Destino Referência em Segmentos Turísticos

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Sumário Presidente da República Federativa do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva Ministro de Estado do Turismo Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho

Secretário-Executivo Mário Augusto Lopes Moyses Secretário Nacional de Políticas do Turismo Carlos Silva Diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico Ricardo Martini Moesch Coordenadora-Geral de Segmentação Sáskia Freire Lima de Castro

Coordenadora-Geral de Regionalização Ana Clévia Guerreiro Lima Coordenadora-Geral de Informação Institucional Isabel Cristina da Silva Barnasque Coordenadora-Geral de Serviços Turísticos Rosiane Rockenbach

Introdução

5

Gestão do Projeto

11

Metodologia: Sistema Cores de Planejamento e Gestão de Destinos

15

O Movimento e o Resultado

18


Introdução

4 Experiências mundiais em desenvolvimento

regiões diferentes, para que suas experiências

de destinos turísticos demonstram que

possam servir como referencial para outros

a governança e a sustentabilidade são

destinos no Brasil, validando e consolidando

premissas básicas para o desenvolvimento

a estratégia de desenvolvimento de políticas

econômico estável e continuado. Os aspectos

públicas e de ampliação, segmentação e

de sustentabilidade avançaram sobre as

diversificação da oferta turística nacional.

dimensões sociais, econômicas e ambientais

O projeto visa o desenvolvimento de um

de maneira equilibrada, o que tornou a

destino por meio de um segmento, partindo

participação das comunidades e dos agentes

do princípio de que o trade local deve estar

do mercado imprescindíveis para o sucesso

organizado, com prioridades e estratégias

de um destino.

definidas e com foco na competitividade.

Nesta perspectiva fica claro que só se tem

A estratégia para selecionar os dez destinos

sustentabilidade com governança local, e

brasileiros para serem contemplados e

só se tem governança com trade turístico

servirem de referência em segmentação

organizado e profissional.

do turismo foi baseada nos Planos de

O Ministério do Turismo entendeu que seria

Marketing Turístico Nacional – Plano

muito importante a experimentação de uma

Cores do Brasil – e Internacional – Plano

estratégia de governança local a partir de

Aquarela –, desenvolvidos pelo Governo

segmentos do mercado, considerando que os

Federal por meio do Ministério do Turismo

parceiros teriam mais afinidade e interesses

e do Instituto Brasileiro de Turismo

mais aproximados, já que sempre é muito

(Embratur), respectivamente, e nos Estudos

difícil o acordo entre as inúmeras ou diversas

de Competitividade desenvolvidos pelo

atividades que o turismo envolve.

Ministério do Turismo em parceria com o

Com isso foi criado o projeto Destinos

Sebrae Nacional e a Fundação Getúlio Vargas,

Referência em Segmentos Turísticos, que

nos casos em que se trata de Destino Indutor

tem como objetivo principal a organização

de Desenvolvimento Turístico Regional.

do trade local dentro da perspectiva de um

Os destinos envolvidos são brevemente

Segmento Turístico e a construção de um

apresentados a seguir. Suas experiências no

modelo referencial que possa servir de base

desenvolvimento dos segmentos específicos

para outros destinos com a mesma vocação

foram publicadas em volumes específicos e

turística. Para isso, foram selecionados dez

podem ser consultadas no site do Ministério

destinos com características diferentes, em

do Turismo (www.turismo.gov.br).


7

6

anos 70 em um destino turístico de atração

Anitápolis, Rancho Queimado, Santa Rosa de Lima e Urubici (SC) – Destino Referência em Turismo Rural

Barcelos (AM) – Destino Referência em Turismo de Pesca

Brasília (DF) – Destino Referência em Turismo Cinematográfico

Localizado na região amazônica, Barcelos

Brasília reflete a mistura cultural dos

As propriedades dos municípios citados

é um destino turístico ainda pouco

sotaques, da culinária, dos costumes e

integram o projeto Acolhida na Colônia,

conhecido pela maioria dos brasileiros, mas

trejeitos do povo brasileiro, trazidos pelos

integrada a uma associação francesa de

já com destaque no mercado internacional.

agricultores, que visa valorizar o modo de

candangos que ergueram a capital com suas

Considerada a capital do peixe ornamental,

vida no campo através do agroturismo

próprias mãos. Por servir ainda de base para

Barcelos é a maior exportadora brasileira do

ecológico. Esta modalidade de turismo é

embaixadas de outras nações, é lugar das

produto e uma das maiores do mundo, com

suas pousadas, o uso de seus serviços, e

praticado dentro das propriedades rurais,

mais variadas etnias internacionais.

destaque para os peixes conhecidos como

por consequência a geração de emprego e

permitindo ao turista entrar em contato

Brasília é um destino referência no segmento

cardinal, de beleza exótica e brilho intenso, e

promoção da renda dos seus habitantes. O

com a atmosfera da vida na propriedade,

de turismo audiovisual, pelas facilidades

acará-disco.

destino é recomendado como um dos sete

integrando-se, de alguma forma, aos hábitos

encontradas na prestação de serviços,

Famosa por concentrar a maior quantidade

destinos de vela no mundo, competindo no

locais, seja por acompanhar o processo de

por ter um conjunto urbanístico em um

de tucunarés em toda a região amazônica,

windsurf com destinos internacionais de Sol

elaboração dos produtos agrícolas – doces,

cenário natural variado e exclusivo, uma

em seus grandes rios e centenas de lagos,

e Praia.

geleias, pães, café, queijo, etc. – ou por

vez que Brasília é a única cidade no século

Barcelos é o destino perfeito para o Turismo

vivenciar o dia a dia da vida rural – plantio,

XXI tombada como Patrimônio Cultural da

de Pesca, que atrai pescadores de todos os

colheita, manejo de animais –, consumindo

cantos do mundo em busca do tucunaré-

Humanidade.

Lençóis (BA) – Destino Referência em Turismo de Aventura

os saberes e fazeres do campo.

açu (Cichla temensis). Este peixe – que pode

É considerada também a cidade mais cinéfila

A Chapada Diamantina é uma região de

A região das Encostas da Serra Geral, em

atingir até 1 metro de comprimento e pesar

do Brasil, pois conta com o maior número de

serras, no centro da Bahia, onde nascem os

Santa Catarina, por suas especificidades,

mais de 14 quilos – cativa cada dia mais

salas de cinema por habitante.

rios das bacias do Paraguaçu, do Jacuípe e

possui grande potencial para o

adeptos de sua pesca em todo o mundo,

desenvolvimento do Turismo Rural, atividade

devido ao modo explosivo como atacam

Jericoacoara (CE) – Destino Referência em Turismo de Sol e Praia

coordenada e articulada pela Associação

as iscas e às bruscas arrancadas depois de

Acolhida na Colônia e fortalecida com ações

A cidade de Jijoca de Jericoacoara,

fisgados. Essas características proporcionam

cachoeiras e formam transparentes piscinas

de apoio aos agricultores familiares na

aos amantes da pesca esportiva emoções

classificada pelo jornal Washigton Post como

naturais, propiciando assim as diversas

formatação de roteiros turísticos e em sua

indescritíveis, o que motiva o retorno dos

uma das dez praias mais bonitas do mundo,

atividades de turismo de aventura.

inserção no mercado.

turistas ao local para reviverem a experiência

desenvolveu nessas décadas um crescente

Por suas características geográficas e

fluxo de curiosos, viajantes, mochileiros e

geológicas, a região da Chapada Diamantina

turistas, tanto brasileiros quanto estrangeiros,

passou por diversos ciclos econômicos e de

que transformaram a vila de pescadores dos

ocupação: agricultura, pecuária, garimpo

anterior.

internacional no século XXI. Jericoacoara é hoje point internacional para os esportes da vela, e tem na sua natureza de dunas brancas, muito vento, sol intenso e praias nativas, o ambiente perfeito para permanecer atraindo turistas nacionais e estrangeiros, garantindo a ocupação de

do Rio de Contas. Essas correntes de águas brotam nos cumes e deslizam pelo relevo em belos regatos, despencam em borbulhantes


9

8 de diamantes, e nas ultimas décadas vive

de Ribeirão Preto como Destino Referência

mais de duas mil espécies de peixes, cerca

e expectativas de instituições de ensino

o desenvolvimento do turismo. Lençóis é

devem ser destacados: boa infraestrutura

de 950 espécies de pássaros, 300 espécies

estrangeiras e de operadores e agentes de

portão de entrada para a região, cidade

turística, com destaque para equipamentos

de mamíferos e cerca de 10% de todas as

intercâmbio no exterior por programas de

tombada como Patrimônio Histórico Artístico

relacionados à realização de eventos

espécies de plantas existentes na Terra.

educação internacional no país.

Nacional pelo Iphan, e hoje é considerada

(hotéis com salas, centro de convenções e

Representantes típicas da flora local são a

destino referência em Turismo de Aventura.

exposições); existência de feiras de negócios

vitória-régia e as dezenas de espécies de

regulares; ocorrência de eventos nacionais e

bromélias.

Paraty (RJ) – Destino Referência em Turismo Cultural

internacionais técnico-científicos; existência de aeroporto com frequência regular de voos

São João del Rei (MG) – Destino Referência em Turismo de Estudos e Intercâmbio

Socorro (SP) – Destino Referência em Turismo de Aventura Especial Localizada na Serra da Mantiqueira, Socorro é uma pequena cidade a 110 quilômetros

Patrimônio Histórico Nacional, com seus

nacionais e regionais, boa acessibilidade

casarios e igrejas em estilo colonial,

terrestre; proximidade da capital – São Paulo

calendário cultural diversificado, celebrações

– maior centro econômico do país e principal

O destino escolhido pelo Ministério do

de festas religiosas tradicionais e suas

emissor de turistas de negócios e eventos;

Turismo para implantar o projeto piloto

liberar adrenalina, por meio das atividades de

manifestações artísticas autênticas, Paraty

realização de visitas técnicas regulares no

para estruturação do segmento de Estudos

aventurura.

demonstra seu potencial para se projetar

município e entorno; existência de centros

e Intercâmbio foi a cidade de São João

As iniciativas pioneiras e experiências

como um destino de Turismo Cultural

tecnológicos e acadêmicos de excelência.

del Rei, em Minas Gerais. Como uma das

de Socorro no segmento de Turismo de

de Campinas, entre os Estados de São Paulo e Minas Gerais. Por trás da tranquilidade interiorana, Socorro possibilita ao turista

Capitais da Cultura no Brasil, a cidade

Santarém (PA) – Destino Referência em Ecoturismo

Aventura e Acessibilidade chamaram a

possui infraestrutura turística para receber

atenção para o destino, que passou a contar

a demanda emergente para o Turismo

com o apoio de diversas instituições que

de eventos culturais de âmbito internacional,

O município de Santarém é o centro do

de Estudos e Intercâmbio, com posição

contribuíram para que a cidade se tornasse

como a Festa Literária Internacional de Paraty

polo Tapajós, a principal cidade do oeste

geográfica privilegiada e oferta de voos

realmente referência em Aventura Especial.

(Flip), momento em que a cidade tem a

do Pará e a segunda mais importante do

regulares para o Rio de Janeiro e Belo

A partir desse conjunto de fatores é que a

oportunidade de reunir inúmeros escritores e

Estado. Logo em frente à cidade, é possível

Horizonte.

cidade foi selecionada pelo Ministério do

leitores de todo o mundo.

ver o encontro dos Rios Amazonas, com

O município está situado em uma região

Turismo como referência em Turismo de

suas águas barrentas, e Tapajós, em tons

de grandes atrativos, onde se encontram

Aventura Especial.

esverdeados: suas águas correm lado a lado

importantes referências do patrimônio

por quilômetros sem se misturar. Além disso,

material e imaterial do Brasil, como a cidade

A escolha de Ribeirão Preto para participar

há diversas das cachoeiras, lagos e praias

de Tiradentes, parte das Serras do Lenheiro e

Os objetivos específicos do projeto são:

do projeto Destino Referência se deu

formadas ao longo do Tapajós.

São José. Buscou-se, com isso, contribuir para

• Desenvolver e implantar um sistema de

com base nas suas pré-condições para o

O ecossistema atual da região apresenta

introduzir o Brasil como uma nova opção

gestão do turismo nos destinos turísticos

Segmento de Negócios e Eventos. Entre

a biodiversidade característica da região

de destino para estudantes internacionais,

selecionados pelo Ministério do Turismo,

os fatores que justificaram a determinação

amazônica, onde já foram catalogadas

por terem sido identificadas demandas

com a participação de entidades locais

nacional e internacionalmente. Este cenário, naturalmente propício ao turismo, é ainda enriquecido pela realização

Ribeirão Preto (SP) – Destino Referência em Turismo de Negócios e Eventos


Gestão do Projeto

10 públicas, privadas e do terceiro setor,

• Apoiar a atuação das entidades,

O modelo de gestão descentralizada

entidades executoras do projeto em âmbito

garantindo a padronização dos métodos

conveniadas com o Ministério do

concebido e implementado pelo Ministério

local, o Ministério do Turismo, num processo

utilizados, observando as devidas

Turismo, responsáveis pela elaboração e

do Turismo, desde 2003, prevê a integração

participativo, contou com o apoio técnico

peculiaridades de cada segmento e

implementação do Plano da Ação

de diversas instâncias da gestão pública e

presencial de tutores e consultores que

da iniciativa privada por meio da criação e

acompanharam a implantação de cada passo

organização dos arranjos institucionais.

da metodologia, garantindo integração e

Para a gestão e execução do projeto Destinos

participação das comunidades locais.

Referência em Segmentos Turísticos, o

Para garantir o sucesso na execução das

Ministério do Turismo contou com a parceria

ações nos territórios selecionados, entidades

de várias instituições públicas, privadas e do

locais foram selecionadas para atuar como

terceiro setor, o que permitiu abordagens em

parceiros executores do projeto em âmbito

dois enfoques estratégicos nos destinos: o

local, ou seja, nos destinos. Cada entidade

foco na gestão compartilhada, que valoriza

executora demonstra experiência com

a governança local, e o foco no mercado,

segmento turístico que foi trabalhado

que permite a elaboração dos planos de

no destino e envolvimento com pessoas,

ação voltados aos principais segmentos

profissionais, instituições e empresas que

turísticos que dão identidade aos territórios

atuam nesse segmento.

contemplados.

Essas entidades locais firmaram convênio

A partir da parceria estabelecida com o

com o Ministério do Turismo, conforme

Intituto Casa Brasil de Cultura e com as

quadro demonstrativo apresentado a seguir,

1. htpp://www.turismo.gov.br/turismo/conselhos/

prevendo ações específicas para cada

destino, e a qualidade dos resultados a serem obtidos • Apoiar na elaboração de um Plano de

Para os destinos participantes, foi um privilégio participar de um projeto que valoriza a opinião local e fortalece

Ação para cada destino selecionado e

as entidades, exigindo dos parceiros

acompanhar e monitorar a implementação

envolvimento e tolerância para que o

desses planos, garantindo a qualidade dos

processo de discussão e busca de soluções

resultados a serem obtidos

seja um catalisador do mercado e promova

• Apoiar tecnicamente a implementação de uma Ação Símbolo em cada destino • Realizar multiplicação das experiências aplicadas nos destinos para outros destinos e regiões turísticas

sinergia e objetividade nas ações.

1

Convênios São acordos, ajustes ou qualquer outro instrumento que discipline a transferência de recursos financeiros de dotações consignadas nos orçamentos fiscais e da Seguridade Social da União e tenha como participantes: de um lado, órgão ou entidade da administração pública federal, direta ou indireta e, do outro lado, órgão ou entidade da administração pública estadual, distrital ou municipal, direta ou indireta, ou ainda, entidades privadas sem fins lucrativos, visando à execução de programa de governo, envolvendo a realização de projeto, atividade, serviço, aquisição de bens ou evento de interesse recíproco, em regime de mútua cooperação. (Decreto n° 6.170, de 25 de julho de 2007)


13

12 destino e que pudessem ser executadas

conveniadas com o Ministério do Turismo

paralelamente à metodologia prevista em

na execução das ações símbolo (marcos

âmbito nacional visando o fortalecimento da

efetivos de atuação do projeto) assim como

participação local. De forma geral, as ações

apoiar o desenvolvimento de uma estratégia

executadas pelos parceiros conveniados

competitiva para o destino no âmbito do

contemplavam a mobilização local, a

segmento escolhido.

contratação de uma consultoria especializada

Os tutores do ICBC e os consultores as

no segmento e uma ação simbólica para

entidades executoras realizaram visitas

consolidação do projeto no destino como

periódicas aos destinos e mantinham contato

fechamento do cronograma.

para acompanhamento das ações do projeto,

A gestão nacional do projeto ficou a cargo

supervisionados por um coordenador geral.

do Instituto Casa Brasil de Cultura. Para tanto

Essa estratégia permitiu uma relação direta

o Ministério do Turismo firmou um Termo

com as pessoas envolvidas em cada destino,

de Parceria com o referido instituto com

mantendo o ambiente de governança

o intuito de desenvolver a metodologia a

aquecido e tornando o processo dinâmico,

partir das experiências nos dez destinos,

o que possibilitou a customização da

detalhando o passo a passo de cada

metodologia conforme necessidade de cada

etapa, para que o destino pudesse realizar

destino inserindo ou adaptando ações com

seu planejamento de forma continuada

vistas a alcançar os melhores resultados.

e participativa, diminuindo o risco de

Para tornar um pouco mais clara a estrutura

interrupção de projetos e programas.

de gestão, a seguir é apresentado um

Também coube à Casa Brasil o

organograma com as entidades executoras

acompanhamento das entidades locais

em âmbito local.

Termo de Parceria É um instrumento jurídico previsto na Lei 9.790, de 23 de março de 1999, para transferência de recursos para organizações sociais de interesse público.

Quadro 1 – Estrutura de Gestão do Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos


14

Metodologia: Sistema Cores de Planejamento e Gestão de Destinos Pensar e decidir sobre o destino de forma dinâmica e participativa Para a realização do projeto Destinos

• Alinhado com os macroprogramas e programas do Plano Nacional de Turismo 2007-2010

1 Dimensões avaliadas pelo sistema

Referência foi desenvolvida uma metodologia

O Sistema Cores tem como foco a análise

específica, que atendesse de forma flexível

do destino e seu sistema turístico a partir de

e personalizada as necessidades de cada

seis dimensões. As dimensões são avaliadas

destino e que pudesse ser facilmente

pelos representantes de instituições públicas,

reaplicada em outros destinos. Assim foi

privadas e do terceiro setor, ligadas direta

criado o Sistema Cores de Planejamento e

e indiretamente ao turismo local durante a

Gestão de Destinos.

realização do Seminário Cores. A partir desta

O Sistema Cores é uma ferramenta de

autoavaliação do destino, são priorizadas por

planejamento turístico rápido, objetivo, com bases sustentáveis e que estimula o envolvimento dos diferentes setores turísticos na gestão do destino. Isto se dá por meio do estímulo ao grupo gestor local

estes mesmos agentes as ações necessárias ao desenvolvimento do destino e definidas as atribuições de cada um dos envolvidos. As dimensões avaliadas pelo Sistema Cores são:

na utilização do sistema para avaliação,

Arranjo institucional: Análise do nível

diagnóstico e prognóstico do próprio destino.

de cooperação, democratização e

Em síntese, o sistema proporciona maior viabilidade de execução, monitoramento e ajustes ao subsidiar um planejamento estratégico do turismo com as seguintes características: • Coerente com a realidade e a sustentabilidade do destino • Focado na segmentação do turismo • Acordado pelos principais atores locais • Baseado na potencialização da governança local

descentralização, definição dos papéis dos setores privado e público, representatividade desses atores, composição do arranjo institucional, instrumentos legais, incentivos e interface com os outros setores. Esta dimensão é trabalhada através da identificação e mobilização dos agentes relacionados ao setor ou ao segmento por meio de encontros, reuniões e seminários que devem culminar com a formação do Grupo Gestor e com a organização da atividade turística no destino.


17

16 Inteligência competitiva (informação):

de abastecimento de água e energia,

Inclui visitas e reuniões técnicas, apoio

monitoramento da estratégia competitiva

Análise do desenvolvimento do sistema de

tratamento de resíduos, patrimônio cultural,

à distância, condução de seminários e

traçada. A responsabilidade do Grupo

produção e difusão da realidade turística, do

inclusão social, unidades de conservação,

elaboração de relatórios.

Gestor é o monitoramento, a garantia da

monitoramento permanente da conjuntura

legislação ambiental e capacidade de carga,

c. Elaboração do Diagnóstico Competitivo

continuidade e a coordenação das ações

turística, de um sistema de base de dados

práticas sustentáveis e monitoramento dos

– realizado pelos parceiros locais com

subsequentes, assim como mobilização

e de relacionamento com as instituições de

impactos do turismo.

o apoio técnico da tutoria. Apresenta

e articulação locais, sobretudo com as

A análise das seis dimensões acima

indicativos, diretrizes, orientações

entidades ou grupos que representam.

é viabilizada através de uma série de

e estratégias para serem debatidos,

O grupo deverá ter um tamanho

estratégias e ferramentas descritas a seguir.

aprimorados e priorizados nas reuniões

adequado, não devendo ser muito grande,

técnicas e no Seminário Cores,

em torno de 15 integrantes. Portanto,

constituindo-se em documento base para

é muito importante que os agentes

a elaboração da Estratégia Competitiva

nomeados sejam efetivos líderes neste

pesquisa para verificar o nível de existência e utilização das informações sobre oferta e demanda. Infraestrutura: Identificação de ações pública e turística, priorizando e

2 Estratégias de implementação do Sistema Cores

hierarquizando as necessidades de

A implementação do Sistema Cores se dá por

do Destino Turístico. Este diagnóstico

processo, agindo de forma proativa,

meio das seguintes estratégias, flexíveis no

compreende o estudo de competitividade

participativa e até entusiasta. Eles serão os

tempo e na forma, adaptáveis às realidades

realizado pelo Ministério do Turismo e

grandes responsáveis pela sensibilização

de cada destino:

Fundação Getúlio Vargas (FGV), nos casos

dos demais agentes e pela continuidade

a. Estruturação do projeto – esta ação

em que o destino é Destino Indutor de

do projeto. Sugere-se que o Grupo Gestor

inicial foi realizada pelo MTur para

Desenvolvimento Turístico Regional, e

tenha representantes das principais

estabelecer com os gestores locais uma

outros estudos e diagnósticos do destino.

atividades relacionadas diretamente ao

linha de ação conjunta na realização do

Porém, a principal fonte de informação

segmento, para que se tenha uma visão

projeto no destino e definir os objetivos

para a elaboração do diagnóstico são os

global e não parcial.

e responsabilidades. Esta fase foi

atores locais envolvidos no projeto, que,

complementada pela tutoria do ICBC em

por meio da metodologia utilizada no

realizado no destino com os gestores e

Marketing e promoção: Avaliação do

uma primeira viagem de reconhecimento

Seminário Cores, conseguem retratar, de

atores locais. O objetivo do seminário é

posicionamento do destino no mercado,

ao destino.

maneira real e participativa, a realidade e

apresentar o projeto, estimular e viabilizar

prioridades do destino.

a participação dos atores locais nos

prioritárias para melhoria da infraestrutura

investimentos do destino. Estas necessidades são priorizadas durante a realização do Seminário Cores, que utiliza metodologias inclusivas e participativas. Qualificação do produto: Análise da qualificação dos serviços, atrativos, produção associada, estética, identidade visual e roteiros turísticos. Interface entre as entidades especializadas na qualificação profissional e empresarial.

ações de promoção e divulgação do destino, participação em feiras, relacionamento

b. Tutoria – realizada pelos consultores do ICBC, é responsável pela interface

d. Formação do Grupo Gestor – formado

e. Realização do Seminário Cores – é

processos de avaliação de diagnóstico do

com gestores e instituições no destino

durante o Seminário Cores (ver a seguir), o

destino, definir o Grupo Gestor, realizar

(parceiros), viagem de reconhecimento

Grupo Gestor participa do posicionamento

uma avaliação qualitativa e priorizar

Sustentabilidade do destino: Índices e

do destino e apoio técnico na execução

e priorização de ações para o destino e é

as demandas do destino de forma

sensação de violência, trânsito, capacidade

de todas as etapas do Sistema Cores.

o responsável pela gestão da execução e

participativa. O Seminário Estratégico

com a mídia, consolidação de imagem e mecanismos de apoio à comercialização.


O Movimento e o resultado

18 tem seu formato e duração adequados ao

i. Seminários de Multiplicação – são

O desenvolvimento do projeto nos destinos

e priorizar o que era efetivamente importante

contexto de cada destino e é precedido

dirigidos a empresários e à comunidade

trouxe muitos desafios e boas surpresas para

para o destino.

pelo trabalho de reconhecimento e

do destino, além de representantes de

os consultores, técnicos, trade, comunidade

O projeto fez com que cada setor ou

reuniões técnicas realizadas pela tutoria.

outros destinos com vocação para o

e instituições envolvidas no processo. Com

instituição identificasse e assumisse suas

desenvolvimento do segmento turístico.

realidades e estágios de desenvolvimento tão

responsabilidades. Mais do que apontar

o resultado da percepção da comunidade

Complementam esses seminários a

diversos, muitos dos destinos selecionados

necessidades e erros alheios, as estratégias

sobre a situação atual do destino ou

oficina de projeto e a visita técnica, com a

não se percebiam como referência ou

implementadas trouxeram a autoconsciência

região, gerado a partir do diagnóstico

participação do Grupo Gestor do projeto.

ainda não davam ao segmento escolhido a

da responsabilidade individual e coletiva,

competitivo e da avaliação feita durante o

importância que este poderia ter. Em muitos

além de entregar as ferramentas certas nas

Seminário Cores, por meio de uma matriz

deles havia ações e projetos em curso, mas

mãos de quem faz o turismo acontecer

de avaliação qualitativa, quando as seis

estavam desacreditados e desarticulados,

no destino. E, quando as necessidades

dimensões do destino são avaliadas sob a

assim como muitos dos arranjos

extrapolavam o âmbito local, também

ótica dos participantes.

institucionais locais.

deu orientações sobre como ter acesso

Entre os inúmeros desafios identificados

aos programas estaduais e federais de

o resultado do Seminário Cores e apresenta

pelos consultores, o maior de todos era

desenvolvimento, numa verdadeira lição de

a avaliação qualitativa e o posicionamento

entusiasmar as pessoas e entidades,

descentralização do turismo e de integração

do destino definidos pelo Grupo Gestor

integrá-las ao processo e mostrar que sua

ao Sistema Nacional de Turismo.

durante o Seminário Estratégico.

participação faria uma diferença significativa

A proposta da Ação Símbolo foi muito

para ter um resultado positivo para o destino,

gratificante em todos os destinos. Ela criou

Segmento – o Plano de Ação assessora

a ponto de este se transformar em referência

uma coesão, uma sensação de realização

os destinos no que tange às diretrizes dos

nacional.

coletiva que fortaleceu o Grupo Gestor,

Programas do Plano Nacional de Turismo

Desta forma, o Método Cores se mostrou

interna e externamente, servindo de modelo

e às orientações para as demais ações de

mais do que participativo, ele foi inclusivo e

para outras ações que foram priorizadas e

competência de outras entidades. Um

interativo. As pessoas se sentiram acolhidas,

que deveriam ser realizadas pelos envolvidos.

destaque desta estratégia, realizada com

respeitadas em seus pontos de vista e

Os Seminários de Multiplicação coroaram

sucesso em todos os destinos foi a Ação

convidadas para atuar de forma proativa.

o encerramento do projeto nos destinos.

Símbolo: algo efetivo que simbolize o

As reuniões, a princípio tensas e confusas,

Estruturado para apresentar os resultados

resultado dos esforços coletivos e inspire

aos poucos foram se transformando em um

coletivos alcançados, multiplicar as

novas pessoas e instituições a se envolver

ambiente saudável de desenvolvimento

experiências de outros destinos referência e

com a estruturação do segmento e do

coletivo, no qual cada setor podia se

capacitar os interessados através de oficinas

destino.

posicionar perante os outros e, juntos, definir

com temas escolhidos pelo próprio destino,

f. Realização de Avaliação Qualitativa – é

g. Elaboração da Estratégia Competitiva – é

h. Elaboração do Plano de Ação do


21

20 os eventos contaram com a participação do

só se tem governança com trade turístico

Grupo Gestor, empresários, setor público

organizado e profissional. E que isso se faz

e comunidade, além de representantes

com a compreensão de que cada um tem

de outros destinos com vocação para o

seu papel e deve se responsabilizar por

desenvolvimento do mesmo segmento

suas atribuições, enxergando os interesses

turístico. As visitas técnicas realizadas durante

coletivos a médio e longo prazo, ao invés de

os seminários apresentaram na prática os

somente os interesses individuais imediatos.

resultados das ações planejadas e preparadas

A proposta do projeto Destinos Referência,

durante todo o desenvolvimento do projeto.

com base na Metodologia Cores, é uma

Assim, com muito AMOR – Ação e Movimento

diretriz e não um modelo fechado, que pode

Orientado para Resultado –, o projeto ajudou

e deve ser adaptado as peculiaridades e

a construir e fortalecer os Grupos Gestores,

especificidades de cada destino.

que hoje se tornaram o coração dos destinos,

As experiências dos destinos contemplados

responsáveis por manter viva a chama do

pelo projeto podem ser consultadas nas

trabalho cooperado, do entusiasmo e da

dez publicações disponíveis no sítio do

consciência de ser um destino referência para

Ministério do Turismo (www.turismo.gov.

outros destinos no país.

br). Cada publicação conta os desafios e

Certamente, entre os inúmeros e diferentes

conquistas dos destinos em seus segmentos

resultados conquistados em cada destino,

específicos, e podem servir de referência para

os grandes destaques são o fortalecimento

o desenvolvimento de outras regiões.

institucional e o aumento do entusiasmo nos destinos, além da troca de experiências, que criou uma sinergia positiva entre destinos tão distantes e distintos, que passaram a se sentir valorizados em suas conquistas coletivas. Os resultados das experiências vividas já se multiplicam pelo Brasil por meio de visitas técnicas, oficinas, palestras e publicações, levando adiante a proposta essencial do projeto de que só se tem sustentabilidade com governança local, e

Resultados do Projeto Destinos Referência • Fortalecimento institucional através da formação de 10 Grupos Gestores locais • Envolvimento de 77 instituições ligadas direta e indiretamente ao setor do turismo • Desenvolvimento de 10 Destinos Referência em Segmentos Turísticos • Realização de 10 Oficinas de Qualificação, entre elas: Oficinas de Planejamento, de Marketing Turístico, de Elaboração de Projetos, de Ecoturismo e de Arranjo Institucional • Realização de 9 Seminários de Multiplicação, promovendo o fortalecimento local e a troca de experiências entre os destinos por meio de palestras, oficinas e visitas técnicas • Participação direta de cerca de mais de 600 pessoas • Integração de ações entre as esferas municipais, estaduais e nacionais • Integração entre governos, setor privado, terceiro setor e comunidade • Multiplicação dos resultados das experiências pelo Brasil, por meio de visitas técnicas, oficinas, palestras, vídeos e publicações



Equipe Ministério do Turismo Coordenação Geral Ricardo Martini Moesch Tânia Brizolla Coordenação Técnica Ana Clévia Guerreiro Lima Jurema Monteiro Rosiane Rockenbach Sáskia Lima Equipe técnica Brena Coelho Carolina Campos Fabiana Oliveira Laura Marques Philippe Figueiredo Talita Pires Wilken Souto Colaboração Ana Beatriz Borges Serpa Alessandra Lanna Bárbara Blaut Rangel Cristiano Borges Luis Eduardo Delmont Marcela Souza Priscilla Grintzos Rafaela Lehmann Salomar Mafaldo Equipe Instituto Casa Brasil de Cultura Coordenação do projeto Marcelo Safadi Coordenação operacional e assistência técnica Priscila Vilarinho Consultores dos destinos Marcos Pompeu – São João del Rei (MG) e Jericoacoara (CE) Priscila Vilarinho – Brasília (DF), Paraty (RJ) e Ribeirão Preto (SP) Rodrigo Lopes – Serra Geral (SC), Lençóis (BA) e Socorro (SP) Ricardo Silva – Santarém (PA) e Barcelos (AM) Consultores de apoio Alessandra Schneider Felipe Arns Marcos Martins Borges Paulo d’Ávila Ferreira Roberto Mourão Thiago Dias Apoio administrativo Jairo Mendonça Júnior Assistência técnica adminstrativa Breno Mendonça Vieira

© Instituto Casa Brasil de Cultura. Goiânia, 2010

Destinos de Referência em Turismo Coordenação editorial Wolney Unes Texto

Alessandra Schneider

Projeto gráfico Samara Bitencourt Arte final de capa Genilda Alexandria Diagramação Marcus Lisita Rotoli Fotografia Acervo do Instituto Casa Brasil de Cultura: Wolney Unes Revisão Camila Pessoa Apoio Acolhida na Colônia Abeta Casa Azul Belta Instituto Dharma Convention Bureau Avape Prefeitura de Socorro Sebrae-CE AmazonasTur Secretaria de Turismo de Barcelos Impressão Marques e Bueno Ltda. (Gráfica Talento)


Serra Geral - SC


Sumário Presidente da República Federativa do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva Ministro de Estado do Turismo Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho

Secretário-Executivo Mário Augusto Lopes Moyses Secretário Nacional de Políticas do Turismo Carlos Silva Diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico Ricardo Martini Moesch Coordenadora-Geral de Segmentação Sáskia Freire Lima de Castro

Coordenadora-Geral de Regionalização Ana Clévia Guerreiro Lima Coordenadora-Geral de Informação Institucional Isabel Cristina da Silva Barnasque Coordenadora-Geral de Serviços Turísticos Rosiane Rockenbach

Anitápolis, Urubici, Rancho Queimado e Santa Rosa de Lima

Região das encostas da Serra Geral (SC) 5 Apresentação

5

O turismo nas Encostas da Serra Geral

7

Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos

15

Destino referência em Turismo Rural

19

Resultados alcançados

31


Anitápolis, Urubici, Rancho Queimado e Santa Rosa de Lima

Região das encostas da Serra Geral (SC) Apresentação

Em geral as visitas de famílias e casais

O charme do Turismo Rural em colônias europeias do Sul do Brasil

e duram em média de dois a três dias. Os

ocorrem nos finais de semana e feriados, turistas que procuram a região buscam saber

Nas Encostas da Serra Geral de Santa

como vivem, como trabalham e o que fazem

Catarina, no entorno de Florianópolis,

os agricultores ecológicos, além de conhecer

região colonizada por imigrantes italianos

os processos de plantio, transformação e

e alemães, famílias de agricultores que

consumo dos alimentos orgânicos.

trabalham de maneira cooperada na

É comum os turistas ficarem amigos das

produção de alimentos orgânicos, abriram

famílias rurais e retornarem com frequência,

suas propriedades para mostrar aos visitantes

aproveitando os períodos de determinadas

sua maneira de viver integrada à natureza.

frutas, como os deliciosos morangos e uvas,

Assim surgiu a Associação de Agroturismo

ou para vivenciar as diferenças climáticas

Acolhida na Colônia.

tão marcantes na região. Trata-se de

Nas propriedades que participam da

oportunidades interessantes para serem

Acolhida, os visitantes são recebidos

trabalhadas de maneira a motivar as visitas

por famílias rurais que ainda vivem

em períodos de baixa ocupação.

de maneira semelhante aos colonos

Visitas de escolas e universidades costumam

europeus e aprendem com as experiências

ocorrer durante a semana e têm duração

contemporâneas de agricultura

variável, dependendo do tema da visita.

agroecológica. Essas experiências tornaram a

Esta é uma boa estratégia para motivar as

região referência em Turismo Rural.

visitas nos períodos de baixa temporada.

