Informativo do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro - IFRJ
IFRJ
pelo mundo
Conheça as histórias de alunos do Instituto que desbravam o planeta em congressos e intercâmbios.
Veja também! Campus Pinheiral
Campus São Gonçalo
Alunas do Programa Mulheres Mil começam a trilhar novo rumo profissional em incubadora solidária
Projeto de extensão do IFRJ é premiado em mostra na cidade de Campinas (SP)
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Projeto de aluna do campus Mesquita estuda modelos de interatividade no ensino de ciências
Projeto realizado no campus de Arraial do Cabo discute o tempo sob diversas formas e conceitos
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Egressas do Programa Mulheres Mil começam empreendimento solidário no campus Pinheiral
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Conheça mais sobre o programa Ciência sem Frontreias no IFRJ
Projeto ETC & Tal, do campus São Gonçalo, é tema de trabalho premiado em mostra nacional
expediente Reitor Paulo Roberto de Assis Passos
Reportagem
Assessor de Comunicação
Arraial do Cabo
Jorge de Moraes
Thamyris dos Santos Mesquita
Gelton Mota Nilópolis
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Jéssica Borges
Paracambi
São Gonçalo
Michele Corrêa
Roberto Maleson
Pinheiral
Volta Redonda
Dayane Nogueira Realengo
Any Caroline Pereira Rio de Janeiro
Marcelle Cristina Lima
Camila Santos Edição
Jorge de Moraes Luís Costa Diagramação Juliana Santos
campus mesquita
Ciência ao alcance dos sentidos Projeto de aluna do campus Mesquita estuda modelos de interatividade no ensino de ciências
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elhorar o aprendizado em sala de aula, proporcionar novas sensações e abrir novos horizontes para os alunos. Com esses objetivos, Daniele Almada, pós-graduanda em Ensino de Ciências do campus Mesquita, iniciou sua pesquisa com alunos do 6º ano do Colégio Estadual Abdias Nascimento, no município de Nova Iguaçu. O projeto consiste em motivar o ensino de ciências através de visitas ao Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST). O método utilizado na pesquisa é baseado na análise de fotos e textos produzidos pelos próprios alunos participantes, nos quais expõem suas impressões sobre a atividade. Ao analisar o material, é possível identificar, comparar e destacar os elementos que indicam a motivação para o estudo de ciências em sala de aula. Com esses dados em mãos, é possível usá-los para melhorar a didática de ensino. Segundo Daniele, mais do que assistir a uma aula teórica ou até mesmo a uma atividade experimental em sala de aula, visitas a Observatório Nacional, em São Cristóvão, no Rio de Janeiro museus ou centros de ciência são capazes de transformar a concepção do aluno sobre conceitos aprendidos no âmbito escolar. “O poder de tocar, de sentir e ver de perto representa a concretização de uma ideia sobre determinados seres ou objetos. É como se déssemos vida àquilo que apenas vemos nos livros. Essa experiência representa um dos maiores aprendizados que se pode ter. Os alunos passam assim a viver experiências que ultrapassam as paredes da escola”, conclui a aluna. Embora o trabalho ainda esteja em andamento, a pós-graduanda destaca pontos “interessantes e curiosos” sobre o impacto da visita ao MAST. “Nos relatos dos alunos, ficou bastante evidente o quanto eles realmente observaram e associaram os experimentos e o cenário aos conteúdos já aplicados em sala de aula. Outro aspecto muito valioso é que a grande maioria nunca tinha visitado um museu antes. A nova experiência despertou encanto e curiosidade. Eles ficaram maravilhados não só com o que o MAST oferecia, mas também com a belíssima paisagem que a vista do alto do museu proporcionou”, finaliza.
O Museu de Astronomia e Ciências Afins - MAST é uma unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação - MCTI, criada na cidade do Rio de Janeiro em 1985. Tem como missão ampliar o acesso da sociedade ao conhecimento científico e tecnológico por meio da pesquisa, preservação de acervos, divulgação e história da ciência e da tecnologia no Brasil. O MAST se localiza na região norte da cidade do Rio de Janeiro, no mesmo campus do Observatório Nacional e na proximidade de outros institutos de pesquisa e museus. Mais informações sobre o museu em www.mast.br.
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campus pinherial
Horizonte descoberto Egressas do Programa Mulheres Mil começam empreendimento solidário no campus Pinheiral
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projeto de extensão “Implantação de Empreendimento Solidário Junto às Egressas do Programa Mulheres Mil do campus Nilo Peçanha - Pinheiral” pretende oferecer às ex-alunas do curso de salgadeira – primeira turma do Programa Mulheres Mil, Educação, Cidadania e Desenvolvimento Sustentável, do campus – uma oportunidade de prosseguir um caminho que se iniciou em 2012 com os primeiros aprendizados sobre a produção de salgados.
implantação do empreendimento.
Após a conclusão do curso, muitas alunas questionaram-se sobre o futuro profissional. “Quando terminei o curso de salgadeira fiquei me perguntando o que faria a partir de então, e este empreendimento é uma grande oportunidade de poder crescer profissionalmente”, relata uma das egressas, Gláucia Barbosa.
No campus Pinheiral, a iniciativa faz parte de programa da Pró-Reitoria de Extensão do IFRJ e é coordenado pelas servidoras Julia Santoro e Aline Camila, com o apoio dos estudantes do curso técnico em Agroindústria Camila Andrade, Cassiane Cardoso, Michel Rodrigues e Mariângela Leal, sendo dois alunos bolsistas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e outros dois alunos voluntários. Duas alunas egressas do Programa Mulheres Mil também são bolsistas do CNPq e receberão uma bolsa mensal de R$ 400 durante o período de um ano. Esse recurso será utilizado na implantação do empreendimento.
