Informativo ipc 286

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Domingo, 29 de junho de 2014 – Ano VI, Número 286

Informativo - IPC

PASTORAL

O Espírito tem sido Esquecido!

A

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Pessoa e obra do Espírito tem sido esquecidas! Talvez os últimos cem anos tenham sido um dos períodos mais omissos quanto ao Espírito Santo. Paradoxalmente, quando consultamos o catálogo de livros evangélicos, navegamos na internet ou adentramos em livrarias de materiais evangélico, nos surpreendemos com a quantidade de livros, opúsculos, sermões, apostilas, cursos, vídeos curtos na Internet, CDs, DVDs, e outros meios semelhantes, sobre o Espírito. De fato, reafirmo, o Espírito tem sido esquecido! O Espírito tem sido esquecido porque os discursos modernos sobre ele, parecem não ser “elaborados” no Espírito, em submissão ao Espírito. Parece-me que a tentação humana é de ir além do que o Espírito vai, e, portanto, além do que requereu de nós. Curiosamente, estas tentativas, são permeadas por um discurso “libertador” do Espírito. No entanto, todas as vezes que tratamos do Espírito alheado do seu próprio desejo – conforme registrado nas Escrituras -, nos esquecemos do Espírito; ele passa a ser o tema de nossas cogitações, não da sua revelação. Temos nos esquecido do Espírito! O ministério do Espírito só pode ser compreendido e avaliado de modo correto dentro da perspectiva cristocêntrica; um enfoque sem esta consideração consiste num esquecimento do Espírito por mais que seja o nosso desejo de “reabilitá-lo” à Igreja. Há o perigo de enfatizarmos erradamente o Espírito em detrimento do Filho. Quando a igreja compreende adequadamente quem é Cristo e o seu ministério, ele honra o Espírito, porque este conhecimento só pode ser alcançado por IPC

- Interessados pela Palavra de Deus

obra de Deus (Mt. 11:27; 16:17) e, é o Espírito de Deus quem nos conduz à verdadeira compreensão de Cristo. A confissão do Cristo por parte da Igreja, é, de certa forma, a glória do Espírito (Jo. 14:26; 15:26; 16:13-15; 1ª Co. 12:3). Bruner, analisando a atitude de Paulo em relação a alguns discípulos de João em Éfeso que nada sabiam sobre o Espírito Santo (At. 19:1-7) – ou, pelo menos, não sabiam as que profecias de sua vinda haviam se cumprido -, mostra que o apóstolo passou-lhes a ensinar sobre o batismo de Jesus (At. 19:4). Conclui: “Este fato é relevante. O remédio para aqueles que sabem pouco ou nada acerca do Espírito Santo não é instrução especial sobre ele, nem o conhecimento sobre o acesso ao Espírito, nem uma nova coleção de condições, um novo regime de esvaziamento, de obediências adicionais, de dedicação mais profunda, ou de orações ardentes, mas, pelo contrário, simplesmente o grande fato: o evangelho da fé no Senhor Jesus Cristo e o batismo em seu nome”. Lloyd-Jones faz um comentário pertinente: “Ao meu ver, esta é uma das coisas mais espantosas e extraordinárias acerca da doutrina bíblica sobre o Espírito Santo. Ele parece esquivar-se e ocultar-se. Ele está sempre, por assim dizer, focalizando o Filho...”. O Espírito – como Deus que é -, deve ser estudado dentro da perspectiva da sua Palavra, em harmonia com os seus propósitos. Qualquer esforço que ultrapasse ou diminua isso, significa esquecer o Espírito, alhear-se da sua vontade.

dentro do dimensionamento dado por ele mesmo a respeito de si. O limite do nosso conhecimento está configurado nos parâmetros da revelação; tentar ultrapassálos, além de infrutífero, é loucura (Dt. 29:29). Quando Cristo é compreendido dentro da dimensão do revelado, isto significa que o Espírito tem sido considerado, porque o seu testemunho foi aceito: “Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim”, disse Jesus Cristo (Jo. 15:26). No entanto, a observação de Kuyper feita em 1888, permanece como um alerta para todos nós: “Ainda que honremos o Pai e acreditemos no Filho, vivemos muito pouco no Espírito Santo! Parece-nos algumas vezes até que somente para a nossa santificação o Espírito Santo é acrescentado acidentalmente à grande obra redentiva. Esta é a razão porque as nossas mentes se ocupam tão pouco com o Espírito Santo; porque no ministério da Palavra ele é pouco honrado; porque o povo de Deus, quando se curva suplicante diante do trono da graça, faz dele tão pouco o objeto da sua adoração. Sente-se involuntariamente que Ele recebe uma porção muito exígua de nossa piedade, que já é bastante pequena”.

Hermisten Maia Pastor Presbiteriano

Lembremo-nos do Espírito, considerando-o tão somente a partir da sua revelação, - Prestando Serviço em Amor

- Cultuando ao Deus vivo

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