Instituto de
Estudos Avançados da Universidade de São Paulo POLO RIBEIRÃO PRETO
Relatório de de eventos atividades 2011 Relatório 2011 Boletim de eventos 1º semestre / 2012
EXPEDIENTE Universidade de São Paulo Reitor
João Grandino Rodas Vice-Reitor
Hélio Nogueira da Cruz
Campus de Ribeirão Preto Prefeito do Campus
José Moacir Marin
Instituto de Estudos Avançados Diretor
Martin Grossmann Vice-Diretor
Luiz Roberto Giorgetti de Britto
Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto Coordenador
Oswaldo Baffa Filho Vice-Coordenador
André Lucirton Costa
ÍNDICE 4 - O impacto das práticas de preparo na emissão de CO2 do solo em áreas de cana
6 - Física das altas energias 8 - Interação Universidade-empresa 9 - Dietas e castas: o exemplo das abelhas sociais
10 - Seminário Tecnologia Assistiva 14 - Marketing esportivo: Copa do Mundo e Olimpíada
16 - Tecnologia bancária e desenvolvimento
18 - Plágio em publicações científicas
O impacto das práticas de preparo na emissão de CO2 do solo em áreas de cana
Nesta palestra, o prof. Newton La Scala Junior, da Unesp, abordou a mitigação das mudanças climáticas, apresentando as estimativas das principais fontes de gases de efeito estufa associadas aos tratos na fase agrícola da cana-de-açúcar em manejos diferenciados. O professor utilizou como exemplo a cana colhida sob queima e mecanizada. Newton apresentou ainda um estudo sobre o inventário de emissão de
gases estufa, considerando áreas de cana-de-açúcar no sudeste brasileiro. Dentro da temática, foi discutido o potencial de acúmulo de caborno no solo nas áreas agrícolas do B ra s i l , e n f a t i z a n d o o estado do carbono no solo mediante mudanças no uso da terra.
O professor encerrou apresentando os resultados experimentais de campo onde a emissão de CO2 do solo foi avaliada na reforma do canavial, reforçando a importância desse tipo de estudo quando a pegada de carbono na produção agrícola é considerada.
Newton La Scala Junior, Bacharel em Física pela Universidade de São Paulo, com Mestrado e Doutorado em Física Aplicada também pela Universidade de São Paulo. Atualmente é Professor Adjunto da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). Membro da equipe de Coordenação do Programa FAPESP em Mudanças Climáticas Globais. Para ver o vídeo clique AQUI.
Física das altas energias
O prof. Ronald Cintra Shellard abordou o contexto histórico, o presente e a as perspectivas futuras da física de altas energias.
grandes feitos intelectuais da ciência moderna, pois descreve a natureza numa vasta escala de energias.
podem ser vistas como instrumentos de prova dos eventos cataclísmicos, que ocorrem no universo.
Utilizando uma linha do tempo das descobertas na física, o professor mostrou e examinou os problemas em aberto sobre a estrutura fundamental da matéria e as ferramentas usadas para investigá-los.
Entretanto, este modelo tem limitações que colocam novos desafios para suplantá-los, nas questões como a origem da massa, a natureza das famílias de quarks e léptons e os indícios de uma estrutura unificada por trás das partículas.
Sendo assim, o estudo de partículas cósmicas com altíssimas energias trazem informações sobre a física das partículas em escalas além das que é possível produzir em laboratórios.
Shellard considera o Modelo Standard um dos
Segundo o professor Ronald, as partículas
Shellard refletiu também sobre o acelerador de partículas Large Hadron Collider (LHC), e também os observatório de
partículas cósmicas que estão em planejamento, como o observatório Pierre Auger, que atualmente pode ser considerado a maior instalação dedicada à detecção e o estudo de partículas energéticas. O Observatório é um projeto internacional que reúne aproximadamente 250 pesquisadores, entre físicos e engenheiros de 55 instituições mundiais. No total, 15 países p a r t i c i p a m d o observatório, que possui um orçamento de construção estimado em mais de US$50 milhões.
