3 História e Património 4 Cultura e Tradições 18 Natureza e Actividades de Lazer 28 MAPAS e Roteiros 36 Introdução
PAREDES DE COURA
1
Povoado Fortificado de Cossourado
2
Roteiros Vale do Minho
O concelho de Paredes de Coura, em pleno coração do Alto Minho, está rodeado pelos concelhos de Vila Nova de Cerveira, Valença, Monção, Arcos de Valdevez e Ponte de Lima. Em 2001, Paredes de Coura tinha pouco mais de 9.500 habitantes, distribuídos por uma área de aproximadamente 138 km2. A maioria da população está concentrada no núcleo urbano da vila de Paredes de Coura, sede do concelho, a cerca de 1km da margem esquerda do rio Coura. A vila tem cerca de 1.500 habitantes, dedicados sobretudo ao comércio e serviços. Apelidado de “Celeiro do Alto Minho” pela sua intensa e histórica dedicação ao cultivo de cereais, este é um dos municípios portugueses em que os caminhos da História, da Cultura e da Tradição se entrecruzam, demarcando um património muito rico que vale a pena descobrir. A ruralidade e beleza paisagísticas são talvez as imagens que melhor traduzem a essência de um território que tão bem tem sabido preservar os seus recursos naturais e etnográficos e onde ainda é possível encontrar recantos praticamente intocados pelo Homem. Paredes de Coura é também conhecida pelo seu Festival de Música, realizado anualmente, desde 1993, durante os meses de Julho e Agosto na Praia Fluvial do Taboão, próximo da vila. Centrado em estilos musicais em geral independentes ou mais “alternativos”, o Festival de Paredes de Coura é hoje amplamente considerado como um dos melhores festivais de música realizados em Portugal. Os solares ou “Casas Grandes”, assim como alguns dos pratos típicos do concelho, foram celebrizados pelo escritor português Aquilino Ribeiro, na sua crónica romanceada ”A Casa Grande de Romarigães” – uma leitura que se recomenda, ou não fosse este um dos mais fiéis testemunhos da cultura e tradição de Paredes de Coura. Muito mais há para descobrir e vivenciar em Paredes de Coura! Porque espera?
INTRODUÇÃO | PAREDES DE COURA
3
PAREDES DE COURA
HISTÓRIA E PATRIMÓNIO A bacia do rio Coura e as primeiras formas de povoamento Comprovado
por
diversos
indícios da presença humana ao longo da bacia superior do Rio Coura que remontam a tempos pré-históricos,
nomeadamente
desde os períodos do Paleolítico e do Neolítico, o povoamento de Paredes de Coura é bastante antigo. Os inúmeros vestígios arqueo4 5
Roteiros Vale do Minho
Capela de Ecce Homo
lógicos ligados à agricultura e à pastorícia (como machados, goivas, lâminas de sílex) presentes no território que hoje conhecemos por Paredes de Coura denunciam que estas férteis terras, localizadas junto a cursos de água, foram certamente um importante local de fixação humana, possibilitando a adopção de modos de vida mais sedentários e, consequentemente, o abandono do nomadismo que caracterizava a passagem do Paleolítico para o Neolítico. No concelho podem ainda encontrar-se importantes concentrações de antas e necrópoles, datadas do período correspondente ao Megalítico, localizadas sobretudo nas zonas mais elevadas de Paredes de Coura. Ao longo da bacia superior do rio Coura foram encontrados mais de HISTÓRIA E PATRIMÓNIO | PAREDES DE COURA
5
Povoado Fortificado de Cossourado
60 monumentos megalíticos, um
13 sítios arqueológicos datados
número muito significativo que
dessa época, dispersos um pouco
leva os investigadores a supor que
por todo o concelho, dos quais
há milénios atrás deveriam existir
se notabilizam, em particular,
certamente muitos mais. Desta-
os povoados fortificados (as
cam-se os vestígios da Serra do
Cividades) de Cossourado
Bico (Antela da Cruz Vermelha), de
Romarigães
Chã de Lamas (Vascões), da Serra
quência de diversas intervenções
Boualhosa (Insalde) e de Porreiras.
arqueológicas foram colocadas
1
,
e Cristelo 3 . Na se-
grande
à superfície construções defen-
parte do Noroeste Peninsular,
sivas e habitacionais edificadas
também na bacia superior do
por sociedades com característi-
rio Coura encontramos uma ex-
cas agro-pastoris, que muito nos
pressiva presença de vestígios da
revelam do quotidiano destes po-
cultura castreja, o que demonstra
vos. Hoje é possível visitar estes
claramente a posição estratégica
locais e, no caso da Cividade do
deste território. Estes povoados
Cossourado, tornou-se habitual a
fortificados – conhecidos por cas-
festa do “Solstício de Verão” que de-
tros – eram normalmente implan-
corre em finais de Junho, com mú-
tados em relevos proeminentes,
sica, recreações históricas e muita
com boas condições de visibili-
animação!
