43 Transparência
REVISTA SEMANAL ↘ 14.05 -
20.05_2012
A12
ID: 41758767
13-05-2012
Tiragem: 156225
Pág: 2
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 13,71 x 19,35 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
Página 12
A13
ID: 41785433
15-05-2012
Tiragem: 47321
Pág: 11
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 21,09 x 13,86 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
Médicos que viajaram para ilha da Malásia a meio de congresso foram ilibados de corrupção Justiça Alexandra Campos Procurador do DIAP de Lisboa manda extrair certidão para a eventual instauração de processos disciplinares O Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa arquivou o inquérito sobre a viagem de 27 médicos portugueses à Malásia para participarem num congresso de ginecologia que incluiu a visita a uma ilha a 700 quilómetros de distância durante os três últimos dias do encontro. O procurador do DIAP considerou que não estavam “preenchidos todos os elementos típicos” do crime de corrupção passiva, apesar de ter mandado extrair uma certidão pa-
ra eventuais “efeitos disciplinares”. A visita à ilha a meio do congresso revela-se “eticamente censurável”, comenta. A história foi divulgada pela estação televisiva TVI em Maio de 2009, depois de um ex-delegado de informação médica do laboratório J. Neves (empresa que patrocinou a ida ao congresso) ter decidido divulgar várias informações sobre a polémica viagem a Kuala Lumpur, onde entre 5 e 10 de Novembro de 2006 decorreu o XVIII Congresso de Ginecologia e Obstetrícia. Segundo a reportagem, fora o laboratório J. Neves a patrocinar a deslocação ao congresso de um grupo de médicos de família, que teria incluído, além de vistas à capital da Malásia, espectáculos e uma viagem de cinco dias a LangKawi, ilha paradisíaca a cerca de 700 quilómetros. Os médicos foram de avião para a ilha no dia 8 de Novembro, quan-
do ainda faltavam três dias para o congresso terminar. Em LangKawi, vestiram-se de piratas e as imagens do DVD que o laboratório distribuiu como recordação foram exibidas na peça da TVI, para consternação do então bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Pedro Nunes, que pediu a abertura de um inquérito à Procuradoria-Geral da República. Três anos depois, o DIAP decidiu arquivar o inquérito, depois de concluir que “não resulta suficientemente indiciado que os médicos que a aceitaram actuaram com a consciência indevida da vantagem”. O preenchimento do crime de corrupção passiva pressupõe, por outro lado, uma actuação dolosa e isso não ficou provado, porque a análise às prescrições dos médicos não permitiu estabelecer uma relação entre a quantidade de medicamentos do J. Neves receitados após a viagem . Foi por não haver aparente contrapar-
tida que a Inspecção-Geral das Actividades em Saúde decidiu também arquivar o caso. Resta saber qual vai ser a decisão da Ordem dos Médicos — em 2009 o então bastonário Pedro Nunes afirmou que, se se confirmasse que os médicos tinham ido à ilha pagos pelo J.Neves, iriam ser alvo de processos disciplinares. Apesar de os responsáveis do laboratório terem voltado a garantir que foram os médicos a custear este programa suplementar, o procurador considera que há indícios de que a parte da viagem e estadia a Langkawi terá sido paga pelo J.Neves, o que “pode traduzir objectivamente a aceitação de uma vantagem que não era devida”. Em Fevereiro deste ano, duas médicas foram condenadas pelo Tribunal de Santa Comba Dão, por ter sido dado como provado que receitaram vários medicamentos do J. Neves em troca de contrapartidas.
