O GLOBO
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BOA CHANCE
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PÁGINA 1 - Edição: 9/10/2011 - Impresso: 7/10/2011 — 18: 42 h
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BOACHANCE DOMINGO, 9 DE OUTUBRO DE 2011
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2 Arte Marcio Coutinho
Mercado que se agiganta Tecnologia da informação, que não para de abrir vagas, se ressente de falta de gente especializada Maíra Amorim
O
maira.amorim@oglobo.com.br
setor de tecnologia da informação (TI) emprega atualmente 1,2 milhão de pessoas no país. Este é um número expressivo, mas ainda insuficiente diante da perspectiva de crescimento que se avizinha: segundo a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), as projeções apontam para um déficit de quase 92 mil profissionais. Além disso, a expectativa é de que o país precise incorporar 750 mil novos trabalhadores ao mercado de TI até 2020, para aumentar em 50% o peso do setor no PIB, atingindo a meta de 6%. — Nem é preciso ir tão longe. Para 2013, projeta-se mais 140 mil — diz o diretor de Educação e Recursos Humanos da Brasscom, Sergio Sgobbi, explicando a razão de tamanho crescimento. — Hoje em dia, muito mais do que há alguns anos, todo mundo usa TI em seu cotidiano. E cada vez mais, vários setores o fazem como meio e não como fim, criando, assim, esse cenário de demanda por profissionais. Para Benito Paret, presidente do Sindicato das Empresas de Informática (Seprorj), o problema é mais qualitativo do que quantitativo. — Sentimos mais a falta de profissionais qualificados e com conhecimentos específicos — registra Paret, que está coordenando uma pesquisa junto a 72 empresas justamente para levantar o perfil de mão de obra especializada que o mercado está requisitando no momento.
Remuneração acima da média ● Hoje, existem quatro grandes tendências para o mercado de TI nos próximos anos: cloud computing (computação em nuvem, tecnologia que permite o processamento de informações em qualquer lugar do mundo por meio da internet); redes sociais; gestão de segurança; e mobile development (mobilidade). — Há uma sinergia muito forte entre esses quatro campos. Eles são interligados e criam vários nichos — explica Sgobbi. E, ao contrário de outras áreas, como a construção civil, a de tecnologia da informação não deve necessariamente sofrer tanto impacto em razão da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. — As atividades paralelas, de mobilidade, hospedagem e segurança, que são itens estratégicos, deverão ampliar essa demanda e as empre-
sas locais estão começando a se preparar, mas não é algo que vá transformar radicalmente o mercado de trabalho — acredita Benito Paret. — No caso do Brasil e de países como Índia e China, o mercado cresce por si só. Por enquanto, os investimentos nos grandes eventos ainda não se traduziram em nada muito concreto para o setor de tecnologia — diz Antonio Salvador, vice-presidente de Recursos Humanos da HP, uma das maiores do mundo em TI. Por conta dessa expansão natural, que acompanha as evoluções da era da globalização, o profissional de TI recebe hoje uma remuneração acima da média nacional. — O salário médio em tecnologia da informação é de R$ 2.900, enquanto o do trabalhador brasileiro (de nível superior) em geral é de R$ 1.490 — ressalta o diretor da Brasscom.
HP monta time para fazer contratações ● Apesar dos salários, a maioria das empresas de tecnologia sente na pele a dificuldade de encontrar perfis com a qualificação adequada. Com dez mil funcionários no país, a HP está com 600 vagas abertas para diferentes níveis hierárquicos. — O mais difícil é encontrarmos engenheiros recém-formados, bons profissionais graduados em ciência da computação e os especializados em tecnologias emergentes, como cloud computing — avalia o vice-presidente da HP, acentuando que a empresa montou um time interno, que faz 80% das contratações, e agora só usa headhunters para caçar executivos. — Também passamos a usar mais indicações dos nossos funcionários, que são muito conectados e têm bons conhecimentos. A Itautec, especializada no desenvolvimento de produtos e soluções em computação, tem hoje cerca de 250 vagas em todo o país. A maior demanda é pelos chamados “técnicos de campo”, com especialização em informática, eletrônica e tecnologia, mas também há oportunidades para cargos de engenharia. — Desenhamos estratégias para retenção de pessoal via remuneração e perspectivas para o futuro. Bons profissionais são difíceis de se encontrar — acentua Eduardo Pellegrina, diretor de Recursos Humanos da companhia. Continua na página 3
>> Projeções apontam para 2011 um déficit de quase 92 mil profissionais >> O país precisará incorporar cerca de 750 mil novos profissionais ao mercado até 2020 >> Até 2013, previsão é que surjam 140 mil novos postos