À
6 7
2
semelhança
de
dade e de defesa. Em Paredes de
Posteriormente, já durante a
Coura estão inventariados mais de
ocupação romana da Península Roteiros Vale do Minho
Via Romana
Ibérica, o território onde hoje se localiza Paredes de Coura adquire uma posição importante, pois era atravessado pela XIX Via do Itinerário Antonino ou IV Via Militar Romana que ligava as cidades de Bracara Augusta (Braga) a Asturica Augusta (Astorga). Por esta via circulavam exércitos, mercadorias, impostos e, inevitavelmente, novos usos e costumes que vieram alterar profundamente os modos de vida das populações locais. “Absolutamente essencial à consolidação da nova administração territorial imposta por Roma, esta via servia os inerentes propósitos militares, ao mesmo tempo que assegurava o transporte de matérias primas imprescindíveis ao bom desempenho das ordens emanadas do epicentro da nova ordem imperial, com especial relevo para os bens metalíferos. E bastaria examinar a notável concentração de marcos miliários e a própria citação de um número considerável de imperadores, para comprovarmos esta condição, traduzida nas permanentes intervenções de conservação realizadas ao longo do seu percurso.” (IPPAR / A. Martins) Em Paredes de Coura, nas freguesias de Romarigães, S. Martinho e Rubiães, ainda hoje podemos encontrar um conjunto de 14 marcos miliários da Via Romana
11
de Braga a Tui, classificado em 1910 como
Monumento Nacional, que sinalizam a presença desta importante estrada romana. Posteriormente, esta via romana manterá a sua relevância, associando-se à circulação de peregrinos a caminho do santuário de Santiago de Compostela – o que terá certamente favorecido a continuidade de ocupação humana do aglomerado de Paredes de Coura. HISTÓRIA E PATRIMÓNIO | PAREDES DE COURA
7
Ponte Romano-Medieval de Rubiães
A Ponte Romano-Medieval de Rubiães
8
, classificada como
Museu Regional de Paredes de Coura
3
onde estão patentes vestí-
Imóvel de Interesse Público des-
gios provenientes de diferentes cam-
de 1977, foi durante muito tempo
panhas de escavações arqueológicas
considerada uma estrutura roma-
realizadas em todo o concelho, do
na. No entanto, investigações pos-
Paleolítico à Romanização.
teriores levam a considerar-se que a sua origem é essencialmente
8 9
As origens de Paredes de Coura
românica (época medieval), tendo
No território que hoje co-
sido muito provavelmente sujeita a
nhecemos por Paredes de Coura
posteriores remodelações. Existem,
existiam anteriormente duas ter-
ainda assim, fortes indícios de que
ras distintas: Julgado de Fraião e
terá existido uma ponte romana
Terras de Coyra. De facto, a actual
primitiva, dada a sua proximidade
designação do concelho surge
da antiga estrada romana (no lugar
somente no reinado de D. João I –
de Crasto, a escassas centenas de
e mantendo-se, simultaneamente,
metros, podemos encontrar um
a de Terras de Coyra. Ainda hoje não
marco miliário pertencente à via
existem absolutas certezas relati-
romana).
vamente à origem do nome deste
Para um conhecimento mais
concelho. Segundo alguns inves-
aprofundado do património histó-
tigadores, deverá ter existido du-
rico e arqueológico do concelho,
rante o domínio Imperial romano
valerá certamente a pena visitar
da Península Ibérica uma cidade Roteiros Vale do Minho
Largo Hintze Ribeiro
de nome Cauca, localizada na via militar de Braccara a Tuy. Embora não esteja historicamente provada, uma das hipóteses que se coloca é que essa cidade se localizava no actual território de Coura, que derivaria da designação romana. Outra hipótese, sugerida por Narciso Alves da Cunha, é a de que o topónimo Coura deriva da palavra celta Cora, lugar recatado e seguro. Será a 13 de Abril de 1515, durante o reinado de D. Manuel, que o monarca irá fixar no foral o nome de concelho, “Terra de Coyra”, elevando a vila o aglomerado principal e declarando também que algumas das freguesias que haviam pertencido ao Julgado de Fraião agora lhe pertencem. É também nessa altura que o rio Minho é estabelecido como limite norte do concelho. Com a reforma administrativa de 1834 pôs-se termo ao Julgado de Fraião e, por fim, em 15 de Setembro de 1875 é criada a comarca de Paredes de Coura. A adopção da actual designação do concelho traduz a aglutinação dos nomes do concelho – Coura – e de uma das suas freguesias – Paredes. Património Religioso Concelho de profunda tradição católica, podemos encontrar em Paredes de Coura um rico património religioso visível nas múltiplas igrejas e capelas que, com maior ou menor dimensão, se encontram dispersas um pouco por todo o seu território. HISTÓRIA E PATRIMÓNIO | PAREDES DE COURA
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Igreja Românica de São Pedro de Rubiães
Em alternância com as “Casas Grandes” e com os solares, os santuários são certamente um dos traços fortes da paisagem humanizada deste concelho. Durante o período da Idade Média, e em resultado do ressurgimento de forte fervor religioso, houve um aumento das peregrinações a santuários. De entre os diversos lugares sagrados existentes na Península Ibérica, Santiago de Compostela era um dos mais importantes, com milhares de peregrinos. Em resultado de todo este importante fenómeno religioso e cultural, dá-se uma revitalização de muitas das antigas vias e pontes romanas que conduziam a Santiago, entre as quais a que atravessava Paredes de Coura. Datada de 1202, a igreja românica de São Pedro de 10
Igreja Românica de São Pedro de Rubiães Roteiros Vale do Minho
Capela do Divino Espírito Santo
Rubiães---12 classificada como Monumento Nacional desde 1928, constitui um dos mais importantes vestígios do período medieval. Plenamente integrada no roteiro de peregrinação a Santiago de Compostela que atravessa Paredes de Coura, o estilo da arquitectura e do reportório decorativo da Igreja de Rubiães evidencia ainda uma ligação muito vincada à Galiza – na verdade, este edifício é contemporâneo de obras maiores da influência ponte drense no Alto Minho (caso das Igrejas de Longos Vales e Sanfins de Friestas). Verdadeiro ex-libris do património de Paredes de Coura e um dos mais significativos exemplares do Românico do Alto Minho, os principais motivos de interesse para uma visita a este templo encontram-se no portal ocidental da Igreja, com o seu tímpano e dois fustes com as representações do arcanjo São Gabriel e de Nossa Senhora. Em Cossourado, destaca-se a capela de S. Bento da Porta Aberta, construída em 1585, centro de uma grande romaria que acontece a 11 de Julho. De um período posterior ao século XVI, salientam-se, por fim, as Capelas do Espírito Santo da Conceição
6
1
(na vila de Paredes de Coura), Nª Sr.ª
(no lugar de Venade, em Ferreira) e as Igrejas de Ferreira,
Infesta, Cunha e, em particular, o Santuário do Ecce Homo
15
(localizado
na freguesia do Padornelo), uma obra arquitectónica muito cuidada, iniciada em 1779, que evidencia um estilo rococó muito denso e rico. Um monumento que vale a nossa visita. Junto a este santuário realizava-se, HISTÓRIA E PATRIMÓNIO | PAREDES DE COURA
11
Agricultura em Paredes de Coura
quinzenalmente, uma feira local
e herdades, perto umas das outras»”
que acontecia nos chamados “Sá-
(Almeida, 1987: 184).
bados de Padornelo”.
