SocialTec // Caderno Modular // 2015

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LIVING DOCUMENT . MODELO DE DESENVOLVIMENTO Nº 00

MARÇO, 2015

LIVING DOCUMENT

MODELO DE DESENVOLVIMENTO • LIVING DOCUMENT

• ROTEIRO SOCIALTEC

• PROTÓTIPO

AGÊNCIA EMPREENDEDORES SOCIAIS Largo do Amor Perfeito nº9 Adroana 2645-626 Alcabideche, Portugal

CONTACTOS


LIVING DOCUMENT

MODELO DE DESENVOLVIMENTO



“

Empreendedorism social e pa


00 // LIVING DOCUMENT . MODELO DE DESENVOLVIMENTO // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

mo Jovem orientado para a inclusão ara o desenvolvimento sustentável - do que é que estamos a falar? Construir uma solução coerente conotada com o empreendedorismo, com capacidade real de facilitar a inclusão social dos sectores mais jovens da sociedade portuguesa e de, simultaneamente, promover dinâmicas de desenvolvimento exige:

• Uma clarificação conceptual; • Uma avaliação de impacto das práticas e das experiências mais significativas neste domínio específico;

• Uma identificação dos fatores críticos de sucesso de forma a delimitar as

dinâmicas que conjunta e articuladamente produzem mais-valias e sustentam os processos de inovação;

• Uma definição dos mecanismos de transferência de inovação adequados a uma lógica de ação co-construída e partilhada por parte dos atores comprometidos com o interesse público na sua intervenção social.

Os passos a serem seguidos para concretizar esta démarche serão:

• Elaboração e dinamização do living – document “ Empreendedorismo Jovem orientado para a inclusão e o desenvolvimento sustentável – do que é que estamos a falar?”

• Desenho e consolidação do Protótipo SocialTEC “INJOV+” • Validação participada e transferência de inovação “ ROTEIRO SOCIALTEC” 5


Living Document


00 // LIVING DOCUMENT . MODELO DE DESENVOLVIMENTO // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

METODOLOGIA PROCESSO DE ELABORAÇÃO Acções diversas a serem realizadas em simultâneo envolvendo os atores e protagonistas do universo temático, tendo em conta a regra dominante e invariável: está tudo em aberto, até que o documento feche para protótipo. Acções de comunicação direta e pessoal, inquéritos, conversas informais, dinâmicas nas Redes Sociais, encontros, escrita criativa.

OBJECTIVO CENTRAL DO PROCESSO: Obter conteúdos concretos sobre os temas e subtemas em análise, com fundamentação e propostas.

FIGURAS A SEREM MOBILIZADAS PARA O PROCESSO: • Bibliotecário: procura documentos e publicações relacionadas com o tema em estudo. Promove intercâmbio de matéria publicada.

• Advogado do diabo: põe em causa afirmações produzidas para suscitar melhor e maior aprofundamento.

• Aprendiz de investigador: procura elementos úteis para o

processo de investigação, nas áreas que mais elementares mas essenciais.

• Projectarquivista: procura projetos e iniciativas no domínio do estudo e organiza-os na base de critérios.

• O Web 2.0 Speak Corner: lança o debate de forma informal nas Redes Sociais.

• O Escriba XXI: redige de forma sistemática os conteúdos que vão surgindo e insere-os no Living Document.

FERRAMENTAS A SEREM UTILIZADAS:

As afirmações

As coligações

As interpelações

As conclusões

As provocações

As recomendaçõe

As contra-reacções

As transposições

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EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . MODELO DE DESENVOLVIMENTO // 00

FIGURAS

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BIBLIOTECÁRIO

ADVOGADO DO DIABO

APRENDIZ DE INVESTIGADOR

Procura documentos e publicações relacionadas com o tema em estudo. Promove intercâmbio de matéria publicada.

Põe em causa afirmações produzidas para suscitar melhor e maior aprofundamento.

Procura elementos úteis para o processo de investigação, nas áreas que mais elementares mas essenciais.

PROJECTARQUIVISTA

O WEB 2.0 SPEAK CORNER

O ESCRIBA XXI

Procura projetos e iniciativas no domínio do estudo e organiza-os na base de critérios

Lança o debate de forma informal nas Redes Sociais.

Redige de forma sistemática os conteúdos que vão surgindo e insere-os no Living Document


00 // LIVING DOCUMENT . MODELO DE DESENVOLVIMENTO // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

FERRAMENTAS PARA A INVESTIGAÇÃO – ACÇÃO

As afirmações

Abordagem dogmática. Declaração categórica.

As interpelações

Pôr em causa. Pedir justificação.

As provocações

Terreno do contraditório puro. Por vezes absurdo.

As contra-reacções

Alimentar o tom crítico face às reações. Manter viva o sentido polémico.

As coligações

Associar pessoas com o mesmo ponto de vista e agira para que somem as suas abordagens.

As conclusões

Ir à procura de resultados no esforço do debate. Não há reflexão / debate com valor per si.

As recomendações

Os conteúdos conclusivos devem ser operacionais no plano das políticas e da ação futura.

As transposições

A matéria resultante do processo deve ser transferível e associada a outros contextos.

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EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . MODELO DE DESENVOLVIMENTO // 00

ESTRUTURA CLARIFICAÇÃO CONCEPTUAL TRÊS DOMÍNIOS CENTRAIS • Empreendedorismo • Inclusivo • Jovem

AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS E DAS EXPERIÊNCIAS • Experiências relevantes • Boas práticas valorizadas no plano nacional • Boas práticas valorizadas no plano internacional

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00 // LIVING DOCUMENT . MODELO DE DESENVOLVIMENTO // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

FACTORES CRÍTICOS DE SUCESSO • Elementos transversais positivos nas experiências analisadas • As mais – valias produzidas e os meios para as atingir • Avaliação dos processos agregadores e combinatórios

CONTEÚDOS CHAVE PARA A TRANSPOSIÇÃO • Ciclo de inovação • Esquematização do processo

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EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . MODELO DE DESENVOLVIMENTO // 00

DESENVOLVIMENTO CLARIFICAÇÃO CONCEPTUAL • EMPREENDEDORISMO

• Equipa

• Peritos

• Outros contributos • INCLUSIVO

• Equipa

• Peritos

• Outros contributos • JOVEM

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• Equipa

• Peritos

• Outros contributos


00 // LIVING DOCUMENT . MODELO DE DESENVOLVIMENTO // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS E DAS EXPERIÊNCIAS • EXPERIÊNCIAS RELEVANTES

• Equipa

• Peritos

• Outros contributos • BOAS PRÁTICAS VALORIZADAS NO PLANO NACIONAL

• Equipa

• Peritos

• Outros contributos • BOAS PRÁTICAS VALORIZADAS NO PLANO INTERNACIONAL

• Equipa

• Peritos

• Outros contributos

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EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . MODELO DE DESENVOLVIMENTO // 00

FACTORES CRÍTICOS DE SUCESSO • ELEMENTOS TRANSVERSAIS POSITIVOS NAS EXPERIÊNCIAS ANALISADAS

• Equipa

• Peritos

• Outros contributos • AS MAIS – VALIAS PRODUZIDAS E OS MEIOS PARA AS ATINGIR

• Equipa

• Peritos

• Outros contributos • AVALIAÇÃO DOS PROCESSOS AGREGADORES E COMBINATÓRIOS

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• Equipa

• Peritos

• Outros contributos


00 // LIVING DOCUMENT . MODELO DE DESENVOLVIMENTO // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

CONTEÚDOS CHAVE PARA A TRANSPOSIÇÃO • CICLO DE INOVAÇÃO

• Equipa

• Peritos

• Outros contributos • ESQUEMATIZAÇÃO DO PROCESSO

• Equipa

• Peritos

• Outros contributos

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EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . MODELO DE DESENVOLVIMENTO // 00

MONITORIZAÇÃO

PROCESSO FERRAMENTAS PROGRAMAÇÃO

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00 // LIVING DOCUMENT . MODELO DE DESENVOLVIMENTO // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

PROTAGONISTAS

IDENTIFICAÇÃO

ÁREA TEMÁTICA

CONTACTOS

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Prot贸tipo


00 // LIVING DOCUMENT . MODELO DE DESENVOLVIMENTO // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

ESTRUTURA • Território • Tecido

económico – social

• Princípios • Objetivos • Metodologias • Técnicas

• Actores • Potencial

Empreendedor

• Classificação

CONTEXTOS DE APLICAÇÃO

• Acções • Recursos • Programação

ESTRATÉGIA E PROGRAMA

PLATAFORMA INJOV

MANUAL DE UTILIZAÇÃO

• Estrutura do manual

• Conteúdos

operacionais

• Suportes

CENTRO DE RECURSOS

FERRAMENTAS

• Matrizes de

planeamento e de controlo de gestão

• Sistemas de Informação

• Guiões de

diagnóstico

• Questionários • Soluções de

REPOSITÓRIO

PESSOAS

• Documentos • Multimédia • Banco de

• Peritos de

Imagens

experiência

• Redes de contacto

formação

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Roteiro SocialTec


00 // LIVING DOCUMENT . MODELO DE DESENVOLVIMENTO // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

1.

SISTEMA DE VALIDAÇÃO PARTICIPADA

3.

PLANO DE APROPRIAÇÃO INTERNA

2.

SESSÕES DE VALIDAÇÃO DESCENTRALIZADAS

4.

PLANO DE DISSEMINAÇÃO EXTERNA

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LIVING DOCUMENT . COMO PARTICIPAR Nº 01

MARÇO, 2015

LIVING DOCUMENT

COMO PARTICIPAR

• ABERTURA

AGÊNCIA EMPREENDEDORES SOCIAIS Largo do Amor Perfeito nº9 Adroana 2645-626 Alcabideche, Portugal

CONTACTOS


LIVING DOCUMENT

COMO PARTICIPAR



ate antesdea


enção avançar importante registe istoéparasi cuidado 01 // LIVING DOCUMENT . COMO PARTICIPAR // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

ABERTURA

Construir uma solução coerente conotada com o empreendedorismo com capacidade real de facilitar a inclusão social dos sectores mais jovens da sociedade portuguesa e de, simultaneamente, promover dinâmicas de desenvolvimento sustentável exige:

• Uma clarificação conceptual; • Uma avaliação de impacto das práticas e das experiências mais significativas neste domínio específico;

• Uma identificação dos fatores

• Uma definição dos mecanismos de

transferência de inovação adequados a uma lógica de ação co-construída e partilhada por parte dos atores comprometidos com o interesse público na sua intervenção social.

críticos de sucesso de forma a delimitar as dinâmicas que conjunta e articuladamente produzem mais-valias e sustentam os processos de inovação;

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EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . COMO PARTICIPAR // 01

O Living Document é para ser lido com instrumentos de escrita sempre à mão (caneta, lápis, marcador, teclado). A introdução de notas, apontamentos, observações, comentários é a razão de ser da sua existência.

NÃO O LEIA! CO-CONSTRUA-O... LENDO.

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TRATA-SE DE UM

Documento aberto, vivo, em construção!


01 // LIVING DOCUMENT . COMO PARTICIPAR // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

COMO COLABORAR?

• Escrever notas, apontamentos, observações, comentários no próprio documento e

reenviar a nova versão por mail simultaneamente para valentimribeiro@gmail.com e filipa.lourenco@seagency.com.

• Acrescentar LINKS de sites ou documentos na INTERNET para serem lidos e consultados pelos interessados nos temas em debate.

Pode fazê-lo no LIVING DOCUMENT, na área da BIBLIOTECA ou na página do Facebook www.facebook.com/pages/SocialTec-Empreendedorismo-Jovem/1495447557399015

• Pode enviar mensagens no chat do Facebook: www.facebook.com/charlesmoriz

ou www.facebook.com/pages/SocialTec-Empreendedorismo-Jovem/1495447557399015.

• Pode desafiar amigos, colegas ou conhecidos a colaborar atendendo ao facto de conhecer as respetivas posições ou ideias sobre os temas em debate.

NOTA: Os colaboradores neste processo de LIVING DOCUMENT passarão a ser atores do processo de disseminação desta solução metodológica.

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EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . COMO PARTICIPAR // 01

FIGURAS LD CONHEÇA AS FIGURAS QUE VÃO AGIR NA ANIMAÇÃO DO LIVING DOCUMENT:

BIBLIOTECÁRIO

ADVOGADO DO DIABO

APRENDIZ DE INVESTIGADOR

Procura documentos e publicações relacionadas com o tema em estudo. Promove intercâmbio de matéria publicada.

Põe em causa afirmações produzidas para suscitar melhor e maior aprofundamento.

Procura elementos úteis para o processo de investigação, nas áreas que mais elementares mas essenciais.

PROJECTARQUIVISTA

O WEB 2.0 SPEAK CORNER

O ESCRIBA XXI

Procura projetos e iniciativas no domínio do estudo e organiza-os na base de critérios

Lança o debate de forma informal nas Redes Sociais.

Redige de forma sistemática os conteúdos que vão surgindo e insere-os no Living Document

Você também pode ser... ASSUMA-SE! E participe!

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01 // LIVING DOCUMENT . COMO PARTICIPAR // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

FERRAMENTAS AS FERRAMENTAS PARA A INVESTIGAÇÃO – AÇÃO

UTILIZE-AS! ELAS ESTÃO AO SEU DISPOR As afirmações

Abordagem dogmática. Declaração categórica.

As interpelações

Pôr em causa. Pedir justificação.

As provocações

Terreno do contraditório puro. Por vezes absurdo.

As contra-reacções

Alimentar o tom crítico face às reações. Manter viva o sentido polémico.

As coligações

Associar pessoas com o mesmo ponto de vista e agira para que somem as suas abordagens.

As conclusões

Ir à procura de resultados no esforço do debate. Não há reflexão / debate com valor per si.

As recomendações

Os conteúdos conclusivos devem ser operacionais no plano das políticas e da ação futura.

As transposições

A matéria resultante do processo deve ser transferível e associada a outros contextos.

COMO VOU PARTICIPAR?

TEMA

FIGURA

FERRAMENTA

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LIVING DOCUMENT . CLARIFICAÇÃO CONCEPTUAL Nº 02

MARÇO, 2015

LIVING DOCUMENT

CLARIFICAÇÃO CONCEPTUAL • PROBLEMATIZAÇÃO • PISTAS PARA

APROFUNDAMENTO TEMÁTICO

AGÊNCIA EMPREENDEDORES SOCIAIS Largo do Amor Perfeito nº9 Adroana 2645-626 Alcabideche, Portugal

• EMPREENDER: UMA

ABORDAGEM PSICOSSOCIAL • EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO

CONTACTOS


LIVING DOCUMENT

CLARIFICAÇÃO CONCEPTUAL




02 // LIVING DOCUMENT . CLARIFICAÇÃO CONCEPTUAL // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

Que significado(s) podemos e devemos transportar para o campo das soluções...

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Problematização


02 // LIVING DOCUMENT . CLARIFICAÇÃO CONCEPTUAL // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

As interrogações tendo por base a abordagem mais convencional ao empreendedorismo: A CRIAÇÃO DE NOVOS NEGÓCIOS.

01

O conceito de empreendedorismo tem realmente utilidade ou é apenas uma formulação propagandística com um claro sentido ideológico de reforço do capitalismo baseado na iniciativa individual?

02

O conceito acrescenta algum valor na classificação de processos e ações que já existiam antes da sua utilização generalizada ou consiste apenas numa formulação de moda, que só serve para canalizar mensagens voluntaristas para a sociedade?

03

Criar novas empresas, desenvolver novos negócios e promover iniciativas com sentido empresarial foram atividades que sempre existiram ao longo dos tempos. O que justificará o seu enquadramento numa espécie de movimento – o empreendedorismo – que procura atrair novos protagonistas e adota métodos mais próximos da evangelização e da ação política pública do que do mundo das empresas?

04

Se a criação de atividades económicas organizadas é decorrente da dinâmica económica e do funcionamento dos mercados, qual é o contributo que o “empreendedorismo” introduz no desenvolvimento económico dos pais?

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EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . CLARIFICAÇÃO CONCEPTUAL // 02

A par das referências convencionais, centradas nos negócios e nas empresas, surgem outras abordagens que, mantendo uma atuação de base económica e de produção de valor, indicam objetivos que vão para além da mera valorização da iniciativa individual e destacam aspetos coletivos na ação e nos benefícios a produzir.

05

Alguns protagonistas do empreendedorismo social associam a sua intervenção a uma intenção de mudar o mundo ou de construir um mundo melhor.

Terá sentido atribuir à plataforma de valores do empreendedorismo social capacidade de influenciar o rumo global da sociedade?

06

Considerando que o ponto de partida do empreendedorismo social é a existência de um problema coletivo, de um grupo, de uma comunidade, de um setor, para o qual importa encontrar uma solução criativa ou inovadora, o valor acrescentado surge por via do “processo de invenção” ou na forma como a solução é posteriormente aplicada, envolvendo obrigatoriamente os seus futuros beneficiários?

07

Iniciativas dinâmicas, incorporando novas soluções, que ocorrem nos setores específicos da economia social (mercado dos serviços sociais, cooperativismo, mutualismo, associativismo), por tendencialmente acrescentarem valor a áreas do mercado sem fins lucrativos, são ações que devem ser conotadas com o empreendedorismo social?

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02 // LIVING DOCUMENT . CLARIFICAÇÃO CONCEPTUAL // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

Noutras abordagens a dimensão mercado e de produção direta de valor económico não está presente oferecendo um sentido de utilização do conceito numa lógica principalmente altitudinal e comportamental.

08

O Intraempreendedorismo geralmente associado às iniciativas que um colaborador interno de uma organização pode desenvolver para resolver problemas e promover ações indutoras de mudanças na atividade ou funcionamento da organização, assenta principalmente numa atitude individual de autoafirmação ou tem principalmente por base a adesão a um projeto da empresa? Neste caso, é compatível uma valorização desta modalidade de ação empreendedora com as estratégias de gestão de recursos humanos que assentam muitas vezes na precariedade das relações e numa partilha limitada de responsabilidades ou de cogestão?

09

A mudança ou até inversão radical nas condições sociais adversas no plano individual é protagonizado por iniciativas associadas ao empreendedorismo cujo pano de fundo é a motivação dinamizada a partir de crenças, apelos e referências ao potencial individual de cada um e a um certo voluntarismo. Estão alinhados com esta abordagem programas que se intitulam ou comunicam na base de ideias como: acreditar, realizar os sonhos, exprimir vontade. Qual será verdadeiramente a eficácia deste tipo de abordagem à motivação, sabendo-se que esta assenta em fatores intrínsecos ao sujeito e não depende de influências que lhes são exteriores?

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EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . CLARIFICAÇÃO CONCEPTUAL // 02

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A inovação confunde-se muitas vezes com o empreendedorismo no discurso produzido sobretudo por iniciativas ligadas às chamadas indústrias criativas, nomeadamente a moda, o digital, a produção artística e o design. Neste plano de atuação predomina o apelo à ideia, à solução criativa, à diferença face aos outros associando o próprio processo criativo com um sentido empreendedor. Não será um fator condicionante para a própria inovação ela estar sujeita a objetivos que tendencialmente recairão no universo dos negócios e das empresas? Será que os processos de inovação social deverão estar principalmente orientados para a economia e a atividade das empresas?

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02 // LIVING DOCUMENT . CLARIFICAÇÃO CONCEPTUAL // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

Uma outra abordagem ao empreendedorismo tem como elemento de rutura a focalização exclusiva no indivíduo, na figura do próprio empreendedor. De alguma forma, recusa uma lógica coletiva e o próprio movimento empreendedor. Trata-se de considerar não um quadro de atuação política, técnica, instrumental da ação empreendedora mas, tão-somente, de identificar os fatores inatos dos empreendedores de todo o tipo e de valorizar o seu contributo para o desenvolvimento da sociedade.

11

Neste plano, são associadas competências diversas que são próprias do empreendedor (a combinação peculiar dos conhecimentos, das capacidades e das atitudes necessárias para enfrentar problemas seria intuitiva) e é destacado um perfil de base-tipo psicomorfológico (muito assente nas correntes comportamentalistas da psicologia aplicada e social) que integra as noções de risco / desprendimento, de antecipação / cenarização e de visão fora do comum. Este olhar sobre a realidade fora do entendimento da maioria torna o dito empreendedor num visionário e numa pessoa fora do comum? Em que medida esta abordagem é razoável e não é a expressão de uma perigosa proposta elitista e segregadora?

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EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . CLARIFICAÇÃO CONCEPTUAL // 02

EMPREENDEDORISMO – ABORDAGENS OPERACIONAIS Um conceito preocupante ou estimulante?

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MUNDO DOS NEGÓCIOS?

MAIS NEGÓCIOS PARA QUÊ?

Terá utilidade para a sociedade e para as tarefas do desenvolvimento utilizar o conceito de empreendedorismo de forma mais ampla e mais abrangente, não o limitando ao campo restrito da economia e do mundo dos negócios?

Haverá justificação para que Programas, Organizações, Entidades desenvolvam ações de apoio à criação de empresas e à criação de novos negócios banais, interferindo na concorrência, saturando os mercados e aumentando o risco de ineficiência dos ramos de atividade de acesso mais banalizados?

13

15

O MERCADO NÃO RESOLVE?

Terá sentido o investimento público ou o investimento privado de interesse público ser direcionado para o financiamento de novas atividades empresariais, quando elas surgem de forma espontânea por via das regras do mercado?

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14

QUEM SE RESPONSABILIZA?

Será legítimo incentivar novas atividades empresariais, em nome do chamado auto-emprego, relegando para o potencial promotor da iniciativa, sem capitais próprios e forçado a contrair crédito a terceiros, todos os riscos e todas as consequências do eventual insucesso?


02 // LIVING DOCUMENT . CLARIFICAÇÃO CONCEPTUAL // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

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UM SOCIAL DE NEGOCIANTES?

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DE PEQUENINO SE TORCE O PEPINO?

Terá verdadeiramente sentido que as Entidades, as Organizações e genericamente, os atores da intervenção social, mesmo assumindo uma estratégia de atuação de “inserção pela economia” sejam protagonistas em processos de Criação de Negócios e de Novas empresas?

Será aceitável que a “Educação para o Empreendedorismo” nas escolas seja um conjunto de atividades orientadas para o mundo dos negócios, transformando unidades educativas em autênticas Escolas de Negócios?

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20

DINHEIROS PÚBLICOS PARA OS BOLSOS INDIVIDUAIS?

A LEI DO MAIS FORTE, DO MAIS CAPAZ?

Poderá ser justificado o apoio com dinheiros públicos a projetos cuja finalidade é o lucro e a resolução individual de situações particulares, sem qualquer compromisso com o desenvolvimento sustentável?

