Manual do Viveiro Florestal Escolar

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FICHA TÉCNICA Coordenação e Autoria do Estudo Raul Manuel de Albuquerque Sardinha Revisão IMVF (Gonçalo Marques, Rita Caetano) com Ana Mafalda Damião Composição e Edição IMVF Concepção Gráfica Matrioska Design, Lda Impressão e Acabamento

Co-Financiamento Comissão Europeia Apoio IPAD Depósito Legal Tiragem



MANUAL DO VIVEIRO FLORESTAL ESCOLAR

O presente manual foi elaborado como suporte à extensão florestal para as escolas no âmbito do Projecto de Desenvolvimento dos Recursos Naturais no Município de Ecunha, Distrito do Huambo.

Raul Sardinha Ecunha, 2008



Índice APRESENTAÇÃO

7

FERRAMENTAS DO VIVEIRO

19

19

PRODUÇÃO DE PLANTAS NO VIVEIRO

INTRODUÇÃO

9

Vantagens do uso de sacos

20

O PROBLEMA DA SAVANIZAÇÃO

9

Características físicas dos sacos a considerar

20

COMO UTILIZAR O MANUAL

9

Preparação dos vasos

20

PORQUÊ PLANTAR UMA ÁRVORE

10

Preparação da terra

21

PORQUÊ CONSERVAR E PROTEGER A FLORESTA 10

Encanteiramento

21

Sombreamento

22

O VIVEIRO

13

Alfobres

23

PORQUÊ UM VIVEIRO

13

Repicagem

25

TIPO DE VIVEIRO

13

Época de sementeira

27

Viveiro temporário

13

Viveiro permanente

14

AS SEMENTES

29

ONDE INSTALAR O VIVEIRO

14

29

A RECOLHA DAS SEMENTES

Água

14

Acessibilidade

14

EXTRACÇÃO DAS SEMENTES

31

Declive

14

SELECÇÃO DAS SEMENTES

32

Orientação

14

Imersão em água

32

Terra

14

Conservação das sementes

32

15

Requisitos para um bom armazenamento

33

15

15

A forma

33

15

Etiquetagem dos frascos

34

17

COMO PROTEGER O VIVEIRO

COMO MONTAR O VIVEIRO

Vigilância Os Canteiros

INSTALAÇÃO DO VIVEIRO ESCOLAR

Formas de recolha das sementes

SANIDADE DAS SEMENTES

29

33


Índice PREPARAÇÃO DAS SEMENTES

34

A SACHA

41

35

A MONDA

41

TRATAMENTOS CULTURAIS

37

PLANO FLORESTAL ESCOLAR

43

37

FORMULAÇÃO

43

Análise de pureza da semente

A REGA

Das sementes e das plântulas

37

EXECUÇÃO

43

Verificação da humidade

37

AVALIAÇÃO

44

Frequência

37

ATEMPAMENTO

38

CUIDADOS SANITÁRIOS

38

Podridões das sementes, do colo, das raízes

38

Causas das podridões

38

Factores favoráveis às podridões

38

Como evitar a podridão

38

PROBLEMAS SANITÁRIOS MAIS FREQUENTES

NO VIVEIRO

38

Ataque de pulgões

38

Ataque de afídeos

39

Gomo terminal pendente

39

As folhas apresentam-se enroladas

a com manchas esbranquiçadas

Plantas com manchas escuras

no tronco ou folhas

40

EMPALHAMENTO DO SOLO

40

ELIMINAÇÃO DAS INFESTANTES

40

39


APRESENTAÇÃO As actividades de produção de plantas florestais e de plantação ao nível das escolas rurais, têm vindo a ser utilizadas há já alguns anos como uma componente importante nos programas de educação ecológica e florestal em inúmeras escolas rurais do mundo tropical. Foi entendimento do Projecto para o Desenvolvimento dos Recursos Naturais (CE-FOOD/2006/130444), que vem sendo levado a cabo pelo Instituto Marquês de Valle Flor (IMVF), que a efectivação da gestão florestal sustentável no Município de Ecunha tem, entre outros vectores de intervenção, a efectivação da melhoria da educação ambiental da população escolar aliada a uma componente vocacional virada para utilização das árvores e do seu papel no modo e qualidade de vida da região isto pelo contributo que as árvores poderão trazer ao abastecimento energético das populações, à melhoria da segurança alimentar, à melhoria dos rendimentos das famílias agricultoras do município e à melhoria ambiental.

O IMVF, ao pôr à disposição das escolas e dos professores do Município de Ecunha este manual tem a convicção de estar a contribuir para a melhoria da qualidade da educação e a preparar os estudantes para valorizar e utilizar de forma mais adequada e consciente os recursos que a natureza lhes deixou como dádiva. O projecto espera receber uma contribuição activa dos professores no sentido de tornar este manual um instrumento efectivo para a consciencialização dos seus alunos para o valor das árvores no ambiente e para melhoria das suas aptidões como agentes activos da conservação do ambiente e de que depende o seu futuro na Terra.

Este primeiro manual escolar virá a ser complementado por mais dois manuais: * Plantação Florestal Escolar * Produção Florestal Escolar

07.



A floresta é destruída juntamente com a sua fauna e flora

INTRODUÇÃO

naturais. As toalhas aquíferas que alimentam as fontes tornamse mais escassas e profundas; as pastagens vão-se tornando

O problema da savanização

mais ralas; a fertilidade da terra cultivada diminui; a acção do vento faz-se sentir arrastando o solo; as chuvas tornam-se mais

O processo de savanização é a evolução da floresta natural

irregulares e as quantidades que se infiltram para alimentar as

no sentido da savana: menor número de árvores e maior cobertu-

fontes são mais diminutas; as mulheres deslocam-se cada vez

ra do solo por gramíneas (palha). A floresta com grandes árvores

mais longe para abastecimento de lenha para a cozinha. Como

cede o lugar à floresta degradada cada vez mais rala, depois

resultado deste conjunto de efeitos negativos os homens sen-

à savana arbórea, depois à savana arbustiva e à estepe e, final-

tem a fome e tentam cultivar mais terra aumentando os efeitos

mente, ao deserto.

nefastos sobre a floresta. O que se reproduzia antigamente de uma forma natural deixa de sê-lo e não pode ser reintroduzido senão artificialmente. Aquilo que foi arrancado pela mão do homem deve ser agora replantado por ele mesmo. Tal como a batata e o milho, a árvore deve ser cultivada, cuidada e mantida.

Como utilizar o manual Este primeiro manual contém informação geral que permite guiar os professores e os futuros viveiristas não só no ensino dos conhecimentos de base aos alunos das escolas mas também no encaminhamento das diversas operações a seguir na implantação de um viveiro e na manutenção posterior da árvore e da plantação. Fig. 1 - Tipologia de paisagem no fim da sucessão para savana desarborizada típica de grandes extensões da comuna de Ecunha

O viveirista não encontrará, no entanto, neste manual as especificações de produção para cada espécie particular. Encontrará,

O homem destrói a floresta e aumenta as superfícies desnu-

contudo, alguns exemplos de propagação de espécies exóticas

dadas. O alargamento indiscriminado das culturas agrícolas

de rápido crescimento e já aclimatadas no Planalto Central

alimentares e comerciais, os fogos incontrolados frequentes

de Angola e que poderão ser uma resposta às necessidades

e a má exploração são os principais factores de degradação.

de lenha e uma boa fonte de rendimento para o agricultor.

