Catálogo exposição "tinta sobre tinta: acervo do MAM no Instituto CPFL"

Page 1

Ministério da Cidadania, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, CPFL Energia e Museu de Arte Moderna de São Paulo apresentam Tinta sobre tinta: acervo do MAM no Instituto CPFL Curadoria Felipe Chaimovich de 6 de agosto a 30 de novembro de 2019


O Museu de Arte Moderna de São Paulo tem como missão difundir a arte e torná-la acessível ao maior número de pessoas possível. Ao completar setenta anos de existência, o MAM abraça as parcerias que tornam possível enfrentar o desafio permanente de ampliar seu público por meio de exposições e ações educativas. A parceria com o Instituto CPFL permite ao museu vir ao encontro da população de Campinas e do seu entorno. O Instituto CPFL tem um compromisso sólido com o desenvolvimento social por meio da cultura. É por meio da iniciativa privada que o MAM pode desenvolver um programa de relevância e permanecer atento aos desafios de levar a arte ao público contemporâneo. Temos o orgulho de celebrar nossa parceria com o Instituto CPFL, apresentando a segunda exposição do MAM nesta instituição. Em Tinta sobre tinta: acervo do MAM no Instituto CPFL, é possível conhecer obras de artistas fundamentais para a história da arte brasileira desde a década de 1930 e sua contribuição universal à pintura. Mariana Guarini Berenguer Presidente do Museu de Arte Moderna de São Paulo

Pensar o contemporâneo exige reconhecer nossa história, nossas referências, nossas heranças. É com esse pensamento que recebemos, na Galeria de Arte do Instituto CPFL, a exposição Tinta sobre tinta: acervo do MAM no Instituto CPFL, do acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo. A exposição reúne peças que evidenciam a herança da pintura impressionista no Brasil e atravessam diferentes movimentos e contextos culturais e sociais, dos quais uma empresa como a CPFL Energia, em mais de cem anos de atividades, é testemunha e protagonista. A seleção de 35 pinturas de grandes artistas, como Iberê Camargo, Flávio de Carvalho e Leda Catunda é uma oportunidade de acompanhar em perspectiva as marcas e os caminhos das artes visuais do início do século XX até os dias atuais. Oportunidade que se torna possível com esta parceria firmada com o MAM São Paulo, uma das mais importantes instituições culturais do país, com quem já nos associamos para trazer a Campinas recortes como a exposição Paisagem no acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo, realizada em 2017. Essa sintonia permite ao Instituto CPFL chegar a seus 16 anos de existência como um importante agente da difusão da cultura em nosso país, com uma programação ampla, gratuita e qualificada em nosso espaço, em Campinas, e também nas cidades alcançadas pelo Circuito CPFL. Receber uma exposição com este nível de qualidade reforça o nosso compromisso em promover o encontro da população com pensadores e artistas que refletem sobre nosso mundo e nossa história e, através da imaginação, ajudam a iluminar as saídas para os impasses do mundo contemporâneo. Instituto CPFL

