Informativo dos Portos 159

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Edição nº 159 - Ano XII - Rua Samuel Heusi, 463 - Sala 205. The Office Business Center - Itajaí/SC 88301-320

Volume de contêineres deve ser 90% maior em 10 anos Estudo Portos 2021 prevê que, em 10 anos, a movimentação de contêineres deve crescer 7,4% ao ano no Brasil. A pesquisa irá subsidiar o governo com dados sobre a realidade do setor

E mais... > Missão empresarial à Turquia fecha negócios de US$ 16,9 milhões > Santa Catarina terá a primeira fábrica da BMW no Brasil Missão empresarial à Turquia fecha negócios de US$ 16,9 milhões

Santa Catarina terá a primeira fábrica da BMW no Brasil



EDITORIAL O estudo elaborado pelo Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS), a pedido da Associação Brasileira dos Terminais de Contêineres de Uso Público (Abratec) sobre a movimentação de contêineres, é animador para o setor logístico. A pesquisa aponta que a expansão da atividade no Brasil elevará o volume de contêineres a 14,7 milhões de TEUs em 2021, 90% a mais do que em 2011, quando o país movimentou 8,2 milhões de TEUs. E mais: segundo informações da Abratec, as empresas filiadas à entidade dispõem de R$ 10,5 bilhões para investir em expansão, quase metade a ser empregada em obras para áreas de atracação de navios e aumento do espaço físico.

ÍNDICE

No entanto, de nada adianta perspectivas tão promissoras com um sistema logístico e de transporte tão comprometedor. Falhas na infraestrutura logística do país são responsáveis por perdas anuais de R$ 83,2 bilhões, segundo outro levantamento, este realizado pela Fundação Dom Cabral com 126 grandes empresas que representam cerca de 20% do Produto Interno Bruto (PIB). O estudo mostra, ainda, que o custo médio do transporte entre as empresas pesquisadas fica em 13,1%, embora alguns setores destinem mais de um quinto de sua receita bruta com este segmento, caso do segmento da construção (20,88%) e bens de capital (22,69%). Na indústria química e no setor de petróleo, o custo é cerca de metade da média: 6,29%.

04. APM Terminals recebe nova premiação como Operador Portuário do Ano

Enquanto o custo logístico brasileiro for tão alto, bem acima de países desenvolvidos, vamos patinar na competitividade mundial. E a falha está em toda a cadeia, desde o momento que o caminhão sai carregado da fábrica até a hora que precisa desembarcar a mercadoria no porto para posterior embarque nos navios. É hora de rever os processos e planejar o comércio exterior brasileiro com a ajuda do governo e da iniciativa privada.

08 a 09. Movimentação de contêineres deve crescer 7,4% ao ano até 2021

Bons ventos nos aguardam!

06. Santa Catarina terá a primeira fábrica da BMW no Brasil

23 a 26. Suplemento SEP 34 e 35. Coluna Tecnologia RTS

Publicação: Perfil Editora Diretora : Elisabete Coutinho Diretora Administrativa: Luciana Coutinho Jornalista responsável: Luciana Zonta (SC 01317 JP) Reportagem: Adão Pinheiro e Luciana Zonta Foto da capa: Ronaldo Silva Jr./Divulgação Arte e Diagramação: Willian Domingues e Elaine Mafra (Serviço terceirizado) 47. 3046-6156 Fone / Fax: (47) 3348.9998 / (47) 3344.5017 www.informativodosportos.com.br informativodosportos@informativodosportos.com.br

39 a 42. Suplemento Porto de Itajaí


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APM Terminals recebe nova premiação como Operador Portuário do Ano

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APM Terminals, grupo responsável pelas operações de movimentação de contêineres no Porto de Itajaí (SC) e com unidade em Pecém (CE), foi novamente condecorada globalmente pela sua eficiência e foco no gerenciamento de terminais ao redor do mundo. Em Londres, na Inglaterra, durante a premiação anual da Containerisation International, renomado portal de notícias/revista internacional especializada na indústria portuária, a APM Terminals foi condecorada como “Operador Portuário do ano de 2012”. O corpo de jurados ressaltou os projetos da APM Terminals em nível global no que tange a novos investimentos e projetos, além da habilidade em implementar e adaptar questões como segurança, meio ambiente e altos índices de produtividade como fator decisivo para a premiação. Durante os 12 meses de qualificação, a rede global de terminais da APM Terminals manteve planos de expansão, focando especialmente em mercados

emergentes como a América Latina. “Isto prova o foco da APM Terminals no continente, o que inclui os terminais situados no Brasil, em Itajaí (SC) e Pecém (CE)”, diz Ricardo Arten, diretor superintendente da APM Terminals no Brasil. Segundo Arten, a nomeação da Containerisation International, aliada à nomeação recebida da Lloyd’s List como “Operador Portuário do Ano” em setembro, prova a competência e o foco da APM Terminals em desenvolver soluções no que tange à operação portuária, levando-se em consideração o desenvolvimento local e regional, aliado à segurança e sustentabilidade. Já o evento da Lloyd’s List foi uma celebração às melhores empresas do mercado de navegação/operação portuária e premia anualmente companhias inovadoras que buscam incessantemente o atendimento das necessidades do mercado no que se refere a itens como segurança, tecnologia e nível de serviço. Os

juízes ficaram impressionados com o volume de US$ 3 bilhões de investimentos em infraestrutura realizado pela APM Terminals em nível mundial, durante o período de julgamento. Eles também notaram o compromisso da APM Terminals em fomentar o crescimento baseado nos mais altos padrões da ética comercial, sustentabilidade e envolvimento com a comunidade local onde está inserida.

Crescimento A APM Terminals é uma das empresas com maior crescimento no setor de terminais portuários do mundo. Está presente em mais de 30 países, em cinco continentes, com mais de 50 terminais portuários e cerca de 14 novos projetos em desenvolvimento na Europa, América do Norte, América do Sul, Oriente Médio, Oeste da África, Mar Negro, Sul da Ásia e China. Sua base de clientes é composta por mais de 60 líderes globais do setor de transporte marítimo em contêineres.



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MONTADORA ALEMÃ

Santa Catarina terá a primeira fábrica da BMW no Brasil

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primeira unidade da montadora alemã BMW no Brasil será instalada em Araquari, no Norte de Santa Catarina. O local de instalação foi oficializada à presidenta Dilma Rousseff pelo vice-presidente e membro do Conselho de Administração da BMW AG, Vendas e Marketing, Ian Robertson. De acordo com a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, a escolha de Santa Catarina e da cidade de Araquari se deve à infraestrutura adequada que a região Norte pode oferecer à montadora. Segundo Ideli, Santa Catarina foi escolhida principalmente pela qualidade da mão de obra qualificada, com nível de escolaridade acima da média nacional. “Sabemos que há necessidade de muitos investimentos em infraestrutrura, mas o que temos de infraestrutura disponível no Norte do Estado foi o

nosso diferencial”, comenta. Na região Norte estão previstas a duplicação da BR-280 e a construção da ferrovia Litorânea (São Francisco-Itajaí-Imbibutba, que será integrada à nova ferrovia de Mafra. “Temos ainda os portos de São Francisco do Sul e Itapoá, a ferrovia chamada Tronco Principal Sul, de concessão da ALL, e os aeroportos de Navegantes e Joinville. A infraestrutura é bem adequada para a montadora”, observa. Ideli destacou ainda que a instalação da BMW em Araquari, aliada à construção da fábrica da GM em Joinville, fortalecerá o setor metal mecânico na região Norte. De acordo com o prefeito de Araquari, João Pedro Woitexem, cerca de 30 empresas já demonstraram interesse em se instalar na região para produzir componentes ou participar de alguma etapa da produção. A fábrica da BMW em Araquari

Ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti será a primeira fábrica brasileira da marca e receberá, inicialmente, investimentos de 200 milhões de euros. Está prevista a geração de 1 mil empregos diretos para produção inicial de 30 mil carros por ano. O secretário de Desenvolvimento Sustentável de Santa Catarina, Paulo Bornhausen, uma das pessoas que conduziu a negociação entre a BMW e o Estado, explica que o investimento deve atingir R$ 1 bilhão — e mais empregos gerados — à medida que forem avançando as etapas da instalação da fábrica e do crescimento da marca BMW no mercado brasileiro. “Prevemos que a produção vá ultrapassar rapidamente esse número inicial”, diz. A fábrica terá condições de realizar todo o processo que envolve as etapas da carcaça, soldagem, pintura e montagem.


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MERCADO INTERNACIONAL

Movimentação de contêineres deve crescer 7,4% ao ano até 2021

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movimentação de contêineres no Brasil deve crescer 7,4% ao ano entre 2012 e 2021. A expansão elevará o volume de contêineres a 14,7 milhões de TEUs (unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés) em 2021, 90% a mais do que em 2011, quando o país movimentou 8,2 milhões de TEUs. As previsões fazem parte do estudo Portos 2021 - Avaliação de Demanda e Capacidade do Segmento Portuário de Contêineres no Brasil, preparado pelo Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS) sob encomenda da Associação Brasileira dos Terminais de Contêineres de Uso Público (Abratec). A intenção do ILOS, ao apresentar um retrato do sistema portuário de contêineres do país, é subsidiar o governo com dados isentos e técnicos sobre a realidade do setor até 2021. Segundo informações da Abratec, as empresas filiadas à entidade dispõem de R$ 10,5 bilhões para investir em expansão. Destes, R$ 4,5 bilhões serão empregados até 2016 em obras para áreas de atracação de embarcações e aumento de espaço físico para os contêineres.

ILOS. Outro dado do Porto de Santos revela a tendência: o açúcar ensacado, antes transportado em navios convencionais, apresentou queda de 48% em 2012, ao passo que o açúcar embarcado em contêiner cresceu 41%.