09.


Para conveniente aproveitamento deste manual recomenda-se

• para o fabrico de instrumentos agrícolas e cabos de ferramen-

que sejam consideradas atentamente os conselhos seguintes:

tas: enxadas, machetes, arados, carroças, etc. • para o homem descansar à sua sombra

1 - Cada etapa descrita é importante. As plantas produzidas

• para numerosos usos diários: bancos, cadeiras, mesas, postes,

em viveiro não podem sobreviver ao primeiro ano de plantação

espigueiros, etc.

senão se o terreno oferecer as condições adequadas de crescimento, e se protegermos a árvore e a plantação contra os seus numerosos inimigos, que podemos controlar.

Porquê conservar e proteger a floresta

2 - Recomenda-se vivamente ao professor, que é um elemen-

• para conservar a água nos solos e nas fontes

to essencial à dinamização das aldeias, que deve encontrar-se com a população dos kimbos servidos pela escola para melhor integração desta actividade na vida comunitária e assegurar o melhor sucesso desta actividade. 3 - No quadro do mês da árvore em Março, as autoridades municipais de Ecunha incitam cada habitante a participar na arborização nacional. Assim, alunos, professores, pais e associações de kimbos e a Coopecunha podem ajudar-se numa só e única tarefa.

Porquê plantar uma árvore

Fig. 2 - O ciclo da água e a relação com a floresta e a alimentação das fontes

• para ter lenha junto da casa • para poder produzir carvão para a casa e as cidades • para ter uma fonte de rendimento com a venda dos seus produtos (lenha, carvão, frutos, tortulhos) • para comer os frutos tal como o loengo, a oloncha, a lombula, o maboque, etc. • para construir uma casa • para as cerimónias tradicionais • para fins medicinais

10.


• para conservar os solos cultiváveis e melhorar os nutrientes disponíveis (Fig. 3)

Fig. 5 - Folhas de árvores e arbustos e acácia para alimentar cabras

Fig. 3 - Absorção e circulação de nutrientes no solo

leiteiras (foto de Word Agroforestry Centre)

• para produzir lenha para a nossa cozinha

• para manter as condições da mata que nos dá os tortulhos

• para produzir folhas para alimentar o nosso gado

e as plantas medicinais como, entre muitas, a “ufilanganga” para cura de feridas, a “epocopoco” para dor de barriga ou ainda a “omandoma” para a fontanela. • para dar alimento à fauna que ela abriga • para diminuir a intensidade do vento que arrasta os nossos solos • para conservar o nosso clima e as chuvas que ela nos traz Para vivermos e comermos melhor!

Fig. 4. Utilização de folhagem de árvores e arbustos na alimentação do gado (foto de Word Agroforestry Centre)

11.



O Viveiro Porquê um viveiro Chama-se viveiro o local onde se fazem crescer as árvores

O viveiro frutícola produz árvores fruteiras

depois da sementeira até ao momento em que elas são postas

Ex: O viveiro de Ecunha produz mangueiras, laranjeiras, limoeiros, etc.

para plantação na terra. O viveiro escolar é uma pequena instalação perto da escola, Certas espécies pouco exigentes e com sementes facilmente

convertida num espaço educativo, onde os estudantes têm

manipuláveis podem ser semeadas directamente no terreno

a oportunidade de adquirir uma série de conhecimentos e ex-

e com o compasso definitivo. A essas plantações dizem-se

periências para a sua própria formação porque lhes permite:

“plantações por sementeira directa”. O abacateiro e a nespe-

* Ficar sensibilizados para o papel da árvore nas sua relação

reira prestam-se bem a este tipo de plantação.

com a agricultura e o seu potencial como actividade fornecedora de bens e serviços;

Entretanto, se as condições do meio e do clima são desfavorá-

* Conhecer por observação directa aspectos relacionados com

veis e se as sementes são muito pequenas e de apanha difícil

a produção de plantas e o seu crescimento;

(ex: eucalipto) é preferível produzir as plantinhas (plântulas)

* Adquirir aptidões necessárias para a produção de plantas;

em viveiro com cuidados particulares o que oferece várias

* Querer e respeitar as árvores

vantagens a saber: Tipo de Viveiro 1 - Poder cuidar na idade juvenil das plântulas susceptíveis a certas doenças;

Conforme o tempo de permanência da actividade de produ-

2 - possibilitar às plantinhas em terreno definitivo uma maior

ção de plantas num determinado viveiro este pode ser do tipo:

resistência aos inimigos: concorrência da palha, animais

temporário ou permanente.

domésticos e selvagens, fogos; 3 - permitir que as plantinhas estejam suficientemente fortes

Viveiro temporário

no fim da estação seca sem irrigação.

Diz-se daquele que é estabelecido para o fornecimento de plantas num curto intervalo de tempo, normalmente até

O viveiro florestal produz árvores florestais

ter abastecido de plantas uma pequena área que se pretende

Ex: Viveiro de Ecunha produz pau de eucalipto, de pinheiro, de casua-

arborizar.

rina, etc.

13.


Permite a produção durante um certo tempo de plantas,

Água

normalmente de rápido crescimento e com utilização de vasos

É uma condição fundamental para a escolha do local da insta-

ou sacos.

lação do viveiro.

Ex: cupressus, pinheiros, eucaliptos

Escolhei um terreno próximo de um ponto de água que não Produção em sacos 3-5 meses

seque durante a estação seca.

Viveiro permanente

Acessibilidade

É aquele que é montado com carácter permanente e para

Para os viveiros comunitários é preferível instalar o viveiro

abastecimento de plantas a uma grande região ou como vivei-

próximo da área que vai ser plantada, caso contrário o vivei-

ro de ensino. As plantas são produzidas quer em vaso quer em

ro deve ser localizado próximo de uma estrada. No caso dos

plena terra. É o caso do viveiro em Ecunha.

viveiros escolares, dada a sua finalidade, a primeira prioridade

Ex: eucalipto, pinheiro, árvores para alimentação do gado ou para pro-

é que fiquem tão junto quanto possível da escola e num

dução de fruta.

local que a população possa frequentar. Contribuireis assim para a transmissão dos vossos conhecimentos a todos os membros

Onde instalar o viveiro

da comunidade.

Com a ajuda das autoridades das povoações, da população

Declive

e dos professores envolvidos no plano procurar-se-á encontrar

O terreno deve ser plano. Uma ligeira inclinação permite uma

o terreno ideal para o viveiro e que fique tão próximo quanto

boa drenagem (penetração e circulação da água no solo).

possível, junto ou nas proximidades da escola. A localização

O solo não deve ficar inundado na estação das chuvas; a água

ideal é a que se esquematiza na Fig. 6.

matará por asfixia (afogamento) todas as plantas.

Escolhei o local para o viveiro com cuidado. Um bom local

Orientação

é um passo importante para o sucesso.