O destino já é visitado por escolas,

Empresas que organizam viagens técnicas

universidades, famílias e casais, sendo a

e pedagógicas podem ter um excelente

maioria proveniente de Florianópolis e de

produto para oferecer a escolas e

outras cidades de Santa Catarina. Há demanda

universidades.

também de visitantes das capitais vizinhas,

O ideal é que os agentes conheçam as

como Curitiba e Porto Alegre, de São Paulo e

propriedades e a proposta da Acolhida

outros estados mais distantes, que vêm em

antes de organizar viagens para grupos ou

busca de viver a experiência de ser acolhido

famílias. Para começar a conhecer a proposta,

por uma família que vive no meio rural.

a orientação é acessar o site da associação:


Serra Geral - SC

Serra Geral - SC

6

7

O turismo na região das Encostas da Serra Geral

utilizados pelos filhos que foram trabalhar ou

próximos, como Rancho Queimado, quanto

É importante lembrar que as visitas devem

uma convivência mais próxima com os

personalizado para famílias ou grupos de

aos mais distantes, como Urubici. A maioria

ser agendadas com antecedência, pois

agricultores. A sensação é de estar visitando

estudo. No site há também um link para

dos visitantes utiliza seu próprio veículo

as famílias precisam se preparar para

um parente querido que vive na área rural.

contatos e central de reservas, que conduz

para chegar até as propriedades. Porém, há

receber. Em alguns municípios há centros

Já os chalés coloniais proporcionam mais

ao atendimento direto pela equipe da

alternativas como o aluguel de veículos ou a

de atendimento ao turista e sinalização

privacidade ao visitante e à família que o

Associação, garantindo a escolha adequada

contratação de serviços locais de transporte

turística personalizada, sendo possível obter

recebe, pois têm estrutura independente de

dos lugares que serão visitados.

– vans e micro-ônibus –, que atendem aos

informações sobre as propriedades rurais e os

acomodação e banheiro. Em qualquer um

As orientações de acesso usam como

grupos. A melhor maneira de encontrar o

serviços disponíveis em cada uma.

dos casos, as refeições são feitas em conjunto

referência Florianópolis, por ser o principal

transporte ideal e as condições de acesso

Atendendo ao perfil do viajante de Turismo

e o visitante pode se integrar às atividades

emissor e também o portão de entrada

é entrando em contato com a Central de

Rural, a hospedagem é feita nas propriedades

rurais ou aproveitar as atrações naturais

para a região. A capital é servida por um

Reservas da Associação, indicada no final

rurais, em quartos ou chalés coloniais. Os

disponíveis no entorno da propriedade.

aeroporto internacional, rodovias de

desta publicação.

quartos coloniais são cômodos dentro da

Uma prática muito comum entre os turistas

própria casa da família que, em geral, eram

é se hospedar em uma propriedade e fazer

www.acolhida.com.br. A partir daí, pode-

a organização da viagem com segurança.

se conhecer a distribuição espacial das

A partir de Florianópolis se têm acessos aos

propriedades e o que cada uma oferece,

vários destinos da Acolhida, tanto aos mais

o que facilita a criação de um roteiro

qualidade e sinalização turística que facilitam

estudar na cidade. Tais quartos, preparados para receber os visitantes, proporcionam



Serra Geral - SC

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10

11

visitas ou algumas refeições nas propriedades

de receitas das famílias rurais, que podem ser

vizinhas. É uma maneira bem interessante de

acessadas na página da Acolhida na Colônia.

aproveitar o tempo e distribuir os benefícios

Apesar da variedade dos pratos oferecidos

econômicos do turismo.

pelas famílias, há uma característica comum

Aliás, além das paisagens exuberantes, outro

a todos: o fogão à lenha é o coração da casa.

grande destaque da região é a culinária. Não

Ele aconchega, reúne, aquece no inverno, assa

há grandes restaurantes ou pratos turísticos

o pinhão, garante a água quente do chuveiro

comuns a toda a região. Pelo contrário, o mais

e do mate, além, é claro, de ser o responsável

interessante é provar as receitas tradicionais

pelos sabores e aromas que convidam ao

criadas e preparadas pelas famílias rurais,

prazer gastronômico sem pressa.

com alimentos orgânicos produzidos na

A produção associada garante boas compras.

propriedade ou na região. Os cafés ou mesas

Os visitantes podem levar para casa mel,

coloniais são uma experiência gastronômica

melado, açúcar mascavo, geleias, doces,

única, na qual cada ingrediente tem uma

molhos de tomate, compotas produzidas

história particular e requer toda uma

pelas famílias. O pecado é permitido, afinal,

dedicação para chegar à mesa. A diversidade

praticamente tudo é orgânico e de excelente

é tão grande que até já foi criado um caderno

qualidade.


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13

O segmento de Turismo Rural Segundo o Ministério do Turismo no documento Turismo Rural – Orientações Básicas1, “Turismo Rural é o conjunto de atividades turísticas desenvolvidas no meio rural, comprometido com a produção agropecuária, agregando valor a produtos e serviços, resgatando e promovendo o patrimônio cultural e natural da comunidade”. Em virtude da heterogeneidade regional, das atividades oferecidas pelo empreendimento e da mão de obra utilizada, o conceito de Turismo Rural abrange algumas derivações, como é o caso do Agroturismo e do Turismo Rural na Agricultura Familiar. O Agroturismo pode ser entendido como o turismo praticado dentro das propriedades rurais, de modo que o turista entra em contato com a atmosfera da vida na propriedade, integrando-se, de alguma forma, aos hábitos locais. A definição traz na sua essência a noção de que a atratividade das propriedades rurais está na oportunidade de acompanhar a produção de produtos agrários – doces, geleias, pães, café, queijo, vinhos, aguardentes – ou vivenciar o dia a dia da vida rural, por meio do plantio, colheita, manejo de animais, consumindo os saberes e fazeres do campo. A Associação de Agroturismo Acolhida na Colônia baseia seu trabalho em alguns princípios: • O Turismo Rural é parte integrante da propriedade rural e se constitui em fator de desenvolvimento local, 1. Brasil. Turismo rural: orientações básicas. Ministério do Turismo: Brasília, 2008. Disponível em www.turismo.gov.br

de valorização da cultura regional e revitalização do espaço rural • Os agricultores desejam compartilhar com os turistas o ambiente onde vivem e a recepção e convívio devem ocorrer num clima de troca de experiência e respeito mútuo • Devem ser cobrados preços acessíveis • Os serviços são planejados e organizados pelos agricultores familiares, que garantem a qualidade dos produtos que oferecem • O turismo deve ser complementar às outras atividades, ambientalmente correto e socialmente justo • Oferta de produção local • Estímulo à agroecologia e à venda direta de produtos pelos agricultores aos turistas • Incentivo à diversificação da produção • Estímulo ao associativismo E foram exatamente estes princípios e a prática que fizeram com que a Acolhida na Colônia fosse escolhida pelo Ministério do Turismo para desenvolver um trabalho de estruturação que a tornasse um destino referência no segmento de Turismo Rural, levando ao desenvolvimento de uma metodologia de multiplicação das experiências aplicadas no destino para outros destinos e regiões turísticas do Brasil.


Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos O modelo de gestão descentralizada1

regiões diferentes, para que suas

concebido pelo Plano Nacional de Turismo e

experiências contribuam para criar uma

implementado pelo MTur prevê a integração

base metodológica que possa servir de

de diversas instâncias da gestão pública e

modelo para outros destinos no Brasil,

da iniciativa privada por meio da criação e

validando e consolidando a estratégia de

organização dos arranjos institucionais.

desenvolvimento de políticas públicas, e de

O projeto Destinos Referência em Segmentos

ampliação e diversificação da oferta turística

Turísticos desenvolvido pelo MTur em

nacional.

parceria com o Instituto Casa Brasil de Cultura, tem como objetivo criar uma estratégia de governança local, a partir do fortalecimento e aperfeiçoamento de segmentos de mercado, procurando envolver de forma participativa toda a cadeia produtiva e instituições relacionadas com o segmento escolhido, através de prioridades e estratégias definidas e com foco na competitividade. O projeto tem como premissa a participação efetiva dos representantes locais, fortalecendo as entidades públicas e privadas, o trade e as organizações não governamentais, levando à formação de um Grupo Gestor que assume o papel de líder do processo, buscando assim garantir a continuidade das ações na área do turismo, resultados mercadológicos e a sustentabilidade do destino. Assim, foram escolhidos dez destinos com características diferentes, em 1. Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br



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19

Destino referência em Turismo Rural

presente em países da Europa, África, Ásia

Em 2007, a Acolhida na Colônia foi escolhida

Agricultores Ecológicos das Encostas da Serra

para representar o segmento de Turismo

Geral (Agreco), formada por famílias rurais

Rural no projeto Destinos Referência em

que trocaram o plantio com uso de insumos

Segmentos Turísticos, uma parceria do

químicos pela produção de alimentos

Ministério do Turismo (MTur) com o Instituto

agroecológicos e orgânicos.

Casa Brasil de Cultura (ICBC).

As famílias que formavam a Agreco já haviam

Um aspecto peculiar do projeto neste

optado por um modelo de produção mais

segmento foi a seleção de quatro municípios

saudável para si e para o planeta, quando

para compor o destino referência: Rancho

perceberam que poderiam diversificar

Queimado, Anitápolis, Santa Rosa de Lima

as atividades de suas propriedades –

e Urubici. Nestes municípios estavam

agregando mais valor aos seus produtos

localizadas as 30 propriedades rurais mais

e oferecendo alternativa de trabalho e

preparadas para receber o projeto.

renda para jovens e mulheres –, ofertando

Apesar de ter sido considerada Destino Referência em Turismo Rural, a Acolhida não é apenas um destino turístico,2 visto que é uma associação viva, que se expande e se fortalece a cada dia, extrapolando divisas de municípios e regiões e conta com um conjunto de 30 municípios e 180 propriedades. Acreditando que empreendimentos solitários dificilmente são competitivos, a Associação de Agroturismo Acolhida na Colônia foi criada no Brasil em 1998, seguindo o modelo da rede francesa Accueil Paysan, hoje 2. Para o MTur destino turístico é conceituado como local, cidade, região ou país para onde se movimentam os fluxos turísticos.

e América Latina. A iniciativa foi motivada pela existência na região da Associação de

o agroturismo ecológico. Para acolher visitantes, aprenderam a utilizar os potenciais locais: natureza exuberante, hospitalidade, atrativos histórico-culturais, clima e técnicas alternativas de produção e de vivência no campo. A partir de então, começou a haver o interesse de grupos de técnicos e agricultores em visitar a região, criando uma necessidade de ampliação da infraestrutura de hospedagem e alimentação que atendesse a essa demanda. Inicialmente a Acolhida atuava em 40 propriedades rurais de cinco Municípios – Santa Rosa de Lima, Rancho Queimado, Anitápolis, Grão-Pará, Rio Fortuna e Gravatal,


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21

estruturando-os para a prestação de serviços

e gestores públicos dos municípios e do

Em algumas reuniões já ficaram claras as

Cultura e Esporte, da Empresa de Pesquisa

de hospedagem, alimentação, lazer, venda de

turismo no Estado, para criar um ambiente

demandas mais emergentes sob o ponto de

Agropecuária e Extensão Rural (Epagri) e da

produtos e educação (técnica e ambiental),

de organização que pudesse pensar e

vista local, com destaque para:

equipe técnica composta por consultores da

por meio de roteiros integrados.

decidir sobre o destino, de forma dinâmica

• Saneamento Básico – tratamento de

Casa Brasil, técnicos do MTur e da Acolhida.

Desde 1999, a Acolhida propõe e executa

e participativa, levando à formação de um

projetos em parceria com diferentes

grupo gestor do segmento.

instituições, objetivando diversificar a oferta

Neste primeiro contato, foi possível

turística da região, melhorar a qualidade dos

avaliar o cenário do destino, seus

produtos e serviços, promover a produção

principais diferenciais competitivos e suas

comunitária da região.

necessidades. Uma boa surpresa foi conhecer

Os trabalhos in loco começaram em janeiro

a capacidade de auto-organização e o

de 2008, quando os consultores do projeto

trabalho cooperado entre os agricultores

Como se pode perceber, as necessidades

uma boa pontuação nesta dimensão, mas

visitaram as propriedades e realizaram

e a equipe técnica da Acolhida, além do

da propriedade rural estavam diretamente

também deixou evidente a necessidade

reuniões com a equipe técnica da Acolhida

comprometimento de todos com a causa.

relacionadas ao produto turístico. E este foi o

de dinamização dos Conselhos Municipais

grande desafio do projeto: conciliar os ideais

de Turismo (Comturs) e das Secretarias de

e as necessidades da agricultura familiar

Turismo, que, em sua maioria, são ligadas a

com a atividade turística, de forma que a se

outras pastas.

complementarem.

A dimensão de Informação/Inteligência

Para definir o rumo do trabalho, foi realizado

Competitiva teve sua avaliação prejudicada

um Diagnóstico Competitivo e os resultados

devido à ausência de ensino técnico

demonstraram, dentre outras coisas, a

e superior no setor turístico, além

necessidade de aumentar a diversificação e a

da inexistência de dados estatísticos

qualificação da oferta de serviços turísticos.

organizados e inventários turísticos nos

Em seguida, em julho de 2008, foi realizado

quatro municípios em questão.

o Seminário de Turismo Rural, que priorizou

A dimensão de Infraestrutura deixou claras

de maneira participativa as diretrizes e

as dificuldades encontradas para o acesso

necessidades do destino. O evento contou

às propriedades, devido a problemas nas

com a contribuição ativa de representantes

estradas e à falta de sinalização. Porém, a

dos quatro municípios. Também participaram

questão das telecomunicações é a mais

representantes do Sebrae, da Santur, da

grave, já que há poucas linhas telefônicas

Sol – Secretaria de Estado de Turismo,

fixas, baixo sinal para telefonia celular e é

resíduos • Falta de atividades de lazer para os visitantes • Dificuldades em adequação das normas de certificação quanto aos alimentos orgânicos

As atividades realizadas durante o seminário nortearam a Estratégia Competitiva e todas as ações subsequentes do projeto na região. A avaliação do Arranjo Institucional destacou a importância da cooperação intersetorial e de parcerias com entidades nacionais, situação que contribuiu para



Serra Geral - SC

25 praticamente inexistente o acesso à internet

a sustentabilidade, como a ausência de

nas propriedades rurais. Esta dimensão só

tratamento de esgoto, problemas no

teve sua pontuação melhorada devido à

fornecimento de energia elétrica, falta

proximidade do destino com o Aeroporto de

de controle de capacidade de carga e

Florianópolis.

monitoramento de impactos. Outro grande

Na quarta dimensão, de Qualificação do

desafio para a continuidade do trabalho das

Produto, ficou explícita a carência de centros

famílias é a evasão dos jovens, que buscam

de visitantes e serviços de receptivo, seguido

outras oportunidades ainda não percebidas

de outras necessidades como serviços

no meio rural.

bancários e qualificação dos meios de

Com relação aos Segmentos, confirmou-se

hospedagem. O grande destaque positivo

o Turismo Rural como segmento principal,

foi para a produção associada e serviços de

complementado pelo Ecoturismo e Turismo

alimentação, reconhecidamente os maiores

Pedagógico. Os principais mercados

valores agregados do destino. Porém, na

emissores são evidentemente regionais, com

produção associada, foi destacada a falta de

destaque para o Estado de Santa Catarina e a

oferta de artesanatos e souvenirs para os

capital, Florianópolis. Foram também muito

visitantes.

citadas as capitais de Estados mais próximos,

A quinta dimensão avaliou a situação

como São Paulo, Porto Alegre e Curitiba. Pela

do Mercado e Marketing, que tem como

relação com o modelo original Accueil Paysan,

principal aspecto positivo a proximidade dos

o mercado francês também foi apontado

mercados emissores e um posicionamento

como um importante emissor.

de destino reconhecido por elementos de

A Identidade foi marcada por diversos

sua identidade. Seus maiores desafios são a

aspectos, porém todos complementares e

promoção e a comercialização.

fortalecedores da identidade principal do

A última dimensão, Sustentabilidade do

destino, que é a Agricultura Familiar. Em

Destino, teve como aspectos positivos

seguida foram apontadas outras características

a segurança, a disponibilidade de água,

como povo acolhedor, vida no campo, clima

os benefícios para a comunidade local,

frio, vida sustentável, alimentação orgânica e

destinação de resíduos sólidos e a existência

berços das águas puras.

de Unidades de Conservação. Porém há

Os Nichos refletiram a realidade do perfil de

outros aspectos que colocam em risco

visitantes atual: famílias, seguidas de casais,


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pequenos grupos de amigos, grupos técnicos

as demandas priorizadas. Os projetos,

As ações priorizadas que não foram

imediato, aumentando o volume de

e escolares.

atualmente em execução, têm como foco:

contempladas imediatamente através

visitantes às propriedades da Acolhida, além

A priorização das ações de Produto e

• Oferecer assistência técnica para

dos projetos aprovados, como sinalização

de abrir oportunidade para outras exposições

Mercado Turístico, consideradas pela equipe

estruturação das propriedades rurais e

rodoviária de acesso aos municípios,

em eventos e locais de fluxo de visitantes.

de consultoria da Casa Brasil, equipe técnica

fortalecimento das associações regionais

pesquisa de demanda e desenvolvimento

Além de organizar ações integradas dos

de artesanato regional, foram encaminhadas

quatro municípios, pertencentes a instâncias

à Sol, Santur e Sebrae-SC por meio dos

de governanças estaduais distintas, o grande

representantes do Grupo Gestor. Espera-se

desafio do programa Destino Referência

com isso que essas ações sejam integradas

em Turismo Rural na Acolhida na Colônia

em outros projetos com outros destinos do

foi conciliar as características da agricultura

Estado e recebam apoio ou recursos para

familiar com as necessidades de formatação

serem executadas.

de produtos turísticos e sua inserção no

Outro grande destaque do programa,

mercado.

prevista para todos os destinos foi a Ação

Ao mesmo tempo em que a proposta de

Símbolo: algo efetivo que representasse o

Turismo Rural na Agricultura Familiar traz

resultado dos esforços coletivos e inspirasse

um autêntico diferencial para a região,

novas pessoas e instituições a se envolver

esta mesma proposta por vezes dificulta

com a estruturação do segmento e do

a possibilidade de organização comercial

destino. Na Acolhida na Colônia, a Ação

das propriedades rurais para sua inserção

Símbolo escolhida foi uma Campanha

no mercado turístico, de forma a garantir o

Promocional em duas das maiores redes

sucesso econômico desta ação sem colocar

de supermercado da Grande Florianópolis.

em risco a essência do programa Acolhida

Estas duas redes foram escolhidas por terem

na Colônia. Desta forma, o processo de

um trabalho forte na venda de produtos

desenvolvimento de produtos turísticos

orgânicos e, portanto, atingirem um público

rurais na agricultura familiar deve seguir uma

do MTur e da Acolhida na Colônia como as principais necessidades deste Destino serviram como referência para a Estratégia Competitiva. Outro importante resultado – que teve origem no seminário e influenciou as ações seguintes – foi a definição do posicionamento, da priorização dos segmentos, dos mercados emissores, das identidades, dos nichos e da formação do grupo gestor. O grupo foi então formado por representantes das seguintes instituições: Acolhida na Colônia, Secretaria de Turismo de Urubici, Secretaria de Turismo de Rancho Queimado, Prefeitura de Anitápolis, Prefeitura de Santa Rosa de Lima, Epagri, Santur, Sol, SDRs, Centro de Formação em Agroecologia (SRL), Agreco e EcoSerra. Assim, de posse dos resultados, a equipe técnica da Acolhida e o Grupo Gestor, com apoio dos consultores do ICBC,

• Realizar o monitoramento e avaliação do projeto e do desenvolvimento da Acolhida na Colônia (incluindo impactos nas propriedades rurais) • Realizar a promoção da Associação Acolhida na Colônia • Sinalizar as propriedades rurais integrantes do programa Destinos Referência • Preparar jovens para o empreendedorismo em cicloturismo rural • Promover experiências de benchmarking entre os agricultores • Desenvolver sistema de gestão de reserva e controle de fluxo turístico • Estruturar o desenvolvimento e a comercialização de produtos e serviços por meio da qualificação, diversificação e ampliação da oferta turística na região • Fortalecer a Rede Turismo Solidário

mais direcionado para a proposta. Foram

dinâmica própria, sem forçar o processo de

desenvolveram projetos que foram

(TuriSol) por meio de eventos de Turismo

montados quiosques e gôndolas onde

compreensão dos envolvidos, mas também

aprovados e estão sendo financiados

de Base Comunitária

os próprios agricultores se revezaram no

sem perder de vista o foco na qualificação.

atendimento e distribuição de material

Os programas, nascidos a partir da iniciativa

por diversas instituições, como o próprio

• Revisar o Caderno de Normas da Acolhida

MTur e o MDA. Através destes projetos

na Colônia e realizar proposta de

de promoção: Livro de Receita, Folders,

dos Destinos Referência, e atualmente

foram contempladas praticamente todas

certificação

Adesivos. A ação gerou um resultado

em execução, dão prosseguimento ao



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30

31

processo de desenvolvimento turístico com

Resultados alcançados

foco justamente neste equilíbrio entre a necessidade de atender ao mercado, porém

• Fortalecimento da Associação Acolhida na Colônia com expansão para outros municípios do Estado • Reconhecimento nacional como destino referência em Turismo Rural na Agricultura Familiar • Preparação do destino para exposição na mídia, conquistando promoção espontânea devido ao tema inovador • Produção de material promocional • Articulação e entendimento entre os diversos programas e ações realizados no destino • Desenvolvimento de projetos que garantem a continuidade das atividades da Associação nos destinos • Repercussão no aumento do fluxo de visitantes, inclusive fora de temporada • Boa relação institucional entre os poderes públicos municipal, estadual e federal, sem interferência de política partidária • Realização de seminário de multiplicação, oficina de projeto e visita técnica com a participação do Grupo Gestor do projeto, empresários e comunidade do destino, além de representantes de outros destinos com vocação para o desenvolvimento do Turismo Rural • Articulação e integração das ações e resultados com as estratégias dos programas do Ministério do Turismo, facilitando a continuidade das ações

atentos à essência da proposta da Acolhida na Colônia, que é conciliar a produção familiar orgânica com a recepção de turistas. Analisando a experiência de desenvolvimento turístico na Acolhida na Colônia, podemos concluir que os processos participativos e a capacidade de organização são fatores chave para o sucesso de projetos de desenvolvimento comunitário sustentável. Muito além de um modelo de Turismo Rural na Agricultura Familiar, a Acolhida dá exemplos de Turismo de Base Comunitária, mostrando que é possível, sim, conciliar a essência do ideal com a técnica, os produtos locais com o mercado global e transformar elementos tão puros em modelos de sustentabilidade para o mercado. O desafio, tanto da Acolhida quanto de outros destinos do mesmo segmento, é encontrar formas de se inserir no mercado e garantir a sustentabilidade econômica. Porém, em um momento em que o mundo está cada vez mais preocupado com consumo consciente e buscando experiências turísticas autênticas, a Acolhida e o Turismo Rural se apresentam como uma oportunidade de criar um produto turístico único e extremamente atraente para os mercados nacional e internacional.

Para saber mais: www.turismo.gov.br www.acolhida.com.br www. redetraf.com.br www.cadastur.turismo.gov.br


Equipe Ministério do Turismo Coordenação Geral Ricardo Martini Moesch Tânia Brizolla Coordenação Técnica Ana Clévia Guerreiro Lima Jurema Monteiro Rosiane Rockenbach Sáskia Lima Equipe técnica Brena Coelho Carolina Campos Fabiana Oliveira Laura Marques Philippe Figueiredo Talita Pires Wilken Souto Colaboração Ana Beatriz Borges Serpa Alessandra Lanna Bárbara Blaut Rangel Cristiano Borges Luis Eduardo Delmont Marcela Souza Priscilla Grintzos Rafaela Lehmann Salomar Mafaldo

© Instituto Casa Brasil de Cultura. Goiânia, 2010

Equipe Instituto Casa Brasil de Cultura Coordenação do projeto Marcelo Safadi Coordenação operacional e assistência técnica Priscila Vilarinho Consultores dos destinos Marcos Pompeu – São João del Rei (MG) e Jericoacoara (CE) Priscila Vilarinho – Brasília (DF), Paraty (RJ) e Ribeirão Preto (SP) Rodrigo Lopes – Serra Geral (SC), Lençóis (BA) e Socorro (SP) Ricardo Silva – Santarém (PA) e Barcelos (AM) Consultores de apoio Alessandra Schneider Felipe Arns Marcos Martins Borges Paulo d’Ávila Ferreira Roberto Mourão Thiago Dias Apoio administrativo Jairo Mendonça Júnior Assistência técnica adminstrativa Breno Mendonça Vieira

Diagramação Marcus Lisita Rotoli

Destinos de Referência em Turismo Segmento: Turismo Rural Destinos: Anitápolis, Urubici, Rancho Queimado e Santa Rosa de Lima – Região das Encostas da Serra Geral (SC) Parceiro executor local: Associação de Agroturismo Acolhida na Colônia

Coordenação editorial Wolney Unes Texto Alessandra Schneider Projeto gráfico Samara Bitencourt Arte final de capa Genilda Alexandria

Fotografia Banco de Imagens MTur: xxxxxxxxxxxxxx Acervo do Instituto Casa Brasil de Cultura: Wolney Unes Revisão Camila Pessoa Apoio Acolhida na Colônia Abeta Casa Azul Belta Instituto Dharma Convention Bureau Avape Prefeitura de Socorro Sebrae-CE AmazonasTur Secretaria de Turismo de Barcelos Impressão Marques e Bueno Ltda. (Gráfica Talento)


Barcelos - AM


Sumário Presidente da República Federativa do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva Ministro de Estado do Turismo Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho

Secretário-Executivo Mário Augusto Lopes Moyses Secretário Nacional de Políticas do Turismo Carlos Silva Diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico Ricardo Martini Moesch Coordenadora-Geral de Segmentação Sáskia Freire Lima de Castro

Coordenadora-Geral de Regionalização Ana Clévia Guerreiro Lima Coordenadora-Geral de Informação Institucional Isabel Cristina da Silva Barnasque Coordenadora-Geral de Serviços Turísticos Rosiane Rockenbach

Barcelos

5

Apresentação

5

O Turismo de Pesca em Barcelos

8

Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos

19

Resultados alcançados

22


Apresentação

Este peixe – que pode atingir até 1 metro

Barcelos localiza-se à margem direita no mé-

– cativa cada dia mais adeptos de sua pesca

dio Rio Negro, a uma distância aproximada

em todo o mundo, devido ao modo explosivo

de 500 km de Manaus por via fluvial. O clima

como atacam as iscas e às bruscas arranca-

é tropical, com temperatura média entre 28º

das depois de fisgados. Essas características

C e 38º C, durante o dia, e amenas de 16º C a

proporcionam aos amantes da pesca es-

26º C, durante a noite. A beleza de suas praias

portiva emoções indescritíveis, o que motiva

aliada à agradável temperatura da água do

o retorno dos turistas ao local para reviverem

Rio Negro oferece aos turistas inesquecíveis

a experiência anterior.

banhos de rio, o que possibilita ao destino

Os visitantes chegam a Barcelos via fluvial ou

características também para o desenvolvim-

por transporte aéreo. Há barcos que saem

ento do Turismo de Sol e Praia.

duas vezes por semana de Manaus, com du-

Como outras maravilhosas riquezas da

ração de aproximadamente 30 horas de via-

Amazônia brasileira, Barcelos é um destino

gem pelas exuberantes paisagens da floresta

turístico ainda pouco conhecido pela maioria

amazônica. Alguns barcos possuem melhor

dos brasileiros, mas já com destaque no mer-

infraestrutura, e podem ser reservados com

cado internacional. Considerada a capital do

antecedência. Já por via aérea, o destino é

peixe ornamental, Barcelos é a maior exporta-

atendido por voos regulares que partem de

dora brasileira do produto e uma das maiores

Manaus, com duração de cerca de uma hora.

do mundo, com destaque para peixes como o cardinal, de beleza exótica e brilho intenso, ou o acará-disco. Mas o município de Barcelos também ocupa posição de destaque quando o assunto são peixes de grande porte. Famosa por concentrar a maior quantidade de tucunarés em toda a região amazônica, em seus grandes rios e centenas de lagos, Barcelos é o destino perfeito para o Turismo de Pesca, que atrai pescadores de todos os cantos do mundo em busca do tucunaré-açu (Cichla temensis).

de comprimento e pesar mais de 14 quilos

Cadastur Ao contratar serviços para uma viagem, convém verificar se a empresa está cadastrada no Ministério do Turismo. O cadastro dos prestadores de serviços é grande fonte de consulta para o mercado turístico brasileiro e proporciona benefícios para os serviços turísticos cadastrados. Para ter acesso às informações detalhadas sobre os prestadores de serviços regularmente cadastrados, acesse www.cadastur. turismo.gov.br



Barcelos - AM

Barcelos - AM

8

9

O Turismo de Pesca em Barcelos

Na região também é possível desfrutar de

as belezas amazônicas em atividades de

durante o período de cheia proporcionam

pacotes com hospedagem em hotéis de

Ecoturismo. Pela dificuldade de acesso e

aos visitantes a interação com a exuberância

selva conhecidos como lodges, que oferecem

inúmeros fatores que prejudicam o desen-

natural do ecossistema amazônico e ampla

Todos os anos, milhares de pescadores – prin-

excelente estrutura hoteleira.

volvimento agropecuário, a região encontra-

possibilidade de observação de espécies da

cipalmente, brasileiros e americanos – lotam

Desde 1994, a cidade promove anualmente

se em excelente estado de preservação com

fauna e flora, em especial, de pássaros.

hotéis de selva, acampamentos e barcos-

o Festival do Peixe Ornamental, principal

lindas paisagens. O contraste entre a beleza

O nome Rio Negro vem da cor de suas

hotéis durante a temporada de pesca, que vai

festa do município e da região. O evento

das águas do Rio Negro, com praias de areias

águas, negras devido à grande quantidade

de setembro a março. As excursões de pesca

homenageia a cultura local e os pescadores,

branquíssimas, ao lado da vasta e preservada

de ácidos húmicos em suspensão. O efeito

em busca dos grandes tucunarés duram cerca

conhecidos como piabeiros, e atrai grande

Floresta Amazônica em suas margens colo-

decorrente resulta em uma água de baixo pH

de uma semana. Munidos de varas com car-

quantidade de turistas para o evento.

cam este destino entre os de maior beleza

dificultando a presença de muitas espécies e

retilhas ou molinetes e iscas artificiais, os pes-

A região oferece também a seus visitan-

natural do planeta. Caminhadas pelas flores-

impedindo a reprodução de larvas de mos-

cadores partem em sua busca em pequenos

tes uma oportunidade única de conhecer

tas da região durante a seca e a incursão, de

quito, o que torna o ambiente muito propício

barco, pelas florestas inundadas (os igapós)

à prática de atividades ligadas ao turismo.

barcos. Os barcos preferidos são voadeiras ou bass trackers de alumínio, ou bass boats de fibra de vidro, com um barqueiro e dois pescadores por barco. A adoção da prática do pesque-e-solte e um maior cuidado com o meio em que se pesca introduziram o novo conceito da pesca como esporte, a chamada pesca esportiva, o que garante a sustentabilidade da atividade na região. Hoje existem diversos operadores atuando com o Turismo da Pesca dentro da área do município de Barcelos. Algumas exclusivamente, com suas bases estabelecidas no próprio município, e outras sazonalmente, compostas principalmente por barcos-hotéis, que iniciam suas excursões de pesca a partir de Manaus ou de Barcelos, com o transporte dos pescadores por avião.1 1. Mourão, Roberto. Análise da pesca esportiva no médio

Rio Negro – Relatório técnico. Barcelos, 2007



Barcelos - AM

Barcelos - AM

12

13

O segmento de Turismo de Pesca A partir do início dos anos 90, o conceito e a prática da pesca amadora sofreram profundas transformações. A sensibilização da população mundial para questões relativas ao meio ambiente e aos recursos naturais foram postas em discussão. Com isso, a necessidade de uma exploração mais racional e sustentável de todo e qualquer tipo desses recursos ficou evidente. Nesse sentido, a pesca amadora – como denominada pelo Programa Nacional de Desenvolvimento da Pesca Amadora (PNDPA) – é uma atividade que permite conciliar o ganho econômico, através do Turismo da Pesca, explorando somente alguns recursos pesqueiros típicos de cada região, com poucos reflexos sobre o meio ambiente como um todo, desde que praticada com ética e bom senso. A pesca amadora é uma atividade turística alternativa, complementar, capaz de gerar desenvolvimento em áreas remotas, e que pode substituir atividades econômicas que degradam o meio ambiente. Segundo o Ministério do Turismo,1 o Turismo de Pesca é um dos segmentos turísticos que demonstram maior índice de crescimento no mundo. No Brasil, o segmento apresenta também tendência de crescimento, já que alia a oportunidade de convívio com a natureza ao fato de que a pesca é uma das atividades prediletas dos brasileiros. Desta forma, o MTur assumiu o desafio de estruturar esse segmento turístico, a partir da definição inicial do conceito de Turismo de Pesca2 como “as atividades turísticas decorrentes da prática da pesca amadora”. Para tanto, foi estabelecida parceria com a Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca da Presidência da República (Seap-PR), atualmente Ministério da Pesca e Aquicultura, além de intensa e solidificada atuação com o PNDPA-Ibama e outros colaboradores. Como resultado, foi publicado o documento Turismo de Pesca – Orientações Básicas3, que define a delimitação conceitual, as características e a abrangência do segmento de Turismo de Pesca.