É aceitável que o fomento do espírito empreendedor na sociedade seja associado aos valores mercantilistas, aos processos e técnicas de obtenção de lucros e vantagens individuais e subjetivamente, a uma ideologia individualista, baseada exclusivamente nos méritos individuais e em dinâmicas sociais darwinistas?

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21

CAPITAL OU CAPITAL SOCIAL?

Terá sentido que iniciativas que não incorporem uma dimensão empresarial e de negócio possam obter apoios públicos, pelo valor acrescentado que produzem e pela valorização do capital social que realizam?

IDEOLOGIA OU APENAS VONTADE DE AGIR?

Na ótica dos utilizadores do conceito de empreendedorismo, estará uma adesão a um movimento para a ação, mas também a um conjunto de valores e a uma perspetiva de desenvolvimento económico e social? Ou estará apenas a condenação implícita à inércia, à rotina, à estagnação e a um certo espírito conservador e imobilista?

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Pistas para Aprofundamento Temรกtico


02 // LIVING DOCUMENT . CLARIFICAÇÃO CONCEPTUAL // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

EMPREENDEDORISMO... QUANDO ASSOCIADO AO CONCEITO DE SUSTENTABILIDADE

• Combinações Criativas • Imaginação

A

CONHECIMENTOS

• O que são problemas? • Como se constroiem as soluções?

• Invenção

• O que são resultados?

• Articulação

• Como são medidos os impactos?

D

COMPORTAMENTOS

EMPREENDER

recursos?

• Proactividade

• Como comunicar com terceiros?

• Disponibilidade • Comprometimento • Combatividade

CAPACIDADES

• Como encontrar e mobilizar

• Insatisfação

• Voluntarismo

B

C

ATITUDES

• Como organizar o tempo e os

recursos para realizar as acções?

• Como fazer com eficácia e eficiência?

Autor: Carlos Ribeiro, 2014

Uma construção associada à noção de competência, ou seja adotando um sentido transformador, de ação sobre problemas e dificuldades, de necessidade de provocar mudanças: Os conhecimentos indispensáveis

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EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . CLARIFICAÇÃO CONCEPTUAL // 02

A)

OS CONHECIMENTOS INDISPENSÁVEIS

u

O QUE SÃO PROBLEMAS?

u

COMO SE CONSTROEM AS SOLUÇÕES?

u

O QUE SÃO RESULTADOS?

SÃO MEDIDOS OS u COMO IMPACTOS?

48

No plano dos conhecimentos indispensáveis, o tema dos problemas é incontornável. Certamente que outros temas são fundamentais como a visão operacional do que é um projeto e ainda e como se realiza a gestão de um processo para que ele atinja os objetivos. Mas um bom domínio relativo aos problemas é essencial. O domínio do próprio conceito de problema e a relação que pode ser estabelecida entre problemas e soluções. De igual forma, a compreensão dos mecanismos de progressão e de avaliação que permitem consolidar uma resposta como adequada ao problema enunciado. A compreensão sobre as diferenças e as bases distintivas entre resultados e impactos é fundamental para concretizar os objetivos enunciados, quer os gerais, mas também os mais específicos.


02 // LIVING DOCUMENT . CLARIFICAÇÃO CONCEPTUAL // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

B)

AS CAPACIDADES INDISPENSÁVEIS

ENCONTRAR E u COMO MOBILIZAR RECURSOS? COMUNICAR COM u COMO TERCEIROS?

No campo das capacidades existem também exigências diversas. Neste universo do saber-fazer, o sentido operacional da programação, organização e gestão de recursos é essencial. Destaca-se aqui a capacidade de comunicar como uma ferramenta central da ação do empreendedor, para concretizar os seus objetivos.

COMO ORGANIZAR O TEMPO E u OS RECURSOS PARA REALIZAR AS AÇÕES? FAZER COM EFICÁCIA E u COMO EFICIÊNCIA?

49


EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . CLARIFICAÇÃO CONCEPTUAL // 02

C) > > > > > >

50

AS ATITUDES INDISPENSÁVEIS

INSATISFAÇÃO DISPONIBILIDADE PROACTIVIDADE VOLUNTARISMO COMPROMETIMENTO COMBATIVIDADE

Para fazer face a determinados problemas identificados, numa ótica de mudança da situação existente e criando uma dinâmica transformadora, o campo atitudinal torna-se fundamental, sendo algumas atitudes indispensáveis e transversais como a proatividade e a combatividade. Em função do tipo de problema a enfrentar importará que esta ou aquela atitude se exprima de forma mais ou menos intensa sabendo-se que cada caso é um caso e que a densidade das variáveis do processo de demonstração de competência é sempre peculiar e casuística.


02 // LIVING DOCUMENT . CLARIFICAÇÃO CONCEPTUAL // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

D) > > > >

OS COMPORTAMENTOS DESEJÁVEIS

COMBINAÇÕES CRIATIVAS IMAGINAÇÃO INVENÇÃO

A concretização da ação relativa à superação da situação problemática passa por um processo combinatório das 3 variáveis anteriores, de forma adequada e criativa, desenvolvendo-se um processamento inventivo que se traduz numa ação mais ou menos qualificada traduzindo – se também em eficácia e até em eficiência. O doseamento acertado e a combinação integradora das variáveis mencionadas constituem as bases do sucesso e de pleno êxito da ação empreendida.

ARTICULAÇÃO

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EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . CLARIFICAÇÃO CONCEPTUAL // 02

Nesta abordagem desagregada percorremos os elementos organizadores da ação realizada com competência. Se reagruparmos os mesmos elementos podemos interpelar o conceito de empreender também pelo lado da

Dinâmica Empreend 52


02 // LIVING DOCUMENT . CLARIFICAÇÃO CONCEPTUAL // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

EMPREENDER COM COMPETÊNCIA CONHECIMENTOS

• O que são

problemas?

• Como se constroem as soluções?

• O que são

resultados?

• Como são medidos os impactos?

SABERES

CAPACIDADES

• Encontrar e

mobilizar recursos

• Comunicar com terceiros

• Organizar o tempo e os recursos para realizar as ações

• Agir com eficácia e eficiência SABER FAZER

ATITUDES

• Insatisfação • Disponibilidade • Proactividade • Voluntarismo • Comprometimento • Combatividade

SABER SER

dedora:

COMPORTAMENTOS

• Combinações criativas

• Imaginação • Invenção • Articulação

SABER AGIR

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Empreender: uma Abordagem Psicossocial


02 // LIVING DOCUMENT . CLARIFICAÇÃO CONCEPTUAL // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

As abordagens ao conceito pode ser realizada em diversos planos como o ideológico, o político, o social, o cultural e, procurando centrar no indivíduo, na relação com o seu contexto.

O PLANO IDEOLÓGICO A abordagem ao empreendedorismo realizada a partir de critérios ideológicos revela-nos algumas perplexidades:

• Predomina no discurso e nas práticas de um número muito significativo das entidades públicas e privadas que promovem o Empreendedorismo um sentido yuppie dando grande relevo ao sucesso individual e a um modo de vida e processo de ascensão social que marcou os anos 80 do século passado.

O pano de fundo desta abordagem assenta na hipervalorização da iniciativa individualempresarial como estruturante do desenvolvimento da sociedade em detrimento de um maior equilíbrio entre a ação individual e coletiva no desenvolvimento social. Menosprezam-se nesta visão as vantagens para o equilíbrio e a coesão social das formas de regulação nas dinâmicas sociais introduzidas, por exemplo, pelos princípios do Estado Social.

• Existem abordagens complementares ao empreendedorismo que não limitam a proposta ao

quadro restrito do empresarial e que preconizam um sentido “social” baseando as iniciativas nas necessidades / carências coletivas. Apesar do sucesso destas ações assentar, no entendimento dos promotores, na gestão empresarial eficaz e sabendo-se que a performance destas iniciativas depende, em muitos casos, da mobilização de recursos sem custos ou não contabilizados, esta corrente situa-se num quadro ideológico mais igualitário, mantendo conotações fortes com as atuações elitistas e politicamente corretas.

55


EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . CLARIFICAÇÃO CONCEPTUAL // 02

O PLANO PSICOSSOCIAL Numa sociedade que produz desigualdades, marginalização e exclusão predominam as soluções que se situam nos extremos do leque de atuações possíveis:

• Um apelo ao individualismo e ao “salve-se quem puder”; • E concomitantemente, um aprofundamento do assistencialismo como forma de arrumar em situação de dependência os sujeitos que “não se safem” e forma ainda de secundarizar a coesão social.

Neste quadro, como se pode posicionar o sujeito objeto dos processos de exclusão mencionados e como pode encontrar uma saída que lhe permita romper com a situação?

uEm que situação se

encontra o sujeito quando é excluído e marginalizado?

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02 // LIVING DOCUMENT . CLARIFICAÇÃO CONCEPTUAL // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

A ESPIRAL E A ABORDAGEM SISTÉMICA Com as sucessivas situações de fracasso no plano social (cair no desemprego, perder estatuto na família, quebrar laços sociais anteriores devido a processos de exclusão informal), o adulto entra numa espiral negativa que se aprofunda sistematicamente. A espiral de evolução negativa baseia-se nos reforços sistemáticos de um processo que se baseia em interações recíprocas no próprio sistema humano que encontram nos sistemas de “remediação” ou de regulação” respostas perversas:

DIFERENTES PLANOS INTERATIVOS Sofrimento afetivo

Desorganização afetiva

Dependência

Ficar aos cuidados de

Sentimento de inutilidade

Identidade negativa

Sentimento de incompetência

Fracasso

O JULGAMENTO SOCIAL A questão é: como se fecha o ciclo vicioso para cada um e como alguns conseguem escapar?

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EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . CLARIFICAÇÃO CONCEPTUAL // 02

OS MECANISMOS DE CULPABILIZAÇÃO

Os excluídos não seriam eles próprios responsáveis pela sua condição e situação? Esta é a base para toda a construção culpabilizadora que consolida a exclusão e dificulta, pela interiorização por parte do sujeito, a rutura com a situação de marginalização. Como deve ser realizado o desafio à iniciativa individual para que cada um deixe de integrar ou recuse integrar o lote dos excluídos, nos termos do julgamento social instituído, ou seja, o conjunto dos:

• Fracos, dos menos fortes / a natureza não dotou todos das mesmas capacidades para sobreviver (Darwin)

• Incompetentes (alguns não aprendem nada com a escola e com a vida) • “Calões” (há quem prefira ficar à sombra da bananeira enquanto que outros trabalham e se esforçam)

• Parasitas (os que têm uma estratégia de viver à custa dos sistemas de proteção social ou da sociedade no seu conjunto)

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02 // LIVING DOCUMENT . CLARIFICAÇÃO CONCEPTUAL // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

AS VIAS DE SAÍDA Das experiências conhecidas podemos destacar duas abordagens fundamentais:

O APELO VOLUNTARISTA Baseia-se num discurso, muitas vezes direto e muito marketizado do tipo: "tu podes, acredita em ti, procura o teu potencial, se não tentares não consegues, arrisca que vale a pena". É o reverso da medalha da culpabilização. "Sai do lote, e altera a tua situação". É uma questão de atitude: "Yes you can!"

O APELO RACIONALISTA Fundamenta-se numa proposta de análise e de autoavaliação por parte do sujeito. Baseia-se no valor dos instrumentos técnicos de diagnóstico e de orientação que servirão para prescrever uma terapia adequada.

A INVERSÃO DA SITUAÇÃORUTURAS PARA SER ATOR DO SEU PRÓPRIO DESTINO Quais são as condições para inverter um estado e voltar a ser ator do seu próprio destino?

Partem do pressuposto de que o sujeito terá as mesmas crenças face ao valor e eficácia dos dispositivos instalados para aquele efeito e admitem que o afastamento das pessoas é por desconhecimento ou ignorância.

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EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . CLARIFICAÇÃO CONCEPTUAL // 02

UMA 1ª RUTURA DEVERÁ SER REALIZADA COM AS EXPLICAÇÕES FATALISTAS

UMA 2ª COM AS INFLUÊNCIAS ASSISTENCIALISTAS

O determinismo e o denominado sistema de pensamento identitário fornece-nos uma primeira base explicativa que Castoriadis denominou de linearidade causal. Cada um pertenceria à partida a um estilo: estilo de morfológico, cognitivo, estilo ou estatuto social, estilo ou perfil afetivo, estilo conativo. Nessa base, se o homem não é responsável pela estilo que lhe é imposto, de que servirá mexer-se, agitar-se ou tentar alterar as coisas?

A institucionalização do estado de incompetência através dos mecanismos de emergência social transformados em duradouros e permanentes, permitem ao “excluído” que se instale na sua exclusão. Que encontre uma resposta satisfatória para o “viver à parte”, ou que lhe permita “gerir um estado de revolta” aceitando a contrapartida de “ficar aos cuidados de “.

Esta abordagem despreza a existência de um contexto, de um ambiente exterior ao sujeito, com o qual ele interage e consequentemente, do qual recebe e interioriza influências.

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Um sujeito a quem foi retirada a condição de “sujeito” (em situação de sofrimento e de fracasso) para ser colocado em situação de objeto (arrumado, classificado, a ser assistido por terceiros) e desejar a segurança de não se expor e de se refugiar no grande grupo dos excluídos legitimados.


02 // LIVING DOCUMENT . CLARIFICAÇÃO CONCEPTUAL // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

UMA 3ª COM AS INTERVENÇÕES SUBSTITUTIVAS Baseia-se na injunção paradoxal do “ajudar alguém a ser autónomo”. O próprio processo de autonomização sendo apoiado, incorpora certamente as influências de dependência que lhes são intrínsecos.

Desta forma a autonomia é vista como uma representação ideal em contraste com uma construção espontânea, conflituosa e até acidentada, resultante dos desafios do contexto. Uma autonomia conquistada com apoios externos transportará com ela os vírus da própria dependência.

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EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . CLARIFICAÇÃO CONCEPTUAL // 02

O CONTEXTO INFLUENCIADOR

Considerando o ambiente no qual o homem se move, se o ambiente muda, o homem pode mudar. Por esta via, entramos numa abordagem interacionista que nos desafia para uma melhor compreensão sobre o potencial influenciador do ambiente no qual o próprio sujeito se move, em matéria de mudança e de rutura com situações sociais concretas.

Que influências e que mecanismos de interação podem ser identificados para provocar mudanças:

• Na autoestima • Na imagem de si próprio • Na depressão • Na adaptação ao esforço • Na identidade (social e para o próprio) • Na integração social

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02 // LIVING DOCUMENT . CLARIFICAÇÃO CONCEPTUAL // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

O SISTEMA E A TEORIA INTERACIONISTA

Num sistema, a alteração na rede de interações provoca mudanças em cascata no conjunto do sistema. Importa, por vezes, para sair de situações bloqueadas (instaladas e consolidadas pelos processos de circulo vicioso) de provocar uma alteração numa das interações para suscitar uma reorganização do conjunto do sistema. É nesta possibilidade que se pode basear uma resposta do empreendedorismo, no sentido de provocar uma rutura na situação de exclusão.

O potencial da ação empreendedora para mexer com o contexto do sujeito é enorme e é nesse espectro alargado que podem surgir as oportunidades para um envolvimento que poderá produzir ruturas com incidência na exclusão e na automarginalizarão. Experiências recentes relacionadas com o empreendedorismo de base local ou de empreendedorismo comunitário, que colocam no centro do processo de intervenção, não o sujeito

e as suas fragilidades ou dependências, mas antes o contexto de vida que integra o espaço público, a habitação e a vida quotidiana, as instituições locais e de suporte como a escola, as creches, os serviços à comunidade, o emprego e o rendimento, a expressão cultural e o lazer, etc...fornecem pistas no sentido de uma valorização destas abordagens que serão facilitadoras de um real combate à exclusão com melhores condições para uma efetiva perenização dos processos.

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Empreendedorismo Inclusivo


02 // LIVING DOCUMENT . CLARIFICAÇÃO CONCEPTUAL // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

Inclusivo em que medida? Trata-se de promover a criação de empresas e apoiar o lançamento de novos negócios por parte dos setores mais desfavorecidos da população? Pretende-se implementar soluções de auto-emprego para todos aqueles que se encontram em situação de elevada vulnerabilidade social? Ou a abordagem é mais lata e quer no objeto, quer ainda nas ações a empreender aponta-se para uma atuação diversificada cuja expressão será casuística em função dos desníveis e desequilíbrios instalados.

Na verdade, a visão do SocialTec de Empreendedorismo Inclusivo remete-nos para uma relação direta com os Jovens, numa lógica voluntarista da promoção da ação empreendedora nos territórios. É sobejamente conhecido que a criação de iniciativas ou projetos empresariais, ou ainda a criação de associações e/ou dinâmicas locais têm sido transversais à evolução da sociedade, acontecendo de uma forma espontânea. Posto isto, quando falamos de inclusivo, o quadro de referência é geral, mas leva-nos a focar a análise nos públicos ou grupos sociais que estão à margem deste movimento “natural” e espontâneo da sociedade. Em simultâneo, remete-nos também para uma análise de diagnóstico e aprofundamento sobre os fatores e medidas a adotar para que determinados territórios, grupos sociais e profissionais que se encontram excluídos ou no limite do benefício dos direitos sociais e das condições de acesso ao mercado de trabalho e por consequência, de direito a uma plena inserção social, consigam inverter as suas fragilidades e desvantagens.

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EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . CLARIFICAÇÃO CONCEPTUAL // 02

OS TEMAS DE APROFUNDAMENTO Territórios: TERRITORIAL

• em Perda • Despovoados • Bairros críticos

A questão da inclusão territorial implica uma definição dos indicadores de exclusão, sendo certo que não é a clivagem tradicional do interior/litoral ou do urbano/rural que permite

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distinguir as áreas territoriais em situação de exclusão. Importa que o processo de categorização venha a permitir uma delimitação das

Adoptar estratégias de diferenciação apoiadas nas potencialidades locais do território Gerir a descriminação positiva e as medidas de compensação

áreas territoriais excluídas e as respetivas dominantes de incidência na exclusão (económica, social, ambiental, cultural demográfica, tecnológica).


02 // LIVING DOCUMENT . CLARIFICAÇÃO CONCEPTUAL // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

• Imigrantes • Idosos isolados SOCIAL

• Jovens NEETs

Ultrapassar barreiras específicas

• Mulheres socialmente fragilizadas • Portadores de deficiência

A definição dos fatores de exclusão dos grupos sociais tradicionalmente mais abrangidos nas dinâmicas de descriminação social será certamente um elemento poderoso para estabelecer ligações aos processos de empreendedorismo de base local. Neste plano importaria identificar os fatores que vão para além do quadro tradicional como o emprego, as qualificações, os rendimento e salários, etc.

De uma forma genérica, podem ser identificados fatores como:

• O fraco domínio da língua portuguesa • O enclausuramento cultural e uma certa hostilidade à diversidade cultural

• Os fracos ou inexistentes meios de sobrevivência numa base autónoma

• A ocupação das energias nas tarefas do quotidiano • As barreiras entre mundos e a dificuldade em estabelecer pontes • A ausência de laços sociais fortes (da família, da escola, do contexto local etc.)

• As barreiras no contacto com as entidades locais e as organizações da economia em geral

• Outros a apurar

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EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . CLARIFICAÇÃO CONCEPTUAL // 02

• Emprego PROFISSIONAL

• Qualificações • Competências • Orientação ALV

• A reduzida

preparação para tarefas qualificadas e mais exigentes no plano profissional

• As despesas de

transporte e deslocação para o trabalho

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Promover a igualdade de oportunidades Apoiar o desenvolvimento de competências

• As doenças e as incapacidades que resultam, entre outras, das condições habitação e de proteção na doença

• A desconfiança dos processos de orientação excessivamente avaliativos


02 // LIVING DOCUMENT . CLARIFICAÇÃO CONCEPTUAL // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

• Direitos CIDADÃ

• Participação

Concretizar os processos de efetiva gestão do poder

• Empoderamento

A inclusão no plano da cidadania é mais subjetiva. No entanto, podemos admitir que se trata de uma dimensão fundamental do empreendedorismo inclusivo.

A avaliação dos fatores condicionantes da participação cidadã devem estar presentes nesta construção multilateral que remete para:

• O exercício dos direitos individuais e sociais • A participação na vida pública principalmente de interesse coletivo • O empoderamento, ou seja a capacidade e o poder de agir em situações concretas que exijam afirmação de posições.

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EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . CLARIFICAÇÃO CONCEPTUAL // 02

TEMA

CATEGORIAS

ÁREAS DE DESENVOLVIMENTO

PONTOS CRÍTICOS

Territórios: TERRITORIAL

• em Perda • Despovoados

Gerir a descriminação positiva e as medidas de compensação

• Bairros críticos • Imigrantes • Idosos isolados SOCIAL

• Jovens NEETs • Mulheres socialmente

Ultrapassar barreiras específicas

fragilizadas

INCLUSÃO

• Portadores de deficiência • Emprego PROFISSIONAL

• Qualificações • Competências

Promover a igualdade de oportunidades

• Orientação ALV • Direitos CIDADÃ

• Participação • Empoderamento

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Concretizar os processos de efetiva gestão do poder



Empreendedorismo Jovem


02 // LIVING DOCUMENT . CLARIFICAÇÃO CONCEPTUAL // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

A delimitação de campos de uso no que diz respeito aos jovens que poderão ser promotores e/ou poderão serem envolvidos em processos que se relacionem com a ação empreendedora tem a ver com critérios alguns objetivos e outros subjetivos.

Os critérios objetivos como os etários e os que estão pré-definidos pelos sistemas de apoio no âmbito das políticas públicas (ex. fundos europeus) discriminam de forma positiva os segmentos jovens em várias áreas:

• Jovens agricultores (até aos 40 anos) e

o acesso ao apoio à instalação em meio rural com incidência em atividades económicas na agricultura e/ou no desenvolvimento rural;

• Mobilidades de jovens estudantes

com inscrição universitária independentemente da sua idade;

• Mobilidades para jovens trabalhadores até aos 30 anos (Erasmus+).

Outros critérios mais subjetivos enquadram casuisticamente os segmentos jovens da população em função de objetivos precisos:

• Afirmação em termos de carreira,

concursos para jovens músicos, jovens criativos;

A par desses critérios, existem mecanismos de classificação e de referências grupais que resultam de:

• (i) preconceitos, que podem associar

práticas de lazer a grupos (p.e. motards, surfistas);

• (ii) representações sociais (p.e. formas de vestir e de aderir à moda)

• (iii) de referências difusas (p.e.

frequentadores de festivais de música).

