Poesia em Vários Tons

Page 1


A Poesia em Vรกrios Tons Glosas, Sonetos e Poemas, com amor e bom humor.

*


Dedicatória Às minhas queridas...

... mãe Dora Varão, com muitas saudades... ... esposa Maria Luiza, com muita gratidão pelo apoio e incentivo... ... filha Carolina Varão, com muito amor!

Aos que amam... Parabéns!


Ineifran Varão

A Poesia em Vários Tons Glosas, Sonetos e Poemas, com amor e bom humor.

1ª Edição

Rio de Janeiro Edição do Autor 2010



Bruma sobre o Paraíba do Sul A bruma da manhã encobre o rio, Em uma indescritível harmonia! É cedo e todo o vale está com frio, Ao suave ressurgir de mais um dia... Olhá-la nos faz bem... É fascinante... E dá-nos a vontade de tocá-la. Parece evaporar-se... É flutuante... Quem nunca a viu, não pode imaginá-la! Raios de sol começam levemente A desfazê-la, bem devagarinho, E ela se vai, aos poucos, indo embora... Vai... E amanhã cedinho, novamente, Ela virá também, bem de mansinho, E será linda... Linda como agora!...


As Curvas do Caminho (Glosa) Quando lembro das curvas do caminho, sinto a voz embargada de emoção. Caminhei sete léguas de estrada, para ver u'a beleza diferente! Era um branco brilhando ao sol nascente, igual nuvem no céu esparramada. Não se via nem galhos nem ramada, só o branco cobrindo aquele chão, era um belo plantio de algodão, bem cuidado com zelo e com carinho... Quando lembro das curvas do caminho, sinto a voz embargada de emoção.


Continuei caminhando chão a dentro, esquecendo do tempo e da vida, e esquecendo da hora da partida, já entrara talvez até o centro. Nesse mar de algodão junto a um rebento, encontrei, num lugar longe do chão, um chumaço sedoso de algodão, acolchoando um repuxo que era um ninho... Quando lembro das curvas do caminho, sinto a voz embargada de emoção. Encontrando a saída, vi a estrada e a curva que eu via ainda menino. Vi a mão que apontava o meu destino e um vulto mostrando-me a entrada. Quase em transe entre a cruz e a espada, dei um salto e me dei um beliscão! Tudo aquilo era só imaginação... Abracei meu cantil e bebi vinho... Quando lembro das curvas do caminho, sinto a voz embargada de emoção.


Retornei do passeio que fazia, com a alma lavada e muito leve. Vi que é fácil vagar inda que breve, pois viajei ao passado por um dia. Sete léguas que andei ainda andaria, nas estradas e curvas desse chão... Levaria, de todo o coração, as pessoas que tenho com carinho... Quando lembro das curvas do caminho, sinto a voz embargada de emoção.


O Brasil é uma beleza (Glosa) Constatei que o Brasil é uma beleza, nas viagens que fiz por esse mundo!... Vi lugares com bela arquitetura, em cidades tão limpas e tão calmas, refrigério de mentes e de almas, relicários da história e da cultura. Vi o passado em cada criatura, vi nos rostos de rico e moribundo o olhar triste, marcado e profundo, como em quem o passado inda é tristeza... Constatei que o Brasil é uma beleza, nas viagens que fiz por esse mundo!...


Fui a mares de um tom meio azulado, que lembravam os mares do Brasil, mas faltava o azul, azul-anil, misturando-se ao tom esverdeado. Nesses mares que tenho navegado, mergulhei na saudade alguns segundos e lembrei-me inda lá, em mar profundo, do que vi, comparei e, com certeza, Constatei que o Brasil é uma beleza, nas viagens que fiz por esse mundo!... Já andei por lugares tão distantes, onde a terra se liga no horizonte e parece ligar-se atrás de um monte ao azul lá do céu a todo instante. Ouvi carros de boi, ouvi berrante. Ouvi onça urrando urro profundo, sem saber de onde era oriundo e vi cobra nadando em correnteza! Constatei que o Brasil é uma beleza, nas viagens que fiz por esse mundo!...


Vi sujeito dizendo que era Cristo, sacerdote expulsando o bicho feio. Vi um bode enterrado até o meio, eu vi coisas que nunca tinha visto! Disso tudo é certeza, ainda insisto, mesmo ainda com tanto vagabundo e o petróleo escondido lá no fundo, tantas matas, minérios – que riqueza! Constatei que o Brasil é uma beleza, nas viagens que fiz por esse mundo!...


Nos bilhares da vida (Glosa) Quando lembro da vida de boêmio, todo dia pra mim é sexta-feira... Nos bilhares da vida eu aprendi que é preciso pensar cada jogada, não tremer e ser firme na tacada e assim muitas vezes eu venci. Joguei muito e não muito eu perdi. Ainda lembro a partida derradeira, quando eu disse seria a saideira, coloquei na estante mais um prêmio... Quando lembro da vida de boêmio, todo dia pra mim é sexta-feira...


Dos lugares bonitos que joguei, trouxe fotos, lembranças e saudade. Foi um tempo da minha mocidade, o qual nunca de volta eu terei... Se fui bom jogador ou se errei, aprendi, desde a minha vez primeira, a ser cônscio e a não fazer besteira, ser um líder na esquina e no grêmio... Quando lembro da vida de boêmio, todo dia pra mim é sexta-feira... Nas esquinas da vida, facilmente encontramos caminhos que são vários, gente esperta e também muitos otários, que se deixam enganar ingenuamente. Seja, pois, um amigo previdente, um filósofo até na brincadeira. Nunca ponha mais lenha na fogueira e respeite aquele que é abstêmio... Quando lembro da vida de boêmio, todo dia pra mim é sexta-feira...


