(L) 4 Quem é Jesus para Voce

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Pedro, Quem sou eu? Quem é Jesus para você? Mateus 16:13-20 EXORDIO Num momento em que o Brasil recebia toda a força do movimento hippie que nascera 10 anos antes nos Estados Unidos, há quase 40 anos atrás (1973) o grupo Vencedores por Cristo já retratava os grandes questionamentos em torno do intelectual e da prática de quem é Jesus. Enquanto os Beatles emergiam no movimento com músicas como “Imagine” e dizia: “Imagine se não houvesse céu e nem inferno, nem religião, apenas o agora e todos vivendo em paz.” Pregando assim uma paz utópica sem expiação, sem confrontação, sem justiça, sem arrependimento e sem Deus. Os Vencedores por Cristo se levantavam para dizer: “Caminho estreito, eu vi a cruz e no meu peito o céu em luz. Meu sonho, a paz, achei enfim, Jesus em mim.” INTRODUÇÃO A pergunta desta noite talvez seja a que mais tem sido feita ao longos dos séculos. É uma pergunta a ser feita e respondida de forma literal, sem analogias, sem simbolismos, sem alegorias, sem rodeios. Pergunta esta que Jesus mesmo a fez e ao fazer aos discípulos, Ele viu a você e a mim: Quem é o Filho do Homem? Jesus viveu um ministério curto de três anos em que revolucionou a Palestina. E o mais interessante é que Ele nunca se preocupou com o que as pessoas pensavam dele: Semana passada o vimos num tribunal armado pelos homens. E sem medo de se comprometer, ou se entregar, ou ser mal interpretado Ele transferiu o tribunal para a consciência de seus inquiridores.


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Jesus também comia com pecadores, participava das festas, tocava os “intocávels” (No significado mais literal e pejorativo do termo -possível): Doentes, publicanos, samaritanos, mulheres, crianças. Jesus condenou a religião morte dos Escribas e Fariseus. Ele proferiu discursos tão duros para os seus seguidores que, “à vistas destas coisas, muitos já não andavam com Ele”(Jo. 6:66) Jesus sabia que tinha vindo para morrer. Mas Jesus não foi um revolucionário com um ideal de protesto apenas para protestar e andar na contra mão da sociedade. Jesus não era um rebelde, até mesmo porque se submeteu humilde e obedientemente ao julgamento dos homens. Mas Ele também não viveu tocado pela onda dos movimentos políticos e religiosos de Sua época. Apenas uma coisa lhe importava- Sua comida: “Fazer a vontade do Pai.” Mas houve um episódio que Jesus parece se importar com a Sua reputação. Talvez a única história nestes curto ministério em que Jesus parece querer saber o que as pessoas pensavam dele. Este epísódio que lemos. São duas perguntas: O que as pessoas estão dizendo a meu respeito? E vocês, o que pensam a meu respeito. Porque Jesus fez a primeura pergunta? Não deveria Ele parar ali, depois da resposta? Aliás, Ele já não estava mais no início de Seu ministério. Ele já havia ganhado notoriedade. Esta pergunta não seria pertinente até mesmo para Jesus redirecionar Seu ministério, rever Suas estratégias? Alguma coisa estava errada: As pessoas não O reconheciam como o Messias. Elas O viam como um grande homem, um grande profeta, um homem de Deus; mas pela resposta não há uma definição de que o povo realmente o vira como o Messias esperado.


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Aquela pergunta era muito pertinente, muito importante. E talvez Jesus deveria ter ficado com ela. Talvez Jesus deveria agora investir o último ano de Seu ministério em ajudar os discípulos a lidar com a realidade de que apesar de todos os milagres o povo ainda não via Jesus como o Messias. Mas na verdade o Seu interesse era a pergunta seguinte. A primeira pergunta – O que o povo diz ser o filho do homem – é de somenos importãncia para Jesus. A segunda pergunta é de fato o ponto central: O que vocês pensam a meu respeito? Do seu primeiro milagre (Transformando água em vinho na festa de casamento, quando os seus discípulos creram n’Ele) até o Seu último milagre (comendo na praia com seus discípulos após a sua ressurreição) todo a sua trajetória foi vivida para preparar aqueles 12 homens. As multidões, as pessoas à beira dos caminhos, os milagres, as operações de sinais; tudo era como um efeito colateral do objetivo maior de Jesus: Preparar aqueles 12 homens. Aplicação Tenho a impressão que vivemos um tempo em que a primeira pergunta tem sido mais importante do que a segunda. Estamos mais preocupados do que as pessoas dizem a respeito de Jesus, a respeito de nossa igreja, a respeito de nossos sonhos; do que o que nós realmente dizemos e entendemos a respeito dessas coisas. Nesta noite, a pergunta ecoa novamente neste lugar: Quem é Jesus para você? Esta pergunta é fundamental para a nossa igreja. É preciso que sejamos uma comunidade onde individualmente saibamos exatamente o tipo de experiência que tivemos com Cristo. Quem é Jesus para você? 1. Esta pergunta vai diferenciar o que você crê daquilo que o mundo diz a respeito de Jesus -