Escolhei um local com sol. Se durante um certo período do seu crescimento as plantas necessitarem sombreamento, far-se-á, para isso, uma estrutura temporária. Terra Se a terra do local do viveiro não for boa (com calhaus, solo pouco profundo, demasiado seco ou demasiado argiloso) é necessário transportar terra de outros locais e incorporar estrume. Se for muito pesada (argilosa) é necessário misturá-lo com areia para ficar mais leve e permeável à água e raízes.

Fig. 6 - Exemplo de implantação de viveiro escolar

14.


Fugir dos solos de cor vermelha carregada e dos solos inundá-

Vigilância

veis, cinzentos escuros, das faixas alagadiças. Escolhei de prefe-

O viveiro deve estar situado num local onde seja possível

rência solos frescos de cor parda.

vigilância frequente.

Como proteger o viveiro

Como montar o viveiro

Tanto os animais domésticos (galinhas, cabras, porcos) quanto

Limpeza - o terreno deve ser completamente limpo de ervas,

os selvagens (coelhos, macacos, ...) são a causa de inúmeros

arbustos e pedras.

prejuízos num viveiro. É por isso que a vedação é muito

Nivelamento - se o terreno for inclinado deve ser nivelado em

importante.

terraços sucessivos que seguem as curvas de nível com valas

Deve utilizar para a executar, tanto quanto possível, material

de drenagem entre os terraços, traçadas perpendicularmente

local. Na disposição que der à vedação e à sua robustez tenha

à inclinação.

em consideração o tamanho dos inimigos de que pretende defender o viveiro. Os suportes devem ser sólidos. Pode utili-

Os canteiros

zar-se bambu, postes de madeira, rachas de eucalipto, esteiras,

Forma - os canteiros são traçados segundo formas geomé-

folhas de palmeira ou palmeira entrelaçados. Pode utilizar-

tricas, normalmente rectangulares, onde se fazem crescer

se também uma vedação viva de espécies espinhosas como

as plântulas, normalmente de uma forma ordenada por

os cactos, Dichrostachys glomerata ou outras espinhosas locais

espécies. Os canteiros podem ser delimitados com tábuas,

como os aloés.

blocos, pedras, bambu ou corda. Use preferencialmente

Não vale a pena fazer viveiro se não se procede à sua vedação

materiais locais.

correcta desde o princípio.

Fig. 8 - Exemplos de limitação de canteiros com material local Fig. 7 - Várias formas de protecção do viveiro

15.


Tipos - Os canteiros podem ser de diferentes tipos:

Caminho - Entre cada canteiro fazer um caminho para

• canteiros de germinação

permitir uma circulação fácil e um espaço confortável para

• canteiros de produção - em terra

trabalhar nos canteiros. Use entre 0,5 m a 0,8 m de largura.

- em sacos Orientação - Os canteiros serão orientados no sentido

Os canteiros podem ser:

E-O para diminuir as superfícies expostas aos raios do sol

1- Mais elevados que o nível do solo (15 a 25 cm). Quando

ao nascente ao poente (Fig. 11)

o terreno é húmido ou quando há riscos de encharcamento depois das chuvadas. 2- Ao nível do solo ou mais baixo que o nível do solo (10 cm) quando o solo é seco e arenoso para economia da água de rega. Largura - 0,8 m até 1,2 m; para viveiro escolar aconselha-se a menor dimensão. Se fizerem os canteiros mais largos, será difícil regar as plantas, fazer a repicagem no meio do canteiro e, também, fazer a monda. Comprimento - pouco relevante 1 canteiro = 1 espécie

Fig. 10 - Camas de plantação mais baixas que o nível do solo

1 método cultural (ou raízes nuas ou em vasos)

Fig. 11 - Orientação dos canteiros do viveiro Fig. 9 - Terraceamento e drenagem de um pequeno viveiro comunitário para evitar a erosão em solos ondulados

16.


Instalação do Viveiro escolar O viveiro deve ser concebido por forma a ter três zonas fundamentais conforme exemplificado na figura 12: 1. A zona de preparação do substrato, que é uma mistura de terras onde as plantinhas (plântulas) vão crescer. 2. A zona de germinação das sementes (o alfobre ou seminário); 3. A zona de crescimento (plantório) das plântulas antes da transplantação para a plantação. 4. Caminhos entre canteiros

Fig. 12 - Plano de instalação genérica do viveiro

17.



Ferramentas do Viveiro Produção de plantas no viveiro A plantação e a replantação florestal envolve duas actividades essenciais: Produção de plantas

Manutenção e criação de florestas

Plantação

A produção de plantas consiste na geração de muitas plantinhas com recurso a várias técnicas; A plantação é a fase que consiste na instalação das plântulas em terreno definitivo das plantinhas produzidas em viveiro e com recurso a técnicas diversas de acordo com o nível de tecnologia utilizada ou de acordo com a topografia do terreno. Quanto à actividade de produção de plantas existem duas formas de produção de plantas: a partir de sementes ou a partir de materiais vegetativos. O esquema genérico da sequência utilizada é: PRODUÇÃO DE PLANTAS Obtenção de material Fig. 13 - Identificação das principais ferramentas para um viveiro escolar

de propagação

Por sementes Sementeira directa Produção em viveiro Por material vegetativo Por estacas Por enxertia Por mergulhia Por cultura de tecidos

19.


Nas condições ecológicas do planalto e as reduzidas qualida-

Enchimento

des tecnológicas das espécies do miombo bem como do des-

Para encher os sacos de plástico utilizar uma lata de conserva

conhecimento das características de regeneração da generali-

aberta nas 2 extremidades. Enche-se o saco de terra seca até à

dade das espécies nativas com interesse na produção de frutos

borda. Assegure-se de que o saco está cuidadosamente cheio

não serão consideradas técnicas de viveiro em plena terra mas

para que não ocorram bolhas de ar que provocam a secagem

unicamente em sacos.

das raízes.

Vantagens do uso de sacos a. A época do plantio pode ser alargada; b. Protecção das raízes; c. Melhor desenvolvimento inicial das plântulas; d. Melhor controlo sobre a quantidade de sementes Características físicas dos sacos a considerar a. Forma: Para evitar o crescimento das raízes em forma

Fig. 14 - Se os sacos não estão cuidadosamente cheios criam-se bolsas

de espiral, estrangulada ou dobrada;

de ar no seu interior o que provoca a morte das raízes

b. Material usado: Usar material que não se desintegre durante a fase de produção de plantas;

No enchimento dos vasos siga a sequência e cuidados repre-

c. Dimensões: A altura e o diâmetro do saco devem variar

sentados na Fig. 15.

conforme as características da espécie e o respectivo tempo de permanência no viveiro. Para eucaliptos e pinheiros os sacos a usar devem ter as seguintes dimensões: 10 cm de boca; 18 cm de comprimento; 0,03-0,04 mm de espessura de parede. Independentemente das espécies a cor deve ser preta. Preparação dos vasos Há vários tipos de vasos: sacos de plástico, tubos estriados de plástico, em folha de bananeira, em papel. Os sacos devem ser furados nos lados da parte inferior para que a água possa escoar-se.

Fig. 15 - Sequência de operações de enchimento dos sacos

20.


Preparação da terra

Encanteiramento Coloque os sacos bem encostados uns aos outros por forma

A terra a ser utilizada para o crescimento das plantas deve ser

a preencher o canteiro já demarcado no terreno.

de boa qualidade, textura franco-arenosa ou franca, fértil. Deve utilizar-se para o viveiro a camada superficial do solo.