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EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . CLARIFICAÇÃO CONCEPTUAL // 02

TEMA

CATEGORIAS

ÁREAS DE DESENVOLVIMENTO

• Faixas etárias ETÁRIOS

• Jovens adultos • Legislação

PONTOS CRÍTICOS

O assumir de responsabilidades e a vida adulta

• Tribos JOVEM

GRUPOS E ESTILO DE VIDA

• Bandos • Estudantes

Hedonismo e fratura social

• Membros de organizações

• Jovens agricultores APOIOS EXISTENTES

• Estágios profissionais • Concursos

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Gestão política da noção de idade




LIVING DOCUMENT . AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS E DAS EXPERIÊNCIAS Nº 03

MARÇO, 2015

LIVING DOCUMENT

AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS E DAS EXPERIÊNCIAS • GRELHA PRIMÁRIA DE ANÁLISE

• GRELHA DE INTERPRETAÇÃO

AGÊNCIA EMPREENDEDORES SOCIAIS

CONTACTOS

DE BOAS PRÁTICAS • GRELHA DE ANÁLISE QUALITATIVA DAS BOAS PRÁTICAS

Largo do Amor Perfeito nº9 Adroana 2645-626 Alcabideche, Portugal

DAS PRÁTICAS • RECOMENDAÇÕES DECORRENTES DA ANÁLISE DAS PRÁTICAS


LIVING DOCUMENT

AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS E DAS EXPERIÊNCIAS



“

O que nos diz as prĂĄticas pro nestes d


03 // LIVING DOCUMENT . AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS E DAS EXPERIÊNCIAS // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

zem as experiências e omissoras conhecidas domínios de atuação? • O que nos dizem as experiências e as práticas promissoras conhecidas nestes domínios de atuação?

• Que elementos globais, mas também parciais e setoriais, nos fornecem os

resultados e os impactos dos projetos com maior proximidade temática ao sentido da pesquisa que estamos a desenvolver?

As grelhas de análise de boas práticas são aqui apresentadas como exemplo dos instrumentos que foram utilizados para sistematizar informação recolhida a partir de um conjunto de práticas e projetos e produzir recomendações finais. Podem servir também como proposta de avaliação e autoavaliação da sua prática num processo de aplicação da metodologia SocialTec. Foi analisado um conjunto de práticas promissoras para o projeto, selecionadas em contexto nacional e internacional. As grelhas de análise descritiva e qualitativa, com informação sistematizada a partir de um conjunto de dimensões e categorias criadas para nos fornecer elementos críticos para a interpretação das recomendações finais, encontram-se no seguimento deste Caderno.

” 81


Grelha Primรกria de Anรกlise de Boas Prรกticas


03 // LIVING DOCUMENT . AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS E DAS EXPERIÊNCIAS // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

1.

O QUE ANALISA

Qual é o programa que é analisado?

2.

PARTICIPANTES

O programa analisado é dirigido prioritariamente a Jovens?

3.

OBJECTIVOS

4.

DURAÇÃO/SUSTENTABILIDADE

5.

METODOLOGIAS

6. 7. 8.

Programas

Incluir jovens de forma significativa

Ligação a temas de remediação, reparação, recuperação de défices

Média e longa

Com componentes práticas e com envolvimento dos participantes

FORMAS DE IMPLEMENTAÇÃO

Com parceiros e adaptação progressiva

AVALIAÇÃO

Houve autoavaliação e heteroavaliação. Dados sobre resultados e eventualmente impactos

PRINCIPAIS CRITÉRIOS DE OLHAR EXTERNO SOBRE A EXPERIÊNCIA

Eficácia Eficiência Coerência Pertinência Transferência

Trata-se de um programa para recuperar, de alguma forma, défices?

É um programa tipo Workshop ou de média ou longa duração?

O Programa analisado tem componentes práticas e envolve os participantes nas suas Dinâmicas?

É um programa Standard de uma entidade ou algo que é feito em parceria e moldado pela ação conjunta?

Existem mecanismos de avaliação estabelecidos? Que resultados são conhecidos?

Face aos objetivos que o próprio programa estabelece como podemos aplicar alguns critérios (seleção pelas prioridades) de avaliação que nos forneçam um quadro de valorização das experiências?

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Grelha de Anรกlise Qualitativa das Boas Prรกticas


03 // LIVING DOCUMENT . AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS E DAS EXPERIÊNCIAS // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

EXPERIÊNCIAS RELEVANTES DE EMPREENDEDORISMO JOVEM QUE SE LIMITAM AO APOIO À CRIAÇÃO DE NEGÓCIOS E DE EMPRESAS APRESENTAÇÃO DA PRÁTICA Fundada em 1979, a Boutique de Gestion (BGE PARIF) foi cofundadora da Rede Nacional das Boutique de Gestion - primeira rede francesa independente de apoio à criação de empresas. A rede tem atualmente 400 sedes, cobrindo o país e territórios ultramarinos. Intervém em todos os lugares de Ile-de-France estando ao serviço dos criadores e empreendedores de negócios, facilitando o acesso à informação e fornecendo um acompanhamento personalizado para tornar mais acessível o direito de empreender. PROGRAMA EM ANÁLISE

A EXPERIÊNCIA MAIS RELEVANTE - BOUTIQUE DE GESTION PARIF

Criação de Empresas - facilitar o acesso à criação de empresas e atividades económicas, o desenvolvimento da autonomia criativa em todas as áreas, ajudando a revelar os seus recursos intelectuais através de métodos ativos de ensino e a incentivar a iniciativa e solidariedade. DOMINANTE DA ESTRATÉGIA

• Objetivo Empresarial • Não revela componentes para recuperar défices ou minimizar obstáculos no acesso à criação de empresas

• Não se dirige unicamente a jovens, mas, na medida em que apoia a criação de atividades económicas,

pressupõe o envolvimento de um público-alvo numa fase de integração no mercado de trabalho ou de consolidação de carreira profissional

• Diferenciação de recursos e ferramentas consoante as fases de criação do negócio; conceção da

criação de negócios como um processo em ciclo (Balanço de Competências Empreendedoras, Balise (Banco de Ideias), Acolhimento/Diagnostico e Acompanhamento).

METODOLOGIAS E FORMAS DE IMPLEMENTAÇÃO Programa Standard da Entidade, mas com adaptações progressivas e moldado pela ação conjunta. RELAÇÃO COM DESENVOLVIMENTO LOCAL INTEGRADO/DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL A BGE assume como objetivo participar na prática para o desenvolvimento económico local através, nomeadamente, das missões de desenvolvimento de novos negócios sustentáveis e de novos empregos. OLHAR EXTERNO A experiência da BGE é valorizada no âmbito do Empreendedorismo Jovem pelos seguintes fatores:

• Cobertura territorial e funcionamento em rede na região de Paris e Ile de France • Acompanhamento personalizado e ao longo das diferentes fases do negócio (desde o balanço de competências, passando pela ideia, pela ante-criação até á efetiva instalação da atividade)

• Apesar de não assumir como objeto dominante a integração ou inclusão social, o facto de disponibilizar toda a informação e facilitar a iniciativa de empreender, pressupõe objetivos de incentivo à iniciativa e solidariedade.

• Com uma existência de mais de 30 anos, o impacto na comunidade tem sido muito positivo. • Fomenta a criação de empresas orientadas para negócios sustentáveis e criativos.

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EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS E DAS EXPERIÊNCIAS // 03

EXPERIÊNCIAS RELEVANTES DE EMPREENDEDORISMO JOVEM QUE SE LIMITAM AO APOIO À CRIAÇÃO DE NEGÓCIOS E DE EMPRESAS

OUTRAS EXPERIÊNCIAS VALORIZADAS NO PLANO NACIONAL – ANJE – ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE JOVENS EMPRESÁRIOS

APRESENTAÇÃO DA PRÁTICA A ANJE - Associação Nacional de Jovens Empresários é uma associação de direito privado e utilidade pública que, desde 1986, representa institucionalmente os jovens empresários portugueses e os apoia na sua atividade empresarial. É um exemplo de apoio ao empresariado jovem, independentemente da dimensão e estádio de desenvolvimento das empresas e da vontade de contribuir para o progresso do país, a partir de um modelo económico assente na iniciativa privada. PROGRAMA EM ANÁLISE Criação de Empresas – promoção do empreendedorismo jovem, com base na adoção de modelos empresariais baseados na inovação, investigação e desenvolvimento. DOMINANTE DA ESTRATÉGIA

• Objetivo Empresarial • Não revela componentes para recuperar défices ou minimizar obstáculos no acesso à criação de empresas • Promoção do empreendedorismo qualificado (criação de condições para que os jovens convertam o seu conhecimento em valor empresarial)

METODOLOGIAS E FORMAS DE IMPLEMENTAÇÃO

• Programa Standard da Entidade, mas com adaptações progressivas e moldado pela ação conjunta. • Acompanhamento e Incubadoras para empresas de base tecnológica – A Associação disponibiliza acompanhamento especializado em processos de formação, gestão, financiamento e inovação empresariais.

• Divulgação de sistemas de incentivo ao empreendedorismo • Prestação de serviços de aconselhamento empresarial a jovens empresários • Criação de centros de incubação de start-up • Apoio à internacionalização de empresas • Realização de ações de qualificação profissional • Criação de redes de networking RELAÇÃO COM DESENVOLVIMENTO LOCAL INTEGRADO/DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Não é refletido na intervenção da ANJE OLHAR EXTERNO A experiência da ANJE é valorizada no âmbito deste Estudo pelos seguintes fatores:

• Reconhecimento Nacional e relevância pública da atividade que desenvolve em favor da juventude portuguesa em geral e do empresariado jovem em particular.

• Modelo de referência no apoio à criação de empresas e apoio a jovens empresários

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EXPERIÊNCIAS RELEVANTES DE EMPREENDEDORISMO JOVEM QUE SE LIMITAM AO APOIO À CRIAÇÃO DE NEGÓCIOS E DE EMPRESAS APRESENTAÇÃO DA PRÁTICA O Departamento de Empreendedorismo da TecMinho tem como missão promover uma cultura empreendedora na Universidade do Minho e apoiar o lançamento de projetos empresariais de base tecnológica e de conhecimento intensivo gerados no meio académico.

PROGRAMA EM ANÁLISE

OUTRAS EXPERIÊNCIAS VALORIZADAS NO PLANO NACIONAL – TEC MINHO

TEC MINHO – Empreendedorismo Académico DOMINANTE DA ESTRATÉGIA

• Objetivo Empresarial • Não revela componentes para recuperar défices ou minimizar obstáculos no acesso à criação de empresas, embora promova a facilitação do acesso dos jovens ao mundo empresarial

• Empreendedorismo qualificado, valorizando o conhecimento académico. METODOLOGIAS E FORMAS DE IMPLEMENTAÇÃO

• Sensibilização/Informação: Organização de eventos para a sensibilização e motivação para o

empreendedorismo; estudos em conjunto com outras organizações nacionais e estrangeiras que ajudem a compreender melhor o fenómeno do empreendedorismo.

• Formação: Organização de ações de formação para o desenvolvimento das competências empreendedoras

• Diagnóstico, Acompanhamento e Avaliação: Deteção, avaliação e consolidação de ideias de negócio com elevado potencial de mercado.

• Ação Conjunta: Promoção do networking entre empreendedores, e entre empreendedores e organizações que apoiam o empreendedorismo;

RELAÇÃO COM DESENVOLVIMENTO LOCAL INTEGRADO/DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Traduzido no objetivo de promover a criação de negócios que contribuam para o desenvolvimento económico-social da região

OLHAR EXTERNO A experiência da TEC MINHO insere-se num quadro de valorização da prática pelos seguintes fatores:

• Única experiência consolidada de interface Universidade/Empreendedorismo – visando estimular o espírito empreendedor da comunidade académica e otimizar o conhecimento desenvolvido na Universidade do Minho através do apoio à criação de spin-offs universitários;

• Resultados positivos na criação de negócios promotores do desenvolvimento económico e social da região

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EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS E DAS EXPERIÊNCIAS // 03

EXPERIÊNCIAS RELEVANTES DE EMPREENDEDORISMO JOVEM QUE SE LIMITAM AO APOIO À CRIAÇÃO DE NEGÓCIOS E DE EMPRESAS APRESENTAÇÃO DA PRÁTICA

OUTRAS EXPERIÊNCIAS VALORIZADAS NO PLANO INTERNACIONAL – ERASMUS PARA JOVENS EMPREENDEDORES

Programa lançado em 2009 pela Comissão Europeia. O objetivo geral d2o programa é facilitar o intercâmbio de conhecimento, prática e networking para os novos empresários da UE através da experiência de trabalho com um empresário experiente noutro país da UE PROGRAMA EM ANÁLISE Erasmus para Jovens Empreendedores DOMINANTE DA ESTRATÉGIA

• Objetivo Empresarial • Não revela componentes para recuperar défices ou minimizar obstáculos no acesso à criação de

empresas, embora promova a facilitação do acesso à criação e consolidação de empresas e de promoção de conhecimento entre empresários, através dos mecanismos de formação e informação estabelecidos.

• Empreendedorismo qualificado, com base na partilha de conhecimento entre países Erasmus. • Apesar de não ter limite de idade, o Programa dirige-se essencialmente a empresários em início de carreira. METODOLOGIAS E FORMAS DE IMPLEMENTAÇÃO

• Sensibilização/Informação: Trocas de experiências e informações entre os empresários sobre os

obstáculos e desafios à criação e ao desenvolvimento de seus negócios para melhorar o acesso ao mercado e identificação de potenciais parceiros para empresas novas e já enquadradas no Programa, de outros países da UE.

• Formação: Formação em contexto de trabalho (on job-training) para novos empresários em pequenas e

médias empresas (PME), a fim de facilitar um início e desenvolvimento dos seus negócios bem-sucedidos

• Ação Conjunta: Networking através da construção do conhecimento e da experiência de outros países da Europa

RELAÇÃO COM DESENVOLVIMENTO LOCAL INTEGRADO/DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Não refletido no Programa OLHAR EXTERNO A experiência do Erasmus para Jovens Empreendedores insere-se num quadro de valorização da prática pelos seguintes fatores:

• O programa tem demonstrado um impacto positivo, estimulando práticas inovadoras de negócios, desenvolvimento de novos produtos e serviços, e de expansão em novos mercados nacionais.

• Enquadra-se no Plano de Ação Empreendedorismo 2020 que visa inflamar o espírito empreendedor na Europa e o apoio novas empresas em fases cruciais de seu ciclo de vida.

• 2.500 intercâmbios foram realizados, envolvendo 5.000 empreendedores novos ou experientes. • A maioria dos novos empreendedores estão abaixo dos 40 anos de idade (89%) e um terço dos participantes são mulheres.

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03 // LIVING DOCUMENT . AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS E DAS EXPERIÊNCIAS // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

EXPERIÊNCIAS RELEVANTES DE EMPREENDEDORISMO JOVEM QUE SE LIMITAM AO APOIO À CRIAÇÃO DE NEGÓCIOS E DE EMPRESAS APRESENTAÇÃO DA PRÁTICA O enfoque principal de todos os programas Y.O.U. reside em capacitar adolescentes para o sucesso, com base na premissa de que os jovens da nossa comunidade serão capacitadas para ter sucesso e alcançar o seu potencial.

OUTRAS EXPERIÊNCIAS VALORIZADAS NO PLANO INTERNACIONAL – ENTREPRENEURSHIP, EMPLOYMENT AND EDUCATION (CLEVELAND, OH)

PROGRAMA em Análise E CITY (Entrepreneurship: Connecting, Inspiring and Teaching Youth) - Programa que integra os adolescentes para o processo de criação de uma empresa real. Este programa foi fundado em 2002 por empresários e pessoas de negócios que desempenham um papel fundamental como treinadores em programas E CITY. A partir da Rede de Ensino do Empreendedorismo, E CITY centra-se em competências empresariais e de negócios. E CITY é coordenado por professores certificados em Empreendedorismo em muitos locais em todo o Nordeste do Ohio, em formatos que variam de duas semanas de verão “Biz Camps” às classes que se organizam em contexto escolar ao longo do ano letivo. Cada participante recebe uma bolsa $50 para iniciar o negócio. Durante o curso, os voluntários de negócios trabalham como instrutores dos adolescentes (no formato one-on-one). No final do ano letivo, os melhores adolescentes de cada site de E CITY são convidados a participar numa competição em toda a cidade para apresentar a sua empresa e produto e competir por prémios em dinheiro de US $ 250- $ 1.000 criando a oportunidade de avançar para o nível da criação do negócio e expansão nacional.

DOMINANTE DA ESTRATÉGIA

• Objetivo Empresarial e de Inclusão Social • Não revela componentes para recuperar défices ou minimizar obstáculos no acesso à criação de empresas, embora promova a facilitação dos adolescentes no acesso à criação e consolidação de empresas.

• Consiste numa Rede de Ensino do Empreendedorismo • Centra-se no desenvolvimento de competências empresariais e de negócios • Dirigido a jovens - E CITY está estruturado na crença de que muitos adolescentes têm resistência mental, resiliência e destreza, instintos de sobrevivência, e criatividade - qualidades que são características fundamentais do empreendedorismo bem-sucedido.

METODOLOGIAS E FORMAS DE IMPLEMENTAÇÃO

• Dirigido a jovens em contextos problemáticos - Y.O.U. capacita os jovens entre os 14 e os 18 anos a ter sucesso na escola, no local de trabalho e na vida. O sucesso académico e o sucesso profissional são o caminho mais direto e eficaz em termos de custos para os adolescentes para inverter e combater o ciclo da pobreza.

• Foca-se no desenvolvimento de competências de negócio como forma de prevenção de problemas sociais da sua trajetória de vida.

• Desenrola-se ao longo do ano letivo e, por isso, pode ser considerado de médio prazo. Alguns dos jovens tornam-se alunos alumini e outros acabam por ficar a trabalhar na organização. As escolas são parceiros do programa.

• Ação Conjunta e Voluntariado - Assume uma componente de voluntariado forte pelo que a ação conjunta é constituída por diferentes atores (o professor da escola, os membros da equipa juvenil e os voluntários).

RELAÇÃO COM DESENVOLVIMENTO LOCAL INTEGRADO/DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Desenvolvimento socioeconómico dos núcleos urbanos onde se localizam as escolas.

OLHAR EXTERNO A experiência do E CITY insere-se num quadro de valorização da prática pelos seguintes fatores:

• O maior contributo do E CITY e impacto mais relevante na comunidade / sociedade consiste em expor os jovens a contextos de aquisição de competências úteis para a sua carreira ou para a vida futura, oferecendo-lhes uma oportunidade real de experimentar o que é ser um empreendedor.

• Atualmente o programa não tem mecanismos de avaliação, sendo que a mediação de impactos se concentra

principalmente sobre se os jovens mostram uma progressão dos conhecimentos com base numa avaliação pre e post. (Está previsto rever o seu modelo de programa e fortalecer as lacunas nesta área).

• A prática enquadra-se num dos programas da Y.O.U. e assenta num modelo de trabalho em parceria. 89


EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS E DAS EXPERIÊNCIAS // 03

EXPERIÊNCIAS RELEVANTES DE EMPREENDEDORISMO JOVEM QUE SE LIMITAM AO APOIO À CRIAÇÃO DE NEGÓCIOS E DE EMPRESAS APRESENTAÇÃO DA PRÁTICA UnLtd é líder no fornecimento de apoio a empreendedores sociais no Reino Unido e oferece a maior rede desse tipo no mundo. Apoia individualmente jovens na concretização de ideias e projetos capazes de gerar mudança social. PROGRAMA EM ANÁLISE UNLtd – Guia de Empreendedorismo Social para Jovens – “Changing the World – a young person’s guide to Social Entrepreneurship”

A EXPERIÊNCIA MAIS RELEVANTE - UNLTD - FOR SOCIAL ENTREPRENEURS

DOMINANTE DA ESTRATÉGIA

• Objetivo de Inclusão Social • Focado no desenvolvimento de competências e na capacidade para motivar a mudança social, dirige-se a jovens entre os 16 e os 20 anos, dando especial atenção a jovens com deficiência

• Apoio financeiro, formação e desenvolvimento de competências, publicidade e despesas com viagens e seguros. METODOLOGIAS E FORMAS DE IMPLEMENTAÇÃO

• Opera num modelo único, investindo diretamente nos indivíduos e nas suas ideias e oferecendo um dispositivo integrado de recursos: (prémios de financiamento, assessoria permanente, networking e apoio prático).

• O Global Entrepreneurship Monitor (Harding e Harding 2008) descobriu que havia 1,7 milhão de pessoas a

liderar organizações sociais no Reino Unido. A UnLtd recorreu a empresários que lideram organizações sociais no Reino Unido, já estabelecidos na comunidade, para serem a base dos recursos UnLtd no apoio, criação e expansão de start-ups. A sua missão resume-se a desenvolver um eco-sistema de apoio para facilitar as condições dos que necessitam de ajuda na criação de negócios sociais

RELAÇÃO COM DESENVOLVIMENTO LOCAL INTEGRADO/DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Valorização de ideias de negócios sociais capazes de gerar impacto positivo na comunidade social e territorial onde se inserem. OLHAR EXTERNO A experiência da UnLtd insere-se num quadro de valorização da prática pelos seguintes fatores:

• Trabalho de referência na área do Empreendedorismo Social para Jovens • Enfoque no potencial dos jovens – e na capacidade de incluir camadas juvenis com maiores dificuldades de

aceder ao mercado de trabalho (portadores de deficiência, talentos e áreas criativas que não encontram lugar no mercado de trabalho “tradicional”)

• O Guia produzido não consiste num manual de apoio à criação de negócios sociais, mas antes um guia de reflexão e construção da sua identidade como empreendedor, ao mesmo tempo que serve de guia de autoavaliação do perfil e das competências individuais dos jovens.

• Rede de parceria estabelecida há cerca de 5 anos que envolve mais de 70 universidades; • O trabalho tem tido expansão e encontra-se representado no Empreendedorismo Social na Educação (SEE

Change), através da oferta de programas de apoio a empreendedores sociais (funcionários e alunos) nas suas organizações.

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03 // LIVING DOCUMENT . AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS E DAS EXPERIÊNCIAS // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

EXPERIÊNCIAS RELEVANTES DE EMPREENDEDORISMO JOVEM QUE SE LIMITAM AO APOIO À CRIAÇÃO DE NEGÓCIOS E DE EMPRESAS APRESENTAÇÃO DA PRÁTICA O Programa Escolhas foi criado em 2001, promovido pelo ACM – Alto Comissariado para as Migrações, com o objetivo de promover a inclusão social de crianças e jovens em contextos socioeconómicos vulneráveis, visando a igualdade de oportunidades e o reforço da coesão social

OUTRAS EXPERIÊNCIAS VALORIZADAS NO PLANO NACIONAL - PROGRAMA ESCOLHAS

PROGRAMA EM ANÁLISE 5ª Geração dos Projetos Pontuais – Programa Escolhas

DOMINANTE DA ESTRATÉGIA

• Objetivo de Inclusão Social • Projetos de inclusão social em comunidades multiculturais, localizados em territórios onde se concentram descendentes de imigrantes e minorias étnicas.