Historicamente, é possível identificar no foral de D. Manuel de 1515
O Celeiro do Alto Minho, repleto
diversas referências à importância da
de belas “Casas Grandes”
agricultura no quotidiano dos ha-bi-
Paredes de Coura é um concelho
tantes de Paredes de Coura, profun-
com profundas raízes agrícolas, tradi-
damente marcado pelo sistema de
cionalmente centradas na produção
“campos e bouças” – que ainda hoje
de cereais e na criação de gado, ac-
é possível encontrar quando se per-
tividades que ainda hoje marcam
correm as áreas mais rurais e monta-
profundamente a paisagem e a iden-
nhosas do concelho. Habi-tualmente
tidade dos seus habitantes. Como
colocadas ao longo dos combros
observa o historiador Carlos Alberto
dos campos, as bouças são os espa-
Ferreira de Almeida:
ços murados com árvores onde se
“Exceptuando a sede, em Paredes, cujo crescimento se deu a partir
12 13
cultiva a giesta, para estrume e cama do gado.
do século XIX, o concelho de Coura
Durante a guerra da Restau-
é ainda hoje, como o era em 1527,
ração, no reinado de D. João IV, o
uma região que «não tem vila nem
concelho foi o centro das opera-
povoação junta» e, para além do cen-
ções militares contra a Galiza e de
tro da povoação (…) «todos os mais
defesa contra as invasões espa-
vivem em casais apartados e quintas
nholas, travando-se aqui, em 1663, Roteiros Vale do Minho
Espigueiro
a batalha que ficou conhecida por “Combates da Travanca”. Pensa-se que terá sido neste período que Paredes de Coura se tornou celebremente conhecido como “o celeiro do Alto-Minho”, a partir da introdução em larga escala nas suas férteis terras do maíz, cereal que veio substituir o milho-miúdo. Os diversos moinhos e espigueiros que podem ser observados por todo o território são outro claro indício da importância que a produção cerealífera tinha neste concelho minhoto, marcando profundamente a sua paisagem. Paredes de Coura conta com mais de uma centena de moinhos e com largas dezenas de espigueiros. Os espigueiros – também chamados canastros - são estruturas em pedra e madeira que tinham por função secar o milho grosso através das fissuras laterais e, simultaneamente, impedir a destruição do mesmo por roedores (o que explica a elevação dos espigueiros). Como as colheitas aconteciam no Outono, os espigueiros respondiam à necessidade de encontrar um local o mais arejado possível para a secagem destes cereais durante uma estação tão adversa como o Inverno. Esta grande capacidade de produção cerealífera manter-se-á até meados do século XX, o que, em larga medida, se explica por um conjunto de características específicas desta região – a abundância de água para a rega, as boas quantidades de estrume que o molime e o muito gado – que, normalmente, possibilitam boas produções do maíz. Com o declínio da agricultura, também muitos dos moinhos e dos espigueiros acabaram por ser abandonados. HISTÓRIA E PATRIMÓNIO | PAREDES DE COURA
13
Casa Grande do Outeiro
Actualmente, já estão recuperados a Eira e Canastros de Porreiras, que podem ser visitados, estando em processo de recuperação o núcleo de moinhos de Cavaleiros e de Porreiras. A importância da agricultura e toda a riqueza gerada em torno da sua produção – em termos históricos, económicos e identitários – encontra-se ainda profundamente presente em toda a paisagem de Paredes de Coura. Nas zonas mais rurais do concelho o modo de povoamento era essencialmente disperso. Em geral, existiam pequenos aglomerados, mais modestos, localizados junto aos terrenos das quintas agrícolas.
Em
algumas
destas
quintas surgiam no seu interior as chamadas “Casas Grandes”, como são popularmente designados os 14
Núcleo de Marcos Miliários de Antas Roteiros Vale do Minho
Casa Grande de Romarigães
tradicionais solares minhotos. Habitualmente afectas à aristocracia fundiária local, podemos perceber na maior ou menor ostentação destas “Casas” o poder económico e social destas famílias – que muitas vezes conseguiam mesmo alcançar, de diversas maneiras, títulos de nobreza. Estes solares contrastavam claramente com as modestas habitações dos agricultores rurais, geralmente térreas, onde todas as funcionalidades das casas estavam orientadas para a produção agrícola e os cuidados com as questões decorativas eram relegados para um segundo plano. Podemos encontrar em Paredes de Coura um conjunto de interessantes “Casas Grandes”, cada qual com traços arquitectónicos muito diversos, quer em termos de organização espacial dos edifícios, quer ao nível da sua decoração, das quais destacamos a Casa Grande de Outeiro 14 , a Casa Grande de Santana da Seara, a Casa Grande de Afe, a Casa Grande de Romarigães
13
e a Casa Grande de Antas (as duas últimas
encontram-se classificadas como Imóvel de Interesse Público). O escritor Aquilino Ribeiro imortalizou a “Casa Grande de Romarigães” – como era conhecido o velho Solar dos Menezes e Montenegros, situado na freguesia de Romarigães (no sudoeste do concelho) – numa célebre “crónica romanceada” com o mesmo nome, publicada em 1957. Neste romance, Aquilino Ribeiro expressa de forma única toda a beleza e idiossincrasias minhotas – da sua natureza, paisagem HISTÓRIA E PATRIMÓNIO | PAREDES DE COURA