No nosso exemplo, com sacos de 13 cm de diâmetro, teremos

Escolher terra de uma área florestal e não a dos campos das

que alinhar 10 sacos por metro de comprimento (veja fig. 17).

onhakas ou de solos nus. Utilize um solo leve com alguma areia e que não esteja contaminado por sementes de ervas daninhas. A terra a ser usada para o enchimento dos sacos para eucaliptos ou pinheiros deve garantir um nível de fertilidade para o adequado desenvolvimentos das plântulas. Aconselhase assim o uso de misturas. Mistura de terras Fazer uma mistura destas três componentes: • 6 partes de terra fina • 3 partes de areia • 1 parte de estrume bem curtido Peneiramento A terra utilizada para enchimento dos sacos deve ser peneirada

Fig. 17 - Colocação dos sacos no canteiro

se contiver calhaus, pedras e sujidades. Mantenha os sacos bem verticais e evite forçar meter mais sacos deixando-os aplanados. Para os manter delimite o canteiro com tábuas, tijolos, bambu ou pedras.

Fig. 16 - Tipos de peneiras de fabrico local Fig. 18 - A. Bom desenvolvimento das raízes nos sacos arrumados verticalmente; B. Deformação das raízes devido à má arrumação dos sacos

21.


Sombreamento

A cobertura deve ser móvel. A estrutura de suporte pode ser fixa mas o tecto móvel.

As plântulas jovens e frágeis da maioria das espécies precisam de sombra contra o sol quente, principalmente na altura

Não se retira definitivamente a cobertura duma vez, mas

da germinação.

progressivamente para acostumar as plantas ao novo regime de luz.

Cobertura A cobertura protege igualmente as plantas contra: o excesso

A princípio tire o sombreamento uma hora ou duas por dia,

de evaporação, a chuva forte, o frio nocturno, o vento, etc.

de manhã cedo, quando o sol está baixo e pouco quente. Gradualmente aumente o período de exposição ao sol, até

Faça a cobertura a partir de materiais locais (palha do mato

retirar completamente a cobertura.

tecida, folhas de palmeira, bambu, etc.). Altura A cobertura será mais ou menos densa deixando passar uma

Deve ser tal que permita os cuidados culturais das plantas

luz filtrada.

e um bom arejamento. Começa-se com uma altura baixa (30 cm) que sobe progressivamente à medida que as plântulas

Deve ter em atenção que o sombreamento deve ser o exclusi-

crescem.

vamente necessário para que o sol não queime as folhas muito tenras e não necessitar de regas mais frequentes. Se o viveiro estiver demasiado sombreado as plantas ficarão fracas e amarelentas sem capacidade de resistência na fase de plantação.

Fig. 20 - Exemplo de cobertura móvel e altura aconselhada logo após a repicagem

Sementeira nos canteiros (só para sementes gradas) Com a ajuda do dedo ou de um pau fazer pequenos sulcos em Fig. 19 - Alguns exemplos de coberturas de sombreamento com

linha na terra colocando-se a semente o mais uniformemente

materiais locais A - com bambu; B - com folhas de palmeira

possível.

22.


Profundidade e espaçamento

Alfobres

Os buracos devem ter entre 2-3 vezes de profundidade a dimensão da semente (2-3 cm de profundidade) e distancia-

Com sementes muito pequenas como as de eucalipto,

dos 5 cm uns dos outros. Deixar 10 cm entre linhas.

ou mesmo as de pinheiro, não é fácil semeá-las nos sacos. Além disso sendo as sementes de qualidade bastante caras, não

Sementeira

é conveniente desperdiçá-las o que sucederia se semeássemos

Pôr em cada cova 2 a 3 sementes; fechar a cova arrastando

directamente nos sacos onde de certeza, cairia mais do que

a terra e pressionando-a.

uma semente que daria uma plantinha que teria depois de ser arrancada.

Rega e sombreamento Depois da sementeira regar delicadamente com um regador

Os locais onde se semeiam as sementes antes de transferir

munido com chuveiro fino uma vez de manhã e outra ao cair

individualmente as plantinhas para os sacos chamam-se alfo-

da tarde até as sementes germinarem.

bres.

Sombrear com uma cobertura a 60 cm de altura. À medida

Como regra os alfobres devem ser utilizados para que o agri-

que as plantas crescem elas começam a competir umas com

cultor possa:

as outras. E então necessário desbastá-las, isto é deixar só

* Escolher plantas de tamanho e desenvolvimento uniforme

a melhor planta em cada cova.

para transplantação; * Para evitar todo o trabalho de enchimento de sacos com

Sementeira em vasos

sementes que não se sabe se germinam;

Com a ajuda do dedo ou dum pau, fazer uma pequena cova

* Para ganhar tempo no desenvolvimento das plantas que

na terra de cada saco e colocar 2-5 sementes no centro. Tapar

vamos plantar.

a cova e pressionar ligeiramente a terra. Para pequenas plantações a nível escolar basta um pequeno Rega e sombreamento

alfobre temporário feito sempre com materiais locais como

A rega e o sombreamento são idênticos ao caso anterior.

o que se mostra na Fig. 21 ou directamente num pequeno canteiro na terra que depois se sombreia.

Desbaste Quando as plantas têm já boa dimensão deixa-se só uma planta por saco.

23.


Tempos previstos para germinação * Eucalipto entre 5 a 10 dias * Pinheiros, cupressus e casuarinas entre 2 a 3 semanas Durante este tempo regue duas vezes por dia com um regador de crivo fino. Ter em atenção que a rega deve ser moderada para evitar o apodrecimento da semente e o aparecimento de doenças. Nesta fase o controlo do sombreamento é essencial. Logo após a sementeira as esteiras colocam-se directamente ao nível do solo e à medida que as plântulas vão emergindo as esteiras Fig. 21 - Pequeno alfobre feito de materiais locais

vão-se levantando lentamente de modo que as plantas não se deformem e vão recebendo sol gradativamente.

Para que a semente seja espalhada de uma forma mais homogénea, principalmente para sementes muito pequenas como as de eucalipto, estas misturam-se com terra ou areia muito fina. Espalha-se 2,5 - 3 gramas de semente por m2 de alfobre (600 - 1500 plântulas no caso dos eucaliptos) ou 14 -16 gramas para o caso do pinheiro patula que deve produzir aproximadamente 1500 plântulas para repicar. Depois de espalhada a semente esta é coberta com uma camada fina de terra vegetal com a espessura de 0,5 mm; segue-se uma pequena pressão com uma pequena tabuinha para acomodar a semente (Fig. 22) antes de se regar com um regador equipado com aspersor muito fino. Tapa-se depois o alfobre com uma esteira de caniço.

Fig. 22 - Forma de acomodar a semente com uma tabuinha Fig. 23 - Manejo do sombreamento das plântulas no alfobre

24.


Passada uma semana depois do início da germinação devem retirar-se as esteiras fora das horas de pico do sol.