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A14
ID: 41785679
15-05-2012
Tiragem: 40358
Pág: 8
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 26,56 x 31,84 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 3
Página 14
ID: 41785679
15-05-2012
Tiragem: 40358
Pág: 9
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 26,41 x 31,92 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 2 de 3
Página 15
ID: 41785679
15-05-2012
Tiragem: 40358
Pág: 1
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 11,80 x 15,34 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 3 de 3
Página 16
A17
ID: 41804960
16-05-2012
Tiragem: 99127
Pág: 25
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 9,01 x 15,48 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
Página 17
A18
ID: 41825802
17-05-2012
Tiragem: 100000
Pág: 51
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 19,05 x 24,73 cm²
Âmbito: Interesse Geral
Corte: 1 de 1
Página 18
A19
ID: 41824685
17-05-2012
Tiragem: 47321
Pág: 10
País: Portugal
Cores: Preto e Branco
Period.: Diária
Área: 15,87 x 30,26 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 2 DANIEL ROCHA
Ex-deputado do PSD vai ficar sujeito a vigilância electrónica
Duarte Lima deve ficar em prisão domiciliária já a partir do fim-de-semana Justiça Paula Torres de Carvalho Proposta foi do Ministério Público. Juiz deferiu. Aguarda-se agora o relatório sobre a aplicação da vigilância electrónica Duarte Lima já deverá passar o próximo fim-de-semana em casa. O relatório sobre as condições que permitem que deixe o Estabelecimento Prisional de Lisboa anexo à Polícia Judiciária e passe a ficar em prisão domiciliária sujeito a vigilância electrónica, que deu entrada ontem à tarde na Direcção-Geral da Reinserção Social (DGRS), deverá estar concluído amanhã. Se o tribunal proferir decisão ainda nesse dia, o ex-deputado do PSD será transportado para casa, onde lhe será colocada uma pulseira electrónica. Proposto pelo Ministério Público, que considerou que já não se justificava a medida de coacção mais gravosa, o pedido para substituir a medida de coacção aplicada a Duarte Lima foi deferido pelo juiz de Instrução Criminal. Em declarações ontem aos jornalistas, o procurador-geral da República, Pinto Monteiro, esclareceu que a mudança das medidas de coacção está prevista na lei e pode ser
requerida quando tal for considerado pertinente para o processo. Segundo a lei, os pressupostos para a prisão preventiva são perigo de fuga e de destruição de provas e risco de continuação da actividade criminosa. Duarte Lima junta-se assim aos 700 presos sujeitos actualmente em Portugal em regime de prisão domiciliária com vigilância electrónica. A pulseira electrónica é uma espécie de “guarda electrónico privativo” de cada arguido ou condenado, que transmite sinais em rádio frequência a curtos intervalos. Esses sinais são captados por um equipamento semelhante a um telefone instalado na habitação, no qual é descarregado um ficheiro informático com os dados referentes aos horários a que o arguido tem de obedecer. Além de aplicada como medida de coacção, a vigilância electrónica é indissociável da pena de prisão na habitação (PPH). O acompanhamento das pessoas que se encontram sujeitas a vigilância electrónica é assegurado pelos técnicos de reinserção social. Em entrevista ao PÚBLICO em Maio do ano passado, o responsável da vigilância electrónica da DGRS, Nuno Caiado, explicava que a medida de obrigação de permanência na habitação é “uma alternativa muito importante à prisão preventiva, que equivale a quase 15% dos presos preventivos”.
O ex-deputado do PSD passou 181 dias detido no estabelecimento prisional da PJ, desde que foi detido em Novembro do ano passado por suspeita da prática dos crimes de burla qualificada, fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais no âmbito de um processo relacionado com a compra de terrenos em Oeiras com dinheiros do Banco Português de Negócios (BPN). No âmbito do mesmo processo foi também detido, no mesmo dia, o filho de Duarte Lima, Pedro Lima, que entregou ao tribunal uma moradia de luxo como garantia de uma caução de 500 mil euros. Duarte Lima é também acusado num outro processo (a correr no Brasil), o do homicídio de Rosalina Ribeiro, companheira do milionário português Lúcio Tomé Feteira, em Dezembro de 2009, nos arredores do Rio de Janeiro. No próximo dia 30, o Tribunal de Saquarema, Rio de Janeiro, presidido pelo juiz Rafael Rezende de Chagas, vai decidir se há ou não indícios suficientes para levar o caso a julgamento. É uma audiência que corresponde à da instrução em Portugal. Comparecem as testemunhas de acusação e de defesa, que confrontam argumentos sobre a implicação de Duarte Lima no crime. No final, compete ao juiz decidir se Duarte Lima deve ou não ir a julgamento.