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O que diz o mundo ser o filho do homem Veja que a resposta do que o povo na Palestina está dando a respeito de Jesus é confusa. Primeiro eles acreditam ser ele João Batista que havia morrido a pouco mais de um ano. Interessantemente, quando João Batista estava vivo, as pessoas pensavam ser ele o Cristo. Agora pessoas pensam que Cristo é João Batista. Eles também pensar ser ele Elias. Elias não havia passado pela morte e havia uma profecia linkando a figura de Elias como um precursor do Messias. A Bíblia diz: “Eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor” (Malaquias 4.5) E o próprio Cristo define o ministério de João Batista com esta profecia: “E, se quiserdes dar crédito, ele é o Elias que havia de vir” (Mateus 11.14). Mas agora, a população estava dizendo que Jesus era Elias. Se Jesus fosse Elias, Ele não seria o Messias mas o precursor do Messias. Por fim, eles também trouxeram Jeremias. Um profeta sem nenhuma ligação profética ao aparecimento do Messias. Veja duas coisas importantes a respeito de como o povo via a Jesus: (1) Todos o tem com alta estima. Ninguém duvidava que Jesus tinha um grande ministério diante de Deus. O próprio Nicodemos disse: “Sabemos que és Mestre, vindo da parte de Deus...” (2) Mas a visão sobre a pessoa de Jesus é uma visão distorcida, equivocada, humanista, religiosa. Essa também é a mesma situação em nossos dias. Muitas poucas figuras têm ousado se levantar durante todos esses séculos contra a pessoa de Jesus. Todas as religiões têm dado a Cristo um lugar de destaque na história da humanidade.


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Até mesmo as visões mais distorcidas, irreverentes e distanciadas da verdade (como O romance escrito em 2003 pelo escritor norte americano Dan Brown “O Código da Vinci” e o musical de rock transformado em filme em 1970 por Andrew Lloyd Webber, chamado “Jesus Superstar”) não descartam o valor dos ensinamentos de Cristo. Mas são todas elas versões distorcidas da verdade. São versões confusas, equivocadas e com um único propósito: Fazer o que os Beatles disseram: Não há céu, nem inferto. Tudo se acaba por aqui. Quando Jesus faz a pergunta aos discípulos, e ao fazer a nós também, Jesus estava interessado em fazer uma clara distinção sobre o conhecimento intelectual de quem Ele era pelo estudo de Sua obra e o conhecimento experiencial pelo andar com Ele. 2.Esta pergunta vai revelar a profundidade e a extensão do seu relacionamento com Cristo “Não foi carne nem sangue quem te revelou”. Aqui há a grande declaração: Aquilo que a Bíblia diz Deus que transtornou a sabedoria do homem e chamou as coisas loucas do mundo para envergonhar as sábias. Esse é o segundo grande ensinamento para você nesta noite: Não foi carne nem sangue quem revelou. O que você crê sobre Jesus vem das Escrituras Sagradas e de Sua revelação pelo Espírito e não dos livros da história, da sociologia, da antropologia, da psicologia. Daí Paulo dizer em 1 Coríntios 2:1-4: “Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem, ou de sabedoria. Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado. E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vós. A minha palavra e a minha pregação não consistiam em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder” Quando Jesus faz a sua viagem de seleção do colégio apostólico, não há muita força retórica e apologética em Cristo para a persuasão dos escolhidos. Ele apenas os chama:


