Mai / Jun de 2018 | Nยบ 190
Capa: Inspetoria Sรฃo Domingos Sรกvio Apresenta Selo Comemorativo do Seu Jubileu de Diamante | Pg. 05
Copyright©2018 Inspetoria São Domingos Sávio Todos os direitos reservados ao autor
Inspetor P. Jefferson Luis da Silva Santos Organização Comissão Inspetorial de Comunicação - CIC Coordenador P. José Ivanildo de Oliveira Melo Delegado para a Comunicação
Revisão Josely Moura Equipe de articulação Animadores de Pastoral Projeto Gráfico Eduardo Lacerda Distribuição José Luis (Zeca) Articulistas Convidados
Ficha Catalográfica
Manaus - Am - Brasil
T172 O Tapiri: Comunicação Pastoral da Inspetoria São Domingos Sávio BMA / Pe. Jefferson Luís da Silva Santos, SDB (org.); Pe. José Ivanildo de Oliveira Melo (Coord.) Manaus: Editora FSDB, 2018. x, 48 p. II. 15x21cm (Comunicação Pastoral da Inspetoria São Domingos Sávio - BMA) ISSN 2525-3093 Publicação Bimensal 1. Salesianos de Dom Bosco 2. ISMA - Manaus. 3. Comunidade Salesiana. 4. Santos, Pe. Jefferson Luís da Silva. 5. Melo, Pe. José Ivanildo de Oliveira. I. Título. CDU 271.789.1(05)
Elaborada por Zina Pinheiro - Bibliotecária - CRB 11/611
P. José Ivanildo de Oliveira Melo Delegado para a Comunicação
Estimados(as) leitores(as), Caros amigos, amigas, chegou a edição maio/junho de "O Tapiri", como sempre, recheada de notícias. O mês de maio, repleto de celebrações religiosas, foi marcado ainda pelo lançamento do selo comemorativo do jubileu de diamante da Inspetoria São Domingos Sávio. Leia o artigo do P. Jefferson Luis, inspetor salesiano, conheça mais a iniciativa e uso da imagem. Em junho, mês dos festivos arraiais de São João, celebramos a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, culto tão importante na devoção salesiana como nos recorda o P. José Ivanildo. Convidamos você a ler com carinho os artigos tão atuais e desafiadores do compromisso com a verdade nos meios de comunição social, do Papa Francisco, e a bonita reflexão sobre a vivência do tempo como dom, como superação da aridez que dissolve, pela esperança cristã que dá unidade, escrito pelo P. João Mendonça. Como digo sempre, cada imagem, cada texto que selecionamos para as edições de nosso informativo é apenas um demonstrativo da vida que circula em nossas casas e comunidades. Leia, curta e compartilhemos, o bem precisa de apóstolos corajosos! Boa leitura e até a próxima! Manaus (AM), Brasil, 30 de Junho de 2018.
O TAPIRI nº 190 - EDITORIAL
O
TAPIRI é uma publicação bimestral e gratuita da Inspetoria São Domingos Sávio, iniciada em janeiro de 1989, dirigida aos Salesianos de Dom Bosco, membros da Família Salesiana e aos colaboradores leigos e educadores; tem como objetivo ser um instrumento de reflexão sobre temas diversos alinhados à ação pastoral do carisma salesiano. O TAPIRI reserva-se o direito de condensar/editar as matérias enviadas como colaboração. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do instrumento pastoral, sendo de total responsabilidade de seus autores.
SUMÁRIO Inspetoria São Domingos Sávio Apresenta Selo Comemorativo do seu Jubileu de Diamante Traços da Devoção ao Sagrado Coração de Jesus na Espiritualidade Salesiana PG. 07
PG. 10 “O Tempo é Excelente”: Cada Comunidade Uma Vocação PG. 16 Aconteceu PG. 25 52º Dia Mundial das Comunicações Sociais, 2018
PG. 05
O TAPIRI nº 190 - Página 5
INSPETORIA SÃO DOMINGOS SÁVIO APRESENTA SELO COMEMORATIVO DO SEU JUBILEU DE DIAMANTE Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
Por P. Jefferson Luis, Inspetor Caros irmãos, irmãs, membros da Família Salesiana, jovens de nossas obras, este é para nós um ano jubilar, ao longo do qual celebraremos (celebramos) inúmeras datas significativas para a história da nossa Inspetoria: • 05/02 – 70 anos da Paróquia São José Operário-centro, Manaus-AM; • 06/05 – 75 anos do Oratório São Domingos Sávio, Manaus-AM; • 12/05 – 90 anos da presença salesiana em Humaitá-AM; • 13/06 – 100 anos do nascimento do P. Antônio José Góes – Fundador da Presença Salesiana entre os Yanomami; • 15/09 – 150 anos da Paróquia Nossa Senhora das Dores, Manicoré-AM;
• 05/12 – 60 anos da Criação da Inspetoria São Domingos Sávio, Manaus-AM. Mas sem o carisma de Dom Bosco acolhido por pessoas concretas- crianças, adolescentes, jovens e adultos, não haveria inspetoria, nem obras, por isso queremos festejar em primeiro lugar a vida e vocação missionária dos irmãos salesianos, sinal do generoso amor de Deus por nossa Congregação e pela Igreja (cf. C. 22): PRIMEIRA PROFISSÃO RELIGIOSA • 31/01 – 20 anos P Antônio Carlos da Cunha Alves; • 25 anos – P Jefferson Luís da Silva Santos; • 50 anos – P José Benedito Araújo de Castro;
O TAPIRI nº 190 - Página 6
• 60 anos – P Gilberto Theodoro Cucas; • 70 anos – P Moisés Marques; • 16/08 – 60 anos P Tiago Corrado. PROFISSÃO RELIGIOSA PERPÉTUA • 01/02 – 20 anos P Alzimar Farias de Araújo; • 18/07 – 50 anos P Augusto Bartoli; • 16/08 – 60 anos L José Uggenti. ORDENAÇÃO PRESBITERAL • 10/01 – 20 anos P Nilson Cruz; • 06/04 – 50 anos P Mário Zangarini. • 22/06 – 60 anos P Victor Lobos Dueñas; • 28/06 – 20 anos P Felipe Bauzière; • 29/06 – 50 anos P Gilberto Theodoro Cucas; • 08/12 – 20 anos P João Benedito da Cunha Alves; • 20 anos P José Reginaldo de Oliveira. CHEGADA AO BRASIL • 70 anos P José Dalla Valle. Entre todas essas datas, queremos dar destaque neste Domingo (06.05), dia do Senhor, em que recordamos Domingos Sávio (celebrado festivamente com liturgia própria em nossas casas amanhã), o início das comemorações
dos 60 da Inspetoria a ele dedicada em 05.12.1958. Para isso preparamos um selo comemorativo jubilar que agora apresentamos. É uma iniciativa simples, mas estou certo de que com criatividade podereis usá-lo de diversas maneiras em publicações impressas, digitais e nos seus perfis nas redes sociais. Do mesmo modo sabereis divulgar e promover iniciativas com os jovens e toda a Família Salesiana para tornar mais conhecida nossa jovem Inspetoria. Com este selo queremos agradecer a Deus o dom de nossa vocação, o compromisso com os povos e culturas locais, vivido e construído por tantas pessoas, Consagrados, consagradas e leigos ao longo desses 103 anos de presença na Amazônia. Que este selo nos recorde que estamos conectados a história dos “inícios”, à Balzola, Giordano, Góes, Theotônio, Miguel D’Aversa, Lorenzoni, Ir. Filomena dos Santos, primeira FMA autóctone da Amazônia e 2° Inspetora da Inspetoria Laura Vicuña; Ir. Madalena Mazzoni, ao sr. Francisco das Chagas Vieira, Salesiano Cooperador do Centro Dom Bosco e a tantos outros membros de nossa numerosa família. Hoje é a vez do nosso compromisso, hoje é nossa vez de dizer, sim! Certo de que encontraremos em você boa disposição para fazer deste, um ano de graça, um tempo santo (cf. Lv 25, 12), me antecipo em rogar do céu copiosas bênçãos para todos.
O TAPIRI nº 190 - Página 7
TRAÇOS DA DEVOÇÃO AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS NA ESPIRITUALIDADE SALESIANA Google imagens
Por P. José Ivanildo de O. Melo, sdb
Nesta breve reflexão não pretendemos apresentar o desenvolvimento do culto histórico ao Sagrado Coração de Jesus, mesmo porque os enfoques feitos ao longo do tempo, especialmente nos últimos cinco séculos, após as visões de Santa Margarida Maria Alacoque (1647-1690), geralmente polarizaram-se em torno de uma piedade popular romântica ou da tentativa exacerbada de racionalização de tais práticas. Aqui nos concentraremos em indicar traços dessa devoção presentes na espiritualidade salesiana. O sistema educativo-evangelizador de Dom Bosco, expresso no lema – “Educação é coisa do coração”, é uma equilibrada síntese entre razão e emoção, “órgãos” indispensáveis para a vivência de uma fé amadurecida e
educação integral da pessoa. Esta proposta, fundada nas Sagradas Escrituras, na Tradição da Igreja e no seu Magistério, nos garantem os critérios permanentes de interpretação e proveito das “revelações particulares” (cf. CIgC 67). Por este motivo, o culto ao Sagrado Coração de Jesus, tornou-se naturalmente um dos pilares da espiritualidade Salesiana. Dão testemunho disso seus escritos, conferências e, sobretudo, a quantidade de templos, obras e casas dedicadas a Ele durante as primeiras décadas da Congregação. O artigo 11 das Constituições da Sociedade de São Francisco de Sales sintetizou de forma magistral essa experiência ao afirmar - “O espírito salesiano encontra seu modelo e fonte no próprio coração de Cristo, apóstolo do Pai” (C. 11).