detalhe de Nu, Iberê Camargo, 1940


Tinta sobre tinta  Felipe Chaimovich Reunimos aqui obras da coleção do Museu de Arte Moderna de São Paulo para mostrar alguns caminhos da experiência de se pintar com densas camadas de tinta, no Brasil, a partir dos anos 1930. O MAM foi fundado em 1948 e tem acompanhado essa história desde então. A pintura é feita de tinta, e sua história tem sido modificada pelo acesso inédito à matéria-prima nos últimos dois séculos. É a partir da Revolução Industrial, iniciada na Europa, que o preço da tinta diminui consideravelmente. Desde então, pintar se tornou mais barato para artistas que usassem produtos industrializados. Os materiais industriais para pintura começaram a chegar ao Brasil durante o Império. Em 1844, no Rio de Janeiro, então capital do país, havia seis lojas de tintas em geral; em 1882, já havia doze estabelecimentos de materiais especializados para pintores; sete anos depois, tinham saltado para cinquenta e dois! Esse crescimento do comércio mostra um aumento de pintores tanto profissionais como amadores, levando pelas cidades brasileiras onde houvesse tintas industriais um maior acesso ao material do pintar. No Brasil e no mundo, pintores começaram a experimentar o uso de camadas grossas de tinta industrializada como sinal de modernidade. As pinceladas poderiam ser grandes manchas de cor, usadas para figurar desde as coisas mais passageiras, como uma paisagem iluminada pelo pôr-do-sol, até as mais universais, como a guerra. As tintas também podiam ser trabalhadas como pura matéria, sem formar imagem alguma. A primeira obra desta exposição a ser pintada é o Retrato de Hector Santos, de Milton Dacosta, de 1935, seguida pelo Nu, de Iberê Camargo, de 1940. Em ambas, as pinceladas de tinta opaca e densa criam personagens com contornos pouco definidos. O uso farto da tinta para dissolver a figura também aparece no Autorretrato, de 1965, de Flávio de Carvalho; o artista foi pioneiro na experimentação moderna em São Paulo, desde os anos 1930. Milton Dacosta, Iberê Camargo e Flávio de Carvalho representam nesta mostra o uso moderno das tintas no Brasil a partir da primeira metade do século XX. Desde os anos 1950, a exploração das tintas se afastou totalmente das figuras, em artistas como Tomie Ohtake e Sheila Brannigan. As duas emigraram para o Brasil – uma da Ásia, outra da Europa – e mantiveram diálogo constante com a arte moderna internacional. Para ambas, a pincelada é um gesto que exprime o caráter de quem pinta, sem depender de imagens para tal, pois as marcas de tinta são seus testemunhos. A pintura que explorava a tinta densa passou a transitar entre as imagens decompostas em pinceladas e a pura mancha abstrata. Mas havia um campo comum entre ambas: a presença da matéria bruta do pintar, em artistas como Dudi Maia Rosa. No quadro Fim do primeiro tempo, de 1973, a personagem desenhada contrasta com rastros de tinta pura aplicada como marca do gesto do artista. Nas décadas de 1980 e 1990, pintores paulistas, muito presentes na coleção do MAM, mostram a continuidade da experimentação com a tinta. Mônica Nador explora imagens padronizadas com pincelada densa. Paulo Monteiro espalha largamente as cores. Paulo Pasta caminha no limite entre uma figura apagada e uma cor que tudo ocupa. Bruno Dunley representa, na exposição, a mais recente geração. Em seu quadro, a imagem apenas se anuncia entre as névoas de tinta. O conjunto de pinturas aqui reunidas mostra a pluralidade de obras representadas na coleção do Museu de Arte Moderna de São Paulo. O crescente acesso a matérias industriais, como as tintas, continua a possibilitar a livre experimentação artística.

detalhe de Retrato de Hector Santos, Milton Dacosta, 1935


Tinta sobre tinta: acervo do MAM no Instituto CPFL

Aldo Bonadei Amélia Toledo Antônio Carelli Bruno Dunley Carlito Carvalhosa Dudi Maia Rosa Emeric Marcier Ernesto De Fiori Flávio de Carvalho Francisco Biojone Iberê Camargo Leda Catunda Manabu Mabe Maria Helena Andrés Maria Leontina Mauro Claro Milton Dacosta Mônica Nador Paulo Monteiro Paulo Pasta Pitágoras Rodrigo Andrade Samson Flexor Sérgio Sister Sheila Brannigan Thomaz Ianelli Tomie Ohtake Vânia Mignone Wega Nery

Rodrigo Andrade (São Paulo, SP, 1962) Sem título, 1985 Óleo sobre tela 190 x 220 cm Doação Rubem Breitman

Bruno Dunley (Petrópolis, RJ, 1984) Sem título, 2012 Óleo sobre tela 50,5 x 40 cm Doação Ricardo Ortiz Kugelmas

Sheila Brannigan (Chester, Inglaterra, 1914 – Londres, Inglaterra, 1994) The Fighting (Pintura II), 1963 Óleo sobre tela 120,3 x 149,4 cm Doação Maureen Bisilliat

Carlito Carvalhosa (São Paulo, SP, 1961) Sem título, 1989 Acrílica, cera, breu e estopa sobre madeira 200 ✗ 369 cm Doação Felipa Abbondanza Schahin


Manabu Mabe (Kumamoto, Japão, 1924 – São Paulo, SP, 1997) Sem título, 1970 Óleo sobre tela 41,6 x 31,2 cm

Aldo Bonadei (São Paulo, SP, 1906 – 1974) Garrafa, 1968 Óleo sobre tela 70,1 x 120,9 cm

Doação Lauro Eduardo Soutello Alves (em memória)

Doação do artista Francisco Biojone (Campinas, SP, 1934 – 2018) Tema para vermelho, 1974 Óleo sobre tela 100 x 130,5 cm Doação do artista