Ronald Cintra Shellard, Graduado em Física pela Universidade de São Paulo, mestrado em Física pelo Instituto de Física Teórica e doutorado em Física pela Universidade da Califórnia. Atualmente é pesquisador titular do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas. Faz parte da colaboracão que opera o Observatório Pierre Auger. Tem seu nome associado a m a i s de 2 7 0 tra b a l h o s p u b l i c a do s e m rev i s ta s científicas, com um número de citações maior do que 7500. É, atualmente, vicepresidente da Sociedade Brasileira de Física. Para ver vídeo clique AQUI.
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Interação Universidade-empresa O prof. Luiz Eugênio Mello utilizou sua própria experiência como diretor do Instituto Tecnológico Vale (ITV) para debater as principais questões envolvidas na relação entre as universidades e as empresas. Inicialmente, Mello apresentou o Instituto, q u e c o n t a c o m pesquisadores brasileiros e estrangeiros que desenvolvem trabalhos em rede com universidades do Brasil e de outros países.
O professor explicou que a proposta do ITV é ser um polo de produção, armazenamento e disseminação global de conhecimentos inovadores para a cadeia da mineração sustentável. A inovação e atecnologia criam valor, seja reduzindo o consumo de água ou a emissão de Co2.
As ações ocorrem através de três eixos: Pesquisa, com a produção de conhecimento científico e novas tecnologias; Ensino, através da capacitação dePessoas e cursos de Pós- graduação e Empreendedorismo, visando desenvolver novos negócios para a indústria de recursos naturais.
Luiz Eugênio Mello, graduado em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo, mestrado e doutorado em Biologia Molecular pela Universidade Federal de São Paulo. Pós-Doutorado em neurofisiologia na UCAL. Pesquisador 1A do CNPq, Membro da Academia Brasileira de Ciências, Diretor de Tecnologia da Vale S.A. Para ver o vídeo clique AQUI.
Dieta e castas: o exemplo das abelhas sociais A professora Zilá Luz Paulino Simões explicou que as abelhas são, de longe, os mais importantes polinizadores em ecossistemas agrícolas e naturais. No entanto, o recente colapso das populações de abelhas, coloca este equilíbrio sob grave ameaça.
Uma estratégia promissora para contornar este risco seria a criação em larga escala de abelhas, através do domínio das técnicas de manejo e gestão. Em uma colônia de abelhas convivem milhares de indivíduos coordenados por uma sofisticada organização e complexa
Zilá Luz Paulino Simões, professora na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. Formada pela Universidade de São Paulo. Depois de dois anos na Alemanha, voltou para o Brasil para terminar sua tese. Publicou 77 artigos revisados por especialistas nas mais importantes revistas de sua área de interesse. Para ver o vídeo clique AQUI.
divisão de trabalho, onde uma única rainha, despende a maior parte do tempo em por ovos, e as operárias, a grande maioria de indivíduos desta s o c i e d a d e s ã o responsáveis pelo restante das tarefas da colônia. Sendo assim, é necessário uma análise causal do desenvolvimento através de ferramentas de última geração em Biologia e Genética Moleculares para entender como a informação genética flui.