O TAPIRI nº 190 - Página 8
Google Imagens
Mas os filhos de Dom Bosco não somente construíram prédios em honra do Coração de Jesus, ou escreveram um documento com esse aceno, eles ergueram um verdadeiro “edifício espiritual” em seu louvor (cf. 1Pd 2, 5). Destaque possui nesta empreitada o bem-aventurado André Beltrami, que não via as horas passar nem era capaz de se distrair em suas meditações matinais quando mirava os olhos no Coração de Cristo, que lhe parecia vir ao seu encontro. O Beato Miguel Rua, primeiro sucesso de Dom Bosco, respondendo ao apelo de vários irmãos e valendo-se do convite do Papa Leão XIII, convocou, com carta circular do ano de 1900, os salesianos do mundo inteiro a consagrarem-se ao Sagrado Coração. A fim de que este ato tivesse um valor espiritual duradouro propôs cinco práticas a serem vivenciadas como ato de amor reparador: Os Nove Ofícios; a Guarda de Honra; a Comunhão Reparadora, a Hora Santa e a devoção das primeiras sextas-feiras do mês. Estas práticas foram vividas
e promovidas no ambiente salesiano por décadas. O processo de mudança de mentalidades que marcaram o homem dos séculos XIX a XXI, fizeram que as imagens, linguagens de algumas dessas devoções se tornassem obsoletas, caindo em progressivo desuso por falta de atualização. O movimento do Apostolado da Oração (1844), criado e propagado por padres Jesuítas, garantiu na Igreja a continuidade do culto, que infelizmente, por desconhecimento de uns e má vontade de outros, tornou-se tantas vezes alvo de preconceitos, como se fosse coisa unicamente de senhoras idosas. Para os salesianos não deveria ser assim, pois aprendemos de Dom Bosco que a devoção ao Sagrado Coração de Jesus e a prática sacramental eucarística constituem uma forte unidade espiritual, decorrendo uma da outra. Foi exatamente isso que ele disse ao Beato Augusto Czartoryski quando perguntado qual era a melhor devoção - “A devoção ao Sagrado Coração de Jesus, palpitante de amor na Santíssima Euca-
O TAPIRI nº 190 - Página 9
ristia”. A Eucaristia é o coração vivo e palpitante de Jesus, amá-lo e adorá-lo nosso culto de amor. Seguindo a corrente espiritual de seu tempo, Dom Bosco fez com que o seu sistema educativo, tendesse para a devoção ao Sagrado Coração, porém compreendida como realidade hipostasiada de Cristo Jesus. Assim a verdadeira devoção fica protegida do perigo do romantismo espiritual ao mesmo tempo que não se limita ao conhecimento intelectual. O coração torna-se imagem afetiva do Deus amor, mas é ao mesmo tempo carne do Deus feito homem, ferido, traspassado, dado em alimento. Ou seja, no Coração de Cristo temos o resumo do mistério de Deus e a síntese desse mistério na Pessoa de Jesus, o Verbo encarnado (cf. Hauriets Aquas, n 42). Nisto Dom Bosco estava também sintonizado com a rica Tradição dos Padres da Igreja que interpretaram a fonte de sangue e água, jorrados do peito aberto do divino mestre na cruz (cf. Jo 19, 34), como imagem da infusão do Espírito Santo, nos oferecendo os dois principais sacramentos da iniciação
Google Imagens
cristã: o Batismo (água) e a Eucaristia (sangue) - a água que purifica e o sangue que alimenta. Neste dia solene ouçamos, para além de nossas resistências, a voz de Cristo - Vinde a Mim... de Mim aprendei... Eu que sou manso e humilde de Coração (Mt 11, 28-30). Este é o caminho do discípulo missionário, itinerário irrenunciável de quem deseja “conquistar os corações mais endurecidos” (10º promessa do S.C.J), quem deseja fazer da sua vida fonte onde a humanidade, sedenta de vida plena, de vida em abundância, venham pedir de beber (cf. Jo 4, 14); (Cf. Estréia 2018). Concluamos rezando com as palavras do bem-aventurado André Beltrami, outro apaixonado pelo Coração de Cristo - “Queiram o nosso doce Redentor e sua Mãe Maria Santíssima considerar sempre a Sociedade Salesiana como filha predileta e embelezá-la [...] E, se minha voz não é muito ousada, faço votos que a Sociedade Salesiana seja solenemente consagrada a esse Coração adorável, do qual tirará novas graças de vida eterna” (Desramaut, 2010, p. 226).
O TAPIRI nº 190 - Página 10
52º DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS, 2018
Google imagens
Por P. Papa Francisco, Vaticano
MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA O LII DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS Tema: «“A verdade vos tornará livres” (Jo 8, 32). Fake news e jornalismo de paz» [13 de maio de 2018] Queridos irmãos e irmãs! No projeto de Deus, a comunicação humana é uma modalidade essencial para viver a comunhão. Imagem e semelhança do Criador, o ser humano é capaz de expressar e compartilhar o verdadeiro, o bom e o belo. É capaz de narrar a sua própria experiência e o mundo, construindo assim a memória e a compreensão dos acontecimentos. Mas, se orgulhosamente seguir o seu egoísmo, o homem pode usar de modo distorcido a própria faculdade
de comunicar, como o atestam, já nos primórdios, os episódios bíblicos dos irmãos Caim e Abel e da Torre de Babel (cf. Gn 4, 1-16; 11, 1-9). Sintoma típico de tal distorção é a alteração da verdade, tanto no plano individual como no coletivo. Se, pelo contrário, se mantiver fiel ao projeto de Deus, a comunicação torna-se lugar para exprimir a própria responsabilidade na busca da verdade e na construção do bem. Hoje, no contexto duma comunicação cada vez mais rápida e dentro dum sistema digital, assistimos ao fenómeno das «notícias falsas», as chamadas fake news: isto convida-nos a refletir, sugerindo-me dedicar esta Mensagem ao tema da verdade, como aliás já mais vezes o fizeram os meus predecessores a começar por Paulo VI (cf. Mensagem de 1972: «Os instrumentos de comunicação social ao serviço
O TAPIRI nº 190 - Página 11
da Verdade»). Gostaria, assim, de contribuir para o esforço comum de prevenir a difusão das notícias falsas e para redescobrir o valor da profissão jornalística e a responsabilidade pessoal de cada um na comunicação da verdade. 1. QUE HÁ DE FALSO NAS «NOTÍCIAS FALSAS»? A expressão fake news é objeto de discussão e debate. Geralmente diz respeito à desinformação transmitida on-line ou nos mass-media tradicionais. Assim, a referida expressão alude a informações infundadas, baseadas em dados inexistentes ou distorcidos, tendentes a enganar e até manipular o destinatário. A sua divulgação pode visar objetivos prefixados, influenciar opções políticas e favorecer lucros económicos. A eficácia das fake news fica-se a dever, em primeiro lugar, à sua natureza mimética, ou seja, à capacidade de se apresentar como plausíveis. Falsas mas verosímeis, tais notícias são capciosas, no sentido que se mostram hábeis a capturar a atenção dos destinatários, apoiando-se sobre estereótipos e preconceitos generalizados no seio dum certo tecido social, explorando emoções imediatas e fáceis de suscitar como a ansiedade, o desprezo, a ira e a frustração. A sua difusão pode contar com um uso manipulador das redes sociais e das lógicas que subjazem ao seu funcionamento: assim os conteúdos, embora desprovidos de fundamento, ganham tal visibilidade que os próprios desmentidos categorizados dificilmente conseguem circunscrever os seus danos. A dificuldade em desvendar e erradicar as fake news é devida também ao
facto de as pessoas interagirem muitas vezes dentro de ambientes digitais homogéneos e impermeáveis a perspetivas e opiniões divergentes. Esta lógica da desinformação tem êxito, porque, em vez de haver um confronto sadio com outras fontes de informação (que poderia colocar positivamente em discussão os preconceitos e abrir para um diálogo construtivo), corre-se o risco de se tornar atores involuntários na difusão de opiniões tendenciosas e infundadas. O drama da desinformação é o descrédito do outro, a sua representação como inimigo, chegando-se a uma demonização que pode fomentar conflitos. Deste modo, as notícias falsas revelam a presença de atitudes simultaneamente intolerantes e hipersensíveis, cujo único resultado é o risco de se dilatar a arrogância e o ódio. É a isto que leva, em última análise, a falsidade. 2. COMO PODEMOS RECONHECÊ-LAS? Nenhum de nós se pode eximir da responsabilidade de contrastar estas falsidades. Não é tarefa fácil, porque a desinformação se baseia muitas vezes sobre discursos variegados, deliberadamente evasivos e subtilmente enganadores, valendo-se por vezes de mecanismos refinados. Por isso, são louváveis as iniciativas educativas que permitem apreender como ler e avaliar o contexto comunicativo, ensinando a não ser divulgadores inconscientes de desinformação, mas atores do seu desvendamento. Igualmente louváveis são as iniciativas institucionais e jurídicas empenhadas na definição de normativas que visam circunscrever o fenómeno, e ainda iniciativas, como as empreendidas pelas tech e media com-
O TAPIRI nº 190 - Página 12
Google Imagens
pany, idóneas para definir novos critérios capazes de verificar as identidades pessoais que se escondem por detrás de milhões de perfis digitais. Mas a prevenção e identificação dos mecanismos da desinformação requerem também um discernimento profundo e cuidadoso. Com efeito, é preciso desmascarar uma lógica, que se poderia definir como a «lógica da serpente», capaz de se camuflar e morder em qualquer lugar. Trata-se da estratégia utilizada pela serpente – «o mais astuto de todos os animais», como diz o livro do Génesis (cf. 3, 1-15) – a qual se tornou, nos primórdios da humanidade, artífice da primeira fake news, que levou às trágicas consequências do pecado, concretizadas depois no primeiro fratricídio (cf. Gn 4) e em inúmeras outras formas de mal contra Deus, o próximo, a sociedade e a criação. A estratégia deste habilidoso «pai da mentira» (Jo 8, 44) é precisamente a mimese, uma rastejante e perigosa sedução que abre caminho no coração do homem com argumentações falsas e aliciantes. De facto, na narração do
pecado original, o tentador aproxima-se da mulher, fingindo ser seu amigo e interessar-se pelo seu bem. Começa o diálogo com uma afirmação verdadeira, mas só em parte: «É verdade ter-vos Deus proibido comer o fruto de alguma árvore do jardim?» (Gn 3, 1). Na realidade, o que Deus dissera a Adão não foi que não comesse de nenhuma árvore, mas apenas de uma árvore: «Não comas o [fruto] da árvore do conhecimento do bem e do mal» (Gn 2, 17). Retorquindo, a mulher explica isso mesmo à serpente, mas deixa-se atrair pela sua provocação: «Podemos comer o fruto das árvores do jardim; mas, quanto ao fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: “Nunca o deveis comer nem sequer tocar nele, pois, se o fizerdes, morrereis”» (Gn3, 2-3). Esta resposta tem sabor a legalismo e pessimismo: dando crédito ao falsário e deixando-se atrair pela sua apresentação dos factos, a mulher extravia-se. Em primeiro lugar, dá ouvidos à sua réplica tranquilizadora: «Não, não morrereis»(3, 4). Depois a argumentação do tentador assume
O TAPIRI nº 190 - Página 13
uma aparência credível: «Deus sabe que, no dia em que comerdes [desse fruto], abrir-se-ão os vossos olhos e sereis como Deus, ficareis a conhecer o bem e o mal»(3, 5). Enfim, ela chega a desconfiar da recomendação paterna de Deus, que tinha em vista o seu bem, para seguir o aliciamento sedutor do inimigo: «Vendo a mulher que o fruto devia ser bom para comer, pois era de atraente aspeto (…) agarrou do fruto, comeu»(3, 6). Este episódio bíblico revela assim um facto essencial para o nosso tema: nenhuma desinformação é inofensiva; antes pelo contrário, fiar-se daquilo que é falso produz consequências nefastas. Mesmo uma distorção da verdade aparentemente leve pode ter efeitos perigosos. De facto, está em jogo a nossa avidez. As fake news tornam-se frequentemente virais, ou seja, propagam-se com grande rapidez e de forma dificilmente controlável, não tanto pela lógica de partilha que carateriza os meios de comunicação social como sobretudo pelo fascínio que detêm sobre a avidez insaciável que facilmente se acende no ser humano. As próprias motivações económicas e oportunistas da desinformação têm a sua raiz na sede de poder, ter e gozar, que, em última instância, nos torna vítimas de um embuste muito mais trágico do que cada uma das suas manifestações: o embuste do mal, que se move de falsidade em falsidade para nos roubar a liberdade do coração. Por isso mesmo, educar para a verdade significa ensinar a discernir, a avaliar e ponderar os desejos e as inclinações que se movem dentro de nós, para não nos encontrarmos despojados do bem «mordendo a isca» em cada tentação.