No último dia 28 de agosto, um encontro entre as egressas, representantes da Universidade Federal Fluminense (UFF), da Associação de Economia Solidária de Pinheiral (AESP) e do poder público municipal de Pinheiral marcou o começo das atividades do projeto. A partir deste evento, foram iniciadas as oficinas de formação em Economia Solidária e reuniões técnicas operacionais para discutir a
Alunas do curso de salgadeiras começam a trilhar novos caminhos profissionais
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O programa de empreendimento solidário de fabricação de salgadinhos está incorporado ao plano “Criação da Incubadora Tecnológica de Empreendimentos de Economia Solidária do Médio Paraíba” da Universidade Federal Fluminense (UFF) e conta com apoio da Prefeitura Municipal de Pinheiral, que cederá um espaço físico para implementação do projeto.
campus arraial do cabo
Tambor de todos os ritmos Projeto realizado no campus de Arraial do Cabo discute o tempo sob diversas formas e conceitos
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e acordo com o dicionário Aurélio, a palavra tempo significa “Série ininterrupta e eterna de instantes; Medida arbitrária da duração das coisas; Época determinada; Prazo, demora; Estação, quadra própria; Época (relativamente a certas circunstâncias da vida, ao estado das coisas, aos costumes, às opiniões); Estado da atmosfera.” No campus Arraial do Cabo, um projeto procura explorar os inúmeros significados dessa palavra. Trata-se do “Em busca das Múltiplas Temporalidades: uma jornada educativa”. É uma atividade de extensão iniciada no dia 15 de setembro deste ano. O objetivo é que, a partir de visitas temáticas, os alunos possam conhecer os significados de “tempo” de acordo com o conceito de historiadores, físicos, psicólogos. São agendadas visitas a maternidades, asilos, a uma rua de grande cidade, a um cemitério. Como parte das atividades, há ainda debates e palestras com os especialistas. O projeto tem a duração de um ano. Doze alunos do curso de Informática se inscreveram e foram escolhidos. O grupo já visitou a Fazenda Campos Novos, em Cabo Frio, e o Museu de Astronomia, no Rio de Janeiro. O critério para a escolha dos alunos está ligado a maior ou menor disponibilidade de tempo para o aproveitamento das atividades.
Karolyne Batista Borges, de 18 anos, e Marina Ribeiro Peixoto, de 17, são duas estudantes que estão aproveitando as visitas para adquirir conhecimento. Elas resolveram se inscrever para o projeto pela curiosidade sobre o tema. “O professor João Gilberto apresentou a proposta na sala de aula e me interessei. O próprio tema é curioso, pois ninguém para para se questionar sobre o tempo”, diz Karolyne. Na Fazenda Campos Novos, ela conta que a perspectiva sobre o tempo - Passado, Presente e Futuro - foi dadas pelas explicações do curador do Museu, através da História. No Museu da Astronomia, o conceito foi sobre o tempo na perspectiva dos planetas, do mundo, em grandes escalas. Para Marina, foi uma oportunidade de conhecer coisas novas. no âmbito da Astronomia. Ela está ansiosa para as próximas visitas. “Espero que sejam tão boas como foram estes últimas duas”, comenta. O que a estudante destaca é o relacionamento entre o tempo e a área em que estuda. “Nós vivemos hoje na era de informação. Esse mundo virtual tenta diminuir esse tempo, reduzindo-o. Hoje podemos distinguir o tempo real e o tempo virtual. Por exemplo, quando estamos no computador, o tempo passa rápido”, observa. Um outro trabalho de campo aconteceu na Rua do Ouvidor, no centro do Rio de Janeiro. “A intenção foi perceber o ‘corre-corre’ de uma cidade grande que muitas vezes não tem tempo para nada, nem para comer”, diz o coordenador da atividade e diretor-geral do campus, professor João Gilberto.
Alunos do campus Arraial do Cabo ouviram especialistas de diversas áreas sobre diferentes compreensões sobre o tempo
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Programa Ciência sem Fronteiras Desde 2012, 38 alunos de graduação do IFRJ já embarcaram para estudar em universidades dos Estados Unidos, Canadá e da Europa. Saiba como participar!
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Ciência sem Fronteiras é um programa que busca promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira por meio do intercâmbio e da mobilidade internacional. A iniciativa é fruto de esforço conjunto dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Ministério da Educação (MEC), por meio de suas respectivas instituições de fomento – CNPq e Capes –, e Secretarias de Ensino Superior e de Ensino Tecnológico do MEC.
O projeto prevê a utilização de até 101 mil bolsas em quatro anos para promover intercâmbio, de forma que alunos de graduação e pós-graduação façam estágio no exterior com a finalidade de manter contato com sistemas educacionais competitivos em relação à tecnologia e inovação. Além disso, busca atrair pesquisadores do exterior que queiram se fixar no Brasil ou estabelecer parcerias com os pesquisadores brasileiros nas áreas prioritárias definidas no Programa, bem como criar oportunidade para que pesquisadores de empresas recebam treinamento especializado no exterior.
O que preciso? * Ser brasileiro ou naturalizado; * Ter idade igual ou superior a 18 anos até a data da viagem; * Estar regularmente matriculado em curso de graduação do IFRJ, com situação acadêmica “Em curso”; * Ter integralizado no mínimo 20% e no máximo 90% dos créditos do curso de origem no momento de sua inscrição, não excluindo outros percentuais indicados no respectivo edital de candidatura; * Apresentar perfil de aluno de excelência, com rendimento acadêmico acumulado igual ou superior a 6.0 (seis) no momento da inscrição, apresentando 02 (duas) cartas de recomendação, sendo uma emitida pelo coordenador do curso e a outra pelo orientador ou um professor efetivo do IFRJ com o qual tenha cursado alguma disciplina no curso; * Não possuir processo disciplinar instaurado e ainda aberto no IFRJ; * Cumprir os critérios e prazos estabelecidos nos editais de seleção.
