Sumário Presidente da República Federativa do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva Ministro de Estado do Turismo Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho
Secretário-Executivo Mário Augusto Lopes Moyses Secretário Nacional de Políticas do Turismo Carlos Silva Diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico Ricardo Martini Moesch Coordenadora-Geral de Segmentação Sáskia Freire Lima de Castro
Coordenadora-Geral de Regionalização Ana Clévia Guerreiro Lima Coordenadora-Geral de Informação Institucional Isabel Cristina da Silva Barnasque Coordenadora-Geral de Serviços Turísticos Rosiane Rockenbach
Introdução
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Gestão do Projeto
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Metodologia: Sistema Cores de Planejamento e Gestão de Destinos
15
O Movimento e o Resultado
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Introdução
4 Experiências mundiais em desenvolvimento
regiões diferentes, para que suas experiências
de destinos turísticos demonstram que
possam servir como referencial para outros
a governança e a sustentabilidade são
destinos no Brasil, validando e consolidando
premissas básicas para o desenvolvimento
a estratégia de desenvolvimento de políticas
econômico estável e continuado. Os aspectos
públicas e de ampliação, segmentação e
de sustentabilidade avançaram sobre as
diversificação da oferta turística nacional.
dimensões sociais, econômicas e ambientais
O projeto visa o desenvolvimento de um
de maneira equilibrada, o que tornou a
destino por meio de um segmento, partindo
participação das comunidades e dos agentes
do princípio de que o trade local deve estar
do mercado imprescindíveis para o sucesso
organizado, com prioridades e estratégias
de um destino.
definidas e com foco na competitividade.
Nesta perspectiva fica claro que só se tem
A estratégia para selecionar os dez destinos
sustentabilidade com governança local, e
brasileiros para serem contemplados e
só se tem governança com trade turístico
servirem de referência em segmentação
organizado e profissional.
do turismo foi baseada nos Planos de
O Ministério do Turismo entendeu que seria
Marketing Turístico Nacional – Plano
muito importante a experimentação de uma
Cores do Brasil – e Internacional – Plano
estratégia de governança local a partir de
Aquarela –, desenvolvidos pelo Governo
segmentos do mercado, considerando que os
Federal por meio do Ministério do Turismo
parceiros teriam mais afinidade e interesses
e do Instituto Brasileiro de Turismo
mais aproximados, já que sempre é muito
(Embratur), respectivamente, e nos Estudos
difícil o acordo entre as inúmeras ou diversas
de Competitividade desenvolvidos pelo
atividades que o turismo envolve.
Ministério do Turismo em parceria com o
Com isso foi criado o projeto Destinos
Sebrae Nacional e a Fundação Getúlio Vargas,
Referência em Segmentos Turísticos, que
nos casos em que se trata de Destino Indutor
tem como objetivo principal a organização
de Desenvolvimento Turístico Regional.
do trade local dentro da perspectiva de um
Os destinos envolvidos são brevemente
Segmento Turístico e a construção de um
apresentados a seguir. Suas experiências no
modelo referencial que possa servir de base
desenvolvimento dos segmentos específicos
para outros destinos com a mesma vocação
foram publicadas em volumes específicos e
turística. Para isso, foram selecionados dez
podem ser consultadas no site do Ministério
destinos com características diferentes, em
do Turismo (www.turismo.gov.br).
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anos 70 em um destino turístico de atração
Anitápolis, Rancho Queimado, Santa Rosa de Lima e Urubici (SC) – Destino Referência em Turismo Rural
Barcelos (AM) – Destino Referência em Turismo de Pesca
Brasília (DF) – Destino Referência em Turismo Cinematográfico
Localizado na região amazônica, Barcelos
Brasília reflete a mistura cultural dos
As propriedades dos municípios citados
é um destino turístico ainda pouco
sotaques, da culinária, dos costumes e
integram o projeto Acolhida na Colônia,
conhecido pela maioria dos brasileiros, mas
trejeitos do povo brasileiro, trazidos pelos
integrada a uma associação francesa de
já com destaque no mercado internacional.
agricultores, que visa valorizar o modo de
candangos que ergueram a capital com suas
Considerada a capital do peixe ornamental,
vida no campo através do agroturismo
próprias mãos. Por servir ainda de base para
Barcelos é a maior exportadora brasileira do
ecológico. Esta modalidade de turismo é
embaixadas de outras nações, é lugar das
produto e uma das maiores do mundo, com
suas pousadas, o uso de seus serviços, e
praticado dentro das propriedades rurais,
mais variadas etnias internacionais.
destaque para os peixes conhecidos como
por consequência a geração de emprego e
permitindo ao turista entrar em contato
Brasília é um destino referência no segmento
cardinal, de beleza exótica e brilho intenso, e
promoção da renda dos seus habitantes. O
com a atmosfera da vida na propriedade,
de turismo audiovisual, pelas facilidades
acará-disco.
destino é recomendado como um dos sete
integrando-se, de alguma forma, aos hábitos
encontradas na prestação de serviços,
Famosa por concentrar a maior quantidade
destinos de vela no mundo, competindo no
locais, seja por acompanhar o processo de
por ter um conjunto urbanístico em um
de tucunarés em toda a região amazônica,
windsurf com destinos internacionais de Sol
elaboração dos produtos agrícolas – doces,
cenário natural variado e exclusivo, uma
em seus grandes rios e centenas de lagos,
e Praia.
geleias, pães, café, queijo, etc. – ou por
vez que Brasília é a única cidade no século
Barcelos é o destino perfeito para o Turismo
vivenciar o dia a dia da vida rural – plantio,
XXI tombada como Patrimônio Cultural da
de Pesca, que atrai pescadores de todos os
colheita, manejo de animais –, consumindo
cantos do mundo em busca do tucunaré-
Humanidade.
Lençóis (BA) – Destino Referência em Turismo de Aventura
os saberes e fazeres do campo.
açu (Cichla temensis). Este peixe – que pode
É considerada também a cidade mais cinéfila
A Chapada Diamantina é uma região de
A região das Encostas da Serra Geral, em
atingir até 1 metro de comprimento e pesar
do Brasil, pois conta com o maior número de
serras, no centro da Bahia, onde nascem os
Santa Catarina, por suas especificidades,
mais de 14 quilos – cativa cada dia mais
salas de cinema por habitante.
rios das bacias do Paraguaçu, do Jacuípe e
possui grande potencial para o
adeptos de sua pesca em todo o mundo,
desenvolvimento do Turismo Rural, atividade
devido ao modo explosivo como atacam
Jericoacoara (CE) – Destino Referência em Turismo de Sol e Praia
coordenada e articulada pela Associação
as iscas e às bruscas arrancadas depois de
Acolhida na Colônia e fortalecida com ações
A cidade de Jijoca de Jericoacoara,
fisgados. Essas características proporcionam
cachoeiras e formam transparentes piscinas
de apoio aos agricultores familiares na
aos amantes da pesca esportiva emoções
classificada pelo jornal Washigton Post como
naturais, propiciando assim as diversas
formatação de roteiros turísticos e em sua
indescritíveis, o que motiva o retorno dos
uma das dez praias mais bonitas do mundo,
atividades de turismo de aventura.
inserção no mercado.
turistas ao local para reviverem a experiência
desenvolveu nessas décadas um crescente
Por suas características geográficas e
fluxo de curiosos, viajantes, mochileiros e
geológicas, a região da Chapada Diamantina
turistas, tanto brasileiros quanto estrangeiros,
passou por diversos ciclos econômicos e de
que transformaram a vila de pescadores dos
ocupação: agricultura, pecuária, garimpo
anterior.
internacional no século XXI. Jericoacoara é hoje point internacional para os esportes da vela, e tem na sua natureza de dunas brancas, muito vento, sol intenso e praias nativas, o ambiente perfeito para permanecer atraindo turistas nacionais e estrangeiros, garantindo a ocupação de
do Rio de Contas. Essas correntes de águas brotam nos cumes e deslizam pelo relevo em belos regatos, despencam em borbulhantes
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8 de diamantes, e nas ultimas décadas vive
de Ribeirão Preto como Destino Referência
mais de duas mil espécies de peixes, cerca
e expectativas de instituições de ensino
o desenvolvimento do turismo. Lençóis é
devem ser destacados: boa infraestrutura
de 950 espécies de pássaros, 300 espécies
estrangeiras e de operadores e agentes de
portão de entrada para a região, cidade
turística, com destaque para equipamentos
de mamíferos e cerca de 10% de todas as
intercâmbio no exterior por programas de
tombada como Patrimônio Histórico Artístico
relacionados à realização de eventos
espécies de plantas existentes na Terra.
educação internacional no país.
Nacional pelo Iphan, e hoje é considerada
(hotéis com salas, centro de convenções e
Representantes típicas da flora local são a
destino referência em Turismo de Aventura.
exposições); existência de feiras de negócios
vitória-régia e as dezenas de espécies de
regulares; ocorrência de eventos nacionais e
bromélias.
Paraty (RJ) – Destino Referência em Turismo Cultural
internacionais técnico-científicos; existência de aeroporto com frequência regular de voos
São João del Rei (MG) – Destino Referência em Turismo de Estudos e Intercâmbio
Socorro (SP) – Destino Referência em Turismo de Aventura Especial Localizada na Serra da Mantiqueira, Socorro é uma pequena cidade a 110 quilômetros
Patrimônio Histórico Nacional, com seus
nacionais e regionais, boa acessibilidade
casarios e igrejas em estilo colonial,
terrestre; proximidade da capital – São Paulo
calendário cultural diversificado, celebrações
– maior centro econômico do país e principal
O destino escolhido pelo Ministério do
de festas religiosas tradicionais e suas
emissor de turistas de negócios e eventos;
Turismo para implantar o projeto piloto
liberar adrenalina, por meio das atividades de
manifestações artísticas autênticas, Paraty
realização de visitas técnicas regulares no
para estruturação do segmento de Estudos
aventurura.
demonstra seu potencial para se projetar
município e entorno; existência de centros
e Intercâmbio foi a cidade de São João
As iniciativas pioneiras e experiências
como um destino de Turismo Cultural
tecnológicos e acadêmicos de excelência.
del Rei, em Minas Gerais. Como uma das
de Socorro no segmento de Turismo de
de Campinas, entre os Estados de São Paulo e Minas Gerais. Por trás da tranquilidade interiorana, Socorro possibilita ao turista
Capitais da Cultura no Brasil, a cidade
Santarém (PA) – Destino Referência em Ecoturismo
Aventura e Acessibilidade chamaram a
possui infraestrutura turística para receber
atenção para o destino, que passou a contar
a demanda emergente para o Turismo
com o apoio de diversas instituições que
de eventos culturais de âmbito internacional,
O município de Santarém é o centro do
de Estudos e Intercâmbio, com posição
contribuíram para que a cidade se tornasse
como a Festa Literária Internacional de Paraty
polo Tapajós, a principal cidade do oeste
geográfica privilegiada e oferta de voos
realmente referência em Aventura Especial.
(Flip), momento em que a cidade tem a
do Pará e a segunda mais importante do
regulares para o Rio de Janeiro e Belo
A partir desse conjunto de fatores é que a
oportunidade de reunir inúmeros escritores e
Estado. Logo em frente à cidade, é possível
Horizonte.
cidade foi selecionada pelo Ministério do
leitores de todo o mundo.
ver o encontro dos Rios Amazonas, com
O município está situado em uma região
Turismo como referência em Turismo de
suas águas barrentas, e Tapajós, em tons
de grandes atrativos, onde se encontram
Aventura Especial.
esverdeados: suas águas correm lado a lado
importantes referências do patrimônio
por quilômetros sem se misturar. Além disso,
material e imaterial do Brasil, como a cidade
A escolha de Ribeirão Preto para participar
há diversas das cachoeiras, lagos e praias
de Tiradentes, parte das Serras do Lenheiro e
Os objetivos específicos do projeto são:
do projeto Destino Referência se deu
formadas ao longo do Tapajós.
São José. Buscou-se, com isso, contribuir para
• Desenvolver e implantar um sistema de
com base nas suas pré-condições para o
O ecossistema atual da região apresenta
introduzir o Brasil como uma nova opção
gestão do turismo nos destinos turísticos
Segmento de Negócios e Eventos. Entre
a biodiversidade característica da região
de destino para estudantes internacionais,
selecionados pelo Ministério do Turismo,
os fatores que justificaram a determinação
amazônica, onde já foram catalogadas
por terem sido identificadas demandas
com a participação de entidades locais
nacional e internacionalmente. Este cenário, naturalmente propício ao turismo, é ainda enriquecido pela realização
Ribeirão Preto (SP) – Destino Referência em Turismo de Negócios e Eventos
Gestão do Projeto
10 públicas, privadas e do terceiro setor,
• Apoiar a atuação das entidades,
O modelo de gestão descentralizada
entidades executoras do projeto em âmbito
garantindo a padronização dos métodos
conveniadas com o Ministério do
concebido e implementado pelo Ministério
local, o Ministério do Turismo, num processo
utilizados, observando as devidas
Turismo, responsáveis pela elaboração e
do Turismo, desde 2003, prevê a integração
participativo, contou com o apoio técnico
peculiaridades de cada segmento e
implementação do Plano da Ação
de diversas instâncias da gestão pública e
presencial de tutores e consultores que
da iniciativa privada por meio da criação e
acompanharam a implantação de cada passo
organização dos arranjos institucionais.
da metodologia, garantindo integração e
Para a gestão e execução do projeto Destinos
participação das comunidades locais.
Referência em Segmentos Turísticos, o
Para garantir o sucesso na execução das
Ministério do Turismo contou com a parceria
ações nos territórios selecionados, entidades
de várias instituições públicas, privadas e do
locais foram selecionadas para atuar como
terceiro setor, o que permitiu abordagens em
parceiros executores do projeto em âmbito
dois enfoques estratégicos nos destinos: o
local, ou seja, nos destinos. Cada entidade
foco na gestão compartilhada, que valoriza
executora demonstra experiência com
a governança local, e o foco no mercado,
segmento turístico que foi trabalhado
que permite a elaboração dos planos de
no destino e envolvimento com pessoas,
ação voltados aos principais segmentos
profissionais, instituições e empresas que
turísticos que dão identidade aos territórios
atuam nesse segmento.
contemplados.
Essas entidades locais firmaram convênio
A partir da parceria estabelecida com o
com o Ministério do Turismo, conforme
Intituto Casa Brasil de Cultura e com as
quadro demonstrativo apresentado a seguir,
1. htpp://www.turismo.gov.br/turismo/conselhos/
prevendo ações específicas para cada
destino, e a qualidade dos resultados a serem obtidos • Apoiar na elaboração de um Plano de
Para os destinos participantes, foi um privilégio participar de um projeto que valoriza a opinião local e fortalece
Ação para cada destino selecionado e
as entidades, exigindo dos parceiros
acompanhar e monitorar a implementação
envolvimento e tolerância para que o
desses planos, garantindo a qualidade dos
processo de discussão e busca de soluções
resultados a serem obtidos
seja um catalisador do mercado e promova
• Apoiar tecnicamente a implementação de uma Ação Símbolo em cada destino • Realizar multiplicação das experiências aplicadas nos destinos para outros destinos e regiões turísticas
sinergia e objetividade nas ações.
1
Convênios São acordos, ajustes ou qualquer outro instrumento que discipline a transferência de recursos financeiros de dotações consignadas nos orçamentos fiscais e da Seguridade Social da União e tenha como participantes: de um lado, órgão ou entidade da administração pública federal, direta ou indireta e, do outro lado, órgão ou entidade da administração pública estadual, distrital ou municipal, direta ou indireta, ou ainda, entidades privadas sem fins lucrativos, visando à execução de programa de governo, envolvendo a realização de projeto, atividade, serviço, aquisição de bens ou evento de interesse recíproco, em regime de mútua cooperação. (Decreto n° 6.170, de 25 de julho de 2007)
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12 destino e que pudessem ser executadas
conveniadas com o Ministério do Turismo
paralelamente à metodologia prevista em
na execução das ações símbolo (marcos
âmbito nacional visando o fortalecimento da
efetivos de atuação do projeto) assim como
participação local. De forma geral, as ações
apoiar o desenvolvimento de uma estratégia
executadas pelos parceiros conveniados
competitiva para o destino no âmbito do
contemplavam a mobilização local, a
segmento escolhido.
contratação de uma consultoria especializada
Os tutores do ICBC e os consultores as
no segmento e uma ação simbólica para
entidades executoras realizaram visitas
consolidação do projeto no destino como
periódicas aos destinos e mantinham contato
fechamento do cronograma.
para acompanhamento das ações do projeto,
A gestão nacional do projeto ficou a cargo
supervisionados por um coordenador geral.
do Instituto Casa Brasil de Cultura. Para tanto
Essa estratégia permitiu uma relação direta
o Ministério do Turismo firmou um Termo
com as pessoas envolvidas em cada destino,
de Parceria com o referido instituto com
mantendo o ambiente de governança
o intuito de desenvolver a metodologia a
aquecido e tornando o processo dinâmico,
partir das experiências nos dez destinos,
o que possibilitou a customização da
detalhando o passo a passo de cada
metodologia conforme necessidade de cada
etapa, para que o destino pudesse realizar
destino inserindo ou adaptando ações com
seu planejamento de forma continuada
vistas a alcançar os melhores resultados.
e participativa, diminuindo o risco de
Para tornar um pouco mais clara a estrutura
interrupção de projetos e programas.
de gestão, a seguir é apresentado um
Também coube à Casa Brasil o
organograma com as entidades executoras
acompanhamento das entidades locais
em âmbito local.
Termo de Parceria É um instrumento jurídico previsto na Lei 9.790, de 23 de março de 1999, para transferência de recursos para organizações sociais de interesse público.
Quadro 1 – Estrutura de Gestão do Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos
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Metodologia: Sistema Cores de Planejamento e Gestão de Destinos Pensar e decidir sobre o destino de forma dinâmica e participativa Para a realização do projeto Destinos
• Alinhado com os macroprogramas e programas do Plano Nacional de Turismo 2007-2010
1 Dimensões avaliadas pelo sistema
Referência foi desenvolvida uma metodologia
O Sistema Cores tem como foco a análise
específica, que atendesse de forma flexível
do destino e seu sistema turístico a partir de
e personalizada as necessidades de cada
seis dimensões. As dimensões são avaliadas
destino e que pudesse ser facilmente
pelos representantes de instituições públicas,
reaplicada em outros destinos. Assim foi
privadas e do terceiro setor, ligadas direta
criado o Sistema Cores de Planejamento e
e indiretamente ao turismo local durante a
Gestão de Destinos.
realização do Seminário Cores. A partir desta
O Sistema Cores é uma ferramenta de
autoavaliação do destino, são priorizadas por
planejamento turístico rápido, objetivo, com bases sustentáveis e que estimula o envolvimento dos diferentes setores turísticos na gestão do destino. Isto se dá por meio do estímulo ao grupo gestor local
estes mesmos agentes as ações necessárias ao desenvolvimento do destino e definidas as atribuições de cada um dos envolvidos. As dimensões avaliadas pelo Sistema Cores são:
na utilização do sistema para avaliação,
Arranjo institucional: Análise do nível
diagnóstico e prognóstico do próprio destino.
de cooperação, democratização e
Em síntese, o sistema proporciona maior viabilidade de execução, monitoramento e ajustes ao subsidiar um planejamento estratégico do turismo com as seguintes características: • Coerente com a realidade e a sustentabilidade do destino • Focado na segmentação do turismo • Acordado pelos principais atores locais • Baseado na potencialização da governança local
descentralização, definição dos papéis dos setores privado e público, representatividade desses atores, composição do arranjo institucional, instrumentos legais, incentivos e interface com os outros setores. Esta dimensão é trabalhada através da identificação e mobilização dos agentes relacionados ao setor ou ao segmento por meio de encontros, reuniões e seminários que devem culminar com a formação do Grupo Gestor e com a organização da atividade turística no destino.
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16 Inteligência competitiva (informação):
de abastecimento de água e energia,
Inclui visitas e reuniões técnicas, apoio
monitoramento da estratégia competitiva
Análise do desenvolvimento do sistema de
tratamento de resíduos, patrimônio cultural,
à distância, condução de seminários e
traçada. A responsabilidade do Grupo
produção e difusão da realidade turística, do
inclusão social, unidades de conservação,
elaboração de relatórios.
Gestor é o monitoramento, a garantia da
monitoramento permanente da conjuntura
legislação ambiental e capacidade de carga,
c. Elaboração do Diagnóstico Competitivo
continuidade e a coordenação das ações
turística, de um sistema de base de dados
práticas sustentáveis e monitoramento dos
– realizado pelos parceiros locais com
subsequentes, assim como mobilização
e de relacionamento com as instituições de
impactos do turismo.
o apoio técnico da tutoria. Apresenta
e articulação locais, sobretudo com as
A análise das seis dimensões acima
indicativos, diretrizes, orientações
entidades ou grupos que representam.
é viabilizada através de uma série de
e estratégias para serem debatidos,
O grupo deverá ter um tamanho
estratégias e ferramentas descritas a seguir.
aprimorados e priorizados nas reuniões
adequado, não devendo ser muito grande,
técnicas e no Seminário Cores,
em torno de 15 integrantes. Portanto,
constituindo-se em documento base para
é muito importante que os agentes
a elaboração da Estratégia Competitiva
nomeados sejam efetivos líderes neste
pesquisa para verificar o nível de existência e utilização das informações sobre oferta e demanda. Infraestrutura: Identificação de ações pública e turística, priorizando e
2 Estratégias de implementação do Sistema Cores
hierarquizando as necessidades de
A implementação do Sistema Cores se dá por
do Destino Turístico. Este diagnóstico
processo, agindo de forma proativa,
meio das seguintes estratégias, flexíveis no
compreende o estudo de competitividade
participativa e até entusiasta. Eles serão os
tempo e na forma, adaptáveis às realidades
realizado pelo Ministério do Turismo e
grandes responsáveis pela sensibilização
de cada destino:
Fundação Getúlio Vargas (FGV), nos casos
dos demais agentes e pela continuidade
a. Estruturação do projeto – esta ação
em que o destino é Destino Indutor de
do projeto. Sugere-se que o Grupo Gestor
inicial foi realizada pelo MTur para
Desenvolvimento Turístico Regional, e
tenha representantes das principais
estabelecer com os gestores locais uma
outros estudos e diagnósticos do destino.
atividades relacionadas diretamente ao
linha de ação conjunta na realização do
Porém, a principal fonte de informação
segmento, para que se tenha uma visão
projeto no destino e definir os objetivos
para a elaboração do diagnóstico são os
global e não parcial.
e responsabilidades. Esta fase foi
atores locais envolvidos no projeto, que,
complementada pela tutoria do ICBC em
por meio da metodologia utilizada no
realizado no destino com os gestores e
Marketing e promoção: Avaliação do
uma primeira viagem de reconhecimento
Seminário Cores, conseguem retratar, de
atores locais. O objetivo do seminário é
posicionamento do destino no mercado,
ao destino.
maneira real e participativa, a realidade e
apresentar o projeto, estimular e viabilizar
prioridades do destino.
a participação dos atores locais nos
prioritárias para melhoria da infraestrutura
investimentos do destino. Estas necessidades são priorizadas durante a realização do Seminário Cores, que utiliza metodologias inclusivas e participativas. Qualificação do produto: Análise da qualificação dos serviços, atrativos, produção associada, estética, identidade visual e roteiros turísticos. Interface entre as entidades especializadas na qualificação profissional e empresarial.
ações de promoção e divulgação do destino, participação em feiras, relacionamento
b. Tutoria – realizada pelos consultores do ICBC, é responsável pela interface
d. Formação do Grupo Gestor – formado
e. Realização do Seminário Cores – é
processos de avaliação de diagnóstico do
com gestores e instituições no destino
durante o Seminário Cores (ver a seguir), o
destino, definir o Grupo Gestor, realizar
(parceiros), viagem de reconhecimento
Grupo Gestor participa do posicionamento
uma avaliação qualitativa e priorizar
Sustentabilidade do destino: Índices e
do destino e apoio técnico na execução
e priorização de ações para o destino e é
as demandas do destino de forma
sensação de violência, trânsito, capacidade
de todas as etapas do Sistema Cores.
o responsável pela gestão da execução e
participativa. O Seminário Estratégico
com a mídia, consolidação de imagem e mecanismos de apoio à comercialização.
O Movimento e o resultado
18 tem seu formato e duração adequados ao
i. Seminários de Multiplicação – são
O desenvolvimento do projeto nos destinos
e priorizar o que era efetivamente importante
contexto de cada destino e é precedido
dirigidos a empresários e à comunidade
trouxe muitos desafios e boas surpresas para
para o destino.
pelo trabalho de reconhecimento e
do destino, além de representantes de
os consultores, técnicos, trade, comunidade
O projeto fez com que cada setor ou
reuniões técnicas realizadas pela tutoria.
outros destinos com vocação para o
e instituições envolvidas no processo. Com
instituição identificasse e assumisse suas
desenvolvimento do segmento turístico.
realidades e estágios de desenvolvimento tão
responsabilidades. Mais do que apontar
o resultado da percepção da comunidade
Complementam esses seminários a
diversos, muitos dos destinos selecionados
necessidades e erros alheios, as estratégias
sobre a situação atual do destino ou
oficina de projeto e a visita técnica, com a
não se percebiam como referência ou
implementadas trouxeram a autoconsciência
região, gerado a partir do diagnóstico
participação do Grupo Gestor do projeto.
ainda não davam ao segmento escolhido a
da responsabilidade individual e coletiva,
competitivo e da avaliação feita durante o
importância que este poderia ter. Em muitos
além de entregar as ferramentas certas nas
Seminário Cores, por meio de uma matriz
deles havia ações e projetos em curso, mas
mãos de quem faz o turismo acontecer
de avaliação qualitativa, quando as seis
estavam desacreditados e desarticulados,
no destino. E, quando as necessidades
dimensões do destino são avaliadas sob a
assim como muitos dos arranjos
extrapolavam o âmbito local, também
ótica dos participantes.
institucionais locais.
deu orientações sobre como ter acesso
Entre os inúmeros desafios identificados
aos programas estaduais e federais de
o resultado do Seminário Cores e apresenta
pelos consultores, o maior de todos era
desenvolvimento, numa verdadeira lição de
a avaliação qualitativa e o posicionamento
entusiasmar as pessoas e entidades,
descentralização do turismo e de integração
do destino definidos pelo Grupo Gestor
integrá-las ao processo e mostrar que sua
ao Sistema Nacional de Turismo.
durante o Seminário Estratégico.
participação faria uma diferença significativa
A proposta da Ação Símbolo foi muito
para ter um resultado positivo para o destino,
gratificante em todos os destinos. Ela criou
Segmento – o Plano de Ação assessora
a ponto de este se transformar em referência
uma coesão, uma sensação de realização
os destinos no que tange às diretrizes dos
nacional.
coletiva que fortaleceu o Grupo Gestor,
Programas do Plano Nacional de Turismo
Desta forma, o Método Cores se mostrou
interna e externamente, servindo de modelo
e às orientações para as demais ações de
mais do que participativo, ele foi inclusivo e
para outras ações que foram priorizadas e
competência de outras entidades. Um
interativo. As pessoas se sentiram acolhidas,
que deveriam ser realizadas pelos envolvidos.
destaque desta estratégia, realizada com
respeitadas em seus pontos de vista e
Os Seminários de Multiplicação coroaram
sucesso em todos os destinos foi a Ação
convidadas para atuar de forma proativa.
o encerramento do projeto nos destinos.
Símbolo: algo efetivo que simbolize o
As reuniões, a princípio tensas e confusas,
Estruturado para apresentar os resultados
resultado dos esforços coletivos e inspire
aos poucos foram se transformando em um
coletivos alcançados, multiplicar as
novas pessoas e instituições a se envolver
ambiente saudável de desenvolvimento
experiências de outros destinos referência e
com a estruturação do segmento e do
coletivo, no qual cada setor podia se
capacitar os interessados através de oficinas
destino.
posicionar perante os outros e, juntos, definir
com temas escolhidos pelo próprio destino,
f. Realização de Avaliação Qualitativa – é
g. Elaboração da Estratégia Competitiva – é
h. Elaboração do Plano de Ação do
21
20 os eventos contaram com a participação do
só se tem governança com trade turístico
Grupo Gestor, empresários, setor público
organizado e profissional. E que isso se faz
e comunidade, além de representantes
com a compreensão de que cada um tem
de outros destinos com vocação para o
seu papel e deve se responsabilizar por
desenvolvimento do mesmo segmento
suas atribuições, enxergando os interesses
turístico. As visitas técnicas realizadas durante
coletivos a médio e longo prazo, ao invés de
os seminários apresentaram na prática os
somente os interesses individuais imediatos.
resultados das ações planejadas e preparadas
A proposta do projeto Destinos Referência,
durante todo o desenvolvimento do projeto.
com base na Metodologia Cores, é uma
Assim, com muito AMOR – Ação e Movimento
diretriz e não um modelo fechado, que pode
Orientado para Resultado –, o projeto ajudou
e deve ser adaptado as peculiaridades e
a construir e fortalecer os Grupos Gestores,
especificidades de cada destino.
que hoje se tornaram o coração dos destinos,
As experiências dos destinos contemplados
responsáveis por manter viva a chama do
pelo projeto podem ser consultadas nas
trabalho cooperado, do entusiasmo e da
dez publicações disponíveis no sítio do
consciência de ser um destino referência para
Ministério do Turismo (www.turismo.gov.
outros destinos no país.
br). Cada publicação conta os desafios e
Certamente, entre os inúmeros e diferentes
conquistas dos destinos em seus segmentos
resultados conquistados em cada destino,
específicos, e podem servir de referência para
os grandes destaques são o fortalecimento
o desenvolvimento de outras regiões.
institucional e o aumento do entusiasmo nos destinos, além da troca de experiências, que criou uma sinergia positiva entre destinos tão distantes e distintos, que passaram a se sentir valorizados em suas conquistas coletivas. Os resultados das experiências vividas já se multiplicam pelo Brasil por meio de visitas técnicas, oficinas, palestras e publicações, levando adiante a proposta essencial do projeto de que só se tem sustentabilidade com governança local, e
Resultados do Projeto Destinos Referência • Fortalecimento institucional através da formação de 10 Grupos Gestores locais • Envolvimento de 77 instituições ligadas direta e indiretamente ao setor do turismo • Desenvolvimento de 10 Destinos Referência em Segmentos Turísticos • Realização de 10 Oficinas de Qualificação, entre elas: Oficinas de Planejamento, de Marketing Turístico, de Elaboração de Projetos, de Ecoturismo e de Arranjo Institucional • Realização de 9 Seminários de Multiplicação, promovendo o fortalecimento local e a troca de experiências entre os destinos por meio de palestras, oficinas e visitas técnicas • Participação direta de cerca de mais de 600 pessoas • Integração de ações entre as esferas municipais, estaduais e nacionais • Integração entre governos, setor privado, terceiro setor e comunidade • Multiplicação dos resultados das experiências pelo Brasil, por meio de visitas técnicas, oficinas, palestras, vídeos e publicações
Equipe Ministério do Turismo Coordenação Geral Ricardo Martini Moesch Tânia Brizolla Coordenação Técnica Ana Clévia Guerreiro Lima Jurema Monteiro Rosiane Rockenbach Sáskia Lima Equipe técnica Brena Coelho Carolina Campos Fabiana Oliveira Laura Marques Philippe Figueiredo Talita Pires Wilken Souto Colaboração Ana Beatriz Borges Serpa Alessandra Lanna Bárbara Blaut Rangel Cristiano Borges Luis Eduardo Delmont Marcela Souza Priscilla Grintzos Rafaela Lehmann Salomar Mafaldo Equipe Instituto Casa Brasil de Cultura Coordenação do projeto Marcelo Safadi Coordenação operacional e assistência técnica Priscila Vilarinho Consultores dos destinos Marcos Pompeu – São João del Rei (MG) e Jericoacoara (CE) Priscila Vilarinho – Brasília (DF), Paraty (RJ) e Ribeirão Preto (SP) Rodrigo Lopes – Serra Geral (SC), Lençóis (BA) e Socorro (SP) Ricardo Silva – Santarém (PA) e Barcelos (AM) Consultores de apoio Alessandra Schneider Felipe Arns Marcos Martins Borges Paulo d’Ávila Ferreira Roberto Mourão Thiago Dias Apoio administrativo Jairo Mendonça Júnior Assistência técnica adminstrativa Breno Mendonça Vieira
© Instituto Casa Brasil de Cultura. Goiânia, 2010
Destinos de Referência em Turismo Coordenação editorial Wolney Unes Texto
Alessandra Schneider
Projeto gráfico Samara Bitencourt Arte final de capa Genilda Alexandria Diagramação Marcus Lisita Rotoli Fotografia Acervo do Instituto Casa Brasil de Cultura: Wolney Unes Revisão Camila Pessoa Apoio Acolhida na Colônia Abeta Casa Azul Belta Instituto Dharma Convention Bureau Avape Prefeitura de Socorro Sebrae-CE AmazonasTur Secretaria de Turismo de Barcelos Impressão Marques e Bueno Ltda. (Gráfica Talento)
Serra Geral - SC
Sumário Presidente da República Federativa do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva Ministro de Estado do Turismo Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho
Secretário-Executivo Mário Augusto Lopes Moyses Secretário Nacional de Políticas do Turismo Carlos Silva Diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico Ricardo Martini Moesch Coordenadora-Geral de Segmentação Sáskia Freire Lima de Castro
Coordenadora-Geral de Regionalização Ana Clévia Guerreiro Lima Coordenadora-Geral de Informação Institucional Isabel Cristina da Silva Barnasque Coordenadora-Geral de Serviços Turísticos Rosiane Rockenbach
Anitápolis, Urubici, Rancho Queimado e Santa Rosa de Lima
Região das encostas da Serra Geral (SC) 5 Apresentação
5
O turismo nas Encostas da Serra Geral
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Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos
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Destino referência em Turismo Rural
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Resultados alcançados
31
Anitápolis, Urubici, Rancho Queimado e Santa Rosa de Lima
Região das encostas da Serra Geral (SC) Apresentação
Em geral as visitas de famílias e casais
O charme do Turismo Rural em colônias europeias do Sul do Brasil
e duram em média de dois a três dias. Os
ocorrem nos finais de semana e feriados, turistas que procuram a região buscam saber
Nas Encostas da Serra Geral de Santa
como vivem, como trabalham e o que fazem
Catarina, no entorno de Florianópolis,
os agricultores ecológicos, além de conhecer
região colonizada por imigrantes italianos
os processos de plantio, transformação e
e alemães, famílias de agricultores que
consumo dos alimentos orgânicos.
trabalham de maneira cooperada na
É comum os turistas ficarem amigos das
produção de alimentos orgânicos, abriram
famílias rurais e retornarem com frequência,
suas propriedades para mostrar aos visitantes
aproveitando os períodos de determinadas
sua maneira de viver integrada à natureza.
frutas, como os deliciosos morangos e uvas,
Assim surgiu a Associação de Agroturismo
ou para vivenciar as diferenças climáticas
Acolhida na Colônia.
tão marcantes na região. Trata-se de
Nas propriedades que participam da
oportunidades interessantes para serem
Acolhida, os visitantes são recebidos
trabalhadas de maneira a motivar as visitas
por famílias rurais que ainda vivem
em períodos de baixa ocupação.
de maneira semelhante aos colonos
Visitas de escolas e universidades costumam
europeus e aprendem com as experiências
ocorrer durante a semana e têm duração
contemporâneas de agricultura
variável, dependendo do tema da visita.
agroecológica. Essas experiências tornaram a
Esta é uma boa estratégia para motivar as
região referência em Turismo Rural.
visitas nos períodos de baixa temporada.