Há contudo outros critérios de escolha das plântulas como a dimensão das plantas descartando plantas muito pequenas

As duas regas diárias devem manter-se.

ou muito grandes pois o que queremos é que no fim do tempo de viveiro as plantas tenham uma altura muito uniforme

As plantinhas mantêm-se no alfobre cerca de 60 dias, altura

(Fig. 25).

em que devem ter atingido uma altura média de 3 a 5 cm. É esta a idade e altura em que devem ser transferidas (repicadas) para os sacos. Repicagem Chama-se repicagem à operação de transplante de uma plântula do alfobre para os plantórios, canteiros ou sacos no mesmo viveiro e onde as plantinhas se vão desenvolver antes da plantação. Esta operação é também utilizada para nos descartarmos de plantinhas que apresentam algum tipo de deformação (Fig. 24).

Fig. 25 - Configuração das plantas a repicar

A repicagem não deve ser efectuada ao sol. Lembre-se sempre que o sol mata as raízes. Como repicar correctamente A repicagem é uma operação sensível e que requer prática para que o sistema radicular não seja comprometido. Para uma repicagem bem feita deve seguir os passos indicados e as exemplificações gráficas (Fig. 26):

Deite fora todas as plantas que parecem doentes, fracas

e amareladas;

No caso das plantas que nesta altura interessa aos

Fig. 24 - Tipos de deformações mais comuns nas plântulas e que

agricultores e comunidades (eucaliptos, pinheiros, casuarinas

devem ser descartadas

e leucaenas) a repicagem deve processar-se aproximadamente 60 dias depois da sementeira;

25.


Regar bem o alfobre na noite anterior à repicagem;

Verifique se o local para onde as plantas vão ser transplan-

tadas está bem sombreado antes de começar a repicagem;

Utilize uma espátula de lâmina estreita ou uma haste

de madeira para criar espaço para retirar a plântula sem a ferir;

Levante a planta segurando pelos cotilédones ou pelo cau-

le junto à base sem comprimir o tronco que é muito tenro e frágil (fig. 26); Fig. 26 - Procedimentos da preparação das plântulas para repicagem

Coloque as plântulas retiradas do alfobre imediatamente

em água;

Para a obtenção de plantas de boa qualidade é importante que as plântulas de boa qualidade sejam colocadas nos sacos em

Prepare com uma haste de madeira um buraco na terra

boa posição por forma a garantir que as raízes se desenvolvam

do saco garantindo que ele está no centro e é suficientemente

com boa configuração o que é uma garantia de se obter

fundo para que as raízes não fiquem dobradas. Se as raízes esti-

depois da plantação uma árvore com boa forma e bom ritmo

verem muito compridas corte-as com uma tesoura bem afiada

de crescimento. Isso obriga a que a plântula seja colocada

para assegurar que elas ficam dirigidas para baixo;

a meio do saco, que a raiz fique perfeitamente direita e que

a profundidade do buraco seja suficientemente funda para

Colocar suavemente e bem verticalmente a planta no

buraco deitando terra à volta das raízes e começando pelo

acomodar a raiz (Fig. 28). Se esta for muito comprida deve ser aparada com uma tesoura bem afiada.

fundo do buraco. Segue depois o calcamento suave do solo com o dedo à volta da planta para assegurar que não há bolsas de ar (Fig. 27);

Regar bem os sacos imediatamente ou o máximo até uma

hora depois da repicagem e colocação dos sacos nos canteiros.

Fig. 27 - Execução da transplantação do alfobre para os sacos no plantório

26.


Época de sementeira

Para as plântulas em canteiro, como o eucalipto, o cupressus ou o pinheiro, é preferível fazer a sementeira em Outubro. As plantas são plantadas no mês de Junho-Julho do ano seguinte. Ao fim de 9 meses, as raízes das plantas estarão bem desenvolvidas, o tronco é robusto e duro e as plantas adaptar-se-ão facilmente ao terreno de plantação, mesmo após o corte da parte do sistema radicular. De uma maneira geral, a sementeira em saco deve ser feita entre os meses de Janeiro a Março. As plantas serão plantadas no mês de Julho do mesmo ano. Exemplos de plantas que preferirão uma produção em vasos: cupressus, eucaliptos, casuarina.

Fig. 28 - Posicionamento das plântulas nos sacos no acto de repicagem

Depois de cada rega, lavar o regador e o chuveiro e limpá-los O mau posicionamento das raízes provocam-lhes deformações

de detritos ou terra.

que vão comprometer irremediavelmente as plantas depois de plantadas: árvores com mau crescimento e com copas

Não deixar as ferramentas à chuva ou ao sol porque se estra-

deformadas e normalmente com troncos tortos (Fig. 29).

gam muito rapidamente. Os canteiros devem ser devidamente identificados quanto ao: 1 - nome popular da espécie 2 - data da sementeira

Fig. 29 - Deformações radiculares resultantes de má condução da repicagem Fig. 30 - Exemplo de identificação de canteiro

27.



As

Sementes

A recolha das sementes

De parcelas que tenham sido originadas de sementes de:

- Uma ou muito poucas árvores Escolher sempre as árvores com melhor porte e com tronco

- De um muito pequeno lote de sementes

mais rectilíneo para recolher as sementes.

- De uma ou duas variedades (clones)

As boas sementes produzem boas árvores. As sementes prove-

Colha somente sementes grandes, sãs e maduras. Evite

nientes de uma árvore de tronco rectilíneo, bem conformado

recolher as primeiras e últimas sementes da estação porque

e vigoroso, produzem, geralmente, árvores direitas e vigorosas.

elas são geralmente de má qualidade. Logo que colha os frutos assegure-se que o faz sem estragar a árvore. Seleccione só alguns ramos laterais. Nunca recolha frutos cortando os ramos principais da copa ou o eixo principal. Formas de recolha das sementes Colecta do solo

Fig. 31 - Importância da qualidade da semente

Consiste em recolher frutos ou sementes com as características de maturação desejadas e caídas no chão de árvores em pé

Na maior parte das espécies evite colher sementes de:

ou de árvores que tenham sido cortadas para aproveitamento (Fig. 32). É a técnica mais fácil e económica se bem que apre-

Árvores isoladas pois o mais provável é serem auto-

sente algumas desvantagens:

-polinizadas;

De pequenos grupos de 2-4 árvores que estejam bastante

longe de outras da mesma espécie;

As sementes perdem a sua viabilidade se permanecerem

durante períodos prolongados no solo;

29.


Quando permanecem muito tempo no chão mais facil-

O processo mais comum é a de fazer cair os frutos maduros

mente estão sujeitas a ataques de fungos, insectos ou ani-

que, por isso, se desapegam mais

mais;

vareja-se a árvore com varas compridas com uma

facilmente. Para isso

forquilha na ponta (Fig. 33) para mais facilmente poder

É difícil identificar as árvores de onde provêm.

quebrar alguns ramos que não prejudiquem a copa da árvore.

Fig. 33 - Varejo de uma árvore para apanha de frutos

Para este trabalho com a vara é recomendável uma equipa de dois homens: um vareja a árvore e o outro recolhe os frutos ou os ramos que vão caindo. A sacudidela dos ramos pode ainda fazer-se de forma eficaz Fig. 32 - Colecta de frutos do chão e de árvores abatidas

com o uso de uma corda que se faz passar pelo ramo que se quer abanar (fig. 34).

