Abstracts Sumテ。rios das Apresentaテァテオes
_______________________ Session 2 DEMOGRAPHIC CHALLENGES :: DESAFIOS DEMOGRテ:ICOS
Abstracts :: Sumários
Alcinda Honwana
My presentation examines the lives of young people struggling with unemployment and sustainable livelihoods in the context of widespread social and economic crisis. Failed neoliberal economic policies, bad governance and political instability have caused stable jobs to disappear - without jobs young people cannot support themselves and their families. Most young Africans are living in “waithood”; a period of suspension between childhood and adulthood. This state of limbo is becoming pervasive and is gradually replacing conventional adulthood. While focusing on African case studies, the paper argues that youth in Europe, North America and other parts of the world face the same crisis of joblessness and restricted futures. Thus, this youth crisis is global. The “waithood generation” possesses a tremendous transformative potential, as young people understand that the struggle to attain socio-economic freedoms requires radical political change. From riots and protests in the streets of Maputo, Dakar, Madrid, Lisbon, London, New York and Santiago, to revolutions that overthrow dictatorships in Tunisia, Egypt and Libya, the “waithood generation” is claiming a space for themselves and remaking the world.
Ana Pires de Carvalho
De que maneira as dinâmicas demográficas afectam as prioridades de desenvolvimento e ajuda no futuro?
As dinâmicas de população constituem um instrumento crucial para a definição de estratégias do desenvolvimento das sociedades, seja a curto, médio ou longo prazo, e a sua não inclusão conduz necessariamente a quebras no desenvolvimento harmonioso das mesmas. As interligações entre população e desenvolvimento são diversas, numerosas e frequentemente complexas. Esta apresentação faz a abordagem dos efeitos de elevadas taxas de crescimento populacional no desenvolvimento em Africa, com particular atenção à urbanização excessiva e à juventude. Para além de uma rápida incursão na história do desenvolvimento da população humana, serão apresentados três temas, designadamente, crescimento populacional e seus efeitos no desenvolvimento e pobreza, urbanização e juventude. A apresentação terminará com algumas ideias para a contribuição de uma relação Europa-Africa. Durante mais de um milhão de anos existiu um balanço relativamente estável entre nascimentos e mortes, com um ligeiro aumento médio de nascimentos em relação aos falecimentos. A população humana atingiu o primeiro mil milhões de pessoas nos fins do século XVIII – princípios do século XIX. Neste momento a população humana ultrapassa os 7 mil milhões de pessoas, tendo a passagem de 6 para 7 mil milhões de pessoas ocorrido em menos de 10 anos. Em África ainda há uma taxa de crescimento natural muito elevada, na verdade, dos 10 países do mundo com taxas de fecundidade mais elevadas, 8 são de África. A taxa geral de fecundidade destes países situa-se entre 7,8 e 6,7 filhos por mulher. Apesar da epidemia de HIV-SIDA, estima-se que a África Subsaariana acrescentará mil milhões à população mundial em 2050. Se por um lado mais pessoas pode significar mais produção e mais riqueza, um crescimento populacional muito rápido não ajuda ao desenvolvimento dos países. A questão de fundo é a proporção entre as pessoas que não trabalham em relação às que trabalham, pois quanto maior for esta proporção, mais fraco será o desempenho económico do Pais. Na verdade, o crescimento acelerado da população conduz ao desemprego, crescimento desmesurado e muito rápido das cidades, pressão na oferta de alimentos, degradação do meio ambiente, aumento da dimensão da pobreza absoluta e estimula governos autoritários. De particular importância dos efeitos do rápido crescimento populacional são a educação e saúde. Na verdade, por exemplo, elevadas taxas de fecundidade contribuem para o aumento da malnutrição e mortalidade infantil, assim como para a mortalidade materna. As cidades criam riqueza e podem contribuir significativamente para a diminuição da pobreza de um país e as zonas rurais têm constituído o epicentro da pobreza e sofrimento humano.
