começa a dar os primeiros passos, depois a correr e, certamente, aumenta mais ainda à medida que aprende a utilizar os meios de comunicação mais sofisticados. A habilidade de fugir dos pais ou de dizer “não”, na realidade, são os primeiros indícios da independência da criança. Às vezes isso pode ocorrer durante as brincadeiras, mas em algum momento no futuro será parte integrante da habilidade de tomar as próprias decisões em questões variadas. No momento em que a criança sai de casa, seja para o berçário, para a creche ou para a escola, essa independência aumenta até certo ponto, pois embora esteja inserida num meio em que os pais não possam interferir de maneira direta, está sob a responsabilidade de outro adulto. Assim, geralmente Ver capítulo 22 intitulado “A Infância”.

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é na adolescência que o filho encontra a primeira oportunidade real de tomar decisões totalmente independentes dos pais. Há muitos fatores na adolescência que tendem a aumentar a independência. Por exemplo, a posse de um carro, a habilidade de ganhar o próprio dinheiro e a possibilidade de estar com outras pessoas sem ser supervisionado. Além de tenderem a aumentar a independência, todos esses fatores também lançam sobre o adolescente uma grande responsabilidade que até então não havia experimentado. Infelizmente, muitos jovens não foram preparados para enfrentar tal responsabilidade e tendem a ceder quase sem pensar à pressão do grupo. Exatamente por esse motivo o treinamento e a educação diligentes tornam-se tão necessários na infância. Salomão sem dúvida reconheceu essa verdade ao afirmar: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele” (Provérbios 22:6). Através de Moisés, Deus expressou o mesmo conceito. Após entregar os Dez Mandamentos, advertiu os filhos de Israel: “Tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te” (Deuteronômio 6:7). Tragicamente, a educação pobre dos bebês e das crianças leva à rebelião e à insubordinação assim que aparece a primeira oportunidade de independência. A educação correta e eficaz da criança é a maior segurança contra a adoção de um padrão de vida totalmente equivocado ao atingir os anos de independência. Isso não significa que os filhos que sabiamente educados pelos pais durante os anos de formação não enfrentarão problemas de adaptação na adolescência. Hoje as decisões que os jovens têm que fazer são tão complexas e difíceis que a maioria, até mesmo aqueles criados nos melhores lares, possivelmente enfrentarão dificuldades. Porém, se no lar foi promovido um ambiente seguro e coerente durante a infância, haverá maior probabilidade de o jovem se adaptar melhor e tomar decisões firmes e seguras na adolescência. Os pais sábios muitas vezes chocam-se ao verem os filhos que aparentemente eram bem equilibrados nos anos de formação repentinamente demonstrarem sinais de inadequação ou até mesmo de rebelião no início da adolescência. Diante dessa situação, a mesma atitude firme, mas amorosa, demonstrada nos anos anteriores, se mantida durante os anos difíceis da adolescência, produzirá resultados sadios e satisfatórios. É importante que os pais não entrem em pânico, nem sintam que tudo está perdido se o filho adolescente tomar decisões erradas. Porém, os mesmos princípios e regras da vida devem ser mantidos

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pelos pais a fim de ajudar o filho a ter segurança para saber o que é certo e o que é melhor. Os pais devem estar sempre prontos para atender às necessidades dos jovens. O adolescente que ainda se sente à vontade para buscar o conselho dos pais reflete o resultado de uma educação sábia e diligente. Talvez não haja satisfação maior para um pai do que ver um filho adolescente buscando a sua opinião e o seu conselho. Nada pode ser autorizado pela complacência ou pela hesitação dos pais. Muitos pais, ao se acharem incapazes de lidar com os conflitos da adolescência, perdem muito por recorrerem à complacência na esperança de alguma forma garantir a afeição dos filhos. Reforçar as decisões e os comportamentos corretos do adolescente através de comentários positivos é muito importante, bem como ajudar o jovem a procurar tomar decisões condizentes com mais altos propósitos cristãos. Durante a adolescência desenvolve-se a maior parte de nosso sistema de valores. As crenças, as atitudes, os preconceitos, as inclinações e o estilo de vida fixamse mais durante esse período da vida. Muitos conflitos ocorrem quando o adolescente escolhe atitudes e crenças diferentes daquelas ensinadas pelos pais. Na mente do adolescente pode também ocorrer grandes conflitos emocionais que venham a gerar comportamentos impulsivos e irracionais. Há maior estabilidade emocional quando o adolescente escolhe adotar um estilo de vida semelhante ao dos pais. Naturalmente, numa era em que, em contraste com as eras anteriores, há maior probabilidade de o adolescente escolher um estilo de vida diferente dos pais, não é de admirar que haja maior incidência de colapsos emocionais. Os pais devem evitar a todo custo brigar ou implicar com as diferenças que não sejam de ordem moral. Toda a sabedoria e energia serão necessárias para lidar com as situações de natureza moral. Outra área de preocupação durante os anos da adolescência é a questão dos símbolos de status. Para satisfazer as ambições da maioridade e evitar o status infantil, os adolescentes quase universalmente tentam apoiar-se em símbolos de status da maioridade. Os símbolos de status podem envolver qualquer coisa característica dos padrões da vida adulta. Esses padrões podem estar relacionados a estilos distintos de vestuário, o uso de maquiagem e de adornos (especialmente as meninas), o ato de fumar, a ingestão de bebidas alcoólicas, a independência financeira, a posse de um carro e o namoro. Apesar

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de nem todos os símbolos de status serem indesejáveis, muitos se opõem aos princípios morais e aos princípios de saúde. Basicamente, os adolescentes são pressionados a se conformar com padrões da sociedade em geral. Assim, a maturidade em desenvolvimento no adolescente deve ser reconhecida pelos pais, pelos professores e pela igreja. À medida que o adolescente amadurecer, novas e maiores responsabilidades deverão serlhe atribuídas em forma de reconhecimento, o que lhe oferecerá símbolos de status adequados que auxiliarão o seu desenvolvimento espiritual, emocional e físico em vez de destruí-lo. Tais responsabilidades surtem maior efeito se adaptadas aos interesses e às necessidades do jovem. Esse período oferece uma boa oportunidade para educar o adolescente nas áreas mais variadas da vida e das atividades da igreja, como também oferece a oportunidade de desenvolver relacionamentos em que o adolescente sinta que está sendo tratado como um adulto e que as suas contribuições são percebidas e apreciadas. A adolescência une-se aos anos de formação da infância e aos anos responsáveis da maioridade. Em breve o jovem de hoje será incumbido das responsabilidades do amanhã. Há evidências na sociedade contemporânea de que as dificuldades e as complexidades da era moderna têm reduzido notoriamente a eficácia da orientação paterna. O sucesso da unidade familiar, a base da sociedade, encontra-se frequentemente em jogo. Os pais precisam desempenhar o seu papel de maneira mais eficiente, se desejam uma mudança significativa no rumo dos relacionamentos familiares. Deus prometeu conceder a Sua sabedoria a todo aquele que O seguir com sinceridade de coração. Talvez, não houve outro período da história em que a sabedoria divina foi tão necessária quanto nos dias atuais.

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s maiores decisões da vida tendem a serem tomadas durante a adolescência ou logo após essa fase. Não há decisões mais importantes do que a decisão de escolher a Cristo, a decisão de seguir um chamado de vida e a decisão de escolher o cônjuge. O ideal é que essas três decisões sejam feitas na mesma ordem citada acima. Na maioria das vezes, o casamento prematuro ou o casamento realizado antes de ter sido tomada a decisão de seguir a Cristo, frustram os propósitos de Cristo para a vida do indivíduo. O melhor e mais aconselhável é que ambos os cônjuges sejam comprometidos com a causa de Cristo e estejam dispostos a seguir a Sua direção, seja ela qual for. Se um dos cônjuges se opõe a seguir a direção de Deus, estabelece-se um conflito dentro do lar que talvez nunca seja completamente solucionado. A maior decisão e mais significativa que o ser humano pode fazer é, sem dúvida, a decisão de seguir a Cristo. Essa decisão afetará todas as outras decisões e, por isso, deve ser a prioridade da educação dos jovens. Geralmente, as crianças tomam logo cedo a decisão de aceitar a Jesus, mas é provável que uma decisão mais firme e imutável seja feita durante a adolescência. Os jovens devem enfrentar a pressão do grupo e as pressões biológicas da adolescência para solidificar as boas decisões tomadas na infância. Nessa época, muitos pais preocupam-se excessivamente ao perceberem que os filhos estão hesitantes em decidir-se por Cristo. Diante dessa situação, muitos tentam forçar ou apressar essa decisão tão importante. Porém, é impossível forçar alguém a aceitar a Jesus. Os pais são responsáveis por conduzir os filhos aos pés de Cristo e apresentar-lhes da maneira mais atrativa possível as reivindicações do Filho de Deus sobre a sua vida e serviço. No entanto, as consequências positivas do reino de Deus poderão entrar em ação apenas no momento em que o indivíduo tomar por si mesmo a decisão

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de aceitar e seguir o Mestre. A coerência, o encorajamento e o exemplo dos pais podem ajudar, mas chegará a hora em que o próprio jovem deverá fazer a sua decisão. Mais uma vez, a dedicação especial dos pais na educação dos filhos é de extrema importância. O voto especial de Ana, mãe de Samuel, com certeza desempenhou um papel vital na missão do profeta. Esse é um ótimo exemplo a ser seguido pelos pais modernos. E fez um voto, dizendo: Senhor dos Exércitos, se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva te não esqueceres, e lhe deres um filho varão, ao Senhor o darei por todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha (1 Samuel 1:11). Não há dúvidas de que o conflito emocional e o estresse podem ser profundos na vida do adolescente que se encontra num estado de indecisão em relação ao seu relacionamento com Cristo. Essa indecisão gera não apenas um conflito, mas também explosões tencionais e emocionais podendo causar até mesmo comportamentos aparentemente contraditórios e irresponsáveis. Os pais devem reconhecer que o jovem que ainda não tomou sua decisão junto a Cristo passará por um período muito difícil. De certa forma, essa situação não é desanimadora, pois o jovem ainda não rejeitou as reivindicações de Jesus. Em contrapartida, é necessário ter sabedoria para que nesse período difícil o jovem possa ter todas as oportunidades possíveis de comprometer-se firmemente com o Salvador. Se essa decisão não for feita na adolescência, dificilmente será feita nos anos posteriores. Por essa razão, Salomão advertiu: “Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade” (Eclesiastes 12:1). Satanás procura criar uma série de circunstâncias na vida daquele que não se submeteu à vontade de Deus, dificultando ao máximo de essa decisão ser feita mais tarde. É importante saber que uma decisão definitiva de servir a Deus deve ser tomada. Tudo o que o indivíduo precisa fazer para seguir Satanás é não tomar decisão alguma. Feliz é o jovem que pode dizer a Deus: “Pois Tu és a minha esperança, Senhor Deus, a minha confiança desde a minha mocidade” (Salmo 71:5). Tal jovem certamente seguiu o conselho de Paulo a Timóteo: “Foge, outrossim, das paixões da mocidade. Segue a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor” (2 Timóteo 2:22).

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A segunda grande decisão está relacionada ao chamado de vida. Essa decisão não é fácil de ser tomada na era complexa de hoje em que há uma infinidade de oportunidades à disposição. Essa decisão era mais fácil de ser tomada antigamente, época em que o filho costumeiramente dava continuidade ao negócio ou à profissão do pai. Mas, hoje, numa época em que o jovem provavelmente escolherá uma profissão diferente da dos pais, num período em que há uma gama tão extensa de oportunidades, a indecisão pode causar uma profunda preocupação emocional. Os pais podem reduzir o nível de tensão dos filhos ajudando-os a entender que Cristo está na direção de sua vida e que, se decidirem seguir a Sua vontade, não terão nada a temer. Assim como Abrão, pode ser que Deus exija que deem o passo da fé, o que aparentemente contribui para a obra de Satanás de convencer os jovens a decidirem não fazer nada. Porém, os resultados mais recompensadores surgirão ao decidirem dar o passo da fé e permitirem que o Senhor guie na direção mais adequada para o propósito único que deseja que desempenhem em Seus planos e propósitos. Tal decisão pode ocasionar uma sucessão positiva de conquistas, como também a tranquilidade que provém da segurança de seguir a direção de Deus. O uso apropriado dos talentos também é essencial para a pessoa que declara ser uma serva de Cristo. Os pais facilmente colocam ambições não santificadas no coração dos filhos. Ambições relacionadas às finanças, ao poder ou ao prestígio. Ao fazer isso, dificultam o trabalho do Espírito de Deus. Tais objetivos reforçam a competição egoísta em vez do serviço abnegado e, na maioria das vezes, aumentam os níveis de tensão da adolescência. Nesse período de inquietação, os jovens facilmente acabam subestimando o valor da educação, mas todo jovem deve ser encorajado a manter o hábito da dedicação e da diligência, aprimorando-se o máximo possível para cumprir os propósitos de Deus em sua vida. A terceira grande decisão é a escolha de um parceiro para a vida. Essa decisão envolve o segundo voto mais importante que o ser humano pode fazer, o voto relacionado ao estabelecimento de um lar em que ambos os cônjuges se comprometerão a nunca violar o seu relacionamento. Obviamente, esse voto será muito mais forte e significativo se os cônjuges estiverem comprometidos com Cristo e tido uma compreensão coerente da liderança de Deus em sua vida. Por isso, os jovens precisam conhecer os conselhos e as orientações divinas concernentes aos verdadeiros princípios do amor, como também as Ver Mateus 25:14-30.

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responsabilidades do matrimônio e da paternidade. Decisões precipitadas podem levar a uma vida de sofrimento. Talvez o elemento positivo mais notável da juventude seja o idealismo. Como é importante que os pais, os professores e os líderes da igreja reconheçam o idealismo da juventude e coloquem-no em prática! A juventude geralmente não enxerga as barreiras, as dificuldades ou os obstáculos. Querem avançar. Querem tomar a dianteira e fazer coisas que os adultos acham impossíveis de serem realizadas. Devemos tomar muito cuidado para não esmagar esse idealismo ou destruir o entusiasmo da juventude, mas utilizá-los de forma positiva para o avanço da obra de Deus. Tal resultado pode ser alcançado de forma maravilhosa quando o idealismo unir-se aos princípios verdadeiros de abnegação e do serviço. Juntamente com o comprometimento e a submissão a Cristo, há mudanças psicológicas simultâneas que levam à ação. A juventude tende a reagir com grande envolvimento pessoal à motivação gerada pelo seu idealismo inigualável. Ao ser-lhes revelado o amor de Cristo, não apenas o intelecto é transformado, mas simultaneamente ocorre uma reação emocional significativa. Nenhum homem ou mulher é capaz de experimentar o amor de Cristo sem correspondê-lo. Essa resposta emocional, assim como toda emoção humana, está associada a mudanças corpóreas relacionadas ao sistema nervoso simpático. Essas mudanças estimulam e facilitam o comportamento pela liberação da adrenalina na corrente sanguínea, aumentando o índice de batimento cardíaco, elevando o ritmo respiratório e tonificando os músculos. Assim, a resposta ao chamado de Cristo traz consigo uma preparação automática para a ação. A alma clama para fazer algo que reforce o compromisso com Deus. Entretanto, muitas vezes, os mais velhos falham em oferecer o auxílio de que os jovens necessitam para enfrentar essa situação desafiadora. Não oferecem aos que anunciaram a sua aceitação por Cristo nenhuma oportunidade de reforçar a sua decisão e aprimorar-se na carreira cristã. Não muito tempo depois, esses mesmos jovens ficam confusos quanto ao compromisso que fizeram e, na maioria dos casos, acabam se envolvendo com atividades não santificadas e inapropriadas. O desânimo e as fraquezas emocionais associados ao constrangimento entram em ação, e o resultado final geralmente é pior do que se não tivessem aceitado o desafio. Ver capítulos 27 e 28 intitulados “Preparando-se para Casar” e “O Casamento e a Família”.

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O apelo para uma submissão pessoal tem um lugar muito real na vida de todo jovem. A Bíblia apresenta vários exemplos de indivíduos que imediatamente tiveram a oportunidade de reforçar o seu compromisso com Deus e colocá-lo em prática. Ao chamar Pedro e André, Cristo afirmou: “Vinde após Mim, e eu vos farei pescadores de homens” (Marcos 1:17). Mais tarde, na ocasião em que Cristo pessoalmente questionou o amor de Pedro, ordenou-lhe que apascentasse as Suas ovelhas: Depois de terem comido, perguntou Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-Me mais do que estes outros? Ele respondeu: Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo. Ele lhe disse: Apascenta os Meus cordeiros. Tornou a perguntar-lhe pela segunda vez: Simão, filho de João, tu Me amas? Ele lhe respondeu: Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo. Disse-lhe Jesus: Pastoreia as Minhas ovelhas. Pela terceira vez Jesus lhe perguntou: Simão, filho de João, tu Me amas? Pedro entristeceu-se por Ele lhe ter dito, pela terceira vez: Tu me amas? E respondeu-lhe: Senhor, Tu sabes todas as coisas, Tu sabes que eu Te amo. Jesus lhe disse: Apascenta as Minhas ovelhas (João 21:15-17). O último conselho de Cristo a Nicodemos foi: “Quem pratica a verdade aproxima-se da luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque feitas em Deus” (João 3:21, ênfase dos autores). Da mesma forma, o jovem rico, ao buscar o caminho da salvação, foi desafiado a colocar uma tarefa em prática: “Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-Me” (Mateus 19:21). O apóstolo Paulo, durante a sua experiência de conversão, reconheceu a grande necessidade de agir e perguntou: “Senhor, que queres que faça?” (Atos 9:6, ARC). Antes de passar um período de preparação na Arábia, Paulo testemunhou a sua nova fé na sinagoga. Após ter a visão restabelecida, não hesitou em colocar a sua fé em prática: “E logo pregava, nas sinagogas, a Jesus, afirmando que este é o Filho de Deus” (Atos 9:20). As últimas duas decisões dependem da decisão de submeter a vida a Cristo. Na verdade, a decisão de seguir a Cristo afetará profundamente todas as outras áreas da vida.