METODOLOGIAS E FORMAS DE IMPLEMENTAÇÃO

• Acompanhamento e financiamento de projetos que surgem numa abordagem inclusiva ao

empreendedorismo – que procuram dar resposta a problemas específicos de jovens entre os 16 e os 30 anos nas áreas da empregabilidade, emprego e empreendedorismo.

• Projetos desenvolvidos em parceria, com atividades desenvolvidas pela ação conjunta no território.

RELAÇÃO COM DESENVOLVIMENTO LOCAL INTEGRADO/DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Valorização de ideias de formação, de desenvolvimento de competências e apoio a negócios sociais capazes de gerar impacto positivo na comunidade social e territorial onde se inserem.

OLHAR EXTERNO A experiência do Programa Escolhas insere-se num quadro de valorização da prática pelos seguintes fatores:

• Trabalho de referência na área do Emprego, Empregabilidade e Empreendedorismo de Jovens em contextos socio-económicos vulneráveis a nível nacional

• Projetos desenvolvidos em parceria e com um cariz territorial • Valorização dos fatores de Inovação Social, Experimentação e Igualdade de Oportunidades • Visa corrigir e superar as barreiras no acesso convencional ao mercado de trabalho • Ponto de partida para a constituição de uma Tecnologia Social associada à temática do Empreendedorismo Inclusivo, através dos Projetos Pontuais.

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EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS E DAS EXPERIÊNCIAS // 03

EXPERIÊNCIAS RELEVANTES DE EMPREENDEDORISMO JOVEM QUE SE LIMITAM AO APOIO À CRIAÇÃO DE NEGÓCIOS E DE EMPRESAS APRESENTAÇÃO DA PRÁTICA

OUTRAS EXPERIÊNCIAS VALORIZADAS NO PLANO INTERNACIONAL – CREATIVE HUBS

O Creative Hubs é uma infraestrutura ou local que utiliza uma parte do seu espaço disponível para a criação de redes, desenvolvimento organizacional e de negócios nos sectores das indústrias culturais e criativas. Iniciativa sediada no Reino Unido e que apoia pequenas e médias empresas criativas em Londres.

PROGRAMA EM ANÁLISE Creative Hubs – Promoção de iniciativas originais iniciativas que respondam às necessidades de pequenas e médias empresas criativas em moda, joalharia, têxteis, acessórios, decoração de interiores, artigos para o lar, media digital e visual.

DOMINANTE DA ESTRATÉGIA

• Objetivos Empresariais com especial enfoque nas ideias criativas de jovens • Promoção da sustentabilidade dos negócios protagonizados por jovens criativos. METODOLOGIAS E FORMAS DE IMPLEMENTAÇÃO

• Fornecer suporte a ideias, projetos, organizações e empresas que o programa acolhe • Varia entre o apoio de longo prazo ou curto prazo, consoante as necessidades do criativo (inclui formação de competências, capacitação, desenvolvimento de capacidades e oportunidades digitais globais)

• Facilitar a colaboração e trabalho em rede entre os seus usuários ou membros; • Chegar aos centros de pesquisa e desenvolvimento, instituições e indústrias criativas e não criativas • Celebrar os talentos emergentes. RELAÇÃO COM DESENVOLVIMENTO LOCAL INTEGRADO/DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Não refletido OLHAR EXTERNO A experiência do Creative Hubs insere-se num quadro de valorização da prática pelos seguintes fatores:

• Valorização dos fatores de Inovação Social e exploração das fronteiras da prática contemporânea • Visa corrigir e superar as barreiras no acesso convencional ao mercado de trabalho e abrir um campo específico no apoio aos negócios criativos

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EXPERIÊNCIAS RELEVANTES DE EMPREENDEDORISMO JOVEM QUE SE LIMITAM AO APOIO À CRIAÇÃO DE NEGÓCIOS E DE EMPRESAS APRESENTAÇÃO DA PRÁTICA Remix é um projeto de intervenção comunitária, promovido pela Associação Entremundos, desenvolvido no bairro do Armador, em Lisboa, com o apoio do Programa Parcerias Locais – BIP/ZIP, da Câmara Municipal de Lisboa. PROGRAMA EM ANÁLISE Remix 2. 0 - Capacitar os moradores do Bairro do Armador para a implementação de respostas sustentáveis que aumentem a sua co-responsabilização na gestão dos espaços públicos e na criação de soluções empreendedoras. DOMINANTE DA ESTRATÉGIA

A EXPERIÊNCIA MAIS RELEVANTE - PROJETO REMIX 2.0

• Objetivos de Inclusão Social da comunidade Local através de soluções de auto-emprego e geração de rendimentos sustentáveis e ecológicos.

METODOLOGIAS E FORMAS DE IMPLEMENTAÇÃO

• Ação conjunta e partilhada - Co-responsabilização de 200 moradores locais através da sua mobilização ativa de moradores locais para a limpeza e manutenção dos espaços públicos

• Parceria e adaptação progressiva - Sensibilização da população residente, através do teatro, para

comportamentos mais co-responsáveis no usufruto do espaço público do Bairro do Armador; rede de entidades parceiras

• Atividades (Eco-design: Incubadora de design social que, através da reciclagem de desperdícios,

colocará designers conceituados em colaboração com moradores do bairro que detêm competências específicas para a sua montagem; Eco-serviços: Criação de uma bolsa de serviços, com base nas competências dos moradores do bairro (pequenas reparações ao domicílio, retoucherie, etc.), que respondam às necessidades identificadas no bairro e na cidade de Lisboa; Eco-brigadas: Organização dos moradores do bairro para a limpeza e manutenção dos espaços públicos. Será criado um sistema de pequenos incentivos que estimularão este serviço à comunidade; Eco-teatro: Criação de um grupo de teatro comunitário, em parceria com as escolas locais).

RELAÇÃO COM DESENVOLVIMENTO LOCAL INTEGRADO/DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Os princípios do desenvolvimento local e sustentável são a essência do Projeto. OLHAR EXTERNO A experiência do Projeto Remix insere-se num quadro de valorização da prática pelos seguintes fatores:

• Impacto e legitimação – envolvimento da comunidade • Sustentabilidade da Intervenção – expresso na dimensão do Eco-design (esforço de qualificação das peças contribuiu para a credibilização do projeto e angariação de apoios de promotores.

• Co-responsabilização e autonomização dos atores-chave do projeto • Participação e envolvimento alargado dos beneficiários do projeto (por oposição à sua inclusão apenas no ‘processo produtivo’).

• Condições de transferibilidade – alargamento atual da intervenção a outros bairros da cidade de Lisboa.

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EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS E DAS EXPERIÊNCIAS // 03

EXPERIÊNCIAS RELEVANTES DE EMPREENDEDORISMO JOVEM QUE SE LIMITAM AO APOIO À CRIAÇÃO DE NEGÓCIOS E DE EMPRESAS

OUTRAS EXPERIÊNCIAS VALORIZADAS NO PLANO NACIONAL - K-EVOLUTION (SUSTAINABLE EVOLUTION THROUGH EDUCATION)

APRESENTAÇÃO DA PRÁTICA

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K-Evolution (Sustainable Evolution Through Education) – Programa que visa promover a sustentabilidade, cidadania e empreendedorismo através da educação junto de crianças, jovens, executivos, professores e pais em Portugal. O seu modelo conceptual assenta no pressuposto de que promovendo a educação nas áreas da sustentabilidade, empreendedorismo e cidadania, reforça-se os resultados nas áreas da participação cívica e criação de negócios sustentáveis PROGRAMA EM ANÁLISE JEVE - Jovens para o Empreendedorismo Verde e Empregabilidade – Projeto que tem como missão combater o desemprego jovem e promover a inclusão social através do desenvolvimento de atitudes e competências empreendedoras e relacionadas com a Economia Verde. DOMINANTE DA ESTRATÉGIA

• Objetivos de Inclusão Social e promoção da cidadania através de soluções de formação e

desenvolvimento de competências empreendedoras em áreas da Economia verde ou sustentável.

METODOLOGIAS E FORMAS DE IMPLEMENTAÇÃO

• Envolvimento dos participantes e com base em trabalho de parceria - Ações de advocacy (sessões de

interação com alunos do secundário em 3 escolas secundárias, abrangendo um total de 100 alunos de Economia, Gestão e Ambiente; Investigação (Uma das funções da KE é também a dinamização e promoção de investigação académica e aplicada no âmbito da educação, sustentabilidade, cidadania e empreendedorismo); Democracia e Ambiente (Reforçar o desenvolvimento da sociedade civil através da promoção da informação e a participação cívica dos jovens nas discussões públicas relacionadas com matérias ambientais, de forma a contribuir para a implementação da Convenção de Aarhus); Santarém Sustentável (Aumentar a consciencialização dos alunos do secundário e politécnico de Santarém, relativamente ao seu poder para a implementação de ações que contribuam para um distrito de Santarém mais sustentável e ético.

RELAÇÃO COM DESENVOLVIMENTO LOCAL INTEGRADO/DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Os princípios do desenvolvimento local e sustentável são a essência do Projeto, partindo de ações promotoras da sustentabilidade, educação, cidadania e empreendedorismo. OLHAR EXTERNO A experiência do Projeto JEVE insere-se num quadro de valorização da prática pelos seguintes fatores:

• Atua num ecossistema educacional – alunos de diferentes níveis de ensino, investigação e ensino com preocupações transversais ao Empreendedorismo

• Assume preocupações com a intervenção e papel ativo dos jovens na construção da Cidadania e Sustentabilidade

• Apoia a criação de projetos protagonizados por jovens que, sem se tratarem de criação de negócios,

contribuem para dar lugar a uma participação cívica, onde são valorizadas ações sustentáveis e atitudes empreendedoras.


03 // LIVING DOCUMENT . AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS E DAS EXPERIÊNCIAS // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

EXPERIÊNCIAS RELEVANTES DE EMPREENDEDORISMO JOVEM QUE SE LIMITAM AO APOIO À CRIAÇÃO DE NEGÓCIOS E DE EMPRESAS APRESENTAÇÃO DA PRÁTICA

RIÊNCIAS VALORIZADAS NO PLANO INTERNACIONAL WINGERDBLOEI VZW, BEGELEIDINGSCENTRUM VOOR JONGEREN / YOUTH INITIATIVE – EUROPEAN VOLUNTARY SERVICE

Projeto no âmbito do programa Juventude em Ação e Erasmus +, financiado pelo Governo Flamengo, pela Juventude em Ação da Agência Nacional da comunidade de língua flamenga da Bélgica (Wingerdbloei vzw, na Bélgica). Wingerdbloei vzw é uma organização não-governamental, localizada em Antuérpia (Flandres - Bélgica), com fins residenciais para meninas menores (de 2 até 21 anos) e meninos (de 16 até 21), originários de famílias multi problemáticas (de origem estrangeira, violência familiar, carentes, experiências traumáticas...) que não têm condições para viver em contexto familiar. Têm diferentes valências – alojamento de equivalência “homem stay” dirigidos a situações urgentes, de estadias de curta duração; departamentos para crianças mais pequenas; “studio-training” para adolescentes; unidade de vida independente com alojamentos na cidade para jovens com um perfil de baixa assistência; apoio pedagógico aos pais de crianças que ainda vivem em casa e ainda um projeto fora de casa e "time out". Além disso, a organização dispõe de um departamento de aconselhamento de crianças e jovens que ainda vivem com as suas famílias, fornecendo apoio pedagógico aos pais.

PROGRAMA EM ANÁLISE PROGRAMA DE VOLUNTÁRIOS - EMPREENDEDORISMO PROTAGONIZADA NO FEMININO E EXEMPLAR NA PROMOÇÃO DA IGUALDADE DE OPORTUNIDADES E INCLUSÃO SOCIAL. Trabalho desenvolvido por uma jovem imigrante em situação de abandono escolar devido a problemas de racismo e discriminação que a levaram a perder confiança e identidade. Foi atraída para este projeto como voluntária. Com base na sua própria experiência pessoal como imigrante, pôde desenvolver ações promotoras da inclusão e bem-estar de crianças vulneráveis. Posteriormente, foi para a Holanda fazer uma apresentação sobre o projeto e trocar experiências. Começou a desenvolver trabalho relacionado com as oportunidades para as mulheres provenientes de minorias étnicas na sociedade. Com base no seu percurso, tornou-se embaixatriz da juventude no contexto de Antuérpia Capital Europeia da Juventude, fazendo parte de um projeto para a igualdade de oportunidades. Retomou os estudos com um foco orientado para o trabalho social. Participa também num projeto de "biblioteca viva" que visa a construção de um pacto na Flandres entre jovens, políticos e a sociedade em geral para a política da juventude em 2020.

DOMINANTE DA ESTRATÉGIA Objetivos de Inclusão Social e Prevenção de Riscos – suportam a sua ação, maioritariamente, no trabalho desempenhado pelos voluntários, dando primazia ao género feminino por ser um grupo mais vulnerável, mas também pelo facto de o grupo alvo ser maioritariamente feminino.

METODOLOGIAS E FORMAS DE IMPLEMENTAÇÃO Acolhimento de crianças e jovens em risco

• Envolvimento de jovens em projetos da organização como voluntários • Parceria com entidades locais relacionadas com Família, Crianças e Jovens • Apoio a projetos que nasçam no seio da sua intervenção central RELAÇÃO COM DESENVOLVIMENTO LOCAL INTEGRADO/DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Não refletido, uma vez que os princípios dominantes são o combate à Exclusão Social e Bem-estar de Crianças e Jovens em Risco

OLHAR EXTERNO A experiência da História de Vida em análise insere-se num quadro de valorização da prática pelos seguintes fatores:

• Valoriza a experiência pessoal dos jovens • Transforma os problemas sociais e individuais em pontos fortes e contributos ativos para a mudança social, igualdade de oportunidades e inclusão social

• Através do acompanhamento, formação e desenvolvimento de competências de autonomia, autoestima e confiança nos jovens, potencia a ação de jovens empreendedores, empenhados e comprometidos com os objetivos da Organização – combater a exclusão social de grupos multi- problemáticos.

• Revela condições de Transferibilidade e Pertinência 95


EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS E DAS EXPERIÊNCIAS // 03

EXPERIÊNCIAS RELEVANTES DE EMPREENDEDORISMO JOVEM QUE SE LIMITAM AO APOIO À CRIAÇÃO DE NEGÓCIOS E DE EMPRESAS

OUTRAS EXPERIÊNCIAS VALORIZADAS NO PLANO INTERNACIONAL IEARN-USA - INTERNATIONAL EDUCATION AND RESOURCE NETWORK

APRESENTAÇÃO DA PRÁTICA IEARN-USA - International Education and Resource Network (New York) - A origem desta iniciativa remonta ao final dos anos 80 e consiste numa rede network que está espalhada pelos 5 continentes. A missão de iEARN-EUA consiste em permitir que os jovens em todo o mundo, trabalhando em colaboração e diálogo, possam trazer um contributo significativo para a saúde e o bem-estar global. PROGRAMA EM ANÁLISE IEARN Este Programa permite aos alunos e professores projetar e participar em projetos globais como parte da sua aprendizagem em sala de aula e também como atividades extracurriculares. Todos os projetos devem alinhar com os padrões de educação e usar um centro de colaboração segura e estruturada online. Além de atender a necessidades curriculares específicas, cada novo projeto tem que responder a esta pergunta: "Em que medida o projeto vai melhorar a qualidade de vida no planeta?" Os participantes têm a possibilidade de se tornarem cidadãos globais que fazem a diferença, colaborando com seus colegas à volta do mundo. A análise centra-se em dois projetos considerados relevantes: Your Identity Project - Os alunos são incentivados a explorar e pesquisar os elementos que formam as suas identidades. Esses elementos incluem as tradições e os monumentos históricos ou simbólicos nas suas comunidades, que são parte da sua cultura e identidade. Os alunos falam sobre as festas tradicionais e como as celebram, incluindo os tipos de roupas que vestem, os tipos de alimentos que cozinham nesses dias especiais, e as músicas que ouvem. O Projeto visa ajudar os alunos a compreender plenamente a importância das suas tradições e da sua cultura imaterial e patrimonial. Como existem muitas comunidades rurais onde as tradições ainda estão muito vivas na memória, as crianças podem entrevistar os seus avós ou outras pessoas mais velhas. Os alunos fazem um processo similar para os monumentos históricos – visitam, tiram fotos com as informações que têm sobre esses monumentos. Este projeto decorre da necessidade de preservar as tradições e transmiti-las intergeracionalmente. Países: Indonesia, Turkey, Oman, United States, Morocco. Girls Rising Project - Projecto que se baseia em (storytelling) contar histórias para inspirar a ação que recebe estudantes do género feminino em salas de aula em todo o mundo. Tem um grupo de reflexão e de ação emiEARN em apoio à missão Girls Rising Project cujo objetivo é mudar a forma como o mundo valoriza o género feminino e promover a igualdade de género m todas as nações.

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03 // LIVING DOCUMENT . AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS E DAS EXPERIÊNCIAS // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

EXPERIÊNCIAS RELEVANTES DE EMPREENDEDORISMO JOVEM QUE SE LIMITAM AO APOIO À CRIAÇÃO DE NEGÓCIOS E DE EMPRESAS

DOMINANTE DA ESTRATÉGIA OUTRAS EXPERIÊNCIAS VALORIZADAS NO PLANO INTERNACIONAL IEARN-USA - INTERNATIONAL EDUCATION AND RESOURCE NETWORK

Objetivos de Formação para o Empreendedorismo, Inclusão Social e Participação Cívica

METODOLOGIAS E FORMAS DE IMPLEMENTAÇÃO Estabelece relações com organizações educacionais, serviços de juventude, assistência e desenvolvimento, organismos e instituições de suporte a uma rede de oportunidades para os jovens desenvolverem trabalho conjunto em programas educacionais que fazem uma diferença significativa no mundo.

RELAÇÃO COM DESENVOLVIMENTO LOCAL INTEGRADO/DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Princípios dominantes da Estratégia – Desenvolvimento Global

OLHAR EXTERNO A experiência dos Projetos análise insere-se num quadro de valorização da prática pelos seguintes fatores:

• Valoriza a experiência pessoal das crianças e jovens em todo o mundo, contribuindo para uma maior Equidade Social e Igualdade de Oportunidades

• Coloca nos jovens a possibilidade de agir para a mudança social, igualdade de oportunidades e inclusão social em todo o mundo

• Promove um espírito de empoderamento, crítico e empreendedor nos jovens em contexto académico • Rede global de network dirigida a crianças e jovens em idade escolar.

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Grelha de Interpretação das Práticas


03 // LIVING DOCUMENT . AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS E DAS EXPERIÊNCIAS // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

1 A

EM QUE DOMÍNIO DO PROCESSO A PRÁTICA NOS FORNECE ELEMENTOS (CATEGORIZAÇÃO EM TERMOS DE PROCESSO) SITUAÇÕES DE EXCLUSÃO (TÓPICO DOMINANTE)

C

ENTRADA PELO(A)S

A1 Territórios

C1 Negócios

A2 Grupos sociais

C2 Competências

C3 Envolvimento Comunitário

A 2.1 Jovens

A3 Pessoas individualmente

C4 Aprendizagem

B

D

MUDANÇA (TÓPICO DOMINANTE)

DURAÇÃO

B1 Vida profissional

D1 Curto

B2 Social

D2 Médio

B3 Pessoal

D3 Longo

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EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS E DAS EXPERIÊNCIAS // 03

2

QUE ELEMENTOS NOS FORNECE A PRÁTICA ANALISADA PARA DESENHARMOS UMA ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO?

SISTEMA DE INTERVENÇÃO, DE MOBILIZAÇÃO DOS RECURSOS E DE QUALIFICAÇÃO DO PROCESSO E COMBINAÇÃO DE DINÂMICAS • Como são mobilizados os recursos • Que elementos qualificam o processo de forma distintiva (rigor técnico, criatividade, relação humanística, trabalho de grupo, cultura jovem...)

• Como são combinadas as várias dinâmicas (trabalho sobre as competências, elaboração do projeto, acompanhamento individualizado, teste, validação pelo grupo e pela comunidade, formação, criação de redes)

VIABILIZAR UMA ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO PESSOAL, COMUNITÁRIO E SUSTENTÁVEL • Desenvolvimento pessoal / autonomia e empoderamento • Desenvolvimento comunitário / iniciativa local e auto-organização • Desenvolvimento sustentável / económico, social e ambiental + sistema de governança adequado (redes tripartidas)

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03 // LIVING DOCUMENT . AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS E DAS EXPERIÊNCIAS // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

PROJETO

UNLTD

• Trabalho de referência na área do Empreendedorismo Social para Jovens • Enfoque no potencial dos jovens – e na capacidade de incluir camadas juvenis com maiores dificuldades de aceder ao mercado de trabalho (portadores de deficiência, talentos e áreas criativas que não encontram lugar no mercado de trabalho “tradicional”)

SISTEMATIZAÇÃO / OLHAR EXTERNO (quadro de valorização da prática)

• O Guia produzido não consiste num manual de apoio à criação de negócios sociais, mas

antes um guia de reflexão e construção da sua identidade como empreendedor, ao mesmo tempo que serve de guia de autoavaliação do perfil e das competências individuais dos jovens.

• Rede de parceria estabelecida há cerca de 5 anos que envolve mais de 70 universidades; • O trabalho tem tido expansão e encontra-se representado no Empreendedorismo Social na Educação (SEE Change), através da oferta de programas de apoio a empreendedores sociais (funcionários e alunos) nas suas organizações.

PALAVRAS – CHAVE (expressões)

• Inclusão Social • Empreendedorismo Social • Jovens

CATEGORIZAÇÃO

A2/A2.1 | A.3 | B3 | C2 | C4 | D2 | D3 SISTEMA DE INTERVENÇÃO, DE MOBILIZAÇÃO DOS RECURSOS E DE QUALIFICAÇÃO DO PROCESSO E COMBINAÇÃO DE DINÂMICAS Recursos técnicos da estrutura da organização Opera num modelo único, investindo diretamente nos indivíduos e nas suas ideias e oferecendo um dispositivo integrado de recursos: (prémios de financiamento, assessoria permanente, networking e apoio prático).

QUE ELEMENTOS NOS FORNECE A PRÁTICA ANALISADA PARA DESENHARMOS UMA ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO?

A UnLtd recorreu a empresários que lideram organizações sociais no Reino Unido, já estabelecidos na comunidade, para serem a base dos recursos UnLtd no apoio, criação e expansão de start-ups. A sua missão resume-se a desenvolver um ecossistema de apoio para facilitar as condições dos que necessitam de ajuda na criação de negócios sociais. Elementos que qualificam o processo de forma distintiva Valorização de ideias de negócios sociais capazes de gerar impacto positivo na comunidade social e territorial onde se inserem. Enfoque no potencial dos jovens – e na capacidade de incluir camadas juvenis com maiores dificuldades de aceder ao mercado de trabalho (portadores de deficiência, talentos e áreas criativas que não encontram lugar no mercado de trabalho “tradicional”) Combinação das várias dinâmicas Trabalho realizado diretamente com e para os jovens; rede de parceria com universidades; potencial dos jovens com dificuldades de acesso ao mercado de trabalho Viabilizar uma estratégia de desenvolvimento pessoal, comunitário e sustentável.