3. «A VERDADE VOS TORNARÁ LIVRES» (JO 8, 32) De facto, a contaminação contínua por uma linguagem enganadora acaba por ofuscar o íntimo da pessoa. Dostoevskij deixou escrito algo de notável neste sentido: «Quem mente a si mesmo e escuta as próprias mentiras, chega a pontos de já não poder distinguir a verdade dentro de si mesmo nem ao seu redor, e assim começa a deixar de ter estima de si mesmo e dos outros. Depois, dado que já não tem estima de ninguém, cessa também de amar, e então na falta de amor, para se sentir ocupado e distrair, abandona-se às paixões e aos prazeres triviais e, por culpa dos seus vícios, torna-se como uma besta; e tudo isso deriva do mentir contínuo aos outros e a si mesmo» (Os irmãos Karamazov, II, 2). E então como defender-nos? O antídoto mais radical ao vírus da falsidade é deixar-se purificar pela verdade. Na visão cristã, a verdade não é uma realidade apenas conceptual, que diz respeito ao juízo sobre as coisas, definindo-as verdadeiras ou falsas. A verdade não é apenas trazer à luz coisas obscuras, «desvendar a realidade», como faz pensar o termo que a designa em grego:aletheia, de a-lethès, «não escondido». A verdade tem a ver com a vida inteira. Na Bíblia, reúne os significados de apoio, solidez, confiança, como sugere a raiz ‘aman (daqui provém o próprio Amen litúrgico). A verdade é aquilo sobre o qual nos podemos apoiar para não cair. Neste sentido relacional, o único verdadeiramente fiável e digno de confiança sobre o qual se pode contar, ou seja, o único «verdadeiro» é o Deus vivo. Eis a afirmação de Jesus: «Eu sou a
O TAPIRI nº 190 - Página 14
verdade» (Jo 14, 6). Sendo assim, o homem descobre sempre mais a verdade, quando a experimenta em si mesmo como fidelidade e fiabilidade de quem o ama. Só isto liberta o homem: «A verdade vos tornará livres»(Jo 8, 32). Libertação da falsidade e busca do relacionamento: eis aqui os dois ingredientes que não podem faltar, para que as nossas palavras e os nossos gestos sejam verdadeiros, autênticos e fiáveis. Para discernir a verdade, é preciso examinar aquilo que favorece a comunhão e promove o bem e aquilo que, ao invés, tende a isolar, dividir e contrapor. Por isso, a verdade não se alcança autenticamente quando é imposta como algo de extrínseco e impessoal; mas brota de relações livres entre as pessoas, na escuta recíproca. Além disso, não se acaba jamais de procurar a verdade, porque algo de falso sempre se pode insinuar, mesmo ao dizer coisas verdadeiras. De facto, uma argumentação impecável pode basear-se em factos inegáveis, mas, se for usada para ferir o outro e desacreditá-lo à vista alheia, por mais justa que apareça, não é habitada pela verdade. A partir dos frutos, podemos distinguir a verdade dos vários enunciados: se suscitam polémica, fomentam divisões, infundem resignação ou se, em vez disso, levam a uma reflexão consciente e madura, ao diálogo construtivo, a uma profícua atividade. 4. A PAZ É A VERDADEIRA NOTÍCIA O melhor antídoto contra as falsidades não são as estratégias, mas as pessoas: pessoas que, livres da ambição, estão prontas a ouvir e, através da
fadiga dum diálogo sincero, deixam emergir a verdade; pessoas que, atraídas pelo bem, se mostram responsáveis no uso da linguagem. Se a via de saída da difusão da desinformação é a responsabilidade, particularmente envolvido está quem, por profissão, é obrigado a ser responsável ao informar, ou seja, o jornalista, guardião das notícias. No mundo atual, ele não desempenha apenas uma profissão, mas uma verdadeira e própria missão. No meio do frenesim das notícias e na voragem dos scoop, tem o dever de lembrar que, no centro da notícia, não estão a velocidade em comunicá-la nem o impacto sobre a audience, mas as pessoas. Informar é formar, é lidar com a vida das pessoas. Por isso, a precisão das fontes e a custódia da comunicação são verdadeiros e próprios processos de desenvolvimento do bem, que geram confiança e abrem vias de comunhão e de paz. Por isso desejo convidar a que se promova um jornalismo de paz, sem entender, com esta expressão, um jornalismo «bonzinho», que negue a existência de problemas graves e assuma tons melífluos. Pelo contrário, penso num jornalismo sem fingimentos, hostil às falsidades, a slogans sensacionais e a declarações bombásticas; um jornalismo feito por pessoas para as pessoas e considerado como serviço a todas as pessoas, especialmente àquelas – e no mundo, são a maioria – que não têm voz; um jornalismo que não se limite a queimar notícias, mas se comprometa na busca das causas reais dos conflitos, para favorecer a sua compreensão das raízes e a sua superação através
O TAPIRI nº 190 - Página 15
do aviamento de processos virtuosos; um jornalismo empenhado a indicar soluções alternativas às escalation do clamor e da violência verbal. Por isso, inspirando-nos numa conhecida oração franciscana, poderemos dirigir-nos, à Verdade em pessoa, nestes termos: • Senhor, fazei de nós instrumentos da vossa paz; • Fazei-nos reconhecer o mal que se insinua em uma comunicação que não cria comunhão; • Tornai-nos capazes de tirar o veneno dos nossos juízos; • Ajudai-nos a falar dos outros como de irmãos e irmãs; • Vós sois fiel e digno de confiança; fazei que as nossas palavras sejam sementes de bem para o mundo: onde houver rumor, fazei que pratiquemos a escuta;
Google Imagens
• Onde houver confusão, fazei que inspiremos harmonia; • Onde houver ambiguidade, fazei que levemos clareza; • Onde houver exclusão, fazei que levemos partilha; • Onde houver sensacionalismo, fazei que usemos sobriedade; • Onde houver superficialidade, fazei que ponhamos interrogativos verdadeiros; • Onde houver preconceitos, fazei que despertemos confiança; • Onde houver agressividade, fazei que levemos respeito; • Onde houver falsidade, fazei que levemos verdade. Amém. Vaticano, 24 de janeiro Memória de São Francisco de Sales – do ano de 2018.
O TAPIRI nº 190 - Página 16
“O TEMPO É EXCELENTE”: CADA COMUNIDADE UMA VOCAÇÃO Google Imagens
Por P. João da Silva Mendonça Filho1, sdb A expressão que intitula este artigo pode causar estranheza em algumas pessoas, pois o autor é nada mais, nada menos que Mao Tsé Tung; contudo, calma, não sou comunista! Apenas me aproprio de uma frase que, diante da realidade líquida e caótica da época, ele afirmava: “Há uma grande desordem sob o céu, a situação é excelente”. Vivemos tempos difíceis de rápidas e profundas mudanças (DAp, 44). Há um colapso social, politico, econômico, religioso e ético em andamento no Brasil. Estamos quebrados. O tempo parece não ser favorável para a maioria do 1 Pe. João da Silva Mendonça Filho é Salesiano de Dom Bosco, pertence a Província Salesiano do Norte do Brasil (Inspetoria São Domingos Sávio). Autor de artigos para revistas especializadas, autor de livros para juventude e vida religiosa, pregador de retiro. Atualmente é membro do conselho da CRB regional Norte 2 Pará-Amapá e pároco.
povo, sobretudo para os mais pobres, que veem escapar por entre os dedos direitos adquiridos, os avanços sociais e a democracia. Estamos diante de um colapso político agravado pela corrupção generalizada, o descrédito nos agentes políticos e falta de lideranças em vários setores da sociedade, inclusive da Igreja. Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim (Jo 14,1).
Tentarei, desde a minha sensibilidade pastoral e observação, apresentar alguns elementos desta aridez líquida que desafia nossa ação evangelizadora como também aspectos de esperança. A secura da terra, entenda-se, nossa humanidade, pode ser compreendida como: retorno à seguranças, liquidez
O TAPIRI nº 190 - Página 17
comunitária, liquidez vocacional, liquidez das famílias, liquidez de compromissos, liquidez afetivo-sexual. No entanto, a esperança pode ser entendida como: reinventar a base evangélica cristã, reinventar a comunidade na cidade urbana vertical, reinventar o profetismo cristão, reinventar a mística cristã, seguir os passos da iniciação cristã com as novas gerações, reinventar a animação juvenil vocacional. Examinai tudo, fiquem com o que é bom e afastem-se de toda espécie de maldade (1Ts 5,21-22).
1. TEMPOS DE LUTO A CNBB, na última Assembleia Geral 56ª, diante deste colapso humano e consequentemente vocacional, nos convida a bater mais uma vez na porta do coração de Deus para pedir pelas vocações, sobretudo para a vida religiosa e presbiteral, sem, contudo, esquecer aquela do matrimônio. Porém, a “desordem social” que chaga a transformar o tecido humano, que se rompeu, causa dificuldade em saber propor a vida como vocação para as novas gerações; parece que estamos nadando contra a correnteza. Há um luto eclesial, uma certa desconfiança e desanimo na própria vida religiosa e presbiteral que esturricou a terra, tornou o terreno árido. Será que ainda dá para semear? Não é difícil constatar que juventudes ainda temos e muito neste imenso Brasil. Contudo, o encantamento pelo seguimento radical de Jesus parece não seduzir o suficiente, nem atrair. Muitos não fazem mais a pergunta: “Mestre, onde moras?” (Jo 1,38). As desculpas
são muitas: Tenho que me despedir dos meus amigos. Preciso enterrar um familiar falecido. Tenho uma faculdade para terminar. Ainda sou muito jovem, quem sabe mais tarde. Preciso aproveitar a vida ao máximo. Não consigo viver sem sexo. No entanto, o projeto da CNBB, “cada comunidade uma vocação”, está ai para ser assumido por todos nós, embora a proposta esbarre na subjetividade das respostas, do medo e até na raiz mesma da vida cristã e do desencanto de tantas comunidades quebradas pelos ventos da modernidade liquida. Os ramos estão secando devido a uma liberdade autodestruidora egoísta. Portanto, diante da liquidez vocacional atual, onde os jovens, aparentemente não escutam a voz de Deus ou se escutam, relutam em aceitar esta possibilidade, a vida religiosa consagrada envelhece de forma assustadora. Parece que a espera do noivo nos deixou cansados, sem o combustível que alimenta a luz da fé e o colapso foi eminente (Mt 25, 1-13). Ao despertar de uma época em que as vocações brotavam dos grupos juvenis, de uma pastoral da juventude robusta e do empenho de animadores vocacionais atuantes, nos demos conta de que em nossas Províncias e comunidades religiosas, paróquias e seminários estão quase vazios. Muitos entram e muitos saem. Queremos vocações, porém, “há uma desordem sob o céu” e o tempo parece não ser tão favorável assim ao chamado. Analisemos, portanto, os desafios. Não extingais o Espírito (1 Ts 5,19).