Normalmente usados para transportar produtos de alto valor agregado, os contêineres passaram a servir também para o transporte de granéis. Açúcar, café, celulose, produtos siderúrgicos, suco de laranja e fertilizantes são alguns exemplos. Somente essa tendência pode aumentar os volumes transportados em um milhão de TEUs por ano, segundo o estudo do

O mercado de contêineres é basicamente comandado por Coreia do Sul e China, segundo o consultor de logística José Geraldo Vantine. “O Brasil não possui preço competitivo para produzir. Atuamos apenas com reformas nos terminais portuários”, afirma. “No passado, a Coreia foi dominando de forma avassaladora outros países que produziam, depois a China en-

Mercado

trou forte e, como já há um comércio global estabelecido, não vale a pena. Grandes países com forte comércio exterior, como França, Inglaterra e Canadá, também não produzem”, diz. O custo de um contêiner fica em torno de U$ 2 mil, e os principais donos hoje são os próprios armadores. O valor cobrado pelos chineses é imbatível no mundo todo em função da mão de obra barata. “Lá um soldador trabalha de segunda a sábado, 12 horas por dia, com salários em torno de U$ 50 ao mês. Os asiáticos ainda subsidiam o aço há anos (inclusive o brasileiro)”, lembra Sílvio Campos, presidente da Câmara Brasileira de Contêineres, Transporte Ferroviário e Multimodal (CBC).


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Demanda De acordo com Campos, a China, por ter o maior volume de exportações do mundo, além de fabricar os contêineres, consegue atender à demanda mundial com a vantagem de que ele já sai carregado do país, reduzindo ainda mais o custo. A participação brasileira nas exportações por contêineres ainda não é expressiva em função da nossa vocação para utilizar grandes navios e cargas a granel. “O Brasil é um grande exportador de commodities, que por suas características de grande volume são mais facilmente transportadas a granel. Desta forma, a movimentação de produtos manufaturados do Brasil ainda representa cerca de 5% da movimentação mundial de contêineres”, finaliza Campos.

A movimentação de contêineres deve crescer

74% até 2021

A expansão elevará o volume de contêineres a

14,7 milhões de TEUs em 2021 Em 2011, o Brasil movimentou 8,2 milhões de TEUs Segundo informações da Abratec, empresas dispõem de

R$ 10,5 bilhões

para investir em expansão

U$ 2 mil No Porto de Santos, o açúcar ensacado apresentou queda de 48% em 2012 O açúcar embarcado em contêineres cresceu 41% no Porto de Santos O custo de um contêiner fica em torno de


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EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS

Pesquisa da OMC aponta queda nas vendas de manufaturados ao mercado externo

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Ao analisar dados de 2005 a 2011, o Iedi constatou que, depois da crise financeira de 2008, coube ao Brasil o papel de “mercado dinâmico” para as vendas de países que souberam preservar condições de agressividade como exportadores. De 28º no ranking dos países que mais compraram, em 2005, o país evoluiu para o 21º lugar no ano passado, quando importou o equivalente a US$ 237 bilhões, passando de uma participação de 0,72% para 1,3% das compras totais do mercado mundial. Enquanto isso, o Brasil manteve patamar similar, de 23º para 22º lugar no ranking das exportações globais, com vendas de US$ 256 bilhões no ano passado, o que corresponde à participação de 1,4% das vendas totais, contra participação de mercado de 1,3% em 2005. O nível foi mantido com o aumento de vendas de produtos básicos — agropecuários e minerais, principalmente — enquanto as exportações de produtos manufaturados

Divulgação

s exportações brasileiras de produtos manufaturados caiu de 0,85% para modestos 0,73% na participação mundial entre 2005 e 2001. O país só mantém a estabilidade no ranking de maiores vendedores internacionais por causa do crescimento das exportações de produtos básicos (commodities), segundo revela estatística do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) sobre números da Organização Mundial do Comércio (OMC).

caíram, no período, de 0,85% para 0,73% na participação mundial. Em contrapartida, as importações manufaturadas mais que dobraram no período em análise. O Brasil comprava apenas o equivalente a 0,69% das vendas mundiais de máquinas e equipamentos, em geral, e, no ano passado, essa participação aumentou para 1,37%. De 31º no ranking dos países que mais importavam produtos manufaturados, em 2005, o país evoluiu para 21º e, de 27º lugar dentre os países que mais vendiam tais produtos, naquele ano, caiu para 30%.

Comércio A análise técnica do Iedi ressalta que a inserção brasileira no comércio mundial está

atrelada a mudanças na concorrência internacional, que ficou mais restritiva depois de 2008. Somado a isso, fatores domésticos como a valorização do real e outras condicionantes da baixa competitividade brasileira concorreram para o aumento das importações e redução da posição nacional no mercado externo. O Iedi destaca a importância das medidas que o governo vem adotando para a proteção do câmbio, para a redução de impostos e diminuição de custos, como a anunciada redução da tarifa de energia elétrica, investimentos em logística e facilidades de financiamento. As ações são relevantes e precisam ser mantidas, segundo análise do Iedi, pois seus efeitos só se farão sentir a médio e longo prazo.



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INFRAESTRUTURA LOGÍSTICA

Deficiência do sistema é responsável por perdas de R$ 83,2 milhões ao ano

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alhas na infraestrutura logística do país são responsáveis por perdas anuais de R$ 83,2 bilhões. O número faz parte de um levantamento realizado pela Fundação Dom Cabral com 126 grandes empresas que representam cerca de 20% do Produto Interno Bruto (PIB). Os recursos seriam economizados se o custo logístico brasileiro, na faixa de 12% do PIB, fosse eficiente como o americano, de 8% do PIB. Para o professor coordenador da pesquisa, Paulo Resende, o levantamento da Fundação Dom Cabral evidencia a redução da competitividade brasileira por causa do transporte. O trabalho faz uma comparação internacional - graças a uma parceria com o Boston Logistics Group - que comprova os altos custos da logística nacional. Para exportar um contêiner, por exemplo, o preço no Brasil é de US$ 1.790,

sendo US$ 690 de custo burocrático. Apenas a Rússia, entre nove países selecionados, tem custo maior tanto no geral (US$

1.850) como no valor destinado à burocracia (US$ 700). Na Índia o custo total fica em US$ 1.055, muito próximo do valor nos Estados Unidos (US$ 1.050). Na Alemanha fica em


13 US$ 872 e está muito mais em conta na China (US$ 500) e Cingapura (US$ 456).

Transporte O estudo mostra, ainda, que o custo médio do transporte entre as empresas pesquisadas fica em 13,1%, embora alguns setores destinem mais de um quinto de sua receita bruta com este segmento, caso do segmento da construção (20,88%) e bens de capital (22,69%). Na indústria química e no setor de petróleo, o custo é cerca de metade da média: 6,29%. “Embora o país tenha problemas graves no transporte de longa distância, também enfrenta problemas na distribuição urbana de seus produtos e dificuldades com a falta de armazenagem”, afirmou Resende. O estudo também perguntou às empresas sobre o que mais aumenta o custo logístico no país. Em primeiro lugar, aparece “estradas em más condições” (54,5% das indicações), seguido de perto por “documentos e burocracia governamental (51,2%)” e “restrição de cargas e descarga em grandes centros

urbanos” (49,6%). A pesquisa apontou que a ação mais importante para reduzir o custo logístico, na opinião de 70,7% das empresas, é a melhor gestão das ferrovias com

integração multimodal, seguido por maior acesso às ferrovias do Sudeste e do Sul, com 68,6%. A questão tributária fica apenas em terceiro lugar, com 67,2% dos empresários


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citando mudanças na cobrança do ICMS.

Nordeste Somente a região Nordeste precisa investir R$ 25,8 bilhões em infraestrutura nos próximos oito anos para garantir o escoamento da produção. Os valores foram identificados durante a elaboração do diagnóstico Nordeste Competitivo, encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com as federações das indústrias dos estados da região. Os investimentos são necessários para tocar 83 projetos de ampliação e modernização de rodovias, ferrovias, hidrovias e portos em Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte. O Nordeste Competitivo levantou os gargalos que podem, dentro de alguns anos, travar o escoamento da produção de nove estados para o mercado interno e para exportação. As ferrovias e os portos são os que mais precisam de investimentos. Juntas, as duas malhas vão demandar 90% dos R$ 25,8 bilhões. Outros 9% devem ser investidos nas rodovias e 1%


15 nas hidrovias. O estudo aponta que o retorno do investimento total poderia se dar em pouco mais de quatro anos com a economia de gastos logísticos. Atualmente a região gasta em torno de R$ 30,2 bilhões com transportes, incluindo custos com frete interno, pedágios, transbordo e de terminais, tarifas portuárias e frete marítimo. No longo prazo, no entanto, o Nordeste demanda investimentos ainda mais robustos. A análise é de que para solucionar os problemas de logística totais da região seriam necessários R$ 71 bilhões para 196 projetos. Segundo o estudo, para aumentar a competitividade da região, é preciso investir R$ 12 bilhões nas ferrovias e R$ 11 bilhões nos portos da região, de acordo com o estudo da CNI. Das ferrovias do Nordeste, dois trechos da EFC – um que liga São Luiz a Açailândia e outro que liga Açailândia a Marabá operam próximo do limite de capacidade e a previsão é que cheguem a um estado crítico em 2020. O trecho Açailândia–Marabá, por exemplo, tem capacidade para suportar o transporte de 311 mil toneladas por dia. Atualmente passam por ela 279 mil toneladas diariamente. A expectativa é que com o aumento da produção esse volume cresça para 877 mil toneladas por dia em 2020. No caso dos portos, atualmente apenas o Complexo Portuário de São Luís, no Maranhão, e o Porto de Recife, em Pernambuco, utilizam mais do que suas capacidades permitem. Em 2020, no entanto, seis portos devem operar acima da capacidade e outros dois estarão com potenciais gargalos. Os casos mais críticos devem ser os do Complexo Portuário de São Luís e do Porto de Natal, no Rio Grande do Norte. Das rodovias que cruzam a região, três já apresentam gargalos atualmente. A utilização delas pelos carros e caminhões de carga ul-

trapassa em até 65% a capacidade de peso que suportam em um determinado período, o que reduz a velocidade dos veículos e gera congestionamentos. Uma simulação do crescimento da produção até 2020 mostra que, se nenhum investimento for feito nos próximos oito anos, nove rodovias estarão sendo utilizadas acima do que suas capacidades permitem. Desses nove gargalos, dois estarão em estado crítico, ultrapassando em até 151% a capacidade permitida.

