ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DA EDIÇÃO NÚMERO 235 DO JORNAL SEMANÁRIO CORREIO ALENTEJO | SEXTA-FEIRA | 2010.11.26
NOVOS DESAFIOS
MAIS FUTURO
JOÃO DOMINGOS | GICOM
> POLITÉCNICO ASSUME PROJECTOS CONCRETOS E QUER APOSTAR FORTE NA INTERNACIONALIZAÇÃO
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> IPBEJA A xxxxxxxxxx CELEBROU 21 ANOs Em CERImóNIA REALIzADA A 3 DE NOvEmBRO
Novos desafios Um discurso do presidente, Vito Carioca, a acentuar os grandes desafios para os próximos anos, marcou a sessão solene do Dia do Instituto Politécnico de Beja (IPBeja), no dia 3 de Novembro. O responsável não rejeitou a oportunidade para apelar ao “bom senso, espírito de unidade e algum espírito de sacrifício” no seio da instituição, anunciando um conjunto de medidas que estão em curso ou planeadas para o próximo futuro. “Ajustamentos serão feitos, desequilíbrios serão corrigidos”, enfatizou Vito Carioca, que anunciou “uma aposta imediata” no reforço do ensino e aprendizagem da língua inglesa e a criação de um Centro de Línguas que será colocado ao serviço “de todos e da comunidade” – “Estas medidas serão fundamentais para a implementação e desenvolvimento da nossa estratégia de internacionalização”, disse. Convicto que as competências digitais, sociais, de cooperação e aprendizagem têm vindo a ganhar cada vez mais importância, existindo uma procura crescente dos empregadores pelos alunos formados nesta lógica, o presidente do IPBeja quer apostar no desenvolvimento
de “conceitos e competências de empreendedorismo”. “[Queremos] um modelo de ensino virado para a prática quotidiana e para a relação com as empresas e a indústria, suportado em lógicas criativas de pensamento. Desenvolver nos nossos alunos este tipo de competências é uma preocupação e assume-se como uma prioridade para o instituto”, disse. O presidente do IPBeja dedicou também uma parte da sua intervenção à componente formativa e à prestação de serviços, sublinhando
que são “áreas estratégicas fundamentais” para o futuro. Entre elas, Vito Carioca destacou a educação e formação de adultos, a agricultura e a tecnologia alimentar, a água e ambiente, as energias sustentáveis, as tecnologias do conhecimento e criatividade multimédia, turismo e património, saúde e qualidade de vida, planeamento e intervenção comunitárias. “Estas áreas são fundamentais para o futuro. Competitividade implica inovar através da investigação, desenvolvimento e transferência de
conhecimento e, acima de tudo, na sua disseminação junto de outros sectores da sociedade ao nível da prestação de serviços”, disse. Vito Carioca não deixou de fora do seu discurso algumas notas para os docentes do IPBeja, apresentando-lhes vários desafios que considera serem necessários. Neste enquadramento, o responsável pediu “mais produção científica, artigos publicados, patentes reconhecidas, mobilidade associada à difusão do conhecimento, liderança reconhecida em algumas áreas
com convite para realizações colectivas e, também, valorização da oferta formativa com consequente aumento da procura”. O presidente do IPBeja lembrou também que 2011 será o ano da primeira edição do Fórum Anual de Desenvolvimento, um evento que “procurará criar sinergias entre as várias instituições da região em torno de temas transversais, procurando, desta forma, encontrar caminhos e soluções em matéria de desenvolvimento e sustentabilidade”.
ÁREAs EstRAtégICAs CRUCIAIs PARA O fUtURO DO IPBEJA
vItO cArIOcA presidente do IPBeja
[Queremos] um modelo de ensino virado para a prática quotidiana e para a relação com as empresas e a indústria, suportado em lógicas criativas de pensamento.
Educação e Formação de Adultos Agricultura e Tecnologia Alimentar
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Água e Ambiente Energias Sustentáveis GICOM – JOÃO DOMINGOS
> DIA DO IPBEJA. Presidente da insituição anunciou os grandes desafios que se colocam nos próximos tempos.