Passo a passo para se inscrever 1 - INSCRIÇÃO NO PROGRAMA CIÊNCIA SEM FRONTEIRAS (CSF) 1) Acesse o site do programa (http://www.cienciasemfronteiras. gov.br/web/csf/inscricoes-resultados) e visualize as Chamadas públicas / editais. 2) Leia atentamente todas as condições impostas pelo edital de seu interesse e certifique-se de que você atende a todos os requisitos para concorrer à bolsa graduação-sanduíche. 3) Preencha o Formulário de Inscrição do Programa e anexe os documentos solicitados. Em geral os editais do Programa solicitam: * Histórico Escolar emitido pela Secretaria Acadêmica do Campus com assinatura e carimbo do(a) secretário(a) acadêmico, incluindo o semestre em curso no momento da inscrição, constando as disciplinas cursadas e em curso. * Comprovante do Resultado do ENEM apresentando nota global igual ou superior a 600 pontos, em teste realizado após 2009. * Declaração de participação em Programas de Iniciação Científica ou Tecnológica, em Programa de Iniciação à Docência (PIBID) e/ou Certificado de Premiação Acadêmica e de Mérito (Olimpíadas de Matemática, Física e Química, Prêmio Jovem Cientista, Iniciação Científica, ou outros). * Exame de Proficiência exigido no edital. * Outros documentos poderão ser solicitados para inscrição. Esteja atento(a) ao edital e acompanhe o cronograma.
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2 - INSCRIÇÃO INTERNA E HOMOLOGAÇÃO IFRJ 1) Após inscrição no site do Programa Ciência sem Fronteiras, preencha o Formulário Interno de Inscrição disponível no link http://www.ifrj.edu.br/node/2153 Observações: a) O IFRJ aderiu ao Programa Ciência sem Fronteiras através de assinatura do Termo de Adesão. Assim sendo, todas as inscrições no Programa são avaliadas e homologadas ou não pelo IFRJ. Veja os critérios para homologação Institucional em “O que preciso?” b) No ato da inscrição interna, o(a) candidato(a) deverá anexar o histórico escolar, conforme informe orientado no 1º passo, as 02(duas) cartas de recomendação e 01(uma) carta de intenção (modelos disponível em http://www.ifrj.edu.br/node/2153.) c) Como candidato(a), você deve possuir passaporte com validade que atenda às determinações e exigências das embaixadas e consulados dos países de destino, no que se refere a obtenção do visto de permanência durante a graduação sanduíche. O IFRJ, assim como a CAPES e/ou o CNPq, não se responsabilizarão pelos procedimentos ou despesas oriundas da obtenção de passaporte
Observação: Antes de iniciar a inscrição no Programa CSF, consulte a Instrução Normativa nº 09 de 05 de setembro de 2013, que trata da Mobilidade Acadêmica Nacional e Internacional, emitida pela Pró-Reitoria de Ensino de Graduação / IFRJ, disponível no link: http://www.ifrj.edu.br/webfm_send/5947
3 - DIVULGAÇÃO DE RESULTADO PARCIAL NO SITE DO PROGRAMA CSF
4 - REGULARIZAÇÃO DO PROCESSO DE MOBILIDADE ACADÊMICA JUNTO AO IFRJ
1) Após o processo de homologação institucional, a agência de fomento responsável pelo edital (CNPq ou CAPES) prosseguirá com o processo de avaliação / seleção e divulgará o resultado parcial no site do programa conforme o cronograma. Observações: a) Esteja atento para atender a todas as solicitações documentais da agência responsável (CNPq ou CAPES) e/ou parceiro externo (Instituição de destino) dentro do tempo estabelecido. b) Faça uma leitura minuciosa dos textos disponíveis no site do Programa na seção denominada “Apoio ao bolsista no exterior” (ex. Orientações e apoio aos bolsistas pelas Embaixadas / Cartilha de apoio para pagamentos e outros tramites / outros)
1) Quando confirmada a concessão da bolsa pelo Programa, preencha o formulário “Termo de Compromisso”, conforme Instrução Normativa nº 09 de 05 de setembro de 2013, e protocole na Secretaria Acadêmica de Ensino de Graduação de seu campus, formalizando o seu processo de mobilidade acadêmica junto ao IFRJ. Observação: Leia com atenção a Instrução Normativa em epígrafe, e veja as etapas seguintes a serem cumpridas para manter regular a sua matrícula junto ao IFRJ, durante e após o seu período de mobilidade acadêmica.
Dicas * Realize uma pesquisa para saber quais são as Instituições de know how, na sua área de formação, que existem no país referente ao edital no qual você pretende se inscrever (sites, blogs, facebook, etc.). * Busque também informações sobre o clima e a cultura do país de destino e avalie a sua capacidade de adaptação. * Dialogue com a família e o coordenador do curso sobre a sua intenção / decisão.
Ciência sem Fronteiras em números no IFRJ
95% 5% Estados Unidos - 17 alunos
Bolsas para Graduação Bolsas para Pós-graduação
Canadá - 8 alunos
Espanha - 1 aluno
França - 1 aluno
38
alunos
Austrália - 4 alunos
Irlanda - 1 aluno
Estudantes de graduação dos campi Duque de Caxias, Nilópolis, Realengo, Rio de Janeiro e Volta Redonda.
