MOVING - Movimente descobertas.

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MOVIMENTO É ESTAR CONSTANTEMENTE EM AÇÃO. É A PALAVRA QUE TRANSFORMA O MUNDO. AQUILO QUE NOS MANTÉM NO CAMINHO DO FUTURO, SEM ESQUECER DE NOSSAS RAÍZES. É O QUE NOS LEVA A DESCOBERTAS INESPERADAS E EXPANDE NOSSOS HORIZONTES.


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NOVOS HORIZONTES, SONHOS E OBJETIVOS QUE PODEMOS DESCOBRIR CADA MANHÃ AO ACORDARMOS, AO ABRIRMOS AS JANELAS PARA UM FUTURO BRILHANTE, IRREVERENTE E VIBRANTE. UM FUTURO TÃO COLORIDO QUANTO O BRASIL . TÃO CHEIO DE VIDA QUANTO A NATUREZA , NOSSA MAIOR FONTE DE INSPIRAÇÃO. TÃO ILUMINADO QUANTO O SOL QUE DÁ LEVEZA À ALMA .

UM FUTURO TÃO PROMISSOR QUANTO A NOSSA HISTÓRIA . PERSOL , HÁ 25 ANOS, MOVIMENTANDO DESCOBERTAS.


4 MOVING SUMÁRIO

ESPECIAL 6. Uma história de inovação, crescimento e descobertas 10. A pureza da arte está em todo lugar CONQUISTADORES 14. O único destino é o mar ARQT 21. De Norte a Sul 34. Um mundo de ultrassensações


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FASHION 36. A revolução da moda 40. Novas percepções sobre antigos materiais DESCOBERTAS 42. Da Alemanha para o mundo GOURMET 44. Os sabores do futuro 46. Ingredientes do Brasil 48. A arte de comer bem LIFESTYLE 50. Cada coisa em seu lugar 52. A tendência é cuidar da pele DSGN 54. O mobiliário como forma de arte 58. Muito além da superfície 62. A essência da brasilidade em forma e cor 66. O design como construção do pensamento


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Palavra do Diretor - Rudinei Santos Gratidão é a palavra que sumariza o meu sentimento pelo sucesso e a trajetória da Persol Persianas. Ver a empresa chegar aos 25 anos representa o resultado de um trabalho feito com esforço e dedicação por todos que acompanharam e contribuíram para o desenvolvimento da Persol. Acompanhar o crescimento e as dificuldades de cada unidade, fazer parte desta trajetória em todos os momentos, foi muito gratificante.

No percurso, vários momentos ficam gravados na memória. A conquista de novos mercados, iniciar uma empresa longe de casa e da família, começar procurando um local para instalar a companhia, montar a estrutura e ir atrás do primeiro pedido. Há 25 anos, a Persol iniciou na garagem de casa com apenas um funcionário, assim, ver a estrutura que a Persol possui hoje, com 180 funcionários e cinco montadoras pelo Brasil, o momento atual é mais um a ficar marcado. Compartilho este momento com todos estes colaboradores, que fazem parte da história e são fundamentais. A Persol chegou aos 25 anos com muito sucesso graças a dedicação de todos nós. Acho importante compartilhar o sucesso alcançado, e agradecer o comprometimento de todos para que a empresa continue crescendo. Contamos ainda com a participação dos clientes, tão importantes para nós. O nosso desenvolvimento está ligado ao público, sempre em constante movimento e conectado às tendências conosco. Para o futuro, espero continuar com o trabalho feito até hoje, investindo em novos produtos, equipamentos e pessoas. Vejo um futuro com muito sucesso para a empresa e seus colaboradores.

Foto: Andrei Cardoso

Agradecimento

Tenho a maior satisfação em poder dizer que a empresa Persol foi construída

ao longo desses 25 anos com muito esforço e dedicação, unidos à seriedade em honrar o compromisso junto aos clientes e fornecedores.

Contamos hoje com parcerias nacionais e internacionais, resultando em

uma ampla diversidade de produtos inovadores. Dessa forma, conseguimos nos estruturar com várias unidades que abrangem o Brasil todo.

Somos uma empresa familiar que em conjunto, em especial Rudinei

Santos, conseguimos unir nossos esforços e conhecimentos em cada área para desenvolver a estrutura de nossa empresa. Acredito ainda que nada disso seria possível também, sem a atuação eficaz de nossos colaboradores, aos quais tenho uma enorme gratidão e orgulho por todo o empenho atribuído. Mirta Grechi – Diretora Financeira


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UMA HISTÓRIA DE INOVAÇÃO, CRESCIMENTO E DESCOBERTAS

A Persol iniciou sua trajetória em Caxias do Sul - RS e, desde 1993, trilha caminhos consolidando uma postura inovadora, sendo uma das montadoras líderes de mercado no Brasil. A empresa conta com uma diversidade de matérias-primas nacionais e importadas, que aparecem no design de produto, sempre conversando com as tendências mundiais de arquitetura. Além de cinco fábricas espalhadas pelo Brasil, a Persol atua em parceria com grandes nomes do mercado internacional. Seus produtos receberam certificações de alto padrão, enquadrando-se nas normas aplicadas pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. Alinhada com o movimento de uma sociedade que segue em constante mudança, a Persol preocupa-se ainda com a sustentabilidade e o meio ambiente. Apoia causas sociais, buscando colaborar para um futuro promissor e uma sociedade que permita ainda mais qualidade de vida e bem-estar, sempre em harmonia com o planeta.


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LINHA DO TEMPO VOCÊ TAMBÉM FAZ PARTE DA NOSSA HISTÓRIA.

2007 Inauguração da distribuidora em São Paulo/SP Primeira prospecção de negócios na Ásia

1993 Fundação da empresa, em Caxias do Sul/RS Produção da Persiana Vertical

2002 Início da produção da Persiana Horizontal, com importação da primeira perfiladora

2006 Fundação da ABRAPE – Associação Brasileira de Persianas, Cortinas e Toldos, com participação do Diretor Rudinei Santos Primeira participação em uma feira internacional, na R+T Stuttgart Início da importação de tecidos e componentes

2005

2003 Inauguração da unidade de Porto Alegre/RS Início da produção das cortinas Rolô e Romana Aniversário de 10 anos

Inauguração da primeira unidade montadora em prédio próprio em Caxias do Sul/RS


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2017 2009 Inauguração das montadoras de Jundiaí/SP e Lauro de Freitas/BA

Inauguração do centro de distribuição em Caxias do Sul/RS Produção de dez mil peças/mês

2010 Inauguração da segunda unidade própria em Caxias do Sul/RS, sendo a sede atual da empresa

2018 Construção da nova sede em São José/SC Aniversário de 25 anos

2015 2012 Inauguração da unidade de São José/SC

Lançamento do sistema para fachadas Tecnoroll e da tela solar SOLTIS Novas sedes próprias em Jundiaí/SP e Lauro de Freitas/BA


10 ESPECIAL

A PUREZA DA ARTE ESTÁ EM TODO LUGAR O artista e arquiteto Fábio Panone Lopes desenvolveu a arte para divulgação da campanha de 25 anos da Persol, com inspiração num futuro promissor.

O conceito de arte é amplo e subjetivo. Apesar disso, a concordância mundial é de que a arte se espalha por todos os lados, presente em cada canto da sociedade. E, com isso

entrevista as impressões de Panone sobre a arte, além da parceria com a Persol.

em mente, percebe-se que a inspiração dos artistas pode surgir das pequenas coisas que os cercam. Para o arquiteto e artista Fábio Panone Lopes, 32 anos, as duas vertentes que o guiam – a arquitetura e o grafitti - são “vivos de pura arte”. Nos projetos que desenvolve em seu estúdio e galeria virtual, denominado FLOP, o profissional busca inspiração na natureza, com temas de flora e fauna, mas também, nos grandes centros urbanos. As obras com traços marcantes do FLOP já alcançaram o mundo, com murais em países como Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, Espanha, Chile, entre outros. O artista ainda alia seu nome a grandes empresas brasileiras, com grafittis que cruzam o Brasil. Confira na

Persol: Como e quando começou o seu envolvimento com a arte? FL: Eu sempre gostei de desenhar, desde pequeno. Tenho familiares espalhados por todo o estado de São Paulo. Então, sempre que eu ia visitar tios e primos, ficava admirando os graffitis de lá. Quando eu tinha uns 15 anos de idade, resolvi começar a passar o que eu desenhava no papel, para as paredes. Comecei pela parede do meu quarto e de amigos, e, logo após, fui expressar o que eu sabia desenhar na rua. E, desde então, nunca mais parei... Hoje sou viciado em pintar e espalhar arte pelas ruas.

Foto: Acervo Pessoal/FLOP


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Persol: Por que você optou por trabalhar com o grafitti? FL: Bem, eu nunca me imaginei trabalhando com graffiti. Eu até sonhava com essa possibilidade, mas nunca imaginava chegar tão longe a ponto de poder ganhar a vida como artista, viajar ao exterior, participar de festivais internacionais com grandes nomes da arte urbana mundial, ou assinar coleções para marcas e produtos de grandes empresas. Isso tudo era um sonho. Ainda mais nascendo aqui no Brasil, onde a arte ainda é pouco valorizada. Sempre pintei por gostar de fazer arte e espalhar minhas ideias onde o máximo de pessoas pudessem ver, ou seja, na rua. Fazia por hobby... Mas aí, saindo da escola, a necessidade de seguir uma profissão me levou a escolha do curso de Arquitetura e Urbanismo, por envolver arte e muito desenho aliado à criatividade. Sou formado e concilio as duas coisas. Hoje em dia, a arte tem me tomado muito mais tempo e me levado mais longe. Com o Studio/Galeria Virtual, viajo a trabalho pelo Brasil e pelo mundo para grafitar. Eu não optei trabalhar com graffiti, apenas sonhava com isso tudo que estou vivendo. Eu via artistas assim em revistas e jornais e pensava: será que algum dia isso será possível? Persol: Quais as maiores influências que a formação como arquiteto têm nas tuas obras? FL: Acho que a maior influência é o croqui (esboço rápido). As linhas soltas da lapiseira ou da caneta nanquim preta com certeza influenciaram muito no estilo do meu trabalho artístico. As pessoas costumam dizer que os meus murais têm um estilo único e bem marcante por causa das linhas pretas. Algumas até dizem que nem preciso mais assinar, pois conseguem identificar quando o trabalho é meu por causa das linhas de contorno. Meu trabalho também teve um pouco de influência quando estudei os vitrais e os movimentos Art Nouveau e Art Decô. Fui absorvendo um pouco de tudo isso e abstraindo na arte enquanto eu cursava a Universidade. Hoje, tenho um estilo diferenciado partindo disso tudo, unindo essa questão das linhas pretas ao grande número de cores que existe no mercado com os sprays, os degradês, os efeitos de luz e sombra e muito mais.

