TAPIRI RETRÔ Nº 209

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Inspetor

P. Jefferson Luis da Silva Santos Organização Comissão Inspetorial de Pastoral (CIP)e Comunicação - (CIC)

Coordenador P. José Ivanildo Delegado para a Pastoral Juvenil

Revisão Sr. José Luis (Zeca)

Equipe de articulação Animadores de Pastoral

Projeto Gráfico Sr. José Luis (Zeca)

Articulistas Convidados

T209 O Tapiri: Comunicação Pastoral da Inspetoria São Domingos SávioBMA / Pe. Jefferson Luís da Silva Santos, SDB (org.); Pe. José Ivanildo O. Melo (Coord.) Manaus: Editora FSDB, 2022.

x, 44 p. II. 15x21cm (Comunicação Pastoral da Inspetoria São Domingos Sávio - BMA)

ISSN 2525-3093

Publicação Bimensal

1. Salesianos de Dom Bosco 2. ISMA - Manaus. 3. Comunidade

Salesiana. 4. Santos, Pe. Jefferson Luís da Silva. 5. Melo, Pe. José Ivanildo. I. Título.

Elaborada por Zina Pinheiro - Bibliotecária - CRB 11/611

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O TAPIRI “RETRÔ”

2022 foi um ano de intensa retomada pastoral e esta edição “retro” de O Tapiri comprova nossa afirmação. No mundo testemunhamos a triste guerra na Ucrânia, o conturbado processo eleitoral no Brasil, nos despedindo de dois grandes homens: Pelé e o Papa Emérito Bento XVI.

Na Inspetoria diversas atividades de estudos e formação, animação e missão, encontros eclesiais presenciais, ordenações, espiritualidade, reformas, construções, datas jubilares, deram colorido as nossas obras.

As duas primeiras notícias celebram salesianos que concluíram os estudos de doutorado. Padre Justino Sarmento em Antropologia Social (UFAM) e Padre José Luiz em Línguas Clássicas (UPS/Roma).

Padre Tarcízio Odelli, da Inspetoria de Porto Alegre (BPA) nos recorda os elementos essenciais da espiritualidade salesiana no contexto dos 400 anos de morte de S. Francisco de Sales.

Padre Sérgio Lúcio nos conta o caminho de reforma do Santuário de Nsr. Da Fátima em Porto-Velho, enquanto o tirocinante Gustavo Sousa partilha conosco as vivências de animação pastoral em Santa Isabel do Rio Negro.

Do Pará recebemos a feliz notícia da Elevação da Paróquia Nsr. Das Graças a Santuário; Ir. Raimundinho nos conta em uma rápida entrevista sua participação na Canonização de Artêmides Zatti. Em Manaus o Grupo Juvenil Rio Negrinos celebra 10 anos de fundação, os aspirantes partilham a experiência missionária em Maturacá e concluímos a sessão dos artigos com as ordenações dos Padres Wellington Abreu e Luis Antonio.

Na sessão Aconteceu, como de costume, um resumo das diversas atividades realizadas ao longo do ano.

Um Feliz 2023 a todos e boa leitura.

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P José Ivanildo O. Melo Delegado para a Pastoral Juvenil Salesiana

* Resumo da tese de doutorado do padre Justino Sarmento (Antropologia/UFAM-Amazonas)

Para o início da conversa!

Yukʉrika basore, em língua tuyuka, é aquilo que a tese se refere como a festa das frutas. É uma abordagem antropológica das cerimônias rituais protagonizadas pelos Ʉtãpinopona (Tuyuka) do alto rio Negro, noroeste amazônico. O palco da festa é a região fronteiriça entre Brasil e Colômbia, denominada de “triângulo tukano”, composta pelos distritos de Pari-Cachoeira, Taracuá e Iauareté, no município de São Gabriel da Cachoeira, Amazonas - Brasil. Os atores da festa são membros das etnias Tuyuka, Tukano, Desana, Arapaso, Wanano, Piratapauia, Makuna, Tariana, Bará, Hupda, Mirititapuia, entre outros. O autor da tese é membro do povo Tuyuka.

Por que escrever sobre a festa das frutas?

É a apresentação de uma festa bem conhecida pelos povos da região do alto rio Negro. Os Kumua e Bayaroa são pessoas que dominam bem como se realiza a festa das frutas. Eles sentem a aproximação de doenças e fazem a cerimônia de proteção. Conhecem a dinâmica do mundo e de seus habitantes. Apontam as atitudes adequadas e seguras para viver no mundo. Para a festa das frutas, convocam os moradores da aldeia e convidam os seus cunhados de outras aldeias. Os Kumua (benzedores) protegem os mestres de danças. Por causa da cerimônia do Kumua, as pessoas crescem com saúde, a aldeia se mantém tranquila e as roças crescem bem. Os Bayaroa (mestres de cantos e danças), são herdeiros das músicas de seus avós e têm a tarefa de animar seus irmãos maiores, irmãos menores e seus cunhados. Eles creem que, embora o mundo seja cheio de maldades, com os seus cantos e danças, com os discursos e as narrativas cerimoniais, podem melhorar o destino desse mun-

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do. O conteúdo desse trabalho é um pouco disso. Os Kumua e os Bayaroa são os principais interlocutores com as pessoas, com os seres da floresta, dos rios, com os seres do cosmo em seus diversos patamares. Com essas conexões de saberes de todas as partes, os nossos ancestrais cuidavam do bem-estar desse mundo. Eu consegui assimilar alguns conhecimentos, de como realizar os discursos cerimoniais, e saberes para a proteção e a cura de doenças.

A decisão de elaborar uma tese sobre a festa das frutas visa mostrar aos leitores que a história humana é como uma festa. Por que? Eu entendi que, como os especialistas, conhecendo os ciclos da vida, convidam os parentes para uma grande festa, da mesma maneira inicia a nossa existência. Antes de nosso nascimento, os especialistas preparam o ambiente, depois nós nascemos. Para a realização da festa das frutas as pessoas buscam as frutas nos lugares difíceis para oferecer para outros. O especialista anuncia que fará a festa, convoca para a preparação da bebida caxiri. Gradualmente a festa vai acontecendo e aprendemos sobre a vida e sobre os conhecimentos. Na festa de oferecimento das frutas, muitas pessoas participam e cada pessoa disponibiliza seus saberes. Durante a festa todos estão dentro da mesma Casa. Lá se encontram os especialistas de proteção, de músicas e danças, homens e mulheres que servem a bebida, crianças, jovens e adultos que se encontram. Esse mundo é como a Casa das frutas: vivemos num mesmo mundo, onde cada pessoa possui seus próprios conhecimentos.

A organização da tese

A tese está organizada em atos e cenas. No primeiro ato eu trato do aroma das frutas. Os especialistas tuyuka, sentindo o aroma das frutas, decidem realizar a festa das frutas. Eu criei três cenas: 1. O aroma das frutas anuncia a festa. O aroma indica que as frutas estão maduras. 2. As frutas dançam com as pessoas. Trata-se da convocação das pessoas para a festa. 3. O aroma das frutas expulsa as doenças. É cena que descreve sobre as cerimônias de proteção do ambiente e das pessoas.

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O segundo ato intitula-se: os aturás e os potes que transbordam. Essa parte está organizada com duas cenas. Na primeira cena com o título, enchendo os aturás, eu fiz uma descrição do que acontece após a convocação para a festa das frutas, destacando o trabalho coletivo. A segunda cena, potes transbordados de caxiri, trata das especialidades das mulheres na preparação de grande quantidade de bebida caxiri.

Para o terceiro ato eu intitulei: tranquilizando o espaço da festa. Esse ato está organizado com duas cenas. A primeira denomina-se: escorraçando os causadores de doenças. É a descrição como os especialistas realizam as cerimônias de proteção dentro da maloca. A segunda cena intitula-se: o cheiro de tabaco, o sabor amargo do patu (ipadu) e kapi (ayahuasca) espantam as doenças. É a parte descritiva sobre os materiais cerimoniais e como os participantes da festa recebem os efeitos cerimoniais.

O quarto ato intitula-se: amontoado de frutas. Esse ato está organizado com cinco cenas. A primeira cena intitulada, levando as frutas e narrando as histórias, é a descrição da chegada dos visitantes que trazem as frutas, os discursos de chegada e acolhida, condução das frutas, discursos de homens e de mulheres. A segunda com o título, cantando e dançando dia e noite, é a descrição daquilo que eu vi e como eu que participei da festa. Nessa cena aparecem os discursos entre os Kumua e os Bayaroa; dinâmica de uma festa, com enfeites, bebidas e diversos serviços e o papel específico dos Bayaroa. A terceira cena intitulada, as mulheres dançam no ritmo dos homens, é a descrição do papel específico da mulher na festa e sua presença imprescindível. A quarta cena, intitulada, arder a língua e os lábios de pimenta para livrar-se das doenças, trata-se das dietas alimentares que os participantes da festa devem seguir. O seguimento sério das restrições garante ao homem ficar livre de doenças. A quinta cena, intitulada, deitar e dormir, trata-se da conclusão da festa e o descanso.

Na tese apresentei uma parte que mostra a festa das frutas da atualidade, intitulada: festa de frutas se transforma. Essa parte é importante para entender as transformações sociais e culturais das etnias do alto rio Negro – Amazonas. Organizei também em cenas: a primeira é intitulada, festa das frutas veste as novas roupagens, descreve as diversas mudanças sociais e os diversos modos

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de fazer a festa. A segunda cena, festa das frutas fala as línguas de cada povo, mostra a relevância da utilização de outras línguas. A terceira cena é a festa das frutas vive da floresta, dos rios e comércios. Nessa cena tratei sobre o calendário civil e religioso que orienta a organização das festas e mostra também os espaços onde se buscam os materiais para a festa. A quarta cena, festa das frutas fermenta-se de novos ingredientes, descrevi, a prática de fazer o caxiri nas comunidades e outros materiais utilizados para a boa fermentação da bebida. A quinta cena intitula-se, festa das frutas canta e dança em novas pistas, descreve sobre a permanência do sentido original da festa das frutas, de oferecer e receber as frutas; do significado dos espaços da festa. A sexta cena intitulada, a festa das frutas repercute vozes de novos especialistas, trata-se dos papéis de especialistas de discursos e narrativas cerimoniais. A sétima cena intitulada, festa das frutas deleita-se com a inovação das músicas, mostra a utilização de diversas músicas na festa. A última cena, festa das frutas restabelece a união com as Flautas cerimoniais, descreve sobre a ressurgimento da utilização da flauta cerimonial (jurupari).

Para fechar a conversa

Esta tese apresenta algumas contribuições para minha vida pessoal e para o mundo acadêmico, para os estudantes atuais e futuras gerações indígenas. Os nossos avós davam um nome específico para alguém que ia se tornar Baya. Davam o nome específico para alguém que ia se tornar Kumu. Davam o nome específico para a mulher que ia se tornar Yʉhʉgo. Os nossos avós tinham explicações próprias sobre as transformações do mundo. Cada discurso alcançava um objetivo, cada canto e dança atingia sua meta, cada cerimônia de proteção atingia um grupo de pessoas, floresta, rio e festa. Nesse trabalho estão colocadas as minhas contribuições a partir daquilo que eu pesquisei e daquilo que eu participei, vivi, vi e ouvi. São conhecimentos relevantes por terem sidos elaborados por um neto de especialistas da festa das frutas e por alguém que participou diretamente dela.