Sensatez (Glosa) O sensato que ouve comedido ganha a luta do verbo na decência! Vejo mentes tão loucas e tão fracas, fico triste por elas e por tantas, tantas mentes que fingem que são santas, tantas vozes que falam qual matracas. Iludidas de vidas tão velhacas, mentes rudes carentes de coerência, que no auge da vida são ausência, perdem tudo sem ver o que é perdido... O sensato que ouve comedido ganha a luta do verbo na decência!


O pensar é deixado sem valor, vitupérios em bocas de malditos, dissabores em lábios de aflitos, vida fútil sem luz e sem pudor. Pobres vidas que vivem com rancor, que se entregam a toda violência, são carentes de amor e de clemência... São os restos de um empório já falido... O sensato que ouve comedido ganha a luta do verbo na decência! Morre um gênio e o povo nem se importa. Morre um pouco de tudo a cada dia. O valor confundido com magia corre mundo e a todos se reporta. Já é tarde e ―agora Inês é morta‖ e o povo confunde com ciência algo fátuo, sem base, sem coerência, no vazio de um mundo escondido... O sensato que ouve comedido ganha a luta do verbo na decência!


Não importa a que tempo isso remonta, o furor da maldade ainda infesta. Mesmo assim a criação se manifesta e a franqueza às vezes desaponta, pois na ponta da língua ela desmonta, e o que é dito talvez sem reverência vai causar mal-estar em consequência, simplesmente por um... Mal-entendido... O sensato que ouve comedido ganha a luta do verbo na decência! Descuidadas as vozes dizem tudo acreditam em ditos e não ditos soltam brados de alarde soltam gritos mordem, sopram, dão tapas com veludo (são bravatas das quais eu não me iludo). Se o rancor pouco a pouco é destruído todo o mal com certeza é vencido. Não se entregue aos deslizes da incoerência! O sensato que ouve comedido ganha a luta do verbo na decência!


Uma rua chamada ―Conde de Bonfim‖ Nota: Um centenário senhor, passando diante da rua, na qual viveu sua mocidade, lastimou as atuais condições em que, vítima do desprezo das autoridades, se achava “aquela rua” e, durante várias horas, dialogou com ela: - Por que tanta nostalgia, Rua amiga, que me dizes? Pois já não se ouve uma fala, Só um pranto mudo que cala, Qual lamúria de infelizes?!... Será a morte que avassala A maldade deste mundo? Serão visões assombrosas, Envoltas em nebulosas, Será a voz de um moribundo? Será o vento?... Não...


O vento tocando folhas, Em suave e doce ternura, Não tem a algidez funesta, Nem a tristeza que infesta Uma noite de amargura!... O que alijou os seresteiros? E a lua, quem a levou? Quem trouxe este véu de lacre, Vil presságio de massacre Que a mão do diabo augurou?! ( A Rua ) : - Meu amigo, cá me encontro No perigeu dos meus dias, Mutilada, sem muleta, Qual resto podre em sarjeta, Entre dores e agonias... Tempos atrás era bela... Beijava-me sempre a sorte... Palco de festas e flores, Boêmias, noites de amores, Visitas com passaporte!...


Mas o mundo é muito grande E há tanta gente a mandar... A chuva levou-me o asfalto, Rolou pedra lá do alto, Fecharam tudo ... Até bar... Hoje... Ah! É o que se vê! Pobre coitada de mim... Esquecida e relegada, Sem violão, sem calçada... Não mais ―Conde‖ e só Maufim!...


Em redondilhas As horas passam velozes, ( Diz o povo sem pensar ) Os segundos mais ferozes, Que mal se pode contar! A cada hora que passa, Diz o povo estupefato: Não vês tu como a hora é escassa, Como o tempo corre a jato?! Não tenho tempo pra nada, Nem mesmo pra descansar. Cada instante é uma jogada, Que tenho pra descartar! Se volto pra casa cedo, Cedo tenho que acordar. O tempo não é brinquedo E amanhã vou trabalhar!


Compara o povo esta vida Com uma fruta madura: Mais tarde desenxabida, Sem sabor, azeda ou dura! Na verdade, começamos A morrer, quando nascemos, E a cada instante avançamos Para o lugar de onde viemos! Falando de vida e tempo, Já que ele está me sobrando, Repito que a vida é o vento, Por este mundo passando! Segundos, minutos, anos São todos feitos pelo homem, Para contar desenganos, Que a própria vida consomem!


O tempo jamais se abala, Ao perder um ser humano, E sempre na mesma escala, Finda um, começando outro ano! Não pense qualquer pessoa ( Que não seja galhofando ), Que é certo que o tempo voa, Pois, ela é que está voando!!!


Menina – moça Ruborizada face, que irradia Toda a inocência em mística ternura! Menina-quase-flor, que balbucia, Adormecendo aos zéfiros, doçura... Do encanto de seus olhos reluzentes, Que, de relance, fundem-se nos meus, Palavras mudas, doces e inocentes Dizem do amor que aflui dos olhos seus... Cabelos soltos, tímida, acanhada, À brisa fresca, rúbida, irisada, Abre em sorriso a boca purpurina!... Igual um beija-flor beijando flores, Beijo-lhe em sonhos, entre mil sabores, ... E perco-me em seus braços de menina!...


