FORTALEZA DA
JUVENTUDE JUNHO 2017
IGUALDADE PARA TODOS EMPODERAMENTO FEMININO E DIVERSIDADE DE GÊNERO SÃO FOCO DE AÇÕES DA REDE CUCA. CONFIRA HISTÓRIAS QUE TRANSFORMAM O DIA A DIA DE JOVENS FORTALEZENSES
IANA SOARES
ENTREVISTA
EMPODERAMENTO E DIVERSIDADE EM PAUTA PROJETOS DA COORDENADORIA ESPECIAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A JUVENTUDE DE FORTALEZA CONTAM COM PROFISSIONAIS DO DIREITO, ENFERMAGEM, MEDICINA E EDUCAÇÃO PARA A GARANTIA DA PLURALIDADE E PROMOÇÃO DA IGUALDADE ENTRE JOVENS
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Coordenadoria Especial de Políticas Públicas da Juventude de Fortaleza vem incorporando ações com foco no empoderamento feminino e na diversidade de gênero. O POVO conversou com o titular da pasta, Júlio Brizzi, sobre os temas e como estes são trabalhados na Rede Cuca. O POVO - O senhor pode falar sobre a visão da Coordenadoria sobre a diversidade de gênero e o empoderamento feminino? Júlio Brizzi - A Coordenadoria de Juventude de Fortaleza oferta ações que agregam tanto o público LGBTI (Lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e intersexuais), quanto mulheres. A Rede Cuca tem papel fundamental na recepção de grupos de diversidade de gênero e empoderamento feminino, pois recebe esses jovens que, muitas vezes, fazem parte de coletivos. Assim, os equipamentos tornam-se espaços de reuniões, debates, ensaios, oficinas e demais atividades desejadas por eles. OP - Quais são as áreas dos profissio-
nais envolvidos nas ações promovidas pela Rede Cuca? Brizzi - A Rede Cuca tem em sua diretriz de atuação o compromisso com a defesa dos direitos humanos, da diversidade de gênero e do empoderamento feminino. Assim, identifica que as lutas, discussão da justiça e igualdade social são de competência de todos os profissionais que atuam em ações de juventude. Tanto de forma direta, quanto indireta, todos colaboram com a construção desse compromisso. Na Rede Cuca, temos colaboradores na área de Direito, Enfermagem, Medicina e Educação. Em um caráter mais específico, temos na composição das diretorias na Rede Cuca a Diretoria de Promoção de Direitos Humanos (DPDH), pautando projetos e atividades que discutam esses assuntos em caráter transversal e permanente. OP - Há integração, nestes dois aspectos, entre a Coordenadoria e as secretarias municipais que lidam com essas demandas? Brizzi – Sim. Todos os programas, projetos e atividades desenvolvidos, especificamente pela Rede Cuca, são em parceria com outras secretarias municipais. Um exemplo é o Projeto In-
Em entrevista ao O POVO, o secretário municipal Júlio Brizzi ressalta ações promovidas pela Coordenadoria Especial de Políticas Públicas da Juventude de Fortaleza
ESPECIAL FORTALEZA DA JUVENTUDE é um produto do LAB 282 do Grupo de Comunicação O POVO, sob a coordenação da Diretoria de Marketing. Não pode ser vendido separadamente. Editoras-Executivas: Adailma Mendes e Andrea Araujo | Edição: Kelly Hekally | Textos: Joyce Oliveira e Kelly Hekally | Edição de Arte: Andrea Araujo e Raphael Góes | Design: Carlos Weiber, Raphael Góes e Ramon Cavalcante | Fotos: André Martins e banco de imagens da Assessoria de Comunicação da Coordenadoria de Juventude de Fortaleza | Diretor-Geral do Comercial: Edson Barbosa | Gerente-Geral Comercial: Aline Viana | Fale Conosco: nucleoderevistas@opovo.com.br - www.opovo.com.br
ANDRÉ MARTINS / DIVULGAÇÃO
A COORDENADORIA DE JUVENTUDE DE FORTALEZA OFERTA AÇÕES QUE AGREGAM TANTO O PÚBLICO LGBTI (LÉSBICAS, GAYS, BISSEXUAIS, TRANSGÊNEROS E INTERSEXUAIS), QUANTO MULHERES
tegração, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (SME), além da oferta de testagem rápida em HIV e Sífilis com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), integram essas discussões de forma contínua. OP - Qual a receptividade dos jovens da Rede Cuca acerca das temáticas? Brizzi - Os jovens exercem um papel fundamental nas atividades que a Rede Cuca propõe para a discussão dessas temáticas, pois uma parte considerável delas é pautada em espaços coletivos de construção com eles próprios. Cada vez mais, a nossa juventude não quer apenas debater o assunto - ela exige que um equipamento social como os da Rede Cuca aborde essas questões de forma permanente. E a Rede Cuca é este espaço de construção e debate que leva o compromisso com a formação política e cidadã dos nossos atores sociais. A Rede Cuca entra, assim, com o importante papel de identificação do jovem. OP - Vocês têm percebido os frutos? Se sim, pode citar exemplos? Brizzi - Cada vez mais, com a crescente participação dos jovens que demonstram o interesse pela discussão dessas temáticas e defendem a relevância de-