Tecnologias e Criatividade Multimédia Turismo e Património Saúde e Qualidade de Vida Planeamento comunitário
Um balanço muito positivo do trabalho dos Serviços de Acção Social (SAS) em tempo de crise foi uma das notas de maior destaque do discurso do provedor do Estudante do Instituto Politécnico de Beja, na sessão solene de 3 de Outubro. Com uma intervenção bem preparada, Jorge Pereira revelou que, desde o início do ano, tem mantido várias reuniões com o administrador dos SAS, Manuel Pedro Gonçalves, para analisar e perceber “que mecanismos poderão ser utilizados para fazer face a eventuais situações de carência urgente dos estudantes do IPBeja e os recursos disponíveis para essa área”. E manifestou
tranquilidade: “Sou uma pessoa muito mais tranquila em relação às questões sociais dos estudantes, porque sei que tudo será feito para dar resposta às necessidades dos mesmos, com particular ênfase às situações urgentes”, acentuou. Antes, Jorge Pereira tinha destacado que os estudantes “vêm agora para Beja com uma menor margem financeira, agravada pela aplicação de novas fórmulas de cálculo no que respeita à atribuição de apoios sociais”. E denunciou que os proprietários de algumas das casas alugadas por estudantes “pedem logo na primeira prestação o pagamento de duas prestações”, o que muitas
vezes “coincide” com primeiro pagamento de propinas, Assumindo que tem desenvolvido “acções internas” para identificar e resolver problemas deste tipo, o provedor solicitou aos professores e associações que, “no seu dia-a-dia de contacto directo com os estudantes, estejam atentos a situações de carência que em alguns casos poderão ser verdadeiras situações de emergência social” – “Discretamente encaminhem-nos para os SAS, pois não tenho dúvidas que estes técnicos irão ajudar na procura e construção de alternativas”, disse. Abordando outras áreas, Jorge Pereira lançou um desafio às quatro associações de estudan-
Jorge Pereira
GICOM – JOÃO DOMINGOS
Estudantes temem dificuldades tes do IPBeja para que reflictam sobre a possibilidade de criar uma única associação. “Creio que poderemos estar perante um momento propício à mudança, à modernização e à adequação das estruturas representativas dos estudantes”, afirmou. Finalmente, numa análise ao actual momento da instituição, o provedor assumiu que “agora, em comparação com igual momento do ano passado, o IPBeja está mais maduro, mais consciente daquilo que é, de onde está, para onde se deve dirigir e como o deve fazer”. Para quê? “Para ser uma instituição saudável e competitiva, quer a nível nacional quer a nível europeu”, resumiu.
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> EstRAtégIA A xxxxxxxxxx vIsA CumPRIR DEsAfIOs lANçADOs PElA DEClARAçãO DE BOlONhA
IPBeja aposta na internacionalização > Projecto. Politécnico bejense reforça parcerias estratégicas com congéneres estrangeiras e investe no enriquecimento da sua imagem.
Direcção do IPBeja considera internacionalização uma priridade. José tomé máximo
EstRAtégIA A internacionalização do Instituto Politécnico de Beja é considerada pela direcção da instituição como um “desafio emergente”. Nesse sentido, existe uma estratégia assente, basicamente, em três vertentes bem definidas.