Farrapo humano (Retrato da vida nas calçadas do abandono...)

Miseramente trajado, barbas bem longas, Olhando, esperançoso, a multidão passar, Levado pela vida, ia ao sabor das ondas, Que o peixe inerme levam para alguém pescar... Seu desvelado e amigo leito era a calçada, Que, à madrugada, a calma e a solidão trazia, Dando um pouco de força à carne já cansada, Quase sem vida... Vendo a fome a cada dia! Farrapo humano, que retrata o sofrimento! - Justiça será feita à vida amarga tua E a taça onde tu bebes fel, todos os dias, Dará a beber, também, Verdade – em julgamento, Contra a fraude e a mentira que, soltas na rua, Vestem-se de Virtude em belas fantasias!...


Natureza Odor suave e doce que se exala, Sob os candentes raios do arrebol!... É um manto rúbido e misto de opala, Que se esboroa, quando foge o sol!... Na eutimia da vida rotineira, Cerrando as pálpebras puras, amenas, E ouvindo a voz do vento na palmeira Fita as estrelas límpidas, serenas... É essa estesia, que à noite em canções, Faz saltitar, fremente, os corações E dá-nos o que tem de belo a vida! Das noites belas nas divagações, Evola-se a beleza das canções E quérula dormita embevecida!...


Tempo de guri (de outros tempos...) Quantas vezes eu me lembro Do meu tempo de guri, Da mangueira do quintal E do pé de cajuí! Das peladas lá da rua, Da gangorra e carrossel, Boca-de-forno... E a lua Vigiando lá do céu! Bom-barquinho, cirandinha, Casamentos ao luar... Meninos e amiguinhas Numa alegria sem par! Vejo tudo na lembrança... A velha casa, o lugar... Só o balão cor de esperança Que soltei não vi chegar...


Tempos de infância Na casa de minha avó, Nos tempos de minha infância, Que o tempo leva em distância E que não voltam jamais, Naqueles dias de rosas, Eu brincava na amoreira, Saltava sobre a fogueira, Que o tempo as cinzas me traz!... No quintal da velha casa, Havia um pé de caju, Ao lado de um pé de imbu, Onde eu me punha a brincar!... Tudo era puro e tão bom!... Havia figos gostosos, Imbus, cajus saborosos, Naquele velho pomar!...


A meninada sadia, Risonha, alegre e feliz, Nos folguedos infantis, Encantava a minha avó, Ora fazendo arruaças, Tirando frutas maduras... - Pequeninas criaturas... Éramos todos um só!... ............................................. Daqueles tempos tão lindos, Aquela infância querida Voou nas asas da vida E em nuvens se transformou! Agora, vaga nos longes... Bem longe daquela terra, De que a lembrança ainda encerra O que o tempo lá deixou!...


Onde estão as rosas? Onde estão as rosas que canta o poeta? Onde está a fartura da lavoura? Onde está o belo místico do esteta? E a meiga voz da linda professora?... Onde está o canto suave e doce da morena, Beirando o lago, Louvando a graça que lhe dera a vida E olhando a imagem sua, No espelho azul da água serena?... Onde estão as mil estradas, Rasgando as matas virgens? E a rua limpa e arborizada... Onde está?...


Onde estão as verdes folhas Das palmeiras seculares, Beijando o céu, Balouçando aos ares, Dançando à frágil voz De um lindo sabiá?... Onde estão os passarinhos E os gorjeios seus? Onde estão as palhas Pra construírem ninhos? Pois, o que só se ouve É o ―seja feita a vontade de Deus‖?... As rosas que o poeta canta Já não têm mais cor!... Murcharam todas, Só ficando espinhos!... Foi a alegria Dando vez à dor... É caro o pão! Já não se bebe vinho! O feijão quase não vinga!


O arroz não medra! Antes, era a seca, era o chão duro... Era a Caatinga... Ou havia pedra!... Mas ... Agora? Agora, não! Agora, não! A terra cansa, Esperando o adubo, que não vem... E se esfacelam braços nus, Na subnutrição! Nasce um menino mais, Pra ―terra-seca‖!... Mais um... Mais outro... E vão nascendo mais... E vão... Para o ―abecê‖ da enxada e do facão!... E vão morrendo velhos jovens, No cansaço do labor da vida... E nascem mais meninos, Que não são meninos!...


................................................... O galo canta, Na madrugada fria... E eles, no ombro esfalfado carregando a enxada, Partem pra roça, Em cotidiana peregrinação, Olhando o céu azul... Nas asas longas, bem longas, De uma esperança em vão!...


Carolina agradecendo à saudosa Tivui As poesias pra Carol Aqui foram admiradas! Foram feitas num Crisol E por mãos acrisoladas! Quem as leu achou tão lindas Que perguntou: ― São de quem? ― - De alguém de cultura infinda, Que conhecer faz-nos bem! ―Muito obrigada, TIVUI,‖ ( Aqui o papai substitui, Pois ainda não sei falar; Quando eu souber, lhe prometo, Declamarei um soneto Para a senhora guardar...)


Por que? Por que nasceu, no campo, a meiga e bela flor? Por que não brilha o sol, na noite imensa e fria? Por que gotículas de orvalho caem, sem cor, E a rosa, entre os espinhos, dor não sentiria Por que se faz ouvir, suave, a voz do vento? Por que, rasgando os céus, relâmpagos se cruzam? Por que cultua o monge o Eterno Sacramento, Enquanto os outros homens, entre si, se acusam? Por que, no céu azul, milhares de andorinhas, Quais castas bailarinas de um balé sem par, Transpondo imensas plagas e regiões marinhas, Fogem do frio e ao calor vão procurar? Por que procura o cisne o manso lago azul, E nas sinuosas ondas, cálidas, serenas, Vai deslizando, sul a norte, norte a sul, Em deslumbrante pose, o encanto de suas penas?