15
Capela do Divino Espírito Santo
e gastronomia, às suas gentes e modos de vida – num texto que combina virtuosamente as expressões mais clássicas da língua portuguesa, com palavras chãs de cariz local. À semelhança de outros locais do país, o movimento de emigração para o Brasil foi também muito forte em Paredes de Coura, sentindo-se a sua influência por todo o concelho. A partir de meados do século XIX surgem as chamadas “Casas dos Brasileiros” que, em Paredes de Coura como noutros pontos do país, vieram definitivamente marcar as paisagens urbanas e periféricas com os novos edifícios. Muitas das habitações dos “torna viagem” endinheirados e seus descendentes surgem fora dos centros urbanos mais conso16 17
Antiga Cadeia e Pelourinho Roteiros Vale do Minho
Palacete Miguel Dantas
lidados pois, como explica Miguel Monteiro: “Dado que a lei proíbe a construção de palacetes no interior da cidade, estas casas no campo, designação pela qualeram conhecidas, vão espalhar-se pela periferia, ladeadas por jardins exóticos, apresentando como característica formal a exibição de quatro fachadas, numa planta quadrada quase cúbica ou numa assimetria fantasiosa.” (Monteiro, s/d: 2-3). Em Paredes de Coura, o expoente máximo das “Casas dos Brasileiros” encontra-se na casa da Quinta da Ponte, em Mantelães, Formariz – também conhecida por “Casa de Mantelães”
5
. Este é um edifício
neoclássico, de frontaria simples mas marcante, envolta num belíssimo jardim romântico, onde abundam recantos com fonte e lagos e onde se demarca um pequeno torrão neogótico, em tempos mirante e casa de chã. A “Casa de Mantelães” pertenceu ao Conselheiro Miguel Dantas, figura importante da história local e nacional, tendo sido posteriormente propriedade de Bernardino Machado, antigo Presidente da República, exilado em França – que, obrigado a regressar a Portugal em 1941, em consequência da Invasão Alemã desse país, é-lhe imposto pelo Estado Novo residência fixa em Paredes de Coura, justamente na Quinta de Mantelães, pertencente à família da sua mulher. Esta Casa será posteriormente estância do escritor Aquilino Ribeiro, casado com D. Jerónima Dantas Machado, filha de Bernardino Machado e neta do Conselheiro Miguel Dantas. HISTÓRIA E PATRIMÓNIO | PAREDES DE COURA
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PAREDES DE COURA
CULTURA E TRADIÇÕES A ruralidade de Paredes de Coura constitui o elemento que melhor a caracteriza e que, ao longo dos tempos, marcou de forma indelével não apenas a sua paisagem, mas muito particularmente, a sua cultura e tradições. Território muito dependente das práticas agrícolas e pastoris, a constante adaptação do Homem ao seu meio, e dos modos de vida à 18 19
Roteiros Vale do Minho
Museu Regional de Paredes de Coura
natureza que a proporciona, deram origem a tradições e a artes e ofícios muito associados à terra, à montanha e ao mundo rural. Como vimos, a grande capacidade de produção de cereais do concelho granjeou-lhe o cognome de ‘Celeiro do Alto Minho’ e, de facto, ainda hoje os cereais aparecem associados à identidade de Paredes de Coura, tendo influenciado significativamente a sua gastronomia e artesanato. Os trabalhos da sementeira do maíz (cereal que veio substituir o milho-miúdo) apelidavam-se de “vessadas” e implicavam muita gente, o que muitas vezes obrigava à mobilização de trabalhadores de toda a região. Os trabalhos agrícolas eram igualmente famosos por toda a animação que existia durante a sua execução, sendo frequentemente recordadas as “ruidosas vessadas do CULTURA E TRADIÇÕES | PAREDES DE COURA
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Truta do Rio com Frutos Secos
Coura”, conforme refere o historiador
facto muito rica! Para além dos refe-
Carlos Alberto Ferreira de Almeida.
ridos pratos associados ao milho, não
Os trabalhos agrícolas, e todos os
poderá igualmente deixar de provar
rituais a eles associados, eram, efecti-
a truta do rio Coura (habitualmente
vamente, momentos muito impor-
servida acompanhada por batatas
tantes para a vida em comunidade,
cozidas e molho verde), os enchidos,
onde se evidenciavam as relações de
e os pratos à base de carne de cabrito
vizinhança e de entreajuda. Momen-
e anho!
tos de alegria e festa que tantas vezes
No que diz respeito à doçaria,
ajudavam a atenuar o cansaço dos
e para além dos biscoitos de mi-
duros trabalhos agrícolas.
lho, são também recomendadas as
O milho está ainda associado à
filhoses, as roscas, as rabanadas
gastronomia típica do concelho e a
de vinho tinto e os formigos, estes
várias receitas e modos de confecção
últimos tradicionalmente servidos
tradicionais, aperfeiçoados ao lon-
na época natalícia, apesar de actu-
go de séculos. De entre estas, vale a
almente poderem ser servidos em
pena destacar a broa de Milho, bem
qualquer altura do ano.
como os célebres biscoitos de milho.
Não deixe, portanto, de aprovei-
Como se pode verificar, mais
tar a sua estadia em Paredes de Cou-
uma vez se evidencia a estreita
ra para saborear calmamente todas
relação entre os recursos de um
estas iguarias! E porque não fazê-
território, as actividades e cultura do
-lo enquanto folheia o romance de
seu povo e a sua gastronomia!
