IPO
Initial Public Offering
O que é um IPO? Basicamente, IPO é o processo para uma empresa entrar na Bolsa de Valores. A partir daí, os investidores podem comprar Ações e BDRs de uma companhia, assim como cotas de alguns tipos de fundos. A estreia de uma empresa na Bolsa de Valores é um evento que costuma chamar atenção de todo o mercado financeiro. Entre os investidores, desperta interesse e curiosidade para lucrar com a possível valorização das Ações, BDRs, ETFs ou cotas de Fundos Imobiliários. A chegada de novas empresas na Bolsa de Valores gera benefícios para a economia como um todo.
1
Porque fazer um IPO? Entrar na Bolsa significa que a empresa passa a ser uma companhia de capital aberto. Em outras palavras, os investidores podem comprar e vender as Ações da companhia a partir daí. Quem compra Ações se torna sócio da empresa, ou seu acionista. Realizar um IPO é um dos caminhos que uma empresa pode seguir para captar recursos financeiros para financiar expansões e novos projetos. Assim, também é possível atrair novos sócios e investidores, abrir um leque de novos caminhos e oportunidades que podem levar o negócio da companhia para outro patamar. Para as empresas, o IPO é um processo complexo e muitas vezes caro. Ele envolve uma mudança de mentalidade da gestão, que passará a ter de fornecer informações próprias para o mercado e a conviver com novos acionistas.
2
Porque fazer um IPO?
Acesso ao capital Emitir Ações é uma das maneiras que as empresas têm para levantar recursos. Para se tornarem acionistas de uma companhia, com isso, poderem participar dos seus resultados. Os investidores precisam comprar os papéis, entregando dinheiro em troca deles. Esses valores em geral financiam investimentos necessários para que a empresa invista em seus projetos. A vantagem é que diferentemente de um financiamento, Ações não têm vencimento, nem preveem um retorno específico. Com isso, a empresa fica livre de precisar ter os valores disponíveis, com certa rentabilidade, numa data definida. Além disso, dado o tamanho das operações e o prazo de retorno dos investimentos financiados por meio delas, o custo de emitir Ações pode ser bem menor do que o dos financiamentos bancários ou outros tipos de operações de crédito.
Liquidez Uma maneira para as empresas darem liquidez a seus empreendedores ou sócios, é uma possibilidade para que eles vendam suas ações a outros investidores do mercado, transformando papéis em dinheiro no bolso.
3
Porque fazer um IPO?
Imagem Euma empresa precisa adequar seus processos internos e elevar tremendamente o nível de transparência sobre suas operações e resultados. Isso tudo para que os investidores tenham acesso detalhado ao que acontece nela. Assim, possam decidir sobre manter seus recursos aplicados ou não. Isso normalmente tem dois resultados. O primeiro, um ganho de credibilidade, já que o mercado entende que uma companhia aberta apresenta um grau de governança corporativa mais elevado. O segundo, mais projeção e reconhecimento público, decorrentes da maior visibilidade na mídia e do acompanhamento recorrente por investidores e analistas. O IPO pode ajudar até mesmo a atrair novos talentos para o seu quadro de funcionários.
4
Opções e ofertas de IPO Existem os IPOs de títulos da renda fixa, como CRIs, CRAs e debêntures, e de fundos de investimento. A lógica é a mesma. É o primeiro momento em que aqueles títulos ou cotas ficam disponíveis para os investidores. Há duas opções de quando o IPO pode ser ofertado, no mercado Primário. Quando a empresa pretende aumentar sua base de acionistas por meio da emissão de novas ações, representando a venda de dessas ações emitidas pelas companhias no mercado. O dinheiro obtido nesse tipo de operação vai para o caixa das empresas, que aumentam seu capital social. Os recursos normalmente são usados para a expansão dos negócios, por meio de novos investimentos. A outra opção seria nas ofertas secundarias, quando a organização coloca à venda papéis de sócios que optaram por reduzir sua participação no negócio, basicamente uma venda de Ações que já existiam. As empresas, nesses casos, não realizam um aumento de capital. Os papéis normalmente pertencem a sócios que, por alguma razão, querem reduzir ou se desfazer de sua participação no negócio. Em vez de ir para o caixa da companhia, como acontece nas ofertas primárias, o dinheiro da operação vai para o bolso dos proprietários dos papéis vendidos.
5
Como ocorre a definição de preços?