Itália - 4 alunos
Reino Unido - 1 alunos
Noruega - 1 aluno
Mais informações: E-mail: csf@ifrj.edu.br Site: www.ifrj.edu.br/Ciencia-sem-Fronteiras www.facebook.com/csf.ifrj
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campus rio de janeiro
Química às margens do Mar Negro Aluno do campus Rio de Janeiro participa de congresso internacional em Istambul
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aluno Gabriel Fernandes, do curso técnico em Química do campus Rio de Janeiro, representou o Instituto no 26th International Symposium on Organic Chemistry of Sulfur (Simpósio Internacional de Química Orgânica de Enxofre), que aconteceu de 24 a 29 de agosto, em Istambul, na Turquia. O evento reuniu pesquisadores de todo o mundo para discussão sobre os mais recentes avanços na química orgânica de enxofre, incluindo questões ambientais, inovações sintéticas e aspectos mecanicistas de estereoquímica, química bio-orgânica e química medicinal, catálise, materiais avançados e nanotecnologia.
da professora Eliane D’Elia, da UFRJ. O trabalho foi financiado pelo Programa de Formação de Recursos Humanos (PFRH), da Petrobrás. Antes de voos internacionais, o projeto já havia sido apresentado em uma feira de Química em Sergipe. “Sempre tive essa vontade de poder apresentar meu trabalho em outros lugares. Quando soube do congresso sobre química do enxofre, justamente sobre o meu trabalho, não perdi tempo. Fiz minha inscrição e dias depois descobri que meu trabalho tinha sido aceito’’, conta Gabriel. Em Instambul, o aluno de Química pôde conhecer pesquisadores renomados da sua área, além de participar de palestras e aprender com outros trabalhos. ‘’Essa experiência serviu para me estimular a continuar na carreira que escolhi. Foi muito interessante saber a visão do mundo sobre a química, poder conhecer outros trabalhos e pesquisas, conhecer outros profissionais e apresentar meu trabalho para eles’’, comenta o aluno. O IFRJ cobriu todos os custos da viagem à Turquia.
Gabriel apresentou o trabalho Synthesis and evaluation of thiourea derivatives with carbon steel anticorrosive activity (Síntese e avaliação de derivados de tioureia com atividade anticorrosiva para aço carbono), no qual apresenta a descoberta de uma fórmula inibidora da corrosão do carbono. O projeto foi desenvolvido no laboratório do Núcleo de Ciências Químicas do campus Rio de Janeiro, sob orientação dos professores Gabriel Oliveira de Resende e Bruno de Almeida Cotrim, em parceria com a professora Flávia C. Souza, do campus São Gonçalo, e
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campus volta redonda
Entre a ciência e a arte, melhor as duas Estudante do campus Volta Redonda busca intercâmbio científico e cultural na Itália
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aluna da Licenciatura em Física do campus Volta Redonda Daiany Dynia da Silva está em intercâmbio na Università degli studi di Padova, na Itália, pelo Programa Ciência sem Fronteiras. Até agosto de 2015, a aluna passará por uma experiência que contribuirá para sua formação acadêmica e cultural.
“O intercâmbio é uma troca constante de experiências, de aprendizado e de cultura. Acredito que essa troca seja de suma importância para o magistério e, portanto, será para minha formação. Esse intercâmbio me acrescentará novas relações e valores e com isso aplicarei minhas vivências e os novos conhecimentos na vida profissional”, diz a aluna.
Daiany segue para a Itália com a expectativa de ganhar conhecimento, não só de Física e Astronomia, mas também de História e Arte. A escolha do país, segundo a aluna, foi feita por este ser um dos berços da Astronomia e onde viveram importantes personagens da História da Ciência, como Galileu Galilei. Além de ser, segundo ela, um verdadeiro museu a céu aberto.
Daiany até já faz planos para depois de seu retorno da Europa: ao prosseguir com o curso de Física, ela pretende também participar de algum projeto de iniciação científica relacionado aos estudos na Universidade de Pádua e, possivelmente, entrar no mestrado com o projeto dessa iniciativa.
Daiany
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campus nilópolis
Babel nilopolitana Do campus Nilópolis, alunos rumam para várias parte do mundo pelo Programa Ciência sem Fronteiras A partir de cartazes espalhados pelo campus, palestras e uma imensa vontade de desbravar o mundo, oito alunos do campus Nilópolis já embarcaram para o exterior pelo Programa Ciência sem Fronteiras. Dany Telles, 28 anos, estudante de Química e também servidora do campus, é um deles. Ela foi a única aluna de todo o IFRJ a viajar para a França pelo Programa. Interessada na área de perfumaria, Dany estudou francês no Brasil durante um ano antes de fazer o teste de proficiência. Inscrita no Ciência sem Fronteiras, foi acolhida na École Nationale Supèrieure de Chimie de Montpellier, onde fez mais dois meses de curso intensivo. “Na França é bastante difícil se comunicar, pois eles não gostam de falar inglês e até ignoram os que falam, então foi bem complicado fazer plano de celular, resolver questões no banco, porque eu não entendia nada e eles não faziam questão de serem compreensivos. Tive que dar meu jeito”, conta Dany. Trabalhar no que se gosta é o primeiro passo para a realização pessoal, contudo, o trajeto a ser percorrido não é simples, especialmente quando se está por conta própria. “Quando fui procurar um estágio, montei um currículo como fazemos aqui no Brasil e mostrei a um professor antes de mandar para as empresas. Ele achou horroroso, não por causa do conteúdo, mas pela formatação. Eu precisava mostrar minha personalidade e foi aí que ele me mostrou um de seus currículos preferidos: rosa com florezinhas”, relata Dany. No exterior, quanto mais criativo o currículo for, melhor. Os congressos e cursos de poucas horas são retirados, mantendo-se apenas a formação, conhecimentos de informática, idiomas e experiências profissionais anteriores. Além disso, é necessário enviar uma carta de motivação, escrita de próprio punho, explicando os motivos pelos quais se quer fazer parte da empresa. Já a estudante de Produção Cultural Natália Corintho, 23 anos, viajou para o Canadá e estudou na Confederation College, na cidade de Thunder Bay. Para isso, realizou a prova do TOEFL. “Na época eu estava terminando um curso de inglês, o que me deu uma ótima base. Mas essa prova é bem difícil, tanto que meu resultado não foi tão
