Património Natural de São Tomé e Príncipe - Conhecer para preservar

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PARCEIROS

EXECUÇÃO:

FINANCIAMENTO:

PATRIMÓNIO NATURAL DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

CONHECER PARA PRESERVAR…


Arquipélago Alinhamento vulcânico dos Camarões • Património biológico • Património geológico • Geodiversidade / Diversidade geológica • Sustentável / Sustentabilidade • Recurso renovável •

FICHA TÉCNICA TÍTULO: Património Natural de São Tomé e Príncipe – conhecer para preservar… AUTORES: Mário Oliveira e Olga Santos FOTOGRAFIAS: A. Maio, Hugulay Maia, Mário Oliveira, Martim Melo, Martin Dallimer, Nik Borrow, California Academy of Sciences, Escola de Mar e Associação Para as Ciências do Mar FOTOGRAFIAS DA CAPA: Mário Oliveira PRODUÇÃO: Escola Superior de Educação e Ciências Sociais - Instituto Politécnico de Leiria e Instituto Marquês de Valle Flôr EDIÇÃO: Instituto Marquês de Valle Flôr ANO 2013

A relevância do património biológico de São Tomé e Príncipe é nacional e internacionalmente reconhecida, sendo cada vez mais premente a necessidade de se aprofundar o seu conhecimento e garantir a respectiva preservação; inversamente, o conhecimento, divulgação e valorização do património geológico são relativamente escassos, aumentando o risco de perda de algumas das principais manifestações dessa geodiversidade, um recurso não renovável. Esta edição, levada a cabo no âmbito do Projecto Escola +, visa contribuir para o conhecimento, divulgação e valorização do património natural de São Tomé e Príncipe junto da comunidade são-tomense, com destaque para a geração em idade escolar, cuja sensibilização para as causas ambientais determinará o futuro e a sustentabilidade do território e património nacionais. Assim, faz-se uma brevíssima caracterização do arquipélago, nomeadamente em termos do seu coberto vegetal, apresentam-se alguns dados quantitativos da diversidade biológica recenseada e identificam-se alguns potenciais geossítios passíveis de recuperação e classificação, visando alertar para a importância da sua salvaguarda enquanto expoentes do património geológico nacional. Para os vários temas, são apresentadas sugestões de leitura e pesquisa¹, propostas de visitas de campo, actividades práticas e visionamento de filmes, de forma a permitir um melhor conhecimento, compreensão e preservação do património natural do país.    

São Tomé e Príncipe é um pequeno país localizado a cerca de três centenas de quilómetros da costa ocidental de África, no Golfo da Guiné, situando-se, segundo Munhá, Caldeira, Madeira, Mata & Afonso (2007, p.5) no “troço oceânico do alinhamento vulcânico dos Camarões, que se estende por 1600 quilómetros, desde o interior do continente africano a NE (…) até à ilha de Pagalu (Ano-Bom) a SW (…)”, facto a que não é alheia a origem vulcânica das ilhas e ilhéus que o constituem. Este arquipélago é constituído pelas ilhas de São Tomé, com aproximadamente 857 km², e do Príncipe, com cerca de 142 Km², bem como por um conjunto de pequenos ilhéus, em que se destacam, entre outros, o Ilhéu de Santana, o Ilhéu Catarino, o Ilhéu Quixibá, o Ilhéu Sete Pedras, o Ilhéu Jalé e o Ilhéu dos Côcos, para além dos bem conhecidos Ilhéu das Cabras e o turístico Ilhéu das Rolas. Adaptado de Munhá et al. (2007)


Construa um vulcão Simule uma erupção • vulcânica (ver página 22) •

A origem vulcânica do arquipélago é facilmente constatável através dos cones vulcânicos reconhecíveis na paisagem, pela existência de crateras (a Lagoa Amélia é um magnífico exemplo) e diversos afloramentos geológicos, bem como pela presença de vestígios da actividade vulcânica secundária, como sucede com as nascentes de águas gasocarbónicas de Queluz e Madre de Deus, entre outras.

