O que é um Adventistado Sétimo Dia?

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O que ĂŠ um Adventista do SĂŠtimo Dia?

Dennis Priebe

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O QUE É UM ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA?

Dennis Priebe

Há alguns anos, a Igreja Adventista do Sétimo Dia votou ter 27 breves declarações descrevendo as crenças mantidas em comum pelos membros da denominação. Qualquer um que se tornar membro da Igreja Adventista necessita declarar que está de acordo com essas 27 declarações. Essas declarações definem a essência do Adventismo? Havemos chegado à essência do Adventismo pela leitura dessas declarações? Entendo serem as 27 declarações como uma cerca que define os limites da propriedade. Elas dizem onde sua propriedade termina e onde a do vizinho começa. Distinguem o Adventismo de outros grupos Cristãos. Mostram porque somos Adventistas do Sétimo Dia e não Batistas ou algo mais. Mas esta cerca nos fala o bastante sobre a casa que está no meio? As 27 declarações traduzem a essência do que significa ser um Adventista do Sétimo Dia? O Adventismo do Sétimo Dia é também um estilo de vida. Nós nos preparamos para o Sábado na sexta-feira, vamos à igreja no Sábado e o encerramos no pôr do sol. Nossas dietas preferidas são um tanto diferentes das outras. Temos crescido com uma herança cultural e nos acostumamos com o estilo de vida Adventista. É isso que significa ser um Adventista do Sétimo Dia? Ou há mais que precisamos saber para entender a essência do Adventismo?

O Início do Adventismo Quando Jesus morreu por toda a humanidade, a salvação pessoal foi assegurada para todo aquele que escolher aceitá-la. Poderiam os discípulos de Jesus ter a certeza de que seriam salvos por causa da cruz? Absolutamente. Havia algum Adventista do Sétimo Dia em torno da cruz? Não. Isso aconteceu 1800 anos antes que o Adventismo aparecesse em cena. O perdão dos pecados e a certeza da salvação já eram oferecidos, portanto, diretamente a todos os que criam. Então, o Adventismo não foi chamado à existência para oferecer ao povo a certeza da salvação, foi? Isso foi feito muito tempo antes de haver um Adventista. No momento em que Cristo inaugurou, como nosso Sumo Sacerdote, o santuário celeste, para interceder pela humanidade pelos próximos 1800 anos, havia algum Adventista? Parece que o Adventismo, também, não era necessário para essa obra. A obra de Jesus, em aspergir nossas orações com o incenso da Sua justiça, foi iniciada muito antes que houvesse um Adventista. O ministério do Espírito Santo na

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formação e cuidado dos Cristãos no estabelecimento da igreja não precisou necessariamente da existência do Adventismo. Ora, todas essas virtudes são vitais para a Cristandade e temos que preservar sua importância para nós hoje; porém, os Adventistas têm herdado essas verdades de outros. Essas verdades foram estabelecidas sem qualquer necessidade da existência da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Mas então, para que serve o Adventismo? Apocalipse 14:7 nos diz: “Temei a Deus, e dai-Lhe glória; porque vinda é a hora do Seu juízo”. Bem, a hora do juízo de Deus começou em 1844 e com ele começou a expiação final, a purificação do Santuário e o apagamento dos nossos pecados. Foi nesse período de tempo que o Adventismo apareceu em cena? Poderia ser que a existência da Igreja Adventista do Sétimo Dia esteja direta e intimamente relacionada com a purificação do santuário? Seria essa a razão de sua existência? Mas o que tudo isso significa? Quais são os temas da pauta?