Novos tempos, novos objectivos! Com as fronteiras no interior do espaço europeu cada vez mais esbatidas e o processo decorrente da Declaração de Bolonha em “velocidade de cruzeiro”, o Instituto Politécnico de Beja tem no horizonte mais imediato um novo desafio: a sua internacionalização enquanto instituição de ensino superior de qualidade. Esta é uma “matéria que consideramos de prioridade institucional”, justificou no início do mês o presidente da instituição no seu discurso durante a cerimónia que assinalou o Dia do IPBeja e o arranque de mais um ano lectivo. Na ocasião, Vito Carioca garantiu mesmo que até ao final do presente ano será apresentado o plano estratégico para a concretização daquele que é considerado o “desafio emergente” do instituto. O objectivo de internacionalizar o IPBeja surgiu depois da aprovação dos novos estatutos, em Setembro de 2008, e visa garantir à instituição a sua reputação e reconhecimento internacional, novas alianças estratégicas e uma maior qualidade no ensino e/ou investigação, além do desenvolvimento pessoal e profissional do seu corpo docente, e maiores níveis de investigação e desenvolvimento de qualidade. Ao mesmo tempo, a consolidação desta estratégia implica a integração do IPBeja na designada “região do conhecimento Sul” (rentabilizando as possibilidades decorrentes do eixo Algarve-Huelva-Sevilha) e o cumprimento das necessidades crescentes de formação ao longo da vida. Ao mesmo tempo, é objectivo do instituto criar uma rede alargada de ensino superior, “tendo em vista a exploração de projectos sinergéticos” e de no-
Potenciar as redes de cooperação internacional em domínios estratégicos de actuação. Reforçar as parcerias estratégicas para o enriquecimento do perfil da oferta formativa ao nível dos mestrados profissionalizantes, formação contínua e formação pós-graduada. Apostar no enriquecimento da imagem e reconhecimento internacional da marca IPBeja. A estas três vertentes, o IPBeja junta a intenção de, entre outras metas, fortalecer as competências do actual Gabinete de Mobilidade e Cooperação. vos cenários de intervenção no âmbito do espaço lusófono (quer no Brasil, quer nos países africanos de língua oficial portuguesa). estratégIa clara
Sendo este um processo que exige, na visão de Vito Carioca, o “compromisso” de todos aqueles que partilham o espaço do IPBeja, a estratégia de internacionalização da instituição assenta basicamente em três vertentes bem definidas. Desde logo, a promoção e dinamização de redes de cooperação internacional em domínios estratégicos de actuação, além da aposta na divulgação das actividades e projectos desenvolvidos pelo IPBeja, reforçando a sua comunicação junto do “mercadoalvo” e dos stakeholders. Depois, o IPBeja pretende reforçar as parcerias estratégicas para o enriquecimento do perfil
vIto carIoca
presidente do IPBeja
A internacionalização do Instituto Politécnico de Beja é matéria que consideramos de prioridade institucional.
da oferta formativa ao nível dos mestrados profissionalizantes, formação contínua e formação pós-graduada. Nesse âmbito, já foram assinados protocolos de colaboração com congéneres do Brasil (Faculdade de Natal e Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e da Hungria (College University of Snolzok), assim como com a Universidade Lusófona e o Governo da Guiné-Bissau para o desenvolvimento de um projecto na área da agricultura e pescas naquele país africano. A estes acordos junta-se ainda a parceria estabelecida com as universidades do Algarve, Huelva, Extremadura e Sevilha (as últimas três de Espanha) ao abrigo do designado “Espaço Sul da Península Ibérica”. Finalmente, a estratégia de internacionalização do IPBeja aposta igualmente no enriquecimento e reconhecimento inter-
nacional da sua marca e imagem, existindo a ambição de criar uma rede de reflexão regional em torno dos desafios e caminhos desejados para o Alentejo (que envolva os agentes sociais, económicos, educativos e políticos com responsabilidades na região) e lançar, já em 2011, o Fórum para o Desenvolvimento, que servirá para debater o eixo Alentejo-Algarve-ExtremaduraAndaluzia. A estas três vertentes, o IPBeja junta a intenção de fortalecer as competências do actual Gabinete de Mobilidade e Cooperação (que poderá, inclusive, evoluir para um serviço de relações internacionais) e avançar com a constituição de um grupo de consultadoria, além de reforçar o ensino-aprendizagem da língua inglesa e fundar um Centro de Línguas ao serviço da comunidade em geral.