O destino já é visitado por escolas,
Empresas que organizam viagens técnicas
universidades, famílias e casais, sendo a
e pedagógicas podem ter um excelente
maioria proveniente de Florianópolis e de
produto para oferecer a escolas e
outras cidades de Santa Catarina. Há demanda
universidades.
também de visitantes das capitais vizinhas,
O ideal é que os agentes conheçam as
como Curitiba e Porto Alegre, de São Paulo e
propriedades e a proposta da Acolhida
outros estados mais distantes, que vêm em
antes de organizar viagens para grupos ou
busca de viver a experiência de ser acolhido
famílias. Para começar a conhecer a proposta,
por uma família que vive no meio rural.
a orientação é acessar o site da associação:
Serra Geral - SC
Serra Geral - SC
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O turismo na região das Encostas da Serra Geral
utilizados pelos filhos que foram trabalhar ou
próximos, como Rancho Queimado, quanto
É importante lembrar que as visitas devem
uma convivência mais próxima com os
personalizado para famílias ou grupos de
aos mais distantes, como Urubici. A maioria
ser agendadas com antecedência, pois
agricultores. A sensação é de estar visitando
estudo. No site há também um link para
dos visitantes utiliza seu próprio veículo
as famílias precisam se preparar para
um parente querido que vive na área rural.
contatos e central de reservas, que conduz
para chegar até as propriedades. Porém, há
receber. Em alguns municípios há centros
Já os chalés coloniais proporcionam mais
ao atendimento direto pela equipe da
alternativas como o aluguel de veículos ou a
de atendimento ao turista e sinalização
privacidade ao visitante e à família que o
Associação, garantindo a escolha adequada
contratação de serviços locais de transporte
turística personalizada, sendo possível obter
recebe, pois têm estrutura independente de
dos lugares que serão visitados.
– vans e micro-ônibus –, que atendem aos
informações sobre as propriedades rurais e os
acomodação e banheiro. Em qualquer um
As orientações de acesso usam como
grupos. A melhor maneira de encontrar o
serviços disponíveis em cada uma.
dos casos, as refeições são feitas em conjunto
referência Florianópolis, por ser o principal
transporte ideal e as condições de acesso
Atendendo ao perfil do viajante de Turismo
e o visitante pode se integrar às atividades
emissor e também o portão de entrada
é entrando em contato com a Central de
Rural, a hospedagem é feita nas propriedades
rurais ou aproveitar as atrações naturais
para a região. A capital é servida por um
Reservas da Associação, indicada no final
rurais, em quartos ou chalés coloniais. Os
disponíveis no entorno da propriedade.
aeroporto internacional, rodovias de
desta publicação.
quartos coloniais são cômodos dentro da
Uma prática muito comum entre os turistas
própria casa da família que, em geral, eram
é se hospedar em uma propriedade e fazer
www.acolhida.com.br. A partir daí, pode-
a organização da viagem com segurança.
se conhecer a distribuição espacial das
A partir de Florianópolis se têm acessos aos
propriedades e o que cada uma oferece,
vários destinos da Acolhida, tanto aos mais
o que facilita a criação de um roteiro
qualidade e sinalização turística que facilitam
estudar na cidade. Tais quartos, preparados para receber os visitantes, proporcionam
Serra Geral - SC
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visitas ou algumas refeições nas propriedades
de receitas das famílias rurais, que podem ser
vizinhas. É uma maneira bem interessante de
acessadas na página da Acolhida na Colônia.
aproveitar o tempo e distribuir os benefícios
Apesar da variedade dos pratos oferecidos
econômicos do turismo.
pelas famílias, há uma característica comum
Aliás, além das paisagens exuberantes, outro
a todos: o fogão à lenha é o coração da casa.
grande destaque da região é a culinária. Não
Ele aconchega, reúne, aquece no inverno, assa
há grandes restaurantes ou pratos turísticos
o pinhão, garante a água quente do chuveiro
comuns a toda a região. Pelo contrário, o mais
e do mate, além, é claro, de ser o responsável
interessante é provar as receitas tradicionais
pelos sabores e aromas que convidam ao
criadas e preparadas pelas famílias rurais,
prazer gastronômico sem pressa.
com alimentos orgânicos produzidos na
A produção associada garante boas compras.
propriedade ou na região. Os cafés ou mesas
Os visitantes podem levar para casa mel,
coloniais são uma experiência gastronômica
melado, açúcar mascavo, geleias, doces,
única, na qual cada ingrediente tem uma
molhos de tomate, compotas produzidas
história particular e requer toda uma
pelas famílias. O pecado é permitido, afinal,
dedicação para chegar à mesa. A diversidade
praticamente tudo é orgânico e de excelente
é tão grande que até já foi criado um caderno
qualidade.
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O segmento de Turismo Rural Segundo o Ministério do Turismo no documento Turismo Rural – Orientações Básicas1, “Turismo Rural é o conjunto de atividades turísticas desenvolvidas no meio rural, comprometido com a produção agropecuária, agregando valor a produtos e serviços, resgatando e promovendo o patrimônio cultural e natural da comunidade”. Em virtude da heterogeneidade regional, das atividades oferecidas pelo empreendimento e da mão de obra utilizada, o conceito de Turismo Rural abrange algumas derivações, como é o caso do Agroturismo e do Turismo Rural na Agricultura Familiar. O Agroturismo pode ser entendido como o turismo praticado dentro das propriedades rurais, de modo que o turista entra em contato com a atmosfera da vida na propriedade, integrando-se, de alguma forma, aos hábitos locais. A definição traz na sua essência a noção de que a atratividade das propriedades rurais está na oportunidade de acompanhar a produção de produtos agrários – doces, geleias, pães, café, queijo, vinhos, aguardentes – ou vivenciar o dia a dia da vida rural, por meio do plantio, colheita, manejo de animais, consumindo os saberes e fazeres do campo. A Associação de Agroturismo Acolhida na Colônia baseia seu trabalho em alguns princípios: • O Turismo Rural é parte integrante da propriedade rural e se constitui em fator de desenvolvimento local, 1. Brasil. Turismo rural: orientações básicas. Ministério do Turismo: Brasília, 2008. Disponível em www.turismo.gov.br
de valorização da cultura regional e revitalização do espaço rural • Os agricultores desejam compartilhar com os turistas o ambiente onde vivem e a recepção e convívio devem ocorrer num clima de troca de experiência e respeito mútuo • Devem ser cobrados preços acessíveis • Os serviços são planejados e organizados pelos agricultores familiares, que garantem a qualidade dos produtos que oferecem • O turismo deve ser complementar às outras atividades, ambientalmente correto e socialmente justo • Oferta de produção local • Estímulo à agroecologia e à venda direta de produtos pelos agricultores aos turistas • Incentivo à diversificação da produção • Estímulo ao associativismo E foram exatamente estes princípios e a prática que fizeram com que a Acolhida na Colônia fosse escolhida pelo Ministério do Turismo para desenvolver um trabalho de estruturação que a tornasse um destino referência no segmento de Turismo Rural, levando ao desenvolvimento de uma metodologia de multiplicação das experiências aplicadas no destino para outros destinos e regiões turísticas do Brasil.
Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos O modelo de gestão descentralizada1
regiões diferentes, para que suas
concebido pelo Plano Nacional de Turismo e
experiências contribuam para criar uma
implementado pelo MTur prevê a integração
base metodológica que possa servir de
de diversas instâncias da gestão pública e
modelo para outros destinos no Brasil,
da iniciativa privada por meio da criação e
validando e consolidando a estratégia de
organização dos arranjos institucionais.
desenvolvimento de políticas públicas, e de
O projeto Destinos Referência em Segmentos
ampliação e diversificação da oferta turística
Turísticos desenvolvido pelo MTur em
nacional.
parceria com o Instituto Casa Brasil de Cultura, tem como objetivo criar uma estratégia de governança local, a partir do fortalecimento e aperfeiçoamento de segmentos de mercado, procurando envolver de forma participativa toda a cadeia produtiva e instituições relacionadas com o segmento escolhido, através de prioridades e estratégias definidas e com foco na competitividade. O projeto tem como premissa a participação efetiva dos representantes locais, fortalecendo as entidades públicas e privadas, o trade e as organizações não governamentais, levando à formação de um Grupo Gestor que assume o papel de líder do processo, buscando assim garantir a continuidade das ações na área do turismo, resultados mercadológicos e a sustentabilidade do destino. Assim, foram escolhidos dez destinos com características diferentes, em 1. Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br
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Destino referência em Turismo Rural
presente em países da Europa, África, Ásia
Em 2007, a Acolhida na Colônia foi escolhida
Agricultores Ecológicos das Encostas da Serra
para representar o segmento de Turismo
Geral (Agreco), formada por famílias rurais
Rural no projeto Destinos Referência em
que trocaram o plantio com uso de insumos
Segmentos Turísticos, uma parceria do
químicos pela produção de alimentos
Ministério do Turismo (MTur) com o Instituto
agroecológicos e orgânicos.
Casa Brasil de Cultura (ICBC).
As famílias que formavam a Agreco já haviam
Um aspecto peculiar do projeto neste
optado por um modelo de produção mais
segmento foi a seleção de quatro municípios
saudável para si e para o planeta, quando
para compor o destino referência: Rancho
perceberam que poderiam diversificar
Queimado, Anitápolis, Santa Rosa de Lima
as atividades de suas propriedades –
e Urubici. Nestes municípios estavam
agregando mais valor aos seus produtos
localizadas as 30 propriedades rurais mais
e oferecendo alternativa de trabalho e
preparadas para receber o projeto.
renda para jovens e mulheres –, ofertando
Apesar de ter sido considerada Destino Referência em Turismo Rural, a Acolhida não é apenas um destino turístico,2 visto que é uma associação viva, que se expande e se fortalece a cada dia, extrapolando divisas de municípios e regiões e conta com um conjunto de 30 municípios e 180 propriedades. Acreditando que empreendimentos solitários dificilmente são competitivos, a Associação de Agroturismo Acolhida na Colônia foi criada no Brasil em 1998, seguindo o modelo da rede francesa Accueil Paysan, hoje 2. Para o MTur destino turístico é conceituado como local, cidade, região ou país para onde se movimentam os fluxos turísticos.
e América Latina. A iniciativa foi motivada pela existência na região da Associação de
o agroturismo ecológico. Para acolher visitantes, aprenderam a utilizar os potenciais locais: natureza exuberante, hospitalidade, atrativos histórico-culturais, clima e técnicas alternativas de produção e de vivência no campo. A partir de então, começou a haver o interesse de grupos de técnicos e agricultores em visitar a região, criando uma necessidade de ampliação da infraestrutura de hospedagem e alimentação que atendesse a essa demanda. Inicialmente a Acolhida atuava em 40 propriedades rurais de cinco Municípios – Santa Rosa de Lima, Rancho Queimado, Anitápolis, Grão-Pará, Rio Fortuna e Gravatal,
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estruturando-os para a prestação de serviços
e gestores públicos dos municípios e do
Em algumas reuniões já ficaram claras as
Cultura e Esporte, da Empresa de Pesquisa
de hospedagem, alimentação, lazer, venda de
turismo no Estado, para criar um ambiente
demandas mais emergentes sob o ponto de
Agropecuária e Extensão Rural (Epagri) e da
produtos e educação (técnica e ambiental),
de organização que pudesse pensar e
vista local, com destaque para:
equipe técnica composta por consultores da
por meio de roteiros integrados.
decidir sobre o destino, de forma dinâmica
• Saneamento Básico – tratamento de
Casa Brasil, técnicos do MTur e da Acolhida.
Desde 1999, a Acolhida propõe e executa
e participativa, levando à formação de um
projetos em parceria com diferentes
grupo gestor do segmento.
instituições, objetivando diversificar a oferta
Neste primeiro contato, foi possível
turística da região, melhorar a qualidade dos
avaliar o cenário do destino, seus
produtos e serviços, promover a produção
principais diferenciais competitivos e suas
comunitária da região.
necessidades. Uma boa surpresa foi conhecer
Os trabalhos in loco começaram em janeiro
a capacidade de auto-organização e o
de 2008, quando os consultores do projeto
trabalho cooperado entre os agricultores
Como se pode perceber, as necessidades
uma boa pontuação nesta dimensão, mas
visitaram as propriedades e realizaram
e a equipe técnica da Acolhida, além do
da propriedade rural estavam diretamente
também deixou evidente a necessidade
reuniões com a equipe técnica da Acolhida
comprometimento de todos com a causa.
relacionadas ao produto turístico. E este foi o
de dinamização dos Conselhos Municipais
grande desafio do projeto: conciliar os ideais
de Turismo (Comturs) e das Secretarias de
e as necessidades da agricultura familiar
Turismo, que, em sua maioria, são ligadas a
com a atividade turística, de forma que a se
outras pastas.
complementarem.
A dimensão de Informação/Inteligência
Para definir o rumo do trabalho, foi realizado
Competitiva teve sua avaliação prejudicada
um Diagnóstico Competitivo e os resultados
devido à ausência de ensino técnico
demonstraram, dentre outras coisas, a
e superior no setor turístico, além
necessidade de aumentar a diversificação e a
da inexistência de dados estatísticos
qualificação da oferta de serviços turísticos.
organizados e inventários turísticos nos
Em seguida, em julho de 2008, foi realizado
quatro municípios em questão.
o Seminário de Turismo Rural, que priorizou
A dimensão de Infraestrutura deixou claras
de maneira participativa as diretrizes e
as dificuldades encontradas para o acesso
necessidades do destino. O evento contou
às propriedades, devido a problemas nas
com a contribuição ativa de representantes
estradas e à falta de sinalização. Porém, a
dos quatro municípios. Também participaram
questão das telecomunicações é a mais
representantes do Sebrae, da Santur, da
grave, já que há poucas linhas telefônicas
Sol – Secretaria de Estado de Turismo,
fixas, baixo sinal para telefonia celular e é
resíduos • Falta de atividades de lazer para os visitantes • Dificuldades em adequação das normas de certificação quanto aos alimentos orgânicos
As atividades realizadas durante o seminário nortearam a Estratégia Competitiva e todas as ações subsequentes do projeto na região. A avaliação do Arranjo Institucional destacou a importância da cooperação intersetorial e de parcerias com entidades nacionais, situação que contribuiu para
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25 praticamente inexistente o acesso à internet
a sustentabilidade, como a ausência de
nas propriedades rurais. Esta dimensão só
tratamento de esgoto, problemas no
teve sua pontuação melhorada devido à
fornecimento de energia elétrica, falta
proximidade do destino com o Aeroporto de
de controle de capacidade de carga e
Florianópolis.
monitoramento de impactos. Outro grande
Na quarta dimensão, de Qualificação do
desafio para a continuidade do trabalho das
Produto, ficou explícita a carência de centros
famílias é a evasão dos jovens, que buscam
de visitantes e serviços de receptivo, seguido
outras oportunidades ainda não percebidas
de outras necessidades como serviços
no meio rural.
bancários e qualificação dos meios de
Com relação aos Segmentos, confirmou-se
hospedagem. O grande destaque positivo
o Turismo Rural como segmento principal,
foi para a produção associada e serviços de
complementado pelo Ecoturismo e Turismo
alimentação, reconhecidamente os maiores
Pedagógico. Os principais mercados
valores agregados do destino. Porém, na
emissores são evidentemente regionais, com
produção associada, foi destacada a falta de
destaque para o Estado de Santa Catarina e a
oferta de artesanatos e souvenirs para os
capital, Florianópolis. Foram também muito
visitantes.
citadas as capitais de Estados mais próximos,
A quinta dimensão avaliou a situação
como São Paulo, Porto Alegre e Curitiba. Pela
do Mercado e Marketing, que tem como
relação com o modelo original Accueil Paysan,
principal aspecto positivo a proximidade dos
o mercado francês também foi apontado
mercados emissores e um posicionamento
como um importante emissor.
de destino reconhecido por elementos de
A Identidade foi marcada por diversos
sua identidade. Seus maiores desafios são a
aspectos, porém todos complementares e
promoção e a comercialização.
fortalecedores da identidade principal do
A última dimensão, Sustentabilidade do
destino, que é a Agricultura Familiar. Em
Destino, teve como aspectos positivos
seguida foram apontadas outras características
a segurança, a disponibilidade de água,
como povo acolhedor, vida no campo, clima
os benefícios para a comunidade local,
frio, vida sustentável, alimentação orgânica e
destinação de resíduos sólidos e a existência
berços das águas puras.
de Unidades de Conservação. Porém há
Os Nichos refletiram a realidade do perfil de
outros aspectos que colocam em risco
visitantes atual: famílias, seguidas de casais,
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pequenos grupos de amigos, grupos técnicos
as demandas priorizadas. Os projetos,
As ações priorizadas que não foram
imediato, aumentando o volume de
e escolares.
atualmente em execução, têm como foco:
contempladas imediatamente através
visitantes às propriedades da Acolhida, além
A priorização das ações de Produto e
• Oferecer assistência técnica para
dos projetos aprovados, como sinalização
de abrir oportunidade para outras exposições
Mercado Turístico, consideradas pela equipe
estruturação das propriedades rurais e
rodoviária de acesso aos municípios,
em eventos e locais de fluxo de visitantes.
de consultoria da Casa Brasil, equipe técnica
fortalecimento das associações regionais
pesquisa de demanda e desenvolvimento
Além de organizar ações integradas dos
de artesanato regional, foram encaminhadas
quatro municípios, pertencentes a instâncias
à Sol, Santur e Sebrae-SC por meio dos
de governanças estaduais distintas, o grande
representantes do Grupo Gestor. Espera-se
desafio do programa Destino Referência
com isso que essas ações sejam integradas
em Turismo Rural na Acolhida na Colônia
em outros projetos com outros destinos do
foi conciliar as características da agricultura
Estado e recebam apoio ou recursos para
familiar com as necessidades de formatação
serem executadas.
de produtos turísticos e sua inserção no
Outro grande destaque do programa,
mercado.
prevista para todos os destinos foi a Ação
Ao mesmo tempo em que a proposta de
Símbolo: algo efetivo que representasse o
Turismo Rural na Agricultura Familiar traz
resultado dos esforços coletivos e inspirasse
um autêntico diferencial para a região,
novas pessoas e instituições a se envolver
esta mesma proposta por vezes dificulta
com a estruturação do segmento e do
a possibilidade de organização comercial
destino. Na Acolhida na Colônia, a Ação
das propriedades rurais para sua inserção
Símbolo escolhida foi uma Campanha
no mercado turístico, de forma a garantir o
Promocional em duas das maiores redes
sucesso econômico desta ação sem colocar
de supermercado da Grande Florianópolis.
em risco a essência do programa Acolhida
Estas duas redes foram escolhidas por terem
na Colônia. Desta forma, o processo de
um trabalho forte na venda de produtos
desenvolvimento de produtos turísticos
orgânicos e, portanto, atingirem um público
rurais na agricultura familiar deve seguir uma
do MTur e da Acolhida na Colônia como as principais necessidades deste Destino serviram como referência para a Estratégia Competitiva. Outro importante resultado – que teve origem no seminário e influenciou as ações seguintes – foi a definição do posicionamento, da priorização dos segmentos, dos mercados emissores, das identidades, dos nichos e da formação do grupo gestor. O grupo foi então formado por representantes das seguintes instituições: Acolhida na Colônia, Secretaria de Turismo de Urubici, Secretaria de Turismo de Rancho Queimado, Prefeitura de Anitápolis, Prefeitura de Santa Rosa de Lima, Epagri, Santur, Sol, SDRs, Centro de Formação em Agroecologia (SRL), Agreco e EcoSerra. Assim, de posse dos resultados, a equipe técnica da Acolhida e o Grupo Gestor, com apoio dos consultores do ICBC,
• Realizar o monitoramento e avaliação do projeto e do desenvolvimento da Acolhida na Colônia (incluindo impactos nas propriedades rurais) • Realizar a promoção da Associação Acolhida na Colônia • Sinalizar as propriedades rurais integrantes do programa Destinos Referência • Preparar jovens para o empreendedorismo em cicloturismo rural • Promover experiências de benchmarking entre os agricultores • Desenvolver sistema de gestão de reserva e controle de fluxo turístico • Estruturar o desenvolvimento e a comercialização de produtos e serviços por meio da qualificação, diversificação e ampliação da oferta turística na região • Fortalecer a Rede Turismo Solidário
mais direcionado para a proposta. Foram
dinâmica própria, sem forçar o processo de
desenvolveram projetos que foram
(TuriSol) por meio de eventos de Turismo
montados quiosques e gôndolas onde
compreensão dos envolvidos, mas também
aprovados e estão sendo financiados
de Base Comunitária
os próprios agricultores se revezaram no
sem perder de vista o foco na qualificação.
atendimento e distribuição de material
Os programas, nascidos a partir da iniciativa
por diversas instituições, como o próprio
• Revisar o Caderno de Normas da Acolhida
MTur e o MDA. Através destes projetos
na Colônia e realizar proposta de
de promoção: Livro de Receita, Folders,
dos Destinos Referência, e atualmente
foram contempladas praticamente todas
certificação
Adesivos. A ação gerou um resultado
em execução, dão prosseguimento ao
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processo de desenvolvimento turístico com
Resultados alcançados
foco justamente neste equilíbrio entre a necessidade de atender ao mercado, porém
• Fortalecimento da Associação Acolhida na Colônia com expansão para outros municípios do Estado • Reconhecimento nacional como destino referência em Turismo Rural na Agricultura Familiar • Preparação do destino para exposição na mídia, conquistando promoção espontânea devido ao tema inovador • Produção de material promocional • Articulação e entendimento entre os diversos programas e ações realizados no destino • Desenvolvimento de projetos que garantem a continuidade das atividades da Associação nos destinos • Repercussão no aumento do fluxo de visitantes, inclusive fora de temporada • Boa relação institucional entre os poderes públicos municipal, estadual e federal, sem interferência de política partidária • Realização de seminário de multiplicação, oficina de projeto e visita técnica com a participação do Grupo Gestor do projeto, empresários e comunidade do destino, além de representantes de outros destinos com vocação para o desenvolvimento do Turismo Rural • Articulação e integração das ações e resultados com as estratégias dos programas do Ministério do Turismo, facilitando a continuidade das ações
atentos à essência da proposta da Acolhida na Colônia, que é conciliar a produção familiar orgânica com a recepção de turistas. Analisando a experiência de desenvolvimento turístico na Acolhida na Colônia, podemos concluir que os processos participativos e a capacidade de organização são fatores chave para o sucesso de projetos de desenvolvimento comunitário sustentável. Muito além de um modelo de Turismo Rural na Agricultura Familiar, a Acolhida dá exemplos de Turismo de Base Comunitária, mostrando que é possível, sim, conciliar a essência do ideal com a técnica, os produtos locais com o mercado global e transformar elementos tão puros em modelos de sustentabilidade para o mercado. O desafio, tanto da Acolhida quanto de outros destinos do mesmo segmento, é encontrar formas de se inserir no mercado e garantir a sustentabilidade econômica. Porém, em um momento em que o mundo está cada vez mais preocupado com consumo consciente e buscando experiências turísticas autênticas, a Acolhida e o Turismo Rural se apresentam como uma oportunidade de criar um produto turístico único e extremamente atraente para os mercados nacional e internacional.
Para saber mais: www.turismo.gov.br www.acolhida.com.br www. redetraf.com.br www.cadastur.turismo.gov.br
Equipe Ministério do Turismo Coordenação Geral Ricardo Martini Moesch Tânia Brizolla Coordenação Técnica Ana Clévia Guerreiro Lima Jurema Monteiro Rosiane Rockenbach Sáskia Lima Equipe técnica Brena Coelho Carolina Campos Fabiana Oliveira Laura Marques Philippe Figueiredo Talita Pires Wilken Souto Colaboração Ana Beatriz Borges Serpa Alessandra Lanna Bárbara Blaut Rangel Cristiano Borges Luis Eduardo Delmont Marcela Souza Priscilla Grintzos Rafaela Lehmann Salomar Mafaldo
© Instituto Casa Brasil de Cultura. Goiânia, 2010
Equipe Instituto Casa Brasil de Cultura Coordenação do projeto Marcelo Safadi Coordenação operacional e assistência técnica Priscila Vilarinho Consultores dos destinos Marcos Pompeu – São João del Rei (MG) e Jericoacoara (CE) Priscila Vilarinho – Brasília (DF), Paraty (RJ) e Ribeirão Preto (SP) Rodrigo Lopes – Serra Geral (SC), Lençóis (BA) e Socorro (SP) Ricardo Silva – Santarém (PA) e Barcelos (AM) Consultores de apoio Alessandra Schneider Felipe Arns Marcos Martins Borges Paulo d’Ávila Ferreira Roberto Mourão Thiago Dias Apoio administrativo Jairo Mendonça Júnior Assistência técnica adminstrativa Breno Mendonça Vieira
Diagramação Marcus Lisita Rotoli
Destinos de Referência em Turismo Segmento: Turismo Rural Destinos: Anitápolis, Urubici, Rancho Queimado e Santa Rosa de Lima – Região das Encostas da Serra Geral (SC) Parceiro executor local: Associação de Agroturismo Acolhida na Colônia
Coordenação editorial Wolney Unes Texto Alessandra Schneider Projeto gráfico Samara Bitencourt Arte final de capa Genilda Alexandria
Fotografia Banco de Imagens MTur: xxxxxxxxxxxxxx Acervo do Instituto Casa Brasil de Cultura: Wolney Unes Revisão Camila Pessoa Apoio Acolhida na Colônia Abeta Casa Azul Belta Instituto Dharma Convention Bureau Avape Prefeitura de Socorro Sebrae-CE AmazonasTur Secretaria de Turismo de Barcelos Impressão Marques e Bueno Ltda. (Gráfica Talento)
Barcelos - AM
Sumário Presidente da República Federativa do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva Ministro de Estado do Turismo Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho
Secretário-Executivo Mário Augusto Lopes Moyses Secretário Nacional de Políticas do Turismo Carlos Silva Diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico Ricardo Martini Moesch Coordenadora-Geral de Segmentação Sáskia Freire Lima de Castro
Coordenadora-Geral de Regionalização Ana Clévia Guerreiro Lima Coordenadora-Geral de Informação Institucional Isabel Cristina da Silva Barnasque Coordenadora-Geral de Serviços Turísticos Rosiane Rockenbach
Barcelos
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Apresentação
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O Turismo de Pesca em Barcelos
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Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos
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Resultados alcançados
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Apresentação
Este peixe – que pode atingir até 1 metro
Barcelos localiza-se à margem direita no mé-
– cativa cada dia mais adeptos de sua pesca
dio Rio Negro, a uma distância aproximada
em todo o mundo, devido ao modo explosivo
de 500 km de Manaus por via fluvial. O clima
como atacam as iscas e às bruscas arranca-
é tropical, com temperatura média entre 28º
das depois de fisgados. Essas características
C e 38º C, durante o dia, e amenas de 16º C a
proporcionam aos amantes da pesca es-
26º C, durante a noite. A beleza de suas praias
portiva emoções indescritíveis, o que motiva
aliada à agradável temperatura da água do
o retorno dos turistas ao local para reviverem
Rio Negro oferece aos turistas inesquecíveis
a experiência anterior.
banhos de rio, o que possibilita ao destino
Os visitantes chegam a Barcelos via fluvial ou
características também para o desenvolvim-
por transporte aéreo. Há barcos que saem
ento do Turismo de Sol e Praia.
duas vezes por semana de Manaus, com du-
Como outras maravilhosas riquezas da
ração de aproximadamente 30 horas de via-
Amazônia brasileira, Barcelos é um destino
gem pelas exuberantes paisagens da floresta
turístico ainda pouco conhecido pela maioria
amazônica. Alguns barcos possuem melhor
dos brasileiros, mas já com destaque no mer-
infraestrutura, e podem ser reservados com
cado internacional. Considerada a capital do
antecedência. Já por via aérea, o destino é
peixe ornamental, Barcelos é a maior exporta-
atendido por voos regulares que partem de
dora brasileira do produto e uma das maiores
Manaus, com duração de cerca de uma hora.
do mundo, com destaque para peixes como o cardinal, de beleza exótica e brilho intenso, ou o acará-disco. Mas o município de Barcelos também ocupa posição de destaque quando o assunto são peixes de grande porte. Famosa por concentrar a maior quantidade de tucunarés em toda a região amazônica, em seus grandes rios e centenas de lagos, Barcelos é o destino perfeito para o Turismo de Pesca, que atrai pescadores de todos os cantos do mundo em busca do tucunaré-açu (Cichla temensis).
de comprimento e pesar mais de 14 quilos
Cadastur Ao contratar serviços para uma viagem, convém verificar se a empresa está cadastrada no Ministério do Turismo. O cadastro dos prestadores de serviços é grande fonte de consulta para o mercado turístico brasileiro e proporciona benefícios para os serviços turísticos cadastrados. Para ter acesso às informações detalhadas sobre os prestadores de serviços regularmente cadastrados, acesse www.cadastur. turismo.gov.br
Barcelos - AM
Barcelos - AM
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9
O Turismo de Pesca em Barcelos
Na região também é possível desfrutar de
as belezas amazônicas em atividades de
durante o período de cheia proporcionam
pacotes com hospedagem em hotéis de
Ecoturismo. Pela dificuldade de acesso e
aos visitantes a interação com a exuberância
selva conhecidos como lodges, que oferecem
inúmeros fatores que prejudicam o desen-
natural do ecossistema amazônico e ampla
Todos os anos, milhares de pescadores – prin-
excelente estrutura hoteleira.
volvimento agropecuário, a região encontra-
possibilidade de observação de espécies da
cipalmente, brasileiros e americanos – lotam
Desde 1994, a cidade promove anualmente
se em excelente estado de preservação com
fauna e flora, em especial, de pássaros.
hotéis de selva, acampamentos e barcos-
o Festival do Peixe Ornamental, principal
lindas paisagens. O contraste entre a beleza
O nome Rio Negro vem da cor de suas
hotéis durante a temporada de pesca, que vai
festa do município e da região. O evento
das águas do Rio Negro, com praias de areias
águas, negras devido à grande quantidade
de setembro a março. As excursões de pesca
homenageia a cultura local e os pescadores,
branquíssimas, ao lado da vasta e preservada
de ácidos húmicos em suspensão. O efeito
em busca dos grandes tucunarés duram cerca
conhecidos como piabeiros, e atrai grande
Floresta Amazônica em suas margens colo-
decorrente resulta em uma água de baixo pH
de uma semana. Munidos de varas com car-
quantidade de turistas para o evento.
cam este destino entre os de maior beleza
dificultando a presença de muitas espécies e
retilhas ou molinetes e iscas artificiais, os pes-
A região oferece também a seus visitan-
natural do planeta. Caminhadas pelas flores-
impedindo a reprodução de larvas de mos-
cadores partem em sua busca em pequenos
tes uma oportunidade única de conhecer
tas da região durante a seca e a incursão, de
quito, o que torna o ambiente muito propício
barco, pelas florestas inundadas (os igapós)
à prática de atividades ligadas ao turismo.
barcos. Os barcos preferidos são voadeiras ou bass trackers de alumínio, ou bass boats de fibra de vidro, com um barqueiro e dois pescadores por barco. A adoção da prática do pesque-e-solte e um maior cuidado com o meio em que se pesca introduziram o novo conceito da pesca como esporte, a chamada pesca esportiva, o que garante a sustentabilidade da atividade na região. Hoje existem diversos operadores atuando com o Turismo da Pesca dentro da área do município de Barcelos. Algumas exclusivamente, com suas bases estabelecidas no próprio município, e outras sazonalmente, compostas principalmente por barcos-hotéis, que iniciam suas excursões de pesca a partir de Manaus ou de Barcelos, com o transporte dos pescadores por avião.1 1. Mourão, Roberto. Análise da pesca esportiva no médio
Rio Negro – Relatório técnico. Barcelos, 2007
Barcelos - AM
Barcelos - AM
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13
O segmento de Turismo de Pesca A partir do início dos anos 90, o conceito e a prática da pesca amadora sofreram profundas transformações. A sensibilização da população mundial para questões relativas ao meio ambiente e aos recursos naturais foram postas em discussão. Com isso, a necessidade de uma exploração mais racional e sustentável de todo e qualquer tipo desses recursos ficou evidente. Nesse sentido, a pesca amadora – como denominada pelo Programa Nacional de Desenvolvimento da Pesca Amadora (PNDPA) – é uma atividade que permite conciliar o ganho econômico, através do Turismo da Pesca, explorando somente alguns recursos pesqueiros típicos de cada região, com poucos reflexos sobre o meio ambiente como um todo, desde que praticada com ética e bom senso. A pesca amadora é uma atividade turística alternativa, complementar, capaz de gerar desenvolvimento em áreas remotas, e que pode substituir atividades econômicas que degradam o meio ambiente. Segundo o Ministério do Turismo,1 o Turismo de Pesca é um dos segmentos turísticos que demonstram maior índice de crescimento no mundo. No Brasil, o segmento apresenta também tendência de crescimento, já que alia a oportunidade de convívio com a natureza ao fato de que a pesca é uma das atividades prediletas dos brasileiros. Desta forma, o MTur assumiu o desafio de estruturar esse segmento turístico, a partir da definição inicial do conceito de Turismo de Pesca2 como “as atividades turísticas decorrentes da prática da pesca amadora”. Para tanto, foi estabelecida parceria com a Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca da Presidência da República (Seap-PR), atualmente Ministério da Pesca e Aquicultura, além de intensa e solidificada atuação com o PNDPA-Ibama e outros colaboradores. Como resultado, foi publicado o documento Turismo de Pesca – Orientações Básicas3, que define a delimitação conceitual, as características e a abrangência do segmento de Turismo de Pesca.