O Grande Conflito Satanás desafiou o caráter de Deus e Seu direito de governar o universo. Satanás tinha dito que a inadequação de Deus para governar era provada pelo fato dEle dar uma lei que não podia ser guardada. Satanás tinha tido grande sucesso em prosseguir com seus reclamos no grande conflito. Ele tinha, até, conseguido com que o povo escolhido de Deus, do Velho Testamento, pensasse que Deus era injusto e severo. Na grande apostasia após a época do Novo Testamento, Satanás convenceu os Cristãos de que Deus queria certos rituais e obras humanas para completar a obra de Cristo na cruz. Ao ler a Bíblia e a história da igreja, talvez você comesse a pensar que Satanás vencerá essa batalha. Esse temor é mencionado em Daniel 8:13 por várias perguntas. Até quando durará? Até quando o bom nome de Deus será por escabelo dos pés? Até quando o santuário será pisoteado? A resposta aparece no verso 14. Não, não durará para sempre. “Até 2300 tardes e manhãs; e o santuário será purificado”. Haverá um fim à difamação do bom nome de Deus. Deus será vindicado. Romanos 3:4 diz isso muito bem: “Para que sejas justificado em tuas palavras. E venças quando fores julgado”. A palavra “justificado”, nesse contexto, significa absolvido da acusação, declarado inocente, vindicado. Ora, Jesus vindicou a lei de Deus e Seu caráter na mais nobre demonstração jamais vista sobre a Terra. Jesus demonstrou que a lei de Deus é boa e Seu caráter é amor. Mas uma pequena questão permaneceu sem resposta. Podem os seres humanos pecadores, que passaram metade de suas vidas em rebelião, realmente viver sem se rebelarem mais? Talvez Jesus pudesse, mas eles podem? Alguns têm expressado o pensamento de que a vindicação de Deus foi completada na cruz e, então, nada mais é necessário para vindicar Deus e Seu governo. Mas a evidência é clara de que a vindicação de Deus não foi completada na cruz; que Deus está esperando por uma vindicação final, antes do fim do pecado neste

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planeta. “Todo o céu está esperando para nos ouvir vindicar a lei de Deus”. (Review and Herald – 16 de Abril de 1901). Ainda há uma necessidade de provar que a lei de Deus é boa e justa para pecadores. “Cristo aguarda com fremente desejo a manifestação de Si mesmo em Sua igreja. Quando o caráter de Cristo se reproduzir perfeitamente em Seu povo, então virá para reclamá-los como Seus.” (Parábolas de Jesus, pág. 69). Esta famosa citação claramente diz que a segunda vinda necessita esperar até que o caráter de Cristo seja visto em Seu professo povo. A única razão possível para tal espera, no plano de Deus para esta Terra, é que algo necessita ainda ser demonstrado a respeito das acusações de Satanás e do caráter de Deus. Apocalipse 14:5 descreve a última geração que viverá sobre a Terra, antes que Jesus venha. “E na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis diante do trono de Deus”. Deus faz uma incrível promessa aqui. Declara que formará um povo que será sem engano ou repreensão de qualquer tipo. Em O Desejado de Todas as Nações, pág. 671, encontra-se esta clássica declaração: “A honra de Deus, a honra de Cristo, acham-se desenvolvidas no aperfeiçoamento do caráter de Seu povo”. Não é a nossa honra, ou a salvação que está envolvida aqui, mas o nome de Deus e Seu caráter. Ele prometeu que iria aperfeiçoar Seu povo. Pode Ele realmente fazer isso? Se Ele não puder nos fazer perfeitos, então, Sua palavra é uma mentira e Satanás vence o grande conflito. É simples. “A honra de Seu trono foi-nos dada como penhor do cumprimento de Sua Palavra.”. (Parábolas de Jesus, pág. 148). Sempre quando Deus promete algo, Ele põe Seu nome junto de Sua promessa. Seu trono estava em jogo quando Cristo veio à Terra, e Seu trono está em jogo no que Ele fará através da última geração. “Todo o caráter será plenamente desenvolvido; e todos mostrarão se escolheram o lado da lealdade ou o da rebelião. Então virá o fim. Deus vindicará Sua lei e livrará Seu povo”. (O Desejado de Todas as Nações, pág. 763). É importante observar que Deus executa a vindicação de Seu nome, mas é também vital entender que Ele fará a vindicação no caráter de Seu povo. O completo desenvolvimento do caráter dos justos e ímpios é necessário para a demonstração final do caráter e da lei de Deus. O fim do pecado sobre este planeta é claramente dependente da vindicação de Deus, pois Ele trás à conclusão o plano da redenção. É significativo que Ellen White chame tudo isso de expiação final. Na cruz, o sacrifício foi completado, mas a expiação não foi completada lá. Exatamente aqui temos a diferença entre o Adventismo e todas as outras religiões Cristãs. A expiação final se relaciona em tudo sobre quando e como Deus vencerá o grande conflito e quão breve Jesus possa voltar. Isto significa que o propósito da existência do Adventismo é provar que Satanás é um mentiroso e que Deus está falando a verdade no grande conflito. É simples. Essa é a mensagem e a essência do Adventismo. A única esperança para uma segurança eterna da rebelião nunca mais surgir no universo é quando ninguém jamais considerar as acusações de Satanás, em