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Lucas 5: 27 "Saiu e viu Jesus um publicano chamado Levi, sentado na coletoria, e disse-lhe: -"Segue-me". E ele, deixando tudo, se levantou e o seguiu. Mt. 4:21-22 “E, adiantando-se dali, viu outros dois irmãos , Tiago, filho de Zebedeu, e João , seu irmão, num barco , com seu pai Zebedeu, consertando as redes ; e chamou-os.” – “Eles, deixando imediatamente o barco e seu pai, O seguiram.” Infelizmente temos que admitir que a qualidade da vida cristã do último século está grandemente comprometida. E este comprometimento não acontece por causa da falta de estudo, da falta de conhecimento intelectual da pessoa de Cristo. Mas por causa de poder, da falta de um encontro vivo com o Cristo vivo. Não nos preocupamos em passar do nível da religiosidade de mergulhar no nível de espiritualidade. Quando lecionei na Faculdade em Londrina, tive dois pastores chineses que residem em São Paulo. Eles deram os seus testemunhos e falaram algo revelador sobre o trabalho entre os chineses. Primeiro, eles disseram que a comunidade chinesa em São Paulo remonta a 300 mil pessoas. Mas o que mais nos chamou a atenção é que eles constataram que há mais conversões entre os chineses que moram na China do que entre os chineses que moram no Brasil. Perguntamos a eles porque? E a resposta deles foi interessante: Os chineses no Brasil têm uma vida muito boa. Parece que eles precisam ser perseguidos e sofrerem para buscarem a Deus. Isso nos leva a uma verdade que não temos como questionar; a saber, a qualidade de nossa fé é raza porque o nível de nosso relacionamento com Cristo é superficial. Quando Jesus faz essa pergunta, Ele está na realidade descendo com Seus discípulos para um nível mais profundo de seus relacionamento. 3. Esta pergunta também vai definir a sua identidade – “Simão Barjonas, eu te digo que tu és Pedro...”


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Qual é a importância de Cristo o ter chamado inicialmente de Simão Barjonas e o ter renomeado por Pedro? Veja que Jesus faz a mesma coisa consigo mesmo: Quem diz ser o Filho do homem? Pedro responde: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” Jesus se auto-denomina de “Filho do homem”. A expressão Filho do homem não é uma expressão do Novo Testamento, mas inicialmente do Antigo Testamento. Não é uma expressão da religião, messiânica. É uma expressão profética. O profeta Ezequiel é chamado de filho do homem. Jesus se auto-denomina de Filho do homem e Pedro o chama de Filho de Deus. Interagindo diante da declaração de Pedro, Jesus também faz uma declaração: Tu és Simão Barjonas (filho de Jonas, do homem) e se chamarás Pedro (Fragmento de Rocha). Interessantemente Pedro passou a ser chamado de Pedro, mas também conservou o seu nome natalino. Por exemplo: em Atos 10:5 nos é dito: "agora, pois, envia homens a Jope e manda chamar a Simão, que tem por sobrenome Pedro" O fato é que Pedro continuou a ser o filho de Jonas e ao mesmo tempo passou a ser o fragmento de Pedra (filho de Deus). Atenção Essa é uma grande lição: Depende de quem você vê que Cristo é para se ver como Cristo o quer. Nossas declarações precisam condizer com nossas ações. 4) Esta pergunta é também uma advertência – Quem é o filho de Deus para você? Jesus sabia o que estava para vir sobre Ele. “Podem vocês beberem do cálice que eu bebo?”, disse Ele.


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Uma verdade que não pode ser ignorada: A resposta a esta verdade por mais iluminadora que seja, por mais espiritual que seja, por mais divina que seja; não pode se tornar uma nota promissória para baixarmos as guardas espirituais de nossa vida. Aquele mesmo Pedro que fez uma declaração tão inspirada e tão enxarcada do Espírito, na próxima esquina tentou dissuadir o Mestre e foi duramente exortado por Ele. Vr. 22 “Pedro, chamando-o à parte, começou a reprová-lo...” Pedro precisava aprender que ele havia se tornado Pedro, pela revelação de Deus, mas ainda éra Simão Barjonas, sujeito aos mesmos pecados dos mortais. A pergunta precisa não só ser respondida, mas rebobinada e relembrada a cada manhã em nossas vidas. Quem é Jesus para mim a cada momento de minha trajetória terrena? Porque se não fizermos isso, correremos o risco de proferir coisas lindas e espirituais neste momento aqui na igreja e descermos a posições irreconhecíveis após a nossa saída deste lugar. Jesus só faz sentido ser o Cristo, o Filho do Deus vivo, para você se a presença dEle se tornar tão real que a cada momento, cada atitude, cada pensamento estivermos disposos a render a Seus pés. Conclusão Jullian Lennon, o filho de John Lennon de seu primeiro casamento disse em 2000, no 20º aniversário da morte do ex-Beatle, que ele "podia falar de paz e amor ao mundo, mas nunca os mostrou para as pessoas mais próximas". A verdadeira paz, o verdadeiro amor, a verdadeira alegria são encontrados não com a utopia do movimento hippie, não com intelectualismo do iluminismo, não com as pesquisas da antropologia; mas com um encontro vivo com Aquele que é o autor da vida. Quem é Jesus para você?


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