Aquilino, “A Casa Grande de Romari-
A gastronomia courense é de 20 21
gães”, em que próprio escritor apela Roteiros Vale do Minho
Vaca Barrosã
para a delicadeza dos sabores e paladares da cozinha courense! Falando um pouco mais sobre a produção de cereais, é importante ainda referir que a própria produção do linho envolvia um conjunto de rituais, como a arrancada do linho, a espadelada e a fiada, que deram também origem a interessantes momentos de animação, sendo a sua realização palco de danças e cantares. Na visita ao Museu Regional de Paredes de Coura poderá contemplar, entre outros, alguns dos instrumentos utilizados para a fiação do linho, bem como algumas peças confeccionadas segundo os métodos tradicionais, que exemplificam os bonitos trabalhos feitos em linho pelas mulheres courenses. Os bordados e as rendas constituem aliás símbolos do artesanato produ-zido na região, assim como os tamancos, ou não se tratasse de um concelho rural! Para concluir, importa salientar o importante papel da Escola de Bordados de Paredes de Coura na preservação e valorização das tradições associadas aos trabalhos em linho e aos bordados, que em muito tem contribuído não apenas para a sobrevivência desta arte, mas para a sua transmissão às gerações mais novas e para a sua modernização. Outra fonte muito importante de rendimentos para os habitantes de Paredes de Coura era a produção de gado bovino, aproveitando as amplas áreas de prados e também as grandes manchas de monte, que favoreciam a pastagem do gado. De referir, em particular, a criação de gado da raça barrosã, actualmente consagrada com o estatuto de Denominação de Origem Protegida (DOP). CULTURA E TRADIÇÕES | PAREDES DE COURA
21
Núcleo Rural de Gaviães
22 23
O facto de Paredes de Coura se
seu folclore e hospitalidade das suas
situar, em parte, em áreas de mon-
gentes, esta aldeia tem beneficiado
tanha, restringia a fertilidades dos
de um conjunto de investimentos,
seus solos e a extensão das terras
essencialmente com o objectivo
cultiváveis, pelo que a criação de
de preservar e valorizar a sua iden-
gado surgia como uma forma de
tidade, através da recuperação de
rentabilizar os recursos naturais (solo
casas típicas para alojamento e res-
e água) e, simultaneamente, bene-
tauração, assim como da preserva-
ficiar de um relevo eventualmente
ção de caminhos e fachadas. A visita
menos favorável a outro tipo de
à Aldeia do Bico é uma oportunida-
actividade. Actualmente, a raça
de única de contacto com o modo
Barrosã é uma das mais apreciadas
de vida tradicional das gentes de
pelo que deverá aproveitar a sua
Paredes de Coura, desfrutando
estadia para se deliciar com alguns
paralelamente de uma estadia
dos pratos em que esta carne é rainha.
relaxante, em que pode provar
Não pode deixar Paredes de
alguns dos pratos típicos da aldeia,
Coura sem visitar a Aldeia de Bico,
como a sopa de mel, a feijoada
aldeia típica que integra o “Roteiro
à moda de Bico, as papas de milho-
de Aldeias de Tradição de Portu-
-miúdo, os rojões, as trutas e as belou-
gal”, promovido pela Associação de
ras de milho.
Turismo de Aldeia, em conjunto
Não fosse Paredes de Coura
com outras associações de desen-
uma vila minhota, à qual sempre se
volvimento regional. Famosa pelo
associa a alegria do folclore, da boa Roteiros Vale do Minho
Núcleo de Moinhos de Porreiras
mesa e da partilha, e estranharíamos a quantidade de festas e romarias que aqui têm lugar, mais uma vez reflectindo as crenças e tradições do povo courense. As festas do concelho ocorrem a 10 de Agosto, com a celebração dos Combates de Travanca e em homenagem a S. Lourenço. Outras festas e romarias merecedoras de destaque são a Festa da Senhora do Livramento, realizada no lugar de Outeiro, durante o mês de Julho e a Romaria de S. Bento da Porta Aberta (igualmente realizada no mês de Julho). Mas muitas outras existem e lhe garantirão certamente momentos de alegria e convívio com as gentes locais. A propósito: sabe a que se deve o nome de S. Bento da Porta Aberta? Conta a lenda que depois dos habitantes de Cossourado terem colocado o Santo na capela recentemente inaugurada, o mesmo viria a aparecer no dia seguinte em cima de uma árvore, apesar de todos garantirem que a porta havia ficado fechada toda a noite! Admirados quer pelo circunstância de S. Bento ali se encontrar, quer pelo facto do presumível ladrão não a ter efectivamente roubado (dado o seu grande valor), os habitantes foram chamar o pároco e todos se aproximaram da árvore, tentando perceber, em vão, como tal mistério se teria dado… Convencidos que havia sido obra de um malandro, voltaram a colocar o seu patriarca no altar principal, e voltaram aos seus afazeres, não sem antes mudarem a fechadura e a terem fechado a quatro voltas de chave! Mas não é que, apesar de todos estes cuidados, a proeza se repetiu no dia seguinte? E em muitos outros que se foram seguindo, sem que ninguém percebesse como tal era possível… As opiniões dividiam-se, e CULTURA E TRADIÇÕES | PAREDES DE COURA
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A NÃO PERDER: Museu Regional de Paredes de Coura 3 Localizado na sede de concelho, o Museu Regional de Paredes de Coura encontra-se instalado na antiga Quinta e Casa da Veiga, originalmente propriedade da família Castro Antas, Viscondes do Peso de Melgaço. Após ter sido adquirido pela Câmara Municipal, este conjunto foi objecto de obras de adaptação e o novo espaço museológico foi inaugurado em Outubro de 1997 integrando desde Novembro de 2001 a Rede Portuguesa de Museus. Este Museu é composto por três galerias de exposição e ainda pela antiga casa rural. O primeiro núcleo é dedicado ao “linho”, o segundo aos trabalhos agrícolas e no terceiro ao património arqueo-lógico do concelho. Digna de destaque é certamente a antiga casa rural, que foi recuperada e musealizada, onde é possível perceber toda a organização do espaço doméstico de uma família minhota. O espaço da cozinha tem uma evidente centralidade e o forno a lenha ainda funciona – se tiver sorte, pode ser que no dia da sua visita estejam a confeccionar biscoitos de milho! Rua Aquilino Ribeiro, tel.: 251 780 122 Horário de funcionamento: das 14h às 18h (Inverno) Das 14h às 19h (Verão). Encerra à segunda-feira. 24
Roteiros Vale do Minho
CULTURA E TRADIÇÕES | PAREDES DE COURA
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Centro Cultural de Paredes de Coura
aumentava a tristeza de alguns cren-
cobrir muitas outras, sempre associa-
tes, que começavam a pensar que
das aos elementos patrimoniais mais
S. Bento não gostava da capela que
emblemáticos de Paredes de Coura.