Foto: Jovani Prochnov

Persol: Como você definiria a ligação entre o grafitti e a arquitetura? FL: Ambos são vivos de pura arte, no meio urbano ou não. Ambos serão bons quando tiverem expressão, funcionalidade e significado. E em muitas vezes, o graffiti se apropria da arquitetura para decorar ou valorizar ainda mais uma edificação ou um espaço. Persol: Quais são as suas inspirações na hora de desenvolver um novo projeto? FL: Gosto muito de pintar temas relacionados à natureza e as cidades, fauna, flora, e tenho estudado muito sobre a arte ancestral das diversas tribos e regiões do mundo. Isso quando eu pinto temas autorais, mas em muitas vezes uma empresa ou uma marca me contrata para algum projeto comercial, com tema já definido. Persol: Falando especificamente da Persol, quais foram as inspirações para a arte dos 25 anos da empresa? FL: A ideia era a de abrir uma persiana e uma janela de fato, e ver uma paisagem alegre, de um novo dia inspirador. Com muito verde e muita vida, expressada nos pássaros e flores, e um maior equilíbrio entre a massa urbana e a massa vegetal. Ampliar os horizontes e saber que podemos ter um futuro diferente e melhor. E, mais ainda, saber que pra tudo isso acontecer, só depende de nós mesmos.


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Arte exclusiva desenvolvida para a celebração do aniversário de 25 anos da Persol Persianas.


14 CONQUISTADORES

O ÚNICO DESTINO É O MAR A bordo do veleiro Unforgettable 3, o casal gaúcho Georgia e Diego desbrava o oceano e conta suas histórias no projeto Unforgettable Sailing.

Soltar as amarras e zarpar em uma aventura nem sempre é uma tarefa simples. Para isso, é necessário estar preparado para enfrentar desafios, vencer dias difíceis e encontrar surpresas pelo caminho. Contudo, uma aventura também significa descobrir novas possibilidades, conhecer pessoas encantadoras e ter muitas histórias na bagagem. Com prós e contras, o casal Georgia Spiandorello, 33 anos, de Caxias do Sul e Diego Maio, 33 anos, de Porto Alegre embarcou há dois anos e meio em uma viagem emocionante a bordo de um veleiro clássico datado de 1965. A história do casal começou ainda cedo, quando suas famílias veraneavam na mesma praia. Porém, foi somente no ano de 2011, quando ambos moravam em Porto Alegre, que Georgia e Diego se conectaram novamente. Antes de saírem desbravando o mundo, eles moraram em Florianópolis, Santa Catarina. Lá, Georgia era analista de importação em uma grande empresa, já Diego era empregado em uma multinacional no ramo da geofísica. Entretanto, segundo Georgia, o casal sentia que existia algo mais para eles, fora de sua zona de conforto. Foi quando Diego assumiu o posto de capitão do Unforgettable 1, que estava em sua família há anos, que o sonho do casal começou a ganhar forma. “A ideia de largar tudo e sair velejando pelo mundo surgiu aos poucos, veio do nosso interesse em comum pelo mar e o gosto de viajar. A vontade de viver mais


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Fotos: Acervo Pessoal

intensamente, perto da natureza e de conhecer novos lugares. Sem horários e dias da semana determinados”, explica Georgia. A motivação era deixar para trás a rotina diária. Apesar de já contar com o veleiro, o casal precisou de um extenso planejamento antes de começar a desbravar o oceano. Foram quatro anos de organização: uma reforma completa no barco, que precisava suportar as longas distâncias navegadas e um orçamento para as viagens. “Na reta fi-

nal, largamos nossos empregos e nos dedicamos somente a deixar nossa nova casa prontinha para partirmos. Nós mesmos fizemos grande parte das reformas. Entregamos nosso apartamento alugado, vendemos nossas coisas e nosso carro e nos mudamos para o Unforgettable em Outubro de 2015, pouco menos de um mês antes de partirmos”, conta Georgia. O esforço e a dedicação foram fundamentais para a viagem dar certo. E, a partir deste momento, o sinal para zarpar soava alto.


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O BARCO, SEMPRE INESQUECÍVEL Para dar início à aventura, Diego e Georgia reformaram um barco da família. O Unforgettable 1, um veleiro clássico que passou a atender às expectativas de viagem do casal. Conforme o tempo passou, eles precisaram substituir o veleiro, mas mantiveram as raízes e homenagearam seu primeiro barco. Surgiu então, o Unforgettable 2, um Jeanneau Sun Odyssey 36i, modelo do ano de 2008. Entretanto, nem sempre bons ventos sopram no mar. Em meio às aventuras, surgiram adversidades. Em setembro de 2017, o casal perdeu o Unforgettable 2 para o Furacão Irma. “Tínhamos acabado de trocar de veleiro, deixamos o Unforgettable 2 nas Ilhas Virgens Britânicas para ir ao Brasil de visita quando o furacão passou por lá e arrasou com tudo, inclusive com nosso veleiro”, relembra a viajante. Inesperadamente, eles precisaram de um novo barco. Desde então, viajam com o Unforgettable 3. “O barco que nos escolheu foi um 43 pés, modelo North Wind 435 de 1990, produzido pelo estaleiro North Wind, então baseado na cidade de Barcelona. Um barco pouco conhecido deste lado do Atlântico, mas que tem excelente reputação marinheira na Espanha”, explica. O barco foi construído para navegações oceânicas, proporcionando segurança e conforto.


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PARA ONDE A BRISA SOPRAR Sem uma rotina específica, os viajantes são guiados por sua vontade de conhecer o mundo. “Nosso dia a dia varia entre alguns curtos e intensos períodos de navegação, quando estamos nos deslocando de um local a outro, e relaxados períodos em ancoragens onde aproveitamos para conhecer os locais onde estamos visitando”, relata Georgia. A jovem explica que durante o período de navegação, ela e Diego revezam para timonear. O primeiro trajeto do casal foi curto, 12 milhas náuticas (cerca de 23km), para um local próximo de Florianópolis. Contudo, eles recordam que este foi apenas um pequeno passo: “Precisávamos dar a largada e começar a viagem. Aquela pequena navegada hoje faz parte das 7.000 milhas náuticas (13 mil km) que navegamos até agora”, e que continua aumentando. Enquanto isso, a travessia mais longa teve a duração de onze dias, quando viajaram de Fortaleza até Barbados, no Caribe. Georgia afirma que esta foi a viagem mais marcante ao longo dos dois anos e meio, principalmente pela duração. “Estávamos bem apreensivos mas foi tudo perfeito, e chegar no Caribe com nosso pequeno barco foi muita emoção”, relata. Além disso, outro momento significativo na trajetória do casal pelo mar foi a viagem entre as Ilhas do Caribe e a República Dominicana, em abril de 2017. Eles escolheram uma pequena praia para realizar sua cerimônia de


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casamento, com a presença de amigos e familiares. “Difícil encontrar palavras para descrever a alegria de encontrar familiares e amigos para compartilhar esse momento depois de meses navegando”, recorda carinhosamente. Indo para onde os ventos levarem, o casal tem um sonho que ainda buscam transformar em realidade. Georgia e Diego querem chegar ao Pacífico Sul, para visitar a Polinésia Francesa, Fiji, Austrália e Nova Zelândia. “Nossos planos agora são cruzar o canal do Panamá no próximo ano e navegar cerca de 30 dias corridos no meio do oceano até chegar na Polinésia. Começaremos a navegar em direção ao Panamá, passando por Aruba, Curaçao, Bonaire e Colômbia até chegar nas Ilhas de San Blás no Panamá”, explica Georgia sobre o futuro do Unforgettable Sailing. O casal, que publica sua trajetória por meio de redes sociais e dá dicas em um canal no Youtube, pretende seguir as marés por ainda mais tempo. Para eles, os dois anos que pareciam muito tempo em alto mar, agora parecem pouco, perto do oceano de possibilidades à sua frente. Neste período, eles conheceram lugares paradisíacos, se encantaram com a hospitalidade das pessoas e compartilharam experiências únicas em culturas novas. “Em muitos lugares onde passamos nos surpreendemos com as pessoas, dispostas a ajudar sem pedir nada em troca. Ganhamos sacolas de comida de estranhos que estavam deixando seus barcos por uma temporada, e até mesmo uma GoPro para usarmos em nossos vídeos”, conta Georgia. A jovem resume a experiência

de forma sucinta: “Temos momentos muito trabalhosos, mas também, muitos momentos fantásticos que só vivenciamos quando estamos abertos a observar o mundo e conhecer as pessoas de verdade”. E para aqueles que buscam uma aventura tão inesquecível quanto a que vive o casal, eles afirmam que o melhor é não aguardar o momento perfeito, mas mergulhar de cabeça quando se sentir preparado: “Arranje um veleiro que você confie, se planeje financeiramente, adquira conhecimento em fóruns, livros, vídeos e não tenha medo de perguntar. Corra atrás de seus sonhos e se permita navegar nas incertezas, pois a vida a bordo é rica e compensadora”.


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PRIVACIDADE , FUNCIONALIDADE E SOFISTICAÇÃO Persianas e cortinas que permitem a iluminação perfeita em todos os ambientes.

MOVIMENTE DESCOBERTAS

PRODUZIDAS COM MATÉRIA-PRIMA DE ALTA QUALIDADE, AS PERSIANAS E CORTINAS DA PERSOL SE ADAPTAM AOS MAIS VARIADOS ESPAÇOS. PRODUTOS MODERNOS E PRÁTICOS, IDEAIS PARA UM INFINITO DE POSSIBILIDADES.

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ARQT

DE NORTE A SUL A diversidade do Brasil está presente também em seus projetos de arquitetura, decoração e design. A regionalidade aparece nos pequenos detalhes de cada projeto, seja na escolha das cores, tecidos ou objetos de decoração.

Com um olhar diferenciado, os profissionais de arquitetura transformam ambientes, sempre atentos as novidades e conforme as necessidades de seus clientes. Espaços residenciais, comerciais e empresariais ganham mais cor, vida e funcionalidade com o aproveitamento máximo de cada canto.

Atualmente, o Brasil conta com profissionais que exalam talento e criatividade. Uma vez que aplicar tendências da arquitetura e design mundial aliadas à personalidade de cada indivíduo é uma tarefa que exige estudo, paciência e dedicação, os arquitetos criam projetos inovadores. Descubra ambientes criativos.

