Informativo - IPC
Domingo, 10 de Janeiro de 2016 – Ano VIII, Número 366
PASTORAL
O Pecado do Pregador
Como dar crédito a uma mensagem sobrenatural, única, exclusiva, altamente desafiadora, que se contrapõe às outras vozes do mundo, se o instrumento transmissor desta mensagem for alguém de caráter duvidoso? Vejo que a vida do pregador está estreitamente ligada a sua pregação. A pregação é a vida do pregador. Mais do que eloquência, facilidade com as palavras, poder de convencimento, o mensageiro do evangelho santo tem de ser alguém santo. Não dá para conceber uma pregação forte e marcante divorciada de uma vida consagrada. Por isso mesmo, não poucas vezes somos escandalizados ao ouvir as tristes histórias de pregadores envolvidos com falcatruas, descontrole financeiro, adultério, bebedices, mundanismo, etc. Não dá para conceber, de acordo com os padrões da Escritura, a ideia de um pregador repreensível, de moral duvidosa, com um histórico de antecedentes “criminais” gerado nas igrejas por onde passou que conste de tantos erros que a comunidade prefere nem sequer comentar, de tão absurdos que são. Com que autoridade poderá pregar sobre educação de filhos, se os seus são os piores? Como falará sobre relacionamento conjugal, se vive brigando com seu cônjuge? Com que poder exortará os jovens a manterem o coração puro se vive atolado em luxuria? Ao descrever este quadro até parece que não estamos falando de pessoas regeneradas. Parece estarmos falando sobre ímpios que não conhecem a Deus. Mas as estatísticas nos mostram que talvez o quadro seja ainda mais nefasto e aterrorizador. Não são poucos os casos de IPC
- Interessados pela Palavra de Deus
pregadores com vida dupla. São casados, mas tem relações homossexuais na surdina; juram fidelidade, mas devoram a casa das ovelhas fragilizadas; administram o dinheiro da Igreja e burlam os registros apossando-se, como fazia Judas (João 12:4-6), do santo dinheiro da igreja; enquanto conversam com outros pregadores falam com ousadia contra os pecados que eles mesmos se deleitam, condenando nos outros o que eles próprios fazem. Mahaney disse “Você não acha muito mais interessante e agradável estudar a doutrina do que estudar o seu coração? Não é muito mais prazeroso examinar seus livros do que examinar suas razões? Não somos muito mais rápido sem nos aplicarmos no estudo de um texto específico para a preparação de um sermão do que aplicar aquele mesmo texto ao nosso coração e vida?”. Charles Spurgeon dizia que “um pastor infiel é o melhor agente de Satanás dentro da Igreja”. Melhor lhes fora amarrar uma pedra ao pescoço e atirar-se da ponte do Guaíba do que continuar maculando o Santo Evangelho da Salvação! Estes precisam ser exortados, disciplinados, tratados e até mesmos expulsos deste sagrado ministério, pois seu serviço mais atrapalha que contribui, mais causa problemas do que edificação. Fora cães! Arrumem outra coisa para fazer, hipócritas! Certamente ouvirão explicitamente as palavras de Jesus Naquele Dia dizendo: “Apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade” (Mateus 7:23). Não dá para acharmos isto normal. Mahaney sugere que observemos nossa vida, nossas fraquezas e tentações, e tratemos nossas situações de pecado, - Prestando serviço em Amor
inclusive com ajuda de outras pessoas de confiança (esposa, equipe pastoral, homens piedosos). Ele conclui: “Obviamente, há alguns pecados que são particularmente sérios, tanto no efeito que tem sobre outros quanto no que revelam sobre a condição do coração. Até mesmo uma única situação de pecado, como imoralidade sexual, imprudência financeira, comportamento violento e outros, desqualificaria automaticamente um homem do ministério pastoral. Além dessas situações graves de pecado, um padrão sério e contínuo de desvio desobediente dos requerimentos bíblicos na vida de um pastor também pode ser desqualificante”. Por influência destas “rochas submersas” muitos pregadores piedosos acabam aderindo ao seu estilo pérfido de vida, achando tudo normal, considerando o sagrado comum e baixando sua guarda para tornarem vítimas fáceis dos ataques inflamados do maligno. Quantos ele não já conseguiu derrubar assim? Será que você não será o próximo? É hora de mergulhar nossas mentes adormecidas nas águas frias da Palavra de Deus, a fim de acordarmos para a seriedade destas coisas e nos humilharmos perante a face de Deus implorando misericórdia. O problema de toda obra é o obreiro. Um dos principais causadores do declínio do interesse pela verdade da Palavra de Deus é a falha de caráter de muitos pregadores.
Daniel Alves Pastor da IPC
- Cultuando ao Deus vivo
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