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momento algum, devido a terem sido provadas como falsas, na arena da demonstração. Com certeza, isso requer o envolvimento do povo de Deus nessa demonstração. Nossa função é permitir que Deus venha em nossas vidas e faça o que Ele disse que poderia fazer – purificar nossos corações e fazer-nos totalmente obedientes a Ele. Vocês querem realmente acabar com o pecado neste planeta, meus amigos? Estão cansados de ouvir sobre abusos de crianças? Estão cansados de ouvir da violência sem sentido, de guerras, de agressões? Estão cansados de ouvir sobre abusos de animais, sobre os quais ao homem tem sido dado o domínio? Estão cansados de ouvir sobre a injustiça nos sistemas judiciais, onde frequentemente a abundância de riqueza determina o veredito do caso? Há somente um modo de acabar com esses problemas, e é a segunda vinda de Cristo. Esses abusos não podem ser resolvidos por piquetes, boicotes ou comoções. Esses métodos poderiam aliviar um pouco nosso sofrimento, mas não são a solução. O único modo com que a malignidade do pecado possa ser contida é permitindo Jesus voltar. Por favor, observem que não disse ‘esperando Jesus voltar’. Ele é quem está esperando por nós; e não nós que estamos esperando por Ele. A missão do Adventismo é diferente das missões de quaisquer outros grupos Cristãos que têm existido até então. A missão do Adventismo é diferente da missão da igreja Cristã primitiva; é diferente da missão dos Valdenses; é diferente da missão de Martinho Lutero. Nossa missão é totalmente única. Ela nunca foi dada a nenhum outro grupo de pessoas na face da Terra. A razão é simplesmente que estamos vivendo no Dia da Expiação, quando a purificação do santuário está em processo e há temas exclusivos relacionados com esse Dia.

Quando Pode Cristo Retornar? A segunda vinda de Cristo simplesmente não foi possível em tempo algum, pois é dependente da vitória de Deus no grande conflito. Na década de 1840, Deus liderou um povo que teve uma esplêndida experiência. Mas, depois do grande desapontamento, as coisas desmoronaram e o povo de Deus não teve a coragem de prosseguir unido. Fragmentaram-se e somente uns poucos sobreviveram a esse período difícil. Jesus quis muito retornar logo após 1844, mas não pode, pois Seu povo não ficou unido, nem se mudou com Ele. Então, Jesus pois as coisas em modo de espera, muito semelhante ao procedimento da base de lançamentos de missões espaciais, na Flórida, quando algo de errado acontece com o equipamento. Depois de 40 anos de andanças pelo deserto, Jesus veio outra vez ao Seu povo e perguntou-lhes se estavam desejosos de prosseguir com Ele. Mas, uma vez mais, o povo de Deus empacou. Em vez de perguntarem, “o que a Palavra de Deus diz”, perguntaram, “o que nossos líderes dizem”. Gastamos uma boa parte do último século negando que realmente delongamos a vinda de Cristo por mais de cem anos. Reclamamos que o arrependimento de nossos antepassados foi genuíno e que temos

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sido ensinados na justiça pela fé desde então. Na realidade, a negação da mensagem de 1888 é exatamente tão real e forte hoje como foi em 1890. Como resultado dessa falha, na década de 1890, Cristo teve que pôr Seus planos em espera, outra vez, por mais de um século. Agora, Ele já está fazendo um outro apelo para o movimento Adventista do Sétimo Dia. Está nos dizendo que está pronto para levar-nos ao lar, se estivermos prontos para agirmos unidos a Ele. A questão para nós é idêntica à questão de 1888. O que acontecerá desta vez? Responderemos de tal modo que Deus possa finalmente levar a efeito Seu plano, ou continuaremos a colocar nossos interesses egoístas acima da vindicação de Deus no grande conflito?