• Desenvolvimento pessoal/Autonomia e Empoderamento • Desenvolvimento Comunitário /iniciativas locais e auto-organização • Desenvolvimento Sustentável / económico, social e ambiental

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EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS E DAS EXPERIÊNCIAS // 03

PROJETO

PROGRAMA ESCOLHAS

• Trabalho de referência na área do Emprego, Empregabilidade e Empreendedorismo de Jovens em contextos socioeconómicos vulneráveis a nível nacional

SISTEMATIZAÇÃO / OLHAR EXTERNO (quadro de valorização da prática)

• Projetos desenvolvidos em parceria e com um cariz territorial • Valorização dos fatores de Inovação Social, Experimentação e Igualdade de Oportunidades

• Visa corrigir e superar as barreiras no acesso convencional ao mercado de trabalho • Ponto de partida para a constituição de uma Tecnologia Social associada à temática do Empreendedorismo Inclusivo, através dos Projetos Pontuais.

PALAVRAS – CHAVE (expressões)

• Inclusão Social • Territórios de Descendência de Imigrantes e Minorias Étnicas. • Abordagem Inclusiva ao Empreendedorismo.

CATEGORIZAÇÃO

A1 | A2/A2.1 | B2 | D2 | D3

SISTEMA DE INTERVENÇÃO, DE MOBILIZAÇÃO DOS RECURSOS E DE QUALIFICAÇÃO DO PROCESSO E COMBINAÇÃO DE DINÂMICAS Recursos técnicos da estrutura da organização Acompanhamento e Financiamento de Projetos que procuram dar resposta a problemas de jovens entre os 16 e os 30 anos nas áreas da empregabilidade, emprego e empreendedorismo QUE ELEMENTOS NOS FORNECE A PRÁTICA ANALISADA PARA DESENHARMOS UMA ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO?

Elementos que qualificam o processo de forma distintiva Projetos desenvolvidos em parceria, desenhados com atividades desenvolvidas pela ação conjunta; promoção da inclusão social de crianças e jovens em contextos socioeconómicos vulneráveis. Combinação das várias dinâmicas Desenvolvimento pessoal, igualdade de oportunidades; coesão social, desenvolvimento local; acesso ao mercado de trabalho e emprego, Viabilizar uma estratégia de desenvolvimento pessoal, comunitário e sustentável.

• Desenvolvimento pessoal/Autonomia e Empoderamento • Desenvolvimento Comunitário /iniciativas locais e auto-organização • Desenvolvimento Sustentável / económico, social e ambiental

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03 // LIVING DOCUMENT . AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS E DAS EXPERIÊNCIAS // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

PROJETO

SISTEMATIZAÇÃO / OLHAR EXTERNO (quadro de valorização da prática)

CREATIVE HUBS

• Valorização dos fatores de Inovação Social e exploração das fronteiras da prática contemporânea

• Visa corrigir e superar as barreiras no acesso convencional ao mercado de trabalho e abrir um campo específico no apoio aos negócios criativos

PALAVRAS – CHAVE (expressões)

• Criação de Redes

CATEGORIZAÇÃO

A3 | B1 | C1 | C2 | D2 | D3

• Desenvolvimento de negócios nas indústrias criativas

SISTEMA DE INTERVENÇÃO, DE MOBILIZAÇÃO DOS RECURSOS E DE QUALIFICAÇÃO DO PROCESSO E COMBINAÇÃO DE DINÂMICAS Recursos técnicos da estrutura da organização

QUE ELEMENTOS NOS FORNECE A PRÁTICA ANALISADA PARA DESENHARMOS UMA ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO?

Criação de redes, desenvolvimento organizacional e de negócios nos sectores das indústrias culturais e criativas; Suporte a ideias, projetos, organizações e empresas que o programa acolhe; formação de competências, capacitação, desenvolvimento de capacidades e oportunidades digitais globais; Colaboração e trabalho em rede entre os seus usuários ou membros. Elementos que qualificam o processo de forma distintiva Objetivos Empresariais com especial enfoque nas ideias criativas de jovens Promoção da sustentabilidade dos negócios protagonizados por jovens criativos. Combinação das várias dinâmicas Suporte a ideias ou empresas; Rede de organizações: centros de pesquisa e desenvolvimento, instituições e indústrias criativas e não criativas. Viabilizar uma estratégia de desenvolvimento pessoal, comunitário e sustentável.

• Desenvolvimento pessoal/Autonomia e Empoderamento

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EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS E DAS EXPERIÊNCIAS // 03

PROJETO

REMIX 2.0

• Impacto e legitimação – envolvimento da comunidade • Sustentabilidade da Intervenção – expresso na dimensão do Eco-design (esforço de SISTEMATIZAÇÃO / OLHAR EXTERNO (quadro de valorização da prática)

qualificação das peças contribuiu para a credibilização do projeto e angariação de apoios de promotores.

• Co-responsabilização e autonomização dos atores-chave do projeto • Participação e envolvimento alargado dos beneficiários do projeto (por oposição à sua inclusão apenas no ‘processo produtivo’).

• Condições de transferibilidade – alargamento atual da intervenção a outros bairros da cidade de Lisboa.

• Intervenção Comunitária PALAVRAS – CHAVE (expressões)

• Co-responsabilização e inclusão social • Comunidade Local • Desenvolvimento Sustentável

CATEGORIZAÇÃO

A1 | A2 | B2 | C2 | C3 | D3

SISTEMA DE INTERVENÇÃO, DE MOBILIZAÇÃO DOS RECURSOS E DE QUALIFICAÇÃO DO PROCESSO E COMBINAÇÃO DE DINÂMICAS Recursos técnicos da estrutura da organização

QUE ELEMENTOS NOS FORNECE A PRÁTICA ANALISADA PARA DESENHARMOS UMA ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO?

Co-responsabilização de 200 moradores locais através da sua mobilização ativa de moradores locais para a limpeza e manutenção dos espaços públicos; Sensibilização da população residente, através do teatro, para comportamentos mais co-responsáveis no usufruto do espaço público do Bairro do Armador; Incubadora de design social; Ecoserviços; Eco-brigadas e Eco-teatro. Elementos que qualificam o processo de forma distintiva Ação conjunta e partilhada; Parceria e adaptação progressiva; desenvolvimento local e sustentável; envolvimento da comunidade (para e com os beneficiários) Combinação das várias dinâmicas Desenvolvimento de competências, atividades diferenciadas enquadradas na mesma estratégia; validação pela equipa técnica e pela comunidade, criação de redes locais. Viabilizar uma estratégia de desenvolvimento pessoal, comunitário e sustentável.

• Desenvolvimento pessoal/Autonomia e Empoderamento • Desenvolvimento Comunitário /iniciativa local e auto-organização de um Bairro • Desenvolvimento Sustentável + sistema de governança adequado (redes tripartidas)

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03 // LIVING DOCUMENT . AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS E DAS EXPERIÊNCIAS // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

PROJETO

JEVE

• Atua num ecossistema educacional – alunos de diferentes níveis de ensino,

investigação e ensino com preocupações transversais ao Empreendedorismo

SISTEMATIZAÇÃO / OLHAR EXTERNO (quadro de valorização da prática)

• Assume preocupações com a intervenção e papel ativo dos jovens na construção da Cidadania e Sustentabilidade

• Apoia a criação de projetos protagonizados por jovens que, sem se tratarem de

criação de negócios, contribuem para dar lugar a uma participação cívica, onde são valorizadas ações sustentáveis e atitudes empreendedoras.

PALAVRAS – CHAVE (expressões)

• Sustentabilidade • Empreendedorismo • Cidadania

CATEGORIZAÇÃO

A2.1. | B2 | B3 | C2 | C4 | D2

SISTEMA DE INTERVENÇÃO, DE MOBILIZAÇÃO DOS RECURSOS E DE QUALIFICAÇÃO DO PROCESSO E COMBINAÇÃO DE DINÂMICAS Recursos técnicos da estrutura da organização

QUE ELEMENTOS NOS FORNECE A PRÁTICA ANALISADA PARA DESENHARMOS UMA ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO?

Envolvimento dos participantes com base no trabalho em parceria – ações de advocay, investigação, participação cívica em matéria de ambiente e democracia. Elementos que qualificam o processo de forma distintiva Ações promotoras do emprego e da inclusão social de jovens, através de programas de educação e cidadania em áreas como o Ambiente, a Democracia e a sustentabilidade. Combinação das várias dinâmicas Trabalho sobre competências, formação, criação de redes e envolvimento da comunidade. Viabilizar uma estratégia de desenvolvimento pessoal, comunitário e sustentável.

• Desenvolvimento pessoal/Autonomia e Empoderamento • Desenvolvimento Sustentável e sistema de governança adequado (redes tripartidas)

105


EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS E DAS EXPERIÊNCIAS // 03

PROJETO

VOLUNTÁRIOS ANTUÉRPIA

• Valoriza a experiência pessoal dos jovens • Transforma os problemas sociais e individuais em pontos fortes e contributos ativos SISTEMATIZAÇÃO / OLHAR EXTERNO (quadro de valorização da prática)

para a mudança social, igualdade de oportunidades e inclusão social

• Através do acompanhamento, formação e desenvolvimento de competências

de autonomia, autoestima e confiança nos jovens, potencia a ação de jovens empreendedores, empenhados e comprometidos com os objetivos da Organização – combater a exclusão social de grupos multi- problemáticos.

• Revela condições de Transferibilidade e Pertinência

PALAVRAS – CHAVE (expressões)

• Famílias multi-problemáticas • Inclusão e bem-estar de crianças e jovens em situação vulnerável • Prevenção de Riscos

CATEGORIZAÇÃO

A2/A2.1 | B2 | B3 | C2 | C3 | D2 | D3

SISTEMA DE INTERVENÇÃO, DE MOBILIZAÇÃO DOS RECURSOS E DE QUALIFICAÇÃO DO PROCESSO E COMBINAÇÃO DE DINÂMICAS Recursos técnicos da estrutura da organização

QUE ELEMENTOS NOS FORNECE A PRÁTICA ANALISADA PARA DESENHARMOS UMA ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO?

Recursos mobilizados através de uma estrutura de serviços e valências: alojamento de equivalência “home stay” dirigidos a situações urgentes, de estadias de curta duração; departamentos para crianças mais pequenas; “studio-training” para adolescentes; unidade de vida independente com alojamentos na cidade para jovens com um perfil de baixa assistência; apoio pedagógico aos pais de crianças que ainda vivem em casa e ainda um projeto fora de casa e "time out". Elementos que qualificam o processo de forma distintiva Captação de Voluntários no seio dos seus público-alvos: combate ao risco e exclusão social a partir de projetos desenvolvidos pela organização que os acolheu. Combinação das várias dinâmicas Acompanhamento, formação e desenvolvimento de competências de autonomia, autoestima e confiança nos jovens, como solução de potenciar a ação de jovens empreendedores. Viabilizar uma estratégia de desenvolvimento pessoal, comunitário e sustentável.

• Desenvolvimento pessoal/Autonomia e Empoderamento • Desenvolvimento Comunitário • Desenvolvimento Sustentável e sistema de governança adequado (redes tripartidas)

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PROJETO

IEARN

• Valoriza a experiência pessoal das crianças e jovens em todo o mundo, contribuindo para uma maior Equidade Social e Igualdade de Oportunidades

SISTEMATIZAÇÃO / OLHAR EXTERNO (quadro de valorização da prática)

• Coloca nos jovens a possibilidade de agir para a mudança social, igualdade de oportunidades e inclusão social em todo o mundo

• Promove um espírito de empoderamento, crítico e empreendedor nos jovens em contexto académico

• Rede global de network dirigida a crianças e jovens em idade escolar • Revela condições de Transferibilidade e Pertinência

PALAVRAS – CHAVE (expressões)

• Formação para o Empreendedorismo, Inclusão Social e Participação Cívica

CATEGORIZAÇÃO

A2/A2.1. | B2 | B3 | C2 | C3 | C4 | D2 | D3

• Escala Global

SISTEMA DE INTERVENÇÃO, DE MOBILIZAÇÃO DOS RECURSOS E DE QUALIFICAÇÃO DO PROCESSO E COMBINAÇÃO DE DINÂMICAS Recursos técnicos da estrutura da organização As iniciativas permitem aos alunos participar em projetos globais como parte da sua aprendizagem em sala de aula e também como atividade extracurriculares; Apoio de um centro de colaboração segura e estruturada online; responde a necessidade curriculares específicas, mas permite dar um contributo global. Elementos que qualificam o processo de forma distintiva QUE ELEMENTOS NOS FORNECE A PRÁTICA ANALISADA PARA DESENHARMOS UMA ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO?

Participação orientada pela questão "Em que medida o projeto vai melhorar a qualidade de vida no planeta?” Os participante têm a possibilidade de se tornarem cidadãos globais que fazem a diferença, colaborando com seus colegas à volta do mundo. Combinação das várias dinâmicas Estabelece relações com organizações educacionais, serviços de juventude, assistência e desenvolvimento, organismos e instituições de suporte a uma rede de oportunidades para os jovens desenvolverem trabalho conjunto em programas educacionais que fazem uma diferença significativa no mundo. Viabilizar uma estratégia de desenvolvimento pessoal, comunitário e sustentável.

• Desenvolvimento pessoal/Autonomia e Empoderamento • Desenvolvimento Comunitário (iniciativas locais com impactos globais) • Desenvolvimento Sustentável e sistema de governança adequado (redes tripartidas)

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Recomendações Decorrentes da Análise das Práticas


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RECOMENDAÇÕES PARA O PROCESSO A) MOBILIZAÇÃO DOS RECURSOS

(Sistematização /Verificação) Dos casos analisados, retira-se a importância da adaptação dos recursos técnicos aos projetos dos participantes – em função do tipo de projeto empresarial e do ponto de partida do seu promotor inserido num ambiente de apoio determinado. Para além disso, refere-se ainda a necessidade da sua diversificação para garantir uma ampla cobertura de intervenção no mesmo quadro de apoio – o apoio limitado à gestão dos negócios ou ao projeto de investimento, ou poder ser alargado a interacções com o meio profissional para o qual se destina e poder ainda ser articulado com a o apoio ao desenvolvimento de novas competências. Quando o enfoque é a criação de negócios, as possibilidades de assegurar esta cobertura a

partir de uma única instituição são relativamente elevadas, excetuando a vertente financiamento que tendencialmente é assegurada por entidades terceiras. De qualquer forma, os dispositivos, sejam eles mais infraestruturados como as incubadoras (Couveuse GEAI, ANJE), espaços de co-work, residências), sejam eles de estrutura técnica (gabinete, acompanhamento individualizado) sejam mais informais (Hora do empreendedor, mentores locais, voluntários, incubadoras de inserção) são tanto mais eficazes quanto eles abarcam a dimensão social (interações entre pessoas diversas), de relações intra e extra dispositivos (ações conjuntas, eventos, momentos de networking...) e a asseguram pontes com outras soluções para além da criação imediata do próprio negócio (teste em empresa, spin – offs...).

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Quando o enfoque é o desenvolvimento de competências pessoais, sociais e também empresariais e o fator de sucesso se encontra na mobilização dos recursos locais (comunidade, entidade, redes.) como se verifica no caso REMIX, as infraestruturas como as incubadoras (ecoincubadoras no caso) são importantes, mas são meramente instrumentais de um processo cuja dinâmica reside no envolvimento comunitário com finalidades pedagógicas e comerciais. Neste domínio, o caso Escolhas surge também como revelador da importância a atribuir à estruturação dos projetos com base em equipamentos (veja-se a experiência bem sucedida do Albergue Juvenil E5G) dando um passo em frente neste conceito de “espaços de simulação” para “espaços de aplicação”, sendo nesta matéria determinante já não a

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abordagem técnica no apoio ao projeto, mas antes a apropriação pelos participantes da própria dinâmica de desenvolvimento. Neste domínio da mobilização de recursos, resta questionar, de forma descomplexada, a separação tida por indispensável e até necessária entre o apoio técnico e o financiamento aos projetos dos participantes. Tudo indica que as intervenções que garantem, nem que seja parcialmente, financiamento direto aos projetos dos participantes nos programas acabam por ter maior capacidade de envolvimento e de construção de um processo mais sólido. Veja-se o caso da UNLTD que viabiliza projetos através de prémios que as empresas locais colocam à disposição da comunidade para os jovens a operacionalizarem as suas ideias.


RECOMENDAÇÃO As entidades, parcerias, consórcios e redes que apoiam o Empreendedorismo Jovem numa abordagem inclusiva à ação empreendedora devem assegurar uma adaptação dos seus recursos técnicos aos projetos dos participantes e garantir uma diversidade de dispositivos que assegurem uma abordagem ampla que vá para além da criação de negócios e de empresas. Neste plano, as infraestruturas que albergam os processos de apoio devem ser instrumentais e serem abertas às comunidades locais e às dinâmicas do território. Apoiar projetos nesta abordagem inclusiva significa “colocar recursos úteis e substanciais à disposição” ou seja recursos patrimoniais, financeiros ou capital social significativo.


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B) ELEMENTOS DISTINTIVOS - COMBINAÇÃO DE DISPOSITIVOS E MODALIDADES DE ATUAÇÃO (Sistematização /Verificação) a) Dos casos analisados, destaca-se, no conjunto

dos elementos que qualificam os processos de forma distintiva, a centralidade no individuo ou na comunidade/grupo social alvo. Quando as estruturas e os mecanismos (mobilização de recursos e práticas de operacionalidade dos planos e programas de ação) se moldam e se ajustam em função das necessidades das pessoas, a capacidade da prática influenciar domínios que extravasam a esfera económica, é bastante superior. Atente-se o caso do Programa Escolhas, que integra projetos que são desenvolvidos em parceria, desenhados através da ação conjunta e com uma forte ligação ao território e à comunidade em que se insere. Do mesmo modo, a experiência analisada dos Voluntários de Antuérpia demonstra que a mais-valia da sua intervenção reside no facto de captar jovens em

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situação de risco de exclusão social para o seio da sua organização na condição de voluntários, fomentando, assim, as condições de mudança na trajetória pessoal e social desses jovens. Ainda como exemplo comparativo, destaca-se o Projeto Remix, que parte de conceitos e abordagens de intervenção comunitária e participação social dos beneficiários para definir as suas atividades e dimensões do Projeto. Conclui-se que as intervenções que apresentam soluções para os problemas que estão na origem de necessidades objetivas, mais adaptadas às competências e motivações, que envolvem diretamente os grupos-alvo e ainda, que respondem de forma mais direta aos seus problemas sociais e individuais, encontram-se melhor posicionados para conduzir processos de mudança e operacionalizar estratégias de desenvolvimento integrado – pessoal, comunitário e sustentável.


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b) Ainda neste contexto de análise da ação

combinatória de várias dinâmicas, a sistematização das práticas em referência revela que as intervenções bem estruturadas, com programas e metodologias de atuação previamente definidas e faseadas ao longo da intervenção, como é o caso da BG PARIF, ANJE, TECMINHO e Erasmus para Jovens Empreendedores (p.e. fases de sensibilização/formação; formação e diagnóstico e acompanhamento, avaliação e ação

conjunta) assumem dimensões que qualificam a intervenção. Ainda que todas estas experiências tenham um enfoque dominante na criação de negócios, podemos concluir que, neste domínio em particular, a existência de programas institucionais estandardizados, com adaptações progressivas, atribui valor acrescentado na promoção ou apoio ao empreendedorismo na sua vertente meramente pessoal e económica.

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c) Outra leitura decorrente das práticas analisadas

diz respeito à conexão entre contextos de educação/formação (escolares e/ou académicos) e projetos de empreendedorismo. Experiências desenvolvidas com base nesta vertente de interface entre escola e mundo dos negócios (p.e. TECMINHO) ou entre educação e experimentação (p.e. E-CITY) ou ainda entre educação/ensino e cidadania e sustentabilidade (p.e. K-solutions/JEVE) revela

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impactos positivos na construção das identidades juvenis com base na ação empreendedora. Nesta medida, verifica-se que no processo de construção do sujeito-ator, considerado um aspeto fundamental para que os jovens empreendam o seu projeto de vida, é tanto mais facilitador quanto mais os jovens forem confrontados com iniciativas e contextos de emancipação para o exercício da cidadania ativa.


RECOMENDAÇÃO As entidades, equipas e promotores de iniciativas de empreendedorismo inclusivo que trabalham direta ou indiretamente com ou para os jovens, devem conceber metodologias participativas e criar mecanismos e atividades de envolvimento do público-alvo, sempre que possível, desde a sua implementação. Considera-se que, desenhar projetos de intervenção para impulsionar a ação empreendedora sem conhecer, auscultar e envolver os grupos e as comunidades onde se desenvolve a estratégia de ação, constitui um fator negativo e que pode condicionar resultados. Na condução de processos de mudança de trajetórias individuais e sociais, importa colocar o sujeito no centro da ação para a mudança, como sujeito ativo, dando-lhe capacidades e oportunidades para gerir e conduzir o seu percurso baseado na autonomia e na auto-realização. Quanto mais cedo se trabalham as competências (em idade escolar ou contextos académicos/formativos) e se impulsionam as capacidades dos jovens para agir, intervir e contribuir nos processos de mudança, mais facilmente se projetam estratégias de empreendedorismo inclusivo e emancipador, onde o domínio sobre a sua realização pessoal é também mais evidente.


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C) CATEGORIZAÇÃO EM TERMOS DE PROCESSO (Sistematização /Verificação) A análise sistematizada em torno das práticas promissoras no que concerne ao Empreendedorismo Inclusivo Jovem baseou-se na articulação entre os tópicos dominantes das práticas (situações de exclusão, contextos de mudança, categoria principal e duração do percurso). A análise destas componentes revela a existência de relações mais ou menos diretas entre uma ou mais categorias. As práticas, cujos objetivos estão diretamente centrados na criação de emprego/negócios, incidem sobre situações de reparação ou inversão de percurso de pessoas individualmente (BGEPARIF, ANJE, Erasmus para Jovens Empreendedores...) ou, no limite, de grupos sociais jovens (p.e. Creative Hubs). A mudança é operada na vida profissional e/ ou pessoal e tende a centrar-se nas competências (aquisição e/ou desenvolvimento) e nos negócios propriamente ditos.