O TAPIRI nº 190 - Página 18
2. TEMPO DE LIQUIDEZ 2.1 Retorno à seguranças: no empenho de atrair vocações a tentação é voltar ao passado. Algumas novas formas de vida voltam à grande disciplina, outros se seguram nos hábitos, nas batinas, nas práticas devotas radicais, porém, tudo isto não acende a lâmpada apagada; não há luz no fim do túnel. A “teologia do pano” encanta, mas não transforma, ao contrário, esconde os desejos mais profundos, os sonhos mais latentes. Voltar aos elementos que outrora davam status e segurança parece não produzir a energia que precisamos para retomar o caminho das vocações. Tudo é muito transitório, descartável, inclusive os conselhos evangélicos. O apelo vocacional não ultrapassa a cultura da aparência. Perdura ainda a busca do sacerdócio ministerial, sobretudo no clero diocesano, porém, a vida religiosa e, mais ainda, feminina, parece sucumbir. 2.2 Liquidez comunitária: não é segredo para ninguém que estamos num processo de esvaziamento da vivência comunitária tanto nas pastorais e movimentos, como também nas comunidades religiosas. Há um desvinculo comunitário. A motivação de participar de um grupo é quase sempre voltado aos interesses pessoais, alimentado pelo imediatismo das respostas e pela solução milagrosa dos problemas. Muitos não querem
esperar o tempo propicio. Tudo é rápido demais, automático demais, fútil demais. O ativismo não nos deixa pensar, a ansiosidade tomou conta de nossas vidas. A doença do século é a vida ansiosa, sem reflexão e sem parar para pensar. A comunidade com seus tempos, horários, normas e disciplina parece roubar de nós a liberdade. Há também religiosos e religiosas que vivem isolados, submersos em seus projetos: não rezam, não partilham, não convivem, não se misturam, não querem definitivamente ser fraternos. 2.3 Liquidez vocacional: a forma como muitos religiosos e religiosas deixam “a vida de exclusiva pertença ao Senhor2” é cada vez mais banal e frequente. O projeto pessoal é muito mais forte do que a missão comum. Muitos entram na VRC como uma tentativa de resolver os próprios vazios, porém, as paredes de nossas casas e seminários não foram feitas para esconder problemas. Aqueles que se refugiam saem desencantados com uma péssima experiência de consagração ou da formação presbiteral. A crise não é apenas do chamado, mas da liquidez da resposta. Os que ficam precisam se perguntar, sem medo: por que permaneço? O que encanta ainda minha fidelidade criativa? Ou será que não saiu porque não saberia o que fazer? 2 JOÃO PAULO II, Exortação apostólica pós sinodal VITA CONSECRATA, Paulinas, 1996, n. 30.
O TAPIRI nº 190 - Página 19
2.4 Liquidez das famílias: os vínculos familiares mudam rapidamente. A fecundidade do amor conjugal, que se manifesta também nos filhos gerados no amor, tornou-se um dilema, devido aos caos social. Filho é problema e a solução é criar gato, cachorro ou qualquer animal silvestre, eis a solução. Casais homoafetivos passam a ser também expressão de família. É tudo muito complexo e socialmente delicado. Mesmo que alguns eclesiásticos e cristãos leigos e leigas mais conservadores queiram manter a célula familiar intocável: pai, mãe e filhos; a realidade é bem diferente. Sem filhos ou com um único filho, muitos casais não abrem a possibilidade do chamado vocacional. Os filhos se tornam propriedade particular super protegida. 2.5 Liquidez do compromisso: assumir com empenho uma missão ou um trabalho de forma estável tornou-se um drama. A
Google Imagens
sentença “nada é para sempre” dita o comportamento. Falar de voto perpétuo, casamento para sempre, fidelidade e exclusividade a uma causa ou pessoa é quase piada em nossos dias. A sensação é de que nada pode ser determinado para sempre, tudo é passageiro. Ao contrário do livro do Eclesiastes que canta o tempo, o presentismo é muito mais agudo: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou; Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar; Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar; Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar; Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de
O TAPIRI nº 190 - Página 20
lançar fora; Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar; Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz”. (Eclesiastes 3,1-8). Na ausência de compromissos a longo prazo o tempo está a um clique. É o hoje porque o ontem foi esquecido e o amanhã é incerto. 2.6 Liquidez afetivo-sexual: a afetividade e a sexualidade estão sob a “desordem do céu”. A liberdade das relações e o prazer sem troca e sem reciprocidade tornou-se um dilema para muitos e muitas. A questão não é o que o outro sente, sua felicidade, mas o que eu sinto e minha satisfação. A sexualidade, por sua vez, enveredou o caminho da oferta e da procura. Ser homem ou mulher é uma questão de condição. Deixou de ser identidade. No contexto juvenil a confusão é ainda maior. A curiosidade somada às múltiplas experiências deu lugar a subjetividade sexual e afetiva. Não há limites, nem princípios, nem valores religiosos, apenas o prazer como sensação para saciar a fome do outro aqui e agora. O verbo mais usado é comer o outro e não o amar outro. Isto desestrutura a pessoa e, no dizer de Antônio Moser: “Não existe pessoa integrada sem haver integrado sua própria sexualidade. É uma tarefa de toda a vida3”. Diante desses desafios que mexem com nossas crenças, valores e 3 MOSER, Antônio, O enigma da esfinge, a sexualidade, 3ª ed, Petropolis: Vozes, 2001, p. 45.
comportamentos, podemos ainda dizer que o “tempo é excelente?”. Vejamos alguns elementos. Aquele que vos chama é fiel, e Ele também o fará. Pedido de oração e saudação final Irmãos, orai por nós (1 Ts 5,24-25).
3. TEMPO DE REINVENTAR A ESPERANÇA 3.1 Reinventar a base evangélica da vida cristã: é preciso encontrar o caminho do encontro com Jesus. A pergunta de Tomé ecoa ainda hoje: “Senhor, não sabemos para onde vais; e como poderemos conhecer o caminho?” (Jo 14,5). O encontro com Ele não se dá por uma questão de adequação ou proselitismo, mas pela atração. Faz-se urgente uma forma de vida que toque a pessoa em profundidade, que não seja como um verniz. Neste sentido, temos que reconhecer que as Novas comunidades de vida, salvo alguns exageros, estão correspondendo a um estilo evangélico de radicalidade, vida comunitária, pobreza e trabalho com os mais pobres. Eis a razão da vitalidade destas comunidades de consagrados que não sentem a penúria vocacional. Portanto, Enquanto a evangelização não penetrar as formas de juízo, os valores e o agir, será muito difícil suscitar vocações para a vida religiosa em nossos dias. Enquanto não reencontrarmos o valor da experiência do discipulado, pois o “discípulo é aquele que é chamado pelo Se-
O TAPIRI nº 190 - Página 21
Google Imagens
nhor a ficar com Ele (Mc 3,14), segui-lo e tornar-se missionário do Evangelho4”, com a escuta atenta e despojamento para seguir o Senhor, não será fácil propor a vida como generosidade ao chamado gratuito de Deus. 3.2 Reinventar a comunidade na cidade urbana vertical: o saber estar junto no contexto urbano vertical é mais difícil que no mundo rural, que é horizontal. A cidade cria fronteiras, muros e uma nova lógica de vida que influencia muitíssimo no contato comunitário. Unir o viver horizontal com o vertical será para nós religiosos e religiosas a arte de reinventar a comunidade proposta acolhedora, aberta, alegre, missionária, discípula e santa5. O jovem não precisa encontrar um santo na comu-
nidade que se comporta bem, mas uma comunidade que se santifica ora unida em oração, ora em atividades diversas, ora à mesa, ora gerenciando os conflitos, ora no perdão reciproco. É uma aliança que gera vínculos de reconhecimentos recíprocos. A comunidade é chamada a ser “casa e escola da comunhão6”, para formar homens e mulheres de comunhão porque as pessoas chamadas nascem de uma comunidade e para ela voltam para servir com alegria7. 3.3 Reinventar o profetismo cristão: ser profeta não é apenas denunciar, mas também saber propor, calar, ouvir. O profeta e a profetiza deve ser coerente na denúncia e no anúncio. Não se trata de um ser estranho que adivinha e modifica o destino, um “funcionário
4 CNBB, O Dom da Vocação Presbiteral, Ratio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis, 1a. ed, Brasilia, 2017, n. 61. 5 FRANCISCO, Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate, São Paulo: Paulinas, 2ª ed., 2018, n. 128.
6 JOÃO PAULO II, Exortação Apostólica Pós-Sinodal Pastores Dabo Vobis, n, 34, In ASS (1992), 713. 7 FRANCISCO: Discurso aos seminaristas, noviços e noviças provenientes de várias partes do mundo por ocasião do Ano da fé, Roma, 06/07/2013.