Lições de Israel Quando Deus chamou Israel para ser Seu povo escolhido, não foi Seu propósito qualificar apenas a eles como dignos da salvação. Queria que Israel fosse Sua testemunha às nações, da excelência do Seu caráter e governo. O propósito da existência de Israel era iluminar o mundo, para que todos pudessem dar as boas vindas a Jesus quando viesse a Terra. Israel teve sucesso, ou falhou em sua missão? Sabemos que não prepararam o mundo para a primeira vinda de Cristo. Por favor, note a abordagem de Cristo à luz de suas falhas. Você notou que Jesus despendeu pouco tempo para alcançar os Gentios – o mundo? A maior parte do tempo e energia de Jesus foram gastos em esforços para restaurar Israel, trazendo-os ao arrependimento. Eles foram o povo através do qual Deus queria iluminar o mundo. Assim, Jesus despendeu a maior parte do Seu tempo fazendo a obra mais difícil de todas – derrubar as paredes da apatia e do preconceito, para trazê-los de volta à obediência a Deus. Agora, o propósito do Adventismo é exatamente o mesmo que a tarefa dada a Israel. Deus não está qualificando apenas aos Adventistas como dignos da salvação, mas quer que sejamos Suas testemunhas para o mundo da excelência do Seu caráter e governo. Nossa missão é preparar o mundo para a segunda vinda de Cristo. Agora, a questão que necessita ser honestamente formulada é: “Está o Adventismo sendo bem sucedido em sua missão?” Talvez possamos encontrar uma resposta num editorial de William Johnsson na Adventist Review de 3 de Julho de 1986. O Instituto Gallup (de pesquisa de opinião pública) foi escolhido para determinar a atitude do público em relação à Igreja Adventista. “Conquanto 70 % dos entrevistados disseram que têm ouvido ou lido sobre a igreja, quando perguntados sobre o que mais gostaram sobre nós, 52% não puderam dar uma resposta. Outros 21% disseram 'nada em particular'. Ou seja, 73% do público não pode achar nenhuma característica atrativa a respeito da igreja. Esses números são quase exatamente paralelos às respostas dadas à questão: “Do que você menos gosta nos Adventistas?” Novamente, 51% não tinham resposta e outros 20% disseram que não tinham nada contra em particular. A falha da igreja em projetar

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uma imagem precisa me preocupa. Estou temeroso que estamos ‘escondendo a candeia debaixo do alqueire’.” Em uma outra pesquisa pública, reportada na Adventist Review de Fevereiro de 1995, somente 53% tinham ouvido acerca da Igreja Adventista do Sétimo Dia. E mais, houve um notório aumento do número de pessoas que nos confundiam com a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias ou com as Testemunhas de Jeová. Precisamos perguntar outra vez: “Está o Adventismo sendo bem sucedido, ou falhando em sua missão de preparar o mundo para a segunda vinda de Cristo?” A verdade que é muito difícil para nós encararmos é que estamos perigosamente falhando como os Judeus falharam há dois mil anos. A inspiração detalha o plano de Deus para esta igreja. “É intuito de Cristo que a ordem celeste, o celeste plano de governo e a divina harmonia celeste, sejam representadas em Sua igreja na Terra. Assim é Ele glorificado em Seu povo”. (O Desejado de Todas as Nações, pág. 680). Observem que Deus é glorificado quando Sua igreja revela o plano celeste de governo para o mundo. Está o plano celeste de governo rotineiramente sendo visto na Igreja Adventista do Sétimo Dia? Têm os planos humanos muito frequentemente tido mais domínio sobre esta igreja do que a expressa vontade de Deus? “O povo de Deus tem uma grande obra a fazer... O mundo precisa ver na igreja de Deus verdadeira ordem, verdadeira disciplina, verdadeira organização”. (Manuscripts, 30 – 1900). Então cumpriremos nossa missão e permitiremos que Jesus retorne a este mundo. “... pela igreja será finalmente exibida a última e plena manifestação do amor de Deus ao mundo, que deve ser iluminado com sua glória”. (Testemunhos para Ministros, pág. 50). Observe que o amor de Deus será visto através da igreja. Ele não virá através de anjos ou das pedras, mas através do povo do Senhor. Assim, o sucesso da igreja de Deus, em representar Seu caráter, é muito importante ao término do grande conflito. Uma vez que nossa igreja não esteja tendo pleno sucesso em sua missão de preparar o mundo para o retorno de Jesus, o que faremos? Uma atitude que muitos estão adotando hoje é ignorar os problemas na Igreja Adventista e ir pelo mundo e executar a obra de expansão. Essa atitude é atrativa, pois Jesus nos disse para levar o evangelho a toda nação e, devido a muitos serem receptivos ao evangelho, enquanto a igreja parece ser muito resistente a qualquer reforma mais importante em seu meio. Além do mais, se somente nos esquecermos a respeito da desobediência dentro da igreja e nos concentrarmos na salvação de almas, receberemos muitos agradecimentos da própria igreja pelo bom trabalho que estamos fazendo. Ademais, é pessoalmente gratificante dar estudos bíblicos e levar pessoas ao preparo para o batismo. Mas essa atitude seria a que Cristo tomou quando veio ao seu falido povo escolhido? Por três anos e meio Jesus empreendeu Seu tempo tentando restaurar Sua preciosa igreja, que estava em perigo de autodestruição. Ele quase não teve tempo de expandir-se ao mundo dos Gentios, a despeito do fato de que muitas almas

