Informativo - IPC
Domingo, 23 de Outubro de 2016 – Ano VIII, Número 407
E
PASTORAL
Por que Precisamos da Bíblia?
A necessidade primária para o registro da Bíblia, foi o pecado do homem. No Éden só havia um livro: o livro da natureza; todavia, com o pecado humano, a natureza também sofreu as consequências, ficando obscurecida, perdendo parte da sua eloquência primeva em apontar para o seu Criador (Gn 3.17-19) e, como parte do castigo pelo pecado, o homem perdeu o discernimento espiritual para poder ver a glória de Deus manifesta na criação (Sl 19.1; Rm 1.18-23). A Revelação Geral que fora adequada para as necessidades do homem no Éden – embora saibamos que ali também se deu a Revelação Especial (Gn 2.15-17,19,22; 3.8ss) –, tornou-se, agora, incompleta e ineficiente para conduzir o homem a um relacionamento pessoal e consciente com Deus. A observação de Calvino, parece-nos importante aqui: “Lembremo-nos de que nossa ruína se deve imputar à depravação de nossa natureza, não à natureza em si, em sua condição original, para que não lhe lancemos a acusação contra o próprio Deus, autor dessa natureza.” Através da História Deus separou e preparou homens para que registrassem de forma exata e infalível os seus desígnios, sendo a Palavra de Deus escrita, dentre outras coisas, “o corretivo às ideias disformes que pode dar-nos a natureza em seu estado caído.” Desta forma, a Bíblia tem um caráter instrumental e temporário, embora que os seus efeitos e as suas verdades sejam IPC
- Interessados pela Palavra de Deus
eternos. O que estamos querendo dizer, é que na eternidade não haverá mais a Bíblia; apenas teremos a visão ampla e experimental daquilo para o qual ela apontava: A vitória do Cordeiro!
Como consequência lógica do argumento anterior, podemos observar que a Bíblia foi escrita para registrar de forma cabal e inerrante a vontade de Deus referente ao aqui e agora e ao lá e depois, evitando assim, os desvios naturais, fruto do pecado humano. Por isso, só se considera adequada a revelação de Deus contida na Bíblia; somente através das Escrituras, o homem pode ter um conhecimento de Deus livre de superstições. Calvino compreendendo bem este fato, escreveu: Com efeito, se refletimos quão acentuada é a tendência da mente humana para com o esquecimento de Deus, quão grande a proclividade para com toda sorte de erro, quão pronunciado o gosto de a cada instante forjar novas e fantasiosas religiões, poder-se-á perceber quão necessária haja sido tal autenticação escrita da celeste doutrina, para que não deperecesse pelo olvido, ou se dissipasse pelo erro, ou fosse da petulância dos homens corrompida”. - Prestando serviço em Amor
A Bíblia como Palavra inspirada e inerrante de Deus, dá ao homem a resposta adequada às necessidades espirituais de que tanto carece, apontando para Jesus Cristo (Jo 5.39) e para o poder de Deus. Nas Escrituras encontramos a esperança da vida preparada, realizada e consumada pelo Deus Triúno (Rm 15.4; 1Jo 5.13). A Bíblia não foi registrada apenas para o nosso deleite espiritual; mas para que cumpramos os seus preceitos, dados pelo próprio Deus (Dt 29.29; Js 1.8; 2Tm 3.15,16; Tg 1.22); a Bíblia também não nos foi dada para satisfazer a nossa curiosidade pecaminosa (Dt 29.29), que em geral ocasiona especulações esdrúxulas e facções; Ela foi-nos concedida para que conheçamos o seu Autor e, o conhecendo o adoremos e, o adorando, mais o conheçamos (Os 6.3; 2Pe 3.18). A Bíblia foi-nos confiada a fim de que, mediante a iluminação do Espírito Santo, sejamos conduzidos a Jesus Cristo (Jo 5.39; Lc 24.27,44), sendo Ele mesmo Quem nos leva ao Pai (Jo 14.6-15; 1Tm 2.5; 1Pe 3.18) e nos dá vida abundante (Jo 10.10; Cl 3.4). Por isso, “ao estudarmos Deus, devemos procurar ser conduzidos a Ele. A revelação nos foi dada com esse propósito e devemos usá-la com essa finalidade”.
Rev. Hermisten Maia Pastor Presbiteriano
- Cultuando ao Deus vivo
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