Segunda edição do JCVG acontece em outubro deste ano
las para a formação política entre si. Um exemplo são as oficinas de Educação em Direitos Humanos que acontecem como parte do Projeto Integração, em todas as turmas são realizados debates sobre essas temáticas a partir do pedido das próprias alunas. O fruto de ações deste tipo é imensurável, pois é algo que perpassa a vida individual e coletiva. É possível afirmar que quanto mais se apresentam discussões sobre empoderamento feminino e diversidade de gênero, como debates inerentes às juventudes, maior é o alcance na contribuição da construção de uma sociedade mais igualitária. Também temos exemplos de ações voltadas para o empoderamento feminino em projetos aprovados no edital de Protagonismo Juvenil. Como, por exemplo, o Futebolando e Fé Meninas - Esporte é Vida, que são ações voltadas para as mulheres que praticam atividades esportivas como o futebol, e se apropriam do
esporte, que ainda é muito visto como sendo apenas para o público masculino. OP – A Coordenadoria está pensando em projetos futuros? Brizzi - Vamos avançar mais na implementação da pauta da igualdade de gênero e empoderamento dos jovens para que eles sejam o que desejam ser. Realizamos o programa Jovens Contra a Violência de Gênero (JCVG) por meio de edital da União Europeia entre 2013 e 2016 formando centenas de jovens no modelo peer educator e ampliando as ações por toda a cidade, especialmente nas escolas. Ainda em 2016, a Coordenadoria se inscreveu em mais um edital e foi selecionada para mais um projeto da união europeia nessa área de formação dos jovens e combate a todas as formas de preconceito. O novo projeto deverá começar em setembro com recursos da UE no valor aproximado de R$ 400 mil.
VAMOS AVANÇAR MAIS NA IMPLEMENTAÇÃO DA PAUTA DA IGUALDADE DE GÊNERO E EMPODERAMENTO DOS JOVENS PARA SEREM O QUE DESEJEM SER
AO LADO DOS JOVENS
Direitos iguais, independente do sexo e da orientação sexual, é uma das máximas da Rede Cuca
ASSUNTOS QUE NAO PODEM SER IGNORADOS ALGUNS TEMAS PRECISAM SER ABORDADOS E REFLETIDOS DIARIAMENTE. POR SABER DISSO, A REDE CUCA INVESTE NESSES DIÁLOGOS Joyce Oliveira ESPECIAL PARA O POVO joyceoliveira@opovo.com.br
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alar sobre feminismo e igualdade de gênero, além de importante, é necessário. Na Rede Cuca, são viabilizados o estabelecimento de diálogos com os alunos sobre
os temas e a promoção de reuniões e de eventos que estimulam os jovens de cada comunidade a compreender e, acima de tudo, respeitar a diversidade de forma a contemplar as pluralidades. A Prefeitura Municipal de Fortaleza (PMF) autorizou em 2015 que as carteirinhas de estudantes possuíssem nome social para trans e travestis. Os estudantes devem fazer a solicitação munidos de
declaração da sua instituição de ensino, identificando a matrícula com o nome social, uma cópia do RG e uma do comprovante de endereço. O feminismo é um movimento sociopolítico que tem como principal objetivo garantir a igualdade de direitos entre homens e mulheres. Ainda hoje, o machismo faz-se bastante presente cotidianamente, e, por esse motivo, reuniões que estimulem meninas a lutarem pelos seus direitos fazem-se necessárias. Assim como as mulheres, lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transgêneros (LGBTT) são vitimas de preconceitos. Se-
gundo a Organização não governamental Grupo Gay da Bahia (GGB), o ano de 2016 foi mais violento desde 1970 para pessoas com outras orientações sexuais - foram registradas 343 mortes entre janeiro e dezembro, que equivale a um LGBTT morto a cada 25 horas. Com base nesse cenário, a Rede Cuca foi expandindo as rodas de conversas e, atualmente, cada unidade possui diferentes grupos de apoio e conscientização.