Durante o doutorado, adquiri algumas noções básicas das teorias antropológicas e dos meus avós, aprendi conhecimentos tuyuka. Aproveitando desses conhecimentos, procurei tecer um modelo de compreensão da vida social a partir

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da realização da festa das frutas. Cada etnia segue construindo seu modo de organizar a vida. Esse trabalho apresenta sua relevância porque um dos netos dos Tuyuka trabalha o tema, mas ele me desafia bastante. Eu acolho alguns conhecimentos de meus avós mesmo não sendo um Kumu, Baya e Yai. Por isso, eu procurei dar voz aos meus avós, parentes e cunhados. Os conhecimentos são deles. Eles que conhecem a dinâmica do mundo e garantem a formação do estilo de vida humana e de outros habitantes do cosmo, como das estrelas no patamar do alto, dos seres das chuvas, dos seres do verão, dos seres das enchentes dos rios, dos seres da floresta, da floração e das frutas; reprodução de animais, pássaros, peixes, cobras etc.

O tema da festa das frutas segue sendo um assunto provocativo para quem deseja estudar em meio às diferentes etnias da região do alto rio Negro. Diversos antropólogos se dedicaram a estudar esse tema. Através de meu estudo, eu quis aprofundar alguns aspectos da festa, tais como: cerimônia de proteção, tranquilização, motivação, encorajamento, de invisibilização frente aos que querem causar doença. Procurei mostrar como se faz uma festa, como se realiza um discurso, como se canta e dança. Como se procurou demonstrar ao longo desse trabalho a festa das frutas tuyuka e de outras etnias da região do alto rio Negro possui diversos conteúdos.

O meu trabalho deixou de aprofundar diversos aspectos da festa. Os futuros pesquisadores indígenas, lendo o meu trabalho e os de outros antropólogos indígenas, perceberão a ausência de diversas partes da festa. A partir de tal constatação, sistematizarão outros aspectos da festa das frutas ausentes em meu trabalho. Escrevendo sobre isso, eu penso nos meus parentes Tuyuka que estão lá nas aldeias praticando o que eu procurei escrever. Muitos deles estão cantando e dançando na festa das frutas, pois são Bayaroa. Outros são Kumua fazendo a cerimônia de proteção.

Esse trabalho foi elaborado com bastante empenho para garantir a profundidade que o tema merece. Como eu já disse anteriormente, não atingi o nível que eu

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desejava. Eu quis elaborar um trabalho profundo, mas senti-me tímido em tratar de algo que eu não domino. Esse medo surgiu em mim por eu ser um membro de uma etnia Tuyuka. Tornei-me alguém de dentro procurando escrever sobre um tema que os Tuyuka conhecem bem. Apostando na festa das frutas, eu desejei mostrar um modelo antropológico, ou seja, eu propus apresentar um instrumento de interpretação social: a vida social como uma festa. Muitos conteúdos que eu organizei estou utilizando para a proteção de várias pessoas que me procuram e curar algumas doenças. Por isso, já valeu muito para mim. Aposto que muitos leitores indígenas e não indígenas terão acesso aos conhecimentos que um Tuyuka escreve e apresenta numa academia; os conhecimentos de seus avós. Eu estou, assim, contribuindo com a academia e com a história tuyuka.

* Ilustrações feitas pelo autor

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A história da Escola Humanística salesiana, cuja base é o latim e o grego com suas respectivas literaturas, começa com Dom Bosco, em Valdocco, no Oratório de S. Francisco de Sales, onde o primeiro ginásio salesiano funcionou, na década de 1860. Em seguida, Dom Bosco, superando não apenas os meandres e os vaivéns da burocracia, mas também a fúria do liberalismo italiano oitocentista, abriria outros ginásios na Itália; depois na França, na Espanha e, a partir de 1875, nas missões salesianas da América do Sul. Tal atividade tornar-se-ia tão importante para a Congregação Salesiana que os históricos de salesianidade chamam esse período de “epoca della collegializzazione”, demonstrando, com essa expressão, a grande expansão das escolas salesianas.

Com essas fundações, fica muito claro que Dom Bosco instituiu uma Congregação de educadores consagrados para os jovens a serviço da cultura. Como seria possível formar bons cristãos e honestos cidadãos, senão por meio de uma sólida e rígida formação cultural? Disso o Santo dos jovens era muito consciente. E, por isso, não pestanejou em mandar os primeiros salesianos à universidade de Turim, à faculdade de Letras Clássicas, a fim de oferecer a eles uma formação cultural e intelectual adequada para enfrentar os desafios do mundo moderno.

Sabemos que a formação clássica foi a base da educação jesuíta, pelo menos até a supressão da ordem em 1773 por papa Clemente XIV. De fato, as escolas da Companhia de Jesus eram muito famosas pela qualidade do ensino da língua latina falada e escrita. Não à toa, o próprio Santo Inácio insistia em afirmar que “o jesuíta é um latinista”. A ratio studiorum jesuíta prescrevia no seu programa de estudos um conhecimento perfeito da língua latina e a leitura dos melhores autores clássicos. Além disso, os alunos, adolescentes, eram convidados a es-

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* Resumo da tese de doutorado do padre José Luiz (Línguas Clássicas/UPS-Roma)

creverem e recitarem na língua original hexâmetros e pentâmetros, imitando as melhores poesias de Virgílio, Horácio e Ovídio.

Não devemos esquecer também o contexto italiano e europeu da segunda metade do século XIX. A Itália liberal e anticlerical elegeu a formação clássica como a base curricular da escola secundária, com um programa didático estabelecido pelo poder público. A educação pública deveria passar das mãos do clero, que fornecia professores e estruturas, para as mãos do estado laico. Na prática, as escolas estatais repudiaram os programas e os métodos didáticos até então em voga, pois eram ligados à Igreja, em especial aos jesuítas e em seu lugar importaram o método de estudos clássicos alemão, ou seja, a filologia alemã, extremamente tecnicista e positivista. No fundo, essa divisão entre método jesuíta e método filológico, é um clamoroso exemplo da velha luta entre católicos e protestantes, que se combateu também no âmbito das letras clássicas. Os católicos favoreciam o latim, os protestantes o grego. Os católicos o método jesuíta, os protestantes o método filológico. As escolas italianas estatais optaram pelo modelo teutônico.

Nesse contexto particular podemos colocar Dom Bosco e os salesianos. Por um lado, os salesianos por meio da escola humanística responderam a uma necessidade dos fiéis católicos: oferecer uma educação católica aos jovens. Por outro lado, eles se preocuparam em oferecer uma formação integral, que fosse também válida perante o estado laicizado. Isto nos faz ver a adesão dos salesianos àquele apotegma tipicamente salesiano: “formar bons cristãos e honestos cidadãos”. Sem abrir mão de uma formação arraigada na tradição da Igreja, baseada principalmente no programa de estudos jesuíta da ratio studiorum, a escola humanística salesiana, respeitando os programas didáticos estatais, forma os jovens que serão úteis à sociedade civil, os futuros líderes políticos, advogados, professores, médicos, e outros profissionais.

A ação educativa salesiana, não renunciando à tradição católica, quer dizer, ao estudo sério dos textos latinos e gregos, à profundidade da interpretação, acolhe as novidades trazidas pelo método filológico, operando uma verdadeira síntese entre os dois métodos em questão e protagonizando, de maneira única e original, um equilíbrio entre tradição e inovação.

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Nesse sentido, as escolas salesianas obedecem ao magistério de Pio IX que interviu numa questão muito disputada entre o clero francês: se os clássicos latinos e gregos deveriam ou não ser lidos pelos tenros adolescentes católicos. Monsenhor Gaume, prelado francês, defendia a tese de que os clássicos deveriam ser extirpados da escola católica porque nocivos à fé e à moral dos estudantes, e no lugar dos clássicos pagãos deveriam ser estudados apenas os autores cristãos latinos e gregos. Pio IX, por meio da encíclica Inter multiplices (1853), repudiou tal afirmação e reafirmou a necessidade de que estudantes católicos estudassem e lessem os clássicos latinos e gregos devidamente selecionados e purificados.

Dom Bosco, seguindo o desejo do papa, pôs tão logo mãos à obra. Por iniciativa do santo, a tipografia do oratório começou a publicação da coleção dos clássicos latinos para a escola secundária (Selecta ex auctoribus classicis in usum scholarum), sob a direção do salesiano João Batista Francesia, contando com a ajuda de insignes salesianos, entre os quais Celestino Durando e Francisco Cerruti, e do grande latinista piemontês Tomás Vallauri, que editou o primeiro volume da coletânea, a Aulularia (A Comédia da Panela) de Plauto. Uma outra inovação de Dom Bosco foi a introdução dos autores cristãos clássicos na escola secundária. Desta vez, sob a direção e os cuidados do salesiano João Tamietti, em 1875,

saía pela tipografia do oratório o primeiro volume do De viris illustribus de S. Jerônimo, numa coleção inteiramente dedicada aos clássicos cristão para a escola, com o seguinte título em latim Selecta ex christianis scriptoribus in usum scholarum. Dom Bosco via nos veteres auctores (os clássicos) uma espécie de praenuntia veritatis (“pre-anunciadores” da verdade), sem os quais seria difícil entender a mensagem da fé cristã. Essa visão de Dom Bosco é baseada total-

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mente na sana doutrina de S. Basílio Magno que recomendava, no protréptico Ad adolescentes, endereçado aos próprios sobrinhos, a leitura dos clássicos gregos como estudo propedêutico das Sagradas Escrituras. Vemos aqui uma grande simbiose entre Evangelho e cultura.

A escola humanística salesiana foi também uma verdadeira oficina de didática e de formação para os docentes. Na visão salesiana, o docente é o elemento chave do método didático. Ele é o centro de irradiação do saber, em sentido positivo. O mestre deve ser muito consciente de que ele não pode aprender pelo estudante, nem pode substituí-lo no processo de aprendizagem, mas é o responsável por desencadear tal processo. Se o professor é o centro, o estudante torna-se, por consequência, o centro do centro. Padre Eugênio Ceria, falando sobre a vocação do salesiano ao magistério, afirma que toda a ars docendi salesiana (arte salesiana de ensinar) depende do docente, pois a ele foi confiada uma grande responsabilidade: a educação e a instrução dos jovens não apenas através de uma educação formal, mas sobretudo através do seu exemplo. Portanto, na escola salesiana não se aprende somente um ofício, uma técnica, uma matéria, mas se aprende acima de tudo os preceitos de uma vida bela, honesta e a prática das virtudes. Assim, a educação é toda endereçada à formação integral do jovem, espírito, alma e corpo. Depreende-se disto a importância de um bom professor. Ele tem a tarefa de guiar seus alunos à verdade e à beleza. Por isso mesmo, na tradição salesiana, os professores de latim sempre tiveram uma grande preocupação na seleção dos auctores legendi (dos autores que deveriam ser lidos). Tal critério não era apenas fruto do programa didático estatal a ser seguido ou mesmo da seleção de leituras apropriadas do ponto de

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vista moral, mas em especial era fruto da inteligência do Mestre que escolhe o melhor para seus discípulos. Desse modo, o professor salesiano de latim tem a missão especial de interpretar, explicar, clarificar, aprofundar, corrigir; a ele cabe discernir o falso do verdadeiro. Bastaria dar uma olhada rápida nos textos latinos editados e publicados pelos salesianos na coleção dos clássicos latinos para perceber tal realidade.