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> POLITÉCNICO A xxxxxxxxxx DE BEJA AUMENTA NÚMERO DE ALUNOS E ASSUME ESTRATÉGIA CLARA
Caminho acertado > ALUNOS. Novos cursos e regime pós-laboral ajudam a estabilizar o número de alunos e deixam boas perspectivas para os próximos anos. O enriquecimento da oferta formativa com novos cursos e a disponibilização de mais cursos em regime pós-laboral podem ser as razões mais lógicas que contribuíram para o aumento do número de alunos no IPBeja no actual ano lectivo. Essa é a leitura adiantada ao “CA” pela professora Ana Luísa Amaral, vice-presidente da instituição. No actual ano lectivo, o Politécnico baixo-alentejano registou um acréscimo de 115 vagas e 33 novos alunos. Este resultado, no contexto geográfico em que se insere o IPBeja, representa o maior aumento, se comparado com as universidades de Évora e do Algarve, e os politécnicos de Santarém, Portalegre e Setúbal. Por outro lado, em termos percentuais, na relação entre as vagas disponíveis e o número de colocações registadas, somente a Universidade do Algarve assinalou um crescimento positivo. O IPBeja surge logo a seguir com uma clara tendência de estabilização. Ana Luísa Amaral aponta algumas razões para este quadro de estabilização e até de alguma evolução no
IPBeja recebeu este ano mais 33 novos alunos do que em 2009/10. JOSé tOmé máximO
número de alunos. Segundo a vicepresidente, houve diminuição de vagas em cursos que não as preencheram nos anos lectivos anteriores; aumento de vagas nos cursos mais procurados; não abertura de vagas no curso de Protecção Civil e, finalmente, abertura dos cursos de Terapia Ocupacional e Solicitadoria. Neste caso concreto, “a análise nacional e regional da situação de oferta/procura em anos lectivos anteriores demonstrou que deveriam ser novas apostas”, explica. A responsável assume que esta evolução é fruto de “um trabalho de análise e reflexão sobre os resultados obtidos nos anos anteriores” e, ao mesmo tempo, das definições
ANA LUÍSA AMARAL |
Vice-presidente do IPBeja
Talvez a melhor justificação esteja precisamente na existência de um grande envolvimento de toda a comunidade académica na construção de uma estratégia que visa basicamente dar a conhecer a qualidade do trabalho formativo que o IPBeja oferece.
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comprometidas no Contrato de Confiança que a instituição celebrou com o Ministério do Ensino Superior. Nesse contrato, um dos objectivos delineados visa o “aumento do número de vagas para cursos em pós-laboral e no regime de ensino à distância”. Refira-se que, nas 115 novas vagas para este ano lectivo, 95 foram para cursos desse tipo. “A abertura de vagas para o regime de ensino à distância foi uma dupla aposta num curso que abrimos pela primeira vez no corrente ano lectivo e num tipo de ensino que se previa ser especialmente vocacionado para os candidatos, trabalhadores, maiores de 23 anos”, esclarece. Independentemente destas explicações, Ana Luís Amaral admite não conseguir “determinar com exactidão uma justificação objectiva, para que o IPBeja e a Universidade do Algarve tenham aumentado o número de alunos”. Mas assume que “o enriquecimento” do portefólio de cursos e a implementação de uma campanha de comunicação directa com os alunos do ensino secundário, através da visita a todas as escolas do ensino secundário e profissional dos distritos de Beja e Faro, “poderá ter contribuído para os números registados”. “Talvez a melhor justificação esteja precisamente na existência de um grande envolvimento de toda a comunidade académica na construção de uma estratégia que visa basicamente dar a conhecer a qualidade do trabalho formativo que o IPBeja oferece”, reforça.
“ALGARVE DEVE MERECER TODA A ATENçÃO” A tendência de aumento do número de alunos reflecte a qualidade da oferta formativa ou está associada a outros factores? A decisão sobre o número de vagas para
ANA LUÍSA AMARAL VICE-PRESIDENTE DO IPBEJA
> ENTREVISTA
o acesso e ingresso nos cursos do IPBeja tem sempre por base a existência de recursos humanos e materiais que nos permitam garantir a manutenção ou melhoria dos níveis de qualidade da oferta formativa que sempre oferecemos.
A análise dessa evolução permite definir uma estratégia para a captação de novos alunos em algumas zonas dos distritos referidos? Penso que a análise dos
dados que possuímos actualmente pode con-
tribuir para definir uma estratégia de projecção de meios de divulgação nos distritos com maior crescimento no número de alunos matriculados no ensino secundário ou profissional. E se o objectivo para o distrito de Beja é comunicarmos com todos os potenciais candidatos ao IPBeja, divulgando a nossa oferta formativa, será igualmente importante apostarmos nos distritos em que os dados nos indicam um crescimento no número de potenciais candidatos. E, claramente, o distrito de Faro deve merecer toda a nossa atenção, pelo crescimento registado no número de alunos matriculados no ensino secundário nos últimos três anos. Justificando-se ainda esta aposta pela proximidade geográfica.
Entre as estratégias adoptadas há aspectos mais particulares que possam ter reforçado os resultados alcançados ? Gos-
taria de enaltecer todo o trabalho desenvolvido pelas comissões técnico-científicas e pedagógicas de curso, cujo o empenho permitiu organizar os “Dias Abertos” dos diferentes cursos, divulgar os cursos directamente nas escolas e alimentar os actuais sites dos cursos com informação fundamental para a sua divulgação. Igualmente importante para esta análise são os resultados finais das nossas colocações, mas nesse caso já teremos um outro público que também está a crescer, e que são precisamente os alunos com origem nos nossos cursos de especialização tecnológica (CET).