Nascimento de uma ilha

A ilha de São Tomé possui a sua maior elevação no Pico de São Tomé, com 2024 metros de altitude, tendo ainda algumas outras elevações com cotas superiores a 1000 metros, tendencialmente localizadas na sua parte sul. A ilha do Príncipe possui um relevo menos acentuado do que São Tomé, apresentando o seu ponto de maior cota no Pico do Príncipe, com 848 metros de altitude.

Tal como sucede com o relevo, também a hidrografia do Príncipe é menos exuberante que a de São Tomé, dela sobressaindo o rio Papagaio e um conjunto de ribeiras com origem na região montanhosa central (Cardoso & Garcia, 1962). Em resultado da sua morfologia e do clima quente e húmido, típico das zonas intertropicais, as bacias hidrográficas de São Tomé são constituídas por uma rede de ribeiras que, encaixadas

em vales fechados, correm das zonas montanhosas e, por vezes, precipitam-se em cascatas, como a de S. Nicolau. Estas ribeiras acabam por gerar rios cuja foz apresenta, normalmente, sedimentos de grandes dimensões, erodidos, em resultado dos regimes torrenciais verificados.

03 - Hugulay Maia

Lagoa Amélia Pico de São Tomé • Cascata de S. Nicolau • Pico do Príncipe •

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Hidrografia Bacia hidrográfica • Regime torrencial • Erosão • Sedimento •

01 - Mário Oliveira

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Cone vulcânico Cratera • Actividade vulcânica secundária • Águas gasocarbónicas • Afloramento geológico •


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•A

Floresta Seca, na zona de Guadalupe, na zona norte da ilha;

•A

Floresta de Baixa Altitude, situada a cotas entre o nível do mar e os 800 metros, predominante a sul, onde os declives e a pluviosidade são mais acentuados;

• A Floresta de Montanha, entre os 800 e os 1400 metros, instalada em relevos relativamente abruptos e com pluviosidade elevada, facto que permite o desenvolvimento de grande diversidade florestal, em que se destacam árvores de grande porte, com 30 a 40 metros de altura, e a proliferação de epífitas, lianas e samambaias;

06 - A. Maio

05 - Mário Oliveira

•A

04 - Hugulay Maia

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A morfologia, o tipo de solos e o clima particularmente quente e húmido, com a humidade dos solos e do ar bastante elevadas, permitem também a existência de um coberto florestal particularmente rico e diverso, no qual se instalou e desenvolveu uma diversidade biológica a todos os títulos digna de realce. De acordo com FAO (2004) e MARAPA (2009), antes da intervenção antrópica adulterar o coberto florestal de forma significativa, seria possível distinguir em São Tomé:

Floresta de Bruma ou de Altitude, acima de 1400 metros, com taludes abruptos, humidade quase permanente e baixas temperaturas face ao nível do mar, onde é possível encontrar árvores de menor porte e grande diversidade de orquídeas e samambaias.


Construa um herbário (ver página 22)

Actualmente, ainda de acordo com FAO (2004), em resultado da intensidade e tipo de intervenção humana sobre o território e a floresta original, é possível classificá-la em três grandes categorias: 08 - A. Maio

• A Floresta Natural ou Obô, basicamente isenta de intervenção humana (actualmente é das mais ameaçadas por este tipo de acção), constituída por espécies autóctones e integrando os parques nacionais de Obô, em São Tomé e no Príncipe, cujas áreas se desenvolvem das altas montanhas ao litoral, perfazendo cerca de 30% do território nacional e onde se incluem, ainda, outros tipos de florestas de planície e montanha, área de savana e mangais;

A Floresta Secundária ou Capoeira, resultante da natural e progressiva regeneração de áreas cultivadas, posteriormente abandonadas, ocupando cerca de um terço da área florestal total do país;

09 -Mário Oliveira

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Parque Nacional de Obô - São Tomé Parque Nacional de Obô - Príncipe • Porto Alegre e Lagoa Malanza - Mangal • Lagoa Azul – Savana •

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Espécie autóctone Savana • Mangal • Ecossistema • Desflorestação • Microclima •

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Parque Nacional de Obô (ver página 22) • Diversidade biológica / biodiversidade • Intervenção antrópica • Pluviosidade • Epífita •

• A Floresta de Sombra, de relevante importância para a diversidade biológica atual, mantida para sombrear plantações de café e cacau nela existente; • A Savana, a norte da ilha de São Tomé, um ecossistema bastante distinto dos anteriores e eventualmente resultante da desflorestação para cultivo de cana-de-açucar, efectuado no passado, e do microclima existente na região, no presente.