Rodrigo Andrade (São Paulo, SP, 1962) Sala das preocupações, 2005 Óleo sobre tela 185 x 220,5 cm Prêmio Aquisição Energias do Brasil – Panorama 2005 Rodrigo Andrade (São Paulo, SP, 1962) Sem título, 1987 Óleo sobre tela 170 x 230,5 cm Doação Rubem Breitman Manabu Mabe (Kumamoto, Japão, 1924 – São Paulo, SP, 1997) Sem título, 1970 Óleo sobre tela 31 x 38 cm Doação Lauro Eduardo Soutello Alves (em memória)

Antônio Carelli (Capivari, SP, 1926) Sem título, 1966 Óleo sobre tela 76,8 x 91,2 cm Doação do artista Iberê Camargo (Restinga Seca, RS, 1914 – Porto Alegre, RS, 1994) Nu, 1940 Óleo sobre tela 60 x 73 cm Doação Atlântica S.A. Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários

Sheila Brannigan (Chester, Inglaterra, 1914 – Londres, Inglaterra, 1994) Sem título (Pintura I), 1964 Óleo sobre tela 150 x 120 cm Doação Maureen Bisilliat

Maria Leontina (São Paulo, SP, 1917 – Rio de Janeiro, RJ, 1984) Pintura, 1967 Acrílica sobre tela 150,7 x 150,1 cm Doação da artista

Ernesto De Fiori (Roma, Itália, 1884 – São Paulo, SP, 1945) A fogueira, s.d. Óleo sobre tela 45 x 60 cm Espólio Maria da Glória Lameirão de Camargo Pacheco e Arthur Octávio de Camargo Pacheco


Emeric Marcier (Cluj, Romênia, 1916 – Paris, França, 1990)

Leda Catunda (São Paulo, SP, 1961)

São Francisco e Carmo, s.d. Acrílica sobre tela 32,5 x 46,1 cm

Oito línguas, 2000 Acrílica sobre tecido e plástico sobre tela 80,5 x 93,5 cm Comodato Gilberto Chateaubriand

Doação SOTEP – Sociedade Técnica de Perfuração S.A. Flávio de Carvalho (Amparo da Barra Mansa, RJ, 1899 – Valinhos, SP, 1973) Autorretrato, 1965 Óleo sobre tela 90 x 67 cm Doação do artista

Samson Flexor (Soroca, Moldávia, 1907 – São Paulo, SP, 1971) Parto, 1968 Óleo sobre tela 190 x 190 cm Doação do artista

Vânia Mignone (Campinas, SP, 1967) Amparo, 1997 Óleo sobre papel colado sobre madeira 39,5 x 39,5 cm Comodato Eduardo Brandão e Jan Fjeld

Mauro Claro (São Paulo, SP, 1955)

Milton Dacosta (Niterói, RJ, 1915 – Rio de Janeiro, RJ, 1988) Retrato de Hector Santos, 1935 Óleo sobre tela 60 x 47 cm Doação José Paulo Gandra da Silva Martins

Sem título, 1986 Acrílica sobre tela 120 x 140 cm Doação do artista

Manabu Mabe (Kumamoto, Japão, 1924 – São Paulo, SP, 1997) Sem título, 1970 Óleo sobre tela 29,5 x 36 cm Doação Lauro Eduardo Soutello Alves (em memória)

Mônica Nador (Ribeirão Preto, SP, 1955) Paulo Pasta (Ariranha, SP, 1959)

O coração, 1988 Acrílica sobre tela 152 x 187,5 cm

Sem título, 1997 Óleo sobre tela 160 x 210 cm

Comodato Eduardo Brandão e Jan Fjeld

Grande Prêmio Price Waterhouse de Arte Contemporânea – Panorama 1997


Paulo Monteiro (São Paulo, SP, 1961)

Amélia Toledo (São Paulo, SP, 1926 – 2017)

Sem título, 1995 Acrílica sobre tela 160 x 180 cm

Branco, 1995 Acrílica sobre tela 140,5 x 210 cm

Doação Paulo Figueiredo

Doação da artista

Pitágoras (Goiânia, GO, 1964) Dudi Maia Rosa (São Paulo, SP, 1946)

Sem título, 2005 Acrílica sobre impressão sobre papel 31,5 x 24,5 cm

Fim do primeiro tempo, 1973 Óleo sobre tela 110 x 120 cm

Prêmio Aquisição Energias do Brasil – Panorama 2005

Doação do artista

Thomaz Ianelli (São Paulo, SP, 1932 – 2001) Figuras entrelaçadas, 1987 Óleo sobre tela 160 x 120 cm