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O Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, Polo Ribeirão Preto, realizou no dia 10 de abril o seminário “Tecnologia Assistiva”, o evento teve como objetivo abordar e discutir o cenário acadêmico, empresarial e legislativo envolvidos com esse tema. O Prof. Dr. Oswaldo Baffa Filho, Coordenador do Polo Ribeirão Preto, iniciou o seminário convidando a Prof.ª Dra. Linamara Rizzo Battistella, Secretária de Estados dos Direitos da
Pessoa com Deficiência do Governo do Estado de São Paulo, para fazer a abertura oficial e apresentar sua visão sobre o assunto. Segundo a professora Linamara, no mundo há 1 bilhão de pessoas com algum tipo de deficiência, seja física, visual, auditiva ou intelectual, sendo que no Brasil temos 45,6 milhões de deficientes (23,9% da população). A professora ressaltou que as doenças crônicas são a principal causa de
deficiência e os países pobres são os que mais têm crianças nessa condição. A apresentação abordou também o Centro de Excelência em Tecnologia e Inovação em Benefício das Pessoas com Deficiência (CETI-D), um programa da Secretaria que visa fortalecer o modelo de inclusão social, a garantia dos direitos humanos e a e q u i p a r a ç ã o d e oportunidades, atuando através da certificação de produtos e serviços
Seminário Tecnologia Assistiva
assistivos, fomento a empresas nacionais e suporte de novos projetos. Continuando o seminário, a Prof.ª Dra. Valéria Meirelles Carril Elui, docente do c u r s o d e Te r a p i a Ocupacional da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, relatou que as pesquisas e o desenvolvimento da tecnologia assistiva não conseguem corresponder, na mesma proporção, à demanda da sociedade. A professora concluiu que é necessário maior
integração entre as áreas da saúde, exatas e as empresas do setor para, então, haver um real desenvolvimento dessa tecnologia. O Prof. Dr. José Batista Vo l p o n a p r e s e n t o u a estrutura do Laboratório de Bioengenharia, vinculado ao Departamento de Ortopedia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, e o projeto Quiorto (Qualidade de Implantes Ortopédicos) atuando no apoio ao desenvolvimento de projetos assistivos.
A primeira etapa do evento foi encerrada pelo e m p r e s á r i o Ro b e r s o n F e r r e i r a Te i x e i r a , proprietário da Cajumoro aparelhos médicos, que descreveu sua história e experiência no ramo de tecnologia assistiva. O Vice Coordenador do Polo Ribeirão Preto do Instituto de Estudos Avançados, Prof. Dr. André Lucirton Costa, reiniciou o seminário e convidou a Deputada Estadual Célia Leão e o Deputado Estadual Rafael Silva para
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Seminário Tecnologia Assistiva discorrerem sobre o âmbito político e legislativo que envolve a questão assistiva no Brasil. Os Deputados comentaram sobre as principais Leis que versam sobre o tema e relataram também suas próprias experiências de vida. S e g u i n d o a s apresentações, o Prof. Dr. Eduardo Jorge Valadares Oliveira, do Ministério da Saúde, comentou a cadeia de valor da saúde e informou que ela representa 8,8% do PIB, atingindo 100 bilhões ao ano e empregando 10% da força de trabalho do país. Para Valadares o crescimento e o envelhecimento da população, o aumento da r e n d a e o s a va n ç o s tecnológicos na área da saúde geraram um crescimento na demanda por serviços em saúde, porém o mercado brasileiro ainda é fortemente d e p e n d e n t e d e importações. O Prof. Dr. Marcelo Knörich Zuffo, da Escola Politécnica d a U S P, i n i c i a l m e n t e explicou a evolução da tecnologia na área da saúde e também
apresentou a proposta do Centro Interdisciplinar em Tecnologias Assistivas, um Centro voltado para a pesquisa, a difusão e o desenvolvimento tecnológico, com foco na inovação. Na etapa de apresentações de produtos e projetos assistivos, Thiago Almeida falou sobre a Figlabs, e a proposta de atuar entre a universidade, os grupos de pesquisa e o setor de comercialização. Diego Fiori de Carvalho contou as experiências e as expectativas da Innolution que elabora softwares e projeta um sistema com etiquetas que permitirá a deficientes visuais receberem informações sonoras eletrônicas que ajudarão na locomoção e na identificação de objetos. Concluindo o seminário, a professora Valéria Meirelles expôs alguns protótipos desenvolvidos, incluindo a placa polimérica derivada de óleo de mamona, que é u t i l i z a d a p a r a termoterapia, e a órtese a r t i c u l a d a p a ra deformidades. Para ver o vídeo clique AQUI.