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gentílicas estavam em necessidade do evangelho; a primeira prioridade de Jesus foi tentar restaurar Seu povo e, assim, poderem dar a mensagem verdadeira ao mundo dos Gentios. O falecido Henry Baasch, ex-presidente de associação, partilhou-nos um princípio vital e uma importante advertência. “A música é concebida de três partes – melodia, ritmo e acompanhamento. Todas as três são essenciais, mas não iguais em importância. A melodia deveria ter a parte de maior preeminência e não deveria ser sobreposta pelo ritmo ou pelo acompanhamento. A evangelização do mundo pelos meios da pregação, ensino, propaganda impressa e o gasto de grande soma de dinheiro para as campanhas, edifícios, equipamento, viagens e etc. – vitais como todos possam parecer – por si só, não completa a principal comissão confiada à igreja remanescente. Não são a melodia. No máximo, são o acompanhamento. “A melodia que é para soar alto, incompleta a princípio, mas sempre de forma clara, é o cântico da vitória sobre o pecado, o cântico de Moisés e do Cordeiro; soando mais e mais alto; mais e sempre mais perto do Padrão celeste; mais e mais longe do mundo; em direção ao clímax da completa e final dispensação de Sua graça em vasos de barro, mas destituído de toda a mundanidade e testificado sob e pela declaração do anjo: ‘aqui está a paciência dos santos, aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus’”. Apocalipse 14:12. Pela primeira vez este testemunho será dito a respeito de toda a comunidade dos santos. “Que Laodiceia seja advertida! Certa vez Davi caiu vítima da mágica influência dos números (conforme 1Crônicas 21:1) – aquele esporte de inspiração satânica – que tão sutilmente leva ao orgulho e satisfação própria e que tão sorrateiramente substitui quantidade por qualidade, mediocridade por mérito e pompa por simplicidade. O charme exercido pelos números, tamanho e quantidade, se permitidos que prevaleçam, irão encher os assentos de Laodiceia com ‘filhos ilegítimos’ e engrossar suas fileiras com uma multidão misturada que, como no passado, poderia induzir sua marcha para uma paralisação, numa outra ‘Cades-Barneia’. Que Deus proíba que tal deva suceder! “Que Laodiceia reflita sobre sua situação! Que ela pare e faça um inventário, que ela considere e defina se tem se desviado do Padrão em suas múltiplas atividades ministeriais, educacionais, médicas, sociais, etc. Que ela francamente confesse suas fraquezas, peça perdão e, então, trace seu futuro curso em harmonia com o divino conselho. Que ela afaste a sutil arte de racionalizar, que faz com que o mal pareça bom, e a transgressão uma necessidade, e tente ‘atualizar’ o que é eternamente novo e jovem – sempre a cabeça e nunca a cauda. “A menos que Laodiceia se submeta a um amoroso auto-exame e a uma descomprometida autodisciplina, haverá a descida sobre ela de uma tempestade que irá deslocar e sacudir suas fileiras e varrerá para um lado a totalidade de seus utensílios, com sua elaborada mobília e custosos equipamentos, limpando a área para