Tomie Ohtake (Kyoto, Japão, 1913 – São Paulo, SP, 2015)

Doação César Luis Pires de Mello

Sem título, 1996 Acrílica sobre tela 150,5 x 150 cm Doação anônima

Pitágoras (Goiânia, GO, 1964) Sem título, 2005 Acrílica sobre impressão sobre papel 41,5 x 30 cm Prêmio Aquisição Energias do Brasil – Panorama 2005

Maria Helena Andrés (Belo Horizonte, MG, 1922) Plataforma espacial, 1967 Acrílica e papel sobre tela 80 x 100 cm Doação da artista

Sérgio Sister (São Paulo, SP, 1948) Sem título, 1993 Óleo sobre tela 160 x 120 cm Doação Nestlé Brasil Ltda.

Wega Nery (Corumbá, MT, 1912 – Guarujá, SP, 2007) Paisagem imaginária n° 313, 1969 Óleo sobre tela 117 x 130 cm Doação da artista


detalhe de Pintura, Maria Leontina, 1967

detalhe de sem tĂ­tulo, sĂŠrgio sister, 1993


Educativo

Você já ouviu falar em experiências poéticas? No MAM, chamamos de experiências poéticas os momentos em que propomos atividades artísticas que estimulam a criação de um museu – e um mundo – de outras percepções. Nas visitas mediadas do MAM, diferentes leituras de mundo são desencadeadas e permitem a construção de sentido sobre questões que uma obra de arte pode trazer. Os diálogos que acontecem entre os visitantes e o educador instigam um olhar sensível e crítico sobre contextos diversos. Dessa reflexão partimos para o exercício de experimentação criativa, que permite imaginar e instituir novas possibilidades; atravessados por uma questão, é possível pensar, expressar, experimentar e até transformá-la. As experiências poéticas podem ser atividades de ateliê, criação de versos e histórias, dinâmicas corporais ou outras proposições que estimulam a construção de sentido pela experiência da criação artística. Elas são situações de experimentação por campos em que os resultados não são previsíveis. Inspirados na exposição Tinta sobre tinta, sugerimos as seguintes experiências:

Modelo vivo Materiais ◆ Lápis grafite ◆ Tinta guache preta e branca ◆ Pincéis ◆ Papel Canson A4 e A3

Vamos experimentar? Toda pessoa que estuda desenho aprende observando a imagem que irá desenhar. Uma cadeira, uma fruta, uma árvore... tudo pode servir de modelo para um desenho – assim como o corpo humano, que pode ser um modelo vivo. Para tanto, precisamos de uma pessoa que pose para outras pessoas a desenharem. Nas aulas de desenho, a presença do modelo vivo é fundamental no estudo do corpo humano enquanto representação artística. Essa, inclusive, é uma profissão nas artes! O modelo vivo pode ser mulher, homem, criança ou idoso – o que importa é conseguir permanecer na mesma pose por tempo suficiente para as pessoas desenharem. As posições escolhidas pelo modelo auxiliam e instigam as diversas formas de perceber e desenhar um corpo.

+1

Esta é uma proposta para você fazer com uma ou mais pessoas.

Escolha quem será o primeiro modelo vivo (lembrando que todos podem se revezar para ter a oportunidade tanto de posar quanto de desenhar). O modelo vivo fica imóvel na frente das pessoas que o desenham. Vocês também podem se organizar em roda em volta dele, de maneira que cada um possa desenhar ângulos diferentes. O modelo deve escolher posições confortáveis para permanecer enquanto os outros o desenham. Comece desenhando com o lápis grafite na folha A4. Experimente fazer apenas partes do corpo, e também o corpo inteiro. Para uma primeira experiência, cada posição do modelo vivo deverá durar 5 minutos. Observe as linhas presentes no corpo que você nunca havia reparado!

Depois de algum tempo desenhando e experimentando, pegue o papel A3 e volte a desenhar, usando agora o pincel e a tinta guache preta. Quando terminar, espere cinco minutos para a tinta secar levemente. Proponha uma nova posição ao modelo, só que dessa vez você o desenhará com tinta branca em cima do desenho feito com a tinta preta. Os dois corpos irão se sobrepor, como se fossem movimento e sombra. Observe o resultado. O que achou?

Abstração em uma pincelada Materiais ◆ Pincel ◆ Tinta guache ou acrílica (cores variadas) ◆ Papel Canson ou papel cartão

Vamos experimentar? A proposta aqui é a abstração. Você sabe o que é abstrair? Abstrair é: → Separar → Retirar → Considerar isoladamente → Focar a sua atenção em algo, concentrar-se.