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> CENtRO HORtOfRutíCOlA DA EsCOlA suPERIOR AgRáRIA
Onze hectares para “aprender fazendo” José Tomé máximo
“Aprender fazendo” é o lema pelo qual se rege a Escola Superior Agrária (ESA) do Instituto Politécnico de Beja. Uma regra de “ouro” que é cumprida de forma literal no seu Centro Hortofrutícola, onde ao longo dos 11 hectares de terreno disponíveis os alunos colocam em prática aquilo que dia após dia aprendem em teoria nas aulas do curso de agronomia. “Temos de ter prática para mostrar aos alunos como as coisas se fazem na realidade”, justifica Manuel Patanita, subdirector da ESA e responsável pela exploração agrícola do IPBeja, sem dúvidas em considerar o centro “uma mais-valia” para a instituição. “Os nossos alunos saem daqui com um know-how bastante grande em comparação com colegas de outras escolas”, garante. Criado em 1995, o Centro Hortofrutícola da ESA ocupa uma área de perto de 11 hectares junto ao IP 2, na saída de Beja em direcção a Évora. É aí que os alunos deitam “as mãos à terra” e se ocupam de
Selo garante qualidade e... origem iPBeja > alimEntaÇÃO. Iniciativa da Escola Superior Agrária contou com colaboração de estagiários do curso de Artes Plásticas e Multimédia.
Centro Hortofrutícola permite mostrar aos alunos o que se faz na realidade, diz Manuel Patanita.
> agricultura. Criado em 1995, centro permite aos alunos bejenses colocarem em prática aquilo que aprendem nas aulas teóricas.
> PRODutOs HORtOfRutíCOlAs IDENtIfICADOs
pomares, vinhas e culturas hortícolas (ao ar livre ou protegidas em estufas), assim como de um pequeno olival (todo biológico) e alguma floricultura. “Os nossos alunos têm aqui a possibilidade de praticar. Sem isto, não teriam o ensino prático que pretendemos. Eles vêm para aqui para fazerem mesmo, não só para olhar!”, afiança a responsável técnica pelo centro, a docente Mariana Regato. EnSinar… E ExPErimEntar!
Além da componente prática que possibilita à formação dos alunos, o Centro Hortofrutícola da ESA permite igualmente a realização de trabalhos de investigação aplicada,
NúmEROs
1995
Foi o ano em que foi criado o Centro Hortícola da Escola Superior Agrária de Beja.
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Hectares é a área do centro, ocupados por diversas culturas.
demonstração e experimentação na área. “Estamos continuamente a experimentar e testar novas espécies e novas variedades. É por isso que ali temos ensaios de adaptação de variadíssimas espécies, de poda, de fertilização ou de rega”, explica Manuel Patanita, lembrando que um dos objectivos da escola passa por “inovar e promover novas culturas que potencialmente possam ser interessantes para a região”. Daí que tudo seja feito em consonância com a realidade e as necessidades agrícolas do Alentejo. “Não podemos estar desligados da comunidade agrícola e andar a fazer investigação e experimentação se ela não tiver repercussão em termos de agricultura regional. Muitas das coisas que investigamos e experimentamos têm que ver com os contactos que estabelecemos com a comunidade, tentando ir de encontro às dificuldades e preocupações da comunidade agrícola”, argumenta Manuel Patanita.