1. Brasil. Turismo de pesca: orientações básicas. Ministério do Turismo: Brasília, 2008. Disponível em www.turismo.gov.br 2. Idem 3. Idem
Barcelos - AM
18
Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos O modelo de gestão descentralizada2 con-
O projeto tem como premissa a participação
cebido pelo Plano Nacional de Turismo e
efetiva dos representantes locais, fortal-
implementado pelo MTur prevê a integração
ecendo as entidades públicas e privadas, o
de diversas instâncias da gestão pública e da
trade e as organizações não governamentais,
iniciativa privada por meio da criação e orga-
levando à formação de um Grupo Gestor que
nização dos arranjos institucionais.
assume o papel de líder do processo, buscan-
O projeto Destinos Referência em Segmentos
do assim garantir a continuidade das ações
Turísticos desenvolvido pelo MTur em par-
na área do turismo, resultados mercadológi-
ceria com o Instituto Casa Brasil de Cultura,
cos e a sustentabilidade do destino.
tem como objetivo criar uma estratégia de
Assim, foram escolhidos dez destinos com
governança local, a partir do fortalecimento e
características diferentes, em regiões diferen-
aperfeiçoamento de segmentos de mercado,
tes, para que suas experiências contribuam
procurando envolver de forma participativa
para criar uma base metodológica que possa
toda a cadeia produtiva e instituições rela-
servir de modelo para outros destinos no Bra-
cionadas com o segmento escolhido, através
sil, validando e consolidando a estratégia de
de prioridades e estratégias definidas e com
desenvolvimento de políticas públicas, e de
foco na competitividade.
ampliação e diversificação da oferta turística
2. Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br
nacional.
Barcelos - AM
Barcelos - AM
22
23
Resultados alcançados
•
dos conceitos e das práticas do segmen-
O projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos tem como premissa a participação
apresentar orientações básicas acerca to de Turismo de Pesca
•
disseminar as boas práticas de Ecotur-
efetiva dos representantes locais, levando à
ismo e Turismo de Aventura para que
formação de um Grupo Gestor que assume o
possam ser aplicadas ao destino, contri-
papel de líder do processo, buscando assim
buindo para a diversificação da oferta e a
garantir a continuidade da ação e a sustent-
redução da sazonalidade
abilidade do projeto. O projeto propõe de-
•
senvolver a gestão do turismo local com foco na estratégia de segmentação de produtos
orientar os empresários sobre o Cadastur3 e efetuar os respectivos cadastros
•
estimular o empreendedorismo dos
turísticos, procurando envolver de forma par-
empresários locais e orientá-los sobre
ticipativa toda a cadeia produtiva relacionada
o acesso às linhas de crédito e financia-
com o segmento elencado.
mento do Ministério do Turismo
Espera-se que as ações relativas ao orde-
•
disseminar informações sobre o Pro-
namento e estruturação do segmento de
grama Turismo Sustentável e Infância
Turismo de Pesca em Barcelos sejam incorpo-
(TSI), de modo a enfrentar a exploração
radas ao planejamento turístico do destino. Como resultado, pretende-se estimular a geração de renda e emprego, possibilitando a continuidade das ações de estruturação do segmento de Turismo de Pesca no Destino. Diante do exposto, em continuidade ao projeto, promoveu-se a realização de um seminário em Barcelos, entre os dias 26 e 27 de abril de 2010, com os objetivos de estimular o trade turístico local para desenvolver estratégias de criação e inovação de produtos turísticos. Essas estratégias visam •
diversificar a oferta turística do destino
sexual infantil.
Resultados do Projeto • realização de fiscalização no Rio Negro, entre os dias 30 de abril e 8 de maio • reunião com o Grupo Técnico de Pesca do Amazonas para discutir a prorrogação do Decreto n° 27.012 de 28 de setembro de 2007, que proíbe a pesca predatória do tucunaré • solicitação de financiamentos do FNO para empreendimentos da localidade • formalização de empresas para cadastramento no Cadastur para recorrer a financiamentos • realização de vídeo promocional • manifestação sobre o enfrentamento à exploração sexual infantil • Realização de seminário de multiplicação, oficina de projeto e visita técnica com a participação do grupo gestor do projeto, empresários e comunidade do destino, além de representantes de outros destinos com vocação para o desenvolvimento do ecoturismo
O seminário teve como público-alvo representantes de empresas que prestam serviços turísticos (meios de hospedagem, barcos hotéis, agências e operadoras de turismo, bares, restaurantes e etc.), representantes do Poder Público local, da Secretaria de Turismo de Barcelos, outros agentes públicos locais, integrantes do Grupo Gestor Local do projeto 65 Destinos Indutores, além de outros atores e associações relevantes para a atividade turística.
por meio da segmentação turística 3. www.cadastur.turismo.gov.br
Para saber mais: www.turismo.gov.br www.abeta.org.br www.cadastur.turismo.gov.br
Equipe Ministério do Turismo Coordenação Geral Ricardo Martini Moesch Tânia Brizolla Coordenação Técnica Ana Clévia Guerreiro Lima Jurema Monteiro Rosiane Rockenbach Sáskia Lima Equipe técnica Brena Coelho Carolina Campos Fabiana Oliveira Laura Marques Philippe Figueiredo Talita Pires Wilken Souto Colaboração Ana Beatriz Borges Serpa Alessandra Lanna Bárbara Blaut Rangel Cristiano Borges Luis Eduardo Delmont Marcela Souza Priscilla Grintzos Rafaela Lehmann Salomar Mafaldo Equipe Instituto Casa Brasil de Cultura Coordenação do projeto Marcelo Safadi Coordenação operacional e assistência técnica Priscila Vilarinho Consultores dos destinos Marcos Pompeu – São João del Rei (MG) e Jericoacoara (CE) Priscila Vilarinho – Brasília (DF), Paraty (RJ) e Ribeirão Preto (SP) Rodrigo Lopes – Serra Geral (SC), Lençóis (BA) e Socorro (SP) Ricardo Silva – Santarém (PA) e Barcelos (AM) Consultores de apoio Alessandra Schneider Felipe Arns Marcos Martins Borges Paulo d’Ávila Ferreira Roberto Mourão Thiago Dias Apoio administrativo Jairo Mendonça Júnior Assistência técnica adminstrativa Breno Mendonça Vieira
© Instituto Casa Brasil de Cultura. Goiânia, 2010
Destinos de Referência em Turismo Segmento: Turismo de Pesca Destino: Barcelos – AM Parceiro executor local: Bureau Brasileiro de Pesca Coordenação editorial Wolney Unes Texto
Alessandra Schneider
Projeto gráfico Samara Bitencourt Arte final de capa Genilda Alexandria Diagramação Marcus Lisita Rotoli Fotografia Banco de Imagens MTur: Roald Andretta Acervo do Instituto Casa Brasil de Cultura: Wolney Unes Revisão Camila Pessoa Apoio Acolhida na Colônia Abeta Casa Azul Belta Instituto Dharma Convention Bureau Avape Prefeitura de Socorro Sebrae-CE AmazonasTur Secretaria de Turismo de Barcelos Impressão Marques e Bueno Ltda. (Gráfica Talento)
BrasĂlia - DF
Sumário Presidente da República Federativa do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva Ministro de Estado do Turismo Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho
Secretário-Executivo Mário Augusto Lopes Moyses Secretário Nacional de Políticas do Turismo Carlos Silva Diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico Ricardo Martini Moesch Coordenadora-Geral de Segmentação Sáskia Freire Lima de Castro
Coordenadora-Geral de Regionalização Ana Clévia Guerreiro Lima Coordenadora-Geral de Informação Institucional Isabel Cristina da Silva Barnasque Coordenadora-Geral de Serviços Turísticos Rosiane Rockenbach
Brasília
5
Apresentação
5
O turismo em Brasília
7
Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos
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Destino referência em Turismo Cinematográfico
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Resultados alcançados
25
Brasília Apresentação
ambiente harmônico entre os monumentos
Feche os olhos, esqueça por um instante
Mesmo que a princípio tudo pareça estranho,
as manchetes políticas. Agora pense em
aos poucos é possível entender a lógica das
uma cidade que nasceu inspirada em uma
quadras, superquadras, setores, eixos e asas,
profecia, foi idealizada por um sonho de
e tudo passa a ter sentido. E, enfim, as ruas
união nacional, concebida com um projeto
largas, o trânsito ordenado e motoristas
urbanístico futurista e construída pelas mãos
educados – que param nas faixas para dar
e corações de milhares de brasileiros que
preferência ao pedestre (!) – convidam a uma
trocaram suas terras de origem para criar a
reflexão sobre como poderiam ser mais bem
nova história do País.
planejadas as cidades brasileiras.
Sim, deixando de lado o preconceito,
Esta metrópole cosmopolita – que possui um
podemos ver a nossa Capital Federal como
dos melhores índices de qualidade de vida
ela é: uma cidade viva, moderna, humana
do País, mas é muitas vezes injustamente
e cosmopolita, que faz questão de deixar a
acusada de desumana e impessoal – acolhe
céu aberto o maior acervo da arquitetura
brasileiros de todos os cantos, que vêm em
moderna do mundo, que torna Brasília a única
busca de novas oportunidades e trazem
cidade com construção iniciada no século
consigo suas raízes culturais. Assim Brasília,
XX com título de Patrimônio Cultural da
ainda marcada pela migração, mas já com
Humanidade. Todos os que a conhecem são
uma bem definida geração de brasilienses1,
tocados pelas intrigantes obras de Niemeyer,
começa a afirmar sua identidade, fortemente
pelo fascínio de ver de perto o palco do
baseada na diversidade cultural que só um
poder político do Brasil ou pela forte energia
país como o Brasil é capaz de produzir. Este
mística que vibra no Planalto Central. Com o
respeito e gosto pela diversidade faz de
traçado urbanístico de Lúcio Costa integrado
Brasília um lugar hospitaleiro também para
ao Cerrado, o bioma local, os moradores e
estrangeiros, que se sentem em casa nesta
visitantes têm sempre a visão do horizonte
cidade, sede de embaixadas de mais de
vasto, que permite o contato com o sol, o céu
oitenta países.
de Niemeyer e os equipamentos urbanos.
azul, estrelas e noites de lua. É privilégio de poucas grandes cidades no mundo. Os amplos jardins de Burle Marx, os milhares de árvores frutíferas ou floridas criam um
1. São chamados assim os nascidos em Brasília. Os imigrantes que vieram para construir Brasília são denominados candangos, uma expressão originalmente pejorativa, mas que hoje é reconhecida com orgulho pelos pioneiros da capital federal.
Brasília - DF
7
O turismo em Brasília
pública e serviços à altura dos países mais
Estruturada para receber turistas de negócios
inclui o direito urbano de fazer as refeições
ou eventos – a maioria de seus visitantes – a
em casa com a família, fazer compras e
cidade oferece equipamentos e serviços
curtir as áreas de lazer entre as quadras
turísticos de alto padrão de qualidade, que
residenciais, e passear nos inúmeros parques
surpreendem os turistas que procuram em
da cidade.
Brasília lazer e cultura, além dos que dão
Entre outros prazeres ofertados em Brasília,
uma esticada na permanência antes ou
está a vibrante vida cultural, que coloca
depois de eventos e negócios. Há muitos
à disposição dos visitantes boas salas de
espaços e opções de atividades culturais e
cinema e espetáculos, palco para as mais
recreativas nesta cidade, onde vibra a riqueza
diversas atividades culturais. Além da cultura
e diversidade de todos os cantos do Brasil em
intrínseca ao dia a dia do brasiliense, como
seus habitantes, que adoram viver em Brasília.
as apresentações do Clube do Choro, há
Para alegria dos moradores e dos visitantes
eventos consagrados como os festivais de
da cidade, o plano urbanístico de Brasília
inverno e verão e o já tradicional Festival de
deixou espaço para áreas verdes, com belas
Brasília do Cinema Brasileiro. Mas há também
árvores e extensas áreas gramadas que
espetáculos de música, teatro, dança,
fazem parte do cotidiano de quem vive no
literatura, artes plásticas e as inúmeras festas
Plano Piloto. E o clima também ajuda: com
populares que fazem parte do calendário de
as estações do ano bem marcadas, livres
eventos de Brasília, trazendo gente do País
de chuva por um longo período do ano, a
inteiro para assistir às apresentações.
prática de atividades de lazer ao ar livre em
Uma cidade tão rica culturalmente deixa
seus parques e nas áreas de lazer entre as
sua marca evidente também na culinária,
quadras residenciais é comum no quotidiano
que faz de Brasília um dos principais polos
dos brasilienses.
gastronômicos do Brasil: são bares, cafés e
A qualidade de vida e a diversidade cultural
restaurantes que oferecem comidas típicas
são marcas registradas dos moradores de
nacionais e internacionais, com padrões de
Brasília, que se orgulham de viver numa
preços e qualidades para diversas classes
cidade-monumento, com baixos índices
e paladares. Casas especializadas em
de violência, e de contar com segurança
pratos da cozinha nacional e internacional,
desenvolvidos do mundo. Viver em Brasília
Brasília - DF
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prontas para atender ao paladar mais
este movimento torna Brasília um dos
dispõe de auditórios, clubes sociais, estádios,
e atividades ligadas aos principais temas da
sofisticado e exigente, oferecem muitas
mais importantes hubs do Brasil e uma
ginásios de esportes, salas e espaços em
cidade, como o Turismo Cívico-Arquitetônico,
opções, restaurantes mineiros, nordestinos,
oportunidade de uma escala para conhecer a
hotéis, business centers, salões de festas,
Ecológico-Rural e o Místico-Religioso. Outro
goianos, italianos, japoneses, mexicanos,
capital federal.
salas de espetáculos, parques de exposições
tema cada dia mais evidente no cenário de
portugueses, árabes, chineses, espanhóis,
A hotelaria atende aos melhores padrões de
e mansões para encontros sociais.
Brasília é o Turismo Cinematográfico, que
franceses e alemães. Além disso, há também
serviço mundiais, tanto em sua estrutura para
Brasília também oferece facilidades para
procura promover a cidade como espaço
a rica culinária popular, presente em espaços
o turismo de negócios e eventos quanto para
quem viaja para comprar. Seus inúmeros
de locação para produções audiovisuais e
como a Feira da Torre, onde há barracas
o lazer. A rede hoteleira da cidade conta com
e famosos shoppings oferecem lojas e
leva os visitantes a conhecer os lugares onde
com comidas típicas que representam a
hotéis administrados por bandeiras nacionais
marcas que satisfazem a todos os desejos de
foram filmadas diversas produções.
diversidade gastronômica de todas as partes
e internacionais. Alguns dos principais hotéis
consumo. Há também centros de compras
Para quem quer ficar mais tempo na
do Brasil.
ficam próximos dos melhores parques ou dos
nas quadras comerciais e entrequadras, além
região, Brasília é o ponto de partida para
No aeroporto – o terceiro do País em tráfego
atrativos urbanos da cidade e, é claro, dos
de setores especializados em determinados
interessantes destinos turísticos de Goiás. Em
aéreo – chegam e partem voos de e para
variados espaços para eventos e centros de
tipos de serviço ou produtos específicos.
um raio de 200 km, podem ser conhecidos
todas as capitais e principais municípios
negócios e política.
Uma experiência interessante de compras é
destinos de ecoturismo e aventura, como a
brasileiros, além de voos internacionais
Sede de eventos nacionais e internacionais
visitar as feiras alternativas, como a BSB Mix,
Chapada dos Veadeiros, inserida na Reserva
para a Europa e os Estados Unidos. Todo
dos mais variados portes e temas, Brasília
a Feira dos Importados e a conhecida Feira da
da Biosfera (da Unesco) e Pirenópolis,
Torre, que reúne artesanatos e pratos típicos
patrimônio histórico e artístico nacional
de todo o Brasil.
tombado pelo Iphan, que também oferece
Há muito a fazer em Brasília. Por isso, as
opções de passeios na natureza com
agências de receptivo local oferecem roteiros
cachoeiras e trilhas pelo Cerrado.
Cadastur Ao contratar serviços para uma viagem, convém verificar se a empresa está cadastrada no Ministério do Turismo. O cadastro dos prestadores de serviços é grande fonte de consulta para o mercado turístico brasileiro e proporciona benefícios para os serviços turísticos cadastrados. Para ter acesso às informações detalhadas sobre os prestadores de serviços regularmente cadastrados, acesse www.cadastur. turismo.gov.br
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O segmento de Turismo Cinematográfico Parece simples e óbvia a relação entre a motivação dos turistas para visitar um local e os estímulos provocados por filmes, documentários e programas de TV. Aliás, isso também é evidente em várias pesquisas de demanda turística que procuram saber o que motiva a visita ou como o turista tem despertado o interesse em visitar um determinado destino. Esta relação entre produções cinematográficas e o turismo já é uma realidade desenvolvida de maneira estratégica, bem-sucedida e mensurada em vários países. O Ministério do Turismo – ciente da inegável vocação do Brasil e atento a esta tendência mundial de utilizar as mais diversas mídias para difundir a cultura, as paisagens e os valores de uma região ou país – resolveu estudar mais a fundo a relação entre cinema e turismo e criar estratégias para estruturar destinos brasileiros para desenvolver o Turismo Cinematográfico. O primeiro passo foi a publicação da cartilha Turismo Cinematográfico Brasileiro,1 e do Estudo de Sinergia e Desenvolvimento entre as Indústrias do Turismo e do Audiovisual Brasileiro,2 produzidos em parceria com o Instituto Dharma. Essas publicações têm a finalidade de sensibilizar o trade turístico nacional sobre quanto o turismo pode se beneficiar ao disseminar seus destinos no mundo do entretenimento. Além disso, apresentam um diagnóstico dos setores no Brasil e oferecem propostas estratégicas, táticas e operacionais que podem conduzir o Brasil a uma posição de destaque como provedor de locações e a consequente promoção dos destinos turísticos por meio do audiovisual, no mercado doméstico e no internacional. Os estudos realizados apontam a nação brasileira como reconhecida mundialmente por sua privilegiada diversidade étnica, atributos culturais e inegável criatividade; variedade de locações, clima favorável, ambiente pacífico, livre de catástrofes naturais e de ações terroristas. Essa é uma combinação promissora para o desenvolvimento do Turismo Cinematográfico, que pode assumir um papel de destaque como ferramenta de desenvolvimento da cadeia produtiva local. O setor pode ser responsável por resultados positivos para 1. Brasil. Ministério do Turismo. Turismo Cinematográfico Brasileiro. Brasília, 2008. Disponível em www. turismo.gov.br 2. Brasil. Ministério do Turismo. Estudo de Sinergia e Desenvolvimento entre as Indústrias do Turismo e Audiovisual Brasileira. Brasília, 2008 (2ª edição). Disponível em www.turismo.gov.br
o futuro e o presente de uma comunidade, gerando empregos e oportunidades, renda e divisas além de impulsionar o turismo e o empreendedorismo. Levando em conta que o Turismo Cinematográfico abrange vários elos da cadeia produtiva nacional e que o Brasil é reconhecido como um país empreendedor, é possível imaginar um cenário inovador, onde novos negócios sejam estruturados colocando em comunhão a criatividade e a imaginação do povo brasileiro. Afinal, essa é a essência da chamada Economia Criativa: conectar vários setores da economia para integrar um amplo espectro de atividades que têm uma força motriz comum, como forma de manifestação da criatividade de uma nação. O Brasil tem grande potencial para se destacar como locação de diversas produções cinematográficas e canalizar os benefícios em favor de um aumento da demanda turística. A orientação do Ministério do Turismo para que isso ocorra é investir em ações como: • Criação de um pacote atrativo, unificando incentivos fiscais às virtudes nacionais • Apoio e chancela governamental à atuação da rede nacional de film commissions • Divulgação da cultura e imagens típicas da geografia aos olhos do grande público mundial, agregando valor ao audiovisual em conjunto com o turismo e economia local • Incentivo à modernização da infraestrutura e potencialização do talento criativo nacional com formação e qualificação de mão-deobra técnica Essas ações visam tornar possível o desenvolvimento dos potenciais nacionais e superar os desafios impostos pela modernidade e a globalização, inserindo o Turismo Cinematográfico e setores complementares na economia criativa brasileira, usufruindo de seus inúmeros benefícios.
Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos O modelo de gestão descentralizada2
O projeto tem como premissa a
concebido pelo Plano Nacional de Turismo e
participação efetiva dos representantes
implementado pelo MTur prevê a integração
locais, fortalecendo as entidades públicas
de diversas instâncias da gestão pública e
e privadas, o trade e as organizações não
da iniciativa privada por meio da criação e
governamentais, levando à formação de
organização dos arranjos institucionais.
um Grupo Gestor que assume o papel
O projeto Destinos Referência em Segmentos
de líder do processo, buscando assim
Turísticos desenvolvido pelo MTur em
garantir a continuidade das ações na área
parceria com o Instituto Casa Brasil de
do turismo, resultados mercadológicos e a
Cultura, tem como objetivo criar uma
sustentabilidade do destino.
estratégia de governança local, a partir
Assim, foram escolhidos dez destinos
do fortalecimento e aperfeiçoamento
com características diferentes, em
de segmentos de mercado, procurando
regiões diferentes, para que suas
envolver de forma participativa toda a cadeia
experiências contribuam para criar uma
produtiva e instituições relacionadas com o
base metodológica que possa servir de
segmento escolhido, através de prioridades
modelo para outros destinos no Brasil,
e estratégias definidas e com foco na
validando e consolidando a estratégia de
competitividade.
desenvolvimento de políticas públicas, e de ampliação e diversificação da oferta turística
2. Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br
nacional.
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Destino referência em Turismo Cinematográfico
naturais e urbanos como locação. E em
Contemplada pelo Ministério do Turismo
protagonista da trama. Foram inúmeros os
para ser o Destino Referência em Turismo
fatores que criaram condições para que este
Cinematográfico, Brasília é uma capital
segmento turístico fosse desenvolvido no
que foi pensada, desenhada, sonhada e
destino, tais como:
erguida pelas mãos de candangos e que,
• Vocação natural e gosto da sua população
curiosamente, já nasceu filmada. Além disso, em Brasília já foram filmados cerca de 200 filmes, que fizeram uso de seus cenários
pelo menos um quarto desses filmes, a própria cidade foi personagem ou mesmo
pelo cinema
• Palco de um dos mais tradicionais festivais cinematográficos do País
• Disponibilidade de serviços e estruturas de qualidade
• Proximidade com o Governo Federal • Presença de entidades setoriais organizadas, tanto do turismo quanto do audiovisual
• Cenários inusitados de arquitetura moderna e natureza, já utilizados como locação de mais de 200 filmes
• Cultura com várias características do Brasil • Maior número de salas e de frequência a cinema por habitante do País Mesmo com muitos fatores favoráveis, como os demais destinos escolhidos para o projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos, Brasília passou por um processo de desenvolvimento do segmento, que procurou aliar e criar uma interação, inexistente até então, entre o turismo e o setor audiovisual. A entidade local escolhida como parceira neste projeto foi o Instituto Dharma3, que já havia realizado com o MTur o citado Estudo de Sinergia e Desenvolvimento entre as Indústrias do Turismo e do Audiovisual Brasileiro, um documento que trouxe dados sobre as políticas globais de incentivo ao Turismo Cinematográfico, tais como criação de film commissions, isenção fiscal e apoio 3. http://www.dharmafilmes.com.br/site/instituto.php
financeiro em produções audiovisuais. O projeto Destinos Referência em Brasília teve como objetivos principais:
• Planejamento estratégico para o destino, com foco no Segmento de Turismo Cinematográfico
• Formação de um arranjo institucional local envolvendo o setor público, a iniciativa privada e o terceiro setor, ligado ao turismo e à produção audiovisual
• Criação e lançamento da Brasília Film Commission, entidade público‐privada para promoção da região como destino privilegiado de produções audiovisuais transnacionais
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Logo no início do projeto, foram identificados
para o desenvolvimento do segmento.
Brasília Film Commission. As Film Commissions
e convidados representantes do setor
Com o grupo mais maduro e envolvido, foi
são órgãos responsáveis por captar e facilitar
turístico e do audiovisual para participar
então realizado o Seminário Estratégico
a realização de obras audiovisuais nas regiões
do evento de sensibilização em que foi
com a aplicação da Avaliação Qualitativa,
que representam. Elas são as primeiras
apresentado o projeto Destino Referência
seguindo a metodologia do Sistema Cores de
entidades que empresas e profissionais do
em Turismo Cinematográfico. Neste evento
Planejamento de Destinos. Neste seminário,
audiovisual no mundo inteiro buscam ao
foram apresentados ainda o segmento de
foi possível analisar a percepção da cadeia
decidir que lugar sediará suas produções.
Turismo Cinematográfico e os motivos que
do audiovisual e do turismo em Brasília,
A disputa pelo receptivo dessas produções
fizeram Brasília ser escolhida como destino
priorizando as ações e institucionalizando o
(filmes, séries de TV, documentários, entre
referência neste segmento, nivelando as
grupo gestor com entidades representativas.
outros) é muito competitiva, e cabe à film
informações entre todos os envolvidos.
A partir dos resultados, os consultores do
commission apresentar as ferramentas mais
Em um segundo encontro, foram realizadas
Instituto Dharma, especializados em turismo
sofisticadas e atraentes para seduzir os
palestras de benchmarking pela consultoria
e em cinema, criaram um diagnóstico para o
produtores e cineastas a escolherem suas
do Instituto Dharma, que trouxe as
segmento, que foi então validado pelo grupo
locações como destino dos filmes.
experiências e boas práticas da Nova
gestor. A partir disso, foi criado o Plano de
Zelândia e da África do Sul no segmento de
Ação do Turismo Cinematográfico em Brasília.
Turismo Cinematográfico. Neste encontro
A Ação Símbolo e, sem dúvida, o resultado
foram mostrados possibilidades e desafios
mais importante do projeto foi a criação da
Brasília - DF
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Resultados alcançados A criação Brasília Film Commission traduz-se na importância do fortalecimento dos grupos locais e no estímulo à criação de outras entidades do setor – como, por exemplo, a associação de atores de Brasília –, mas também se reflete nos grandes desafios para sua continuidade e consolidação. Outras lições aprendidas no processo é que o destino tem de ter potencial e investir no segmento, criando portfólio e condições técnicas para as produções cinematográficas. Agora, a Film Commission de Brasília tem o desafio de fortalecer a relação do setor audiovisual com a atividade turística e mostrar ao destino de que forma o cinema pode agregar valor ao turismo, principalmente em um destino como Brasília: extremamente interessante, porém ainda sem uma imagem positiva no imaginário coletivo. A experiência de Brasília como Destino de Turismo Cinematográfico destaca que não basta ter belos cenários para receber produções audiovisuais. O destino tem de se preparar e se posicionar. Para isso, algumas ferramentas estratégicas são essenciais para se tornar competitivo:4 • Criação de Film Commissions ou Birôs Audiovisuais, que centralizam as 4. Brasil. Ministério do Turismo. Turismo Cinematográfico Brasileiro. Brasília, 2008. Disponível em www.turismo.gov.br
Resultados do projeto • Diagnóstico do setor audiovisual e do turismo elaborado, subsidiando o planejamento estratégico do setor • Formação de um ambiente de governança, compondo um arranjo institucional com a presença do setor público, iniciativa privada e terceiro setor • Criação da Brasília Film Commission, primeira entidade nacional do setor com colegiado formado pelo Poder Público, pela iniciativa privada e pelo terceiro setor, que será de fundamental importância para facilitar o trabalho de produtores por centralizar informações sobre o setor na região, promovendo seu potencial • Elaboração da cartilha Brasília Cinematográfica, que retrata todo o processo de desenvolvimento da 1ª Etapa de Preparação do Destino Referência em Turismo Cinematográfico no Brasil • Realização de seminário de multiplicação, oficina de projeto e visita técnica com a participação de representantes de outros destinos com vocação para o desenvolvimento do Turismo Cinematográfico
Brasília - DF
27 informações sobre filmagens em uma
• Promoção do destino e seu potencial para
região e têm como objetivo promover o
o Turismo Cinematográfico em revistas,
potencial da região e facilitar o trabalho
sites, feiras e eventos, além de convite
dos produtores. Um trabalho integrado
a formadores de opinião, jornalistas,
entre o Convention Bureau e a Film
operadoras de turismo e pessoas
Commission pode criar uma sinergia muito
influentes para olhar o destino com os
forte para a atração de produções e para a
olhos do audiovisual
promoção do destino
• Integração com outras iniciativas e
• Produção de um Guia de Locações, impresso e virtual, com a oferta de
instituições relacionadas ao turismo e ao audiovisual
cenários urbanos e naturais com potencial de locação • Criação de um Guia de Produção, listando serviços locais importantes para o segmento: produtoras, locadoras de equipamentos, laboratórios, estúdios e profissionais da área. Também devem ser listados serviços turísticos e outros serviços de apoio às produções • Criação e manutenção de website com informações atualizadas sobre as locações, produções e serviços
Para saber mais: www.turismo.gov.br www.dharmafilmes.com.br www.cadastur.turismo.gov.br
Equipe Ministério do Turismo Coordenação Geral Ricardo Martini Moesch Tânia Brizolla Coordenação Técnica Ana Clévia Guerreiro Lima Jurema Monteiro Rosiane Rockenbach Sáskia Lima Equipe técnica Brena Coelho Carolina Campos Fabiana Oliveira Laura Marques Philippe Figueiredo Talita Pires Wilken Souto Colaboração Ana Beatriz Borges Serpa Alessandra Lanna Bárbara Blaut Rangel Cristiano Borges Luis Eduardo Delmont Marcela Souza Priscilla Grintzos Rafaela Lehmann Salomar Mafaldo Equipe Instituto Casa Brasil de Cultura Coordenação do projeto Marcelo Safadi Coordenação operacional e assistência técnica Priscila Vilarinho Consultores dos destinos Marcos Pompeu – São João del Rei (MG) e Jericoacoara (CE) Priscila Vilarinho – Brasília (DF), Paraty (RJ) e Ribeirão Preto (SP) Rodrigo Lopes – Serra Geral (SC), Lençóis (BA) e Socorro (SP) Ricardo Silva – Santarém (PA) e Barcelos (AM) Consultores de apoio Alessandra Schneider Felipe Arns Marcos Martins Borges Paulo d’Ávila Ferreira Roberto Mourão Thiago Dias Apoio administrativo Jairo Mendonça Júnior Assistência técnica adminstrativa Breno Mendonça Vieira
© Instituto Casa Brasil de Cultura. Goiânia, 2010
Destinos de Referência em Turismo Segmento: Turismo Cinematográfico Destino: Brasília – DF Parceiro executor local: Instituto Dharma
Coordenação editorial Wolney Unes Texto
Alessandra Schneider
Projeto gráfico e capa Samara Bitencourt Diagramação Marcus Lisita Rotoli Fotografia Banco de Imagens MTur: Beto Garavello Luiz Trazzi Martins Tamás Hári Werner Zotz Revisão Camila Pessoa Apoio Acolhida na Colônia Abeta Casa Azul Belta Instituto Dharma Convention Bureau Avape Prefeitura de Socorro Sebrae-CE AmazonasTur Secretaria de Turismo de Barcelos Impressão Marques e Bueno Ltda. (Gráfica Talento)
Jericoacoara - CE
Sumário Presidente da República Federativa do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva Ministro de Estado do Turismo Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho
Secretário-Executivo Mário Augusto Lopes Moyses Secretário Nacional de Políticas do Turismo Carlos Silva Diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico Ricardo Martini Moesch Coordenadora-Geral de Segmentação Sáskia Freire Lima de Castro
Coordenadora-Geral de Regionalização Ana Clévia Guerreiro Lima Coordenadora-Geral de Informação Institucional Isabel Cristina da Silva Barnasque Coordenadora-Geral de Serviços Turísticos Rosiane Rockenbach
Jijoca de Jericoacoara 5 Apresentação
5
O turismo em Jericoacoara
7
O Turismo de Sol e Praia em Jericoacoara
9
Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos 13 Destino referência em Turismo de Sol e Praia
16
Resultados alcançados
24
Jijoca de Jericoacoara Apresentação
O acesso, que até pouco tempo atrás era
Jericoacoara, já popularmente conhecida
turístico, atualmente está mais simplificado
por Jeri, é um lugar fora do comum, que
(apesar de ainda haver um trecho de 28 km
coloca em cheque a lógica da vida urbana
que cruza o Parque Nacional de Jericoacoara,
e do tempo. As ruas são cobertas de areia
sem asfalto) com várias opções de serviço de
e as praias se estendem por quilômetros,
transporte.
exatamente como Deus criou, sem
As empresas de receptivo garantem o
interferências visuais de prédios, antenas ou
transporte em vans e veículos com tração.
outras estruturas que destoem da paisagem
Outras opções são os ônibus de linhas
natural.
regulares, com conexão para o trecho não
Localizada no extremo norte do Ceará, a
asfaltado em jardineiras, com saída a partir da
300 km de Fortaleza, está perto da linha do
sede do município de Jijoca de Jericoacoara.
