Informativo - IPC
Domingo, 24 de Abril de 2016 – Ano VIII, Número 381
E
PASTORAL
Criando Pontes entre Dois Mundos
Temos duas realidades opostas separadas por um grande abismo: de um lado um mundo corrompido de costas para Deus, gemendo sem saber para onde ir. Do outro lado um mundo de verdades eternas com remédio para todas as mazelas da humanidade. Como ligar estes dois mundos – mundo antigo (da Palavra de Deus) e mundo hodierno? Aqui está o nosso chamado para criarmos pontes seguras entre estes dois mundos. Perceba que talvez a figura da ponte seja a mais adequada ao desafio do pregador ao comunicar o evangelho para estabelecer uma relação entre dois mundo. John Stott declara: “O pregador expositor é um construtor de pontes, buscando vencer a distância entre a Palavra de Deus e a mente humana. Ele precisa dar o melhor de si para interpretar a Escritura com tanta precisão e simplicidade, e aplicá-la com tanta arte, que a verdade possa atravessar a ponte”. De um lado o mundo antigo permeado pela verdade do evangelho. Nesta margem com Deus há plenitude de paz e alegria, há perdão e reconciliação, há verdade e salvação eterna. Do outro lado, o mundo hodierno com seus costumes e crenças, valores e cultura. A graça comum de Deus está aqui, mas não a graça especial Dele. As pessoas desta margem não conhecem a verdade, são escravas do pecado, vivem segundo o príncipe deste mundo, mas não sabem disso. São guiadas pelas potestades do ar, mas acham que estão fazendo só o que querem. Estão perdidas. Estão exaustas e aflitas. São ovelhas sem pastor. Pessoas desesperadas em busca de significado existencial, que tristemente só acham paliativos e nunca solução completa. Cristo veio pessoalmente a esta margem para buscar e salvar o que estava perdido (Lc. 19:10). E agora manda sua igreja fazer o mesmo através da pregação do Cristo morto e ressurreto. O trabalho dos servos de Deus consiste em atravessar esta ponte trazendo os pecadores para a outra margem onde Cristo está. O consolo que temos é saber que Ele fará isso conosco, em nós e através de nós.
IPC
- Interessados pela Palavra de Deus
Pessoas estão carentes da verdade. Elas não sabem o que precisam. Mas nós sabemos porque Cristo nos ensinou. Alimentemos as pessoas com o mesmo alimento que um dia fomos alimentados – “o genuíno leite espiritual” (1ª Pedro 2:2). Billy Graham costuma dedicar a primeira parte da maioria de suas mensagens evangelísticas a falar a cerca dos problemas da nossa cultura contemporânea. Ele cita manchetes de jornais, fala de problemas sociais, de taxa de divórcio e dos suicídios. Ele está conduzindo a mensagem para o fato de que Cristo é a resposta definitiva para essas coisas. Ele estabelece um ponto de contato com as pessoas presentes na pregação. Miller indicando dois princípios importantes para uma boa comunicação com a sociedade hodierna: “Primeiro, que o pregador precisa ter conhecimento do mundo da cultura popular. As pessoas não esperam que os pregadores sejam especialistas em cultura, mas elas gostam quando o pregador faz comentários que mostram que ele sabe, ao menos, alguma coisa acerca do mundo delas e elas respeitam este esforço. Se o pregador não sabe nada deste mundo, pode perder pontos. Conhecer o que passa na TV, filmes, revistas, etc, pode fazer diferença”. O segundo princípio que Miller aborda é que o pregador precisa se importar com o mundo da cultura popular. Esse é o ponto mais crítico, porque o tom é até mais importante do que o conteúdo da cultura. O tom da referencia à cultura popular produz ou interrompe sua capacidade de se conectar com as pessoas. Os pregadores que desejam transmitir eficazmente sua mensagem precisam se reservar do direito de discordar completa e intensamente com os valores expressos pelas pessoas deste mundo confuso, mas devem fazê-lo de tal forma que respeite a pessoa. Talvez pensar que a pessoa está sentada ali na sua frente, lhe ajudaria a ser mais polido ao citar alguém. Jesus era amigo dos pecadores. Um líder precisa ter a mesma atitude e transmitir o mesmo tom que Cristo.
- Prestando serviço em Amor
As pessoas estão mergulhadas na cultura popular; é o único mundo que muitas delas conhecem. Nós precisamos leva-las a um novo mundo, mas isso leva tempo. Precisamos fazer isso como Jesus fazia: Ele entrou no nosso mundo bagunçado para nos levar ao céu. Koessler, nos fala da importância de analisar uma plateia ao preparar sermões evangelísticos: “O objetivo de nossa análise da plateia é identificar-nos com as experiências, problemas e perguntas compartilhados por nossos ouvintes que podem servir como um ponto de contato com o texto. A necessidade sentida levantada pelo pregador precisa estar genuinamente relacionada com a necessidade que está por trás do texto. As soluções oferecidas precisam se correlacionar com as soluções afirmadas ou sugeridas pelo autor”. Koessler prossegue dizendo que uma vez que identificamos pontos de contato legítimos com a plateia, podemos interroga-los na mensagem atraindo a plateia para o sermão durante a introdução, usando o conhecido para explicar o desconhecido e sustentando a verdade com histórias com ilustrações. Na transferência de uma mensagem relevante do passado para o presente, os pregadores precisarão cruzar a lacuna histórico-cultural, que separa o mundo do tempo de nosso mundo contemporâneo. Infelizmente, na louvável tentativa de ser relevante, muitos sermões falham em transpor de maneira adequada este desafio. Quais pontes você tem criado para transmitir o genuíno evangelho sem trair os homens com uma falsa esperança ofertando algo utópico? Seja você um construtor de pontes!
Rev. Daniel Alves Pastor da IPC
- Cultuando ao Deus vivo
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