Produção As indústrias da região produzem o equiva-

lente a R$ 29,2 bilhões por ano, sendo que 81% desta produção estão concentrados no setor de bebidas, de papel e celulose, de açúcar, de álcool, de combustíveis, de biscoitos e bolachas, de autopeças, de farinha de trigo e de petroquímicos. As principais cadeias agropecuárias do Nordeste são a de cana de açúcar, de bovinos, de fruticultura, de mandioca, de soja e de milho. Juntos, os seis produtos respondem por 93% de toda a produção agropecuária. A produção extrativista mineral e florestal da região é muito concentrada em petróleo e gás natural, madeira, calcário, sal e potássio, produtos que respondem por 92% do que é extraído na região.


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LINHA FERROVIÁRIA

Governo aposta em ferrovias para destravar gargalos logísticos do Sul

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construção de uma nova linha ferroviária, ligando Guarapuava até o Porto de Paranaguá, é a alternativa paranaense para aumentar a capacidade de escoamento da produção. O traçado, com uma nova descida pela Serra do Mar, e não por uma conexão via São Francisco do Sul, em Santa Catarina, pode reduzir em 25% o valor do transporte e ser três vezes mais rápido. O anúncio do estudo de viabilidade para a construção de uma nova linha férrea ligando o interior do Paraná ao porto de Paranaguá foi confirmado pelo diretor-presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, na sede da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). A previsão é que os trabalhos comecem em 2014. Em Porto Alegre, o presidente da estatal garantiu as duas ligações ferroviárias do Sul com o Sudeste — uma passando por Mafra e outra por Chapecó, esta última é a novidade em relação ao pacote de R$ 91 bilhões de investimentos em ferrovias no país divulgado pelo governo federal em agosto. O novo traçado, diferente do divulgado pelo governo, que passaria por Mafra, liga o Sul ao centro do país, beneficiando vários setores da indústria, especialmente o agronegócio porque trará o milho para Santa Catarina através dos trilhos. Figueiredo explicou que a construção de uma nova ferrovia no Paraná sempre esteve nos planos do governo, apesar de o

projeto não ter aparecido entre os apresentados no lançamento do Plano de Investimentos em Logística, anunciado há três meses. “O governo nunca teve dúvidas e não precisa ser convencido de que precisamos fazer uma ligação moderna com Paranaguá. Mas como não tivemos a oportunidade de fechar, com o governo do Paraná, alternativas de acesso, não detalhamos isso no lançamento do nosso

programa de investimentos”, disse. Para o presidente da Fiep, Edson Campagnolo, o anúncio de Figueiredo é uma vitória para o Paraná, que desde agosto trabalha para incluir a obra nos planos de investimentos federais. “As entidades do setor produtivo do estado perceberam que não podiam perder tempo e, através do Fórum Futuro 10, agiram rápido para


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defender os interesses do Paraná”, declarou. Campagnolo ressaltou que a nova ferrovia vai potencializar o transporte até o porto de Paranaguá. Pela ferrovia atual, construída no final do século 19, os trens descem a Serra do Mar a uma velocidade de 15 km/h. Além disso, os trilhos comportam composições de no máximo 40 vagões. O novo ramal possibilitará uma velocidade de descida quatro vezes maior, passando para 60 km/h, além de suportar composições com 80 vagões.

Sustentabilidade Bernardo Figueiredo afirmou, no entanto, que o sucesso do projeto depende da busca por soluções para duas questões consideradas fundamentais. Uma delas é a sustentabilidade ambiental. “O primeiro passo objetivo é pacificar com os órgãos ambientais, como o Ibama e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, de que esse novo traçado é viável do ponto de vista ambiental. Essa é uma questão delicada, mas parece que o Paraná já evoluiu, com

uma proposta de traçado que aparentemente pacifica essa questão”, afirmou, referindo-se ao trecho da ferrovia que passará pela Serra do Mar. O segundo entrave é a integração da Ferroeste ao novo modelo de gestão das ferrovias que será implantado pelo governo. Empresa de economia mista que tem como maior acionista o governo do Paraná, a Ferroeste é hoje a responsável pela administração do trecho ferroviário entre Cascavel e Guarapuava. “No governo federal, estamos traçando quais são as alternativas. Vamos elencar as possibilidades e o governo estadual vai definir qual é a que se enquadra melhor”, afirmou Figueiredo. “O que não podemos é deixar de fazer essa ferrovia dentro do novo modelo, que é uma ferrovia aberta a qualquer tipo de usuário e com ambiente competitivo na prestação de serviço”, completou.

Sul e Sudeste A primeira obra confirmada é a reforma

Presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo da ferrovia já existente entre São Paulo e Porto Alegre, que passa por Mafra, já incluída no pacote de concessões divulgado pelo governo federal. Esta ligação, segundo Figueiredo, será licitada até junho

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de 2013. A outra ferrovia que percorrerá Santa Catarina é o prolongamento da Norte-Sul por meio de uma ligação oeste, partindo de Panorama (SP), passando por Cascavel (PR), Chapecó (SC), Erechim (RS) e chegando a Rio Grande (RS). O edital de estudo lançado em junho pela estatal Valec teve de ser reformulado, segundo Figueiredo, para tornar-se mais rápido de ser concedido. A ligação do ramal oeste deve ter os estudos concluídos no segundo semestre do ano que vem. De acordo com Olivier Girard, um dos responsáveis pelo estudo Sul Competitivo, lançado pelas três federações das indústrias do Sul no final de agosto, esta revisão de traçado por parte do governo federal é uma ótima notícia para diferentes segmentos do setor nos três estados. E retoma o plano original de outorgas da Ferrovia Norte-Sul, que previa uma parte do traçado percorrendo Chapecó. Segundo o estudo Sul Competitivo, caso a ferrovia fique pronta até 2020, nesse ano ela poderá trazer R$ 1 bilhão de economia com

gastos logísticos para todos os segmentos industriais dos três estados da região. O estudo Sul Competitivo apontou, por exemplo, que a região Sul precisa de R$ 15,2 bilhões de investimentos até 2020 em 51 obras prioritárias para compensar o atraso na infraestrutra de transportes. No total de 2 mil páginas, o estudo alinha 177 projetos que podem destravar os nós logísticos. “É preciso a união dos governos estadual e federal, dos parlamentares e do setor produtivo para resolver os gargalos que impedem a competitividade de toda a Região Sul do Brasil. O estudo que apresentamos mostra que o custo de não fazer é muito maior do que os investimentos necessários para as obras de infraestrutura apontadas”, disse o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Heitor José Müller. Para o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, os três estados e seus parlamentares têm a obrigação de trabalhar de forma planejada, desprovidos de

Presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia interesses partidários. “A Região Sul tem sido vitoriosa nos últimos anos na viabilização de investimentos, como é o caso das duplicações das BR-101, BR-392 ou a BR-448, que irá desafogar o tráfego na BR-116”, citou Maia.


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PÁTIO DE TRIAGEM

CAP Imbituba busca novo espaço para caminhões com destino ao porto

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Na reunião de outubro do CAP foram debatidas as principais opções para organizar e reinstalar o pátio em um novo local. Representantes do CAP, prefeitura e o Núcleo Setorial estão preocupados com os problemas principalmente relacionados ao conforto dos motoristas e cidadãos que moram e passam no local. O presidente do CAP, Gilberto Barreto, lembrou da necessidade do Setor de Operações da Companhia Docas levantar todos os fluxos e problemas possíveis para que as soluções facilitem o atendimento à movimentação de cargas e, ao mesmo tempo, auxiliem os motoristas e as transportadoras na hora da emissão dos conhecimentos de transporte. Segundo ele, se existe tecnologia disponível, as informações devem ser trocadas eletronicamente. “Se cada terminal tiver a sua

Divulgação/Santos Brasil

Conselho de Autoridade Portuária (CAP) do Porto de Imbituba, no Sul de Santa Catarina, quer soluções imediatas para o pátio de triagem, que hoje funciona em um posto de combustível. O coordenador do Núcleo Setorial do Porto na Associação Empresarial de Imbituba (Acim), Lito Guimarães, afirma que, por economia, os motoristas ficam na cidade para aguardar o próximo navio, acumulando caminhões com contêineres vazios no posto. “Nestes casos, para ficar em outros pátios paga-se caro, principalmente pela infraestrutura oferecida, sendo assim uma possibilidade de investimento”, disse.

solução direta, via agendamento eletrônico, não há problema na portaria, nem necessidade de triagem. Cada terminal precisa comportar o seu fluxo. A partir daí, a prefeitura precisará apenas fazer os bloqueios para que o acesso de caminhões seja apenas pelo acesso Norte, como foi previsto, e a Polícia Militar terá seu trabalho bastante reduzido nessa área”, explicou. Bruno Figurelli, superintendente da Santos Brasil, demonstrou que o Tecon já faz todo o agendamento de forma eletrônica e não tem necessidade de que os caminhões passem na triagem. “Temos condições de absorver a demanda dentro de nossa área, passando direto para o acesso ao porto.

Mesmo assim, um grande pátio de triagem está previsto no terreno da Santos Brasil na área industrial”, comenta. O prefeito José Roberto Martins, coordenador da Comissão de Relações Porto-Cidade do CAP, colocou a estrutura do governo municipal à disposição para apoiar nas soluções indicadas. “Todos os dias recebemos inúmeras reclamações quanto à via. Acidentes acontecem todo mês. O município tem que fazer a sua parte, mas temos que parar de discutir isso na teoria e partir para a prática, efetiva e competente. Precisamos ouvir do porto e dos operadores a apresentação de um projeto claro e definitivo”, finalizou o prefeito.



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COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL

Antaq cria Centro de Informação em Transporte Aquáviário

O Citaq conta com biblioteca e editora. Para o bibliotecário da Antaq, Antônio Machado, o centro de informação tem como objetivo divulgar informações do transporte aquaviário e promover serviços e produtos. Além disso, contribuirá para o intercâmbio de dados com outros centros de informação relacionados ao segmento.