Alterações climáticas Resíduo • Reduzir, reutilizar e reciclar • Contaminação •

Rebordelo da Direção de Florestas • Vazadouro controlado de Penha

Construa um viveiro florestal (ver página 22) • Conheça e limpe a floresta • Faça artesanato

11 -Mário Oliveira

• Viveiro

12 -Mário Oliveira

Lançar resíduos na floresta – papéis, latas, plásticos, óleos usados, entre outros – contribui para a contaminação de solos e recursos hídricos, e pode contribuir para a ocorrência de incêndios. Revela-se, pois, essencial, envolver a comunidade em iniciativas visando a redução de produção, reutilização e reciclagem de resíduos, prevenção do abate de árvores de forma descontrolada, reflorestação das áreas já degradadas com espécies autóctones e conhecimento dos impactes ambientais associados ao incorrecto relacionamento humano com a floresta, com claros benefícios ambientais, sociais e económicos para o cidadão e o país.

inclinação das garrafas, de forma a simular diferentes declives de montanhas de São Tomé e Príncipe.

Material necessário: Bacias, garrafas de plástico (reutilizadas) de 1,5 litros, terra, sementes de grama, garrafas com água.

Observe os resultados, registe-os, reflicta sobre eles e responda às questões que se seguem: Explique a influência do declive no processo de erosão dos solos. A presença de vegetação é sempre factor de prevenção da erosão dos solos? Justifique a resposta com base nos resultados registados. Face aos resultados obtidos, refira o que pode fazer para minimizar a erosão dos solos na sua região?

Procedimento: A - Corte a garrafa longitudinalmente e encha as metades resultantes com a mesma quantidade de solo; numa das metades semeie a grama, regue-a e deixe-a germinar e crescer. Depois de crescida, coloque ambas as metades, com a mesma inclinação, sobre uma bacia e despeje igual quantidade de água, à mesma altura, sobre cada uma delas. Observe os resultados, registe-os, reflicta sobre eles e responda às questões que se seguem: Que pode concluir quanto à importância da vegetação no que toca a evitar a erosão dos solos? O que pode acontecer se a floresta for destruída e os solos ficarem expostos à chuva? O que pode fazer para evitar essa situação?

C – Planifique e execute uma actividade experimental em que demonstre a influência da quantidade de precipitação caída sobre um solo e a erosão do mesmo ou, eventualmente, sobre a eventual ocorrência de um deslizamento de terrenos. Para tal, formule as respectivas questões-problema.

eira

Impacte ambiental Habitat • Desertificação • Deslizamento de terrenos (ver página 22) •

O SOLO, A VEGETAÇÃO, O DECLIVE E A CHUVA… Actividade experimental

B - Repita parcialmente o procedimento usado em A, mas use agora duas meias garrafas só com terra e outras duas com terra e vegetação. Para ambas as situações, varie apenas a

14 - Mário Oliv

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13 -Mário Oliveira

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O progressivo abate de árvores da floresta para construção de habitações e mobiliário, embarcações, artesanato, produção de carvão e realização de fogueiras, entre outros fins, tem-se traduzido num processo de desflorestação descontrolado e insustentável, que coloca em risco a floresta nacional. Os impactes ambientais desta desflorestação poderão traduzir-se na progressiva perda de qualidade paisagística, de habitats e diversidade biológica, no aumento do risco de desertificação, erosão dos solos e risco de ocorrência de deslizamento de terrenos, como sucedeu em Rebordelo, em 1974 (causando 33 mortes), em alterações climáticas a nível local e no aumento do risco de ocorrência de incêndios florestais, situações que urge evitar.