O TAPIRI nº 190 - Página 22
do sagrado8”, mas um sábio que ajuda todos a serem profetas (Nm 11, 25-29). A vida religiosa profetiza é aquela que manifesta no cotidiano o avesso do aparentemente normal. É verdadeira parrésia, ou seja, “impulso evangelizador”, que supera o medo e os limites de nossas fraquezas9. 3.4 Reinventar a mística cristã: o exercício da vida cristã é aquele que deixa tudo e se coloca como luz ora diante do povo para indicar caminhos, ora no meio para curar os feridos e saciar os famintos, ora atrás para impulsionar, motivar e até empurrar o povo. O místico não é apenas um orante, mas um intercessor. Os religiosos e religiosas precisam estar atentos para atrair para Deus e não para seus caprichos. Trata-se da luta permanente contra o mal presente no mundo no ódio, na tristeza, na inveja e nos vícios10. 3.5 Reinventar a vida cristã para as novas gerações: faltam religiosos e religiosas na catequese, nos grupos juvenis, nas periferias existências dos jovens, no mundo digital. É preciso estar nas novas praças onde eles vivem, às vezes sem compreender muito bem a força de vida destes lugares existenciais. Na atual cultura da imagem os jovens precisam ver, interagir, sentir a proximidade, a fraternidade e a solidariedade dos religiosos e 8 JOÃO PAULO II, Pastores Dabo Vobis, n. 72. 9 FRANCISCO, Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate, n. 129. 10 Ibidem, n. 158.161ss
Google Imagens
religiosas e, porque não dizer, dos padres. É sintomático que as novas gerações perdem aos poucos o contato direto com as pessoas consagradas, e, como elas precisam ver, ouvir e tocar, fica ainda mais difícil deixar-se seduzir e encantar. 3.6 Reinventar a animação juvenil vocacional: por uma questão de mentalidade e dualismo pastoral, por décadas se fez pastoral juvenil paralela a animação vocacional. Nos grupos de juventude não se falava de vocação. Os frutos desta metodologia repercutem hoje. A maioria dos jovens católicos desconhecem o sentido da vida como vocação. Apenas grupos seletos, jovens bonzinhos e às vezes ingênuos, são tratados como perolas raras para a vida religiosa e o ministério presbiteral. Isto deve mudar! A proposta deve ser ampla. A temática vocação e vocações precisa ser resgatada desde a catequese até a inserção dos jovens nos grupos de interesses. É preciso entender que o chamado de Deus nasce na pia batismal e se concretiza no amadurecimento da fé e no discernimento. A vida é vocação, que se torna projeto e se concretiza na generosidade da resposta ao amor incondicional de Deus que chama
O TAPIRI nº 190 - Página 23
desde o útero materno (Jr 1,4-5; Is 49,1; 1 Cor 8,3; Gl 1,15; Rm 1,1; Ef 4,11-12; 1 Cor 9,16). Entretanto, o Senhor é fiel; Ele vos fortalecerá e vos livrará do Maligno (2Ts 3,3).
CONCLUSÃO Saiamos às pressas para as novas periferias existências dos jovens se de fato queremos vocações. A fidelidade criativa nos provoca. Não tenhamos medo de seus símbolos, ritos e gestos. O “tempo é excelente” porque nos desafia a apresenta saídas pra o saber “cuidar das vocações11”. Não tenhamos medo de ser comunidades proposta, seminaristas proposta, religiosos e religiosas proposta, padre proposta, bispo proposta. Não caiamos no erro de achar que propor atos radicalidade está fora de moda. Para tempos difíceis as propostas devem tocar a pessoa em profundidade. Rompamos, então, com as barreiras e os muros que nos separam das novas gerações. É tempo de sair do sofá e criar pontes (Papa Francisco). É preciso rezar, como bem dizia Jesus: “Pedi, e vos será concedido; buscai, e encontrareis; batei, e a porta será aberta para vós. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e a quem 11 JOÃO PAULO II, Pastores Dabo Vobis, n. 34.
bate, se lhe abrirá” (Mt 7,7-8). Rezemos e ajudemos a rezar aos jovens, adolescentes, crianças e adultos. Mais do que isto. Sejamos comunidades orantes. Contudo, saiamos às pressas ao encontro, façamos realidade a cultura do encontro. Bendito seja o fruto das vocações porque Deus continua chamando no meio da terra esturricada. Enfim, seguindo o apelo de Francisco, sejamos santos e santas. É pedir muito? Não. É pedir o essencial. São João Bosco, no século XIX, fazia explicitamente aos jovens o convite a serem santos e muitos deles assumiram no cotidiano o jeito simples de santidade: fazer bem os deveres, ajudar os companheiros e estar sempre alegres. Os frutos desta santidade do cotidiano vivida na comunidade religiosa salesiana nascente foram: São Domingos Sávio, Beata Laura Vicuña, Beato Miguel Rua, Filipe Rinalde, Luiz Variara, a própria Mãe de Dom Bosco, Margarida. De fato, “O senhor quer-nos Santos12”. Eis o caminho para novas vocações. QUESTÕES PARA REFLETIR: 1. Libânio perguntava num de seus livros: “Para onde vai a juventude?”. Agora perguntemo-nos: Para onde vamos como vida religiosa consagrada? 2. São João Paulo II dizia em Vita Consecrata, que os conselhos evangélicos são nosso maior desafio. De fato, como viver profeticamente e de forma mística os conselhos evangélicos em tempos de luto? 12 FRANCISCO, Exortação apostólica Gaudete et Exsultate, N. 1
O TAPIRI nยบ 190 - Pรกgina 24
II RETIRO DOS JOVENS RIO NEGRINOS 2018 Crédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
Salesianos e jovens do grupo Rio Negrinos participantes do retiro.
O Grupo de Jovens Rio Negrinos realizou nos dias 30 de junho e 01 de julho, o II Retiro dos Jovens Rio Negrinos com o tema: “Juventude Indígena e Protagonismo Juvenil: Entre vocês jovens me sinto Bem”. O momento reflexivo reuniu cerca de 25 jovens no Sítio Dom Bosco em Manaus. O evento iniciou-se com a concentração dos jovens no Centro Salesiano de Formação-CESAF, depois se dirigindo ao Sítio Dom Bosco onde ocorreu o retiro. Na noite de sábado houve um bonito momento mariano com a récita do Terço rezado em procissão com paradas para cada mistério e animação de cantos marianos durante as caminhadas. No segundo dia, a programação contou com oração da manhã através de leituras bíblicas e mantras, o mo-
mento reflexivo sobre a temática do retiro foi dirigida pelo P. José Ivanildo Melo, no qual ressaltou que cada jovem se torna protagonista através do seu projeto de vida, propondo perguntas reflexivas a partir do texto Bíblico da Vocação de Abraão no Livro de Genesis, no qual os participantes ressaltaram a semelhança da história de Abraão com a realidade dos jovens participantes. Como conclusão da manhã foi celebrada uma missa presidida também pelo Pe. José Ivanildo Sdb, com ofício da Solenidade dos Santos Mártires São Pedro e São Paulo, puderam ter uma vivência espiritual da Paixão do Senhor através da comunhão do corpo e sangue de Jesus Cristo. O objetivo deste encontro foi despertar o ser protagonista como jovem indígena, através de uma vivencia pró-
O TAPIRI nº 190 - Página 26
xima entre irmãos e comunidade, esse momento trouxe novas perspectivas na visão dos jovens como relata a Jovem Adriely: “o retiro me proporcionou uma experiência muito boa, participando pela primeira vez, me ajudou a ter mais força na caminhada dos meus estudos, a reflexão com o padre me ajudou bastante, o grupo me fez sentir bem, puder conhecer e vivenciar com novas amizades no grupo”. O encontro foi programando e preparado pelos coordenadores do grupo, que também estiveram dirigindo os momentos para que os demais pudessem se encontrar nas reflexões, como relata o Coordenador Raydson: “Para nós da coordenação o momento foi uma oportunidade de servir ao
próximo, aos jovens presentes, com momentos delicadamente dirigidos, na qual podemos através da experiência encontrar os fortalecimentos dos laços de fraternidade dentro do carisma Salesiano, como uma família Rio Negrina”, afirmou. O grupo agradece a Deus pelo dom da vida, aos seus colaboradores, a Família Salesiana em especial a Inspetor Padre Jefferson Luis Sdb - Inspetoria Salesiana Missionária da Amazônia ISMA, ao Vice Inspetor e mentor do grupo Pe. Reginaldo Cordeiro Sdb, Pe. José Ivanildo, Pe. Isley Nascimento Sdb, Tirocinante Giovane Sdb e a comunidade do CESAF pela disposição do momento reflexivo e a acolhida durante os dois dias.
Crédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
MISSÃO SALESIANA DE IAUARETÊ RECEBE VISITA DE PROCURADORES MISSIONÁRIOS
Missionários da Inspetoria de Turim em visita a Iauaretê.
De 14 a 18 de junho, a Missão Salesiana de Iauaretê, recebeu a visita do Presidente da Missioni Don Bosco de Turim, na Itália, o Sr. Giampietro Pettenon, junto com padre Enrico Lupano, animador Missionário da Inspetoria de Turim. Acompanhados pelo diretor da Missão Salesiana de Iauaretê, padre Roberto Cappelleti, a visita iniciou-se no dia 12, com um encontro entre o Vigário Inspetorial, padre Reginaldo Cordeiro, o Ecônomo Inspetorial, padre Alberto Rypel e o Coordenador da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento (SPD), padre Slawomir. Na pauta da visita, diálogos e reflexões
O TAPIRI nº 190 - Página 27 Crédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
Grupo de crianças e jovens da comunidade local em acolhida aos missionários.
sobre possíveis projetos com a Missioni Don Bosco. A visita em Iauaretê foi caracterizada por vários momentos de acolhida por parte das escolas, associações indígenas, grupos do oratório e da paróquia São Miguel. Os procuradores italianos apreciaram muito o clima de família que respiraram na Missão. Destaque também para a acolhida das salesianas que nos momentos de refeição serviram um bolo, uma pizza e uma escultura de fruta feita pela missionária irmã Linh. Durante a visita, padre Enrico disse que nunca tinha recebido tantos abraços iguais aos que recebeu na missão indígena. Outro ponto importante da visita foi o acompanhamento do irmão Giampietro, onde teve a oportunidade de verificar que os projetos aplicados na missão de Iauaretê estão sendo bem cumpridas, como os benfeitores italianos queriam: a nova casa para a comunidade; os aspirantes e as crianças desprotegidas; a construção do muro ao redor da missão; a iluminação
do campo de futebol; a revitalização da horta; a reforma geral no trator; as crianças beneficiadas com material escolar, roupas e brinquedos. Tudo isso, graças aos padrinhos italianos do apoio a distância. Além disso, o que mais chamou a atenção dos visitantes foi o grande número de crianças, adolescentes e jovens presentes no oratório e nas duas noites de festa junina, dos “Oratorianos na Roça”, manifestação durante a qual eles se disponibilizaram como jurados. É de grande agradecimento a bela acolhida que a Casa Inspetorial, a Comunidade salesiana de São Gabriel e a comunidade das irmãs salesianas de Taracuá reservaram para os visitantes. Sempre em um grande clima de família e fraternidade salesiana. Com certeza uma outra experiência que eles nunca irão esquecer foi a viagem de 12 horas de voadeira nos Rios Negro e Uaupés. Na conclusão da visita, no aeroporto de São Gabriel, Giampietro pediu a todos da Inspetoria, quem rezem com carinho e com coração agradecido pelas ações concedidas pelos benfeitores.