Entre as atribuições da biblioteca estão elaborar as políticas de desenvolvimento de coleções bibliográficas, recursos eletrônicos e audiovisuais em consonância com as especificidades da agência; representar a Antaq junto ao Conselho Federal de Biblioteconomia, atuar como centro de referência para especialistas portuários e de regulação no Brasil e no exterior; alimentar o banco de teses e dissertações da Antaq, além de participar do Catálogo Coletivo Nacional (CCN) do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT). Já à editora compete promover, divulgar e distribuir obras editadas sobre regulação e transporte aquaviário na forma de livros, periódicos, recursos eletrônicos e audiovisuais; disseminar o conhecimento em transporte aquaviário nos contextos nacional e interna-

Divulgação

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diretoria da Antaq criou o Centro de Informação em Transporte Aquaviário (Citaq), vinculado à Assessoria de Comunicação (ASC). O diretor-geral em exercício da Antaq, Tiago Lima, assinou a resolução. “O Citaq será fundamental para a disseminação de informações relacionadas ao transporte aquaviário. Esperamos que, com essa ação da agência, as informações referentes ao setor sejam cada vez mais divulgadas”, disse Lima.

cional; propor a reedição de textos clássicos em regulação e transporte aquaviário.


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COPA DO MUNDO

Ministro vistoria obras do Terminal Marítimo do Porto de Fortaleza

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O Terminal Marítimo de Passageiros do Porto de Fortaleza é um dos sete terminais que a SEP está construindo ou reformando para atender ao público que virá por ocasião da Copa do Mundo de 2014. Juntos, os terminais demandarão investimentos de R$ 898,9 milhões do governo federal. Os demais portos com obras de terminal de passageiros com recursos do PAC Copa são Santos, Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Natal. Para Paulo André Holanda, presidente da Companhia Docas do Ceará (CDC), empresa que administra o Porto de Fortaleza, o novo empreendimento garante a oferta de um espaço adequado para atracação e desembarque/embarque de passageiros de cruzeiros marítimos, contribuindo também para o aumento do número de opções de hospedagem de turistas para a Copa do Mundo. “Vai fomentar o desenvolvimento da vocação turística da cidade de Fortaleza, garantindo que

Divulgação

ministro da Secretaria dos Portos (SEP), Leônidas Cristino, vistoriou recentemente as obras do Terminal Marítimo de Passageiros do Porto de Fortaleza, no Ceará. A obra compreende três frentes de serviço: cravação de estacas e assentamento de pré-moldados para a construção de um cais de atracação, fundação para a construção de uma estação de passageiros e aterro hidráulico para a construção de um pátio de armazenagem.

Saiba mais navios de grande porte passem a atracar no Porto de Fortaleza, trazendo mais turistas para a cidade e movimentando a economia local. Como equipamento turístico, vai estar aberto ao público da cidade para visitação, garantindo a melhoria da relação entre porto e cidade”, ressalta Paulo André Holanda. Além do fomento ao turismo, o novo terminal atende às metas de expansão previstas do Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do Porto de Fortaleza (PDZ) para os próximos 30 anos, na medida em que o Novo Terminal Marítimo será de múltiplo uso. Isso significa que, nos períodos de baixa estação turística, o cais será utilizado para atracação de navios de contêiner.

Cais de atracação: com 350 metros de extensão e 13 metros de profundidade. Estação de passageiros: terá espaço para check-in e check-out, lojas de conveniência, espaço para bagagens, restaurantes e órgãos intervenientes com área de 9.600 m². Pátio de armazenagem de cargas: terá área de 40.600 m². Capacidade de atendimento: com até 350 metros.

Navios


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SECRETARIA DE PORTOS

COMEMORAÇÃO PÚBLICA

Ministro participa de homenagem dos 80 anos do Porto de Natal

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Após a visita, Cristino participou, no Iate Clube de Natal, da entrega do “Mérito Portuário”, prêmio concedido a autoridades que se destacaram em 2011 em trabalhos em favor do desenvolvimento portuário do estado do Rio Grande do Norte. Além do ministro Leônidas, foram homenageados a governadora Rosalba Ciarlini, o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves, a deputada federal Sandra Rosado, o presidente da Assembleia Legislativa, Ricardo Motta, e o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern), Amaro Sales. Em seu discurso, Cristino ressaltou que a SEP já está investindo cerca de R$ 200 milhões no Porto de Natal. Além da obra do Terminal de Passageiros para atender a demanda da Copa do Mun-

Divulgação/SEP

s comemorações dos 80 anos do Porto de Natal, evento realizado pela Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), teve a participação do ministro dos Portos, Leônidas Cristino. O ministro aproveitou a ocasião para vistoriar o andamento da obra do Terminal Marítimo de Passageiros, realizada pela Secretaria de Portos (SEP) e orçada em R$ 53,7 milhões, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e iniciada em abril deste ano.

do, o ministro informou a conclusão da dragagem de aprofundamento no valor de R$ 42 milhões e a ampliação do cais (construção do berço 4) no valor de R$ 108 milhões. Além disso, Cristino anunciou os estudos para a elaboração do plano diretor do porto que deverá ser realizado no primeiro semestre de 2013.

Terminal O projeto do Terminal Marítimo de Passageiros inclui um novo e moderno

prédio de dois pavimentos, balcões de atendimento, escritórios de órgãos públicos (Anvisa, Polícia Federal, Juizado de Menores), ambulatório, administração, restaurante, salão de exposições e palco. Além disso, a obra contempla a adaptação do antigo frigorífico, ampliação e recuperação do cais do Berço 01, a retroárea e a instalação de um dolfim de amarração (ao qual os navios de até 250 metros de comprimento serão atados). Tudo para atender a demanda da Copa de 2014.


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SECRETARIA DE PORTOS

INFRAESTRUTURA PORTUÁRIA

Divulgação

SEP apresenta projeto Cadeia Logística Inteligente no Porto de Santos

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Secretaria de Portos (SEP) apresentou, na sede da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), o projeto “Cadeia Logística Inteligente”. O programa conta com recursos do governo federal, por meio da SEP, no valor de R$ 115 milhões. O projeto faz parte do Porto Sem Papel, criado para desburocratizar os acessos marítimos em todos os portos do Brasil. Agora por terra, o “Cadeia Logística Inteligente” irá minimizar o tráfego de caminhões e trens nas vias de acesso aos portos. O programa conta com a participação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Apresentado ao Comitê de Infraestrutura e Logística do Porto de Santos, em São Paulo, o projeto permitirá o monitoramento da carga destinada ao porto desde sua origem, viabilizando o fornecimento antecipado de informações e

facilitando a programação para agilizar as operações.

Coleta A primeira reunião consiste na coleta de dados com preenchimento, pelos agentes envolvidos, de formulário eletrônico desenvolvido para detectar as particularidades da logística e da infraestrutura do porto e de seu entorno por agentes e intervenientes no processo. Os formulários estão disponíveis através do site www.labtrans.ufsc.br/sep/questionarioscadeialogistica. Os trabalhos já foram iniciados no Porto de Vitória, no Espírito Santo, no mês passado, e será apresentado no Porto do Rio de Janeiro (RJ) até o fim deste ano. No total, 12 portos públicos serão contemplados com o “Cadeia Logística Inteligente”.


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SECRETARIA DE PORTOS

PORTOS E LOGÍSTICA

SEP realiza seminário para debater integração de modais

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Andrezza Barros

ortaleza receberá, de 21 a 23 de novembro, o VII Seminário SEP de Logística e a IV Feira de Tendências de Logística do Norte e Nordeste, promovida pela Secretaria de Portos. O Nordeste foi a região escolhida devido à sua localização privilegiada em relação aos mercados europeu e norte-americano e pelo potencial que os portos da região representam para o desenvolvimento do país. O evento é composto por palestras, apresentações, debates e uma feira com estandes de alguns dos maiores representantes do setor, além dos portos delegados e companhias docas, com exposição de produtos, equipamentos e serviços. O ministro dos Portos, Leônidas Cristino, também confirmou presença no evento. Para a mesa de abertura, a SEP contará com a presença dos ministérios relacionados à logística do país, a exemplo do Ministério dos Transportes e a Empresa de Planejamento e Logística (EPL). A iniciativa privada também terá espaço para apresentar projetos. Na área de Meio Ambiente, por exemplo, o representante da Brasil Terminal Portuário (BTP) irá demonstrar como transformar um passivo ambiental em um ativo econômico. O painel contará com a participação do presidente do Instituto de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Volney Zanardi Júnior.

Debates

Rio de Janeiro irão participar junto com a Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (Abtra) e empresários do setor, de debates sobre a integração entre as empresas e o governo. A VII edição do seminário conta ainda com a participação dos representantes dos portos de Rotherdam, Marc Evertse, e da Zeal de Valparaíso, no Chile.

Os presidentes dos portos de Santos e do

No dia 23, último dia do evento, os parti-

cipantes poderão assistir às palestras de duas grandes figuras públicas: Ciro Gomes e Gustavo Loyola, ambos economistas com vasta experiência no cenário nacional e internacional. O público presente no seminário também será convidado a conhecer o andamento da obra do Terminal Marítimo de Passageiros do Porto de Fortaleza e o funcionamento do projeto Porto Sem Papel, realizados pela SEP com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).



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INFRAESTRUTURA PORTUÁRIA

Prédio administrativo de Antonina será revitalizado

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Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) vai revitalizar o prédio administrativo do Porto Barão de Teffé, em Antonina. A obra, orçada em R$ 691 mil, foi autorizada pelo governador Beto Richa. O prédio tem 400 metros quadrados distribuídos em dois pavimentos e desde 2006 está vazio por falta de condições de uso. A licitação prevê ainda obras para facilitar a acessibilidade aos prédios. Uma vez concluída a licitação, a previsão é que a obra seja feita em quatro meses a contar da assinatura do contrato. Dentro do pacote de melhorias para Antonina está a recuperação de cargas para o porto, o uso de áreas ociosas para serviços off shore e a dragagem do terminal. “A movimentação de mercadorias fechou 2011 com aumento de 400%, totalizando 1,5 milhão de toneladas movimentadas. Logo o porto começará a trabalhar com os serviços off shore para a indústria do pré-sal, trazendo emprego e renda para a região”, afirma o superintendente dos portos do Paraná, Luiz

Henrique Dividino. A primeira empresa a se instalar em Antonina é a Techint, que obteve permissão de uso temporário de uma área de 100 mil metros quadrados que estava sem uso. A companhia vai instalar em Antonina estrutura para construção de plataformas. O trabalho, além de promover a geração de empregos na cidade, vai gerar arrecadação de receita para a Appa.

