A Rocha de Refidim Águas Vivas Êxodo 17:1-7 // Numeros 20:2-13 Introdução A crucificação de Cristo é repleta de detalhes nos escritos de todos os evangelistas. Há pelo menos 25 profecias do Antigo Testamento que envolvem a paixão e morte de Cristo. A narrativa do apóstolo João traz alguns desses detalhes na busca de lincar Jesus ao Messias do Antigo Testamento. João 19:30-35 “30 Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito. 31 Então, os judeus, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, visto como era a preparação, pois era grande o dia daquele sábado, rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados. 32 Os soldados foram e quebraram as pernas ao primeiro e ao outro que com ele tinham sido crucificados; 33 chegando-se, porém, a Jesus, como vissem que já estava morto, não lhe quebraram as pernas.” Esse acontecimento registrado por João foi para se cumprir a professia do Salmo 34:20 onde nos diz a respeito do justo: “Preserva-lhe todos os ossos, nem um deles sequer será quebrado.” Mas o versículo 34 passaria desapercebido se não fosse a história em Refidim: “Mas um dos soldados lhe abriu o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.” Jesus disse em João 7:37-38: “No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem
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sede, venha a mim e beba.Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.” E também a declaração de Paulo em 1 Corintios 10:4 “E beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo.” Depois de comer pão dos céus, o povo de Israel chega a Refidim onde experimentaria beber água da Rocha. Por duas vezes Deus levou o povo de Israel até Refidim e os saciou com a água que escorre da Rocha. A primeira, logo na saída do Egito (Ex. 17). A segunda, no retorno de Cades Barnéia (Nm. 20). Há um espaço de pouco mais de 3 meses entre os dois episódios (Ex. 19:1 e Dt. 1:2). Cades Barnéia marca o momento de uma grande virada para o povo por causa da sua sedição. Deus levaria o povo do Egito a terra prometida pelo deserto de Sim em pouco mais de 4 meses. Mas ao chegar em Cades Barnéia, que ficava a quarenta dias da terra prometida, o povo recebe o relatório dos espias com incredulidade. E aí Deus os faz desviar-se da rota e rumar para o deserto. Números 20 menciona que desviando agora para a caminhada de quarenta anos o povo passa novamente em Refidim. Existem algumas diferenças importantes entre esses dois episódios em Refidim, diferenças estas que são mais do que notas de rodapé; são, de fato, verdades cruciais:
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1. A primeira diferença está na forma como Deus alimenta o povo com a água No primeiro episódio o povo não presencia Moisés tocando a Rocha. Êxodo 17:5 Deus orienta a Moisés: “Passa adiante do povo e toma contigo alguns dos anciãos...” Vr. 6 “... Moisés assim o fez na presença dos anciãos de Israel.” Esse princípio se estende até aos nossos dias; a saber, os líderes são os primeiros a serem provados. Estamos às portas de eleição para oficiais- Presbíteros e Diáconos- A Constituição da Igreja diz que é dever do membro “sustentar a igreja moral, espiritual e financeiramente.” Moral através do bom testemunho; espiritual orando e participando de seus trabalhos e financeiramente através de suas contribuições. Os líderes são os que precisam dar o exemplo no cumprimento de seus deverems, mas muito mais ainda são os líderes os primeiros a crerem no direcionamento que Deus está dando a igreja. No segundo episódio, não mais os líderes apenas presenciam, e sim toda a congregação. Números 20:8 “Toma a vara, ajunta o povo, tu e Arão, teu irmão, e diante dele, falai a rocha...” Agora todo o povo diante da tenda da congregação presencia as águas fluindo em abundância da Rocha. Fico a imaginar este quadro: O povo chegando a Refidim exausto e sedento; com a experiência amarga da sedição em