ESPÉCIES ENDÉMICAS DE SÃO TOMÉ E DO PRÍNCIPE - ALGUNS NÚMEROS (Leventis & Olmos, 2009) SÃO TOMÉ

Endémico / Endemismo Pteridófita • Espermatófita •

Jardim Botânico de Bom Sucesso

espécies de morcegos

•4

espécies de morcegos

•1

espécie de musaranho

•1

sub-espécie de musaranho

•8

espécies de répteis

•3

espécies de batráquios (Jones,P. & Tye, A., 2006; Measey et al. 2007)ª

• 14

•5

espécies de répteis

espécies de batráquios (Jones,P. & Tye, A., 2006; Measey et al. 2007)ª

• 64

espécies de borboletas (Pyrcz, 1992)ª*

• 45

espécies de borboletas (Pyrcz, 1992)ª*

• 51

espécies de aves terrestres e de água doce

• 33

espécies de aves terrestres

•5

espécies de aves marinhas nidificantes (Jones,P. & Tye, A., 2006)ª**

•6

espécies de aves marinhas (Jones,P. & Tye, A., 2006)ª**

* 28 das espécies de borboletas endémicas são partilhadas entre São Tomé e o Príncipe (Pyrcz, 1992)ª ** 28 das espécies de aves terrestres endémicas são partilhadas entre São Tomé e o Príncipe (Melo, 2007)ª

15 -Hugulay Maia

Conjuntamente com a relevante diversidade florestal das ilhas de São Tomé e do Príncipe está internacionalmente reconhecida a existência de uma riquíssima diversidade de seres vivos, sendo de destacar o elevado número de endemismos identificados naqueles territórios (Mendes & Sousa, 2012; Lima, 2012), tornando-os prioritários nas estratégias internacionais para conservação da biodiversidade a nível mundial. Com efeito, apesar da reduzida dimensão do arquipélago, foi possível identificar 157 espécies de pteridófitas - fetos e plantas similares – e 791 espécies de espermatófitas – plantas com semente, destacando Vaz & Oliveira (2007), referido em Leventis & Olmos (2009), a existência de 135 espécies de orquídeas. Uma observação ao número de espécies vegetais recenseadas no arquipélago permite confirmar a importância deste riquíssimo património biológico/genético, já que 148 das espécies são endémicas, ocorrendo 123 delas na ilha de São Tomé e 50 na ilha do Príncipe (Leventis & Olmos, 2009).

PRÍNCIPE

•9

ª - Referidos em Leventis & Olmos (2009, pg. 12)

17 -Hugulay Maia

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16 -California Academy of Sciences

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Predação Espécie introduzida • Espécie invasora •

ABS - Associação dos Biólogos São-tomenses

26 - Mário Oliveira 27 - Mário Oliveira

25 - Mário Oliveira

Curiosamente, algumas destas espécies invasoras introduzidas acabaram por vir a desempenhar um papel relevante na disseminação de sementes de espécies vegetais, contribuindo para a riqueza da flora das ilhas.

24 - Mário Oliveira

23 - Mário Oliveira

22 - Martin Dallimer

19 - Nik Borrow

18 - Martim Melo

Apesar da sua relevância, alguma desta diversidade biológica terrestre encontra-se perigosamente ameaçada em resultado da destruição de habitats por acção humana ou incêndios florestais, caça e captura com fins de subsistência, comerciais ou desportivos, bem como por predação por parte de espécies introduzidas para controlar outras espécies em expansão (roedores, entre outras), como sucede com o cão, o gato ou a lagaia (Civettictis civetta).