As hortaliças, frutas e conservas produzidos pelo Centro Hortofrutícola da Escola Superior Agrária (ESA) do Instituto Politécnico de Beja vão começar, a partir do próximo mês de Dezembro, a ser identificados por um selo que garante a sua origem… e a qualidade do produto. “O selo de identificação pretende informar o consumidor que adquire os produtos sobre os quais é colocado o selo que está perante um produto produzido no Centro Hortofrutícola”, sintetiza a directora da ESA, garantindo que o início da aposição do selo aos respectivos produtos deverá começar até final do corrente ano. Segundo conta Olga Amaral, o novo selo foi criado por iniciativa da ESA e contou com a colaboração com alunos estagiários do curso de Artes Plásticas
e Multimédia da Escola Superior de Educação de Beja, destinando-se a “ser aplicado a todos os produtos produzidos” ao longo dos 11 hectares do Centro Hortofrutícola [ver texto ao lado], casos de laranjas, maçãs, pêssegos, ameixas, figos, melões, morangos, dióspiros, damascos, marmelos, peras, romãs, pepinos, tomates, pimentos, batatas, alfaces, couves, feijão, brócolos, alhos ou conservas de azeitona. Este selo de identificação “é uma forma de caracterizar e promover os produtos do Centro Hortofrutícola, os quais são produzidos com o empenho e trabalho dos alunos dos vários cursos, quer nas aulas práticas diárias que decorrem neste pólo, quer nos estágios e trabalhos de fim de curso”, sublinha a docente. Além do mais, remata Olga Amaral, o novo selo permitirá igualmente que o próprio consumidor tenha “a garantia de que está a adquirir produtos obtidos com recurso a técnicas inovadoras e ‘amigas’ do ambiente, inscritas no Código de Boas Práticas Agrícolas e, como tal, seguros do ponto de vista alimentar”.
Olga amaral
directora da Escola Superior Agrária
Com o novo selo o consumidor tem a garantia de que está a adquirir produtos obtidos com recurso a técnicas inovadoras e ‘amigas’ do ambiente, inscritas no Código de Boas Práticas Agrícolas e, como tal, seguros do ponto de vista alimentar.
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> VÁRIOS A xxxxxxxxxx PROJECTOS EM CURSO NA INSTITUIÇÃO
Politécnico assume desafios multimédia > On-LInE. Politécnico de Beja assume vários desafios na Internet e tem apostas claras para o futuro: a televisão no YouTube está em curso e o novo portal quase pronto.
aLDO PassarInHO |
Com o novo “site” haverá um esforço de maior conciliação corporativa? Sem dúvida! Neste momento
Actual “site” do IPBeja na Internet será completamente remodelado em Dezembro e assumir-se-á como um portal.
Sem dúvida que a Internet é e continuará a ser espaço influente e decisivo na percepção da qualidade do trabalho que diariamente desenvolvemos, ajudando a captar mais alunos e estimulando as profícuas relações com a comunidade regional.
nOVO sITE Em BrEVE
A primeira versão do novo site do IPBeja será apresentada durante o mês de Dezembro. Contudo, o conjunto de funcionalidades e informações dessa plataforma só estará disponível em Fevereiro de 2011. Aldo Passarinho explica ao “CA” que “a arquitectura de informação adoptada” na nova plataforma “irá permitir aceder aos conteúdos de forma mais directa e intuitiva”, estando planeado um reforço da
“NOVOs sITEs FARãO EsFORÇO cORpORATIVO” Essa estratégia passa por duas dimensões: uma primeira que passa por desenvolvermos o nosso actual site institucional, na perspectiva de um portal a partir do qual é possível ter acesso a toda a informação sobre o instituto, com respeito pela identidade corporativa que paulatinamente vamos desenvolvendo; e uma segunda que tem como objectivo disponibilizar informação nas diferentes redes sociais onde o IPBeja já marca presença, promovendo desta forma a interacção com a comunidade.
pro-presidente do Instituto Politécnico de Beja
de académica com o exterior, na sua dimensão nacional e internacional, são objectivos assumidos por Aldo Passarinho. “Sem dúvida que a Internet é e continuará a ser espaço influente e decisivo na percepção da qualidade do trabalho que diariamente desenvolvemos, ajudando a captar mais alunos e estimulando as profícuas relações com a comunidade regional”, assinala.
> ENTREVISTA
Que estratégia existe no IPBeja para tirar partido da Internet?