Por que vinga a semente e cresce e se agiganta, Como a palmeira, esbelta, que as alturas galga, E do alto, na verdura que seu corpo imanta, Desprende sua beleza, em porte de fidalga? Por que, rolando, entre as encostas, desce o rio, Correndo matas e florestas milenares, Regando plagas ressequidas pelo estio, Deitando, enfim, suas águas em imensos mares? Por que centrífugos e intensos raios d'oiro Reluzem, no horizonte leste, ao sol-nascer, Indo tingir da espiga o seu cabelo loiro, E ao pequenino corvo, ao ninho, indo aquecer? Por que, na tênue luz crepuscular do sol, Na auréola esplendorosa, que à tardinha cai, Nos beija a brisa fresca e pura do arrebol, E plácida... Na solidão da noite vai? Por que, no ninho, entre o vagido da tormenta, Entre o fragor de galhos tontos, que se curvam, Quase indefesa e exangue, ao filhinho acalenta, A juriti, cujos olhinhos já se turvam?


Por que razão se aflui do poeta a inspiração? E a Natureza, toda em vida, que se vê, Entoando hinos de amor ao coração... E todo o Bem, e todo o Belo o são... Por quê? ….......................................................................... Porque tudo que existe foi feito por Ele! Veja, meus pensamentos não são como os seus! Creia, todo o universo e tudo provém Dele! Ele é o Criador... Ele é nosso Pai, é D E U S !


Chuvas de Abril Manhã... Manhã de chuva... Chuvas de abril... É a Rua da Saudade Sob as chuvas de abril... Flores se abrindo, ao despertar, Por sob o sol que dorme, que dorme... Chuva caindo, devagar, Na cor cinzenta da manhã. Nuvens passando como um véu, Como a esperança que passou, também, Por sob o azul Daquele céu, Que não se vê... O azul do céu E o azul do seu olhar, também, Por entre a cor saudade De uma chuva de abril... Manhã... Manhã de chuva... Chuvas de abril... E a Rua da Saudade fica só saudade, Em chuvas de abril... Saudade, em chuvas de abril...


Barquinho de papel Fiz um barquinho de papel E o mar levou. O coração que eu desenhei E o seu retrato que eu pintei A onda molhou... Ajoelhado fui rezar Para o mar ouvir E devolver-me o coração Que ainda é a única razão Do meu existir... Mas, compreendi Que este mundo é um carrossel E o que me resta é esperar O meu barquinho de papel...


Divinal Beleza Nasce uma flor alegre e perfumada, Doando à abelha o pólen que era seu! É a Primavera em festa, engalanada, Feita de flores pelas mãos de Deus! Toda a paisagem já se transfigura E, a cada instante, nasce uma outra flor, Que a mão de Deus, com toda a sua candura, Brinda a seus filhos com o mais puro amor! Flores e flores em adornos mil, Embriagando o beija-flor sutil, Vão perfumando toda a Natureza... E o beija-flor, beijando com carinho A todas que ele encontra no caminho, Completa o quadro em Divinal Beleza!


Teu Sinal Tão bonito é o sinalzinho, que me vem fazer feliz! Deus o pintou redondinho, na ponta do teu nariz! Como vês, tudo é perfeito, isso é fácil perceber. Se Ele o pintasse em teu peito, só eu poderia ver!


Um Sonho - saga marítima, novo milênio E veio o vento e bateu forte sobre as ondas, quando nem bem amanhecia aquele dia! Máquinas velhas ostentavam grandes sondas, já corroídas pelo tempo e maresia! Restos de um barco, que afundara, havia tempo, apareciam entre uma e outra vaga, naquele ritmo frenético do vento... Mas, continuamos a seguir a nossa saga. Os pingos d’água refletiam, ante às luzes do nosso barco que rumava em direção ao que, pra nós, seriam restos de obuses, delineados, muito mau, na escuridão! Mas... Pouco a pouco, tal cenário se alterava e o vento forte dava a vez à calmaria !... Uma gaivota o nosso barco sobrevoava e o sol mostrava, no horizonte, mais um dia !


Vimos, então, que tudo estava diferente, como se fosse um mundo novo e encantado ! O sol brilhava em muitas cores, no oriente e a sensação era de volta a algum passado ! Um canto lírico do alto se espalhava e a terra inteira bendizia aquele instante ! Era o início de uma era que chegava, trazendo a paz àquele mundo tão errante... Tudo era belo, sem temores, sem maldades... A paz reinava e os corações se iluminavam ! A alegria andava solta nas cidades e, de mãos dadas com o bem, todos andavam ! Em grande luz, descia do céu entoando glórias um Anjo de Paz como se fosse um grande gênio, vaticinando a toda a terra só vitórias e que o Bem triunfaria neste milênio! …......................................................................... Que boas-novas esse sonho nos mostrou, pergunto ainda a mim mesmo a todo instante... Sou otimista, acho que o Bem já começou a sua fase gloriosa e mais brilhante!...


