Informe Várzea 2017-16

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Boletim da Igreja Adventista do 7º Dia da Várzea - Ano XV - nº 16 - 20 abril 2017

Vítimas de violência sexual naOinfância defendem educação para prevenir Cisne Negro

A

paraense Carolina Moreira, 21 foi vítima de violência sexual e física de um familiar em sua própria casa aos 8 anos e de um desconhecido na rua aos 13. Contudo, somente dez anos depois conseguiu falar sobre o assunto. “Para mim, falar, significa refletir sobre o fato, aceitar que infelizmente aconteceu e superar”, confessa. Tão comum quanto o estupro é o abuso sexual. Neste ato, que costuma anteceder o estupro, milhares de crianças têm sua inocência roubada por homens que moram em sua própria casa. A universitária M. de A., que prefere não se identificar, conta que sofreu abuso sexual de um primo diversas vezes em seu quarto. “A gente costumava brincar juntos quase todos os dias, e ele se aproveitava de mim. Tocava meu corpo e me deixava muito constrangida”, relembra. Em sua memória, M. recorda que isso aconteceu duas ou três vezes até que um dia ele ouviu o pai chegando e levantou correndo, ficando na sua frente para escondê-la. “Foi aí que entendi que havia alguma coisa errada. Se era só uma brincadeira, por que ele tinha que fazer aquilo escondido?”, questiona. M. saiu dali correndo e criou coragem para contar tudo o que havia acontecido para sua mãe. A verdade é que M. levou anos para entender que aquilo havia sido um abuso sexual. “Às vezes, alguém viveu ou vive uma situação de abuso e nem sabe, por isso, acho muito importante falarmos sobre o assunto”, conclui M.. Além disso, segundo especialistas, a mente humana tem a tendência de apagar da memória alguns traumas vividos. É por isso

que algumas vítimas demoram anos para ter certeza do que aconteceu. A exploração sexual também é um crime que passa desapercebido. Nascida em Salvador, a jovem L. O., que também prefere não se identificar, revela que diversas vezes recebia lanches de um idoso – e amigo da família – que em troca acariciava seus seios. Por nascer um uma família humilde, aceitava sem entender a gravidade da situação. Anos depois ela percebeu do que aquilo se tratava: abuso e exploração sexual. Segundo os especialistas e as próprias vítimas, a melhor solução para o problema é a prevenção por meio da educação na escola, na igreja e em casa. É por isso que a Igreja Adventista criou o projeto Quebrando o Silêncio, em 2002. O objetivo é combater o machismo e a violência sexual, física, psicológica e verbal contra crianças, idosos e mulheres em toda a América do Sul. Neste ano, a temática do projeto Quebrando o Silêncio é justamente o estupro, suas causas e consequências. Na semana do Dia Nacional do Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, instituído em 18 de maio, a Igreja Adventista do Sétimo Dia realiza ações em combate aos crimes em todas as regiões da América do Sul. Com o apoio do projeto Quebrando o Silêncio, os adventistas estão promovendo passeatas, fóruns, palestras, entrega de materiais preventivos e atendimentos às vítimas em alguns templos. Fonte: notíciasadventistas.org


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