1. Brasil. Turismo de pesca: orientações básicas. Ministério do Turismo: Brasília, 2008. Disponível em www.turismo.gov.br 2. Idem 3. Idem




Barcelos - AM

18

Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos O modelo de gestão descentralizada2 con-

O projeto tem como premissa a participação

cebido pelo Plano Nacional de Turismo e

efetiva dos representantes locais, fortal-

implementado pelo MTur prevê a integração

ecendo as entidades públicas e privadas, o

de diversas instâncias da gestão pública e da

trade e as organizações não governamentais,

iniciativa privada por meio da criação e orga-

levando à formação de um Grupo Gestor que

nização dos arranjos institucionais.

assume o papel de líder do processo, buscan-

O projeto Destinos Referência em Segmentos

do assim garantir a continuidade das ações

Turísticos desenvolvido pelo MTur em par-

na área do turismo, resultados mercadológi-

ceria com o Instituto Casa Brasil de Cultura,

cos e a sustentabilidade do destino.

tem como objetivo criar uma estratégia de

Assim, foram escolhidos dez destinos com

governança local, a partir do fortalecimento e

características diferentes, em regiões diferen-

aperfeiçoamento de segmentos de mercado,

tes, para que suas experiências contribuam

procurando envolver de forma participativa

para criar uma base metodológica que possa

toda a cadeia produtiva e instituições rela-

servir de modelo para outros destinos no Bra-

cionadas com o segmento escolhido, através

sil, validando e consolidando a estratégia de

de prioridades e estratégias definidas e com

desenvolvimento de políticas públicas, e de

foco na competitividade.

ampliação e diversificação da oferta turística

2. Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br

nacional.



Barcelos - AM

Barcelos - AM

22

23

Resultados alcançados

dos conceitos e das práticas do segmen-

O projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos tem como premissa a participação

apresentar orientações básicas acerca to de Turismo de Pesca

disseminar as boas práticas de Ecotur-

efetiva dos representantes locais, levando à

ismo e Turismo de Aventura para que

formação de um Grupo Gestor que assume o

possam ser aplicadas ao destino, contri-

papel de líder do processo, buscando assim

buindo para a diversificação da oferta e a

garantir a continuidade da ação e a sustent-

redução da sazonalidade

abilidade do projeto. O projeto propõe de-

senvolver a gestão do turismo local com foco na estratégia de segmentação de produtos

orientar os empresários sobre o Cadastur3 e efetuar os respectivos cadastros

estimular o empreendedorismo dos

turísticos, procurando envolver de forma par-

empresários locais e orientá-los sobre

ticipativa toda a cadeia produtiva relacionada

o acesso às linhas de crédito e financia-

com o segmento elencado.

mento do Ministério do Turismo

Espera-se que as ações relativas ao orde-

disseminar informações sobre o Pro-

namento e estruturação do segmento de

grama Turismo Sustentável e Infância

Turismo de Pesca em Barcelos sejam incorpo-

(TSI), de modo a enfrentar a exploração

radas ao planejamento turístico do destino. Como resultado, pretende-se estimular a geração de renda e emprego, possibilitando a continuidade das ações de estruturação do segmento de Turismo de Pesca no Destino. Diante do exposto, em continuidade ao projeto, promoveu-se a realização de um seminário em Barcelos, entre os dias 26 e 27 de abril de 2010, com os objetivos de estimular o trade turístico local para desenvolver estratégias de criação e inovação de produtos turísticos. Essas estratégias visam •

diversificar a oferta turística do destino

sexual infantil.

Resultados do Projeto • realização de fiscalização no Rio Negro, entre os dias 30 de abril e 8 de maio • reunião com o Grupo Técnico de Pesca do Amazonas para discutir a prorrogação do Decreto n° 27.012 de 28 de setembro de 2007, que proíbe a pesca predatória do tucunaré • solicitação de financiamentos do FNO para empreendimentos da localidade • formalização de empresas para cadastramento no Cadastur para recorrer a financiamentos • realização de vídeo promocional • manifestação sobre o enfrentamento à exploração sexual infantil • Realização de seminário de multiplicação, oficina de projeto e visita técnica com a participação do grupo gestor do projeto, empresários e comunidade do destino, além de representantes de outros destinos com vocação para o desenvolvimento do ecoturismo

O seminário teve como público-alvo representantes de empresas que prestam serviços turísticos (meios de hospedagem, barcos hotéis, agências e operadoras de turismo, bares, restaurantes e etc.), representantes do Poder Público local, da Secretaria de Turismo de Barcelos, outros agentes públicos locais, integrantes do Grupo Gestor Local do projeto 65 Destinos Indutores, além de outros atores e associações relevantes para a atividade turística.

por meio da segmentação turística 3. www.cadastur.turismo.gov.br

Para saber mais: www.turismo.gov.br www.abeta.org.br www.cadastur.turismo.gov.br




Equipe Ministério do Turismo Coordenação Geral Ricardo Martini Moesch Tânia Brizolla Coordenação Técnica Ana Clévia Guerreiro Lima Jurema Monteiro Rosiane Rockenbach Sáskia Lima Equipe técnica Brena Coelho Carolina Campos Fabiana Oliveira Laura Marques Philippe Figueiredo Talita Pires Wilken Souto Colaboração Ana Beatriz Borges Serpa Alessandra Lanna Bárbara Blaut Rangel Cristiano Borges Luis Eduardo Delmont Marcela Souza Priscilla Grintzos Rafaela Lehmann Salomar Mafaldo Equipe Instituto Casa Brasil de Cultura Coordenação do projeto Marcelo Safadi Coordenação operacional e assistência técnica Priscila Vilarinho Consultores dos destinos Marcos Pompeu – São João del Rei (MG) e Jericoacoara (CE) Priscila Vilarinho – Brasília (DF), Paraty (RJ) e Ribeirão Preto (SP) Rodrigo Lopes – Serra Geral (SC), Lençóis (BA) e Socorro (SP) Ricardo Silva – Santarém (PA) e Barcelos (AM) Consultores de apoio Alessandra Schneider Felipe Arns Marcos Martins Borges Paulo d’Ávila Ferreira Roberto Mourão Thiago Dias Apoio administrativo Jairo Mendonça Júnior Assistência técnica adminstrativa Breno Mendonça Vieira

© Instituto Casa Brasil de Cultura. Goiânia, 2010

Destinos de Referência em Turismo Segmento: Turismo de Pesca Destino: Barcelos – AM Parceiro executor local: Bureau Brasileiro de Pesca Coordenação editorial Wolney Unes Texto

Alessandra Schneider

Projeto gráfico Samara Bitencourt Arte final de capa Genilda Alexandria Diagramação Marcus Lisita Rotoli Fotografia Banco de Imagens MTur: Roald Andretta Acervo do Instituto Casa Brasil de Cultura: Wolney Unes Revisão Camila Pessoa Apoio Acolhida na Colônia Abeta Casa Azul Belta Instituto Dharma Convention Bureau Avape Prefeitura de Socorro Sebrae-CE AmazonasTur Secretaria de Turismo de Barcelos Impressão Marques e Bueno Ltda. (Gráfica Talento)


BrasĂ­lia - DF


Sumário Presidente da República Federativa do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva Ministro de Estado do Turismo Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho

Secretário-Executivo Mário Augusto Lopes Moyses Secretário Nacional de Políticas do Turismo Carlos Silva Diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico Ricardo Martini Moesch Coordenadora-Geral de Segmentação Sáskia Freire Lima de Castro

Coordenadora-Geral de Regionalização Ana Clévia Guerreiro Lima Coordenadora-Geral de Informação Institucional Isabel Cristina da Silva Barnasque Coordenadora-Geral de Serviços Turísticos Rosiane Rockenbach

Brasília

5

Apresentação

5

O turismo em Brasília

7

Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos

15

Destino referência em Turismo Cinematográfico

18

Resultados alcançados

25


Brasília Apresentação

ambiente harmônico entre os monumentos

Feche os olhos, esqueça por um instante

Mesmo que a princípio tudo pareça estranho,

as manchetes políticas. Agora pense em

aos poucos é possível entender a lógica das

uma cidade que nasceu inspirada em uma

quadras, superquadras, setores, eixos e asas,

profecia, foi idealizada por um sonho de

e tudo passa a ter sentido. E, enfim, as ruas

união nacional, concebida com um projeto

largas, o trânsito ordenado e motoristas

urbanístico futurista e construída pelas mãos

educados – que param nas faixas para dar

e corações de milhares de brasileiros que

preferência ao pedestre (!) – convidam a uma

trocaram suas terras de origem para criar a

reflexão sobre como poderiam ser mais bem

nova história do País.

planejadas as cidades brasileiras.

Sim, deixando de lado o preconceito,

Esta metrópole cosmopolita – que possui um

podemos ver a nossa Capital Federal como

dos melhores índices de qualidade de vida

ela é: uma cidade viva, moderna, humana

do País, mas é muitas vezes injustamente

e cosmopolita, que faz questão de deixar a

acusada de desumana e impessoal – acolhe

céu aberto o maior acervo da arquitetura

brasileiros de todos os cantos, que vêm em

moderna do mundo, que torna Brasília a única

busca de novas oportunidades e trazem

cidade com construção iniciada no século

consigo suas raízes culturais. Assim Brasília,

XX com título de Patrimônio Cultural da

ainda marcada pela migração, mas já com

Humanidade. Todos os que a conhecem são

uma bem definida geração de brasilienses1,

tocados pelas intrigantes obras de Niemeyer,

começa a afirmar sua identidade, fortemente

pelo fascínio de ver de perto o palco do

baseada na diversidade cultural que só um

poder político do Brasil ou pela forte energia

país como o Brasil é capaz de produzir. Este

mística que vibra no Planalto Central. Com o

respeito e gosto pela diversidade faz de

traçado urbanístico de Lúcio Costa integrado

Brasília um lugar hospitaleiro também para

ao Cerrado, o bioma local, os moradores e

estrangeiros, que se sentem em casa nesta

visitantes têm sempre a visão do horizonte

cidade, sede de embaixadas de mais de

vasto, que permite o contato com o sol, o céu

oitenta países.

de Niemeyer e os equipamentos urbanos.

azul, estrelas e noites de lua. É privilégio de poucas grandes cidades no mundo. Os amplos jardins de Burle Marx, os milhares de árvores frutíferas ou floridas criam um

1. São chamados assim os nascidos em Brasília. Os imigrantes que vieram para construir Brasília são denominados candangos, uma expressão originalmente pejorativa, mas que hoje é reconhecida com orgulho pelos pioneiros da capital federal.


Brasília - DF

7

O turismo em Brasília

pública e serviços à altura dos países mais

Estruturada para receber turistas de negócios

inclui o direito urbano de fazer as refeições

ou eventos – a maioria de seus visitantes – a

em casa com a família, fazer compras e

cidade oferece equipamentos e serviços

curtir as áreas de lazer entre as quadras

turísticos de alto padrão de qualidade, que

residenciais, e passear nos inúmeros parques

surpreendem os turistas que procuram em

da cidade.

Brasília lazer e cultura, além dos que dão

Entre outros prazeres ofertados em Brasília,

uma esticada na permanência antes ou

está a vibrante vida cultural, que coloca

depois de eventos e negócios. Há muitos

à disposição dos visitantes boas salas de

espaços e opções de atividades culturais e

cinema e espetáculos, palco para as mais

recreativas nesta cidade, onde vibra a riqueza

diversas atividades culturais. Além da cultura

e diversidade de todos os cantos do Brasil em

intrínseca ao dia a dia do brasiliense, como

seus habitantes, que adoram viver em Brasília.

as apresentações do Clube do Choro, há

Para alegria dos moradores e dos visitantes

eventos consagrados como os festivais de

da cidade, o plano urbanístico de Brasília

inverno e verão e o já tradicional Festival de

deixou espaço para áreas verdes, com belas

Brasília do Cinema Brasileiro. Mas há também

árvores e extensas áreas gramadas que

espetáculos de música, teatro, dança,

fazem parte do cotidiano de quem vive no

literatura, artes plásticas e as inúmeras festas

Plano Piloto. E o clima também ajuda: com

populares que fazem parte do calendário de

as estações do ano bem marcadas, livres

eventos de Brasília, trazendo gente do País

de chuva por um longo período do ano, a

inteiro para assistir às apresentações.

prática de atividades de lazer ao ar livre em

Uma cidade tão rica culturalmente deixa

seus parques e nas áreas de lazer entre as

sua marca evidente também na culinária,

quadras residenciais é comum no quotidiano

que faz de Brasília um dos principais polos

dos brasilienses.

gastronômicos do Brasil: são bares, cafés e

A qualidade de vida e a diversidade cultural

restaurantes que oferecem comidas típicas

são marcas registradas dos moradores de

nacionais e internacionais, com padrões de

Brasília, que se orgulham de viver numa

preços e qualidades para diversas classes

cidade-monumento, com baixos índices

e paladares. Casas especializadas em

de violência, e de contar com segurança

pratos da cozinha nacional e internacional,

desenvolvidos do mundo. Viver em Brasília


Brasília - DF

Brasília - DF

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9

prontas para atender ao paladar mais

este movimento torna Brasília um dos

dispõe de auditórios, clubes sociais, estádios,

e atividades ligadas aos principais temas da

sofisticado e exigente, oferecem muitas

mais importantes hubs do Brasil e uma

ginásios de esportes, salas e espaços em

cidade, como o Turismo Cívico-Arquitetônico,

opções, restaurantes mineiros, nordestinos,

oportunidade de uma escala para conhecer a

hotéis, business centers, salões de festas,

Ecológico-Rural e o Místico-Religioso. Outro

goianos, italianos, japoneses, mexicanos,

capital federal.

salas de espetáculos, parques de exposições

tema cada dia mais evidente no cenário de

portugueses, árabes, chineses, espanhóis,

A hotelaria atende aos melhores padrões de

e mansões para encontros sociais.

Brasília é o Turismo Cinematográfico, que

franceses e alemães. Além disso, há também

serviço mundiais, tanto em sua estrutura para

Brasília também oferece facilidades para

procura promover a cidade como espaço

a rica culinária popular, presente em espaços

o turismo de negócios e eventos quanto para

quem viaja para comprar. Seus inúmeros

de locação para produções audiovisuais e

como a Feira da Torre, onde há barracas

o lazer. A rede hoteleira da cidade conta com

e famosos shoppings oferecem lojas e

leva os visitantes a conhecer os lugares onde

com comidas típicas que representam a

hotéis administrados por bandeiras nacionais

marcas que satisfazem a todos os desejos de

foram filmadas diversas produções.

diversidade gastronômica de todas as partes

e internacionais. Alguns dos principais hotéis

consumo. Há também centros de compras

Para quem quer ficar mais tempo na

do Brasil.

ficam próximos dos melhores parques ou dos

nas quadras comerciais e entrequadras, além

região, Brasília é o ponto de partida para

No aeroporto – o terceiro do País em tráfego

atrativos urbanos da cidade e, é claro, dos

de setores especializados em determinados

interessantes destinos turísticos de Goiás. Em

aéreo – chegam e partem voos de e para

variados espaços para eventos e centros de

tipos de serviço ou produtos específicos.

um raio de 200 km, podem ser conhecidos

todas as capitais e principais municípios

negócios e política.

Uma experiência interessante de compras é

destinos de ecoturismo e aventura, como a

brasileiros, além de voos internacionais

Sede de eventos nacionais e internacionais

visitar as feiras alternativas, como a BSB Mix,

Chapada dos Veadeiros, inserida na Reserva

para a Europa e os Estados Unidos. Todo

dos mais variados portes e temas, Brasília

a Feira dos Importados e a conhecida Feira da

da Biosfera (da Unesco) e Pirenópolis,

Torre, que reúne artesanatos e pratos típicos

patrimônio histórico e artístico nacional

de todo o Brasil.

tombado pelo Iphan, que também oferece

Há muito a fazer em Brasília. Por isso, as

opções de passeios na natureza com

agências de receptivo local oferecem roteiros

cachoeiras e trilhas pelo Cerrado.

Cadastur Ao contratar serviços para uma viagem, convém verificar se a empresa está cadastrada no Ministério do Turismo. O cadastro dos prestadores de serviços é grande fonte de consulta para o mercado turístico brasileiro e proporciona benefícios para os serviços turísticos cadastrados. Para ter acesso às informações detalhadas sobre os prestadores de serviços regularmente cadastrados, acesse www.cadastur. turismo.gov.br


Brasília - DF

Brasília - DF

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O segmento de Turismo Cinematográfico Parece simples e óbvia a relação entre a motivação dos turistas para visitar um local e os estímulos provocados por filmes, documentários e programas de TV. Aliás, isso também é evidente em várias pesquisas de demanda turística que procuram saber o que motiva a visita ou como o turista tem despertado o interesse em visitar um determinado destino. Esta relação entre produções cinematográficas e o turismo já é uma realidade desenvolvida de maneira estratégica, bem-sucedida e mensurada em vários países. O Ministério do Turismo – ciente da inegável vocação do Brasil e atento a esta tendência mundial de utilizar as mais diversas mídias para difundir a cultura, as paisagens e os valores de uma região ou país – resolveu estudar mais a fundo a relação entre cinema e turismo e criar estratégias para estruturar destinos brasileiros para desenvolver o Turismo Cinematográfico. O primeiro passo foi a publicação da cartilha Turismo Cinematográfico Brasileiro,1 e do Estudo de Sinergia e Desenvolvimento entre as Indústrias do Turismo e do Audiovisual Brasileiro,2 produzidos em parceria com o Instituto Dharma. Essas publicações têm a finalidade de sensibilizar o trade turístico nacional sobre quanto o turismo pode se beneficiar ao disseminar seus destinos no mundo do entretenimento. Além disso, apresentam um diagnóstico dos setores no Brasil e oferecem propostas estratégicas, táticas e operacionais que podem conduzir o Brasil a uma posição de destaque como provedor de locações e a consequente promoção dos destinos turísticos por meio do audiovisual, no mercado doméstico e no internacional. Os estudos realizados apontam a nação brasileira como reconhecida mundialmente por sua privilegiada diversidade étnica, atributos culturais e inegável criatividade; variedade de locações, clima favorável, ambiente pacífico, livre de catástrofes naturais e de ações terroristas. Essa é uma combinação promissora para o desenvolvimento do Turismo Cinematográfico, que pode assumir um papel de destaque como ferramenta de desenvolvimento da cadeia produtiva local. O setor pode ser responsável por resultados positivos para 1. Brasil. Ministério do Turismo. Turismo Cinematográfico Brasileiro. Brasília, 2008. Disponível em www. turismo.gov.br 2. Brasil. Ministério do Turismo. Estudo de Sinergia e Desenvolvimento entre as Indústrias do Turismo e Audiovisual Brasileira. Brasília, 2008 (2ª edição). Disponível em www.turismo.gov.br

o futuro e o presente de uma comunidade, gerando empregos e oportunidades, renda e divisas além de impulsionar o turismo e o empreendedorismo. Levando em conta que o Turismo Cinematográfico abrange vários elos da cadeia produtiva nacional e que o Brasil é reconhecido como um país empreendedor, é possível imaginar um cenário inovador, onde novos negócios sejam estruturados colocando em comunhão a criatividade e a imaginação do povo brasileiro. Afinal, essa é a essência da chamada Economia Criativa: conectar vários setores da economia para integrar um amplo espectro de atividades que têm uma força motriz comum, como forma de manifestação da criatividade de uma nação. O Brasil tem grande potencial para se destacar como locação de diversas produções cinematográficas e canalizar os benefícios em favor de um aumento da demanda turística. A orientação do Ministério do Turismo para que isso ocorra é investir em ações como: • Criação de um pacote atrativo, unificando incentivos fiscais às virtudes nacionais • Apoio e chancela governamental à atuação da rede nacional de film commissions • Divulgação da cultura e imagens típicas da geografia aos olhos do grande público mundial, agregando valor ao audiovisual em conjunto com o turismo e economia local • Incentivo à modernização da infraestrutura e potencialização do talento criativo nacional com formação e qualificação de mão-deobra técnica Essas ações visam tornar possível o desenvolvimento dos potenciais nacionais e superar os desafios impostos pela modernidade e a globalização, inserindo o Turismo Cinematográfico e setores complementares na economia criativa brasileira, usufruindo de seus inúmeros benefícios.



Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos O modelo de gestão descentralizada2

O projeto tem como premissa a

concebido pelo Plano Nacional de Turismo e

participação efetiva dos representantes

implementado pelo MTur prevê a integração

locais, fortalecendo as entidades públicas

de diversas instâncias da gestão pública e

e privadas, o trade e as organizações não

da iniciativa privada por meio da criação e

governamentais, levando à formação de

organização dos arranjos institucionais.

um Grupo Gestor que assume o papel

O projeto Destinos Referência em Segmentos

de líder do processo, buscando assim

Turísticos desenvolvido pelo MTur em

garantir a continuidade das ações na área

parceria com o Instituto Casa Brasil de

do turismo, resultados mercadológicos e a

Cultura, tem como objetivo criar uma

sustentabilidade do destino.

estratégia de governança local, a partir

Assim, foram escolhidos dez destinos

do fortalecimento e aperfeiçoamento

com características diferentes, em

de segmentos de mercado, procurando

regiões diferentes, para que suas

envolver de forma participativa toda a cadeia

experiências contribuam para criar uma

produtiva e instituições relacionadas com o

base metodológica que possa servir de

segmento escolhido, através de prioridades

modelo para outros destinos no Brasil,

e estratégias definidas e com foco na

validando e consolidando a estratégia de

competitividade.

desenvolvimento de políticas públicas, e de ampliação e diversificação da oferta turística

2. Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br

nacional.



Brasília - DF

Brasília - DF

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19

Destino referência em Turismo Cinematográfico

naturais e urbanos como locação. E em

Contemplada pelo Ministério do Turismo

protagonista da trama. Foram inúmeros os

para ser o Destino Referência em Turismo

fatores que criaram condições para que este

Cinematográfico, Brasília é uma capital

segmento turístico fosse desenvolvido no

que foi pensada, desenhada, sonhada e

destino, tais como:

erguida pelas mãos de candangos e que,

• Vocação natural e gosto da sua população

curiosamente, já nasceu filmada. Além disso, em Brasília já foram filmados cerca de 200 filmes, que fizeram uso de seus cenários

pelo menos um quarto desses filmes, a própria cidade foi personagem ou mesmo

pelo cinema

• Palco de um dos mais tradicionais festivais cinematográficos do País

• Disponibilidade de serviços e estruturas de qualidade

• Proximidade com o Governo Federal • Presença de entidades setoriais organizadas, tanto do turismo quanto do audiovisual

• Cenários inusitados de arquitetura moderna e natureza, já utilizados como locação de mais de 200 filmes

• Cultura com várias características do Brasil • Maior número de salas e de frequência a cinema por habitante do País Mesmo com muitos fatores favoráveis, como os demais destinos escolhidos para o projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos, Brasília passou por um processo de desenvolvimento do segmento, que procurou aliar e criar uma interação, inexistente até então, entre o turismo e o setor audiovisual. A entidade local escolhida como parceira neste projeto foi o Instituto Dharma3, que já havia realizado com o MTur o citado Estudo de Sinergia e Desenvolvimento entre as Indústrias do Turismo e do Audiovisual Brasileiro, um documento que trouxe dados sobre as políticas globais de incentivo ao Turismo Cinematográfico, tais como criação de film commissions, isenção fiscal e apoio 3. http://www.dharmafilmes.com.br/site/instituto.php

financeiro em produções audiovisuais. O projeto Destinos Referência em Brasília teve como objetivos principais:

• Planejamento estratégico para o destino, com foco no Segmento de Turismo Cinematográfico

• Formação de um arranjo institucional local envolvendo o setor público, a iniciativa privada e o terceiro setor, ligado ao turismo e à produção audiovisual

• Criação e lançamento da Brasília Film Commission, entidade público‐privada para promoção da região como destino privilegiado de produções audiovisuais transnacionais



Brasília - DF

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23

Logo no início do projeto, foram identificados

para o desenvolvimento do segmento.

Brasília Film Commission. As Film Commissions

e convidados representantes do setor

Com o grupo mais maduro e envolvido, foi

são órgãos responsáveis por captar e facilitar

turístico e do audiovisual para participar

então realizado o Seminário Estratégico

a realização de obras audiovisuais nas regiões

do evento de sensibilização em que foi

com a aplicação da Avaliação Qualitativa,

que representam. Elas são as primeiras

apresentado o projeto Destino Referência

seguindo a metodologia do Sistema Cores de

entidades que empresas e profissionais do

em Turismo Cinematográfico. Neste evento

Planejamento de Destinos. Neste seminário,

audiovisual no mundo inteiro buscam ao

foram apresentados ainda o segmento de

foi possível analisar a percepção da cadeia

decidir que lugar sediará suas produções.

Turismo Cinematográfico e os motivos que

do audiovisual e do turismo em Brasília,

A disputa pelo receptivo dessas produções

fizeram Brasília ser escolhida como destino

priorizando as ações e institucionalizando o

(filmes, séries de TV, documentários, entre

referência neste segmento, nivelando as

grupo gestor com entidades representativas.

outros) é muito competitiva, e cabe à film

informações entre todos os envolvidos.

A partir dos resultados, os consultores do

commission apresentar as ferramentas mais

Em um segundo encontro, foram realizadas

Instituto Dharma, especializados em turismo

sofisticadas e atraentes para seduzir os

palestras de benchmarking pela consultoria

e em cinema, criaram um diagnóstico para o

produtores e cineastas a escolherem suas

do Instituto Dharma, que trouxe as

segmento, que foi então validado pelo grupo

locações como destino dos filmes.

experiências e boas práticas da Nova

gestor. A partir disso, foi criado o Plano de

Zelândia e da África do Sul no segmento de

Ação do Turismo Cinematográfico em Brasília.

Turismo Cinematográfico. Neste encontro

A Ação Símbolo e, sem dúvida, o resultado

foram mostrados possibilidades e desafios

mais importante do projeto foi a criação da


Brasília - DF

25

Resultados alcançados A criação Brasília Film Commission traduz-se na importância do fortalecimento dos grupos locais e no estímulo à criação de outras entidades do setor – como, por exemplo, a associação de atores de Brasília –, mas também se reflete nos grandes desafios para sua continuidade e consolidação. Outras lições aprendidas no processo é que o destino tem de ter potencial e investir no segmento, criando portfólio e condições técnicas para as produções cinematográficas. Agora, a Film Commission de Brasília tem o desafio de fortalecer a relação do setor audiovisual com a atividade turística e mostrar ao destino de que forma o cinema pode agregar valor ao turismo, principalmente em um destino como Brasília: extremamente interessante, porém ainda sem uma imagem positiva no imaginário coletivo. A experiência de Brasília como Destino de Turismo Cinematográfico destaca que não basta ter belos cenários para receber produções audiovisuais. O destino tem de se preparar e se posicionar. Para isso, algumas ferramentas estratégicas são essenciais para se tornar competitivo:4 • Criação de Film Commissions ou Birôs Audiovisuais, que centralizam as 4. Brasil. Ministério do Turismo. Turismo Cinematográfico Brasileiro. Brasília, 2008. Disponível em www.turismo.gov.br

Resultados do projeto • Diagnóstico do setor audiovisual e do turismo elaborado, subsidiando o planejamento estratégico do setor • Formação de um ambiente de governança, compondo um arranjo institucional com a presença do setor público, iniciativa privada e terceiro setor • Criação da Brasília Film Commission, primeira entidade nacional do setor com colegiado formado pelo Poder Público, pela iniciativa privada e pelo terceiro setor, que será de fundamental importância para facilitar o trabalho de produtores por centralizar informações sobre o setor na região, promovendo seu potencial • Elaboração da cartilha Brasília Cinematográfica, que retrata todo o processo de desenvolvimento da 1ª Etapa de Preparação do Destino Referência em Turismo Cinematográfico no Brasil • Realização de seminário de multiplicação, oficina de projeto e visita técnica com a participação de representantes de outros destinos com vocação para o desenvolvimento do Turismo Cinematográfico


Brasília - DF

27 informações sobre filmagens em uma

• Promoção do destino e seu potencial para

região e têm como objetivo promover o

o Turismo Cinematográfico em revistas,

potencial da região e facilitar o trabalho

sites, feiras e eventos, além de convite

dos produtores. Um trabalho integrado

a formadores de opinião, jornalistas,

entre o Convention Bureau e a Film

operadoras de turismo e pessoas

Commission pode criar uma sinergia muito

influentes para olhar o destino com os

forte para a atração de produções e para a

olhos do audiovisual

promoção do destino

• Integração com outras iniciativas e

• Produção de um Guia de Locações, impresso e virtual, com a oferta de

instituições relacionadas ao turismo e ao audiovisual

cenários urbanos e naturais com potencial de locação • Criação de um Guia de Produção, listando serviços locais importantes para o segmento: produtoras, locadoras de equipamentos, laboratórios, estúdios e profissionais da área. Também devem ser listados serviços turísticos e outros serviços de apoio às produções • Criação e manutenção de website com informações atualizadas sobre as locações, produções e serviços

Para saber mais: www.turismo.gov.br www.dharmafilmes.com.br www.cadastur.turismo.gov.br


Equipe Ministério do Turismo Coordenação Geral Ricardo Martini Moesch Tânia Brizolla Coordenação Técnica Ana Clévia Guerreiro Lima Jurema Monteiro Rosiane Rockenbach Sáskia Lima Equipe técnica Brena Coelho Carolina Campos Fabiana Oliveira Laura Marques Philippe Figueiredo Talita Pires Wilken Souto Colaboração Ana Beatriz Borges Serpa Alessandra Lanna Bárbara Blaut Rangel Cristiano Borges Luis Eduardo Delmont Marcela Souza Priscilla Grintzos Rafaela Lehmann Salomar Mafaldo Equipe Instituto Casa Brasil de Cultura Coordenação do projeto Marcelo Safadi Coordenação operacional e assistência técnica Priscila Vilarinho Consultores dos destinos Marcos Pompeu – São João del Rei (MG) e Jericoacoara (CE) Priscila Vilarinho – Brasília (DF), Paraty (RJ) e Ribeirão Preto (SP) Rodrigo Lopes – Serra Geral (SC), Lençóis (BA) e Socorro (SP) Ricardo Silva – Santarém (PA) e Barcelos (AM) Consultores de apoio Alessandra Schneider Felipe Arns Marcos Martins Borges Paulo d’Ávila Ferreira Roberto Mourão Thiago Dias Apoio administrativo Jairo Mendonça Júnior Assistência técnica adminstrativa Breno Mendonça Vieira

© Instituto Casa Brasil de Cultura. Goiânia, 2010

Destinos de Referência em Turismo Segmento: Turismo Cinematográfico Destino: Brasília – DF Parceiro executor local: Instituto Dharma

Coordenação editorial Wolney Unes Texto

Alessandra Schneider

Projeto gráfico e capa Samara Bitencourt Diagramação Marcus Lisita Rotoli Fotografia Banco de Imagens MTur: Beto Garavello Luiz Trazzi Martins Tamás Hári Werner Zotz Revisão Camila Pessoa Apoio Acolhida na Colônia Abeta Casa Azul Belta Instituto Dharma Convention Bureau Avape Prefeitura de Socorro Sebrae-CE AmazonasTur Secretaria de Turismo de Barcelos Impressão Marques e Bueno Ltda. (Gráfica Talento)


Jericoacoara - CE


Sumário Presidente da República Federativa do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva Ministro de Estado do Turismo Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho

Secretário-Executivo Mário Augusto Lopes Moyses Secretário Nacional de Políticas do Turismo Carlos Silva Diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico Ricardo Martini Moesch Coordenadora-Geral de Segmentação Sáskia Freire Lima de Castro

Coordenadora-Geral de Regionalização Ana Clévia Guerreiro Lima Coordenadora-Geral de Informação Institucional Isabel Cristina da Silva Barnasque Coordenadora-Geral de Serviços Turísticos Rosiane Rockenbach

Jijoca de Jericoacoara 5 Apresentação

5

O turismo em Jericoacoara

7

O Turismo de Sol e Praia em Jericoacoara

9

Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos 13 Destino referência em Turismo de Sol e Praia

16

Resultados alcançados

24


Jijoca de Jericoacoara Apresentação

O acesso, que até pouco tempo atrás era

Jericoacoara, já popularmente conhecida

turístico, atualmente está mais simplificado

por Jeri, é um lugar fora do comum, que

(apesar de ainda haver um trecho de 28 km

coloca em cheque a lógica da vida urbana

que cruza o Parque Nacional de Jericoacoara,

e do tempo. As ruas são cobertas de areia

sem asfalto) com várias opções de serviço de

e as praias se estendem por quilômetros,

transporte.

exatamente como Deus criou, sem

As empresas de receptivo garantem o

interferências visuais de prédios, antenas ou

transporte em vans e veículos com tração.

outras estruturas que destoem da paisagem

Outras opções são os ônibus de linhas

natural.

regulares, com conexão para o trecho não

Localizada no extremo norte do Ceará, a

asfaltado em jardineiras, com saída a partir da

300 km de Fortaleza, está perto da linha do

sede do município de Jijoca de Jericoacoara.

