Informativo IPC 248

Page 1

Domingo, 06 de outubro de 2013 – Ano V, Número 248

Informativo - IPC

PASTORAL

Contemplando a Vida Futura

C

alvino nos mostra algo claro, porém esquecido pela maioria das pessoas – a vida futura. E mais, mostra-nos o “por quê” de tantos problemas, sofrimentos e aflições que passamos nesta vida, sendo estes, para volvermos nossos olhos para os céus, esperando a vida futura e a ressurreição dos mortos. Segue abaixo um modesto resumo de um dos maiores pensadores cristãos de todos os tempos e que, continua a nos falar, em um tempo tão confuso e cheio de falsos ensinos: “Ante o fascínio que nos exerce a vida presente, Deus conclama-nos constantemente à contemplação da vida futura. As tribulações que nos sobrevêm tem o fim de nos levar ao menosprezo da presente vida e daí sermos despertados à meditação da vida futura. Pois, a alma toda, enredilhada nas seduções da carne, busca na terra a sua felicidade. Deus permite que sejamos inquietados e molestados freqüentemente, ou por guerras, ou por tumultos, ou por assaltos, ou por outros malefícios. Concluímos que, nesta vida, nada devemos buscar ou esperar senão lutas; devemos, portanto, para os céus os nossos olhos voltar. O encanto e apego com que nos prendemos à presente vida obscurece-nos a visão da vida futura. Muitas expressões de serenidade, graça, doçura com que prazerosamente nos agradamos, é do nosso interesse que sejamos de quando em quando dissuadidos, para que não sejamos fascinados de tais seduções. Quanto à mísera condição da vida terrena, Deus nos chama e nos sacode da sonolência, para que, desprezado o mundo, nos apliquemos de todo coração à meditação da vida futura. Por outro lado, a presente vida, ainda que não seja comparável com a vida futura, está repleta de bênçãos, e é em si uma bênção, por isso, importa sermos gratos a Deus.

IPC

- Interessados pela Palavra de Deus

Contemos a vida entre as dádivas da divina benignidade, que de modo nenhum são de rejeitar-se. Todavia, a presente vida, a que nos cumpre acomodar-nos, longe está de comparar-se à vida futura, bem-aventurada e eterna, sempre de buscar-se. Não devemos temer a morte, pelo contrário, acolhê-la com vívida expectação ante a gloria da vida futura, em vista da redenção que nos prenuncia. Muitos que se gabam por ser cristãos, em lugar desse anseio pela morte, são possuídos de tão grande pavor que lhes estremece o só pensar na morte, como se fosse uma coisa absolutamente terrível e nefasta. Quando atentamos para a imortalidade futura,

os deleites serão mudados em tribulações, o riso e alegria em choro e ranger de dentes, a paz há de perturbar com terrível tormento de consciência, a torpeza há ser punida com fogo inextinguível”.

deparamo-nos ante uma condição estabilizada que na terra jamais evidenciaremos. Devemos alçar a mente para além desta podridão da terra. Ninguém há progredido bem na escola de Cristo, senão aquele que aguarde com regozijo tanto o dia da morte quanto da ressurreição final. Pois, Ele nos virá como Redentor, para que, detraídos deste imenso abismo de todos os males e misérias, nos introduza naquela bem-aventurada herança da vida e da Sua glória. A consolação que auferimos da esperança da vida futura, é de bemaventurada felicidade para aqueles que estão em Cristo, todavia, de desventurada miséria para os ímpios. Os ímpios que florescem na terra, Deus há de lançar a extrema ignomínia;

Notemos como Calvino entendia claramente que, Deus constantemente sacode-nos do nosso sono e dormência espiritual e chamanos a atenção para não apegarmo-nos às coisas desta vida, antes voltarmos os olhos para as coisas celestes. Graças a Deus por Ele não nos deixa entregues a nós mesmos, antes nos ama e desperta-nos para a verdadeira felicidade e vida eterna.

- Prestando Serviço em Amor

Algo que me chamou atenção no texto foi sua conclusão sobre os sofrimentos da vida: “Para que não anelem com demasiada avidez pelas riquezas aleatórias e instáveis, ou se deleitem naquelas que possuem, Deus, muitas vezes, os reduzem à pobreza, ou, pelo menos, os contém em condição modesta, ora pelo exílio, ora pela infertilidade do solo, ora pelo fogo, ora por outros modos. Para que se não deliciem demasiado blandiciosamente nas doçuras conjugais, ou faz com que sejam atribulados pela perversidade das esposas, ou os humilha com uma prole má, ou os aflige com a perda desses membros da família. Pois, para que não se inflamem de vanglória, ou borbulhem de confiança própria, põe-lhes diante dos olhos, através de enfermidades e perigos, quão instáveis são e aleatórios todos e quaisquer bens deste mundo”.

Resumo das Institutas de João Calvino, vol. III, Cap. 9.

Daniel Alves Pastor da IPC

- Cultuando ao Deus vivo

www.ipcanoas.com.br


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.