O Porto de Antonina, que vem recuperando sua movimentação, fechou setembro com alta de 10% na movimentação de mercadorias. Foram 873,9 mil toneladas de produtos movimentados pelo terminal. A maior parte da soma é formada pela importação de fertilizantes, que totalizou 770 mil toneladas até setembro. O terminal também está realizando algumas operações de exportação de açúcar com aproximadamente 68 mil toneladas do produto exportados até agora.


RECORDE EM PRODUTIVIDADE

TCP alcança 103 movimentos por hora em um único navio

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Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) alcançou uma produtividade de 103 mph (movimentos por hora) na operação do MSC Loretta. O navio com 303 metros de comprimento movimentou 2.017 contêineres. A produtividade alcançada na operação é considerada recorde pela administração do terminal.

mês a mês, o terminal vem obtendo recordes de produtividade. “O resultado com o MSC Loretta mostra que estamos no caminho certo”, diz, acrescentando que o desempenho é consequência dos grandes investimentos do TCP em projetos de ampliação e modernização.

Outro recorde de produtividade recente foi registrado em setembro ao fechar o mês com 74 mph, o que representa desempenho 150% superior ao obtido no primeiro semestre do ano passado, quando a média foi de 30 mph. As obras em andamento para a extensão do cais leste de Paranaguá ampliarão a capacidade do terminal dos atuais 1,2 milhão de TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) para 1,5 milhão de TEUs/ano até o final de 2013, o que permite o recebimento de navios ainda maiores e mais largos.

O TCP é o 3º maior terminal portuário de contêineres do Brasil e desde 1998 opera sob regime de concessão no Porto de Paranaguá. Com capacidade atual de aproximadamente 1,2 milhão de TEUs por ano (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), o TCP ampliará sua capacidade de movimentação para 1,5 milhão de TEUs/ano após a construção de seu terceiro berço de atracação, que deve ser concluído em 2013. O TCP tem como acionistas o fundo de private equity Advent International, a Pattac Empreendimentos e Participações S/A, TUC Participações Portuárias S/A, Soifer Participações Societárias Ltda., Group Maritim TCB S.L. e Galigrain S.A.

O diretor superintendente do TCP, Juarez Moraes e Silva, destaca que,

Terminal


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ENCONTRO EMPRESARIAL

Missão empresarial à Turquia fecha negócios de US$ 16,9 milhões

O primeiro encontro reuniu exportadores brasileiros com compradores da Rússia, Ucrânia, Hungria, Cazaquistão e Azerbaijão. Já na segunda rodada de negócios, os encontros foram feitos entre os empresários brasileiros e representantes comerciais turcos. Ao todo, foram realizados 207 contatos comer-

ciais, que resultaram em negócios fechados no próprio evento.

ASCOM/MDIC

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mpresas brasileiras dos setores de máquinas e equipamentos, alimentos e bebidas, moda (couro e joias), tecnologia e saúde que participaram da missão comercial à Turquia, em Istambul, conseguiriam concluir negócios no valor de US$ 16,950 milhões para os próximos 12 meses. Durante a missão comercial, promovida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), foram realizadas duas seções de rodadas de negócios.

Setores A missão comercial serviu ainda para aproximar mais os setores produtivos dos dois países. Em encontro com a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Tatiana Lacerda Prazeres, o presidente da Confederação de Empresários e Industriais da Turquia (Tuskon), Riza Nur Meral, disse que estuda a instalação de um escritório regional da entidade na América do Sul. Atualmente, a Tuskon mantém sete escritórios regionais no mundo, sendo que o de Washington fica a cargo de todas as relações com os países americanos. Na oportunidade, Tatiana reforçou o convite para que o escritório da entidade seja estabelecido no Brasil.

Secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Tatiana Lacerda Prazeres


CAIS MAUÁ

Projeto prevê revitalização na área central de Porto Alegre

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projeto de revitalização de uma área de 3,7 quilômetros da zona central do cais do porto de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, finalmente deve começar a ser executado. A Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH) e a empresa Porto Cais Mauá do Brasil S/A assinaram o terceiro termo aditivo ao contrato de arrendamento da área do Porto Organizado de Porto Alegre, denominada “Complexo Cais Mauá”. A assinatura aconteceu na sede da Antaq, em Brasília. A agência foi a interveniente do processo. A área do contrato mede 181.295m². O prazo de vigência é de 25 anos, prorrogável por mais 25 anos. A empresa, que revitalizará a área do porto organizado gaúcho, deverá investir R$ 553 milhões. Já o valor de arrendamento a ser pago à SPH será de R$ 3 milhões/ano ou 1,70% sobre a receita

operacional bruta mensal apurada, o que for maior.

processo licitatório não contava com a aprovação prévia da Antaq.

Dentro do complexo está prevista a construção de um shopping center, estacionamento, armazéns comerciais, restaurantes, terminal hidroviário, business park e hotel. A SPH e a Porto Cais Mauá do Brasil S/A assinaram, originalmente, o contrato em 23 de dezembro de 2010, ainda no gestão da governadora Yeda Crusius. No entanto, a Antaq questionou a licitação na justiça, visto que o

Por meio da Câmara de Conciliação Federal da Advocacia Geral da União (AGU), foram assinados outros termos aditivos para sanar as pendências do contrato original. O diretor-superintendente da SPH, Pedro Obelar, o diretor da empresa Porto Cais Mauá do Brasil S/A, Mário Rache, e o diretor-geral em exercício da Antaq, Tiago Lima, participaram do ato de assinatura do termo aditivo.


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FEIRA DE NEGÓCIOS

Logistique confirma cerca de R$ 120 milhões em negócios

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números foram os fatores que contribuíram para que a Feira Internacional de Logística, Transporte e Comércio Exterior (Logistique 2012), em Chapecó, se consolidasse como um dos maiores eventos do setor no país. Foram R$ 120 milhões em novos negócios fechados. Diversas soluções de mais de 150 marcas atraíram visitação de 15 mil pessoas de todo o Brasil e de países como França, Portugal e Argentina. A quarta edição já está confirmada para ocorrer entre os dias 21 e 24 de outubro de 2014.



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EXPORTAÇÕES NACIONAIS

Brasil vende US$ 2,1 bilhões a mais para os Estados Unidos

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s vendas internacionais para os Estados Unidos compensou a deterioração das transações comerciais entre Brasil e China entre janeiro e outubro deste ano. Enquanto as exportações brasileiras aos chineses caíram US$ 1,93 bilhão nos primeiros 10 meses do ano, as vendas aos americanos cresceram US$ 2,19 bilhões. Os Estados Unidos deram a maior contribuição individual para evitar que o superávit comercial brasileiro neste ano caísse mais que os 32% registrados de janeiro a outubro. Além de comprarem mais, os americanos venderam ao mercado brasileiro US$ 1,33 bilhão a menos que em 2011. Com o resultado das exportações e importações, o saldo negativo nas relações comerciais do Brasil com os Estados Unidos caiu quase à metade: de quase US$ 7,5 bilhões para menos de US$ 4 bilhões. “Além do aspecto quantitativo, houve também o aspecto qualitativo na mudança: houve redução nas vendas de produtos primários e aumento para os produtos industriali-

zados”, notou a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Tatiana Prazeres. Com a China, a queda nas exportações se deu principalmente nas vendas de produtos básicos, como ferro, petróleo e açúcar. As vendas de produtos básicos aos Estados Unidos, como petróleo e milho, tiveram aumento de 5,4%, mas as vendas de industrializados, como aviões e motores elétricos tiveram aumento bem maior, 13%. Essa conta inclui industrializados de baixo valor agregado, como etanol e suco de laranja. As vendas de etanol tiveram crescimento espetacular, de 216% (US$ 816 milhões acima do exportado entre janeiro e outubro de 2011), passando do décimo ao terceiro posto entre os itens exportados aos americanos. No entanto, os bons resultados com o etanol não estão garantidos. A demanda por álcool no Brasil e a recuperação da produção americana, afetada pela seca nos Estados Unidos, podem causar um déficit no comércio bilateral de eta-

nol que hoje é superavitário.

Petróleo Uma commodity também teve forte influência na melhoria do comércio com os EUA: as vendas de óleos brutos de petróleo chegaram a pouco menos de US$ 5,2 bilhões, um aumento de 17% (quase US$ 760 milhões a mais) de janeiro a outubro, comparadas com o mesmo período de 2011. A venda de petróleo tem aumentado progressivamente sua importância já expressiva na pauta de vendas aos EUA. Em 2010, essas exportações representavam 19,8% de todas as vendas aos americanos. No período entre janeiro e outubro de 2011 essa fatia subiu para 21,5% e, no fim do ano passado, já estava em 22,3%. Nos primeiros dez meses de 2012, a parcela ocupada pelas exportações de petróleo já chegou a 22,8%, o que indica que, no futuro próximo, a venda de petróleo brasileiro poderá alcançar um quarto de todas as vendas do país aos EUA.



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PAÍS VIZINHO

Paraguai quadriplica exportação de grãos por Paranaguá

Desde o começo do ano, mais de 5,2 mil vagões com soja, milho e farelo do Paraguai descarregaram no Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá. Comparado à quantidade liberada no ano passado 1,2 mil vagões —, este número é mais de quatro vezes maior. Pelo modal ferroviário, o país descarregou, de janeiro a setembro, mais de 312 mil toneladas de grãos — 390% a mais que em 2011, com pouco mais de 63 mil toneladas.

