Estudo 5 - O Cantico de Moises - Parte 1

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Série: Alcançando Além de Nós Mesmos

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Estudo 5 O Cântico de Moisés – Parte I Êxodo 15.1-2 Pr. Jorge Patrocínio INTRODUÇÃO Na Bíblia há alguns cânticos que ganharam proeminência por causa de seu teor teológico, cultico e espiritual. E por que eles foram feitos em momentos fundamentais para a libertação do povo de Deus. Este cântico de Moisés é um deles. Os outros cânticos importantes são o cântico de Débora (Juízes 5), quando não havia rei em Israel, e o cântico de Maria (Lucas 1.46-56), quando não havia rei em Israel. Talvez seria interessante se fizéssemos um paralelo entre esses três cânticos. Com certeza encontraríamos princípios de adoração em todos os três cânticos como sendo gerados pelo próprio Espírito de Deus. No entanto, ficaremos apenas com o cântico de Moisés. Para alguém que quer viver um projeto de vida de alcançar além de si mesmo e ser canal de bênçãos na vida dos outros, é peremptório que se aprenda a cantar as vitórias do Senhor. Lembre-se que Moisés abandonou o Egito e todos os seus tesouros e aqui ele começou a experimentar do grande Deus que o havia vocacionado. Deixe-me pontuar preliminarmente alguns princípios fundamentais sobre cântico e adoração, baseados neste texto: (1) Cântico sempre é algo didático para nós e para os outros – Vr. 1 “...entoou Moisés e os filhos de Israel...” Cantar é ensinar a alma e perpetuar nossa esperança. Talvez seja por isso que o salmista disse: “Cantarei para sempre as tuas misericórdias, ó SENHOR; os meus lábios proclamarão a todas as gerações a tua fidelidade.” (Salmo 89.1) . É, com certeza também, que o Salmista (78:3-4)diz: “O que ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais, não encobriremos a seus filhos; contaremos as vindouras gerações os louvores do Senhor e o seu poder, e as maravilhas que fez.”


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(2) Cânticos são sempre declarações de amor para o Deus que é e o Deus que faz - Vr. 11 “...quem é como Tu?” A Bíblia está cheia desses cânticos que exaltam a manifestação salvadora de Deus. Quando um servo de Deus reclama da vida, ele/ela está na realidade reclamando de Deus e dizendo que o Seu Deus, o seu Pai, não tem sido tão bom assim. É por isso que o apóstolo Paulo nos exerta: “Em tudo dai graças porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus.” (I Tess. 5:18) E Romanos 12:2 diz que “A vontade do Senhor é boa, perfeita e agradável.” Como compreender que a vontade do Senhor é agradável? E mais, o que Paulo quer dizer “porque esta é a vontade do Senhor”? O que significa “esta”? Esta signfica dar graças em tudo. Só assim podemos entender que a vontade do Senhor é agradável. (3) Cântico é sempre algo contagiante – Vr. 20 “A profetisa Miriã... tomou um tamborim...” Talvez seja por isso que o apóstolo Paulo orienta: Efésios 5:18-19 diz: “...mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor” Fico pensando que precisávamos cantar mais os feitos do Senhor. Não falo apenas no momento do culto. Quem não gosta se assentar em uma roda com um violão para cantar? Precisamos envolver nosso coração com louvor. Na verdade, nem nos damos conta da eficácia evangelizadora do louvor. E o que dizer do episódio em Atos 16 na região da Macedônia quando foram açoitados e presos: Atos 16:25 nos diz: “Por volta da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam louvores a Deus, e os demais companheiros de prisão escutavam.’