Equador e inserida no Polígono da Seca,

Para quem prefere ir com veículo próprio ou

o que, neste caso, significa uma grande

locado, o ideal é que estes possuam tração

vantagem, pois proporciona um clima

e que o motorista tenha experiência em

ensolarado o ano todo. Mas as vantagens da

direção off-road. Veículos convencionais

sua localização não acabam por aí. Por estar

estão sujeitos a fatores climáticos, como

localizada em uma península, Jericoacoara

chuva e ventos, envolvendo riscos. Há

tem mar tanto a leste como a oeste, o que

ainda a opção de helicóptero, mais rápida e

o torna um dos poucos lugares do Brasil

confortável, porém com um custo alto.

continental onde é possível ver o nascer e o

Na internet existem diversos sites e portais

pôr do sol e da lua no mar.

com informações variadas e aprofundadas

O portão de entrada de Jericoacoara é

sobre o destino, inclusive sobre os acessos

Fortaleza, a capital do Ceará, onde está

e transporte. Uma busca na rápida leva a

localizado o Aeroporto Internacional Pinto

links de uma série de empresas que fazem

Martins, que recebe voos de todo o Brasil,

a comercialização dos seus serviços e

Europa e Estados Unidos.

equipamentos turísticos e de lazer.

um grande obstáculo ao desenvolvimento


Jericoacoara - CE

7

O turismo em Jericoacoara A atividade turística na região se iniciou de forma incipiente nos anos 80, como um destino de “paz e amor”, procurado por pessoas de espírito hippie, em busca de liberdade e contemplação. Nesta época, Jericoacoara era apenas uma vila de pescadores, sem nenhuma estrutura de hospedagem, energia elétrica e com acesso difícil. Ao longo dos últimos 20 anos, o destino foi se estruturando, por iniciativa dos próprios nativos e dos novos moradores – brasileiros e estrangeiros – que criaram negócios e investiram na vila. O principal atrativo de Jericoacoara é o conjunto de sua paisagem exuberante – a dimensão das dunas e o desenho de suas praias – e da diversidade cultural criada a partir da integração das características dos pescadores nativos às de brasileiros de outras regiões do País e de estrangeiros de várias partes do mundo. Em Jeri, tudo tem um toque slow e descontraído, o que dá a sensação de estar em um lugar fora do tempo. Mas isso não quer dizer que o visitante seja privado do charme, do conforto e do bom atendimento. Muito pelo contrário. O setor de hospedagem progrediu muito no destino.


Jericoacoara - CE

Jericoacoara - CE

8

9

O Turismo de Sol e Praia em Jericoacoara

das quais várias espécies são raras ou estão

técnicas, (que foram aprimoradas por meio

Jeri surpreende na oferta de atividades

cenário perfeito para passeios de buggy ou

hospedagem, que variam desde pousadas de

de oficinas promovidas por instituições como

turísticas e de lazer que vão além de passar o

para caminhadas ao entardecer. Um ponto

charme a hotéis com acomodações e serviços

o Sebrae-CE), pela tradição, e pelos preços

dia na barraca de praia ou tostando no sol. O

turístico famoso perto da vila é a Duna Pôr

requintados de padrão internacional. Há

em conta.

destino também oferece diversas opções de

do Sol, de onde é possível apreciar tanto o

ainda opções de hospedagem mais básicas,

ecoturismo, atividades de aventura e turismo

amanhecer como o entardecer no mar. Na

mas que atendem bem aos padrões mínimos

cultural para agradar aos mais exigentes e

vila existe uma Associação de Bugueiros, que

de estrutura e serviços.

diversificados perfis de turista.

assim como as agencias receptivas locais,

A diversidade cultural está muito bem

Os pontos de visitação mais procurados são

oferecem passeios a preços acessíveis e com

representada na gastronomia local, que é

Tatajuba, Mangue Seco e Rio Guriú, Lagoa

motoristas treinados e cadastrados.

marcada por uma fusão de estilos, tanto da

do Paraíso, Lagoa Azul e Lagoa do Pinguela.

Uma opção mais slow é o passeio de cavalo

culinária brasileira (em especial a nordestina),

A paisagem é muito diversa com vegetações

até o Mangue Seco para a melhor apreciação

quanto da estrangeira.

variadas como restingas, dunas, tabuleiros,

das belezas da paisagem. No caminho a

Há restaurantes para todos os gostos

manguezais, gramados, praias e serrotes,

Tatajuba é possível visitar um reduto de

e bolsos, porém o destaque está nos

que abrigam mais de 38 famílias de aves,

cavalos marinhos.

No princípio, poucas pousadas ofereciam

O artesanato é outro destaque em

as comodidades como energia elétrica,

Jericoacoara, como em praticamente todo

água quente, estrutura de alimentação e

o Ceará, pela riqueza e multiplicidade das

repouso. Hoje existem quase cem meios de

restaurantes de charme, que representam da melhor forma a riqueza desta variedade gastronômica.

Cadastur Ao contratar serviços para uma viagem, convém verificar se a empresa está cadastrada no Ministério do Turismo. O cadastro dos prestadores de serviços é grande fonte de consulta para o mercado turístico brasileiro e proporciona benefícios para os serviços turísticos cadastrados. Para ter acesso às informações detalhadas sobre os prestadores de serviços regularmente cadastrados, acesse www.cadastur. turismo.gov.br

ameaçadas de extinção. As dunas e as lagoas de água doce são o


Jericoacoara - CE

Jericoacoara - CE

10

11

O segmento de Turismo de Sol e Praia Antes de haver uma acepção oficial dos segmentos turísticos, turismo de Sol e Praia era denominado das mais variadas formas: Turismo de Sol e Mar, Turismo Litorâneo, Turismo de Praia, Turismo de Balneário, Turismo Costeiro e inúmeras outras. Estes conceitos, em geral, excluíam destinos que estavam longe da orla marítima, como as praias fluviais e lacustres (margens de rios, lagoas e outros corpos de água doce) e praias artificiais, muito comuns no interior do Brasil. A partir dessa constatação e com a finalidade de alinhar e ampliar os conceitos principalmente para fins de formulação de políticas públicas, o Ministério do Turismo elaborou a publicação Turismo de Sol e Praia: Orientações Básicas. Nela, denomina-se o segmento como: Turismo de Sol e Praia constitui-se das atividades turísticas relacionadas à recreação, entretenimento ou descanso em praias, em função da presença conjunta de água, sol e calor. O principal fator de atratividade do segmento de Sol e Praia está na combinação de elementos que complementam a paisagem natural e o clima apropriado à balneabilidade. Estes elementos complementares são a recreação, o entretenimento e o descanso, relacionados ao divertimento, à distração ou contemplação da paisagem. O turista de Sol e Praia apresenta um perfil heterogêneo, desde jovens interessados em novas descobertas e praias isoladas, até famílias compostas de pessoas de

diferentes idades e com necessidades distintas, que buscam no destino atividades que possam atender aos desejos de cada um. O que se pode considerar como característica comum a estes turistas é sua motivação pelo desejo de descanso, práticas esportivas, diversão, novas experiências e busca de vivências e interação com as comunidades receptoras. Um dos aspectos mais marcantes e desafiadores do segmento é a tendência de atrair o turismo de massa sazonal, concentrando um grande número de pessoas na mesma época e em um só lugar. Isto se dá pelas características próprias do produto que se comercializa, o que traz como consequência uma demanda concentrada nos meses de verão ou estiagem (no caso das praias fluviais) e em períodos de férias ou feriados prolongados. Esta tendência, somada a uma falta de planejamento prévio, pode tornar-se uma ameaça para o destino em todos os aspectos da sustentabilidade, havendo o risco de desequilibrar a economia local, sobrecarregar o ambiente com excesso de dejetos e conturbar a vida da comunidade local. Outra característica do segmento é a interação com outros tipos de turismo, como o Turismo Náutico, Turismo Cultural, Aventura e Esportes, diversificando a experiência do turista e a atratividade do destino. Aliás, esta interação com outros elementos é que pode garantir o diferencial e a competitividade do destino e contribuir para equilibrar a sazonalidade típica deste segmento.


Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos

Jericoacoara - CE

12 A Pedra Furada, um dos cartões postais mais

Troféu Roteiros do Brasil, sendo considerado

O modelo de gestão descentralizada1

regiões diferentes, para que suas

famosos do Ceará – resultado de um belo

um caso de sucesso do Programa de

concebido pelo Plano Nacional de Turismo e

experiências contribuam para criar uma

trabalho da ação dos ventos, do mar e do

Regionalização do Turismo na categoria

implementado pelo MTur prevê a integração

base metodológica que possa servir de

tempo – pode ser visitada durante a maré

Roteiro Turístico.

de diversas instâncias da gestão pública e

modelo para outros destinos no Brasil,

baixa, passando pelas praias Malhada e do

Para os praticantes e apreciadores de

da iniciativa privada por meio da criação e

validando e consolidando a estratégia de

Pontal, numa caminhada de cerca de 3 km. É

esportes de aventura, Jeri também tem

organização dos arranjos institucionais.

desenvolvimento de políticas públicas, e de

impossível resistir e não tomar um banho de

o cenário ideal. Os bons ventos da região

O projeto Destinos Referência em Segmentos

ampliação e diversificação da oferta turística

mar.

proporcionam condições perfeitas para a

Turísticos desenvolvido pelo MTur em

nacional.

Com seus belos atrativos, o destino faz

prática de surf, windsurf e kitesurf. Além

parceria com o Instituto Casa Brasil de

parte da Rota das Emoções, um roteiro

disso, são muito populares o sandboard e a

Cultura, tem como objetivo criar uma

integrado com os Estados vizinhos, que

capoeira.

estratégia de governança local, a partir

envolve paraísos naturais como a Área de

Além das atividades de ecoturismo e

do fortalecimento e aperfeiçoamento

Proteção Ambiental do Delta do Parnaíba

aventura, o visitante pode desfrutar

de segmentos de mercado, procurando

(PI) e o Parque Nacional dos Lençóis

de serviços de massagem, jantares em

envolver de forma participativa toda a cadeia

Maranhenses (MA), além do Parque Nacional

charmosos restaurantes, curtir um happy

produtiva e instituições relacionadas com o

de Jericoacoara (CE). Este roteiro, que oferece

hour num bar tranquilo ou em casas

segmento escolhido, através de prioridades

aventura, praia e ecoturismo, foi premiado

com música ao vivo, tudo no relaxado e

e estratégias definidas e com foco na

em 2009 pelo Ministério do Turismo com o

descontraído ritmo de Jeri.

competitividade. O projeto tem como premissa a participação efetiva dos representantes locais, fortalecendo as entidades públicas e privadas, o trade e as organizações não governamentais, levando à formação de um Grupo Gestor que assume o papel de líder do processo, buscando assim garantir a continuidade das ações na área do turismo, resultados mercadológicos e a sustentabilidade do destino. Assim, foram escolhidos dez destinos com características diferentes, em 1. Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br



Jericoacoara - CE

Jericoacoara - CE

16

17

Destino referência em Turismo de Sol e Praia

turismo nacional, havia uma infinidade de

representa a vocação do Brasil para o

que somente vocação basta para obter um

opções.

turismo de Sol e Praia, tanto pelos seus

destino de sucesso e sustentável. Por isso

Porém, a escolha de Jericoacoara para servir

aspectos climáticos e praias com águas

mesmo é que o projeto Destinos Referência

É um grande desafio escolher um destino

de referência foi motivada por este ser um

mornas quanto por suas características

optou por Jericoacoara para trabalhar

para ser referência no segmento de Sol

destino ainda em desenvolvimento, com

culturais, como a hospitalidade e alegria do

este segmento, com todos os desafios e

e Praia em um país com cerca de 8 mil

uma série de desafios ambientais e sociais,

seu povo. A música, a dança, o artesanato, a

oportunidades que um destino emergente

quilômetros de litoral, além de inúmeras

mas onde seria possível trabalhar conceitos

gastronomia e as festas populares colocam

pode apresentar.

praias fluviais e lacustres que movimentam

e práticas de sustentabilidade e arranjo

as praias do Nordeste em evidência nos

Logo nas primeiras visitas técnicas ao destino,

o turismo no interior do país. Assim, com

institucional, criando experiências que

contextos nacional e internacional. Porém,

foi verificado que Jericoacoara apresentava

inúmeros destinos já consolidados neste

pudessem ser replicadas em outros destinos.

o turismo nacional amadureceu muito nos

alguns entraves quanto à articulação

segmento, que é o mais procurado do

O Nordeste brasileiro naturalmente

últimos anos, e deixou para trás a ilusão de

institucional, crescimento desordenado e



Jericoacoara - CE

Jericoacoara - CE

20

21

ocupação irregular de diversas áreas que

entidade parceira local conveniada para o

enfraquecidos por falta de uma dinâmica

deveriam permanecer de livre trânsito para a

desenvolvimento do projeto.

cooperada.

comunidade e os visitantes. Outro fator que

Devido a este cenário, as primeiras reuniões

Também se apresentaram entidades

comprometia o desenvolvimento do destino

no destino foram realizadas separadamente

empresariais pré-formadas ou

era um alto índice de informalidade entre

com os empresários dos quatro principais

desestruturadas e não atuantes, tudo isso

os prestadores de serviços e a falta de auto-

setores: meios de hospedagem, alimentação,

como forma de evidenciar a importância da

organização dos setores.

receptivos (esporte) e comércio.

cooperação e do trabalho conjunto.

Esta visão motivou a escolha e a estratégia

O primeiro objetivo foi despertar o

Para instituir o Arranjo Institucional do

de aproximação. Assim como em outros

autoconhecimento, identificar o papel de

destino, o Ministério do Turismo e a Casa

destinos do projeto, foram envolvidas as

cada um no seu negócio, no turismo e na

Brasil, com o apoio dos órgãos estaduais e

entidades parceiras locais, identificadas com

comunidade. Depois os quatro grupos

municipais de turismo e Sebrae-CE, além

o segmento. As primeiras entidades a apoiar

foram reunidos e foram desenvolvidos

dos conselhos e associações estaduais e

o projeto, além do Ministério do Turismo,

trabalhos participativos, que culminariam

locais afins, implementaram a Metodologia

foram a Secretaria de Turismo do Estado do

com a formação do arranjo institucional.

Cores de Gestão de Destinos Turísticos, que

Ceará, a Secretaria Municipal de Turismo

Nestas reuniões foram apresentadas outras

consiste em técnicas e ações participativas e

de Jericoacoara e o Sebrae-CE, a principal

iniciativas e projetos em andamento

cooperadas, em que se define a atribuição de cada um dos atores. Importante observar que os empresários de Jericoacoara, em sua quase totalidade, não são cearenses, mas oriundos de outros Estados brasileiros ou estrangeiros. Esta situação era um dos principais motivos para uma cultura pouco integrada. Na verdade, eles não se comunicavam, competiam, sem enxergar que separados, contribuíam para a degradação do destino. Os primeiros encontros com os grupos empresariais, um por vez, confirmaram essa observação. As pessoas chegavam desconfiadas, criticando o que não funcionava e sem acreditar que algo novo pudesse estar acontecendo.


Jericoacoara - CE

23 Após uma série de reuniões utilizando a

próprio Ministério do Turismo ou dos órgãos

Metodologia Cores foi possível atingir de fato

estaduais e municipais, e ainda de entidades

o sentimento de que a união dos empresários

como o Sebrae.

e da comunidade em torno de uma instância

Outra ação a ser destacada foi o trabalho

de governança local era indispensável,

desenvolvido pelas artesãs de Jericoacoara

necessária e urgente para o desenvolvimento

durante a Vivência Elo Cultural, que

e sustentação do destino, inclusive na

apresentou um desfile na praia com peças

interlocução das parcerias com os gestores

artesanais criadas pelas próprias artesãs. A

públicos.

coleção ganhou uma marca – Mundo Jeri:

O modelo definido foi a constituição de

Cultura, Natureza e Magia. No total, 15 peças-

uma Agência de Desenvolvimento – Adetur

piloto foram exibidas pelas modelos durante

Jeri, criada em assembleia em agosto de

o desfile. Para chegar a este resultado, o

2008, com a participação de mais de 50

Sebrae-CE envolveu 40 artesãs da região,

empresários, comprometidos em criar

realizou o diagnóstico de sua atividade,

ou consolidar as entidades empresariais

identificou demandas e elaborou sugestões

setoriais. Essa iniciativa revigorou outras

para a estruturação da ação Vivência Elo

associações de alguma forma constituídas e

Cultural. Depois disso, foi feito um trabalho

ficou marcada como a Ação Símbolo neste

de articulação com as artesãs, com oficinas

destino. Com esta unidade de planejamento

preparatórias com foco no associativismo,

foram estabelecidas conexões com outros

nas relações humanas e no aperfeiçoamento

projetos em curso no destino, de iniciativa do

das técnicas do crochê.


Jericoacoara - CE

Jericoacoara - CE

24

25

Resultados alcançados

O exemplo de Jericoacoara, que conseguiu

Um acompanhamento técnico dos

transformar uma realidade de crescimento

arranjos institucionais, e principalmente, o

O projeto Destino Referência em Turismo

desordenado – que certamente levaria o

fortalecimento do conselho municipal e de

de Sol e Praia realizado em Jericoacoara

destino a um possível colapso – em uma

sua interlocução com o órgão estadual de

atingiu o objetivo da construção de um

situação de desenvolvimento participativo

turismo, e deste com as instâncias regionais

modelo referencial dotado de parâmetros

e cooperado, em que cada um conhece

e com o Ministério do Turismo, são o ideal

para o desenvolvimento sustentável do

e executa seu papel na comunidade e no

para a consolidação do Sistema Nacional do

turismo de Sol e Praia, como base para outros

turismo, poderá ser replicado em outros

Turismo.

destinos turísticos do segmento no Brasil,

destinos que queiram desenvolver o

O futuro será de entidades empresariais

adaptando-o e adequando-o às diferentes

segmento de Turismo de Sol e Praia em seu

fortes e arranjos institucionais dinâmicos,

situações e soluções.

destino.

que tenham base em planejamentos de curto, médio e longo prazos, feitos dentro da boa técnica, com legitimidade e pela participação de todos os envolvidos do setor e da comunidade local. O que realmente foi criado pela ação da Casa Brasil através do Método Cores e que pode ser reaplicado com sucesso em outros destinos brasileiros foi a formação do Grupo Gestor de projetos. Em síntese, isso significa a existência de um conjunto de atores (pessoas) que representam os interesses públicos, privados e da sociedade local, relacionados com os projetos do destino. Para a equipe técnica da Casa Brasil, esta deve ser a tônica na maioria dos destinos

Resultados do projeto • Participação ativa dos empresários e mobilização para adesão desde o início do projeto • Governança local representativa e atuante • Atuação continuada e liderança do empresariado local • Preparação de materiais promocionais para o destino • Qualificação na produção associada ao turismo, envolvendo 40 artesãs da região, com foco no associativismo, nas relações humanas e de aperfeiçoamento das técnicas do crochê • Realização de desfile na praia com peças artesanais criadas pelas artesãs de Jericoacoara

turísticos brasileiros que ainda apresentam falta de integração, de estruturação e de representatividade dos setores. O arranjo institucional é a base para qualquer projeto de desenvolvimento sustentável.

• Constituição de uma Agência de Desenvolvimento – Adetur Jeri



Jericoacoara - CE

Jericoacoara - CE

28

29

Todo programa relevante de turismo que

Nacional dos Secretários e Dirigentes

envolva recursos públicos e privados,

Estaduais de Turismo (Fornatur), que é

produza impactos importantes no destino

parte do Conselho Nacional do Turismo,

e mobilize uma diversidade de esforços e

presidido pelo ministro do Turismo. Aí

investimentos deve ter seu grupo gestor.

está o Sistema Nacional do Turismo, que

Este grupo deve se reportar ou participar

estabelece uma conexão e interação desde

do Conselho Municipal do Turismo, que

o programa no destino até o MTur, que é o

por sua vez se reporta ou participa do

responsável pela implementação do Plano

Conselho Estadual, que é presidido pelo

Nacional do Turismo, seus projetos e ações,

secretário ou dirigente estadual de Turismo.

democraticamente construído com uma

O dirigente estadual deve integrar o Fórum

ampla participação do trade e da sociedade.

Para saber mais: www.turismo.gov.br www.ce.sebrae.com.br www.cadastur.turismo.gov.br



Equipe Ministério do Turismo Coordenação Geral Ricardo Martini Moesch Tânia Brizolla Coordenação Técnica Ana Clévia Guerreiro Lima Jurema Monteiro Rosiane Rockenbach Sáskia Lima Equipe técnica Brena Coelho Carolina Campos Fabiana Oliveira Laura Marques Philippe Figueiredo Talita Pires Wilken Souto Colaboração Ana Beatriz Borges Serpa Alessandra Lanna Bárbara Blaut Rangel Cristiano Borges Luis Eduardo Delmont Marcela Souza Priscilla Grintzos Rafaela Lehmann Salomar Mafaldo Equipe Instituto Casa Brasil de Cultura Coordenação do projeto Marcelo Safadi Coordenação operacional e assistência técnica Priscila Vilarinho Consultores dos destinos Marcos Pompeu – São João del Rei (MG) e Jericoacoara (CE) Priscila Vilarinho – Brasília (DF), Paraty (RJ) e Ribeirão Preto (SP) Rodrigo Lopes – Serra Geral (SC), Lençóis (BA) e Socorro (SP) Ricardo Silva – Santarém (PA) e Barcelos (AM) Consultores de apoio Alessandra Schneider Felipe Arns Marcos Martins Borges Paulo d’Ávila Ferreira Roberto Mourão Thiago Dias Apoio administrativo Jairo Mendonça Júnior Assistência técnica adminstrativa Breno Mendonça Vieira

© Instituto Casa Brasil de Cultura. Goiânia, 2010

Destinos de Referência em Turismo Segmento: Turismo de Sol e Praia Destino: Jijoca de Jericoacoara – CE Parceiro executor local: Sebrae-CE

Coordenação editorial Wolney Unes Texto

Alessandra Schneider

Projeto gráfico e capa Samara Bitencourt Diagramação Marcus Lisita Rotoli Fotografia Banco de Imagens MTur: Christian Knepper J. Wagner da Silva Ricardo Rollo Revisão Camila Pessoa Apoio Acolhida na Colônia Abeta Casa Azul Belta Instituto Dharma Convention Bureau Avape Prefeitura de Socorro Sebrae-CE AmazonasTur Secretaria de Turismo de Barcelos Impressão Marques e Bueno Ltda. (Gráfica Talento)


Len莽贸is - BA


Sumário Presidente da República Federativa do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva Ministro de Estado do Turismo Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho

Secretário-Executivo Mário Augusto Lopes Moyses Secretário Nacional de Políticas do Turismo Carlos Silva Diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico Ricardo Martini Moesch Coordenadora-Geral de Segmentação Sáskia Freire Lima de Castro

Coordenadora-Geral de Regionalização Ana Clévia Guerreiro Lima Coordenadora-Geral de Informação Institucional Isabel Cristina da Silva Barnasque Coordenadora-Geral de Serviços Turísticos Rosiane Rockenbach

A Chapada Diamantina

5

Apresentação

5

O turismo na Chapada Diamantina

7

O turismo de aventura na Chapada Diamantina

13

Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos

19

Destino referência em Turismo de Aventura

22

Resultados alcançados

28


A Chapada Diamantina Apresentação

Mucugê, cada um com suas peculiaridades e

Portão de entrada para a Chapada

Localizada a cerca de 400 km de Salvador,

Diamantina, Lençóis é um lugar

há diversas formas de chegar à Chapada

impressionante, que reúne a magia da

Diamantina, e grande parte delas sugere

Bahia, um rico patrimônio histórico-

um tempo de permanência de uma semana.

cultural tombado pelo Iphan e a natureza

Todos os sábados há voos regulares a partir

extraordinária do Parque Nacional da

de Salvador. As agências de receptivo

Chapada Diamantina. Considerada um

prestam serviços de traslado privativo e

dos melhores destinos de Ecoturismo e

oferecem roteiros regulares completos, que

Aventura do Brasil, a região possui centenas

contribuem para reduzir o custo da viagem.

de atrativos naturais como grutas, lagos,

Para os viajantes independentes, o acesso de

montanhas e cachoeiras de todos os

carro a partir de Salvador pode ser feito pela

tamanhos – cercados de lendas e mitos

BR-324 até Feira de Santana. A partir daí, o

–, cenários para aventuras e experiências

motorista pode decidir entre dois caminhos:

profundas, como caminhadas de vários

ou pela BR-116 até o entroncamento com

dias pelos vales e montanhas da Chapada

a BR-242 (Rodovia Bahia-Brasília) ou pela

Diamantina, trekkings, ou momentos de

BA-052 até o município de Ipirá, e daí até

relaxamento para quem quer um contato

Itaberaba. Depois desta cidade, os dois

mais sutil com a natureza.

caminhos se reencontram e seguem pela BR-

Outro aspecto que se destaca em Lençóis é que, apesar de ser uma cidade pequena do sertão da Bahia, vibra na região uma energia mística e cosmopolita, com pessoas do mundo inteiro que vêm à procura de um lugar encantado. Mas é impossível falar apenas de Lençóis quando se tem em vista toda a dimensão e a diversidade da Chapada Diamantina, que envolve muitos outros municípios como Palmeiras/Vale do Capão, Andaraí/Igatu e

atrativos.

242, até o trevo de acesso à cidade. Daí até Lençóis são apenas mais 12 km. Há também vários horários diários de ônibus a partir de Salvador e a viagem dura cerca de seis horas.


Lençóis - BA

7

O turismo na Chapada Diamantina

restaurantes, agências, lojas de artesanato

A Chapada Diamantina emergiu como

Com a melhoria da estrutura, na década

destino turístico em meados dos anos 70,

de 90, algumas operadoras de turismo

quando foi escolhida por aventureiros de

especializadas em natureza e aventura

várias nacionalidades, atraídos pela natureza

começaram a promover excursões para

exuberante em harmonia com arquitetura

a Chapada Diamantina, o que mudou

colonial em ótimo estado de conservação

radicalmente a história do destino.

devido ao isolamento e à estagnação do

Atualmente a Chapada apresenta uma nova

crescimento econômico no séc. XX.

imagem, pois atende, além dos aventureiros,

Já nos anos 80, a região teve seu maior

um perfil mais amplo de viajantes, uma vez

desafio com a criação do Parque Nacional

que oferece serviços e atividades focados

da Chapada Diamantina. Este desafio

em padrões de excelência, acessíveis para

logo se tornou uma oportunidade de

famílias com crianças, idosos ou pessoas que

desenvolvimento sustentável. As poucas

querem estar em contato com a natureza,

pessoas, que até então ainda viviam

sem deixar de lado conforto, charme e

basicamente da extração de diamantes

requinte.

e pequenas produções de agricultura

Para o turismo, o resultado são serviços de

e pecuária, tiveram suas atividades

hotéis e restaurantes refinados e charmosos,

redirecionadas para áreas fora dos limites do

a princípio incomuns para um destino tão

parque. Além deste fato, o crescente interesse

isolado. No centro histórico há inúmeras

pelo Ecoturismo e pelo Turismo de Aventura

e bem qualificadas agências de turismo,

possibilitou uma virada econômica para a

que oferecem excelentes opções de trilhas

região, onde os garimpeiros mais velhos se

e roteiros emocionantes, planejados

aposentaram e os mais novos começaram

sob o conceito de Aventura Segura,

a se adaptar a novas atividades, inclusive

proporcionando aos visitantes experiências

algumas ligadas ao turismo.

inesquecíveis e dimensionadas para atender

Aos poucos, pessoas da comunidade

a suas expectativas e possibilidades.

e recém-chegados tornaram-se

As opções de hospedagem são

empreendedores locais, abrindo pousadas,

surpreendentes e há uma grande diversidade

e outros serviços para atender a uma demanda de visitantes ávida por aventura.


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8

9

e quantidade de hotéis e pousadas com

por quilo e lanches caprichados para quem

levadas na mochila pelos aventureiros para

serviços da Chapada, associadas à Chapada

estilo e requinte. Desde casas de famílias e

volta da trilha. Os empreendedores, vindos

piqueniques em meio aos mais fascinantes

Convention Bureau.

albergues até pousadas de charme e hotéis

das mais variadas regiões, trouxeram novos

cenários da Chapada Diamantina.

Os sites das pousadas e das agências locais

de médio porte, há opções com conforto

ingredientes e criaram restaurantes que

O artesanato traduz a identidade do

também oferecem ótimas informações, além

para os mais diversos públicos, inclusive

servem pratos da culinária internacional

interior da Bahia, do período da exploração

de opções de roteiros e serviços.

famílias com crianças.

e contemporânea, mas utilizam muitos

do diamante. A matéria-prima principal

A diversidade cultural e o caráter

produtos locais, proporcionando uma

são o couro e a pedra. Um dos principais

cosmopolita de Lençóis se refletem em sua

experiência gastronômica no melhor estilo

ícones é a bruaca, usada pelos burros que

gastronomia, que oferece boas surpresas

slow food. E, como estamos na Bahia,

acompanhavam as tropas e cortavam o

aos seus visitantes. A culinária tradicional

acarajé e beiju são algumas das delícias

sertão no período do garimpo.

está presente em pratos típicos, de origem

imperdíveis para quem está de passagem

As operadoras nacionais especializadas

sertaneja, tropeira e garimpeira, como o

por Lençóis. Uma refeição curiosa no

em Ecoturismo e Turismo de Aventura já

feijão de corda, carne de bode, godó de

destino são os lanches de trilha: kits com

ofertam o destino em pacotes disponíveis

banana, cortado de palma, batata da serra

sanduíches, frutas desidratadas, doces, sucos

em várias agências do Brasil. Para os viajantes

e outros. Há restaurantes de comida caseira

e outras guloseimas naturais que podem ser

independentes, há ótimas informações sobre o destino nos guias impressos nacionais e internacionais. No site www.chapada. org há links para as principais empresas e

Cadastur Ao contratar serviços para uma viagem, convém verificar se a empresa está cadastrada no Ministério do Turismo. O cadastro dos prestadores de serviços é grande fonte de consulta para o mercado turístico brasileiro e proporciona benefícios para os serviços turísticos cadastrados. Para ter acesso às informações detalhadas sobre os prestadores de serviços regularmente cadastrados, acesse www.cadastur. turismo.gov.br



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O Turismo de Aventura na Chapada Diamantina

que atendem aos mais diversos perfis de

O Parque Nacional da Chapada Diamantina é

bem preservada vila de garimpeiros; Vale do

a principal unidade de conservação da região

Capão, com suas comunidades alternativas,

e guarda alguns dos mais belos conjuntos de

terapias holísticas e excelentes e requintadas

cachoeiras do Brasil. São centenas de quedas

pousadas; Morro do Pai Inácio, um dos

d’água que escorrem entre penhascos, nas

lugares de contemplação mais fantásticos

serras cobertas de verde, com uma vegetação

da região e cenário de interessantes lendas

mista de Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga.

e causos; Vale do Pati; Cachoeira da Fumaça;

A Cachoeira da Fumaça, com cerca de 380

Cachoeira do Buracão; Mucugezinho e Poço

m de queda livre, é a segunda mais alta do

do Diabo; além das grutas do Lapão, Lapa

País, só superada pela Cachoeira dos Anjos

Doce e Fumacinha, entre inúmeros outros

na fronteira do Brasil com a Venezuela. No

atrativos tão interessantes quanto estes.

parque há várias trilhas, com diferentes graus

As agências também oferecem atividades

de dificuldade, entre as quais uma das mais

específicas, como trekking, escalada

famosas a trilha do Vale do Pati, que atrai

em rocha, mountain bike, cavalgadas,

turistas de todo o mundo para se aventurar

observação de aves, canionismo, mergulho

em caminhadas de até sete dias, passando pela Cachoeira da Fumaça, Cachoeirão, Ruinha, Morro Branco, Funis e Morro do Castelo e visitando comunidades tradicionais, esotéricas e alternativas. Alguns dos principais atrativos ficam nos municípios do entorno do parque e muitos deles, no mundo subterrâneo, uma vez que a região se destaca por possuir o maior acervo espeleológico da América do Sul, com cavernas de beleza cênica e grande importância científica. As agências locais, capacitadas para atender às normas de segurança, organizam roteiros

público. Os mais procurados incluem os principais atrativos como Igatu, uma antiga e

em cavernas e o exclusivo cave-jumping.


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15

O segmento de Turismo de Aventura

• As aventuras ocorram em quaisquer espaços: natural, construído, rural, urbano, estabelecido como área protegida ou não;

Quando o Turismo de Aventura começou a despontar no Brasil, no início dos anos 90, era entendido como uma atividade associada ao Ecoturismo e, muitas vezes, confundido com atividades e esportes de aventura que não tinham relação com o turismo. Com a evolução do mercado e dos conceitos, o Turismo de Aventura passou a ter características estruturais e consistência mercadológica próprias. De acordo com a definição adotada pelo MTur, “Turismo de Aventura compreende os movimentos turísticos decorrentes da prática de atividades de aventura de caráter recreativo e não competitivo.”1 Isso significa que, para ser Turismo de Aventura, é preciso que:

• Não haja competição, pois, neste caso, as atividades são tratadas no âmbito do segmento Turismo de Esportes e não de Aventura.

• Haja movimento turístico, ou seja, pessoas se deslocando de seu local de residência habitual e utilizando serviços e equipamentos turísticos no destino; • O movimento seja motivado pela busca de experiências físicas e sensoriais recreativas que envolvem desafio, riscos avaliados, controláveis e assumidos; 1. Brasil. Turismo de aventura: orientações básicas. Brasília: Ministério do Turismo, 2008. Disponível em www.turismo.gov.br

Atualmente, o segmento está representado nacionalmente pela Associação Brasileira de Empresas de Turismo de Aventura e Ecoturismo (Abeta),2 formada por pequenos empreendedores de várias partes do país. A associação trabalha na criação de normas técnicas aplicáveis ao Turismo de Aventura, trazendo mais confiabilidade e parâmetros para o desenvolvimento do segmento, com o objetivo de torná-lo mais competitivo nacional e internacionalmente. Uma ação de grande destaque e abrangência nacional é o Programa Aventura Segura,3 uma iniciativa do Ministério do Turismo e Sebrae Nacional, em parceria com a Abeta. Trata-se de uma ação dedicada ao fortalecimento, à qualificação e à estruturação do Ecoturismo e Turismo de Aventura no Brasil, com foco em iniciativas voltadas para o desenvolvimento com qualidade, sustentabilidade e segurança. Para saber mais sobre este segmento, é recomendada a leitura das publicações do Ministério do Turismo e da Abeta sobre o tema. 2. www.abeta.com.br 3. www.abeta.com.br/aventura-segura/



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Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos O modelo de gestão descentralizada1

regiões diferentes, para que suas

concebido pelo Plano Nacional de Turismo e

experiências contribuam para criar uma

implementado pelo MTur prevê a integração

base metodológica que possa servir de

de diversas instâncias da gestão pública e

modelo para outros destinos no Brasil,

da iniciativa privada por meio da criação e

validando e consolidando a estratégia de

organização dos arranjos institucionais.

desenvolvimento de políticas públicas, e de

O projeto Destinos Referência em Segmentos

ampliação e diversificação da oferta turística

Turísticos desenvolvido pelo MTur em

nacional.

parceria com o Instituto Casa Brasil de Cultura, tem como objetivo criar uma estratégia de governança local, a partir do fortalecimento e aperfeiçoamento de segmentos de mercado, procurando envolver de forma participativa toda a cadeia produtiva e instituições relacionadas com o segmento escolhido, através de prioridades e estratégias definidas e com foco na competitividade. O projeto tem como premissa a participação efetiva dos representantes locais, fortalecendo as entidades públicas e privadas, o trade e as organizações não governamentais, levando à formação de um Grupo Gestor que assume o papel de líder do processo, buscando assim garantir a continuidade das ações na área do turismo, resultados mercadológicos e a sustentabilidade do destino. Assim, foram escolhidos dez destinos com características diferentes, em 1. Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br



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Destino referência em Turismo de Aventura

e Abeta) promoveu o primeiro contato para a

municípios que compõem o destino. Esta

setor. Nesta etapa foram avaliadas as

apresentação e início de implementação das

ampliação se justificou pelas características

dimensões abordadas na Metodologia

ações previstas no projeto Destino Referência

geográficas da região, uma vez que a maior

Cores de planejamento participativo em

Em 2007, quando Lençóis foi o destino

em Turismo de Aventura. Além disso,

parte dos equipamentos e serviços se

destinos turísticos e identificados os atores

selecionado para representar o segmento

procedeu-se à pactuação e ao alinhamento

concentra no município de Lençóis, porém

e entidades locais comprometidos com o

de Turismo de Aventura no projeto Destinos

com o programa Aventura Segura, que seria

os atrativos visitados pelos turistas estão no

processo para criar o Grupo Gestor.