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Por outro lado, as práticas de empreendedorismo cujos objetivos se afastam da criação de negócios revelam uma maior abrangência de situações de exclusão (territórios e grupos sociais), assumem uma maior capacidade de gerar mudanças ao nível profissional, pessoal, mas também social e são também mais heterogéneas nas suas dimensões de atuação, i.e., tanto atuam no sistema de aprendizagem e competências (não só profissionais) como no envolvimento comunitário e territorial dos contextos de aplicação. É o caso da UnLtd, do Programa Escolhas ou do Projeto Remix. No que respeita à duração, todos os projetos são de duração média ou longa, permitindo um acompanhamento e uma monitorização das ações, produzindo resultados passíveis de avaliação e disseminação.


RECOMENDAÇÃO No desenvolvimento de projetos e iniciativas que visem fomentar o Empreendedorismo na sua visão mais inclusiva e sustentável, será conveniente definir metodologias que apontem para soluções integradas e diferenciadas, capazes de provocar mudanças não só no plano individual e de emprego pela via dos negócios, mas também noutros domínios da realização pessoal dos jovens. Estas abordagens serão tanto mais inovadoras e adaptadas à mudança social, quanto a capacidade de produzir efeitos na forma como os jovens podem relacionar-se com os recursos, entidades e comunidade.


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RECOMENDAÇÕES PARA A ESTRATÉGIA A) DESENVOLVIMENTO PESSOAL - AUTONOMIA E EMPOWERMENT Todas as práticas analisadas são orientadas para concretizar estratégias de desenvolvimento pessoal, centrados na autonomia e no empowerment, independentemente de assumirem um enfoque no empreendedorismo empresarial/de negócios ou empreendedorismo social. Deste ponto de vista, conclui-se que todas as iniciativas se centram na capacitação do indivíduo para a autonomia.

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RECOMENDAÇÃO As abordagens e os modelos estratégicos de empreendedorismo jovem devem considerar metodologias e ferramentas (recursos e ações) capazes de induzir resultados ao nível da autonomização do indivíduo (tomada de decisões sobre o seu percurso de forma autónoma, responsável e independente); e da realização pessoal como objetivo último do seu percurso pessoal e opções pessoais e profissionais.


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B) DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO – - INICIATIVA LOCAL E AUTO-ORGANIZAÇÃO Verifica-se que a dimensão social, no sentido restrito da comunidade envolvente, constitui um fator crítico de sucesso na avaliação dos contextos de envolvimento do sujeito em ações empreendedoras. Constata-se que, no contexto das práticas analisadas, aquelas que baseiam as suas atividades através de organizações locais que têm como função mobilizar as pessoas, informá-las e incentivá-las à ação, através dos técnicos e formadores que servem de modelo e são impulsionadores da ação, contribuem para um desenvolvimento local e comunitário. Isto é evidente não só nos projetos cujo enfoque é o empreendedorismo de base local e não necessariamente empresarial (REMIX, Programa Escolhas), mas também no caso da TECMINHO que visa criar negócios promotores de desenvolvimento económico e social da região.

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Também no caso da UnLtd, os resultados da sua intervenção na área do Empreendedorismo Social são marcantes e têm gerado efeitos positivos ao nível da auto-organização da camada juvenil e das comunidades urbanas onde atua. Com um enfoque especial nos jovens, mas também na valorização de ideias de negócios sociais comportam fatores críticos de sucesso capazes de gerar impacto positivo na comunidade social e territorial onde se inserem. Através de uma rede de parceiros, de onde se destacam universidades e organizações sociais do Reino Unido para serem a base de recursos no apoio e criação e expansão de start-ups, a UnLtd consegue promover o desenvolvimento pessoal dos grupos de jovens com maior dificuldade de acesso ao mercado de trabalho, ao mesmo tempo que promove o desenvolvimento comunitário dos territórios de inserção dos negócios apoiados.


RECOMENDAÇÃO Os programas de empreendedorismo inclusivo devem traduzir esta dimensão territorial, através de programas que assumam estratégias – medidas e ações – de valorização identitária das pessoas individualmente, mas sobretudo dos grupos sociais por referência à comunidade ou ao território. Ações empreendedoras que promovam a dinamização da economia local podem ser um contributo efetivo para a reformulação desejada da pessoa, do grupo e do território com o seu contexto.


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C) DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

(ECONÓMICO, SOCIAL, AMBIENTAL E SISTEMA DE GOVERNANÇA) Partindo da análise anterior, também neste caso se pode relevar as práticas que nos fornecem elementos substantivos para uma estratégia de desenvolvimento sustentável. Os projetos que surgem em contextos de parceria com entidades (universidades, empresas, organizações sociais) territorialmente próximas são considerados casos de sucesso no que concerne a domínios do desenvolvimento sustentável. Trata-se de projetos que se baseiam em sistemas de governança adequados, sustentados em redes tripartidas, como é o caso do Projeto JEVE e do Programa Escolhas. No primeiro caso, os seus objetivos em apoiar a criação de projetos desenvolvidos

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por jovens que contribuem para a participação cívica, o empreendedorismo como atitude e ações sustentáveis, são reveladores da articulação entre princípios da cidadania, ambiente e sustentabilidade. No Programa Escolhas, sendo um trabalho de referência na área do Emprego, Empregabilidade e Empreendedorismo de jovens em contextos socio-económicos vulneráveis, assume-se que encerra em si uma estratégia de desenvolvimento sustentável por valorizar ações que concorrem para estes objetivos centrais, mas também os fatores de inovação, experimentação, igualdade de oportunidades, o contexto de parcerias e a ligação territorial.


RECOMENDAÇÃO De acordo com esta análise, é recomendável que os projetos enquadrados em estratégias de empreendedorismo inclusivo jovem contribuam para o desenvolvimento sustentável do território e melhoria das condições do tecido social que o compõe. Subjacente a isso, deve promover dinâmicas de reforço da economia local com efeitos diretos para o seu público-alvo. Com base neste modelo, os projetos devem esperar obter resultados evidentes e mensuráveis nas áreas da economia e dos sistemas de governança implementados, mas também nos domínios social, cultural e ambiental.



LIVING DOCUMENT . TRANSFERÊNCIA E DISSEMINAÇÃO DE SOLUÇÕES SOCIALTEC Nº 04

MARÇO, 2015

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TRANSFERÊNCIA E DISSEMINAÇÃO DE SOLUÇÕES SOCIALTEC • TECNOLOGIA SOCIAL PARA

• VALIDAÇÃO

AGÊNCIA EMPREENDEDORES SOCIAIS

CONTACTOS

O DESENVOLVIMENTO • FICHA DO PRODUTO • CICLO DE TRANSFERÊNCIA DE INOVAÇÃO

Largo do Amor Perfeito nº9 Adroana 2645-626 Alcabideche, Portugal

DE PRODUTOS • TÉCNICAS E ATIVIDADES DE DISSEMINAÇÃO


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TRANSFERÊNCIA E DISSEMINAÇÃO DE SOLUÇÕES SOCIALTEC



Tecno oD


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ologia Social para Desenvolvimento SOCIALTEC consiste numa abordagem ao desenvolvimento e à inovação social a partir das experiências dos atores: • Concetores de projetos • Coordenadores de programas • Gestores de Iniciativas e Programas Operacionais • Animadores e técnicos de terreno • Beneficiários e participantes nas ações • Investigadores • Organizações dinamizadoras de programas de inovação social • Incorporadores das soluções A metodologia de base assenta em princípios de participação, de envolvimento, de partilha e de coresponsabilização e desenvolve-se na base da investigação – ação com recurso à interação pública generalizada, nomeadamente através das Redes Sociais e das Plataformas Colaborativas de acesso aberto e generalizado. Os instrumentos de transferência aqui apresentados reportam-se ao Estudo SocialTec e demonstram como foi desencadeado o processo de validação do produto. Simultaneamente, servem como exemplo e podem ser incorporados como tal por qualquer organização que queira implementar um processo de natureza similar. 129


Ficha do Produto


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DESIGNAÇÃO DO PRODUTO

SOCIALTEC para o Empreendedorismo Jovem

ENTIDADE PROMOTORA

ENTIDADE CONSULTORA EXTERNA

AGÊNCIA EMPREENDEDORES SOCIAIS

CAIXA DE MITOS, LDA.

FREDERICO C. COSTA

CARLOS RIBEIRO

SEAcoop – Social Entrepreneurs Agency, CRL.

Coordenação

Coordenação Científica

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O QUE É O PRODUTO O produto consiste numa metodologia designada por SocialTec para o Empreendedorismo Jovem. Esta tecnologia social inovadora para o Empreendedorismo Jovem visa conceber o empreendedorismo como um mecanismo: (i) facilitador da inclusão social dos setores mais jovens da sociedade portuguesa e ii) promotor de dinâmicas de desenvolvimento sustentável. Trata-se de uma solução metodológica que visa minimizar constrangimentos e barreiras que os jovens enfrentam no processo de empreender, entendendo-se este como um processo de conduzir a sua trajetória de vida pessoal e profissional. Constitui-se, assim, como uma metodologia de apoio a entidades na componente do “empowerment” dos jovens, contribuindo para que se tornem produtores das suas experiências de vida e conscientes das relações que estabelecem com a sociedade (cidadania ativa). Em simultâneo, pretende-se que este grupo-alvo adote estratégias

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individuais e coletivas mais eficientes no combate à precariedade, concorrendo para uma maior autonomia individual e, consequentemente das comunidades em que se inserem. A metodologia SocialTec apoia-se num conjunto de cadernos (ferramentas) passíveis de serem usados de forma autónoma ou em conjunto. Esse grupo de ferramentas assume as seguintes dimensões: (i) Como participar; (ii) Clarificação Conceptual; (iii) Avaliação das práticas e das experiências; (iv) Transferência e Disseminação; (v) Protótipo; e (vi) Matriz SocialTec. Empowerment (Empoderamento), Modularização Criativa e Pedagogia do Desvio são as notas dominantes no plano metodológico do SocialTec. No plano mais operacional, a metodologia SocialTec inclui uma ferramenta que permite apoiar o processo de diagnóstico participado num determinado território, setor ou domínio de intervenção da entidade - Empreender para Incluir (EITOOL).


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PARA QUE SERVE O PRODUTO O Programa SocialTec serve para induzir mudanças estruturais nas organizações, nos territórios, nos grupos sociais e nas pessoas. Deste ponto de vista, pode dizer-se que inclui quatro dimensões: Institucional, Territorial, Grupal e Individual. Em termos gerais, o Produto serve para:

• Divulgar a temática do

Empreendedorismo Inclusivo em Portugal, dando especial destaque aos jovens em contextos de exclusão1 e aos mecanismos disponíveis para superar barreiras e criar condições para empreender.

• Promover a inovação social a partir

da disseminação de projetos e da incorporação de metodologias validadas noutros contextos.

Fatores de exclusão: situação face ao rendimento, qualificações e competências, círculo de guetização e auto-guetização, estigmatização e discriminação social. 1

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• Aumentar a capacitação das

organizações locais no desenvolvimento de programas de empreendedorismo que sejam potenciadores das medidas públicas e que testem metodologias específicas de intervenção ajustadas ao público-alvo e à especificidade contextual e territorial.

• Dar visibilidade a práticas promissoras nacionais e internacionais que dão resposta aos gaps detetados e que apresentam potencial de transferibilidade para o contexto específico.

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• Produzir recomendações de política

aos órgãos centrais e locais com vista à melhoria da integração de políticas existentes;

• Identificar mecanismos de transferência de inovação adequados a uma lógica de ação co-construída e partilhada por parte dos atores cuja intervenção se compromete com o interesse público.


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BENEFICIÁRIOS (AS)

De acordo com as práticas promissoras no contexto do empreendedorismo jovem, e analisadas no âmbito do Projeto, os beneficiários são os Jovens que, em diferentes contextos sociais, económicos e culturais, se confrontam com obstáculos no acesso a estratégias de autonomia individual. Ao longo do percurso de disseminação, o produto pode ser transferido e adaptado por

entidades que trabalhem com outros grupos-alvo, designadamente, desempregados/as de longa duração, mulheres vitimas de várias discriminações, migrantes (imigrantes e emigrantes), e minorias étnicas, e/ou pessoas com mais de 50 anos em situação económica e social precária; e pessoas com deficiência, com dificuldades no acesso ao emprego (...)

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VALOR ACRESCENTADO DO PRODUTO

Esta metodologia promove a ação empreendedora de base local a partir da iniciativa dos jovens e incide sobre os fatores de exclusão. Além disso, disponibiliza uma sistematização das práticas relevantes na ótica do apoio e promoção ao empreendedorismo, construída com base nos seguintes critérios:

• Capacidade para mobilizar recursos técnicos • Nos fatores de inovação associados à intervenção, qualificação do processo • Estratégia de desenvolvimento pessoal, comunitário e sustentável; • Intervenção em situações de exclusão • Capacidade para gerar mudança (vida profissional, social e pessoal) • E atuação dominante (criação de negócios, desenvolvimento de competências, envolvimento comunitário e aprendizagem)

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A QUEM PODE INTERESSAR O PRODUTO

• Municípios, Associações de Municípios, Agências de Desenvolvimento Regional e outros agentes de desenvolvimento local.

• Decisores com uma visão do desenvolvimento regional baseado nas pessoas, nos fatores endógenos de desenvolvimento e na coesão social.

• Associações locais promotoras das políticas de empregabilidade e das dinâmicas de desenvolvimento local, com base no empreendedorismo e na economia social.

• Organizações com ou sem fins lucrativos que apoiem iniciativas de criação de empresas ou atividades orientadas para o auto-emprego, por parte de pessoas em particular situação de vulnerabilidade, como forma de quebrar os ciclos de inclusão/exclusão.

• Consultores e investigadores com interesse na temática.

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SUPORTES DO PRODUTO

O Produto inclui 6 cadernos, que consistem em ferramentas/dimensões da metodologia SocialTec para o Empreendedorismo Jovem. O produto final terá duas versões (português e inglês) e assumirá um formato digital. Irá ser disponibilizado no formato de PEN USB e estará também no site da Agencia de Empreendedores Sociais, em www.seagency.org

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RESULTADOS ESPERADOS A adoção do Produto possibilitará atingir os seguintes resultados:

• Reforço e Dinamização da Ação empreendedora de base local.

• Revitalização da Economia local,

nomeadamente com o surgimento de novas áreas de negócio, organizadas numa plataforma de economia solidária e sustentável.

• Mudança no contexto de vida dos

Jovens, tanto no plano socio-económico como na esfera profissional.

• Criação e instalação de novas atividades com valor económico e social.

• Implementação de sistemas de trocas e de contrapartidas comunitárias.

• Valorização territorial em termos

de notoriedade e da melhoria das condições de vida local.

• Territórios criativos com alma própria. • Envolvimento da população local em

iniciativas culturais regulares de base comunitária.

• Constituição de Redes e comunidades

locais mais influenciadoras da vida local e mais interveniente nos processos de desenvolvimento territorial.

• Reforço da democracia representativa e participativa.

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Ciclo de Transferência de Inovação


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CICLO DA CONCEPÇÃO DE UM PRODUTO

Análise

Disseminação

Desenho

AVALIAÇÃO

Edição

Validação

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O processo de transferência realiza-se através de uma estratégia de divulgação (partilha do Ciclo de Conceção do produto), apropriação (uma compreensão de todos os fatores e elementos que levaram à elaboração do Produto), Validação (uma abordagem crítica e partilhada das mais-valias do produto), incorporação (integração da solução no conjunto de soluções da entidade incorporadora) e disseminação (divulgação e utilização junto dos beneficiários e das redes da própria) da entidade.

TRANSFERÊNCIA CONVERGÊNCIA

Ficha de Produto Documentos auxiliares Acesso à Biblioteca Temática

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APROPRIAÇÃO

Sessões de apresentação Utilização das Redes Sociais para debate e clarificação de dúvidas

VALIDAÇÃO

Sessões coletivas de validação de produto

INCORPORAÇÃO

RESULTADOS / AVALIAÇÃO

Site da entidade Workshops internos

Relatorios Reuniões de trabalho



Validação de Produtos


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A validação de Produtos suporta-se da metodologia dos Projetos da Iniciativa Comunitária EQUAL (IC EQUAL) recorrendo à utilização dos sete critérios de 1º nível de análise de qualidade dos produtos. Estes seis critérios obrigatórios de análise da qualidade dos Produtos EQUAL são: Inovação, Empowerment, Adequabilidade, Utilidade, Acessibilidade, Igualdade e Transferibilidade. As grelhas de preenchimento encontram-se ilustradas nas páginas seguintes.

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Ficha de validação do produto | adopção da grelha IC Equal de validação de produtos por pares e redes. DIMENSÕES DE ANÁLISE DA QUALIDADE

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DIMENSÕES OBRIGATÓRIAS INOVAÇÃO (intensidade da presença de características novas e distintivas no produto; na realidade, o que distingue este produto de outros produtos com características e finalidades semelhantes; existência de valor acrescentado em relação às respostas convencionais e desenvolvimento de novas competências)

EMPOWERMENT (em que medida os beneficiários finais e os utilizadores do produto foram protagonistas na sua concepção e em que medida a sua utilização contribui para a autonomia, inserção e participação acrescidas dos grupos-alvo nos seus contextos organizacionais e sociais) ADEQUABILIDADE (respeita a cultura, a experiência social e profissional dos beneficiários finais e das organizações e responde aos seus problemas e necessidades de inserção e de qualificação)

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EVIDÊNCIAS (Identificar elementos de prova que justifiquem a notação)


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Ficha de validação do produto | adopção da grelha IC Equal de validação de produtos por pares e redes. (cont.) DIMENSÕES DE ANÁLISE DA QUALIDADE

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EVIDÊNCIAS (Identificar elementos de prova que justifiquem a notação)

DIMENSÕES OBRIGATÓRIAS UTILIDADE (ganhos e valor percebidos pelos beneficiários finais e utilizadores dos produtos, demonstráveis em termos de reconhecimento de competências, valor social e/ou autonomia pessoal) ACESSIBILIDADE (proximidade e familiaridade dos utilizadores e dos beneficiários finais com os conteúdos, os suportes e meios de utilização dos produtos, designadamente em termos de literacia e de tecnologias necessárias, de clareza e transparência na linguagem) IGUALDADE (o produto potencia a igualdade de género, respeita a multiculturalidade, valoriza a participação e responsabilidade social das pessoas e organizações e promove situações e realidades inclusivas) TRANSFERIBILIDADE (facilidade e rapidez na transferência e incorporação dos produtos por outras organizações e profissionais, contendo, designadamente, evidências e narrativas de vivências, que demonstram a sua operacionalidade e enriquecem os processos e métodos de tutoria e outras soluções de suporte ao processo de transferência) 147


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Ficha de validação do produto | adopção da grelha IC Equal de validação de produtos por pares e redes. (cont.) DIMENSÕES DE ANÁLISE DA QUALIDADE

1

2

3

DIMENSÕES FACULTATIVAS

DIMENSÃO FACULTATIVA I (a PD deve identificar critérios de análise)

DIMENSÃO FACULTATIVA II

DIMENSÃO FACULTATIVA II

148

4

EVIDÊNCIAS (Identificar elementos de prova que justifiquem a notação)


04 // LIVING DOCUMENT . TRANSFERÊNCIA E DISSEMINAÇÃO DE SOLUÇÕES SOCIALTEC // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

ETAPAS

ACTIVIDADES

OUTPUTS

A MONTANTE DA VALIDAÇÃO 1

Identificar produtos a validar e sua calendarização

2

Definir

3

Preencher a ficha de caracterização do produto (recurso técnico-pedagógico ou narrativa de prática)

4

Enviar ficha de caracterização do produto/prática e o produto

• Identificação prévia dos produtos a validar

• Primeira ficha de auto

validação para uso exclusivo dos autores

• Definir os participantes na sessão de validação: pares e peritos externos.

• Ficha de caracterização do

produto ou prática preenchida

Para rentabilizar a sessão de validação, a ficha de caracterização do produto deve ser enviada a todos os participantes via e-mail SESSÃO DE VALIDAÇÃO

5

Recordar a metodologia de validação, definir os critérios de validação que vão ser utilizados e consensualizar a sua interpretação

6

Apresentar o produto – demonstração do produto, manuseamento, testemunhos

7

Reunião dos subgrupos (pares, peritos e autores) para análise e validação final do produto

• Visualização e manuseamento do

produto tangível disponibilizado na sessão.

• Análise do produto em cada um dos subgrupos

• 1 Exemplar do produto • Três Grelhas de “análise da qualidade dos produtos” preenchidas

• Apresentação da apreciação de

8

Apresentar e discutir em plenário os resultados dos subgrupos e elaborar grelha síntese

cada subgrupo, sua notação critério a critério e respectiva apreciação qualitativa;

• Debate e consensualização entre

pares e peritos da notação de cada critério, pontos fortes, fracos e recomendações; sequência do debate e clarificação das diferentes posições.

• Grelha síntese de pares e

peritos com a notação final, comentários qualitativos e conclusões relativas à validação.

• Grelha dos autores

A JUSANTE DA VALIDAÇÃO 9

Ultimar o produto

10

Preparar o “dossiê de validação”

• Incorporar no produto as

recomendações feitas na sessão de validação.

• Produto finalizado.

• Breve descrição de quando, como e com quem decorreu o processo de validação.

149


Técnicas e Atividades de Disseminação


04 // LIVING DOCUMENT . TRANSFERÊNCIA E DISSEMINAÇÃO DE SOLUÇÕES SOCIALTEC // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

Debates

Grupo de discussão na internet

Comunicação

Site / comunidades e redes sociais

Debates

Workshops descentralizados

Comunicação

Edição de brochura explicativa

Comunicação

Produção de cartaz referente ao sistema de certificação de qualidade em matéria de BC

Evento / debates

WORKSHOP FINAL com apresentação de conclusões e perspetivas futuras.

151


EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . TRANSFERÊNCIA E DISSEMINAÇÃO DE SOLUÇÕES SOCIALTEC // 04

PRINCÍPIOS E PROCESSO DA DISSEMINAÇÃO

FONTE: IC EQUAL – Redes Temáticas

152


04 // LIVING DOCUMENT . TRANSFERÊNCIA E DISSEMINAÇÃO DE SOLUÇÕES SOCIALTEC // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

O ciclo virtuoso da Disseminação concretiza-se em 4 fases fundamentais:

01

CONVERGÊNCIA

– entre entidades “incorporadoras” que procuram novas soluções, as entidades “produtoras” que disponibilizam produtos e práticas e as entidades disseminadoras. Esta fase consiste na consolidação da parceria de disseminação e concretiza-se através de atividades que devem permitir avaliar as necessidades do incorporador e em que medida os produtos respondem àquelas necessidades. Estas atividades devem ainda permitir às entidades incorporadoras o acesso a todos os esclarecimentos, à realização de reflexões críticas, à observação em contexto e à familiarização com os produtos/ práticas, tendo em vista a construção de convergências e compromissos facilitadores da incorporação. O espaço natural para a materialização desta fase é o da PD, mas pode alargar-se a parcerias informais ou redes de atores interessados nos produtos/práticas.