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Infelizmente, muitos jovens anseiam seguir a Jesus, mas não sabem como fazê-lo. Possuem apenas uma vaga compreensão do que fazer com o chamado que receberam. O desânimo se apodera do entusiasmo inicial. Logo passam a resistir ao chamado do Espírito Santo e o seu destino eterno, bem como a sua felicidade terrena ficam comprometidos. Ao educar os nossos adolescentes é importante oferecer-lhes não apenas a oportunidade de se achegar a Cristo, mas também de saber como colocar em prática o compromisso que fizeram com o Mestre de forma positiva e proveitosa, a fim de reforçá-lo e de aprimorá-lo. Dessa maneira, a saúde mental e o equilíbrio emocional estarão seguros e o jovem será fortalecido para se encarregar de grandes responsabilidades no futuro.

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moralidade envolve a reação total do homem diante da lei de Deus. Atualmente esse assunto tem recebido uma atenção especial no que diz respeito à reação aos instintos sexuais. Esse assunto influencia profundamente o comportamento de adolescentes e adultos e, talvez, assim como outros fatores, tenha uma influência decisiva na felicidade e na realização do ser humano. O instinto sexual do homem claramente faz parte do plano de Deus para a reprodução da raça humana. Deus não planejou que o ato sexual fizesse parte de um estilo de vida ilícito. No momento em que os planos de Deus para o homem são alterados e a Sua lei é violada, o homem paga o preço inestimável do sofrimento e da infelicidade. Sendo assim, a era permissiva atual é o resultado da escolha do homem de se separar de Deus, o que também é a raiz do sofrimento do mundo em geral e da vida familiar. O desejo do homem de se libertar da restrição moral inevitavelmente traz consigo resultados fatais que o levam a colher terríveis consequências. Há caminho que parece direito ao homem, mas afinal são caminhos de morte (Provérbios 16:25). A solidariedade, a união e a perpetuação do lar dependem do mais alto nível de moralidade. O estado da sociedade depende da qualidade da vida familiar. Portanto, não é de admirar que haja na estrutura da sociedade de hoje fendas assustadoras e irreparáveis, sem possibilidade de retorno à verdadeira moralidade estabelecida sobre os princípios de restrição e de liberdade do amor de Deus. Ver Gênesis 1:27-28.

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Todos os excessos sexuais dentro e fora do casamento estão enraizados no egoísmo. Quando os próprios pais exercitam o autocontrole máximo ao submeterem a sua vida ao poder de Cristo, encontram-se na posição de ajudar os filhos a desenvolverem o princípio mais importante da vida cristã – o autocontrole. À medida que a criança aprende a superar os excessos do egoísmo, abre caminho para a preocupação amorosa com o semelhante que a preservará de praticar qualquer atividade que, de alguma forma, roube do outro a alegria de uma vida pura. A moralidade bíblica difere totalmente da moralidade pregada pela sociedade ocidental moderna. Para muitos, a “nova moralidade” é vista como o fim da inibição, do puritanismo, dos falsos valores e da modéstia das eras antigas, mas, na verdade, serve para mostrar que o homem retornou às práticas perversas do passado. A Bíblia compara os dias de Noé e os dias de Sodoma e Gomorra com os dias que precederiam a segunda vinda de Cristo. Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do Homem (Mateus 24:37). Como Sodoma, e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregado à prostituição como aqueles, seguindo após outra carne, são postas para exemplo do fogo eterno, sofrendo punição (Judas 1:7). Deus prometeu que mesmo em meio a esse período terrível da história humana preservaria um povo puro, guardador dos mandamentos de Deus e cujas vestes foram lavadas e alvejadas no sangue do Cordeiro. Ele, então, me disse: São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro (Apocalipse 7:14). Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que lhes assista o direito à árvore da vida, e entrem na cidade pelas portas (Apocalipse 22:14).

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Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus; e se pôs em pé sobre a areia do mar (Apocalipse 12:17). Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus (Apocalipse 14:12). Com essas promessas maravilhosas em mente, os pais cristãos devem procurar educar os jovens numa mentalidade totalmente distinta da propagada pela sociedade. A Bíblia condena firmemente todas as aberrações sexuais, pois destroem a alma e rebaixam o homem. Até mesmo dentro do casamento, a relação sexual entre o marido e a esposa cristãos deve estar sob o controle de princípios nobres e jamais ceder às paixões degradantes e aos excessos sexuais. Quando os cônjuges enxergam o matrimônio como uma relação em que a prioridade é doar-se, tais procedimentos anormais são evitados. Muitos divórcios, separações e relações sexuais ilícitas podem ser atribuídos ao egoísmo sexual do ser humano. Cada um desses problemas está presente na igreja cristã é serve como um triste indicador de impureza entre os cristãos, como também serve com um desafio para restabelecer a exortação clara da igreja contra tais excessos. A moralidade, bem como a imoralidade, origina-se na mente. Apesar de o instinto sexual ser biológico por natureza, e revelar-se publicamente durante a adolescência, essa manifestação pode ser mantida sob o controle da vontade própria. Obviamente, é impossível para os jovens evitarem totalmente os estímulos mentais que sugerem que devam permitir que os instintos sexuais reinem livremente, pois são massacrados por tais sugestões ao assistirem à televisão, ao ouvirem o rádio, escutarem músicas e lerem as literaturas mundanas. Além disso, grande parte dos colegas de escola confidencia suas próprias ideias e práticas sexuais pervertidas entre si. Assim, os pais deparam-se com a imensa responsabilidade de promover um ambiente mais puro possível para o desenvolvimento do jovem, mas também devem reconhecer que algumas ideias pervertidas da sociedade não poderão ser evitadas. Os pais precisam estar preparados para dar o conselho mais sábio em relação aos assuntos de ordem moral. Devem procurar aconselhar os filhos com

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carinho e com compreensão e sempre com muita firmeza. Os meninos devem aprender a demonstrar o máximo respeito pelas meninas e compreender que possuem o dever de não fazer nada que de alguma forma possa expô-las a situações que gerem consequências desgastantes de culpa. Por outro lado, as meninas devem aprender a preservar a pureza, sempre tendo em mente que o corpo é “santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos” (1 Coríntios 6:19). As moças são responsáveis por controlar a situação e certamente devem evitar fazer o papel da tentação. A maioria das jovens parece não estar ciente de que o ato de entregar o corpo a um rapaz não aumenta o seu amor por ela e, pior, pode fazer com que o jovem mais tarde a despreze. A Bíblia apresenta um exemplo clássico de aversão por parte de Amnon, filho de Davi, em relação à sua irmã, Tamar, após forçá-la a deitar-se com ele. Então, disse Amnom a Tamar: Traze a comida à câmara, e comerei da tua mão. Tomou Tamar os bolos que fizera e os levou a Amnom, seu irmão, à câmara. Quando lhos oferecia para que comesse, pegou-a e disse-lhe: Vem, deita-te comigo, minha irmã. Porém ela lhe disse: Não, meu irmão, não me forces, porque não se faz assim em Israel; não faças tal loucura. Porque, aonde iria eu com a minha vergonha? E tu serias como um dos loucos de Israel. Agora, pois, peço-te que fales ao rei, porque não me negará a ti. Porém ele não quis dar ouvidos ao que ela lhe dizia; antes, sendo mais forte do que ela, forçou-a e se deitou com ela. Depois, Amnom sentiu por ela grande aversão, e maior era a aversão que sentiu por ela que o amor que ele lhe votara. Disse-lhe Amnom: Levanta-te, vai-te embora (2 Samuel 13:10-15). Tais ações desenfreadas por parte de um rapaz claramente indicam que não desenvolveu o autocontrole, que é motivado pelo egoísmo, pela paixão concupiscente e, portanto, na melhor das hipóteses, um candidato muito arriscado para a vida a dois. O rapaz e a moça que desenvolveram o autocontrole através do poder de Cristo têm maior chance de ter um casamento feliz do que aqueles que permitiram a satisfação desenfreada dos instintos sexuais. Uma vida controlada por Deus antes do matrimônio é a melhor garantia de um relacionamento verdadeiramente amoroso e vitalício após o casamento. Esse controle é o resultado de pensamentos puros e santos.

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Os padrões morais têm sido ainda mais atacados pelo aumento constante de relacionamentos extraconjugais. Alguns argumentam que se o cônjuge for honesto com o parceiro, os relacionamentos extraconjugais são aceitáveis. Outros concluem que se ambos os cônjuges estão envolvidos em relacionamento extraconjugais, então a infidelidade é totalmente justificável. Outros ainda até mesmo sugerem que tal comportamento “apimenta” o casamento e aumenta a satisfação do casal. Esse sofisma é base dos famosos clubes de swing em que os casais concordam em trocar de parceiros a fim de satisfazer os seus desejos pecaminosos e pervertidos. Não importa se o ato possa ser justificado ou não, fundamenta-se em motivações hedonistas e sensuais que simplesmente atendem as paixões humanas mais baixas – paixões estas que não servem de base para nenhum relacionamento humano saudável. Frequentemente, os maridos, por muitas razões, forçam as esposas a participar de tais atividades. A esposa, desesperada por agradar o marido desequilibrado, cede às pressões na espera vã de que isso ajudará a consertar o casamento em decadência. Não importa quão forte seja a pressão, a esposa cristã precisa lembrar de que o seu corpo deve ser mantido puro diante do Senhor e que nenhum ato de luxúria poderá restaurar o verdadeiro amor no casamento. As relações sexuais com a mulher de outro homem são explicitamente proibidas na Palavra de Deus. Nem te deitarás com a mulher de teu próximo, para te contaminares com ela (Levítico 18:20). A promiscuidade está enraizada no paganismo, época em que as cidadesestados, tais como Esparta, encorajavam os relacionamentos fora do matrimônio com o objetivo de gerar uma raça superior. A Palavra de Deus apresenta muitos conselhos e advertências concernentes à libertinagem sexual. Paulo enfrentou muitos problemas em seus dias em relação a esse assunto, até mesmo entre os primeiros cristãos. Nas cartas que escreveu aos cristãos romanos e coríntios deixou claro que aqueles que se envolvem em excessos morais colhem consequências humanas trágicas, mas aqueles que insistem em continuar praticando tais excessos não poderão entrar no reino do Céu. Aos coríntios declarou que a fornicação (relação sexual antes do casamento), o adultério e o homossexualismo estão especificamente entre os pecados que impedirão o ser humano de entrar no reino de Deus.

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Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas (1 Coríntios 6:9). Paulo também advertiu os romanos contra as práticas anormais das mulheres, como também a homossexualidade dos homens. Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; semelhantemente, os homens também, deixando o contacto natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro (Romanos 1:26-27). Aos coríntios, condenou completamente a prostituição. Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo? E eu, porventura, tomaria os membros de Cristo e os faria membros de meretriz? Absolutamente, não (1 Coríntios 6:15). Hoje, pode-se ouvir em alto e bom som o clamor pela libertação da “repressão” da era antiga, mas tal clamor não exige a verdadeira liberdade que livra o homem do medo e da ansiedade produzidos pelo pecado, mas, sim, a permissividade sórdida que escraviza a mente e as emoções humanas. O homossexualismo e o lesbianismo são apresentados como práticas sexuais normais e saudáveis. Muitos estão sendo encorajados a participar de práticas bissexuais, adicionando, assim, uma “nova dimensão” à vida sexual já pervertida e desenfreada. Até mesmo algumas igrejas cristãs estão santificando aquilo que Deus explicitamente condenou: Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; é abominação (Levítico 18:22). Atualmente, há homossexuais declarados trabalhando como ministros ordenados em igrejas cristãs. O cristão deve ter uma compreensão compadecida das tentações que os homossexuais e as lésbicas enfrentam. Na verdade, a própria sociedade constituída de pais solteiros é uma das grandes culpadas por predispor os jovens a procurar a afeição em pessoas do mesmo sexo.

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Entretanto, com raríssimas exceções, não há fundamento biológico para o homossexualismo. Aqueles que aderem ao homossexualismo foram orientados de alguma forma a praticá-lo. Infelizmente, essa orientação sexual, assim como muitos outros erros graves, foi adquirida nos primeiros anos da vida. Pensa-se em geral que o homossexualismo ou o lesbianismo resulte de uma crise de identidade em que a criança tende a identificar-se com as características do progenitor do sexo oposto. De acordo com esse conceito, o filho, por exemplo, identifica-se com a mãe e modela o seu comportamento espelhando-se na figura materna, mais importante ainda, identificando-se emocionalmente com o papel feminino. Na adolescência tal indivíduo descobrirá que possui apenas uma relação platônica com a pessoa do sexo oposto, enquanto sente uma atração emocional muito mais profunda por pessoas do mesmo sexo. Os heterossexuais não podem entender plenamente o trauma que tal descoberta causa na maioria dos homossexuais levando muitos a princípio negar as suas preferências sexuais. Os homossexuais declarados alegam que a tendência para o homossexualismo perdura inevitavelmente por toda a vida, mas tal alegação é inválida. O fato de o homossexualismo ser aprendido claramente indica que possa ser desaprendido, havendo até mesmo pessoas que afirmam que superaram o problema e agora desfrutam de um casamento heterossexual normal. Não se sabe se esse progresso se aplica a todos os homossexuais, mas Cristo assegurou a vitória sobre a prática do homossexualismo. O cristão sabe que Cristo tem poder para conceder a vitória sobre tudo aquilo que o homem aprendeu, bem como sobre todas as suas tendências inatas. O homossexualismo, apesar de ser um problema profundamente enraizado, certamente pode ser vencido. O cristão deve reconhecer a responsabilidade que tem de ajudar de maneira compassiva todos os homossexuais que buscam sinceramente reverter a sua orientação sexual. Deve-se ter em mente que Deus ama os homossexuais da mesma forma que ama os heterossexuais e que o Seu perdão é completo. Mas amar o homossexual não é o mesmo que aceitar o pecado do homossexualismo. O verdadeiro cristão, seguidor da Palavra de Deus, sabe ser impossível enxergar a prática do homossexualismo sob outra luz que não seja a mais degradante, como também se encontra na obrigação de impedir que essa prática seja disseminada como uma alternativa aceitável e moralmente desejável ao casamento heterossexual. A estrutura familiar planejada por Deus está sendo

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esmiuçada pelas relações homossexuais. Os excessos sórdidos dessa relação de amor anormal baseiam-se nos mesmos prazeres egocêntricos condenados nos desvios comportamentais heterossexuais. Entre outros pecados, Deus destruiu a antiga cidade de Sodoma devido às práticas homossexuais. Em sua busca por estímulos cada vez mais intensos, o homem encontrou outras formas de expressões sexuais. O Bestialismo – a relação sexual com animais – é outra aberração condenada pela Palavra de Deus. Nem te deitarás com animal, para te contaminares com ele, nem a mulher se porá perante um animal, para ajuntar-se com ele; é confusão (Levítico 18:23). Evidentemente, Deus condena todas as formas de expressão sexual que não brotam do amor puro expressado dentro do relacionamento conjugal. Embora a Palavra de Deus não se refira especificamente à masturbação, os princípios bíblicos advertem contra essa prática. Primeiro, trata-se de um desvio sexual. Segundo, essa prática possui todas as características de um ato egocêntrico. Apesar da masturbação ser disseminada entre os adolescentes como uma experiência normal de seu desenvolvimento, não deixa de ser um ato totalmente egocêntrico, assim como todas as formas de desvios sexuais, ligado a problemas emocionais. As fortes alegações de que a masturbação é normal e inofensiva e, até mesmo benéfica, não possui bases emocionais e espirituais que a confirmem. O autocontrole do adolescente será profundamente provado e será necessário que submeta completamente a vida a Cristo a fim de não sucumbir à tentação. Tal autocontrole resultará em recompensas maravilhosas na futura vida conjugal. Na sociedade permissiva de hoje que incentiva todos os tipos de expressões sexuais, os cristãos encontram maior dificuldade, especialmente os jovens, de ver os excessos sexuais sob a sua verdadeira luz destrutiva. A avaliação real do problema torna-se ainda mais difícil pela forma que a televisão e outros meios de comunicação em massa rotineiramente apresentam essas aberrações de maneira atrativa e aceitável. Além disso, a vida de muitos dos “heróis” da sociedade – atores, atletas e outras pessoas famosas, baseiam-se em princípios egoístas facilmente imitados, pois satisfazem a depravação natural do homem. Em vez de ensinar a moralidade divina que incentiva e apoia a juventude a

