Informativo ipc 367

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Informativo - IPC

Domingo, 17 de Janeiro de 2016 – Ano VIII, Número 367

PASTORAL

O Autoridade da Pregação de Cristo “Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina; porque ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas” (Mateus 7:28-29).

Muito embora saibamos que Cristo é sem dúvida o melhor de todos os pregadores por ser ele o Filho de Deus, devemos lembrar que, em tudo, foi ele obediente e dependente total do Espírito Santo para tudo que fazia, deixando-nos seu exemplo para seguirmos. O texto acima é uma das indicações que mais elucidam a forma da pregação de Cristo, e que Mateus registrou ao término do sermão do monte. Não pensemos na forma de Cristo pregar apenas considerando elementos que ele usava no estilo da sua pregação. Pensemos no que Mateus nos declara: “ele as ensinava como (ὡς) quem tem autoridade”. A forma da sua pregação era com autoridade (ἐξουσίαν). Stott comentando sobre a extraordinária autoridade deste pregador, declara: “Ele não titubeava nem hesitava. Não era inseguro, sentindo necessidade de se justificar, nem tampouco era extravagante ou empolgado. Pelo contrário, com uma certeza calma e despretensiosa, expunha a lei para os cidadãos do reino de Deus”. Para Stott a autoridade de Jesus poderia ser analisada por sete maneiras que revelavam seu caráter messiânico, e Lloyd-Jones ratifica esta mesma ideia: “Percebemos que o pregador não era outro senão o próprio Filho de Deus, e que, neste Sermão do Monte, Ele estava esclarecendo que viera ao mundo a fim de dar início a uma nova espécie de humanidade ... Cristo é o novo homem de Deus, e todos quantos a Ele pertencem haverão de assemelhar-se a Ele. Trata-se de uma doutrina espantosa, admirável e que nos causa assombro. Mas, graças a Deus, sabemos que ela expressa uma realidade. Sabemos que Cristo morreu pelos nossos pecados, e que nossos

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- Interessados pela Palavra de Deus

pecados estão perdoados”. Hendriksen, na mesma linha de Stott e Lloyd-Jones, declara que o aspecto mais importante para revelar a sua autoridade era: “Porque a sua mensagem vinha diretamente do coração e mente do Pai (Jo. 8:26), daí também vir do mais profundo de seu próprio ser e das Escrituras (5:17, 7:12; cf. 4:4,7,10). Eles estavam constantemente aproveitando fontes falíveis, citando um escriba ou outro. Eles tentavam tirar água de cisternas rotas. Ele extraía de si mesmo, pois era (e é) ‘a fonte de águas vivas’ (Jr. 2:13)”. Esta autoridade provinha do fato dele ser o Filho de Deus, e também do conteúdo de sua pregação. Afinal Ele é a própria verdade encarnada. Por isso mesmo as multidões ficavam maravilhadas pela sua doutrina (διδαχῇ), ou seja, maravilhadas pelo seu perfeito ensino totalmente verdadeiro. Além disso, essa autoridade era ratificada pelo seu exemplo de vida completamente harmonizado com seu discurso, e que era observado pelos seus ouvintes. Daí o contraste entre Aquele que vive e prega e aqueles que pregam e não vivem. Não podemos negar que a pregação passa pelo viés do testemunho. Jesus não pregava como os escribas. Estes só sabiam, mas não praticavam. Jesus falava e fazia. Não havia contradição entre sua vida e suas palavras. Ele pregava aos olhos e depois aos ouvidos. Baxter com muita sabedoria e piedade ressalta a importância de uma vida limpa e o perigo de conviver com os pecados contra os quais pregamos: “Muitos alfaiates podem andar vestidos de trapos, enquanto confeccionam roupas caras para outros. Muitos cozinheiros podem ficar a lamber os dedos, tendo preparado os pratos mais suntuosos para outros comerem.

- Prestando serviço em Amor

Creiam, irmãos, que Deus jamais salvou homem algum por ser pregador. Tampouco rejeitou alguém por não ser pregador capaz. Ele salvou o pregador porque foi um homem justificado e santificado. Portanto, cada qual de vocês olhe por si mesmo. Veja que você seja o adorador que persuade outros a serem. Certifique-se de que crê naquilo que diariamente persuade outros a crerem. Assegure-se de que já acolheu cordialmente a Cristo e ao Espírito Santo em sua alma, antes de os oferecer a outros. Aquele que o mandou amar o seu próximo como a si mesmo, quis dizer igualmente que você deve amar-se a si próprio, em vez de odiar-se e destruir-se a si próprio – e a outros também. Somos exortados a olhar por nós mesmos, para não suceder que convivamos com os mesmos pecados contra os quais pregamos. Cuidado para não sermos culpados daquilo que talvez condenemos diariamente”. Portanto, a forma da pregação de Cristo é com autoridade. E esta autoridade é proveniente do conteúdo da pregação (verdade bíblica), da origem da pregação (não vem de nós mesmos, mas de Cristo) e da coerência da pregação (palavras e ações congruentes). O desafio de pregar com autoridade deve ser encarado como um compromisso de realizar uma pregação fiel às verdades bíblicas, por um pregador fiel que se enquadra nas verdades bíblicas.

Daniel Alves Pastor da IPC

- Cultuando ao Deus vivo

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