Equador e inserida no Polígono da Seca,
Para quem prefere ir com veículo próprio ou
o que, neste caso, significa uma grande
locado, o ideal é que estes possuam tração
vantagem, pois proporciona um clima
e que o motorista tenha experiência em
ensolarado o ano todo. Mas as vantagens da
direção off-road. Veículos convencionais
sua localização não acabam por aí. Por estar
estão sujeitos a fatores climáticos, como
localizada em uma península, Jericoacoara
chuva e ventos, envolvendo riscos. Há
tem mar tanto a leste como a oeste, o que
ainda a opção de helicóptero, mais rápida e
o torna um dos poucos lugares do Brasil
confortável, porém com um custo alto.
continental onde é possível ver o nascer e o
Na internet existem diversos sites e portais
pôr do sol e da lua no mar.
com informações variadas e aprofundadas
O portão de entrada de Jericoacoara é
sobre o destino, inclusive sobre os acessos
Fortaleza, a capital do Ceará, onde está
e transporte. Uma busca na rápida leva a
localizado o Aeroporto Internacional Pinto
links de uma série de empresas que fazem
Martins, que recebe voos de todo o Brasil,
a comercialização dos seus serviços e
Europa e Estados Unidos.
equipamentos turísticos e de lazer.
um grande obstáculo ao desenvolvimento
Jericoacoara - CE
7
O turismo em Jericoacoara A atividade turística na região se iniciou de forma incipiente nos anos 80, como um destino de “paz e amor”, procurado por pessoas de espírito hippie, em busca de liberdade e contemplação. Nesta época, Jericoacoara era apenas uma vila de pescadores, sem nenhuma estrutura de hospedagem, energia elétrica e com acesso difícil. Ao longo dos últimos 20 anos, o destino foi se estruturando, por iniciativa dos próprios nativos e dos novos moradores – brasileiros e estrangeiros – que criaram negócios e investiram na vila. O principal atrativo de Jericoacoara é o conjunto de sua paisagem exuberante – a dimensão das dunas e o desenho de suas praias – e da diversidade cultural criada a partir da integração das características dos pescadores nativos às de brasileiros de outras regiões do País e de estrangeiros de várias partes do mundo. Em Jeri, tudo tem um toque slow e descontraído, o que dá a sensação de estar em um lugar fora do tempo. Mas isso não quer dizer que o visitante seja privado do charme, do conforto e do bom atendimento. Muito pelo contrário. O setor de hospedagem progrediu muito no destino.
Jericoacoara - CE
Jericoacoara - CE
8
9
O Turismo de Sol e Praia em Jericoacoara
das quais várias espécies são raras ou estão
técnicas, (que foram aprimoradas por meio
Jeri surpreende na oferta de atividades
cenário perfeito para passeios de buggy ou
hospedagem, que variam desde pousadas de
de oficinas promovidas por instituições como
turísticas e de lazer que vão além de passar o
para caminhadas ao entardecer. Um ponto
charme a hotéis com acomodações e serviços
o Sebrae-CE), pela tradição, e pelos preços
dia na barraca de praia ou tostando no sol. O
turístico famoso perto da vila é a Duna Pôr
requintados de padrão internacional. Há
em conta.
destino também oferece diversas opções de
do Sol, de onde é possível apreciar tanto o
ainda opções de hospedagem mais básicas,
ecoturismo, atividades de aventura e turismo
amanhecer como o entardecer no mar. Na
mas que atendem bem aos padrões mínimos
cultural para agradar aos mais exigentes e
vila existe uma Associação de Bugueiros, que
de estrutura e serviços.
diversificados perfis de turista.
assim como as agencias receptivas locais,
A diversidade cultural está muito bem
Os pontos de visitação mais procurados são
oferecem passeios a preços acessíveis e com
representada na gastronomia local, que é
Tatajuba, Mangue Seco e Rio Guriú, Lagoa
motoristas treinados e cadastrados.
marcada por uma fusão de estilos, tanto da
do Paraíso, Lagoa Azul e Lagoa do Pinguela.
Uma opção mais slow é o passeio de cavalo
culinária brasileira (em especial a nordestina),
A paisagem é muito diversa com vegetações
até o Mangue Seco para a melhor apreciação
quanto da estrangeira.
variadas como restingas, dunas, tabuleiros,
das belezas da paisagem. No caminho a
Há restaurantes para todos os gostos
manguezais, gramados, praias e serrotes,
Tatajuba é possível visitar um reduto de
e bolsos, porém o destaque está nos
que abrigam mais de 38 famílias de aves,
cavalos marinhos.
No princípio, poucas pousadas ofereciam
O artesanato é outro destaque em
as comodidades como energia elétrica,
Jericoacoara, como em praticamente todo
água quente, estrutura de alimentação e
o Ceará, pela riqueza e multiplicidade das
repouso. Hoje existem quase cem meios de
restaurantes de charme, que representam da melhor forma a riqueza desta variedade gastronômica.
Cadastur Ao contratar serviços para uma viagem, convém verificar se a empresa está cadastrada no Ministério do Turismo. O cadastro dos prestadores de serviços é grande fonte de consulta para o mercado turístico brasileiro e proporciona benefícios para os serviços turísticos cadastrados. Para ter acesso às informações detalhadas sobre os prestadores de serviços regularmente cadastrados, acesse www.cadastur. turismo.gov.br
ameaçadas de extinção. As dunas e as lagoas de água doce são o
Jericoacoara - CE
Jericoacoara - CE
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O segmento de Turismo de Sol e Praia Antes de haver uma acepção oficial dos segmentos turísticos, turismo de Sol e Praia era denominado das mais variadas formas: Turismo de Sol e Mar, Turismo Litorâneo, Turismo de Praia, Turismo de Balneário, Turismo Costeiro e inúmeras outras. Estes conceitos, em geral, excluíam destinos que estavam longe da orla marítima, como as praias fluviais e lacustres (margens de rios, lagoas e outros corpos de água doce) e praias artificiais, muito comuns no interior do Brasil. A partir dessa constatação e com a finalidade de alinhar e ampliar os conceitos principalmente para fins de formulação de políticas públicas, o Ministério do Turismo elaborou a publicação Turismo de Sol e Praia: Orientações Básicas. Nela, denomina-se o segmento como: Turismo de Sol e Praia constitui-se das atividades turísticas relacionadas à recreação, entretenimento ou descanso em praias, em função da presença conjunta de água, sol e calor. O principal fator de atratividade do segmento de Sol e Praia está na combinação de elementos que complementam a paisagem natural e o clima apropriado à balneabilidade. Estes elementos complementares são a recreação, o entretenimento e o descanso, relacionados ao divertimento, à distração ou contemplação da paisagem. O turista de Sol e Praia apresenta um perfil heterogêneo, desde jovens interessados em novas descobertas e praias isoladas, até famílias compostas de pessoas de
diferentes idades e com necessidades distintas, que buscam no destino atividades que possam atender aos desejos de cada um. O que se pode considerar como característica comum a estes turistas é sua motivação pelo desejo de descanso, práticas esportivas, diversão, novas experiências e busca de vivências e interação com as comunidades receptoras. Um dos aspectos mais marcantes e desafiadores do segmento é a tendência de atrair o turismo de massa sazonal, concentrando um grande número de pessoas na mesma época e em um só lugar. Isto se dá pelas características próprias do produto que se comercializa, o que traz como consequência uma demanda concentrada nos meses de verão ou estiagem (no caso das praias fluviais) e em períodos de férias ou feriados prolongados. Esta tendência, somada a uma falta de planejamento prévio, pode tornar-se uma ameaça para o destino em todos os aspectos da sustentabilidade, havendo o risco de desequilibrar a economia local, sobrecarregar o ambiente com excesso de dejetos e conturbar a vida da comunidade local. Outra característica do segmento é a interação com outros tipos de turismo, como o Turismo Náutico, Turismo Cultural, Aventura e Esportes, diversificando a experiência do turista e a atratividade do destino. Aliás, esta interação com outros elementos é que pode garantir o diferencial e a competitividade do destino e contribuir para equilibrar a sazonalidade típica deste segmento.
Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos
Jericoacoara - CE
12 A Pedra Furada, um dos cartões postais mais
Troféu Roteiros do Brasil, sendo considerado
O modelo de gestão descentralizada1
regiões diferentes, para que suas
famosos do Ceará – resultado de um belo
um caso de sucesso do Programa de
concebido pelo Plano Nacional de Turismo e
experiências contribuam para criar uma
trabalho da ação dos ventos, do mar e do
Regionalização do Turismo na categoria
implementado pelo MTur prevê a integração
base metodológica que possa servir de
tempo – pode ser visitada durante a maré
Roteiro Turístico.
de diversas instâncias da gestão pública e
modelo para outros destinos no Brasil,
baixa, passando pelas praias Malhada e do
Para os praticantes e apreciadores de
da iniciativa privada por meio da criação e
validando e consolidando a estratégia de
Pontal, numa caminhada de cerca de 3 km. É
esportes de aventura, Jeri também tem
organização dos arranjos institucionais.
desenvolvimento de políticas públicas, e de
impossível resistir e não tomar um banho de
o cenário ideal. Os bons ventos da região
O projeto Destinos Referência em Segmentos
ampliação e diversificação da oferta turística
mar.
proporcionam condições perfeitas para a
Turísticos desenvolvido pelo MTur em
nacional.
Com seus belos atrativos, o destino faz
prática de surf, windsurf e kitesurf. Além
parceria com o Instituto Casa Brasil de
parte da Rota das Emoções, um roteiro
disso, são muito populares o sandboard e a
Cultura, tem como objetivo criar uma
integrado com os Estados vizinhos, que
capoeira.
estratégia de governança local, a partir
envolve paraísos naturais como a Área de
Além das atividades de ecoturismo e
do fortalecimento e aperfeiçoamento
Proteção Ambiental do Delta do Parnaíba
aventura, o visitante pode desfrutar
de segmentos de mercado, procurando
(PI) e o Parque Nacional dos Lençóis
de serviços de massagem, jantares em
envolver de forma participativa toda a cadeia
Maranhenses (MA), além do Parque Nacional
charmosos restaurantes, curtir um happy
produtiva e instituições relacionadas com o
de Jericoacoara (CE). Este roteiro, que oferece
hour num bar tranquilo ou em casas
segmento escolhido, através de prioridades
aventura, praia e ecoturismo, foi premiado
com música ao vivo, tudo no relaxado e
e estratégias definidas e com foco na
em 2009 pelo Ministério do Turismo com o
descontraído ritmo de Jeri.
competitividade. O projeto tem como premissa a participação efetiva dos representantes locais, fortalecendo as entidades públicas e privadas, o trade e as organizações não governamentais, levando à formação de um Grupo Gestor que assume o papel de líder do processo, buscando assim garantir a continuidade das ações na área do turismo, resultados mercadológicos e a sustentabilidade do destino. Assim, foram escolhidos dez destinos com características diferentes, em 1. Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br
Jericoacoara - CE
Jericoacoara - CE
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Destino referência em Turismo de Sol e Praia
turismo nacional, havia uma infinidade de
representa a vocação do Brasil para o
que somente vocação basta para obter um
opções.
turismo de Sol e Praia, tanto pelos seus
destino de sucesso e sustentável. Por isso
Porém, a escolha de Jericoacoara para servir
aspectos climáticos e praias com águas
mesmo é que o projeto Destinos Referência
É um grande desafio escolher um destino
de referência foi motivada por este ser um
mornas quanto por suas características
optou por Jericoacoara para trabalhar
para ser referência no segmento de Sol
destino ainda em desenvolvimento, com
culturais, como a hospitalidade e alegria do
este segmento, com todos os desafios e
e Praia em um país com cerca de 8 mil
uma série de desafios ambientais e sociais,
seu povo. A música, a dança, o artesanato, a
oportunidades que um destino emergente
quilômetros de litoral, além de inúmeras
mas onde seria possível trabalhar conceitos
gastronomia e as festas populares colocam
pode apresentar.
praias fluviais e lacustres que movimentam
e práticas de sustentabilidade e arranjo
as praias do Nordeste em evidência nos
Logo nas primeiras visitas técnicas ao destino,
o turismo no interior do país. Assim, com
institucional, criando experiências que
contextos nacional e internacional. Porém,
foi verificado que Jericoacoara apresentava
inúmeros destinos já consolidados neste
pudessem ser replicadas em outros destinos.
o turismo nacional amadureceu muito nos
alguns entraves quanto à articulação
segmento, que é o mais procurado do
O Nordeste brasileiro naturalmente
últimos anos, e deixou para trás a ilusão de
institucional, crescimento desordenado e
Jericoacoara - CE
Jericoacoara - CE
20
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ocupação irregular de diversas áreas que
entidade parceira local conveniada para o
enfraquecidos por falta de uma dinâmica
deveriam permanecer de livre trânsito para a
desenvolvimento do projeto.
cooperada.
comunidade e os visitantes. Outro fator que
Devido a este cenário, as primeiras reuniões
Também se apresentaram entidades
comprometia o desenvolvimento do destino
no destino foram realizadas separadamente
empresariais pré-formadas ou
era um alto índice de informalidade entre
com os empresários dos quatro principais
desestruturadas e não atuantes, tudo isso
os prestadores de serviços e a falta de auto-
setores: meios de hospedagem, alimentação,
como forma de evidenciar a importância da
organização dos setores.
receptivos (esporte) e comércio.
cooperação e do trabalho conjunto.
Esta visão motivou a escolha e a estratégia
O primeiro objetivo foi despertar o
Para instituir o Arranjo Institucional do
de aproximação. Assim como em outros
autoconhecimento, identificar o papel de
destino, o Ministério do Turismo e a Casa
destinos do projeto, foram envolvidas as
cada um no seu negócio, no turismo e na
Brasil, com o apoio dos órgãos estaduais e
entidades parceiras locais, identificadas com
comunidade. Depois os quatro grupos
municipais de turismo e Sebrae-CE, além
o segmento. As primeiras entidades a apoiar
foram reunidos e foram desenvolvidos
dos conselhos e associações estaduais e
o projeto, além do Ministério do Turismo,
trabalhos participativos, que culminariam
locais afins, implementaram a Metodologia
foram a Secretaria de Turismo do Estado do
com a formação do arranjo institucional.
Cores de Gestão de Destinos Turísticos, que
Ceará, a Secretaria Municipal de Turismo
Nestas reuniões foram apresentadas outras
consiste em técnicas e ações participativas e
de Jericoacoara e o Sebrae-CE, a principal
iniciativas e projetos em andamento
cooperadas, em que se define a atribuição de cada um dos atores. Importante observar que os empresários de Jericoacoara, em sua quase totalidade, não são cearenses, mas oriundos de outros Estados brasileiros ou estrangeiros. Esta situação era um dos principais motivos para uma cultura pouco integrada. Na verdade, eles não se comunicavam, competiam, sem enxergar que separados, contribuíam para a degradação do destino. Os primeiros encontros com os grupos empresariais, um por vez, confirmaram essa observação. As pessoas chegavam desconfiadas, criticando o que não funcionava e sem acreditar que algo novo pudesse estar acontecendo.
Jericoacoara - CE
23 Após uma série de reuniões utilizando a
próprio Ministério do Turismo ou dos órgãos
Metodologia Cores foi possível atingir de fato
estaduais e municipais, e ainda de entidades
o sentimento de que a união dos empresários
como o Sebrae.
e da comunidade em torno de uma instância
Outra ação a ser destacada foi o trabalho
de governança local era indispensável,
desenvolvido pelas artesãs de Jericoacoara
necessária e urgente para o desenvolvimento
durante a Vivência Elo Cultural, que
e sustentação do destino, inclusive na
apresentou um desfile na praia com peças
interlocução das parcerias com os gestores
artesanais criadas pelas próprias artesãs. A
públicos.
coleção ganhou uma marca – Mundo Jeri:
O modelo definido foi a constituição de
Cultura, Natureza e Magia. No total, 15 peças-
uma Agência de Desenvolvimento – Adetur
piloto foram exibidas pelas modelos durante
Jeri, criada em assembleia em agosto de
o desfile. Para chegar a este resultado, o
2008, com a participação de mais de 50
Sebrae-CE envolveu 40 artesãs da região,
empresários, comprometidos em criar
realizou o diagnóstico de sua atividade,
ou consolidar as entidades empresariais
identificou demandas e elaborou sugestões
setoriais. Essa iniciativa revigorou outras
para a estruturação da ação Vivência Elo
associações de alguma forma constituídas e
Cultural. Depois disso, foi feito um trabalho
ficou marcada como a Ação Símbolo neste
de articulação com as artesãs, com oficinas
destino. Com esta unidade de planejamento
preparatórias com foco no associativismo,
foram estabelecidas conexões com outros
nas relações humanas e no aperfeiçoamento
projetos em curso no destino, de iniciativa do
das técnicas do crochê.
Jericoacoara - CE
Jericoacoara - CE
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Resultados alcançados
O exemplo de Jericoacoara, que conseguiu
Um acompanhamento técnico dos
transformar uma realidade de crescimento
arranjos institucionais, e principalmente, o
O projeto Destino Referência em Turismo
desordenado – que certamente levaria o
fortalecimento do conselho municipal e de
de Sol e Praia realizado em Jericoacoara
destino a um possível colapso – em uma
sua interlocução com o órgão estadual de
atingiu o objetivo da construção de um
situação de desenvolvimento participativo
turismo, e deste com as instâncias regionais
modelo referencial dotado de parâmetros
e cooperado, em que cada um conhece
e com o Ministério do Turismo, são o ideal
para o desenvolvimento sustentável do
e executa seu papel na comunidade e no
para a consolidação do Sistema Nacional do
turismo de Sol e Praia, como base para outros
turismo, poderá ser replicado em outros
Turismo.
destinos turísticos do segmento no Brasil,
destinos que queiram desenvolver o
O futuro será de entidades empresariais
adaptando-o e adequando-o às diferentes
segmento de Turismo de Sol e Praia em seu
fortes e arranjos institucionais dinâmicos,
situações e soluções.
destino.
que tenham base em planejamentos de curto, médio e longo prazos, feitos dentro da boa técnica, com legitimidade e pela participação de todos os envolvidos do setor e da comunidade local. O que realmente foi criado pela ação da Casa Brasil através do Método Cores e que pode ser reaplicado com sucesso em outros destinos brasileiros foi a formação do Grupo Gestor de projetos. Em síntese, isso significa a existência de um conjunto de atores (pessoas) que representam os interesses públicos, privados e da sociedade local, relacionados com os projetos do destino. Para a equipe técnica da Casa Brasil, esta deve ser a tônica na maioria dos destinos
Resultados do projeto • Participação ativa dos empresários e mobilização para adesão desde o início do projeto • Governança local representativa e atuante • Atuação continuada e liderança do empresariado local • Preparação de materiais promocionais para o destino • Qualificação na produção associada ao turismo, envolvendo 40 artesãs da região, com foco no associativismo, nas relações humanas e de aperfeiçoamento das técnicas do crochê • Realização de desfile na praia com peças artesanais criadas pelas artesãs de Jericoacoara
turísticos brasileiros que ainda apresentam falta de integração, de estruturação e de representatividade dos setores. O arranjo institucional é a base para qualquer projeto de desenvolvimento sustentável.
• Constituição de uma Agência de Desenvolvimento – Adetur Jeri
Jericoacoara - CE
Jericoacoara - CE
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Todo programa relevante de turismo que
Nacional dos Secretários e Dirigentes
envolva recursos públicos e privados,
Estaduais de Turismo (Fornatur), que é
produza impactos importantes no destino
parte do Conselho Nacional do Turismo,
e mobilize uma diversidade de esforços e
presidido pelo ministro do Turismo. Aí
investimentos deve ter seu grupo gestor.
está o Sistema Nacional do Turismo, que
Este grupo deve se reportar ou participar
estabelece uma conexão e interação desde
do Conselho Municipal do Turismo, que
o programa no destino até o MTur, que é o
por sua vez se reporta ou participa do
responsável pela implementação do Plano
Conselho Estadual, que é presidido pelo
Nacional do Turismo, seus projetos e ações,
secretário ou dirigente estadual de Turismo.
democraticamente construído com uma
O dirigente estadual deve integrar o Fórum
ampla participação do trade e da sociedade.
Para saber mais: www.turismo.gov.br www.ce.sebrae.com.br www.cadastur.turismo.gov.br
Equipe Ministério do Turismo Coordenação Geral Ricardo Martini Moesch Tânia Brizolla Coordenação Técnica Ana Clévia Guerreiro Lima Jurema Monteiro Rosiane Rockenbach Sáskia Lima Equipe técnica Brena Coelho Carolina Campos Fabiana Oliveira Laura Marques Philippe Figueiredo Talita Pires Wilken Souto Colaboração Ana Beatriz Borges Serpa Alessandra Lanna Bárbara Blaut Rangel Cristiano Borges Luis Eduardo Delmont Marcela Souza Priscilla Grintzos Rafaela Lehmann Salomar Mafaldo Equipe Instituto Casa Brasil de Cultura Coordenação do projeto Marcelo Safadi Coordenação operacional e assistência técnica Priscila Vilarinho Consultores dos destinos Marcos Pompeu – São João del Rei (MG) e Jericoacoara (CE) Priscila Vilarinho – Brasília (DF), Paraty (RJ) e Ribeirão Preto (SP) Rodrigo Lopes – Serra Geral (SC), Lençóis (BA) e Socorro (SP) Ricardo Silva – Santarém (PA) e Barcelos (AM) Consultores de apoio Alessandra Schneider Felipe Arns Marcos Martins Borges Paulo d’Ávila Ferreira Roberto Mourão Thiago Dias Apoio administrativo Jairo Mendonça Júnior Assistência técnica adminstrativa Breno Mendonça Vieira
© Instituto Casa Brasil de Cultura. Goiânia, 2010
Destinos de Referência em Turismo Segmento: Turismo de Sol e Praia Destino: Jijoca de Jericoacoara – CE Parceiro executor local: Sebrae-CE
Coordenação editorial Wolney Unes Texto
Alessandra Schneider
Projeto gráfico e capa Samara Bitencourt Diagramação Marcus Lisita Rotoli Fotografia Banco de Imagens MTur: Christian Knepper J. Wagner da Silva Ricardo Rollo Revisão Camila Pessoa Apoio Acolhida na Colônia Abeta Casa Azul Belta Instituto Dharma Convention Bureau Avape Prefeitura de Socorro Sebrae-CE AmazonasTur Secretaria de Turismo de Barcelos Impressão Marques e Bueno Ltda. (Gráfica Talento)
Len莽贸is - BA
Sumário Presidente da República Federativa do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva Ministro de Estado do Turismo Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho
Secretário-Executivo Mário Augusto Lopes Moyses Secretário Nacional de Políticas do Turismo Carlos Silva Diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico Ricardo Martini Moesch Coordenadora-Geral de Segmentação Sáskia Freire Lima de Castro
Coordenadora-Geral de Regionalização Ana Clévia Guerreiro Lima Coordenadora-Geral de Informação Institucional Isabel Cristina da Silva Barnasque Coordenadora-Geral de Serviços Turísticos Rosiane Rockenbach
A Chapada Diamantina
5
Apresentação
5
O turismo na Chapada Diamantina
7
O turismo de aventura na Chapada Diamantina
13
Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos
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Destino referência em Turismo de Aventura
22
Resultados alcançados
28
A Chapada Diamantina Apresentação
Mucugê, cada um com suas peculiaridades e
Portão de entrada para a Chapada
Localizada a cerca de 400 km de Salvador,
Diamantina, Lençóis é um lugar
há diversas formas de chegar à Chapada
impressionante, que reúne a magia da
Diamantina, e grande parte delas sugere
Bahia, um rico patrimônio histórico-
um tempo de permanência de uma semana.
cultural tombado pelo Iphan e a natureza
Todos os sábados há voos regulares a partir
extraordinária do Parque Nacional da
de Salvador. As agências de receptivo
Chapada Diamantina. Considerada um
prestam serviços de traslado privativo e
dos melhores destinos de Ecoturismo e
oferecem roteiros regulares completos, que
Aventura do Brasil, a região possui centenas
contribuem para reduzir o custo da viagem.
de atrativos naturais como grutas, lagos,
Para os viajantes independentes, o acesso de
montanhas e cachoeiras de todos os
carro a partir de Salvador pode ser feito pela
tamanhos – cercados de lendas e mitos
BR-324 até Feira de Santana. A partir daí, o
–, cenários para aventuras e experiências
motorista pode decidir entre dois caminhos:
profundas, como caminhadas de vários
ou pela BR-116 até o entroncamento com
dias pelos vales e montanhas da Chapada
a BR-242 (Rodovia Bahia-Brasília) ou pela
Diamantina, trekkings, ou momentos de
BA-052 até o município de Ipirá, e daí até
relaxamento para quem quer um contato
Itaberaba. Depois desta cidade, os dois
mais sutil com a natureza.
caminhos se reencontram e seguem pela BR-
Outro aspecto que se destaca em Lençóis é que, apesar de ser uma cidade pequena do sertão da Bahia, vibra na região uma energia mística e cosmopolita, com pessoas do mundo inteiro que vêm à procura de um lugar encantado. Mas é impossível falar apenas de Lençóis quando se tem em vista toda a dimensão e a diversidade da Chapada Diamantina, que envolve muitos outros municípios como Palmeiras/Vale do Capão, Andaraí/Igatu e
atrativos.
242, até o trevo de acesso à cidade. Daí até Lençóis são apenas mais 12 km. Há também vários horários diários de ônibus a partir de Salvador e a viagem dura cerca de seis horas.
Lençóis - BA
7
O turismo na Chapada Diamantina
restaurantes, agências, lojas de artesanato
A Chapada Diamantina emergiu como
Com a melhoria da estrutura, na década
destino turístico em meados dos anos 70,
de 90, algumas operadoras de turismo
quando foi escolhida por aventureiros de
especializadas em natureza e aventura
várias nacionalidades, atraídos pela natureza
começaram a promover excursões para
exuberante em harmonia com arquitetura
a Chapada Diamantina, o que mudou
colonial em ótimo estado de conservação
radicalmente a história do destino.
devido ao isolamento e à estagnação do
Atualmente a Chapada apresenta uma nova
crescimento econômico no séc. XX.
imagem, pois atende, além dos aventureiros,
Já nos anos 80, a região teve seu maior
um perfil mais amplo de viajantes, uma vez
desafio com a criação do Parque Nacional
que oferece serviços e atividades focados
da Chapada Diamantina. Este desafio
em padrões de excelência, acessíveis para
logo se tornou uma oportunidade de
famílias com crianças, idosos ou pessoas que
desenvolvimento sustentável. As poucas
querem estar em contato com a natureza,
pessoas, que até então ainda viviam
sem deixar de lado conforto, charme e
basicamente da extração de diamantes
requinte.
e pequenas produções de agricultura
Para o turismo, o resultado são serviços de
e pecuária, tiveram suas atividades
hotéis e restaurantes refinados e charmosos,
redirecionadas para áreas fora dos limites do
a princípio incomuns para um destino tão
parque. Além deste fato, o crescente interesse
isolado. No centro histórico há inúmeras
pelo Ecoturismo e pelo Turismo de Aventura
e bem qualificadas agências de turismo,
possibilitou uma virada econômica para a
que oferecem excelentes opções de trilhas
região, onde os garimpeiros mais velhos se
e roteiros emocionantes, planejados
aposentaram e os mais novos começaram
sob o conceito de Aventura Segura,
a se adaptar a novas atividades, inclusive
proporcionando aos visitantes experiências
algumas ligadas ao turismo.
inesquecíveis e dimensionadas para atender
Aos poucos, pessoas da comunidade
a suas expectativas e possibilidades.
e recém-chegados tornaram-se
As opções de hospedagem são
empreendedores locais, abrindo pousadas,
surpreendentes e há uma grande diversidade
e outros serviços para atender a uma demanda de visitantes ávida por aventura.
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e quantidade de hotéis e pousadas com
por quilo e lanches caprichados para quem
levadas na mochila pelos aventureiros para
serviços da Chapada, associadas à Chapada
estilo e requinte. Desde casas de famílias e
volta da trilha. Os empreendedores, vindos
piqueniques em meio aos mais fascinantes
Convention Bureau.
albergues até pousadas de charme e hotéis
das mais variadas regiões, trouxeram novos
cenários da Chapada Diamantina.
Os sites das pousadas e das agências locais
de médio porte, há opções com conforto
ingredientes e criaram restaurantes que
O artesanato traduz a identidade do
também oferecem ótimas informações, além
para os mais diversos públicos, inclusive
servem pratos da culinária internacional
interior da Bahia, do período da exploração
de opções de roteiros e serviços.
famílias com crianças.
e contemporânea, mas utilizam muitos
do diamante. A matéria-prima principal
A diversidade cultural e o caráter
produtos locais, proporcionando uma
são o couro e a pedra. Um dos principais
cosmopolita de Lençóis se refletem em sua
experiência gastronômica no melhor estilo
ícones é a bruaca, usada pelos burros que
gastronomia, que oferece boas surpresas
slow food. E, como estamos na Bahia,
acompanhavam as tropas e cortavam o
aos seus visitantes. A culinária tradicional
acarajé e beiju são algumas das delícias
sertão no período do garimpo.
está presente em pratos típicos, de origem
imperdíveis para quem está de passagem
As operadoras nacionais especializadas
sertaneja, tropeira e garimpeira, como o
por Lençóis. Uma refeição curiosa no
em Ecoturismo e Turismo de Aventura já
feijão de corda, carne de bode, godó de
destino são os lanches de trilha: kits com
ofertam o destino em pacotes disponíveis
banana, cortado de palma, batata da serra
sanduíches, frutas desidratadas, doces, sucos
em várias agências do Brasil. Para os viajantes
e outros. Há restaurantes de comida caseira
e outras guloseimas naturais que podem ser
independentes, há ótimas informações sobre o destino nos guias impressos nacionais e internacionais. No site www.chapada. org há links para as principais empresas e
Cadastur Ao contratar serviços para uma viagem, convém verificar se a empresa está cadastrada no Ministério do Turismo. O cadastro dos prestadores de serviços é grande fonte de consulta para o mercado turístico brasileiro e proporciona benefícios para os serviços turísticos cadastrados. Para ter acesso às informações detalhadas sobre os prestadores de serviços regularmente cadastrados, acesse www.cadastur. turismo.gov.br
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O Turismo de Aventura na Chapada Diamantina
que atendem aos mais diversos perfis de
O Parque Nacional da Chapada Diamantina é
bem preservada vila de garimpeiros; Vale do
a principal unidade de conservação da região
Capão, com suas comunidades alternativas,
e guarda alguns dos mais belos conjuntos de
terapias holísticas e excelentes e requintadas
cachoeiras do Brasil. São centenas de quedas
pousadas; Morro do Pai Inácio, um dos
d’água que escorrem entre penhascos, nas
lugares de contemplação mais fantásticos
serras cobertas de verde, com uma vegetação
da região e cenário de interessantes lendas
mista de Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga.
e causos; Vale do Pati; Cachoeira da Fumaça;
A Cachoeira da Fumaça, com cerca de 380
Cachoeira do Buracão; Mucugezinho e Poço
m de queda livre, é a segunda mais alta do
do Diabo; além das grutas do Lapão, Lapa
País, só superada pela Cachoeira dos Anjos
Doce e Fumacinha, entre inúmeros outros
na fronteira do Brasil com a Venezuela. No
atrativos tão interessantes quanto estes.
parque há várias trilhas, com diferentes graus
As agências também oferecem atividades
de dificuldade, entre as quais uma das mais
específicas, como trekking, escalada
famosas a trilha do Vale do Pati, que atrai
em rocha, mountain bike, cavalgadas,
turistas de todo o mundo para se aventurar
observação de aves, canionismo, mergulho
em caminhadas de até sete dias, passando pela Cachoeira da Fumaça, Cachoeirão, Ruinha, Morro Branco, Funis e Morro do Castelo e visitando comunidades tradicionais, esotéricas e alternativas. Alguns dos principais atrativos ficam nos municípios do entorno do parque e muitos deles, no mundo subterrâneo, uma vez que a região se destaca por possuir o maior acervo espeleológico da América do Sul, com cavernas de beleza cênica e grande importância científica. As agências locais, capacitadas para atender às normas de segurança, organizam roteiros
público. Os mais procurados incluem os principais atrativos como Igatu, uma antiga e
em cavernas e o exclusivo cave-jumping.
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O segmento de Turismo de Aventura
• As aventuras ocorram em quaisquer espaços: natural, construído, rural, urbano, estabelecido como área protegida ou não;
Quando o Turismo de Aventura começou a despontar no Brasil, no início dos anos 90, era entendido como uma atividade associada ao Ecoturismo e, muitas vezes, confundido com atividades e esportes de aventura que não tinham relação com o turismo. Com a evolução do mercado e dos conceitos, o Turismo de Aventura passou a ter características estruturais e consistência mercadológica próprias. De acordo com a definição adotada pelo MTur, “Turismo de Aventura compreende os movimentos turísticos decorrentes da prática de atividades de aventura de caráter recreativo e não competitivo.”1 Isso significa que, para ser Turismo de Aventura, é preciso que:
• Não haja competição, pois, neste caso, as atividades são tratadas no âmbito do segmento Turismo de Esportes e não de Aventura.
• Haja movimento turístico, ou seja, pessoas se deslocando de seu local de residência habitual e utilizando serviços e equipamentos turísticos no destino; • O movimento seja motivado pela busca de experiências físicas e sensoriais recreativas que envolvem desafio, riscos avaliados, controláveis e assumidos; 1. Brasil. Turismo de aventura: orientações básicas. Brasília: Ministério do Turismo, 2008. Disponível em www.turismo.gov.br
Atualmente, o segmento está representado nacionalmente pela Associação Brasileira de Empresas de Turismo de Aventura e Ecoturismo (Abeta),2 formada por pequenos empreendedores de várias partes do país. A associação trabalha na criação de normas técnicas aplicáveis ao Turismo de Aventura, trazendo mais confiabilidade e parâmetros para o desenvolvimento do segmento, com o objetivo de torná-lo mais competitivo nacional e internacionalmente. Uma ação de grande destaque e abrangência nacional é o Programa Aventura Segura,3 uma iniciativa do Ministério do Turismo e Sebrae Nacional, em parceria com a Abeta. Trata-se de uma ação dedicada ao fortalecimento, à qualificação e à estruturação do Ecoturismo e Turismo de Aventura no Brasil, com foco em iniciativas voltadas para o desenvolvimento com qualidade, sustentabilidade e segurança. Para saber mais sobre este segmento, é recomendada a leitura das publicações do Ministério do Turismo e da Abeta sobre o tema. 2. www.abeta.com.br 3. www.abeta.com.br/aventura-segura/
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Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos O modelo de gestão descentralizada1
regiões diferentes, para que suas
concebido pelo Plano Nacional de Turismo e
experiências contribuam para criar uma
implementado pelo MTur prevê a integração
base metodológica que possa servir de
de diversas instâncias da gestão pública e
modelo para outros destinos no Brasil,
da iniciativa privada por meio da criação e
validando e consolidando a estratégia de
organização dos arranjos institucionais.
desenvolvimento de políticas públicas, e de
O projeto Destinos Referência em Segmentos
ampliação e diversificação da oferta turística
Turísticos desenvolvido pelo MTur em
nacional.
parceria com o Instituto Casa Brasil de Cultura, tem como objetivo criar uma estratégia de governança local, a partir do fortalecimento e aperfeiçoamento de segmentos de mercado, procurando envolver de forma participativa toda a cadeia produtiva e instituições relacionadas com o segmento escolhido, através de prioridades e estratégias definidas e com foco na competitividade. O projeto tem como premissa a participação efetiva dos representantes locais, fortalecendo as entidades públicas e privadas, o trade e as organizações não governamentais, levando à formação de um Grupo Gestor que assume o papel de líder do processo, buscando assim garantir a continuidade das ações na área do turismo, resultados mercadológicos e a sustentabilidade do destino. Assim, foram escolhidos dez destinos com características diferentes, em 1. Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br
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Destino referência em Turismo de Aventura
e Abeta) promoveu o primeiro contato para a
municípios que compõem o destino. Esta
setor. Nesta etapa foram avaliadas as
apresentação e início de implementação das
ampliação se justificou pelas características
dimensões abordadas na Metodologia
ações previstas no projeto Destino Referência
geográficas da região, uma vez que a maior
Cores de planejamento participativo em
Em 2007, quando Lençóis foi o destino
em Turismo de Aventura. Além disso,
parte dos equipamentos e serviços se
destinos turísticos e identificados os atores
selecionado para representar o segmento
procedeu-se à pactuação e ao alinhamento
concentra no município de Lençóis, porém
e entidades locais comprometidos com o
de Turismo de Aventura no projeto Destinos
com o programa Aventura Segura, que seria
os atrativos visitados pelos turistas estão no
processo para criar o Grupo Gestor.