A definição do preço de uma acontece basicamente em dois momentos. O primeiro é quando a empresa faz um IPO na Bolsa de Valores e o segundo é no dia a dia após a estreia na Bolsa, quando as ações passam a ser negociadas entre os investidores. Em um IPO, o investidor compra Ações diretamente da empresa, no chamado mercado primário. Já no mercado secundário, a compra e a venda das ações acontecem diretamente entre os investidores, quem já tem e quer vendê-las. Esta segunda etapa, a formação do preço é mais complexa e envolve uma série de fatores. Todo processo de IPO de uma empresa é coordenado por um banco de investimento. Durante os estudos realizados antes da estreia na Bolsa, os bancos utilizam um mecanismo chamado “ bookbuilding” para definir o preço da ação, avaliando a empresa e a demanda pelos seus ativos. Essa operação é baseada no valor que grandes investidores se propõem a pagar versus a avaliação da companhia. O preço definido nesta etapa é o que deverá ser pago pelos investidores que reservarem as Ações para compra. O interesse dos investidores faz toda a diferença em um IPO. Usando a lei da oferta e demanda, quanto maior a demanda de investidores em comprar Ações da empresa, mais o preço tende a aumentar. Uma empresa pode até mesmo cancelar o IPO na Bolsa se identificar que a demanda por suas Ações é pequena.
6
Como ocorre a definição de preços?
Depois do IPO, acontece o começo das negociações no mercado secundário. Esse é o momento em que os investidores que compraram as Ações diretamente da empresa podem começar a revendê-las no mercado. O preço, então, passa a oscilar de acordo com vários fatores. No mercado secundário, a lei da oferta e demanda também tem grande influência sobre o preço. De forma geral, quanto mais pessoas interessadas em comprar uma ação, mais valorizada e cara ela ficará. O processo contrário também ocorre. Essa oscilação no preço, chamada de volatilidade, acontece de forma constante. O sobe e desce é influenciado por uma série de questões, que vão desde o desempenho financeiro da empresa até acontecimentos na política nacional e internacional, que por sua vez, acabam afetando a demanda dos investidores por essas ações. Entre os principais fatores que podem influenciar o valor de uma ação estão: Resultados financeiros das empresas Nível de endividamento das empresas Projeções para o setor em que a empresa atua Acontecimentos na política e na economia do Brasil Acontecimentos na política e na economia internacionais Notícias envolvendo fusões de empresas, investimentos e mudanças de governança.
7
O que uma empresa deve avaliar antes de fazer IPO
Estas são algumas das questões essenciais a serem avaliadas em cada mercado: A valorização desejada. O tamanho e a amplitude da base de investidores. As tendências de liquidez de longo prazo no mercado e o apetite atual por novas listagens. Os requisitos regulatórios do mercado, inclusive obrigações de compliance pós-listagem. As escolhas feitas pelos concorrentes. As condições econômicas locais da indústria. O grau de prestígio do índice. Velocidade e oportunidade corretas de entrada no mercado. Diferenças de cultura, idioma, fuso horário etc. Custo da listagem.
8
Passo a Passo para uma empresa fazer seu IPO
Para fazer um IPO, uma empresa deve cumprir uma série de requisitos legais e regulatórios. Por exemplo, estar juridicamente constituída como uma “S/A” (sociedade anônima) em que seu capital é dividido em ações e não em cotas, como no caso das companhias limitadas. A empresa deve ainda apresentar uma série de exigências relacionadas à emissão de relatórios financeiros auditados externamente, a aspectos fiscais, a governança corporativa, a controles internos, a conformidade, a recursos humanos e também à sua própria estrutura societária.
9
Passo a Passo para uma empresa fazer seu IPO
1. Planejamento e Auditoria O planejamento e a preparação de uma empresa para a abertura de capital costumam ser as etapas mais longas do processo. Tipicamente, um IPO pode levar de oito meses a três anos até acontecer, segundo cálculos de consultorias como a PWC, que atuam em operações do tipo. Uma das razões que normalmente alongam o processo é a auditoria das finanças da empresa. A legislação exige que, para abrir o capital, a empresa apresente três anos de balanços auditados. Se a companhia já tinha por hábito auditar seus resultados essa etapa fica mais fácil. Mas se esse não for o caso, pode ser necessário aguardar o período inteiro se completar para ter os números certos em mãos.
2. Roadshow Assim são chamadas as reuniões de apresentação da empresa e da oferta para o mercado. Esses encontros costumam ser com analistas financeiros, corretoras e potenciais investidores. Eles têm a função justamente de despertar o interesse de grandes investidores a participar do negócio. O roadshow costuma contar com a presença dos principais executivos da empresa nas reuniões, incluindo seu presidente. Elas podem acontecer fora do país também, já que os investidores estrangeiros são um público importante para o mercado brasileiro. Durante os encontros, espera-se que os executivos consigam esclarecer as dúvidas dos participantes, de modo a deixá-los confortáveis com a empresa e interessados na operação.