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se esforçar para preservar e seguir os princípios morais criados por Deus, os entretenimentos mundanos fazem de tudo para disseminar a imoralidade. Os pais, por fracassarem em ensinar tais princípios de vida aos filhos que os fortaleceria para lutar contra a pressão de ceder ao ato sexual fora do casamento, simplesmente escolhem o caminho mais fácil colocando nas mãos das filhas pílulas anticoncepcionais. A atitude desses pais contrasta-se totalmente com a ordem compassiva de Jesus à mulher pega em adultério: “Vai e não peques mais” (João 8:11). A sociedade parece dizer: “Vai e peque de novo”. Os pais têm nas mãos uma enorme responsabilidade. Pouquíssimos são os sinais da permissividade da era moderna mais graves do que a legalização do aborto. O fato de importantes segmentos da comunidade cristã apoiar esse ataque cruel ao ser humano ainda não nascido é ainda mais preocupante. Normalmente, os argumentos usados para defender o aborto recaem sobre a visão de que é errado trazer ao mundo uma criança indesejada. Não podemos discordar desse fato, mas certamente a decisão deliberada de tirar a vida de alguém é uma solução totalmente inaceitável. Alega-se que a vida não é realmente vida até que possa subsistir sem o auxílio de outrem, ou seja, que possa sobreviver fora do útero materno. No entanto, essa alegação suscita perguntas sem respostas. A ciência moderna tem a capacidade de fazer com que fetos extremamente jovens sobrevivam fora do útero materno. Certamente, a única definição válida é aquela que declara que a vida humana começa logo após a fecundação. O aborto geralmente ocorre entre o fim do segundo mês e o início do terceiro. A gravidez é normalmente confirmada no mínimo cinco semanas após a fecundação. No período em que o aborto geralmente ocorre, o embrião já se desenvolveu a ponto de apresentar muitas características humanas. O sistema nervoso já é capaz de responder a estímulos externos. Destruir um embrião é o mesmo que destruir a vida. Contraditoriamente, muitos que se opõem à execução do criminoso mais cruel defendem o direito da mulher de abortar o filho inocente à sua própria vontade. Alega-se muitas vezes que a mulher deveria ter o direito de governar o próprio corpo, mas o princípio fundamental dos direitos humanos permite o cumprimento do direito individual até o ponto que não infrinja os direitos de outro ser humano. O aborto viola esse princípio. É verdade que muitas mulheres que optam pelo aborto não estão em condições de assumir a maternidade. Mas mesmo assim, isso não justifica a legalização do aborto. Muitos

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lares maravilhosos encontram-se disponíveis para receber e criar essas crianças oferecendo-lhes a oportunidade de desenvolver as faculdades que lhes foram concedidas por Deus. A Bíblia apresenta evidências de que Deus reconhece a identidade humana desde a sua fecundação. O profeta Jeremias declarou que Deus nos conhece desde o útero. Antes que Eu te formasse no ventre materno, Eu te conheci, e, antes que saísses da madre, te consagrei, e te constituí profeta às nações (Jeremias 1:5). O aborto é um pecado muito grave acompanhado por sérias consequências psicológicas de longo prazo. Muitas jovens sofrem de uma culpa sem fim após a realização do aborto. Mas mesmo que isso não ocorra, o cristão não deve apoiar esse ato, pois se trata de um sintoma de uma época em que as pessoas exigem o direito de fazer o que quiserem sem considerar as consequências. Porém, as consequências virão, tanto na área emocional quanto na área espiritual. Infelizmente, a triste verdade é que em alguns centros urbanos dos Estados Unidos há anualmente mais abortos deliberados do que nascimentos. Aliada ao uso intenso de todos os métodos anticoncepcionais, a decadência moral da sociedade é alarmante. A base da estrutura da sociedade, do contentamento e da felicidade humana encontra-se gravemente debilitada. Apenas uma inversão total dos padrões sociais atuais poderá resgatar o futuro da raça humana. Tal inversão não é possível fora do contexto do ministério de Cristo na vida do homem. Surpreendentemente, na época em que o aborto nos Estados Unidos era realizado em clínicas clandestinas e tido como um crime a ser severamente penalizado, muitos que hoje apoiam incessantemente a legalização do aborto horrorizavam-se com a ideia. Mas nenhuma lei terrena jamais poderá alterar um princípio da lei de Deus. Os cristãos devem se posicionar firmemente contra essa atrocidade. Quando os princípios puros do cristianismo são colocados em prática pelos jovens, o aborto não é nem mesmo colocado em pauta. Os médicos e os hospitais cristãos têm a grande responsabilidade de se opor a realizar abortos permissivos. No entanto, os médicos e os profissionais de saúde cristãos muitas vezes têm a oportunidade de auxiliar jovens que se envolveram em relações sexuais antes do casamento a entenderem as suas obrigações para com

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o matrimônio. A Bíblia deixa claro que o casal que se envolve sexualmente antes do casamento é obrigado a se casar. Os quais tomarão o homem, e o açoitarão, e o condenarão a cem siclos de prata, e o darão ao pai da moça, porquanto divulgou má fama sobre uma virgem de Israel. Ela ficará sendo sua mulher, e ele não poderá mandá-la embora durante a sua vida (Deuteronômio 22:18-19). Se alguém seduzir qualquer virgem que não estava desposada e se deitar com ela, pagará seu dote e a tomará por mulher (Êxodo 22:16). Os verdadeiros princípios morais são aprendidos no lar. No livro de Levítico, a Bíblica encoraja a modéstia que trará ricas recompensas para a vida futura. A tragédia da moralidade livre da era presente é o fato de destruir o respeito próprio e a felicidade humana por estar fundamentada no princípio autodestrutivo do egoísmo. Além disso, impede todos que continuam a praticá-la de entrar para o reino de Cristo. Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros (Hebreus 13:4). Os excessos sexuais estão entre as expressões mais comuns de egoísmo da sociedade moderna, por isso a vitória nesse aspecto é um grande passo para garantir a vitória em outras áreas da vida. Porém, devemos reconhecer que sem Cristo, o ser humano é incapaz de controlar-se. Para aqueles que cederam aos excessos ou às relações sexuais ilícitas, ou ao aborto, Cristo promete que sempre estará à disposição para salvar todos que O buscarem com arrependimento sincero de coração, prontos a permitir que Ele os transforme e os livre de suas antigas práticas. Ninguém precisa se sentir desamparado ou perder a esperança. O mesmo Deus que condenou o pecado enviou o Seu Filho à semelhança da carne pecaminosa “a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segunda a carne, mas segundo o Espírito” (Romanos 8:4).

Ver Levítico 18:6-19.

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homossexualismo se tornou um assunto de certa importância dentro da igreja cristã moderna. Os cristãos sempre tiveram como regra que a prática do homossexualismo é pecado. Hoje, porém, muitos alegam que a Bíblia condena apenas a prostituição, o estupro e o abuso homossexual de menores e não tomam uma posição clara quanto às relações homossexuais entre adultos conscientes. Tais indivíduos declaram que “uma leitura superficial das poucas referências bíblicas sobre a prática homossexual não é suficiente para determinar a vontade de Deus para os homossexuais de nossa era” (Spectrum, v. 12, n° 3, p. 35). No mesmo artigo, o autor afirmou que “o Antigo Testamento por si só (sem contar os conselhos encontrados no Novo Testamento e na teologia contemporânea baseada no testemunho completo da Bíblia) não é suficiente para esclarecer a questão da moralidade dos relacionamentos homossexuais do mundo moderno” (Ibid.). Entretanto, ao analisar o texto bíblico, o mesmo autor concluiu que “o Novo Testamento claramente desaprova alguns tipos de atos sexuais, tanto homossexuais quanto heterossexuais, mesmo que seja difícil determinar especificamente que atos são esses” (Ibid, p. 36). As afirmações acima foram feitas a um grupo de homossexuais praticantes e pode-se dizer que apenas serviram para encorajá-los a continuar praticando o homossexualismo. O ato homossexual gera grande ansiedade e sofrimento àqueles que desejam seguir os ensinamentos de Cristo. Em vista desse sofrimento, é essencial que o indivíduo estude profundamente esse tema à luz da Palavra de Deus. Ao povo judeu não restou a menor dúvida em relação a esse assunto. No Antigo Testamento o termo sodomitas é utilizado várias vezes (ver Deuteronômio 23:17; 1 Reis 14:24, 15:12, 22:46; 2 Reis 23:7). Esse termo foi traduzido como prostituição masculina na New English Bible, portanto esses textos são citados nesse capítulo.

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Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; é abominação (Levítico 18:22). Se também um homem se deitar com outro homem, como se fosse mulher, ambos praticaram coisa abominável; serão mortos; o seu sangue cairá sobre eles (Levítico 20:13). Mesmo palavras tão claras como essas são enfraquecidas pela visão de que “os teólogos, ao alegar que algumas das leis sagradas são morais e outras apenas cerimoniais, justificam assim as admoestações do livro de Levítico, mas um acadêmico cuidadoso não dividiria as leis dessa forma. Se certas leis podem ser ignoradas, talvez nenhuma deva ser observada” (Spectrum, v. 12, no. 3, p. 35). O Novo Testamento, no entanto, confirma a palavra de Deus registrada em Levítico. Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas (1 Coríntios 6:9). Tendo em vista que não se promulga lei para quem é justo, mas para transgressores e rebeldes, irreverentes e pecadores, ímpios e profanos, parricidas e matricidas, homicidas, impuros, sodomitas, raptores de homens, mentirosos, perjuros e para tudo quanto se opõe à sã doutrina (1 Timóteo 1:9-10). Outras traduções confirmam o significado explícito dos textos acima. Veja a seguir alguns exemplos: “Os homossexuais” (1 Coríntios 6:9, NTLH), “Nem homossexuais passivos ou ativos” (1 Coríntios 6:9, NVI). Incontestavelmente, Deus condena o pecado do homossexualismo e nenhuma explanação teológica poderá mudar esse fato. É muito importante que esse assunto seja plenamente compreendido, pois continuar procurando satisfazer o desejo homossexual não apenas causará sérios distúrbios de personalidade, como também excluirá o indivíduo do reino de Deus.

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Muitos pastores cristãos hoje acreditam que estão ajudando homens e mulheres ao procurar desculpas para esse pecado em particular e assegurá-los de que não serão excluídos do Céu por seus atos. Mas o pecado nunca traz paz à mente, tampouco produz a verdadeira saúde mental. Os homens ordenados ao ministério do evangelho nunca deveriam ignorar a grande responsabilidade que lhes foi confiada por Deus: A ti, pois, ó filho do homem, te constituí por atalaia sobre a casa de Israel; tu, pois, ouvirás a palavra da Minha boca e lhe darás aviso da Minha parte. Se eu disser ao perverso: Ó perverso, certamente, morrerás; e tu não falares, para avisar o perverso do seu caminho, morrerá esse perverso na sua iniquidade, mas o seu sangue Eu o demandarei de ti. Mas, se falares ao perverso, para o avisar do seu caminho, para que dele se converta, e ele não se converter do seu caminho, morrerá ele na sua iniquidade, mas tu livraste a tua alma. Tu, pois, filho do homem, dize à casa de Israel: Assim falais vós: Visto que as nossas prevaricações e os nossos pecados estão sobre nós, e nós desfalecemos neles, como, pois, viveremos? Dize-lhes: Tão certo como Eu vivo, diz o Senhor Deus, não tenho prazer na morte do perverso, mas em que o perverso se converta do seu caminho e viva. Convertei-vos, converteivos dos vossos maus caminhos; pois por que haveis de morrer, ó casa de Israel? (Ezequiel 33:7-11). Será que não há esperança para o homossexual a menos que seja reorientado sexualmente? Há, sim, muita esperança. Muitos dos esforços contra as práticas homossexuais associadas aos critérios cristãos surgem de uma falsa visão da natureza do homem e de uma distinção equivocada entre o pecado e a tentação. Um grande número de pessoas acredita que a natureza carnal não é transformada no momento da conversão. Assim, acredita-se que os homossexuais, após a conversão, não apenas continuarão a sentir o desejo de continuar praticando o pecado, mas também terão pouco poder para resisti-lo. Pedro, contudo, resumiu muitas promessas bíblicas que contrapõem esse conceito. Ele declarou: A natureza carnal não deve ser confundida com a natureza caída. A natureza carnal se expressa pela busca e pelo prazer de pecar sem reconhecer a sua pecaminosidade. Já a natureza caída, destituída do poder de Deus, não tem a menor chance de se desviar do pecado reconhecido. Essas duas naturezas são exemplificadas em Romanos 7:7, 15. Ver também 1 João 3:9, 5:18; Romanos 8:8-10.

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Ora, tendo Cristo sofrido na carne, armai-vos também vós do mesmo pensamento; pois Aquele que sofreu na carne deixou o pecado, para que, no tempo que vos resta na carne, já não vivais de acordo com as paixões dos homens, mas segundo a vontade de Deus (1 Pedro 4:1-2). Muito se tem discutido para saber se as tendências homossexuais são herdadas ou adquiridas. Deus oferece o poder para a vitória sobre qualquer tendência para o mal, seja ela herdada ou adquirida. Tais discussões são de pouco proveito para a compreensão das promessas de vitória feitas por Deus. Alguns finalmente decidem crer que Deus tem poder para conceder a vitória, mas interpretam a promessa divina erroneamente concluindo que receberão uma “cura” milagrosa deixando de sentir as tendências antigas e tornando-se heterossexuais. Pode ser que isso ocorra com algumas pessoas, mas isso não se aplica a grande maioria. Nós, autores deste livro, já atendemos muitos homossexuais em crise que esperavam e oravam por essa “cura” sem obter, aparentemente, nenhuma resposta. Geralmente, esses indivíduos ficam entusiasmados ao lerem a respeito de casos bem-sucedidos, mas a sua própria experiência prova ser tão diferente que acabam se frustrando ainda mais diante do fracasso. Essas pessoas devem lembrar que o homossexualismo não é a única tendência pecaminosa experimentada pelo ser humano. Todos nós temos grandes predisposições para pecar. Às vezes falhamos ao ressaltar o homossexualismo como se fosse a única tendência pecaminosa que existe, o que não é verdade. Inúmeras pessoas têm a tendência de serem temperamentais e mal-humoradas, por exemplo. Jamais ajudaremos esses indivíduos assegurando-lhes que essa tendência emocional é inata e que Deus certamente os compreenderá. Seria totalmente inapropriado realizar uma reunião com os membros menos tolerantes da igreja e afirmar-lhes que a Bíblia não condena especificamente o seu pecado. Não podemos ignorar o fato de que Satanás continuará atacando as fraquezas até mesmo do cristão que já alcançou a vitória sobre a tentação. Aqueles que pelo poder Deus venceram a tentação de seguir um estilo de vida homossexual ainda estarão sujeitos aos ardis do inimigo. Contudo, jamais devem concluir ser impossível vencer a tentação. Todos temos a escolha e o poder à nossa disposição para vivermos uma vida reta diante de Deus. Muitos ainda se sentem poluídos por causa das contínuas tentações, mas se essas pessoas,

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através da obra do Espírito Santo, não acariciam e nem cedem à tentação, não transgrediram a lei de Deus e são tão vitoriosas quanto Jesus ao recusar prostrar-Se diante de Satanás. Tiago nos encorajou com a seguinte promessa: Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que O amam (Tiago 1:12). Aqueles que possuem tendências homossexuais podem ter certeza de que seu caso não é perdido. Há muita esperança em Cristo Jesus. Mas aqueles que insistirem em acariciar as tentações serão excluídos do reino de Deus e estarão sujeitos à morte eterna. O homossexualismo não é diferente das demais inclinações pecaminosas apresentadas por outros indivíduos. Deus conclama aos homossexuais, assim como a todos nós, segundo as nossas fraquezas, a recorrermos a Ele a fim de alcançarmos a vitória, pois em Sua Palavra nos prometeu: Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar (1 Coríntios 10:13). Alguns ressaltam com toda razão que os homossexuais enfrentam um tipo de tentação especialmente rígida, pois, para seguir o caminho de Deus, essas pessoas são privadas da vida familiar, a não ser que sejam sexualmente reorientadas. Realmente essa é uma cruz difícil de ser carregada, digna da simpatia de qualquer um. Mas a seguinte pergunta deve ser feita: “Vale a pena carregar essa cruz por Jesus?”. Todo cristão tem uma cruz para carregar. No momento em que aceitamos a Cristo, Ele nos diz: Se alguém quer vir após Mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-Me (Marcos 8:34). Jamais nos esqueçamos de que muitos cristãos heterossexuais também sofrem privações sexuais rigorosas em nome da fé. Muitos foram jogados na prisão ou exilados, mas mesmo assim continuam a obedecer à vontade