A criação de um novo site na Internet, uma maior conciliação corporativa entre as plataformas digitais das quatro escolas e o reforço mais eficaz do canal IPBeja TV, no YouTube, são metas que o Instituto Politécnico de Beja (IPBeja) pretende atingir nos próximos meses. Em declarações ao “CA”, Aldo Passarinho, pró-presidente do IPBeja responsável pelo Gabinete de Comunicação e Imagem, considera “fundamental um forte investimento na comunicação institucional através da Internet” porque, na sua opinião, “facilmente as instituições são comparadas através da qualidade e acessibilidade da informação que disponibilizam”. Incrementar a comunicação directa com o público-alvo, melhorar a qualidade e acessibilidade da informação e permitir uma maior interacção de toda a comunida-
ALDO PASSARINHO Pró-Presidente dO institUtO POLitÉCniCO de BeJA
componente multimédia, com visitas interactivas ao campus e a cada uma das suas unidades orgânicas. A ligação às redes sociais, o acesso a “muito intuitivo” ao canal IPBeja TV e a versão em inglês de toda a estrutura são outras novidades. “Vamos disponibilizar sites sobre cada um dos oito departamentos do IPB e o novo site irá contribuir para um reforço da nossa identidade corporativa, através da uniformização visual e organizacional da informação”, reforça Aldo Passarinho. IPBEja TV nO YOuTuBE
Criado em Abril deste ano, o canal IPBeja TV, no YouTube, é encarado no Politécnico de Beja como “uma ferramenta extremamente importante para a comunicação institucional”. Através do canal, adianta Aldo Passarinho, é possível dar cobertura aos eventos organizados no IPBeja e difundir informação sobre a oferta formativa ou actividades
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onde os alunos estejam envolvidos. “Recentemente começamos a dar cobertura aos jogos de futsal nos quais a equipa do IPBeja está envolvida. Para já os resultados são extremamente interessantes. Estamos a publicar um ‘clip’ de dois em dois dias, o que é bastante bom, e os vídeos já ultrapassaram as 12.000 visualizações”, revela com satisfação No futuro, o IPBeja pretende posicionarse como um produtor de conteúdos e os seus responsáveis esperam tirar vantagem de comunicarem directamente com o seu público. A ideia, destaca Aldo Passarinho, é “aproveitar a grande apetência que actualmente se sente pelo vídeo e pela imagem”. “Em termos estratégicos, gostaríamos que esta fosse uma plataforma que estimulasse a relação entre a comunidade académica e a comunidade regional, através da mediatização de conteúdos de interesse mútuo”, acrescenta o responsável.
estamos precisamente a desenvolver um trabalho de conciliação entre a necessária uniformização corporativa de cada um dos sites e o respeito pelas singularidades de cada uma das unidades orgânicas. Em termos práticos, vamos propor que os sites tenham um layout comum, correspondente ao desdobramento da nossa identidade visual, mas uma estrutura de conteúdos adaptada à realidade de cada unidade orgânica. Esse esforço será extensível aos sites dos departamentos e dos vários serviços que disponibilizam informação on-line. Penso que este é um trabalho que toda a comunidade académica irá apreciar na medida em que transmitirá uma imagem institucional forte e coesa. Que “ecos” têm sentido a partir do Twitter e Facebook? São dois
casos relativamente diferentes. No caso do Twitter sentimos que os seguidores têm aumentado lentamente e, como tal, o impacto na comunicação ainda não é notório. Já no que se refere ao Facebook, a realidade é completamente diferente. O nível de interacção com os seguidores é elevado. Sentimos que os seguidores vão muito para além dos membros da comunidade académica, o que é extremamente interessante. Atrever-me-ia a dizer que a maior parte dos seguidores da página do IPBeja no Facebook são antigos alunos, ou pessoas da comunidade que se interessam pelas dinâmicas institucionais do IPBeja.
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sexta. 2010.11.26
> IPBEJA DESENVOLVE PROJECTO G-AOC – AIRPORT OBSTRUCTION CHARTS
Projecto do IPBeja põe aeroportos mais seguros > CIÊNCIA. Projecto junta IPBeja à ANA – Aeroportos de Portugal e à Agência Espacial Europeia e os resultados serão apresentados em Março de 2011.