10
Passo a Passo para uma empresa fazer seu IPO
3. Registro e Listagem Solicitar o registro de companhia aberta junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), entidade que regula o mercado de capitais. Em paralelo, as empresas normalmente solicitam autorização para realizar uma venda de suas ações ao público. Ao mesmo tempo, a empresa também precisa solicitar a sua listagem na B3, a bolsa brasileira. Apenas quem está devidamente listado pode ter seus papéis negociados no pregão. Nesse processo, a companhia pode escolher em que segmento de listagem da B3 pretende ingressar. São cinco Nível 1, Nível 2, Novo Mercado, Bovespa Mais e Bovespa Mais Nível 2, e cada um faz exigências específicas de governança corporativa, como a quantidade e o tipo de informações que devem divulgar, a estrutura societária que podem ter, o tipo de ações que podem emitir e a quantidade de papéis que devem permanecer em circulação no mercado.
4. Prospecto É o documento mais importante de um IPO. Isso porque a proposta é que ele apresente informações essenciais para que o investidor entenda a companhia que está abrindo o capital, de modo que possa tomar uma decisão de investimento bem embasada. As informações contidas no prospecto são de dois tipos: uma parte é sobre a empresa e outra, sobre a oferta em si. Elas envolvem perspectivas e planos da companhia, dados sobre a situação do mercado em que ela atua, os riscos do negócio, seu quadro administrativo, as condições da operação, entre outras. Ao elaborar o documento, as companhias precisam seguir uma estrutura préestabelecida que determina tanto o conteúdo quanto a sua forma de apresentação.
11
Passo a Passo para uma empresa fazer seu IPO
5. Período de reserva e Bookbuilding Para os investidores não institucionais, como pessoas físicas, as ofertas preveem um período de reserva. É um prazo de alguns dias em que eles podem enviar seus pedidos, indicando quantas ações da nova empresa gostariam de adquirir. Isso é feito por meio das corretoras de valores que foram cadastradas para participar do procedimento. Bookbuilding é um mecanismo que considera a quantidade de ações que os investidores institucionais indicaram que querem comprar para estabelecer o preço a que os papéis serão efetivamente lançados. O procedimento permite que a empresa tenha uma noção da receptividade da oferta pelo mercado. Com isso, consegue fixar um preço condizente com as expectativas gerais sobre ela.
6. Dia D: Estreia na Bolsa O Dia D representa a data em que as ações da nova empresa efetivamente começarão a ser negociadas no pregão. O desempenho dos papéis nesse dia costuma ser acompanhado com entusiasmo pelos investidores, porque é um indicativo de como o mercado recebeu a operação e a companhia que passou a ser listada.
12
Vale a pena Investir em IPOs? Muitas pessoas ficam animadas com um IPO, pois esse momento pode dar oportunidade de comprar ações com preço mais baixo e que depois poderão se valorizar. Porém, o investidor também deve fazer sua pesquisa antes de decidir o que fazer. Avaliar do que se trata a oferta, observe quem é a empresa e em que ramo ela atua. Saiba quais são os planos para o dinheiro captado e a sua estratégia para o futuro. Ler os documentos imitidos pela empresa antes do IPO, como por exemplo ler o Prospecto de Emissão, ou Prospecto Preliminar. Apesar de extenso, o prospecto é um dos documentos mais importantes do processo de abertura de capital. Riscos da operação; Preço ou faixa de preços das ações; Destinação dos recursos que a empresa vai captar; Estudo de viabilidade; Investimento mínimo necessário; Período de reserva e muitas outras. Em geral o investidor precisa ter sempre atenção que a empresa pretende vender sua parte ao preço de mercado mais agradável a ela e que o investidor deseja pagar o preço mais agradável a ele. Equilibrar essa operação é o segredo.
13
Vantagens e Desvantagens Como todo investimento, vale lembrar que investir em um IPO envolve risco. A Bolsa de Valores oscila constantemente e, assim como há oportunidades de ganhar dinheiro com seus investimentos, também existe sempre a possibilidade de perder. Entretanto, dependendo de como a pessoa decida investir seu dinheiro poderá, ou minimizar seu risco, ou aumentar seu risco porem também ter a chance de aumentar sua recompensa. Muitas pessoas investem no IPO com foco no curto prazo. Alguns investidores fazem operações de day trade, ou seja, compram e vendem no mesmo dia da estreia na Bolsa. As pessoas que fazem essa negociação são chamadas de “flippers”. O objetivo é aproveitar a valorização durante o dia da estreia para vender as ações por um preço maior do que foi pago na hora da compra. No mercado, flipper é visto como um investidor arrojado, disposto a fazer uma operação altamente especulativa e com alto nível de risco. Ele compra as ações das empresas na fase de reserva do IPO e pretende vendee no pregão de estreia por um preço mais alto. Com essa operação de curtíssimo prazo, os flippers podem lucrar alto nas ofertas públicas de ações, desde que conheçam a fundo, as dinâmicas do mercado, e situação da empresa.