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de Deus tanto em pensamento quanto em ações. Sem dúvida as tentações sempre estiveram presentes na vida de homens como José, Jeremias, Paulo e outros. No entanto, todos permaneceram fiéis a Deus. Outros ainda foram obrigados a passar anos separados do cônjuge devido ao serviço militar ou a outra situação. Tiveram inúmeras oportunidades de transgredir o sétimo mandamento, mas depositaram a sua confiança de tal forma em Deus que permaneceram fiéis e leais a Ele através da obediência de Suas ordenanças. Pode ser que muitos homossexuais, talvez a maioria, tenham que renunciar a esperança de um relacionamento familiar, a não ser aquele oferecido pelos irmãos e irmãs em Cristo. Esse é um teste rigoroso de devoção a Jesus, mas que resultará em recompensas eternas. Devemos lembrar que os relacionamentos homossexuais nunca poderão gerar filhos, assim, esse aspecto da vida familiar sempre estará faltando. Além disso, os relacionamentos homossexuais geralmente são violentos e instáveis. Esse fato é perfeitamente compreensível, pois tal relacionamento não se baseia no amor verdadeiro e abnegado, considerando que o pecado sempre será egoísta. Os relacionamentos homossexuais são sempre egocêntricos e, portanto, não resultam em contentamento e satisfação. Os ministros do evangelho que encorajam tal prática do pecado condenam os envolvidos a uma vida de culpa, vergonha e infelicidade, enquanto Deus, ao oferecer a vitória a todo pecador, inclusive aos homossexuais, concede esperança, alegria e contentamento. Aqueles que apoiam a prática homossexual precisam refletir na Palavra de Deus que rigorosamente condena todos que “dizem às pessoas más que não abandonem o mal e assim não deixam que elas se salvem” (Ezequiel 13:22, NTLH). Prometer a vida eterna para os que permanecem no pecado não é amar e muito menos se preocupar com o semelhante. A permanência no erro condena o indivíduo à morte eterna e destrói qualquer esperança de paz mental nesta terra. A verdadeira preocupação e o amor genuíno pelo semelhante sempre apontará o erro e levará o pecador aos pés de Cristo, a Fonte do poder para a verdadeira obediência. Devemos nos compadecer daqueles que são inclinados ao homossexualismo. Em quase todos os casos, o indivíduo passou por uma terrível angústia mental e luta interior para admitir a sua orientação sexual. Tais pessoas precisam de nossa compaixão e apoio. Nós, autores, já tivemos a oportunidade de ouvir muitos deles relembrarem a sua experiência e notamos que entre eles quase sempre há um mal-entendido comum. A grande maioria se sente

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condenada por Deus devido a sua orientação sexual. Quase todos sentem que a menos que a sua orientação sexual seja revertida, estarão para sempre separados de Deus. Todos já se sentiram angustiados e oraram a respeito desse assunto. Porém, Deus nunca nos condena por causa de nossas predisposições pecaminosas. Somente a partir do momento que acariciamos ou agimos de acordo com as essas tendências é que ocorre o pecado. A cada tentação vencida, somos fortalecidos para vencer a próxima. Ao nos aproximarmos de Jesus, os pecados que uma vez nos atraíam perdem o poder sobre a nossa vida. Aqueles que recorrerem a Deus em busca do poder para vencer o homossexualismo serão justificados e salvos por Ele, assim como outros que possuem outras predisposições pecaminosas, mas amam tanto a Cristo que não apenas aceitaram o Seu perdão, mas sobretudo o poder para obedecer e vencer o pecado.

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pesar das muitas incertezas associadas ao matrimônio reveladas pelas estatísticas crescentes de divórcio, parece que há entre os jovens uma verdadeira ânsia para casar. A sociedade moderna pressiona excessivamente os imaturos semeando, dessa maneira, grandes problemas futuros. Pode-se dizer que parte dessa pressão inicia-se no Ensino Fundamental, época em que as crianças, totalmente incapazes de lidar com a questão do namoro, são quase forçadas pelas circunstâncias a aceitar uma situação destinada a pessoas mais velhas e mais experientes. Seja em festas ou em outros eventos sociais, os jovens imaturos são pressionados de tal forma a arranjar um acompanhante que passam a acreditar que a menos que encontrem um parceiro do sexo aposto, não serão bem aceitos. Os perigos do namoro e do romance precoces são inestimáveis. Tal atitude estimula o instinto sexual prematuro e naturalmente promove o hábito de práticas promíscuas numa fase em que os jovens são imaturos demais para lidar ou até mesmo entender as consequências de suas ações. Essa situação persiste durante o Ensino Médio e o Ensino Superior, período em que os relacionamentos intensificam-se profundamente. Bem antes de esses jovens terem a oportunidade de submeterem-se completamente a Cristo, muitos cedem à pressão de relacionar-se sexualmente antes do casamento, prática que provavelmente os acompanhará pelo resto da vida. Os romances imaturos são um dos grandes responsáveis por frustrar o desenvolvimento educacional e emocional dos jovens, pois ao se “apaixonar” encontram dificuldade em concentrar-se nos estudos. No momento em que o namoro imaturo termina, o sentimento de angústia apodera-se dos indivíduos envolvidos e, simultaneamente, há perda do equilíbrio emocional e queda do desempenho acadêmico. O namoro encoraja a atitude de brincar com

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as afeições e as emoções dos indivíduos do sexo aposto e pode gerar muitas consequências prejudiciais. Alguns alegam que os jovens modernos são mais maduros do que os jovens das gerações passadas, mas se essa afirmação estiver baseada na avaliação da maturidade emocional em vez do conhecimento geral, certamente não procede. A complexidade da sociedade moderna impõe que o indivíduo seja muito mais maturo, emocionalmente falando, do que nas gerações passadas a fim de ter um casamento bem-sucedido. Portanto, o mais sábio a fazer é diminuir a pressa para casar e esperar. Sempre há muita resistência, por parte dos jovens, para aceitarem qualquer sugestão que os contrariem, mas realmente parece haver necessidade de retornar às “veredas antigas, qual é o bom caminho” (Jeremias 6:16). Não há dúvidas de que os nossos antepassados eram capazes de estabelecer matrimônios mais seguros e duradouros. Numa era em que 50% de todos os casamentos estão destinados a terminar em divórcio, o cristão tem uma ótima razão para olhar para as práticas antigas que ajudavam a promover a segurança e a duração do matrimônio. O período universitário tem se tornado muitas vezes uma fase de grande expectativa por parte de muitas mães que esperam ansiosamente que suas filhas encontrem um jovem para casar. Para muitos jovens, parece que a razão mais importante de estarem na universidade é encontrar um parceiro de vida. Embora isso ocorra com muita frequência durante esse o período, nada deveria desviar o jovem de seu foco principal: desenvolver e aprimorar os talentos que Deus lhe confiou. Tudo que possa prejudicar o cumprimento desse propósito, mesmo que seja o namoro, deve ser descartado. Os jovens que escolhem assumir a vida matrimonial durante o período universitário assumem responsabilidades desmedidas. Sem dúvida, têm que enfrentar grandes dificuldades financeiras. Em geral, ao menos um vê-se na obrigação de abandonar os estudos e, às vezes, ambos o fazem. Mas se os dois conseguem continuar estudando, a não ser que tenham um forte apoio financeiro, talvez por parte dos pais, provavelmente contrairão grandes dívidas por meio de empréstimos estudantis que terão de encarar como uma dificuldade financeira extra nos anos futuros. O melhor é que o jovem complete os estudos e tenha a segurança de uma renda estável antes de assumir as responsabilidades do casamento. Deve estar ciente de que essa meta é muitas vezes difícil de ser alcançada, especialmente

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em áreas de atuação em que o profissional precisa concluir um programa de especialização antes de arranjar um emprego (por exemplo: medicina e odontologia). Entretanto, quanto mais puder esperar, maior será a chance de reduzir as pressões que atrapalham o seu desenvolvimento equilibrado. Os jovens encontram grande dificuldade em resistir às pressões sociais colocadas sobre eles e, na maioria dos casos, consideram o casamento precoce uma saída. Frequentemente, jovens que não se conhecem e, talvez, mal se viram, começam a namorar e sem demora desenvolvem um relacionamento emocional. A princípio, pouco ou nada se conhece a respeito do caráter um do outro e à medida que o verdadeiro caráter começa a ser revelado, a ligação emocional já está tão enraizada que falta coragem para romper o relacionamento. Assim, antes de dar início ao namoro, ambos já devem conhecer o caráter um do outro e ter idade suficiente para agir com responsabilidade. O conceito de namoro, amplamente disseminado pela sociedade atual, não é compatível com o modelo criado por Deus para os Seus filhos. Em sua maioria, os jovens namoram muitas pessoas diferentes e investem as suas afeições, apaixonadamente, num grande número de indivíduos do sexo aposto. Os seres humanos são criaturas que agem de acordo com os hábitos formados. Ao desenvolver um padrão de relacionamentos íntimos com um grande número de pessoas, o indivíduo está formando um hábito que praticamente o impedirá de manter-se fiel ao futuro cônjuge. Será muito difícil abandonar o hábito de investir as afeições em outras pessoas. Portanto, aquele que não tem impedido que tal hábito seja formado está semeando a infidelidade e a falta de harmonia no casamento. Essa prática se torna ainda mais crítica se os namoros forem marcados por relacionamentos sexuais. Apesar de a sociedade divulgar que hoje a relação sexual é saudável, ou pelo menos aceitável, na verdade, trata-se de uma das maiores causas de divórcio, pois há uma relação direta entre a abstinência sexual antes do casamento e a chance de um matrimônio bem-sucedido. Na realidade, seria justo dizer que pouquíssimos casais, cuja promiscuidade marcou a juventude de ambos os lados antes do matrimônio, tenham a chance de manterem-se fiéis, a menos que mais tarde o casal venha a aceitar a Cristo em sua vida. Os hábitos formados são muito fortes. Após um curto período de tempo, ambos enjoam do compromisso que firmaram e passam a demonstrar desinteresse pelo parceiro que escolheram. Haverá a tendência de procurar “um novo campo ainda não conquistado”. A promiscuidade da juventude semeia a infidelidade no matrimônio.

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Além disso, não podemos ignorar o efeito da promiscuidade no desenvolvimento emocional total da juventude. O sentimento inevitável da culpa associado aos relacionamentos sexuais ilícitos torna-se ainda mais crítico na vida daqueles que possuem raízes cristãs. A culpa é um sentimento difícil de se conviver e, muitas vezes, gera sentimentos de incapacidade e baixa autoestima. Tragicamente, em quase todos os casos, inicia-se um círculo vicioso que, devido ao declínio da autoestima, o indivíduo acentua o comportamento promíscuo que apenas reforça a baixa autoimagem. Uma vida de pureza e castidade é ainda a melhor salvaguarda contra os sentimentos de inferioridade. Os pais que pensam que pelo fato de comprar pílulas anticoncepcionais para a filha estão lhe fazendo algum bem, mesmo ajudando-a a evitar a gravidez indesejada, jamais conseguirão impedir o declínio psicológico e espiritual associado à promiscuidade. Porém, há aqueles que têm de enfrentar as complicações relacionadas a uma gravidez fora do casamento. Mais uma vez, o jovem tem que enfrentar um conflito que não condiz com a sua maturidade. Aqueles que possuem firmes convicções morais reconhecerão que o aborto certamente não é uma solução aceitável para tais práticas erradas – dois erros não somam um acerto. Apesar dos relatórios conflitantes a respeito da reação emocional ao aborto, há inúmeras evidências que indicam que no mínimo uma grande porcentagem de mulheres sofre profundos, se não irreparáveis, danos emocionais como resultado do aborto que cometeram. Além das reações emocionais, há inúmeras razões espirituais para que a jovem cristã nunca se submeta a um aborto deliberado. O aborto ajusta-se à cultura hedonista da sociedade moderna em que homens e mulheres estão mais preocupados em evitar as consequências de seus atos errados do que corrigirem a sua vida. Jamais um pecado deverá ser usado para eliminar as consequências de outro, e essa sem dúvida alguma é a base do aborto deliberado. Infelizmente, na sociedade contemporânea, em que o prazer do sexo atingiu as mesmas proporções que as nações pagãs da antiguidade, tem se tornado cada vez mais comum permitir que o aconselhamento de jovens seja dominado por discussões sobre o sexo como se esse assunto fosse o aspecto mais importante para um matrimônio bem-sucedido. Assim, reforça-se a ideia entre os jovens de que o sexo é o propósito principal do casamento. Ver capítulo 25 intitulado “A Moralidade e o Sexo”.

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Passam a acreditar que qualquer problema que possam vir a ter ou qualquer coisa inferior do que a realização do seu ideal de relação sexual seja motivo para o desagrado nupcial. Há muitas perguntas importantes que precisam ser feitas pelos jovens que se preparam para o matrimônio, pois a qualidade do namoro influencia o sucesso do futuro casamento. A primeira pergunta e a mais importante de todas é: “Esse casamento honrará a Deus?” Essa pergunta inevitavelmente levanta outra: “Essa união permitirá que cumpramos melhor o propósito de Deus para a nossa vida?”. A unidade com Deus requer que haja uma unidade sólida do casal durante o namoro e o casamento. Dois jovens que desejam unir-se devem estar convencidos de que possuem o mesmo propósito e os mesmos objetivos. Claro que essa convicção não significa que um deverá submeter-se ao interesse do outro, mas que haverá harmonia de direção à medida que cada um completa e auxilia o outro a cumprir o chamado de Cristo. Os dois precisam conhecer a relação que o companheiro tem com Deus e a determinação de seguir a Sua liderança. O caráter, as ações e os hábitos do outro devem ser examinados cuidadosamente. Não há a menor possibilidade de um cristão se unir em matrimônio com um não cristão e ainda assim honrar a Deus. A Bíblia chama essa união de jugo desigual: “Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas?” (2 Coríntios 6:14). Da mesma forma, não basta saber que o futuro esposo é um professo cristão. O verdadeiro compromisso cristão é a única base para um casamento feliz e completo. O futuro casal deve compreender as muitas responsabilidades que acompanham o casamento, como também o alicerce da abnegação em que se estabelece a verdadeira felicidade conjugal. Essa compreensão leva à segunda pergunta que deve ser feita sinceramente por todos aqueles que estão se preparando para casar: “Desejo casar puramente para satisfazer os meus próprios interesses ou meu amor é tão genuíno que o propósito principal de minha união é buscar a satisfação e a felicidade de meu futuro cônjuge?”. A terceira pergunta é: “Procuramos nos aconselhar com cristãos verdadeiros, especialmente os nossos pais (caso sejam cristãos comprometidos)?” Os bons pais procuram apenas a felicidade e o sucesso de seus filhos. Entre as provisões de Deus para os jovens está o conselho que podem receber, primeiro de seus próprios pais e depois de outros cristãos adultos. Muitas vezes,

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essas pessoas não conseguem verbalizar completamente as suas ressalvas, caso existam, mas de qualquer forma a sabedoria dos mais velhos não deve ser desprezada pelo jovem impulsivo. Mesmo na sociedade nuclear de hoje, o futuro cônjuge se unirá com a família do outro também. É de grande ajuda saber que os pais de ambos os lados estão de acordo com a decisão e felizes em aceitar o companheiro no círculo familiar. Essa aceitação certamente reduzirá a tensão e as desavenças que poderão ocorrer dentro de um casamento realizado independente do consentimento paterno. Em seguida, vem a quarta pergunta: “Nos conhecemos por tempo suficiente e em circunstâncias variadas para ter certeza de que é da vontade de Deus que nos unamos?” Não há a menor razão para os jovens cristãos se casarem sem conhecerem profundamente o caráter e os propósitos do futuro cônjuge. Claro que, se ao interagir em grupo, houve a oportunidade de ambos se conhecerem amplamente, essa será uma grande vantagem no momento em que o namoro ocorrer. Mesmo assim, é muito importante que os jovens tenham como objetivo conhecer as características do outro para que possam fazer os ajustes no início do matrimônio da maneira mais simples e bem-sucedida possível. A quinta pergunta é a seguinte: “Será que nós dois temos como base de nosso relacionamento o domínio de Cristo?” De maneira alguma um casamento poderá ser bem-sucedido se realizado de maneira obstinada ou irresponsável. O domínio de Cristo não apenas engloba a área do sexo, mas também todos os aspectos da vida em preparação para o casamento. Esse domínio oferece a segurança da vida matrimonial. O autocontrole pré-nupcial será caracterizado pelo fato de ambos evitarem ficar até tarde da noite juntos, o que pode ser considerado como uma verdadeira armadilha até mesmo para o jovem cristão. Depois de terem respondido todas as perguntas acima, o futuro casal deve se perguntar: “Temos uma compreensão clara da importância da administração cristã como parte do verdadeiro desenvolvimento cristão e do estabelecimento de um lar?” As finanças podem gerar imensas dificuldades dentro do matrimônio. A maneira que as finanças serão administradas e as responsabilidades tanto do marido quanto da esposa nessa área devem ser cuidadosamente estudadas antes do casamento. A responsabilidade para com Deus, como também o gasto controlado da renda devem ser discutidos e acertados com antecedência.