21 - Martim Melo

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20 - A. Maio

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Nos rios, particularmente no seu curso médio e nas zonas mais a sul, bem como nas águas salobras, pode ser encontrado, entre outros, o charoco (Eleotris vittata), um pequeno peixe e crustáceos de distintas espécies. De entre os problemas que afetam a fauna aquática marítima, destacam-se a cada vez maior captura de pescado, nem sempre segundo critérios de sustentabilidade, determinando a redução de alimento disponível para as espécies dos níveis tróficos

delas dependentes, como sucede, por exemplo, com os cetáceos; saliente-se que, para estes mamíferos acresce ainda o risco da sua captura acidental, associado ao tráfego marítimo crescente e ao aumento da poluição física e química das águas, factos que colocam em risco as espécies existentes nos mares nacionais. Relativamente às tartarugas, para além dos problemas resultantes dos resíduos existentes na água, estas debatem-se com a cada vez maior dificuldade em encontrar praias com areia suficiente para poderem proceder à desova em condições ideais, facto que se deve à extracção ilegal e descontrolada das areias das praias. Acrescem a estas situações, a sua captura para fins alimentares e a predação dos ovos por parte de humanos e cães, bem como a predação maciça das jovens tartarugas aquando da sua primeira viagem de entrada no mar. A captura indiscriminada de cavalos marinhos para venda a turistas pouco escrupulosos, ou menos esclarecidos, tem contribuído para a diminuição dos efetivos desta e doutras espécies, urgindo a tomada de medidas preventivas face à situação descrita.

32 - Escola de Mar e Associação Para as Ciências do Mar

A diversidade biológica aquática, marinha ou de água doce e salobra de São Tomé e Príncipe merece também ser realçada, com destaque para a ocorrência de cinco espécies de tartarugas marinhas - que utilizam a praias arenosas das ilhas para efeitos de desova – facto que tem conduzido ao envolvimento de diversas instituições e cidadãos, nacionais e estrangeiros, em iniciativas visando o seu conhecimento e protecção. Segundo Reeves, Stewart, Clapham & Powel, referidos em Gonçalves (2010), são também relevantes as cerca de vinte e oito espécies de cetáceos que ocorrem nestas águas, seis das quais confirmadas, e uma delas – a baleia de bossa (Megaptera novaeangliae) – que utiliza as águas são-tomenses para efeitos de reprodução.

Reprodução de tartarugas Nascimento de tartarugas e entrada (protegida) no mar • Alimentação de cavalos marinhos • Nascimento de cavalos marinhos (ver página 22) •

33 - Escola de Mar e Associação Para as Ciências do Mar

à Casa Tatô, em Morro Peixe MARAPA

29 - Mário Oliveira

• Visita

31 - Mário Oliveira

28 - Hugulay Maia

17

Poluição física Poluição química • Convenção de CITES (ver página 22) •

30 - Mário Oliveira

16

Cetáceo Curso de um rio • Água salobra • Nível trófico •


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19

Afloramento geológico Geossítio • Recurso natural •

Pico do Cão Grande Ilhéu de Santana

35 - Mário Oliveira

34 - Mário Oliveira

Saliente-se também a importância de que se revestem alguns dos afloramentos e estruturas geológicas existentes nas ilhas e ilhéus do arquipélago. Além da importância científica e pedagógica que encerram, podem também revelar-se significativos do ponto de vista cultural, turístico ou económico, constituindo um património geológico a todos os títulos relevante à escala local, regional ou nacional, facto que, conforme Muñoz (1998) e Brilha (2005), referidos por Nascimento, Mantesso-Neto, Ruchkys (2008), justificaria a menção dos mesmos enquanto geossítio, contribuindo para a sua recuperação, conservação, valorização e divulgação. Desta forma, potenciar-se-ia este recurso natural como factor de desenvolvimento sustentável que se pretende para o país e suas comunidades.


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Pedreira de Palmar Boca do Inferno • Pico do Príncipe • Cascata de S. Nicolau •

Apesar da sua maior ou menor grandiosidade, podem integrar este conjunto de potenciais geossítios, entre outros, a Pedreira de Palmar, pela sua importância a nível pedagógico, económico e social, mas também pela magnífica paisagem que proporciona, com a exibição da disjunção prismática da rocha vulcânica, fenómeno que também ocorre na Boca do Inferno e no ilhéu de Santana, entre outros locais. Pela imponência em termos paisagísticos e respectivo potencial turístico, educativo e sócio económico que encerram, são de referir o Pico do Príncipe, o Pico de Cão Grande e a cascata de S. Nicolau, entre outras cascatas.