CUCA MONDUBIM
Para a educadora social e artista plástica do Cuca Mondubim Dinha (Ale-
VICTOR HUDSON / DIVULGAÇÃO
AS PESSOAS TÊM UMA VISÃO MUITO DISTORCIDA DO FEMINISMO [...] NÓS, PORÉM, SÓ QUEREMOS CONQUISTAR O LUGAR QUE É NOSSO POR DIREITO RENNATA FERREIRA, aluna da Rede Cuca Mondubim
xsandra Ribeiro), o empoderamento é extremamente importante. “Algumas meninas não tinham essa orientação [da postura feminista] vindo de casa. Muitas até achavam que aquele machismo não era certo, mas não queriam se impor”, afirma a educadora. Ela ressalta que, além de conversar com as meninas, é importante o diálogo com os meninos. “Nós tentamos sempre auxiliá-los para que eles não sejam tão machistas, explicando que elas têm os mesmos direitos”, destaca. A aluna da Rede Cuca Rennata Ferreira diz que o interesse por esse assunto surgiu quando ela percebeu a dificuldade que a mulher tinha de querer exercer um papel diferente daquele que a sociedade impõe. “É importante levar a conscientização às pessoas. É preciso mostrar que somos maiores do que o que a sociedade conservadora e tradicional pensa a respeito do papel da mulher”, afirma Rennata. “As pessoas têm uma visão meio distorcida do feminismo. Junto com outras pessoas, podemos quebrar aos poucos a visão generalizada que a maior parte da sociedade tem em relação ao empoderamento feminino. Muitos pensam que se empoderar
Grafite feito pela educadora Dinha na parede do Cuca Modubim representa o sentimento interno da mulher
é impor sua posição, que é um feminismo radical, propagar ódio aos homens. Nós, porém, só queremos conquistar o lugar que é nosso por direito”, finaliza. Professor de audiovisual na unidade, Kiko Alves produziu junto com seus alunos o documentário Passando Batom – que será lançado no próximo dia seis de julho. A produção de 50 minutos fala sobre a vida e os traumas que vivem os travestis a partir de depoimentos de três pessoas que conhecem essa realidade. “Quando a gente idealizou montar um documentário, pensamos em algo relacionado à liberdade de gênero”, afirma o professor. Segundo Alves, após homicídio que aconteceu com a travesti Dandara, em Fortaleza, o assunto mexeu com todos os alunos. A partir disso, a militante Tina Rodrigues - presidente da Associação de Tra-
vestis do Ceará (Atrac) e também presente no documentário - foi convidada para diálogo com os alunos. “Após duas horas de conversa, os alunos estavam todos muito impactados com o relato dela [Tina Rodrigues] e aí, em consenso, a turma entendeu que era importante falarmos sobre as travestis”, relata o professor. De acordo com ele, os estudantes começaram a ir atrás dos assuntos relacionados a esse tema, conversaram com algumas travestis e até saíram pela noite para gravar. “Os alunos tiveram muito estranhamento ao descobrir a realidade terrível pela qual as travestis passaram nos últimos anos”, conclui. Para o professor, o mais bonito do projeto foi o fato de que todos estavam tralhando juntos por uma causa humana. “Nós
estamos vivendo em uma época em que as pessoas estão muito intolerantes. E assuntos como gays, negros, feminismo e feminismo negro são muito pouco abordados. E nós não podemos fugir disso: apesar de serem temas difíceis, são pertinentes para fomentar o debater sociológico para a sala de aula”, afirma ressaltando como é importante esse espaço que a Rede Cuca abre para discussões desse tema.
CUCA JANGURUSSU
Após sentirem a necessidade de um grupo de acolhimento na comunidade, algumas mulheres do Jangurussu criaram o Floríferia. O coletivo que já funciona há dois anos tem, como principal objetivo, levar informações a mulheres da periferia. Ele também serve como apoio para aquelas que desejam conversar e confiar em alguém.