MĂ­stica Beleza Certa vez, Passei por uma rua tĂŁo pobre! Uma rua que findava num morro... E jĂĄ era favela... Havia casinhas humildes, Caiadas de um branco sujo, Matizado com as cores Que a chuva, o sol, a poeira e o tempo Lhes emprestaram... Havia casinhas humildes, De um amarelo triste, Com marcas de goteiras, Que escorriam pelas paredes...


Havia mulheres novas, Havia mulheres velhas, Quase todas, negras, de pernas tortas, Rostos de ansiedade, Fisionomias de fome, Com longos vestidos brancos, Fazendo o malabarismo costumeiro, De subir o morro, Com uma lata d’água na cabeça, Olhando o céu azul Unir-se ao verde matizado do seu morro!... Cá embaixo, ainda na rua, Meninos felizes, Felizes pela sua ingenuidade, Soltavam pipas e balões... E o céu sorria-lhes, em colorido, Pousando no íntimo dos seus corações!...


O chão mostrava os sulcos, Que a chuva da noite passada deixara... Um fio de água suja, - Talvez água de roupa ou de panela, Serpejava por entre os sulcos, Buscando um esgoto que não existia... ............................................................. Acerquei-me de três meninos - Eram três pretinhos raquíticos e barrigudos, Que brincavam com barquinhos de papel... Cumprimentei-os; assustaram-se, Mas, um deles, o maiorzinho, Correspondeu-me com um sorriso... E conversamos bastante!... ( Um dia... Eles também dirão: Ah!... Infância querida que ficou tão longe!... )


.............................................................. Nessa rua pobre, Nessa gente pobre, Pude observar O quanto é belo ser simples, E o quanto é simples a beleza, a inocência, A pureza! Elas estão nos ricos... Elas estão nos pobres, Como a flor, que nasce entre escolhos E é sempre linda e pura! Como os lírios, cor de neve, que habitam os campos! Como a rosa, que nasce entre espinhos E é pura e bela e cheirosa!...


No Curso do Tempo - II O tempo segue em seu destino incerto, Curando marcas que a vida aceitou, Cobrindo o santo que pra ele é o certo E descobrindo aquele que errou. Assim um dia os erros aparecem, Tal qual mentira, pernas curtas têm. Castigo envia àqueles que merecem E manda bênçãos aos homens de bem. E o tempo segue na mesma cadência, Criando sonhos e envolvendo vidas, Como o escritor de uma longa história ! Um dia tudo será evidência. Teias e tramas, páginas não lidas Serão extratos da sua memória !


Guaratiba Guaratiba, tu és bela, És o aconchego do mar! Vendo-te desta janela Não me canso de te olhar! É belo o entardecer, Tuas praias, tua gente, Teu folclore, teu viver, A natureza presente! És um recanto feliz, Onde o sábio e o aprendiz Convivem em harmonia. Quem te visita se queixa Do momento em que te deixa E sempre volta outro dia!


Lençóis Maranhenses É lá que a natureza contagia E instiga à curiosa afirmação: Ímpar no mundo, tal beleza um dia Foi esculpida por Divina Mão! Dunas de um branco suave e ondulante, Permeadas de lagoas – as mais lindas! Tremula ao sol esse lençol gigante, Num sobe e desce de curvas infindas!... Os Lençóis Maranhenses são assim! A calma, o vento, a areia, a água, enfim, O desfraldar do belo à nossa vista! Se um dia Michelangelo voltasse E seu olhar de gênio ali pairasse Diria: Eis a obra de um Deus Artista !!!


Mundo Virtual ... Já vejo flores que não sei o perfume e rostos que não sei a maciez, sinto desejos que fariam ciúme, como os ciúmes da insensatez. Já ouço vozes que não sei o tom, que vêm de lábios que não sei a cor, (anseio que me digam só o que é bom, com gestos que traduzam paz e amor). Mil sons se cruzam e ninguém percebe, cheiros e gostos, goles que alguém bebe, num cruzamento quase sideral ! Troca de imagens, falas, pensamento, megas e gigas (frases do momento)... E eu aqui... já imerso nesse virtual !...


Soneto Bateu à minha porta uma pergunta: O tempo do soneto está voltando? Uma caneta, ao meu lado, assunta, e vem, na brisa, um papel voando. Sucintamente, o pensamento agrega o que do fundo da memória traz e os sonhos e as histórias que carrega vão se alinhando e tudo se refaz... Nesse fluir quase insensível, então, qual fosse o inconsciente em ação, meus versos se dispõem num poemeto. No fim, ao descrever aquele instante, vi que trouxera, quase delirante, a beleza sucinta de um soneto!


Inteligência Divina Estamos sempre em busca de algo novo, como nos mostra toda a história humana. Não há a exceção sequer de um povo, pois é de Deus que a inteligência emana. Foi Deus com sapiência que criou o universo e tudo o que há nele. Criou a terra e nos abençoou. Por isso todos somos filhos Dele. Deu-nos a inteligência pra inventar. Deu-nos os meios para melhorar. Deu-nos a fé e a disposição. E nós que ainda buscamos o que é novo somos felizes por sermos Seu povo e assim buscamos Nele a salvação.


O ciclo da chuva O ciclo da chuva agora vendo da minha janela faz lembrar-me de outrora numa casinha tão bela!... O vapor que a terra solta forma nuvens lá no céu, liquefaz-se e depois volta, em chuva, formando um véu. …......................................... Cai a chuva lá na serra que daqui se vê o branco! É uma cortina que encerra da terra um acalanto... Em refrigério de paz, dádiva da natureza, o ciclo ali se refaz, depois desce em correnteza.