Segundo a tradição salesiana, uma regra muito básica de didática, que pode ser aplicada no ensinamento do latim, é a seguinte: ensinar poucas coisas, mas bem, evitando criar confusão na mente do jovem estudante. Essa boa prática sempre foi um imperativo para os salesianos professores e tem sua raiz na experiência do fundador. Lembremos que no oratório Dom Bosco foi tudo, inclusive professor de latim. Deve-se evitar, portanto, complicações e sofisticadas elucubrações intelectuais, procurando sobretudo na própria ação e reflexão pedagógica ser coerente e competente na matéria ensinada. Um grande exemplo dessa essencialidade é o material didático utilizado pelos salesianos para ensinar latim: livros muito pequenos e breves, mas cheios de doutrina e virtude.

O salesiano Francisco Cerruti, Conselheiro Escolástico da Congregação Salesiana, grande intérprete da educação salesiana, defensor férreo dos estudos clássicos, nas suas cartas circulares, dá muitos conselhos sobre a maneira correta de ensinar a língua latina. Ele, por exemplo, recomendava: muito ditado para aprender a escrever corretamente; exercícios práticos e variados, não se deve

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separar a frase latina do contexto; correção assídua dos exercícios de modo a oferecer a cada estudante uma avaliação justa das suas conquistas intelectuais; prática da retroversão; leitura dos autores em língua original com os estudantes; ensino gradual: começar com argumentos fáceis, passando em seguida àqueles mais difíceis. Tais conselhos, para Cerruti, devem estar em consonância com as duas maiores virtudes que um docente deve possuir: a brevidade e a perspicuidade.

Uma das práticas mais marcantes da didática salesiana é saber conjugar um estudo sério e sistemático do latim com o prazer em aprender: não aprende nada, quem está sobrecarregado de regras gramaticais. Aliás, este é um erro grave cometido por muitos professores: associar a gramática ao aprendizado da língua latina. Erro que os salesianos sempre denunciaram em seus escritos. O padre Eugênio Ceria, por exemplo, de maneira muito sarcástica e irônica critica veementemente um estudo apenas teórico e gramatical do latim: “se os romanos tivessem que estudar o latim como hoje se exige dos secundaristas, eles talvez não teriam tido tempo para conquistar o mundo”. Em outra passagem, diz: “Se Cícero [o maior escritor romano] em pessoa tivesse que fazer o exame estatal de maturidade, ele seria inexoravelmente reprovado”. Padre Ceria enxergava no gramaticalismo um exemplo pedante de erudição vazia. A ideia de que o latim é uma língua cheia de regras e, por isso, muito difícil de aprender (para não dizer impossível) está na base do ódio que muitos estudantes em tempos passados nutriram pela língua oficial da Igreja católica. Essa ideia reforça também a falsa impressão de que saber as regras gramaticais do latim seja a mesma coisa que saber o latim.

Os salesianos se empenharam muito em desconstruir essa visão tão reduzida e tacanha do latim, propondo como remédio um ensinamento não apenas gramatical e teórico, mas prático e vivo, que leve o estudante a se interessar, amar e estudar com prazer o latim. Um exemplo muito interessante da proposta didática salesiana pode ser encontrado na revista Gymnasium, publicada, num pri-

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meiro momento, pelos salesianos entre 1901 e 1913, sob a direção de Eugênio Ceria. Nela podemos encontrar muitas propostas inovativas para o ensinamento moderno do latim e muitas reflexões sobre a sua importância na educação da juventude.

Ora, se a gramática não é o elemento essencial do latim, onde se encontra a sua importância e essencialidade? A resposta desta pergunta deixo ao padre Eugênio Ceria: “o objetivo de tal disciplina é formar o homem bom para a sociedade, útil à comunidade, intelectualmente hábil e capaz”. E para alcançar esse escopo não se pode reduzir o latim a regrinhas de gramática, mas deve-se ir aos textos originais, às fontes. É somente indo à fonte que poderemos descobrir as potencialidades do latim: não basta aprender a decodificar poucos complementos sintáticos, mas é necessário contemplar a beleza dos textos originais, a elegância das proposições, a veracidade das asserções, a humanidade das personagens e das histórias. Somente assim descobriremos as virtudes contidas naquelas páginas de sabedoria antiga que o tempo não corrói porque são eternas, são extremamente humanas e belas, pois se referem à nossa humanidade, à nossa capacidade de interessarmo-nos uns pelos outros, sentindo as dores e os sofrimentos comuns a todo ser humano e percebendo que fazemos parte de uma única humanidade, como nos lembra o comediógrafo Terêncio: homo sum, humani nihil a me alienum puto (Sou homem e penso que nada do que é humano seja estranho a mim).

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Como pudemos ver, os salesianos de Dom Bosco, através dos clássicos latinos e gregos, não comunicaram apenas uma disciplina, mas um estilo educativo, não apenas uma matéria, mas um método que vai além da disciplina em si mesma. A força educativa dos salesianos está no objetivo da sua educação: os jovens, ponto de encontro do carisma salesiano. É olhando para os jovens e suas potencialidades que os salesianos operam. E para que a obra salesiana seja profícua ela deve se despojar de pretensões inúteis e vazias, como a da ciência pela ciência , a da técnica pela técnica, a da pura erudição. O grande mérito dos salesianos latinistas – e da escola humística salesiana –, foi o de aproximar a grande e alta cultura clássica latina, tão densa e sublime, privilégio de poucos, aos jovens. Os salesianos, verdadeiros intérpretes do mundo clássico, procuraram conservar e entregar nas mãos dos jovens o tesouro da tradição ocidental, tendo como modelo de síntese e inspiração o próprio fundador. Este é um verdadeiro milagre educativo obtido através da humildade, disponibilidade e capacidade de vários salesianos, desde Dom Bosco até os dias de hoje, de colocar-se a serviço dos jovens e não querer outra coisa, senão o bem deles.

Por último, olhar o sistema preventivo de Dom Bosco aplicado à didática da língua latina, faz-nos observar a realidade salesiana através de uma lente de aumento especial. Ousaria afirmar que as línguas clássicas e sua difusão são partes essenciais da tradição salesiana originária. Uma tradição viva, perene, com uma proposta séria, feita não de letra morta e nem de algo estático, mas um corpo que cresce e se desenvolve para o bem da Igreja e para a salvação dos jovens.

Por que Dom Bosco inspirou-se em São Francisco de Sales e o escolheu como patrono? Saiba mais sobre a história e as razões desse “encontro”.

No dia 26 de janeiro de 1854, Dom Bosco reuniu quatro jovens no seu quarto e propôs que eles fizessem, com o auxílio de Deus e de São Francisco de Sales, uma experiência de exercício prático de caridade para com o próximo. Eram eles Rocchietti, Artiglia, Cagliero e Rua. Dom Bosco, em certo momento disse: “Nossa Senhora quer que fundemos uma sociedade. Pensei longamente que nome lhe dar. Decidi chamar-nos Salesianos.” Depois, ao fundar a congregação, em 18 de dezembro de 1859, Dom Bosco manteve o nome de Sociedade de São Francisco de Sales.

Por que São Francisco de Sales?

Bosco cultivou uma grande devoção e amor para com o Bispo de Genebra, São Francisco de Sales. Não temos dados precisos de como foi Bosco com Francisco de Sales. Deve ter aconteci do no Seminário, em Chieri. Na época, Francis co era um santo de veneração nacional. É inte ressante notar que Bosco (1815-1888) e Sales (1567-1622) são conterrâneos, pois nasceram no mesmo “país”, ou seja, no Ducado, depois Reino da Saboia, que tinha como capital a cida de de Turim. No processo de unificação da Itá lia, pelo Tratado de Turim, de 1860, a parte onde estava o castelo do Sales passou para a França.

Com certeza João Bosco ainda seminarista leu dois livros: a Introdução à vida devota – Filo teia, de Francisco de Sales, e O espírito de São Francisco de Sales, do bispo João Pedro Camus. Foi deste último livro que ele copiou a frase: Da mihi ani-

mas caetera tolle. Na Igreja de São Filipe, próxima ao Seminário, havia uma capela com um quadro de São Francisco de Sales. Foi diante deste quadro que João Bosco rezou, quando estava em dúvida sobre o caminho a seguir.

Na vigília da sua ordenação sacerdotal, 5 de junho de 1841, toma como quarto propósito: “A caridade e a doçura de São Francisco de Sales guiar-me-ão em tudo.” Isso constituirá a chave do seu sistema educativo. Nos inícios de sua vida sacerdotal, Dom Bosco foi muito influenciado pelo padre José Cafasso, que era um dos diretores do Convito Eclesiástico, uma espécie de escola que formava os neossacerdotes para a vida pastoral. Cafasso vivia segundo os princípios de que a santidade não consiste em fazer “coisas extraordinárias, mas fazer as coisas ordinárias com perfeição extraordinária” e que “nunca se deve pedir nada nem recusar nada”. Ora, estas expressões foram vividas e escritas por São Francisco de Sales. Através de uma contínua direção espiritual, Cafasso orienta Dom Bosco a superar uma espiritualidade centrada em práticas ascéticas e na devoção ou temor por uma espiritualidade baseada no amor de Deus e na caridade pastoral pelo próximo. Diríamos hoje, uma “espiritualidade salesiana!”.

Nos inícios de sua obra com os Oratórios, Dom Bosco aponta os motivos pelos quais escolheu como patrono São Francisco de Sales: “Havíamo-nos colocado sob a proteção desse santo para que nos alcançasse de Deus a graça de imitá-lo em sua extraordinária mansidão e na conquista das almas. Outra razão era a de colocar-nos sob sua proteção a fim de que do céu nos ajudasse a imitá-lo no combate

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aos erros contra a religião, especialmente do protestantismo, que começavam a se insinuar insidiosamente nos nossos povoados, sobretudo na cidade de Turim”.

Espiritualidade baseada no Amor

Dom Bosco não se limita a tomar emprestado o nome de Francisco de Sales. Fixa-se no essencial do Bispo de Genebra: o Amor que ele vive e propõe desde a amabilidade, a doçura, a compreensão, a paciência, a simplicidade na entrega e no sacrifício, o perdão, a confiança. Dom Bosco assimila e faz sua esta mensagem, tendo em vista seu apostolado entre os jovens. Recentemente o padre Pascual Chávez escreveu que “Dom Bosco inspirou-se em São Francisco de Sales reconhecendo-o como mestre de uma espiritualidade simples porque essencial, popular porque aberta a todos, simpática porque carregada de valores humanos e, por isso, particularmente disponível à ação educativa.”