Por isso é necessário proceder à recolha o mais cedo possível após o estação de maturação da frutificação das árvores das espécies em que estamos interessados. Procure a informação necessária junto dos serviços do Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF), ou dos serviços técnicos do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural. Colecta de sementes de árvores em pé Este é o método mais seguro para obtenção de sementes pois sabe-se de que árvores provém; garante-se que a escolha das melhores árvores.

30.

Fig. 34 - Uso de uma corda para apanha de frutos


Para árvores de certa dimensão, o uso de escadas de fabrico

Cápsulas lenhosas

local como as representadas na Fig. 35 são bastante úteis

As cápsulas lenhosas colhem-se quando ainda

à apanha de frutos. Deve dizer-se, no entanto, que o trabalho

se encontram ligeiramente verdes. Deixam-se

envolve riscos pelo que não deve ser executado por crianças.

a secar ao ar sob coberto após o que os frutos

abrem e libertam as sementes que se podem

separar por peneiração.

Ex. Eucaliptos e Casuarina

Frutos polposos

As sementes estão incluídas num fruto

polposo

os frutos são postos em água para provocar

a maceração da polpa. Após 2-3 dias de

imersão espremem-se os frutos, retira-se

a polpa que envolve as sementes que se

deixam secar ao ar sob coberto.

Ex. Loengo, palmeira do azeite

Cápsulas e vagens deiscentes

Ex. Cassia, Kaya sp. Leucaena sp.

Fig. 35 - O uso de escadas de fabrico local para apanha de frutos

indeiscente. Após

a

extracção

Extracção das sementes Os frutos depois de apanhados são levados para o pátio Como existem vários tipos de frutos assim os métodos apro-

da escola e dispostas sobre uma serapilheira, separados dos

priados para a extracção das sementes são também diversos:

ramos, folhas ou outros elementos estranhos e deixados a secar (Fig. 36).

Frutos secos indeiscentes

Semeamos directamente as sementes tal

como ocorrem.

Ex. Caju

Vagens indeiscentes, cápsulas

Extraem-se as sementes por quebra e divisão

dos frutos. Os mesmos podem ser pilados,

por vezes após imersa em água.

Fig. 36 - O trabalho inicial dos alunos na desgranagem e limpeza

Ex. Prosopis africana, Leucaena leucocephala

das sementes

31.


Os frutos e vagens deiscentes são desgranados manualmente

Do lote de sementes secas ao ar faça uma segunda escolha

(Fig. 37).

retendo as sementes que têm uma forma regular, com boa configuração e de maiores dimensões. Para sementes de leguminosas mais gradas o teste da faca (Fig. 39) é igualmente útil em substituição da escolha por flutuação.

Fig. 37 - Limpeza manual da semente

Selecção das sementes Imersão em água Quando as sementes são extraídas imergi-las numa bacia com

Fig. 39 - Teste da faca para testar a maturação da semente

água (Fig. 38): limpamo-las do pó e retiramos as sementes chochas que flutuam e que se sabe não germinarão. Lance-as

Conservação das sementes

fora.

O ideal seria semear as sementes imediatamente após colheita. Mas isso é difícil ou impossível para uma grande

Retire as sementes boas que ficam no fundo, seque-as ao ar

maioria de espécies porque a data de sementeira depende

sob coberto.

da data do período de plantação e da altura que pretendemos que as plantas tenham ao meter na terra. Assim, as sementes, cuja maturação só se verifique, por exemplo, em Junho, devem ser conservadas até a data de sementeira no viveiro. Algumas sementes, contudo, perdem a sua faculdade germinativa muito rapidamente (Ex. neem) pelo que é necessário utilizá-las o mais depressa possível.

Fig. 38 - Como se efectua a selecção por flutuação

32.


O armazenamento e conservação das sementes tem ainda

Sanidade das sementes

outras vantagens como:

Ter sementes recolhidas em anos de safra para poder

As sementes que se reservam para armazenamento devem

dispor de semente em anos de baixa produção;

estar sãs. Isto quer dizer:

Ter material de propagação em datas oportunas para

Sem fungos. Os sintomas são o aparecimento de man-

plantação;

chas, perda de cor natural e cheiro (cheiro a mofo). Mesmo

que estes sintomas só apreçam em algumas sementes,

Ter sementes disponíveis para troca com outras escolas

ou entidades;

na realidade todo o lote está contaminado e deve ser deitado

fora (no fogo).

Um armazenamento adequado que permita conservá-

las por períodos prolongados com pouca perda de viabilidade germinativa.

A forma de prevenção mais prática é manter o controlo da humidade

Requisitos para um bom armazenamento

da semente;

As sementes devem ser conservadas num local fresco, resguardadas da humidade e das variações bruscas de temperatura, e preservadas dos insectos e roedores. As sementes recém colhidas têm um elevado teor de humidade pelo que se as guardarmos com essas condições elas serão rapidamente atacadas por fungos, que a apodrecerão. Daí que a primeira operação é a secagem feita à sombra. A humidade deve ficar reduzida a percentagens entre os 4 - 12% dependendo da espécie e das indicações que sejam fornecidas pelo IDF. A redução da humidade, além de reduzir os riscos de apodrecimento, reduz o processo respiratório

Fig. 40 - Forma de inspeccionar o estado sanitário da semente

e o consumo de substâncias nutritivas armazenadas na semente prolongando-lhes a vida.

Ataque de insectos. Os insectos que mais atacam

Por isso, após secagem, devem ser conservadas em recipientes

as sementes florestais são os gorgulhos e as formigas (sala-

herméticos (latas, garrafas ou sacos de plástico) tão cheios

lé). Em alguns casos os ataques ainda se encontram nos fru-

quanto possível.

tos verdes e é por isso que logo após a colheita dos frutos as sementes devem ser desgranadas ou despolpadas (para

Muitas sementes requerem para sua conservação prolongada

os frutos carnudos), limpas e secas. Se as sementes são devi-

técnicas especiais e conservação a baixa temperatura (4 °C).

damente secas e seleccionadas, o correcto armazenamento em

Conforme a espécie que pretende utilizar consulte os técnicos

recipientes herméticos é suficiente para impedir os ataques

dos Serviços do IDF.

de gorgulhos e salalé.

33.


Danos mecânicos: São lesões produzidas na casca da

Digestão animal

semente na altura da apanha. Alguns são leves e não chegam

Algumas sementes são comidas pelos animais e beneficiam

a impedir a germinação já outros inviabilizam-na. Quer isto

assim de um tratamento adequado no aparelho digestivo dos

dizer que todas as semente que vão ser armazenadas não apre-

animais que torna o tegumento permeável à água.

sentem danos mecânicos de qualquer natureza.

Ex. Omanda, Omia

Etiquetagem dos frascos

Imersão em água quente

Uma vez as sementes envasadas, seja em frascos, latas ou

Faça ferver a água. Retire a panela do fogo e faça mergulhar

sacos de plástico, é necessário identificá-las de forma clara

a semente entre 3-4 minutos. Retire-as da água quente

e útil. A etiqueta que os alunos podem fazer reúne a seguinte

e deixe-as imersas em água à temperatura ambiente durante

informação:

24 horas. Ex. Cassia, Calabaceira, Leucaena

Nome da espécie ......................................................................

Identificação do local de recolha ........................................

Re-humificação

Identificação da

.......................................................