Foto: Guilherme Jordani

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MODERNIDADE E ACONCHEGO NO ESCRITÓRIO Fortaleza/CE

Localizado em Fortaleza, no Ceará, o novo escritório Diego Studart Arquitetura apresenta um conceito moderno, com uma pegada industrial. No ambiente, o metalon foi o material escolhido para a sustentação das prateleiras e mesas. Além disso, o espaço também transmite aconchego e requinte, buscando acolher o cliente que visita o escritório. Para garantir o conforto, foi selecionada a Persiana Horizontal de 50mm em madeira como peça-chave no controle da iluminação. A Persiana Horizontal é uma peça básica e clássica, amplamente utilizada nos mais diversos ambientes.


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Arquiteto: Diego Studart | Diego Studart Arquitetura Revenda: Blindstore Fotos: Tiago Dib


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UM TOQUE DE COR NO AMBIENTE CORPORATIVO Atibaia/SP

O módulo 1 dos escritórios da Roge Logística, assinado pela Trad Cestari Arquitetura, contempla 330m2 acomodados em um galpão com pé-direito de 9 metros. O espaço apresenta um ambiente de trabalho descontraído e confortável. Neste módulo, grandes vãos com esquadrias de PVC, em contraponto à configuração de paredes de alvenaria com pequenas janelas da instalação pré-existente, favorecem a entrada de luz natural e fazem a integração entre exterior e interior, privilegiando a visão da bela paisagem da região de Atibaia, em São Paulo.


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O estilo industrial predominante foi mesclado a elementos casuais do dia a dia, enquanto a aplicação de cores vivas nos detalhes traz um resultado aconchegante que contrasta com as grandes dimensões do edifício. A fim de controlar a luminosidade e a intensa exposição à luz do dia que os grandes vãos consequentemente trazem, são utilizadas cortinas Rolô Screen na cor preta. As peças de tela no salão de estações de trabalho trazem um ar mais intimista ao ambiente alto, e valorizam a iluminação no estilo industrial e os elementos de comunicação visual.

Arquiteto: Kasser Trad | Trad Cestari Arquitetura Revenda: Artflex Fotos: Divulgação Artflex


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A REGIONALIDADE EM DESTAQUE NA CAPITAL BAIANA Salvador/BA O espaço Varanda Gourmet, assinado pelo escritório Haifatto de arquitetura e design de interiores, possui 35m² e foi idealizado para um jovem casal que gosta de receber amigos em casa. Para isso, foi dividido em três áreas distintas, que se harmonizam entre si: área de recepção, petiscos e preparo. O projeto integra o showroom da Maison 263, na colorida capital baiana, Salvador. Móveis contemporâneos foram escolhidos para compor os espaços e conjugar com materiais como madeira, painel ripado e mármore exótico. A vegetação veio como forma de enriquecer o ambiente, trazendo a natureza e seu equilíbrio.


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Seguindo o conceito de trazer elementos do externo para o ambiente interno e a fim de equilibrar a luz natural e a temperatura, a iluminação artificial foi pensada de forma que o espaço se tornasse convidativo, acolhedor e único. Para este projeto, foi escolhida a Persiana Horizontal de Alumínio 50mm na coleção madeira, que condiz com o espírito do projeto e garante uma atmosfera mais suave e aconchegante. A produção foi feita destacando peças de artistas regionais, Dulce Cardoso com sua cerâmica e Manu Maron com seu Colar de Penca de Balangandã e figa de madeira. Os quadros e esculturas, da galeria Luiz Landeiro, são dos artistas Eme Pacheco, Sérgio Helle e Adrianna Eu, o que valoriza a cultura local e confere personalidade ao ambiente.

Arquitetos: Camila Mariana e Marcos Rolim | Haifatto Arquitetura e Interiores Mostra de decoração: Loja Maison 263 Revenda: Habitus Decoração Fotos: Gabriela Daltro


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Arquiteto: Marcelo Minuscoli Revenda: Vivian Carvalho Decoraçþes/Canoas Fotos: Eduardo Liotti


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EXUBERÂNCIA E REQUINTE COM VISTA PARA O GUAÍBA Porto Alegre/RS

Desenvolvido pelo arquiteto Marcelo Minuscoli, o apartamento de alto padrão, localizado no 15º pavimento de um empreendimento na capital do Rio Grande do Sul entrega conforto e requinte aos seus moradores. Com cerca de 270m2, o apartamento foi totalmente decorado adotando uma mistura entre os estilos contemporâneo e neoclássico. O living, com um exuberante pé-direito duplo e grandes vãos de janela, utiliza cortinas New Vision, na cor beige, peça que integra a coleção Darkness da Persol. A escolha busca garantir o controle total da quantidade de luz no ambiente. Esta preocupação técnica/funcional deveria sobretudo estar aliada ao melhor resultado estético possível. A cozinha do imóvel, por sua vez, conta com a Persiana Horizontal 50mm, desenvolvida em alumínio na cor preta. O produto deveria apenas acompanhar a janela, de forma a complementar a proposta do mobiliário, que apresenta um belíssimo metalizado em tons de marrom e preto.


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A ESSÊNCIA DE UM JOVEM DESBRAVADOR Brasília/DF

O dormitório representa a personalidade de seu residente, é um espaço de relaxamento e pertencimento. Nesta residência localizada em Brasília, Distrito Federal, a arquiteta Tatiana Glaibi criou um ambiente que privilegia o gosto de um jovem rapaz geólogo, apaixonado por músicas, viagens e esporte. O conceito industrial tinge as paredes, com papel de tijolinho e cimento queimado. Os objetos acrescentam um agradável jogo de texturas. Para a janela, foi escolhida a Persiana Horizontal 53mm de alumínio com acabamento fita. Além de envolver o espaço, criando uma atmosfera acolhedora, a peça na cor preta confere requinte e sofisticação para o dormitório.

Arquiteta: Tatiana Glaibi Revenda: Glaibi Home Fotos: Marcelo Calil


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FUNCIONALIDADE E CONTEMPORANEIDADE PARA JOVENS DESCOLADOS Caxias do Sul/RS

A edificação AK House, localizada em Caxias do Sul, foi projetada para um jovem casal com a necessidade de um lar funcional, eficiente e aconchegante. O projeto tem a assinatura de Max Maniel e Daniela Copetti, da Arquitetaria. A integração entre os ambientes para o convívio familiar era de extrema importância. A sala de estar, integrada com o jantar e a cozinha, formam um amplo espaço que, com grandes aberturas, favorece a entrada de luz natural, trazendo a paisagem externa para o interior.

A ligação da área social com a área íntima é feita através de uma escada de concreto aparente em balanço, com degraus soltos e guarda corpo de vidro, que destacam sua leveza. Acabamentos sofisticados em laca brilho, móveis de antiquário, uso de espelhos e revestimentos como papel de parede e placas de concreto prisma, tornam os ambientes requintados.


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A escolha dos arquitetos para a proteção das aberturas da área social foi a cortina Rolô Double Vision coleção Sun Shut, da Persol. Motorizadas, as cortinas aliam praticidade ao controle de luminosidade e visibilidade, e têm a função de blackout quando se faz necessário bloquear a luz natural para escurecer o ambiente.

Já para o home office, optou-se pela Persiana Horizontal de madeira 50mm. Aliando a praticidade do controle de luminosidade com a elegância e sofisticação da peça.

Arquitetos: Max Manoel e Daniela Copetti | Arquitetaria Fotos: Guilherme Jordani


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Imagens: Divulgação/Pantone e National Gallery - Prague

UM MUNDO DE ULTRASSENSAÇÕES O ano de 2018 ficará marcado pelo ultra violet e as três dimensões que dão mais vida aos projetos visuais.

Anualmente, as tendências mundiais do design se renovam, com inovações que mexem com os sentidos e as ideias de profissionais da área, seja no mercado gráfico, de produto ou interiores. O impacto destas novidades se reflete em peças e produtos desenvolvidos ao longo do ano, chegando, consequentemente, ao público-final. Desta forma, todos são influenciados pelas novidades. Estas tendências são apresentadas por grandes empresas, que analisam o estilo de vida na sociedade, comportamentos de pessoas, crescimento de mercado, ferramentas em ascensão e muito mais. Com base nestas informações e em pesquisas detalhadas, a conceituada plataforma alemã Mindsparkle Mag nos mostra que o futuro tem três dimensões ou mais. Além disso, o estúdio, que tem como principal característica compilar o melhor do design, apresentou o uso do lettering como outra característica marcante para o ano. O desenvolvimento das letras é reforçado por meio de projetos de arte manual que são digitalizados. As tendências


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já apareceram em grandes projetos, como, por exemplo, a nova identidade visual da Galeria Nacional de Praga, na República Checa. TÃO VIBRANTE E MARCANTE QUANTO PRAGA Inaugurada em 1976, a National Gallery – Prague conta com um rico acervo de obras de artistas europeus datadas de 1200 a 1930, com a maior coleção da República Checa. No final de 2017, a galeria anunciou que buscava reinventar-se, com uma nova identidade visual. Com o edital aberto, o Studio Najbrt, localizado na própria cidade, foi o escolhido para desenvolver o projeto. A nova identidade, segundo a própria National Gallery, precisaria ser tão vibrante e expressiva quanto a instituição e as obras que ela mantém. A marca busca apresentar a contemporaneidade para atrair ainda mais visitantes. Seguindo o conceito apresentado e, adaptando as tendências mundiais, o Studio Najbrt criou uma identidade visual marcante, onde o logo contém as três consoantes que abreviam o nome da galeria. Segundo os criadores, “O logotipo define o contexto para diferentes tipos de conteúdo (imagem, texto, vídeo) dentro das três letras da abreviação da National Gallery em Praga, criando uma marca memorável e variável. A cor e o estilo visual permanecem tão abertos e vibrantes quanto possível, assim como as abordagens dos artistas que são apresentadas na instituição de galerias mais importante do país”.