O TAPIRI nº 190 - Página 28
Crédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
COMISSÃO INSPETORIAL DE COMUNICAÇÃO (CIC) REALIZA ENCONTRO DE REFLEXÃO E PLANEJAMENTO
Membros da Comissão Inspetorial de Comunicção - CIC
No dia 21/06, a Comissão Inspetorial de Comunicação-CIC, reuniu-se no Centro Inspetorial para revisar seu calendário de atividades do segundo semestre deste ano e começar as reflexões em vista do planejamento para o ano de 2019. Na parte da tarde houve uma reunião ampliada com a presença de colaboradores no âmbito da comunicação das diversas obras da cidade de Manaus, a saber – Renan Pinheiro (AJS e Paróquia S. José-Leste), Jhones Pio (Colégio Dom Bosco-Centro), Hector Felipe (TI-Isma), Bruna Sousa (Colégio Dom Bosco-Leste) e Jonathan Dourado (Pró Menor Dom Bosco). Na pauta, foram partilhados os devidos encaminhamentos para a cobertura do Encontro Nacional dos Salesianos Cooperadores-SSCC que acontecerá de 12-15 de julho em
Manaus. Outro assunto apresentado e encaminhado foi o Encontro de Polo da RSB-Comunicação que esse ano acontecerá em Manaus e Belém ambos no mês de agosto. Os dois assuntos da pauta foram apresentados pelos colaboradores do Centro Inspetorial, José Luis (Zeca) e Eduardo Lacerda. Concluindo a pauta, padre José Ivanildo, delegado para a Comunicação refletiu com os participantes a possibilidade de criação do Conselho Ampliado de Comunicadores (CAC), que servirá de suporte para as ações da CIC. Esta equipe, formada por jovens e colaboradores das presenças salesianas deverá ajudar a CIC nos vários serviços no âmbito da comunicação, facilitando assim o serviço, a formação e a qualidade dos trabalhos realizados pelas obras da Inspetoria.
O TAPIRI nº 190 - Página 29
Crédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
DEFESA DA TESE DE MESTRADO DO PE. JACINTO SAMPAIO
Pe. Jacinto (esquerda) após sua defesa de mestrado.
Na tarde do dia 21 de junho, o P. José Jacinto Sampaio (esquerda), Salesiano da Inspetoria Salesiana Missionaria da Amazônia, defendeu com grande êxito a sua tese de mestrado com o tema: A Juventude Indígena Tukano Oriental na Diocese de São Gabriel da Cachoeira, Brasil. Perspectivas pastorais numa época de mutações. Com a tese o Padre Jacinto conclui seu estudo na Universidade Pontifícia Salesiana de Roma. O elaborado é fruto de sua experiência pessoal e do aprofundamento que ele fez durante esses dois anos de estudos na área de Pastoral Juvenil, da Faculdade de Teologia da UPS. A tese se refere aos jovens da família linguística TUKANO que vivem no noroeste do Estado do Amazonas, região conhecida como Boca do Cachorro, essa região faz parte da Diocese de São Gabriel da Cachoeira. O Padre Jacinto, contextualiza sua reflexão a partir do processo de evangelização dos povos indígenas nessa
grande região. Atento as necessidades dos jovens Tukanos, traça algumas propostas pastorais significativas para essa parte da população indígena que enfrenta em sua realidade as mudanças causadas pela Pós Modernidade. Motivado pelo sínodo Pan-Amazônico que ocorrerá no próximo ano, padre Jacinto analisou a realidade juvenil dos povos da família linguística Tukano Oriental, presentes no norte do Brasil, afim de sugerir linhas de ação para a Pastoral Juvenil indígena in ótica intercultural. A banca que analisou seu trabalho, era formada pelos professores: Marcello Scarpa (presidente) Damásio Raimundo Medeiros Santos (primeiro relator) e Francis-Vicent Anthony (segundo relator). Seu relator professor Damásio Medeiros, ressaltou que o trabalho apresentado era pioneiro em sua área, pelo estudo histórico da Pastoral Juvenil e pelas ações propostas para um acompanhamento dos jovens. O segundo relator em sua fala disse que é um trabalho que deve ser continuado e atuado na Diocese de São Gabriel da Cachoeira. No final da apresentação P. Jacinto agradeceu a presença dos amigos que estavam presentes, de seus professores, do seu diretor, do relator e do Inspetor Padre Jefferson Luís, que se fez presente. Com o final dos Estudos em Roma P. José Jacinto volta ao Brasil para dar continuidade na missão dos salesianos que trabalham nessa grande e bela região Brasileira. Nossos votos de boa viagem e bom trabalho na nova missão.
O TAPIRI nº 190 - Página 30
Crédito: Agência de Notícias Salesianas - ANS
CURSO DE FORMAÇÃO PARA NOVOS INSPETORES
Grupo de novos inspetores reunidos.
Aconteceu em Roma de 10 a 23 de junho, o Curso para novos Inspetores, nove inspetores participaram do curso vindos de toda parte do mundo. Coordenado pelo P. Francesco Cereda, Vigário do Reitor-Mor, e organizado por seu colaborador P. Saimy Ezhanikatt - participam os Superiores de nove Circunscrições Salesianas (siglas em ordem alfabética), pertencentes a cinco Regiões do Mundo Salesiano: Manuel Jiménez, da Inspetoria África Congo Congo (ACC); William Matthews, da Inspetoria Austrália-Pacífico (AUL); Ernesto Justo Piccinini, da Inspetoria do Brasil-São Paulo (BSP); Jefferson Luís Santos, da Inspetoria do Brasil-Manaus (BMA); Carlos Lira, da Inspetoria do Chile (CIL); Tihomir Šutalo, da Inspetoria da Croácia (CRO); Manuel Cayo, da Inspetoria do Peru (PER); Timothy Zak, da inspetoria dos Estados Unidos Leste e Canadá (SUE); Alfonso Bauer, da Inspetoria do Uruguai (URU).
O curso, como de costume, se realiza concomitantemente com uma Sessão Plenária do Conselho Geral, exatamente para permitir aos novos Inspetores interagir e tratar, tanto em grupo quanto individualmente, com todos os responsáveis pela Congregação em nível mundial. Entre os principais temas tratados nas sessões comuns estão as linhas do projeto do sexênio e das indicações para a animação e o governo da própria Inspetoria; a apresentação dos elementos jurídicos fundamentais assim como da realidade atual da Congregação nas diferentes Regiões do Mundo; e sugestões para o cuidado da Vida e Disciplina religiosas nas comunidades a eles confiadas. O Curso terminou no sábado, 23 de junho, com um tempo de partilha das experiências vividas entre todos os Cursistas, junto com o Reitor-Mor e o seu Conselho.
O TAPIRI nº 190 - Página 31
Crédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
PE. ANTÔNIO GÓES: UMA VIDA DEDICADA AOS YANOMAMI
Pe. Góes (centro) e indígenas de Maturacá.
Celebrando o Centenário de nascimento do P. Antônio José Góes (19182018), a Inspetoria São Domingos Sávio apresentou um número especial do Informativo "O tapiri" contando um pouco de sua vida e obra. Com esta singela homenagem agradecemos a Deus o dom da vocação missionária do fundador da presença salesiana entre os indígenas Yanomami de Maturacá e Marauiá-AM, trabalho continuado até os nossos dias por tantos outros insignes salesianos. Acesse o site da Inspetoria, isma.org.br ou o endereço: https://issuu.com/inspetoriasalesiana, para leitura da revista.
MÊS MARIANO DE INTENSA ATIVIDADE NO COLÉGIO DOM BOSCO-CENTRO DE MANAUS As atividades do mês foram encerradas no dia 26/05, com a participação da Comunidade Educativo Pastoral na Manifestação Mariana Salesiana de Manaus. Crédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
Durante todo o mês de maio o Colégio Dom Bosco-Centro foi bastante movimentado com as atividades animadas pelo setor de Pastoral em parceria com outros setores pedagógicos: O “Bom dia” e o “Boa tarde” foram realizados por Mães convidadas que aceitaram o desafio proposto. Também foi proporcionado aos alunos um encontro com Maria, através da oração e reflexão diante da imagem. No dia 24 a Comunidade Educativo-Pastoral, celebrou com entusiasmo e alegria o dia de Nossa Senhora Auxiliadora, seguido de oratório festivo.
Aluna no momento de coroação de N.S. Auxiliadora.
O TAPIRI nº 190 - Página 32
Crédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
GINCANA MARIANA AGITA O CENTRO SALESIANO DO MENOR EM PORTO VELHO
Grupo de alunos participantes da Gincana Mariana.
De 28 a 30 de maio, aconteceu a tradicional Gincana Mariana no Centro Salesiano do Menor de Porto Velho/RO, com o tema: “Quem confia em Maria, Jamais será iludido”. A gincana foi movida com momentos de alegria, fraternidade e diversão, muitas foram às mensagens de devoção voltadas a Nossa Senhora Auxiliadora. Padre Humberto Ribeiro, conduziu a solenidade de abertura da gincana motivando e partilhando sobre a im-
portância e o sentido da gincana, concluindo fez o juramento com os alunos. O objetivo é colaborar com os jovens a fim de desenvolver as capacidades e aptidões até a plena maturidade. Foram três dias de espiritualidade Salesiana de modo concreto e ativo. Gratidão e compromisso definem os sentimentos presentes pelas experiências vividas nestes dias. Alguns membros da Articulação da Juventude Salesiana/Porto Velho, contribuindo com a organização e animação do evento.
Crédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
Crédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
Grupo de Jovens na Gincana Mariana.
O TAPIRI nº 190 - Página 33
PARÓQUIAS SALESIANAS DO RIO NEGRO CONCLUEM O MÊS DE MAIO COM CELEBRAÇÕES Crédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
Celebrações ocorridas em diversas paróquias salesianas.
Foi com muita alegria e devoção que as paróquias salesianas de Iauaretê, Santa Isabel e Maturacá, no Rio Negro/AM, concluíram o mês dedicado a Maria com diversas celebrações. Na Missão Salesiana de Iauaretê, o 31 de maio iniciou-se com a tradicional missa e procissão de Corpus Christi. À noite a comunidade se reuniu para uma bela manifestação, realizando a Coroação de Nossa Senhora. Cada comunidade fez uma linda homenagem para a nossa Mãe do céu, com cantos, danças indígenas e poesias. A programação durou aproximadamente 3 horas e foi concluída com a coroação. Destaque para a entrega das medalhas que vieram diretamente da Basílica de Nossa Senhora Auxiliadora, em Turim, e foram acolhidas como sinal de bênção pelas mais de 500 pessoas que participaram do evento. Em Santa Isabel do Rio Negro/AM, o mês mariano foi concluído no dia 30/05. Os diversos grupos e famílias que realizaram encontros ao longo do mês, rezaram o rosário para dar graças
a Deus por intercessão de Maria, Mãe de Jesus e nossa. Em seguida, na quadra da Missão, foi realizada Santa Missa com uma numerosa e animada participação de crianças, jovens e adultos. Presidida pelo Bispo de São Gabriel da Cachoeira/AM e concelebrada pelos padres Reginaldo Barbosa e João Sucarrats foi um bonito momento de fé e devoção. Destaques nesta Celebração à Coroação de Nossa Senhora realizada por mais de cinquenta crianças da Catequese. Na Missão Salesiana de Maturacá, mais uma vez aconteceu o evento organizado pela Escola Indígena Imaculada Conceição e pela Paróquia Nossa Senhora de Lourdes. Segundo o pároco padre Washington Luis, “foi um momento de muita devoção ver as crianças cultivando desde cedo essa bonita devoção à Nossa Mãe Maria”. Tivemos dois momentos importantes: A Coroação de N. Senhora e em seguida O Show Mariano com a entrega de premiações aos que ficaram em primeiro, segundo e terceiro lugar no show mariano.