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ID: 41824685
17-05-2012
Tiragem: 47321
Pág: 1
País: Portugal
Cores: Preto e Branco
Period.: Diária
Área: 5,17 x 4,61 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 2 de 2
Duarte Lima deve sair da prisão no fim-de-semana Ex-deputado do PSD vai ficar em prisão domiciliária, sujeito a vigilância electrónica. Tribunal deve decidir sexta-feira p10
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A21
ID: 41825210
17-05-2012
Tiragem: 27259
Pág: 48
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 13,15 x 29,97 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
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A22
ID: 41825167
17-05-2012
Tiragem: 40358
Pág: 10
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 15,61 x 13,47 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
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A23
ID: 41825354
17-05-2012
Tiragem: 40358
Pág: 16
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 26,39 x 33,06 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 2
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ID: 41825354
17-05-2012
Tiragem: 40358
Pág: 1
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 5,82 x 5,44 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 2 de 2
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A25
ID: 41824892
17-05-2012
Tiragem: 40358
Pág: 2
País: Portugal
Cores: Preto e Branco
Period.: Diária
Área: 26,90 x 33,28 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 3
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ID: 41824892
17-05-2012
Tiragem: 40358
Pág: 3
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 26,79 x 31,58 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 2 de 3
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ID: 41824892
17-05-2012
Tiragem: 40358
Pág: 1
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 17,67 x 10,97 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 3 de 3
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A28
ID: 41825501
17-05-2012
Tiragem: 156225
Pág: 10
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 21,46 x 31,07 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 2
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ID: 41825501
17-05-2012
Tiragem: 156225
Pág: 1
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 6,94 x 5,15 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 2 de 2
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ID: 41845865
18-05-2012
Tiragem: 99127
Pág: 14
País: Portugal
Cores: Preto e Branco
Period.: Diária
Área: 18,03 x 22,96 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 2
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ID: 41845865
18-05-2012
Tiragem: 99127
Pág: 13
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 4,66 x 5,37 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 2 de 2
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A32
ID: 41846517
18-05-2012
Tiragem: 156225
Pág: 48
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 7,89 x 16,07 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 2
Página 32
ID: 41846517
18-05-2012
Tiragem: 156225
Pág: 1
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 3,10 x 2,77 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 2 de 2
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ID: 41867262
19-05-2012
Tiragem: 47321
Pág: 11
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 10,56 x 30,26 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
Ricardo Rodrigues confessa que desviou gravadores para evitar ataques pessoais Justiça José Bento Amaro Deputado do PS agiu quando foi questionado sobre o seu alegado envolvimento em casos de burla e pedofilia O deputado socialista Ricardo Rodrigues, que está a ser julgado no Campus da Justiça, em Lisboa, por um crime de atentado à liberdade de imprensa, reconheceu ontem que “genericamente” os factos de que é acusado “são verdadeiros”. Mas também se defendeu, afirmando que, em Maio de 2010, quando se apoderou dos gravadores de uma jornalista que o estava a entrevistar e a colocar perguntas de “carácter pessoal”, pretendia apenas ter um meio de prova para que a providência cautelar que pretendia interpor pudesse ser aceite. Ricardo Rodrigues, que, à data dos factos pelos quais está agora a ser julgado, coordenava duas comissões na Assembleia da República (uma delas a eventual para a corrupção), explicou que houve três momentos, quando, em Maio de há dois anos, dava a entrevista à revista Sábado, que o levaram a concluir que os jornalistas estariam interessados em “denegrir” a sua imagem: “Começaram a falar de um crime de burla ocorrido em 1997 [quando, nos Açores, enquanto advogado, defendeu uma mulher que acabou por ser condenada] e insinuaram que eu estaria relacionado com a mesma. Distorceram o que eu disse relativamente ao engenheiro João Cravinho, com quem eu tinha uma divergência de
