Informativo IPC 424

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Informativo - IPC

Domingo, 19 de Fevereiro de 2016 – Ano XIX, Número 424

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PASTORAL

Ouse ser firme no Essencial e no não Essencial

Moisés, o homem mais manso da face da terra, parece ter sido também o mais humilde da sua época ao ponto de achar-se indigno de liderar a saída do povo de Israel do Egito. Duas das maiores qualidades espirituais que caracterizam a vida de todo cristão, compunham a firmeza desse grande servo de Deus no combate diante de Faraó, que mesmo pressionado pelas muitas pragas, tentou “barganhar” astutamente a libertação do povo israelita, adiando por diversas vezes, o culto ao verdadeiro Deus. Após os primeiros sinais de juízo divino, Faraó, liberou o povo para que adorasse a Deus ali mesmo, na terra do Egito (Ex 8.25), ao que Moisés contestou: “não convém que seja assim” e “temos que ir caminho de três dias ao deserto” (2627). Para Faraó o lugar de adoração a Deus não fazia a menor diferença, enquanto que para Moisés a ordem divina estava muito clara. Depois de mais algumas pragas, Faraó permitiu que apenas os homens saíssem (10.10). Não há problema, afinal de contas, eles são os representantes da família – talvez tenha pensado Faraó. Ocorre que na igreja desde os primórdios, mulheres e crianças fazem parte da aliança divina. Numa outra oportunidade Faraó tentou negociar a saída de todo o povo, menos IPC

- Interessados pela Palavra de Deus

a do rebanho e a do gado (24). Mais uma vez Moisés se mostrou irredutível ao exigir do soberano egípcio sacrifícios e holocaustos para oferecer ao Senhor, afirmando que naquele lugar não “ficaria nem uma unha” sequer do gado israelita (26). Finalmente a firmeza de Moisés foi recompensada quando Faraó, após a décima praga, “implorou” que todo o povo saísse do seu território, a essa altura arruinado pela dureza do seu próprio coração. O povo saiu após comemorarem a Páscoa, levando consigo não apenas os seus rebanhos e gado, mas também os despojos dos egípcios: objetos de prata, ouro e roupas. (12.35-36). Essa história é apenas um dos muitos exemplos bíblicos de que quando o assunto é obedecer a Deus devemos ser firmes. Contudo, essa firmeza se expressa também em outro nível, onde, para preservar a unidade da igreja sem correr o risco de ser liberais, precisamos fazer concessões naquilo que não é essencial. Nosso Senhor, por exemplo, procedeu dessa forma quando, ao entrar no templo acompanhado de Pedro, lhe fora cobrado o imposto das duas drácmas por meio do discípulo. Como senhor do templo, Jesus não tinha obrigação alguma de pagar referido imposto, mas, para que “não houvesse escândalo” pago-o por si e por Pedro (Mt 17.24-27). - Prestando serviço em Amor

Outro exemplo de que podemos abrir mão nas coisas não essenciais ou secundárias por amor ao evangelho, nos vem do apóstolo Paulo que, em duas ocasiões semelhantes, agiu distintamente entre os judeus, decidindo circuncidar Timóteo “pois todos sabiam que seu pai era grego” (At 16.1-3) e não circuncidar a Tito, consciente de que naquele momento o evangelho estava na berlinda, visto que “alguns indivíduos provenientes da Judeia estavam ensinando aos gentios convertidos da Galácia que a salvação dependia da circuncisão, alegando ser esse o ensino de Moisés” (At. 15.1). A intolerância neste nível muitas vezes são as causas de inúmeras divisões dentro do evangelicalismo moderno. Por isso que, na luta contra o mundanismo, além de combater o legalismo teológico com bastante sabedoria, a igreja tem que primar por sua unidade sem que isso seja feito à custas das doutrinas centrais da Palavra de Deus. Concluímos então que para manter essa unidade é necessário muito mais que conhecimento doutrinário, é necessário firmeza doutrinária.

Ana Maria Prado Presidente da Conf. Nacional da S Paulo Wanderley Presbítero em disponibilidade da IPC

- Cultuando ao Deus vivo

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