Contudo, esta situação está a modificar-se. Na verdade, embora a proporção da população urbana vivendo nos ‘slums’ na Africa Subsaariana tenha diminuído de 70% para 62% nos últimos vinte anos, o número total de pessoas vivendo nessas condições duplicou em igual período, passando de 102 milhões para 213 milhões. Em igual período de tempo, a população urbana passou de 146 milhões para 346 milhões. Note-se que o crescimento urbano na Africa subsaariana é maioritariamente motivado pelo crescimento natural, isto é, nascimentos superiores a mortes. Os jovens urbanos merecem uma atenção especial. São uma grande parte do futuro dos países e portanto deveriam ser educados, deviam ter acesso a serviços de saúde reprodutiva e saúde em geral, e deveriam ter o direito ao emprego. Como mencionado atrás, o acesso à educação e saúde é fortemente restringido pelo rápido crescimento. Por exemplo, em Moçambique, a população de 5 a 14 anos de idade crescerá de 6.3 milhões em 2010 para 9.6 milhões em 2030. Isto representa um crescimento de 50%, que se reflectirá num crescimento igual de escolas, professores, carteiras, livros, etc., só para manter a actual taxa de escolaridade e a actual qualidade de ensino. Além disso, o número de jovens urbanos de 15 a 24 anos duplicará em igual período, passando de 1,5 milhões para 3,0 milhões. Como pano de fundo, a população urbana em idade de trabalhar terá um acréscimo de quase 5 milhões de pessoas entre 2010 e 2030. Geopoliticamente, Africa é de grande importância para a Europa e vice-versa. É indispensável a estabilidade e o desenvolvimento dos países africanos, para que haja frutuosas relações. As questões demográficas apresentadas apontam para um conjunto de acções específicas, a serem debatidas profundamente.
Gregory de Paepe
Promoting Youth Employment
Structure 1. Africa’s recent economic performance and outlook, focussing on why the recent high growth hasn’t been conducive to job creation. 2. What is the situation of young people in African labour markets? (Some stylized facts) 3. What are the implications and risks of this situation and what can be done to promote youth employment?
Africa’s youth population is growing rapidly and getting better educated. This is a huge chance but also a potential threat. With almost 200 million people aged between 15 and 24, Africa has the youngest population in the world. By 2045 Africa’s youth population will double to 400 million. This means that every year 10-12 million young people are joining Africa’s labour market, in need of a job. Based on current trends, 59% of 20-24 year olds will have had secondary education in 2030, compared to 42% today. Although significant quality gaps remain, these trends offer an unrivalled opportunity for economic and social development. The Arab Spring has shown that unemployment and a lack of opportunity among young people contain the potential for upheaval. Surprisingly, Africa’s poorest countries have less unemployed youth than the better-off countries. As countries grow richer and incomes rise, consumers start flocking to known brands, away from the simple local products that used to provide livelihoods for many locals. Many African youth are poor despite being employed. They deserve as much attention and support as youth that are not working. The global economic crisis had a strong negative impact on the employment profile of African youth. Between 2008 and 2010 good jobs declined, while jobs in family agriculture and informal activities, picked up. Youth expectations meet a difficult employment outlook. A global survey conducted by Gallup showed that, young North Africans would rather have a government job than one in the private sector. But the public sector cannot grow as fast as the population and is a much less important employer among youth than adults. The large majority of our country experts as well as young people themselves see the lack of demand for labour as the main barrier to young people in African labour markets. The next bottlenecks are skills mismatches and poor education. Thus any youth employment policy must place job creation at its centre. First, there is the attitude of governments towards small business. Second, governments can support social insurance adapted to the needs of small businesses. Third, many small entrepreneurs in Africa
do not have access to the loans that could allow them to grow their business. Fourth, better services could do a great deal. For instance, a stable electricity supply would allow many, especially in rural areas, to start small-scale production outfits. Governments can also strive to make the education young people receive more relevant to what they need to know in the world of work. Many young people in Africa suffer from skills mismatches. Vocational and technical training systems are an important tool especially when done in cooperation with firms, but play a minimal role for the time being. Education in technical fields is expensive and requires scarce expertise.
Victor Ângelo
Europe –Africa: From Moving Apart to Interdependence
Examining the future of the relations between Europe (EU) and Sub-Saharan Africa (SSA), one can foresee a clear trend of mutual growing indifference. New European leaders are no longer emotionally connected with Africa as in the past through colonial ties and subsequent business interests. The historical links are now lost in the vague memories of the past. Today, there is lack of understanding on the importance of co-operating with SSA. This is especially evident with the attention now focused on the EU’s internal crisis, the developments in the immediate neighbourhood of North Africa and Middle East and the threats China’s expansion poses. In this context of the international relations, Africa is perceived as a distant and modest player, with little relevance to the future of Europe. On the African perspective, besides the recent studies and schools of thought that question the way the EU provides development assistance, many leaders have decided to look towards China, India and other non-traditional partners of Africa, such as Qatar, and seek new investments and different forms of development aid from those countries. My intervention will examine these issues. More concretely, and from the European perspective, I will discuss the following key questions: Is it in the strategic interest of Europe to ignore the formidable challenges – high impact population dynamics, human insecurity and poor governance – that Africa will have to face in next decades? What should be the priorities for a renewed partnership? How relevant are the SSA demographic challenges in the shaping of a new development co-operation agenda? Who sets the agenda? Who speaks on behalf of the African populations? What efforts must be made to regain the political initiative in EU in order to bring Africa back to the top of the development agenda?