AO LADO DOS JOVENS
DIVULGAÇÃO
Pré-arraiá do CucaNey, que aconteceu no último dia 18 de maio, no Cuca Jangurussu
“As manas [mulheres] da periferia sofrem muito mais preconceito que as de classe média. O coletivo serve justamente para uma dar apoio a outra”, afirma a educadora social Taynara Santos, integrante do grupo. As reuniões que acontecem mensamente no Cuca Jangurussu contam com a participação de aproximadamente 20 mulheres. “Todas as nossas reuniões e encontros acontecem no Cuca. Além do espaço, eles disponibilizam materiais e lanche para o coletivo”, afirma a educadora. Ela pontua também que esses momentos são importantes para que o público feminino da comunidade saiba que tem apoio. O grupo CucaNey, voltado ao público LGBTT, nasceu há cerca de dois anos. “O CucaNey foi criado após percebermos que o público LGBTT do Cuca Jangurussu não tinha tanta representatividade como deveria. Daí, com a ajuda da educadora social
Juliana Samico, formamos o coletivo”, diz o estudante Maérlio Venceslau. As reuniões que acontecem quinzenalmente têm como foco proporcionar representatividade ao público por meio de palestras, cultura e arte. “Além de falarmos sobre educação sexual, também discutimos assuntos relacionados ao Cuca, como o uso do banheiro pelos trans”, afirma Venceslau. “Acredito que o CucaNey modelou meu lado social. Ele me fez ver que tenho uma ideologia e isso me torna um militante”, destaca. O Papo Mulher, grupo que também conta com apoio da Rede Cuca, foi criado em 2014 pela fisioterapeuta e professora de pilates Emanuela Bezelli. O projeto tinha, no começo, um formato de roda de conversa e, com o passar do tempo, transformou-se em palestra. “O nome da palestra é Papo de Mulher e Todas as Coisas que Homens precisam saber. Eu
falo sobre todas as formas de violências, diversas formas de assédio e o que nós [mulheres] podemos fazer para transformar isso ao invés de sermos uma eterna vítima”, diz Emanuela. Casos de superação de traumas adquiridos na infância e juventude também se somam às realizações positivas dessas formações. “Uma vez, uma menina veio conversar comigo e disse que após a palestra ela conseguiu olhar no espelho e reconhecer o seu valor. Ela tinha sido abandonada pelo pai e criada pelos avós. Após a palestra, ela também conseguiu perdoar o pai e dizer que o amava. Então, são resultados muito maiores do que o que eu esperava”, afirma. Ela enfatiza também a importância que o Cuca dá ao projeto. “Como o Cuca é muito ligado ao social, ele abraçou e apoiou demais essa ideia. Tanto que hoje eu faço o Papo Mulher em forma-
ACREDITO QUE O CUCANEY MODELOU MEU LADO SOCIAL. ELE ME FEZ VER QUE TENHO UMA IDEOLOGIA E ISSO ME TORNA UM MILITANTE MAÉRLIO VENCESLAU, integrante do grupo CucaNey
ANDRÉ MARTINS / DIVULGAÇÃO
RECKONING O texto abaixo foi construído pelos integrantes do grupo Snakese e é um resumo do espetáculo Reckoning:
“Quem disse que não existe preconceito e discriminação? Quem foi que andou espalhando que tudo são flores? Que nós somos aceitos e que ninguém olha torto quando a gente passa? Quem foi que inventou que a gente tem que se esconder se disfarçar, se trancar no armário pra ser "aceito"? Como se a gente precisasse da aprovação de alguém... Hoje é o dia do acerto de contas, de tudo que a gente passa e ninguém sabe. Mas na verdade todo mundo sabe. Na verdade mesmo, sabe, mas disfarça, esconde e nega - se diz condescendente, mas julga pelas costas. Que seja derrotado todo preconceito, julgamento e desprezo. Que caia por terra todo "achismo" disfarçado de conhecimento. Só conhece a dor quem sofre, quem passa, quem chora e se desanima por sofrer numa sociedade machista e opressora, que acha que sabe o que é melhor pra todo mundo. Queremos ter vez, queremos ter voz. Não apenas vivemos no mundo: nós ajudamos a construi-lo. Nós fomos, somos e sempre seremos seres humanos excepcionais, participantes ativos da eterna mudança. E não há cor ou religião que mude isso.”