Referência em Segmentos Turísticos, foi
implementado pela Abeta, em parceria com
entorno do Parque Nacional da Chapada
Simultaneamente, a Abeta começou a
diagnosticada uma realidade comum
o Sebrae Nacional.
Diamantina, cujos principais acesso são os
implementar o programa Aventura Segura,
a vários destinos de Aventura no Brasil:
O passo seguinte foi constituir o arranjo
municípios de Palmeiras, Andaraí e Mucugê.
a fim de fortalecer o setor, qualificar os
excelente potencial natural, mas com uma
institucional, ou seja, criar o Grupo Gestor,
A Avaliação Qualitativa foi feita em Lençóis
prestadores de serviço e empreendedores
baixa capacidade de organização, alto
para conduzir as ações do projeto na
durante a primeira reunião do Grupo
para gestão empresarial e divulgar o Turismo
índice de informalidade e diversas iniciativas
localidade. A criação deste grupo logo
Gestor, com a presença e participação da
de Aventura na Chapada em diversas ações
desconexas, gerando um subaproveitamento
no início foi importante para que ele
comunidade representada por entidades
de promoção do Turismo de Aventura no
deste potencial. Em Lençóis, já havia uma
pudesse amadurecer e se fortalecer à
dos setores público, privado e terceiro
Brasil.
forte demanda turística no destino, inclusive
medida que o projeto se desenvolvia. Já
internacional, e muitos profissionais atuando
no primeiro encontro, a comunidade e o
no segmento de Aventura. Porém, os desafios
trade expressaram a intenção de ampliar
também eram grandes. Até então, nenhuma
a abrangência do projeto para a região
empresa estava adequada às normas de
da Chapada Diamantina e incluir outros
segurança, os setores não interagiam entre si e nem com o Poder Público. As poucas iniciativas de organização local estavam isoladas e enfraquecidas. Com este cenário, tiveram início as ações para a estruturação do destino com foco no segmento de Turismo de Aventura, partindo do princípio de que os atores locais devem se organizar, definir prioridades e estratégias com foco na competitividade. Uma aproximação do destino com as instituições parceiras do projeto (MTur, ICBC
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Com os resultados da Avaliação Quantitativa
acesso a recursos para viabilização das
a execução de uma campanha promocional
Diamantina – e apoiou a participação do
foi elaborado o Plano de Ações, que contou
ações estratégicas do destino. O diagnóstico
da Chapada Diamantina, com a finalidade
destino nas principais feiras no Brasil.
com a participação ativa da comunidade
realizado no Plano de Ações apontou a
de fortalecer o Grupo Gestor e atrair novos
Durante a execução do projeto, foi realizada
na priorização das ações e definição dos
existência de algumas necessidades tais
participantes para o trabalho cooperado.
uma série de oficinas setoriais, que contou
responsáveis. A Estratégia Competitiva foi
como:
Esta ação foi liderada por uma das entidades
com uma representatividade expressiva
estruturada com base nas ações priorizadas
• Reestruturar e fortalecer o arranjo
que compõem o Grupo Gestor, a Associação
dos empreendedores locais. Estas reuniões
dos Empresários de Turismo da Chapada
tiveram foco nos seguintes setores: agências
Diamantina, que desenvolveu um website
de turismo, condutores locais e regionais,
(www.chapada.org), produziu material
meios de hospedagem, prestadores de
impresso – um conjunto de prospectos
serviços turísticos e comércio em geral.
no seminário em Lençóis, na forma de programas e subprogramas focados no destino, mas alinhados aos macroprogramas e programas do Plano Nacional de Turismo 2007-2010. Desta forma, foi possível elaborar estratégias que contemplam as demandas
institucional • Desenvolver programa de capacitação empresarial • Criar campanha promocional com portal na internet e participação nas feiras
locais, alinhadas com as políticas definidas
Entre as ações priorizadas no Plano de Ações,
pelo Ministério do Turismo, facilitando o
foi escolhida como Ação Símbolo do projeto
dos quatro principais destinos na Chapada
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Resultados alcançados Entre os inúmeros resultados – diretos e indiretos – das ações realizadas no projeto Destinos Referência em Turismo de Aventura na Chapada Diamantina, podemos destacar: • Estruturação e fortalecimento da governança local, com o resgate e a criação de entidades setoriais organizadas – Abeta Chapada, Chapada Convention, ABIH Regional – bem como a integração destas instituições entre si e com os demais setores • A integração regional propiciada pela flexibilização na abrangência do programa, que a princípio contemplava apenas a cidade de Lençóis e que, por demanda dos representantes da própria comunidade, foi ampliado municípios da Chapada Diamantina • O sucesso do Projeto de Promoção e Apoio à Comercialização liderado por
e em alguns quesitos possui mesmo fortes
da organização setorial, amparado por
do Programa Aventura Segura e criação da
diferenciais competitivos, tais como:
um planejamento estratégico de longo
Comissão Abeta Chapada
concentração de agências de turismo
prazo, voltado para qualificação da oferta e
com foco na operação de atividades de
posicionamento no mercado.
• Alta adesão e sucesso na implementação
• Articulação para estruturação das brigadas de incêndio, liderada pelas Associações de
aventura; clima estável, favorável à prática
Guias e apoiada pelo Programa Aventura
das atividades durante a maior parte do
Segura através dos cursos e equipamentos
ano; diversidade de cenários naturais, que
• Realização de seminário de multiplicação, oficina de projeto e visita técnica com a participação do Grupo Gestor do projeto, empresários e comunidade do destino, além de representantes de outros destinos com vocação para o desenvolvimento de Turismo de Aventura A Chapada Diamantina naturalmente apresenta uma vocação para o turismo tanto por sua natureza privilegiada quanto pela cultura e patrimônio preservadas na arquitetura das cidades e no costume de seus habitantes. Mesmo com o fato de o destino ter avançado
entidade local, resultado da aposta na
muito na qualificação da oferta de Turismo
gestão descentralizada com o convênio
de Aventura, a partir do programa Aventura
firmado entre o Ministério do Turismo e
Segura, é importante que a governança local
a Associação de Empresários de Turismo
continue atuante, para que possa orientar as
da Chapada Diamantina (Asset) para
ações empreendidas e as políticas públicas
a promoção do destino no mercado
para a mesma direção. Este é, sem dúvida, o
nacional, com ênfase no segmento de
maior desafio da Chapada Diamantina como
Turismo de Aventura
destino de Turismo de Aventura.
• Reativação de voo regular de Salvador para Lençóis
A região apresenta capacidade de competir internacionalmente no segmento proposto,
possibilitam a diversificação da oferta de atividades, e ainda um Parque Nacional, que por si já é um importante atrativo turístico. O processo de qualificação da Chapada Diamantina no segmento de Turismo de Aventura não é estático e necessita ser orientado para o amadurecimento da governança regional, que poderá então conduzir o processo, buscando excelência nos serviços e sintonia com as diretrizes nacionais. A experiência do projeto Destinos Referência poderá pontuar as próximas etapas fundamentais na qualificação do destino, como o apoio ao fortalecimento
Para saber mais: www.turismo.gov.br www.abeta.org.br www.aventurasegura.org.br www.inmetro.gov.br www.chapada.org www.cadastur.turismo.gov.br
Equipe Ministério do Turismo Coordenação Geral Ricardo Martini Moesch Tânia Brizolla Coordenação Técnica Ana Clévia Guerreiro Lima Jurema Monteiro Rosiane Rockenbach Sáskia Lima Equipe técnica Brena Coelho Carolina Campos Fabiana Oliveira Laura Marques Philippe Figueiredo Talita Pires Wilken Souto Colaboração Ana Beatriz Borges Serpa Alessandra Lanna Bárbara Blaut Rangel Cristiano Borges Luis Eduardo Delmont Marcela Souza Priscilla Grintzos Rafaela Lehmann Salomar Mafaldo Equipe Instituto Casa Brasil de Cultura Coordenação do projeto Marcelo Safadi Coordenação operacional e assistência técnica Priscila Vilarinho Consultores dos destinos Marcos Pompeu – São João del Rei (MG) e Jericoacoara (CE) Priscila Vilarinho – Brasília (DF), Paraty (RJ) e Ribeirão Preto (SP) Rodrigo Lopes – Serra Geral (SC), Lençóis (BA) e Socorro (SP) Ricardo Silva – Santarém (PA) e Barcelos (AM) Consultores de apoio Alessandra Schneider Felipe Arns Marcos Martins Borges Paulo d’Ávila Ferreira Roberto Mourão Thiago Dias Apoio administrativo Jairo Mendonça Júnior Assistência técnica adminstrativa Breno Mendonça Vieira
© Instituto Casa Brasil de Cultura. Goiânia, 2010
Destinos de Referência em Turismo Destino: Lençóis, Chapada Diamantina – BA Parceiros executores locais: Associação Brasileira de Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta)
Coordenação editorial Wolney Unes Texto
Alessandra Schneider
Projeto gráfico e capa Samara Bitencourt Diagramação Marcus Lisita Rotoli Fotografia Banco de Imagens MTur: Bento Viana Werner Zotz Acervo do Instituto Casa Brasil de Cultura: Marcelo Safadi Revisão Camila Pessoa Apoio Acolhida na Colônia Abeta Casa Azul Belta Instituto Dharma Convention Bureau Avape Prefeitura de Socorro Sebrae-CE AmazonasTur Secretaria de Turismo de Barcelos Impressão Marques e Bueno Ltda. (Gráfica Talento)
Paraty - RJ
Sumário Presidente da República Federativa do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva Ministro de Estado do Turismo Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho
Secretário-Executivo Mário Augusto Lopes Moyses Secretário Nacional de Políticas do Turismo Carlos Silva Diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico Ricardo Martini Moesch Coordenadora-Geral de Segmentação Sáskia Freire Lima de Castro
Coordenadora-Geral de Regionalização Ana Clévia Guerreiro Lima Coordenadora-Geral de Informação Institucional Isabel Cristina da Silva Barnasque Coordenadora-Geral de Serviços Turísticos Rosiane Rockenbach
Paraty
5
Apresentação
5
O Turismo em Paraty
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O Turismo Cultural em Paraty
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Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos
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Destino referência em Turismo Cultural
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Resultados alcançados
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Paraty Apresentação Paraty é um destino turístico reconhecido nacionalmente por seu patrimônio histórico e cultural, com seu casario e igrejas em estilo colonial, calendário cultural diversificado, celebrações de festas religiosas tradicionais e suas manifestações artísticas, além das belas praias e ilhas que integram a magia da Mata Atlântica. Neste cenário, viveram e ainda vivem interessantes personagens da história brasileira. Tais atributos demonstram o potencial de Paraty para se projetar como um destino de Turismo Cultural. São inúmeros os motivos que fazem desta cidade um destino com um charme inconfundível. A cidade é encantadora quando se conhece de perto a rica cultura local, que torna vivo o merecido título de Patrimônio Histórico Nacional que Paraty possui. Com localização estratégica, entre as capitais do Rio de Janeiro e de São Paulo, Paraty há muitos anos começou a atrair um fluxo de visitantes que passou a demandar serviços turísticos. Esse fluxo hoje garante uma diversificada e qualificada oferta de hotéis, pousadas, restaurantes e atividades. O ambiente cultural do município – caracterizado pelo conjunto arquitetônico singular de seu Centro Histórico e por um entorno paisagístico natural de beleza exuberante – ganha vida em manifestações e expressões artísticas autênticas que representam a identidade das mais diversas
culturas que compõem a essência do povo paratiense: indígena, africana e portuguesa. Tudo pode ser visto e sentido nos ateliês dos artistas plásticos, na dança, na música, no folclore, no artesanato e na gastronomia, que integram um grande mosaico cultural, tanto na cidade quanto nas comunidades tradicionais, sítios e caminhos históricos do seu entorno. Com um calendário cultural diversificado, Paraty passou a integrar o seleto grupo de destinos capazes de realizar eventos de qualidade, indutores de fluxo turístico. Entre os inúmeros eventos realizados anualmente, os destaques são para a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), momento em que a cidade tem oportunidade de reunir escritores e leitores de todo o mundo, e para a Festa do Divino, evento popular tradicional, de caráter religioso, realizado entre maio e junho. Atualmente, chegar a Paraty é muito fácil. A rodovia Rio–Santos dá acesso tanto para quem vem de São Paulo quanto do Rio de Janeiro. É possível vir de carro próprio, alugado, ônibus regulares ou com os serviços de traslados oferecidos pelas agências locais. Muitas agências e operadoras nacionais e internacionais têm Paraty disponível em seus catálogos, facilitando a organização das viagens. Para os viajantes independentes, há informações sobre Paraty em vários guias de viagem e nos portais da internet, onde uma simples pesquisa sobre o destino já demonstra a diversidade da oferta disponível em Paraty.
Paraty - RJ
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O turismo em Paraty
Hospedar-se em Paraty é uma agradável
oferecendo grande diversidade de serviços,
atualmente cinco engenhos artesanais em
experiência, seja no centro histórico, em
muitos com música ao vivo. Os doces típicos
funcionamento, incluindo roda d’ água,
No extremo sul do Estado do Rio de Janeiro,
frente às praias ou próximo às cachoeiras da
locais, como o pé-de-moleque, o maçapão
moenda, barris de carvalho, fogão de cobre e
na divisa com São Paulo, situa-se Paraty,
serra. Há centenas de charmosas pousadas
e o manuê-de-bacia, chamam atenção pelo
fogo à lenha.
no fundo da Baía da Ilha Grande e aos pés
e hotéis construídos em estilo colonial
paladar e pela forma como são vendidos,
Paraty respira arte, o que pode ser percebido
da Serra da Bocaina. Com esta geografia
oferecendo hospedagem em apartamentos
por ambulantes nas ruas do centro histórico
em suas ruas. O rico artesanato tem fortes
peculiar, Paraty foi privilegiada com praias
confortáveis, com áreas de lazer decoradas
em carrinhos de madeira. A todo momento
raízes na história de intenso intercâmbio
esplêndidas de águas verdes e transparentes.
com vegetação nativa, o que torna os
um carrinho de doces cruza por quem está
cultural da cidade e há produtos com
Sua baía, crivada de ilhas paradisíacas, é o
ambientes muito aconchegantes. As reservas
perambulando pelo centro histórico, o que
características muito interessantes. As
cenário dos inesquecíveis passeios de escuna
podem ser feitas por telefone ou via internet.
pode ser um bom convite a recarregar as
habilidades manuais são passadas de
e mergulhos entre os belos peixes e corais.
Paraty também é famosa pela qualidade
energias e continuar o passeio.
geração em geração, principalmente entre
As trilhas na Mata Atlântica e as cachoeiras
de sua gastronomia, ofertando desde as
Outra atração gastronômica imperdível em
as mulheres, e são um complemento das
do entorno, com destaque para o Parque
tradicionais receitas caiçaras e indígenas,
Paraty é a fabricação artesanal de cachaça,
atividades econômicas básicas (pesca e
Nacional da Serra da Bocaina, são grandes
iguarias portuguesas e africanas, a pratos
tradição que remonta ao século XVIII. O
lavoura) do caiçara1. Os produtos típicos
atrativos para praticantes de ecoturismo e em
da culinária internacional. A maior parte dos
município já chegou a ter mais de 200
do artesanato paratiense são trabalhos em
busca de aventura.
restaurantes se localiza no centro histórico,
engenhos e casas de moenda, e possui
tecido, madeira, cabaças, fibras vegetais e papel machê, com destaque para as bonecas de pano, barcos e remos de madeira e as máscaras. Há também vários artistas, locais e vindos de outros cantos do mundo, que se inspiram nos cenários de Paraty para criar obras de arte dignas das melhores galerias. As agências locais de receptivo oferecem inúmeros serviços turísticos e são uma boa referência para quem quer se divertir, aventurar-se ou vivenciar experiências culturais com conteúdo e segurança. Com 1. Palavra de origem tupi que se refere aos habitantes e à cultura das zonas litorâneas dos litorais paranaense, paulista e do sul do Rio de Janeiro. As comunidades caiçaras nasceram a partir da miscigenação de brancos de origem portuguesa com grupos indígenas das regiões litorâneas de São Paulo (tupinambás).
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11 300 praias, 65 ilhas, cinco unidades de conservação de Mata Atlântica, centenas de cachoeiras e uma população local acolhedora e criativa, não falta o que fazer em Paraty. Há praticamente de tudo, para todos os gostos. As agências locais oferecem excelentes opções de ecoturismo e aventura, como passeios de barco, mergulho, rafting, trekking, passeios off-road e arvorismo. É importante procurar as agências legais, cadastradas no Ministério do Turismo2 e que seguem as normas de segurança para estas atividades. 2. www.paratycvb.com.br/calendario.htm
Cadastur Ao contratar serviços para uma viagem, convém verificar se a empresa está cadastrada no Ministério do Turismo. O cadastro dos prestadores de serviços é grande fonte de consulta para o mercado turístico brasileiro e proporciona benefícios para os serviços turísticos cadastrados. Para ter acesso às informações detalhadas sobre os prestadores de serviços regularmente cadastrados, acesse www.cadastur.turismo.gov.br
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O Turismo Cultural em Paraty
Porém, a abertura de novos caminhos
O centro histórico de Paraty é um convite a
e gradativamente isolou Paraty. Esse
uma verdadeira viagem ao passado. Como
contexto de isolamento geográfico durou
não são permitidos carros nesta parte
aproximadamente cem anos e teve como
da cidade, o casario bem conservado e
consequência direta um processo de
representativo das arquiteturas dos séculos
estagnação econômica. Somente na década
XVIII e XIX, pode ser admirado em um passeio
de 1970, com a construção da rodovia Rio–
a pé por suas ruas irregulares, calçadas com
Santos, Paraty voltou a se integrar ao novo
pedras no estilo pé-de-moleque. As sutilezas
ambiente econômico da região. A rodovia
históricas de Paraty são muitas e quase
permitiu o acesso do público a um dos
intocadas, como o símbolo enigmático dos
mais íntegros sítios históricos brasileiros e
maçons nas paredes de inúmeras casas do
à maior área contínua preservada da Mata
século XVII, a forma labiríntica de suas ruas ou os lampiões que iluminam a noite, dando um charme especial aos casarões. Entender um pouco do contexto histórico é interessante para compreender como e por que esta cidade se tornou um local tão interessante para visitar. A Vila de Paraty teve nos primeiros séculos de sua história uma importância estratégica no cenário histórico brasileiro. Nesta época foi entreposto comercial utilizado para a entrada de mercadorias e escravos e porto para o escoamento do ouro das Minas e posteriormente para o café do Vale do Paraíba. Todo este movimento econômico criou uma cidade dinâmica, receptiva aos estrangeiros que circulavam por ali e traziam as novidades do mundo.
e a criação de rotas alternativas dentro do País reduziu a importância do porto
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14 Atlântica do país. Se o isolamento geográfico e a estagnação econômica impediram o crescimento de Paraty, por outro lado garantiram a preservação e a integridade de seus patrimônios naturais e culturais, elementos que a diferenciam de outras cidades brasileiras e que se constituem hoje em sua maior riqueza e fator de atratividade turística para a região. Na área ambiental, Paraty abriga importantes unidades de conservação da Mata Atlântica, o bioma mais ameaçado do Brasil, com áreas de proteção ambiental (APAs), estações ecológicas e o Parque Nacional da Serra da Bocaina, conjunto inserido na Reserva Mundial da Biosfera, reconhecida pela Unesco. Na área cultural, há desde o consagrado citytour pelo centro histórico até vivências de culturas tradicionais nos quilombos e aldeias indígenas, além de passeios interpretativos pelo Caminho do Ouro e museus da região. Ainda no centro histórico, há a Casa da Cultura, um espaço interativo que permite conhecer mais sobre a cultura e história de Paraty. Os eventos culturais, tradicionais e contemporâneos, trazem visitantes para a cidade durante o ano todo. Vale conferir o calendário3 da cidade antes de programar a viagem. 3. BRASIL. Turismo Cultural: orientações básicas. Ministério do Turismo, Brasília: 2008. Disponível em www.turismo. gov.br
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O segmento de Turismo Cultural A relação entre turismo e cultura é histórica. Desde os primeiros movimentos turísticos do mundo moderno, muitos foram motivados pela busca de conhecimento e pela cultura de lugares distantes. No Brasil, recentemente o setor turístico passou a entender melhor esta relação e a estudar formas de empregar a pluralidade da cultura brasileira para desenvolver a oferta de produtos de Turismo Cultural autênticos. Esse segmento tem a capacidade de promover e preservar a cultura de um destino, além de oferecer às comunidades bem-estar e a oportunidade de participação. Desta forma, cultura e turismo configuram, em suas diversas combinações, um segmento denominado Turismo Cultural, que se materializa quando o turista é motivado a se deslocar especialmente com a finalidade de vivenciar aspectos e situações particulares do destino. Diante da abrangência e diversidade dos termos turismo e cultura, o Ministério do Turismo, em parceria com o Ministério da Cultura e o Iphan, estabeleceu um recorte nesse universo e dimensionou o segmento com a seguinte definição: Turismo Cultural compreende as atividades turísticas relacionadas à vivência do conjunto de elementos significativos do patrimônio histórico e cultural e dos eventos culturais,
valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da cultura.
A relação entre cultura e turismo fundamenta-se em dois pilares: o primeiro é a existência de pessoas motivadas a conhecer culturas diversas e o segundo é a possibilidade do turismo servir como instrumento de valorização da identidade cultural, da preservação e conservação do patrimô nio e da promoção econômica de bens culturais. Ou seja, para desenvolver este segmento turístico é preciso conhecer muito bem a demanda e a oferta. Pesquisas de demanda permitem conhecer as preferências e necessidades do turista e elaborar produtos adequados a cada perfil consumidor. No caso desse segmento, é também importante saber quais atividades têm a preferência do turista e como elas podem ser organizadas como parte da programação de uma viagem. Ainda há poucas pesquisas específicas para o segmento no Brasil, mas é possível analisar dados básicos da demanda como procedência e número de visitantes, consultando registros, livros de visitas de órgãos e instituições de cultura, tais como museus, centros culturais e igrejas. Alguns estudos realizados em outros países1 também podem servir de referência para conhecer o perfil do turista cultural. Estes trabalhos apontam para a existência de dois tipos de turistas que visitam atrativos culturais: 1. Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br
• Aqueles com interesse específico na cultura, isto é, que desejam aprofundar-se na compreensão das culturas visitadas e se deslocam especialmente para esse fim • Aqueles com interesse ocasional na cultura, possuindo outras motivações que o atraem ao destino, relacionando-se com a cultura apenas como uma opção de lazer. Esses turistas, muitas vezes, acabam visitando algum atrativo cultural, embora não tenham se deslocado com esse fim, e, apesar de não se configurarem como público principal do que conceituamos de Turismo Cultural, são também importantes para o destino, devendo ser considerados para fins de estruturação e promoção do produto turístico Os resultados das pesquisas com os turistas facilitam ao destino e aos empresários o desenvolvimento de produtos de Turismo Cultural que atendam aos diferentes perfis, motivações e interesses de viagem, permitindo a segmentação da demanda e melhores ações mercadológicas. Com relação à oferta, quanto maior a diversidade de opções e atividades, maiores serão as possibilidades de criar produtos diferenciados. Além de estimular a permanência do turista no destino por um período de tempo maior, atividades culturais incentivam a visitação nos períodos de baixa temporada e fortalecem a
autoestima da comunidade, que passa a se sentir incluída no processo de desenvolvimento turístico. Neste segmento, as opções de produtos e atividades turísticas são tão vastas quanto a própria diversidade cultural do destino: pintura, escultura, teatro, dança, música, gastronomia, artesanato, literatura, arquitetura, história, festas, folclore são combinações que permitem a vivência da diversidade cultural brasileira e garantem a satisfação do visitante. Diversas atividades turísticas motivadas por interesses afins podem ser incluídas no âmbito do Turismo Cultural e constituem segmentos específicos: Turismo Cívico, Turismo Religioso, Turismo Místico e Esotérico, e Turismo Étnico. O Turismo Gastronômico, entre outros, pode também instituir-se no âmbito do Turismo Cultural, desde que preservados os princípios da tipicidade e identidade. Para desenvolver o segmento de Turismo Cultural é necessário implementar ações conjuntas, planejadas e geridas entre as áreas de turismo e de cultura. Neste contexto, há que se contemplar o respeito à identidade cultural e à memória das comunidades. É importante ter em mente que o patrimônio cultural – mais que simples atrativo turístico – é fator de identidade e de memória das comunidades e, como tal, deve ter seu sentido respeitado.
Paraty - RJ
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Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos O modelo de gestão descentralizada4
diferentes, para que suas experiências
concebido pelo Plano Nacional de Turismo e
contribuam para criar uma base metodológica
implementado pelo MTur prevê a integração
que possa servir de modelo para outros
de diversas instâncias da gestão pública e
destinos no Brasil, validando e consolidando
da iniciativa privada por meio da criação e
a estratégia de desenvolvimento de políticas
organização dos arranjos institucionais.
públicas, e de ampliação e diversificação da
O projeto Destinos Referência em Segmentos
oferta turística nacional.
Turísticos desenvolvido pelo MTur em parceria com o Instituto Casa Brasil de Cultura, tem como objetivo criar uma estratégia de governança local, a partir do fortalecimento e aperfeiçoamento de segmentos de mercado, procurando envolver de forma participativa toda a cadeia produtiva e instituições relacionadas com o segmento escolhido, através de prioridades e estratégias definidas e com foco na competitividade. O projeto tem como premissa a participação efetiva dos representantes locais, fortalecendo as entidades públicas e privadas, o trade e as organizações não governamentais, levando à formação de um Grupo Gestor que assume o papel de líder do processo, buscando assim garantir a continuidade das ações na área do turismo, resultados mercadológicos e a sustentabilidade do destino. Assim, foram escolhidos dez destinos com características diferentes, em regiões 4. www.chiasmarketing.com
Paraty - RJ
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Destino referência em Turismo Cultural
considerada fruto do envolvimento de todos
das fichas dos atrativos turísticos de Paraty.
Cultura. Neste evento, que caracterizou a
os representantes do Grupo Gestor, que,
Com o Grupo Gestor formado e atuante, a
Ação Símbolo do projeto, foram entregues
entendendo o papel da governança local no
Associação Casa Azul contratou a empresa de
o slogan e logomarca turística de Paraty
A diversidade e tradição cultural de Paraty
processo de desenvolvimento de sua cidade,
consultoria Chias Marketing para elaborar
como destino cultural6. Como parte da ação,
foram, sem dúvida, os principais fatores que
optaram por participar de forma responsável
o Plano de Desenvolvimento do Turismo
também foi realizado um fam-tour para
determinaram sua escolha como destino
e organizada de um conselho específico do
Cultural de Paraty, intitulado Plano Mar de
operadoras, agências de turismo e veículos
referência em Turismo Cultural. Mas outros
setor turístico, principal economia de Paraty.
Cultura. Este plano de ação, realizado com
de comunicação especializados.
fatores, como o risco de se transformar em
O projeto Destinos Referência em Paraty teve
base em uma metodologia participativa
No decorrer do projeto, o Grupo Gestor
consagrada, teve o objetivo de fortalecer
realizou encontros e reuniões, alterou e
a atratividade do destino, qualificando os
ampliou sua representatividade, e criou ações
produtos turísticos de modo a amenizar a
de comunicação entre o grupo por meio
sazonalidade, promover a oferta responsável
do Breve Informativo, um documento com
e viabilizar o desenvolvimento sustentável
informações atualizadas sobre as ações em
do destino. O trabalho resultou em uma
andamento, reuniões e resultados do projeto,
análise mercadológica e na estratégia
enviado por email periodicamente para os
competitiva para o segmento, com foco em
participantes.
um destino turístico de massa – pela falta de um plano de desenvolvimento definido e um arranjo institucional organizado e atuante –, foram decisivos para transformar Paraty em um verdadeiro laboratório do segmento de Turismo Cultural, cujas experiências podem ser reaplicadas em outros destinos brasileiros. Ao iniciar o projeto Destinos Referência em
como linhas de ação: • Instituir um arranjo Institucional para o desenvolvimento do projeto • Elaborar planejamento participativo com foco no segmento • Disseminar as experiências para outros destinos
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dar consistência aos produtos e diversificar
Uma atividade que merece destaque é a
A primeira ação do projeto em Paraty foi
a oferta. Desta maneira, as ações de
viagem técnica a Tiradentes e São João
a formação do Grupo Gestor – composto
desenvolvimento propostas dão ênfase
del Rei (MG), que contou com a presença
por representantes da cultura, do turismo
à estruturação da oferta e o marketing
de muitos representantes do Grupo
e da comunidade. Este grupo passou a ser
vincula a promoção da imagem do destino à
Gestor. O objetivo inicial desta ação era
corresponsável pelas ações que se seguiram,
identidade turístico-cultural de Paraty. Com
que os participantes aprendessem com
como a elaboração do dossiê da candidatura
isso, o posicionamento mercadológico de
as melhores práticas destes destinos, por
locais e a implementação do projeto, a
de Paraty a Patrimônio da Humanidade;
Paraty foi readequado com ênfase no turismo
meio de benchmarking7. Mas ela teve um
Associação Casa Azul foi escolhida pelo
cursos de atendimento em Turismo Cultural
cultural, o que permitirá que o produto
efeito muito mais positivo que o esperado,
Ministério do Turismo como instituição
para guias, barqueiros, agentes de receptivo
global do destino ganhe em competitividade.
pois a convivência mais próxima entre os
local parceira, para liderar a implantação
e recepcionistas de pousadas, e de Gestão
O Plano Mar de Cultura foi apresentado
participantes garantiu a integração e o
do projeto em Paraty, com a participação
de Turismo Cultural para empresários
ativa de representantes da sociedade de
e produtores culturais. No total, foram
modo a garantir a continuidade posterior
capacitadas 60 pessoas. O grupo também
das ações. A reativação do Comtur pode ser
contribuiu com os descritivos e pontuação
Turismo Cultural em Paraty, havia várias iniciativas e projetos tanto do setor turístico quanto do setor cultural. Porém, as entidades representativas destes setores estavam agindo de maneira desarticulada. O Conselho Municipal de Turismo (Comtur) estava inativo. Para facilitar a integração das entidades
publicamente e aprovado pela comunidade e pelos representantes do turismo e da cultura de Paraty no Seminário e Exposição Mar de 5. www.chiasmarketing.com
6. www.paratycultura.com.br 7. O benchmarking tem como objetivo promover, através da realização de viagens técnicas, o aprimoramento dos serviços turísticos, por meio da observação, assimilação e implementação das melhores práticas aplicadas em destinos de referência em determinado segmento turístico.
Paraty - RJ
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fortalecimento dos membros do Grupo Gestor, o que se refletiu na continuidade das ações desenvolvidas pelo grupo.
Resultados alcançados • Com a presença de uma instituição local
• Protagonismo local e continuidade das ações de desenvolvimento pelo Grupo
transforme em destino de massa (qualificar a oferta e direcionar a demanda)
Gestor, mesmo após a finalização do
• Apoio para reativação do Comtur
projeto
• Realização de seminário de multiplicação,
Outra ação, vinculada ao Plano Mar
forte, atuante e inclusiva, a Associação Casa
de Cultura, foi o lançamento de peças
Azul, foi possível a realização da articulação
• Breve Informativo: solução simples e eficaz
oficina de projeto e visita técnica com
promocionais do destino, como o Mapa
entre os programas públicos e a realidade
de comunicação por correio eletrônico,
a participação efetiva do Grupo Gestor
Turístico e Cultural de Paraty, o filme Paraty
local e pela continuidade das ações
que apresentava ao Grupo Gestor o que
do projeto, empresários, comunidade
previa o projeto, o que havia sido realizado
do destino e representantes de
e quais os próximos passos
outros destinos com vocação para
Cultura em Verde e Azul e o website www. paratycultura.org.br. A experiência do Grupo Gestor de Paraty foi tão positiva que foi selecionada na chamada de Experiências de Gestão e Políticas do Patrimônio Cultural promovida em 2009 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), além disso, foi apresentada nos seminários de multiplicação do projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos realizados na Bahia, em Minas Gerais e Brasília.
• Reconhecimento da vocação turística do destino para desenvolver o segmento de Turismo Cultural • Grupo Gestor atuante e representativo do setor turístico e cultural, que se ampliou e se fortaleceu durante o processo • Viagem de benchmarking que integrou os participantes do Grupo Gestor, possibilitando uma sinergia positiva para a consecução das atividades • Metodologia de planejamento participativo, implementada pela consultoria Chias Marketing, com pesquisas, seminários de avaliação e aprovação das ações
Para saber mais: www.turismo.gov.br www.paratycvb.com.br www. chiasmarketing.com www.casaazul.org.br www.cadastur.turismo.gov.br
• Posicionamento de mercado: imagem do destino relacionada ao segmento, logomarca que traduz a cultura, criação de material promocional, como vídeo, mapa turístico e cultural, e website • Responsabilidade conjunta pela execução das ações definidas no planejamento • Periodicidade de reuniões para acompanhamento, com agenda definida e comissões de trabalho
• Desafio coletivo de manter o número de visitantes e não permitir que a cidade se
desenvolvimento do segmento Turismo Cultural.