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A sétima pergunta, na verdade, é uma séria de temas a serem explorados pelo futuro casal. As expectativas quanto ao relacionamento familiar, por exemplo, devem ser discutidas, incluindo a atitude para com os filhos, o número desejado de crianças, como também as ideias concernentes à sua educação e cuidados. Até mesmo a localização do lar, os gostos e as questões relacionadas ao ambiente em que viverão juntos devem ser colocadas em pauta. Quanto mais assuntos forem discutidos e quanto maior for o consenso, maior será a chance de o casamento ser bem-sucedido, pois, após o matrimônio, o casal certamente enfrentará decisões inesperadas que poderão ser feitas sem se preocupar com as outras decisões que puderam ser discutidas e tomadas antes do casamento. Ao tomar tais decisões juntos, o casal lança uma base sólida para uma comunicação aberta durante o matrimônio. Não podemos nos esquecer do relacionamento do futuro casal com Deus. É muito importante que ambos aprendam a orar, a estudar a Palavra de Deus e a trabalhar para Cristo juntos. O namoro deve ser a base em que os valores do futuro lar serão construídos. Os aspectos da vida que promovem a felicidade do lar também devem ser fortalecidos durante esse período. O lar deve ser uma unidade de testemunho cristão e o seu estabelecimento, sem dúvida, começa durante o período do namoro. A força da sociedade provém de famílias fortes, seguras e equilibradas em que cada membro é mentalmente saudável. O nível elevado de desequilíbrio mental da sociedade moderna devese principalmente à instabilidade do lar e à insegurança dos relacionamentos familiares. Os lares fundamentados nos princípios de Cristo, seguros no amor de Jesus, são a melhor defesa contra o colapso da sociedade.

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A ORDEM IDEAL DAS GRANDES DECISÕES DA VIDA 1. Decidir submeter-se a Cristo 2. Decidir aceitar um chamado de vida 3. Decidir escolher um companheiro de vida 4. Decidir gerar novas vidas

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28 O Casamento e a Família

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ão há outra relação humana mais sagrada do que a relação entre marido e mulher. A primeira instituição estabelecida por Deus após a criação do ser humano foi o casamento.

Então, o Senhor Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu; tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne. E a costela que o Senhor Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e lha trouxe. E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada. Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne (Gênesis 2:21-24). Deus planejou que o marido e a mulher vivessem juntos pela eternidade. Mesmo depois de o pecado separar o homem de Deus, o plano divino ainda era que o casal permanecesse unido até a morte. O voto que ambos fazem de amar, honrar e cuidar um do outro “até a que morte nos separe” é o segundo voto mais sagrado que o ser humano pode fazer, sendo o primeiro amar, honrar e servir a Deus. A Bíblia registra muitas evidências da santidade desse voto. Entre os Dez Mandamentos encontramos a ordem: “Não adulterarás” (Êxodo 20:14). Deus deseja que todo lar seja iniciado por um relacionamento a dois estabelecido e abençoado por Ele, evitando, assim, a infidelidade ou a separação. O próprio Cristo em várias ocasiões expressou a importância do relacionamento conjugal. No Sermão do Monte, aplicou o sétimo mandamento até mesmo aos pensamentos impuros e declarou que há apenas uma justificativa para o divórcio, o adultério.

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Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela (Mateus 5:28). Também foi dito: Aquele que repudiar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio. Eu, porém, vos digo: qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a tornar-se adúltera; e aquele que casar com a repudiada comete adultério (Mateus 5:31-32). A permissividade havia tomado conta da sociedade de Israel e alguns começaram a achar que o divórcio poderia ser aplicado por qualquer motivo. Jesus veio para confirmar e preservar a lei de Deus e a santidade do matrimônio. Muitos atritos podem ser evitados se ambos os cônjuges jamais acolherem o pensamento de que o seu casamento não passa de um erro, mesmo quando estiverem enfrentando problemas sérios. Moisés afirmou que o marido poderia se divorciar da mulher por alguma razão de impureza. Se um homem tomar uma mulher e se casar com ela, e se ela não for agradável aos seus olhos, por ter ele achado coisa indecente nela, e se ele lhe lavrar um termo de divórcio, e lho der na mão, e a despedir de casa; e se ela, saindo da sua casa, for e se casar com outro homem; e se este a aborrecer, e lhe lavrar termo de divórcio, e lho der na mão, e a despedir da sua casa ou se este último homem, que a tomou para si por mulher, vier a morrer, então, seu primeiro marido, que a despediu, não poderá tornar a desposá-la para que seja sua mulher, depois que foi contaminada, pois é abominação perante o Senhor; assim, não farás pecar a terra que o Senhor, teu Deus, te dá por herança (Deuteronômio 24:1-4). Os líderes judeus na época de Jesus autorizavam o divórcio pelas razões mais triviais possíveis. Havia permissão para o divórcio até mesmo se a mulher viesse a queimar a comida do esposo. Cristo afirmou que tais atitudes triviais para com o casamento nunca fizeram parte do plano de Deus para o ser humano.

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Vieram a Ele alguns fariseus e O experimentavam, perguntando: É lícito ao marido repudiar a sua mulher por qualquer motivo? Então, respondeu Ele: Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne? De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem. Replicaram-lhe: Por que mandou, então, Moisés dar carta de divórcio e repudiar? Respondeu-lhes Jesus: Por causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossa mulher; entretanto, não foi assim desde o princípio. Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério e o que casar com a repudiada comete adultério (Mateus 19:3-9). O amor conjugal extrai a sua força do amor de Cristo. É muito importante que esse amor seja expresso a todos os membros da família. Deve ser demonstrado livremente, sem medida. As relações agradáveis, o verdadeiro amor e a cortesia são muito mais importantes do que os bens materiais da família ou a qualidade física do lar, além disso, estabelecem laços familiares eternos. Ao contemplar diariamente o amor de Jesus, o marido e a esposa fortalecerão o relacionamento conjugal e encontrarão segurança. O segredo do amor encontra-se na seguinte declaração de João: “Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele” (1 João 4:16). Os cônjuges podem compartilhar a alegria de ministrar constantemente ao parceiro o amor de Deus. Não há dúvida de que a razão da ruína de todo matrimônio seja o declínio espiritual. Esse declínio não envolve necessariamente ambos os cônjuges. Não é preciso dizer que há falhas dos dois lados. A perfeição não faz parte de nenhum relacionamento humano. Entretanto, é possível que o casamento sofra com o comportamento comodista e egoísta de um dos parceiros. Quando um dos cônjuges se distancia de Deus, a chance de procurar relacionamentos fora do casamento é ainda maior do que se ambos tivessem se distanciado do Pai ao mesmo tempo. A vida do parceiro convertido geralmente é uma reprovação viva para o cônjuge infiel. Muitas vezes, o parceiro que se distanciou de Deus tende a atormentar e incutir sentimentos de culpa, de fracasso e de imperfeição na vida do companheiro que está buscando viver em conformidade com a vontade divina. As pessoas que não fazem parte dessa relação

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muitas vezes falham em reconhecer que o cônjuge fiel fez tudo ao seu alcance para manter o casamento. Mas, na verdade, o único capaz de restabelecer o relacionamento conjugal em tal circunstância é o parceiro infiel. O casamento é um triângulo eterno – não o triângulo dos romances clássicos em que um terceiro indivíduo intromete-se no relacionamento conjugal, mas um triângulo eterno composto por Deus, o marido e a esposa. Se o casal estiver ligado a Cristo pelos laços indestrutíveis do amor, o casamento será invencível. Se, por outro lado, um dos cônjuges permitir que o seu relacionamento com Deus esfrie, haverá a possibilidade de desentendimento, de desarmonia e até mesmo de separação. Isso não significa que o resultado seja sempre a falta de harmonia, mas que o único matrimônio totalmente seguro é aquele em que ambos os cônjuges possuem comunhão com Cristo. Aqueles que estiverem comprometidos com Jesus levarão em conta os valores cristãos mais elevados e não assumirão um relacionamento matrimonial de maneira impulsiva e irresponsável. Ao buscar a direção divina, estabelecerão a base para a edificação de um casamento feliz e santo. Tal matrimônio nunca será marcado pela crueldade, rispidez, aspereza, indiferença ou conversas profanas e imorais. Deus instruiu que o marido fosse a cabeça da família. O esposo deve levar a sério essa responsabilidade e cuidar para não se tornar dominador e ditador. Nunca deve impedir que a esposa e os outros membros da família cuidem de outras responsabilidades. O marido tem o dever de, sempre que possível, liderar a vida espiritual da família. Embora o marido seja o líder, deve preservar a individualidade da esposa ao passo que a vida de ambos esteja sintonizada para seguir na mesma direção. A liderança do esposo deve ser motivada pelo amor da esposa e dos filhos. Talvez a situação mais crítica em qualquer casamento ocorra quando um dos cônjuges viola o voto matrimonial através da infidelidade. Esse ato tem embasamento bíblico para que o parceiro fiel se divorcie do infiel. No entanto, mesmo nessa circunstância, o cônjuge infiel deve tentar buscar o perdão e estar disposto a reconciliar-se. Com amor e perdão, o cônjuge fiel tem a responsabilidade divina de aceitar de volta o cônjuge errado, assim como Cristo estende o Seu amor imaculado a todos os que se afastaram dEle. Porém, se todos os esforços foram feitos para alcançar a reconciliação e esta não foi bem-sucedida, o cônjuge inocente estará livre para divorciar-se. Sob nenhuma hipótese a Bíblia concede permissão para o cônjuge infiel casar-se

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de novo. Aqueles que, mesmo assim, decidem entrar em um novo casamento, dão início a um relacionamento adúltero proibido pelo sétimo mandamento. Alguns cônjuges, geralmente as esposas, são forçados a enfrentar grandes provações que envolvem atos de crueldade intensos e até mesmo risco de vida por parte do parceiro. Se o perigo persistir e se intensificar, mesmo depois de ter sido feito todo possível para reverter a situação, a esposa estará apta a deixar o marido. Porém, a Bíblia não permite que o divórcio ocorra a menos que o marido tenha cometido adultério. Em casamentos em que um cristão se une a um não cristão, o cônjuge cristão tem a grande responsabilidade de fazer tudo ao seu alcance para viver no amor cristão. Paulo afirmou que a falta de compromisso cristão não é motivo válido para a separação ou para o divórcio. Aos mais digo eu, não o Senhor: se algum irmão tem mulher incrédula, e esta consente em morar com ele, não a abandone; e a mulher que tem marido incrédulo, e este consente em viver com ela, não deixe o marido. Porque o marido incrédulo é santificado no convívio da esposa, e a esposa incrédula é santificada no convívio do marido crente. Doutra sorte, os vossos filhos seriam impuros; porém, agora, são santos. Mas, se o descrente quiser apartar-se, que se aparte; em tais casos, não fica sujeito à servidão nem o irmão, nem a irmã; Deus vos tem chamado à paz. Pois, como sabes, ó mulher, se salvarás teu marido? Ou, como sabes, ó marido, se salvarás tua mulher? (1 Coríntios 7:12-16). Uma das responsabilidades mais solenes enfrentadas pelo casal é a paternidade. As responsabilidades de trazer ao mundo uma nova vida devem ser consideradas cuidadosamente e com muita oração. Decidir dar à luz a uma criança dentro de um casamento instável é uma imensa irresponsabilidade. Alguns acreditam que a criança ajudará a estabilizar o casamento, mas não seria justo trazer um bebê ao mundo sob tais circunstâncias. O que um bebê poderia fazer para consertar a desarmonia do lar? Ao contrário do que alguns pensam, o nascimento de uma criança trará ainda mais tensões a um relacionamento conjugal desequilibrado e o bebê estará sujeito a se tornar a vítima da instabilidade dos pais.

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Os pais devem avaliar com critério o número de filhos que são capazes de sustentar satisfatoriamente, reconhecendo que o custo da educação e de outras despesas exigidas pela criança é muito alto. Um planejamento cristão sábio não permitirá que a família cresça além dos recursos e das possibilidades dos pais de atender às necessidades dos filhos de maneira responsável. A vida espiritual é um fator muito importante para aqueles que estão se preparando para casar, como também é essencial para o sucesso do relacionamento conjugal. Como mencionado anteriormente, por trás de um casamento falido está o declínio da vida espiritual do lar, se não da parte do casal, no mínimo da parte de um dos cônjuges. No matrimônio cristão é importante que o altar da família seja erigido dentro de uma relação espiritual de amor durante um período tranquilo da manhã e da tarde em que a família se reúna para o culto doméstico. Para colocar esse momento especial em prática, será necessário que haja uma avaliação das prioridades. Se as atividades do dia forem bem organizadas, o culto familiar poderá ser um período tranquilo e sem pressa que une toda a família no amor cristão. Além disso, a harmonia do lar aumentará conforme a família se unir para trabalhar para Deus. Essa união não deve envolver somente o marido e a esposa, mas também os filhos, principalmente à medida que madurecerem. Para os jovens, é uma grande oportunidade participar do trabalho missionário da família e ajudar homens e mulheres a conhecer a Cristo e a seguir os Seus passos. Eles também, à sua própria maneira, participarão do espírito missionário do lar. A relação sexual entre o marido e a mulher também é um aspecto muito importante do casamento. Muitas vezes, o casamento é considerado como uma licença para praticar a luxúria e comportamentos sexuais anormais. Tais práticas lançam uma influência degradante no lar e geralmente desenvolvem um relacionamento que afasta o casal do verdadeiro cristianismo. A santidade do matrimônio cede lugar à satisfação dos desejos sexuais. A vida sexual erigida no amor verdadeiro e na preocupação pelo outro pode oferecer uma intimidade muito profunda e uma base firme para o crescimento espiritual. Mas a vida sexual construída sobre os desejos carnais resultará no declínio espiritual e na redução do verdadeiro compromisso cristão. Assim como em todos os aspectos da vida temperante, há a necessidade de controle e decisões racionais. Cada ação precisa ser validada pelo desafio da pureza de Cristo, nosso Exemplo perfeito. Ver capítulo 25 intitulado “A Moralidade e o Sexo”.

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Alguns equivocadamente sentem que o ato sexual no casamento origina-se do mal e causam pressões terríveis na relação conjugal ao adotar uma opinião irracional. A decisão unilateral de um dos cônjuges de se abster da relação sexual promove uma atmosfera não cristã entre o casal. Muitos problemas são gerados por causa de decisões como essa. Essa decisão, apesar de ser aparentemente feita por razões espirituais, na verdade baseia-se na falta egoísta de amor pelo companheiro. Talvez não haja nada mais belo neste mundo do que o verdadeiro matrimônio e a atmosfera feliz do lar. Todo cristão tem o privilégio, pelo poder de Cristo e sob a Sua orientação, de estabelecer um lar em que os nossos filhos e a nossa juventude tenham a vantagem de receber bons exemplos e uma educação cristã forte. Os pais precisam ter sabedoria para escolher a educação dos filhos, pois essa responsabilidade sempre recairá sobre eles: Tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te (Deuteronômio 6:7). A responsabilidade da educação dos filhos nunca poderá ser colocada completamente nas mãos de outra pessoa. Ao escolher a escola que o filho frequentará, os pais precisam ter em mente que ainda são os seus guardiões e que estão delegando a um educador profissional a responsabilidade que lhes pertence. É muito importante que essa responsabilidade seja dividida apenas com cristãos comprometidos. Assim, a escolha da escola e dos professores torna-se um dever muito sério perante Deus, pois o lar e a escola precisam sempre estar em sintonia para que haja coerência e harmonia no programa de desenvolvimento da criança. Os pais que permitem que os filhos permaneçam em casa até que esteja maduro o suficiente para tirar o máximo proveito do ambiente escolar agem com sabedoria. Uma boa família, em que a esposa não trabalha fora, geralmente é a melhor escola até que a criança atinja no mínimo oito anos de idade. Em alguns países, porém, esse ideal é proibido por lei. Na era difícil em que vivemos é importante que todos os aspectos possíveis sejam direcionados para o crescimento, desenvolvimento e comprometimento espiritual da criança. Essa responsabilidade da família nunca será realizada em vão.

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Sem dúvida, é muito melhor que a criança seja matriculada numa escola cristã, mesmo que os custos sejam mais altos, do que ter luxos muitas vezes considerados essenciais no lar, como tapetes caros no chão ou mobílias dispendiosas. As prioridades dos pais determinarão não apenas até que ponto a criança se desenvolverá física e intelectualmente, mas também o quanto estimam o destino eterno do filho. As escolhas sábias dos pais estão no centro do desenvolvimento espiritual, emocional e físico dos cidadãos do amanhã e dos candidatos ao Céu.