1

Esta é uma proposta para você fazer individualmente.

Neste exercício, você escolherá um modelo (objeto, paisagem ou pessoa) para a sua pintura. Comece observando atentamente o seu modelo. Como você poderia separá-lo do ambiente onde ele está? Foque sua atenção apenas nele, esquecendo tudo o que se encontra ao seu redor. Este é um exercício de observação. Quais elementos você consegue olhar separadamente desse objeto, paisagem ou pessoa? Linhas, texturas, formas, cores? Quando descobrir, tente perceber esses elementos como um movimento. Ele é rápido ou lento? Ondulado ou retilíneo? Curto ou longo? Tente reproduzir esse movimento com o pincel no papel. Escolha para pintar uma cor, em seu modelo, que chame sua atenção. Sinta e perceba as sensações e

sentimentos que esse movimento lhe traz. Repita o processo observando atentamente o modelo e também observando a si mesmo enquanto pinta. Como você se move? O que sente ou pensa enquanto faz esses gestos no papel? Esses gestos irão alimentar sua pintura até o momento que você irá olhar para ela e a considerar pronta. A pintura abstrata diz muito sobre nossos movimentos, sensações, sentimentos e percepções. O resultado final dessa experiência não será o desenho do nosso modelo no papel, mas, sim, o registro de nossas impressões sobre ele.


Pintura sem tinta Materiais ◆ 1 cartolina (escolha a cor, pois ela será sua tela) ◆ Tesoura ◆ Cola líquida ou em bastão ◆ Revistas e papéis diversos coloridos

Parceiros do Museu da Arte Moderna de São Paulo

Vamos experimentar? Como seria uma pintura sem tinta? Qual a parte mais importante de uma pintura? Seria a tinta, a cor ou a tela? Nesta proposta, vamos explorar o que é a pintura, ou o que ela pode ser, a partir de uma experiência sem tela nem tinta.

1

MANTENEDORES

Base ◆ Farinha de trigo/farinha de arroz/ farinha de aveia... ◆ Maisena ◆ Polvilho doce ou polvilho azedo Pigmentos ◆ Legumes em pó em caldo (beterraba, espinafre, cenoura, repolho roxo...) ◆ Temperos em pó (cúrcuma, açafrão, colorau...) ◆ Cacau em pó ◆ Chá de flores (hibisco, camomila...)

*Atividade indicada para bebês a partir de 6 meses e crianças pequenas.

1

pintura? Ou então uma paisagem? Comece sua pintura observando atentamente aquilo que escolheu pintar, faça a colagem e, depois dessa primeira vivência, experimente acrescentar elementos que não estão no que você está observando, mas que vêm da sua imaginação. Como fica essa composição?

[prata] ICTS Protiviti Interfood Montana Química Paulista S.A. Empreendimentos Power Segurança e Vigilância LTDA Pirelli / Prometeon [parcerias institucionais] 3D Explora Africa Amabile Flores ATRAVES\\ Bolsa de Arte Caixa Belas Artes Canson CELACC USP Centro de Estudos Latino-Americanos sobre Comunicação e Cultura Cultura e Mercado FESPSP Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo FIAP Goethe-Institut São Paulo Google Gusmão & Labrunie Propriedade Intelectual IAB ICIB Inst. Cultural Ítalo-Brasileiro Instituto Filantropia IPEN Livraria Cultura Meliá Ibirapuera MktMix Reserva Cultural Saint Paul Escola de Negócios Senac Seven English – Español [parcerias de mídia] Arte 1 Canal Curta! Folha de S.Paulo JCDecaux O Beijo Revista Arte!Brasileiros Revista Cult Revista Piauí

Esta é uma proposta para você fazer individualmente.

Aqui você poderá utilizar como base uma ou mais das farinhas indicadas, em uma proporção de 1 colher de sopa para cada 250 ml de água filtrada (I), ou caldo ou chá escolhido (II). I - Dissolva a farinha e o pigmento escolhido na água fria e leve a mistura para o fogo. A quantidade de pigmento em pó é proporcional à tonalidade da cor que você quer obter. II - Com o pigmento extraído do processo de cozimento de algum legume ou chá, a farinha será adicionada a esse caldo já pigmentado e coado. Nesse caso, lembre-se de esperar o chá ou caldo esfriar antes de adicionar a farinha. Depois, leve tudo ao fogo para engrossar.