Certas sementes têm necessidade de um tratamento de re-

Nome dos colectores ..............................................................

humidificação e de aquecimento para favorecer a germinação.

ID da Escola ................................................................................

É o caso das sementes de palmeira do azeite.

árvore(1)

Cama de carvão (1) A preencher no caso de haver um programa de melhoramento e de haver

Em primeiro lugar usa-se deixar as sementes em imersão

árvores plus identificadas

durante 7 dias à temperatura ambiente (27 °C). A água é removida diariamente.

Preparação das sementes

Depois de impregnadas as sementes são dispostas em caixas de madeira com carvão com granulometria de aproximada-

Para germinarem as sementes devem estar perfeitamente

mente 3 mm.

desenvolvidas (colhidas de frutos maduros) e conservar a faculdade germinativa.

Escarificação Para o tratamento de grandes quantidades de sementes usam-

Conforme for o tamanho da semente e do tegumento

se máquinas com rolos abrasivos em que a semente tem

protector (casca) assim varia a necessidade e o método

de passar e que desgasta o tegumento por forma a torná-lo

de preparação.

mais permeável à água.

Algumas sementes são qualificadas de “duras” (é quase sempre uma característica das sementes das leguminosas como

Tratamento com salalé

as acácias e leucaenas) e necessitam de tratamento antes

Pode utilizar-se a salalé para destruir o tegumento de algumas

da sementeira sem o qual a água necessária à quebra da

sementes duras.

dormência da semente dificilmente penetra no tegumento.

Ex. Leucaena

34.


Para isso logo após a colheita das sementes, deixe-as no chão

3. Efectuar as medidas (Fig. 43);

junto à mata e cubra-as com um cartão seguro com algumas pedras. Ao fim de 4 semanas, retire o carvão, remova as formigas; a semente está em condições de ser semeada. Análise de pureza da semente Esta análise pode fazer-se de duas formas: por pesagem e por volume. No primeiro caso temos de dispor de uma balança com alguma precisão o que não está ao alcance das escolas rurais. Para a segunda só precisamos de alguns vasos de vidro. O procedimento para qualquer uma das opções é o seguinte: 1. Pegar num lote de semente e anotar a medida obtida

Fig. 43 - Medidas das alturas dos níveis de sementes puras e impur-

(peso = gramas, volume = altura em mm ou cm) (fig. 41);

ezas

4. Calcular as percentagens de pureza conforme a fórmula seguinte: Medida da semente pura Pureza da semente = x 100% Medida total da amostra ou seja, no caso do exemplo Fig. 41 - Anotar a altura do nível da semente no frasco

7 cm P= x 100% = 70% de purreza 10 cm

2. Retirar as impurezas da amostra e metê-las em frascos iguais

Este valor quer dizer que se precisar de semear 100 gr de

(Fig. 42);

semente como ela tem 70% de pureza tem de semear aproximadamente 143 gr. Forma de cálculo: Se 100gr de semente

tem 70 gr de semente pura

X

para 100 gr de semente pura

x = 100*100 = 143 gr 70 Fig. 42 - Depuração das impurezas na amostra

35.



Tratamentos Culturais A rega

Regar duas vezes por dia, uma logo de manhã cedo e outra no fim do dia.

Das sementes e das plântulas A rega das sementes e das plântulas faz-se com um regador

Logo que se dê a germinação regar uma vez por dia.

munido com chuveiro fino. Se existe uma moto-bomba e abastecimento de água corrente no viveiro, pode efectuar-se a rega

Efectue diariamente uma rega suficiente para que a água

com uma mangueira equipada com um dispersor para produzir

penetre até ao fundo do saco mas sem alagar. Isto é mais eficaz

gotas finas.

do que regas frequentes mas superficiais que não possibilitam à raiz e à planta a água necessária à sua manutenção. O cresci-

Na altura da germinação, utilizar regadores com chuveiro fino.

mento é mau e o número de falhas é grande.

Mantenha o solo húmido mas não molhado. Se as sementes são muito finas deve utilizar um pulverizador até as plântulas

Verificação da humidade

terem 1 cm de altura. Nunca deve alagar o solo nem usar

É importante verificar com frequência, principalmente na fase

regadores com chuveiro grosso porque pode fazer arrastar

inicial, para se fazer ideia do número de passagens da rega com

as sementes.

o regador, a humidade do solo nos sacos. Levantar um saco e verificar se os furos de drenagem estão molhados e se não existe nele água estagnada. Se existirem indícios de excesso de água reduza a quantidade de água fornecida. Frequência Se o viveiro estiver adequadamente sombreado uma rega no início da manhã é suficiente. Se houver necessidade em dias de muito calor e secos pode

Fig. 44 - Rega das plântulas no plantório com regador com aspersor fino

proceder a uma segunda rega à tarde (pôr do sol).

37.


Atempamento

Factores favoráveis às podridões A podridão desenvolve-se quando:

Chama-se atempamento à fase de robustecimento das

• as plantas se encontram muito densas

plantinhas para prepará-las

• quando a rega é excessiva

para plantação. É preciso

lembrar que as plantas no viveiro são tratadas de forma

• quando o sombreamento é exagerado e se encontra muito

bastante cuidadosa, com ambiente artificial e com regas

baixo impedindo uma boa ventilação

frequentes e controlo do sol e que, por isso, os caules estão muito tenros e frágeis e que há que prepará-las para

Como evitar a podridão

enfrentar as condições de plantação que são mais adversas.

Para evitar o aparecimento de podridões no viveiro: • não ponha no viveiro estrume mal curtido

Parte desta preparação consiste em ir reduzindo a frequência

• não regue demasiado

da rega que passará a uma vez por semana no mês que ante-

• evite o encharcamento do solo

cede a plantação, e ir diminuindo o sombreamento para tornar

• retire a cobertura no tempo fresco e na parte de manhã

as plantas mais resistentes à exposição solar. Desta forma

• evite grande densidade de plantas nos canteiros

ter-se-ão plantas muito mais resistentes à plantação e aumentar-se-á a sobrevivência das plantas na plantação.

Problemas sanitários mais frequentes no viveiro

Cuidados sanitários

Ataque de pulgões Os pulgões agarram-se às folhas e ao raminhos, sugam a seiva

Podridão = inimigo nº 1 do viveiro

e as folhas perdem o viço e ficam enroladas (fig. 45).

A podridão é uma doença provocada por fungos ou bactérias que pode matar rapidamente toda a produção dum viveiro. Podridões das sementes, do colo, das raízes Em condições de humidade exagerada desenvolvem-se os fungos e bactérias que atacam várias partes das plantas. As podridões aparecem em várias fases de vida das plantas, atacando as sementes, o colo e as raízes e provocando a morte das sementes e das plantas. Fig. 45 - Aspecto das plantinhas atacadas por pulgões

Causas das podridões O que provoca esta doença? • humidade elevada • temperatura elevada • solo muito rico em matéria orgânica e nitratos

38.