CRIATIVIDADE, COMPLEXIDADE E IMAGINAÇÃO Ainda no início de 2018, o Instituto de Cores Pantone, consultoria que anuncia tendências mundiais de cores e presta aconselhamento sobre identidade de marcas e desenvolvimento de produtos em termos do uso de cores, envolvidos desde a aplicabilidade e a integração das cores dentro da estratégia empresarial, apresentou a “Cor do Ano”. Para a companhia, a fascinação do ser humano pelas cores segue crescendo e, após profundas reflexões, surgiu o Ultra Violet (Pantone 18-3838). A cor tem aplicações no design gráfico, na moda, beleza e home decor, entre outros. Segundo a empresa, o Ultra Violet representa a criatividade e imaginação, iluminando o que está por vir. “Complexa e contemplativa, Ultra Violet sugere os mistérios do Cosmos, a intriga daquilo que ainda está por vir e as descobertas que estão além do lugar onde nos encontramos agora”, apresenta a Pantone. O enigmático púrpura ganha espaço em roupas desenvolvidas por grandes marcas, torna-se papel de parede em ambientes de muita personalidade ou até mesmo em objetos de decoração que transformam as casas e escritórios. Vê-se ainda o uso do Ultra Violet para a iluminação, principalmente em espaços de meditação e relaxamento, criando uma aura de energias positivas e místicas. A cor representa uma impressionante auto-expressão, sempre como o centro das atenções. Uma cor única capaz de levar o ser humano às mais variadas direções.


36 FASHION

A REVOLUÇÃO DA MODA Com movimentos que apoiam a sustentabilidade, a reutilização e o artesanal, a moda segue se reinventando e leva à reflexão sobre a produção e o consumo.

Fotos: Alastair Strong

O comportamento humano segue em constante mudança, de acordo com suas necessidades e percepções. Por isso, torna-se visível, também, a modificação do estilo de vida em sociedade. Este movimento cria novas tendências e influencia os mercados. No mundo da moda, percebe-se que um novo ciclo ganha força, com o apoio ao Fashion Revolution, os processos desacelerados e artesanais de fabricação e a sustentabilidade. Contudo, não se trata apenas de um segmento de vendas. Estes processos definem as marcas, que são desenvolvidas e administradas por pessoas que acreditam


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num estilo de vida menos prejudicial ao planeta e, consequentemente, favorável para a sociedade. Muitas das marcas apoiam o Fashion Revolution, criado por um conselho global de líderes da indústria da moda sustentável que se uniram depois do desabamento do edifício Rana Plaza em Bangladesh, no dia 24 de abril de 2013, deixando 1.133 mortos e 2.500 feridos. O movimento

busca incentivar a reflexão sobre o custo da moda, além de conscientizar a população sobre o impacto que ela exerce em todas as fases do processo de produção e consumo, mostrando ao mundo que a mudança é possível através de um futuro mais sustentável e transparente. A coordenadora de comunicação do movimento no Brasil, Marina de Luca, explica que “A ideia é respeitar o tempo de cada etapa da produção, desde a pesquisa e criação, impedindo que estilistas tenham que criar 10 a 30 modelos de roupa por dia, sem poder pensar com o devido tempo em qual a necessidade de criar o produto, e quais as melhores soluções de design para a vida do produto. Até o processo de venda e renovação de coleção que deve ser mais calma”. O objetivo é fazer a população se perguntar: de onde vêm as roupas que eu utilizo? Quem faz as minhas roupas? Assim, desperta-se a consciência para tudo que está por trás da moda. Afinal, o consumidor pode refletir sobre a remuneração e as condições de trabalho de quem produziu a peça, o desperdício ou não de materiais da empresa, o quão prejudicial o processo de produção é ao meio ambiente, entre outras. Para Marina, “Ao conscientizar as pessoas, acreditamos estar fazendo uma transformação cultural, de comportamento de consumo. E o consumidor tem potencial de transformar o mundo”.


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O PROCESSO DE REFLEXÃO POR TRÁS DA COMPRA Cada vez mais pessoas criam roupas e acessórios pensando em reutilizar, apoiando o Upcycling. A ideia é simples: pegar algo antigo, sem valor, que provavelmente seria jogado no lixo e, ao invés disso, transformar em algo novo e cheio de vida. Muitos podem acreditar que isso já existia, por meio da reciclagem. Porém, a diferença crucial é o fato do Upcycling não utilizar transformadores químicos e físicos de reciclagem. O movimento dá ressignificação, sem precisar alterar as características fundamentais do material. Assim, o conceito ganha cada vez mais espaço e tornou-se tendência mundial. Segundo Eloísa Artuso, coordenadora educacional do Fashion Revolution, “Você pode transformar roupas e acessórios que não usa mais em itens usáveis novamente, desmontando e costurando de novo, às vezes juntando com outras peças ou tecidos e criando novos modelos”. O Upcycling chama a atenção do público ao colaborar para um mundo mais sustentável. Com ele, é possível evitar o desperdício de materiais. Assim, há uma menor criação de lixo e da poluição com a emissão de gases causados pela reciclagem. Preserva-se ainda o meio ambiente com a diminuição da exploração de matéria-prima, proveniente de recursos naturais. Porém, Artuso alerta para o fato do Upcycling não resolver o principal problema do mundo da moda: o consumismo. “O ideal seria que não precisássemos de Upcycling, pois não compraríamos tanto e nem teríamos tanto descarte de roupas e objetos”, afirma. Por isso, ficam as dicas antes de consumir: - Preciso mesmo desse item? - Posso pegar emprestado de alguém? - Caso precise mesmo comprar, pode ser em um brechó? Ou de segunda mão? - Caso não encontre em brechós, posso comprar de uma marca com princípios que acredito? Um produtor local, que use matéria-prima consciente, pague bem sua cadeia e gere impacto social na minha comunidade?

Foto: Italo Rocco


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Fotos: Alice Oliveira

UM COLETIVO QUE VOA POR ALTERNATIVAS Se alterar as formas de consumo é essencial, um grupo de jovens que se divide entre Porto Alegre e São Paulo tenta fazer a sua parte para colaborar com o planeta. Assim, surgiu o coletivo Revoada, fundado por Itiana Pasetti e Adriana Tubino, mas com uma rede de “vuelistas” que colaboram com o projeto. O Revoada trabalha a partir de três vertentes, sendo o Projeto Ação-Reinvenção, com consultoria empresarial, o desenvolvimento de peças corporativas e, por meio de lotes especiais, a venda de produtos para o público-final. O diferencial está nos materiais e conceitos abordados: os produtos são criados a partir da reutilização de câmaras de pneus e

nylon de guarda-chuvas. Segundo Itiana, o projeto surgiu “A partir de um desejo de ter uma empresa mais coerente com o universo”. E, para ela e sua sócia, este conceito sempre esteve ligado à necessidade de reduzir a geração de lixo. Junto de sua equipe, elas superaram os maiores desafios. Após um “Longo processo de pesquisa e desenvolvimento em laboratório”, foi definida a fabricação dos produtos, entre eles, bolsas, carteiras e mochilas. Além disso, Itiana comenta que foi necessária “Uma mudança na quebra de paradigmas”, para que os catadores de lixo soubessem da sua importância como fornecedores de matéria-prima. Atualmente, o Revoada recebe o material de cinco unidades de triagem de Porto Alegre e, conforme explica a fundadora, este

processo funciona graças à ajuda dos catadores e, também, pelo fato da cidade ter 100% de suas ruas atendidas em coleta seletiva. Os produtos criados a partir das câmaras e guarda-chuvas são atemporais e contam com detalhes únicos, pois valorizam as marcas deixadas anteriormente. O intuitivo processo de criação acontece a partir da necessidade de novos produtos. “A indústria da moda é a segunda maior geradora de resíduos do mundo, por isso, nosso produto prolonga a vida útil dos materiais”, comenta Itiana. Além disso, os jovens conscientizam seus compradores para que retornem o produto, assim, o mesmo é co-processado e transformado em novos materiais. A equipe do Revoada pretende voar ainda mais longe, para colaborar com o design vital e um mundo sustentável.


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NOVAS PERCEPÇÕES SOBRE ANTIGOS MATERIAIS O Upcycling oportuniza a transformação da matéria-prima, evitando a geração excessiva de lixo com a criação de novidades.

A complexidade dos materiais vai muito além do que se pode visualizar superficialmente. Em diversos casos, muitos são os processos envolvidos para a transformação de um bem natural em matéria-prima e deste em um produto. Os procedimentos podem envolver agentes químicos, pesquisas, testes e muito mais. Desta maneira, os ciclos acabam por tornar-se extremamente nocivos ao meio ambiente. Assim, o reaproveitamento é uma das pequenas soluções que podem colaborar para um futuro melhor. Seguindo esta linha de pensamento, a designer paulistana Carolina Elize Puppe, 23 anos, desenvolveu a If Else. A marca de bijouterias tem peças criadas com materiais que seriam descartados, como MDF, canos e hastes de metal. “Quando esses materiais não são suficientes na composição da peça, me concentro na utilização de materiais biodegradáveis (como um plástico que estou desenvolvendo), reciclados e recicláveis”, explica. A designer ressalta a importância da reutilização, para que os materiais sejam aproveitados em todo


FASHION

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Fotos: Carolina Puppe

o seu potencial: “Às vezes temos uma noção equivocada da finalidade específica de um material, que na verdade é uma noção apenas cultural”. Inspirada em comportamentos, pessoas, manifestações artísticas e novas tecnologias, Carolina desenvolve as bijouterias artesanalmente. Para ela, “O trabalho manual é a ferramenta mais imediatamente acessível que temos, por isso, acredito que é muito democrática. Além de permitir resgatar e compartilhar processos que nos são ensinados por outras pessoas, gerando uma valorização dessa troca”. Com a marca, busca compartilhar a importância da reflexão sobre o consumo desenfreado e tenta compreender como o ser humano interage com o próprio corpo, além do viés estético. A If Else leva adiante o movimento do Upcycling no mundo da moda e do design. Segundo Carolina, a preocupação com o meio ambiente deveria estar presente em todas as áreas da sociedade: “No design especificamente, é incoerente tentar fazer design desligado do ambiente e do tempo em que se vive. Portanto, buscar um equilíbrio entre o que é criado e seu ciclo de jornada com o meio ambiente, é fundamental”. Pensando no planeta, a Persol Persianas também acredita na importância da reutilização e no conceito

de transformar o resíduo em um produto belo e novo. Desta forma, passou a utilizar retalhos de persianas para a produção de bolsas, sacolas e nécessaires. As bolsas surgiram no primeiro momento na unidade de Caxias do Sul, mas logo se tornaram um must have dentro empresa. Em Caxias do Sul também surgiu a ideia de transformar as sobras de tecido em jogos americanos. Os tecidos, na sua grande maioria laváveis, são perfeitos para a produção deste tipo de material. Contudo, a ideia de reaproveitar as sobras de tecidos de persianas teve maior proporção na unidade da Persol na Bahia. Com inspiração nas bolsas vistas em Caxias, buscou-se um fornecedor parceiro para desenvolver uma gama maior de opções: foram criadas nécessaires, estojos, bolsas de praia, lancheiras, entre outros. De acordo com a gerente administrativa da unidade, Silvana Lafo, “O fundamental desse projeto é não descartar um material que pode ser reaproveitado, que se torna um brinde lindo e de qualidade feito com a nossa matéria-prima”. Estes brindes são entregues pela empresa em eventos realizados com o público externo e em ações de endomarketing. O reaproveitamento se espalha no Brasil, de Norte a Sul, colaborando para que o futuro do meio ambiente seja mais colorido e repleto de vida.