São Francisco de Sales tem como grande mérito “relembrar” a todos os cristãos o chamado à santidade. Dom Bosco o seguiu neste aspecto. Porque sua pedagogia é uma pedagogia da santidade. E propõe, como seu santo patrono: a santidade não é complicada, é fácil. Não consiste em jejuns, cilícios e dolorosas penitências. Não é tristeza e recusa da felicidade A santidade é um processo que é feito na vida cotidiana, no dever cumprido, na piedade e na alegria.

Tudo isso leva a confiança no ser humano, a uma visão otimista da vida e do mundo. Esta é a imagem de São Francisco de Sales que Dom Bosco contempla. Transmite este humanismo que começa a respirar-se em suas casas. André Ravier conclui sua biografia de São Francisco de Sales dizendo que “por ter ido direito ao essencial da vida cristã, e, sobretudo, ao essencial da vida religiosa, ele insuflou um novo ar na espiritualidade, um ar vindo diretamente dos cumes do Evangelho”. Este foi o ar que Dom Bosco também respirou e transmitiu para nós!

Com alegria a Comunidade paroquial do Santuário de Nossa Senhora de Fátima, em Porto Velho, iniciou neste ano de 2022 a primeira etapa da reforma da sua Igreja Matriz, situada à rua Esron de Menenes, 1648, no tradicional bairro do Areal.

Aqui vai um pouco da história:

A Igreja de Nossa Senhora de Fátima foi iniciada em 1952, onde no local existia, então, somente um grande areal. Chamava-se Capela do Areal. A paróquia foi criada em 1953. O atendimento nos primeiros anos foi feito por Dom João Batista Costa. Em 1956 assumiu o primeiro Pároco, o salesiano padre Mario Castagna, lembrado até hoje pelo seu trabalho com as famílias e os jovens. Foi ele que construiu o templo maior, que hoje está sendo reformado, e passou a se chamar Santuário. Levantou outras capelas, como a do Triângulo. O trabalho dos leigos se realizava, sobretudo através dos Vicentinos e Damas da Caridade. Tanto o padre Mário como o padre Chiquinho foram os grandes apóstolos e fundadores da evangelização desta parte de Porto Velho.

No dia 11 de novembro de 1956, Dom João Batista Costa abençoou solenemente a Igreja do Areal. No dia 28 de agosto de 1960 “com toda a solenidade foi instalada a nova Paróquia no Bairro do Areal, tendo por padroeira o Imaculado Coração de Maria. As nove horas houve missa solene cantada pelo Sr. Bispo Dom João Batista Costa. Durante a missa foi lida a ata de ereção da nova paróquia e foi oficialmente nomeado o novo vigário”.

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Assim, podemos ver que o templo atual da Paróquia dista do início da década de 60. Livro de Tombo narra algumas reformas, feitas pelo padre Cânio Grimaldi, que sucedeu padre Mário, na colocação do forro da Igreja; padre João Sucarrats que trocou os janelões de madeira pelos de metalon; padre Francisco Sadeck que adquiriu novos vitrais catequéticos e revestiu todo o templo de cerâmica, por dentro e por fora. Aliás, todos os salesianos que seguiram à frente da paróquia procuraram fazer o seu melhor possível. Contudo, o tempo é implacável com todas as construções.

Após a última grande intervenção que foi feita na Igreja, que data de 1995, quando padre Sadeck fez o revestimento de cerâmicas e o novo piso, passaram-se vinte sete anos, e uma série de problemas já se faziam sentir. De modo especial: os revestimentos de cerâmica que começavam a se desprender, por dentro e por fora da Igreja, devido a dilatação e umidade amazônica; o piso soltando-se e irregular; os metalons das janelas comprometidos em 80% pela ferrugem, devido à falta de manutenção e outras situações menores, mas não sem importância, precisavam ser corrigidas, para o melhor funcionamento da Igreja.

Assim, no dia 03 de março de 2022, padre Sérgio Lúcio, Pároco e padre Nilson Cruz, Vigário e o Sr. Nelson Valverde, Tesoureiro, assinaram o contrato com a Construtora LVG, de Porto Velho, para a execução da primeira etapa da reforma do Santuário, que consistia: na retirada de todas as cerâmicas externas, tratamento da alvenaria, argamassa, impermeabilização, pintura. Colocação de parapeitos nas janelas e recuperação da fachada do templo.

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A obra externa vai acontecendo, a comunidade fez um outro belo gesto simbólico em honra da Padroeira: foi totalmente reformado o baldaquino do altar mor, onde se encontra a belíssima imagem de Nossa Senhora de Fátima; foi adquirido e abençoado o novo sacrário; comprado um conjunto de novas sedias presbiterais e um novo adorno sacro para o altar mor da Eucaristia. Sinais do valor que a comunidade tem pela Casa do Senhor.

A obra da reforma, que tinha um prazo de três a quatro meses para finalizar, teve que ser prolongada, isso devido ao estado grande de degradação da alvenaria da lateral esquerda do templo, que por sinal é a mais exposta as ventos e chuvas. Outrossim, a cercadura de fundos do templo também está exigindo mais atenção, de modo que a obra para ser bem acabada vai agora no tempo necessário, contudo a esperança é que mais tardar em janeiro de 2023 tenhamos concluída a primeira etapa da reforma.

Faço questão de salientar que a obra está sendo feita 100% com os recursos advindos dos dízimos, ofertas e promoções da comunidade paroquial, que não se cansa de trabalhar para se concretizar o sonho de ver a Casa da Mãe do Coração Imaculado de Fátima voltar a brilhar com toda a beleza e glória.

O acampamento é uma experiência nova dentro da metodologia educativa salesiana, entretanto ganhou um grande espaço dentro do calendário das obras das inspetorias São Domingos Sávio (SDB) e Nossa Senhora da Amazônia (FMA). A atividade se caracteriza em se retirar para um lugar próximo à natureza, em que os próprios campistas realizam toda a logística. Este ambiente ecológico e salesiano possibilita aos jovens se conectarem com o cosmo, trabalharem em equipe, superarem desafios, repensarem as suas atitudes e conhecerem novos amigos.

Nesse contexto, em Santa Isabel do Rio Negro/AM, a Articulação da Juventude Salesiana (AJS) realizou dois acampamentos para atenderem às demandas da juventude rionegrina. A ideia surgiu a partir do estudo da realidade do município. O conselho da AJS percebeu que os jovens se encontravam com diversos conflitos familiares, psicológicos e religiosos. Muitos haviam perdido o sentido da vida por causa das suas dores existenciais.

Com esta realidade iminente, os jovens conselheiros, com os seus assessores, resolveram estabelecer o seguinte tema para ambos os acampamentos: “A es-

piritualidade e o sentido da vida” e o lema: “Somente em ti colocarei a minha esperança”. O objetivo foi de promover reflexões sobre o otimismo diante da vida, pois mesmo frente às dificuldades é importante acreditar ter dias melhores. Sabemos que a esperança e o otimismo são elementos imprescindíveis para a pedagogia salesiana.

Vale ressaltar que, durante as duas edições do acampamento, a prática esportiva, as gincanas, noites culturais e as demais dinâmicas foram essenciais para os jovens potencializarem as suas energias e exercerem seu protagonismo. Além disso, os jovens da atualidade gostam de testar as suas forças e superarem os seus medos. O espírito lúdico e a competição saudável os auxiliam a estarem mais atentos aos momentos formativos. Esses elementos estavam presentes na metodologia salesiana desde o princípio. Sem eles, Dom Bosco não teria arrebanhado tantos jovens no pequeno oratório de São Francisco de Sales em Valdocco. Um outro elemento importante de se destacar nos acampamentos foi a presença dos assessores no meio dos jovens. Eles se fizeram presentes para auxiliar o conselho local e fazer acompanhamento personalizado junto à juventude. Esta equipe é formada por oito leigos, pela Ir. Nazaré, Filha de Maria Auxiliadora, e pelo jovem salesiano Gustavo Sousa. Todos maduros na fé e conscientes de suas atribuições. A presença de um educador salesiano é fonte geradora do espírito de família. Segundo Dom Bosco, “a familiaridade gera afeto e o afeto produz confiança” (CONSTITUIÇÕES, 2015, p. 284). Quando se tem confiança entre o educador e o jovem, há a possibilidade de um caminho de descobertas e maturação.

O ACAM PBOSCO em Santa Isabel do Rio Negro obteve algumas características próprias devido aos desafios geográficos e a riqueza cultural. Confira abaixo os principais momentos dos dois acampamentos:

1. ACAMP BOSCO – EDIÇÃO CIDADE: aconteceu com 110 jovens residentes na cidade de 19 a 21 de agosto de 2022. A programação iniciou com a oração de abertura, a qual destacava a importância de se retirar para o monte e se encontrar com Deus. Os jovens obtiveram a grande oportunidade de ter a assessoria do

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padre José Ivanildo, sdb. Com grande maestria, o salesiano abordou diversos subtemas, a saber: projeto de vida, esperança, feridas e perdão como também a importância dos laços familiares.

Na noite de adoração, momento ápice do encontro, os jovens foram surpreendidos com a presença dos seus pais e responsáveis. A assessoria da AJS resolveu levá-los ao local do encontro para que eles pudessem fazer a experiência do perdão familiar. Foi um momento marcante e inesquecível na família dos jovens campistas. Durante o domingo, dia do Senhor, os jovens tiveram a oportunidade de vivenciar o sacramento da reconciliação e da eucaristia.

2. ACAMP BOSCO – EDIÇÃO

INTERIOR: O segundo acampamento foi realizado nos dias 21, 22 e 23 de outubro na comunidade do cartucho, interior de Santa Isabel do Rio Negro. Lá se reuniram mais de 120 jovens de mais de 15 comunidades que ficam à margem do Rio Negro. A distância da sede até esta localidade é de aproximadamente 6 horas de barco. O conselho da AJS sempre teve o sonho de incluir os jovens ribeirinhos que estavam nos lugares mais remotos do munícipio, entretanto sabiam do desafio de reunir estes jovens em um só lugar devido à distância geográfica e o alto custo de combustível. À vista disso, a comissão coordenada pela jovem Geovanna Rodrigues, realizou diversas campanhas a fim de arrecadar fundos para custear a alimentação e a logística necessária do encontro.

Nesta edição, os campistas refletiram sobre o sentido da vida, a espiritualidade no cotidiano e a importância da esperança. Todas as temáticas foram conduzidas pela psicóloga Mariene Ferreira, pelo salesiano Gustavo Sousa e pelo médico veterinário Ivyson Epifânio, todos assessores do conselho da AJS do município. Na última reflexão, tratando sobre o projeto de vida, foi proposto para os jovens escreverem os seus sonhos para serem semeados dentro de uma cápsula do tempo que será aberta somente em 2033. A finalidade desta dinâmica é de motivar os jovens a sonharem, pensarem no tempo e escreverem uma carta para o futuro. O acampamento foi encerrado com a celebração eucarística presidida pelo salesiano, padre Adail Juvêncio e o padre José Jacinto. A juventude salesiana voltou entusiasmada para as suas respectivas comunidades.