Fortalecidas, nascentes esbanjam toda a pujanรงa e os filetes das vertentes se juntam na mesma danรงa. O branco-cinza que havia agora fica azulado e daqui a gente espia mais um ciclo terminado !... ............................................ ... E esse ciclo, muito embora eu veja dessa janela, ainda o vejo como outrora, de uma outra casinha bela...


A Lição da Preguiça Vi esgueirar-se lânguida a preguiça, em tortuosa árvore esguia. Levava em suas costas sua cobiça, e esgueirando-se de mim fugia... Era menino e pouco me importava aquele olhar tristonho e indefeso, de quem queria correr, mas se arrastava, levando em cima seu filhote ileso. Uma pedrada fez ela parar e, sem defesa, lançar-me um olhar, profundo e terno, dentro dos meus olhos, mostrando-me o filhote... Que lição! Envergonhado de tão baixa ação, eu me afoguei no fundo dos abrolhos...


Vida serena Saio a perambular pela cidade, pelo simples prazer de contemplar. Vou em busca do belo e da saudade, vou dando assim um presente ao meu olhar... Não quero ver o luxo das vitrines, nem belos carros circulando à toa. Busco algo mais simples que me ilumine e me faça sentir que a vida é boa... É assim que eu vejo quase todo dia a fila da manhã na padaria e o jornaleiro antigo da esquina... É assim que eu ouço o badalar do sino, como eu ouvia quando era menino, a anunciar a missa matutina...


Resende Mudei-me pra cidade de Resende, aqui a vida flui mais devagar. Vê-se que a paz existe e aqui transcende num sorriso, num rosto, ou num olhar! É bom ver o perfil da Mantiqueira, emoldurando um lado da cidade... Lembro-me quando a vi, à vez primeira, pensei: É um desafio à eternidade! Do outro lado, não muito distante, a Serra da Bocaina, outro gigante, parece vigiar discretamente, dizendo à brisa: Passe pelo Vale, as folhas verdejantes beije e embale e afague o Paraíba docemente...


O Cérebro Transcendente vagar de nossa mente, em imagens de caminhos nunca vistos, entre abismos, penhascos e vertentes, folhas caídas, secas, galhos mistos, lodo verde que cobre a rocha escura das cavernas úmidas e geladas, por entre voos de aladas criaturas, sinais de visitantes sem pegadas... Transcendente vagar que não descansa, porta do mundo sempre em ação, imaginário intrépido que avança, vai nos mostrando toda a criação. Microssegundos, já mudou de idéia já foi às nuvens e à terra voltou, viu cardumes, matilhas, alcatéias, foi emoção e se emocionou...


Ora ele é riso, ora ele é tristeza, uma vez artista, outra vagabundo, é transcendente em sua ligeireza, sonda o universo e saboreia o mundo! Extremo a outro, subida ou descida, ele comanda, ele é ação! Máquina perfeita que nos dá a vida CÉREBRO – obra-prima da criação!


UM DIÁLOGO E TANTO! Olá, Contídio.  Olá Ovídio. Que me contas?  Não conto. Aliás, eu conto, mas meus contos eu os conto sem desconto, porque... Sei, porque gostas de contar muitos contos, não?  Ora se conto... Conto-os e reconto-os. Quantos?  São tantos... E ainda cantas?  Ora se canto... Que cantos e em que cantos?  Por todo canto, canto cantos e mais cantos … E cânticos...


Mas... por que tanto canto?  Porque enquanto os canto, os prantos espanto... e pronto! Ó sacrossanto canto!  Espanto? Não... Nem tanto... Contanto que seus cânticos e cantos afastem os prantos, que cante e que conte, pois eu é que sou tonto...  E quanto! E conversaram muuuuito... E foi... UM DIÁLOGO E TANTO!


―ÕES‖ QUE VALEM TRILHÕES Cala o campanário com todos os sinos calam-se os canários calam-se os meninos olhos no futuro derrubaram o muro das indagações pensa o reticente tenta atualizar-se força sua mente sem nenhum disfarce com ditos modernos termos hodiernos novas invenções


acabou-se a dança que todos dançavam que inda criança meus pais me ensinavam corro atrás do mundo não sou vagabundo tenho ambições mundo em reboliço mundo inconsequente não me faço omisso não me faço ausente quero avançar quero ensinar minhas convicções velhos campanários as belas lembranças aqueles canários aquelas crianças o tempo levou mas não apagou as recordações


vivo pois presente como idealizei quero andar na frente do que imaginei quero ver o mundo milhões de segundos vezes mil trilhões! Indagações e invenções, ambições e convicções valem muito nessa vida, valem vezes mil trilhões!


Fragmentos em Septilhas No verde, respiro fundo pra sentir o oxigênio, o combustível do mundo, obra do Eterno Gênio. Ele fez a natureza, deixou tudo arranjadinho, deu à rosa a beleza, mesmo no meio do espinho. …..................................... Percorrendo algumas trilhas, num clima saudável, puro, contemplando maravilhas, num ambiente seguro, lembro-me que há muita gente (e desconheço a razão), que não cuida do ambiente e ajuda a degradação,


essa falta de consciência e descasos incontáveis já são vistos com frequência, entre os ditos responsáveis. …................................... Política já não suporto, políticos muito menos. Essa conversa eu aborto ―tapinhas‖, ―risos‖, ―acenos‖. Não creio em vereador, em prefeito ou deputado. Sonham em ser senador e vão sujar o senado. Governador faz de tudo pra chegar à presidência. Ser presidente, contudo, não exige competência.