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29 Conclusão

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uitas religiões e culturas ensinam que a vida é triste e amarga, meramente uma luta pela existência entre dois eventos marcantes – o nascimento e a morte. Realmente, ao observarmos a vida de milhões de pessoas, a evidência dessa crença torna-se marcante. Porém, Deus nos oferece contentamento, paz, plenitude e amor verdadeiro nesta vida: Ele nos oferece a saúde mental. Infelizmente, a grande maioria dos habitantes da Terra rejeita essa oferta e busca a felicidade em realizações humanas. A riqueza, o poder, o prestígio e outros símbolos de sucesso mundano não podem oferecer a felicidade que o ser humano tanto procura. Não há nenhuma solução humana para resolver o problema de uma existência sem sentido. Sem Deus, o único propósito da vida é dar continuidade à espécie. Em 1969, faleceu o grande matemático, filósofo e pacifista britânico, Bertrand Russel. Descendente direto da linha dos duques de Bedford, um verdadeiro nobre, o Conde Bertrand Russel era neto de John Russel, um dos primeiros ministros mais distintos da Inglaterra no século 19. John Russel, anglicano devoto, introduziu no Parlamento de seu país o primeiro projeto de lei de reforma de 1832. Esse projeto embasou os preparativos finais para a votação universal no Reino Unido (o direito de todo adulto votar nas eleições). No entanto, o filho de John Russel, pai de Bertrand Russel, era ateu. No ano em que Bertrand Russel faleceu, um filme de sua vida foi lançado em sua homenagem. Esse filme incluía uma entrevista feita com ele três anos antes de sua morte, aos noventa anos de idade. Nessa entrevista, Bertrand Russel lembrou-se da morte do pai há setenta anos. Na ocasião, o pai chamou os três filhos para perto do leito de morte e sem nenhuma demonstração de esperança, paz ou segurança, proferiu suas últimas palavras: “Adeus, adeus para

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sempre”. Ao se lembrar daquele momento, sete décadas mais tarde, a voz de Bertrand Russel encheu-se de temor e lágrimas vieram aos olhos. Em seguida, confirmando as próprias convicções ateístas, afirmou: “E assim será quando eu morrer”. Essa é a “esperança” daqueles que, mesmo sendo ilustres e famosos, perdem de vista Jesus e o Seu amor. Esse livro foi escrito com profundas convicções. Não há nada, fora do amor de Cristo, que possa promover a saúde mental. Exaltamos o nosso Salvador diante de cada leitor, pois Ele prometeu: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (João 10:10).

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Apêndice A A Natureza do Homem

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o início do século 20, muitos filósofos e educadores predisseram com toda segurança que a educação universal resolveria os maiores problemas sociais do mundo, como a pobreza, o crime e a insanidade. Na época, observou-se que esses problemas sociais ocorriam com maior frequência nas classes sociais de pouca ou nenhuma instrução formal. Talvez nada tenha estimulado mais a confiança na educação universal do que a esperança de que esses problemas fossem eliminados à medida que homem ascendesse na escala “evolucionária”. Entretanto, uma avaliação realista da sociedade da última parte do século 20 indica que, no mundo ocidental, onde a educação universal foi praticamente implantada, esses problemas sociais intensificaram-se ainda mais. A busca de uma solução por meio da educação universal, na verdade, originou-se da filosofia grega. Sócrates criou técnicas de interrogatório segundo a crença fundamental de que o homem poderia, através da educação, alcançar o bem. Essa suposição baseava-se na premissa da imortalidade da alma preexistente no corpo, uma alma boa. Acreditava-se que o homem apenas se corromperia se estivesse inserido num ambiente desfavorável. Sócrates enxergava o homem como sendo fundamentalmente bom e tudo o que precisava fazer era proteger essa bondade inerente das maldades da sociedade para que se tornasse consciente da bondade do ser. Sócrates questionava os jovens gregos de acordo com a hipótese de que “saber é fazer”. Acreditava que se o jovem descobrisse através de suas perguntas o bem e a verdade, automaticamente passaria a viver a “boa vida”. Inconscientemente, muitos cristãos têm aceitado essa filosofia pagã. Alguns até mesmo acham que os filhos teriam feito escolhas melhores se os pais não tivessem exercido sua influência nas decisões da criança desde os primeiros

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anos de vida. Creem que se os pais derem “liberdade de expressão” à criança, esta fará boas escolhas por causa de sua bondade inata. De acordo com a nossa experiência, os resultados de tal método educacional são desastrosos, mas não surpreendentes. Sem dúvida, Satanás não espera a criança crescer para lançar ardis tentações em sua vida. Os hábitos que atrapalharão a criança de se submeter a Cristo são facilmente desenvolvidos nos anos decisivos de formação. Platão, discípulo de Sócrates, defendeu a visão da bondade inata e grande parte de seus esforços filosóficos concentrou-se em estabelecer a sociedade perfeita em que o “homem bom” poderia desenvolver-se universalmente. Com a redescoberta da cultura helenística durante a Renascença, esse conceito do homem ressurgiu e foi aceito até mesmo por alguns teólogos cristãos. Um dos maiores defensores dessa teoria no século 18 foi Jean Jacques Rousseau. O conceito da bondade do homem foi ressaltado em sua obra clássica, Emile. O livro narra a história de um rapaz criado num ambiente favorável a fim de preservar a sua bondade inata. Não podemos questionar Rousseau a respeito dos benefícios de um ambiente apropriado, mas nenhum estudante diligente da Bíblia deixará de questionar veementemente o conceito da bondade inata do ser humano. O século 20 presenciou uma mudança brusca entre a filosofia do nativismo de Sócrates, Platão e Rousseau e a visão empirista ou tabula rasa (conceito de que o homem é a soma total das influências do meio). Na verdade, a visão empirista não se tratava de um conceito novo para o século 20, pois foi amplamente disseminada nos séculos 17 e 18 por empiristas britânicos como John Locke, bispo George Berkeley, David Hume e David Hartley, mas a sua raiz filosófica originou as técnicas e as práticas psicológicas do século 20. O movimento empirista foi impulsionado mais ainda pela teoria da evolução, que enfatiza a habilidade de adaptação ao ambiente e nega o Criador como a fonte da vida. Intimamente ligado ao movimento evolucionista, encontra-se o impacto científico. Ao final do século 19, a ciência adquiriu grande respeito no meio acadêmico. As bases filosóficas antigas passaram a ser avidamente ensinadas na maioria das disciplinas a fim de fundamentar as teorias científicas de prestígio. Em 1879, época em que Wilhelm Wundt fundou o primeiro laboratório psicológico em Leipzig, foram lançadas as bases da psicologia

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científica. Nesse período, os princípios deterministas da ciência natural foram firmemente estabelecidos e, claro, eram totalmente compatíveis com a visão empirista do homem – visão que crê que o homem é simplesmente o produto do meio em que vive e não nasce com nenhuma predisposição moral. Portanto, de acordo com o empirismo, o homem é a soma total das influências do meio que está inserido desde a concepção. Na psicologia moderna, as duas visões – a filosofia nativista, que ensina que o bem é inato ao homem, e a filosofia empirista, que afirma que o homem nasce sem nenhuma predisposição moral – embasam a grande maioria das teorias e das técnicas da psicologia. Isso pode ser mais bem exemplificado através dos trabalhos de Carl Rogers e B. F. Skinner, respectivamente. A terapia indireta de Rogers implica que o homem possui em seu interior a resposta para lidar com os próprios problemas. Não podemos negar que há momentos em que, através de um questionamento minucioso, como no caso de Sócrates no passado ou de Rogers nos tempos modernos, o homem e a mulher possam ser levados a verbalizar soluções e a tomar atitudes que não haviam pensado antes. Porém, concluir que o ser humano possui em seu interior todas as respostas para todos os problemas é o mesmo que aceitar que o homem é capaz de lidar com qualquer questão e qualquer necessidade. Tal visão favorece a crença de que o homem é o único senhor de seu destino e descarta totalmente a única fonte real de sabedoria e força – a confiança em Deus. O fato de Rogers ter, na última década, abraçado a psicologia de grupos de encontro evidencia, mais uma vez, a sua visão de que o homem, no ambiente de encontro, pode ser capacitado a enxergar-se de tal forma que o habilite a tomar as melhores decisões e a agir da maneira mais apropriada. Em contrapartida, a maioria dos behavioristas desde Watson e Thorndike, Hull e Spence até B. F. Skinner reconheceu que o conhecimento não resulta necessariamente no comportamento adequado. Assim, a teoria de Sócrates de que “saber é fazer” foi derrubada à luz da evidência de que em muitos casos o conhecimento não gera o bom comportamento. Com isso, dentro da visão empirista, facilmente criou-se o conceito que implica uma tentativa direta de mudar o comportamento. Através do processo de condi Esse conceito declara que o homem não possui um controle real sobre as suas ações. De acordo com essa visão, o homem é, na realidade, meramente um robô que age segundo a sua hereditariedade e os ditames de sua experiência ambiental, sendo incapaz de fazer a própria escolha. Ver capítulo 10 intitulado “Grupos de Encontro e Sensibilidade e o Cristianismo”.

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cionamento, foi possível formar padrões de comportamento e, dessa forma, esperava-se desenvolver o “homem bom”. Desde então, a técnica de modificação de comportamento, utilizada por B. F. Skinner e outros, foi eleita como a técnica mais eficaz em mudar o comportamento de crianças, de indivíduos com problemas mentais e de delinquentes para um comportamento aceitável e desejável pela sociedade. A visão implícita na teoria da modificação de comportamento – visão que alega que o homem possui em seu interior o bom comportamento – pode ser equiparada com a visão da bondade inata do ser humano. Apesar de o método de Roger ser influenciado pelo nativismo e o método de Skinner ser empirista de origem, ambos têm muito em comum no que diz respeito ao prognóstico da educação e do treinamento da criança. O nativismo, ao supor que o homem é naturalmente bom, solicita um “bom ambiente” como o único pré-requisito necessário para reeducar ou manter a bondade. Semelhantemente, o empirismo, ao supor que o homem é o fruto do meio, a soma total dos estímulos do meio sobre a sua vida, acredita que se o “bom” ambiente for mantido, a criança se tornará um ser humano bom. Dessa forma, as duas teorias são totalmente dependentes da qualidade do meio para o desenvolvimento do homem “bom” e para o desenvolvimento da “boa” sociedade. Mas nenhuma dessas teorias está de acordo com a visão bíblica cristã. Ao contrário da filosofia da bondade inata, a visão nativista alternativa da Bíblia afirma que o homem nasce no pecado: “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe” (Salmo 51:5). A Bíblia ensina que a tendência moral inata do homem leva à criação de um caráter e de um comportamento egoísta e pecaminoso. Tal visão do homem não nega a vantagem de um bom ambiente, mas não aceita que o bom ambiente seja o único elemento necessário para manter a “boa” vida. Se fosse assim, não haveria possibilidade de Adão e Eva pecar, pois habitavam num ambiente perfeito. Tão pouco poderia Lúcifer e a terça parte dos anjos se rebelarem contra Deus. Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu Esse processo recompensa os bons atos e pune os maus atos a fim de que, como consequência, o indivíduo evite o mal e faça o bem.

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trono e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do Norte; subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo (Isaías 14:12-14). A visão empirista exemplificada através da modificação de comportamento também é insustentável, pois supõe, como mencionado anteriormente, que o comportamento correto significa o mesmo que moralidade correta, que, de alguma forma, podemos nos tornar bons por conta própria. A Bíblia declara que essa esperança é completamente falsa. Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar (Romanos 8:7). A visão bíblica ensina que o homem, após a queda, está preso aos grilhões do pecado e é incapaz de se libertar sozinho. A boa nova é que Jesus proveu um meio para sermos perdoados de nossos antigos pecados e recebermos um novo coração (vontade) para escolher o bom caminho e recebermos o auxílio do Espírito Santo para nos fortalecer a resistir a tentação de voltar ao estágio inicial. Aparentemente, há uma grande diferença entre a modificação de comportamento e o conceito cristão de mudança de comportamento. Ao aceitar que as predisposições naturais do homem são contrárias à natureza perfeita de Deus, a questão não é a modificação de comportamento, mas a transformação do caráter, conforme Jesus expressou de maneira maravilhosa em sua conversa com Nicodemos. A questão, na verdade, é definida como a necessidade de um novo nascimento. A modificação de comportamento não diz nada acerca dos motivos e das intenções do coração e, portanto, encontra-se enraizada no mais grave legalismo. O comportamento correto em si não pode esperar ou alcançar a salvação, como Jesus claramente expressou com as seguintes palavras: Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em Teu nome, e em Teu nome não expelimos demônios, e em Teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de Mim, os que praticais a iniquidade (Mateus 7:22-23). Ver João, capítulo 3.

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A questão abordada nessa passagem não é o comportamento correto, pois os praticantes da iniquidade praticaram boas ações de acordo com a concepção humana. O seu comportamento aparentemente condizia com a prática cristã, mas o seu coração não havia sido transformado pelo poder de Cristo. Jesus enfatizou em outra ocasião essa verdade ao repreender os líderes judeus. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas! (Mateus 23:23). Jesus ressaltou que a devolução fiel dos dízimos é um comportamento correto, mas insignificante se não for o resultado do amor que flui de um coração transformado. Não é de admirar que as hipóteses humanas desenvolvidas a partir de premissas equivocadas resultem em conclusões, teorias e práticas erradas. Certamente, tanto a terapia de modificação de comportamento quanto a terapia indireta apresentam perigos. O terapeuta que pratica a modificação de comportamento pretende desempenhar o papel de Deus na vida do paciente. Determina qual é o comportamento correto e aplica as técnicas de condicionamento que produzirão o comportamento que em sua opinião é o mais apropriado. O terapeuta que pratica a terapia indireta, por sua vez, permite que o paciente pretenda desempenhar o papel de Deus levando-o a crer que em seu interior encontrará as respostas para os problemas geradores de depressão, instabilidade emocional e neurose. Mas o terapeuta cristão tem a oportunidade de exaltar o Deus do céu, o único Ser que realmente possui a resposta certa para qualquer tipo de problema. Devemos avaliar criteriosamente essas três visões do homem. Enfrentamos a realidade de um mundo em que a grande maioria de seus habitantes está inserida num ambiente difícil de viver. De acordo com o conceito empirista e a teoria da bondade inata do homem, não há a menor esperança para a grande maioria das pessoas tanto no mundo atual quanto no mundo futuro, pois as duas visões dependem de um bom ambiente para reter ou desenvolver a bondade do ser humano. Segundo o conceito cristão, entretanto, há esperança para todo ser humano. Apesar de reconhecer a vantagem de um ambiente favorável, o cristianismo afirma que o poder de Cristo “pode salvar totalmente

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os que por Ele se chegam a Deus” (Hebreus 7:25). O poder transformador de Cristo oferece esperança a todos, a despeito das limitações do ambiente. Não há dúvida de que o psicólogo cristão precisa cavar fundo a Palavra de Deus para encontrar as respostas de que precisa, pois o mesmo Deus que através de Sua Palavra demonstrou uma grande preocupação pelo bem-estar físico e espiritual de Seu povo, também está profundamente interessado em sua estabilidade emocional e mental. Nada mais lógico do que concluir que a Bíblia também nos oferece princípios e bases para a obtenção da saúde mental da mesma forma que oferece bases para a saúde espiritual e física. Sem a estabilidade emocional, dificilmente o homem ou a mulher pode atingir plenamente o potencial que Deus deseja para cada um de Seus filhos e nem participar da melhor forma possível do ministério e das missões da igreja de Deus.

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Sócrates

Bondade inata

Empiristas britânicos

Nenhuma tendência inata

Deterministas

Behavioristas

A maioria dos cristãos

Tendência inata para o mal

Muitos intencionalistas

Rousseau

Platão

Defensores

Posição

Admite as vantagens do ambiente favorável, mas crê que o homem “bom” desenvolve-se apenas pelo poder de Cristo.

Relação com o ambiente Necessidade de um “bom” ambiente para proteger a “bondade” inerente ao ser humano a fim de que o homem “bom” desenvolva-se.

O homem nasce isento O ambiente determina de qualquer tendêna totalidade das reações cia e sem qualquer comportamentais. predisposição moral.

O homem nasce predisposto para desenvolver padrões de maldade.

Predisposição Moral O homem nasce predisposto para o bem.

A perspectiva do homem depende do ambiente em que está inserido (bom ou mau).

A perspectiva do homem depende de um relacionamento com Deus, a despeito do ambiente em que vive.

A perspectiva do homem depende do ambiente que está inserido (bom ou mau).

Perspectiva

CONCEITOS BÁSICOS DA NATUREZA DO HOMEM

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Apêndice B A Escolha e a Vontade

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conceito da escolha é tão antigo quanto o Universo. Com certeza as hostes angelicais receberam a liberdade de escolha. O profeta Isaías declarou que Lúcifer, o querubim cobridor, fez muitas escolhas.

Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do Norte; subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo (Isaías 14:12-14, ênfase dos autores). Da mesma forma, na ocasião em que o homem foi criado, Deus lhe concedeu o direito de escolha. Se não fosse assim, as instruções e as advertências divinas não teriam o menor propósito. E o Senhor Deus lhes deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás (Gênesis 2:16-17). Desde o princípio, tantos os anjos quanto os pais da raça humana foram criados com a predisposição de praticar o bem, mas depois que o homem escolheu desobedecer ao mandamento direto e explícito de Deus, não lhe foi mais natural seguir o caminho da justiça. A inclinação natural de escolher caminhos que o distanciavam de Deus passou a fazer parte da vida. Davi foi,

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assim, obrigado a afirmar: “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe” (Salmo 51:5). Apesar das mais claras evidências bíblicas acerca da natureza do homem e da sua habilidade de escolher, há aqueles que, desde o início da história humana, aceitam uma visão determinista da vida. O determinismo, que se encontra intimamente relacionado ao empirismo discutido no capítulo anterior, está profundamente enraizado no paganismo antigo e ainda pode ser visto no misticismo moderno. O conceito da influência do macrocosmo do céu estrelado sobre o microcosmo do organismo humano é tão antigo quanto a astrologia. O determinismo penetrou muitas religiões orientais e também pode ser notado em inúmeras formas de cristianismo. A questão da liberdade de escolha versus o determinismo é muito relevante hoje, não apenas no campo da teologia, mas também no campo da literatura, da história, da sociologia, da psicologia e da filosofia, mas, talvez, seja no campo da ciência do comportamento humano que o conflito entre essas duas visões tenha maior significado para o cristão. Seria injusto confinar o significado do determinismo ou do intencionalismo dentro dos parâmetros de qualquer série de postulados. Deve haver necessariamente definições específicas e delimitadoras. Assim, as orientações a seguir representam a arena em que as questões da liberdade de escolha e do determinismo serão explanadas. 1. Determinismo: Visão de que o comportamento é mais bem definido de acordo com todas as influências do meio sobre o indivíduo, tanto do passado quanto do presente, juntamente com o comportamento perceptível em resposta às influências que recebeu. Sugere-se que diante do conhecimento de todos os eventos causais, o indivíduo seja capaz de predizer exatamente a resposta comportamental a tais eventos. Não há reação ou escolha do indivíduo que possa de alguma forma modificar, adaptar ou intervir na relação direta entre as influências e as respostas comportamentais. Assim, toda referência aos processos cerebrais ou fatores mentais como a “escolha”, a “decisão” e a “vontade” é negada. O indivíduo é completamente dependente do meio para o desenvolvimento de características de comportamento e de traços de personalidade. 2. Intencionalismo: Conceito de que o indivíduo atua como mediador ativo entre o estímulo do meio e as suas reações comportamentais.

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A Escolha e a Vontade

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Seria o mesmo que dizer que através da decisão, ou da escolha, ou de qualquer outro processo cerebral, o indivíduo relacione as suas reações à situação presente. Normalmente conclui-se que os processos neurológicos e os mecanismos do sistema nervoso central são as estruturas básicas que mediam essas decisões. Dessa forma, o comportamento não pode ser definido simplesmente pelos estímulos e as respostas. Deve-se levar em conta os processos mentais da pessoa e as suas próprias decisões. No campo científico, não é possível fazer uma escolha dogmática entre o intencionalismo e o determinismo na área experimental. Tão pouco há um consentimento universal entre os cristãos em relação à predestinação e à liberdade de escolha, mas isso não quer dizer que o conceito da predestinação possa ser diretamente equiparado ao determinismo, ou que a liberdade de escolha seja sinônimo da posição psicológica do intencionalismo. No entanto, há várias similaridades básicas que permitem que haja uma investigação satisfatória de cada um desses conceitos em relação ao outro. 1. Predestinação: O conceito da predestinação pouco se preocupa com a relação entre o estímulo do meio e a reação corporal. Alega que a salvação independe das escolhas e das decisões do ser humano e que Deus já predeterminou o destino eterno de cada pessoa. 2. Liberdade de Escolha: Os defensores da liberdade de escolha, como os intencionalistas, enfatizam a função dos processos mentais no comportamento humano. Afirmam que todo ser humano toma decisões e faz escolhas, tanto em relação à existência do dia-a-dia quanto ao destino eterno, e que a salvação depende totalmente da aceitação ou da rejeição de Cristo. No estudo do comportamento humano, o conflito entre o determinismo e o intencionalismo torna-se crítico para a compreensão dos princípios psicológicos e sociológicos. Apesar de ter atingido a independência acadêmica cerca de cem anos atrás, a psicologia tem sido investigada pelo homem durante séculos sob a conotação da filosofia mental. O conflito entre o determinismo e o intencionalismo não era tão intenso no passado como hoje, mas, antigamente, o intencionalismo era aceito mais prontamente pela maioria, possivelmente, devido às bases cristãs fortes que grande parte dos filósofos possuía. Richard Ruble procurou resumir e definir esse conflito dentro dos parâmetros da teologia cristã, reunindo primeiramente os argumentos básicos em favor da liberdade de escolha:

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1. Sem a liberdade de escolha, o homem não seria responsável pelo seu comportamento. 2. O homem possui a liberdade de escolha devido à experiência subjetiva sentida na decisão. 3. Deus ordenou que o homem tivesse liberdade de escolha. 4. O Evangelho afirma que o homem possui liberdade de escolha. 5. O homem conduz seus afazeres certo de que possui liberdade de escolha. 6. A liberdade de escolha é a única posição racional que pode ser adotada pelo cristão. Ruble também resumiu os argumentos em favor do determinismo. São eles: 1. O determinismo é mais compatível com a natureza de Deus. Se Deus é onipotente e onisciente, resulta naturalmente o determinismo. 2. As visões científicas devem ser deterministas. 3. O determinismo é mais humanista do que a liberdade de escolha. 4. A visão determinista leva em conta a motivação inconsciente. 5. O determinismo está mais em harmonia com a eleição, a soberania, a predeterminação e presciência de Deus. 6. O determinismo capacita o homem a aceitar tudo o que lhe acontece como sendo da vontade de Deus e, portanto, o bem. (Richard Ruble, “Determinism versus Free Will”, Journal of American Affiliation, junho de 1976, v. 28, n° 2, pp. 70-76). A maioria dos cristãos – católicos romanos, cristãos ortodoxos e muitos protestantes – apoia a doutrina da liberdade de escolha, mas há uma grande parte dos cristãos da reforma que acredita na visão agostiniana da predestinação como expressada por Calvino e Martinho Lutero. Apesar de não ser o objetivo desta obra discutir as variações entre o calvinismo alto e baixo, seria justo dizer que especialmente os calvinistas altos se apegam fortemente à doutrina da predestinação. Consideram que a salvação ocorre pelo milagre da graça de Deus e o homem pecador não deve questionar a justiça divina da predeterminação. Porém, parece irracional aceitar o fato de que Deus tenha

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A Escolha e a Vontade

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dado ao homem a liberdade de escolha sabendo, ao mesmo tempo, a escolha que faria. Alguns alegam que o fato de Deus saber o futuro absolutamente predetermina o evento. Seria mais racional, certamente, concluir que Deus conhece todas as coisas, não porque predeterminou o evento, mas porque está ciente das escolhas que homem fará. Claro que esse dilema suscita a questão do pecado. Será que Deus não poderia ter criado seres celestiais e terrenos que sempre escolhessem seguir o caminho da obediência perfeita a Ele? Esse é um tema excepcionalmente especulativo que possui poucas referências na Palavra de Deus e, portanto, está fora da alçada de debates e de discussões proveitosos. Os autores desta obra aceitam a visão de que o destino eterno do ser humano depende da sua escolha de aceitar ou rejeitar o dom de Deus acessível ao homem através do sacrifício de Cristo em favor dos pecados da humanidade. A Bíblia está repleta de afirmações a respeito da importância da escolha do homem em relação à salvação. No Antigo Testamento, Josué fez um apelo aos filhos de Israel para escolherem de uma vez por todas entre servir ao Senhor ou aos deuses pagãos: Porém, se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao Senhor (Josué 24:15). Elias também fez um apelo semelhante no Monte Carmelo, rogando aos presentes que escolhessem entrar em aliança com o Deus Vivo ou Baal. Então, Elias se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-O; se é Baal, segui-o. Porém o povo nada lhe respondeu (1 Reis 18:21).

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FATOR DETERMINANTE DO DESTINO DO HOMEM O meio em que está inserido.

Deus.

O próprio homem.

PRINCÍPIOS BÁSICOS

O homem é a soma total de todas as influências do meio desde o nascimento até a morte.

O destino eterno do homem já foi predeterminado por Deus e não dependente de escolhas e decisões humanas. O homem modifica, media, faz escolhas e toma decisões em resposta ao meio.

VISÃO DO HOMEM

Determinismo

Predeterminismo

Intencionalismo

AS VISÕES DO HOMEM EM RELAÇÃO AO SEU DESTINO

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Apêndice C A Saúde Mental e a Criação

A

s últimas duas décadas do século 19 presenciaram o nascimento da psicologia moderna, como também o esforço intenso de libertá-la de suas raízes filosóficas e consolidá-la como ciência. Essa busca por tornar a psicologia uma ciência prefigurou o aumento da aceitação do determinismo como o método mais eficaz para o estudo psicológico. Em todos os tempos, sempre houve aqueles que se apegaram à visão intencionalista do comportamento, mas esses representam a minoria. A ampla aceitação do determinismo parece ter sido motivada por quatro razões básicas. 1. As grandes ciências, como a física e a química, eram extremamente deterministas na ocasião da virada do século e os psicólogos estavam ansiosos para seguir a liderança dessas ciências mais consolidadas. 2. O determinismo, enquanto método, oferecia melhores perspectivas do que o intencionalismo para a criação de princípios gerais e leis vigentes do comportamento. Além disso, é mais fácil compreender as condições de estímulos quando estas independem das chamadas noções metafísicas da mente. Acreditava-se que nenhuma lei universal poderia ser deduzida enquanto estivesse embasada numa explicação intencionalista do comportamento. 3. O determinismo representava um veículo satisfatório para a incorporação da doutrina evolucionista ao assumir que as diferenças entre o comportamento humano e animal eram quantitativas e não qualitativas. 4. Ao defender a hipótese quantitativa, os cientistas viram a possibilidade de examinar o comportamento humano através da investigação do comportamento animal. A utilização de animais oferecia não apenas um escopo mais amplo para a investigação, mas também a possibilidade de examinar o comportamento isolado das muitas complexidades associadas ao desempenho humano. Nos últimos quarenta anos, houve o reavivamento

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parcial da posição intencionalista encabeçada por teoristas como Krechevesky, Tolman e Woodworth, mas ainda assim a maioria dos psicólogos favorece a visão determinista. A sustentabilidade da posição cristã que favorece a visão da liberdade de escolha deve ser examinada à luz das quatro razões citadas acima que, por sua vez, proporcionam a base lógica para a aceitação do determinismo pela maioria dos cientistas behavioristas. 1. A natureza determinista das grandes ciências Apesar de a hipótese determinista ter sido universalmente aceita pelos físicos há setenta anos, não podemos dizer que essa seja a situação atual. Os avanços na física subatômica têm levado a reflexões indeterministas. Esse fato foi ressaltado num artigo atribuído a Sir Marcus Oliphant. A ideia vitoriana presunçosa da infabilidade da ciência foi substituída pela incerteza e pelo indeterminismo... Os cientistas não esperam mais encontrar uma resposta final para as suas perguntas... No fim do século passado, a marcha da ciência intoxicou a humanidade, e na ciência física o grande sucesso de [aplicar] a lógica matemática nas observações experimentais gerou a certeza de que o conhecimento máximo do assunto estava à mão. Oliphant continuou: Esse conceito de uma ciência arrogante e imoral, que rapidamente emaranhou a humanidade numa teia de materialismo para satisfazer seu enorme ego, ainda persiste entre muitos hoje... Com o aumento do conhecimento, achou-se necessário modificar progressivamente quase todas as estimadas leis da física clássica... a causalidade foi redefinida e o determinismo cedeu lugar à incerteza” (Sir Marcus Oliphant, Adelaide Advertiser, 18 de maio de 1959). A declaração franca de Oliphant a respeito das tendências atuais da física habilmente demonstra que uma das razões básicas para a adoção inicial do determinismo na psicologia não é mais tão sustentável como na virada do século.

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Uma das teorias mais famosas que se encaixa na argumentação de Oliphant é o Princípio Heisenberg da Incerteza (Heisenberg Uncertainty Principle). Esse princípio afirma basicamente que ao localizar a posição exata de um elétron, não será possível calcular precisamente a sua cinética, mas apenas fazer um cálculo dentro de certos limites. Em contrapartida, se a cinética do elétron puder ser calculada com precisão, não será possível determinar a posição exata que ocupa no espaço. Apesar da mudança nas grandes ciências abrir espaço para a reanálise do método determinista na psicologia, as implicações vão ainda além para os reducionistas que afirmam que os processos de ordem mais elevada podem ser mais bem explicados à luz dos processos de ordens inferiores. Por exemplo, de acordo com a sua finalidade lógica, os processos psicológicos exigem uma explicação em termos de informações físicas que, por sua vez, exigem uma explicação em termos da física subatômica. Assim, o mais complexo pode ser explicado pelo menos complexo, a psicologia pela fisiologia, a fisiologia pela física e a física pela física subatômica. Se o indeterminismo e a incerteza aplicam-se à física subatômica, não deveriam também ser aplicados à física, à fisiologia e, consequentemente, à psicologia? Se não, em que nível de entendimento que o indeterminismo cede lugar ao determinismo? A menos que uma posição intencionalista ou determinista seja postulada para todos os níveis de entendimento, uma posição reducionista torna-se insustentável. Pode-se sugerir que em níveis microscópicos da física, em que as leis de Newton se baseiam, o método determinista seja aplicável. Dessa maneira, a física subatômica não pode explicar com sucesso a física macroscópica, quebrando, assim, a ligação da cadeia reducionista. 2. O valor do determinismo para o estabelecimento da lei Há cem anos sugeriu-se que o determinismo oferecia um conceito mais promissor para o estabelecimento de leis do que o intencionalismo. Essa sugestão não impede a possibilidade de o intencionalismo oferecer uma explicação mais precisa do comportamento. Mesmo os primeiros teoristas pensavam que esse fosse o caso, como ressaltado na seguinte declaração de William James: No último capítulo levantamos a questão da liberdade de escolha na “metafísica”. Realmente, seria precipitado fechar questão absolutamente dentro dos limites da psicologia. Deixemos que a psicologia fracamente admita que se apoiou nas reivindicações do determinis-

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mo a fim de alcançar os seus propósitos científicos, e ninguém pode condená-la por isso. Se essas reivindicações vierem a servir apenas para um propósito relativo e acontecer de serem confrontadas por reivindicações opostas, um reajuste pode ser feito (William James, Psychology’s Briefer Course, p. 461). Quase um século se passou desde que James publicou a declaração acima e ainda hoje não houve nenhum progresso real para o estabelecimento de um fundamento firme no determinismo. Cattell resumiu essa situação em duas declarações distintas publicadas em 1950: Não importa o grau da teoria determinista que estamos preparados para aceitar em relação ao comportamento humano, o que sabemos com certeza é que na prática, por mais que tenhamos à disposição bons instrumentos de medição e conhecimento dos processos em jogo, a exatidão de nossas predições é limitada (Cattell, R. B., Personality, London; New York: Hutchinson’s University Library, 1950, 1st ed., p. 662). Atualmente, nossas predições em relação à personalidade ou à memorização e ao aprendizado, à vontade e à decisão, certamente não atingiram o auge da confiança sobre o qual todos os psicólogos possam alegar que não há lugar para o livre arbítrio imprevisível. Como cientistas, temos mantido a mente aberta com relação ao que podemos descobrir a respeito do mecanismo de operação à medida que nossas investigações avançam. Pode ser que descubramos a necessidade de caminhos não previstos de pensamento e de compreensão que tornarão tanto o determinismo quanto a liberdade de escolha igualmente corretos em contextos apropriados (Cattell, R. B., An Introduction to Personality Study, New York, McGraw Hill, 1950, p. 25). As grandes esperanças depositadas no determinismo na virada do século não se concretizaram. Frequentemente pede-se aos alunos para aceitarem a visão de que essa falha atribui-se à falta de conhecimento presente e ao aprimoramento de técnicas. Dizem que num dado momento do futuro, haverá uma compreensão completa do causa e efeito comportamental. Talvez, a melhor explicação seja a de Carttell sobre a imprevisão da liberdade de escolha.

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3. O determinismo e a evolução A relação entre o determinismo e a evolução ocorre através de duas visões um tanto opostas escritas no período da virada do século. Haeckel afirmou: “A superstição do livre arbítrio, juntamente com a crença em dois outros ‘pilares do misticismo’, Deus e a imoralidade, foram quebradas pela doutrina do evolucionismo” (E. N. Haeckel, Riddle of the Universe, p. 210). Ao mesmo tempo em que Haeckel afirma que a teoria evolucionista desaprova completamente o conceito do livre arbítrio, Smith declarou que se a ligação entre o determinismo e o evolucionismo é válida, então a teoria do evolucionismo deve ser negada. As conclusões de Smith são muito mais aceitáveis aos cristãos conservadores. Sem dúvida, é muito mais fácil confirmar a hipótese da “liberdade de escolha” ao analisar os muitos aspectos do comportamento do que a hipótese evolucionista. Os evolucionistas sugerem muitas vezes que os cristãos tiram conclusões infundadas, mas certamente os evolucionistas cometem muitos mais erros como esse. Algumas dessas conclusões evolucionistas infundadas são: a. A preexistência da matéria, ou no mínimo da energia, é inexplicável em termos finitos. b. A transição do mineral para o vegetal e em seguida para animal nunca foi explicada ou demonstrada de forma satisfatória. c. Se não há diferença qualitativa entre o homem e o animal, logo não pode haver diferença qualitativa entre o reino animal e o vegetal ou entre o reino vegetal e o mineral. O último problema foi amplamente discutido por F. W. Headley em seu discurso sobre a consciência: Ou a consciência está presente nas formas mais simples de vida, ou foi introduzida nos estágios mais elevados de desenvolvimento. Este último princípio é contrário aos princípios da evolução. Assim, somos levados a crer que até mesmo os microorganismos, quer animal ou vegetal, possuem alguma consciência, mesmo que obscura (Headley, F. W., Problems in Evolution, London: Duckworth, 1900, p. 210).