alto”, lembra. “Chegando lá, cursei Inglês como segundo idioma e Inglês com propósito acadêmico”, diz. Para Natália, a questão do estágio foi bem mais simples: a faculdade era encarregada de todo o processo burocrático, desde a criação do currícuIngrid Go mes lo até a escolha das empresas. “Estagiei na Imaginarium Studio Video Production, produtora audiovisual da cidade. Eles estavam filmando um longa e eu entrei no meio da produção como assistente, tanto no estúdio de gravação como no escritório”, conta. Outro aluno, Victor Oliveira, 24 anos, estudante de Química, viajou para Módena, na Itália, e ficou na Università degli studi di Modena e Reggio Emilia (Unimore) - uma das universidades mais antigas da Europa. Localizada na região industrial, a universidade mantém estreitas relações com empresas como a Ferrari e produtoras de queijos e vinhos, auxiliando no desenvolvimento da região. Victor, que inicialmente tinha se inscrito para a chamada em Portugal, foi surpreendido por um e-mail da CAPES que explicava a superlotação da região e a possibilidade de um processo de realocação. Desse modo, tentou a Itália, onde foi aceito de braços abertos: “Nunca tive o inglês muito fluente e não sabia o italiano, mas, para isso, nos cederam um curso online de ambientação e, chegando lá, mais um curso intensivo de
Vitor O liveira
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campus nilópolis
um mês. No total, estudei a língua por cerca de oito meses, dividos em escrita e conversação. Além disso, o intercâmbio me proporcionou desenvolver o básico de outros idiomas, como o francês e o espanhol, já que estava rodeado por pessoas de diversos países”, explica o aluno. Longe de casa Os costumes do Canadá são bem semelhantes aos nossos e a maior diferença que Natália Corintho enfrentou foi o inverno, que chegou a 48 graus negativos. Por outro lado, Victor, interessado na área de produtos naturais, usou a temperatura a seu favor: “Na viagem, pude observar e extrair muito melhor as vegetações e os diferentes organismos, pois lá as estações são bem definidas, permitindo um aprofundamento que aqui, no Brasil, devido ao clima tropical o ano inteiro, seria impossível”, observa. O apoio mútuo dos estudantes que saem do Brasil para fazer um intercâmbio é um ponto reconfortante para aqueles que não são acostumados a ficar longe de casa. Os desabafos, os choros, a saudade da família e dos amigos são muito comuns, mas a possibilidade de ter essa experiência e absorver bons momentos supera os contratempos: “De tempos em tempos, cada um fazia uma comida da sua região, para matar a vontade. Uma vez fiz um churrasco bem brasileiro, à la laje, com tudo o que tinha direito. Eles enlouqueceram, nunca mais quiseram saber dos hambúrgueres de lá”, conta Dany, aos risos. Outra viajante, que tomou o rumo de Nilópolis direto para a Universidad Autónoma de Madrid, foi Ingrid Gomes, 21 anos, aluna do curso de Química. Ingrid é a única aluna dos campi do IFRJ a viajar para a Espanha e diz que é uma grande honra levar um pouco do instituto para o exterior. “Escolhi um país que tinha o espanhol como língua nativa, pois não sei muito Inglês e o teste de proficiência era muito caro. Com o incentivo da professora Dayenne Miranda, fiz a prova do DELE e tivemos que pedir para adiantarem os resultados, pois, se tivesse que esperar normalmente, não conseguiria anexar e enviar os documentos a tempo”, recorda. Ingrid conta que conheceu as meninas que hoje dividem apartamento com ela através da internet, uma ferramenta fundamental para quem vai viajar sozinho: “Fiz amizade com pessoas através de grupos do Facebook e do Whatsapp, e isso tem me ajudado muito! Os estudantes que já foram nos explicam as dúvidas, e os que estão indo dividem as descobertas que vão fazendo. Assim, todos compartilham dicas de lugares para visitar, de como se locomover, onde almoçar etc. ”, diz a estudante.
Sobre o ensino, a resposta dos alunos é unanime: os métodos utilizados nas aulas, o nível dos equipamentos técnicos e a prática autodidata são superiores às do Brasil. Ingrid e Victor pegaram sistemas de ensino parecidos: a carga horária e os créditos são muito menores, tendo no máximo quatro horas diárias em sala de aula. Com isso, o tempo livre pode ser utilizado para uma ajuda individual, marcada com o professor, ou para estudar os materiais de orientação. Além disso, cada disciplina possui apenas uma avaliação oral no final do semestre, com possibilidade de se realizar uma segunda chamada, e o restante da nota é composta por exercícios e seminários. “No Canadá, as faculdades possuem salas próprias com equipamentos de ponta para que possamos aprender a usar o que o mercado de trabalho exige. Sem contar os laboratórios com computadores e programas de edição e criação para todos os alunos. E tudo é de livre acesso. No Brasil, eu pagaria muito caro por isso”, assegura Natália. Dany reforça que, na França, as disciplinas eram aplicadas juntas, complementando-se, e que isso gerava um aprendizado muito rico. As visitas a industrias e laboratórios no exterior são tão normais quanto as aulas, fazendo com que os alunos tenham uma visão muito mais ampla do mercado de trabalho.
Natháli
a Corin tho
para todos é ir sem medo. “Corra atrás dos seus sonhos. O governo nos dá essa oportunidade tão boa e temos que abraçar. É um aprendizado pessoal e profissional incrível, que só viajando você pode adquirir, e não tem como se arrepender!”, finaliza Dany.