com tanto sacrifício lhe haviam cons-
Dependendo da época do ano
truído! Até que alguns começaram
em que realize a sua visita, poderá
a questionar se seria pelo facto de
assistir a muitas outras festas e roma-
a capela ser pouco iluminada e da
rias de cariz religioso.
sua porta ser um pouco pesada…
Paredes de Coura dispõe ain-
Após muitas discussões, decidiram
da de um moderno e magnífico
mandar fazer uma porta gradea-
Centro Cultural 4 , onde poderá as-
da, que fosse bastante aberta, para
sistir a diversos eventos culturais, des-
permitir a entrada de luz e a contem-
de cinema nacional e internacional
plação da paisagem. Efectivamente,
a espectáculos de bailado, música e
depois de colocada esta nova porta,
teatro. Para mais informações sobre
S. Bento nunca mais saiu da capela,
a programação do Centro, poderá
pelo que a partir daquele momen-
consultar a Câmara Municipal de
to se passou a designar por Capela
Paredes de Coura.
de S. Bento da Porta Aberta.
26 27
Por último, não poderíamos dei-
Esta é apenas uma das muitas
xar de referenciar o Festival de Paredes
lendas que povoam o imaginário
de Coura! Realizado anualmente des-
deste concelho e que traduzem a
de 1993, durante os meses de Julho
sua riqueza cultural, mas poderá des-
e Agosto, este é talvez o evento que Roteiros Vale do Minho
Praia do Taboão – Local do Festival Paredes de Coura
melhor exemplifica a forma como o concelho tem sabido aliar a sua ruralidade a uma vivência de modernidade, e onde se conjugam, de forma harmoniosa, os elementos culturais do passado e do presente, contribuindo também para o enriquecimento da experiência de todos quantos aqui vivem ou por aqui passam. Este festival, tendo surgido numa época em que praticamente não havia em Portugal manifestações de música moderna com estas características, tem vindo a crescer ao longo dos tempos, não apenas em termos de dimensão mas também em termos de reconhecimento público nacional e internacional. Diversas vezes considerado como um dos melhores festivais de música realizados em território português, em 2005, foi considerado pela revista Rolling Stone (edição espanhola) como um dos cinco melhores festivais de Verão da Europa. O Festival de Música tem lugar na Praia Fluvial do Taboão
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, local
muito aprazível, que deverá visitar. Efectivamente, o facto do Festival se realizar num anfiteatro natural, junto às margens do rio Coura, com um extenso relvado e com uma paisagem muito apelativa contribui certamente para a criação de um ambiente sui generis e que muito tem agradado a todos quantos têm participado neste festival. Não deixe de visitar Paredes de Coura durante a realização deste Festival e delicie-se com os concertos, a paisagem, o espírito de camaradagem e toda a hospitalidade do povo courense, que tudo fará para que a sua visita seja inesquecível! HISTÓRIA E PATRIMÓNIO | PAREDES DE COURA
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PAREDES DE COURA
NATUREZA E ACTIVIDADES DE LAZER Em Paredes de Coura a natureza assume, como vimos, um merecido protagonismo já que, efectivamente, as magníficas paisagens agrícolas rasgadas pelos picos montanhosos, em diferentes tonalidades de verde, são um pequeno paraíso natural. A paisagem convida ao descanso e ao relaxamento, mas também a passeios revigorantes por 28
Roteiros Vale do Minho
Praia do Taboão
entre as manchas florestais, sendo possível realizar um conjunto alargado de percursos pedestres e ainda visitar o Centro de Educação e Interpretação de Corno de Bico (CEIA)
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. Mas já lá iremos …
A beleza cénica, o estado de preservação dos recursos naturais e também a riqueza biofísica do território de Paredes de Coura assumem especial relevância nas áreas abrangidas pela Paisagem Protegida de Corno de Bico, consagrada também com o estatuto de Sítio de Importância Comunitária (SIC) da Rede NATURA 2000, uma rede ecológica para o espaço da União Europeia, que pretende contribuir para a protecção da biodiversidade através da preservação dos habitats naturais e da fauna e flora selvagens. NATUREZA E ACTIVIDADES DE LAZER | PAREDES DE COURA
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Paisagem Protegida do Corno do Bico
Situada no limite sudoeste do concelho, com uma área com cerca de 2.175 hectares, e abrangendo as freguesias de Bico, Castanheira, Cristelo, Parada e Vascões, a Paisagem Protegida de Corno de Bico obteve o reconhecimento da sua importância ecológica e a sua classificação, essencialmente devido à presença de um extenso e bem conservado coberto florestal. Com especial destaque para as florestas de carvalhos e de carvalhos-negral, é igualmente possível encontrar vidoeiros, arandos e bétulas. Os azevinhos, também uma espécie protegida, destacam-se por entre as manchas de carvalhos, invocando a harmonia e o respeito pela natureza dos povos que por aqui foram habitando. Integrando as cabeceiras de três 30
Roteiros Vale do Minho
Paisagem Protegida do Corno do Bico