36 - Mário Oliveira

20

Disjunção prismática Disjunção esferoidal • Depósitos de praias levantadas •

39 - Mário Oliveira

38 - Mário Oliveira

Por estarem a ser alvo de sobre-exploração e a exigir medidas de recuperação e protecção imediatas, referem-se os depósitos de praias levantadas na zona do promontório do aeroporto, baía da Praia Lagarto e na área de Pantufo, entre outros locais.

37 - Mário Oliveira

Menos relevantes do ponto de vista estético e turístico que do educativo, referem-se as várias nascentes de águas gasocarbónicas em Queluz, Madre de Deus, Boa Entrada, Caixão Grande e Palha, entre outras, ou a disjunção esferoidal do basalto, visível num talude de estrada que liga a capital a Angolares, junto da sua intersecção com o rio Manuel Jorge.


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LEGENDAS DAS FOTOGRAFIAS 01 - Ilhéu de Santana

21 - Picanço . Lanius newtoni

02 - Paisagem vulcânica . São Tomé

22 - Tordo-do-príncipe . Turdus xanthrorhynchus

03 - Pico do Príncipe

23 - Truqui-sum-Dessu . Prinia molleri

04 - Ocá . Ceiba pentandra

24 - Rolas…

05 - Floresta de montanha . Pormenor

25 - Lagaia . Civettictis civetta

06 - Vista aérea da floresta . São Tomé

26 - Canário 1 . Ploceus velatus peixotoi

07 - Savana

27 - Canário 2 . Ploceus velatus peixotoi

08 - Mangal

28 - Charoco . Eleotris vittata

09 - Floresta de sombra e cafezeiros . Coffea spp.

29 - Tartaruga-de-couro (ambulância) . Dermochelys coriacea

10 - Cacau . Theobroma cacao

30 - Cavalo-marinho . Hippocampus sp.

11 - Carril dobrado, na floresta . Rebordelo

31 - Peixes . Diversidade

12 - Artesanato 1

32 - Tartarugas marinhas

13 - Artesanato 2

33 - Golfinho Roaz . Tursiops truncatus

14 - Erosão do solo . Actividade experimental 15 - Fia-boba-d'ôbo . Begonia bacata

PROPOSTAS DE ACTIVIDADE

BIBLIOGRAFIA

Construa um vulcão e simule uma erupção http://www.ige.unicamp.br/lrdg/pdf/Blow_up_your_own_volcano_1_pt.pdf

Cardoso, J. C., Garcia, J.S. (1962). Carta dos solos de São Tomé e Príncipe. Lisboa: Memórias da Junta de Investigações do Ultramar, segunda série, nº 39.

Construa um herbário http://www.cienciaviva.pt/projectos/pulsar/herbario.asp http://www.uc.pt/herbario_digital/met_tecnicas/material_herb

FAO (2004). Situation des ressources génétiques forestières de la République démocratique de Sao Tomé-et-Principe (Fondé sur le travail de Sabino Carvalho, Faustino de Oliveira et Hamilton Vaz). Roma, Itália: Division des ressources forestières. Document de travail FGR/63F.

Construa um viveiro florestal http://issuu.com/imvf/docs/manual_dos_viveiros_escolares_

Gonçalves, F. (2010). Os Cetáceos em São Tomé e Príncipe: A luta pela Biodiversidade e Dignidade de um Povo. in Brito, B.R., Pinto, J.R., Alarcão, N. (Coord.) (2010). Abrindo trilhos tecendo redes – reflexões e experiências de desenvolvimento local em contexto lusófono. (pp.121-138)

SUGESTÕES DE LEITURA E PESQUISA

Leventis. A.P., Olmos, F. (2009). As Aves de São Tomé e Príncipe: um guia fotográfico / The Birds of São Tomé e Príncipe: a photoguide (bilingue). 1ª ed. S. Paulo, Brasil: Alves & Fotos Editora.