Estudar no exterior abre um leque de oportunidades para os alunos. Além de enriquecer o currículo profissional, o contato com outras culturas e pessoas de diversas nacionalidades faz o intercambista adquirir um olhar muito mais crítico sobre os problemas e sobre as coisas boas do próprio país: “Quando você vê as coisas funcionando em outros países, te dá esperança para mudar o seu. É um exercício de superação. Não é porque sou brasileira que estou por baixo. Posso fazer igual ou melhor. Somos muito capazes. Falta autoestima para o brasileiro”, desabafa Dany. Apesar de todas as adversidades, nossos viajantes possuem um sonho em comum: assim que se formarem, querem voltar para o exterior e expandirem os currículos com uma pós-graduação. E se tem um conselho que eles dão
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campus paracambi
Arqueologia de detalhes Aluna do curso técnico apresentou projeto de arqueometria em conferência na Alemanha
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ohanna Moreira Nunes cursava o segundo ano de Iniciação Científica no campus Paracambi e desenvolvia um trabalho sobre análise de esculturas usando técnicas da Arqueometria, ciência que utiliza técnicas físico-químicas de análise no estudo e caracterização de obras de arte e objetos de valor arqueológico. O que a aluna de apenas 19 anos não imaginava é que, em agosto de 2014, ela estaria na Alemanha apresentando sua produção na XXIV ICORS (Conferência Internacional de Espectroscopia Raman, em português). E ainda com um detalhe: ser contemplada com uma das bolsas da isenção da taxa de inscrição, que custava 365,00 euros – equivalente a cerca de 1.200,00 reais –, além de um auxílio para a estadia no valor de 300 euros. A surpresa se deu porque Iohanna concorreu com mais de 800 inscritos e muitos com trabalhos de doutorado, o que revela a qualidade científica da sua pesquisa. “Quando vi que ganhei, fiquei muito feliz, e percebi que realmente o trabalho é muito bom”, conta a aluna. O trabalho “Análises de escultura em madeira policromada utilizando espectroscopias raman e infravermelho (ST-IR)” tem como autores, além da estudante, a aluna do campus Paracambi Ana Letícia Castro de Oliveira e os professores orientadores Renato Pereira de Freitas, Walter de Souxa Félix e Douglas Ferreira. A pós-doutora em Engenharia Nuclear da COPPE/UFRJ Cristiane Calza também contribuiu para a pesquisa. “Modestamente, eu imaginava que ela ia conseguir o auxílio financeiro, sim. Já trabalho há muito tempo nesse área e sabia que a pesquisa tinha condição de ganhar”, afirma o professor Renato, que trabalha há 10 anos com análises de artefatos históricos na caracterização de espectroscopia Raman. Segundo o professor - doutor em Engenharia Nuclear pela COPPE/UFRJ, em projeto orientado pela professora Cristiane Calza -, a ICORS é o evento bienal mais importante deste tipo de espectroscopia. O congresso é muito seleto, pois só participa quem trabalha com a técnica.
A pesquisa O trabalho consiste na análise de uma obra datada do período barroco. O objetivo é a verificação da hipótese de essa escultura ter passado por alguma intervenção, além de definir qual a melhor forma para futuras intervenções, e descobrir o modo adequada de armazenamento. A análise foi de uma amostra da escultura em madeira policromada de Nossa Senhora das Dores que se encontra no Colégio Santo Inácio, no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro. A estátua, datada do início do século XVIII, faz parte do Conjunto Escultório do Calvário e foi inicialmente esculpida, por autores desconhecidos, para o altar-mor da igreja dos Jesuítas levantada no Morro do Castelo em 1567. Porém, com a derrubada do Morro, em 1922, as imagens foram alojadas no saguão do Colégio Santo Inácio. Segundo Iohanna, a escolha não foi por acaso. Na literatura, o manto de Nossa Senhora das Dores é descrito na cor azul e, nessa escultura analisada, a peça é verde. Desse modo, a motivação era descobrir como e por que isso aconteceu. “As obras barrocas foram feitas com diversas camadas, e a última delas, feita para receber a pintura, pode ser de um pigmento amarelo chamado massicote, um forma cristalina do óxido de chumbo. A suspeita então era a pintura imediata por cima dessa camada, que necessita tempo de secagem”, explica a aluna. A comprovação veio por meio do uso de quatro técnicas combinadas: a espectroscopia Raman e o infravermelho, que fazem análises moleculares, e a espectroscopia de energia dispersiva (EDS) e flourescência de raio-x, que fazem análises elementares. Dessa forma, foi constatado que a obra é original e não sofreu intervenções, pois os pigmentos não estavam homogêneos. “Temos um equipamento no laboratório que pode fazer uma
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análise de vários pontos juntos. Aí a gente viu que o massicote está só em algumas partes. Logo, não foi intencional, senão estaria uniforme”, afirma a jovem aprendiz. O diferencial do projeto é exatamente nesse ponto. Foram utilizadas quatro técnicas da arqueometria em vez de apenas uma – geralmente os estudiosos da área fazem uso e/ou são especialistas de apenas um procedimento em seus trabalhos. “É o que o Renato fala: não se torna especialista em uma só técnica, temos que dominar outros métodos também”, justifica Iohanna, que ficou responsável nesse trabalho pela análise molecular, enquanto Ana Letícia trabalhou com a análise elementar.