dos principais cursos de água do Alto Minho – os rios Labruja, Coura e Vez –, esta zona é igualmente rica pela presença de matas frondosas de amieiros, salgueiros e freixos que convidam inequivocamente à contemplação de uma paisagem praticamente intocada pelo Homem. A fauna é igualmente rica. Poderá por aqui avistar espécies protegidas como o lobo e a toupeira de água, ou outras espécies igualmente interessantes, como a lontra, o tritão palmado, a gineta, o corço e o javali, entre outras. Mas a melhor forma de apreciar a natureza em paredes de Coura é indiscutivelmente através da realização de percursos pedestres que permitem circular por todo o território apreciando aquilo que de melhor a natureza tem para nos oferecer. A Câmara de Paredes de Coura desenvolveu uma Rede de 17 Percursos Pedestres, sendo um de Grande Rota (GR) e os restantes 16 de Pequena Rota (PR). A Travessia do Alto Coura (percurso GR) é um percurso pedestre e equestre que poderá ainda ser feito com o auxílio de bicicletas de todo o terreno (BTT). Se é um apreciador deste tipo de desportos, não pode deixar de fazer este percurso que lhe dará a conhecer a região mais montanhosa de Paredes de Coura, e em que poderá apreciar não apenas os traços naturais da paisagem do concelho, mas também os vestígios de uma ocupação e trabalho agrícola que, ao longo dos NATUREZA E ACTIVIDADES DE LAZER | PAREDES DE COURA
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Eira Comunitária de Porreiras
tempos, foram adaptando a terra às necessidades das gentes, preservando-a
e
valorizando-a
para que hoje a possamos apreciar! Durante a realização deste percurso poderá ainda aproveitar para conhecer alguns dos ícones turísticos de Paredes de Coura, como a Eira Comunitária de Porreiras
9
, a Colónia Agrícola de
Lamas, o Núcleo Megalítico de Chã 16 de Lamas-----ou a antiga fábrica de
lacticínios de Miguel Dantas, onde se terá produzido o primeiro queijo de tipo flamengo em Portugal. Efectivamente, a maior parte dos percursos disponíveis permitem usufruir de uma paisagem de extrema beleza ao mesmo tempo que, aproveitando pequenas pausas, poderá visitar alguns monumentos e ficar a conhecer um 32
Cascata das Lages Altas Roteiros Vale do Minho
Praia de Casaldate
pouco mais sobre a história, a cultura e as tradições de Paredes de Coura. O Trilho dos Miliários, o Trilho do Pastor, o Trilho de Aquilino ou o Trilho dos Moinhos são apenas alguns dos percursos existentes, que combinam estas diferentes vertentes do passado e do presente deste concelho. Para informações mais específicas sobre os diversos percursos existentes deverá contactar a Câmara Municipal ou o Turismo. A Cascata das Lages Altas
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, em Infesta, considerada um local idílico
pela forma espectacular com que as águas do ribeiro caem pelos penedos, formando esta lindíssima cascata, é outro dos pontos que não poderá deixar de visitar durante a sua estadia em Paredes de Coura. Outra belíssima zona cuja visita se recomenda é Casaldate, na freguesia de Parada, onde, para além de uma belíssim praia 10 fluvial,10), poderá também encontrar um conjunto de moinhos
de água invocativos da tradicional transformação de cereais, permitindo-lhe usufruir de uma experiência em que a natureza e a cultura se encontram mais uma vez de braço dado! Também aqui poderá apreciar a pesca artesanal da truta, espécie muito apreciada e que, provavelmente, não deixará de apreciar numa das suas pausas.Entre as zonas ribeirinhas e os picos mais altos da montanha encontrará um conjunto de miradouros (Trilho dos Miradouros) a partir dos quais poderá apreciar a vastidão da paisagem, os cursos de água a romper aqui e ali, por entre picos NATUREZA E ACTIVIDADES DE LAZER | PAREDES DE COURA
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Praia do Taboão
montanhosos e pequenas povoações, podendo aproveitar para registar o momento com algumas fotografias para mais tarde recordar. Sem dúvida, não faltarão em Paredes de Coura espaços naturais para que possa descansar, fazer um piquenique ou descobrir inúmeros tesouros escondidos por entre as matas! Antes de partir, não deixe de se deleitar um pouco com a enérgica paisagem e ambiência Praia Fluvial do Taboão
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e, se o tempo
assim o permitir, aproveite para ir a banhos e refrescar-se um pouco! Será uma óptima forma de retemperar energias para o regresso a casa, que lhe deixará certamente uma enorme vontade de regressar! 34
Turfeira do Lameiro das Cebolas Roteiros Vale do Minho
NÃO PERDER: CENTRO DE EDUCAÇÃO E INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL 18 Instalado numa pequena colina da Colónia Agrícola, a cerca de 11 km da vila, o CEIA tem para oferecer um vasto leque de actividades, proporcionando aos visitantes a oportunidade de contactar com os valores naturais e histórico-culturais da Paisagem Protegida de Corno de Bico bem como de experimentar tradições e costumes. O edifício principal é composto pela recepção, pela sala de exposição, por uma oficina, um auditório com capacidade para 40 pessoas, um laboratório, um centro de documentação e um gabinete técnico. O centro de acolhimento, localizado mesmo ao lado, possui camaratas femininas e masculinas com capacidade para 40 pessoas. A Casa do Professor dispõe de um quarto de casal e dois duplos e tem capacidade para acolher 6 pessoas. tel.: 251 780 010 • fax: 251 780 019 telm.: 927 401 500 e-mail: ceia@cm-paredes-coura.pt Horário de Funcionamento: 1/Maio a 30/Setembro: de 3.ª feira a Domingo, das 10h às 13h00 e das 14h às 18h00. 1/Outubro a 30/Abril, de 2.ª a 6.ª feira, das 9h00 às 12h30 e das 14h00-17h30. Mediante marcação pode fornecer serviços ao fim-de-semana. Para marcações ou mais informações pode contactar a Câmara Municipal ou o próprio CEIA. NATUREZA E ACTIVIDADES DE LAZER | PAREDES DE COURA
