Domingo, 24 de Maio de 2015 – Ano VII, Número 333
Informativo - IPC
PASTORAL
Celebremos o Dia de Pentecostes! “Porque Paulo já havia determinado não aportar em Éfeso, não querendo demorar-se na Ásia, porquanto se apressava com o intuito de passar o dia de Pentecostes em Jerusalém, caso lhe fosse possível”.
N
a tradição reformada existem algumas datas que não devem ser esquecidas. Uma delas é o Dia de Pentecostes. Talvez por receio de retaliação, muitos reformados no Brasil têm deixado de considerar sobre este dia e sobre o episódio ocorrido no dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo foi dado, inaugurando a Igreja e sendo evidenciado pelo sinal de um vento impetuoso, línguas como que de fogo vindas do céu e cada um falando em outra língua (At. 2). A verdade é que o Dia de Pentecostes era celebrado como uma das três principais Festas do povo de Israel.
bíblico. Na primeira festa (Páscoa), entregava-se um cordeiro nascido naquele ano; na segunda festa (Colheita ou Semanas) entregava-se uma porção dos primeiros grãos colhidos; e, finalmente, na terceira festa (Tabernáculos ou Cabanas) o povo oferecia os primeiros frutos da colheita de frutas como uva, tâmara e figo.
Originalmente não possuía este nome, mas era referida como: 1. Festa da Colheita ou Festa da Sega – “ חג חקצירhag haqasir” – Esta Festa tratava-se de uma colheita de grãos, trigo e cevada (Êx. 23.16). 2. Festa das Semanas – “ חג שׁבעותhag xabu´ot” – A razão desse nome está no período de duração dessa celebração: 7 semanas. O início da festa se dá, cinqüenta dias depois da Páscoa, com a colheita da cevada; o encerramento acontece com a colheita do trigo (Dt. 16:10). 3. Dia das Primícias dos Frutos – “ יום הבכוריםyom habikurim” – Este nome tem sua razão de ser na entrega de uma oferta voluntária, a Deus, dos primeiros frutos da terra colhidos naquela sega (Nm. 28:26). Provavelmente, a oferta das primícias acontecia em cada uma das três tradicionais festas do antigo calendário IPC
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4. Festa de Pentecostes – Este nome não aparece no Antigo Testamento. Nos últimos trezentos anos do período do AT, a Grécia assumiu o controle do mundo helenizandoo. Com a imposição da língua grega, que se tornou muito popular entre os judeus, os nomes hebraicos – “ חג חקצירhag haqasir” – Festa da Colheita e חג שׁבעות “hag xabu´ot” – Festa das Semanas, foram substituídos por “Pentecostes”, cujo significado é “cinqüenta dias depois” (da Páscoa). Ainda hoje a Igreja cristã celebra este dia festivo, que no AT comemorava a colheita, os frutos da terra, que conseqüentemente apontavam para o sustento de Deus sobre seu povo e que o Novo Testamento descortina-o mostrando que o Sustentador de toda a criação é o Espírito Santo – “É Ele o
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Atos 20:16 Senhor e Doador da vida, presente em toda parte na natureza” (Confissão de Fé de Westminster XXXIV.II). O Dia de Pentecostes lembra-nos que Aquele que sustentava o povo de Deus no AT, que sustentou os primeiros cristãos na época apostólica, que sustentou a Sua igreja através dos séculos, é o mesmo que a sustenta no presente a despeito de qualquer problema ou crise que enfrentamos, e que estará conosco até a consumação dos séculos. O Santo Espírito foi derramado sobre a Igreja neste dia e nós devemos celebrá-lo e adorá-lo, pois Ele nos regenerou (Jo. 3:3-8; 6:63; Tt. 3:5), habita em nós (Jo. 14:17; Rm. 8:9, 11; 1ª Co. 3:16; 6.19), nos batizou nele (Mt. 3:11; Mc. 1:8; Lc. 3:16; 1ª Co. 12:13), nos selou (2ª Co. 1:22; Ef. 1:13; 4:30; cf. Rm. 8:16), permite-nos sermos enchidos dele e por ele (Ef. 5:18; cf. At. 4:8; 4:31; 6:3; 9:17; 11:24; 13:9), dá-nos direção (Gl. 5:16, 25; cf. At. 8:29; 13:2; 15:7-9; 16:6; Rm. 8:14), capacita-nos para vencermos as obras de Satanás (Rm. 8:13; Gl. 5:17-18; 22-23) e ilumina nossa mente para compreendermos a vontade de Deus através de Sua Palavra (Jo. 14:26; 16:13; 1ª Jo. 2:20, 27). Aleluia! Hoje é Dia de Pentecostes! O Consolador está conosco! O Espírito Santo é o nosso Sustentador!
Daniel Alves Pastor da IPC
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