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Ex. Se achar que deve – Mencionar o exemplo da vizinha em Aracruz que foi curada de depressão ao ouvir a Vera cantar. Mas neste primeiro estudo sobre o Cântico de Moisés nós vamos nos concentrar nas verdades expostas no versículo 2: “O Senhor é a minha força e o meu cântico; ele me foi por salvação; este é o meu Deus; portanto, eu o louvarei; Ele é o Deus de meu pai; por isso, o exaltarei.” Esta expressão acontece duas vezes na Bíblia, além deste cântico de Moisés: Salmo 118.14 – “O Senhor é a minha força e o meu cântico, porque ele me salvou.” Isaías 12.2 “... o Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação.” Esses três textos declaram uma verdade intrínseca que se manifestaria futuramente. A verdade é a seguinte: As libertações do Antigo Testamento são quadros proféticos da libertação espiritual promovida por Cristo. Os três ofícios do Antigo Testamento são tipologias dos ofícios de Cristo no reino espiritual. Quais são os três ofícios? Profeta, sacerdote e rei. - O profeta era a boca de Deus perante o povo. Ele dizia: Assim diz o Senhor. Deus falava através do profeta. - O sacerdote era a boca do povo perante Deus. Ele levava o povo até Deus. - O rei era o libertador do povo perante os inimigos. Jesus é profeta perfeito que revela a vontade de Deus: Hb. 1.1 “Havendo Deus outrora falado, muitas vezes, de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder...”


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- Jesus é também o Sacerdote perfeito. Hb. 9.11-14; 10.19-21 - Jesus também é o verdadeiro rei. Apocalipse 19.11-16

Neste versículo há princípios que são fundamentos para todo o resto da história porque esses princípios têm a ver com o que Deus é para aquele que canta. (Na próxima semana vamos ver o que Deus faz de acordo com o cântico de Moisés) Tudo se fundamenta nisso; isto é, no seu relacionamento com Deus. VEJAMOS NO CÂNTICO O QUE DEUS É (1) O senhor é a razão do seu viver – “O Senhor é a minha força e o meu cântico...” Nós vivemos por motivações e servimos a Deus e a igreja por motivações. Qual é a motivação de nosso serviço? Maria também disse: A minha alma engrandece ao Senhor. A verdadeira fé nos faz apropriar-se da misericórdia universal de Deus como a nossa possessão pessoal. Ele é o meu Senhor, o meu Deus, a minha força. Ele me ama e deu a si mesmo por mim para que pudesse ter um relacionamento comigo. Deus é o meu objetivo maior de minha vida. Qualquer atitude nossa que não tenha Deus como nossa motivação maior está equivocada. Se torna apenas algo religioso. Portanto, precisamos dizer: O Senhor é a razão do meu viver. Veja que Ele não é apenas a fonte de meu viver. Ou seja, eu não vivo apenas por causa dele, mas também para Ele.

(2) O Senhor é a fonte da salvação – “... ele me foi por salvação...”


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Cada ato de Deus revela a força e salvação de Deus em direção a mim. Is.12:2-3 – “Vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação “ Só há sentido no que fazemos se Deus for a fonte de nosso viver. Aqui sim há uma lembrança do passado. De Deus como fonte de nossa existência. Eu vivo por causa dele, porque Deus foi misericordioso comigo. Mas Moisés leva para o reino espiritual. Ele fala de salvação. Deus pode ser e é a fonte da vida. Mas Ele quer ser a fonte da salvação.

(3) O Senhor é pessoal – “este é o meu Deus” Logo em seguida ele diz: “... ele é o Deus de meu pai...” O povo de Israel dava muita ênfase a essa “fé aprendida”: Como já falamos o Salmo 78:3-4 diz assim: “O que ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais, não o encobriremos a seus filhos; contaremos à vindoura geração os louvores do Senhor, e o seu poder, e as maravilhas que fez” Deuteronômio 6.6-9 “Estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-se, e ao levantarse. Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas.” Nós sabemos da importância do aprendizado passado dos pais aos filhos. O apóstolo Paulo ressaltou os ensinamentos que seu filho na fé, Timóteo, havia recebido de sua mãe e avó: 2 Tm. 3.15.


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CONCLUSÃO - Só conseguiremos alcançar além de nós mesmos se souber avaliar nossos objetivos, nossa fonte e nosso relacionamento pessoal como tudo estando em Deus.


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