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o Senhor, por Si mesmo, tomar o controle dos poderes (conforme Testemunhos para Ministros, pág. 300; Testemunhos para a Igreja, vol. 5, pág. 80; e Romanos 9:28), com um exército de pessoas ‘não identificadas’ cujos nomes e referências não podem ser achados em nenhum registro, ou documento da igreja, ou livros, nem espalhadas em nenhum púlpito ou plataforma.” (Nosso Firme Fundamento – Março de 1989). Lembrem-se de que esta forte advertência não vem de um crítico da igreja, mas de um líder na igreja que viu claramente o que constitui o sucesso e o fracasso na Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Prioridades A missão primária da Igreja Adventista do Sétimo Dia é a vindicação de Deus. Ela será cumprida através da purificação do santuário celeste. Mas, antes que o santuário celeste possa ser purificado de todos os registros de pecado, o santuário dos nossos corações precisa ser purificado das poluições que continuam a desonrar o nome de Deus. O teor do Adventismo é a vitória de Deus no grande conflito e como Ele termina Sua luta de seis mil anos contra as mentiras de Satanás. A missão secundária da Igreja Adventista do Sétimo Dia é a missão mundial e expansão através de estudos bíblicos e salvação de almas. Quando a missão primária for entendida e direcionada, a missão secundária achará enorme sucesso. Se tentarmos reverter essas prioridades, como tem sido feito por muitos anos, continuaremos a falhar. Expansão somente não é a solução para nossa doença. Temos estado colocando o carro na frente dos bois e simplesmente não tem funcionado. Se a expansão é para ser bem-sucedida, precisa fluir de um coração consagrado e obediente. Lembrem-se de que os esforços de Cristo sobre a Terra foram para restaurar Seu povo à obediência de coração. Semelhantemente nossa expansão precisa fluir de uma total obediência e total amor, sem mais racionalizações que tanto nos fazem o que nosso coração egoísta deseja. Devemos abandonar valores culturais para determinar o que é certo e errado. A maioria dos problemas na Igreja Adventista de hoje é o resultado de colocar os valores culturais acima do “assim diz o Senhor”. Iremos decidir, de uma vez por todas, obedecer a Deus, ou iremos continuar a forçá-lO a fazer do nosso jeito? A maneira com a qual responderemos a esta pergunta determinará o sucesso ou o fracasso da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

O Apelo de Ezequiel Ezequiel viveu num tempo de apostasia e Deus deu-lhe uma mensagem especial para Israel. “A ti, pois, ó filho do homem, te constituí por atalaia sobre a casa de Israel; tu, pois, ouvirás a palavra da minha boca, e lha anunciarás da minha parte”. (33:7). “Dize-lhes: Vivo eu, diz o Senhor Deus, que não tenho prazer na morte do