Gomo terminal pendente

Possíveis causas

Solução possível

• Excessiva humidade no viveiro

Corrija a humidade, o sombrea-

• Densidade das plantas

mento e a densidade das plantas

Causas possíveis

no viveiro. Em seguida ferva num

• Ataques de fungos

litro de água um bom pedaço de

• O viveiro tem pouca ventilação

muito elevada • Sombreamento excessivo provocando falta de ventilação

sabão azul ralado. Junta-se meia colherada de petróleo, deixa-se

Solução possível

arrefecer e usa-se a calda para

• Para o caso de fungos usar o tratamento indicado para o caso

pulverizar as plantas atacadas

dos afídeos; no caso de tal resultar da localização - má exposição, encharcamento ou excesso de secura - tomar as devidas providências.

Ataque de afídeos Agrupam-se em pequenos grupos arredondados e chupam a seiva das plantas (Fig. 46). Causas possíveis • Demasiada sombra • Humidade excessiva Fig. 47 - Aspecto de plantas com gomo terminal pendente Solução possível • Num litro de água quente junta-se uma cabeça de alho esmagada

As folhas apresentam-se enroladas a com manchas

a que se adiciona 5 gotas de petróleo e três colheres de sabão ralado

esbranquiçadas

dissolvido. Côa-se e aplica-se às zonas infestadas Causas possíveis • Provavelmente poderá ser um ataque de aranhiços • Pode tratar-se de um ataque de míldio Solução possível • Para combater o aranhiço aplicar um insecticida; • Para o caso do míldio, regular os níveis de irrigação e drenagem do viveiro Fig. 46 - Aspecto das plantas atacadas por afídeos.

39.


tos esbranquiçados ao nível do solo ou das raízes) é necessário proceder a tratamento. Se for possível obter assistência técnica na sua região solicite-a por forma a obter o tratamento químico mais adequado. Senão, retire as plantas doentes e mortas. Não espalhe o solo e as plantas mas ponha-as numa cova e lance fogo. Deve parar a rega para permitir que o solo seque o que provoca Fig. 48 - Aspecto das plantas quando atacadas por aranhiços

a morte dos fungos e bactérias.

ou míldio

Pode substituir a cobertura até à germinação das sementes. Plantas com manchas escuras no tronco ou folhas Causas possíveis

A operação consiste em cobrir os canteiros semeados com

• Ataque do fungo mofo cinzento

palha ou folhas que garantem o sombreamento e a frescura do solo que é fundamental a uma boa germinação.

Soluções possíveis • O ataque destes fungos deve ser prevenido com um controlo

Pode-se regar sem que a palha constitua um entrave.

adequado da rega; Em caso de ataque mais intenso aplicar algum tipo de fungicida

Quando as sementes germinam a palha deve ser imediatamente retirada e substituída pela cobertura. Eliminação das infestantes As ervas daninhas “comem” os elementos nutritivos destinados às plantas. A competição das ervas daninhas faz-se sentir a três níveis: o dos nutrientes, o da água e o da luz.

Fig. 49 - Aspecto das plantas com ataque do fungo do mofo cinzento

As ervas daninhas crescem mais depressa que as plântulas Empalhamento do solo

e deixam-nas na sombra. As plântulas tornam-se delgadas e de cor clara (deficientes em clorofila). Não deixe as ervas

Logo que ocorram sintomas de doenças nas plantas (plantas

daninhas crescer. Isso significa que deve limpar os canteiros

tombadas ao nível do colo, folhas murchas e amarelas sem que

e os vasos frequentemente e assim que começam a crescer.

haja falta de água, coloração branca ao nível do colo e filamen-

40.


A monda À medida que as plantas crescem, e se todas as sementes germinam, elas vão interferir umas com as outras da mesma maneira como sucede com as ervas daninhas. Objectivo É necessário então “mondar” quer dizer não deixar senão uma planta em cada ponto do canteiro e de preferência igualmente espaçados ou uma por cada saco. O procedimento é idêntico ao descrito para as ervas daninhas.

Fig. 50 - Procedendo à limpeza de ervas infestantes nos sacos do viveiro

Devem-se estripar as ervas daninhas com as suas raízes. A operação tem de ser feita delicadamente a fim de não desenterrar as plântulas ou não ferir o seu sistema radicular. Pode usar-se uma pequena estaca afiada para proceder a esta operação. A sacha Objectivo O seu objectivo é quebrar a crosta da terra que à superfície se tornou dura com a rega para permitir uma boa infiltração da água e um bom arejamento do solo e diminuir a evaporação. Ferramentas A sacha efectua-se com um pequeno sacho directamente na terra do canteiro ou com uma navalha para o caso dos sacos. Frequência 1 a 2 vezes por mês.

41.



Plano Florestal Escolar O Professor está acostumado a organizar o seu trabalho

e distribuição das diferentes tarefas e cálculos dos meios

docente durante o ano escolar em relação às matérias que

necessários durante as várias fases de operação no viveiro. Esta

vêm constituindo o plano de aprendizagem tradicional. Esta

é uma tarefa em que o professor deve ser directamente asses-

inclusão de uma tarefa de educação ambiental da população

sorado e acompanhado pelos técnicos do Projecto e/ou pelos

escolar, aliada a uma componente vocacional virada para

técnicos do IDF.

utilização das árvores e do seu papel no modo e qualidade de vida da região, solicita ao professor a inclusão desta activi-

Execução

dade na área do conteúdo de projecto. E, como tal, deve conter o chamado Plano Florestal Escolar, que incluirá a formulação,

É a fase correspondente ao desenvolvimento do plano

a execução e a avaliação das respectivas actividades.

(actividades de produção de plantas no viveiro e plantação) que permite ficar a conhecer os tempos reais de duração

Os objectivos da educação ambiental e florestal suscita

de cada operação básica de formação ambiental e florestal.

a todos os meninos das escolas aderentes a sua participação activa, pois através dela ficarão a entender a problemáti-

Em termos indicativos tendo em atenção os tempos de ger-

ca que os seus concidadãos enfrentam, as soluções que têm

minação da semente e as condições climáticas do Huambo

para resolver os problemas da erosão, da savanização e das

que determinam os calendários agrícolas o planeamento das

dificuldades crescentes que as suas mães enfrentam para

actividades viveiristas devem enquadrar-se no calendário

o abastecimento diário de lenha e a saberem executar por

junto.

eles mesmos as diferentes operações de produção de plantas. Serão eles, acabada a sua formação escolar, os cidadãos activos

Calendário das actividades de viveiro

na construção do seu país e da dinamização de uma agricultura responsável pelos bens do ambiente e da terra que um dia vão

herdar dos seus pais.

• Sementeira

Formulação

• Repicagem

Julho Agosto Set.

Out.

Nov. Dez.

no alfobre • Plantação Esta fase do trabalho do professor é entendida como o ponto de partida de definição da dimensão do trabalho, dos calendários das diferentes operações e de concepção da organização

43.


Avaliação É o momento da comparação e análise dos resultados finais em todo o ciclo de actividade anual do viveiro, da plantação e da adesão das populações na zona de influência da escola ou agrupamento de escolas. É conveniente assinalar que a aferição dos tempos definitivos das diferentes operações requer mais do que um ano de actividade porque não só há variações climáticas ano a ano como também a adesão dos alunos vai ganhando um ritmo acrescido conforme os professores e os alunos forem ganhando proficiência. A experiência de outros países mostra que normalmente são necessários três anos para que a actividade ganhe ritmo e expressão.

44.


Notas


Notas


Notas



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