02

APROPRIAÇÃO

– consiste na aquisição dos conhecimentos e das competências inerentes à exploração/utilização do produto ou da prática a disseminar; o contacto com os contextos onde essas soluções foram experimentadas (ex. demonstração de produtos, estágios nas entidades “produtoras”), a definição das estratégias preparatórias à sua transferência e recontextualização e a formação dos agentes futuros utilizadores do produto a incorporar são, entre outras, atividades críticas a desenvolver nesta fase.

153


EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . TRANSFERÊNCIA E DISSEMINAÇÃO DE SOLUÇÕES SOCIALTEC // 04

03

INCORPORAÇÃO

- consiste na integração / recontextualização e eventual reconstrução/ adaptação do produto ou da prática ao contexto e cultura da entidade incorporadora. As atividades têm de implicar fortemente a gestão das entidades incorporadoras e mobilizar os colaboradores, pois podem implicar mudanças no layout produtivo, na organização interna, nas equipas, nos perfis profissionais e carreiras dos colaboradores, etc.; o recurso a metodologias tipo coaching mentoring, prática supervisionada, etc. pode ser recomendável,

154

04

RESULTADOS & IMPACTOS

– consiste no balanço (avaliação) do processo e dos resultados da disseminação, incluindo a identificação e análise do “valor acrescentado” induzido pelo produto ou prática (incorporados) nos resultados das pessoas, das equipas e das entidades-alvo da disseminação, (pode ser) traduzível em acréscimo de empowerment e reforço da autonomia e responsabilidade, das competências, da qualidade dos serviços, dos processos de trabalho, maior satisfação dos destinatários e utilizadores, etc. Analisa também os “ganhos” da PD em termos de competências, domínio dos processos de disseminação, empowerment organizacional, satisfação e realização dos participantes no processo e as melhorias nos produtos e práticas originais, dado que a disseminação deve ser assumida como um processo de melhoria contínua.




LIVING DOCUMENT . PROTÓTIPO Nº 05

MARÇO, 2015

LIVING DOCUMENT

PROTÓTIPO • PRINCÍPIOS ORIENTADORES

• BASES PROGRAMÁTICAS

• ESTRUTURA

• ESTRATÉGIA

• CONTEXTOS DE APLICAÇÃO

• PROGRAMA BASE

• MATRIZ DE PLANEAMENTO

• CENTRO DE RECURSOS

DE PROJETO • CADERNO DE ENCARGOS PARA A ACÇÃO LOCAL

AGÊNCIA EMPREENDEDORES SOCIAIS Largo do Amor Perfeito nº9 Adroana 2645-626 Alcabideche, Portugal

• MANUAL DE UTILIZAÇÃO • ESTRUTURA

CONTACTOS


LIVING DOCUMENT

PROTÓTIPO



A solução que resul conceitos e às prátic jovem inclusivo assenta


05 // LIVING DOCUMENT . PROTÓTIPO // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

lta do processo de interpelação aos cas relativas ao empreendedorismo a nas seguintes referências centrais: • Um conjunto de princípios orientadores

• Uma definição das condições objetivas e subjetivas para uma aplicação eficaz e eficiente

• A base programática de uma linha de atuação transversal e comum aos diversos contextos de intervenção

• Uma base de recursos mobilizáveis para o desenho de soluções específicas e adaptadas ao contexto de intervenção

• Um manual sintético da organização de uma ação-tipo

161


PrincĂ­pios Orientadores


05 // LIVING DOCUMENT . PROTÓTIPO // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

PLANO IDEOLÓGICO Iniciativas para a coesão social com orientação para o desenvolvimento sustentável. Combina interesses individuais com interesses coletivos e incorpora valores e formas de agir de responsabilidade social. Estrutura-se numa cultura jovem de autoafirmação e em paradoxos interculturais e intergeracionais. Incorpora processos de empoderamento visando uma cidadania mais ativa e a autonomia das comunidades e das pessoas.

PLANO POLITICO O “empreendedorismo inclusivo” constitui a confluência entre domínios de ação que atravessam diversas políticas públicas. A política social (luta contra a pobreza e a exclusão), a política de emprego (auto-emprego e formas coletivas e informais de obter rendimento) e a política de empresa (microempresas, cooperativas e formas específicas de agrupamento para a realização de serviços). Na sua vertente Jovem associa-se às políticas ativas para a juventude com destaque para as políticas de emprego.

163


EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . PROTÓTIPO // 05

PLANO TERRITORIAL Incide em territórios específicos, de escala média ou reduzida e parte dos problemas e das potencialidades locais para impulsionar novas iniciativas que deverão valorizar a economia local e o capital social local. O território e a sua textura peculiar condiciona os programas de ação.

PLANO METODOLÓGICO Procura-se reforçar o que já está instalado no território e consequentemente a abordagem central radica na dinamização de redes de atores locais não-especializados. A mobilização dos protagonistas é concretizada aplicando a chamada pedagogia do desvio, ou seja envolvendo-os em ações do seu interesse imediato e que criem condições para uma participação plena nos temas de desenvolvimento verdadeiramente centrais.

164


05 // LIVING DOCUMENT . PROTÓTIPO // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

PLANO OPERACIONAL Mobiliza recursos locais instalados nos parceiros e nas instituições da comunidade e valoriza o espaço público como domínio privilegiado para a ação. A dinâmica dos planos de ação implica a constituição e funcionamento em rede de equipas multidisciplinares. A capacitação dos intervenientes a todos os níveis constitui uma linha de ação determinante. O sistema de governança deve consignar a cooperação entre os diversos tipos de atores em formas organizativas de representação direta como o caso das Redes Tripartidas.

PLANO COMUNITÁRIO A ação deve reforçar a comunidade local em aspetos estruturais como os identitários (memorias sociais), competências e nível cultural (educação de adultos), económicos (produtos locais) e cidadania (conselhos de cidadãos).

165


Estrutura


05 // LIVING DOCUMENT . PROTÓTIPO // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

CONTEXTOS DE APLICAÇÃO

ESTRATÉGIA E PROGRAMA

PLATAFORMA INJOV

MANUAL DE UTILIZAÇÃO

CENTRO DE RECURSOS

167


Contextos de Aplicação


05 // LIVING DOCUMENT . PROTÓTIPO // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

01

TERRITÓRIO

02

TECIDO INSTITUCIONAL E DOS ATORES LOCAIS

03

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL

CONHECER

AGREGAR

CAPACITAR

PROGRAMAR

169


EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . PROTÓTIPO // 05

01

CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO

• Identificação das tendências de evolução em termos de desenvolvimento e de qualidade de vida • Posicionamento face ao ciclo de exclusão territorial • Dificuldades e oportunidades

02

CARACTERIZAÇÃO DO TECIDO INSTITUCIONAL E DOS ATORES LOCAIS

• Identificação das instituições e das redes • Capital de cooperação e de trabalho em rede • Competências específicas nos domínios do desenvolvimento local e social

03

FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DO POTENCIAL INSTALADO PARA APOIO À AÇÃO EMPREENDEDORA DE BASE LOCAL

• Apresentação da ferramenta • Aplicação a ferramenta • Utilização dos resultados

170


05 // LIVING DOCUMENT . PROTÓTIPO // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

CONHECER A REALIDADE DO CONTEXTO DE INTERVENÇÃO E PROGRAMAR A INTERVENÇÃO

BETTER LIFE

TERRITÓRIOS DE EXCLUSÃO

EI-TOOL (2)

CADERNO DE ENCARGOS

171


EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . PROTÓTIPO // 05

BETTER LIFE ADAPTADO TERRITÓRIO

INDICADORES

172

Identificação das tendências de evolução em termos de desenvolvimento e de qualidade de vida

• Saúde • Emprego • Salários • Educação • Satisfação com a vida • Ambiente • Envolvimento cívico • Habitação • Equilíbrio trabalho – vida • Segurança • Comunidade • População residente • Variação da população • Densidade populacional • Taxa bruta de natalidade • Idade média da população • Proporção da população com menos de 14 anos • Índice de envelhecimento • Índice de dependência total • Proporção de alojamentos sobrelotados • Percentagens de edifícios muito degradados • Proporção da população com pelo menos o ensino secundário • Proporção da população com ensino superior • Taxa de analfabetismo • Percentagem da população empregada no sector terciário • Percentagem da população empregada • Taxa de desemprego • Duração média dos movimentos pendulares • Taxa de criminalidade


05 // LIVING DOCUMENT . PROTÓTIPO // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

POSICIONAMENTO FACE AO CICLO DE EXCLUSÃO TERRITORIAL Falta de oportunidades de emprego, de atividades económicas e de serviços

Êxodo dos mais jovens, baixa da taxa de natalidade, envelhecimento da população

Prestação de serviços dificilmente sustentáveis ou inviáveis

Falta de serviços ou dificuldade grande para aceder aos básicos

Territórios com menos vida

DIFICULDADES E OPORTUNIDADES SWOT

MATRIZ DE PLANEAMENTO LÓGICO

173


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TECIDO INSTITUCIONAL CARACTERIZAÇÃO DO TECIDO INSTITUCIONAL E DOS ATORES LOCAIS

IDENTIFICAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES E DAS REDES • Base de dados Local • Identificação de projetos e ações relacionadas com a ação empreendedora de base local e com as políticas de juventude

• Capital de cooperação e de trabalho em rede • Roteiro das coletividades e entidades locais • Competências específicas nos domínios do desenvolvimento local e social

174


05 // LIVING DOCUMENT . PROTÓTIPO // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

PERFIL DE COMPETÊNCIAS BÁSICAS DOS ATORES DIRETOS DA INTERVENÇÃO De forma genérica, captando apenas as capacidades e as aptidões exigíveis podemos antecipar o seguinte:

• Recolha e gestão da informação: saberes associados técnicas de inquérito e aplicação presencial ou eletrónica de questionários. Domínio das ferramentas informáticas para tratamento de informação.

• Investigação: experiência e saberes no plano da investigação – ação, com incidência particular nas técnicas específicas de investigação das ciências sociais.

• Animação de processos participativos: saberes e conhecimentos científicos, principalmente no campo do construtivismo e da construção de autonomias, com incidência peculiar na animação de grupos e na mobilização da inteligência coletiva.

• Avaliação: conhecimento e saberes relacionados com avaliação de processo, ou seja, com uma abordagem visando uma avaliação participada criando condições para retroalimentar todo o sistema na sua globalidade através da incorporação de inputs da avaliação.

• Disseminação de resultados: domínio de técnicas de sistematização de experiências e de

passagem para linguagem do lado da escuta e do processo de apropriação. Saberes no domínio das técnicas de comunicação, da organização de eventos e dos social media.

175


EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . PROTÓTIPO // 05

De uma forma também genérica admite-se que sejam indispensáveis no arsenal de competências dos diversos participantes algumas competências transversais mais diretamente associadas ao sistema na sua globalidade, tais como:

• Trabalho em equipa e sentido de cooperação; • Sentido de missão em torno da função estratégica do Observatório; • Relações – interpessoais muito abertas e de grande disponibilidade para a ajuda e o apoio mútuo (sobretudo nos elos mais fracos do sistema)

• Disponibilidade para a inovação e a experimentação de novas soluções face aos modelos convencionais de Observatório.

176


05 // LIVING DOCUMENT . PROTÓTIPO // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

EITOOL

FERRAMENTA EMPREENDER PARA INCLUIR PARA QUE SERVE A EITOOL? O sentido de utilização da EITOOL é: diagnosticar, envolver para agir A EITOOL apoia o processo diagnóstico participado, em matéria de Empreendedorismo Inclusivo, numa determinada área territorial ou sectorial. A EITOOL estrutura as atividades de inquérito, de pesquisa e de sistematização que permitem responder a perguntas do género:

u

u

u

u

Qual é o ponto de situação num determinado território em termos de promoção de uma cultura empreendedora junto dos sectores socialmente mais desfavorecidos?

Quantas iniciativas existem nas escolas para envolver os mais jovens em ações indutoras de empreendedorismo e iniciativa?

Que apoios existem para quem deseja avançar com o seu próprio negócio? Em termos técnicos, logísticos e financeiros?

Quantas entidades garantem ações de consultoria técnica de apoio aos pequenos negócios que se lançam no concelho sem capitais próprios e sem grande experiência empresarial?

u

Quantas entidades apoiam a criação de empresas e de micronegócios no nosso concelho e que tipo de metodologias utilizam de forma a poderem apoiar todo o tipo de públicos numa perspetiva de igualdade de oportunidades? 177


A EITOOL serve para “mapear” e fornecer pistas para o lançamento, desenvolvimento e melhoria da estratégia regional/local para a promoção do empreendedorismo inclusivo e, de um modo geral, da cultura empreendedora, tendo um efeito imediato na cooperação entre atores locais: a construção coletiva de um Plano de Ação Local para o Empreendedorismo Inclusivo.


05 // LIVING DOCUMENT . PROTÓTIPO // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

A QUEM INTERESSA A EITOOL

• Municípios, Associações de Municípios, Agências de Desenvolvimento Regional e outros agentes de desenvolvimento local.

• Decisores com uma visão do desenvolvimento regional baseado nas pessoas, nos fatores endógenos de desenvolvimento e na coesão social.

• Associações locais com interesse em promover políticas ativas de emprego e em favorecer

dinâmicas de desenvolvimento local, com base no empreendedorismo e na economia social.

• Organizações com ou sem fins lucrativos que apoiem iniciativas de criação de empresas ou

atividades orientadas para o auto-emprego, por parte de pessoas em particular situação de vulnerabilidade, como forme de quebrar os ciclos de inclusão/exclusão.

• Consultores e investigadores

179


EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . PROTÓTIPO // 05

O QUE JUSTIFICA A UTILIZAÇÃO DA EITOOL

A utilização da EITOOL assenta em objetivos comuns da parte de quem a utiliza:

• Promover o empreendedorismo inclusivo na freguesia, no concelho ou no setor de atividade.

• Agir em parceria e cooperar para que nos diversos domínios de atuação sejam desenvolvidas ações em coerência com um plano integrado de desenvolvimento.

• Participar em redes e comunidades de prática que têm um objetivo comum: apoiar soluções de empreendedorismo inclusivo para promover a igualdade de oportunidades.

180


05 // LIVING DOCUMENT . PROTÓTIPO // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

QUEM BENEFICIA DAS AÇÕES LOCAIS OU SETORIAIS EM FAVOR DO EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO? • Desempregados de longa duração • Mulheres vítimas de várias discriminações; • Migrantes, imigrantes e minorias étnicas; • Pessoas com mais de 50 anos em situação económica e social precária; • Jovens com menos de 30 com qualificações escolares e profissionais muito baixas; • Pessoas com deficiência com grandes dificuldades no acesso ao emprego • Trabalhadores de empresas sociais que são facilitadoras da inserção e reinserção profissional

181


EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . PROTÓTIPO // 05

COMO SE OPERACIONALIZA A UTILIZAÇÃO DA EITOOL?

1.

A nível local ou setorial (uma freguesia, um concelho, uma área de atuação específica como um setor industrial, uma área social marcada pela discriminação) uma entidade tomadora da ferramenta (que coordenará as atividades de diagnóstico e lançará as bases organizativas para a construção do Plano de Ação Local) estabelece um Protocolo EITOOL com a parceria Empreender para Incluir através do qual define a base de cooperação técnica para a sua implementação no terreno. Os membros da PD assegurarão, nas condições a estabelecer, o apoio técnico necessário e o acompanhamento dos atores locais.

182

2.

A entidade tomadora da ferramenta a nível local ou sectorial organiza um Workshop EITOOL para o qual convida as entidades locais com um efetivo potencial de intervenção e apoio nos domínios do empreendedorismo inclusivo. Para além das entidades públicas e institucionais importa envolver as associações e entidades ligadas aos públicos específicos associáveis a ações de empreendedorismo inclusivo. A atividade consensualizada em matéria de aplicação da ferramenta e promoção do Empreendedorismo inclusivo deve ser protocolada na base de uma

Parceria EITOOL Local.


05 // LIVING DOCUMENT . PROTÓTIPO // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

3.

Um Consultor – Dinamizador é indicado para as tarefas técnicas de implementação da ferramenta e de ligação entre as diversas entidades da parceria.

7.

RESUMO

• Uma entidade tomadora a nível local; • Um Protocolo de cooperação de

4.

Um plano de aplicação da ferramenta é elaborado prevendo o envolvimento de membros das entidades parceiras nas atividades de entrevista e de pesquisa temática local.

formalização;

• Um workshop EITOOL; • Uma parceria EITOOL local • Um Consultor – Dinamizador • Um plano de Aplicação da Ferramenta

5.

No prazo máximo de três meses são apresentados os resultados aos parceiros da PD EITOOL local e inicia-se a elaboração participada do Plano de Ação Local para o Empreendedorismo Inclusivo.

• Um Relatório de Síntese dos resultados da aplicação local

• Uma Comissão de Plano com três pessoas

• Um Plano de Ação local

6.

Uma Comissão de Plano coordenada pelo Consultor – Dinamizador que deve ter um representante das entidades públicas e outro das entidades privadas e um terceiro representante consensualizado pelas duas partes, deve apresentar, num prazo de três meses, um Plano de Ação que resulte de uma forte participação de todos os atores da área e eventualmente de outras que lhe são adjacentes.

183


Matriz de Planeamento de Projeto


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MATRIZ DE PLANEAMENTO DE PROJETO Período:

INTERVENÇÃO LOCAL Território:

Finalidade e Objectivos

Indicadores

DATA Autor: Pressupostos

Finalidade Contribuir para o desenvolvimento sustentável do território e da melhoria das condições de vida da população local. Objetivo Geral Promover e integrar as diversas dinâmicas relacionadas com o desenvolvimento sustentável da freguesia Objectivos Específicos Lançar iniciativas – piloto nos diversos domínios da sustentabilidade territorial Mapear e articular ações em curso no território Esboçar uma estratégia de médio e longo prazo de desenvolvimento sustentável para a freguesia

185


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MEIOS DE VERIFICAÇÃO

DOCUMENTOS FUNDADORES

ACÇÕES / Projetos

PLANOS DE ACÇÃO

AVALIAÇÃO

RECURSOS

ORÇAMENTO

REDES

RESULTADOS ESPERADOS

• Acções-piloto nas áreas da economia, do social, do ambiental, do cultural e da governança implementadas

• Resultados e conclusões das ações – piloto sistematizadas

• Mapa das ações em curso e das convergências estabelecido

• Bases do Plano para a Inovação e o

desenvolvimento Sustentável definidas e consensualizadas

Humanos: Equipa de coordenação e de intervenção técnica profissional; grupo de voluntários locais; colaboração pontual de técnicos de entidades do território e fora dele, avaliador externo.

Materiais: Instalações e equipamentos centrais; meios de comunicação móveis; rede de espaços partilhados; meios logísticos de apoio á produção local. Meios financeiros: financiamento público a ser negociado.

186



Caderno de Encargos para a Acção Local


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• PERÍODO DE INTERVENÇÃO • NÚMERO DE ACÇÕES • NÚMERO DE PESSOAS ENVOLVIDAS • NÚMERO DE JOVENS ENVOLVIDOS • NÚMERO DE ENTIDADES LOCAIS PARTICIPANTES • NÚMERO DE INICIATICAS PROMOVIDAS • NÚMERO DE ACÇÕES DE CAPACITAÇÃO REALIZADAS • NÚMERO DE EVENTOS PÚBLICOS REALIZADOS • NÚMERO DE SERVIÇOS E PRODUTOS DINAMIZADOS • NÚMERO DE CLIENTES COMPROMETIDOS • NÚMERO DE EMPREGADOS, TRABALHADORES ASSOCIADOS ÀS INICIATIVAS

189


Bases Programรกticas


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ESTRATÉGIA E PROGRAMA • Princípios

• Objetivos

• Metodologias

• Técnicas

• Acções

• Recursos

• Programação

191


EstratĂŠgia


05 // LIVING DOCUMENT . PROTÓTIPO // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

PILARES DE INTERVENÇÃO OBJECTIVOS

01

PROMOVER A AÇÃO EMPREENDEDORA DE BASE LOCAL A PARTIR DA INICIATIVA DOS JOVENS E INCIDINDO SOBRE AS EXCLUSÕES

02

CONDIÇÕES E CULTURA PARA O EMPREENDEDORISMO

Metodologia - Agregação das dinâmicas existentes e reforço das estruturas de cooperação. EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA ACTIVA E A INICIATIVA LOCAL PARCERIAS PARA O EMPREENDEDORISMO JOVEM SISTEMAS DE GOVERNANÇA ESPECÍFICOS ESTRUTURAS DE SUPORTE E DE DIALOGO – intercultural | intergeracional | INICIATIVAS DE INCENTIVO E DE ENCONTRO

193


EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . PROTÓTIPO // 05

03

APOIO AO ARRANQUE

ACESSO AO FINANCIAMENTO

Metodologia - Pedagogia do desvio. Atividades alternativas descentradas do tema crítico a enfrentar.

Metodologia - progressividade entre Voluntariado | Acesso a pequenos fundos | autofinanciamento

ANGARIADORES DE OPORTUNIDADES

MICROCRÉDITO

ESPAÇOS DE COOPERAÇÃO E INOVAÇÃO

SISTEMAS DE TROCAS

ACTIVIDADES ALTERNATIVAS

COMUNIDADES AUTO-FINANCIADAS

COMPETÊNCIAS FORTES

FUNDOS LOCAIS PARA A INICIATIVA JOVEM

MERCADOS PROTEGIDOS

194

04


05 // LIVING DOCUMENT . PROTÓTIPO // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

05

CONSOLIDAÇÃO E CRESCIMENTO

Metodologia - Instalação de mecanismos de perenização desde o arranque. Autoorganização com ligações em redes solidárias. Clubes de Produtores e consumidores Inserção em redes de proximidade Utilização das plataformas e redes digitais

195


Programa Base


05 // LIVING DOCUMENT . PROTÓTIPO // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

FINALIDADE Contribuir para o desenvolvimento sustentável do território e da melhoria das condições de vida da população local

OBJETIVO GERAL Agregar à escala local todas as dinâmicas de intervenção económica, social, ambiental, cultural e de governança orientando-as para um quadro estratégico comum visando operacionalizar o desenvolvimento sustentável do território

197


EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . PROTÓTIPO // 05

1. ENQUADRAMENTO

A experiência revela que os domínios estruturantes da mudança social que é desejada por muitos atores do território carece de uma escala mínima e exige um sentido de convergência das ações que não de compadece com a atual pulverização de

198

iniciativas e projetos. Nestes termos procura-se através do Programa Base criar as condições para a dinamização de uma nova plataforma programática e organizativa comum a todos os atores de processos de desenvolvimento local.