42 DESCOBERTAS

DA ALEMANHA PARA O MUNDO Realizada a cada três anos, em Stuttgart, na Alemanha, a Feira R+T apresentou as novidades mais promissoras para o mercado de persianas, portões e sistemas de proteção solar.

Os grandes players mundiais reúnem-se em eventos renomados pra debater o futuro dos mercados. Para o setor de persianas, portas/ portões e proteção solar, estas conversas têm local e data agendados: de três em três anos, em Stuttgart, na Alemanha. A R+T consolidou-se como o maior evento do setor, apresentando tendências que chegam a todos os continentes. A feira é uma plataforma perfeita para geração de negócios, networking e relacionamento. Desta vez, as tendências focaram na tecnologia e na segurança, além de soluções em energia. O debate principal avaliava quais técnicas funcionariam melhor para diminuição do consumo de energia elétrica em residências e

corporações. Isso porque enquanto o isolamento apropriado pode previr o calor de escapar do ambiente interno, áreas transparentes com grandes partes em vidro possibilitam a entrada de luz natural de forma mais eficiente. As áreas de tecnologias, por sua vez, apontam para um futuro funcional e prático. Nos estandes da R+T, destacavam-se persianas e portas com acionamento por controle ou peças automáticas. A automatização das persianas apresenta ainda novidades para que as peças tornem-se cada vez mais itens de decoração, com bandôs coloridos e em formatos especiais. A proteção solar também desponta no mercado, com a produção crescente de persianas desenvolvidas

em tecidos de poliéster translúcidos preparados para aliviar os raios UVA e UVB. Os tecidos Screen ganham espaço, pois outra tendência que segue nos caminhos da sociedade consciente é a diminuição do uso de plástico como matéria-prima em persianas. Alguns países europeus chegaram a proibir o uso de 100% PVC em persianas, substituindo-o por materiais menos nocivos à natureza. Os tecidos da linha Screen, por sua vez, são produzidos em poliéster, utilizando menos PVC. Percebe-se que as tendências em persianas, cortinas e proteção solar caminham paralelamente ao pensamento contemporâneo, onde se busca uma vida com bem-estar, conforto e sustentabilidade.


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DE OLHO NAS TENDÊNCIAS A Persol Persianas marcou presença na R+T realizada em Stuttgart, na Alemanha. O sócio-diretor da empresa, Rudinei Santos, visitou o evento e conta quais as principais novidades apresentadas. Persol: Quais as principais tendências da feira e como elas podem ser aplicadas nas persianas e cortinas? RS: Tecidos com conceito sustentável, possibilitando a redução do consumo de energia, tecidos técnicos para proteção solar, acústica e térmica são a aposta. Outra tendência são os tecidos ecológicos, livres de PVC, como o Ecoscreen, usado nas cortinas Rolô, Romanas e Painel. A automação de cortinas, persianas e toldos é um produto em crescimento no mercado, com preços mais acessíveis e muitas novidades técnicas.

Persol: Quais as tendências de cores que aparecem com mais força na R+T Stuttgart? RS: Tecidos com apelo ecológico livres de PVC, telas solares produzidas 100% em Poliéster em tons claros e suaves, principalmente branco e cinza. Algumas estampas leves, porém a tendência em persianas e cortinas são tecidos planos. Persol: O que você espera para o mercado das persianas nestes próximos três anos? RS: A forte concorrência no setor está ocasionando uma redução de preço para o consumidor final, em produtos como a Rolô e as Persianas Horizontais 50mm em madeira, alumínio e PVC. Com isto, as empresas do setor precisam reorganizar custos e métodos de produção para se adequar a esta nova realidade. Fotos: Divulgação/R+T Stuttargt


44 GOURMET

OS SABORES DO FUTURO Apesar de aprovar delícias gastronômicas tipicamente regionais, o brasileiro também é adepto às tendências que muitas vezes vêm de longe. O prato do brasileiro expressa claramente a personalidade do povo. Cada região apresenta receitas típicas, com muitas cores e sabores. Enquanto muitos temperos estão em terras brasileiras desde antes da chegada dos portugueses, outros vieram na bagagem de imigrantes de todas as partes do mundo com o passar dos anos. Assim, o Brasil possui uma gastronomia rica e diversificada que encanta a população. E esta troca de sabores, temperos e receitas segue até hoje. Pode-se dizer que com a globalização, o compartilhamento da gastronomia segue em ascensão. Desta forma, ela permanece se reinventando a cada ano. Algumas empresas preparam relatórios anuais, com indícios do que estará no prato e na geladeira das pessoas no futuro. Por isso, para descobrir o futuro da gastronomia brasileira, é preciso olhar para longe. As companhias americanas Baum+Whiteman e a Associação Nacional de Restaurantes dos Estados Unidos realizam pesquisas e apontam o que está em alta no momento, avaliando tendências macro e, também, específicas dentro do mercado. Nas macrotendências culinárias, o “plant-based”, ou seja, um novo orgânico, ganha mais espaço. Principalmente entre os jovens que integram as gerações X e Y, os millenials, percebe-se uma diminuição no consumo de carne. Além disso, as refeições com base em vegetais ganham espaço nas prateleiras dos supermercados. Estima-se que esta tendência chegará aos restaurantes com mais força entre 2018 e 2019, com um crescimento de no mínimo 10% na procura por alimentos veganos, segundo a Baum+Whiteman. Nos cardápios, a empresa acredita que surgirão opções de sorvetes, pizzas e hambúrgueres veganos, além de pratos passíveis de “personalização” com a substituição da carne por outros ingredientes.


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Fotos: Banco de Imagem

Esta tendência vai ao encontro de outro comportamento que aparece no estilo de vida moderno: a apreciação de produtos regionais. Segundo a Associação Nacional de Restaurantes dos Estados Unidos, os temperos caseiros e a compra de frutas, vegetais, frutos do mar e carnes, em geral com produção local têm sido cada vez mais valorizados pelos consumidores. Mais do que o apoio à comunidade, isso demonstra que o consumidor importa-se com a ética animal e vegetal. Os critérios tornam-se essenciais na hora de escolher o alimento, com uma produção consciente que evita o desperdício, faz um menor uso de agrotóxicos e privilegia a criação correta dos animais. As companhias apresentam pesquisas que também colocam o consumo sem desperdício como uma macrotendência, com aproveitamento total de vegetais e frutas. Quanto às cozinhas, a culinária filipina e a peruana aparecem no topo das listas para o futuro. O fortalecimento das típicas comidas de rua indianas também mostra-se presente, porém, fugindo do tradicional curry. Na culinária filipina, os sabores mais proeminentes são os ácidos, com receitas que utilizam vinagres e sucos cítricos. Enquanto a cozinha peruana mostra uma fusão das antigas tradições do Peru com a cozinha espanhola, trazida por imigrantes ao país. Assim, pratos com uma ampla variedade de frutos

do mar, batata e milho são opções nos cardápios, além do conhecido ceviche peruano. Percebe-se que a culinária está sempre pronta para se reiventar, adicionando novos ingredientes ao seu amplo cardápio. Nota-se ainda, que mais do que comida, a gastronomia é extremamente ligada ao estilo de vida. Confira algumas das microtendências culinárias que ganham espaço nas cozinhas: 1. Novos cortes de carne; 2. Condimentos artesanais; 3. Frutos do mar sustentáveis; 4. Thai-roll, sorvete em rolos tailandês; 5. Donuts com recheios alternativos; 6. Bubble Waffle; 7. Coquetéis culinários; 8. Torrada de avocado; 9. Vegetais substituindo carboidratos; 10. Refeições étnicas para crianças.


46 GOURMET

INGREDIENTES DO BRASIL Em um país com mais de oito milhões de quilômetros quadrados de extensão, os sabores do Brasil são compartilhados, como mostra o chef gaúcho Vicente Perini.

A gastronomia brasileira já atingiu o patamar mundial, com chefes renomados e restaurantes que receberam estrelas Michelin, uma das mais importantes classificações do mercado. Com toda a sua diversidade, a culinária brasileira possibilita a criação de uma infinidade de sabores. Segundo o chef caxiense Vicente Perini, a gastronomia brasileira ganha espaço graças às suas particularidades e sabores. Além disso, desponta no segmento a tendência mundial da “slow food” e o uso de ingredientes regionais no preparo dos pratos. Apesar das influências das cozinhas mediterrânea e italiana, o chef busca cada vez mais se aproximar dos produtores locais. “Gosto muito da Feira do Agricultor, onde consigo um produto que sei de onde está vindo”, afirma. Além disso, reforça a preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade. Ele ainda acredita que a culinária brasileira ganha cada vez mais espaço. “A diferenciação da comida está no seu produto original”, comenta ao citar exemplos como as pimentas e peixes de água doce do norte do país e o charque gaúcho. Para ele, a gastronomia do Brasil pode crescer muito e atingir um patamar ainda mais alto. Dica do chef: A origem do escondidinho ainda gera debates, enquanto alguns acreditam que o prato surgiu em Portugal, muito se fala em um desenvolvimento nordestino. A versão com carne de sol e aipim alia ingredientes populares em diversas regiões do Brasil. Uma opção saborosa para a hora do almoço.


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Fotos: Leandra Romani

INGREDIENTES:

MODO DE PREPARO:

Para a carne: 1 kg de carne de sol; 05 tomates sem sementes picados; 02 cebolas picadas; 50 ml de azeite de oliva; Sal a gosto.

Para a carne de sol: Deixe a carne de sol de molho um dia antes para dessalgar, troque a água e cozinhe na panela de pressão por 30 minutos, deixe esfriar um pouco e desfie a carne. Refogue a cebola com 50ml de azeite de oliva, quando a cebola murchar, junte a carne de sol e os tomates. Refogue por uns 15 minutos e reserve.