Enquanto o povo for cego pra votar em quem não presta, dar o meu voto, me nego, não contribuo pra essa festa. A corrupção vergonhosa é a eles que se atribui. Mas tudo no fim dá em prosa, portanto, adeus e... já fui!


Pelos cafundós de nossa cultura Uai, sô! diz o mineiro, sujeito desconfiado. Ô louco! diz o paulista, como sempre apressado Oxente! diz o baiano, quase caindo de sono, pelas ruas do Pelourinho, que nem cachorro sem dono. Éééégua! Exclama o paraense, éééésse! Lá no Maranhão. No norte em geral: É massa! E no Rio: Esse é bão! Por esse mundão de Deus, ainda lá no nordeste, os ―home‖ têm dez ‖muié‖ ―pexera‖ e ―caba da peste‖.


O erre, erre enrolado, onde o ―carro‖ vira ―caro‖ vai de São Paulo pra baixo, lá onde o ―barro‖ é ―baro‖. Fui a Santa Catarina, ―daí‖ e ―né‖ toda hora. O Paraná, que é lá perto, não podia ficar de fora. Báaa, chê! Lá no Rio Grande, tri legal! Também é lá. ―Tu foi‖, ―tu vai‖, ―os guri‖ que às vezes são ―os piá‖. Voltei para o sul de Minas, lá é complicado o ―falarrr‖. É ―Berrrlândia‖ e é ―Berrraba‖ ―Belzonte‖ é a ―capitárrrr‖. E ―vorrrtando‖ ao sul de Minas, (tô falano igualzim) comi tutu com torresmo, galinha, angu e um ―quejim‖.


Êta viagem pai d'égua! dito lá no Maranhão, vi sapo criando asa, cobra saindo do chão, pé de couve de dois metros, vi o peixe voador, vi baiano trabalhar!!! (estive em Salvador). ............................................ Vou poupar os seus ouvidos, o que é muito merecido, mas conheça esse Brasil, não se faça de metido!


Perna de cambito? Concordo com muita coisa que do nordestino é dito, mas muito exagero é feito, sobre esse forte sujeito, valente que nem um touro, com ou sem gibão de couro, e como acima foi dito, ainda é perna de cambito ! É muita maledicência, de quem não é lá de cima. Sacaneiam todo mundo, cambada de vagabundo, só sabem falar besteira, são cheios de baboseira, e como foi dito acima, da merda eles vivem em cima !


Pensam que são os melhores, não passam de iludidos, falam do nosso nordeste, que só tem ―caba da peste‖, que comem farinha pura, que o açúcar é a rapadura, mas como acima aludido, eles é que estão fudidos‖! Nordestino pé no chão, vai muito bem com certeza, curte a mata, curte os rios, na vida faz rodopios, mas tá sempre bem disposto, encara o outro no rosto, e de bem com a natureza, faz dela sua riqueza !


Respeite, pois, o nordeste e seu povo hospitaleiro, que à mercê da própria sorte, ganhou a fama de forte, ama sua terra e sua gente, faz rima boa de repente, com todos ele é maneiro, e é muito bem brasileiro ! Quem escreveu esse mote, que fala dos nordestinos, aposto, não é mineiro, que é matuto sorrateiro, do "trem bão" e do bom queijo. Aproveito e mando um beijo pras mineiras que eu desejo, desde os tempos de menino, beijo de um bom nordestino !


O Canibal (Logotipo que o Zé Osmar usava nos cartões p/dar para as moças, em suas paqueras)

Meu amigo Zé Osmar, Já não sei o que falar, Quando me lembro de ti. Vi um vulto ali passando, Cabeça grande e fungando, Meio da cor do zumbi. O vulto andava ligeiro, Querendo chegar primeiro, Onde? – não sei te dizer. De relance, vi escrito Na sua testa um manuscrito Dizendo ―quero comer‖! O bicho era um canibal Lá da África central, Querendo te conhecer! Disse num tom sem tropeço Que queria teu endereço Pra uma visita fazer.


Eu fiquei preocupado Não por mim, mas por teu lado. Afinal, és meu amigo. E por isso eu te pergunto Se ele tá vivo ou defunto E qual dos dois foi comido. ................................................ Aposto em meu camarada! Sei que aí não rolou nada E ele saiu perdendo. Teu logotipo, afinal, Ainda lembro, é CANIBAL! E continuas vivendo!


TEMAS NATALINOS


Natal Em noite clara, sob a lua luzidia, Que em seu caminho prateava a imensidão, Aos três Reis Magos uma estrela aparecia E lhes mostrava a mais nobre direção! Um rancho humilde abrigava a manjedoura, Onde nascia Jesus Cristo, o Salvador. A humanidade era então a acolhedora De um menino que viria a ser Senhor! ................................................................................ ―Feliz Natal! ‖ - assim dizemos com alegria . . . E muitas vezes nem lembramos de Jesus. . . Trocamos beijos e presentes de Noel ! Queremos, pois, agradecer por este dia A Jesus Cristo - que por nós morreu na cruz, Enquanto vivos . . . Neste imenso Carrossel.