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ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos, dos vossos maus caminhos; pois, por que razão morrereis, ó casa de Israel?” (33:11). Este não é somente um apelo de Deus para Seu escolhido povo rebelde no tempo de Ezequiel, é Seu apelo para Seu escolhido povo rebelde hoje. Deus está dizendo: “Por favor, volte antes que, para sempre, seja tarde demais. Por que você insiste em morrer, ó casa do Adventismo?” Podemos nós ser Adventistas fidedignos e ignorar esta questão? Parte de nossa responsabilidade, como membros igreja, é ajudar a curar nossa igreja e, assim, ela pode cumprir ambas as missões primárias e secundárias. Às vezes, o bisturi do cirurgião é doloroso e o processo de cura é difícil, mas nosso amoroso Deus é o Médico Mestre. Neste exato momento, há algumas armadilhas, espertamente deixadas, pelas quais Satanás está tentando subverter esse processo de cura. Uma dessas armadilhas é um evangelho comprometido, um evangelho que diz que uma vez que Jesus fez tudo que foi necessário, tudo o que nós precisamos fazer é crer e o restante cuidará de si mesmo. Então temos a absoluta certeza da salvação. Este evangelho tem sido trazido ao Adventismo pelos últimos 30 anos e tem obtido grande força nos últimos 10 anos. É um evangelho que dá falsa certeza de salvação, pois promete que podemos ser salvos enquanto ainda pecamos. Ensina que podemos ignorar nossos pequenos pecados – nossos pecados habituais – pois Jesus nos ama incondicionalmente. Conquanto continuemos a crer nEle como nosso Salvador, continuaremos a estar em um relacionamento salvífico com Ele, a despeito de continuarmos pecando. Essa armadilha é a que pode causar a perda de mais sinceros Adventistas do que qualquer outra armadilha de Satanás. Uma outra armadilha deixada por Satanás é a das prioridades humanistas e culturais. Assim determinamos o que é certo e errado pela melhor razão humana disponível. Tomamos as avaliações gerais e determinamos o que deveria ser feito, baseado nessas avaliações gerais. Solicitamos as melhores pesquisas acadêmicas e a melhor lógica, enquanto relegamos à parte o conselho inspirado como desatualizado e necessitando de uma reinterpretação cultural. Outra armadilha é ter um espírito crítico. Alguns veem claramente o problema na igreja e passam o tempo todo expondo e delineando os pecados da igreja. Satanás leva esses indivíduos a tornarem-se negativos sobre tudo o que veem. Então, há a mais sutil das armadilhas de Satanás – a armadilha moderada. Todos nós queremos ser equilibrados; queremos evitar os extremos de ambos os lados. Entendemos que há problemas na igreja, mas ouvimos sobre todas as almas sendo ganhas e concluímos que as coisas irão provavelmente ser colocadas no devido lugar. Com todo o nosso progresso e crescimento, as coisas não podem estar tão ruins, podem? A solução dos problemas pertence aos outros, então, podemos seguramente ignorá-los. Mesmo que nossas escolas e hospitais estejam tendo dificuldades, iremos somente manter nossas bocas caladas – é mais seguro desse jeito. Estranhamos a música e os estilos de adoração que estão vindo às nossas

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igrejas e faremos o melhor a respeito disso. Sim, é muito tentador ficarmos fora do fogo, assim não nos queimamos. Entretanto, está esse silêncio em harmonia com o apelo de Ezequiel? Somos nós atalaias fidedignos se permanecemos silentes, enquanto o inimigo escala os muros? Ou faremos o que pudermos para salvar e curar nossa igreja? Não podemos ser testemunhas Adventistas exclusivas, sem uma mensagem Adventista exclusiva. O evangelho Adventista é diferente do evangelho da Cristandade contemporânea. Iremos deixar nosso evangelho morrer? Nosso entendimento do grande conflito entre Cristo e Satanás é totalmente exclusivo. Iremos deixá-lo morrer pelo nosso silêncio? Nosso entendimento do relacionamento entre a lei e a graça é exclusivo. Mesmo nosso entendimento da reforma de saúde é exclusivo, porque não vivemos de forma saudável para evitar doenças ou para viver mais, mas para permitir a Deus santificar plenamente a alma. Necessitamos levantar o mais alto padrão de estilo de vida e, assim, Deus tem a chance de vencer a batalha pelas nossas mentes. Temos o exclusivo entendimento de um profeta moderno, pelo qual Deus fala exatamente com tanta autoridade quanto falou através de Paulo. Estamos nós desejosos de ser Adventistas do Sétimo Dia hoje? Estamos nós desejosos de preparar o caminho para a final vindicação do caráter de Deus? Estamos nós desejosos de morar na casa dentro da cerca? O preço é alto, mas a recompensa está além de qualquer coisa que podemos imaginar. “Se te fatigas correndo com homens que vão a pé, como poderás competir com os cavalos? Se tão somente numa terra de paz estás confiado, como farás na enchente do Jordão? (Jeremias 12:5). Hoje estamos na terra de paz e estamos correndo com homens que vão a pé. Adiante de nós estão cavalos e a enchente do Jordão. Este é nosso tempo de preparação, o tempo de reforçar nosso caráter. Se quisermos que a igreja militante vinha a ser alguma vez a igreja triunfante, então precisamos levar a sério o nome Adventista do Sétimo Dia. Precisamos saber quem somos nós e para que existimos. Precisamos entender nossa missão primária e nossa missão secundária muito bem e, assim, nossos esforços podem ser abençoados por Deus. Vamos orar juntos para que nosso duro coração seja quebrado e, assim, a refrescante chuva temporã possa nos levar à poderosa chuva serôdia. E, acima de tudo, oremos para que esta geração de Adventistas do Sétimo Dia seja a última geração a viver neste maldito mundo pecaminoso.

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