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Talvez Headley pudesse ter feito uma conclusão ainda mais ousada e sugerido a presença de consciência em minerais inanimados que os evolucionistas alegam serem os precursores lógicos dos microorganismos na teoria evolucionista. Claro que tal conclusão é absurda, contudo o evolucionista dificilmente é levado a sério se não seguir esse raciocínio. 4. O valor das investigações animais para a compreensão do comportamento humano O comportamento dos animais pode ser entendido com maior rapidez do que o comportamento dos seres humanos, em parte devido a questões éticas. Entretanto, pode-se questionar que o comportamento humano explica-se nos mesmos termos que o dos animais, por essa razão há limitações consideráveis para a utilidade ou para a aplicabilidade de tais experimentos. Um das barreiras para o desenvolvimento da compreensão psicológica do comportamento humano talvez seja a obsessão pela parcimônia. Essa barreira levou muitos teoristas a resistir qualquer explicação que sugerisse a grande complexidade do comportamento humano ou qualquer teoria que envolvesse interpretações pluralistas. Até hoje, época em que há um ressurgimento de interpretações dualistas, ainda apoia-se profundamente o monismo. Em lugares em que se promoveu noções dualistas, poucos foram os que seriamente sugeriram um dualismo entre o determinismo e intencionalismo. Tal explicação é inerente à hipótese do processo duplo de Betterman do aprendizado discriminativo e pode ser notada na seguinte afirmação de Cattell: “tanto o determinismo quanto a liberdade de escolha podem ser provados um dia de estarem igualmente corretos em contextos apropriados”. Porém, nenhuma formulação cuidadosa de tal dualidade foi realizada. Não há dúvida de que muitos reflexos simples são de natureza determinista. Assim, pode-se formular a hipótese de que esse tipo de comportamento seja classificado nessa categoria, mediada pela área inferior do cérebro, pela medula espinhal, pelo cerebelo, pelo mesencéfalo e pela ponte. Nessa categoria encontram-se o reflexo do joelho, o reflexo do piscar de olhos, o reflexo da pupila e outros reflexos semelhantes. (J. Wodinsky, M. A. Varely, M. E. Bitterman, “Situational determinants of the relative difficulty of simultaneous successive discrimination”, Journal of Comparative Physiology & Psychology, v. 47, 1954, pp. 337-340).

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Entretanto, a maioria dos comportamentos que envolve a área do córtex cerebral pode também ser classificada como intencionalista, especialmente o comportamento mediado pela associação das áreas do lóbulo frontal. Há, porém, um ou dois problemas para a formulação de tal hipótese, especialmente em relação ao reflexo Babinski, que é mediado pelos processos do córtex. Essa hipótese pode formar a base geral para uma explicação dualista do comportamento. Segundo essa explicação dualista, muitas formas inferiores de vida animal e toda vida vegetal não poderia apresentar um comportamento intencionalista. O cristianismo, baseado no que se tornou conhecido como a liberdade de escolha, não sugere que todo comportamento resulte da escolha. A aceitação ou a rejeição do presente divino da salvação é a escolha fundamental. Essa escolha é a base sobre a qual o indivíduo tomará as decisões do dia-a-dia de sua experiência. Ao tomar coerentemente tais decisões por um período de tempo, o indivíduo formará estruturas de hábitos que, assim que estiverem finalmente desenvolvidos, atuarão de maneira semelhante ao comportamento reflexivo. Esse desenvolvimento condiz com o ensinamento bíblico que afirma que o treinamento nos primeiro anos de vida é essencial para o crescimento espiritual. Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele (Provérbios 22:6). Além disso, por meio da oração e da súplica, o cristão busca o auxílio divino para a vida diária, quer seja na área espiritual ou física. Ao agir assim, o cristão aceita que todas as coisas contribuem para o bem do seguidor fiel de Cristo. Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito (Romanos 8:28).

Normalmente, quando a sola do pé sofre uma pancada, o dedão inclina-se para baixo. Quando certas áreas do córtex cerebral são prejudicadas, como numa pancada, a reação do dedão numa situação semelhante é inclinar-se para cima. Essa reação é conhecida como o reflexo positivo de Babinski.

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A partir do momento que o indivíduo decide servir a Deus, e enquanto continuar a fazê-lo, os agentes divinos estarão presentes em sua vida para dirigilo e atendê-lo. Portanto, a consagração a Deus e a escolha de seguir o estilo de vida cristão significam uma atenção divina especial às suas necessidades, o que exclui uma explicação puramente intencionalista do comportamento por parte do cristão que submete a cada dia a sua vida à vontade de Deus. Mas esta é uma escolha diária, sendo o cristão livre para reverter a qualquer momento a decisão por Cristo.

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Apêndice D

J

As Teorias da Personalidade e as Diferenças Individuais

á houve muitas tentativas de classificar as personalidades. Os gregos antigos identificaram quatro tipos de personalidade que, segundo eles, cada uma se relacionava a um fluido diferente do corpo. Afirmavam que a personalidade sanguínea era o resultado do fluxo intenso de sangue, permitindo que o indivíduo fosse feliz, extrovertido e otimista. A personalidade colérica era produzida pelo excesso de bile amarela e, assim, tornava o indivíduo mau humorado e um tanto agressivo. A personalidade melancólica, por outro lado, dava-se pelo excesso de bile negra que gerava mudanças frequentes de humor, envolvendo muitos períodos de depressão. Já a personalidade fleumática ocorria pelo excesso de muco que resultava em desatenção e mansidão. Obviamente, tais descrições de personalidade são muito simplistas e, certamente, há muitas razões para tais conceitos infundados terem sido rejeitados pela psicologia moderna. Entretanto, houve muitas tentativas recentes para definir a personalidade. Freud, por meio da teoria psicanalítica, tentou defini-la em termos de domínio psicosexual. Outros tentaram traçar algumas descrições de personalidades. Carl Jung escolheu tipologias de introversão e extroversão. Definiu a personalidade do introvertido como tímida e insociável e a do extrovertido como comunicativa e sociável. Outros ainda enxergaram a introversão e a extroversão como um continuum que formava uma personalidade mista chamada de ambiversão. Alguns, na tentativa de definir a personalidade, buscaram tipos fisiológicos que combinassem com as características de personalidade. Por exemplo, Kretschmer descreveu três tipos de estrutura corporal – 1. Astênica, físico alto e magro; 2. Pícnico, físico robusto e de formas arredondadas e 3. Atlética, físico musculoso. Kretschmer relacionou a personalidade introvertida à

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estrutura astênica; a personalidade extrovertida e sociável à estrutura pícnico e a ambiversão à estrutura atlética. Por outro lado, Sheldon, sob a pretensão de que a tipologia de Kretschmer era muito rígida, substituiu-a por uma tipologia corporal conhecida como somatotipos. Segundo a teoria de Sheldon, a pessoa é classifica de acordo com uma escala de sete pontos para cada um dos três somatotipos básicos – 1. Endomorfo, predominância de tecido adiposo em relação aos tecidos musculares e ósseos; 2. Mesomorfo, predominância de tecido muscular em relação ao tecido adiposo e ósseo e 3. Ectomorfo, predominância de tecido ósseo e da derme em relação ao tecido muscular e adiposo. A partir dessa escala, Sheldon definiu um grande número de somatotipos que relacionou de forma geral às características de personalidade. O indivíduo predominantemente endomórfico é tido como extrovertido, sociável, geralmente agressivo e convencional. A pessoa predominantemente mesomórfica é considerada agressiva, apresenta características de liderança e geralmente possui uma personalidade ambiversa. O indivíduo ectomórfo é avaliado como alguém introvertido, com interesses voltados a buscas intelectuais, geralmente tímido, reservado e insociável. Entretanto, nenhuma dessas teorias explica plenamente a verdadeira imparidade de cada personalidade e, apesar de as tentativas de classificar as personalidades terem o seu valor, cada ser humano é único, possui uma hereditariedade diferente, vive num meio distinto e mantêm um relacionamento singular com Deus. Nenhum indivíduo tem ou terá a mesma identidade hereditária, viverá no mesmo meio e apresentará a mesma inteligência, o mesmo interesse, as mesmas aptidões, as mesmas características físicas, as mesmas crenças, as mesmas tendências e as mesmas atitudes de outra pessoa.

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Gênesis 1:27-28 171n 2:2-3 145 2:7-8, 15 126 2:15 142 2:16-17 215 2:21-24 197 3:1-19 120n 3:9-10 56 3:15 23 4:3-8 55n 4:17 127 12:1-4 61n, 100n 16:1-4 57n 19:26 101n Êxodo 3:10-17 99n 14:10 62n 16:23 145 20:7 45 20:12 155 20:14 197 22:16 181 32:19 54 Levítico 6:4 45 18:6-19 181n 18:20 175 18:22 176 18:22 183 18:23 178 20:13 183 Números 6:26 88 22, 23 61n Deuteronômio 4:4-9 117 4:10 112 6:7 162, 203 14:23 112n 21:20 127 22:18-19 181 23:17 182n 24:1-4 198 30: 15 49. 85 31:12 112n

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Ìndice Escriturístico Josué 1:8 4:5-8 24: 15 Juízes 13:4,7 13:14 16:20 16:28 1 Samuel 1:11 3:10 4:11-18 8:7 18:6-11 2 Samuel 13:10-15 24:12 1 Reis 8:56 14:24 15:12 18:21 18:39 19:1-4 22:46 2 Reis 6:5 23:7 1 Crônicas 22:10 Jó 13:15

94 101n 98, 219 133 I49n 100 100 166 96 158 94 55n 174 64n 102 182n 182n 98, 219 98 95n 182n 142 182n 101 18, 95

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Salmos 19:14 107, 115 29: 11 48, 88 34:14 115 37:3 116 37:27 116 40:4 78, 146 51:5 31, 210, 216 51:10 107 71:5 166 87:6 28 103:3 139 103:12 45n 103:14 28 118:8 78, 146 119:11 105 119:37 121 119:165 48 141:4 113 Provérbios 4:19 113 4:23 115 6:6 144 12:5 107 13:15 97 13:24 154 15:1 55 15:26 106 16:25 171 16:32 72 20:1 133 22:6 114, 162,227 23:7 104, 115 23:21 127 23:29-32 134 29:15 154 31 :4-5 133 Eclesiastes 3:8 53 5:12 144 12:1 166 Cantares de Salomão 2:15 112

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Isaías 1:17 6:8 14:12-14 26:3 26:9 28:7 32:17 53:7 58:6-8 59:2 64:6 Jeremias 1:5 6:16 12:16 13:23 17:5 17:9 24:7 31:33 38:2 Ezequiel 13:22 33:7-1 1 36:26 Daniel 4:30 Oseias 4:11 Joel 2:12 Amós 2:12 Jonas 4:1-3 Miqueias 7:19 Habacuque 2:4 Zacarias 3:1-4 Malaquias 4:2

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115 96 211, 215 48, 108 116 134 88 56 138 50 47 180 190 116 116 78 106 107 108 64n 187 85, 184 24, 107 93 134 107 133 95n 45n 66n 50 12

Ìndice Escriturístico Mateus 5:8 5:22 5:23-24 5:28 5:31-32 5:44 7:12 7:22-23 10:22 11:28-29 11:28 12:34 14:26-31 15:7-8 15:19 16:24 19:3-9 19:16-22 19:21 21:12-13 22:37-40 22:39 23:23 24:37 25:14-30 25:21 26:39 26:42 Marcos 1:17 2:27 4:37-41 6:3 6:31 8:34 9:24 9:42 15:23 16:15 Lucas 1:15 2:27-32 6:35-38 19:1-10 21:1-4 22:3-4 23:39-43

108 55 49 108, 198 198 54 24 211 99 56 18, 144 115 93n 108 106 35 199 61n, 80n 169 53 39 32 40, 213 172 28n, 98n, 167 28 24 62 169 145 56n 143 144 186 56 154 132 82 133 I51n 117 110 103n 55 110

João 3 3:1-21 3:3-6 3:3 3:21 8:11 10:10 13:34 14: 21 14:15 14:27 15:5 16:33 18:29- 30 21:15-17 Atos 8:3 9: 27 9:1-2 9:1-6 9:6 9:20 16:23-25 18:1-3 20:35 24:16 Romanos 1:17 1:26-27 3:10 3:23 5:20 7: 15 7:14-24 7:24 7:25 8:1 8:4 8:5-6 8:6-14 8:7-8 8:7 8:8-10 8:11 8:16-17 8:28

232 211n 80n 21, 105n 111 169 42, 179 206 24 65n 38 48 47 88 21n 169 27 27 27 110 24, 96, 169 169 57n 143 34 22 18, 66n 176 47 47 39 184n 88n 106 106 46 181 119 113n 106 114, 211 184n 106 35 57, 93, 227

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Romanos (Continuação) 8:35 99 8:37-39 100 10:17 84 12:1 139 12:2 21, 98 13:9 32 14:23 40, 56 1 Coríntios 2:14 123 2:16 16 6:9 176, 183 6:15 176 6:19 174 7:12-16 201 8:7 22 10:13 16, 64, 186 10:31 125 12:7-12 30 12:31 52 13:1-3 30 13:8 93 13:13 24 15:31 34 2 Coríntios 3:6 38 3:18 120 5:17 105, 111 6:14 193 9:7 103 10:5 107, 155 Gálatas 2:20 94 3:11 66n 5:6 35 5:14 32 5:22-23 30 6:7-9 111 Efésios 4:11-13 29 4:12-13 30 4:13-14 101 4:15 112n 4:26 53 6:4 114, 154

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Ìndice Escriturístico Filipenses 2:3-4 2:5 3:14 4:7 4:8 Colossenses 1:27 2:10 1 Timóteo 1:5 1:9 1:10 3:4 3:9 4:2 6:20 2 Timóteo 1:7 1:12 2:15 2:22 4:7 4:10 Tito 1:7 Hebreus 7:25 10:25 10:38 11:8-9 11:8-10 11:24-26 11:24-27 11:29 11:32-33 13:4 Tiago 1:5-6 1:6 1:12 2:8 2:10 4:4 4:7

35 20, 79, 107 101 12 120 94 18 22,42, 108 183 183 154 22 22 12 39, 46, 87 18 96 166 99 97 133 48, 213 73 66n 57n 100n 97 61n 66 67 181

1 Pedro 1:2 10 2:11 3:11 4:1-2 4:10 5:7 2 Pedro 2:10-15 3:18 1 João 1:9 3:1 3:4 3:9 3:14 3:15 3:15 4:10 4:16 4:16 4:18 4:21 5:4 5:18 Judas 7 24 Apocalipse 7:14 12:17 13:10 14:12 22:14

233

155 112 125 54, 115 185 29 67 113 112n 45 36 40 184n 43 108 55 36 199 65 39 42 67 184n 172 64 172 173 67 67, 173 172

78 67 183 32 45 53 115

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Ìndice Geral

234

aborto, 179, 190, 192

evolução, 225

aconselhamento pastoral, 49

exercício físico, 142-143

água, 137, 139-140

existencialismo, 65

álcool, 131-135

férias, 144-145

alimentação, cap. 18

filhos, 147-167

amor, cap. 5

frustração, cap. 9

ar, 141

grupos de Encontro, cap. 10

autoimagem, 34, 47, 192

hipnose, cap. 11

behaviorismo, 151, 209, 222, 214

individualidade, cap. 4

cafeína, 135-137

intencionalismo, 212, apêndice B

caráter, desenvolvimento do, cap. 3

ira, 53-54

casamento com não cristãos, 193

L.A.W., 9, 89

casamento, cap. 18

legalismo, 211

confiança em Deus, 146

livre arbítrio, 9, 224-225

conflitos, tipos, 60-63

luz solar, 141-143

consciência, 22

métodos cristãos para o tratamento de conflitos psicológicos, 20-21, 44, 72-73, 87, 210-213

culpa, como vencer, 17, cap. 7, 91 dependência psicológica, 10, 11, 18, 75 depravação sexual, como lidar, 176 depressão, 33, 54, 62, 104, 146, 229 descanso, 139, 144 determinismo, 9, 216-225 dieta alimentar, cap. 18, 148 drogas, 11, 129, 130, 140 emoção, 54, 58 empirismo, 209-210 esportes competitivos, 142-143 esquizofrenia, 37, 122, 156, 160

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namoro, 189-195 nativismo, 208, 210 nudez, 69, 99 paranoia, 37 predestinação, 217-218 promiscuidade, 175, 191-192 reputação, 21 saúde, leis de, 139 situacionismo, 63 talentos, 28-30, 190 temperança, 139-140

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