O aniversário de um Homem É dia de Natal... E ele está sozinho... Cartões, abraços, beijos até no cãozinho. Acho que o homem está triste, apesar das festividades. Presentes e mais presentes, sem grandes novidades. Sozinho na multidão ele procura seu nome. Ninguém o anuncia. Ninguém fala nesse homem. Guirlandas e árvores, bolas brilhantes e coloridas. Gente pra cima e pra baixo nos ― shoppings‖ e avenidas. De quem é esse aniversário? Por que o povo se rejubila? A mídia anuncia tudo. Sem escolha, entramos na fila. Muitos não ligam, outros nem sabem o por quê da festa (é minha impressão). Bebem, dançam, gritam... Tremenda confusão. ... E aquele homem caminha pelo mundo, sozinho, Olhando dançarinos e bêbados girando como moinhos... ........................................................................................... Ele não está longe! Ele está aqui! Ele está por toda parte! Ele vive e ainda zela por todos nós. Ele me ama e quer amar-te! Ele já fez Sua tarefa e nos mostrou o caminho. Foi crucificado e coroado de espinho, Morreu por nossos pecados e nos deu a Salvação! Ah! Jesus é o nome dele! É seu aniversário. Senhor, perdoe-nos! Receba nossa humilde Saudação!


O Aniversariante Já virou hábito e as pessoas me pedem, Sempre que chega um outro Natal, Para que escreva (elas não conseguem). Não que não queiram ou mesmo se neguem, Não que não tenham algo a que se apeguem, Não levam jeito... Nem fazem por mal. E eu fico, às vezes, interrogativo: O que é essa festa, para muita gente? São coisas fúteis, bobas, sem sentido Ou são verdades de bens concebidos, Que calam fundo, mas não são mexidos, Não geram árvores, morrem sementes?... E me pergunto: Por que festejamos, Se já esquecemos qual é a razão? Não vale a pena tudo o que enfeitamos, Nem os presentes belos que compramos, Frases bonitas, brindes que trocamos, Ganhamos quase tudo... E tudo em vão?


Será Noel, o velhinho barbudo? Será estória, lenda ou tradição? Quando criança, sonhamos com tudo, Nos esforçamos mais, em nosso estudo, Na esperança de sermos sortudos, Na ingenuidade da doce ilusão. Melhor seria se as pessoas pudessem Voltar a dois mil anos — ver Jesus, Levar os doentes que aqui padecem, Curar aqueles que assim merecem, Reavivar as flores que fenecem E dar aos cegos a Divina Luz. ―Mas Ele está aqui, Ele está vivo!‖ MOTIVA o Pároco, num tom VIBRANTE ! ......................................................... Façamos, pois, então, desse motivo, Não um folclore puro ou emotivo, Mas sim um leme forte e diretivo, POIS, É JESUS O ANIVERSARIANTE !


Mais um Natal Todos os anos o Natal nos lembra Amigos E quase todos os amigos se saúdam. Ainda fiéis à tradição dos mais antigos, Cumprimentamos com desejos que não mudam... Mas, que eu me lembre, as pessoas se falavam, Até sorriam pra dizer Feliz Natal E, à medida que entre elas se saudavam, Ratificavam uma amizade já real... Hoje parece que estamos petrificados! Já não lembramos de falar com os vizinhos... Pensamos rápido e falamos apressados E nos fechamos em redomas, tão mesquinhos! Sejamos simples como o Filho que aqui veio, Com a missão de ser o nosso Salvador, E está presente e muito vivo em nosso meio. Somos iguais perante Deus, o Criador!


Façamos mole o coração petrificado, Deitemos fora o preconceito e a censura. Não estamos sós, mas em um mundo unificado. – Feliz Natal, com muita Paz, muita Ternura!


Alguém teve a lembrança! Um dia alguém pediu-me que escrevesse Alguma coisa pro Natal que vinha. Pedi-lhe então desculpas, que esquecesse, Que não seria meu verso, aquele ou esse, Que mudaria a Terra tão mesquinha! Mas eu parei, pensei e aqui estou E, consciente, falo do Natal: Papai Noel, que a tradição legou, Árvore enfeitada, vinho Bordeaux, Amigos e parentes... Que legal! É assim que nos lembramos dessa festa E nos fartamos de iguarias várias, Bebemos e cantamos sem modéstia Até a última gota que nos resta Das brahmas, antarcticas e bavárias!...


Então pergunto em pensamentos vagos: Por que tanto presente, enfeite e luz? Outro responde: ―Foram os tres Reis Magos Que, por respeito e gestos de afagos, Presentearam ao Menino Jesus!‖ ―Até que enfim alguém teve a lembrança!‖ - Disse um terceiro que também ouvia. NASCEU JESUS, a Divinal Criança, Que até hoje é nossa esperança ... E que esperamos encontrar um dia!


Outro Natal Olá, caros amigos, chega outro Natal! O tempo passa célere de novo, a mil! Leva consigo nossa história colossal E vamos, mesma saga, inda que sutil. Se o tempo passa e deixa em nós uma lembrança, É que a história, a nossa história, então, compensa. Já começamos a escrevê-la inda criança E não imaginávamos ser tão imensa! A cada data memorável como essa, A cada marco que nos faz pensar um pouco, Vemos que vale a pena e a vida é boa à beça, Num mundo que pra muitos é um mundo de loucos. O Aniversariante sabe tudo isso, Sabe também o quanto somos desleixados, O quanto vacilamos nesse compromisso, Que assumimos quando fomos batizados:


Cumprir os mandamentos. Que tarefa dura! Muitos já nem se lembram mesmo quantos são. O Filho veio ao mundo como criatura, Reescreveu a história, nos deu a lição. Por isso, meus amigos, vamos celebrar, Trocar presentes, abraçar o nosso irmão, Viver momentos únicos, que vão passar, E louvar a Jesus, em nosso coração!


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.