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Cades Barnéia e Deus faz águas abundantes jorrarem da rocha ali bem diante dos olhos da congregação. 2) Como a administração do milagre deveria acontecer As instruções são claras: 1) Ferir a Rocha – No primeiro episódio Moisés deveria ferir a Rocha com a vara. Êxodo 17:6 “Eis que estarei ali diante de ti sobre a rocha em Horebe; ferirás a Rocha e dela sairá água...” A mesma vara que o acompanhava desde de o seu chamamento em Êxodo 3 quando Deus disse “O que tens nas mãos?” Aquela vara era chamada de a vara de Deus e vez por outra de a vara de Moisés. 2) Falar a Rocha – No segundo episódio Moisés deveria apenas falar à Rocha. Números 20:8 “Toma a vara, ajunta o povo, tu e Arão, teu irmão, e, diante dele, falai à Rocha...” 3) Os Resultados daqueles acontecimentos 3.1. Deus saciou o povo com água Saíram muitas águas e todos beberam fartamente. Deus tinha uma aliança consigo mesmo e com Moisés de libertar o Seu povo do Egito e Ele levaria a cabo seus planos sustentanto-o no deserto com pão e água. Experimente beber das águas vivas de Deus a cada dia mediante sua vida devocional com Ele. 3.2. O povo ficou prostrado no deserto porque murmurou Números 20:4-5 – Aqui há um ensinamento que se perpetua para o povo de Deus; a saber, não podemos
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murmurar com aquilo que temos porque ao fazer isso estamos murmurando contra Deus. Estamos dizendo que Ele não é um Deus tão bom como afirma. 3.3. Moisés não entrou na terra prometida porque desobedeceu a ordem Números 20:11-12 “Moisés levantou a mão e feriu a rocha duas vezes com o seu bordão, e saíram muitas águas; e bebeu a congregação e os seus animais. Mas o SENHOR disse a Moisés e a Arão: Visto que não crestes em mim, para me santificardes diante dos filhos de Israel, por isso, não fareis entrar este povo na terra que lhe dei.” Por causa deste acontecimento o texto diz que Moisés não entraria na terra prometida. Aquela foi uma sentença muito dura e Moisés sentiu muito. Em Deuteronômio 3:23-26 Moisés fala novamente sobre isso: “Também eu, nesse tempo, implorei graça ao SENHOR, dizendo: Ó SENHOR Deus! Passaste a mostrar ao teu servo a tua grandeza e a tua poderosa mão; porque que deus há, nos céus ou na terra, que possa fazer segundo as tuas obras, segundo os teus poderosos feitos? Rogo-te que me deixes passar, para que eu veja esta boa terra que está dalém do Jordão, esta boa região montanhosa e o Líbano. Porém o SENHOR indignou-se muito contra mim, por vossa causa, e não me ouviu; antes, me disse: Basta! Não me fales mais nisto.” Esse episódio traz um grande ensinamento; a saber, que Deus não quebra galho, não dá um jeitinho e não é conivente a desobediência mesmo que tenha sido feita por um servo como Moisés. Mas a pergunta permanece: Será que Moisés não entrou na terra prometida por causa daquele pecado? Há ainda mais alguma explicação.
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A resposta Bíblica é clara em afirmar que o episódio de Números 20 é o motivo principal porque Moisés não entrou na terra prometida. Mas devemos nos lembrar que Deus é um Pai de amor e misericórdia não rejeita a oração de Seus filhos. Apesar de não permitir que Moisés entrasse na terra em Deuterônomio 32 e 34 nos é dito que Deus leva Moisés a uma grande montanha e lhe permite ver de longe a terra. Mas a história de Moisés não acaba aí. O texto diz que o próprio Deus o sepultou num lugar onde ninguém sabe. E no livro de Judas, verso 8 (anterior ao livro de Apocalipse), temos o impressionante relato de que o próprio arcanjo Miguel veio à terra em busca do corpo de Moisés. E o livro de Mateus (capítulo 17, versos de 1 a 13) é claro em dizer que Moisés e Elias apareceram à Jesus e Seus discípulos na montanha. Esse relato tem muitos significados além de provar que Deus recebeu Moisés e Elias. Ele demonstra que esses dois heróis da fé são como representantes das duas classes de pessoas salvas: as que serão ressuscitadas da morte (Moisés) e as que irão para o céu sem ter passado pela primeira morte (Elias). Além disso, é preciso se lembrar que Moisés é a grande figura de Cristo do Antigo Testamento. Ele é profeta ao trazer ao povo a vontade de Deus, é também sacerdote ao interceder a Deus pelo povo e rei ao legislar e dirigir a nação. Mas mais do que isso Moisés é o grande libertador de Israel que tira o povo das garras de Faraó.
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É Biblicamente iluminador ver que Josué é o General do exército que vai introduzir o povo na terra prometida. O nome Josué (Joshua) em Hebraico é o equivalente do nome Jesus no Grego. Cristo é aquele que liberta o povo das garras de satanás e o conduz à terra prometida. Conclusão Jesus é a verdaeira Rocha que oferece a água viva que mata a sede espiritual.
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