O empoderamento feminino é uma temática recorrente na Rede Cuca
to de palestra e eleacontece nos três Cucas”, declara. Segundo a professora, a palestra teve efeitos tão transformadores que surgiu o formato coaching do grupo, cujas sessões acontecem no Cuca Barra. Ele começou com dez meninas e hoje já é procurado por um público bem maior. “Nós temos casos de meninas que foram estupradas. Mas ele não é um grupo motivacional e nem voltado para falar sobre traumas. Muito pelo contrário: nós nem tocamos no assunto. Fazemos sessões de coaching para que elas descubram de fato quem são e transformem a dor em algo positivo.” “Não depende de faixa etária e nem de questão social. Isso [machismo] está em todos os lugares. Depois que eu comecei a palestrar, a quantidade de meninas e de mulheres que chegaram até mim para falar sobre o que já passaram na vida foi muito grande”, diz a fisioterapeuta, que explica como é importante que os homens saibam da realidade que as mulheres passam.
CUCA BARRA
O NOSSO GRUPO TEM UMA LUTA DIÁRIA CONTRA A HOMOFOBIA. EM NOSSAS PERFORMANCES, TENTAMOS SEMPRE PASSAR AO NOSSO PÚBLICO QUE SOMOS TODOS IGUAIS [...] WESLEY OLIVEIRA, idealizador e participante do grupo Snakes
O grupo Snakes, que surgiu dentro do Cuca Barra, foi idealizado pelo jovem Wesley Oliveira e,além de promover reuniões de debates sobre diversos temas, organiza equipes de dança, onde os integrantes fazem performances maquiados e de salto. “O nosso grupo tem uma luta diária contra a homofobia. Em nossas performances, tentamos sempre passar ao nosso público que somos todos iguais, independentes da nossa orientação sexual”, diz Wesley. É através da arte que o grupo passa a mensagem de que cada pessoa tem o direito de escolher quem deseja ser, sem precisar se reprimir por medo do que os outros vão pensar. “Conversamos e fazemos debates sobre isso [direito à liberdade de orientação sexual]. Queremos levar essa ideia ao próximo, conscientizar as pessoas. A arte tem um grande poder de comunicação e, por sabemos disso, usamos as nossas armas a favor de uma luta que é de todos e para todos”, declara. O grupo de dança Divas, cujo men-
AO LADO DOS JOVENS CONTRA A VIOLÊNCIA DE GÊNERO - JCVG Prezando pela interatividade das diferentes tribos, a Coordenadoria Especial de Politicas de Juventude de Fortaleza, em parceria com União Europeia, realizará em outubro deste ano a segunda edição do projeto Jovem Contra a Violência de Gênero – JCVG. O evento visa a contribuir para a redução da violência de gênero de Fortaleza. Serão realizadas palestras e mesas redondas. Ela objetivam repassar conhecimento sobre o tema aos jovens das comunidades.
Igualdade entre homens e mulheres é uma das discussões realizadas por grupos feministas na Rede Cuca
tor é jovem Airton Marinho, foi criado em 2014. Começou voltado para a música pop, mas, com um tempo, abriu espaço para mais estilos musicais. A Rede Cuca, desde o inicio, contribuiu para o crescimento do grupo. “No começo, o Cuca foi o único que nos cedeu lugar para nossos ensaios gratuitamente. Foi através da Rede Cuca que conseguimos nos apresentar em lugares maravilhosos, como no Dragão do Mar e no Viradão da Rede Cuca”, diz Marinho. A equipe, composta por cinco integrantes, também realiza danças teatrais. “Sabemos que o racismo ainda é muito presente em nossa sociedade. Por isso, estamos focando mais em apresentações que falam sobre gays negros e mulheres negras”, ressalta.
FOTOS ANDRÉ MARTINS / DIVULGAÇÃO
MISTURA DE CORES NO DIA 22 DE junho, a partir das 18h30min, acontece o Baile de Todas as Cores, no anfiteatro do Cuca Jangurussu. O evento é realizado pelos coletivos Floriferia e CucaNey. Jovens de diversas orientações sexuais empoderam-se na Rede Cuca quanto às temáticas de direitos humanos