Para o purê de aipim: 1 ½ kg de aipim; 50g de manteiga; 01 creme de leite; 300g de queijo mussarela fatiado; Noz moscada, pimenta e sal a gosto. 150g de queijo parmesão ralado para polvilhar RENDE 6 PORÇÕES

Para o purê de aipim: Cozinhe o aipim na panela de pressão por 30 minutos ou até ficar macio. Passe o aipim por um espremedor (de batata) até obter um purê ou no mixer, junte a manteiga, o creme de leite, a noz moscada, o sal e a pimenta a gosto e reserve. MONTAGEM DO ESCONDIDINHO Num refratário grande coloque a carne de sol, a seguir cubra com queijo mussarela e o purê de aipim. Polvilhe o parmesão sob o purê e coloque no forno pré-aquecido a 180 graus, cozinhe por 15 minutos ou até dourar. Sirva com uma boa salada de folhas.


48 GOURMET

A ARTE DE COMER BEM Em meio à crescente onda fitness que ganha espaço nas redes sociais, a empreendedora Laura Bier mostra que é possível aproveitar delícias gastronômicas sem culpa.

Pizza, hambúrguer, sorvete e torta de chocolate, mas também, equilíbrio, bem-estar e compensação são palavras que ocupam os dois lados da balança, segundo a empreendedora e food hunter Laura Bier, criadora da plataforma digital Roubadinhas. Com mais de 65 mil seguidores no perfil do Instagram, a jovem gaúcha apresenta um estilo de vida saudável, mas que não deixa de lado as delícias gastronômicas. Com isso, busca influenciar positivamente as pessoas que a seguem, demonstrando que é possível aproveitar os prazeres da culinária sem excessos. O “Roubadinhas” é o espaço encontrado por Laura para compartilhar suas indicações gastronômicas, lugares pelos quais “vale a pena sair da dieta”. No perfil, ela declara sua paixão pela comida em toda a sua diversidade, no doce ou salgado, japonesa ou italiana. “Sou de comer e repetir”, comenta. A ideia do perfil surgiu despretensiosamente, após a percepção dela e de seus amigos de que postava muitas fotos de alimentos em sua página pessoal. Já o termo “Roubadinhas” veio de uma brincadeira: “Um termo criado entre a família e os amigos, pois eu era sempre aquela que precisava de alguma coisa extra, que desvirtuava a dieta”, menciona a jovem. O projeto, segundo Laura, “Traduz muito a minha vida, além de me dar prazer por fazer algo no que acredito”.

Apesar de aproveitar tudo o que gastronomia tem a oferecer, a empreendedora acredita também na “lei da compensação” e explica que sempre tenta buscar o equilíbrio, ou seja, se exagerou no doce em um dia, no outro faz mais exercícios. O amor pelos exercícios também é uma constante em sua vida, pois desde cedo ela se dedicou aos esportes e, por um longo período, foi tenista. Para as dicas do Roubadinhas, Laura sempre experimenta tudo; as indicações não são patrocinadas. Ela explica que preza pela qualidade e o sabor, sem restrições quanto ao tipo de cozinha. Muitas vezes, os lugares sugeridos são descobertos a partir de indicações de amigos e conhecidos. Porém, como food hunter, Laura jamais deixa de fazer sua própria pesquisa, seja numa simples caminhada pelas ruas da cidade ou com o propósito de compartilhar um jantar delicioso. Instagram: @roubadinhas Website: http://roubadinhas.com/

Fotos: Andreia Graiz

Youtube: /roubadinhas


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CADA COISA EM SEU LUGAR Para um ambiente harmonioso e uma vida mais leve, manter os espaços organizados é essencial. Esta é a função da personal organizer Carol Rosa, que busca facilitar a rotina de seus clientes.

A rotina diária pode ser exaustiva, principalmente nas grandes cidades. A vida nas metrópoles não permite a perda de tempo e exige agilidade e praticidade para a realização de tarefas. Esta corrida para cumprir prazos, horários e atingir objetivos interfere diretamente no dia a dia das pessoas, seja em ambientes corporativos ou residenciais. Para tornar a vida mais simples e organizada, a contratação de um personal organizer aparece como opção. No mercado há mais de cinco anos e filiada à National Association of Productivity and Organizing Professionals (NAPO), a profissional Carol Rosa ocupa-se de organizar ambientes e, assim, transforma a vida de seus clientes. Para ela, “O maior desafio é entender a rotina do cliente de forma rápida e clara para realizar uma organização que seja perfeitamente personalizada, pois cada cliente, casa e família, exigem um trabalho diferente, mas sempre com a mesma essência de profissionalismo”. Carol entrou no mercado após uma reforma que sua mãe estava realizando em seu apartamento, no ano de 2011. Naquele momento, surgiu o interesse e a percepção de um nicho de mercado em crescimento. A partir de então, ela passou a pesquisar sobre o assunto e participar de cursos na cidade de São Paulo.


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Fotos: Acervo Pessoal/Carol Rosa

“Como sempre, o início foi de muita pesquisa, de busca diária de parcerias e trabalhos voluntários e de muita, mas muita, dedicação nos treinamentos, onde semanalmente fazia e refazia toda organização de casa, como organizar de formas diferentes, realizar dobras fáceis e com otimização de espaço no intuito de facilitar a rotina com um toque de estética visual”, explica. Normalmente procurada por famílias que buscam a organização completa de suas residências, a profissional trabalha a partir da personalização, atendendo cada cliente de forma única. O ponto de partida acontece com uma visita prévia ao espaço que será organizado, para compreender as necessidades do cliente. “O intuito é deixarmos os ambientes mais leves, em harmonia”, afirma Carol. A personal organizer, que já atendeu celebridades como Deborah Secco, atua ainda em nichos específicos. Comanda a organização de mudanças, closets, espaços para home office e arquivamento de documentos. Aplica suas técnicas também para baby organizer, onde deixa tudo pronto para a chegada do bebê ao seu novo quarto. Segundo ela, sempre são pensados em detalhes que resultam em espaços funcionais sem a perda da estética. Além disso, Carol realiza assessoria em compras, concede treinamentos para empregadas domésticas e oferece consultoria para empresas. Mais do que a organização do ambiente, o serviço resulta em qualidade de vida, gestão de tempo e muito mais conforto no dia a dia.

Confira as dicas da profissional para manter um espaço organizado: 1. Comece descartando tudo aquilo que não for realmente necessário. Separe as peças que devem ir para o lixo e aquelas que podem ser doadas.

Isso vale para roupas, calçados, móveis, objetos, livros e muito mais. Esta dica é compartilhada por outra famosa organizadora, a japonesa Marie Kondo. Segundo as técnicas da “Mágica da Arrumação Japonesa”, tudo que for dispensável deve ser descartado de uma só vez. 2. Utilize acessórios para ajudar na organização. Cabides personalizados, gavetas com divisórias, caixas e até mesmo etiquetas. Tudo isso facilita na organização e visualização, para que seja possível identificar mais rapidamente onde se encontram os itens. 3. O que for menos utilizado pode se manter no lugar mais alto, enquanto o que for essencial no dia a dia deve se manter ao nível dos olhos. Assim, a praticidade na rotina é garantida.


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A TENDÊNCIA É CUIDAR DA PELE Por Dóris Milman Shansis - Dermatologista O sol pode ser seu melhor amigo com os cuidados certos. O ideal é proteger a pele dos raios solares, evitando problemas de saúde como queimaduras, envelhecimento precoce e câncer de pele.

Foto: Gabriela Demore Projeto: Paulinho Peres Group

O sol possui muitos efeitos benéficos, como a síntese de vitamina D e a melhora do humor, entre outros. No entanto, são bem conhecidos seus efeitos maléficos como as queimaduras solares, o fotoenvelhecimento, as doenças da pele induzidas pelo sol e o câncer da pele. O espectro da radiação solar é composto por 3 tipos principais de radiação: a radiação ultravioleta (R-UV), a luz visível e o infravermelho. Embora a R-UV corresponda a apenas 10% do espectro solar, seus efeitos fotobiológicos são significativos.


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Dentre os fatores ambientais que influenciam na R-UV estão a camada de ozônio, a altitude, a hora do dia e estação do ano, a densidade das nuvens e a reflexão das superfícies. A R-UV é refletida de maneiras diferentes, de acordo com a superfície na qual ela incide. A neve reflete até 90% da radiação, a areia 2% a 12%, o concreto claro 10% a 20% e a grama 1% a 4%. A fotoproteção é o conjunto de medidas adotadas para reduzir a exposição solar e, desta forma, prevenir os danos agudos e crônicos decorrentes do sol. As medidas fotoprotetoras incluem além do uso de protetores solares, a proteção através de coberturas e vidros, bem como o uso de roupas e acessórios. Sabe-se que o vidro bloqueia totalmente a radiação ultravioleta B (UVB), porém pode transmitir até 72% da radiação UVA e 90% da luz visível.

DESTA FORMA SÃO RECOMENDADAS AS SEGUINTES MEDIDAS: 1. Não se expor ao sol entre às 10h e 15h; 2. Usar roupas, chapéus ou bonés para a proteção solar; 3. Usar óculos de sol para a proteção; 4. Procurar sombras naturais (árvores) ou artificiais (coberturas/guarda-sóis); 5. Utilizar fotoprotetores com fator de proteção solar (FPS) mínimo de 30; 6. Reaplicar o protetor solar a cada 2h, se estiver em exposição solar mais intensa; 7. Não expor crianças ao sol antes dos 6 meses de idade.

Fotos: Banco de Imagem


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Cavalinho Gioco

O MOBILIÁRIO COMO FORMA DE ARTE No mundo do design, é preciso desenvolver um trabalho inovador e criativo para se destacar. Zanini de Zanine Caldas busca aliar funcionalidade e estética para criar formas irreverentes.

Inspirado no mundo da arte e na cidade maravilhosa, o premiado designer Zanini de Zanine Caldas desenvolve peças ecléticas que contam histórias. O designer, que leva a arte no sangue, apresenta peças ousadas e versáteis, seja no mobiliário produzido para o estúdio ou nas parcerias com marcas mundialmente reconhecidas. Persol: Pode-se dizer que a tua trajetória no mundo da arquitetura e do design começou logo cedo, no ambiente familiar. De que forma isso te influenciou? Z: Eu sempre tive contato com a área e acabei absorvendo muita informação de forma lúdica na infância, por ver maquetes, móveis e casas nascendo. Meu pai me explicava muito sobre o plano piloto, projeto urbanístico, quando ele participava da construção de Brasília e minha mãe me passou muitos conhecimentos em termos de cultura. Tive sorte porque o ciclo de amizades deles era de grandes artistas, de todas as áreas, de arquitetos e designers. Com isso, passei a ter muitas referências em termos de estética, arquitetura e mobiliário.