Agradecemos a todos os benfeitores que apostaram nesta iniciativa pastoral, sem eles, não seria possível realizar grandes feitos na vida destes jovens.

O Salesiano Coadjutor, Raimundo Francelino (L Raimundinho) participou de 1º a 15 de outubro de 2022 da Solenidade de Canonização do irmão Artêmides Zatti. O irmão Raimundinho foi escolhido pelo inspetor e seu conselho para participar desse ato solene representando a nossa Inspetoria.

Irmão Raimundo tem 57 anos de vida religiosa e 79 anos de idade, partiu de Belém/ PA, foi a Portugal e em Fátima. Participou das solenidades em Turim e em Roma. Regressou cheio de alegria entusiasmo por conta da experiência vivida. Onde concedeu entrevista para O Tapiri.

Irmão Raimundinho como foi a experiência de participar da canonização de São Artêmides Zatti?

Para mim foi um grande sonho e outra coisa também, é o primeiro irmão Salesiano que foi canonizado na nossa congregação Salesiana. Segundo o Reitor Mor, éramos cerca de 600 coadjutores participando da solenidade, padres também, mas foi uma grande alegria! O Reitor Mor sempre presente no meio de todos como um pai de uma grande família! Fiquei muito emocionado em vários momentos: na basílica de Auxiliadora em Turim e na própria canonização na basílica de São Pedro.

Qual é a mensagem que a vida de Artêmides Zatti deixa para os jovens, para os irmãos coadjutores e para os leigos que compartilham a nossa missão?

É uma grande alegria porque ele foi um homem de vontade, como Dom Bosco queria e a sua bondade conquistou todo aquele povo da Patagônia. Sendo enfermeiro ajudou muita gente com dificuldade na época. Zatti não ligava para isso. Ele fazia as coisas com bondade de Deus e também como Dom Bosco realmente fazia, com muito sacrifício. Ele não mediu esforços, então todos os Salesianos que estavam lá realmente ficaram emocionados, o anúncio do papa no momento que ele foi proclamado santo foi de muita emoção.

Irmão, qual é o desafio hoje de ser salesiano coadjutor na congregação? O que poderia ser feitor para promover, suscitar mais vocações de leigos consagrados? Como é que Artêmides Zatti pode ajudar nesse processo de convocação de novas vocações?

Primeiro desafio é ter mais firmeza na vida salesiana. Depois uma maior divulgação, uma espécie de propaganda sobre o irmão Salesiano coadjutor, a figura do padre ainda é mais forte entre as vocações. Incentivar a divulgação e a participação do salesiano irmão no meio dos jovens.

Irmão Raimundinho Eu gostaria que você deixasse uma mensagem para gente sobre a vida de são de Artêmides Zatti. O que a gente pode aprender com ele para sermos ainda mais Salesianos, mais santos, mais dedicados a missão evangelizadora?

Continuar com aquela alegria, aquela vontade de Artêmides Zatti, fazendo a vontade de Deus e de Dom Bosco que nos ensina a judar o próximo como ele ajudou muito. É uma grande satisfação termos um irmão Santo, ajuda também no entusiasmo pela própria vocação de cada irmão.

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Ananindeua, 27 de novembro de 2022

“Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”

Desejo partilhar com vocês a alegria que tivemos a ser informados no último Conselho Presbiteral que o Arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira, decidiu elevar a nossa Paróquia dedicada a Nossa Senhora das Graças como Santuário da Região Episcopal Menino Deus. Para cada Região Episcopal da Arquidiocese será criado um Santuário. Como é do conhecimento de todos também somos a primeira Paróquia de Ananindeua e Nossa Senhora das Graças é padroeira do Município, celebrada no dia 27 de novembro.

No último dia 27, com a autorização de Dom Alberto, o seu bispo auxiliar, Dom Antônio de Assis fez a comunicação oficial, destacando que o Santuário de Nossa Senhora das Graças será referência para a Pastoral Juvenil (temos garantido nossa presença na caminhada da juventude e procurar reforçar a nossa identidade juvenil), a Pastoral Bíblico-Catequética (Iniciação à Vida Cristã) e a devoção à Medalha Milagrosa. Eles elementos caracterizam a identidade da paróquia salesiana. A data da instalação do Santuário será comunicada posteriormente.

A Paróquia Nossa Senhora das Graças tem “uma bonita história de evangelização pra narrar e um futuro frutuoso a construir!” Partilho, com simplicidade alguns elementos que alimentam esta minha percepção e de tantos outros:

• A Paróquia é um marco significativo da presença salesiana no Pará e, mais especificamente em Ananindeua e na Arquidiocese e, com a nova configuração da nossa presença na área pode adquirir um significado ainda maior;

• Por aqui passaram tantos salesianos (padres, irmãos, seminaristas) que deixaram sua colaboração e, dentre esses destacam-se figuras como a do padre

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Pedro Gerosa, o padre Ricardo Lorenzoni, que mesmo acometido de cegueira todos os dias se dirigia ao Hospital Anita Gerosa para visitar os enfermos e depois seguia para atender às confissões na Matriz e, poderíamos mencionar tantos outros;

• Foi Dom Antonio de Almeida Lustosa quem criou a nossa Paróquia, e nos alegramos em saber que está em curso o seu processo de beatificação;

• Da Paróquia Nossa Senhora das Graças se originaram tantas comunidades e Paróquias, caracterizadas pela força e a disponibilidade de inúmeros leigos e leigas;

• Há anos temos a alegria de receber, em Vigília, a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré e com humilde-ousadia poderíamos dizer que de certa forma “o Círio começa aqui!”;

• Estamos geograficamente bem situados e com um espaço físico privilegiado, fruto do esforço de tantos irmãos que se preocuparam também com esta dimensão física;

• Existe um número significativo de leigos e leigas comprometidos com a vida paroquial, buscando sempre mais crescer no “sentido de pertença”;

• Estamos localizados num ponto estratégico no que se refere à acolhida dos peregrinos que se dirigem a pé para a Basílica de Nazaré e, com fazemos parte de uma única Obra é bom lembrar que há mais de 10 anos, acolhemos (desde os seus inícios) inúmeros peregrinos que tem como referência a Obra Salesiana;

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O Círio e a Festividade de Nossa Senhora das Graças, possui uma grande tradição na cidade e tem colaborado com a evangelização do povo da Terra do Ananindeua.

Há quase 80 anos realizamos o nosso Círio e somos a primeira Paróquia de Ananindeua:

• No próximo ano teremos a alegria de celebrar 80 anos de evangelização (1943-2023) nesta parte da Arquidiocese;

• A devoção a Nossa Senhora das Graças é uma devoção mariana de grande popularidade e, recentemente a tem sido associada mais fortemente à Medalha Milagrosa, celebrando todo dia 27 às 11h30 e às 18h30 a novena da medalha milagrosa;

• Com o advento da pandemia iniciamos um trabalho fecundo de evangelização através da Visita missionária e da Bênção Anual das Famílias. Todas as nossas 14 comunidades foram visitadas pelos leigos (em grupos compostos pelos membros das diversas forças vivas) e a visita de sacerdotes e diáconos para a bênção anual das famílias;

• Temos crescido na organização da nossa Festividade, dando sempre mais uma tônica voltada para a evangelização e o crescimento no sentido de pertença.

Em síntese, estamos dando continuidade a este percurso de quase 80 anos de presença significativa nesse território.

A elevação da nossa paróquia a Santuário abre para nós tantas possibilidades, sobretudo relacionadas com a evangelização.

Desde o ano passado, iniciamos um diálogo com um arquiteto e também com Dom Carlos Verzeletti para pensarmos num projeto de revitalização do nosso espaço celebrativo e no atendimento aos fieis. Partilho algumas iniciativas: melhoria dos espaços e bancos mais confortáveis (com a participação em 100% da comunidade); troca do som, também com o aporte da comunidade; melhoria de alguns espaços internos como cozinha e refeitório e outros projetos em andamento. Estamos sonhando em ter uma outra berlinda e, o mais importante uma imagem em madeira feita por um renomado escultor, de Nossa Senhora das Graças, mantendo a sua iconografia própria, mas com algum elemento (flor do ananin) que a identifique também com Ananindeua. Já iniciamos um diálogo com um escultor. Meses atrás, iniciamos o Ano Jubilar em preparação para a celebração os 80 anos da Paróquia.

Temos inúmeros desafios, sobretudo pastorais, mas nos sentimos motivados pelo Senhor, pela história já vivenciada e pela generosidade de inúmeros fieis.

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Recentemente, fizemos o comunicado de que a nossa Comunidade São Pedro fará parte da nova Área Missionária Santo Agostinho. Iniciamos no CPP um diálogo para a criação de alguns Núcleos de Animação Missionária, sobretudo nos condomínios.

No domingo, dia 27, percorremos com a imagem de Nossa Senhora das Graças algumas paróquias do Município, com o desejo de que no próximo ano, o Círio de Nossa Senhora das Graças se configure um pouco mais como o Círio do Município envolvendo, na medida do possível as Paróquias que estão em Ananindeua, mas que fazem parte da outra Região.

Ficamos felizes em ver que se configura também uma outra realidade na Arquidiocese, a dos Santuários como uma grande oportunidade para inúmeras iniciativas e, um trabalho em rede. Fazemos parte de uma arquidiocese que tem no seu DNA a forte experiência mariana e onde o Santuário Basílica de Nazaré têm um lugar de destaque. Certamente poderemos nos enriquecer e colaborar ainda mais com a evangelização do nosso povo.

Temos certeza que para nós salesianos esta notícia é motivo de alegria e compromisso. Sabemos o que comporta tornar-se Santuário. Tendo presente as orientações da Congregação sobre este tipo de presença, as orientações da Arquidiocese e alicerçados nesta bonita história, temos certeza que há uma bela história a ser escrita.

Gostaríamos de solicitar que esta carta ficasse arquivada como memória deste momento tão singular para a presença salesiana em Ananindeua, no Pará e na Arquidiocese de Belém.

A Virgem Maria, cuja memória celebramos hoje e que se dedica a si mesma a Deus, nos ensine a oferecer nossos dias e dons ao Senhor e aos irmãos!

Em Dom Bosco,

P Francisco Alves de Lima, sdb – Pároco P José Manoel de Jesus – Vigário P Alzimar Farias de Araújo – Vigário Ir. Raimundo Francelino de Castro S Justino de Jesus Massa Castro (Comunidade Salesiana)

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A celebração foi realizada na maloca do Parque das Tribos, bairro indígena de Manaus, AM. O lugar foi escolhido para que a comemoração fosse partilhada com as outras etnias da cidade.

No início do evento foram recordados a história, o objetivo e a perseverança do grupo. Posteriormente, discursaram a coordenadora Franciene Melchior, o vice-coordenador Kledson Menezes, o assessor salesiano Antonio Veiga Neto e a ativista Vanda Ortega Witoto, convidada especial.