05 // LIVING DOCUMENT . PROTÓTIPO // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

2. PRINCÍPIOS Sendo o Programa Base uma plataforma de convergência e de cooperação, admite-se que devam ser seguidos, pelo menos, os seguintes princípios na ações coletiva futura:

• Igualdade: todos os parceiros,

instituições e pessoas, deverão gozar de condições de rigorosa igualdade independentemente do seu estatuto, peso institucional ou contribuinte nos eventuais financiamentos;

• Comprometimento solidário: em vez

da participação que pode ser apenas um ato formal de relacionamento, estabelece-se que os intervenientes comprometem-se com as ações acordadas coletivamente e serão protagonistas exigentes, sobretudo pelo exemplo na liderança de processos descentralizados, mas também pelo espírito critico associado a uma atuação propositiva;

• Empoderamento e autonomia:

auto-organização e sistemas de representação da população local em todas as ações. Estas devem prever na sua programação as formas de poder e de envolvimento na gestão participada dos membros da comunidade;

• Avaliação e acompanhamento por

pares: envolver outras estruturas do território em condições similares numa interação de cooperação para o desenvolvimento;

• Capacitação na ação: a mobilização

da inteligência coletiva terá que dinâmica na organização da ação mas também de forma muito consistente na sistematização das experiências e na valorização do capital social acumulado;

• Sustentabilidade: todos os

intervenientes adotam de forma progressiva e voluntária um Caderno de Encargos mínimo que traduza as suas próprias mudanças no domínio da sustentabilidade, pelo menos e de imediato, na vertente ambiental (viver verde, lixo e reciclagem, partilha de veículos, pegada ecológica, criação de pequenos espaços verdes, alimentação saudável, etc.)

199


EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . PROTÓTIPO // 05

3. FINALIDADE Contribuir para o desenvolvimento sustentável do território e da melhoria das condições de vida da população local.

4. OBJETIVO GERAL Agregar à escala local todas as dinâmicas de intervenção económica, social, ambiental, cultural e de governança orientando-as para um quadro estratégico comum visando operacionalizar o desenvolvimento sustentável local.

200


05 // LIVING DOCUMENT . PROTÓTIPO // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

5. OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Promover uma economia local sustentável • Aprofundar estratégias de empreendedorismo social nas políticas e iniciativas de intervenção e apoio social local;

• Promover e dinamizar o território como eco-território • Dinamizar plataformas culturais de reforço identitário e de mobilização comunitária • Instalar um sistema específico de governança local para as tarefas do Desenvolvimento Sustentável

201


EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . PROTÓTIPO // 05

6. METODOLOGIAS O desenho de base para implementação do Programa assenta na cooperação e na parceria local com pontos comuns na intervenção local, mas também com plena autonomia e criatividade de cada entidade e pessoa nos processos concretos de atuação. Os pontos comuns poderão ser:

• Auscultação e escuta ativa sistemática da população local (por segmentos concretos ou na

globalidade) nas ações de conceção, planeamento, organização, implementação e avaliação;

• Definição de uma prioridade absoluta em cada domínio de atuação e focar os recursos e as atividades na prioridade estabelecida (combater a dispersão e a ineficiência);

• Combinar ações de terreno, de proximidade, de atuação no que é essencial, importante e até urgente com momentos de autoavaliação e de sistematização das experiências e ponderação dos resultados;

• Comunicar de forma dinâmica e criativa com a população da freguesia e com o seu exterior com informação sobre as atividades e sobre os resultados;

• Personalização das referências: o programa é para as pessoas; devem ser elas a imagem e a alma do programa para todos os que contactam com ele.

202


05 // LIVING DOCUMENT . PROTÓTIPO // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

7. AÇÕES • Criar LabLocal de apoio à economia local (dispositivo de interface com as Promover uma economia local sustentável

microempresas nos domínios do Marketing, Design, Comunicação Eletrónica, Packaging, Merchandising)

• Clube de produtores • Sistema de Comercialização de circuito curto (agrupamentos de compradores; geminações; feiras e iniciativas de venda).

Aprofundar estratégias de empreendedorismo social nas políticas e iniciativas de intervenção e apoio social local;

• Dinamizar Balanços Sociais de Competências • Promover sistemas de trocas de bens e serviços • Instalar fundo local para gerir apoios locais com contrapartidas para a comunidade

• Eleger um projeto coletivo e comunitário anual no território • Promover visitas regulares a boas práticas

Promover e dinamizar o território como ecoterritório

• Organizar Oficinas Temáticas • Mobilizar população para projetos de espaços verdes e de melhoria ambiental • Hortas na Escola e escolas nas Hortas • Levantamento e trabalho de inspiração a partir das Memórias Vivas locais

Dinamizar plataformas culturais de reforço identitário e de mobilização comunitária

• Exposições e sessões de contadores de histórias nos núcleos habitacionais com maio densidade de jovens residentes

• Incentivar iniciativas de “indústrias criativas” na vertente Identidade Local • Festival local anual

Instalar um sistema específico de governança local para as tarefas do Desenvolvimento Sustentável

• Rede de Coordenação com tripla configuração (Rede de decisores e

representantes; Rede de Técnicos e animadores; Rede de participantes e membros da população envolvida; Fórum das 3 Redes);

• Iniciativas organizadas de trocas de saberes; • Rede de Espaços disponíveis ou utilizáveis em partilha • Comunidade de Prática de agentes de desenvolvimento local 203


EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . PROTÓTIPO // 05

8. RESULTADOS ESPERADOS

• Reforço e Dinamização da Ação empreendedora de base local

• Revitalização da Economia local,

nomeadamente com o surgimento de novas áreas de negócio, organizadas numa plataforma de economia solidária e sustentável

• Mudança no contexto de vida dos

Jovens, tanto no plano socioeconómico como na esfera profissional.

• Criação e instalação de novas atividades com valor económico e social

• Implementação de sistemas de trocas e de contrapartidas comunitárias

204

• Valorização territorial em termos

de notoriedade e da melhoria das condições de vida local

• Territórios criativos com alma própria • Envolvimento da população local em

iniciativas culturais regulares de base comunitária

• Constituição de Redes e comunidades

locais mais influenciadoras da vida local e mais interveniente nos processos de desenvolvimento territorial.

• Reforço da democracia representativa e participativa



Centro de Recursos


05 // LIVING DOCUMENT . PROTÓTIPO // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

FERRAMENTAS • Matrizes de

planeamento e de controlo de gestão

• Sistemas de

REPOSITÓRIO

PESSOAS

• Documentos

• Peritos de experiência

• Multimédia

• Redes de contacto

• Banco de Imagens

Informação

• Guiões de diagnóstico • Questionários • Soluções de formação

207


Manual de Utilização


05 // LIVING DOCUMENT . PROTÓTIPO // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

• ESTRUTURA DO MANUAL

• CONTEÚDOS OPERACIONAIS

• SUPORTES

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Estrutura


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1. 2. 3. 4. 5. Objectivos do Manual

Utilizadores do Manual e a suas funções no Programa

Fichas de auto-organização

Ferramentas úteis

Rede de contactos e de comunicação

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EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . PROTÓTIPO // 05

PROCESSO DE TESTE DO PROTÓTIPO AMOSTRA

212

Associações de jovens

Estruturas em Cowork

Incubadoras

Redes sociais

Escolas e Universidades

Consultoras




LIVING DOCUMENT . MATRIZ SOCIALTEC Nº 06

MARÇO, 2015

LIVING DOCUMENT

MATRIZ SOCIALTEC

• A TESE SOCIALTEC

• A MATRIZ SOCIALTEC

• O QUE MARCA O SOCIALTEC?

AGÊNCIA EMPREENDEDORES SOCIAIS Largo do Amor Perfeito nº9 Adroana 2645-626 Alcabideche, Portugal

CONTACTOS


LIVING DOCUMENT

MATRIZ SOCIALTEC



A Tese SocialTec


06 // LIVING DOCUMENT . MATRIZ SOCIALTEC // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

INCLUSÃO E SUSTENTABILIDADE O apoio à mudança em situações de exclusão (territórios, grupos sociais, pessoas) pode ter várias entradas (negócios, competências, envolvimento comunitário, aprendizagem) e ter um desenvolvimento com percursos diferenciados; importa, neste plano, estabelecer um sistema de intervenção, de mobilização dos recursos e de

qualificação do processo sequencial e combinatório que assegure uma atuação ajustada e eficaz sobre os fatores de exclusão, reduzindo ou eliminando a sua influência, ao mesmo tempo que viabilize uma estratégia de desenvolvimento pessoal, comunitário e sustentável.

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O que Marca o SocialTec?


06 // LIVING DOCUMENT . MATRIZ SOCIALTEC // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

O LEMA, EMPREENDER A SUA VIDA Um lema para todos, mas sobretudo para os mais jovens: empreender a sua vida. O que implica um protagonismo ativo na condução do respectivo projeto de vida, tomando o destino nas próprias mãos e balizando as expectativas de futuro por valores e critérios relacionados com o desenvolvimento sustentável.

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EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . MATRIZ SOCIALTEC // 06

UMA LEITURA FRONTAL DA REALIDADE

A globalização e o poder político e económico a ela associado baralharam as bases da vida em comum instituída ao longo do Século XX. O que está no horizonte para a grande maioria é antes de mais a precarização da maneira de viver. Para além de outras mudanças na organização social, o trabalho estilhaçado em pequenos jobs, sem vínculo seguro e com remunerações de sobrevivência, promove a desvalorização da pessoa humana que deixa de aspirar a uma verdadeira realização pessoal. Independentemente das diversas realidades existentes na sociedade, o tema crítico e em especial para os mais jovens é o de encontrar modos de vida com outras configurações que recuperem as perspetivas do bem-estar e do projeto de vida em comum.

222

Assumir as tendências de fundo que percorrem a sociedade, como a precaridade, o desemprego crónico, a insegurança no futuro, as novas relações de dependência dos jovens, o mal – estar, impõese como base para rejeitar o Empreendedorismo Inclusivo para Jovens como um penso numa ferida, ou um carro-vassoura numa prova de ciclismo ou como uma nova terra – prometida para os deserdados. Expor com frontalidade a situação não significa perder capacidade apara agir de forma positiva sobre ela, antes pelo contrário. O que se coloca como desafio é fazer face aos novos problemas com a consciência da sua complexidade e, sobretudo, admitir que as soluções só surgirão se decidirmos enfrentá-los.


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UM CONCEITO UNIFICADOR, TRANSFORMADOR E HUMANISTA DE EMPREENDEDORISMO A corrente global em torno do empreendedorismo, seja ele empresarial, inclusivo ou social, constitui um dos amortecedores da fratura social que tem vindo a aprofundar-se a todos os níveis da sociedade. Com impactos diretos na economia, no emprego, na vida comunitária, nos projetos de vida de inúmeros jovens, o empreendedorismo surge no discurso mainstream associado à ideia voluntarista de ser possível contrariar a evolução negativa que se verifica a nível global através da iniciativa individual e da vontade de vencer. Por outro lado, inscreve-se numa linha de penalização e de

culpabilização daqueles que não adotam esta atitude combativa. Ou seja, apesar de alguns aspetos positivos enquadra-se, no plano mais global, num referencial ideológico que favorece a própria fratura social. Em alternativa a esta abordagem, defende-se uma mobilização do conceito que recuse a pulverização da pessoa nos seus diversos papéis e estatutos e que se constitua como uma plataforma de desenvolvimento integral e holístico do sujeito colocando no centro dos processos o projeto de vida de cada um e de cada uma.

Empreender a sua vida pode significar muita coisa para cada um em particular, mas terá, por certo, que ir ao encontro da realização pessoal no plano profissional, social, cultural e familiar. Nesta medida, estaremos perante um Empreendedorismo Emancipador, cuja finalidade será apoiar os sujeitos a serem produtores das suas próprias vidas, a serem cidadãos conscientes nas suas relações com a sociedade e, ao mesmo tempo, estabelecerem novos modos de vida face ao sistemático crescimento da precaridade.

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EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . MATRIZ SOCIALTEC // 06

UMA ESTRATÉGIA CENTRADA NA REDINAMIZAÇÃO DO SUJEITO A passagem do sujeito – consumidor a sujeito - ator surge como núcleo central da atuação, colocando o enfoque na progressão do sujeito face à sua própria autonomia e face à sua capacidade de construir um percurso próprio baseado nas suas competências, nas suas necessidades, desejos e motivações. O surgimento das novas variáveis associadas à vida precária como a multiatividade, a mobilidade forçada, o trabalho temporário, as atividades sazonais ou por

224

projeto que estão diretamente associadas a novas formas de dominação e de pressão sobre a autonomia do sujeito, obrigam a inscrever, no processo de redinamização do sujeito, não prioritariamente a sua inserção ou reintegração no quadro profissional e social dito convencional, mas acima de tudo as ferramentas de uma gestão da incerteza e da insegurança que se posicione claramente em favor da sua autonomia e auto - realização.


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UM QUADRO METODOLÓGICO APROPRIADO À COMPLEXIDADE DA SITUAÇÃO E DOS OBJETIVOS Empoderamento, modularização criativa e pedagogia do desvio são as notas dominantes no plano metodológico do SocialTec.

EMPODERAMENTO Uma operacionalização dos processos de empoderamento orientados para a conscientização mas também para a auto-organização, ou seja, para a participação comprometida e a co-gestão.

MODULARIZAÇÃO CRIATIVA

PEDAGOGIA DO DESVIO

Uma noção de percurso coconstruído e não um programa a ser “consumido” pelo participante. A existência de uma placa giratória Solciatec viabiliza os processos combinatórios face às prioridades dos grupos e das pessoas individualmente.

Uma opção por atividades “ao lado” ou seja tendo por referência as motivações iniciais e evoluindo para o núcleo central do processo pedagógico ao serviço dos objetivos estruturais do programa.

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EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . MATRIZ SOCIALTEC // 06

UM PROGRAMA – BASE INDUTOR DE MUDANÇAS ESTRUTURAIS NAS PESSOAS, NOS GRUPOS SOCIAIS E NOS TERRITÓRIOS O Programa-base SocialTec inclui 4 dimensões: Uma dimensão institucional, uma dimensão territorial, uma dimensão grupal e uma dimensão individual.

226


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O que marca cada uma destas dimensões é o seguinte:

INSTITUCIONAL

TERRITORIAL

A dinamização de Redes Tripartidas, a angariação coletiva de oportunidades e os processos de empoderamento;

A dinamização da economia local, a valorização identitária e o desenvolvimento sustentável;

GRUPAL

INDIVIDUAL

A dinamização de Oficinas para projetos coletivos e comunitários, as redes colaborativas informais e a auto-organização

A invariável programática do SocialTec radica na Placa Giratória aplicável em todo e qualquer programa e constituída pelos 4 campos TPTS:

A reconstrução identitária, a ativação das competências e o desenvolvimento de um percurso emancipador.

AUTONOMIA INOVAÇÃO

PROJECTO LIDERANÇA

Eixo do Forum Social Mundial de Porto Alegre "TPTS - Transformação Pessoal e Transformação Social" (declaração de complementaridade destas duas dinâmicas) 1

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A Matriz SocialTec


06 // LIVING DOCUMENT . MATRIZ SOCIALTEC // EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM

1 a)

QUE MUDANÇA É ESPERADA OU DESEJADA?

Um arranque consistente de um processo de saída da situação de exclusão;

b)

Uma reformulação da relação da pessoa, do grupo e do território com o seu contexto;

c)

Um novo quadro de valorização pessoal, profissional, social e territorial.

229


EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . MATRIZ SOCIALTEC // 06

2 a) b)

c)

230

QUAL SERÁ A TRADUÇÃO, NUM PLANO MAIS OPERACIONAL E INDIVIDUAL, DESTA MUDANÇA ENCETADA E EM CURSO?

passagem de sujeito - consumidor para sujeito – ator;

d)

uma reorganização pessoal face a três fatores estruturais: o tempo, o dinheiro e o poder;

realização de atividades, nomeadamente profissionais, com objetivos que vão para além do dia-a-dia;

e)

uma autoestima melhorada, uma nova capacidade de enfrentar desafios profissionais e sociais.

uma reorganização das expetativas e das transações com as entidades e pessoas do seu contexto;


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3

a)

b)

QUAIS SÃO OS FATORES DE EXCLUSÃO, NA SUA EXPRESSÃO GENÉRICA E ESPECÍFICA, QUE DEVEM SER ULTRAPASSADOS PARA QUE SEJA VIABILIZADO UM PROCESSO DE MUDANÇA QUE SE TRADUZA EM INCLUSÃO E NÃO APENAS EM INSERÇÃO OU INTEGRAÇÃO? As expressões genéricas da exclusão • Situação face ao rendimento • Qualificações e competências • Circulo vicioso de guetização e auto-guetização • Estigmatização • Descriminação social

As expressões específicas relacionadas com: Territórios Grupos sociais • Jovens • Outros grupos destinatários (p.e. mulheres sem ocupação profissional; imigrantes; desempregados de longa duração com idade avançada; pessoas com deficiência; etc. ...)

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EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . MATRIZ SOCIALTEC // 06

4

a) b)

QUAIS SÃO AS ENTRADAS POSSÍVEIS NO PROCESSO DE MUDANÇA E QUE DESAFIOS É QUE CADA UMA DELAS COLOCA FACE AO CONTEXTO ESPECÍFICO DE CADA INDIVÍDUO?

Entrada por negócios e soluções de auto-emprego;

Entrada pela abordagem às competências, avaliação e orientação para uma solução profissional;

c)

d)

232

Entrada pelo envolvimento grupal ou comunitário, participação em ações locais relacionadas com problemas / desafios locais;

Entrada pela aprendizagem, contacto com formação, workshops, ações com incidência nas capacidades profissionais;


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5

CONSIDERANDO AS ENTRADAS E A POSTERIOR PROGRESSÃO POR PARTE DA PESSOA NO PROCESSO, QUE PERCURSOS SÃO EXPECTÁVEIS E COMO É QUE SE ARTICULAM AS VÁRIAS ETAPAS DESSES PERCURSOS?

a)

O Socialtec nos percursos

c)

Percurso médio

b)

Percurso curto

d)

Percurso longo

233


EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . MATRIZ SOCIALTEC // 06

Como pode ser assegurada, na variedade dos percursos dos atores, dos dispositivos, dos contextos territoriais, uma orientação para o desenvolvimento sustentável:

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PLACA GIRATÓRIA SOCIALTEC Processo integrado envolvendo várias ações e iniciativas que, no seu conjunto e de forma articulada, devem criar condições para uma efetiva progressão do participante nos seguintes domínios:

AUTONOMIA

INOVAÇÃO

PROJECTO

LIDERANÇA

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EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . MATRIZ SOCIALTEC // 06

AUTONOMIA • Estabelecer um rumo para sua vida e determinar as bases para a sua concretização a partir das suas convicções, desejos e motivações.

• Ser capaz de assumir decisões sobre si próprio e sobre solicitações que lhe são dirigidas sem depender de terceiros.

• Distinguir e demarcar os processos de acompanhamento e de apoio realizados por terceiros, das suas próprias opções apesar dos riscos a elas associadas.

INOVAÇÃO • Adotar uma atitude crítica face à estagnação, ao imobilismo e à rotina.

• Ampliar e alargar as formas de pensar, de agir e de reagir face aos gestos do quotidiano e às soluções convencionadas;

• Experimentar e ousar respostas, propostas, caminhos e soluções face a problemas, constrangimentos ou disfuncionamentos relacionados com o contexto de vida.

236


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PROJETO • Conhecer os fundamentos e a estrutura – base de um projeto;

• Experimentar a concretização de uma ação diagnóstica, de um processo de planeamento, de uma programação de mobilização de recursos no tempo, de uma execução de ações programadas e de uma autoavaliação;

• Conhecer e utilizar as ferramentas indispensáveis para a boa execução de um projeto.

LIDERANÇA • Conhecer o funcionamento, as práticas correntes e as relações de poder nos grupos e nas comunidades;

• Conhecer os diversos tipos e estilos de liderança;

• Identificar as atitudes e os comportamentos relacionados com a gestão, a co-gestão, a tomada

de decisão, a participação e os processos de mera informação / comunicação formal e informal.

237


EMPREENDEDORISMO INCLUSIVO JOVEM // LIVING DOCUMENT . MATRIZ SOCIALTEC // 06

NEGÓCIOS AUTONOMIA INOVAÇÃO PROJECTO LIDERANÇA

COMPETÊNCIAS AUTONOMIA INOVAÇÃO PROJECTO LIDERANÇA

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ENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO AUTONOMIA INOVAÇÃO PROJECTO LIDERANÇA

APRENDIZAGEM AUTONOMIA INOVAÇÃO PROJECTO LIDERANÇA

239


BIBLIOGRAFIA • ANOP-Associação Nacional das Oficinas de Projecto. “Empreendedorismo Social”. Promoção da acção empreendedora, apoio à Criação de Empresas e Educação para o Empreendedorismo”. 2006. Colecção A ANOP e a acção empreendedora.

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• Yunus, M. (2002) O Banqueiro dos

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• Yunus, M. (2008), Criar um Mundo sem Pobreza, 1.ª Edição, Algés, Difel

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Microempreendedorismo em Portugal: Experiências e Perspectivas, 1.ª Edição, Greca – Artes Gráficas, Lisboa (Consultado em 30 de Agosto de 2009) Disponível em http://www. inscoop.pt/Inscoop/comunicacao/docs/ Microempreendedorismo%20em%20 Portugal_ivro_completo.pdf


BIBLIOGRAFIA (CONT.) • IC Equal, 2005, Integração da Perspetiva de Género, Colecção Saber Fazer.

• IC Equal, 2004, Validação de Produtos EQUAL, Colecção Saber Fazer.

• Iniciativa Comunitária Equal. “Promover a Inovação Social”. 2010. Recursos Equal

OUTRAS FONTES:

• Ashoka

www.ashoka.org

• Wikipreneurship

http://wikipreneurship.eu/ http://www.wikipreneurship.eu/index. php/Inclusive_entrepreneurship

• COPIE

www.cop.downloadarea.eu/

• Schwab Foundation

www.schwabfound.org

• IC EQUAL – website europeu

http://ec.europa.eu/employment_ social/equal/index_en.cfm

• IC EQUAL – website nacional www.equal.pt

• Sirolli Institute

www.sirolli.com



FICHA TÉCNICA ENTIDADE TÍTULAR

ENTIDADE CONSULTORA EXTERNA

AGÊNCIA EMPREENDEDORES SOCIAIS

CAIXA DE MITOS

FREDERICO CRUZEIRO COSTA

CARLOS VALENTIM RIBEIRO

SEAcoop – Social Entrepreneurs Agency, CRL.

Coordenação

CONTACTOS

Coordenador Científico




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