PRODUÇÃO Curadoria MAM

[ouro] AES Banco Safra Bloomberg Philanthropies BNP Paribas Credit Suisse Duratex EMS Klabin KPMG Auditores Independentes PwC Sompo XP Investimentos

Vamos experimentar? Tintas naturais são todas aquelas que não passam por um processo de industrialização para serem produzidas, podendo até mesmo ser ingeridas se todos os seus ingredientes forem comestíveis. Tintas à base de terra, por exemplo, são naturais, mas não comestíveis. As tintas comestíveis são ótimas para os bebês! Elas lhes permitem ter sua primeira experiência artística, inclusive com possibilidade de experimentá-las.

CURADORIA Felipe Chaimovich

[platina] Cescon Barrieu Levy & Salomão Advogados Tivit

Tintas naturais* Materiais

REALIZAÇÃO Instituto CPFL Museu de Arte Moderna de São Paulo

Banco Bradesco Banco Itaú CPFL Vivo

Esta é uma proposta para você fazer individualmente.

Escolha se prefere trabalhar no chão ou em cima de uma mesa. Espalhe os seus papéis coloridos e recortes de revistas ao seu lado para que você veja todos os materiais disponíveis. Eles vão lhe ajudar a se inspirar. Esses papéis coloridos e os recortes são a sua tinta: planos de cor que você pode cortar de formas diferentes para adicionar à sua tela (a cartolina). Essa pintura é feita com recorte e colagem. Ela pode resultar tanto em uma pintura figurativa quanto em uma abstração em que o interesse maior são as cores, formas e movimentos. Para decidir o que pintar, você pode observar o que tem à sua volta: existe algum objeto que chama a sua atenção? Há alguma pessoa no ambiente que parece estar pronta para entrar na sua

Tinta sobre tinta

PROJETO EXPOGRÁFICO E ILUMINAÇÃO Linea arquitetura DESIGN gráfico Kiko Farkas / máquina estúdio Felipe Sabatini CONSERVAÇÃO Acervo MAM Atendimento Educativo [coordenação] Paula Monterrey [educadoras] Ana Beatriz Beraldo, Diana Lanças, Letícia Navero Silva, Marina Silva e Siqueira, Sabrina Terra MONTAGEM Manuseio TRANSPORTE Fink TRADUÇÃO PARA O INGLÊS Denise Bobadilha ASSESSORIA DE IMPRENSA MktMix

Expediente REALIZAÇÃO Museu de Arte Moderna de São Paulo DESIGN GRÁFICO Kiko Farkas / máquina estúdio Felipe Sabatini COORDENAÇÃO EDITORIAL Renato Schreiner Salem REVISÃO E PREPARAÇÃO Paulo Futagawa TRADUÇÃO PARA O INGLÊS Denise Bobadilha TEXTOS Felipe Chaimovich e Educativo MAM FOTOS Everton Ballardin (f.XX, XX) Renato Parada (f.XX, XX) Romulo Fialdini (f.XX, XX)

AGRADECIMENTOS Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo

IMPRESSÃO E TRATAMENTO DE IMAGENS Stilgraf TIRAGEM 3.800 exemplares

Importante: cada farinha possui uma propriedade de liga, podendo ficar mais densa e firme ou mais rala e fluida. É interessante testá-las para saber as possibilidades de tintas que se pode criar. Assim, você pode produzir uma tinta com mais capacidade de cobertura, por exemplo, ou mais aquarelável. E, falando em tinta aquarela, você pode também fazer tinta tendo o gelo como base. Faça misturas dos pigmentos em pó com água, ferva e depois coloque em forminhas de gelo. Você terá bloquinhos de gelo coloridos que poderão ser usados em uma pintura aquarela. Agora é só pintar! É para todas as idades!

O Museu de Arte Moderna de São Paulo está à disposição das pessoas que eventualmente queiram se manifestar a respeito de licença de uso de imagens e/ou de textos reproduzidospatrocínio neste material, tendo em vista determinados artistas e/ou representantes legais que não responderam às solicitações ou não foram identificados ou localizados.

O MAM fica no parque Ibirapuera, portão 3, São Paulo, SP + 55 11 5085 -1300 www.mam.org.br | /mamoficial parceria

O Instituto CPFL fica na Rua Jorge Figueiredo, 1632, Campinas, SP + 55 19 3756 8000 | www.institutocpfl.org.br

INSERIR ISBN

patrocínio

parceria

realização


detalhe de sem tĂ­tulo, carlito carvalhosa, 1989


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.