Ricardo Rodrigues, deputado do PS, está a ser julgado
opinião a propósito da tipificação do crime de enriquecimento ilícito. E, por fim, associaram-me a uns boatos relativos a um caso de pedofilia [caso Farfalha]”. O deputado, que agora diz que existem “divergências [entre si e a acusação] de interpretação dos factos”, garante que, ao levar os dois gravadores da jornalista Maria Henrique Espada, tinha como intenção apresentar as gravações a um juiz para que este se pronunciasse favoravelmente quanto a uma providência cautelar que, em seu entender, seria a única forma de travar a saída da entrevista. “Iam voltar a abordar factos pelos quais nunca respondi em tribunal nem fui incriminado, factos esses [os casos de pedofilia] que levaram à minha demissão do Governo Regional dos Açores, que me levaram a abandonar os Açores, passando então a estar por largos períodos no Brasil, em Itália e em Espanha, e que causaram grande transtorno em familiares e amigos”, adiantou o deputado. A argumentação de Ricardo Rodrigues acabou por ser rebatida pela jornalista Maria Henrique Espada, a qual viu a juíza admiti-la como assistente no processo, gorando assim uma questão prévia suscitada pela defesa logo na primeira audiência, quando pretenderam que esta se apresentasse em tribunal apenas como testemunha. A jornalista confirmou em tribunal que não combinou com o deputado quais os temas da entrevista, justificando desse modo o facto de não ter efectuado apenas perguntas de carácter político mas outras que, no seu entendimento, e sendo pessoais, eram relevantes (em termos jornalísticos) para explicar determinadas acções políticas, nomeadamente as que se podiam reportar a casos de corrupção e ao envolvimento de políticos em actos de pedofilia (caso Casa Pia). “Acreditei sempre que o deputado me iria devolver os gravadores e apresentar um pedido de desculpa”, disse a jornalista, explicando desse modo o facto de só ter participado o caso seis dias após a sua ocorrência. Ricardo Rodrigues, que disse ter tentado entregar os gravadores a um oficial da GNR em serviço na AR (só não o fez porque este disse que se tal acontecesse ele teria de os devolver à jornalista), acabou por entregar os mesmos quatro dias depois no tribunal de Ponta Delgada.
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A35
ID: 41867244
19-05-2012
Tiragem: 47321
Pág: 8
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 27,07 x 30,32 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 3
Duarte Lima ajudou a apanhar rede que branqueava capitais Fraude pode atingir os mil milhões de euros. Ontem, dois dos quatro suspeitos detidos foram ouvidos pelo juiz Carlos Alexandre, mas medidas de coacção ainda não são conhecidas Justiça Mariana Oliveira O advogado e ex-líder parlamentar do PSD, Domingos Duarte Lima, ajudou o Departamento Central de Investigação e Acção Penal a apanhar uma rede que oferecia esquemas para fugir ao fisco e para branquear capitais, da qual seria cliente. Durante três interrogatórios, dois feitos apenas na presença do procurador Rosário Teixeira, que investiga os dois casos, e um terceiro já conduzido esta semana pelo juiz Carlos Alexandre, do Tribunal Central de Instrução Criminal, o advogado implicou Michel Canals, presidente do conselho de administração da empresa suíça Akoya Asset Management, que foi detido anteontem com outros dois elementos da administração daquela sociedade e um intermediário português. A colaboração com as autoridades valeu a Duarte Lima uma suavização da medida de coacção, permitindo ao advogado abandonar a cadeia onde esteve nos últimos seis meses. O ex-líder parlamentar do PSD vai aguardar agora o desenrolar das investigações em casa, para onde foi ontem, já que ficou sujeito a prisão domiciliária (ver caixa). O juiz Carlos Alexandre esteve ontem a interrogar durante todo o dia dois dos suspeitos, mas até ao fecho desta edição não eram ainda conhecidas as medidas de coacção aplicadas. O primeiro interrogatório durou seis horas e o segundo, o de Michel Canals, que se iniciara pelas 17h00, continuava ao início da noite, sendo expectável que as restantes audições se prolonguem pelos próximos dias devido à complexidade do caso. Apesar de o semanário Sol ter dedicado ontem três páginas a este caso, ninguém no Ministério Público esteve ontem disponível para prestar informações sobre a investigação que se encontra em segredo de justiça. A GNR apenas confirmou que a Unidade de Acção Fiscal participou nas operações de buscas, que decorreram em Lisboa e no Porto, em colaboração com a inspecção tributária.