Equipe Ministério do Turismo Coordenação Geral Ricardo Martini Moesch Tânia Brizolla Coordenação Técnica Ana Clévia Guerreiro Lima Jurema Monteiro Rosiane Rockenbach Sáskia Lima Equipe técnica Brena Coelho Carolina Campos Fabiana Oliveira Laura Marques Philippe Figueiredo Talita Pires Wilken Souto Colaboração Ana Beatriz Borges Serpa Alessandra Lanna Bárbara Blaut Rangel Cristiano Borges Luis Eduardo Delmont Marcela Souza Priscilla Grintzos Rafaela Lehmann Salomar Mafaldo Equipe Instituto Casa Brasil de Cultura Coordenação do projeto Marcelo Safadi Coordenação operacional e assistência técnica Priscila Vilarinho Consultores dos destinos Marcos Pompeu – São João del Rei (MG) e Jericoacoara (CE) Priscila Vilarinho – Brasília (DF), Paraty (RJ) e Ribeirão Preto (SP) Rodrigo Lopes – Serra Geral (SC), Lençóis (BA) e Socorro (SP) Ricardo Silva – Santarém (PA) e Barcelos (AM) Consultores de apoio Alessandra Schneider Felipe Arns Marcos Martins Borges Paulo d’Ávila Ferreira Roberto Mourão Thiago Dias Apoio administrativo Jairo Mendonça Júnior Assistência técnica adminstrativa Breno Mendonça Vieira
© Instituto Casa Brasil de Cultura. Goiânia, 2010
Destinos de Referência em Turismo Segmento: Turismo Cultural Destino: Paraty – RJ Parceiro executor local: Associação Casa Azul
Coordenação editorial Wolney Unes Texto
Alessandra Schneider
Projeto gráfico e capa Samara Bitencourt Diagramação Marcus Lisita Rotoli Fotografia Banco de Imagens MTur Acevo do Instituto Casa Brasil de Cultura: Marcelo Safadi Revisão Camila Pessoa Apoio Acolhida na Colônia Abeta Casa Azul Belta Instituto Dharma Convention Bureau Avape Prefeitura de Socorro Sebrae-CE AmazonasTur Secretaria de Turismo de Barcelos Impressão Marques e Bueno Ltda. (Gráfica Talento)
Ribeir達o Preto - SP
Sumário Presidente da República Federativa do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva Ministro de Estado do Turismo Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho
Secretário-Executivo Mário Augusto Lopes Moyses Secretário Nacional de Políticas do Turismo Carlos Silva Diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico Ricardo Martini Moesch Coordenadora-Geral de Segmentação Sáskia Freire Lima de Castro
Coordenadora-Geral de Regionalização Ana Clévia Guerreiro Lima Coordenadora-Geral de Informação Institucional Isabel Cristina da Silva Barnasque Coordenadora-Geral de Serviços Turísticos Rosiane Rockenbach
Ribeirão Preto
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Apresentação
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O Turismo em Ribeirão Preto
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O Turismo de Negócios e Eventos em Ribeirão Preto
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Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos
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Destino referência em Turismo de Negócios e Eventos
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Resultados alcançados
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Ribeirão Preto Apresentação
negócios no âmbito agroindustrial.
Ribeirão Preto é um destino turístico que
indução de eventos e negócios para Ribeirão
mudou o paradigma de que os melhores
Preto. A apenas 313 km da capital do
lugares para realizar eventos e turismo
Estado, sua malha rodoviária está integrada
de negócios são somente as grandes
aos grandes centros produtores do país,
capitais. Com uma vocação histórica para o
tendo como principal acesso a Rodovia
agronegócio, Ribeirão Preto colocou o pé no século XXI mostrando que a produção agrícola pode criar condições excelentes para a vida urbana e para muitos negócios. E esta fórmula impulsiona também o turismo. A cidade apresenta inúmeros requisitos para o desenvolvimento do Turismo de Negócios e Eventos, como economia dinâmica, ótimo padrão de vida, localização estratégica, boa qualidade de infraestrutura de transportes e comunicações, qualidade e diversidade de serviços turísticos. Localizada no maior polo de produção sucroalcooleira do Brasil – a região nordeste do Estado de São Paulo, próxima às principais cidades do interior do próprio Estado e de Minas Gerais – Ribeirão é considerada a Capital Brasileira do Agronegócio. É um polo irradiador de desenvolvimento e indutor de muitas oportunidades de negócios, que vão além da produção agroindustrial. Bons exemplos destas oportunidades são o turismo corporativo e as visitas técnicas realizadas por funcionários de diversas empresas, principalmente aquelas ligadas aos
A localização e os acessos favorecem a
Anhanguera. O Aeroporto Leite Lopes teve recentemente seu terminal de passageiros ampliado, oferecendo mais conforto, segurança e agilidade aos moradores e visitantes. O aeroporto recebe voos de várias companhias aéreas regionais, além de conexões com os principais aeroportos de São Paulo.
Ribeirão Preto - SP
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O turismo em Ribeirão Preto
e serviços que atendem às necessidades de
premiadas por várias revistas especializadas.
expressões artísticas das mais variadas
organizadores, expositores e público.
Produzidas com a pura água do Aquífero
origens, além de museus e espaços para
O setor gastronômico acompanha a
Guarany, a fórmula do sucesso leva ainda
eventos, como o Teatro Pedro II – terceiro
Por sua infraestrutura, localização e
tendência e há uma grande oferta de
malte selecionado, lúpulo checo, fermento
maior teatro de opera do país em capacidade
capacidade de hospedagem, a cidade é sede
restaurantes, bares e similares, com serviços
especial e uma pitadinha de criatividade no
de público, com mais de 1.500 lugares – e
de vários eventos e feiras de importância
diversificados e qualificados para atender
processo de elaboração, que dão um toque
o Salão de Artes de Ribeirão Preto (Sarp),
nacional e internacional. Em Ribeirão Preto
aos padrões mais altos de exigência dos
de brasilidade a cada uma das cervejas
ambos palcos de grandes espetáculos.
é possível encontrar serviços e estruturas de
visitantes e de seus habitantes.
gourmets: Colorado Cauim (Pilsen com
A agenda cultural1 de Ribeirão possui
excelente padrão de qualidade, comparáveis
A gastronomia reflete a diversidade de
Mandioca), Colorado Appia (Weiss com
programação diversificada que atrai público
aos das grandes capitais do mundo e do
culturas e estilos que compõem a cidade.
Mel), Colorado Indica (India Pale Ale com
de todas as idades e de vários lugares. Entre
Brasil, com algumas vantagens extras, como
Há circuitos gastronômicos de culinária
Rapadura) e Colorado Demoiselle (Porter
os eventos, vale destacar o Festival de Dança,
o trânsito mais tranquilo e maior segurança.
italiana e japonesa, além de inúmeros
com Café).
realizado anualmente entre o final de maio
A cidade moderna, que oferece conforto
restaurantes de pratos típicos, comida
Outra marca registrada de Ribeirão é a
e começo de junho, e a Feira Nacional do
e qualidade de vida aos seus moradores,
chinesa, churrascarias, cafeterias, bares e,
qualidade de vida. A cidade investe em ações
Livro de Ribeirão Preto, que movimenta
também surpreende os visitantes com
é claro, as tradicionais cervejarias e choperias,
socioambientais como a recuperação da
um número expressivo de pessoas durante
seus incríveis parques urbanos, hotéis,
que embalam a vibrante vida noturna de
mata ciliar, manutenção de praças e limpeza
dez dias do mês de junho. Em julho há o
restaurantes, shoppings, vida noturna e, é
Ribeirão Preto.
dos córregos para prevenir enchentes.
imperdível Festival Tanabata, um evento
claro, as famosas e tradicionais choperias.
A Choperia Pingüim, uma das mais famosas e
Os parques, com grandes áreas verdes,
de cultura japonesa que movimenta toda
O setor hoteleiro é muito forte e competitivo,
tradicionais do Brasil, divulgou para o mundo
proporcionam a convivência entre as pessoas
a cidade e a região. Há ainda eventos mais
com profissionais qualificados e estruturas
o prestígio do chope ribeirão-pretano,
e a prática de atividades físicas.
populares, como as serestas e as romarias.
de alto nível. Há hotéis de grandes redes,
reconhecido nacional e internacionalmente.
A vida cultural intensa de Ribeirão contribui
Para o público jovem há eventos de música,
bem como hotéis locais, cada vez mais
A tradição virou tendência e agora há
também para que a cidade seja um ótimo
como o Carnabeirão.
preocupados em oferecer atendimento
choperias espalhadas pelos quatro cantos
e serviços com padrão internacional.
da cidade que são pontos de encontro de
Os espaços para eventos atendem às
estudantes, artistas, empresários e turistas.
mais diversas necessidades, desde salas
Na carona do sucesso do chope surgiram
menores, para pequenas reuniões, até
outros empreendimentos para reafirmar a
centros de convenções e auditórios para
condição de Ribeirão Preto como a Capital
grandes congressos com mais de mil
do Chope do Brasil. Fundada em 1995, a
pessoas. Os espaços para feiras também
Cervejaria Colorado já conquistou o mundo
são excelentes, oferecendo equipamentos
gourmet com chope e cervejas especiais,
lugar para viver e visitar. A cidade oferece
1. www.ribeiraopreto.sp.gov.br/scultura/i14prgano.htm
Cadastur Ao contratar serviços para uma viagem, convém verificar se a empresa está cadastrada no Ministério do Turismo. O cadastro dos prestadores de serviços é grande fonte de consulta para o mercado turístico brasileiro e proporciona benefícios para os serviços turísticos cadastrados. Para ter acesso às informações detalhadas sobre os prestadores de serviços regularmente cadastrados, acesse www.cadastur.turismo.gov.br
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O Turismo de Negócios e Eventos em Ribeirão Preto
Eventos e Negócios, segmento econômico
geoeconômica – composta por mais de
em pleno desenvolvimento no destino.
sessenta municípios – e também recebe os
O Turismo de Negócios e Eventos em Ribeirão
benefícios desta, ampliando as chances de
Ribeirão Preto sempre teve vocação para o
foi motivado pela frequente realização
sucesso dos negócios. A renda per capita da
sucesso. Fundada em 1856, a cidade ganhou
de visitas técnicas às empresas da região,
região é semelhante à de alguns países da
impulso com a lavoura de café e contribuiu
originadas de demanda espontânea tanto
Europa Mediterrânea e praticamente o dobro
para transformar a região onde está inserida
do mercado nacional como internacional,
da média brasileira4.
na maior produtora de café do mundo, na
trazendo para a região empresários,
Na área de saúde, Ribeirão se destaca como
virada do séc. XX, abastecendo o mundo com
políticos, representantes de organizações
um dos mais importantes e desenvolvidas
o que era conhecido como ouro verde.
governamentais e não- governamentais e
centros médicos do país, com modernos
O que a princípio era uma atividade
estudiosos, com foco na agroindústria, tendo
hospitais, unidades de saúde, farmácias,
favorecida pelo solo e clima, evoluiu para o
destaque especial a produção do biodiesel,
clínicas, entre outros serviços do setor.
agronegócio e a agroindústria. Hoje, Ribeirão
além de outros produtos derivados da cana-
Para atender à demanda de eventos e
Preto pertence a uma macrorregião que
de-açúcar e criação de gado.
turistas a negócios, os empresários da cidade
se destaca pela forte presença da indústria
No setor de feiras, o destaque está
sabem que é necessária boa qualificação.
sucroalcooleira, com estrutura econômica
na Agrishow, feira anual do setor de
forte e diversificada, marcada pelos altos
agronegócios que movimenta mais de 700
índices de produtividade da agricultura, com
expositores e público de mais de 140 mil
destaque para cana, laranja, soja, amendoim
visitantes, de cerca de 50 países, deixando
e fruticultura.
muitos benefícios sociais e econômicos para
Além da agroindústria, Ribeirão também
a região. Uma tendência atual é a realização
é um importante centro de atividades
de eventos na área energias renováveis e
comerciais e industriais, de prestação de
desenvolvimento sustentável.
serviços e referência em educação e saúde.
O turismo de compras também move o
Mesmo com uma população relativamente
comércio varejista. Amplamente diversificado
pequena (cerca de 600 mil habitantes2) o
e impulsionado pela presença de vários
comércio e serviços da cidade oferecem
estabelecimentos comerciais e prestadores de
estrutura para atender a demanda dos
serviço. Na cidade há três shoppings, vários
três milhões de habitantes que vivem nos
mercados, um mercado municipal, parques
municípios da região3 e ao turismo de
ecológicos, clubes e dois estádios de futebol.
2. IBGE, 2007 – www.ibge.gov.br 3. www.ribeiraopretoconvention.org.br
O dinamismo de Ribeirão Preto colabora com o desempenho econômico da sua região
E Ribeirão Preto não deixa por menos. A presença de um forte núcleo acadêmico público e privado garante a formação de profissionais para os mais diversos setores, inclusive para o turismo e gastronomia. O câmpus da USP, a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, a Escola de Enfermagem e inúmeras universidades e faculdades capacitam os jovens locais e atraem novos talentos para se formar na cidade. Por sua diversidade, qualidade, evolução do ensino e pelas pesquisas desenvolvidas em suas universidades, a cidade é considerada um importante polo educacional, com destaque para as áreas tecnológicas e a biomedicina. 4. Brasil. Turismo de negócios e eventos: orientações básicas. Ministério do Turismo: Brasília, 2008. Disponível em www.turismo.gov.br
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O segmento de Turismo de Negócios e Eventos De acordo com o Ministério do Turismo, o segmento de Turismo de Negócios e Eventos engloba “o conjunto de atividades turísticas decorrentes de encontros de interesse profissional, associativo, institucional, de caráter comercial, promocional, técnico, científico e social”.1 O segmento é formado por dois subsegmentos básicos, independentes, compatíveis e muitas vezes inter-relacionadas: negócios e eventos. As atividades desempenhadas pelo turista no destino – sejam negócios, eventos ou ambos – dependem da sua motivação. Entretanto, é importante destacar que é possível a compatibilização das duas motivações principais do segmento, isto é, o turista de eventos poderá aproveitar sua permanência na cidade para realização de ações de negócios, assim como um turista que venha para uma reunião específica poderá comparecer a um evento que esteja ocorrendo no mesmo período. Para explicar as características deste segmento e o perfil do público, é importante destacar alguns conceitos e informações: 1. TURISTAS DE NEGÓCIOS – caracterizados principalmente por turistas individuais, que se deslocam para participar em reuniões de trabalho. Dentre todos os tipos de atividades desempenhadas por estes turistas, são as feiras de negócios as de mais alto poder de atração, inclusive entre todas as atividades do segmento de Negócios e Eventos. 1. As visitas técnicas podem também ser realizadas por turistas de lazer, e normalmente ocorrem em empresas que produzem bens destinados a varejo (bebidas, roupas e sapatos, carros, entre outras). Estas empresas veem estas visitações como uma oportunidade de marketing de relacionamento com seus potenciais consumidores.
As principais atividades desenvolvidas por estes turistas: • Reuniões de negócios – prospecções de clientes, fechamentos e discussão de contratos, apresentação de propostas, desenvolvimento e acompanhamentos de projetos, consultorias • Feiras de negócios – visitação ou participação na qualidade de expositor de feiras de negócios • Missões empresariais – visitação de grupos de empresários a mercados potenciais ou efetivos. Consideradas atividades do turismo emissivo do segmento de negócios e eventos, é comum também utilizar esta terminologia para designar “visitas técnicas”, termo mais frequentemente usado • Visitas técnicas – visitação de grupos em locais similares ou relacionados ao foco dos negócios da empresa ou instituição à qual pertence, visando a observação de práticas de excelência e aprendizado. Ainda que possam ser trabalhadas de forma independente, também é comum que estejam atreladas à visitação posterior ou anterior a um evento de maior porte como feiras, convenções ou congressos2 • Rodadas de Negócios – participação individual em breves reuniões pré-agendadas de apresentação de produtos ou serviços entre compradores e fornecedores. É comum que se desenvolvam com parte de um evento de maior porte, como feira ou congresso 2. TURISTAS DE EVENTOS – A divisão destes turistas em dois grupos principais – corporativos e associativos – é apropriada em função de características e comportamentos bastante distintos. 2. Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br
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21 O turista de eventos corporativos é habitualmente convocado pela empresa, pois na qualidade de funcionário, não se trata de uma opção a sua participação. Os eventos de treinamento, capacitação e planejamento ocorrem durante os dias de semana e para eles são convocados profissionais de posição de destaque hierárquico dentro da empresa, ou equipes comerciais. Habitualmente utilizam-se de hotéis por questões de logística e praticidade de contratação de serviços, razão pela qual são foco de atenção da hotelaria. Os eventos são fechados aos funcionários (ou no máximo incluem fornecedores ou clientes nas grandes convenções), e a presença de acompanhantes só é facultada quando há mescla com ações de incentivo. Por outro lado, o turista de eventos associativos é usualmente um profissional liberal, dono de seu próprio negócio, razão pela qual os dias preferenciais para realização destes eventos são inicio ou fins da semana, muitas vezes incluindo sábados e até domingos em suas programações – já que nos dias não trabalhados não há ganho. Viaja de forma individual ou em grupos, tem o poder de decidir sobre a participação no evento ou não, assim como as condições da viagem: perfil de hotel a ser utilizado, possibilidade de levar acompanhantes, tempo de permanência, etc. E é bastante comum agregar alguma visitação no pré ou pós evento. 3. TURISTA DE INCENTIVOS – embora o desfrute da atividade assemelhe-se muito a uma viagem de lazer, a sua motivação tem origem no seu ambiente profissional, já que a estratégia de incentivo tem por objetivo recompensar ou motivar bom desempenho dos funcionários ou promover sua maior integração – que por consequência acabará por melhorar os
resultados da equipe. As atividades estão mais relacionadas a experiências vivenciais, de interação com a cultura do destino, quer patrimônio material ou imaterial. TIPOS DE EVENTOS Os eventos, também segundo o Ministério, são agrupados em quatro grupos principais, quanto ao seu caráter: eventos comerciais, técnico-científicos, promocionais e sociais. Nesta conceituação considera-se: • Comerciais: Atividades relacionadas a “transações de compra e venda de produtos e serviços” • Técnico-científicos: Atividades relacionadas a “especialidades, processos, habilidades, domínios de arte ou ciência”, administração • Promocionais: Atividades relacionadas à divulgação de produtos e serviços ou ideias • Sociais: Atividades relacionadas a assuntos da comunidade Do ponto de vista de potencial de atratividade turística, são os eventos comerciais (que tem nas feiras profissionais as suas principais representantes) e os encontros técnico-científicos (que tem nos congressos – promovidos por associações e ONGs – e convenções – promovidos por corporações – seus expoentes máximos) os grandes geradores de fluxo turístico, já que boa parte de seu público provém de outras localidades. Por sua vez, os eventos promocionais e sociais são orientados à comunidade na qual estão inseridos, e por esta razão tem reduzido potencial de atratividade. Da mesma maneira, os eventos técnico-científicos voltados para a população local possuem baixa atratividade, como reuniões, seminários, cursos e treinamentos.
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Ribeirão Preto - SP
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regiões diferentes, para que suas
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experiências contribuam para criar uma
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base metodológica que possa servir de
de diversas instâncias da gestão pública e
modelo para outros destinos no Brasil,
da iniciativa privada por meio da criação e
validando e consolidando a estratégia de
organização dos arranjos institucionais.
desenvolvimento de políticas públicas, e de
O projeto Destinos Referência em Segmentos
ampliação e diversificação da oferta turística
Turísticos desenvolvido pelo MTur em
nacional.
parceria com o Instituto Casa Brasil de Cultura, tem como objetivo criar uma estratégia de governança local, a partir do fortalecimento e aperfeiçoamento de segmentos de mercado, procurando envolver de forma participativa toda a cadeia produtiva e instituições relacionadas com o segmento escolhido, através de prioridades e estratégias definidas e com foco na competitividade. O projeto tem como premissa a participação efetiva dos representantes locais, fortalecendo as entidades públicas e privadas, o trade e as organizações não governamentais, levando à formação de um Grupo Gestor que assume o papel de líder do processo, buscando assim garantir a continuidade das ações na área do turismo, resultados mercadológicos e a sustentabilidade do destino. Assim, foram escolhidos dez destinos com características diferentes, em 7. Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br
Ribeirão Preto - SP
Ribeirão Preto - SP
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27
Destino referência em Turismo de Negócios e Eventos A escolha de Ribeirão Preto para participar do projeto Destino Referência se deu com base nas suas pré-condições para o segmento de Negócios e Eventos. E embora a cooperação público-privada não estivesse
Brasileira dos Conventions & Visitors Bureaux,
seguinte com o grupo, este diagnóstico foi
que participou de forma ativa de todo
apresentado, validado e priorizado pela
• Existência de feiras de negócios regulares
o processo, mantendo uma consultoria
mesma comunidade e trade.
• Boa infraestrutura geral
especializada que apoiou e realizou várias
A Ação Símbolo do projeto Destinos
• Boa infraestrutura turística, com destaque
ações durante a implantação do projeto
Referência em Ribeirão Preto se constituiu na
para equipamentos relacionados à
Destino Referência em Turismo de Negócios e
realização de um curso de Mercado Turístico,
realização de eventos (hotéis com salas,
Eventos em Ribeirão Preto.
com grande participação de representantes
centros de convenções e exposições)
A partir de então, foi realizada uma série de
do segmento. Neste mesmo evento, o
eventos e encontros, que contribuiu para
diagnóstico validado anteriormente foi
a criação e fortalecimento da governança
trabalhado e teve as ações priorizadas de
local e desenvolvimento do segmento no
forma participativa, se transformando no
destino. No primeiro encontro, foi definido
Prognóstico ou Estratégia Competitiva, que
um grupo gestor para o segmento de
definiu as linhas gerais para a elaboração do
Turismo de Negócios e Eventos, composto
plano de ações para o segmento de Turismo
por representantes de centro de eventos;
de Negócios e Eventos.
promoção de feiras; parque de exposições;
Finalizando essa etapa do projeto no destino,
operador de turismo receptivo; organizador
houve o Seminário de Multiplicação, em que
de congressos; hotéis e salas de reuniões;
foram apresentados os resultados alcançados
entretenimento; aeroporto (Infraero);
em Ribeirão Preto e as experiências bem-
empresas não turísticas, relacionadas a visitas
sucedidas de outros destinos e segmentos
técnicas; e o núcleo acadêmico.
que também participaram do projeto
Em seguida, com a metodologia de avaliação
Destinos Referência em Segmentos Turísticos.
• Ocorrência frequente de eventos técnicocientíficos nacionais e internacionais
totalmente ajustada, houve fatores que, por
O desenvolvimento do projeto Destinos
sua relevância e particularidade na região,
Referência em Ribeirão Preto seguiu, como
justificaram a determinação de Ribeirão Preto
nos demais destinos selecionados no Brasil,
como Destino Referência em Turismo de
a Metodologia Cores de Gestão de Destinos
Negócios e Eventos, dentre as quais podem
Turísticos, respeitando as particularidades de
ser destacados:
cada segmento e destino. O caráter flexível
• A concentração de um polo industrial
desta metodologia permitiu sua aplicação em
expressivo • Existência de centros tecnológicos e acadêmicos de excelência • Utilização de tecnologia de ponta na agroindústria • Realização de visitas técnicas regulares no município e entorno • Proximidade de São Paulo, capital – maior centro econômico do país e principal emissor de turistas de negócios e eventos
Ribeirão Preto de forma a organizar o cluster, e melhorar a exploração dos atrativos e produtos ofertados no segmento de Turismo de Negócios e Eventos. Os objetivos do projeto Destinos Referência em Ribeirão Preto foram: • Instituir um Arranjo Institucional para o desenvolvimento do projeto • Elaborar planejamento participativo com foco no segmento
e diagnóstico turístico adaptada para o segmento de Negócios e Eventos, foi realizado um seminário com dinâmicas de avaliação da percepção da comunidade e do
• Boa acessibilidade terrestre
• Disseminar as experiências
• Existência de aeroporto com frequência
A entidade local conveniada, principal
toda cadeia produtiva do segmento.
regular de voos nacionais e regionais (fato
parceira do projeto no destino, foi o Ribeirão
A avaliação participativa foi transformada
não usual no cenário de não capitais)
Preto e Região Convention & Visitors Bureau,
em um diagnóstico sobre a percepção
representante local da Confederação
do destino e do segmento. No encontro
• Altíssimo PIB do município
trade local, que resultou em uma avaliação de
Ribeirão Preto - SP
Ribeirão Preto - SP
30
31
Resultados alcançados
ser no posicionamento de mercado, com a
A partir destas conquistas, o Grupo Gestor de
mídia e no mercado turístico, destacando
Ribeirão Preto deve continuar seu trabalho,
sua vocação para agronegócios e energias
com muitos desafios e oportunidades.
renováveis, uma crescente tendência
A criação da Secretaria de Turismo e a
nacional e internacional para a qual Ribeirão
reativação do Comtur devem ser apoiadas
Preto tem vocação indiscutível.
para que estas instituições se fortaleçam e
Para destinos que desejam se desenvolver
possam cumprir seu papel satisfatoriamente.
com foco no Segmento de Turismo de
As relações comerciais entre os agentes
Negócios e Eventos, a experiência de Ribeirão
locais podem ser ainda mais fortalecidas,
Preto destaca:
ampliando a capacidade de atração
• A importância do arranjo institucional
negócios para o destino. Outro foco deve
criação de uma imagem forte de destino na
local e o protagonismo do trade e da
comunidade, pois não há plano de ações que funcione sem um grupo responsável por sua implementação • Capacidade de utilizar a infraestrutura e serviços disponíveis para atender a demanda do mercado, destacando seus
Para saber mais: www.turismo.gov.br www.ribeiraopretoconvention.org.br www.cadastur.turismo.gov.br
diferenciais competitivos • Posicionamento de mercado correto, com foco na vocação do destino e nas demandas do mercado.
Resultados do Projeto • Criação da Secretaria Municipal de Turismo e reativação do Conselho Municipal de Turismo • Participação efetiva dos representantes locais, levando à formação de um Grupo Gestor que assumiu o papel de líder do processo, buscando assim garantir a continuidade das ações e a sustentabilidade do desenvolvimento competitivo • Participação da governança local efetivamente em todas as etapas e encontros • Participação efetiva na validação do diagnóstico e elaboração do plano de ações • Participação do Grupo Gestor no Curso de Mercado Turístico • Participação na Oficina de Projetos • Realização de seminário de multiplicação, oficina de projeto e visita técnica com a participação do grupo gestor do projeto, empresários e comunidade do destino, além de representantes de outros destinos com vocação para o desenvolvimento do Turismo de Negócios e Eventos
Equipe Ministério do Turismo Coordenação Geral Ricardo Martini Moesch Tânia Brizolla Coordenação Técnica Ana Clévia Guerreiro Lima Jurema Monteiro Rosiane Rockenbach Sáskia Lima Equipe técnica Brena Coelho Carolina Campos Fabiana Oliveira Laura Marques Philippe Figueiredo Talita Pires Wilken Souto Colaboração Ana Beatriz Borges Serpa Alessandra Lanna Bárbara Blaut Rangel Cristiano Borges Luis Eduardo Delmont Marcela Souza Priscilla Grintzos Rafaela Lehmann Salomar Mafaldo
© Instituto Casa Brasil de Cultura. Goiânia, 2010
Equipe Instituto Casa Brasil de Cultura Coordenação do projeto Marcelo Safadi Coordenação operacional e assistência técnica Priscila Vilarinho Consultores dos destinos Marcos Pompeu – São João del Rei (MG) e Jericoacoara (CE) Priscila Vilarinho – Brasília (DF), Paraty (RJ) e Ribeirão Preto (SP) Rodrigo Lopes – Serra Geral (SC), Lençóis (BA) e Socorro (SP) Ricardo Silva – Santarém (PA) e Barcelos (AM) Consultores de apoio Alessandra Schneider Felipe Arns Marcos Martins Borges Paulo d’Ávila Ferreira Roberto Mourão Thiago Dias Apoio administrativo Jairo Mendonça Júnior Assistência técnica adminstrativa Breno Mendonça Vieira
Fotografia Banco de Imagens do Estado de São Paulo Acervo do Instituto Casa Brasil de Cultura: Wolney Unes
Destinos de Referência em Turismo Segmento: Turismo de Negócios e Eventos Destino: Ribeirão Preto - SP Parceiro executor local: Federação Brasileira de Convention & Visitors Bureau Ribeirão Preto e Região Convention & Visitors Bureau
Coordenação editorial Wolney Unes Texto
Alessandra Schneider
Projeto gráfico Samara Bitencourt Arte final de capa Genilda Alexandria Diagramação Marcus Lisita Rotoli
Revisão Camila Pessoa Apoio Acolhida na Colônia Abeta Casa Azul Belta Instituto Dharma Convention Bureau Avape Prefeitura de Socorro Sebrae-CE AmazonasTur Secretaria de Turismo de Barcelos Impressão Marques e Bueno Ltda. (Gráfica Talento)
SantarĂŠm - PA
Sumário Presidente da República Federativa do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva Ministro de Estado do Turismo Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho
Secretário-Executivo Mário Augusto Lopes Moyses Secretário Nacional de Políticas do Turismo Carlos Silva Diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico Ricardo Martini Moesch Coordenadora-Geral de Segmentação Sáskia Freire Lima de Castro
Coordenadora-Geral de Regionalização Ana Clévia Guerreiro Lima Coordenadora-Geral de Informação Institucional Isabel Cristina da Silva Barnasque Coordenadora-Geral de Serviços Turísticos Rosiane Rockenbach
Santarém
5
Apresentação
5
O Turismo em Santarém
9
O Ecoturismo em Santarém
13
Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos
17
Destino referência em Ecoturismo
21
Resultados alcançados
26
Santarém Apresentação
destacada na mídia nacional e internacional
Carinhosamente conhecida como Pérola do
suas areias brancas, água clara, morna e de
Tapajós, Santarém é uma agradável cidade
um azul transparente. Este paraíso é palco da
paraense, localizada na região central da
festa do Sairé, a maior manifestação cultural
Amazônia, na confluência dos Rios Amazonas
do oeste do Pará.
e Tapajós. Em frente à cidade, ocorre o
Santarém também é o principal acesso para
espetáculo do encontro das águas destes
unidades de conservação, com destaque
grandes rios, que fluem por quilômetros, lado
para a Floresta Nacional do Tapajós (Flona
a lado, sem misturar suas águas de cores e
Tapajós), localizada no município de Belterra,
densidades diferentes.
uma maravilhosa reserva natural onde é
Em pleno coração da Amazônia, entre Belém
possível caminhar, passear de canoa e visitar
e Manaus – onde o Rio Amazonas é tão largo
as famílias extrativistas que vivem na região.
que nas épocas de cheia não se avista a
Os visitantes chegam a Santarém pelos mais
margem oposta –, Santarém é um santuário
diversos motivos e das mais variadas formas.
natural que atrai visitantes de todas as
Há navios de cruzeiro internacionais que
partes do mundo. A região faz jus à famosa
ancoram na região e depois seguem viagem
biodiversidade característica da Amazônia. Já
sem muito contato com a comunidade local.
foram catalogadas mais de duas mil espécies
Há também os mochileiros, em geral jovens
de peixes, quase mil de pássaros, centenas
estrangeiros, que se aventuram e viajam nas
de espécies de mamíferos e cerca de 10%
gaiolas – barcos de transporte de passageiros
de todas as espécies de plantas existentes
típicos do Rio Amazonas – de Belém a
na Terra, entre elas espécies-símbolo da
Manaus, com parada em Santarém.
região, como a vitória-régia, as bromélias e as
Mais recentemente, com a construção do
enormes árvores típicas deste bioma.
aeroporto e a chegada de voos comerciais
Na região há florestas protegidas, cachoeiras,
regulares, várias agências de turismo
igarapés, rica fauna e flora, além dos lagos e
nacionais e internacionais passaram a
praias formadas ao longo do Rio Tapajós, que
oferecer pacotes de Ecoturismo, o que está
fazem a alegria dos ecoturistas que buscam
contribuindo para desenvolver a oferta local
um contato profundo com a natureza.
de passeios e atividades.
A praia mais bela e famosa é Alter do Chão,
como uma das mais belas do mundo, por
Santarém - PA
9
O turismo em Santarém
– movimentado principalmente por
Depois de passar por inúmeros ciclos
técnicos de mineradoras e pessoas ligadas
econômicos, há 15 anos o turismo começou
ao porto – tem motivado a construção de
a se consolidar em Santarém como uma
novos hotéis que já estão estruturados
alternativa sustentável de desenvolvimento
para realização de reuniões e eventos.
para a região. A princípio, o único segmento
A disponibilidade destas estruturas e a
explorado era o turismo regional de Sol e
qualificação dos serviços começam a atrair
Praia em Alter do Chão. Com o advento do
uma demanda diferenciada que contribui
Ecoturismo, Santarém foi descoberta como
para garantir altas taxas de ocupação,
um excelente destino para atividades na
equilibrar a sazonalidade e melhorar a
natureza e ecoturistas de várias partes do
qualidade da oferta turística em Santarém.
Brasil e do mundo começaram a frequentar a
Em Alter do Chão, a 35 km de Santarém,
região.
há outras opções de hotéis e pousadas.
Há opções de hospedagem para todos os
A maioria é bem simples, mas algumas se
gostos e bolsos. O turismo de negócios
destacam por oferecer boa infraestrutura e
representantes comerciais, compradores,
Santarém - PA
Santarém - PA
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11
O Ecoturismo em Santarém
capacitados, que fazem uma excelente
A produção artesanal é um dos grandes
Há uma demanda regional de turistas de
segurança e o melhor aproveitamento
destaques do turismo em Santarém. Peças
cidades próximas, como Belém e Manaus, em
dos passeios. Na Flona não há hotéis ou
em cerâmica, madeira, palha, tecido e as
busca de sol e praia, principalmente durante
pousadas, mas uma experiência interessante
belíssimas biojoias, com fortes influências
o carnaval, nas férias escolares de dezembro e
é se hospedar nas casas das comunidades de
indígenas e ribeirinhas, são comercializadas
janeiro e, no Sairé, que ocorre atualmente em
seringueiros e interagir com o seu modo de
em ótimas lojas. Há algumas tão ricas e
setembro. A festa atrai milhares de turistas
vida integrado à floresta.
diversificadas que oferecem peças de mais de
que, durante três dias, cantam, dançam e
A cidade ainda guarda uma boa parte do
60 etnias indígenas.
participam de rituais religiosos e profanos,
patrimônio histórico arquitetônico da época
A gastronomia local é também muito rica
resultantes da miscigenação cultural entre
da colonização portuguesa, com casarões,
e possui diversos pratos típicos. O pato no
índios e portugueses.
igrejas e museus, o que torna a visita também
tucupi, o principal deles, utiliza jambu em
Um atrativo muito procurado pelos
interessante sob o ponto de vista cultural.
seu preparo, um vegetal que tem o poder de
ecoturistas é a Floresta Nacional do
adormecer a língua de quem prova a iguaria.