Na Alemanha Na XXIV ICORS, que esse ano foi realizada em agosto, na cidade de Jena, na Alemanha, Iohanna estava se sentindo muito nervosa antes da viagem. “Achei que podia dar tudo errado, que não ia conseguir falar em inglês. Já fiz curso, mas nunca falei fora dele, então fiquei com medo de ‘travar’”, conta a estudante, que ensaiou a apresentação com os professores Renato e Douglas, simulando algumas perguntas. Ao chegar à Alemanha, Iohanna deu conta de que não tinha escolha e perdeu a vergonha de falar em inglês. No momento da apresentação, ela já estava tranquila, e conta que ainda fez amizade com uma menina francesa do pôster ao lado. “Logo chegou gente e comecei a apresentar normalmente, conversando como eu estou com você agora. Depois fui ver outros pôsteres e assistir a palestras que tinham a ver com o meu tema”, descreve. O que a aluna mais gostou dessa experiência foi o contato com “gente grande”. Iohanna, que também é graduanda do 2º período em Licenciatura em Química pela UFRRJ (Universidade Federal do Rural do Rio de Janeiro), conheceu um dos organizadores do evento com o intuito de um contato para um futuro intercâmbio.
difícil tanto para trabalhar como para interpretar seus resultados”, comenta a aluna, que prestou o exame do ENEM por três vez e, em todas, conseguiu uma vaga na universidade. No entanto, só pôde se matricular quando completou 18 anos, obtendo o diploma de ensino médio pelo Exame.
Próximos planos No seu terceiro ano de Iniciação Científica, Iohanna vai buscar novos ares com o objetivo de aprender novos métodos. Ela trabalhará por um breve período com a pesquisadora do Museu Nacional da UFRJ Cristiane Calza (inventora de um aparelho portátil que vem revolucionando o processo de restauro e análise de obras de arte e peças arqueológicas). Além disso, seu orientador submeterá um segundo trabalho deles no congresso internacional Technart, específico sobre análises arqueológicas, que acontecerá ano que vem na Itália. No momento, Iohanna planeja terminar o curso técnico em Química no campus Nilópolis, para onde se transferiu no terceiro período. Ela quer ainda focar na graduação na UFRRJ e na Iniciação Científica no campus Paracambi. “Estou terminando o técnico porque sei que ele me ajuda na faculdade. Não tenho pretensão de atuar como técnica, pois sempre quis ser professora”, conta a estudante, que coleciona prêmios estudantis, como três medalhas de bronze da Olimpíada de Química do Rio de Janeiro e uma de bronze da Olimpíada Brasileira de Química. O professor Renato afirma que todas essas conquistas não seriam possíveis sem o apoio do campus Paracambi. “Quero agradecer à diretora-geral Cristiane Henriques pelo incentivo da pesquisa no campus e agradecer também à Proppi pelas bolsas concedidas à Iohanna”, finaliza.
“Agora eu quero apresentar meus trabalhos em outros congressos. Antes eu estava com medo, mas depois dessa experiência eu sei que sou capaz e tenho desenvoltura”, afirma a futura professora. E seu orientador não tem dúvidas de que ela está preparada. “A Iohanna sempre teve uma carreira estudantil brilhante, além de desenvolver pesquisa muito bem. Sei que ela já pode levar o trabalho sozinha e tem potencial para ser uma referência na área da arqueologia”, diz o professor Renato. A espectroscopia Raman é uma técnica utilizada geralmente em trabalhos de mestrados e doutorados, o que certamente causou surpresa quando Iohanna, que realizou esse trabalho no ensino médio, contava aos outros a sua história. “As pessoas falavam pra mim: ‘caramba, que inveja de você!’. Muita gente achou legal, porque é um método muito específico e
O que é arqueometria? “Ramo da ciência que utiliza técnicas físico- químicas de análise no estudo e caracterização de obras de arte e objetos de valor arqueológico. Só foi possível seu surgimento a partir da interação entre restauradores, conservadores, arqueólogos, historiadores (e outros profissionais das ciências humanas) com físicos e químicos em torno de um objeto comum.” Cristiane Calza.
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Chegadas e partidas Alunas do campus Realengo contam as experiências de estudar no exterior
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Aluna de Terapia Ocupacional Juliana Lopes, do campus Realengo, está em intercâmbio na MCPHS University, Universidade de Farmácia e Ciências da Saúde de Massachusetts, nos Estados Unidos. Juliana participa do programa Ciências sem Fronteiras (CsF), do qual tomou conhecimento através de uma palestra que explicava as propostas do programa, realizada no próprio campus. A estudante já estudava inglês quando conheceu o CSF. A mãe da aluna, que foi uma das inspirações de Juliana para estudar Terapia Ocupacional (pois é uma profissional da área), só ficou sabendo da participação da filha após a sua aprovação no TOEFL, teste de língua inglesa reconhecido por mais de 9.000 instituições de ensino superior no mundo. A estudante conta que, assim que saiu o resultado, foi apoiada pela família, amigos e por profissionais do IFRJ. “Minha mãe saiu de uma reunião para chorar de felicidade por mim. E meu pai ficou tão orgulhoso quanto ela”, conta Juliana.
Para concluir o curso de Saúde Farmacêutica (Pharmaceutical Healthcare), Lívia teve que apresentar uma monografia, e contou com a ajuda da sua orientadora irlandesa, Julie Dunne, e do seu co-orientador brasileiro e professor do IFRJ, Murilo Marinho de Castro Lima. “Foi um desafio enorme desenvolver a minha monografia e apresentá-la em inglês para uma banca examinadora totalmente composta por irlandeses e na frente de todos os meus colegas de classe. Eu era a única brasileira e sabia da expectativa que minha orientadora e todos naquela sala tinham sobre mim”, observa Lívia. Como consequência de sua dedicação e esforço, ela obteve uma excelente nota na apresentação. De volta para casa, a aluna reconhece que já sente falta da Irlanda, mas diz aproveitou o máximo que pôde. Concluiu seu curso, realizou um estágio em pesquisa científica na DIT, visitou vários lugares da Europa, incluindo a Alemanha, que era um de seus maiores sonhos, e agora está pronta para exercer no Brasil tudo o que aprendeu no curso. Ela pretende futuramente voltar ao exterior realizar intercâmbios voluntários por causas sociais.