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Persol: Quando você percebeu que o caminho a ser trilhado era o design e, por que o de produtos? Z: Eu só percebi mesmo lá pelos 16 anos que todo esse universo poderia se transformar em uma profissão. Com 20 anos fiz Desenho Industrial e foi durante a faculdade meus primeiros ensaios na área. Persol: Qual o significado de ter realizado o teu primeiro estágio junto de um dos mestres do design brasileiro, Sérgio Rodrigues? Z: Quando meu pai faleceu comecei a trabalhar com o Sérgio. Ele foi um guia e continua sendo. Aprendi muito com ele e tive a sorte de me tornar também um amigo.

Poltrona Trez

Persol: De onde vem a inspiração para desenvolver as peças autorais? Z: Tudo na área artística me alimenta, desde a música, o cinema, exposições, culturas de diferentes estados e países, além de coisas do meu cotidiano. O Rio de Janeiro é uma grande fonte pela informalidade, diversidade social e cultural e grande volume de informação.


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Persol: Muito do mobiliário desenvolvido faz o uso de madeira e metais, como é o processo de seleção de materiais para os produtos? Z: Durante o processo, desde o desenho até ver a peça pronta, ela passa por algumas mudanças. Às vezes, as peças surgem a partir de uma demanda específica, mas de modo geral primeiro vem a ideia e depois penso em como adaptar ao material e à ergonomia, por exemplo. Persol: De todas as peças e coleções que você desenvolveu até o momento, tem alguma da qual tu sinta mais orgulho? Z: Difícil dizer... Gosto muito do cavalinho Gioco, das poltronas Serfa, Trez e Skate.

Poltrona Skate


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Persol: O que você procura transmitir com os produtos do Studio Zanini? Z: O Studio é o espaço em que posso produzir peças de forma artesanal, limitadas ou únicas e que tenho o contato direto com os materiais, principalmente com a madeira. Persol: Como acontece a transição e o que se diferencia mais na hora de desenvolver peças para o Studio e para empresas? Z: Todas as peças são autorais, o que diferencia é o processo de desenvolvimento artesanal ou mais industrial. Geralmente as peças do atelier são de edições limitadas ou únicas, o que muitas vezes não acontece quando o trabalho é feito com uma empresa ou indústria. Persol: Além dos produtos, recentemente você assinou a decoração de apartamentos no Rio de Janeiro, como foi esse projeto? Z: O Studio Zanini assinou a concepção artística do Tríade, da Mozak, no Rio. Foi pensada a estética tanto de fachada, quanto dos modelos de decoração

Foto: André Nazareth

dos apartamentos, com a valorização do design assinado. Persol: Quais os próximos passos na tua carreira, o que podemos esperar do futuro do Studio Zanini? Z: Um dos projetos em andamento é um livro sobre a trajetória do meu pai, José Zanine Caldas, com o mobiliário. Também estou com um projeto com um Museu na Bahia e produzindo um livro sobre Assentos.

Imagens: Divulgação/Zanini de Zanine

Poltrona Serfa


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Linha Praga para Solarium

MUITO ALÉM DA SUPERFÍCIE A designer Renata Rubim, com conhecimento e criatividade, elabora superfícies e texturas para objetos e espaços, atendendo sempre aos anseios da sociedade. “Tudo o que existe tem uma superfície, uma “pele”. Portanto, assim como nós não podemos existir no corpo humano sem a nossa pele, os objetos, as coisas, têm uma capa, algo que envolve e que pode receber um tratamento, seja de cor, seja de textura, seja de desenho”. Assim, a profissional Renata Rubim explica de forma sucinta o design de superfícies. O ramo do design apresenta o tratamento de superfícies por meio de composições de cores e texturas.


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Sócia-diretora do escritório premiado e pioneiro em design de superfícies do Brasil, Renata Rubim atua no mercado há mais de 15 anos. Foi ela a responsável pela nomenclatura do segmento no país, ainda nos anos 80. “Já devo ter nascido designer porque desde pequena só pensava em desenhar tapetes e tecidos”, comenta a designer de superfícies. Apesar disso, ela ingressou na área específica após adulta, quando ganhou uma bolsa para estudar nos Estados Unidos: “Minha orientadora, ao me receber e analisar meu portfólio, na hora disse que eu iria frequentar o Surface Design Department. Foi a revelação”, comenta. Fascinada por cores e estampas, Rubim iniciou sua trajetória com um estágio em uma tecelagem em Gramado, Rio Grande do Sul, antes de mudar-se para São Paulo onde fez a graduação. Mais tarde, voltou à cidade e tornou-se sócia da tecelagem, onde foi responsável pela criação de tapetes e tecidos por mais de 10 anos. Agora, como diretora do escritório, desenvolve projetos para os mais diversos ni-

o meio ambiente e a economia. Além disso, deve apropriar-se das novas tecnologias que lhe forem acessíveis, para assim, facilitar o seu trabalho de criação. Com um pensamento aberto para explorar novos horizontes, segue em uma constante pesquisa para criar projetos em espaços que necessitem da sua atenção.

chos de mercado e, desta forma, segue adquirindo experiências distintas, que ampliam o seu conhecimento. “Mais do que nunca pude comprovar a máxima que mostra que o designer não é artista, ele é designer mesmo. Ele trabalha para atender o seu cliente de um lado, numa ponta, e ao consumidor na outra ponta. Ele é uma ponte entre os dois e, portanto, é alguém que traz soluções para ambos”, afirma Rubim. A profissional vê o designer como alguém que deve ser comprometido com a sociedade, Coleção Conceito Múltiplos para Espaço do Piso

Foto: André Bastian


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Inkiostro para Real Estúdio

Para desenvolver as superfícies, a designer aplica a metodologia: “Partindo de uma fonte de referência e uma profunda pesquisa sobre material, mercado e tendências o desenvolvimento transcorre suavemente”. Nos projetos em que está envolvida, preocupa-se ainda com o design ambientalmente correto, com o menor desperdício possível. Pensando na sustentabilidade, Rubim aponta o trabalho com materiais que não agridem o meio ambiente, além de buscar parcerias com empresas que também acreditem no ambientalmente correto. “Aqui posso dar como exemplo os meus pisos cimentícios que possibilitam a drenagem da água da chuva (Ellos, Permeare e Praga)”, avalia. Coleção Brasiliana - Modelo Tribal para Oca Brasil

Entusiasta da profissão, Rubim tem como principal objetivo levar conhecimento, bem-estar e progresso às pessoas por meio de seus projetos. “O conhecimento se dá através dos cursos, das palestras e da divulgação quase que diária. Bem-estar, quando possibilito ao maior número de pessoas a ter acesso a um resultado digno de design, seja por sua estética, seja por sua utilidade, seu conforto. Progresso, quando compartilho informação importante que eleva o nível intelectual, por exemplo”, afirma. O design vai muito além de níveis rasos, capaz de se aprofundar e transformar o dia a dia. Segundo Rubim, “Se tudo tem superfície e cor, então tudo que temos a fazer é aperfeiçoar o tato e afeiçoar o olhar sobre elas.”


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PROJETOS: Coleção Conceito Múltiplos - Desenvolvida para o Espaço do Piso, de Porto Alegre/RS, apresenta estampas de fotos geométricas em tons neutros e vivos. É composta por módulos que se compõem, se multiplicam e constroem, proporcionando pequenos tapetes que podem se ajustar a vários espaços e ambientes em tempos de alta mobilidade. Portanto, são múltiplos que se adaptam e se transformam de acordo com a necessidade de cada pessoa, de cada situação, trazendo conceitos contemporâneos de diversidade e modularidade a todos os espaços. Renata Rubim & Solarium - A parceria rende frutos positivos com o desenvolvimento de diversas linhas de superfícies de pisos para a Solarium. Dentre elas, destacam-se as Linhas Ellos, Permeare, Praga e Catavento, cada uma com suas características exclusivas. Enquanto a Linha Ellos apresenta um design assimétrico que cria diferentes padrões, dependendo da sua disposição, a Linha Praga tem inspirações no piso da cidade de Praga, na República Checa, por exemplo. Em comum, todos os pisos são sustentáveis, pois possibilitam a drenagem de água da chuva para reaproveitamento.

“O designer não é artista, ele é designer mesmo.”

Imagens: Divulgação/Renata Rubim

Coleção Brasiliana - Modelo Modernista para Oca Brasil


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A ESSÊNCIA DA BRASILIDADE EM FORMA E COR Com tramas que atam tradições e o folclore, o Brasil multicultural inspira o designer Sérgio Matos a criar peças de mobiliário e decoração que aliam funcionalidade e simbolismo.

“Mais que função, o Design tem o poder de abrigar história, memória e laços afetivos”. É a partir desta premissa que o designer Sérgio J. Matos desenha seus produtos, buscando criar peças de forte identidade. Cada peça traz originalidade e preza o artesanal, o calor humano e toda a diversidade do Brasil. O profissional desenvolve coleções para o seu premiado estúdio aliando o artesanato ao design, contando histórias por meio dos fios. Mato-grossense, fixou suas raízes em Campina Grande, na Paraíba quando trocou o curso de Publicidade e Propaganda que cursava na terra natal, por Desenho Industrial na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Desde então, trilha sua carreira de sucesso com inspirações em seu novo lar e em toda a cultura tipicamente brasileira, pois foi lá que descobriu “um mundo novo”. Matos relembra que cada pequena coisa era uma novidade para ele, que previamente não conhecia nada do Nordeste. E, ao descobrir os encantos da região, apaixonou-se: “Os materiais que encontrávamos; a cultura; as festas, tudo isso me atraiu muito”, comenta. Sua paixão pelo nordeste brasileiro foi aos poucos se transformando em peças ricas em detalhes, com cores vívidas, e repletas de valor cultural. A influência para

seguir por este caminho, de acordo com Matos, veio também das novas peças que eram produzidas na época pelos irmãos Campana e, pela percepção de que poucos designers brasileiros representavam a vasta cultura do país em seus trabalhos. O diferencial do estúdio e dos produtos de mobiliário e decoração conquista o mercado nacional e internacional. O próprio conceito de desenvolvimento das peças deixa claro que “A estética dos produtos contém narrativas garimpadas na paisagem, na cultura mestiça, no burburinho das feiras livres, nas celebrações populares, nos ritos sacros e profanos. O design preserva o traço identitário resistente ao tempo e materializado nas técnicas ancestrais de comunidades artesãs. A originalidade contrasta com o universo tecnológico e resgata o luxo artesanal”. Além da explosão de cores, típica do Nordeste, a criação dos produtos também é feita com matéria-prima regional. As amarras são produzidas com fibras naturais, o nylon e o algodão ganham forma aliados ao MDF e as estruturas de aço inox, entre outras. “A corda e as tramas viraram uma característica do meu trabalho”, explica Matos. Ele acrescenta que incialmente, o material era utilizado devido à proximidade do estúdio com uma


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“O fio da cultura é a matéria-prima essencial.”