Tapajós. Atividades como caminhadas,
Mas também os pratos à base de peixes da
passeios de barco a motor e a remo,
região amazônica, como tucunaré, tambaqui
visitas às comunidades ribeirinhas
e pirarucu, são muito apreciados tanto por
extrativistas ou mesmo banhos de rios
moradores quanto por visitantes.
são as grandes atrações para os visitantes.
Agências locais organizam os passeios de
O acompanhamento dos guias locais
belas áreas verdes, às margens do lago que banha a cidade.
barco para Alter do Chão e Ponta de Pedras, outra belíssima praia da região.
Cadastur Ao contratar serviços para uma viagem, convém verificar se a empresa está cadastrada no Ministério do Turismo. O cadastro dos prestadores de serviços é grande fonte de consulta para o mercado turístico brasileiro e proporciona benefícios para os serviços turísticos cadastrados. Para ter acesso às informações detalhadas sobre os prestadores de serviços regularmente cadastrados, acesse www.cadastur.turismo.gov.br
interpretação do ambiente, garante a
Santarém - PA
Santarém - PA
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O segmento de Ecoturismo Quando os termos Ecoturismo e Turismo Ecológico surgiram no Brasil, no final dos anos 80, seguindo a tendência mundial de valorização do meio ambiente1, muitas pessoas e empresas se apropriaram indevidamente dos termos e passaram a utilizá-los como uma etiqueta para vender qualquer atividade turística que tivesse alguma relação com a natureza, sem se preocupar com nenhum princípio de sustentabilidade ou responsabilidade ambiental. Enquanto isso acontecia no mercado, alguns profissionais da área de turismo e meio ambiente, acadêmicos e consultores começaram a discutir o tema. O segmento parecia ser uma alternativa ao turismo convencional, que já começava a dar sinais de alerta por seus impactos sociais e ambientais. Em 1994, a Embratur2 e o Ministério do Meio Ambiente publicaram as Diretrizes para uma Política Nacional de Ecoturismo, chegando a um conceito que continua sendo referência no Brasil e que foi adotado pelo Ministério do Turismo em suas publicações oficiais sobre segmentação. Neste segmento, a publicação de referência é Ecoturismo – Orientações Básicas3, que define: Ecoturismo é um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista por meio da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações.
Inspirados neste conceito e nas fortes influências ambientalistas da década de 90, formaram-se muitos profissionais e acadêmicos, que passaram a ter uma nova visão da atividade turística e a aplicar os valores do Ecoturismo a outros segmentos e setores, ampliando a consciência para o ideal de Turismo Sustentável. Apesar da sobreposição de alguns elementos entre os conceitos de Turismo Sustentável e Ecoturismo, este último se diferencia pelo enfoque 1. Na época ainda não existia o Ministério do Turismo, e a Embratur era a instituição pública que representava o turismo no Brasil. 2. Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br 3. BRASIL. Ecoturismo: orientações básicas. Ministério do Turismo: Brasília, 2008. Disponível em www.turismo.gov.br
na natureza como fator de atratividade. Durante muitos anos Ecoturismo significava uma coisa para os turistas, outra para os agentes e operadores de turismo, outra para os guias e comunidades e ainda outra para os acadêmicos e consultores. Finalmente, o conceito amadureceu e hoje é possível resumir as atividades inerentes a este segmento: observação e contemplação da natureza. Entretanto, essas atividades podem ocorrer de diversas formas. A observação é um exame minucioso de aspectos e características da fauna, flora, formações rochosas e outros, que exigem técnicas de interpretação ambiental, guias e condutores especializados, equipamentos e vestuário adequados. Já a contemplação se baseia na apreciação de flora, fauna, de paisagens e de espetáculos naturais extraordinários, em atividades relacionadas, como caminhadas, mergulho, com ou sem a utilização de equipamentos especiais, safáris fotográficos e trilhas interpretativas. Há ainda inúmeras outras atividades que, embora possam caracterizar outros tipos de turismo, também são ofertadas em produtos e roteiros desse segmento: atividades de aventura, de pesca, náuticas, esportivas, culturais e várias outras, desde que cumpram as premissas, comportamentos e atitudes estabelecidas para o Ecoturismo. O Ecoturismo caracteriza-se pelo contato com ambientes naturais, pela realização de atividades que possam proporcionar a vivência e o conhecimento da natureza e pela proteção das áreas onde ocorre. Ou seja, sua base é o tripé interpretação, conservação e sustentabilidade. Assim, o Ecoturismo pode ser entendido como as atividades turísticas motivadas pela relação sustentável com a natureza, comprometidas com a conservação e a educação ambiental.
Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos O modelo de gestão descentralizada1
regiões diferentes, para que suas
concebido pelo Plano Nacional de Turismo e
experiências contribuam para criar uma
implementado pelo MTur prevê a integração
base metodológica que possa servir de
de diversas instâncias da gestão pública e
modelo para outros destinos no Brasil,
da iniciativa privada por meio da criação e
validando e consolidando a estratégia de
organização dos arranjos institucionais.
desenvolvimento de políticas públicas, e de
O projeto Destinos Referência em Segmentos
ampliação e diversificação da oferta turística
Turísticos desenvolvido pelo MTur em
nacional.
parceria com o Instituto Casa Brasil de Cultura, tem como objetivo criar uma estratégia de governança local, a partir do fortalecimento e aperfeiçoamento de segmentos de mercado, procurando envolver de forma participativa toda a cadeia produtiva e instituições relacionadas com o segmento escolhido, através de prioridades e estratégias definidas e com foco na competitividade. O projeto tem como premissa a participação efetiva dos representantes locais, fortalecendo as entidades públicas e privadas, o trade e as organizações não governamentais, levando à formação de um Grupo Gestor que assume o papel de líder do processo, buscando assim garantir a continuidade das ações na área do turismo, resultados mercadológicos e a sustentabilidade do destino. Assim, foram escolhidos dez destinos com características diferentes, em 1. Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br
Santarém - PA
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Destino referência em Ecoturismo
panorama, percebeu-se que a construção da
Com um potencial indiscutível para
A segunda ação no destino foi a realização
o Ecoturismo e com grandes desafios
de um evento para apresentação do projeto
em questões como governança local e
e formação do Grupo Gestor. Também foi
qualificação do produto, Santarém foi
realizado um processo participativo a fim de
escolhida para ser um laboratório de
gerar informações para embasar a construção
experiências que pudessem se tornar
do Diagnóstico de Ecoturismo.
referência para outros destinos em diferentes
Entre esta ação e o Seminário de Validação
graus de desenvolvimento do segmento de
do Diagnóstico realizado pela Abeta, foi
Ecoturismo.
contratado um consultor local para moderar
Ao iniciar o projeto Destinos Referência
reuniões setoriais, fortalecer a governança
em Ecoturismo em Santarém, foram
e ativar os processos de mobilização e
realizadas visitas técnicas ao destino com
articulação. Neste intermédio a equipe
a finalidade de estabelecer contato com
técnica da Abeta realizou reuniões setoriais e
as lideranças locais, apresentar o projeto
entrevistas com importantes representantes
e levantar informações relevantes para a
da cadeia produtiva, além de pesquisas em
execução do programa. Foram visitados
trabalhos anteriores, com os objetivos de
os diversos equipamentos e atrativos
levantar as informações do destino para a
do destino e realizadas reuniões com as
construção do diagnóstico, mas também
principais lideranças e instituições locais,
para manter ativo o processo de articulação e
públicas e privadas, relacionadas direta ou
mobilização. Finalizada a primeira versão do
indiretamente ao turismo.
diagnóstico, este foi apresentado ao Grupo
Já nos primeiros contatos, foi possível verificar
Gestor para validação dos dados levantados.
que havia vários desafios institucionais
O Diagnóstico de Ecoturismo no Destino
que demonstravam a falta de união,
Santarém tratou, entre muitos aspectos, de
representatividade e confiança do setor,
definições importantes para o segmento,
simbolizados, entre outros fatores, na
listou entidades importantes em Santarém,
ausência efetiva do Conselho Municipal
no Pará e no Brasil, caracterizou aspectos
de Turismo de Santarém. A partir deste
importantes para o desenvolvimento do
governança local seria ação fundamental para o desenvolvimento do programa no destino.
Santarém - PA
Santarém - PA
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turismo no destino e, mais detalhadamente,
desenvolveu o planejamento estratégico,
e desenvolvimento do destino. O mapa
avaliou atrativos, unidades de conservação e
com as ações validadas pelo Grupo Gestor
se materializou como uma importante
prestadores de serviço em Ecoturismo.
do projeto indicando as responsabilidades
ferramenta para a organização da oferta e
Na formação do Grupo Gestor do projeto
de cada setor, entidade ou grupo, com
disseminação de informação para visitantes,
em Santarém foram escolhidas entidades
definições de responsáveis por execução,
sendo um canal de distribuição para produtos
consideradas indispensáveis para o
coordenação, liderança de processos
e serviços.
desenvolvimento do segmento no destino,
interinstitucionais e parcerias; apoio técnico,
como o Sebrae, as Secretarias Municipais e
gerencial, assessoria; investimentos, apoio
Estaduais de Turismo e o Tapajós Convention
financeiro, doações e financiamento.
and Visitors Bureau. Na inexistência de
Durante o desenvolvimento do projeto,
entidades setoriais institucionalizadas, que
foram realizadas várias ações de qualificação
pudessem indicar seu representante legal,
demandadas pelo destino, como a Oficina de
utilizou-se como critério a identificação, entre
Elaboração de Projetos, Oficina de Mercado
os agentes do mercado, de empresários que
Turístico, apresentação do case Costa Rica
se mostraram interessados em desenvolver
e oficina de Legislação para o Ecoturismo.
um ambiente de governança local. Outras
Estas ações contribuíram para o nivelamento
entidades e grupos representativos
de informações e para a qualificação dos
foram escolhidos segundo a relevância e
vários atores da cadeia produtiva local.
capacidade de cooperação.
A Ação Símbolo do projeto Destinos
Observou-se que a comunidade de Alter do
Referência em Ecoturismo em Santarém –
Chão já estava mais bem organizada, em vista
com a intenção de realizar algo em curto
do grande afluxo de visitantes durante a alta
prazo, que materializasse o processo de
temporada, de setembro a fevereiro, e o Sairé,
construção da governança e do planejamento
a maior festa cultural da região. Por isso ações
do turismo – foi a elaboração do Mapa do
como saneamento, coleta e destinação dos
Ecoturismo de Santarém e Belterra, onde são
resíduos sólidos, organização em associações
apresentados os atrativos turísticos naturais,
dos catraieiros (barqueiros) e barraqueiros
serviços e informações úteis ao ecoturista.
de praia foram discutidas em ambientes de
Esta ação teve a participação e contribuição
governança, buscando desenvolver parcerias
de todos os envolvidos no processo,
para o desenvolvimento da atividade.
simbolizando o que se espera alcançar com
Dando sequência ao projeto, a Abeta
o processo de planejamento participativo
Santarém - PA
Santarém - PA
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27
Resultados alcançados
Destaque importante em termos
qualificado a governança regionalmente.
da governança é a organização das
Desta forma, Santarém conseguiu demonstrar
Uma vez que o fortalecimento da governança
comunidades da Flona do Tapajós. Ainda
que, apesar dos inúmeros desafios, é possível
é um dos objetivos centrais do projeto
que embrionário, o processo de articulação
criar uma governança local representativa
Destinos Referência em Segmentos Turísticos,
entre as comunidades já resulta em
e atuante, que trabalhe para planejar o
foi possível observar ao longo do processo
atividades conjuntas, como a comercialização
desenvolvimento do destino de maneira
o amadurecimento das lideranças locais,
cooperada de artesanato e o rodízio nas
participativa, organizada e continuada.
sobretudo quanto ao entendimento da
atividades de guiagem de trilhas.
Entre as boas práticas de Ecoturismo que se
importância do arranjo institucional e do
Com a governança local organizada,
destacam em Santarém, e que podem ser
estabelecimento da cadeia produtiva com
Santarém participa do Conselho Regional do
replicadas em outros destinos, é importante
critérios e atribuição de responsabilidades.
Tapajós, no qual está representada boa parte
citar o forte envolvimento da comunidade
Foi amplamente discutida no processo
das entidades que formam o Grupo Gestor do
local, com suas tradições, folclore e
a necessidade de ampliar o número de
projeto. Portanto, a qualificação dos debates
gastronomia muito bem integradas ao
entidades setoriais no destino.
no âmbito do Grupo Gestor tem também
ambiente natural.
Resultados do projeto • Amadurecimento das lideranças locais, sobretudo quanto ao entendimento da importância do arranjo institucional e do estabelecimento da cadeia produtiva com critérios e atribuição de responsabilidades • Organização das comunidades da Flona do Tapajós • Realização de Oficina Jurídica sobre Legislação voltada ao Ecoturismo • Apresentação de case de sucesso – Costa Rica • Oficina sobre Ecoturismo • Criação de uma governança local representativa e atuante, que trabalha para planejar o desenvolvimento do destino de maneira participativa, organizada e continuada, refletindo-se nas instâncias de governança regionais. • Realização de seminário de multiplicação, oficina de projeto e visita técnica com a participação do grupo gestor do projeto, empresários e comunidade do destino, além de representantes de outros destinos com vocação para o desenvolvimento do Ecoturismo
Para saber mais: www.turismo.gov.br www.abeta.org.br www.cadastur.turismo.gov.br
Equipe Ministério do Turismo Coordenação Geral Ricardo Martini Moesch Tânia Brizolla Coordenação Técnica Ana Clévia Guerreiro Lima Jurema Monteiro Rosiane Rockenbach Sáskia Lima Equipe técnica Brena Coelho Carolina Campos Fabiana Oliveira Laura Marques Philippe Figueiredo Talita Pires Wilken Souto Colaboração Ana Beatriz Borges Serpa Alessandra Lanna Bárbara Blaut Rangel Cristiano Borges Luis Eduardo Delmont Marcela Souza Priscilla Grintzos Rafaela Lehmann Salomar Mafaldo
© Instituto Casa Brasil de Cultura. Goiânia, 2010
Equipe Instituto Casa Brasil de Cultura Coordenação do projeto Marcelo Safadi Coordenação operacional e assistência técnica Priscila Vilarinho Consultores dos destinos Marcos Pompeu – São João del Rei (MG) e Jericoacoara (CE) Priscila Vilarinho – Brasília (DF), Paraty (RJ) e Ribeirão Preto (SP) Rodrigo Lopes – Serra Geral (SC), Lençóis (BA) e Socorro (SP) Ricardo Silva – Santarém (PA) e Barcelos (AM) Consultores de apoio Alessandra Schneider Felipe Arns Marcos Martins Borges Paulo d’Ávila Ferreira Roberto Mourão Thiago Dias Apoio administrativo Jairo Mendonça Júnior Assistência técnica adminstrativa Breno Mendonça Vieira
Fotografia Banco de Imagens MTur: Luiz Olarte Werner Zotz Acervo do Instituto Casa Brasil de Cultura: Wolney Unes
Destinos de Referência em Turismo Segmento: Ecoturismo Destino: Santarém – PA Parceiro executor local: Associação Brasileira das Empresas de Turismo de Aventura e Ecoturismo (Abeta)
Coordenação editorial Wolney Unes Texto Alessandra Schneider Projeto gráfico Samara Bitencourt Arte final de capa Genilda Alexandria Diagramação Marcus Lisita Rotoli
Revisão Camila Pessoa Apoio Acolhida na Colônia Abeta Casa Azul Belta Instituto Dharma Convention Bureau Avape Prefeitura de Socorro Sebrae-CE AmazonasTur Secretaria de Turismo de Barcelos Impressão Marques e Bueno Ltda. (Gráfica Talento)
S達o Jo達o del Rei - MG
Sumário Presidente da República Federativa do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva Ministro de Estado do Turismo Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho
Secretário-Executivo Mário Augusto Lopes Moyses Secretário Nacional de Políticas do Turismo Carlos Silva Diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico Ricardo Martini Moesch Coordenadora-Geral de Segmentação Sáskia Freire Lima de Castro
Coordenadora-Geral de Regionalização Ana Clévia Guerreiro Lima Coordenadora-Geral de Informação Institucional Isabel Cristina da Silva Barnasque Coordenadora-Geral de Serviços Turísticos Rosiane Rockenbach
São João del Rei
5
Apresentação
5
O Turismo em São João del Rei
7
O Turismo de Estudos e Intercâmbio em São João del Rei
11
O segmento no Mundo e no Brasil
18
Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos
19
Destino referência em Turismo de Estudos e Intercâmbio
22
Resultados alcançados
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São João del Rei Apresentação
para conhecer a Igreja de São Francisco de
Famosa por ser uma das principais cidades
Tiradentes, além de conhecer os ateliês dos
históricas de Minas Gerais, São João del
santeiros, carpinteiros e sineiros.
Rei mostra que seus encantos e atrativos
Com localização geográfica privilegiada,
turísticos vão muito além do legado
chegar a São João del Rei, é muito fácil, seja
deixado pelo seu ilustre passado. Declarada
de carro, ônibus ou avião. Muitas agências
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
oferecem pacotes e roteiros para conhecer as
em 1938 e escolhida Capital Brasileira da
cidades históricas de Minas, e praticamente
Cultura em 2007, a cidade, que inspira e
todos incluem São João del Rei no itinerário.
expira cultura, sabe muito bem como aliar
Para os viajantes mais independentes, o
sua tradição e estilo de vida interiorano a um
acesso de carro a partir de Belo Horizonte
mundo cosmopolita e dinâmico.
(cerca de 200 km) pode ser feito pela BR-040
Situada em uma região de importantes
(Rodovia Juscelino Kubitschek) ou pela BR-
atrativos turísticos, São João del Rei – ao
381 (Rodovia Fernão Dias). Do Rio de Janeiro,
lado das cidades de Tiradentes, Ouro Preto,
são 320 km pela BR-040 (Rodovia Juscelino
Serras do Lenheiro e São José – compõe o
Kubitschek). Para quem vem de São Paulo, o
Roteiro Caminhos Reais1. Esta região – com
acesso é pela BR-381, totalizando quase 500
suas ladeiras, igrejas, museus e casarios –
km. Há várias opções de horários de ônibus
guarda a riqueza do ciclo do ouro e revela aos
a partir das capitais, além de linhas regulares
seus visitantes o estilo de vida dos mineiros,
para as cidades do entorno. Para quem
além de apresentar o melhor do barroco
prefere vir de avião, há voos diretos a partir
brasileiro e explicar boa parte da história
do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte.
do país. O artesanato e a famosa culinária mineira garantem o sucesso do roteiro, e, para quem gosta de natureza, não faltam opções de ecoturismo e turismo de aventura, com grutas, cachoeiras, rios e montanhas. Em São João del Rei é imperdível uma visita 1. http://www.copa2014.turismo.gov.br/promocional/ roteiros/caminhos_reais.html
Assis e fazer o agradável passeio de trem até
São João del Rei - MG
7
O turismo em São João del Rei
Em São João del Rei e região, a arte e o
Independente de preferências religiosas, as
classes, estilos e tendências. A disputa entre
igrejas devem fazer parte do roteiro turístico
a diversidade e a qualidade é acirrada.
de qualquer pessoa que visite a cidade
A história e a natureza inspiram as mãos
em busca de cultura, pois elas abrigam
habilidosas que produzem peças em prata,
alguns dos mais belos acervos de arte
estanho, madeira, ferro ou barro, além de
sacra e barroca do Brasil. Entre as 35 igrejas
bordados, rendas de abrolhos, trabalhos em
existentes, se destacam a de São Francisco
crochê feitos à mão e móveis rústicos com
de Assis, de Nossa Senhora do Carmo,
estilo antigo.
Nossa Senhora do Rosário e Nossa Senhora
Na gastronomia o destaque é para a
das Mercês. Vale também conhecer outros
famosa culinária típica de Minas Gerais e
ícones da história, como o Museu Ferroviário,
para os animados bares onde se reúnem
Museu de Arte Sacra, Solar dos Neves, Rua
estudantes, artistas, empresários e todos
da Cachaça e Beco do Cotovelo. Uma boa
aqueles que quiserem curtir um happy hour
dica é viver a atmosfera de São João del
com os amigos. Mas há também opções
Rei, andando a pé pelas suas ruas e praças,
de restaurantes que servem comida árabe
no ritmo dos moradores locais. Embarcar
e italiana, além de bistrôs e cafés muito
no passeio de 12 km na Maria-Fumaça até
charmosos.
Tiradentes completa a viagem no tempo e
A oferta de hospedagem é muito variada.
leva o visitante a vivenciar o clima romântico
Há hotéis, pousadas e casas de família que
do período colonial.
hospedam os visitantes, principalmente
artesanato encantam os visitantes com o talento de pessoas das mais variadas
Cadastur Ao contratar serviços para uma viagem, convém verificar se a empresa está cadastrada no Ministério do Turismo. O cadastro dos prestadores de serviços é grande fonte de consulta para o mercado turístico brasileiro e proporciona benefícios para os serviços turísticos cadastrados. Para ter acesso às informações detalhadas sobre os prestadores de serviços regularmente cadastrados, acesse www.cadastur.turismo.gov.br
São João del Rei - MG
São João del Rei - MG
10
11
O Turismo de Estudos e Intercâmbio em São João del Rei
festas religiosas, rituais, carnaval e outras
Hoje é ofertada uma grande diversidade de
Marcada pela tradição de instituições de
o Catálogo de Programas Educacionais e
Mas para quem quer ficar mais e vivenciar
cursos, oficinas e vivências juntamente com
ensino superior e médio, escolas livres e de
Atividades Turísticas de São João del Rei2,
profundamente a cultura mineira e brasileira,
os serviços de receptivo e atividades extras,
idiomas, São João del Rei já é um destino
reunindo educação, cultura e turismo em
São João del Rei vai mais longe. Com tradição
combinação indispensável para a formatação
escolhido por brasileiros e estrangeiros para
um mesmo pacote. Nele, são elencados
e renome na área de educação, a cidade se
e oferta de programas para estudantes.
o Turismo de Estudos e Intercâmbio. Além
22 programas educacionais, 51 atividades
dos atrativos turísticos mais populares, do
complementares e 13 roteiros turísticos. Há
fácil acesso às capitais da Região Sudeste
programas, por exemplo, para quem quer
– inclusive com voos regulares –, o destino
aprender a fazer tambores de percussão
oferece hotéis, pousadas, casas de família e
artesanal e até a famosa cachaça brasileira, ou,
residências estudantis para receber turistas
se preferir, assistir a espetáculos e concertos
estudantes. Mas o destaque são as boas
preparou e criou uma rede composta por
pousadas de charme, que aproveitam casarios
instituições de ensino superior e técnico,
antigos e criam uma atmosfera especial para
escolas de idiomas, ensino médio e ONGs
os hóspedes, sem descuidar dos padrões
focadas em projetos sociais e voluntariado.
internacionais de serviços de hospedagem.
e estudantes brasileiros e estrangeiros em busca de ensino de qualidade e contato com as raízes da brasilidade. Muito mais do que cursos regulares de graduação e pós-graduação e das aulas de português para estrangeiros, o que atrai estudantes das mais diversas partes do mundo são os programas educacionais e cursos de curta duração nas áreas de cultura, música e história brasileira, danças típicas, capoeira e futebol de campo. Há ainda a possibilidade de participar de intercâmbio em instituições de nível médio e graduação e fazer estágios e trabalhos voluntários em ONGs locais. Complementando esta oferta organizada, muitas atividades ocorrem espontaneamente na cidade, como apresentações de orquestras,
manifestações populares das quais o visitante pode participar e com elas interagir. A oferta é tão diversificada que foi criado
e participar de rodas de dança e outras atividades culturais. Para quem está na região em busca de natureza e aventura, há opções de roteiros turísticos com montanhismo, caminhada, rapel, banho de cachoeira e cavalgada. Estes programas e roteiros foram selecionados com apoio da Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ), Instituto de Ensino Superior Presidente Tancredo de Almeida Neves (Iptan), escolas de idiomas, escolas livres, agências de turismo e empreendedores locais. Os programas e roteiros foram formatados a partir das potencialidades e atrativos da cidade e região, garantindo uma boa condição de organização e interação com a vida da comunidade. 2. Disponível em www.studyinbrazil.org.br/ei/saojoao
São João del Rei - MG
São João del Rei - MG
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15
O segmento de Turismo de Estudos e Intercâmbio O Segmento Turístico de Estudos e Intercâmbio com foco no receptivo de turistas ainda é novidade para muitos brasileiros. Em geral, quando se pensa em qualificação profissional e enriquecimento cultural, a primeira ideia é ir buscá-los em outros países. Mas, finalmente, o trade nacional já começa a perceber o interesse de estrangeiros em se capacitar em áreas em que o Brasil é referência, além de querer sentir um pouco como é ser brasileiro. Até mesmo os estudantes brasileiros estão descobrindo que é possível encontrar no próprio País aquela qualificação ou experiência de vida que até então só havia em países distantes. A percepção da relação entre as atividades de Estudos e Intercâmbio com o movimento do turismo e da economia local leva à conclusão de que esse tipo de turismo é um ótimo negócio para o país. O Turismo de Estudos e Intercâmbio contribui para o equilíbrio da sazonalidade, aumento da permanência e do gasto médio do turista, além de ter um efeito multiplicador e distribuidor de renda, gerando novas oportunidades de negócio e inclusão social. Internacionalmente, este segmento turístico colabora com o fortalecimento da imagem do país e com a promoção da cultura de paz. Durante muitos anos, as viagens de cunho educativo, por sua amplitude e grande número de atividades englobadas, receberam diversas denominações, como turismo educacional, científico, pedagógico, intercâmbio, estudantil, entre outros. Para começar a organizar o segmento, que envolve inúmeras outras atividades e instituições além das que atuam normalmente no turismo, o Ministério do Turismo analisou a realidade destas atividades e percebeu a necessidade de delimitar o conceito e instituir o segmento. O início deste processo se deu com a publicação do documento
Turismo de Estudos e Intercâmbio: Orientações Básicas, onde são apresentados conceitos e modalidades, além de informações sobre o mercado e bases para o desenvolvimento do Turismo de Estudos e Intercâmbio. Nesta publicação, define-se o segmento: Turismo de Estudos e Intercâmbio constitui-se da movimentação turística gerada por atividades e programas de aprendizagem e vivências para fins de qualificação, ampliação de conhecimento e de desenvolvimento pessoal e profissional.1
Dentro deste conceito estão incluídas diversas modalidades, como o ensino médio, os programas de educação superior, os programas de curta duração, tais como cursos livres e visitas técnicas, o ensino de idiomas, estágios profissionalizantes ou trabalho voluntário. Vale destacar que o Turismo de Estudos e Intercâmbio difere dos outros segmentos porque os principais envolvidos na atividade não são diretamente relacionados à cadeia produtiva do turismo. Há professores, tutores e outros profissionais da área educacional e empresarial. Por isso, é muito importante a participação de agências de intercâmbio ou de turismo, diretorias de relações internacionais de empresas, entidades educacionais e órgãos governamentais, clubes esportivos, entre outros, para garantir a profissionalização do segmento. A proposta é explorar o potencial de atratividade do Brasil, incentivando acordos com empresas para estágios e firmando convênios com escolas e universidades, tanto em cursos de longa, quanto de curta duração, e tentar conjugá-los com outras atividades, como cursos de português, cultura brasileira, dança, esporte, culinária, entre outras. Assim, o turista se identificará mais facilmente com o País, sua cultura e povo.
1. Brasil. Turismo de estudos e intercâmbio: orientações básicas. Brasília: Ministério do Turismo, 2008. Disponível em www.turismo.gov.br
Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos
São João del Rei - MG
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O segmento no Mundo e no Brasil
Caracterização e Dimensionamento do
O modelo de gestão descentralizada4
regiões diferentes, para que suas
Turismo Internacional, realizada pela
concebido pelo Plano Nacional de Turismo e
experiências contribuam para criar uma
Embratur, revelaram que, em 2005, cerca de
implementado pelo MTur prevê a integração
base metodológica que possa servir de
Por ser um segmento ainda novo no Brasil,
72 mil turistas estrangeiros desembarcaram
de diversas instâncias da gestão pública e
modelo para outros destinos no Brasil,
é muito importante a análise de estudos
no Brasil com intuito de realizar estudo, curso
da iniciativa privada por meio da criação e
validando e consolidando a estratégia de
de mercado para conhecer a demanda,
ou pesquisa no País. Isto equivale a 1,3% do
organização dos arranjos institucionais.
desenvolvimento de políticas públicas, e de
antes de se iniciar qualquer investimento na
total de turistas estrangeiros que o Brasil
O projeto Destinos Referência em Segmentos
ampliação e diversificação da oferta turística
oferta de produtos de Turismo de Estudos e
recebeu no período. Porém, a procura tem
Turísticos desenvolvido pelo MTur em
nacional.
Intercâmbio.
aumentado. Ainda de acordo com a Belta,
parceria com o Instituto Casa Brasil de
Segundo a Associação Brasileira de
nos últimos cinco anos, houve um aumento
Cultura, tem como objetivo criar uma
Organizadores de Viagens Educacionais
de 78% no número de franceses que vêm ao
estratégia de governança local, a partir
e Culturais (Belta) , entidade que reúne
Brasil para estudar.
do fortalecimento e aperfeiçoamento
as principais instituições brasileiras que
Nas últimas décadas, a dimensão
de segmentos de mercado, procurando
trabalham nas áreas de cursos estágios e
internacional da educação tem se afirmado
envolver de forma participativa toda a cadeia
intercâmbio no exterior, atualmente há mais
como uma das principais tendências
produtiva e instituições relacionadas com o
de 100 milhões de estudantes de ensino
mundiais, o que cria um espaço privilegiado
3
superior no mundo. Dois milhões deles estão matriculados fora de seus países e, nos próximos cinco anos, deve-se chegar a 3 milhões de estudantes em mobilidade no exterior. Na América Latina são 140 mil estudantes de ensino superior estudando fora do seu país de origem. Estes números têm levado diversos países a definir políticas e estratégias de inserção internacional de sua educação e de atração de estudantes internacionais. No Brasil ainda há poucos estudos específicos sobre a demanda para receptivo no segmento, mas dados da pesquisa 3. Disponível em www.belta.org.br
de construção de um novo cenário global para o conhecimento. Reconhecendo esta nova realidade e visando o aprimoramento e a sustentabilidade da educação e do turismo brasileiros, o Brasil está definindo suas políticas de inserção no cenário da educação internacional, abrindo inúmeras oportunidades de negócio para o segmento. Cabe destacar que organizar a oferta de programas educacionais e produtos e roteiros turísticos requer empreendedorismo e investimento e seu sucesso depende da percepção da real demanda, e da capacidade do setor turístico e das instituições de ensino de atender a esta demanda.
segmento escolhido, através de prioridades e estratégias definidas e com foco na competitividade. O projeto tem como premissa a participação efetiva dos representantes locais, fortalecendo as entidades públicas e privadas, o trade e as organizações não governamentais, levando à formação de um Grupo Gestor que assume o papel de líder do processo, buscando assim garantir a continuidade das ações na área do turismo, resultados mercadológicos e a sustentabilidade do destino. Assim, foram escolhidos dez destinos com características diferentes, em 4. Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br
São João del Rei - MG
São João del Rei - MG
22
23
Destino referência em Turismo de Estudos e Intercâmbio Com tradição e vocação cultural e educacional, demanda efetiva e outros requisitos fundamentais para o desenvolvimento do Turismo de Estudos e Intercâmbio, São João del Rei foi selecionada pelo Ministério do Turismo para ser preparada para se tornar referência nacional, através do projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos. Para isso, foi firmado um convênio com a Belta com a meta de criar um projeto-piloto e introduzir o Brasil como uma nova opção de destino para estudantes, criando um modelo de estruturação de produto segmentado que possa ser multiplicado para outros destinos com a mesma vocação de desenvolvimento. O projeto Destinos Referência em São João
referencial para as relações e informações
estrangeiros; eventos de caráter internacional
Turístico e com foco no segmento do
institucionais e promocionais
nas áreas de música, educação e filosofia;
Turismo de Estudos e Intercâmbio no
programa de intercâmbio acadêmico
destino. Também foram analisados outros
internacional, e curso de português para
estudos realizados pelo MTur, FGV, Sebrae
estrangeiros.
e Belta para se ter uma visão do cenário
Porém, para desenvolver o projeto com
para o desenvolvimento do segmento
foco no segmento turístico era necessária
em São João del Rei. O diagnóstico e
a participação de empresários prestadores
os estudos apontaram a existência de
dos serviços turísticos essenciais, como
múltiplas oportunidades e também algumas
hospedagem, alimentação, transporte,
necessidades urgentes como:
receptivo e eventos. Desta forma, a estratégia
• Parceria entre os setores público, privado e
• Preparação de Grupo Gestor para administração das relações • Integração dos setores de mercado do turismo e da educação • Preparação de São João del Rei e região para o mercado, alinhando entendimentos quanto a oferta e demanda, fortalecendo uma rede de cooperação entre prestadores de serviços e empreendedores • Realização do II Fórum Brasileiro de Educação Internacional (ForBEI), com participação de palestrantes nacionais e estrangeiros • Realização de seminário de multiplicação, oficina de projeto e visita técnica com a participação do Grupo Gestor do projeto, empresários e comunidade do destino, além de representantes de outros destinos com vocação para o desenvolvimento do
utilizada foi criar ou fortalecer as entidades
a sociedade civil do município para discutir
empresariais setoriais, como base da
ações de planejamento e desenvolvimento
articulação e da organização do destino,
e colocá-las em prática
e integrá-las às iniciativas de Estudos e
• Pesquisas para monitoramento (oferta
Intercâmbio já em desenvolvimento por
e demanda e dados estatísticos de
algumas instituições de ensino.
visitações), plano de marketing,
Uma aproximação receptiva e comprometida
promoção e comercialização, ações que
entre as entidades e pessoas do setor
apresentaram indicadores desfavoráveis à
turístico, cultural e de Estudos e Intercâmbio em São João del Rei foi o primeiro sinal de
competitividade do destino • Articulação entre os municípios da região
que estava se formando uma excelente
para trabalhar de forma cooperada e mais
base para o arranjo institucional e futuro
competitiva no mercado, apresentando
A princípio, as atividades de Estudos e
Grupo Gestor, contando com a participação
roteiros integrados e ampliando os canais
Intercâmbio em São João del Rei estavam
ativa de instituições parceiras como a Belta
de distribuição e a comercialização
mais relacionadas a instituições de ensino do
(consultoria especializada no segmento),
que com o setor turístico. Havia importantes
Secretaria Estadual de Turismo, Secretaria
iniciativas da Universidade Federal de
Municipal de Cultura e Turismo, UFSJ e Iptan.