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MAPAS | PAREDES DE COURA
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Capela do Divino Espírito Santo
Pelourinho de Paredes de Coura
PAREDES DE COURA
ROTEIRO 1 1
Capela do Divino Espírito Santo
1 41º 54’ 36,74’’ N, 8º 33’ 42,36’’ W 2
Antiga Cadeia e Pelourinho
41º 54’ 44,19’’ N, 8º 33’ 36,78’’ W 3
Museu Regional de Paredes de Coura
1 41º 54’ 46,14’’ N, 8º 33’ 31,5’’ W 4
Centro Cultural de Paredes de Coura
41º 54’ 43,4’’ N, 8º 33’ 46,62’’ W 5
Palacete Miguel Dantas
41º 55’ 3,35’’ N, 8º 34’ 24,73’’ W 6
Capela de Nossa Senhora da Conceição
41º 56’ 41,6’’ N, 8º 33’ 54,03’’ W 7 Casa de Santa Ana da Seara
41º 55’ 50,68’’ N, 8º 35’ 51,15’’ W 8
Ponte Romano-Medieval de Rubiães
41º 54’ 22,88’’ N, 8º 37’ 31,67’’ W 38 39
Roteiros Vale do Minho
Capela de Ecce Homo
LEGENDA AUDIO
VIDEO
VISITA VIRUAL
MODELAÇÃO 3D Utilize o leitor de MP4, o software de navegação ou CD-ROM interativo para obter mais informação sobre estes pontos de interesse
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Albergue dos Peregrinos
41º 53’ 58,03’’ N, 8º 37’ 27,81’’ W 10 Núcleo de Marcos Miliários de Antas
41º 53’ 57,36’’ N, 8º 38’ 34,21’’ W 11
Via Romana
41º 53’ 47,19’’ N, 8º 37’ 30,91’’ W 12 Igreja Românica de Rubiães
41º 53’ 47,19’’ N, 8º 37’ 31,48’’ W 13
Casa Grande de Romarigães
41º 52’ 0,55’’ N, 8º 37’ 31,79’’ W 14
Casa do Outeiro
41º 53’ 5,19’’ N, 8º 36’ 54,07’’ W 15
Capela de Ecce Homo
41º 55’ 10,71’’ N, 8º 32’ 35,09’’ W 15
PONTOS DE INTERESSE | PAREDES DE COURA
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Cascata das Lages Altas
Penedo das Vistas
PAREDES DE COURA
ROTEIRO 2 1
Povoado Fortificado de Cossourado
41º 54’ 57,36’’ N, 8º 38’ 14,94’’ W 2
Povoado Fortificado de Romarigães
41º 52’ 14,82’’ N, 8º 37’ 24’’ W 3
Cascata das Lages Altas
41º 53’ 55,26’’ N, 8º 34’ 48,68’’ W 4
Penedo das Vistas
41º 54’ 32,4’’ N, 8º 33’ 49,58’’ W 5
Praia do Taboão
41º 55’ 10,16’’ N, 8º 34’ 2,13’’ W 6
Povoado Fortificado da Giesteira
41º 56’ 25,43’’ N, 8º 33’ 37,25’’ W 7
Núcleo Rural de Reirigo
41º 57’ 4,26’’ N, 8º 33’ 39,3’’ W 8
Núcleo Moinhos de Porreiras
41º 57’ 17,28’’ N, 8º 33’ 22,41’’ W 9
Eira Comunitária de Porreiras
41º 57’ 19,02’’ N, 8º 33’ 13,8’’ W 10
Praia de Casaldate
41º 54’ 53,44’’ N, 8º 32’ 7,03’’ W 40 41
Roteiros Vale do Minho
Miradouro da Senhora da Pena
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Castro de São Sebastião
41º 54’ 23,49’’ N, 8º 32’ 20,86’’ W 12
Miradouro do Penedo do Rebolinho
41º 51’ 51,38’’ N, 8º 33’ 3,66’’ W 13
Núcleo Rural de Gaviães
41º 52’ 30,5’’ N, 8º 32’ 0,52’’ W 14 Lameiro das Cebolas
41º 51’ 42,65’’ N, 8º 31’ 22,43’’ W 15
Núcleo Rural de Giesteira
41º 53’ 24’’ N, 8º 30’ 26,22’’ W 16
Núcleo Megalítico de Chã de Lamas
41º 54’ 38,47’’ N, 8º 29’ 41,39’’ W 17 Lagoa da Salgueirinha
41º 54’ 36,1’’ N, 8º 29’ 34,29’’ W 18
Paisagem Protegida do Corno de Bico - CEIA 41º 54’ 49,53’’ N, 8º 29’ 32,41’’ W
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Miradouro da Senhora da Pena
41º 55’ 56,6’’ N, 8º 33’ 18,9’’ W
PONTOS DE INTERESSE | PAREDES DE COURA
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Roteiros Vale do Minho
Bibliografia Consultada ALMEIDA, Álvaro Duarte de e BELO, Duarte (coord.) (2007), Portugal Património. Guia – Inventário (Volume I: Viana do Castelo, Braga e Porto), Mem Martins: Círculo de Leitores ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de (1987), Alto Minho, Lisboa: Editorial Presença GOUVEIA, Adelino; LEITE, José Vieira; DANTAS, Rui (Coord.), Raça Barrosã; AMIBA: Associação dos Criadores de Bovinos de Raça Barrosã, Braga. MENDES, Maria Clara (coord.) (1985), Por Terras de Portugal, Lisboa: Selecções do Readers Digest MONTEIRO, Miguel (s/d), Marcas Arquitectónicas do “Brasileiro” na Paisagem Urbana e Periférica, disponível on-line em: http://www.museu-emigrantes.org/ casas%20brasileiras.pdf MONTEIRO, Miguel (2000), Casas de Brasileiro: o público e o privado, disponível online em: http://www.museu-emigrantes. org/publico_privado.pdf SILVA, Maria de Fátima Matos da e SILVA, Carlos Alberto M. Gouveia da (2007), Carta Arqueológica de Paredes de Coura, Paredes de Coura: Câmara Municipal de Paredes de Coura VALE DO MINHO A.M, (2002), Brochuras promocionais do Vale do Minho – Paredes de Coura VIEIRA, José Augusto (1886), O Minho Pitoresco; Publicado em 2002 pela Casa Museu de Monção.
Websites Consultados CÂMARA MUNICIPAL DE PAREDES DE COURA – http://www.cm-paredes-coura.pt/ IPPAR (Inventariação do Património classificado e em vias de classificação) – http:// www.ippar.pt/pls/dippar/patrim_pesquisa ACER – Associação Cultural e de Estudos Regionais (Inventário “Vale do Minho, Espaço Memória e Identidade”) - http://acerpt.org/vmdacer/ Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) – http://www.icnb.pt
BIBLIOGRAFIA | PAREDES DE COURA
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Ficha técnica_ © 2010 - Associação de Municípios do Vale do Minho www.valedominho.pt Todos os Direitos Reservados Tiragem: 1.000 Exemplares 44
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