Referência em Segmentos Turísticos, foi

implementado pela Abeta, em parceria com

entorno do Parque Nacional da Chapada

Simultaneamente, a Abeta começou a

diagnosticada uma realidade comum

o Sebrae Nacional.

Diamantina, cujos principais acesso são os

implementar o programa Aventura Segura,

a vários destinos de Aventura no Brasil:

O passo seguinte foi constituir o arranjo

municípios de Palmeiras, Andaraí e Mucugê.

a fim de fortalecer o setor, qualificar os

excelente potencial natural, mas com uma

institucional, ou seja, criar o Grupo Gestor,

A Avaliação Qualitativa foi feita em Lençóis

prestadores de serviço e empreendedores

baixa capacidade de organização, alto

para conduzir as ações do projeto na

durante a primeira reunião do Grupo

para gestão empresarial e divulgar o Turismo

índice de informalidade e diversas iniciativas

localidade. A criação deste grupo logo

Gestor, com a presença e participação da

de Aventura na Chapada em diversas ações

desconexas, gerando um subaproveitamento

no início foi importante para que ele

comunidade representada por entidades

de promoção do Turismo de Aventura no

deste potencial. Em Lençóis, já havia uma

pudesse amadurecer e se fortalecer à

dos setores público, privado e terceiro

Brasil.

forte demanda turística no destino, inclusive

medida que o projeto se desenvolvia. Já

internacional, e muitos profissionais atuando

no primeiro encontro, a comunidade e o

no segmento de Aventura. Porém, os desafios

trade expressaram a intenção de ampliar

também eram grandes. Até então, nenhuma

a abrangência do projeto para a região

empresa estava adequada às normas de

da Chapada Diamantina e incluir outros

segurança, os setores não interagiam entre si e nem com o Poder Público. As poucas iniciativas de organização local estavam isoladas e enfraquecidas. Com este cenário, tiveram início as ações para a estruturação do destino com foco no segmento de Turismo de Aventura, partindo do princípio de que os atores locais devem se organizar, definir prioridades e estratégias com foco na competitividade. Uma aproximação do destino com as instituições parceiras do projeto (MTur, ICBC



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Com os resultados da Avaliação Quantitativa

acesso a recursos para viabilização das

a execução de uma campanha promocional

Diamantina – e apoiou a participação do

foi elaborado o Plano de Ações, que contou

ações estratégicas do destino. O diagnóstico

da Chapada Diamantina, com a finalidade

destino nas principais feiras no Brasil.

com a participação ativa da comunidade

realizado no Plano de Ações apontou a

de fortalecer o Grupo Gestor e atrair novos

Durante a execução do projeto, foi realizada

na priorização das ações e definição dos

existência de algumas necessidades tais

participantes para o trabalho cooperado.

uma série de oficinas setoriais, que contou

responsáveis. A Estratégia Competitiva foi

como:

Esta ação foi liderada por uma das entidades

com uma representatividade expressiva

estruturada com base nas ações priorizadas

• Reestruturar e fortalecer o arranjo

que compõem o Grupo Gestor, a Associação

dos empreendedores locais. Estas reuniões

dos Empresários de Turismo da Chapada

tiveram foco nos seguintes setores: agências

Diamantina, que desenvolveu um website

de turismo, condutores locais e regionais,

(www.chapada.org), produziu material

meios de hospedagem, prestadores de

impresso – um conjunto de prospectos

serviços turísticos e comércio em geral.

no seminário em Lençóis, na forma de programas e subprogramas focados no destino, mas alinhados aos macroprogramas e programas do Plano Nacional de Turismo 2007-2010. Desta forma, foi possível elaborar estratégias que contemplam as demandas

institucional • Desenvolver programa de capacitação empresarial • Criar campanha promocional com portal na internet e participação nas feiras

locais, alinhadas com as políticas definidas

Entre as ações priorizadas no Plano de Ações,

pelo Ministério do Turismo, facilitando o

foi escolhida como Ação Símbolo do projeto

dos quatro principais destinos na Chapada


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Resultados alcançados Entre os inúmeros resultados – diretos e indiretos – das ações realizadas no projeto Destinos Referência em Turismo de Aventura na Chapada Diamantina, podemos destacar: • Estruturação e fortalecimento da governança local, com o resgate e a criação de entidades setoriais organizadas – Abeta Chapada, Chapada Convention, ABIH Regional – bem como a integração destas instituições entre si e com os demais setores • A integração regional propiciada pela flexibilização na abrangência do programa, que a princípio contemplava apenas a cidade de Lençóis e que, por demanda dos representantes da própria comunidade, foi ampliado municípios da Chapada Diamantina • O sucesso do Projeto de Promoção e Apoio à Comercialização liderado por

e em alguns quesitos possui mesmo fortes

da organização setorial, amparado por

do Programa Aventura Segura e criação da

diferenciais competitivos, tais como:

um planejamento estratégico de longo

Comissão Abeta Chapada

concentração de agências de turismo

prazo, voltado para qualificação da oferta e

com foco na operação de atividades de

posicionamento no mercado.

• Alta adesão e sucesso na implementação

• Articulação para estruturação das brigadas de incêndio, liderada pelas Associações de

aventura; clima estável, favorável à prática

Guias e apoiada pelo Programa Aventura

das atividades durante a maior parte do

Segura através dos cursos e equipamentos

ano; diversidade de cenários naturais, que

• Realização de seminário de multiplicação, oficina de projeto e visita técnica com a participação do Grupo Gestor do projeto, empresários e comunidade do destino, além de representantes de outros destinos com vocação para o desenvolvimento de Turismo de Aventura A Chapada Diamantina naturalmente apresenta uma vocação para o turismo tanto por sua natureza privilegiada quanto pela cultura e patrimônio preservadas na arquitetura das cidades e no costume de seus habitantes. Mesmo com o fato de o destino ter avançado

entidade local, resultado da aposta na

muito na qualificação da oferta de Turismo

gestão descentralizada com o convênio

de Aventura, a partir do programa Aventura

firmado entre o Ministério do Turismo e

Segura, é importante que a governança local

a Associação de Empresários de Turismo

continue atuante, para que possa orientar as

da Chapada Diamantina (Asset) para

ações empreendidas e as políticas públicas

a promoção do destino no mercado

para a mesma direção. Este é, sem dúvida, o

nacional, com ênfase no segmento de

maior desafio da Chapada Diamantina como

Turismo de Aventura

destino de Turismo de Aventura.

• Reativação de voo regular de Salvador para Lençóis

A região apresenta capacidade de competir internacionalmente no segmento proposto,

possibilitam a diversificação da oferta de atividades, e ainda um Parque Nacional, que por si já é um importante atrativo turístico. O processo de qualificação da Chapada Diamantina no segmento de Turismo de Aventura não é estático e necessita ser orientado para o amadurecimento da governança regional, que poderá então conduzir o processo, buscando excelência nos serviços e sintonia com as diretrizes nacionais. A experiência do projeto Destinos Referência poderá pontuar as próximas etapas fundamentais na qualificação do destino, como o apoio ao fortalecimento

Para saber mais: www.turismo.gov.br www.abeta.org.br www.aventurasegura.org.br www.inmetro.gov.br www.chapada.org www.cadastur.turismo.gov.br



Equipe Ministério do Turismo Coordenação Geral Ricardo Martini Moesch Tânia Brizolla Coordenação Técnica Ana Clévia Guerreiro Lima Jurema Monteiro Rosiane Rockenbach Sáskia Lima Equipe técnica Brena Coelho Carolina Campos Fabiana Oliveira Laura Marques Philippe Figueiredo Talita Pires Wilken Souto Colaboração Ana Beatriz Borges Serpa Alessandra Lanna Bárbara Blaut Rangel Cristiano Borges Luis Eduardo Delmont Marcela Souza Priscilla Grintzos Rafaela Lehmann Salomar Mafaldo Equipe Instituto Casa Brasil de Cultura Coordenação do projeto Marcelo Safadi Coordenação operacional e assistência técnica Priscila Vilarinho Consultores dos destinos Marcos Pompeu – São João del Rei (MG) e Jericoacoara (CE) Priscila Vilarinho – Brasília (DF), Paraty (RJ) e Ribeirão Preto (SP) Rodrigo Lopes – Serra Geral (SC), Lençóis (BA) e Socorro (SP) Ricardo Silva – Santarém (PA) e Barcelos (AM) Consultores de apoio Alessandra Schneider Felipe Arns Marcos Martins Borges Paulo d’Ávila Ferreira Roberto Mourão Thiago Dias Apoio administrativo Jairo Mendonça Júnior Assistência técnica adminstrativa Breno Mendonça Vieira

© Instituto Casa Brasil de Cultura. Goiânia, 2010

Destinos de Referência em Turismo Destino: Lençóis, Chapada Diamantina – BA Parceiros executores locais: Associação Brasileira de Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta)

Coordenação editorial Wolney Unes Texto

Alessandra Schneider

Projeto gráfico e capa Samara Bitencourt Diagramação Marcus Lisita Rotoli Fotografia Banco de Imagens MTur: Bento Viana Werner Zotz Acervo do Instituto Casa Brasil de Cultura: Marcelo Safadi Revisão Camila Pessoa Apoio Acolhida na Colônia Abeta Casa Azul Belta Instituto Dharma Convention Bureau Avape Prefeitura de Socorro Sebrae-CE AmazonasTur Secretaria de Turismo de Barcelos Impressão Marques e Bueno Ltda. (Gráfica Talento)


Paraty - RJ


Sumário Presidente da República Federativa do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva Ministro de Estado do Turismo Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho

Secretário-Executivo Mário Augusto Lopes Moyses Secretário Nacional de Políticas do Turismo Carlos Silva Diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico Ricardo Martini Moesch Coordenadora-Geral de Segmentação Sáskia Freire Lima de Castro

Coordenadora-Geral de Regionalização Ana Clévia Guerreiro Lima Coordenadora-Geral de Informação Institucional Isabel Cristina da Silva Barnasque Coordenadora-Geral de Serviços Turísticos Rosiane Rockenbach

Paraty

5

Apresentação

5

O Turismo em Paraty

8

O Turismo Cultural em Paraty

13

Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos

21

Destino referência em Turismo Cultural

22

Resultados alcançados

26


Paraty Apresentação Paraty é um destino turístico reconhecido nacionalmente por seu patrimônio histórico e cultural, com seu casario e igrejas em estilo colonial, calendário cultural diversificado, celebrações de festas religiosas tradicionais e suas manifestações artísticas, além das belas praias e ilhas que integram a magia da Mata Atlântica. Neste cenário, viveram e ainda vivem interessantes personagens da história brasileira. Tais atributos demonstram o potencial de Paraty para se projetar como um destino de Turismo Cultural. São inúmeros os motivos que fazem desta cidade um destino com um charme inconfundível. A cidade é encantadora quando se conhece de perto a rica cultura local, que torna vivo o merecido título de Patrimônio Histórico Nacional que Paraty possui. Com localização estratégica, entre as capitais do Rio de Janeiro e de São Paulo, Paraty há muitos anos começou a atrair um fluxo de visitantes que passou a demandar serviços turísticos. Esse fluxo hoje garante uma diversificada e qualificada oferta de hotéis, pousadas, restaurantes e atividades. O ambiente cultural do município – caracterizado pelo conjunto arquitetônico singular de seu Centro Histórico e por um entorno paisagístico natural de beleza exuberante – ganha vida em manifestações e expressões artísticas autênticas que representam a identidade das mais diversas

culturas que compõem a essência do povo paratiense: indígena, africana e portuguesa. Tudo pode ser visto e sentido nos ateliês dos artistas plásticos, na dança, na música, no folclore, no artesanato e na gastronomia, que integram um grande mosaico cultural, tanto na cidade quanto nas comunidades tradicionais, sítios e caminhos históricos do seu entorno. Com um calendário cultural diversificado, Paraty passou a integrar o seleto grupo de destinos capazes de realizar eventos de qualidade, indutores de fluxo turístico. Entre os inúmeros eventos realizados anualmente, os destaques são para a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), momento em que a cidade tem oportunidade de reunir escritores e leitores de todo o mundo, e para a Festa do Divino, evento popular tradicional, de caráter religioso, realizado entre maio e junho. Atualmente, chegar a Paraty é muito fácil. A rodovia Rio–Santos dá acesso tanto para quem vem de São Paulo quanto do Rio de Janeiro. É possível vir de carro próprio, alugado, ônibus regulares ou com os serviços de traslados oferecidos pelas agências locais. Muitas agências e operadoras nacionais e internacionais têm Paraty disponível em seus catálogos, facilitando a organização das viagens. Para os viajantes independentes, há informações sobre Paraty em vários guias de viagem e nos portais da internet, onde uma simples pesquisa sobre o destino já demonstra a diversidade da oferta disponível em Paraty.



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9

O turismo em Paraty

Hospedar-se em Paraty é uma agradável

oferecendo grande diversidade de serviços,

atualmente cinco engenhos artesanais em

experiência, seja no centro histórico, em

muitos com música ao vivo. Os doces típicos

funcionamento, incluindo roda d’ água,

No extremo sul do Estado do Rio de Janeiro,

frente às praias ou próximo às cachoeiras da

locais, como o pé-de-moleque, o maçapão

moenda, barris de carvalho, fogão de cobre e

na divisa com São Paulo, situa-se Paraty,

serra. Há centenas de charmosas pousadas

e o manuê-de-bacia, chamam atenção pelo

fogo à lenha.

no fundo da Baía da Ilha Grande e aos pés

e hotéis construídos em estilo colonial

paladar e pela forma como são vendidos,

Paraty respira arte, o que pode ser percebido

da Serra da Bocaina. Com esta geografia

oferecendo hospedagem em apartamentos

por ambulantes nas ruas do centro histórico

em suas ruas. O rico artesanato tem fortes

peculiar, Paraty foi privilegiada com praias

confortáveis, com áreas de lazer decoradas

em carrinhos de madeira. A todo momento

raízes na história de intenso intercâmbio

esplêndidas de águas verdes e transparentes.

com vegetação nativa, o que torna os

um carrinho de doces cruza por quem está

cultural da cidade e há produtos com

Sua baía, crivada de ilhas paradisíacas, é o

ambientes muito aconchegantes. As reservas

perambulando pelo centro histórico, o que

características muito interessantes. As

cenário dos inesquecíveis passeios de escuna

podem ser feitas por telefone ou via internet.

pode ser um bom convite a recarregar as

habilidades manuais são passadas de

e mergulhos entre os belos peixes e corais.

Paraty também é famosa pela qualidade

energias e continuar o passeio.

geração em geração, principalmente entre

As trilhas na Mata Atlântica e as cachoeiras

de sua gastronomia, ofertando desde as

Outra atração gastronômica imperdível em

as mulheres, e são um complemento das

do entorno, com destaque para o Parque

tradicionais receitas caiçaras e indígenas,

Paraty é a fabricação artesanal de cachaça,

atividades econômicas básicas (pesca e

Nacional da Serra da Bocaina, são grandes

iguarias portuguesas e africanas, a pratos

tradição que remonta ao século XVIII. O

lavoura) do caiçara1. Os produtos típicos

atrativos para praticantes de ecoturismo e em

da culinária internacional. A maior parte dos

município já chegou a ter mais de 200

do artesanato paratiense são trabalhos em

busca de aventura.

restaurantes se localiza no centro histórico,

engenhos e casas de moenda, e possui

tecido, madeira, cabaças, fibras vegetais e papel machê, com destaque para as bonecas de pano, barcos e remos de madeira e as máscaras. Há também vários artistas, locais e vindos de outros cantos do mundo, que se inspiram nos cenários de Paraty para criar obras de arte dignas das melhores galerias. As agências locais de receptivo oferecem inúmeros serviços turísticos e são uma boa referência para quem quer se divertir, aventurar-se ou vivenciar experiências culturais com conteúdo e segurança. Com 1. Palavra de origem tupi que se refere aos habitantes e à cultura das zonas litorâneas dos litorais paranaense, paulista e do sul do Rio de Janeiro. As comunidades caiçaras nasceram a partir da miscigenação de brancos de origem portuguesa com grupos indígenas das regiões litorâneas de São Paulo (tupinambás).


Paraty - RJ

11 300 praias, 65 ilhas, cinco unidades de conservação de Mata Atlântica, centenas de cachoeiras e uma população local acolhedora e criativa, não falta o que fazer em Paraty. Há praticamente de tudo, para todos os gostos. As agências locais oferecem excelentes opções de ecoturismo e aventura, como passeios de barco, mergulho, rafting, trekking, passeios off-road e arvorismo. É importante procurar as agências legais, cadastradas no Ministério do Turismo2 e que seguem as normas de segurança para estas atividades. 2. www.paratycvb.com.br/calendario.htm

Cadastur Ao contratar serviços para uma viagem, convém verificar se a empresa está cadastrada no Ministério do Turismo. O cadastro dos prestadores de serviços é grande fonte de consulta para o mercado turístico brasileiro e proporciona benefícios para os serviços turísticos cadastrados. Para ter acesso às informações detalhadas sobre os prestadores de serviços regularmente cadastrados, acesse www.cadastur.turismo.gov.br


Paraty - RJ

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O Turismo Cultural em Paraty

Porém, a abertura de novos caminhos

O centro histórico de Paraty é um convite a

e gradativamente isolou Paraty. Esse

uma verdadeira viagem ao passado. Como

contexto de isolamento geográfico durou

não são permitidos carros nesta parte

aproximadamente cem anos e teve como

da cidade, o casario bem conservado e

consequência direta um processo de

representativo das arquiteturas dos séculos

estagnação econômica. Somente na década

XVIII e XIX, pode ser admirado em um passeio

de 1970, com a construção da rodovia Rio–

a pé por suas ruas irregulares, calçadas com

Santos, Paraty voltou a se integrar ao novo

pedras no estilo pé-de-moleque. As sutilezas

ambiente econômico da região. A rodovia

históricas de Paraty são muitas e quase

permitiu o acesso do público a um dos

intocadas, como o símbolo enigmático dos

mais íntegros sítios históricos brasileiros e

maçons nas paredes de inúmeras casas do

à maior área contínua preservada da Mata

século XVII, a forma labiríntica de suas ruas ou os lampiões que iluminam a noite, dando um charme especial aos casarões. Entender um pouco do contexto histórico é interessante para compreender como e por que esta cidade se tornou um local tão interessante para visitar. A Vila de Paraty teve nos primeiros séculos de sua história uma importância estratégica no cenário histórico brasileiro. Nesta época foi entreposto comercial utilizado para a entrada de mercadorias e escravos e porto para o escoamento do ouro das Minas e posteriormente para o café do Vale do Paraíba. Todo este movimento econômico criou uma cidade dinâmica, receptiva aos estrangeiros que circulavam por ali e traziam as novidades do mundo.

e a criação de rotas alternativas dentro do País reduziu a importância do porto


Paraty - RJ

14 Atlântica do país. Se o isolamento geográfico e a estagnação econômica impediram o crescimento de Paraty, por outro lado garantiram a preservação e a integridade de seus patrimônios naturais e culturais, elementos que a diferenciam de outras cidades brasileiras e que se constituem hoje em sua maior riqueza e fator de atratividade turística para a região. Na área ambiental, Paraty abriga importantes unidades de conservação da Mata Atlântica, o bioma mais ameaçado do Brasil, com áreas de proteção ambiental (APAs), estações ecológicas e o Parque Nacional da Serra da Bocaina, conjunto inserido na Reserva Mundial da Biosfera, reconhecida pela Unesco. Na área cultural, há desde o consagrado citytour pelo centro histórico até vivências de culturas tradicionais nos quilombos e aldeias indígenas, além de passeios interpretativos pelo Caminho do Ouro e museus da região. Ainda no centro histórico, há a Casa da Cultura, um espaço interativo que permite conhecer mais sobre a cultura e história de Paraty. Os eventos culturais, tradicionais e contemporâneos, trazem visitantes para a cidade durante o ano todo. Vale conferir o calendário3 da cidade antes de programar a viagem. 3. BRASIL. Turismo Cultural: orientações básicas. Ministério do Turismo, Brasília: 2008. Disponível em www.turismo. gov.br


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O segmento de Turismo Cultural A relação entre turismo e cultura é histórica. Desde os primeiros movimentos turísticos do mundo moderno, muitos foram motivados pela busca de conhecimento e pela cultura de lugares distantes. No Brasil, recentemente o setor turístico passou a entender melhor esta relação e a estudar formas de empregar a pluralidade da cultura brasileira para desenvolver a oferta de pro­dutos de Turismo Cultural autênticos. Esse segmento tem a capacidade de promover e preservar a cultura de um destino, além de oferecer às comunidades bem-estar e a oportunidade de participação. Desta forma, cultura e turismo configuram, em suas diversas combinações, um segmento denominado Turismo Cultural, que se materializa quando o turista é motivado a se deslocar especialmente com a finalidade de vivenciar aspectos e situações particulares do destino. Diante da abrangência e diversidade dos termos turismo e cultura, o Ministério do Turismo, em parceria com o Ministério da Cultura e o Iphan, estabeleceu um recorte nesse universo e dimensionou o segmento com a seguinte definição: Turismo Cultural compreende as atividades turísticas relacionadas à vivência do conjunto de elementos significativos do patrimônio histó­rico e cultural e dos eventos culturais,

valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da cultura.

A relação entre cultura e turismo fundamenta-se em dois pi­lares: o primeiro é a existência de pessoas motivadas a conhecer culturas diversas e o segundo é a possibilidade do turismo servir como instrumento de valorização da identidade cultural, da preservação e conservação do patrimô­ nio e da promoção econômica de bens culturais. Ou seja, para desenvolver este segmento turístico é preciso conhecer muito bem a demanda e a oferta. Pesquisas de demanda permitem conhecer as preferências e necessidades do turista e elaborar produtos adequados a cada perfil consumidor. No caso desse segmento, é também importante saber quais atividades têm a preferência do turista e como elas podem ser organizadas como parte da programação de uma viagem. Ainda há poucas pesquisas específicas para o segmento no Brasil, mas é possível analisar dados básicos da demanda como procedência e número de visitantes, consultando registros, livros de visitas de órgãos e instituições de cultura, tais como museus, centros culturais e igrejas. Alguns estudos realizados em outros países1 também podem servir de referência para conhecer o perfil do turista cultural. Estes trabalhos apontam para a existência de dois tipos de turistas que visitam atrativos culturais: 1. Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br

• Aqueles com interesse específico na cultura, isto é, que desejam aprofundar-se na compreensão das culturas visitadas e se deslocam especialmente para esse fim • Aqueles com interesse ocasional na cultura, possuindo outras motivações que o atraem ao destino, relacionando-se com a cultura apenas como uma opção de lazer. Esses turistas, muitas vezes, acabam visitando algum atrativo cultural, embora não tenham se deslocado com esse fim, e, apesar de não se configurarem como público principal do que conceituamos de Turismo Cultural, são também importantes para o destino, devendo ser considerados para fins de estruturação e promoção do produto turístico Os resultados das pesquisas com os turistas facilitam ao destino e aos empresários o desenvolvimento de produtos de Turismo Cultural que atendam aos diferen­tes perfis, motivações e interesses de viagem, permitindo a segmentação da demanda e melhores ações mercadológicas. Com relação à oferta, quanto maior a diversidade de opções e atividades, maiores serão as possi­bilidades de criar produtos diferenciados. Além de estimular a permanência do turista no destino por um período de tempo maior, atividades culturais incentivam a visitação nos períodos de baixa temporada e fortalecem a

autoestima da comunidade, que passa a se sentir incluída no processo de desenvolvimento turístico. Neste segmento, as opções de produtos e atividades turísticas são tão vastas quanto a própria diversidade cultural do destino: pintura, escultura, teatro, dança, música, gastro­nomia, artesanato, literatura, arquitetura, história, festas, folclore são combinações que permitem a vivência da diversidade cultural brasileira e garantem a satisfação do visitante. Diversas atividades turísticas motivadas por interesses afins podem ser incluídas no âmbito do Turismo Cultural e constituem segmentos específicos: Turismo Cívico, Turismo Religioso, Turismo Místico e Esotérico, e Turismo Étnico. O Turismo Gastronômico, entre outros, pode também instituir-se no âmbito do Turismo Cultural, desde que preservados os princípios da tipicidade e identidade. Para desenvolver o segmento de Turismo Cultural é necessário implementar ações conjuntas, planejadas e geridas entre as áreas de turismo e de cultura. Neste contexto, há que se contemplar o respeito à identidade cultural e à memória das comunidades. É importante ter em mente que o patrimônio cultural – mais que simples atrativo turístico – é fator de identidade e de memória das comunidades e, como tal, deve ter seu sentido respeitado.



Paraty - RJ

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Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos O modelo de gestão descentralizada4

diferentes, para que suas experiências

concebido pelo Plano Nacional de Turismo e

contribuam para criar uma base metodológica

implementado pelo MTur prevê a integração

que possa servir de modelo para outros

de diversas instâncias da gestão pública e

destinos no Brasil, validando e consolidando

da iniciativa privada por meio da criação e

a estratégia de desenvolvimento de políticas

organização dos arranjos institucionais.

públicas, e de ampliação e diversificação da

O projeto Destinos Referência em Segmentos

oferta turística nacional.

Turísticos desenvolvido pelo MTur em parceria com o Instituto Casa Brasil de Cultura, tem como objetivo criar uma estratégia de governança local, a partir do fortalecimento e aperfeiçoamento de segmentos de mercado, procurando envolver de forma participativa toda a cadeia produtiva e instituições relacionadas com o segmento escolhido, através de prioridades e estratégias definidas e com foco na competitividade. O projeto tem como premissa a participação efetiva dos representantes locais, fortalecendo as entidades públicas e privadas, o trade e as organizações não governamentais, levando à formação de um Grupo Gestor que assume o papel de líder do processo, buscando assim garantir a continuidade das ações na área do turismo, resultados mercadológicos e a sustentabilidade do destino. Assim, foram escolhidos dez destinos com características diferentes, em regiões 4. www.chiasmarketing.com


Paraty - RJ

Paraty - RJ

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Destino referência em Turismo Cultural

considerada fruto do envolvimento de todos

das fichas dos atrativos turísticos de Paraty.

Cultura. Neste evento, que caracterizou a

os representantes do Grupo Gestor, que,

Com o Grupo Gestor formado e atuante, a

Ação Símbolo do projeto, foram entregues

entendendo o papel da governança local no

Associação Casa Azul contratou a empresa de

o slogan e logomarca turística de Paraty

A diversidade e tradição cultural de Paraty

processo de desenvolvimento de sua cidade,

consultoria Chias Marketing para elaborar

como destino cultural6. Como parte da ação,

foram, sem dúvida, os principais fatores que

optaram por participar de forma responsável

o Plano de Desenvolvimento do Turismo

também foi realizado um fam-tour para

determinaram sua escolha como destino

e organizada de um conselho específico do

Cultural de Paraty, intitulado Plano Mar de

operadoras, agências de turismo e veículos

referência em Turismo Cultural. Mas outros

setor turístico, principal economia de Paraty.

Cultura. Este plano de ação, realizado com

de comunicação especializados.

fatores, como o risco de se transformar em

O projeto Destinos Referência em Paraty teve

base em uma metodologia participativa

No decorrer do projeto, o Grupo Gestor

consagrada, teve o objetivo de fortalecer

realizou encontros e reuniões, alterou e

a atratividade do destino, qualificando os

ampliou sua representatividade, e criou ações

produtos turísticos de modo a amenizar a

de comunicação entre o grupo por meio

sazonalidade, promover a oferta responsável

do Breve Informativo, um documento com

e viabilizar o desenvolvimento sustentável

informações atualizadas sobre as ações em

do destino. O trabalho resultou em uma

andamento, reuniões e resultados do projeto,

análise mercadológica e na estratégia

enviado por email periodicamente para os

competitiva para o segmento, com foco em

participantes.

um destino turístico de massa – pela falta de um plano de desenvolvimento definido e um arranjo institucional organizado e atuante –, foram decisivos para transformar Paraty em um verdadeiro laboratório do segmento de Turismo Cultural, cujas experiências podem ser reaplicadas em outros destinos brasileiros. Ao iniciar o projeto Destinos Referência em

como linhas de ação: • Instituir um arranjo Institucional para o desenvolvimento do projeto • Elaborar planejamento participativo com foco no segmento • Disseminar as experiências para outros destinos

5

dar consistência aos produtos e diversificar

Uma atividade que merece destaque é a

A primeira ação do projeto em Paraty foi

a oferta. Desta maneira, as ações de

viagem técnica a Tiradentes e São João

a formação do Grupo Gestor – composto

desenvolvimento propostas dão ênfase

del Rei (MG), que contou com a presença

por representantes da cultura, do turismo

à estruturação da oferta e o marketing

de muitos representantes do Grupo

e da comunidade. Este grupo passou a ser

vincula a promoção da imagem do destino à

Gestor. O objetivo inicial desta ação era

corresponsável pelas ações que se seguiram,

identidade turístico-cultural de Paraty. Com

que os participantes aprendessem com

como a elaboração do dossiê da candidatura

isso, o posicionamento mercadológico de

as melhores práticas destes destinos, por

locais e a implementação do projeto, a

de Paraty a Patrimônio da Humanidade;

Paraty foi readequado com ênfase no turismo

meio de benchmarking7. Mas ela teve um

Associação Casa Azul foi escolhida pelo

cursos de atendimento em Turismo Cultural

cultural, o que permitirá que o produto

efeito muito mais positivo que o esperado,

Ministério do Turismo como instituição

para guias, barqueiros, agentes de receptivo

global do destino ganhe em competitividade.

pois a convivência mais próxima entre os

local parceira, para liderar a implantação

e recepcionistas de pousadas, e de Gestão

O Plano Mar de Cultura foi apresentado

participantes garantiu a integração e o

do projeto em Paraty, com a participação

de Turismo Cultural para empresários

ativa de representantes da sociedade de

e produtores culturais. No total, foram

modo a garantir a continuidade posterior

capacitadas 60 pessoas. O grupo também

das ações. A reativação do Comtur pode ser

contribuiu com os descritivos e pontuação

Turismo Cultural em Paraty, havia várias iniciativas e projetos tanto do setor turístico quanto do setor cultural. Porém, as entidades representativas destes setores estavam agindo de maneira desarticulada. O Conselho Municipal de Turismo (Comtur) estava inativo. Para facilitar a integração das entidades

publicamente e aprovado pela comunidade e pelos representantes do turismo e da cultura de Paraty no Seminário e Exposição Mar de 5. www.chiasmarketing.com

6. www.paratycultura.com.br 7. O benchmarking tem como objetivo promover, através da realização de viagens técnicas, o aprimoramento dos serviços turísticos, por meio da observação, assimilação e implementação das melhores práticas aplicadas em destinos de referência em determinado segmento turístico.



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fortalecimento dos membros do Grupo Gestor, o que se refletiu na continuidade das ações desenvolvidas pelo grupo.

Resultados alcançados • Com a presença de uma instituição local

• Protagonismo local e continuidade das ações de desenvolvimento pelo Grupo

transforme em destino de massa (qualificar a oferta e direcionar a demanda)

Gestor, mesmo após a finalização do

• Apoio para reativação do Comtur

projeto

• Realização de seminário de multiplicação,

Outra ação, vinculada ao Plano Mar

forte, atuante e inclusiva, a Associação Casa

de Cultura, foi o lançamento de peças

Azul, foi possível a realização da articulação

• Breve Informativo: solução simples e eficaz

oficina de projeto e visita técnica com

promocionais do destino, como o Mapa

entre os programas públicos e a realidade

de comunicação por correio eletrônico,

a participação efetiva do Grupo Gestor

Turístico e Cultural de Paraty, o filme Paraty

local e pela continuidade das ações

que apresentava ao Grupo Gestor o que

do projeto, empresários, comunidade

previa o projeto, o que havia sido realizado

do destino e representantes de

e quais os próximos passos

outros destinos com vocação para

Cultura em Verde e Azul e o website www. paratycultura.org.br. A experiência do Grupo Gestor de Paraty foi tão positiva que foi selecionada na chamada de Experiências de Gestão e Políticas do Patrimônio Cultural promovida em 2009 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), além disso, foi apresentada nos seminários de multiplicação do projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos realizados na Bahia, em Minas Gerais e Brasília.

• Reconhecimento da vocação turística do destino para desenvolver o segmento de Turismo Cultural • Grupo Gestor atuante e representativo do setor turístico e cultural, que se ampliou e se fortaleceu durante o processo • Viagem de benchmarking que integrou os participantes do Grupo Gestor, possibilitando uma sinergia positiva para a consecução das atividades • Metodologia de planejamento participativo, implementada pela consultoria Chias Marketing, com pesquisas, seminários de avaliação e aprovação das ações

Para saber mais: www.turismo.gov.br www.paratycvb.com.br www. chiasmarketing.com www.casaazul.org.br www.cadastur.turismo.gov.br

• Posicionamento de mercado: imagem do destino relacionada ao segmento, logomarca que traduz a cultura, criação de material promocional, como vídeo, mapa turístico e cultural, e website • Responsabilidade conjunta pela execução das ações definidas no planejamento • Periodicidade de reuniões para acompanhamento, com agenda definida e comissões de trabalho

• Desafio coletivo de manter o número de visitantes e não permitir que a cidade se

desenvolvimento do segmento Turismo Cultural.