São João del Rei (UFSJ), Rotary e outras
Já na primeira etapa do projeto-piloto foi
de serviços devidamente adequados
instituições de ensino. Entre as inúmeras
realizado um diagnóstico participativo e a
pela equipe técnica, folder promocional
iniciativas se destacavam: oficinas do Inverno
formação do Grupo Gestor, com base no
com linguagem de mercado e site
Cultural; programas de curta duração para
modelo do Sistema Cores Planejamento
del Rei teve como linhas de ação: • Criação e formatação de roteiros de Estudos e Intercâmbios, adequados à demanda de mercado • Criação de um Manual Técnico para adequação das relações • Criação de material promocional: catálogo
Turismo de Estudos e Intercâmbio
• Informatização e qualificação do Centro de Informação Turística para atendimento bilíngue • Organização e sistematização de informações sobre a oferta turística • Cooperação entre empresários e instituições
São João del Rei - MG
25 O diagnóstico, validado pelo Grupo Gestor,
e Intercâmbio. A princípio, o objetivo era
serviu como base para criar o plano
apresentar para os atores e empreendedores
estratégico do destino, desenvolvido pela
locais de São João del Rei as etapas básicas
Belta e consultoria especializada. Este
de estruturação de um destino referência
plano subsidiou as ações seguintes, como a
de Turismo de Estudos e Intercâmbio,
organização da oferta do segmento através
como o desenvolvimento, a formatação,
da formatação de programas educacionais,
a operacionalização e a promoção de
atividades complementares e roteiros
programas educacionais e produtos/roteiros
turísticos. Tudo isso resultou em um banco
turísticos para o público internacional,
de dados e na publicação do Catálogo de
visando dinamizar o segmento. Porém, as
Programas Educacionais e Atividades Turísticas
expectativas foram superadas e as diretrizes
de São João del Rei e de diversos materiais
e orientações apresentadas no manual
promocionais como website, mapa e
também podem facilitar a estruturação de
prospecto.
outros destinos para acolhida de estudantes
Todas as ações realizadas pela consultoria
estrangeiros.
da Belta foram sempre validadas pelo Grupo
A Ação Símbolo do projeto em São João del
Gestor, que criou uma verdadeira rede de
Rei foi a realização do II Fórum Brasileiro de
cooperação formada pelos principais atores
Educação Internacional (ForBEI), em abril
envolvidos nas áreas de educação, turismo,
de 2009. O evento discutiu as principais
cultura, indústria e comércio da cidade de
tendências globais para a educação
São João del Rei e região. Foram muitos
internacional e a mobilidade estudantil,
encontros, seminários, reuniões e capacitação
e apresentou os resultados do Projeto
que contribuíram para criar o alicerce da
Destino Referência em Turismo de Estudos
organização setorial e o arranjo institucional
e Intercâmbio em São João Del Rei, com
local, representado pelo Grupo Gestor.
vistas a apresentar o potencial do Brasil
A experiência foi tão rica que a Belta
como destino para estudantes internacionais.
criou o Manual Técnico de Operações
O evento contou com a participação de
para o segmento de Turismo de Estudos
palestrantes nacionais e estrangeiros e com
5
6
5. Disponível em www.studyinbrazil.org.br/ei/saojoao 6. Manual integrante do projeto Estudos e Intercâmbio: Destino Referência São João del Rei. Brasil. Manual técnico de operações. Brasília: Ministério do Turismo; São Paulo: Belta, 2009. Disponível em www.turismo.gov.br
um público de 430 participantes.
São João del Rei - MG
São João del Rei - MG
28
29
Resultados alcançados
institucional nas primeiras etapas do seu
Além dos inúmeros resultados tangíveis,
de reuniões e eventos, elaboração de
como as publicações produzidas, os
diagnósticos e planos estratégicos,
encontros e capacitações realizados durante
criação de estrutura executiva e de
o Programa Destinos Referência em São João
comunicação, articulação com entidades
del Rei, o grande legado da experiência no
públicas e privadas são alguns elementos
destino é a integração entre os setores de
determinantes para o sucesso do próprio
turismo e educação. O ícone desta conquista
arranjo.
desenvolvimento. Técnicas de organização
foi a formação do Grupo Gestor, que estimulou o fortalecimento das entidades representativas dos serviços turísticos e das instituições de ensino da cidade e da região, criando a sinergia necessária ao foco no segmento de Estudos e Intercâmbio. A governança local instituída e atuante é e condição fundamental para dar locais e regionais, possibilitando o seu relacionamento com instâncias de governança estaduais e nacionais. Desta forma, o destino passa a ter mais acesso e informações sobre os programas e projetos tanto do Ministério do Turismo quanto das
integrada de comunicação de gestão. É importante destacar a necessidade de um acompanhamento técnico ao arranjo
• Criação de material promocional: Catálogo de serviços devidamente adequados pela equipe técnica, prospecto promocional com linguagem de mercado e site referencial para as relações e informações institucionais e promocionais
• Preparação de São João del Rei e região para o mercado, alinhando entendimentos quanto a oferta e demanda, fortalecendo uma rede de cooperação entre prestadores de serviços e empreendedores
legitimidade aos órgãos, fóruns e conselhos
benefícios e qualificação a partir de uma rede
• Criação de um manual técnico para adequação das relações
• Integração dos setores de mercado do turismo e da educação
um dos alicerces do arranjo institucional
Sistema Nacional do Turismo, que distribui
• Criação e formatação de roteiros de Estudos e Intercâmbios, adequados à demanda de mercado
• Preparação de grupo gestor para administração das relações
desenvolvimento sustentado do destino, com
entidades setoriais nacionais, compondo o
Resultados do Projeto
Para saber mais: www.turismo.gov.br www.studyinbrazil.org.br www.belta.org.br www.cadastur.turismo.gov.br
• Realização de seminário de multiplicação, oficina de projeto e visita técnica com a participação do grupo gestor do projeto, empresários e comunidade do destino, além de representantes de outros destinos com vocação para o desenvolvimento do Turismo de estudos e intercâmbio
Equipe Ministério do Turismo Coordenação Geral Ricardo Martini Moesch Tânia Brizolla Coordenação Técnica Ana Clévia Guerreiro Lima Jurema Monteiro Rosiane Rockenbach Sáskia Lima Equipe técnica Brena Coelho Carolina Campos Fabiana Oliveira Laura Marques Philippe Figueiredo Talita Pires Wilken Souto Colaboração Ana Beatriz Borges Serpa Alessandra Lanna Bárbara Blaut Rangel Cristiano Borges Luis Eduardo Delmont Marcela Souza Priscilla Grintzos Rafaela Lehmann Salomar Mafaldo Equipe Instituto Casa Brasil de Cultura Coordenação do projeto Marcelo Safadi Coordenação operacional e assistência técnica Priscila Vilarinho Consultores dos destinos Marcos Pompeu – São João del Rei (MG) e Jericoacoara (CE) Priscila Vilarinho – Brasília (DF), Paraty (RJ) e Ribeirão Preto (SP) Rodrigo Lopes – Serra Geral (SC), Lençóis (BA) e Socorro (SP) Ricardo Silva – Santarém (PA) e Barcelos (AM) Consultores de apoio Alessandra Schneider Felipe Arns Marcos Martins Borges Paulo d’Ávila Ferreira Roberto Mourão Thiago Dias Apoio administrativo Jairo Mendonça Júnior Assistência técnica adminstrativa Breno Mendonça Vieira
© Instituto Casa Brasil de Cultura. Goiânia, 2010
Destinos de Referência em Turismo Segmento: Turismo de Estudos e Intercâmbio Destino: São João del Rei – MG Parceiro executor local: Associação Brasileira de Organizadoras de Viagens Educacionais e Culturais (Belta) Coordenação editorial Wolney Unes Texto
Alessandra Schneider
Projeto gráfico Samara Bitencourt Arte final de capa Genilda Alexandria Diagramação Marcus Lisita Rotoli Fotografia Banco de Imagens MTur: Alexandre Campbell Acervo do Instituto Casa Brasil de Cultura: Wolney Unes Revisão Camila Pessoa Apoio Acolhida na Colônia Abeta Casa Azul Belta Instituto Dharma Convention Bureau Avape Prefeitura de Socorro Sebrae-CE AmazonasTur Secretaria de Turismo de Barcelos Impressão Marques e Bueno Ltda. (Gráfica Talento)
Socorro - SP
Sumário Presidente da República Federativa do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva Ministro de Estado do Turismo Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho
Secretário-Executivo Mário Augusto Lopes Moyses Secretário Nacional de Políticas do Turismo Carlos Silva Diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico Ricardo Martini Moesch Coordenadora-Geral de Segmentação Sáskia Freire Lima de Castro
Coordenadora-Geral de Regionalização Ana Clévia Guerreiro Lima Coordenadora-Geral de Informação Institucional Isabel Cristina da Silva Barnasque Coordenadora-Geral de Serviços Turísticos Rosiane Rockenbach
Socorro
5
Apresentação
5
O Turismo em Socorro
10
O Turismo de Aventura Especial em Socorro
14
Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos
21
Destino referência em Turismo de Aventura Especial
22
Resultados alcançados
24
Socorro Apresentação
entre o MTur e a Associação Brasileira de
Socorro foi colonizada por bandeirantes por
O destino foi um dos primeiros selecionados
volta de 1730 e, mais tarde, no século XIX,
no Brasil para receber esse programa, que
por imigrantes italianos que deixaram suas
tem como foco a implementação das normas
marcas na cultura e na arquitetura da cidade.
da Associação Brasileira de Normas Técnicas
Ainda hoje – apesar de algumas construções
(ABNT) para Sistema de Gestão de Segurança
modernas – passear pelas ruas de Socorro é
e a certificação pelo Instituto Nacional de
uma viagem ao tempo do Brasil-Colônia, mas
Metrologia, Normalização e Qualidade
com uma estrutura perfeitamente integrada
Industrial (Inmetro).
às necessidades da vida contemporânea.
Entre outros destinos de turismo de
Socorro é o portão de entrada para o Circuito
Aventura do Brasil, Socorro foi mais além,
das Águas Paulista. A cidade, que se estende
e tornou-se o primeiro destino turístico do
às margens do Rio do Peixe, possui inúmeras
Brasil a unir o Turismo de Aventura com a
fontes de água mineral com propriedades
proposta de acessibilidade. Numa iniciativa
medicinais, casarões do ciclo do café e
pioneira, o programa Aventureiros Especiais,
horto municipal. O relevo montanhoso e os
desenvolvido pela ONG Aventura Especial.1
abundantes rios favoreceram a formação de
em conjunto com o MTur, criou diversas
cachoeiras e corredeiras, que atualmente
modalidades de Turismo de Aventura para
se transformaram em grandes atrativos
este público. A partir de então, outras
turísticos.
oportunidades surgiram, como o programa
Com tantas trilhas, montanhas, cavernas,
Socorro Acessível, através de uma nova
correntezas, cachoeiras e aventuras,
parceria do MTur, desta vez com a Prefeitura
monotonia e tédio são palavras que
Municipal de Socorro e a Avape. O programa
ninguém conhece em Socorro. Aventureiros,
trouxe a acessibilidade para todo o destino,
experientes ou iniciantes, podem desfrutar
além de aumentar as condições de segurança
das mais incríveis atividades de ecoturismo e
para o tráfego de veículos e possibilitar a
aventura. As operadoras de atividades locais
utilização por pessoas com deficiência ou
proporcionam todo o auxílio e segurança
mobilidade reduzida, no centro histórico e
aos praticantes, respeitando as normas
comercial, nas pousadas, hotéis, restaurantes,
Empresa de Turismo de Aventura (Abeta).
de cada atividade, aprendidas dentro do programa Aventura Segura – uma parceria
1. www.aventuraespecial.org.br
Socorro - SP
Socorro - SP
8
9 parques e nos principais pontos e
e para fazer atividades de Aventura, que
equipamentos turísticos da cidade.
estimulam a autossuperação, o trabalho em
Socorro é mesmo tão especial que faz com
equipe, a coordenação e a coragem, num
que todos os seus visitantes se sintam
desafio saudável e seguro para o corpo e para
especiais também. Apesar de o destino ser
a mente. No Horto Municipal, por exemplo,
referência em Turismo de Aventura, a oferta
existe um jardim aromático contemplando
de atividades é tão grande e diversificada,
sinalização tátil (pisos alerta e direcional,
que sempre há uma opção que atende às
mapas táteis e placas em braille) para
necessidades e desejos dos perfis mais
deficientes visuais, rampas de acesso, além de
diversos de visitantes: história, arquitetura,
banheiros adaptados.
cultura popular, gastronomia, artesanato,
A economia do município de Socorro está
compras e, é claro, muita natureza. Sempre
baseada em três atividades principais:
há algo interessante para fazer em Socorro.
agropecuária, malharias retilíneas e, nos
E a grata surpresa é que todos podem fazer
últimos anos, o turismo, que tem encontrado
quase tudo!
cada vez mais espaço, revertendo a forma
A proposta de inclusão, que teve início com
de exploração dos recursos naturais. Antigas
as atividades de Aventura, se estendeu
pastagens e plantações que contaminavam
depois para a cidade, para os serviços
o solo e o ambiente hoje se transformam em
urbanos, públicos e privados. Desta forma,
parques e plantações orgânicas, agregando
os turistas com deficiência podem se sentir
valor ao produto turístico e melhorando a
livres e autônomos para circular na cidade
qualidade de vida de todos.
Socorro - SP
Socorro - SP
10
11
O turismo em Socorro
adaptadas e podem ser praticadas até
anos de exploração agropecuária, projetos
artesãos locais. Há ainda artistas plásticos
mesmo por cadeirantes. O desafio é grande,
de educação ambiental e envolvimento da
com trabalhos exclusivos, como as pinturas
Socorro é um destino onde tudo é especial.
pois cada pessoa tem uma necessidade
comunidade nas atividades turísticas são
em telhas de casarões demolidos. E as
A 130 km da capital paulista, cercada pela
ou limitação específica e, por isso, é
outros destaques deste destino que, a cada
reconhecidas indústrias de malha da região
Serra da Mantiqueira e com um cenário típico
preciso prever adaptações para atender às
dia, se torna referência de boas práticas no
também oferecem boas opções de compras
de cidade histórica, Socorro oferece diversas
particularidades.
turismo no Brasil.
para os turistas.
opções de atividades de Aventura na terra, na
Além da proposta de inclusão, Socorro
Na gastronomia os destaques são para o café
A vida cultural em Socorro é muito ativa.
água ou no ar para todos os públicos.
também segue a linha do turismo
e a cachaça, reconhecidos nacionalmente por
Além do museu e outros atrativos históricos,
Há 15 anos, os visitantes procuram a região
sustentável. Iniciativas como reflorestamento
sua qualidade e sabor. Mais recentemente,
há uma rica agenda cultural que promove as
em busca de esportes de Aventura e contato
para compensar os danos causados por
produtos orgânicos têm chamado a atenção
manifestações culturais locais e traz mostras
com a natureza, seu clima ameno, ar puro
dos visitantes, principalmente o morango,
de cultura de outras localidades.
e fontes medicinais. Com o tempo e muito
que pode ser degustado sem medo nas
A maioria dos visitantes de Socorro vem
trabalho, Socorro ficou famosa como destino
plantações de Socorro.
de São Paulo, principalmente da capital.
por ser um dos melhores locais do Brasil
Na produção associada é possível encontrar
Mas cada vez mais pessoas de Estados
para a prática de boia-cross, arvorismo,
os mais diversos tipos de artesanato, como
vizinhos procuram a cidade para descansar,
rafting, acquaride, canoagem, rapel e trilhas
os tradicionais bordados, tricô, pintura em
se aventurar e conhecer as iniciativas
de quadriciclo, além de inúmeras outras
tecido e o patchwork, a grande tendência
inovadoras de Socorro. Operadoras já
aventuras.
atual do artesanato local. Algumas técnicas
oferecem roteiros com vários destinos
Mas as atrações não param por aí.
como o jacá japonês e o nhanduti, de origem
em que há um pernoite em Socorro, com
Atualmente, além das aventuras, o principal
estrangeira com influência indígena, também
atividades na região. Espaços e serviços para
fazem parte do acervo de artesanato de
eventos e convenções proporcionam a vinda
Socorro. A produção é tão rica e variada que
de turistas com um perfil complementar ao
foi criada uma cooperativa que reúne os
do fluxo atual.
diferencial de Socorro é o cuidado e a atenção com a acessibilidade de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, inclusive idosos, crianças e gestantes. Praticamente todos os pontos e equipamentos turísticos da cidade foram ou estão sendo adaptados para permitir o acesso de pessoas que, usualmente, não poderiam participar das atividades ou visitar os atrativos. Entre as mais de 20 atividades de Aventura oferecidas hoje em Socorro, dez já foram
Cadastur Ao contratar serviços para uma viagem, convém verificar se a empresa está cadastrada no Ministério do Turismo. O cadastro dos prestadores de serviços é grande fonte de consulta para o mercado turístico brasileiro e proporciona benefícios para os serviços turísticos cadastrados. Para ter acesso às informações detalhadas sobre os prestadores de serviços regularmente cadastrados, acesse www.cadastur.turismo.gov.br
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O Turismo de Aventura Especial em Socorro
ao programa Aventura Segura e a investir
aventuras entram no clima da educação
rio. Também destacam áreas de mata nativa
na adaptação das instalações do hotel-
ambiental. Enquanto as crianças fazem
e recuperação do solo, levando o grupo a
fazenda para pessoas com deficiência, além
rafting, os monitores mostram e explicam
pensar sobre os impactos do desmatamento
Em Socorro, o turismo, especialmente de
de desenvolver um trabalho de educação
problemas de erosão e assoreamento do
e estimular a consciência ambiental.
Aventura, está diretamente relacionado
ambiental e turismo pedagógico.
ao desenvolvimento socioambiental do
Muitos empreendimentos trabalham de
município. Além de levar oportunidades de
forma organizada e associada, sempre de
trabalho e renda para a região, o movimento
olho na sustentabilidade e segurança das
dos visitantes provoca nos moradores
atividades ofertadas. Além do cuidado com
locais um sentimento de orgulho de suas
os mínimos impactos de suas atividades,
origens. Tudo isso evita o êxodo rural e,
os empresários aliam turismo à educação
logo, gera menos problemas nas grandes
ambiental, ofertando para crianças e
cidades. Os principais beneficiários das
adolescentes atividades conhecidas como
oportunidades de trabalho no local são os
Estudos do Meio. Nessas atividades são
jovens da cidade, que atuam como monitores
exploradas questões específicas que
ou guias, passando a se envolver na defesa
buscam despertar a atenção da criança para
de causas ambientais e em projetos para a
as peculiaridades do ambiente visitado,
sustentabilidade da região.
fazendo-a refletir sobre como suas atitudes
A organização da oferta turística da
e escolhas podem afetar o ambiente.
região é caracterizada por atrativos e
As crianças também entram em contato com
parques particulares, localizados em
tecnologias e práticas sustentáveis, como o
sua maioria no corredor do Rio do Peixe.
aquecimento por energia solar, reciclagem
Esses empreendimentos oferecem
e o biodigestor, aprendendo que soluções
opções completas de hospedagem rural,
simples podem ajudar a minimizar os
alimentação, atividades e outros serviços.
impactos negativos dos seres humanos no
Alguns deles merecem destaque por
planeta.
suas iniciativas pioneiras que serviram de
Alguns passeios passam pela Pedra da
modelo e estímulo para as demais ações do
Bela Vista, onde se aprende sobre grutas,
destino. É o caso do Parque dos Sonhos e
morcegos e sobre a história da região, palco
Campo dos Sonhos, que foram os grandes
de fatos importantes da Revolução de 1930.
incentivadores e primeiros parceiros a aderir
E, como não poderia deixar de ser, até as
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O segmento de Turismo de Aventura Especial
Já a acessibilidade, apesar de não se constituir em um segmento em si, foi adotada pelo MTur como uma
estratégia do Plano Nacional de Turismo 2007-2010 – Uma Viagem de Inclusão, para transformar o turismo em um importante mecanismo de desenvolvimento econômico do Brasil e em um grande indutor de inclusão social. Com a visão de que as necessidades das pessoas com deficiência e com mobilidade reduzida assumem um caráter estratégico de ação efetiva do Estado, o MTur está desenvolvendo ações para estruturar os destinos e estimular o turismo entre grupos e minorias que, até então, não tinham acesso a experiências de viagem. O programa piloto, Sensibilização para o Turismo Acessível, implementado pela Avape e pela Prefeitura de Socorro, visa promover o mapeamento da acessibilidade turística e a qualificação do receptivo turístico local para o atendimento adequado a pessoas com deficiência e com mobilidade reduzida, além de propor e divulgar roteiros adaptados em diferentes segmentos turísticos, tais como Turismo Cultural, Ecoturismo e Turismo de Aventura. A experiência adquirida com este programa é apresentada em uma publicação de quatro volumes, intituladas Turismo Acessível – Introdução a uma viagem de inclusão, Mapeamento e Planejamento de Acessibilidade em Destinos Turísticos, Bem Atender no Turismo Acessível e Bem Atender no Turismo de Aventura Adaptada,2 produzidas pela Avape e pelo MTur e disponível no portal do MTur.
1. BRASIL. Turismo de aventura: orientações básicas. Ministério do Turismo: Brasília, 2008. Disponível em www.turismo.gov.br
2. www.socorro.sp.gov.br
Para falar de Aventura Especial é preciso, primeiro, compreender os conceitos de Turismo de Aventura e Acessibilidade. De acordo com o Ministério do Turismo, “Turismo de Aventura compreende os movimentos turísticos decorrentes da prática de atividades de aventura de caráter recreativo e não competitivo”1. Isso significa que, para ser Turismo de Aventura, é preciso que: • Haja movimento turístico, ou seja, pessoas se deslocando de seu local de residência e utilizando serviços e equipamentos turísticos no destino • O movimento seja motivado pela busca de experiências físicas e sensoriais recreativas que envolvam desafio, riscos avaliados, controláveis e assumidos • As aventuras ocorram em quaisquer espaços: natural, construído, rural, urbano, estabelecido como área protegida ou não • Não haja competição, pois, neste caso, as atividades são tratadas no âmbito do segmento Turismo de Esportes e não de Aventura
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Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos O modelo de gestão descentralizada2
experiências contribuam para criar uma
concebido pelo Plano Nacional de Turismo e
base metodológica que possa servir de
implementado pelo MTur prevê a integração
modelo para outros destinos no Brasil,
de diversas instâncias da gestão pública e
validando e consolidando a estratégia de
da iniciativa privada por meio da criação e
desenvolvimento de políticas públicas, e de
organização dos arranjos institucionais.
ampliação e diversificação da oferta turística
O projeto Destinos Referência em Segmentos
nacional.
Turísticos desenvolvido pelo MTur em parceria com o Instituto Casa Brasil de Cultura, tem como objetivo criar uma estratégia de governança local, a partir do fortalecimento e aperfeiçoamento de segmentos de mercado, procurando envolver de forma participativa toda a cadeia produtiva e instituições relacionadas com o segmento escolhido, através de prioridades e estratégias definidas e com foco na competitividade. O projeto tem como premissa a participação efetiva dos representantes locais, fortalecendo as entidades públicas e privadas, o trade e as organizações não governamentais, levando à formação de um Grupo Gestor que assume o papel de líder do processo, buscando assim garantir a continuidade das ações na área do turismo, resultados mercadológicos e a sustentabilidade do destino. Assim, foram escolhidos dez destinos com características diferentes, em regiões diferentes, para que suas 2. Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br
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Destino referência em Turismo de Aventura Especial
dos desafios e o desenvolvimento do destino
preliminares a clientes e requisitos para
deficiência, como a comunicação por meio
com foco na Aventura Especial.
o Sistema de Gestão de Segurança e
da Língua Brasileira de Sinais (Libras), tanto
Como já havia uma governança local
Terminologia.
para prestadores de serviço público quanto
As iniciativas pioneiras e experiências
base no Conselho Municipal de Turismo
e articulação com as organizações locais;
turismo.
(Comtur), a estratégia foi fortalecer esta
mapeamento, diagnóstico e assessoria
A prefeitura investiu na criação de roteiro
instituição para ser o alicerce do arranjo
técnica para adequação das estruturas
adaptado, que interliga dez pontos turísticos
institucional. Alguns empresários locais – que
públicas e privadas no município;
totalmente trafegáveis por turistas com
já tinham iniciativas nas áreas de Aventura
realização de cursos de qualificação aos
deficiência, na região central da cidade,
e Acessibilidade e estavam motivados pelas
prestadores de serviços turísticos, de apoio
contemplando o Centro Histórico, o comércio
oportunidades dos programas – estavam
e Turismo de Aventura; desenvolvimento
local, o Mirante do Cristo e o Horto Municipal.
organizados na Associação Comercial
e produção de material técnico de cunho
O apoio e as ações do MTur e das instituições
e contribuíram para agregar novos
didático, comercial e operacional.
conveniadas motivaram os empresários e os
de Socorro no segmento de Turismo de Aventura e Acessibilidade chamaram a atenção para o destino, que passou a contar com o apoio de diversas instituições que contribuíram para que a cidade se tornasse realmente referência em Aventura Especial. Em 2008, ao iniciar o projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos, muitas ações importantes já estavam acontecendo,
estabelecida, representativa e atuante, com
empreendimentos e fortalecer o movimento
• Convênio com a Avape para planejamento
• Convênio com a Prefeitura Municipal de
privado, ligados direta ou indiretamente ao
moradores, criando uma forte sinergia sobre
pela Aventura Especial. Cabe ainda destacar
Socorro para adequação das estruturas
o tema no destino. Assim, os empresários
específico e havia muitas iniciativas
a articulação dos poderes público municipal,
públicas e criação de um roteiro urbano
passaram a oferecer atividades de Aventura
desarticuladas. Outros desafios eram a pouca
estadual e federal, que mantiveram o
adaptado.
completamente adaptadas para atender a
integração entre o fluxo turístico dos parques
apoio aos projetos em desenvolvimento
No decorrer do projeto Destino Referência
esse público.
e pousadas com a vida social e cultural
independentemente de preferências e
em Turismo de Aventura Especial, a Abeta
O Comtur, que desde o princípio era a
da cidade, a baixa qualificação de alguns
mudanças políticas.
implementou o programa Aventura
instituição representativa da governança
serviços e pouca adesão aos projetos de
Para atender às necessidades do destino,
Segura, qualificou empresas e profissionais,
local, ficou ainda mais fortalecido.
Aventura e Acessibilidade.
que eram principalmente interligar as ações
organizou a associação do segmento e
Organizado no formato de comissões
Diferentemente de outros destinos
e programas que estavam acontecendo e
formalizou os empreendimentos. A Avape
técnicas – grupos de trabalho voluntário
envolvidos no projeto, em que se trabalhou
reacender o ânimo dos parceiros envolvidos.
mapeou os equipamentos públicos e
com foco em Aventura, Acessibilidade,
um segmento claro e específico, em Socorro
A estratégia do projeto foi apoiar e articular
privados, mediu e avaliou as condições
Marketing e outros temas relacionados ao
o desafio foi aliar Aventura e Acessibilidade
os convênios de três instituições com o MTur:
de acessibilidade e propôs modificações,
setor –, o Comtur é uma peça-chave no
em uma experiência possível e coerente,
• Convênio com a Abeta para qualificar
projetando como deveriam ser as
desenvolvimento organizado do destino.
mas não havia foco em nenhum segmento
4
primeiro dentro do próprio destino e depois
os prestadores de serviço de Turismo
adaptações. Ao lado da prefeitura, desenhou
Sua importância como Grupo Gestor
num formato que pudesse ser reaplicado em
de Aventura e implementar as Normas
ainda os roteiros turísticos que seriam
foi respaldada, inclusive nos estudos de
outros locais.
Técnicas de Turismo de Aventura para
adaptados. Além disso, ofertou cursos
competitividade da FGV, também realizados
Porém, neste momento, também já havia um
condutores, informações mínimas
específicos de atendimento a pessoa com
em Socorro durante o desenvolvimento do
4. www.socorro.sp.gov.br/
projeto.
cenário favorável, que possibilitou a solução
3
3. www.abntnet.com.br/mtur
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Resultados alcançados
empreendedores privados, que buscam
recente visita da Secretaria da Copa 2014
aprender como aplicar as normas de
e Rio 2016 e da Secretaria da Pessoa com
o resultado dos esforços coletivos e
Durante a realização do projeto Destinos
Aventura e Acessibilidade em seus locais
Deficiência, ambas da Prefeitura do Rio de
inspire novas pessoas e instituições a se
Referência em Segmentos Turísticos, a equipe
de origem, demonstra a importância que
Janeiro, que visitaram a cidade para conhecer
envolver com a estruturação do segmento
de trabalho envolvida na execução do projeto
a estruturação da Aventura Acessível em
a experiência de Socorro e utilizá-la nas
e do destino – foi a inauguração do roteiro
foi muito importante para a articulação e
Socorro tem para o desenvolvimento e
adaptações das estruturas da cidade para a
adaptado, com a presença do ministro do
integração das ações e resultados com as
inclusão social através do turismo. Prova
Copa 2014, Olimpíadas e Paraolimpíadas do
Turismo, imprensa, autoridades, técnicos e
estratégias do MTur. Esse foco contribuiu
do sucesso das ações e do destino é a
Rio de 2016.
comunidade. Essa ação projetou o destino na
para atingir um resultado coletivo, que
mídia, colocando-o em evidência tanto entre
foi exatamente consagrar Socorro como
o trade quanto entre o público-alvo, o que se
referência em Aventura Especial.
refletiu em aumento do fluxo ao destino.
Mesmo antes da finalização do projeto
Em Socorro, a Ação Símbolo do projeto – entendida como algo efetivo que represente
Destinos Referência em Turismo de Aventura Especial em Socorro, o destino já se posicionava no mercado nacional como modelo em Turismo de Aventura e Acessibilidade. Técnicos e representantes do destino já apresentam as experiências bem sucedidas em eventos e publicações em todo Brasil. O aumento na quantidade de visitas técnicas de gestores públicos e
Para saber mais: www.turismo.gov.br www.abeta.org.br www.aventurasegura.org.br www.inmetro.gov.br www.aventuraespecial.org.br www.avape.org.br www.abnet.com.br/mtur www.socorro.sp.gov.br www.cadastur.turismo.gov.br
Resultados do Projeto • Adesão dos empresários e prestadores de serviço aos programas de qualificação e implementação de normas técnicas de Turismo de Aventura e acessibilidade • Governança local representativa e atuante, baseada no Comtur • Atuação continuada e liderança do poder público municipal que, apesar da troca de administração durante o projeto, manteve o processo em andamento e fortaleceu o destino • Articulação e entendimento entre os diversos projetos e ações realizados no destino • Preparação do destino para exposição na mídia, conquistando promoção espontânea devido ao tema inovador • Repercussão no aumento do fluxo de visitantes, inclusive fora de temporada • Utilização de assessoria técnica para implementação das normas • Boa relação institucional entre os Poderes Públicos municipal, estadual e federal, sem interferência de política partidária • Realização de seminário de multiplicação, oficina de projeto e visita técnica com a participação do grupo gestor do projeto, empresários e comunidade do destino, além de representantes de outros destinos com vocação para o desenvolvimento de Turismo de Aventura e acessibilidade
Equipe Ministério do Turismo Coordenação Geral Ricardo Martini Moesch Tânia Brizolla Coordenação Técnica Ana Clévia Guerreiro Lima Jurema Monteiro Rosiane Rockenbach Sáskia Lima Equipe técnica Brena Coelho Carolina Campos Fabiana Oliveira Laura Marques Philippe Figueiredo Talita Pires Wilken Souto Colaboração Ana Beatriz Borges Serpa Alessandra Lanna Bárbara Blaut Rangel Cristiano Borges Luis Eduardo Delmont Marcela Souza Priscilla Grintzos Rafaela Lehmann Salomar Mafaldo Equipe Instituto Casa Brasil de Cultura Coordenação do projeto Marcelo Safadi Coordenação operacional e assistência técnica Priscila Vilarinho Consultores dos destinos Marcos Pompeu – São João del Rei (MG) e Jericoacoara (CE) Priscila Vilarinho – Brasília (DF), Paraty (RJ) e Ribeirão Preto (SP) Rodrigo Lopes – Serra Geral (SC), Lençóis (BA) e Socorro (SP) Ricardo Silva – Santarém (PA) e Barcelos (AM) Consultores de apoio Alessandra Schneider Felipe Arns Marcos Martins Borges Paulo d’Ávila Ferreira Roberto Mourão Thiago Dias Apoio administrativo Jairo Mendonça Júnior Assistência técnica adminstrativa Breno Mendonça Vieira
© Instituto Casa Brasil de Cultura. Goiânia, 2010
Destinos de Referência em Turismo Segmento: Aventura Especial Destino: Socorro – SP Parceiros executores locais: Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência (Avape) Associação Brasileira de Turismo Aventura (Abeta) Prefeitura Municipal de Socorro
Coordenação editorial Wolney Unes Texto Alessandra Schneider Projeto gráfico Samara Bitencourt Arte final de capa Genilda Alexandria Diagramação Marcus Lisita Rotoli Fotografia Banco de Imagens do Estado de São Paulo Revisão Camila Pessoa Apoio Acolhida na Colônia Abeta Casa Azul Belta Instituto Dharma Convention Bureau Avape Prefeitura de Socorro Sebrae-CE AmazonasTur Secretaria de Turismo de Barcelos Impressão Marques e Bueno Ltda. (Gráfica Talento)