Segundo o Sol, no centro da rede está a Akoya Asset Management, que terá proporcionado a empresários, advogados e políticos, como o antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e ex-presidente do BPN, Oliveira e Costa, esquemas que permitiam fugir aos impostos e branquear capitais — uma fraude que se calcula terá atingido os mil milhões de euros. A empresa actuava como testade-ferro dos seus clientes, criando empresas offshore onde o capital era colocado. Iludindo as autoridades, a rede também fazia chegar a Portugal o dinheiro dos depositantes quando estes necessitavam sem recorrerem ao seu transporte físico. Para tal seria usado um intermediário, que fazia circular o dinheiro pelo BPN Instituição Financeira Internacional, com sede em Cabo Verde, e o transferia depois para o BCP e o BPN em Portugal.
Ligações a Feteira No site da Akoya, a firma apresentase como “um grupo independente suíço especializado na gestão de fortunas fundado em 2009 no coração do centro financeiro da Suíça”. Contactada pelo PÚBLICO para a sua sede em Genebra, uma funcionária da Akoya recusou-se a fazer qualquer comentário sobre as detenções, remetendo informações para a próxima semana. A empresa, que oferece entre os seus serviços optimização fiscal e planeamento financeiro, incluiu Portugal entre um conjunto de oito países onde opera. Os três administradores agora detidos são todos ex-funcionários da União de Bancos Suíços (UBS), um dos maiores bancos do mundo, com cerca de 65 mil funcionários dispersos por mais de 50 países. Michel Canals é ex-director executivo do UBS onde, segundo o Sol, terá gerido as contas conjuntas do milionário Lúcio Tomé Feteira e da sua companheira e secretária, Rosalina Ribeiro, assassinada em Dezembro de 2009 no Brasil, onde Duarte Lima está acusado do seu homicídio. Nessa altura, as autoridades suíças já haviam remetido documentos ao Ministério Público português (num
Duarte Lima ontem à chegada a sua casa, onde vai ficar em regime de prisao domiciliaria
Na véspera do homicídio de Rosalina Ribeiro, Duarte Lima usava um telemóvel da empresa suíça que está no centro da nova investigação
inquérito aberto na sequência de uma queixa-crime apresentada pela filha do milionário, Olímpia Feteira) que comprovavam a transferência de vários milhões de euros de contas conjuntas de Tomé Feteira e Rosalina para contas individuais da secretária e destas para terceiros. Um deles era o seu advogado Duarte Lima, para quem foram transferidos 5,2 milhões de euros, uma verba que o ex-deputado confirma ter recebido “a título de pagamento de honorários”. Estas movimentações terão passado pelas mãos de Canals, que também terá ajudado Duarte Lima a fazer circular os milhões de euros
obtidos através da burla ao BPN, o caso que ainda lhe vale a prisão domiciliária.
Chamada fatal Neste caso, o ex-deputado é suspeito de ter usufruído directamente ou através de testas de ferro de vários créditos no valor de mais de 40 milhões de euros, obtidos com garantias bancárias de baixo valor. Um dos créditos foi registado em documentos oficiais do BPN como sendo de cobrança duvidosa. Duarte Lima era cliente daquele banco e o seu nome consta de um relatório de auditoria da Deloitte, com um financiamento
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ID: 41867244
19-05-2012
Tiragem: 47321
Pág: 9
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 16,43 x 30,05 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 2 de 3
RUI GAUDÊNCIO
Residência vigiada Se Lima deixar casa, o alarme dispara
À
de cerca de cinco milhões de euros, que foi concedido sem que o banco tenha respeitado os procedimentos normais. O contrato mais polémico foi feito com o Fundo Homeland, constituído em Setembro de 2007 e que se revelou um negócio ruinoso de mais de 40 milhões de euros que o banco fez com Pedro Lima (filho de Duarte Lima), o empresário Vítor Raposo e o próprio fundo de pensões do BPN. O financiamento serviria para comprar mais de 30 terrenos no concelho de Oeiras que ficariam nas imediações daquela que seria a nova sede do Instituto Português de Oncologia (IPO).