Morando em terras estrangeiras, Juliana explica que a adaptação está sendo fácil, e que convive com pessoas de todos os lugares do mundo. “Não conhecia ninguém quando vim para cá. Fiz amizade com meninas da Arábia Saudita, da Coréia, da Tailândia, e de lugares variados do Brasil, como Salvador, Natal e Minas Gerais”, conta. Com ainda mais alguns meses de estudos na MCPHS pela frente, a aluna afirma que está completamente satisfeita com a Universidade. Ela explica que as aulas são intensas e que tem muito trabalho para fazer. Quando tem tempo livre, ela aproveita para passear, como no feriado de 4 de Julho, que aproveitou para visitar Nova Iorque. “É preciso dedicação e persistência. Vão existir momentos difíceis, mas desistir não é o foco. Você está indo aonde muitos gostariam de chegar ”, ensina a aluna. J
Irlanda Enquanto Juliana está iniciando seus estudos no exterior, a aluna Lívia Mattos retornou para o Brasil em agosto, depois de morar durante 11 meses na Irlanda. Estudante de Farmácia, Lívia foi para Dublin cursar o último ano do curso “Pharmaceutical Healthcare” no DIT (Dublin Institute of Technology). A aluna, que é filha única, revela que a adaptação no novo país foi imprescindível para não sentir muita falta de casa. As aulas de inglês a ajudaram muito nesse sentido: sua mãe é professora do idioma e sempre fez a filha estudar a língua com afinco. A receptibilidade do povo irlandês também contribuiu para que Lívia se sentisse à vontade no país. “Os irlandeses têm muitas coisas em comum com os brasileiros. São sempre muito amigáveis e querem te ajudar sempre. E o mais importante: gostam muito do Brasil e muitos já me perguntaram: ‘Mas morando naquele país maravilhoso, o que você veio fazer aqui na Irlanda?’. Ainda bem que eu sempre soube muito bem o que vim fazer aqui!”, afirma a aluna.
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Pesquisa, extensão et cetera Projeto ETC & Tal, do campus São Gonçalo, é tema de trabalho premiado em mostra nacional
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campus São Gonçalo alcançou uma importante conquista na IV COTUCA (Mostra de Trabalhos de Cursos Técnicos, do Colégio Técnico de Campinas/Unicamp), em setembro, na cidade de Campinas (SP). O projeto “Um Olhar Além da Sala de Aula: O Projeto ETC & TAL” conquistou o terceiro lugar na categoria de apresentação de pôster. O evento, que se destaca mais a cada edição no cenário nacional, envolve a participação de diversas escolas, colégios, Institutos Federais, CEFETs e ETECs de todo o Brasil. Alunos do campus São Gonçalo exibiram no evento, que reuniu mais de 300 trabalhos de todo o país, projetos de pesquisa (Iniciação Científica, PFRH e monitoria) que desenvolvem sob orientação de seus professores. O campus havia conquistado na edição anterior o segundo lugar na categoria de pesquisa científica. Desta vez, o triunfo veio na categoria de pôster. “Quando anunciaram o terceiro lugar para o nosso projeto, eu cheguei a me emocionar”, conta uma das participantes do projeto, Natália Muniz. O projeto ETC & TAL, objeto do trabalhado premiado, é uma prática extensionista caracterizada, basicamente, pela promoção de eventos e oficinas atrelados, sobretudo, à leitura, ao cinema e ao teatro. A ideia desse projeto surgiu através da observação da dificuldade de acesso, apontada pelos próprios estudantes, a equipamentos culturais ou atividades com esse perfil no município de São Gonçalo. O ETC & TAL se divide em duas partes: pesquisa e extensão. Erick Nimrichter, participante do projeto, explica: “Na extensão, tocamos a comunidade acadêmica, através das oficinas, fomentando uma formação mais crítica e humanizada dos alunos do campus, complementando a formação acadêmica dentro do Instituto. Já na pesquisa, reali-
zamos um levantamento do perfil cultural do aluno do campus São Gonçalo e analisamos a relação deste com os equipamentos culturais da cidade, avaliando, também, o impacto das oficinas da extensão nesta relação”. Natália Muniz diz que a pesquisa revelou a carência da cidade de São Gonçalo por bens culturais. Isso incentivou o grupo a estender o projeto à comunidade da cidade. “O ETC & TAL tem como intenção ser mais um bem cultural para a cidade, não ficar apenas restrito aos alunos, mas atender também à comunidade, proporcionando acesso à cultura”, explica. Ela disse que ainda falta a estrutura necessária para que os objetivos do projeto sejam alcançados.
Projeto também foi apresentado no II Encontro Brasileiro de Pesquisa em Cultura Representando o ETC & TAL, Erick Nimrichter apresentou, no dia 16 de outubro, o trabalho na Universidade Federal Fluminense (UFF). Ele conta que foi mais uma forma de trocar experiências e de promover o trabalho. “Através do contato com pesquisadores de todo o Brasil, eu pude acessar novas possibilidades para o projeto e também ter contato com outras iniciativas na área de cultura”, comenta Segundo ele, a resposta à apresentação do trabalho foi bem positiva. “Todos adoraram o projeto, parabenizaram a iniciativa, incentivaram a continuação e deram dicas mais específicas da pesquisa, assim como na elaboração de plataformas de informação”, diz Nimrichter.
Projeto Etc & Tal: terceiro lugar na Mostra de Trabalhos de Cursos Técnicos, do Colégio Técnico de Campinas/Unicamp. Professor Orientador(a): Hayla Thami Lage Projeto: Um Olhar Além da Sala de Aula: O Projeto ETC & TAL
Alunos do campus São Gonçalo apresentaram trabalhos em Campinas
Alunos: Júlia gomes da Costa Francyelli Alvim da Cunha Rafael Santurio da Silva Thainá Bueno Vieira Gabriel da Fonte Silva Marcelo Younes de Moraes Julya Emmerick da Silva Pedro Sampaio de Azevedo Erick Nimrichter Beatriz Vasconcelos R. de Assis Natália Cabral Muniz
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