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Tecnologia no esporte
Tecnologia no esporte
DESCUBRA COMO RECURSOS TECH TÊM TRANSFORMADO MODALIDADES COMO O FUTEBOL
Inteligência Artificial, Data Analytics e Internet das Coisas (IoT) são algumas das principais tecnologias que têm transformado o dia a dia de pessoas e empresas ao redor do planeta. Esses sistemas também ganharam variados propósitos no mundo dos esportes.
Com o avanço e a popularização de recursos, soluções altamente tecnológicas passaram a ser usadas em diversas modalidades. Elas estão presentes tanto em campeonatos e treinos de atletas amadores como em alguns dos maiores torneios esportivos do planeta.
Nos Jogos Olímpicos de Tóquio, por exemplo, a triagem e a segurança dos participantes foram realizadas com um sistema de reconhecimento facial.
O evento no Japão também contou com robôs, veículos autônomos e cobertura com câmeras 4K com um sistema de 360º que permitiu gerar replays praticamente instantâneos. De quebra, sistemas de dados biométricos e acompanhamento 3D mostraram ao público alguns dos principais dados de performance dos atletas em tempo real.
A Copa do Mundo também é referência quando o assunto é a adoção de tecnologias que aprimoram experiências dentro e fora de campo. O evento de 2018, realizado na Rússia, foi o primeiro a adotar o sistema de árbitro de vídeo (VAR). Outro diferencial foi a implementação de um chip NFC nas bolas originais do campeonato, chamadas Telstar 18. Bastava aproximar o celular de uma delas para receber informações sobre futebol e até desafios esportivos.
A expectativa é de que a próxima Copa do Mundo, programada para começar em novembro, no Catar, seja ainda mais tecnológica. Nas próximas páginas, conheça alguns dos sistemas que devem roubar a cena no evento e veja como a tecnologia já está transformando o esporte.
A nova era do futebol
Atualmente, sistemas que utilizam recursos high tech podem ser usados em praticamente qualquer esporte. O futebol, contudo, é um dos que mais se destaca nesse cenário.
No Brasil, a Federação Paulista de Futebol (FPF) fechou uma parceria com a Isportistics, que identificou os melhores lances dos jogos por meio de um sistema de Inteligência Artificial. Além disso, a organização investiu na transformação de gols em NFTs, que foram comercializados pela corretora de criptomoedas Binance.
“A tecnologia também permite realizarmos transmissões de diversas partidas que não seriam exibidas antigamente por conta do alto custo”, conta Bernardo Itri, Vice-Presidente Executivo de Comunicação e Marketing da FPF. “Hoje, transmitimos mais de mil jogos por ano de competições que antes não seriam exibidas”, completa.
O especialista explica que isso ocorre por dois motivos. O primeiro é a possibilidade de tornar os processos mais enxutos, com custos viáveis e com transmissão via internet. O segundo, por sua vez, tem a ver com as plataformas digitais. As opções que não têm grade de programação permitem a exibição de diversos jogos, inclusive, simultaneamente.
O fato é que, no futebol, a tecnologia pode ser usada para melhorar todo o ecossistema. As possibilidades vão desde soluções para quem assiste à partida em casa ou compra um ingresso pela internet para ir ao estádio até a coleta de dados e métricas que podem ajudar a elevar a performance dos jogadores.
“A tecnologia chegou para ficar e vem transformando o jogo em algo mais moderno, preciso e prático. Isso afeta o esporte em todos os âmbitos”, conta Bernardo Caixeta, Gerente de Marketing e Relações Esportivas da Penalty. “Os sistemas vão desde a parte técnica, como a implantação dos árbitros de vídeo, a utilização de GPS em atletas para a captação de dados para análise de desempenho, o mapa de calor, as ferramentas de scout e os aparelhos modernos de recuperação e preparo físico; até a parte comercial, como a utilização de informações a respeito dos consumidores do esporte para o desenvolvimento de práticas de marketing e vendas mais assertivas”, completa.
Caixeta ressalta que muitas dessas mudanças não se restringem somente ao futebol profissional. A plataforma Futstat, que fechou parceria com a Penalty, é um bom exemplo de como é possível democratizar recursos high tech.
Criada por uma startup brasileira, a solução gerencia campeonatos amadores e profissionais, gerando dados sobre a carreira dos atletas. Por meio dela, é possível inscrever equipes em torneios, cadastrar jogadores, comissão técnica e árbitros, além de checar rapidamente todo o histórico de partidas e estatísticas, como artilharias e lideranças.
“Além das tecnologias de controle de processos para campeonatos, validação de documentos e registro de ocorrências em partidas, a plataforma Futstat usa Inteligência Artificial para processar os dados dos atletas, atualizar seus indicadores de performance e calcular seu ‘Score Futsat’. Trata-se de um indicador criado para representar o desempenho de um atleta considerando sua história e seu desempenho atual, criando assim um ranking nacional de jogadores e equipes”, comenta Caixeta.
O que vem por aí
Marcada para começar no final de novembro de 2022, a Copa do Mundo do Catar promete explorar novos recursos tech para aprimorar as partidas e a experiência do público. A FIFA já confirmou, por exemplo, a utilização do sistema de impedimento semiautomático. Com ele, será possível usar uma tecnologia 3D para recriar gols marcados e verificar o posicionamento dos jogadores de forma rápida e precisa.
Sustentabilidade em foco
Caixeta defende que os avanços tecnológicos também influenciam em pautas como sustentabilidade. A Copa do Mundo do Catar, por exemplo, pretende ser um torneio carbono neutro. Para isso, a organização irá explorar painéis solares e energias renováveis.
Marcas esportivas também estão de olho no assunto. “A Penalty já desenvolveu a primeira bola que une sustentabilidade com tecnologia e alta performance no mundo, a S11 Ecoknit, que foi aprovada com o selo máximo da FIFA. Cada uma delas retira 4,5 garrafas pet do meio ambiente”, explica o executivo.
A expectativa é de que essa e outras tecnologias adotadas pelo país do Oriente Médio – como iluminações em LED, Smart Wi-FI e implementação de sensores conectados para aprimorar os deslocamentos dos turistas na cidade de Doha – colaborem para criar um evento moderno, organizado e épico.
“O futebol deverá evoluir e sofrer uma revolução como produto e entretenimento. O esporte já avançou muito no quesito técnico, mas ainda tem muito espaço para progredir enquanto espetáculo”, afirma Caixeta. “Devemos ver, nos próximos anos, muitas melhorias na forma de entregar o futebol, com transmissões distintas para faixas etárias diferentes, recortes por plataformas e maior interação com redes sociais”, finaliza.