O TAPIRI nº 190 - Página 34
Crédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
VISITA PASTORAL A PARÓQUIA DE SANTA ISABEL DO RIO NEGRO
Dom Edson (centro) em visita a Santa Isabel do Rio Negro.
De 23 a 29 de maio, o pároco da Igreja de Santa Isabel do Rio Negro/AM, padre Reginaldo Barbosa acompanhou o bispo da Diocese de São Gabriel da Cachoeira/AM, Dom Edson Damian, em visita pastoral pelas comunidades ribeirinhas de Santa Isabel. Uma experiência rica e de muito trabalho devido a dimensão das localidades, a paróquia foi visitada de uma extensão a outra! No decorrer da visita, era visível a alegria dos moradaores que acolhiam com muito carinho e felicidade a presença do pároco e do bispo. Partilharam os seus desafios de viver nessas áreas, mas, sempre perseverantes na fé diante das investidas de outras religiões, além dos desafios do
alcoolismo, das drogas e do surto de malária que atinge a região. O objetivo desta visita pastoral “é intensificar a nossa presença nestas comunidades. já percebemos os bons frutos, comunidades paradas e desaparecidas, ressurgem e se reorganizam, outras estão mais animadas e fazem uma bela caminhada comunitária de fé”, disse padre Reginaldo Barbosa que acompanhou Dom Edson na visita. A presença salesiana é tão importante nas obras sociais, no Oratório e também vivenciada como expressão de fé nas comunidades ribeirinhas. A visita do bispo é animadora, ilumina e fortalece a vida desses irmãos e irmãs, afirmou padre Reginaldo.
O TAPIRI nº 190 - Página 37
MANIFESTAÇÃO MARIANA SALESIANA 2018 Crédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
Comunidade presente na MMS 18.
Com o tema “Com Maria, promovendo a cultura da não violência”, a família Salesiana realizou na tarde deste sábado, 26/05, a Manifestação Mariana Salesiana 2018, que aconteceu na quadra do Colégio-Paróquia Dom Bosco-Centro. Cerca de 300 pessoas, dentre elas jovens e religiosos, se reuniram para celebrar Nossa Senhora Auxiliadora. A acolhida ficou por conta do jovem Reinilson Paes da Articulação da Juventude Salesiana-AJS, que deu as boas vindas a todos os presentes. A animação ficou por conta da banda do Pró-Menor-Dom Bosco. Após o início da manifestação deu-se início a celebração solene, presidida pelo Vigário Inspetorial, padre Reginaldo Cordeiro e concelebrada pelos padres José Ivanildo e Luís Laudato. Durante a homilia, leigos e religiosos partilharam alguns tipos de violência em alusão ao tema da Manifestação. O casal, Helem e Marcelo falaram sobre a violência familiar, em seguida a Ir. Iran, FMA, apresentou a violência
nas mídias digitais, hoje mais conhecidas como “fake News”. Representando o Pró-Menor Dom Bosco, a assistente social, Jane, enfatizou sobre as mulheres, vítimas de violência. Sobre os temas voltados para a violência contra a diversidade, o jovem Paulo Gabriel, pré-noviço salesiano destacou o tema da violência contra os negros, a jovem universitária Jéssica Gonçalves sobre a violência indígena e o assistente administrativo João de Brito Gomes, a violência contra os homossexuais. Padre José Ivanildo concluiu a homilia destacando a gestação de paz na importância de sermos construtores da paz. Após a comunhão, jovens da Paróquia São José Operário-Leste realizaram a coroação de Nossa Senhora Auxiliadora, mostrando faixas que reapresentavam palavras em sinal de repúdio sobre as atitudes do homem. Sendo substituídas pelas atitudes de Maria. Finalizando a Manifestação foi servido o tradicional picolé, refrescando os participantes na tarde quente do sábado.
O TAPIRI nº 190 - Página 38
Crédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
CENTRO DO MENOR DE HUMAITÁ REALIZA TERÇO MARIANO
Crédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
Comunidade presente no auditório.
Concluindo as comemorações do mês Mariano, o Centro do Menor de Humaitá/AM, realizou no dia 25 de maio, o Terço Mariano. A obra envolveu toda a comunidade educativa e contou com a presença dos pais de alunos, colaboradores e educadores. De forma bem participativa cada dezena foi rezada por uma família. Em cada mistério do terço a aluna escolhida representou uma figura mariana: Nossa Senhora Auxiliadora, Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora Imaculada Conceição, Nossa Senhora do Carmo e Nossa Senhora Rosa Mística. Logo após a conclusão do terço, houve a coroação de Nossa Senhora com apresentação do grupo de dança Mamãe Margarida.
ENCONTRO DOS NOVOS ECÔNOMOS INSPETORIAIS Crédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
Aconteceu em Roma de 02-06 de maio, o curso para os novos ecônomos. O evento contou com a participação de ecônomos de 17 inspetorias salesianas do mundo que assumiram recentemente este serviço. O principal responsável pelas reflexões foi o Ecônomo Geral, L Jean Paul Müller. A formação teve como o objetivo principal ajudar a "trabalhar melhor", ou seja, oferecer um serviço de qualidade técnica e religiosa para as comunidades.
Grupo de novos ecônomos reunidos.
O TAPIRI nº 190 - Página 39
Nesse caso, específico a economia a serviço do carisma e da missão salesiana. Seguindo as orientações da Doutrina Social da Igreja, para quem a economia é um serviço aos mais pobres e só tem sentido se for apoiada pela reflexão teológica do serviço, o Sr. Müller aprofundou o tema da responsabilidade social e da seriedade administrativa. Percebe-se que nos últimos anos os vários Institutos Religiosos enfrentam graves problemas econômicos, por isso a necessidade do trabalho ser apoiado com as orientações dos documentos dos dicastérios eclesiais, como da Congregação Salesiana. Isso ajudará guardar os princípios éticos da vida cristã que brotam da palavra de Deus.
É importante, acrescentou Paul Müller, formar a consciência tanto nossa como de todos os nossos colaboradores responsáveis pela economia de nossas obras. O importante é que trabalhando sentimos que a comunidade é a nossa casa, sentimos a pertença que "esta é a minha casa". Pensando sempre sobre o melhor futuro da congregação. Com relação ao trabalho do ecônomo inspetorial, é um representante legal da inspetoria na sociedade civil. Deve saber administrar os bens da Inspetoria, conforme as Constituições e Regulamentos da Congregação. Claro tem várias outras obrigações como visitar as casas, acompanhar e orientar como um irmão entre irmãos.
90 ANOS DE PRESENÇA SALESIANA EM HUMAITÁAM: A SEMENTE FINCOU RAÍZES PROFUNDAS NO CHÃO DA AMAZÔNIA Crédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
Quando o carisma salesiano chegou na Amazônia em maio de 1915, quem poderia imaginar por onde ele se espalharia? Quem poderia, naquelas circunstâncias, medir a quantidade de pessoas que se envolveriam na missão tecida dia-a-dia com vitórias, fracassos e avanços? Os salesianos em Humaitá construíram ao longo desses 90 anos escolas, centros profissionalizantes, oratórios, atenderam pastoralmente os fiéis assumindo paróquias, realizando itinerância nas comunidades ribeirinhas. Junto com a valiosa colaboração das irmãs
Salesianos pioneiros recém chegados em Humaitá.
O TAPIRI nº 190 - Página 40
salesianas e muitos outros leigos da Família Salesiana, formaram gerações de “bons cristãos e honestos cidadãos”, cuidaram (e cuidam) da saúde do corpo e da alma, da educação formal e da formação cristã, enfim, parafraseando as palavras do Apóstolo Paulo- combateram o bom combate, guardaram a fé (cf. 2Tm 4, 7-8). Em 2010, em vista do redimensionamento da presença salesiana, os salesianos deixaram a cidade de Humaitá.
As raízes profundas da árvore planta, no entanto, fizeram a obra permanecer. Ao longo dos últimos anos garantir a subsistência do Centro do Menor Salesiano tem sido um desafio enorme, como foram nos anos iniciais, mas graças a coragem de leigos colaboradores hoje ainda podemos celebrar mais um ano dessa história que desejamos continue a nos inspirar por tantos outros anos. (O texto completo dessa matéria você pode ler no site da inspetoria: isma.org.br)
Crédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
Crédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
AJS DE PORTO VELHO REALIZA I MADRUGADA JOVEM
Grupo da AJS de Porto Velho
Grupo da AJS - PV em roda de oração.
A Articulação da Juventude Salesiana de Porto Velho/RO realizou nos dias 05-06 de maio, a primeira madrugada Jovem, com o tema: "Jovem, eu te digo, Levanta-te"(lc 7,14). Cerca de 25 adolescentes e jovens vivenciaram a experiência de reflexões, dinâmicas, músicas e entretenimento. Durante a noite se fizeram presentes P. Gilson Falcão e P. Francisco Alves. O P. Gilson, pároco e diretor da Comunidade Salesiana partilhou da alegria de iniciar esta experiência e o do caminho de Santidade que cada jovem pode seguir a exemplo de São Domingos Sávio, o aluno santo de Dom Bosco, na qual foi feito memória.
Padre Francisco Alves, em sintonia com o Sínodo dos jovens, refletiu a respeito do tema: "Os jovens, a fé e o discernimento vocacional". O mesmo propôs que cada jovem pudesse vivenciar um momento de oração com a Relíquia de São Domingos Sávio. Na manhã do domingo, as atividades do evento foram concluídas com a celebração da Santa Missa em honra a são Domingos Sávio. A AJS agradece a todos os participantes e colaboradores da Madrugada Jovem esperando realizar muitas outras edições desta bonita experiência.
O TAPIRI nº 190 - Página 41
PARÓQUIAS SALESIANAS DE MANAUS CELEBRAM O DIA DE SÃO JOSÉ OPERÁRIO Crédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
Carreatas ocorreram pela cidade Manaus em homenagem a São José Operário.
No dia 1º de maio, popularmente conhecido como dia do trabalhador, paróquias salesianas de Manaus celebraram a festa de São José Operário. O Santuário Arquidiocesano São José Operário - Centro e a Paróquia São José Operário - Leste, além das programações próprias realizaram algumas atividades em conjunto, manifestando assim a unidade do Carisma salesiano e da Igreja. No dia 30 de abril a tradicional carreata saiu do Santuário São José rumo a zona leste da cidade, onde fiéis aguardavam ansiosos a chegada da imagem em frente a matriz paroquial, onde fizeram uma grande festa em forma de acolhida. No dia 1º de maio pela manhã, centenas de fiéis se concentraram na Paróquia São José Operário-Leste, onde mais
de duzentos veículos acompanharam em carreata a imagem que percorreu as principais ruas e avenidas da cidade até chegar no Santuário São José-centro onde os padres realizaram aspersão com água nos veículos que passavam. Pela tarde no Santuário aconteceu missa presidida pelo Pe. João Benedito, seguida de procissão pelas ruas do bairro praça 14 de janeiro, em seguida os fiéis retornaram ao santuário para arraial festivo. Na Paróquia São José Operário-Leste, fiéis se concentraram em frente a matriz paroquial onde aconteceu procissão seguida de celebração, presidida pelo Inspetor, Pe. Jefferson Luis. Em seguida houve arraial festivo, com atrações musicais, comidas típicas e um super bingão de prêmios.