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Marketing esportivo: Copa do Mundo e Olimpíada
O professor Marcos Cortez Campomar utilizou sua vasta experiência para discorrer sobre a relação entre marketing e esporte. Inicialmente Campomar a p r e s e n t o u o s fundamentos do marketing t r a d i c i o n a l e c o n t e m p o r â n e o, abordando questões de mercado, como a lei da oferta e da demanda, além de questões relacionadas a produção. A comunicação, elemento
importante do marketing, também foi discutida, o professor mostrou diferentes tipos de mídia e as inovações que estão aparecendo nessa área. Campomar também lembrou a importância nos dias de hoje de se refletir sobre a “globalidade” das marcas e produtos, apresentando exemplos de n o m e s q u e e m determinadas culturas podem ser tornar ofensivos e até mesmo pejorativos.
Após a introdução, o professor fez questão de diferenciar a Copa do Mundo e a Olimpíada. Campomar considera que a Olimpíada acaba favorecendo apenas a cidade sede, trazendo pouco ou nenhum ganho ao país como um todo. Já a Copa do Mundo deve ser vista como um evento esportivo que favorece t o d o o s p á i s , movimentando a economia por completo.
Entretanto, ao considerar o os gastos necessários para o Brasil sediar o evento, o professor concluiu que os ganhos reais não serão tão vantajosos. Marcos Cortez Campomar, graduado em Economia pela FEA/USP, Mestre e Doutor em Administração (FEA/USP), Livre Docente em Marketing e P r o f e s s o r T i tu la r p e la F E A / U S P. M e m b r o d a American Marketingt Society e Coordenador do MBA Marketing de serviços da FIA/FEA/USP. Ex-Diretor da FEA-RP/USP. Para ver o vídeo clique AQUI.
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Tecnologia bancária e desenvolvimento Nesta palestra o professor Eduardo Diniz debateu sobre os correspondentes bancários, considerado por ele um dos fenômenos mais relevantes relacionados ao uso de tecnologia no setor bancário brasileiro nos últimos anos. Diniz define os correspondentes bancários como um meio através do qual os bancos podem distribuir serviços financeiros através de parcerias com empresas
não bancárias, tais como supermercados, lojas lotéricas, farmácias, bem como com as instituições de microfinanças. O professor considera que os correspondentes bancários hoje contribuem para ampliar o acesso
bancário de milhões de brasileiros. Para confirmar seu ponto de vista, diniz citou o caso do Kenia, onde o acesso bancário, evoluiu drásticamente graças ao uso do celular como ferramenta bancária.
Eduardo Diniz, Graduado em Engenharia Elétrica com ênfase em Eletrônica pela EESC-USP em 1983. Mestre e Doutor em Administração de Empresas pela FGV-SP em 1994 e 2000, respectivamente. É professor da FGV-EAESP e editor-chefe da RAErevista de administração de empresas, da GV-executivo e da GVcasos. Possui experiência na área de Administração, com ênfase em Sistemas de Informação. Para ver o vídeo clique AQUI.
Plágio em publicações científicas A Professora Marta Pomim iniciou sua apresentação debatendo a ética. Segundo Marta, a ética em pesquisa é essencial para que as diferentes comunidades científicas garantam a confiabilidade, autenticidade e consistência do conhecimento produzido e um determinado campo de conhecimento. Foi apresentada uma pesquisa publicada na revista Nature que cita os principais problemas éticos nas pesquisas, sendo eles:
fabricação ou falsificação de dados (quantidades, recursos); abuso na disseminação dos estudos (assinam sem participar); plágio (utilizar sem citar) e viés intencional (evitar experimento que possa contradizer o que se defende). Segundo a professora, a responsabilidade científica
é fundamental para que p e s q u i s a d o r e s , professores e alunos de pós-graduação e de graduação atuem de forma ética. Esta temática também envolve a política nacional de avaliação e fomento, tanto no nível da pósgraduação quanto no nível publicação científica.
Marta Ligia Pomim Valentim, Pós-Doutorado pela Universidad de Salamanca, Espanha. Livre Docente em Informação, Conhecimento e Inteligência Organizacional pela Unesp. Doutora em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, em 2001. Mestre pela PUC-Campinas, em 1995. Docente de graduação e pós-graduação da Universidade Estadual Paulista. Para ver o vídeo clique AQUI.
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