Equipe Ministério do Turismo Coordenação Geral Ricardo Martini Moesch Tânia Brizolla Coordenação Técnica Ana Clévia Guerreiro Lima Jurema Monteiro Rosiane Rockenbach Sáskia Lima Equipe técnica Brena Coelho Carolina Campos Fabiana Oliveira Laura Marques Philippe Figueiredo Talita Pires Wilken Souto Colaboração Ana Beatriz Borges Serpa Alessandra Lanna Bárbara Blaut Rangel Cristiano Borges Luis Eduardo Delmont Marcela Souza Priscilla Grintzos Rafaela Lehmann Salomar Mafaldo Equipe Instituto Casa Brasil de Cultura Coordenação do projeto Marcelo Safadi Coordenação operacional e assistência técnica Priscila Vilarinho Consultores dos destinos Marcos Pompeu – São João del Rei (MG) e Jericoacoara (CE) Priscila Vilarinho – Brasília (DF), Paraty (RJ) e Ribeirão Preto (SP) Rodrigo Lopes – Serra Geral (SC), Lençóis (BA) e Socorro (SP) Ricardo Silva – Santarém (PA) e Barcelos (AM) Consultores de apoio Alessandra Schneider Felipe Arns Marcos Martins Borges Paulo d’Ávila Ferreira Roberto Mourão Thiago Dias Apoio administrativo Jairo Mendonça Júnior Assistência técnica adminstrativa Breno Mendonça Vieira

© Instituto Casa Brasil de Cultura. Goiânia, 2010

Destinos de Referência em Turismo Segmento: Turismo Cultural Destino: Paraty – RJ Parceiro executor local: Associação Casa Azul

Coordenação editorial Wolney Unes Texto

Alessandra Schneider

Projeto gráfico e capa Samara Bitencourt Diagramação Marcus Lisita Rotoli Fotografia Banco de Imagens MTur Acevo do Instituto Casa Brasil de Cultura: Marcelo Safadi Revisão Camila Pessoa Apoio Acolhida na Colônia Abeta Casa Azul Belta Instituto Dharma Convention Bureau Avape Prefeitura de Socorro Sebrae-CE AmazonasTur Secretaria de Turismo de Barcelos Impressão Marques e Bueno Ltda. (Gráfica Talento)


Ribeir達o Preto - SP


Sumário Presidente da República Federativa do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva Ministro de Estado do Turismo Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho

Secretário-Executivo Mário Augusto Lopes Moyses Secretário Nacional de Políticas do Turismo Carlos Silva Diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico Ricardo Martini Moesch Coordenadora-Geral de Segmentação Sáskia Freire Lima de Castro

Coordenadora-Geral de Regionalização Ana Clévia Guerreiro Lima Coordenadora-Geral de Informação Institucional Isabel Cristina da Silva Barnasque Coordenadora-Geral de Serviços Turísticos Rosiane Rockenbach

Ribeirão Preto

5

Apresentação

5

O Turismo em Ribeirão Preto

8

O Turismo de Negócios e Eventos em Ribeirão Preto

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Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos

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Destino referência em Turismo de Negócios e Eventos

26

Resultados alcançados

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Ribeirão Preto Apresentação

negócios no âmbito agroindustrial.

Ribeirão Preto é um destino turístico que

indução de eventos e negócios para Ribeirão

mudou o paradigma de que os melhores

Preto. A apenas 313 km da capital do

lugares para realizar eventos e turismo

Estado, sua malha rodoviária está integrada

de negócios são somente as grandes

aos grandes centros produtores do país,

capitais. Com uma vocação histórica para o

tendo como principal acesso a Rodovia

agronegócio, Ribeirão Preto colocou o pé no século XXI mostrando que a produção agrícola pode criar condições excelentes para a vida urbana e para muitos negócios. E esta fórmula impulsiona também o turismo. A cidade apresenta inúmeros requisitos para o desenvolvimento do Turismo de Negócios e Eventos, como economia dinâmica, ótimo padrão de vida, localização estratégica, boa qualidade de infraestrutura de transportes e comunicações, qualidade e diversidade de serviços turísticos. Localizada no maior polo de produção sucroalcooleira do Brasil – a região nordeste do Estado de São Paulo, próxima às principais cidades do interior do próprio Estado e de Minas Gerais – Ribeirão é considerada a Capital Brasileira do Agronegócio. É um polo irradiador de desenvolvimento e indutor de muitas oportunidades de negócios, que vão além da produção agroindustrial. Bons exemplos destas oportunidades são o turismo corporativo e as visitas técnicas realizadas por funcionários de diversas empresas, principalmente aquelas ligadas aos

A localização e os acessos favorecem a

Anhanguera. O Aeroporto Leite Lopes teve recentemente seu terminal de passageiros ampliado, oferecendo mais conforto, segurança e agilidade aos moradores e visitantes. O aeroporto recebe voos de várias companhias aéreas regionais, além de conexões com os principais aeroportos de São Paulo.



Ribeirão Preto - SP

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O turismo em Ribeirão Preto

e serviços que atendem às necessidades de

premiadas por várias revistas especializadas.

expressões artísticas das mais variadas

organizadores, expositores e público.

Produzidas com a pura água do Aquífero

origens, além de museus e espaços para

O setor gastronômico acompanha a

Guarany, a fórmula do sucesso leva ainda

eventos, como o Teatro Pedro II – terceiro

Por sua infraestrutura, localização e

tendência e há uma grande oferta de

malte selecionado, lúpulo checo, fermento

maior teatro de opera do país em capacidade

capacidade de hospedagem, a cidade é sede

restaurantes, bares e similares, com serviços

especial e uma pitadinha de criatividade no

de público, com mais de 1.500 lugares – e

de vários eventos e feiras de importância

diversificados e qualificados para atender

processo de elaboração, que dão um toque

o Salão de Artes de Ribeirão Preto (Sarp),

nacional e internacional. Em Ribeirão Preto

aos padrões mais altos de exigência dos

de brasilidade a cada uma das cervejas

ambos palcos de grandes espetáculos.

é possível encontrar serviços e estruturas de

visitantes e de seus habitantes.

gourmets: Colorado Cauim (Pilsen com

A agenda cultural1 de Ribeirão possui

excelente padrão de qualidade, comparáveis

A gastronomia reflete a diversidade de

Mandioca), Colorado Appia (Weiss com

programação diversificada que atrai público

aos das grandes capitais do mundo e do

culturas e estilos que compõem a cidade.

Mel), Colorado Indica (India Pale Ale com

de todas as idades e de vários lugares. Entre

Brasil, com algumas vantagens extras, como

Há circuitos gastronômicos de culinária

Rapadura) e Colorado Demoiselle (Porter

os eventos, vale destacar o Festival de Dança,

o trânsito mais tranquilo e maior segurança.

italiana e japonesa, além de inúmeros

com Café).

realizado anualmente entre o final de maio

A cidade moderna, que oferece conforto

restaurantes de pratos típicos, comida

Outra marca registrada de Ribeirão é a

e começo de junho, e a Feira Nacional do

e qualidade de vida aos seus moradores,

chinesa, churrascarias, cafeterias, bares e,

qualidade de vida. A cidade investe em ações

Livro de Ribeirão Preto, que movimenta

também surpreende os visitantes com

é claro, as tradicionais cervejarias e choperias,

socioambientais como a recuperação da

um número expressivo de pessoas durante

seus incríveis parques urbanos, hotéis,

que embalam a vibrante vida noturna de

mata ciliar, manutenção de praças e limpeza

dez dias do mês de junho. Em julho há o

restaurantes, shoppings, vida noturna e, é

Ribeirão Preto.

dos córregos para prevenir enchentes.

imperdível Festival Tanabata, um evento

claro, as famosas e tradicionais choperias.

A Choperia Pingüim, uma das mais famosas e

Os parques, com grandes áreas verdes,

de cultura japonesa que movimenta toda

O setor hoteleiro é muito forte e competitivo,

tradicionais do Brasil, divulgou para o mundo

proporcionam a convivência entre as pessoas

a cidade e a região. Há ainda eventos mais

com profissionais qualificados e estruturas

o prestígio do chope ribeirão-pretano,

e a prática de atividades físicas.

populares, como as serestas e as romarias.

de alto nível. Há hotéis de grandes redes,

reconhecido nacional e internacionalmente.

A vida cultural intensa de Ribeirão contribui

Para o público jovem há eventos de música,

bem como hotéis locais, cada vez mais

A tradição virou tendência e agora há

também para que a cidade seja um ótimo

como o Carnabeirão.

preocupados em oferecer atendimento

choperias espalhadas pelos quatro cantos

e serviços com padrão internacional.

da cidade que são pontos de encontro de

Os espaços para eventos atendem às

estudantes, artistas, empresários e turistas.

mais diversas necessidades, desde salas

Na carona do sucesso do chope surgiram

menores, para pequenas reuniões, até

outros empreendimentos para reafirmar a

centros de convenções e auditórios para

condição de Ribeirão Preto como a Capital

grandes congressos com mais de mil

do Chope do Brasil. Fundada em 1995, a

pessoas. Os espaços para feiras também

Cervejaria Colorado já conquistou o mundo

são excelentes, oferecendo equipamentos

gourmet com chope e cervejas especiais,

lugar para viver e visitar. A cidade oferece

1. www.ribeiraopreto.sp.gov.br/scultura/i14prgano.htm

Cadastur Ao contratar serviços para uma viagem, convém verificar se a empresa está cadastrada no Ministério do Turismo. O cadastro dos prestadores de serviços é grande fonte de consulta para o mercado turístico brasileiro e proporciona benefícios para os serviços turísticos cadastrados. Para ter acesso às informações detalhadas sobre os prestadores de serviços regularmente cadastrados, acesse www.cadastur.turismo.gov.br



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O Turismo de Negócios e Eventos em Ribeirão Preto

Eventos e Negócios, segmento econômico

geoeconômica – composta por mais de

em pleno desenvolvimento no destino.

sessenta municípios – e também recebe os

O Turismo de Negócios e Eventos em Ribeirão

benefícios desta, ampliando as chances de

Ribeirão Preto sempre teve vocação para o

foi motivado pela frequente realização

sucesso dos negócios. A renda per capita da

sucesso. Fundada em 1856, a cidade ganhou

de visitas técnicas às empresas da região,

região é semelhante à de alguns países da

impulso com a lavoura de café e contribuiu

originadas de demanda espontânea tanto

Europa Mediterrânea e praticamente o dobro

para transformar a região onde está inserida

do mercado nacional como internacional,

da média brasileira4.

na maior produtora de café do mundo, na

trazendo para a região empresários,

Na área de saúde, Ribeirão se destaca como

virada do séc. XX, abastecendo o mundo com

políticos, representantes de organizações

um dos mais importantes e desenvolvidas

o que era conhecido como ouro verde.

governamentais e não- governamentais e

centros médicos do país, com modernos

O que a princípio era uma atividade

estudiosos, com foco na agroindústria, tendo

hospitais, unidades de saúde, farmácias,

favorecida pelo solo e clima, evoluiu para o

destaque especial a produção do biodiesel,

clínicas, entre outros serviços do setor.

agronegócio e a agroindústria. Hoje, Ribeirão

além de outros produtos derivados da cana-

Para atender à demanda de eventos e

Preto pertence a uma macrorregião que

de-açúcar e criação de gado.

turistas a negócios, os empresários da cidade

se destaca pela forte presença da indústria

No setor de feiras, o destaque está

sabem que é necessária boa qualificação.

sucroalcooleira, com estrutura econômica

na Agrishow, feira anual do setor de

forte e diversificada, marcada pelos altos

agronegócios que movimenta mais de 700

índices de produtividade da agricultura, com

expositores e público de mais de 140 mil

destaque para cana, laranja, soja, amendoim

visitantes, de cerca de 50 países, deixando

e fruticultura.

muitos benefícios sociais e econômicos para

Além da agroindústria, Ribeirão também

a região. Uma tendência atual é a realização

é um importante centro de atividades

de eventos na área energias renováveis e

comerciais e industriais, de prestação de

desenvolvimento sustentável.

serviços e referência em educação e saúde.

O turismo de compras também move o

Mesmo com uma população relativamente

comércio varejista. Amplamente diversificado

pequena (cerca de 600 mil habitantes2) o

e impulsionado pela presença de vários

comércio e serviços da cidade oferecem

estabelecimentos comerciais e prestadores de

estrutura para atender a demanda dos

serviço. Na cidade há três shoppings, vários

três milhões de habitantes que vivem nos

mercados, um mercado municipal, parques

municípios da região3 e ao turismo de

ecológicos, clubes e dois estádios de futebol.

2. IBGE, 2007 – www.ibge.gov.br 3. www.ribeiraopretoconvention.org.br

O dinamismo de Ribeirão Preto colabora com o desempenho econômico da sua região

E Ribeirão Preto não deixa por menos. A presença de um forte núcleo acadêmico público e privado garante a formação de profissionais para os mais diversos setores, inclusive para o turismo e gastronomia. O câmpus da USP, a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, a Escola de Enfermagem e inúmeras universidades e faculdades capacitam os jovens locais e atraem novos talentos para se formar na cidade. Por sua diversidade, qualidade, evolução do ensino e pelas pesquisas desenvolvidas em suas universidades, a cidade é considerada um importante polo educacional, com destaque para as áreas tecnológicas e a biomedicina. 4. Brasil. Turismo de negócios e eventos: orientações básicas. Ministério do Turismo: Brasília, 2008. Disponível em www.turismo.gov.br




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O segmento de Turismo de Negócios e Eventos De acordo com o Ministério do Turismo, o segmento de Turismo de Negócios e Eventos engloba “o conjunto de atividades turísticas decorrentes de encontros de interesse profissional, associativo, institucional, de caráter comercial, promocional, técnico, científico e social”.1 O segmento é formado por dois subsegmentos básicos, independentes, compatíveis e muitas vezes inter-relacionadas: negócios e eventos. As atividades desempenhadas pelo turista no destino – sejam negócios, eventos ou ambos – dependem da sua motivação. Entretanto, é importante destacar que é possível a compatibilização das duas motivações principais do segmento, isto é, o turista de eventos poderá aproveitar sua permanência na cidade para realização de ações de negócios, assim como um turista que venha para uma reunião específica poderá comparecer a um evento que esteja ocorrendo no mesmo período. Para explicar as características deste segmento e o perfil do público, é importante destacar alguns conceitos e informações: 1. TURISTAS DE NEGÓCIOS – caracterizados principalmente por turistas individuais, que se deslocam para participar em reuniões de trabalho. Dentre todos os tipos de atividades desempenhadas por estes turistas, são as feiras de negócios as de mais alto poder de atração, inclusive entre todas as atividades do segmento de Negócios e Eventos. 1. As visitas técnicas podem também ser realizadas por turistas de lazer, e normalmente ocorrem em empresas que produzem bens destinados a varejo (bebidas, roupas e sapatos, carros, entre outras). Estas empresas veem estas visitações como uma oportunidade de marketing de relacionamento com seus potenciais consumidores.

As principais atividades desenvolvidas por estes turistas: • Reuniões de negócios – prospecções de clientes, fechamentos e discussão de contratos, apresentação de propostas, desenvolvimento e acompanhamentos de projetos, consultorias • Feiras de negócios – visitação ou participação na qualidade de expositor de feiras de negócios • Missões empresariais – visitação de grupos de empresários a mercados potenciais ou efetivos. Consideradas atividades do turismo emissivo do segmento de negócios e eventos, é comum também utilizar esta terminologia para designar “visitas técnicas”, termo mais frequentemente usado • Visitas técnicas – visitação de grupos em locais similares ou relacionados ao foco dos negócios da empresa ou instituição à qual pertence, visando a observação de práticas de excelência e aprendizado. Ainda que possam ser trabalhadas de forma independente, também é comum que estejam atreladas à visitação posterior ou anterior a um evento de maior porte como feiras, convenções ou congressos2 • Rodadas de Negócios – participação individual em breves reuniões pré-agendadas de apresentação de produtos ou serviços entre compradores e fornecedores. É comum que se desenvolvam com parte de um evento de maior porte, como feira ou congresso 2. TURISTAS DE EVENTOS – A divisão destes turistas em dois grupos principais – corporativos e associativos – é apropriada em função de características e comportamentos bastante distintos. 2. Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br


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21 O turista de eventos corporativos é habitualmente convocado pela empresa, pois na qualidade de funcionário, não se trata de uma opção a sua participação. Os eventos de treinamento, capacitação e planejamento ocorrem durante os dias de semana e para eles são convocados profissionais de posição de destaque hierárquico dentro da empresa, ou equipes comerciais. Habitualmente utilizam-se de hotéis por questões de logística e praticidade de contratação de serviços, razão pela qual são foco de atenção da hotelaria. Os eventos são fechados aos funcionários (ou no máximo incluem fornecedores ou clientes nas grandes convenções), e a presença de acompanhantes só é facultada quando há mescla com ações de incentivo. Por outro lado, o turista de eventos associativos é usualmente um profissional liberal, dono de seu próprio negócio, razão pela qual os dias preferenciais para realização destes eventos são inicio ou fins da semana, muitas vezes incluindo sábados e até domingos em suas programações – já que nos dias não trabalhados não há ganho. Viaja de forma individual ou em grupos, tem o poder de decidir sobre a participação no evento ou não, assim como as condições da viagem: perfil de hotel a ser utilizado, possibilidade de levar acompanhantes, tempo de permanência, etc. E é bastante comum agregar alguma visitação no pré ou pós evento. 3. TURISTA DE INCENTIVOS – embora o desfrute da atividade assemelhe-se muito a uma viagem de lazer, a sua motivação tem origem no seu ambiente profissional, já que a estratégia de incentivo tem por objetivo recompensar ou motivar bom desempenho dos funcionários ou promover sua maior integração – que por consequência acabará por melhorar os

resultados da equipe. As atividades estão mais relacionadas a experiências vivenciais, de interação com a cultura do destino, quer patrimônio material ou imaterial. TIPOS DE EVENTOS Os eventos, também segundo o Ministério, são agrupados em quatro grupos principais, quanto ao seu caráter: eventos comerciais, técnico-científicos, promocionais e sociais. Nesta conceituação considera-se: • Comerciais: Atividades relacionadas a “transações de compra e venda de produtos e serviços” • Técnico-científicos: Atividades relacionadas a “especialidades, processos, habilidades, domínios de arte ou ciência”, administração • Promocionais: Atividades relacionadas à divulgação de produtos e serviços ou ideias • Sociais: Atividades relacionadas a assuntos da comunidade Do ponto de vista de potencial de atratividade turística, são os eventos comerciais (que tem nas feiras profissionais as suas principais representantes) e os encontros técnico-científicos (que tem nos congressos – promovidos por associações e ONGs – e convenções – promovidos por corporações – seus expoentes máximos) os grandes geradores de fluxo turístico, já que boa parte de seu público provém de outras localidades. Por sua vez, os eventos promocionais e sociais são orientados à comunidade na qual estão inseridos, e por esta razão tem reduzido potencial de atratividade. Da mesma maneira, os eventos técnico-científicos voltados para a população local possuem baixa atratividade, como reuniões, seminários, cursos e treinamentos.


Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos 23

Ribeirão Preto - SP

O modelo de gestão descentralizada5

regiões diferentes, para que suas

concebido pelo Plano Nacional de Turismo e

experiências contribuam para criar uma

implementado pelo MTur prevê a integração

base metodológica que possa servir de

de diversas instâncias da gestão pública e

modelo para outros destinos no Brasil,

da iniciativa privada por meio da criação e

validando e consolidando a estratégia de

organização dos arranjos institucionais.

desenvolvimento de políticas públicas, e de

O projeto Destinos Referência em Segmentos

ampliação e diversificação da oferta turística

Turísticos desenvolvido pelo MTur em

nacional.

parceria com o Instituto Casa Brasil de Cultura, tem como objetivo criar uma estratégia de governança local, a partir do fortalecimento e aperfeiçoamento de segmentos de mercado, procurando envolver de forma participativa toda a cadeia produtiva e instituições relacionadas com o segmento escolhido, através de prioridades e estratégias definidas e com foco na competitividade. O projeto tem como premissa a participação efetiva dos representantes locais, fortalecendo as entidades públicas e privadas, o trade e as organizações não governamentais, levando à formação de um Grupo Gestor que assume o papel de líder do processo, buscando assim garantir a continuidade das ações na área do turismo, resultados mercadológicos e a sustentabilidade do destino. Assim, foram escolhidos dez destinos com características diferentes, em 7. Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br



Ribeirão Preto - SP

Ribeirão Preto - SP

26

27

Destino referência em Turismo de Negócios e Eventos A escolha de Ribeirão Preto para participar do projeto Destino Referência se deu com base nas suas pré-condições para o segmento de Negócios e Eventos. E embora a cooperação público-privada não estivesse

Brasileira dos Conventions & Visitors Bureaux,

seguinte com o grupo, este diagnóstico foi

que participou de forma ativa de todo

apresentado, validado e priorizado pela

• Existência de feiras de negócios regulares

o processo, mantendo uma consultoria

mesma comunidade e trade.

• Boa infraestrutura geral

especializada que apoiou e realizou várias

A Ação Símbolo do projeto Destinos

• Boa infraestrutura turística, com destaque

ações durante a implantação do projeto

Referência em Ribeirão Preto se constituiu na

para equipamentos relacionados à

Destino Referência em Turismo de Negócios e

realização de um curso de Mercado Turístico,

realização de eventos (hotéis com salas,

Eventos em Ribeirão Preto.

com grande participação de representantes

centros de convenções e exposições)

A partir de então, foi realizada uma série de

do segmento. Neste mesmo evento, o

eventos e encontros, que contribuiu para

diagnóstico validado anteriormente foi

a criação e fortalecimento da governança

trabalhado e teve as ações priorizadas de

local e desenvolvimento do segmento no

forma participativa, se transformando no

destino. No primeiro encontro, foi definido

Prognóstico ou Estratégia Competitiva, que

um grupo gestor para o segmento de

definiu as linhas gerais para a elaboração do

Turismo de Negócios e Eventos, composto

plano de ações para o segmento de Turismo

por representantes de centro de eventos;

de Negócios e Eventos.

promoção de feiras; parque de exposições;

Finalizando essa etapa do projeto no destino,

operador de turismo receptivo; organizador

houve o Seminário de Multiplicação, em que

de congressos; hotéis e salas de reuniões;

foram apresentados os resultados alcançados

entretenimento; aeroporto (Infraero);

em Ribeirão Preto e as experiências bem-

empresas não turísticas, relacionadas a visitas

sucedidas de outros destinos e segmentos

técnicas; e o núcleo acadêmico.

que também participaram do projeto

Em seguida, com a metodologia de avaliação

Destinos Referência em Segmentos Turísticos.

• Ocorrência frequente de eventos técnicocientíficos nacionais e internacionais

totalmente ajustada, houve fatores que, por

O desenvolvimento do projeto Destinos

sua relevância e particularidade na região,

Referência em Ribeirão Preto seguiu, como

justificaram a determinação de Ribeirão Preto

nos demais destinos selecionados no Brasil,

como Destino Referência em Turismo de

a Metodologia Cores de Gestão de Destinos

Negócios e Eventos, dentre as quais podem

Turísticos, respeitando as particularidades de

ser destacados:

cada segmento e destino. O caráter flexível

• A concentração de um polo industrial

desta metodologia permitiu sua aplicação em

expressivo • Existência de centros tecnológicos e acadêmicos de excelência • Utilização de tecnologia de ponta na agroindústria • Realização de visitas técnicas regulares no município e entorno • Proximidade de São Paulo, capital – maior centro econômico do país e principal emissor de turistas de negócios e eventos

Ribeirão Preto de forma a organizar o cluster, e melhorar a exploração dos atrativos e produtos ofertados no segmento de Turismo de Negócios e Eventos. Os objetivos do projeto Destinos Referência em Ribeirão Preto foram: • Instituir um Arranjo Institucional para o desenvolvimento do projeto • Elaborar planejamento participativo com foco no segmento

e diagnóstico turístico adaptada para o segmento de Negócios e Eventos, foi realizado um seminário com dinâmicas de avaliação da percepção da comunidade e do

• Boa acessibilidade terrestre

• Disseminar as experiências

• Existência de aeroporto com frequência

A entidade local conveniada, principal

toda cadeia produtiva do segmento.

regular de voos nacionais e regionais (fato

parceira do projeto no destino, foi o Ribeirão

A avaliação participativa foi transformada

não usual no cenário de não capitais)

Preto e Região Convention & Visitors Bureau,

em um diagnóstico sobre a percepção

representante local da Confederação

do destino e do segmento. No encontro

• Altíssimo PIB do município

trade local, que resultou em uma avaliação de



Ribeirão Preto - SP

Ribeirão Preto - SP

30

31

Resultados alcançados

ser no posicionamento de mercado, com a

A partir destas conquistas, o Grupo Gestor de

mídia e no mercado turístico, destacando

Ribeirão Preto deve continuar seu trabalho,

sua vocação para agronegócios e energias

com muitos desafios e oportunidades.

renováveis, uma crescente tendência

A criação da Secretaria de Turismo e a

nacional e internacional para a qual Ribeirão

reativação do Comtur devem ser apoiadas

Preto tem vocação indiscutível.

para que estas instituições se fortaleçam e

Para destinos que desejam se desenvolver

possam cumprir seu papel satisfatoriamente.

com foco no Segmento de Turismo de

As relações comerciais entre os agentes

Negócios e Eventos, a experiência de Ribeirão

locais podem ser ainda mais fortalecidas,

Preto destaca:

ampliando a capacidade de atração

• A importância do arranjo institucional

negócios para o destino. Outro foco deve

criação de uma imagem forte de destino na

local e o protagonismo do trade e da

comunidade, pois não há plano de ações que funcione sem um grupo responsável por sua implementação • Capacidade de utilizar a infraestrutura e serviços disponíveis para atender a demanda do mercado, destacando seus

Para saber mais: www.turismo.gov.br www.ribeiraopretoconvention.org.br www.cadastur.turismo.gov.br

diferenciais competitivos • Posicionamento de mercado correto, com foco na vocação do destino e nas demandas do mercado.

Resultados do Projeto • Criação da Secretaria Municipal de Turismo e reativação do Conselho Municipal de Turismo • Participação efetiva dos representantes locais, levando à formação de um Grupo Gestor que assumiu o papel de líder do processo, buscando assim garantir a continuidade das ações e a sustentabilidade do desenvolvimento competitivo • Participação da governança local efetivamente em todas as etapas e encontros • Participação efetiva na validação do diagnóstico e elaboração do plano de ações • Participação do Grupo Gestor no Curso de Mercado Turístico • Participação na Oficina de Projetos • Realização de seminário de multiplicação, oficina de projeto e visita técnica com a participação do grupo gestor do projeto, empresários e comunidade do destino, além de representantes de outros destinos com vocação para o desenvolvimento do Turismo de Negócios e Eventos


Equipe Ministério do Turismo Coordenação Geral Ricardo Martini Moesch Tânia Brizolla Coordenação Técnica Ana Clévia Guerreiro Lima Jurema Monteiro Rosiane Rockenbach Sáskia Lima Equipe técnica Brena Coelho Carolina Campos Fabiana Oliveira Laura Marques Philippe Figueiredo Talita Pires Wilken Souto Colaboração Ana Beatriz Borges Serpa Alessandra Lanna Bárbara Blaut Rangel Cristiano Borges Luis Eduardo Delmont Marcela Souza Priscilla Grintzos Rafaela Lehmann Salomar Mafaldo

© Instituto Casa Brasil de Cultura. Goiânia, 2010

Equipe Instituto Casa Brasil de Cultura Coordenação do projeto Marcelo Safadi Coordenação operacional e assistência técnica Priscila Vilarinho Consultores dos destinos Marcos Pompeu – São João del Rei (MG) e Jericoacoara (CE) Priscila Vilarinho – Brasília (DF), Paraty (RJ) e Ribeirão Preto (SP) Rodrigo Lopes – Serra Geral (SC), Lençóis (BA) e Socorro (SP) Ricardo Silva – Santarém (PA) e Barcelos (AM) Consultores de apoio Alessandra Schneider Felipe Arns Marcos Martins Borges Paulo d’Ávila Ferreira Roberto Mourão Thiago Dias Apoio administrativo Jairo Mendonça Júnior Assistência técnica adminstrativa Breno Mendonça Vieira

Fotografia Banco de Imagens do Estado de São Paulo Acervo do Instituto Casa Brasil de Cultura: Wolney Unes

Destinos de Referência em Turismo Segmento: Turismo de Negócios e Eventos Destino: Ribeirão Preto - SP Parceiro executor local: Federação Brasileira de Convention & Visitors Bureau Ribeirão Preto e Região Convention & Visitors Bureau

Coordenação editorial Wolney Unes Texto

Alessandra Schneider

Projeto gráfico Samara Bitencourt Arte final de capa Genilda Alexandria Diagramação Marcus Lisita Rotoli

Revisão Camila Pessoa Apoio Acolhida na Colônia Abeta Casa Azul Belta Instituto Dharma Convention Bureau Avape Prefeitura de Socorro Sebrae-CE AmazonasTur Secretaria de Turismo de Barcelos Impressão Marques e Bueno Ltda. (Gráfica Talento)


SantarĂŠm - PA


Sumário Presidente da República Federativa do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva Ministro de Estado do Turismo Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho

Secretário-Executivo Mário Augusto Lopes Moyses Secretário Nacional de Políticas do Turismo Carlos Silva Diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico Ricardo Martini Moesch Coordenadora-Geral de Segmentação Sáskia Freire Lima de Castro

Coordenadora-Geral de Regionalização Ana Clévia Guerreiro Lima Coordenadora-Geral de Informação Institucional Isabel Cristina da Silva Barnasque Coordenadora-Geral de Serviços Turísticos Rosiane Rockenbach

Santarém

5

Apresentação

5

O Turismo em Santarém

9

O Ecoturismo em Santarém

13

Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos

17

Destino referência em Ecoturismo

21

Resultados alcançados

26


Santarém Apresentação

destacada na mídia nacional e internacional

Carinhosamente conhecida como Pérola do

suas areias brancas, água clara, morna e de

Tapajós, Santarém é uma agradável cidade

um azul transparente. Este paraíso é palco da

paraense, localizada na região central da

festa do Sairé, a maior manifestação cultural

Amazônia, na confluência dos Rios Amazonas

do oeste do Pará.

e Tapajós. Em frente à cidade, ocorre o

Santarém também é o principal acesso para

espetáculo do encontro das águas destes

unidades de conservação, com destaque

grandes rios, que fluem por quilômetros, lado

para a Floresta Nacional do Tapajós (Flona

a lado, sem misturar suas águas de cores e

Tapajós), localizada no município de Belterra,

densidades diferentes.

uma maravilhosa reserva natural onde é

Em pleno coração da Amazônia, entre Belém

possível caminhar, passear de canoa e visitar

e Manaus – onde o Rio Amazonas é tão largo

as famílias extrativistas que vivem na região.

que nas épocas de cheia não se avista a

Os visitantes chegam a Santarém pelos mais

margem oposta –, Santarém é um santuário

diversos motivos e das mais variadas formas.

natural que atrai visitantes de todas as

Há navios de cruzeiro internacionais que

partes do mundo. A região faz jus à famosa

ancoram na região e depois seguem viagem

biodiversidade característica da Amazônia. Já

sem muito contato com a comunidade local.

foram catalogadas mais de duas mil espécies

Há também os mochileiros, em geral jovens

de peixes, quase mil de pássaros, centenas

estrangeiros, que se aventuram e viajam nas

de espécies de mamíferos e cerca de 10%

gaiolas – barcos de transporte de passageiros

de todas as espécies de plantas existentes

típicos do Rio Amazonas – de Belém a

na Terra, entre elas espécies-símbolo da

Manaus, com parada em Santarém.

região, como a vitória-régia, as bromélias e as

Mais recentemente, com a construção do

enormes árvores típicas deste bioma.

aeroporto e a chegada de voos comerciais

Na região há florestas protegidas, cachoeiras,

regulares, várias agências de turismo

igarapés, rica fauna e flora, além dos lagos e

nacionais e internacionais passaram a

praias formadas ao longo do Rio Tapajós, que

oferecer pacotes de Ecoturismo, o que está

fazem a alegria dos ecoturistas que buscam

contribuindo para desenvolver a oferta local

um contato profundo com a natureza.

de passeios e atividades.

A praia mais bela e famosa é Alter do Chão,

como uma das mais belas do mundo, por



Santarém - PA

9

O turismo em Santarém

– movimentado principalmente por

Depois de passar por inúmeros ciclos

técnicos de mineradoras e pessoas ligadas

econômicos, há 15 anos o turismo começou

ao porto – tem motivado a construção de

a se consolidar em Santarém como uma

novos hotéis que já estão estruturados

alternativa sustentável de desenvolvimento

para realização de reuniões e eventos.

para a região. A princípio, o único segmento

A disponibilidade destas estruturas e a

explorado era o turismo regional de Sol e

qualificação dos serviços começam a atrair

Praia em Alter do Chão. Com o advento do

uma demanda diferenciada que contribui

Ecoturismo, Santarém foi descoberta como

para garantir altas taxas de ocupação,

um excelente destino para atividades na

equilibrar a sazonalidade e melhorar a

natureza e ecoturistas de várias partes do

qualidade da oferta turística em Santarém.

Brasil e do mundo começaram a frequentar a

Em Alter do Chão, a 35 km de Santarém,

região.

há outras opções de hotéis e pousadas.

Há opções de hospedagem para todos os

A maioria é bem simples, mas algumas se

gostos e bolsos. O turismo de negócios

destacam por oferecer boa infraestrutura e

representantes comerciais, compradores,


Santarém - PA

Santarém - PA

10

11

O Ecoturismo em Santarém

capacitados, que fazem uma excelente

A produção artesanal é um dos grandes

Há uma demanda regional de turistas de

segurança e o melhor aproveitamento

destaques do turismo em Santarém. Peças

cidades próximas, como Belém e Manaus, em

dos passeios. Na Flona não há hotéis ou

em cerâmica, madeira, palha, tecido e as

busca de sol e praia, principalmente durante

pousadas, mas uma experiência interessante

belíssimas biojoias, com fortes influências

o carnaval, nas férias escolares de dezembro e

é se hospedar nas casas das comunidades de

indígenas e ribeirinhas, são comercializadas

janeiro e, no Sairé, que ocorre atualmente em

seringueiros e interagir com o seu modo de

em ótimas lojas. Há algumas tão ricas e

setembro. A festa atrai milhares de turistas

vida integrado à floresta.

diversificadas que oferecem peças de mais de

que, durante três dias, cantam, dançam e

A cidade ainda guarda uma boa parte do

60 etnias indígenas.

participam de rituais religiosos e profanos,

patrimônio histórico arquitetônico da época

A gastronomia local é também muito rica

resultantes da miscigenação cultural entre

da colonização portuguesa, com casarões,

e possui diversos pratos típicos. O pato no

índios e portugueses.

igrejas e museus, o que torna a visita também

tucupi, o principal deles, utiliza jambu em

Um atrativo muito procurado pelos

interessante sob o ponto de vista cultural.

seu preparo, um vegetal que tem o poder de

ecoturistas é a Floresta Nacional do

adormecer a língua de quem prova a iguaria.

