(L) Alegria e Celebracao

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Alegria e Celebração Filipenses 4:4 “Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez vos digo: alegrai-vos”. Êxodo 5:1 “Deixe ir o meu povo para que me celebre uma festa no deserto...” Rev. Jorge Luiz Patrocinio PALAVRA INICIAL Hoje eu gostaria de falar sobre alegria e celebração. A Bíblia diz: “A alegria do Senhor é a nossa força...” Neemias 8:10 O povo de Israel era convocado para apresentar-se em santa alegria e adoração: “Vinde, cantemos ao Senhor com júbilo, celebremos o rochedo da nossa salvação. Saiamos ao seu encontro com ações de graças e vitorie-mo-lo com Salmos.” Salmo 95 E quando eles foram libertados do cativeiro da Babilônia eles vieram pela estrada de volta cantando: “Quando o Senhor restaurou a sorte de Sião ficamos como quem sonha. Então a nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de júbilo...” Salmo 126:1 Eu gostaria de meditar com os irmãos sobre a realidade de que a vida comunitária, a vida do povo de Deus, precisa ser uma vida de contentamento, de amizades, de companheirismo, de louvor comunitário, de culto vivo ao Deus vivo. Mas para isso, mesmo tendo tantos textos e experiências bíblicas diante de nós, eu gostaria de ler dois textos. Eu gostaria de colocar dois personagens bíblicos sentados um em frente ao outro. Eu gostaria de olhar para Paulo e Moisés para aprendermos sobre alegria e contentamento. Filipenses 4:4 “Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez vos digo: alegrai-vos”. Êxodo 5:1 “Deixe ir o meu povo para que me celebre uma festa no deserto...” PERGUNTA INICIAL: Você é uma pessoa feliz? Você é uma pessoa alegre?


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INTRODUÇÃO Sabemos que a verdadeira felicidade é aquela que está fundamentada na esperança da vida eterna. Só podemos ser verdadeiramente felizes se a nossa alma andarilha estiver descansada em Deus. É isso que a Bíblia diz: “Aquele que habita no esconderijo do altíssimo, à sombra no Onipotente descansará...’’ Salmo 91 Mas há uma segunda pergunta: Você é uma pessoa alegre? É verdade que em alguns momentos estaremos tristes. Passaremos por tempestades e mesmo nossa felicidando não sendo abalada, a nossa alegria por ir embora por algum momento. Jesus passou por isso. Num momento Ele disse: “A minha alma está triste até a morte.” Existem momentos que você pode estar triste, mesmo sem perder a sua verdadeira felicidade. Mas lembre-se que o momento triste não pode ser uma regra em nossa vida cristã. O apóstolo Paulo escreveu aos Filipenses (4:4) com uma palavra muito direta: “Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez vos digo: alegrai-vos”. E aqui o apóstolo Paulo não estava falando de felicidade atemporal, escatológica, eterna apenas. Ele estava falando de alegria. Ele estava falando de buscar um contentamento diário em Deus. O Rev. Hernandes Dias Lopes escreveu um livro com um título muito sugestivo sobre a Carta de Paulo aos Filipenses, chamado: Ladrão da Alegria. Havia circunstâncias com aquele povo que tentavam roubar-lhes a alegria. Daí Paulo dizer: Alegrai-vos no sempre no Senhor. Em suma: Nada pode roubar a sua felicidade. Absolutamente nada. Mas eu quero despertá-lo nesta noite para que você lute para que nada arranque a sua alegria.


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Nas últimas duas semanas falamos sobre a necessidade de nossa igreja estar cada dia mais se preparando e melhorando para receber pessoas. E uma forma direta para isso é cultivarmos um ambiente saudável, alegre, revitalizador, animador. Eu tenho presenciado essa realidade em nosso meio, louvado seja o Senhor. Precisamos ser pessoas que vivam o que a Palavra de Deus diz: “Um ao outro ajudou, e ao teu companheiro disse: esforça-te”. E só vamos conseguir viver isso, quando em nossa individualidade estivermos buscando o contentamento no Deus que nos liberta, restaura e sustenta. Mas eu não poderia deixar de trazer para dentro de nossa meditação o texto de Êxodo 5:1. Ele é simplesmente iluminador e lindo: Moisés se apresenta pela primeira vez diante de Faraó e lança o fundamento do motivo pelo qual Deus iria libertar o Seu povo. “Deixe ir o meu povo para que me celebre uma festa no deserto.” Por 430 anos Deus recebia até aquele momento o culto abafado, as orações gemidas, as lágrimas do povo que gemia debaixo da escravidão de Faraó. Num outro cativeiro (Babilônia) num período infinitamente menor do que o cativeiro no Egito (Setenta anos) os israelitas escreveram a dor deles para adorar a Deus debaixo da escravidão. Salmo 137:4 conta essa história: “Como... haveríamos de entoar o canto do Senhor em terra estranha?” Moisés se levanta e revela a vontade do Senhor: O meu povo precisa ser liberto porque eu quero festejar com ele no deserto. Aplicação Deus nos chama para oferecer dia após dia uma festa a Ele chamada culto: Culto alegre, reverente, espiritual e racional. Somos chamados para adorar o Senhor em espírito e em verdade, cultuarmos com