Manual de Deslizamento – Um Guia para a Compreensão de Deslizamentos http://www.gfdrr.org/sites/gfdrr.org/files/publication/Deslizamentos_M5DS.pdf

http://www.florestascertificadas.org.br/sites/default/files/Cites.PDF http://ec.europa.eu/environment/cites/pdf/trade_regulations/KH7707262PTC.pdf

Lima, R.F. (2012). Alterações do uso do solo e biodiversidade em São Tomé. in Actas do Colóquio Internacional São Tomé e Príncipe numa perspectiva interdisciplinar, diacrónica e sincrónica. Lisboa: Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), Centro de Estudos Africanos e Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT), (pp. 455-464)

34 - Disjunção prismática do basalto . Ilhéu de Santana

FILMES

MARAPA (2009). Ecologia e Educação Ambiental em São Tomé e Príncipe. São Tomé e Príncipe: MARAPA; CTA.

35 - Agulha vulcânica . Pico Cão Grande

Construa um vulcão e simule uma erupção vulcânica https://www.youtube.com/watch?v=QFmrByy-HJE

16 - Musaranho de São Tomé . Crocidura thomensis 36 - Disjunção prismática do basalto . Boca do Inferno 17 - Búzio d’Obô . Archatina bicarinata

37 - Pormenor de disjunção esferoidal

18 - Anjolo ou Bico-grossudo . Neospiza concolor

38 - Cascata de S. Nicolau . São Tomé

19 - Galinhola . Bostrychia bocagei

39 - Disjunção prismática do basalto . Pedreira, em Palmar

20 - Garça boieira . Bubulcus ibis AGRADECIMENTOS Os autores manifestam o seu profundo reconhecimento a todos quantos disponibilizaram os seus documentos fotográficos para utilização nesta obra, contribuindo, de forma solidária, para o melhor conhecimento e valorização do património natural de São Tomé e Príncipe, a saber: A. Maio, Hugulay Maia, Martim Melo, Martin Dallimer, Nik Borrow, California Academy of Sciences, Escola de Mar e Associação Para as Ciências do Mar. Agradecem, ainda, o profundo empenho de Hugulay Maia e Adllander Matos na obtenção das autorizações deutilização de fotografias junto dos respectivos autores.

CONVENÇÃO DE CITES

Nascimento de uma ilha https://www.youtube.com/watch?v=4BfLFSLWLkU http://www.youtube.com/watch?v=5TZ897jgnCA Reprodução de tartarugas http://www.youtube.com/watch?v=hA1jgsjbd10 Nascimento de tartarugas e entrada (protegida) no mar http://www.youtube.com/watch?v=WDoZTEkD6Ec Alimentação de cavalo marinho http://www.youtube.com/watch?v=hLinauVQRb4

Mendes, L.F., Sousa, A. B. (2012). Riqueza de espécies e endemicidade das borboletas diurnas (Lepidoptera: Rhopalocera) de São Tomé e Príncipe. in Actas do Colóquio Internacional São Tomé e Príncipe numa perspectiva interdisciplinar, diacrónica e sincrónica. Lisboa: Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), Centro de Estudos Africanos e Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT), (pp. 653-663) Munhá, J., Caldeira, R., Madeira, J., Mata, J., Afonso, R. (2007). Geologia da ilha de São Tomé. Notícia explicativa da carta geológica na escala 1:25000. Lisboa: Cooperação portuguesa e IPAD – Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento Nascimento, M.A.L., Mantesso-Neto, V., Ruchkys, U.A. (2008). Geodiversidade, geoconservação e geoturismo: trinômio importante para a proteção do patrimônio geológico. São Paulo: SBG.

Nascimento de cavalos marinhos http://www.youtube.com/watch?v=4Nyfp96qWg0 Impresso em papel reciclado

PATRIMÓNIO NATURAL DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE . CONHECER PARA PRESERVAR...


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