Tapajós. Atividades como caminhadas,

Mas também os pratos à base de peixes da

passeios de barco a motor e a remo,

região amazônica, como tucunaré, tambaqui

visitas às comunidades ribeirinhas

e pirarucu, são muito apreciados tanto por

extrativistas ou mesmo banhos de rios

moradores quanto por visitantes.

são as grandes atrações para os visitantes.

Agências locais organizam os passeios de

O acompanhamento dos guias locais

belas áreas verdes, às margens do lago que banha a cidade.

barco para Alter do Chão e Ponta de Pedras, outra belíssima praia da região.

Cadastur Ao contratar serviços para uma viagem, convém verificar se a empresa está cadastrada no Ministério do Turismo. O cadastro dos prestadores de serviços é grande fonte de consulta para o mercado turístico brasileiro e proporciona benefícios para os serviços turísticos cadastrados. Para ter acesso às informações detalhadas sobre os prestadores de serviços regularmente cadastrados, acesse www.cadastur.turismo.gov.br

interpretação do ambiente, garante a



Santarém - PA

Santarém - PA

14

15

O segmento de Ecoturismo Quando os termos Ecoturismo e Turismo Ecológico surgiram no Brasil, no final dos anos 80, seguindo a tendência mundial de valorização do meio ambiente1, muitas pessoas e empresas se apropriaram indevidamente dos termos e passaram a utilizá-los como uma etiqueta para vender qualquer atividade turística que tivesse alguma relação com a natureza, sem se preocupar com nenhum princípio de sustentabilidade ou responsabilidade ambiental. Enquanto isso acontecia no mercado, alguns profissionais da área de turismo e meio ambiente, acadêmicos e consultores começaram a discutir o tema. O segmento parecia ser uma alternativa ao turismo convencional, que já começava a dar sinais de alerta por seus impactos sociais e ambientais. Em 1994, a Embratur2 e o Ministério do Meio Ambiente publicaram as Diretrizes para uma Política Nacional de Ecoturismo, chegando a um conceito que continua sendo referência no Brasil e que foi adotado pelo Ministério do Turismo em suas publicações oficiais sobre segmentação. Neste segmento, a publicação de referência é Ecoturismo – Orientações Básicas3, que define: Ecoturismo é um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista por meio da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações.

Inspirados neste conceito e nas fortes influências ambientalistas da década de 90, formaram-se muitos profissionais e acadêmicos, que passaram a ter uma nova visão da atividade turística e a aplicar os valores do Ecoturismo a outros segmentos e setores, ampliando a consciência para o ideal de Turismo Sustentável. Apesar da sobreposição de alguns elementos entre os conceitos de Turismo Sustentável e Ecoturismo, este último se diferencia pelo enfoque 1. Na época ainda não existia o Ministério do Turismo, e a Embratur era a instituição pública que representava o turismo no Brasil. 2. Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br 3. BRASIL. Ecoturismo: orientações básicas. Ministério do Turismo: Brasília, 2008. Disponível em www.turismo.gov.br

na natureza como fator de atratividade. Durante muitos anos Ecoturismo significava uma coisa para os turistas, outra para os agentes e operadores de turismo, outra para os guias e comunidades e ainda outra para os acadêmicos e consultores. Finalmente, o conceito amadureceu e hoje é possível resumir as atividades inerentes a este segmento: observação e contemplação da natureza. Entretanto, essas atividades podem ocorrer de diversas formas. A observação é um exame minucioso de aspectos e características da fauna, flora, formações rochosas e outros, que exigem técnicas de interpretação ambiental, guias e condutores especializados, equipamentos e vestuário adequados. Já a contemplação se baseia na apreciação de flora, fauna, de paisagens e de espetáculos naturais extraordinários, em atividades relacionadas, como caminhadas, mergulho, com ou sem a utilização de equipamentos especiais, safáris fotográficos e trilhas interpretativas. Há ainda inúmeras outras atividades que, embora possam caracterizar outros tipos de turismo, também são ofertadas em produtos e roteiros desse segmento: atividades de aventura, de pesca, náuticas, esportivas, culturais e várias outras, desde que cumpram as premissas, comportamentos e atitudes estabelecidas para o Ecoturismo. O Ecoturismo caracteriza-se pelo contato com ambientes naturais, pela realização de atividades que possam proporcionar a vivência e o conhecimento da natureza e pela proteção das áreas onde ocorre. Ou seja, sua base é o tripé interpretação, conservação e sustentabilidade. Assim, o Ecoturismo pode ser entendido como as atividades turísticas motivadas pela relação sustentável com a natureza, comprometidas com a conservação e a educação ambiental.


Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos O modelo de gestão descentralizada1

regiões diferentes, para que suas

concebido pelo Plano Nacional de Turismo e

experiências contribuam para criar uma

implementado pelo MTur prevê a integração

base metodológica que possa servir de

de diversas instâncias da gestão pública e

modelo para outros destinos no Brasil,

da iniciativa privada por meio da criação e

validando e consolidando a estratégia de

organização dos arranjos institucionais.

desenvolvimento de políticas públicas, e de

O projeto Destinos Referência em Segmentos

ampliação e diversificação da oferta turística

Turísticos desenvolvido pelo MTur em

nacional.

parceria com o Instituto Casa Brasil de Cultura, tem como objetivo criar uma estratégia de governança local, a partir do fortalecimento e aperfeiçoamento de segmentos de mercado, procurando envolver de forma participativa toda a cadeia produtiva e instituições relacionadas com o segmento escolhido, através de prioridades e estratégias definidas e com foco na competitividade. O projeto tem como premissa a participação efetiva dos representantes locais, fortalecendo as entidades públicas e privadas, o trade e as organizações não governamentais, levando à formação de um Grupo Gestor que assume o papel de líder do processo, buscando assim garantir a continuidade das ações na área do turismo, resultados mercadológicos e a sustentabilidade do destino. Assim, foram escolhidos dez destinos com características diferentes, em 1. Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br



Santarém - PA

21

Destino referência em Ecoturismo

panorama, percebeu-se que a construção da

Com um potencial indiscutível para

A segunda ação no destino foi a realização

o Ecoturismo e com grandes desafios

de um evento para apresentação do projeto

em questões como governança local e

e formação do Grupo Gestor. Também foi

qualificação do produto, Santarém foi

realizado um processo participativo a fim de

escolhida para ser um laboratório de

gerar informações para embasar a construção

experiências que pudessem se tornar

do Diagnóstico de Ecoturismo.

referência para outros destinos em diferentes

Entre esta ação e o Seminário de Validação

graus de desenvolvimento do segmento de

do Diagnóstico realizado pela Abeta, foi

Ecoturismo.

contratado um consultor local para moderar

Ao iniciar o projeto Destinos Referência

reuniões setoriais, fortalecer a governança

em Ecoturismo em Santarém, foram

e ativar os processos de mobilização e

realizadas visitas técnicas ao destino com

articulação. Neste intermédio a equipe

a finalidade de estabelecer contato com

técnica da Abeta realizou reuniões setoriais e

as lideranças locais, apresentar o projeto

entrevistas com importantes representantes

e levantar informações relevantes para a

da cadeia produtiva, além de pesquisas em

execução do programa. Foram visitados

trabalhos anteriores, com os objetivos de

os diversos equipamentos e atrativos

levantar as informações do destino para a

do destino e realizadas reuniões com as

construção do diagnóstico, mas também

principais lideranças e instituições locais,

para manter ativo o processo de articulação e

públicas e privadas, relacionadas direta ou

mobilização. Finalizada a primeira versão do

indiretamente ao turismo.

diagnóstico, este foi apresentado ao Grupo

Já nos primeiros contatos, foi possível verificar

Gestor para validação dos dados levantados.

que havia vários desafios institucionais

O Diagnóstico de Ecoturismo no Destino

que demonstravam a falta de união,

Santarém tratou, entre muitos aspectos, de

representatividade e confiança do setor,

definições importantes para o segmento,

simbolizados, entre outros fatores, na

listou entidades importantes em Santarém,

ausência efetiva do Conselho Municipal

no Pará e no Brasil, caracterizou aspectos

de Turismo de Santarém. A partir deste

importantes para o desenvolvimento do

governança local seria ação fundamental para o desenvolvimento do programa no destino.


Santarém - PA

Santarém - PA

22

23

turismo no destino e, mais detalhadamente,

desenvolveu o planejamento estratégico,

e desenvolvimento do destino. O mapa

avaliou atrativos, unidades de conservação e

com as ações validadas pelo Grupo Gestor

se materializou como uma importante

prestadores de serviço em Ecoturismo.

do projeto indicando as responsabilidades

ferramenta para a organização da oferta e

Na formação do Grupo Gestor do projeto

de cada setor, entidade ou grupo, com

disseminação de informação para visitantes,

em Santarém foram escolhidas entidades

definições de responsáveis por execução,

sendo um canal de distribuição para produtos

consideradas indispensáveis para o

coordenação, liderança de processos

e serviços.

desenvolvimento do segmento no destino,

interinstitucionais e parcerias; apoio técnico,

como o Sebrae, as Secretarias Municipais e

gerencial, assessoria; investimentos, apoio

Estaduais de Turismo e o Tapajós Convention

financeiro, doações e financiamento.

and Visitors Bureau. Na inexistência de

Durante o desenvolvimento do projeto,

entidades setoriais institucionalizadas, que

foram realizadas várias ações de qualificação

pudessem indicar seu representante legal,

demandadas pelo destino, como a Oficina de

utilizou-se como critério a identificação, entre

Elaboração de Projetos, Oficina de Mercado

os agentes do mercado, de empresários que

Turístico, apresentação do case Costa Rica

se mostraram interessados em desenvolver

e oficina de Legislação para o Ecoturismo.

um ambiente de governança local. Outras

Estas ações contribuíram para o nivelamento

entidades e grupos representativos

de informações e para a qualificação dos

foram escolhidos segundo a relevância e

vários atores da cadeia produtiva local.

capacidade de cooperação.

A Ação Símbolo do projeto Destinos

Observou-se que a comunidade de Alter do

Referência em Ecoturismo em Santarém –

Chão já estava mais bem organizada, em vista

com a intenção de realizar algo em curto

do grande afluxo de visitantes durante a alta

prazo, que materializasse o processo de

temporada, de setembro a fevereiro, e o Sairé,

construção da governança e do planejamento

a maior festa cultural da região. Por isso ações

do turismo – foi a elaboração do Mapa do

como saneamento, coleta e destinação dos

Ecoturismo de Santarém e Belterra, onde são

resíduos sólidos, organização em associações

apresentados os atrativos turísticos naturais,

dos catraieiros (barqueiros) e barraqueiros

serviços e informações úteis ao ecoturista.

de praia foram discutidas em ambientes de

Esta ação teve a participação e contribuição

governança, buscando desenvolver parcerias

de todos os envolvidos no processo,

para o desenvolvimento da atividade.

simbolizando o que se espera alcançar com

Dando sequência ao projeto, a Abeta

o processo de planejamento participativo



Santarém - PA

Santarém - PA

26

27

Resultados alcançados

Destaque importante em termos

qualificado a governança regionalmente.

da governança é a organização das

Desta forma, Santarém conseguiu demonstrar

Uma vez que o fortalecimento da governança

comunidades da Flona do Tapajós. Ainda

que, apesar dos inúmeros desafios, é possível

é um dos objetivos centrais do projeto

que embrionário, o processo de articulação

criar uma governança local representativa

Destinos Referência em Segmentos Turísticos,

entre as comunidades já resulta em

e atuante, que trabalhe para planejar o

foi possível observar ao longo do processo

atividades conjuntas, como a comercialização

desenvolvimento do destino de maneira

o amadurecimento das lideranças locais,

cooperada de artesanato e o rodízio nas

participativa, organizada e continuada.

sobretudo quanto ao entendimento da

atividades de guiagem de trilhas.

Entre as boas práticas de Ecoturismo que se

importância do arranjo institucional e do

Com a governança local organizada,

destacam em Santarém, e que podem ser

estabelecimento da cadeia produtiva com

Santarém participa do Conselho Regional do

replicadas em outros destinos, é importante

critérios e atribuição de responsabilidades.

Tapajós, no qual está representada boa parte

citar o forte envolvimento da comunidade

Foi amplamente discutida no processo

das entidades que formam o Grupo Gestor do

local, com suas tradições, folclore e

a necessidade de ampliar o número de

projeto. Portanto, a qualificação dos debates

gastronomia muito bem integradas ao

entidades setoriais no destino.

no âmbito do Grupo Gestor tem também

ambiente natural.

Resultados do projeto • Amadurecimento das lideranças locais, sobretudo quanto ao entendimento da importância do arranjo institucional e do estabelecimento da cadeia produtiva com critérios e atribuição de responsabilidades • Organização das comunidades da Flona do Tapajós • Realização de Oficina Jurídica sobre Legislação voltada ao Ecoturismo • Apresentação de case de sucesso – Costa Rica • Oficina sobre Ecoturismo • Criação de uma governança local representativa e atuante, que trabalha para planejar o desenvolvimento do destino de maneira participativa, organizada e continuada, refletindo-se nas instâncias de governança regionais. • Realização de seminário de multiplicação, oficina de projeto e visita técnica com a participação do grupo gestor do projeto, empresários e comunidade do destino, além de representantes de outros destinos com vocação para o desenvolvimento do Ecoturismo

Para saber mais: www.turismo.gov.br www.abeta.org.br www.cadastur.turismo.gov.br


Equipe Ministério do Turismo Coordenação Geral Ricardo Martini Moesch Tânia Brizolla Coordenação Técnica Ana Clévia Guerreiro Lima Jurema Monteiro Rosiane Rockenbach Sáskia Lima Equipe técnica Brena Coelho Carolina Campos Fabiana Oliveira Laura Marques Philippe Figueiredo Talita Pires Wilken Souto Colaboração Ana Beatriz Borges Serpa Alessandra Lanna Bárbara Blaut Rangel Cristiano Borges Luis Eduardo Delmont Marcela Souza Priscilla Grintzos Rafaela Lehmann Salomar Mafaldo

© Instituto Casa Brasil de Cultura. Goiânia, 2010

Equipe Instituto Casa Brasil de Cultura Coordenação do projeto Marcelo Safadi Coordenação operacional e assistência técnica Priscila Vilarinho Consultores dos destinos Marcos Pompeu – São João del Rei (MG) e Jericoacoara (CE) Priscila Vilarinho – Brasília (DF), Paraty (RJ) e Ribeirão Preto (SP) Rodrigo Lopes – Serra Geral (SC), Lençóis (BA) e Socorro (SP) Ricardo Silva – Santarém (PA) e Barcelos (AM) Consultores de apoio Alessandra Schneider Felipe Arns Marcos Martins Borges Paulo d’Ávila Ferreira Roberto Mourão Thiago Dias Apoio administrativo Jairo Mendonça Júnior Assistência técnica adminstrativa Breno Mendonça Vieira

Fotografia Banco de Imagens MTur: Luiz Olarte Werner Zotz Acervo do Instituto Casa Brasil de Cultura: Wolney Unes

Destinos de Referência em Turismo Segmento: Ecoturismo Destino: Santarém – PA Parceiro executor local: Associação Brasileira das Empresas de Turismo de Aventura e Ecoturismo (Abeta)

Coordenação editorial Wolney Unes Texto Alessandra Schneider Projeto gráfico Samara Bitencourt Arte final de capa Genilda Alexandria Diagramação Marcus Lisita Rotoli

Revisão Camila Pessoa Apoio Acolhida na Colônia Abeta Casa Azul Belta Instituto Dharma Convention Bureau Avape Prefeitura de Socorro Sebrae-CE AmazonasTur Secretaria de Turismo de Barcelos Impressão Marques e Bueno Ltda. (Gráfica Talento)


S達o Jo達o del Rei - MG


Sumário Presidente da República Federativa do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva Ministro de Estado do Turismo Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho

Secretário-Executivo Mário Augusto Lopes Moyses Secretário Nacional de Políticas do Turismo Carlos Silva Diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico Ricardo Martini Moesch Coordenadora-Geral de Segmentação Sáskia Freire Lima de Castro

Coordenadora-Geral de Regionalização Ana Clévia Guerreiro Lima Coordenadora-Geral de Informação Institucional Isabel Cristina da Silva Barnasque Coordenadora-Geral de Serviços Turísticos Rosiane Rockenbach

São João del Rei

5

Apresentação

5

O Turismo em São João del Rei

7

O Turismo de Estudos e Intercâmbio em São João del Rei

11

O segmento no Mundo e no Brasil

18

Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos

19

Destino referência em Turismo de Estudos e Intercâmbio

22

Resultados alcançados

28


São João del Rei Apresentação

para conhecer a Igreja de São Francisco de

Famosa por ser uma das principais cidades

Tiradentes, além de conhecer os ateliês dos

históricas de Minas Gerais, São João del

santeiros, carpinteiros e sineiros.

Rei mostra que seus encantos e atrativos

Com localização geográfica privilegiada,

turísticos vão muito além do legado

chegar a São João del Rei, é muito fácil, seja

deixado pelo seu ilustre passado. Declarada

de carro, ônibus ou avião. Muitas agências

Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

oferecem pacotes e roteiros para conhecer as

em 1938 e escolhida Capital Brasileira da

cidades históricas de Minas, e praticamente

Cultura em 2007, a cidade, que inspira e

todos incluem São João del Rei no itinerário.

expira cultura, sabe muito bem como aliar

Para os viajantes mais independentes, o

sua tradição e estilo de vida interiorano a um

acesso de carro a partir de Belo Horizonte

mundo cosmopolita e dinâmico.

(cerca de 200 km) pode ser feito pela BR-040

Situada em uma região de importantes

(Rodovia Juscelino Kubitschek) ou pela BR-

atrativos turísticos, São João del Rei – ao

381 (Rodovia Fernão Dias). Do Rio de Janeiro,

lado das cidades de Tiradentes, Ouro Preto,

são 320 km pela BR-040 (Rodovia Juscelino

Serras do Lenheiro e São José – compõe o

Kubitschek). Para quem vem de São Paulo, o

Roteiro Caminhos Reais1. Esta região – com

acesso é pela BR-381, totalizando quase 500

suas ladeiras, igrejas, museus e casarios –

km. Há várias opções de horários de ônibus

guarda a riqueza do ciclo do ouro e revela aos

a partir das capitais, além de linhas regulares

seus visitantes o estilo de vida dos mineiros,

para as cidades do entorno. Para quem

além de apresentar o melhor do barroco

prefere vir de avião, há voos diretos a partir

brasileiro e explicar boa parte da história

do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte.

do país. O artesanato e a famosa culinária mineira garantem o sucesso do roteiro, e, para quem gosta de natureza, não faltam opções de ecoturismo e turismo de aventura, com grutas, cachoeiras, rios e montanhas. Em São João del Rei é imperdível uma visita 1. http://www.copa2014.turismo.gov.br/promocional/ roteiros/caminhos_reais.html

Assis e fazer o agradável passeio de trem até


São João del Rei - MG

7

O turismo em São João del Rei

Em São João del Rei e região, a arte e o

Independente de preferências religiosas, as

classes, estilos e tendências. A disputa entre

igrejas devem fazer parte do roteiro turístico

a diversidade e a qualidade é acirrada.

de qualquer pessoa que visite a cidade

A história e a natureza inspiram as mãos

em busca de cultura, pois elas abrigam

habilidosas que produzem peças em prata,

alguns dos mais belos acervos de arte

estanho, madeira, ferro ou barro, além de

sacra e barroca do Brasil. Entre as 35 igrejas

bordados, rendas de abrolhos, trabalhos em

existentes, se destacam a de São Francisco

crochê feitos à mão e móveis rústicos com

de Assis, de Nossa Senhora do Carmo,

estilo antigo.

Nossa Senhora do Rosário e Nossa Senhora

Na gastronomia o destaque é para a

das Mercês. Vale também conhecer outros

famosa culinária típica de Minas Gerais e

ícones da história, como o Museu Ferroviário,

para os animados bares onde se reúnem

Museu de Arte Sacra, Solar dos Neves, Rua

estudantes, artistas, empresários e todos

da Cachaça e Beco do Cotovelo. Uma boa

aqueles que quiserem curtir um happy hour

dica é viver a atmosfera de São João del

com os amigos. Mas há também opções

Rei, andando a pé pelas suas ruas e praças,

de restaurantes que servem comida árabe

no ritmo dos moradores locais. Embarcar

e italiana, além de bistrôs e cafés muito

no passeio de 12 km na Maria-Fumaça até

charmosos.

Tiradentes completa a viagem no tempo e

A oferta de hospedagem é muito variada.

leva o visitante a vivenciar o clima romântico

Há hotéis, pousadas e casas de família que

do período colonial.

hospedam os visitantes, principalmente

artesanato encantam os visitantes com o talento de pessoas das mais variadas

Cadastur Ao contratar serviços para uma viagem, convém verificar se a empresa está cadastrada no Ministério do Turismo. O cadastro dos prestadores de serviços é grande fonte de consulta para o mercado turístico brasileiro e proporciona benefícios para os serviços turísticos cadastrados. Para ter acesso às informações detalhadas sobre os prestadores de serviços regularmente cadastrados, acesse www.cadastur.turismo.gov.br



São João del Rei - MG

São João del Rei - MG

10

11

O Turismo de Estudos e Intercâmbio em São João del Rei

festas religiosas, rituais, carnaval e outras

Hoje é ofertada uma grande diversidade de

Marcada pela tradição de instituições de

o Catálogo de Programas Educacionais e

Mas para quem quer ficar mais e vivenciar

cursos, oficinas e vivências juntamente com

ensino superior e médio, escolas livres e de

Atividades Turísticas de São João del Rei2,

profundamente a cultura mineira e brasileira,

os serviços de receptivo e atividades extras,

idiomas, São João del Rei já é um destino

reunindo educação, cultura e turismo em

São João del Rei vai mais longe. Com tradição

combinação indispensável para a formatação

escolhido por brasileiros e estrangeiros para

um mesmo pacote. Nele, são elencados

e renome na área de educação, a cidade se

e oferta de programas para estudantes.

o Turismo de Estudos e Intercâmbio. Além

22 programas educacionais, 51 atividades

dos atrativos turísticos mais populares, do

complementares e 13 roteiros turísticos. Há

fácil acesso às capitais da Região Sudeste

programas, por exemplo, para quem quer

– inclusive com voos regulares –, o destino

aprender a fazer tambores de percussão

oferece hotéis, pousadas, casas de família e

artesanal e até a famosa cachaça brasileira, ou,

residências estudantis para receber turistas

se preferir, assistir a espetáculos e concertos

estudantes. Mas o destaque são as boas

preparou e criou uma rede composta por

pousadas de charme, que aproveitam casarios

instituições de ensino superior e técnico,

antigos e criam uma atmosfera especial para

escolas de idiomas, ensino médio e ONGs

os hóspedes, sem descuidar dos padrões

focadas em projetos sociais e voluntariado.

internacionais de serviços de hospedagem.

e estudantes brasileiros e estrangeiros em busca de ensino de qualidade e contato com as raízes da brasilidade. Muito mais do que cursos regulares de graduação e pós-graduação e das aulas de português para estrangeiros, o que atrai estudantes das mais diversas partes do mundo são os programas educacionais e cursos de curta duração nas áreas de cultura, música e história brasileira, danças típicas, capoeira e futebol de campo. Há ainda a possibilidade de participar de intercâmbio em instituições de nível médio e graduação e fazer estágios e trabalhos voluntários em ONGs locais. Complementando esta oferta organizada, muitas atividades ocorrem espontaneamente na cidade, como apresentações de orquestras,

manifestações populares das quais o visitante pode participar e com elas interagir. A oferta é tão diversificada que foi criado

e participar de rodas de dança e outras atividades culturais. Para quem está na região em busca de natureza e aventura, há opções de roteiros turísticos com montanhismo, caminhada, rapel, banho de cachoeira e cavalgada. Estes programas e roteiros foram selecionados com apoio da Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ), Instituto de Ensino Superior Presidente Tancredo de Almeida Neves (Iptan), escolas de idiomas, escolas livres, agências de turismo e empreendedores locais. Os programas e roteiros foram formatados a partir das potencialidades e atrativos da cidade e região, garantindo uma boa condição de organização e interação com a vida da comunidade. 2. Disponível em www.studyinbrazil.org.br/ei/saojoao



São João del Rei - MG

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14

15

O segmento de Turismo de Estudos e Intercâmbio O Segmento Turístico de Estudos e Intercâmbio com foco no receptivo de turistas ainda é novidade para muitos brasileiros. Em geral, quando se pensa em qualificação profissional e enriquecimento cultural, a primeira ideia é ir buscá-los em outros países. Mas, finalmente, o trade nacional já começa a perceber o interesse de estrangeiros em se capacitar em áreas em que o Brasil é referência, além de querer sentir um pouco como é ser brasileiro. Até mesmo os estudantes brasileiros estão descobrindo que é possível encontrar no próprio País aquela qualificação ou experiência de vida que até então só havia em países distantes. A percepção da relação entre as atividades de Estudos e Intercâmbio com o movimento do turismo e da economia local leva à conclusão de que esse tipo de turismo é um ótimo negócio para o país. O Turismo de Estudos e Intercâmbio contribui para o equilíbrio da sazonalidade, aumento da permanência e do gasto médio do turista, além de ter um efeito multiplicador e distribuidor de renda, gerando novas oportunidades de negócio e inclusão social. Internacionalmente, este segmento turístico colabora com o fortalecimento da imagem do país e com a promoção da cultura de paz. Durante muitos anos, as viagens de cunho educativo, por sua amplitude e grande número de atividades englobadas, receberam diversas denominações, como turismo educacional, científico, pedagógico, intercâmbio, estudantil, entre outros. Para começar a organizar o segmento, que envolve inúmeras outras atividades e instituições além das que atuam normalmente no turismo, o Ministério do Turismo analisou a realidade destas atividades e percebeu a necessidade de delimitar o conceito e instituir o segmento. O início deste processo se deu com a publicação do documento

Turismo de Estudos e Intercâmbio: Orientações Básicas, onde são apresentados conceitos e modalidades, além de informações sobre o mercado e bases para o desenvolvimento do Turismo de Estudos e Intercâmbio. Nesta publicação, define-se o segmento: Turismo de Estudos e Intercâmbio constitui-se da movimentação turística gerada por atividades e programas de aprendizagem e vivências para fins de qualificação, ampliação de conhecimento e de desenvolvimento pessoal e profissional.1

Dentro deste conceito estão incluídas diversas modalidades, como o ensino médio, os programas de educação superior, os programas de curta duração, tais como cursos livres e visitas técnicas, o ensino de idiomas, estágios profissionalizantes ou trabalho voluntário. Vale destacar que o Turismo de Estudos e Intercâmbio difere dos outros segmentos porque os principais envolvidos na atividade não são diretamente relacionados à cadeia produtiva do turismo. Há professores, tutores e outros profissionais da área educacional e empresarial. Por isso, é muito importante a participação de agências de intercâmbio ou de turismo, diretorias de relações internacionais de empresas, entidades educacionais e órgãos governamentais, clubes esportivos, entre outros, para garantir a profissionalização do segmento. A proposta é explorar o potencial de atratividade do Brasil, incentivando acordos com empresas para estágios e firmando convênios com escolas e universidades, tanto em cursos de longa, quanto de curta duração, e tentar conjugá-los com outras atividades, como cursos de português, cultura brasileira, dança, esporte, culinária, entre outras. Assim, o turista se identificará mais facilmente com o País, sua cultura e povo.

1. Brasil. Turismo de estudos e intercâmbio: orientações básicas. Brasília: Ministério do Turismo, 2008. Disponível em www.turismo.gov.br



Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos

São João del Rei - MG

18

O segmento no Mundo e no Brasil

Caracterização e Dimensionamento do

O modelo de gestão descentralizada4

regiões diferentes, para que suas

Turismo Internacional, realizada pela

concebido pelo Plano Nacional de Turismo e

experiências contribuam para criar uma

Embratur, revelaram que, em 2005, cerca de

implementado pelo MTur prevê a integração

base metodológica que possa servir de

Por ser um segmento ainda novo no Brasil,

72 mil turistas estrangeiros desembarcaram

de diversas instâncias da gestão pública e

modelo para outros destinos no Brasil,

é muito importante a análise de estudos

no Brasil com intuito de realizar estudo, curso

da iniciativa privada por meio da criação e

validando e consolidando a estratégia de

de mercado para conhecer a demanda,

ou pesquisa no País. Isto equivale a 1,3% do

organização dos arranjos institucionais.

desenvolvimento de políticas públicas, e de

antes de se iniciar qualquer investimento na

total de turistas estrangeiros que o Brasil

O projeto Destinos Referência em Segmentos

ampliação e diversificação da oferta turística

oferta de produtos de Turismo de Estudos e

recebeu no período. Porém, a procura tem

Turísticos desenvolvido pelo MTur em

nacional.

Intercâmbio.

aumentado. Ainda de acordo com a Belta,

parceria com o Instituto Casa Brasil de

Segundo a Associação Brasileira de

nos últimos cinco anos, houve um aumento

Cultura, tem como objetivo criar uma

Organizadores de Viagens Educacionais

de 78% no número de franceses que vêm ao

estratégia de governança local, a partir

e Culturais (Belta) , entidade que reúne

Brasil para estudar.

do fortalecimento e aperfeiçoamento

as principais instituições brasileiras que

Nas últimas décadas, a dimensão

de segmentos de mercado, procurando

trabalham nas áreas de cursos estágios e

internacional da educação tem se afirmado

envolver de forma participativa toda a cadeia

intercâmbio no exterior, atualmente há mais

como uma das principais tendências

produtiva e instituições relacionadas com o

de 100 milhões de estudantes de ensino

mundiais, o que cria um espaço privilegiado

3

superior no mundo. Dois milhões deles estão matriculados fora de seus países e, nos próximos cinco anos, deve-se chegar a 3 milhões de estudantes em mobilidade no exterior. Na América Latina são 140 mil estudantes de ensino superior estudando fora do seu país de origem. Estes números têm levado diversos países a definir políticas e estratégias de inserção internacional de sua educação e de atração de estudantes internacionais. No Brasil ainda há poucos estudos específicos sobre a demanda para receptivo no segmento, mas dados da pesquisa 3. Disponível em www.belta.org.br

de construção de um novo cenário global para o conhecimento. Reconhecendo esta nova realidade e visando o aprimoramento e a sustentabilidade da educação e do turismo brasileiros, o Brasil está definindo suas políticas de inserção no cenário da educação internacional, abrindo inúmeras oportunidades de negócio para o segmento. Cabe destacar que organizar a oferta de programas educacionais e produtos e roteiros turísticos requer empreendedorismo e investimento e seu sucesso depende da percepção da real demanda, e da capacidade do setor turístico e das instituições de ensino de atender a esta demanda.

segmento escolhido, através de prioridades e estratégias definidas e com foco na competitividade. O projeto tem como premissa a participação efetiva dos representantes locais, fortalecendo as entidades públicas e privadas, o trade e as organizações não governamentais, levando à formação de um Grupo Gestor que assume o papel de líder do processo, buscando assim garantir a continuidade das ações na área do turismo, resultados mercadológicos e a sustentabilidade do destino. Assim, foram escolhidos dez destinos com características diferentes, em 4. Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br



São João del Rei - MG

São João del Rei - MG

22

23

Destino referência em Turismo de Estudos e Intercâmbio Com tradição e vocação cultural e educacional, demanda efetiva e outros requisitos fundamentais para o desenvolvimento do Turismo de Estudos e Intercâmbio, São João del Rei foi selecionada pelo Ministério do Turismo para ser preparada para se tornar referência nacional, através do projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos. Para isso, foi firmado um convênio com a Belta com a meta de criar um projeto-piloto e introduzir o Brasil como uma nova opção de destino para estudantes, criando um modelo de estruturação de produto segmentado que possa ser multiplicado para outros destinos com a mesma vocação de desenvolvimento. O projeto Destinos Referência em São João

referencial para as relações e informações

estrangeiros; eventos de caráter internacional

Turístico e com foco no segmento do

institucionais e promocionais

nas áreas de música, educação e filosofia;

Turismo de Estudos e Intercâmbio no

programa de intercâmbio acadêmico

destino. Também foram analisados outros

internacional, e curso de português para

estudos realizados pelo MTur, FGV, Sebrae

estrangeiros.

e Belta para se ter uma visão do cenário

Porém, para desenvolver o projeto com

para o desenvolvimento do segmento

foco no segmento turístico era necessária

em São João del Rei. O diagnóstico e

a participação de empresários prestadores

os estudos apontaram a existência de

dos serviços turísticos essenciais, como

múltiplas oportunidades e também algumas

hospedagem, alimentação, transporte,

necessidades urgentes como:

receptivo e eventos. Desta forma, a estratégia

• Parceria entre os setores público, privado e

• Preparação de Grupo Gestor para administração das relações • Integração dos setores de mercado do turismo e da educação • Preparação de São João del Rei e região para o mercado, alinhando entendimentos quanto a oferta e demanda, fortalecendo uma rede de cooperação entre prestadores de serviços e empreendedores • Realização do II Fórum Brasileiro de Educação Internacional (ForBEI), com participação de palestrantes nacionais e estrangeiros • Realização de seminário de multiplicação, oficina de projeto e visita técnica com a participação do Grupo Gestor do projeto, empresários e comunidade do destino, além de representantes de outros destinos com vocação para o desenvolvimento do

utilizada foi criar ou fortalecer as entidades

a sociedade civil do município para discutir

empresariais setoriais, como base da

ações de planejamento e desenvolvimento

articulação e da organização do destino,

e colocá-las em prática

e integrá-las às iniciativas de Estudos e

• Pesquisas para monitoramento (oferta

Intercâmbio já em desenvolvimento por

e demanda e dados estatísticos de

algumas instituições de ensino.

visitações), plano de marketing,

Uma aproximação receptiva e comprometida

promoção e comercialização, ações que

entre as entidades e pessoas do setor

apresentaram indicadores desfavoráveis à

turístico, cultural e de Estudos e Intercâmbio em São João del Rei foi o primeiro sinal de

competitividade do destino • Articulação entre os municípios da região

que estava se formando uma excelente

para trabalhar de forma cooperada e mais

base para o arranjo institucional e futuro

competitiva no mercado, apresentando

A princípio, as atividades de Estudos e

Grupo Gestor, contando com a participação

roteiros integrados e ampliando os canais

Intercâmbio em São João del Rei estavam

ativa de instituições parceiras como a Belta

de distribuição e a comercialização

mais relacionadas a instituições de ensino do

(consultoria especializada no segmento),

que com o setor turístico. Havia importantes

Secretaria Estadual de Turismo, Secretaria

iniciativas da Universidade Federal de

Municipal de Cultura e Turismo, UFSJ e Iptan.