Comparativamente ao mesmo período do ano passado, o movimento de vagões gerais do país vizinho no porto cresceu 318%.

Divulgação

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Paraguai aumentou quatro vezes o volume exportado pelo Porto de Paranaguá, no Paraná, de janeiro a setembro de 2012 em comparação com o mesmo período do ano passado. O principal produto que o Paraguai exporta por Paranaguá é a soja. Em nove meses, foram quatro mil vagões carregados com mais de 234 mil toneladas do grão. No ano passado, foram apenas 394 vagões e 21 mil toneladas do grão.

O aumento na exportação de grãos do Paraguai vem ao encontro da expectativa dos portos do Paraná que, em 2011, retomaram o embarque dos produtos do país vizinho. Durante pelo menos oito anos, o Porto — que era quase que exclusivamente a alternativa de escoamento de safra — ficou sem escoar a produção paraguaia.

Movimentação Em 2012, já foram 933 vagões de milho carregados com 60,5 mil toneladas descarreados em Paranaguá. Em 2011, foram apenas 174 vagões e 10 mil toneladas do produto vindo do Paraguai. Este ano, porém, o país vizinho descarregou menos farelo de soja em

Paranaguá. Foram apenas 309 vagões, pouco mais de 17 mil toneladas. Em 2011, foram 677 vagões carregados com 32,4 mil toneladas do produto.


RANKING PORTUÁRIO

Itajaí considerado o quarto melhor porto do país

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O ranking dos 12 melhores portos brasileiros analisou diversos levantamentos nas áreas de economia de inserção, acesso e ativos portuários, interconectividade marítima e disponibilidade de crescimento, estabelecidos na análise feita por Marcos Vendramini, professor de gestão portuária da Universidade Católica de Santos e diretor do grupo americano Aecom, especializado em serviços de engenharia e consultoria técnica. O superintendente do Porto de Itajaí, engenhei-

Ronaldo Silva Jr.

tajaí foi considerado o quarto melhor porto brasileiro, segundo ranking divulgado pela Revista Exame. Com nota 3,89 e movimentação de 6,5% de toda a carga brasileira em 2010, o Porto de Itajaí apresenta um potencial de crescimento de 0,21% e fica atrás apenas dos Portos de Santos (SP), Itaguaí (RJ) e Paranaguá (PR).

ro Antônio Ayres dos Santos Júnior, considera a colocação altamente positiva, uma vez que Itajaí está à frente de muitos portos maiores. “Somos considerados um porto pequeno, com pouco mais de mil metros de cais, mas temos excelente produtividade e movimentamos cargas de alto valor agregado, o que nos coloca em excelente

posição”, acrescenta Ayres. O superintendente diz ainda que as dificuldades que Itajaí enfrentou nos últimos tempos, a exemplo das duas enchentes — uma em 2008 e outra em 2011 —, as limitações por ser um porto fluvial, entre outras questões estruturais, não impedem que o porto dê continuidade ao seu processo de desenvolvimento.


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SUPLEMENTO NEWS - Porto de Itajaí

DESTINO NÁUTICO

Iniciativa privada tem interesse na construção da marina no Saco da Fazenda

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Em contrapartida, o arrendatário terá que fazer investimentos estimados em cerca de R$ 26,84 milhões. A arrendatária pagará uma taxa de mínima de R$ 26,8 mil por mês ao porto, mais R$ 9,15 por barco. A expectativa é que sejam gerados de dois a três empregos por embarcação, ultrapassando a marca de 1,6 mil trabalhadores diretos. De acordo com o superintendente do Porto de Itajaí, Antônio Ayres dos Santos Júnior, a construção da marina foi aprovada por 90% dos moradores da cidade, segundo pesquisa encomendada para avaliar a percepção da população sobre o aproveitamento daquela área. O projeto básico do complexo náutico prevê um total de 817 vagas, sendo 117 vagas secas e 700 vagas molhadas, área seca de 23 mil metros quadrados, mais a construção de atracadouros que somam 120,9 mil metros quadrados. Antes mesmo do edital, quatro empresas haviam mostrado interesse em assumir as obras e operação da marina, segundo Antônio Ayres. O edital está disponível no site do Porto de Itajaí e a abertura das propostas deve ocorrer em 18 de dezembro, 45 dias após o lançamento do edital. O

Ronaldo Silva Jr.

tajaí avança na proposta de se consolidar como mais um destino náutico do litoral catarinense. A cidade que saiu na frente com a construção do primeiro píer de atracação de navios de cruzeiros de Santa Catarina aposta agora na construção de uma marina no baía Afonso Wippel, o popular Saco da Fazenda. O empreendimento, que será edificado pela iniciativa privada em área pública, será concedido ao vencedor do processo licitatório na modalidade de concorrência pública pelo período de 25 anos, renovável por mais 25.

Prefeito Jandir Bellini e superintendente do Porto de Itajaí, Antônio Ayres, assinam edital de licitação da marina documento ainda prevê a apresentação do projeto executivo da marina 60 dias após a assinatura do contrato e o início das operações em 18 meses. “A construção dessa marina é uma antiga reivindicação da comunidade de Itajaí e região, uma vez que, além de ser uma importante ferramenta para impulsionar o turismo local, vai garantir a preservação do Saco da Fazenda”, acrescenta.

Previsão de ocupação Vagas molhadas: 700 Vagas secas: 117 Total de vagas: 817

Além das vagas para embarcações, a marina do Saco da Fazenda deve contar ainda com área de lazer, centro comercial, prédio administrativo e um edifício do Núcleo Especial da Polícia Marítima da Polícia Federal (Nepom). No projeto inicial da marina, o prédio do Nepom seria construído pelo arrendatário da marina, mas na nova proposta a construção foi transferida para a autoridade portuária.

Área seca (somente marina): 23,0003,57 m² Área molhada (atracadouros): 120.900,00 m² Área em água (atual) Saco da Fazenda: 565.507.95 m² Taxa de ocupação: 21%


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SUPLEMENTO NEWS - Porto de Itajaí

NOVA CONFIGURAÇÃO

Complexo do Itajaí recebe navio com 304 metros de comprimento

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A manobra de atracação do MSC Loretta foi autorizada pela Autoridade Marítima de Itajaí e teve parecer favorável da Itajaí & Navegantes Pilots (praticagem) e da Autoridade Portuária. O diretor executivo do Porto de Itajaí, Héder Cassiano Moritz, explica que as manobras de atracação e desatracação ocorreram com sucesso, conforme esperado, e foi mais um passo dado para a consolidação dos novos parâmetros de manobras que estão sendo estudados e que deverão nortear as condições operacionais para os navios que escalarem nos terminais que operam cargas contêiner no Complexo Portuário do Itajaí

Ronaldo Silva Jr.

m mês depois de realizar a primeira operação de atracação com um cargueiro de 300 metros, o Complexo Portuário do Itajaí recebeu o navio “MSC Loretta”, com 303,91 metros de comprimento e 40 metros de boca. O primeiro cargueiro a atracar no complexo foi o MSC Luiza, na Portonave, em Navegantes. As duas operações confirmam que o complexo está preparado para operar com cargueiros deste porte com segurança e competência.

Os navios da empresa armadora MCS pertencem à nova categoria de navios que operam pela costa brasileira e passarão a ser cada vez mais frequentes no Porto de Itajaí. A atracação ocorreu em Navegantes, já que o armador mantém serviços regulares na margem esquerda. Héder acredita o a partir destas operações-teste terá pelo menos um navio deste porte por semana na margem esquerda, mas com iguais condições e

expectativas positivas para a realização de escalas na margem direita. O superintendente do Porto de Itajaí, engenheiro Antônio Ayres dos Santos Júnior, explica que a confirmação da viabilidade técnica para o Complexo de Itajaí operar com segurança este porte de navios é resultado de um trabalho em conjunto com as autoridades portuária e marítima, praticagem e terminais portuários de Itajaí e Navegantes.


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SUPLEMENTO NEWS - Porto de Itajaí

ISPS Code

Guarda Costeira Americana vistoria Porto de Itajaí

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Os procedimentos em Itajaí envolveram visitas técnicas ao porto e terminais, além de reuniões com os responsáveis pelos setores de segurança das respectivas entidades e vistorias aos equipamentos e procedimentos de segurança utilizados no complexo. “Essa visita é muito importante para nosso complexo, uma vez que teremos a possibilidade de trocarmos experiências e adquirirmos um pouco do know-how da guarda costeira norte-americana, país que implantou o ISPS Code, código de segurança que rege nossos procedimentos

Ronaldo Silva Jr.

ma comitiva da guarda costeira americana acaba de vistoriar o Porto de Itajaí para conhecer os procedimentos de segurança adotados pelo porto público e demais terminais que compõem o complexo portuário. A delegação era formada pelos oficiais Eric M. Carrero, Sharmine Jones, John Hurst, Steve Barry, que estavam acompanhados do coordenador da Comissão Estadual de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis (Cesportos/SC), Ricardo Garcia Duarte,e do gerente de Segurança do Porto de Itajaí e membro da Cesportos/SC, Roberto Carlos Cunha, além de representantes dos setores de segurança da APM Terminals Itajaí, Portonave Terminais Portuários Navegantes e Teporti.

O que é ISPS Code?

nesta área”, disse o superintendente do Porto de Itajaí, Antonio Ayres dos Santos Júnior, na recepção da delegação. Também estiveram presentes na recepção aos oficiais os superintendentes da APM Terminals Itajaí, Ricardo Arten, e Teporti, Júlio D´Ávila, além de representantes da Delegacia da Polícia Federal de Itajaí.

Trata-se do Código Internacional para proteção de navios e instalações portuárias (International Ship and Port Facílity Security Code). O código é uma norma internacional de segurança para controle de acessos e monitoramento. No Brasil, as inspeções dos terminais e a concessões dos certificados são responsabilidade da Comissão Nacional de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis (Conportos), seguindo o código internacional passado pela Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla em inglês).