14
Vantagens e Desvantagens Com essa estratégia, conhecida como “flipagem”, esse investidor pode conseguir lucrar no curtíssimo prazo. O termo vem do verbo em inglês “to flip” que significa virar algo de forma brusca. No caso, o flipper reserva as ações antecipadamente e vende no primeiro dia de abertura na Bolsa de Valores. Alguns critérios que podem ser considerados para avaliar a operação em um IPO: Volume da oferta: quanto maior o volume de ações ofertadas, melhor para o flíper; Setor de atuação da empresa: o aquecimento do setor também é um termômetro de valorização; Book de ofertas: um volume de compras maior que as vendas no book de ofertas revela uma tendência de valorização; Liquidação da ação: quanto maior o prazo para liquidação financeira da ação, melhor a tendência; Mesmo fazendo uma ótima analise da empresa antes do IPO o day trade é uma operação de alta complexidade e risco. Apesar de existir a chance de lucro no dia do IPO, a possibilidade de prejuízo também é alta. É impossível prever como as ações de uma empresa irão se comportar após um IPO. Estudar a empresa que está fazendo um IPO nem sempre é uma tarefa fácil. Mas como as ações da empresa nunca foram negociadas no mercado financeiro, é difícil avaliar questões como volatilidade e demanda. Também é difícil saber como a empresa está em relação aos seus concorrentes, principalmente se ela pertencer a um setor com poucos representantes na B3.
15
IPO com Lock-Ups
Não são todos os IPOs que permitem fazer Flipagem, algumas empresas incluem uma cláusula contratual que proíbe os investidores de venderem os títulos logo que são adquiridos, este contrato se chama Lock-up. Sua sigla, de origem inglesa, pode significar algo como “travar” ou “trancar” em português. Um IPO com Lock-Up há um prazo específico para a duração que o investidor deverá ficar com a ação. Essa restrição pode ser de alguns dias, meses ou, em determinados casos, de até alguns anos. Um período determinado em que os investidores não podem vender os papéis, sob pena de multa. Um dos principais objetivos do lock-up é proteger os investidores de pressões excessivas de vendas nos primeiros meses de comercialização das Ações. Assim, pode-se dizer que ele limita a especulação nos preços. Além disso, a medida foi implementada para evitar o lucro de acionistas majoritários em cima dos minoritários. Isso porque os acionistas majoritários, naturalmente, tendem a ter informações privilegiadas sobre o negócio.
16
IPO com Lock-Ups
Além de neutralizar a volatilidade das ações, o lock-up protege os novos investidores contra possíveis informações privilegiadas dos atuais acionistas. Dessa forma, as negociações ficam mais transparentes e seguras. Algumas companhias dividem os potenciais investidores em dois grupos: os que aceitam o mecanismo e os que não desejam essa restrição. Como as empresas preferem o primeiro grupo, acabam destinando para ele a maior parte das novas cotas. A vantagem de um IPO com lock-up é, os que aceitam comprar as ações com a cláusula tendem a ter prioridade na alocação de papéis. Todavia desvantagem é clara, independentemente do cenário, o investidor precisará manter as ações em sua carteira. Um exemplo foi o IPO da Vivara (VIVA3) que tinha um lock-up de 45 dias, portanto, as ações dessa modalidade só poderiam ser negociadas depois de 4 dias. O lock-up é uma medida que ajuda quem planeja investir a médio e longo prazo, e pensando em rentabilidade, também é uma forma de investir em IPO.
17
IPOs durante a pandemia da COVID-19
O ano de 2020 bateu recorde com 28 IPOs calculados em R$ 43 bilhões e os analistas acreditam que a tendencia é que no ano de 2021 o número e o valor devem ser ainda maiores. Apesar disso, há discrepância entre os retornos das empresas que abriram capital em 2020. O destaque positivo vai para setores de tecnologia e logística, que aumentaram a demanda durante a crise do coronavírus, enquanto construtoras e representantes do varejo tiveram dificuldade em crescer. Os dois maiores destaques são as empresas de tecnologia Locaweb (LWSA3), que estreou na Bolsa em fevereiro, e Meliuz (CASH3), cuja negociação de papéis começou em novembro. Ambas tiveram, respectivamente, crescimento de 548,71% e 352,72% desde o início das movimentações até o fechamento de junho desse ano. Em seguida, aparece a 3R Petroleum (RRRP3), que teve crescimento de 132,67% desde novembro, quando estreou na Bolsa. Do outro lado do ranking, Moura Dubeux (MDNE3) e D1000 Farma (DMVF3) tiveram as maiores quedas. A construtora, que iniciou a capitalização em fevereiro, caiu 44,89%. Já a varejista de farmácias entrou em queda de 42,53% de agosto até o fechamento de junho desse ano.
18
CONVERSE COM UM DE NOSSOS ASSESSORES!