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disposição e alegria e nos estimularmos uns aos outros ao amor e as boas obras. Diante disto, eu gostaria de meditar com os irmãos sobre a expressão de Moisés em Êxodo 5:1: “Deixe ir o meu povo para que me celebre uma festa no. E de Paulo em Filipenses 4:4: “Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez vos digo: alegrai-vos” Como aquele povo poderia adorar e celebrar com alegria? A vida da igreja precisa ser uma vida de celebração: CELEBRANDO O QUE? 1. Celebramos a libertação espiritual Moisés disse: Deixa ir o meu povo. Liberte o meu povo. Solte as suas amarras. Paulo nos mostra que essa celebração é uma ordem de Deus: “Alegrai-vos”. Somos convocados a celebrar a libertação espiritual. Efésios 2:1 nos diz: “Ele vos deu vida estando vós mortos em vossos delitos e pecados.” Colossenses 1: 13 nos diz: “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor”. Deus não nos libertou primariamente da inflação, Deus não nos libertou do débito, da hipoteca impagável. Deus não nos libertou primariamente como um Deus social. A Bíblia diz que Ele nos libertou do império das trevas, do pecado, do destino final de condenação. E Ele não só nos libertou, mas também nos transportou para o reino do Filho do seu amor. Ele nos transportou para o reino da graça, para a presença dos santos, para o lugar de refúgio. Deus deu a oportunidade a Faraó de deixar o povo dEle sair, mas ao mesmo tempo endureceu o seu coração para que o Egito fosse julgado debaixo de suas pragas.


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E como Ele fez isso? E porque Ele fez isso? (Como?) Ele fez isso unicamente pelo sacrifício de seu filho. Ele fez isso pelas forças celestiais arregimentadas providenciando na cruz a nossa definitiva libertação. No Egito, um cordeiro foi imolado e os exércitos de Deus deixaram aquela terra. Êxodo 12 nos conta esta história. E No versículo 41 nos é dito: “Aconteceu que ao cabo de quatrocentos e trinta anos, nesse mesmo dia, todas as hostes do Senhor saíram da terra do Egito.” Numa outra tradução nos é dito: “... todos os exércitos do Senhor saíram do Egito.” (Porque?) E porque fez isso? Porque pela graça sois salvos. Ele fez isso porque é rico em misericórdia e tem prazer em perdoar. Ele fez isso gratuitamente no amado. Ele fez isso, como no Egito, por causa de Sua promessa lançada sobre Abraão. Isso é motivo mais do que suficiente para celebrarmos a Deus. Esse é na verdade todo o motivo, toda a razão de nossa adoração. Por isso, é uma ordem. 2) Celebramos a vitória inimaginável do nosso libertador – Moisés era o libertador de Israel. O grande sacerdote. Aquele que saiu do Egito com todas as hostes celestiais. A vitória do nosso libertador foi inimaginável e inigualável. Ele venceu pelo caminho mais inusitado possível: Ele trouxe vida através da morte. Ele venceu a morte com a Sua morte. Talvez quem tenha pintado um quadro colorido dessa realidade tenha sido C. S. Lewis em suas Crônicas. Parte do livro se tornou filme: O leão, a bruxa e o guarda roupa.


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Aslon o grande leão se entrega a bruxa e seu reino para libertar o jovem menino que havia sido encantado pelos convites da malvada bruxa. O leão é colocado sobre o altar de pedra, mas ele ressuscita num final épico maravilhoso. Jesus foi morto como o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo e ressuscitou como o leão da tribo de Judá. Celebramos a ressurreição do nosso libertador. Cristo está vivo. Ele está aqui neste exato momento. Ele está nos céus a interceder por nós, e através do Espirito está em nós a nos convencer do pecado. Moisés saiu do Egito à frente do povo como grande libertador de Israel em direção ao deserto para celebrar a Deus. Jesus abriu caminho pela cruz para entrarmos na presença do Pai. Por isso o apóstolo Paulo nos diz que nós devemos nos alegrar “sempre” Sair do Egito em direção ao deserto só faz sentido se no deserto encontrarmos o Deus vivo. E aqui chegamos ao terceiro ponto: 3) Celebramos a presença do Deus da celebração. “... ir ao deserto para celebrar uma festa...” Como pode alguém celebrar uma festa no deserto? O deserto é o lugar de solidão. O deserto é o lugar da falta de tudo: água, comida, vida. O deserto é o lugar do choro. Só faz sentido ir ao deserto se no deserto encontrarmos o Deus vivo e verdadeiro: Moisés entende isso. O apóstolo Paulo também entende assim. Por isso ele nos diz que devemos nos alegrar “no Senhor”. Pergunta: Como o deserto poderia se tornar o lugar de celebração? Duas razões básicas:


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1. Por causa da presença de Deus – Jacó despertou o sono e disse: O Senhor está neste lugar e eu não sabia. (G. 28:16) Quando Jacó tomou consciência da presença de Deus no deserto, tudo mudou para ele, pois deitou azeite sobre aquela pedra e adorou a Deus. Ele transformou o deserto num templo. Moisés compreendeu imediatamente essa verdade: Deus estaria com eles no deserto e isso era o suficiente para transformar o deserto num lugar de celebração. 2. Por causa de um coração transformado – Por causa também da disposição de coração do povo em reconhecer que deserto com Deus é infinitamente melhor do que estar no meio da população. O Salmo 84 responde estas inquietações:Vr. 5-6 “ Bem aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração se encontram os caminhos aplanados, o qual passando pelo vale árido, faz dele um manancial; de bênçãos o cobre a primeira chuva.” Caio Fábio, quando tinha luz no seu coração e chão firme debaixo de seus pés , escreveu sobre esse texto e o chamou de “topografia do sucesso”. Foi lá pelos idos de 1988 que ele disse isso: Primeiro a topografia é existencial (coração aplanado) Segundo, as circunstâncias são afetadas para melhor. Conclusão “Deixe ir o meu povo para que me celebre uma festa no deserto...” Você já saiu do Egito. Deus te libertou. Celebre a vitória do Cordeiro.


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