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PARÂMETROS OPERACIONAIS

Porto de São Francisco do Sul é autorizado a receber embarcações no período noturno

O

s terminais do Complexo Portuário da Babitonga, no Norte de Santa Catarina, foram autorizados pela Marinha do Brasil a receber embarcações no período noturno, consolidando as operações com navios de grande porte. A portaria nº 48/CPSC, de 17 de outubro de 2012, assinada pelo Capitão dos Portos de Santa Catarina, Cláudio da Costa Lisboa, estabelece novos parâmetros operacionais para movimentação de navios nos portos de Itapoá e São Francisco do Sul, onde está localizado o Terminal Portuário Santa Catarina (Tesc). A portaria autoriza a realização de manobras noturnas nos terminais do Norte do estado por um período de 60 dias, permitindo a operação de navios com até 286

metros de comprimento e 40 metros de largura. Após esse período experimental, a Autoridade Portuária deverá apresentar um relatório técnico com aspectos observados para subsidiar a homologação dos novos parâmetros de navegação.

Investimentos Dessa forma, a Baía de Babitonga se consolida como destino entre os portos brasileiros. Além disso, a condição climática extremamente favorável e os investimentos constantes em infraestrutura e equipamentos vêm atraindo exportadores e armadores. “O Tesc hoje não tem qualquer restrição de janela de atracação e de volume”, explica José Eduardo Bechara, diretor superintendente do Tesc.


ATENDIMENTO PERSONALIZADO

DC Logistics Brasil registra quase 20% de crescimento em São Paulo

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om um crescimento médio de 19% nos últimos 12 meses, a DC Logistics Brasil tem se tornado referência no estado de São Paulo por conta da ampliação da carteira de clientes e pela estrutura que contempla dois escritórios: um na capital e outro em Campinas, com foco no atendimento personalizado do interior paulista. “A região tem forte potencial para nossas atividades e tem percebido experiência e qualidade no nosso trabalho. Estamos fortemente posicionados, com uma equipe competente, para atender negócios em qualquer escala”, diz o managing director, Ivo Mafra. Fundada em 1994, a DC Logistics Brasil é uma consolidada companhia que atua no gerenciamento logístico do transporte internacional. Possui uma rede de agentes para oferecer um serviço global, com follow-up proativo, flexibilidade às necessidades dos clientes e ferramentas online de acompanhamento de cargas. Para a empresa ThyssenKrupp Brasil, por exemplo, a DC trabalhou junto aos processos de exportação nos modais marítimo e aéreo. A atuação gerou redução no percentual de custo do frete internacional e simplificou a operação, principalmente nos processos de exportação marítima. “O que foi combinado na negociação foi cumprido na execução dos processos, evitando assim custos adicionais no destino, principalmente demurrage, que constantemente eram gerados com o antigo fornecedor”, afirma a analista de Comércio Exterior, Mayara Araújo Silva. A analista da ThyssenKrupp Bilstein complementa que a empresa busca trabalhar com agentes que tenham facilidade na comunicação, pois necessitam receber o status dos processos de forma precisa, seja através de

Managing director, Ivo Mafra sistema ou através de comunicados via e-mail, sem que haja necessidade de solicitação desses dados.

A empresa A DC Logistics Brasil propõe soluções diferenciadas, trabalhando em escala nacional e contando com unidades próprias em São Paulo (SP), Campinas (SP), Itajaí (SC), Curitiba (PR), Manaus (AM), Porto Alegre (RS), Vitória (ES) e Rio de Janeiro (RJ). Isto proporciona agilidade e assegura importantes ligações entre os principais polos logísticos nacionais e internacionais. Os colaboradores são profissionais capacitados em gerenciar prazos, custos e qualidade e comprometidos com atividades ligadas ao meio ambiente, com a realização do Programa de Responsabilidade Socioambiental. Do plantio de mudas à limpeza de praias, as ações envolvem a comunidade e a natureza. A DC Logistics Brasil possui certificação ISO 9001:2008 desde dezembro de 2002, ligada ao gerenciamento de serviços em transporte (rodoviário, aéreo e marítimo), logística de cargas internacionais e seguro de cargas.


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ACORDO BILATERAL

Fiesc mostra preocupação com o fim do Sistema Geral de Preferências

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Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o funcionamento do Sistema Geral de Preferências (SGP) foi idealizado no âmbito da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), tendo como base a lógica cepalina, preconizada pelo economista argentino Raul Prebisch. O SGP foi assim idealizado para que mercadorias de países em desenvolvimento pudessem ter um acesso privilegiado aos mercados dos países desenvolvidos, em bases não recíprocas, superando-se, dessa forma, o problema da deterioração dos termos de troca e facilitando o avanço dos países beneficiados nas etapas no processo de desenvolvimento. Por meio do SGP, certos produtos, originários e procedentes de países beneficiários em desenvolvimento (PD) e de menor desenvolvimento (PMD) recebem tratamento tarifário preferencial (redução da tarifa alfandegária) nos mercados dos países outorgantes desse programa: União Europeia (27 Estados Membros), Estados Unidos (inclusive Porto Rico), União Aduaneira da Eurásia (Cazaquistão, Rússia e Belarus), Suíça, Japão, Turquia, Canadá, Noruega, Nova Zelândia, e Austrália (este último concede o benefício

Divulgação

Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) manifestou preocupação com o fim do Sistema Geral de Preferências (SGP), que assegura redução da tarifa alfandegária de produtos brasileiros na Europa, durante encontro com representantes do Parlamento Europeu para as Relações com o Mercosul, promovido em Florianópolis. O acesso diferenciado ao mercado europeu, com tarifa zero, está programado para encerrar em 2014 e as empresas brasileiras precisam estar atentas a isso, pois seus produtos ficarão mais caros e, assim, menos competitivos na Europa. Diretor de relações industriais e institucionais da Fiesc, Henry Quaresma apenas aos PMD do Pacífico Sul). O presidente do Parlamento Parlamento Europeu para as Relações com o Mercosul, Luís Yañez-Barnuevo García, afirmou que o fim do Sistema Geral de Preferência é uma decisão complexa, pois hoje a união europeia olha o Brasil como um sócio e um aliado estratégico. “Isso não é retórico. A escolha de sócios estratégicos demonstra a atenção dada pelo bloco. O Brasil é uma potência atual que tem papel importante na sociedade internacional. Questões multilaterais são muito importantes trabalhar em conjunto”, disse. O diretor de Relações Industriais e Institucionais da Fiesc, Henry Quaresma, enfatiza que é uma relação salutar que o estado mantém com a Europa. A Fiesc é a entidade no sistema indústria que tem mais projetos com o programa da União Europeia Al Invest. “Embora a Europa esteja vivendo um momento de grande desafio no plano econômico, o encontro foi muito importante para Santa Catarina e para o Brasil porque o Parlamento Europeu tem papel decisivo na aprovação ou


47 rejeição de uma série de assuntos estratégicos, como o acordo de cooperação Mercosul e União Europeia”, explicou.

Acordo Independente do anúncio do fim do Sistema Geral de Preferência, desde 2010 os países membros do Mercosul e da União Europeia estão negociando um acordo de livre-comércio entre os dois blocos. Conforme informações do MDIC, desde a retomada das negociações as conversas têm se concentrado na elaboração do marco normativo, etapa em que são definidos acesso a mercados, defesa comercial, concorrência e investimentos. De acordo Jean Pierre Audy, vice-presidente da delegação do Parlamento Europeu para as Relações com os Países do Mercosul, que viajou ao país, o Brasil tem indústrias de qualidade e um sistema político sólido, mas a imagem do Mercosul está “degradada”. “O Uruguai continua sendo um paraíso fiscal, a Argentina expropriou empresas europeias (inclusive uma empresa petroleira da Espanha), e o Brasil suspendeu os direitos de voto do Paraguai no Mercosul, o que nos coloca interrogações quanto à solidez do bloco”, argumentou, destacando que para se fechar um acordo é necessária a confiança mútua e a concordância dos cidadãos. A vinda da delegação europeia a Santa Catarina é um desdobramento da missão

ao continente chefiada pelo presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, em julho, quando a entidade esteve na Comissão Europeia e no Parlamento Europeu, em Bruxelas.

Balança Apesar da crise na Europa, as exportações catarinenses ao bloco somaram US$ 2,28

bilhões em 2011. O valor representa 25% de tudo o que o estado embarcou no período. Os principais produtos foram carne de frango, fumo e blocos de cilindros e cabeçotes para motores. No ano passado, as importações do estado vindas da União Europeia somaram US$ 1,97 bilhão. O número representa 13,3% de todas as compras externas de Santa Catarina no período.


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ARTIGO

A primeira norma brasileira sobre contêineres * Wagner Antônio Coelho

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o mesmo ano em que ingressaram os primeiros contêineres no Brasil, mais precisamente em 17 de dezembro de 1965, foi publicada a primeira norma brasileira para tratar da movimentação de cargas por meio de receptáculos, então denominados cofres de cargas, por meio da Lei nº 4.907/65, que previa a utilização dos cofres de carga nos transportes aquático, terrestre e aéreo, em linhas nacionais e internacionais e classificava o equipamento como acessório do veículo transportador. Importante ressaltar que, além de ser a primeira norma brasileira na história, com objetivo de disciplinar a utilização deste equipamento no Brasil, esta foi a única norma específica a tratar somente de cofres de carga (contêineres) no país, visto que as demais normas posteriores dispuseram sobre o transporte multimodal de cargas e englobaram o tema sobre contêineres. As benesses fiscais incidentes sobre o equipamento foram inseridas pela Lei 4907/65, já naquela época. Devido à importância identificada na utilização deste equipamento no transporte de cargas internacional, criou-se disposição com relação à isenção de tributos federais para o equipamento, quando em trânsito internacional, observado o regime de franquia aduaneira. Essa isenção não se aplicava aos equipamentos importados para utilização em território nacional,