Padre Jefferson Luís da Silva Santos, inspetor da Inspetoria São Domingos Sávio, participou da celebração de ação de graças e destacou a história dos missionários salesianos nas presenças do Rio Negro, principalmente na área da educação e o bem propagado através da evangelização.

O grupo foi fundado em 2012 pelo padre indígena Reginaldo Cordeiro (etnia Arapaço), junto com vários jovens do Centro Salesiano de Formação (CESAF). O objetivo era acompanhar a juventude salesiana indígena do Rio Negro, no que se refere à espiritualidade, consciência social, educação e cultura indígena.

São jovens provenientes do Rio Negro que moram em Manaus, que estudam e trabalham.

Vanda Ortega Witoto, primeira amazonense a receber a vacina contra a Covid-19, lembrou os tristes momentos dos povos indígenas na pandemia, falou de perseverança e união dos povos, ressaltou os problemas dos jovens quando chegam na capital e defendeu o direito às universidades.

A comunidade salesiana de São Gabriel da Cachoeira/AM, que acolhe os jovens para a experiência do aspirantado, proporcionou aos três jovens aspirantes uma expedição missionária visando o conhecimento ampliado da missão salesiana entre os povos indígenas. Dos Três jovens, dois são oriundos da região, sendo o Vanderson Sampaio, pertencente a etnia Dessano e o João Salú da etnia Yanomani, além de Ytallo Ferreira da cidade de Manicoré/AM. Após sete meses de acompanhamento formativo esses jovens foram enviados para a missão Nossa Senhora de Lourdes, em Maturacá, nesta região o trabalho salesiano acontece entre os povos Yanomanis. Ao todo foram 10 dias de vivência conhecendo a realidade, os desafios e as riquezas da vida missionária na Amazônia.

Partindo da convicção de que a experiência é sempre singular e é capaz de nos atravessar deixando em nossa história marcas significativas de cada ato vivenciado que destacamos alguns testemunhos desses jovens aspirantes.

De acordo com o aspirante João Salú, apesar de ser filho desta região e fruto desta cultura: “A experiência de retornar a minha comunidade me fez ter um olhar diferente, percebi algumas mudanças, mas também compreendi aquilo que nos faz ser únicos, a riqueza de nossa cultura, chegar no período da

festa da banana, aguardar meu pai chegar junto com os moquiadores me emocionou e me alegrou por estar junto com eles neste momento importante”.

Destacamos que a festa da banana é assim conhecida devido a grande quantidade da fruta que é oferecida para o ritual, pode também ser chamada de festa da pupunha, ela é feita para celebrar e fazer memória dos Yanomanis falecidos e os moquiadores são os indígenas Yanomamis escolhidos para partirem para a caçada em busca do alimento para a festa, a caçada dura em torno de 7 dias e a chegada desses moquiadores é marcada pela festa e dança dos moquiadores. Para o aspirante Vanderson “Essa experiência favoreceu muito porque deixa uma marca na nossa vida, uma lembrança emocionante, foi um trabalho lento devido a minha resistência ao novo, mas ouvir dos alunos, dos professores, do povo em geral a história de sua cultura me permitiu dar abertura para vivenciar o momento. A possibilidade de participar da festa da banana, dos rituais, dançar junto com eles, ser acolhido pelo povo e pelos líderes, caciques, me marcaram profundamente”.

A danças são apresentadas de modo crescente iniciando com as crianças, jovens, adultos e idosos, na mesma organização segue a apresentação das mulheres que geralmente não fazem no mesmo dia, isto depende é claro do tamanho de cada aldeia. Vale ressaltar que essas danças são para homenagear os falecidos e em caso do falecido ser jovem, os que fazem a homenagem são também os jovens. A dança é marcada por gestos e sons que despertam o riso, por isso, é muito comum a imitação de sons de animais e a cor predominante da pintura do corpo é preta tornando a pessoa irreconhecível.

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Para o jovem aspirante Ytallo Ferreira “a experiência me chamou a atenção desde o trajeto da viagem com as paisagens deslumbrantes, a natureza chamando a atenção para a sua conservação. A beleza natural de Maturacá é encantadora, o pôr-do-sol é único, as serras, em especial a serra do padre nos leva a refletir a beleza da criação. Logo que cheguei tive o privilégio de ver os Yanomanis nos seus ritos, nas suas danças e acompanhei um pouco de longe, mas depois fiquei muito feliz que fui convidado por eles a participar da festa, eles me pintaram, dancei junto e participei com eles dos ritos, era momento de vivenciar um pouquinho da riqueza de sua cultura. Esta vivencia me marcou profundamente e também me levou a refletir sobre as minhas origens, as minhas raízes”.

Conhecer a missão salesiana nas suas diversas frentes permite aos jovens vocacionados uma luz para ajudar no discernimento de sua resposta vocacional, um sim que se dá a Deus, mas que também se dá aos destinatários de nossas missões.

SALESIANO WELLINGTON ABREU É ORDENADO SACERDOTE

Presidida pelo Bispo Auxiliar de Belém, Dom Antônio de Assis Ribeiro, a celebração foi realizada no dia 13 de agosto, na paróquia de São José na cidade de Ji-Paraná/RO, lugar onde o salesiano Wellington deu seus primeiros passos para a vocação sacerdotal. Participaram da solenidade o bispo diocesano de Ji-Paraná, Dom Norbert Hans Foerster, o Inspetor da Inspetoria São Domingos Sávio, padre Jefferson Luis, salesianos sacerdotes, padres diocesanos e representantes da Igreja local, além de familiares e amigos.

Na homilia, Dom Antônio, destacou o mês das vocações, a figura do sacerdote e suas características: “Onde mora um padre a comunidade é mais

feliz”. O padre é pai, é afetivo, psicólogo, é guia espiritual, é profeta! É o bom Pastor, recebe o chamado divino; antes que te formates dentro do seio de tua mãe”. Salientou também sobre a humanidade dos religiosos, afim de orientar o neo-sacerdote a manter-se atento à realidade, não esquecer suas origens e estar sempre disponível e a serviço da comunidade: “Padre também é humano, sofre chora, se emociona é sensível, aberto ao diálogo”.

Após a homilia a celebração continuou com o rito da ordenação, onde era visível tanta emoção nos rostos dos que participavam da celebração. Padre Wellington foi revestido com a Estola pelo padre Augusto Kian, seu mestre de noviciado e foi revestido com a Casula pelo Padre Inspetor que em 2009 o acompanhou como jovem vocacionado. Em seguida padre Wellington se juntou aos sacerdotes participando da celebração já como salesiano sacerdote.

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No fim da celebração, o Inspetor agradeceu a família do padre Wellington pela doação do filho ao serviço sacerdotal. Posteriormente, padre Jefferson informou publicamente que o neo-sacerdote fará parte da comunidade de Maturacá, a Missão Salesiana presente entre o povo Yanomami. Após a divulgação, padre Wellington agradeceu aos presentes e aos envolvidos na organização da emocionante celebração.

Primeira Celebração

No dia seguinte da ordenação, (14/08), padre Wellington celebrou sua primeira missa na sua comunidade de origem, Nossa Senhora da Glória no interior da diocese de Ji-Paraná/RO. Padre Wellington inspirado em um rito antigo da Polônia organizou uma procissão da sua casa até a comunidade recordando que é a família que o oferece para a Igreja. No início os seus pais o revestiram da estola sacerdotal e o Padre Wellington abençoou todos os presentes. Em seguida caminharam para a comunidade rezando o santo Rosário animado pelo terço dos homens da Paróquia São José.

A celebração foi marcada por tantas motivações, era o domingo dia dos pais, a abertura da Semana da Família promovida pela paróquia São José, a renovação matrimonial de 70 anos de casados dos avós paternos, 53 anos de casados dos avós maternos, 30 anos de casados dos seus pais, festa da padroeira da comunidade e o aniversário da sua avó materna Dona Albertina. Padre Wellington definiu sua primeira missa como uma missa para as famílias, recordando aos presentes que, de boas famílias saem as novas vocações.

A homilia foi proclamada pelo salesiano, padre Reginaldo Cordeiro, que foi seu formador por três anos no pós-noviciado em Manaus, que em suas palavras recordava ao jovem sacerdote o valor de ser enraigado nas origens e de nunca deixar de sonhar.

Tanto no almoço de ordenação quanto no jantar da Primeira Missa, padre Wellington esteve à disposição para abençoar famílias e conceder bênçãos individuais. Foi um momento muito rico ver a devoção do povo de Deus ao beijar as mãos do novo sacerdote e pedir as bênçãos. Padre Wellington recordou que o povo de Deus é sedento das graças e bênçãos do céu e por isso a importância de abençoar o povo.

Escolha do Tema

O tema “Cantarei para sempre o teu AMOR Senhor”, se trata da representação do meu projeto de vida e a missão que busco seguir, ser para Deus um hino de louvor. Ser para as pessoas uma nobre melodia que evangeliza e transforma. Ser para ele mesmo uma composição original das mãos do Senhor. Cantar o amor de Deus é a resposta de um que se sente amado pelo Mestre, porquê quando alguém é amado a única resposta é amar. Confira a matéria completa e fotos no link:

https://www.facebook.com/page/187891767992607/search/?q=ordena%C3%A7%C3%A3o%20Wellington

A ORDENAÇÃO

No dia 17 de dezembro a Inspetoria São Domingos Sávio juntamente com a Paróquia São Miguel Arcanjo da Missão Salesiana de Iauaretê/AM, congratularam-se com o sim do salesiano Luis Antonio Ferreira. Da Etnia Tukano, Padre Luís Antônio é o sétimo salesiano sacerdote oriundo de Iauaretê, Distrito do município de São Gabriel da Cachoeira no Amazonas.

Pela imposição das mãos e oração consecratória, foi ordenado por Dom Antônio de Assis Ribeiro, salesiano de Dom Bosco (SDB), Bispo Auxiliar de Belém do Pará que em suas palavras durante a homilia reforçou o ícone escolhido pelo neo-sacerdote em seu lema sacerdotal: “O Bom Pastor dá a sua vida pelas suas ovelhas”. “O Pastor precisa se cuidar, estar bem consigo mesmo para cuidar bem das ovelhas; o Pastor precisa estar disponível para acolher as ovelhas; o Pastor precisa buscar as ovelhas que ainda não estão no seu curral e não pode usar uma viseira olhando somente para uma direção, precisa olhar para todos e cuidar de todos”, afirmou Dom Antônio.

Dom Antônio de Assis reforçou que precisamos rezar pelas vocações, pedir sempre ao Senhor mais operários para o Reino e que Iauaretê, berço de tantas vocações sacerdotais e religiosas, possa ainda produzir muitos frutos para a vida da Igreja do Rio Negro e para a vida salesiana.

Padre Luis em seu discurso agradeceu a todos os presentes e principalmente a todos que ajudaram em todo o seu processo formativo, os seus pais senhor Luís e Dona Justina, seus irmãos, os formadores, os salesianos, as Filhas de Maria

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Auxiliadora, os leigos e os jovens da Paróquia São Miguel Arcanjo e no final fez uma linda homenagem a Nossa Senhora Auxiliadora que o conduziu até aqui.