E se um trabalho de fim de curso em engenharia topográfica em Beja redundasse na melhoria da segurança nas operações de navegação aérea de todo o mundo? A questão pode parecer rebuscada, mas é esse o final previsível para o projecto G-AOC – Airport Obstruction Charts, que junta o Instituto Politécnico de Beja (através da ESTIG – Escola Superior de Tecnologias e Gestão) à ANA – Aeroportos de Portugal, à Agência Espacial Europeia e à empresa Edisoft. O nosso objectivo “é aumentar a segurança de navegação à volta dos aeroportos nas suas principais actividades, que são a aterragem e a descolagem” de aviões, explica em síntese Henrique Oliveira, docente na ESTIG e coordenador-científico do projecto, que nasceu com o trabalho de final de curso do antigo aluno Marco Rodrigues, agora professor no IPBeja e igualmente ligado ao projecto. Na prática, o GAOC [na foto pequena] visa dar cumprimento à legislação da Organização Internacional da Aviação Civil e monitorizar os obstáculos naturais (montanhas e outros pontos de relevo) ou humanos (edifícios, gruas, etc.) que existam em redor de um aeroporto num raio até 45 quilómetros e possam condicionar a navegação aérea. “Esta monitorização é exigente na medida em que a simples colocação de uma grua numa zona próxima do aeroporto pode constituir um perigo para a navegação aérea do
SATISFAÇÃO NA ESTIG
“KNOW-HOW” RECONHECIDO A participação da ESTIG en-
Henrique Oliveira explica que projecto do IPBeja é fiável e mais barato que as aplicações existentes. JOSÉ TOMÉ MÁXIMO
HENRIQUE OLIVEIRA Coordenador-científico do G-AOC
Objectivo é aumentar a segurança de navegação à volta dos aeroportos nas suas principais actividades: aterragem e descolagem. mesmo”, vinca Henrique Oliveira. Ora a grande inovação proporcionada pelo G-AOC é que nesta operação de monitorização o projecto desenvolvido em Beja recorre à informação captada pelo satélite da Agência Espacial Europeia, em detrimento das habituais aeronaves que por norma fazem o reconhecimento topográfico das áreas em causa com
quanto “inventor” no G-AOC – Airport Obstruction Charts representa, na opinião do director da escola, “o reconhecimento da sua capacidade em termos de conhecimento e know-how científico na área”. Para Miguel Tavares, o projecto pode, por um lado, ajudar a ESTIG (e por consequência o IPBeja) a estabelecer “contactos a nível internacional com entidades de reconhecida competência e capacidade de inovação” e, por outro lado, permitir “o enriquecimento do conhecimento e das tecnologias mais avançadas que se encontram a ser desenvolvidas na área, contribuindo para o aumento do know-how dos elementos participantes”. Acrescenta este responsável que além deste projecto mais mediático, a ESTIG tem vindo igualmente a “consolidar áreas de intervenção vocacionadas para a produção de ferramentas informáticas para apoio a pessoas com necessidades especiais e na especialização de testes de penetração em sistemas informáticos, numa perspectiva do que actualmente se designa como ‘Segurança Ofensiva’”.
radares de abertura sintética. “As plataformas de satélite apresentam resultados bastante satisfatórios e têm a particularidade de conseguir observar uma zona bastante ampla de uma só vez, o que nos permite baixar razoavelmente os custos dessa monitorização. O objectivo é montar um sistema que seja capaz de monitorizar com fiabilidade e a baixo custo”, esclarece o coordenador-científico do projecto, frisando que a técnica aplicada permite, igualmente, uma actualização mais frequente dos dados. IPBEJA EM “ALTOS PATAMARES”
O projecto G-AOC – Airport Obstruction Charts destina-se, em primeira instância, às empresas gestoras de aeroportos, que assim poderão melhorar as condições de segurança nas operações de navegação no espaço da infra-estrutura, e tem vindo a ser desenvolvido desde Outubro de 2009 pelo grupo de trabalho onde o IPBeja se juntou como “inventor” aos restantes parceiros. Os primeiros “frutos” só serão apresentados em Março de 2011, mas Henrique Oliveira assegura que o resultado “será um conjunto de informação que tem de ser gerida numa plataforma específica”. “Não se trata de uma aplicação de software, mas de todo um procedimento que vai desde a captação à gestão dos dados”, revela, garantindo já haver interessados na aquisição desta nova tecnologia. O projecto tem um custo total de quase 500 mil euros, suportados em 50% pela Agência Espacial Europeia. Ao IPBeja coube um investimento de perto de 100 mil euros, verba que Henrique Oliveira considera “compensada” com o facto da instituição ter sido colocada “num patamar bastante elevado”. A provar isso, conclui, estão os convites para apresentar o projecto nas conferências sobre aeronáutica que se irão realizar no próximo mês de Dezembro em França Miguel Tavares, e Macau. director da ESTIG