Foto: Angela Moraes


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grande empresa de redes, localizada em Campina Grande/PB. Esta empresa fornecia algodão colorido, matéria-prima natural encontrada na Paraíba. “Hoje trabalhamos com corda náutica, uma corda para a área externa, mais resistente ainda”, comenta o profissional. Para tirar estas ideias do pensamento e transformá-las em peças funcionais, Sérgio J. Matos conta com a colaboração de uma equipe de artesãos amazonenses. COM O CARINHO DO ARTESÃO Segundo Matos, um dos maiores desafios encontrados pelos designers de produto é “Prototipar e encontrar mão-de-obra que possa fazer um móvel com qualidade”. Porém, este não é um problema presente em seu dia a dia. O profissional trabalha há alguns anos com artesãos de comunidades indígenas da Amazônia, que dão vida às suas peças.

Sofá Caçuá Imagens: Divulgação/ Sérgio J. Matos

A valorização da mão-de-obra regional também é um traço característico na trajetória do estúdio e do profissional. Com sensibilidade, além de acompanhar a produção do mobiliário e receber ideias dos artesãos, Matos realiza consultoria junto às comunidades, principalmente as localizadas às margens dos rios. A ideia é proporcionar a troca de experiências e conhecimento. As conversas elevam os processos de criação, que ganham mais profundidade e significação. “A fusão do design com o artesanato estabelece a fórmula que resguarda as referências de pertencimento, a imersão nos saberes e fazeres ancestrais e a valorização da matéria-prima do entorno”, menciona o profissional. Assim, o projeto de consultoria fortalece as relações para que esta fusão tenha um futuro ainda mais promissor. Atualmente, em parceria com o Sebrae, Matos realiza ações com comunidades que vivem às margens do

Rio São Francisco. Além disso, integrou o projeto Brasil Original Amazonas, que possibilitou o desenvolvimento das comunidades indígenas e ribeirinhas com a criação de coleções que valorizaram a produção local. Em cada gesto, peça e inspiração, os projetos de Matos exalam os aromas brasileiros, as texturas tão marcantes quanto à terra e as cores que dão um brilho especial às paisagens. PEÇAS DO DESIGNER: Balanço Bodocongó - A fervura gastronômica das festas juninas nordestinas, as memórias e laços afetivos das celebrações à mesa, o universo das feiras livres. Este tripé dá suporte à concepção da cadeira e balanço Bodocongó carregados de simbologias identitárias. A matéria-prima protagonista dos produtos são colheres de pau. As mesmas que mexem a canjica, o baião de dois e outros tantos pratos


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da culinária regional. O balanço faz parte do arquivo permanente do Museu da Casa Brasileira e desperta emoções que rondam a infância. Sofá Caçuá - O “caçuá” é um cesto grande e comprido – originalmente de vime ou cipó - sobreposto às cangalhas presas ao lombo dos animais de carga. Dele vem a inspiração para o sofá de mesmo nome, que destaca-se pela volumetria e entrelaçamento dos fios que projetam um desenho hipnótico. Para além do exotismo, o design das peças resgata a regionalidade que ainda resiste ao tempo nos infinitos caminhos rurais do Nordeste, os mesmos descritos nas paisagens dos romances do escritor Jorge Amado. Cadeira Cobra Coral - O exotismo ondula em contornos e cores. É a marca da cadeira Cobra Coral que toma assento no design ousado e provocativo. A estrutura de aço inoxidável curva-se ao efeito hipnótico do revestimento executado com corda naval nos tons da serpente. O coral, preto e branco alternam-se num balé sinuoso e deixam transparecer o cuidado de mãos habilidosas por trás do cingir artesanal.

Foto: Marcos Cimardi

Cadeira Cobra Coral


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O DESIGN COMO CONSTRUÇÃO DO PENSAMENTO Por meio de objetos que apresentam linhas contemporâneas, puramente com a essência dos produtos, o designer gaúcho Guilherme Wentz busca a transformação.

Foto: Lorena Dini

Subtração e originalidade são palavras que facilmente conceituam os produtos desenvolvidos para a marca autoral Wentz, do designer Guilherme Wentz em parceria com o empresário Rafael Gehrke. O criador explica que tenta “Subtrair o máximo de elementos do produto, para deixar somente a essência”. Contudo, a fala demonstra que o profissional busca transmitir muito mais do que um conceito simples em suas peças. Formado pela Universidade de Caxias do Sul, o designer iniciou a carreira no mundo gráfico, na indústria de objetos de luxo Riva. Após algum tempo na empresa, seguiu para o design de produto, desenvolvendo as peças de alto padrão. A afinidade e o talento aparecerem logo no primeiro projeto, onde em sua estreia, recebeu os prêmios IDEA Brasil, Brazil Design Award e o selo internacional iF Design Award. Mais tarde, mudou-se para a cidade de São Paulo, onde desenvolveu projetos para as renomadas Lumini, Decameron e Carbono. Atualmente, mantém a parceria com as duas últimas, para as quais desenvolve um projeto de consultoria como diretor de arte e estilo. E, além do trabalho com as marcas paulistanas, inaugurou o estúdio próprio em 2016.


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Imagens: Divulgação/WENTZ

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Vaso Pós-Tropical | Luminária Corda | Mesa Folha


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Com a marca autoral, Wentz desenvolve móveis e objetos de decoração, como mesas, cadeiras, luminárias e vasos. A produção é realizada com fornecedores da Serra Gaúcha, principalmente de sua cidade natal, Caxias do Sul. A matéria-prima que ganha destaque nas peças é o metal, pois segundo o profissional “Ele permite chegar na essência da forma, com espessuras mais finas”. O designer acrescenta que suas inspirações para o desenvolvimento dos produtos próprios vêm de experiências anteriores e de referências externas ao mercado. Ele é instigado pela cultura e recebe influências do mundo cinematográfico, da música, moda, escultura, entre outros. Ao criar as suas coleções, ele idealiza um público com uma história e vê a inserção dos objetos nos ambientes, “Como construir uma casa”. Acrescentar suas peças às residências é inseri-las no contexto.

Imagens: Divulgação/WENTZ

“Eu acredito que o design é a construção de um pensamento”, afirma Wentz. Para ele, as peças vão além dos traços e conversas sobre a possibilidade de produção e, assim, avalia que seu processo criativo conta com inúmeros esquemas de palavras. As significações dos objetos, de acordo com o designer, são capazes de transformar o dia a dia de seus usuários. Ele tenta ir além, descobrir “Que função o produto deve cumprir e quais significados carregar”. Desta forma, a relação entre o homem e o objeto é essencial na criação dos produtos simplistas de Wentz: “Se no modernismo, a forma seria a função, que outras funções podem existir além da [função] básica do produto? Assim entra a questão emocional”, comenta. Como exemplo, cita a interferência da luz das luminárias que incide sob o cliente. Sua direção, claridade e posição são capazes de ajudar na concentração, de transmitir calma ou conforto ou exatamente o oposto. Apesar de pensar nas significações, o designer tem a consciência que é impossível projetar completamente uma experiência: “Ela é sempre individual”. Suas visões para a marca autoral buscam ainda procurar na natureza formas e conceitos para um futuro melhor. Os produtos têm como intuito levar o cliente a sentir-se em um ambiente desconectado, que expresse sua personalidade. “A ideia é transmitir o sentimento de saída dos centros urbanos, ter a casa como um retiro”, explica.

Luminária Tombo | Mesa Folha de Centro


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Os conceitos do profissional seguem a tendência de um mercado cada vez mais mutável, onde a sociedade reflete sobre suas escolhas e transforma-se rapidamente. Agora, percebe-se a necessidade de mudança constante, de quebrar a rotina corrida. Os produtos de Wentz, seja desenvolvidos para companhias ou para a marca própria, exploram o lado mais delicado e as formas naturais, em sua essência. Luminária Corda - Desenhada a partir do seu cabo de energia. A fina estrutura de metal, que contorna a esfera de vidro, parece ser uma continuação do cabo e dá uma forma fluída e orgânica à peça. Vaso Pós-Tropical - Originalmente criado para o Clube de Colecionadores do MAM em 2014, o Vaso Pós-Tropical se tornou um ícone do trabalho de Guilherme. Por essa razão, a peça foi reeditada para a primeira coleção da marca WENTZ. A nova versão é feita em sucupira e cobre. UM - Simplicidade é uma característica marcante na luminária, inspirada na arte minimalista, UM resume-se à relação entre dois elementos geométricos básicos. Imponente e versátil.

Luminária UM Foto: Reinaldo Coser

Luminária Tombo - Criada para parecer casualmente caída sobre a mesa. O desenho limpo e luz suave permitem repetir o produto no ambiente para criar um efeito de luz velas. O difusor de vidro soprado passa por um processo de ácidos para um acabamento fosco e possui um LED integrado em seu interior.


70 MOVING EXPEDIENTE A Revista Moving é uma publicação da Persol Persianas. Rua Henrique Cantergiani, 101 Bairro Cinquentenário, Caxias do Sul – RS. CAPA Fotografia: Alesi Ditadi Produção: Zazo Produção Executiva Modelo: Isabella Corá PERSOL PERSIANAS Diretor Geral - Rudinei Santos Diretora Financeira - Mirta Grechi Coordenação de Marketing - Francieli Cristine Santos Assessoria de Comunicação - Trinta e Três Comunicação / Carolina Menti Agência de Comunicação - Interativacom www.interativacom.com

REDAÇÃO Comissão Editorial - Carolina Menti, Francieli Cristine Santos e Maíra Spricigo Moraes Jornalista responsável - Maíra Spricigo Moraes – MTE/RS 0019208 Redação e edição - Maíra Spricigo Moraes PROJETO GRÁFICO Direção de Arte - Michele Silocchi Diagramação - Michele Silocchi Produção Gráfica - Diego Bagatini COLABORAÇÃO Dóris Milman Shansis, Daniel Bueno, Mirta Grechi, Nicole Merib Adami IMPRESSÃO Editora São Miguel Av. Alexandre Rizzo, 534, Sala 1 - Desvio Rizzo, Caxias do Sul – RS www.editorasaomiguel.com.br TIRAGEM 2.000 unidades


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