Mas o IPO não avançou e, vários anos depois de o crédito ter sido concedido, a dívida continua por pagar, tendo o ano passado a administração do BPN cancelado o contrato de crédito. Outra curiosidade é o facto de um dos telemóveis suíços que a Akoya disponibilizava aos seus clientes para proteger a sua actividade ter acabado por se mostrar relevante para as autoridades brasileiras, que apanharam uma chamada feita no telefone suíço de Duarte Lima na véspera do crime, perto de Saquarema, a povoação onde o cadáver da Rosalina Ribeiro foi encontrado.
semelhança de outros 700 arguidos, Duarte Lima ficou ontem sob pena de prisão na habitação (PPH) com vigilância electrónica através de uma pulseira colocado no tornozelo. Duarte Lima deixou o estabelecimento prisional anexo à Polícia Judiciária de Lisboa — onde se encontrava desde Novembro do ano passado — às 12h25 de ontem e foi transportado até sua casa, em Lisboa, onde ficará na companhia de um filho. Todos os seus movimentos passarão, a partir de agora, a ser vigiados através de monitores instalados numa sala da Direcção-Geral da Reinserção Social. Se Duarte Lima sair da residência, por exemplo, um alarme dá imediatamente sinal e os técnicos entram em contacto telefónico com ele. Se necessário, deslocam-se a sua casa e em caso de fuga, alertam a polícia. Segundo as estatísticas, os casos de fuga e de incumprimento são uma grande minoria. A taxa de sucesso da aplicação desta medida ronda os 94%. Em 2011, por exemplo, não houve nenhuma revogação da pena por incumprimento, o que demonstra que se trata de um sistema seguro. A larga maioria das pessoas que se encontram neste regime de vigilância electrónica cometeram crimes de condução sob efeito do álcool ou falta de habilitação para guiar. Durante o período em que Duarte Lima ficar a aguardar a evolução do processo em casa, poderá receber visitas. Lima está acusado num outro processo, o do homicídio da ex-companheira de Tomé Feteira. Numa audiência marcada para próximo dia 30, em Saquarema, no Brasil, será decidido se o processo segue ou não para julgamento. P.T.C.
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ID: 41867244
19-05-2012
Tiragem: 47321
Pág: 56
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 10,31 x 3,72 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 3 de 3
Lima decisivo para PJ chegar a rede de lavagem de dinheiro Colaboração ajudou advogado a passar para prisão domiciliária p8/9
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A38
ID: 41868788
19-05-2012
Tiragem: 27259
Pág: 6
País: Portugal
Cores: Preto e Branco
Period.: Diária
Área: 18,64 x 29,74 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
Página 38
A39
ID: 41868786
19-05-2012
Tiragem: 27259
Pág: 6
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 4,71 x 26,56 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
Página 39
A40
ID: 41868015
19-05-2012
Tiragem: 111760
Pág: 4
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 5,78 x 6,29 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
Página 40
A41
ID: 41868352
19-05-2012
Tiragem: 40358
Pág: 2
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 26,48 x 33,71 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 2
Página 41
ID: 41868352
19-05-2012
Tiragem: 40358
Pág: 1
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 23,72 x 18,42 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 2 de 2
Página 42
A43
ID: 41868423
19-05-2012
Tiragem: 40358
Pág: 14
País: Portugal
Cores: Preto e Branco
Period.: Diária
Área: 16,19 x 33,86 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
Página 43
A44
ID: 41868830
19-05-2012
Tiragem: 156225
Pág: 4
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 27,35 x 35,48 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 5
Página 44
ID: 41868830
19-05-2012
Tiragem: 156225
Pág: 5
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 27,28 x 34,74 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 2 de 5
Página 45
ID: 41868830
19-05-2012
Tiragem: 156225
Pág: 6
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 27,09 x 35,46 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 3 de 5
Página 46
ID: 41868830
19-05-2012
Tiragem: 156225
Pág: 7
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 27,13 x 34,88 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 4 de 5
Página 47
ID: 41868830
19-05-2012
Tiragem: 156225
Pág: 1
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 26,34 x 17,23 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 5 de 5
Página 48
A49
ID: 41879039
20-05-2012
Tiragem: 40358
Pág: 2
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 26,24 x 34,17 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 2
Página 49
ID: 41879039
20-05-2012
Tiragem: 40358
Pág: 1
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 16,04 x 9,23 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 2 de 2
Página 50