visto que havia distinção na norma em relação ao transporte internacional e nacional. Em razão disso, previa-se a possibilidade de isenção, na importação de contêineres para utilização no transporte nacional de cargas, desde que não tivesse similar nacional registrado ou que não pudesse ser fabricado no Brasil. Além disso, para o uso no transporte interno de mercadorias havia isenção das Taxas de Marinha Mercante e de Melhoramento dos Portos. No ano seguinte, foi publicado o Decreto nº 59.316, de 28 de setembro de 1966, com objetivo de regulamentar o uso dos cofres de carga previstos na Lei 4907/65, que determinava que os cofres de carga tivessem suas características normalizadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, mas, enquanto não tivessem fixadas em Normas Brasileiras as características dos cofres de carga, seriam observadas as normas internacionais recomendadas pela I.S.O. (International Standards for Organization). No regulamento havia disposição no sentido de que o Ministério da Fazenda estudaria critérios de incentivos fiscais às firmas que se constituírem para o fim exclusivo de locação de cofres de carga em operações domésticas setoriais ou intersetoriais. Muitas modificações foram realizadas na legislação até os dias de hoje, com destaque para a Lei 9611/98. Porém, percebe-se um grande retrocesso se compararmos a previsão contida nas primeiras

normas editadas sobre o tema, no sentido de proteger as empresas nacionais com fim exclusivo de locação de contêineres para o transporte doméstico de mercadorias. Atualmente, as normas de controle aduaneiro editadas pelo Ministério da Fazenda dificultam o desenvolvimento produtivo desse setor, em razão da carga tributária incidente sobre a nacionalização do equipamento para que as empresas nacionais possam ter a propriedade das unidades de carga para locá-las para o uso no transporte doméstico de mercadorias. * Wagner Antônio Coelho, advogado inscrito na OAB/SC19654, especialista em Direito Aduaneiro e Comércio Exterior, sócio do escritório Guero e Coelho Advogados Associados – OAB-SC 1042-2005, consultor de tradings companies e empresas ligadas ao comércio cxterior, presidente da Comissão de Direito Aduaneiro, Marítimo e Portuário da OAB/SC Itajaí-SC, vice-presidente da Comissão Estadual de Direito Portuário, Marítimo e Aduaneiro da OAB/SC, professor do MBA em Importação e Internacionalização de Empresas e da Especialização em Direito Aduaneiro e Comércio Exterior, ambas da Univali.



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EXPORTAÇÃO DE GRÃOS

Novo terminal elevará capacidade de Itaqui para 15 milhões de toneladas por ano

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O projeto está sendo instalado ao lado dos gigantescos terminais de minério de ferro da Vale. O Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram) “vai criar nova logística e gerar economia para produtores de grãos do Arco Norte do país”, oficializou a Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), em nota. A empresa estima que, quando o Tegram estiver operando em sua capacidade plena, cerca de 11,5% da produção de grãos do Brasil deverá passar pelo Porto de Itaqui.

Escoamento A operação de navios deverá se beneficiar de um dos calados mais profundos do país,

Divulgação/SEP

novo terminal de exportação de grãos em São Luís, no Maranhão, elevará a capacidade do Porto de Itaqui para 15 milhões de toneladas por ano em 2020. Hoje, são 2,5 milhões de toneladas movimentadas anualmente no terminal maranhense. O objetivo das autoridades é de que Itaqui seja, nos próximos anos, um dos portos brasileiros com maior capacidade instalada para armazenagem e exportação de soja, milho e farelo, criando uma alternativa de logística para produtores do Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

facilitando o acesso de navios pesados e de grande porte. O porto maranhense está conectado à malha ferroviária da Vale e deverá ajudar o escoamento de grãos de novas fronteiras agrícolas como Maranhão, Piauí e Tocantins (Mapito), através

da ferrovia Norte-Sul, que cruza estas regiões e está em expansão. Atualmente, boa parte da produção de grãos do Centro-Oeste brasileiro é escoada para os portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR), primordialmente em caminhões.



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EXPO SCALA

Feira de negócios reúne mais de 4 mil pessoas em Campinas

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13ª Expo Scala, feira de negócios, relacionamento e ciclo de palestras, realizada nos dias 06 e 07 de novembro, reuniu cerca de 4.200 mil pessoas nos dois dias do evento que discutiu os novos rumos

da logística e do comércio exterior na Região Metropolitana de Campinas (SP). A feira contou com a participação de empresas como UTI, Gelog, Jas, DHL, Panalpina e Brasiliense. No ciclo de palestra e painéis foram

discutidos temas como perspectivas do novo Viracopos para carga aérea, apresentada pelo gerente de Novos Negócios da Aeroportos Brasil Viracopos, Aluizio Margarido, que causou grande repercussão na mídia.



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LOGÍSTICA E TRANSPORTE

Randon expõe na Logistique em Chapecó

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A participação da Randon na feira, pela primeira vez como fábrica, reforçou os diferenciais tecnológicos dos produtos da Linha R e a intensificação da atuação da marca Randon em Santa Catarina. Instalada desde novembro de 2011 na cidade de Chapecó, focada inicialmente na fabricação de semirreboques frigoríficos, a Randon Brantech Implementos para o Transporte Ltda vem aumentando gradativamente sua gama de produção e se transformando em uma fábrica capacitada a atender todo o mercado brasileiro em suas linhas de produção. Em sua terceira edição, a Logistique reuniu 180 expositores, cerca de 15 mil compradores e negócios estimados em R$ 120 milhões. Entre os quatro principais grupos expositores estava o de transporte e logística, que apresentou caminhões e implementos, pneus, peças e acessórios, combustíveis e derivados,

Divulgação/Randon

Randon participou da Feira Internacional de Logística, Transporte e Comércio Exterior (Logistique), entre os dias 23 e 26 de outubro em Chapecó (SC). A empresa mostrou para o mercado parte de seu portfólio da Linha R, através de um semirreboque frigorífico gancheiro e paleteiro e de dois semirreboques frigoríficos paleteiros (um para 28 paletes e outro para 30 paletes), do semirreboque graneleiro, de um semirreboque basculante areia e brita e de um semirreboque base de contêiner.

O gerente de marketing José Luiz Cipolla, os consultores de vendas Ivan Augusto Oliveira, Rui Pasinato e João Ivanor de Oliveira, e os representantes Cristiano de Moura e Rodrigo Zoccoli transportadores e operadores multimodais de carga. Maior fabricante de reboques e semirreboques na América Latina, a Randon S.A. há mais de 60 anos fabrica diferentes tipos de equipamentos entre semirreboques, reboques e carrocerias, nas modalidades graneleiros, carga seca, tanques, basculantes, silos, frigoríficos, canavieiros, florestais, siders e furgões. No segmento ferroviário de carga, a Randon fabrica vagões dos tipos hopper, gôndola, tanque, carga geral, pla-

taforma e sider, entre outros. A empresa conta com mais de 320 mil unidades fabricadas e participação expressiva que mostra a sua importância na história da expansão do transporte rodoviário de cargas no país e no exterior. No mercado internacional, onde atua há quatro décadas, a empresa marca presença com seus produtos em mais de 70 países para onde já exportou mais de 50 mil unidades. A marca Randon responde por mais de 70% das exportações de implementos rodoviários do Brasil.



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Diário de Bordo

Modernização de Rio Grande

A licitação para modernização do cais do Porto Novo de Rio Grande, no sul do Rio Grande do Sul, deve sair até o final do novembro. Em reunião realizada em Brasília, o secretário de Infraestrutura gaúcho, Beto Albuquerque, recebeu a garantia da Secretaria de Portos, ligada à Presidência da República. Orçado em cerca de R$ 140 milhões, o investimento prevê a reconstrução de 1.125 metros de cais, permitindo que o espaço receba operações de maior porte. Se o cronograma for cumprido, os trabalhos devem começar entre março e abril, com previsão de término para 2014.

Brasil Foods na China

A BRF - Brasil Foods deverá iniciar a construção de uma unidade de processamento de carnes de aves e suínos na China no fim de 2013. O investimento será realizado em parceria com a chinesa Dah Chong Hong (DCH), controlada pela estatal Citic Pacific, com a qual a companhia brasileira começou a operar uma joint venture no início deste ano. De acordo com Antônio Augusto de Toni, vice-presidente de mer-

cado externo da BRF, o plano é que a nova unidade comece a rodar no fim de 2014. A BRF - Brasil Foods uniu forças com a DCH com o objetivo inicial de conquistar mais espaço para seus produtos no mercado chinês. A construção de uma fábrica para agregar valor à carne in natura exportada para a China estava nos planos das parceiras antes mesmo de a joint venture ser oficializada, mas até agora não havia notícias sobre a confirmação do projeto.

JBS compra Agrovêneto em SC

O frigorífico JBS anunciou nova aquisição no segmento de aves no Brasil. A empresa comprou 100% do frigorífico catarinense Agrovêneto por R$ 128 milhões. A unidade da Agrovêneto, localizada em Nova Veneza (SC), será a quarta do JBS para processamento de frango no Brasil. A empresa entrou neste segmento no país em maio deste ano, quando arrendou três unidades da Doux Frangosul. A operação da Agrovêneto adiciona um faturamento anual de R$ 300 milhões e uma capacidade de abate de 140 mil aves ao dia ao JBS. Hoje, a unidade funciona com uma ocupação de

50% da capacidade, um número que o JBS pretende elevar para próximo de 100% quando assumir o negócio, em um movimento parecido ao que fez com as operações da Doux Frangosul.

Temporada mundial de café

A produção de café da temporada mundial 2012/13, que começou em outubro, foi projetada pela Organização Internacional do Café (OIC) em cerca de 147 milhões de sacas, 9,3% mais que as 134,5 milhões de 2011/12. A maior parte desse crescimento pode ser creditada ao ciclo bienal da produção de café arábica no Brasil, que foi de menor produtividade em 2011/12 e é de rendimento mais elevado nesta temporada. O país é o maior produtor e exportador global de arábica. A colheita no Vietnã, maior produtor mundial de café robusta, é estimada em mais de 24 milhões de sacas, um novo recorde histórico. Já o consumo mundial de café deverá crescer neste ano em relação às cerca de 139 milhões de sacas de 2011, segundo a OIC. A entidade não mensurou esse aumento, mas informou que a relação entre oferta e demanda deverá permanecer relativamente apertada.




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