Agradeceu a comunidade salesiana na pessoa do Pároco, Padre Reginaldo Barbosa que com a comunidade paroquial prepararam tudo muito bem. “Hoje estou muito feliz, sinto o amor de Deus por mim e a única coisa que brota do meu coração é a gratidão e por isso louvo e agradeço a Deus por me fazer chegar neste dia com vida e saúde para poder servir a Igreja, os jovens e o povo santo de Deus, concluiu padre Luis Antonio.”

No final da celebração Padre Franciclei Martins, ecônomo inspetorial e representante do Inspetor, padre Jefferson Luis, apresentou a comunidade paroquial a nova obediência do padre Luis, será formador no aspirantado indígena de São Gabriel da Cachoeira.

A família do Padre Luis Antonio tem a alegria de ter dois filhos religiosos, ele e a sua irmã Justiane que é Filha de Maria Auxiliadora. Deus seja louvado por tantas vocações oriundas de Iauareté e da família do Padre Luis.

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O TRÍDUO: DIAS DE PREPARAÇÃO

A Ordenação foi antecipada por três dias de preparação com um Tríduo Vocacional. Foram dias intensos em clima salesiano e familiar. Várias foram as comunidades que organizaram a liturgia e a noite cultural em cada dia. Vários foram os grupos que abrilhantaram este evento.

A primeira noite, a eucaristia foi presidida pelo salesiano padre Wellington Abreu, colega de pós noviciado que refletiu com a comunidade o dom do chamado.

O segundo dia foi animado pelo salesiano padre Jacinto Sampaio, diretor e pároco de Santa Isabel do Rio Negro, que refletiu a importância da família na vida do vocacionado.

O terceiro dia teve como presidente da celebração o bispo ordenante, Dom Antônio de Assis Ribeiro, mas a reflexão foi realizada pelo salesiano padre Gilson Falcão, diretor do Centro Inspetorial e Secretário Inspetorial, pois celebrava seus 10 anos de Ordenação Presbiteral e partilhou as virtudes da fidelidade e perseverança.

As três noites foram ocasiões para abençoar os paramentos e objetos litúrgicos do neo-sacerdote. E ao fim de cada celebração tivemos a alegria de contemplar as danças culturais tradicionais, apresentações e homenagens, e a animação dos salesianos presentes.

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A PRIMEIRA MISSA

No dia seguinte após a ordenação e as festas, o neo-sacerdote presidiu a sua Primeira Missa na Igreja Matriz de São Miguel Arcanjo. Padre Gilson Falcão, convidado pelo padre Luis, fez a homilia. No espírito do quarto Domingo do advento onde José e Maria assumem a missão de gerar e cuidar de Jesus, padre Luis mais uma vez agradeceu ao Senhor por gerar Cristo no seu coração e na sua vida e pediu a graça de com seu ministério sacerdotal também poder gerar Cristo na vida de todos aqueles a quem for enviado.

Confira a matéria completa e mais fotos no link: https://isma.org.br/salesiano-luis-antonio-e-ordenado-sacerdote-em-iauarete/

EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS ON-LINE

Após dois anos sem os retiros anuais, aconteceu de 24 a 29 de janeiro o retiro anual dos salesianos da Inspetoria São Domingos Sávio de Manaus. Com o aumento de casos da covid-19 na cidade em decorrência da variante ômicron, os superiores optaram pela modalidade on-line.

Prontamente os salesianos que estavam hospedados na Casa Inspetorial e na comunidade do Aleixo na zona Leste, acompanharam, juntos, a transmissão das meditações e celebrações.

O pregador do retiro foi o padre Damásio Medeiros, que refletiu com os participantes o tema, “A meditação salesiana: garantia de uma alegre perseverança na vocação”, voltada para a oração pessoal, forma indispensável de oração que estreita a intimidade com Deus, salva da rotina, conserva o coração livre e revigora o devotamento ao próximo, conforme diz o artigo (93) das Constituições Salesianas.

A celebração de encerramento aconteceu no dia 29/01, presidida por Dom Tadeu Canavarros-SDB, bispo auxiliar de Manaus. Na ocasião os salesianos fizeram a renovação da profissão religiosa.

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ENCONTRO DE FORMANDOS 2022

De 01-03 de fevereiro aconteceu em Manaus na casa de Retiro Monsenhor Giordano o Encontro de Formandos da Inspetoria São Domingos Sávio com o tema: “Vida religiosa, fraternidade e novas tecnologias”. Na abertura do encontro, o padre Inspetor, Jefferson Luis, destacou o tema do encontro aos formandos, “por ser um assunto que tem muito a ver conosco e muito mais com vocês jovens. Esse é o mundo de vocês hoje! E nós queremos refletir o mundo a partir da realidade de vocês. Jovens que se dispõem a iniciar um processo, um caminho de discernimento da vocação para a vida religiosa salesiana”.

Três temas foram trabalhados no encontro. Padre Josué Nascimento, trabalhou com os formandos o tema: “Vita consecrata: vida religiosa jovem”, um documento pós-sinodal. Irmã Carmelita Conceição, superiora das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) da Inspetoria Nossa Senhora da Amazônia, partilhou com os jovens o tema: “Fraternidade e vida religiosa” e o padre Daniel Cunha, delegado para a pastoral juvenil, acolheu os formados com o tema: “Vida religiosa e novas tecnologias a serviço da nossa missão”. Assuntos atuais com grandes desafios inseridos no cotidiano da vida religiosa.

Foram dias de formação continuada, trabalho em equipes e muita troca de experiência entre os formandos que fazem parte das diversas etapas formativas do Pré-noviciado ao Teologado.

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EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS DE INSPETORES E CONSELHEIROS COM O REITOR MOR

Aconteceu entre os dias 14 e 18/02, em São Leopoldo-RS, cidade do sul do Brasil, os Exercícios Espirituais para Inspetores e Conselhos Inspetoriais da Região América Cone Sul, pregados pelo Reitor-Mor, padre Ángel Fernández Artime. Participaram 84 salesianos de onze Inspetorias: Brasil (Manaus, Recife, Campo Grande, Belo Horizonte, São Paulo e Porto Alegre), Uruguai, Paraguai, Chile e Argentina (Norte e Sul). Presente também o Conselheiro Regional, P. Gabriel Romero.

Na programação dos Exercícios, sete conferências foram previstas pelo Reitor-Mor com tema central: “Identidade consagrada salesiana à luz do Capítulo Geral 28” e quatro encontros de diálogo do Superior Geral com a Assembleia sobre temas de animação e governo na Congregação. A Concelebração Eucarística diária e as horas litúrgicas de Laudes e Vésperas estruturam a intensa experiência de reflexão e oração proposta para estes dias.

Participaram pela Inspetoria de Manaus, além do padre Inspetor, Jefferson Luis, o padre Felipe Bauzière (Vice-Inspetor), padre Franciclei Borges (Ecônomo) e os conselheiros: padres Alberto Rypel, Gilson Falcão, Daniel Cunha, José Ivanildo e Raimundo Marcelo.

MADRUGADA JOVEM 2022

A Paróquia São José Operário-Leste em Manaus/AM, acolheu nos dias 26 e 27 de fevereiro a Madrugada Jovem 2022. Com o tema da estreia do reitor-mor do ano de 2022: “fazei tudo por amor, nada por força”, o evento contou com a presença de jovens da paróquia e de outras comunidades salesianas de Manaus.

O evento iniciou com Santa Missa, presidida pelo pároco, padre José Ivanildo. Em seguida os jovens foram distribuídos entre 5 oficinas temáticas para melhor interação. Na quadra aconteceu a meditação coletiva e a escuta de testemunho de fé e de vida religiosa de um membro da paróquia e de uma irmã salesiana (FMA) tendo como tema: Foi Ela quem tudo fez. Este momento mariano concluiu-se com o terço meditado.

O pátio da matriz foi tomado pela animação de nossos jovens que exalaram alegria em apresentações culturais, dançando e cantando músicas temáticas. Ao voltar para o espaço da igreja houve a “roda de conversa Fé e vida” na qual o pároco Pe. José Ivanildo, respondeu diversas perguntas feitas pelos jovens.

Finalizando o momento temático, houve adoração eucarística. Os jovens foram direcionados ao pátio para um oratório livre com diversas modalidades.

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JUVENTUDE SALESIANA EM MANHÃ DE ESPIRITUALIDADE

A Paróquia Salesiana de Nossa Senhora de Fátima, em Porto Velho, Rondônia, pertencente à Inspetoria de Manaus, promoveu para a juventude paroquial, dois encontros no ano. O primero no domingo 03/04, uma manhã de reflexão e espiritualidade, nas dependências do santuário salesiano. Destaque para a participação de muitos jovens universitários que somente frequentavam as missas dominicais e que agora pela primeira vez aceitaram participar de um evento pastoral. Oitenta e seis jovens aceitaram o convite, que iniciou com Eucaristia junto à comunidade paroquial e em seguida foram todos ao salão, onde o tema da centralidade de Jesus na vidado jovem foi desenvolvido pelo Padre Sérgio Lúcio, pároco. Seguiu-se tempo para oração, cantos, louvor e dinâmicas. Padre Nilson Cruz, diretor da comunidade Salesiana também deu uma palavra de incentivo para que todos se empenhassem em viver bem o tempo da Semana Santa.

A II Manhã de Espiritualidade Juvenil aconteceu em dezembro (11/12), O tema foi sobre Jesus, refúgio e salvação e o exemplo de S. Zatti como testemunho dessa entrega de amor pleno a Jesus. Total de 72 jovens participaram do encontro, que iniciou com a Eucaristia, seguido de café da manhã, oração, louvor e dinâmicas. Padre Sérgio Lúcio, pároco, abordou o tema catequético principal; um jovem que recuperou-se da dependência química deu seu testemunho e por fim foi exibido o filme de S. Artemides Zatti e comentado junto aos jovens. O evento concluiu-se com bênção e almoço festivo. As Pastorais do Dízimo e da Família estiveram servindo os jovens nesse encontro.

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XX CAPÍTULO INSPETORIAL, VENHAM COMER QUINHAPIRA

“Salesianos na Amazônia hoje”, esse foi o tema do XX Capítulo Inspetorial (CI 2022) que aconteceu de 04-07 de abril em Manaus na Casa de retiro Monsenhor Giordano em Manaus. O CI 2022 avaliou e estudou metas para evangelização juvenil na Amazônia. Destaques para os temas: reflexão sobre os efeitos causados pela pandemia; desafios de evangelização da juventude na Amazônia e Práticas da Evangelização e linhas de ação do Capítulo Geral 28.

Toda reflexão foi em “torno da Quinhampira” que é o nome dado a uma comida típica dos povos Indigenas do Alto Rio Negro, o alimento é feito com peixes e pimentas diversas, acompanhado com beju e servido sempre em comunidade.

FORMANDOS REALIZAM ENCONTRO CULTURAL NA FESTA DO PADROEIRO DA INSPETORIA

No dia 06/05 na solenidade de São Domingos Sávio, os formandos da Inspetoria Salesiana São Domingos Sávio-Manaus (BMA), reuniram-se on-line para comemorar a festa do padroeiro da Inspetoria.