São João del Rei (UFSJ), Rotary e outras

Já na primeira etapa do projeto-piloto foi

de serviços devidamente adequados

instituições de ensino. Entre as inúmeras

realizado um diagnóstico participativo e a

pela equipe técnica, folder promocional

iniciativas se destacavam: oficinas do Inverno

formação do Grupo Gestor, com base no

com linguagem de mercado e site

Cultural; programas de curta duração para

modelo do Sistema Cores Planejamento

del Rei teve como linhas de ação: • Criação e formatação de roteiros de Estudos e Intercâmbios, adequados à demanda de mercado • Criação de um Manual Técnico para adequação das relações • Criação de material promocional: catálogo

Turismo de Estudos e Intercâmbio

• Informatização e qualificação do Centro de Informação Turística para atendimento bilíngue • Organização e sistematização de informações sobre a oferta turística • Cooperação entre empresários e instituições


São João del Rei - MG

25 O diagnóstico, validado pelo Grupo Gestor,

e Intercâmbio. A princípio, o objetivo era

serviu como base para criar o plano

apresentar para os atores e empreendedores

estratégico do destino, desenvolvido pela

locais de São João del Rei as etapas básicas

Belta e consultoria especializada. Este

de estruturação de um destino referência

plano subsidiou as ações seguintes, como a

de Turismo de Estudos e Intercâmbio,

organização da oferta do segmento através

como o desenvolvimento, a formatação,

da formatação de programas educacionais,

a operacionalização e a promoção de

atividades complementares e roteiros

programas educacionais e produtos/roteiros

turísticos. Tudo isso resultou em um banco

turísticos para o público internacional,

de dados e na publicação do Catálogo de

visando dinamizar o segmento. Porém, as

Programas Educacionais e Atividades Turísticas

expectativas foram superadas e as diretrizes

de São João del Rei e de diversos materiais

e orientações apresentadas no manual

promocionais como website, mapa e

também podem facilitar a estruturação de

prospecto.

outros destinos para acolhida de estudantes

Todas as ações realizadas pela consultoria

estrangeiros.

da Belta foram sempre validadas pelo Grupo

A Ação Símbolo do projeto em São João del

Gestor, que criou uma verdadeira rede de

Rei foi a realização do II Fórum Brasileiro de

cooperação formada pelos principais atores

Educação Internacional (ForBEI), em abril

envolvidos nas áreas de educação, turismo,

de 2009. O evento discutiu as principais

cultura, indústria e comércio da cidade de

tendências globais para a educação

São João del Rei e região. Foram muitos

internacional e a mobilidade estudantil,

encontros, seminários, reuniões e capacitação

e apresentou os resultados do Projeto

que contribuíram para criar o alicerce da

Destino Referência em Turismo de Estudos

organização setorial e o arranjo institucional

e Intercâmbio em São João Del Rei, com

local, representado pelo Grupo Gestor.

vistas a apresentar o potencial do Brasil

A experiência foi tão rica que a Belta

como destino para estudantes internacionais.

criou o Manual Técnico de Operações

O evento contou com a participação de

para o segmento de Turismo de Estudos

palestrantes nacionais e estrangeiros e com

5

6

5. Disponível em www.studyinbrazil.org.br/ei/saojoao 6. Manual integrante do projeto Estudos e Intercâmbio: Destino Referência São João del Rei. Brasil. Manual técnico de operações. Brasília: Ministério do Turismo; São Paulo: Belta, 2009. Disponível em www.turismo.gov.br

um público de 430 participantes.



São João del Rei - MG

São João del Rei - MG

28

29

Resultados alcançados

institucional nas primeiras etapas do seu

Além dos inúmeros resultados tangíveis,

de reuniões e eventos, elaboração de

como as publicações produzidas, os

diagnósticos e planos estratégicos,

encontros e capacitações realizados durante

criação de estrutura executiva e de

o Programa Destinos Referência em São João

comunicação, articulação com entidades

del Rei, o grande legado da experiência no

públicas e privadas são alguns elementos

destino é a integração entre os setores de

determinantes para o sucesso do próprio

turismo e educação. O ícone desta conquista

arranjo.

desenvolvimento. Técnicas de organização

foi a formação do Grupo Gestor, que estimulou o fortalecimento das entidades representativas dos serviços turísticos e das instituições de ensino da cidade e da região, criando a sinergia necessária ao foco no segmento de Estudos e Intercâmbio. A governança local instituída e atuante é e condição fundamental para dar locais e regionais, possibilitando o seu relacionamento com instâncias de governança estaduais e nacionais. Desta forma, o destino passa a ter mais acesso e informações sobre os programas e projetos tanto do Ministério do Turismo quanto das

integrada de comunicação de gestão. É importante destacar a necessidade de um acompanhamento técnico ao arranjo

• Criação de material promocional: Catálogo de serviços devidamente adequados pela equipe técnica, prospecto promocional com linguagem de mercado e site referencial para as relações e informações institucionais e promocionais

• Preparação de São João del Rei e região para o mercado, alinhando entendimentos quanto a oferta e demanda, fortalecendo uma rede de cooperação entre prestadores de serviços e empreendedores

legitimidade aos órgãos, fóruns e conselhos

benefícios e qualificação a partir de uma rede

• Criação de um manual técnico para adequação das relações

• Integração dos setores de mercado do turismo e da educação

um dos alicerces do arranjo institucional

Sistema Nacional do Turismo, que distribui

• Criação e formatação de roteiros de Estudos e Intercâmbios, adequados à demanda de mercado

• Preparação de grupo gestor para administração das relações

desenvolvimento sustentado do destino, com

entidades setoriais nacionais, compondo o

Resultados do Projeto

Para saber mais: www.turismo.gov.br www.studyinbrazil.org.br www.belta.org.br www.cadastur.turismo.gov.br

• Realização de seminário de multiplicação, oficina de projeto e visita técnica com a participação do grupo gestor do projeto, empresários e comunidade do destino, além de representantes de outros destinos com vocação para o desenvolvimento do Turismo de estudos e intercâmbio



Equipe Ministério do Turismo Coordenação Geral Ricardo Martini Moesch Tânia Brizolla Coordenação Técnica Ana Clévia Guerreiro Lima Jurema Monteiro Rosiane Rockenbach Sáskia Lima Equipe técnica Brena Coelho Carolina Campos Fabiana Oliveira Laura Marques Philippe Figueiredo Talita Pires Wilken Souto Colaboração Ana Beatriz Borges Serpa Alessandra Lanna Bárbara Blaut Rangel Cristiano Borges Luis Eduardo Delmont Marcela Souza Priscilla Grintzos Rafaela Lehmann Salomar Mafaldo Equipe Instituto Casa Brasil de Cultura Coordenação do projeto Marcelo Safadi Coordenação operacional e assistência técnica Priscila Vilarinho Consultores dos destinos Marcos Pompeu – São João del Rei (MG) e Jericoacoara (CE) Priscila Vilarinho – Brasília (DF), Paraty (RJ) e Ribeirão Preto (SP) Rodrigo Lopes – Serra Geral (SC), Lençóis (BA) e Socorro (SP) Ricardo Silva – Santarém (PA) e Barcelos (AM) Consultores de apoio Alessandra Schneider Felipe Arns Marcos Martins Borges Paulo d’Ávila Ferreira Roberto Mourão Thiago Dias Apoio administrativo Jairo Mendonça Júnior Assistência técnica adminstrativa Breno Mendonça Vieira

© Instituto Casa Brasil de Cultura. Goiânia, 2010

Destinos de Referência em Turismo Segmento: Turismo de Estudos e Intercâmbio Destino: São João del Rei – MG Parceiro executor local: Associação Brasileira de Organizadoras de Viagens Educacionais e Culturais (Belta) Coordenação editorial Wolney Unes Texto

Alessandra Schneider

Projeto gráfico Samara Bitencourt Arte final de capa Genilda Alexandria Diagramação Marcus Lisita Rotoli Fotografia Banco de Imagens MTur: Alexandre Campbell Acervo do Instituto Casa Brasil de Cultura: Wolney Unes Revisão Camila Pessoa Apoio Acolhida na Colônia Abeta Casa Azul Belta Instituto Dharma Convention Bureau Avape Prefeitura de Socorro Sebrae-CE AmazonasTur Secretaria de Turismo de Barcelos Impressão Marques e Bueno Ltda. (Gráfica Talento)


Socorro - SP


Sumário Presidente da República Federativa do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva Ministro de Estado do Turismo Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho

Secretário-Executivo Mário Augusto Lopes Moyses Secretário Nacional de Políticas do Turismo Carlos Silva Diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico Ricardo Martini Moesch Coordenadora-Geral de Segmentação Sáskia Freire Lima de Castro

Coordenadora-Geral de Regionalização Ana Clévia Guerreiro Lima Coordenadora-Geral de Informação Institucional Isabel Cristina da Silva Barnasque Coordenadora-Geral de Serviços Turísticos Rosiane Rockenbach

Socorro

5

Apresentação

5

O Turismo em Socorro

10

O Turismo de Aventura Especial em Socorro

14

Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos

21

Destino referência em Turismo de Aventura Especial

22

Resultados alcançados

24


Socorro Apresentação

entre o MTur e a Associação Brasileira de

Socorro foi colonizada por bandeirantes por

O destino foi um dos primeiros selecionados

volta de 1730 e, mais tarde, no século XIX,

no Brasil para receber esse programa, que

por imigrantes italianos que deixaram suas

tem como foco a implementação das normas

marcas na cultura e na arquitetura da cidade.

da Associação Brasileira de Normas Técnicas

Ainda hoje – apesar de algumas construções

(ABNT) para Sistema de Gestão de Segurança

modernas – passear pelas ruas de Socorro é

e a certificação pelo Instituto Nacional de

uma viagem ao tempo do Brasil-Colônia, mas

Metrologia, Normalização e Qualidade

com uma estrutura perfeitamente integrada

Industrial (Inmetro).

às necessidades da vida contemporânea.

Entre outros destinos de turismo de

Socorro é o portão de entrada para o Circuito

Aventura do Brasil, Socorro foi mais além,

das Águas Paulista. A cidade, que se estende

e tornou-se o primeiro destino turístico do

às margens do Rio do Peixe, possui inúmeras

Brasil a unir o Turismo de Aventura com a

fontes de água mineral com propriedades

proposta de acessibilidade. Numa iniciativa

medicinais, casarões do ciclo do café e

pioneira, o programa Aventureiros Especiais,

horto municipal. O relevo montanhoso e os

desenvolvido pela ONG Aventura Especial.1

abundantes rios favoreceram a formação de

em conjunto com o MTur, criou diversas

cachoeiras e corredeiras, que atualmente

modalidades de Turismo de Aventura para

se transformaram em grandes atrativos

este público. A partir de então, outras

turísticos.

oportunidades surgiram, como o programa

Com tantas trilhas, montanhas, cavernas,

Socorro Acessível, através de uma nova

correntezas, cachoeiras e aventuras,

parceria do MTur, desta vez com a Prefeitura

monotonia e tédio são palavras que

Municipal de Socorro e a Avape. O programa

ninguém conhece em Socorro. Aventureiros,

trouxe a acessibilidade para todo o destino,

experientes ou iniciantes, podem desfrutar

além de aumentar as condições de segurança

das mais incríveis atividades de ecoturismo e

para o tráfego de veículos e possibilitar a

aventura. As operadoras de atividades locais

utilização por pessoas com deficiência ou

proporcionam todo o auxílio e segurança

mobilidade reduzida, no centro histórico e

aos praticantes, respeitando as normas

comercial, nas pousadas, hotéis, restaurantes,

Empresa de Turismo de Aventura (Abeta).

de cada atividade, aprendidas dentro do programa Aventura Segura – uma parceria

1. www.aventuraespecial.org.br



Socorro - SP

Socorro - SP

8

9 parques e nos principais pontos e

e para fazer atividades de Aventura, que

equipamentos turísticos da cidade.

estimulam a autossuperação, o trabalho em

Socorro é mesmo tão especial que faz com

equipe, a coordenação e a coragem, num

que todos os seus visitantes se sintam

desafio saudável e seguro para o corpo e para

especiais também. Apesar de o destino ser

a mente. No Horto Municipal, por exemplo,

referência em Turismo de Aventura, a oferta

existe um jardim aromático contemplando

de atividades é tão grande e diversificada,

sinalização tátil (pisos alerta e direcional,

que sempre há uma opção que atende às

mapas táteis e placas em braille) para

necessidades e desejos dos perfis mais

deficientes visuais, rampas de acesso, além de

diversos de visitantes: história, arquitetura,

banheiros adaptados.

cultura popular, gastronomia, artesanato,

A economia do município de Socorro está

compras e, é claro, muita natureza. Sempre

baseada em três atividades principais:

há algo interessante para fazer em Socorro.

agropecuária, malharias retilíneas e, nos

E a grata surpresa é que todos podem fazer

últimos anos, o turismo, que tem encontrado

quase tudo!

cada vez mais espaço, revertendo a forma

A proposta de inclusão, que teve início com

de exploração dos recursos naturais. Antigas

as atividades de Aventura, se estendeu

pastagens e plantações que contaminavam

depois para a cidade, para os serviços

o solo e o ambiente hoje se transformam em

urbanos, públicos e privados. Desta forma,

parques e plantações orgânicas, agregando

os turistas com deficiência podem se sentir

valor ao produto turístico e melhorando a

livres e autônomos para circular na cidade

qualidade de vida de todos.


Socorro - SP

Socorro - SP

10

11

O turismo em Socorro

adaptadas e podem ser praticadas até

anos de exploração agropecuária, projetos

artesãos locais. Há ainda artistas plásticos

mesmo por cadeirantes. O desafio é grande,

de educação ambiental e envolvimento da

com trabalhos exclusivos, como as pinturas

Socorro é um destino onde tudo é especial.

pois cada pessoa tem uma necessidade

comunidade nas atividades turísticas são

em telhas de casarões demolidos. E as

A 130 km da capital paulista, cercada pela

ou limitação específica e, por isso, é

outros destaques deste destino que, a cada

reconhecidas indústrias de malha da região

Serra da Mantiqueira e com um cenário típico

preciso prever adaptações para atender às

dia, se torna referência de boas práticas no

também oferecem boas opções de compras

de cidade histórica, Socorro oferece diversas

particularidades.

turismo no Brasil.

para os turistas.

opções de atividades de Aventura na terra, na

Além da proposta de inclusão, Socorro

Na gastronomia os destaques são para o café

A vida cultural em Socorro é muito ativa.

água ou no ar para todos os públicos.

também segue a linha do turismo

e a cachaça, reconhecidos nacionalmente por

Além do museu e outros atrativos históricos,

Há 15 anos, os visitantes procuram a região

sustentável. Iniciativas como reflorestamento

sua qualidade e sabor. Mais recentemente,

há uma rica agenda cultural que promove as

em busca de esportes de Aventura e contato

para compensar os danos causados por

produtos orgânicos têm chamado a atenção

manifestações culturais locais e traz mostras

com a natureza, seu clima ameno, ar puro

dos visitantes, principalmente o morango,

de cultura de outras localidades.

e fontes medicinais. Com o tempo e muito

que pode ser degustado sem medo nas

A maioria dos visitantes de Socorro vem

trabalho, Socorro ficou famosa como destino

plantações de Socorro.

de São Paulo, principalmente da capital.

por ser um dos melhores locais do Brasil

Na produção associada é possível encontrar

Mas cada vez mais pessoas de Estados

para a prática de boia-cross, arvorismo,

os mais diversos tipos de artesanato, como

vizinhos procuram a cidade para descansar,

rafting, acquaride, canoagem, rapel e trilhas

os tradicionais bordados, tricô, pintura em

se aventurar e conhecer as iniciativas

de quadriciclo, além de inúmeras outras

tecido e o patchwork, a grande tendência

inovadoras de Socorro. Operadoras já

aventuras.

atual do artesanato local. Algumas técnicas

oferecem roteiros com vários destinos

Mas as atrações não param por aí.

como o jacá japonês e o nhanduti, de origem

em que há um pernoite em Socorro, com

Atualmente, além das aventuras, o principal

estrangeira com influência indígena, também

atividades na região. Espaços e serviços para

fazem parte do acervo de artesanato de

eventos e convenções proporcionam a vinda

Socorro. A produção é tão rica e variada que

de turistas com um perfil complementar ao

foi criada uma cooperativa que reúne os

do fluxo atual.

diferencial de Socorro é o cuidado e a atenção com a acessibilidade de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, inclusive idosos, crianças e gestantes. Praticamente todos os pontos e equipamentos turísticos da cidade foram ou estão sendo adaptados para permitir o acesso de pessoas que, usualmente, não poderiam participar das atividades ou visitar os atrativos. Entre as mais de 20 atividades de Aventura oferecidas hoje em Socorro, dez já foram

Cadastur Ao contratar serviços para uma viagem, convém verificar se a empresa está cadastrada no Ministério do Turismo. O cadastro dos prestadores de serviços é grande fonte de consulta para o mercado turístico brasileiro e proporciona benefícios para os serviços turísticos cadastrados. Para ter acesso às informações detalhadas sobre os prestadores de serviços regularmente cadastrados, acesse www.cadastur.turismo.gov.br



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O Turismo de Aventura Especial em Socorro

ao programa Aventura Segura e a investir

aventuras entram no clima da educação

rio. Também destacam áreas de mata nativa

na adaptação das instalações do hotel-

ambiental. Enquanto as crianças fazem

e recuperação do solo, levando o grupo a

fazenda para pessoas com deficiência, além

rafting, os monitores mostram e explicam

pensar sobre os impactos do desmatamento

Em Socorro, o turismo, especialmente de

de desenvolver um trabalho de educação

problemas de erosão e assoreamento do

e estimular a consciência ambiental.

Aventura, está diretamente relacionado

ambiental e turismo pedagógico.

ao desenvolvimento socioambiental do

Muitos empreendimentos trabalham de

município. Além de levar oportunidades de

forma organizada e associada, sempre de

trabalho e renda para a região, o movimento

olho na sustentabilidade e segurança das

dos visitantes provoca nos moradores

atividades ofertadas. Além do cuidado com

locais um sentimento de orgulho de suas

os mínimos impactos de suas atividades,

origens. Tudo isso evita o êxodo rural e,

os empresários aliam turismo à educação

logo, gera menos problemas nas grandes

ambiental, ofertando para crianças e

cidades. Os principais beneficiários das

adolescentes atividades conhecidas como

oportunidades de trabalho no local são os

Estudos do Meio. Nessas atividades são

jovens da cidade, que atuam como monitores

exploradas questões específicas que

ou guias, passando a se envolver na defesa

buscam despertar a atenção da criança para

de causas ambientais e em projetos para a

as peculiaridades do ambiente visitado,

sustentabilidade da região.

fazendo-a refletir sobre como suas atitudes

A organização da oferta turística da

e escolhas podem afetar o ambiente.

região é caracterizada por atrativos e

As crianças também entram em contato com

parques particulares, localizados em

tecnologias e práticas sustentáveis, como o

sua maioria no corredor do Rio do Peixe.

aquecimento por energia solar, reciclagem

Esses empreendimentos oferecem

e o biodigestor, aprendendo que soluções

opções completas de hospedagem rural,

simples podem ajudar a minimizar os

alimentação, atividades e outros serviços.

impactos negativos dos seres humanos no

Alguns deles merecem destaque por

planeta.

suas iniciativas pioneiras que serviram de

Alguns passeios passam pela Pedra da

modelo e estímulo para as demais ações do

Bela Vista, onde se aprende sobre grutas,

destino. É o caso do Parque dos Sonhos e

morcegos e sobre a história da região, palco

Campo dos Sonhos, que foram os grandes

de fatos importantes da Revolução de 1930.

incentivadores e primeiros parceiros a aderir

E, como não poderia deixar de ser, até as


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O segmento de Turismo de Aventura Especial

Já a acessibilidade, apesar de não se constituir em um segmento em si, foi adotada pelo MTur como uma

estratégia do Plano Nacional de Turismo 2007-2010 – Uma Viagem de Inclusão, para transformar o turismo em um importante mecanismo de desenvolvimento econômico do Brasil e em um grande indutor de inclusão social. Com a visão de que as necessidades das pessoas com deficiência e com mobilidade reduzida assumem um caráter estratégico de ação efetiva do Estado, o MTur está desenvolvendo ações para estruturar os destinos e estimular o turismo entre grupos e minorias que, até então, não tinham acesso a experiências de viagem. O programa piloto, Sensibilização para o Turismo Acessível, implementado pela Avape e pela Prefeitura de Socorro, visa promover o mapeamento da acessibilidade turística e a qualificação do receptivo turístico local para o atendimento adequado a pessoas com deficiência e com mobilidade reduzida, além de propor e divulgar roteiros adaptados em diferentes segmentos turísticos, tais como Turismo Cultural, Ecoturismo e Turismo de Aventura. A experiência adquirida com este programa é apresentada em uma publicação de quatro volumes, intituladas Turismo Acessível – Introdução a uma viagem de inclusão, Mapeamento e Planejamento de Acessibilidade em Destinos Turísticos, Bem Atender no Turismo Acessível e Bem Atender no Turismo de Aventura Adaptada,2 produzidas pela Avape e pelo MTur e disponível no portal do MTur.

1. BRASIL. Turismo de aventura: orientações básicas. Ministério do Turismo: Brasília, 2008. Disponível em www.turismo.gov.br

2. www.socorro.sp.gov.br

Para falar de Aventura Especial é preciso, primeiro, compreender os conceitos de Turismo de Aventura e Acessibilidade. De acordo com o Ministério do Turismo, “Turismo de Aventura compreende os movimentos turísticos decorrentes da prática de atividades de aventura de caráter recreativo e não competitivo”1. Isso significa que, para ser Turismo de Aventura, é preciso que: • Haja movimento turístico, ou seja, pessoas se deslocando de seu local de residência e utilizando serviços e equipamentos turísticos no destino • O movimento seja motivado pela busca de experiências físicas e sensoriais recreativas que envolvam desafio, riscos avaliados, controláveis e assumidos • As aventuras ocorram em quaisquer espaços: natural, construído, rural, urbano, estabelecido como área protegida ou não • Não haja competição, pois, neste caso, as atividades são tratadas no âmbito do segmento Turismo de Esportes e não de Aventura



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Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos O modelo de gestão descentralizada2

experiências contribuam para criar uma

concebido pelo Plano Nacional de Turismo e

base metodológica que possa servir de

implementado pelo MTur prevê a integração

modelo para outros destinos no Brasil,

de diversas instâncias da gestão pública e

validando e consolidando a estratégia de

da iniciativa privada por meio da criação e

desenvolvimento de políticas públicas, e de

organização dos arranjos institucionais.

ampliação e diversificação da oferta turística

O projeto Destinos Referência em Segmentos

nacional.

Turísticos desenvolvido pelo MTur em parceria com o Instituto Casa Brasil de Cultura, tem como objetivo criar uma estratégia de governança local, a partir do fortalecimento e aperfeiçoamento de segmentos de mercado, procurando envolver de forma participativa toda a cadeia produtiva e instituições relacionadas com o segmento escolhido, através de prioridades e estratégias definidas e com foco na competitividade. O projeto tem como premissa a participação efetiva dos representantes locais, fortalecendo as entidades públicas e privadas, o trade e as organizações não governamentais, levando à formação de um Grupo Gestor que assume o papel de líder do processo, buscando assim garantir a continuidade das ações na área do turismo, resultados mercadológicos e a sustentabilidade do destino. Assim, foram escolhidos dez destinos com características diferentes, em regiões diferentes, para que suas 2. Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br


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Destino referência em Turismo de Aventura Especial

dos desafios e o desenvolvimento do destino

preliminares a clientes e requisitos para

deficiência, como a comunicação por meio

com foco na Aventura Especial.

o Sistema de Gestão de Segurança e

da Língua Brasileira de Sinais (Libras), tanto

Como já havia uma governança local

Terminologia.

para prestadores de serviço público quanto

As iniciativas pioneiras e experiências

base no Conselho Municipal de Turismo

e articulação com as organizações locais;

turismo.

(Comtur), a estratégia foi fortalecer esta

mapeamento, diagnóstico e assessoria

A prefeitura investiu na criação de roteiro

instituição para ser o alicerce do arranjo

técnica para adequação das estruturas

adaptado, que interliga dez pontos turísticos

institucional. Alguns empresários locais – que

públicas e privadas no município;

totalmente trafegáveis por turistas com

já tinham iniciativas nas áreas de Aventura

realização de cursos de qualificação aos

deficiência, na região central da cidade,

e Acessibilidade e estavam motivados pelas

prestadores de serviços turísticos, de apoio

contemplando o Centro Histórico, o comércio

oportunidades dos programas – estavam

e Turismo de Aventura; desenvolvimento

local, o Mirante do Cristo e o Horto Municipal.

organizados na Associação Comercial

e produção de material técnico de cunho

O apoio e as ações do MTur e das instituições

e contribuíram para agregar novos

didático, comercial e operacional.

conveniadas motivaram os empresários e os

de Socorro no segmento de Turismo de Aventura e Acessibilidade chamaram a atenção para o destino, que passou a contar com o apoio de diversas instituições que contribuíram para que a cidade se tornasse realmente referência em Aventura Especial. Em 2008, ao iniciar o projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos, muitas ações importantes já estavam acontecendo,

estabelecida, representativa e atuante, com

empreendimentos e fortalecer o movimento

• Convênio com a Avape para planejamento

• Convênio com a Prefeitura Municipal de

privado, ligados direta ou indiretamente ao

moradores, criando uma forte sinergia sobre

pela Aventura Especial. Cabe ainda destacar

Socorro para adequação das estruturas

o tema no destino. Assim, os empresários

específico e havia muitas iniciativas

a articulação dos poderes público municipal,

públicas e criação de um roteiro urbano

passaram a oferecer atividades de Aventura

desarticuladas. Outros desafios eram a pouca

estadual e federal, que mantiveram o

adaptado.

completamente adaptadas para atender a

integração entre o fluxo turístico dos parques

apoio aos projetos em desenvolvimento

No decorrer do projeto Destino Referência

esse público.

e pousadas com a vida social e cultural

independentemente de preferências e

em Turismo de Aventura Especial, a Abeta

O Comtur, que desde o princípio era a

da cidade, a baixa qualificação de alguns

mudanças políticas.

implementou o programa Aventura

instituição representativa da governança

serviços e pouca adesão aos projetos de

Para atender às necessidades do destino,

Segura, qualificou empresas e profissionais,

local, ficou ainda mais fortalecido.

Aventura e Acessibilidade.

que eram principalmente interligar as ações

organizou a associação do segmento e

Organizado no formato de comissões

Diferentemente de outros destinos

e programas que estavam acontecendo e

formalizou os empreendimentos. A Avape

técnicas – grupos de trabalho voluntário

envolvidos no projeto, em que se trabalhou

reacender o ânimo dos parceiros envolvidos.

mapeou os equipamentos públicos e

com foco em Aventura, Acessibilidade,

um segmento claro e específico, em Socorro

A estratégia do projeto foi apoiar e articular

privados, mediu e avaliou as condições

Marketing e outros temas relacionados ao

o desafio foi aliar Aventura e Acessibilidade

os convênios de três instituições com o MTur:

de acessibilidade e propôs modificações,

setor –, o Comtur é uma peça-chave no

em uma experiência possível e coerente,

• Convênio com a Abeta para qualificar

projetando como deveriam ser as

desenvolvimento organizado do destino.

mas não havia foco em nenhum segmento

4

primeiro dentro do próprio destino e depois

os prestadores de serviço de Turismo

adaptações. Ao lado da prefeitura, desenhou

Sua importância como Grupo Gestor

num formato que pudesse ser reaplicado em

de Aventura e implementar as Normas

ainda os roteiros turísticos que seriam

foi respaldada, inclusive nos estudos de

outros locais.

Técnicas de Turismo de Aventura para

adaptados. Além disso, ofertou cursos

competitividade da FGV, também realizados

Porém, neste momento, também já havia um

condutores, informações mínimas

específicos de atendimento a pessoa com

em Socorro durante o desenvolvimento do

4. www.socorro.sp.gov.br/

projeto.

cenário favorável, que possibilitou a solução

3

3. www.abntnet.com.br/mtur


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Resultados alcançados

empreendedores privados, que buscam

recente visita da Secretaria da Copa 2014

aprender como aplicar as normas de

e Rio 2016 e da Secretaria da Pessoa com

o resultado dos esforços coletivos e

Durante a realização do projeto Destinos

Aventura e Acessibilidade em seus locais

Deficiência, ambas da Prefeitura do Rio de

inspire novas pessoas e instituições a se

Referência em Segmentos Turísticos, a equipe

de origem, demonstra a importância que

Janeiro, que visitaram a cidade para conhecer

envolver com a estruturação do segmento

de trabalho envolvida na execução do projeto

a estruturação da Aventura Acessível em

a experiência de Socorro e utilizá-la nas

e do destino – foi a inauguração do roteiro

foi muito importante para a articulação e

Socorro tem para o desenvolvimento e

adaptações das estruturas da cidade para a

adaptado, com a presença do ministro do

integração das ações e resultados com as

inclusão social através do turismo. Prova

Copa 2014, Olimpíadas e Paraolimpíadas do

Turismo, imprensa, autoridades, técnicos e

estratégias do MTur. Esse foco contribuiu

do sucesso das ações e do destino é a

Rio de 2016.

comunidade. Essa ação projetou o destino na

para atingir um resultado coletivo, que

mídia, colocando-o em evidência tanto entre

foi exatamente consagrar Socorro como

o trade quanto entre o público-alvo, o que se

referência em Aventura Especial.

refletiu em aumento do fluxo ao destino.

Mesmo antes da finalização do projeto

Em Socorro, a Ação Símbolo do projeto – entendida como algo efetivo que represente

Destinos Referência em Turismo de Aventura Especial em Socorro, o destino já se posicionava no mercado nacional como modelo em Turismo de Aventura e Acessibilidade. Técnicos e representantes do destino já apresentam as experiências bem sucedidas em eventos e publicações em todo Brasil. O aumento na quantidade de visitas técnicas de gestores públicos e

Para saber mais: www.turismo.gov.br www.abeta.org.br www.aventurasegura.org.br www.inmetro.gov.br www.aventuraespecial.org.br www.avape.org.br www.abnet.com.br/mtur www.socorro.sp.gov.br www.cadastur.turismo.gov.br

Resultados do Projeto • Adesão dos empresários e prestadores de serviço aos programas de qualificação e implementação de normas técnicas de Turismo de Aventura e acessibilidade • Governança local representativa e atuante, baseada no Comtur • Atuação continuada e liderança do poder público municipal que, apesar da troca de administração durante o projeto, manteve o processo em andamento e fortaleceu o destino • Articulação e entendimento entre os diversos projetos e ações realizados no destino • Preparação do destino para exposição na mídia, conquistando promoção espontânea devido ao tema inovador • Repercussão no aumento do fluxo de visitantes, inclusive fora de temporada • Utilização de assessoria técnica para implementação das normas • Boa relação institucional entre os Poderes Públicos municipal, estadual e federal, sem interferência de política partidária • Realização de seminário de multiplicação, oficina de projeto e visita técnica com a participação do grupo gestor do projeto, empresários e comunidade do destino, além de representantes de outros destinos com vocação para o desenvolvimento de Turismo de Aventura e acessibilidade



Equipe Ministério do Turismo Coordenação Geral Ricardo Martini Moesch Tânia Brizolla Coordenação Técnica Ana Clévia Guerreiro Lima Jurema Monteiro Rosiane Rockenbach Sáskia Lima Equipe técnica Brena Coelho Carolina Campos Fabiana Oliveira Laura Marques Philippe Figueiredo Talita Pires Wilken Souto Colaboração Ana Beatriz Borges Serpa Alessandra Lanna Bárbara Blaut Rangel Cristiano Borges Luis Eduardo Delmont Marcela Souza Priscilla Grintzos Rafaela Lehmann Salomar Mafaldo Equipe Instituto Casa Brasil de Cultura Coordenação do projeto Marcelo Safadi Coordenação operacional e assistência técnica Priscila Vilarinho Consultores dos destinos Marcos Pompeu – São João del Rei (MG) e Jericoacoara (CE) Priscila Vilarinho – Brasília (DF), Paraty (RJ) e Ribeirão Preto (SP) Rodrigo Lopes – Serra Geral (SC), Lençóis (BA) e Socorro (SP) Ricardo Silva – Santarém (PA) e Barcelos (AM) Consultores de apoio Alessandra Schneider Felipe Arns Marcos Martins Borges Paulo d’Ávila Ferreira Roberto Mourão Thiago Dias Apoio administrativo Jairo Mendonça Júnior Assistência técnica adminstrativa Breno Mendonça Vieira

© Instituto Casa Brasil de Cultura. Goiânia, 2010

Destinos de Referência em Turismo Segmento: Aventura Especial Destino: Socorro – SP Parceiros executores locais: Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência (Avape) Associação Brasileira de Turismo Aventura (Abeta) Prefeitura Municipal de Socorro

Coordenação editorial Wolney Unes Texto Alessandra Schneider Projeto gráfico Samara Bitencourt Arte final de capa Genilda Alexandria Diagramação Marcus Lisita Rotoli Fotografia Banco de Imagens do Estado de São Paulo Revisão Camila Pessoa Apoio Acolhida na Colônia Abeta Casa Azul Belta Instituto Dharma Convention Bureau Avape Prefeitura de Socorro Sebrae-CE AmazonasTur Secretaria de Turismo de Barcelos Impressão Marques e Bueno Ltda. (Gráfica Talento)


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