Domingo, 30 de Julho de 2017 – Ano IX, Número 447 PASTORAL
Refletindo sobre o Problema do Coração
De acordo com as Escrituras o coração humano não é neutro, passivo e nem santo, mas corrompido e pecador. Desde o livro de Gênesis há o relato de que o pecado afetou o ser humano integralmente e se assenta, de forma especial e metafórica, em seu coração. Essa é a razão pela qual o escritor bíblico afirma que todo o desígnio do coração do homem pecador é mau (cf. Gn 6.5). Além do mais, o profeta bíblico diz que “enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto” (Jr 17.9). O problema do aconselhado pode, muitas vezes, ser a própria resposta pecaminosa do seu coração a diferentes situações em sua vida. Devido à condição enganosa do seu coração ele pode, inclusive, permanecer “cego” para os seus próprios erros e justificar suas atitudes culpando as pessoas, as circunstancias ou mesmo Deus. O que ele deve ser lembrado, porém, é que o seu “homem interior” nunca é meramente uma vítima dos fatores externos, mas ao mesmo tempo em que ele sofre os danos, ele pode estar respondendo no seu íntimo de maneira espiritualmente danosa. Também, o problema do coração encontra-se no fato de que Deus julga não apenas nossas ações, mas também nossas intenções. As Escrituras ensinam que Aquele que IPC
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criou o coração humano também sonda os corações (Sl 7.9, 26.2 e At 1.24). Dessa forma, o Senhor Deus conhece o que se passa no coração e ele julga as motivações, valores e intenções do coração. Isso fica claro no ensino de Jesus quanto à imoralidade, pois ele afirmou que se alguém no coração cobiçar outra pessoa já adulterou com ela (cf. Mt 5.28). Dessa forma, nossas motivações não podem ser consideradas “inocentes” nem “neutras”, pois cada uma delas é avaliada por aquele que sonda mentes e corações. Isso faz com que o problema do conselheiro e do aconselhado se localize no íntimo do coração de ambos.
Finalmente, o problema do coração ainda consiste no fato de que ninguém pode, por si mesmo, transformar o seu próprio coração. Na verdade podemos selecionar alguns de nossos desejos e exercer domínio próprio temporário de tal forma que - Prestando serviço em Amor
nossas atitudes e comportamentos surpreendam as pessoas ao nosso redor. Todavia, a qualquer momento perceberemos que nosso coração ainda continua alimentando sentimentos orgulhosos e desejando aquilo que desonra a Deus, criando os seus próprios ídolos e nos levando à frustração. De fato nosso coração parece indomável e incorrigível! A grande bênção, porém, é que o Senhor que criou e sonda os corações promete uma transformação radical no coração daquele que se refugia nele. No livro do profeta Ezequiel o Senhor Deus faz uma promessa a todo o que se volta a ele e diz: “Darvos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis” (Ez 36.26-27). Logo, o problema do coração não é incorrigível, pois Deus promete dar uma solução final a ele: transformação e mudança. Ao conselheiro e ao aconselhado essa promessa é fonte segura de esperança.
Rev. Valdeci Santos Pastor Presbiteriano
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