O encontro foi organizado pelos noviços que estão em Barbacena-MG, e teve início às 19h com a oração, seguido das palavras de abertura do padre Felipe Bauzière, Vigário Inspetorial e também Delegado para Formação.

A noite foi recheada de várias apresentações dos salesianos em etapas formativas presentes nas diversas obras salesianas, Iauaretê-AM, São Gabriel da Cachoeira e Manaus-AM, além de Barbacena-MG, Campo Grande-MS, Lorena e São Paulo-SP. Padre Jefferson Luís, Inspetor (BMA), encerrou o encontro com o Boa Noite, ressaltando que “este momento é ideal para se estar em comunhão com a inspetoria vivendo a fraternidade”.

É o terceiro ano em que os formandos se encontram para compartilhar experiências e expressar seu carinho pela inspetoria por meio de apresentações culturais e artísticas.

REFLETINDO A FORMAÇÃO PERMANENTE DO SALESIANO

Aconteceu de 13 e 15 de julho na casa Inspetorial, o Encontro de tirocinantes da Inspetoria São Domingos Sávio com a temática geral: “Refletindo a formação permanente do salesiano”.

Na abertura do encontro o padre Inspetor, Jefferson Luis refletiu com os tirocinantes o “diálogo sobre a experiência do tirocínio e o projeto pessoal de vida”. Tema que despertou a partilha de vida e o agir do salesiano na etapa do tirocínio. Pela tarde, padre Josué Nascimento, trabalhou o tema: “A exigência da formação permanente”, tirocínio “é uma etapa, mas a formação salesiana é contínua, retratando os desafios da vida religiosa. A experiência da vida salesiana, é acompanhada com o ensino das Constituições, da espiritualidade salesiana, da práxis e história da Congregação. Desse modo, a formação garante que “cada salesiano”, seja chamado a identificar-se com Cristo como o fez Dom Bosco. Foi um dos trechos destacados na reflexão.

No segundo dia padre Franciclei Borges, ecônomo inspetorial, orientou os tirocinantes sobre a administração a partir do Diretório Inspetorial, tratando dos cuidados na prestação de contas e boas práticas na economia. Concluindo o encontro padre Daniel Cunha, partilhou o tema: “Formar-se tocando as feridas da humanidade”, tema bastante instigante, onde refletiu o texto de Diego Atalino de Melo, que trata do empenho pastoral, as dificuldades e os desafios da vida religiosa atual.

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V CONGRESSO REGIONAL DOS SALESIANOS COOPERADORES

Aconteceu de de 22 a 24 de julho o V Congresso Regional dos Salesianos Cooperadores no Instituto Missionário São José, em Campo Grande (MS), com o objetivo de eleger o novo Conselheiro (a) Mundial. O Congresso teve a sinodalidade como tema transversal de toda formação apresentada. O trabalho começou na sexta-feira (22/07) com a apresentação da Delegada Mundial FMA dos SSCC, Ir. Carmen Lucrecia Uribe. Ela falou sobre a ‘Sinodalidade para a Igreja’, com o tema “Que o amor a Cristo nos leve a amar o próximo” e lema “O Espírito de mansidão aqueça o coração e conquiste a alma”. No sábado, a formação trouxe a espiritualidade salesiana com a palestra “São Francisco de Sales e Dom Bosco unidos pelo amor”, apresentada pelo Mestre Brasdorico Merquiades dos Santos.

Atentos ao pedido do Reitor-mor, durante o CG28, de resgatar a identidade carismática salesiana, o Coordenador Mundial dos Salesianos Cooperadores, SC Antonio Boccia, afirmou que essa identidade carismática é o ponto de união de todos os grupos da família salesiana. “Nós somos a expressão laica do carisma salesiano. Sobre isto, nós devemos trabalhar muito para fazer crescer o conhecimento desta nossa identidade salesiana laica.

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FORMAÇÃO PARA OS JOVENS DA PASTORALL JUVENL SALESIANA DE MANICORÉ/AM

Entusiasmo diante da vida! A Pastoral Juvenil Salesiana de Manicoré/AM, realizou encontros formativos para os jovens da Paróquia Nossa senhora das Dores no final de julho (30/07) com a participação dos Pré-Noviços Salesianos e na Comunidade de São Pedro do Verdum, no início de mês de agosto, com o tema: “Resgatando valores da juventude”. Momento de incentivar e orientar a juventude para um processo de vida digna e religiosa.

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DOM LEONARDO STEINER, FOI NOMEADO CARDEAL DA IGREJA CATÓLICA, PELO PAPA FRANCISCO

No último sábado, dia 27 de agosto, o Arcebispo de Manaus, Dom Leonardo Steiner, foi nomeado Cardeal da Igreja Católica, pelo Papa Francisco. Em cerimônia no Vaticano, na Basílica de São Pedro. O Arcebispo e outros 19 religiosos passaram a integrar o grupo.

O frei franciscano passa a ser chamado de Cardeal da Amazônia e vai ajudar ao Papa Francisco com assuntos da região, atuando como uma espécie de conselheiro para a floresta. “Ele é o Cardeal da Amazônia, é aquele que vai ser consultado pelo Papa para uma realidade específica, como um conselheiro. Os Cardeais são essas instâncias dentro da igreja que ajudam o papa a governar, a exercer esse grande mandato do Senhor de levar em frente a animação pastoral da igreja, de conversar com as realidades” contou Frei Paulo Xavier.

Dom Leonardo Steiner também é Presidente da Comissão Episcopal Especial para a Amazônia, nomeado pela Confederação Nacional de Bispos do Brasil – CNBB, desde abril de 2022 e secretário-geral da CNBB de maio de 2011 até abril de 2019.

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NOVENA DE SÃO JOSÉ | 20 ANOS

No dia 26 de outubro, a comunidade da paróquia São José Operário-Leste celebrou o aniversário de 20 anos da Novena de São José, a celebração foi presidida pelo pároco, padre José Ivanildo e contou com a presença de padres salesianos, autoridades públicas e fiéis devotos do santo patrono das famílias.

Em seguida foi servida na área externa, uma deliciosa caldeirada de tambaqui, que para ser preparada contou com o apoio de uma grande equipe direta e indireta, o coordenador da Novena de São José, Sr. José Esteves (Guerreiro), conseguiu mobilizar os fiéis e muitos fizeram inúmeras doações para que este evento acontecesse.

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ASSEMBLEIA SINODAL A IGREJA DE MANAUS TOMA DECISÕES A PARTIR DOS PRINCIPAIS DESAFIOS DA EVANGELIZAÇÃO

Uma Assembleia que é motivo de satisfação e gratidão para o Cardeal Leonardo Steiner, grato àqueles que se reuniram de 21 a 23 de outubro de 2022, mas também à comissão que ajudou e trabalhou bastante, “tudo por amor à nossa Igreja”, para fazer realidade todo o processo sinodal vivenciado. Seu Arcebispo é consciente de que “a Arquidiocese de Manaus sempre teve uma vivência missionária, mas era necessário que todas as comunidades intentáramos ter algumas diretrizes ou linhas de ação”.

Segundo Dom Leonardo o realizado na Assembleia Sinodal Arquidiocesana “não se trata de um Plano de Pastoral, que discutiremos na próxima Assembleia de Pastoral Arquidiocesana”, onde espera que “nós consigamos dar continuidade a esse mesmo modo de ser Igreja”. Uma Assembleia que refletiu sobre temas fundamentais na vivência da fé na Arquidiocese de Manaus, na Amazônia e na Igreja Universal: Missionariedade, Ministerialidade, Formação, Serviço à Vida, Ecologia Integral e Cuidado da Casa Comum, Solidariedade e Autossustentação, Comunicação, que tem ajudado na busca de caminhos e pistas de ação para tornar tudo isso uma realidade e que será concretizado nos próximos dias.

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NOVO SITE INSTITUCIONAL NO AR!

Desde o dia 05 de dezembro, está no ar o novo site institucional da Inspetoria São Domingos Sávio-Manaus. A reformulação teve como objetivo construir um site mais seguro, com melhor distribuição dos conteúdos e acesso mais ágil. O destaque é o serviço que os salesianos da Amazônia oferecem a favor das juventudes.

O site pode ser acessado em dispositivo móvel e desktop (computadores), com serviço de atendimento ao público e acesso em libras e diversos idiomas.

O site é nosso! Participem, acessem, divulguem e façam suas sugestões e ajustes no que for preciso! Vocês fazem parte desse Projeto!

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JOGOS DOS ORATÓRIOS 2022

No dia (08/12) no dia da Solenidade de Nossa Senhora da Conceição, o Grupo de trabalho (GT) pastoral da Área de Manaus, realizou os Jogos dos Oratórios Salesianos (JOSAL), o encontro aconteceu das 8h às 14h no Colégio Dom Bosco-Centro, reunindo todos os oratórios das casas salesianas de Manaus.

O evento iniciou com a procissão em honra a Nossa Senhora da Conceição, animada pelo salesiano Antônio Veiga Neto que refletiu sobre a importância da festa para a família Salesiana e recordou o início do oratório em 1841 no encontro de Dom Bosco com Bartolomeu Garelli. Na ocasião foi cantado os parabéns aos 181 anos de Oratório Salesiano e em seguida foi divulgado o resultado das disputas, a sequência de medalhas de ouro ficou: com Oratório Domingos Sávio, Oratório Auxiliadora e Oratório Zeferino Namuncurá.

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PAPA BENTO XVI MORRE AOS 95 ANOS

Morreu no dia 31/12, aos 95 anos, o papa emérito da Igreja Católica, Bento XVI. Joseph Ratzinger exerceu o pontificado de 2005 a 2013. No último dia 28 de dezembro, o Vaticano informou que o estado de saúde de Bento XVI havia se agravado em razão do avanço da idade.

Em comunicado, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, informou sobre morte. “Com pesar informo que o Papa Emérito Bento XVI faleceu hoje às 9h34 (horário local), no Mosteiro Mater Ecclesiae, no Vaticano. Assim que possível, serão enviadas novas informações”, diz.

O papa emérito estava morando, desde 2013, no Mosteiro Mater Ecclesiae, nos Jardins do Vaticano. Ele era assistido por membros da associação leiga Memores Domini e pelo seu secretário pessoal, Dom Georg Gänswein.

Milhares de fiéis chegaram ao Vaticano para prestarem suas últimas homenagens a Bento XVI, Papa Emérito. O corpo foi levado na segunda-feira, 2, para a Basílica de São Pedro, onde ficou até o dia 5, quando aconteceu o funeral, cerca de 50 mil pessoas participaram.

Joseph Ratzinger, nasceu em Marktl am Inn, no estado da Baviera, na Alemanha, em 16 de abril de 1927. De 1946 a 1951 estudou filosofia e teologia na Escola Superior de Filosofia e Teologia de Frisinga e na Universidade de Munique, ambas na Alemanha. Foi ordenado sacerdote em 1951, nomeado cardeal em 1977, e prefeito da Congregação Para a Doutrina da Fé em 1981.

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