O TAPIRI nº 190 - Página 42
I ENCONTRO DE DIRETORES E CONSELHEIROS INSPETORIAIS – 2018 No primeiro dia o destaque foram às reflexões sobre: exigências para certificações de filantropia e o plano de governo Inspetoria para o sexênio 2018-2024. No segundo dia a celebração eucarística foi presidida por Dom Edmilson Tadeu C. dos Santos, Bispo Auxiliar de Manaus, foi um momento de encontro familiar e que reforçou o sentido de unidade eclesial. Após o café da manhã, Professor César Lobato, Diretor Executivo da FSDB apresentou aos diretores o quadro geral da instituição. Concluindo a reunião P. Jefferson Luis apresentou os desafios e perspectivas da Inspetoria, juntamente com as comunicações dos delegados e coordenadores de comissões inspetoriais.
Crédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
Nos dias 02 e 03 de maio, diretores e conselheiros da Inspetoria São Domingos Sávio, convocados pelo P. Inspetor, Jefferson Luis, deram abertura a primeira reunião conjunta de 2018. Iniciada com a celebração eucarística presidida por P. Genaro Tesauro, Diretor do Pró-menor Dom Bosco-Manaus, a intensa programação se estendeu até o dia 03. “O caráter desta reunião é, acima de tudo, para fortalecer os laços que nos unem fraternalmente, e para recordar a cada irmão a responsabilidade assumida como Diretor e Conselheiro de participar de forma colegiada da animação e governo da Inspetoria”, afirmou na acolhida P. Jefferson.
Grupo de diretores e conselheiros reunidos na Inspetoria São Domingos Sávio.
O TAPIRI nº 190 - Página 43
CONVIVÊNCIA VOCACIONAL SALESIANA EM ANANINDEUA/PA Crédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
PP Josué e Mendonça (esquerda) e jovens da comunidade de Ananindeua/PA participantes do encontro.
A comunidade salesiana de Ananindeua/PA, realizou entre os dias 20 e 22 de abril, a primeira Convivência Vocacional de 2018. Oito jovens, provenientes de diversas localidades do Estado do Pará participaram do encontro. São eles, Felipe Batista Viana (Santarém); Mateus Gomes Ferreira (Outeiro); José Antônio (Capanema); Luciano Souza da Silva (Ananindeua); José Vandson (Capitão Poço); Vander Nobre (Abaetetuba); Darley Lima (São Miguel do Guamá) e Douglas Júnior Bessa (Belém). Os temas refletidos foram: Discernir e realizar o projeto de vida (Pe. Josué); O chamado à santidade - Gaudete et exsultate do Papa Francisco (Pe. Daniel); Os jovens, a fé e o discernimento vocacional (Pe. Mendonça).
Além da convivência como família no cotidiano da comunidade, houve momentos de oração, adoração e Missa. Não faltou esporte e lazer, características da espiritualidade salesiana. Os vocacionados participaram ainda do Oratório na manhã do domingo. Também estiveram na Paróquia Salesiana Nossa Senhora das Graças no Sarau organizado pelos jovens da Pastoral Juvenil, no encerramento da Semana da Cidadania. A próxima Convivência está marcada para os dias 03-05 de agosto. "Seguiremos acompanhando esses jovens através de nossa visita em suas casas e famílias no mês de julho. Convidaremos alguns para passarem um fim de semana conosco e assim continuarem a experiência além de serem mais conhecidos por nós", afirmou P. Carlos Josué, Animador de Pastoral e Animador Vocacional local e da área do Pará.
O TAPIRI nº 190 - Página 44
Crédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
FACULDADE SALESIANA DOM BOSCO/AM, REALIZA XIII SIMPÓSIO SOBRE POVOS INDÍGENAS
Grupo os Jovens Rion Negrinos se apresentando no Simpósio.
Como parte das atividades alusivas a semana dos Povos Indígenas, a Faculdade Salesiana Dom Bosco realizou na noite do dia 25.04, o XIII Simpósio Sobre Povos Indígenas. O tema escolhido para este ano – Da aldeia à cidade: migrações indígenas para o contexto urbano e a necessidade de implementação das políticas públicas, pôs em discussão o êxodo que muitas comunidades experimentam em todo o país, especialmente por conta das violências recorrentes a que estão expostos e ausência do cuidado com os direitos fundamentais à vida por parte do Estado. Após a acolhida, feita pelos membros da Pastoral Universitária, foi dado início aos trabalhos da noite com a oração inicial conduzida pelo Diretor de Pastoral, P. José Ivanildo Melo.
Recordando a delicada situação dos Indígenas no Brasil, situou o evento como parte da consciência carismática da missão salesiana na Amazônia que busca realizar o bem viver dos povos originários a partir do projeto de Jesus expresso no evangelho - Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância. (cf. Jo 10,10). Após a oração o grupo de Jovens Rio Negrinos, na sua maioria formado por universitários indígenas, apresentou a tradicional dança do Kariçú, por meio da qual expressaram a alegria e esperança de viver no meio urbano sua pertença às raízes culturais do Rio Negro de onde procedem. Dando prosseguimento ao evento foi composta a mesa de conferencistas. O primeiro a pronunciar-se foi Bonifácio José Baniwa, coordenador da Secre-
Crédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
Crédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
O TAPIRI nº 190 - Página 45
Palestrantes presentes no Simpósio.
taria de Estado para Povos Indígenas. Bonifácio chamou atenção dos participantes do Simpósio sobre a concepção colonialista presente no projeto governamental em curso. A segunda conferencista foi a professora Indígena Altací Correa. Natural de Santo Antônio do Içá/AM. Pertencente ao Povo Kokama, do Alto Solimões, na tríplice fronteira - Brasil, Perú e Colômbia. Recordou que sua história com os salesianos remonta ao seu pai, ex-aluno do internato quando criança e que depois de casado esforçou-se para que todos os filhos tivessem formação escolar regular, o que possibilitou a luta dos povos pela autonomia cultural.
O terceiro conferencista foi Turí Satere-Mawé, coordenador da Coordenação dos Povos indígenas de Manaus e Entorno - Desde a colonização os povos indígenas habitam a cidade de Manaus. Tarumãs, Barés, Manós e muitos outros. Em Manaus quem não se reconhece indígena desconhece sua própria história. Após a exposição, os participantes do simpósio puderam dialogar com os conferencistas por meio de abundantes perguntas e novas proposições apresentadas pelo mediador da mesa, prof. Edeney Salvador - FSDB, dando motivo para aprofundamentos e retomada dos grandes eixos propostos pelo tema do encontro.
Momento de entrevistas com conferencistas do evento.
Grupo de organizadores e conferencistas.
Crédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
Crédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
Público presente no evento realizado no auditório CDB /FSDB.
O TAPIRI nº 190 - Página 46
Crédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
POSSE DO NOVO PÁROCO NA PARÓQUIA SÃO JOSÉ OPERÁRIO
Dom Tadeu e Pe. Wilson.
Crédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
No dia 21.04, foi realizada a celebração de posse do novo pároco da Paróquia São José Operário - Leste, P. Wilson Barros Ribeiro. A missa foi presidida pelo Bispo auxiliar de Manaus, Dom Tadeu Canavarros. Estiveram presentes ainda o Inspetor Salesiano P. Jefferson Luis, o diretor do Pró-menor Dom Bosco, P. Gennaro Tesauro e o ex-pároco e hoje ecônomo inspetorial, P. Alberto Rypel. Participaram da celebração cerca de 500 pessoas, dentre elas paroquianos e amigos de Pe. Wilson Ribeiro. Após a saudação inicial, o celebrante pediu que fosse feita a leitura do documento de nomeação. Antes de proclamar o evangelho o novo pároco foi revestido com a estola, símbolo do poder Sacerdotal e com a casula, símbolo da dignidade dos atos litúrgicos que deve presidir. Logo após, conforme determina a disciplina da Igreja, P. Wilson emitiu a Profissão de Fé, segundo a fórmula aprovada pela Sé Apostólica. Em sua homilia, o Bispo Dom Tadeu Canavarros deu destaque ao evangelho do dia que apresentava a figura do Bom Pastor e enfatizou a função do pároco e sua importância para a comunidade paroquial, sem-
pre utilizando critérios da conversão e formação dos leigos, colaborando no papel de discernimento. Enfatizou também que cada paróquia possui uma identidade, logo, o pároco deve assumir e abraçar a identidade da nova casa que é marcada pela singularidade Salesiana. Finalizando o bispo acrescentou que ser pároco não é ser um funcionário que cumpre horas de trabalho, é uma consagração de tempo integral por toda a vida. Seguindo o rito o novo Pároco foi interrogado publicamente para manifestar sua disposição de cooperar com o Bispo de Manaus, trabalhando em comunhão com ele e cuidando com zelo da paróquia que está lhe sendo entregue. Já nomeado pároco P. Wilson recebeu as chaves da Igreja, o cálice, a estola roxa e as chaves do sacrário. Após a comunhão, realizou juramento de fidelidade em seguida proferiu algumas palavras de agradecimento pela acolhida a nova casa. Ao final da celebração todos os presentes foram convidados a partilhar de um coquetel em comemoração a esta nova etapa da vida do P. Wilson Ribeiro e da Paróquia São José Operário – Leste.
Salesianos presentes na posse de Pe. Wilson Barros.
O TAPIRI nº 190 - Página 47
AGENDA DE JULHO 2018
EVENTOS
DATA
Conselho Geral (até 27) / Roma
02/07
V CAM (até 14)/Bolívia
10/07
XII Encontro Nacional dos SSCC (até 15) / Manaus
12/07
Viagem dos Pré Noviços ao Rio Negro (até 27) / Barcelos e Santa Isabel;
13/07
Encontro de Tirocinantes (até 20)/Santa Isabel; 15 anos de fundação da Faculdade Salesiana Dom Bosco - FSDB; Visita Inspetorial - Santa Isabel e Marauiá (até 20).
16/07
Encontro Vocacional / Manicoré
21/07
Curso de Formação Permanente para os DIAM (Delegado Inspetorial de Animação Missionária): Missões e Migrações (até 10/08)/Quito
23/07
XXX Encontro Nacional de Jovens e Adultos que trabalham com jovens (CNBB) (até 29) / Brasília
27/07
Encontro sobre o “Voluntariado” (até 29) / Quito
29/07
Av. Visconde de Porto Alegre, 806 - Praça 14 CEP: 69020-130 • Manaus-AM Fone: (92)2101-3400/Fax: (92) 3232-4649 isma.org.br • twi�er.com/isds_am