Estudo 6 Tem Cuidado do Teu Próximo Abraao

Page 1

1

Tem Cuidado do Teu Próximo Abraão e a Construção do Altar IPB Aracruz 03/03/10 IPCci 17/2/2011 Primeira Parte Gênesis 22:1-19 INTRODUÇÃO Estamos falando sobre “Tem cuidado do teu próximo”. Nas semanas anteriores falamos sobre os episódios de Caim e Abel e da construção da torre de Babel. Gostaria de explorar mais a idéia da torre de Babel, mas hoje trazendo para dentro de nossa discussão o exemplo de Abraão, seu chamamento e a construção do altar a Deus. Nos primeiros capítulos de Gênesis há duas grandes construções. A primeira foi a torre de Babel: A torre de Babel representa as invenções humanas, o desejo do homem de achegar-se a Deus; mas é uma aproximação de Deus não por Deus e para Deus, mas pelo homem e para a exaltação do homem. A segunda grande construção encontra-se no texto que lemos. É a construção do Altar. A aproximação de Deus pelo altar é sempre uma aproximação de adoração. O altar representa a iniciativa de Deus em começar um relacionamento com o homem. É uma invenção divina e uma exaltaçao do nome de Deus e não do homem. Logo depois do dilúvio, diz a Bíblia, que quando Noé saiu da arca, “ele levantou um altar ao Senhor... E o Senhor aspirou o suave cheivo das ofertas...” (Gn. 8:20-21) Em Gênesis 12, Deus chama a Abraão: “Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei. De ti farei uma grande nação...” Neste momento Abraão começa a cultivar uma prática que iria ser a tônica de toda a sua trajetória: “Apareceu o Senhor a Abrão... Ali edificou Abraão um altar ao Senhor, que lhe aareceu.” (Gn. 12.7)


2

Em Gênesis 15 Deus aprofunda um pouco mais o relacionamento com Abraão. Ele lhe promete um filho e, ao fazer uma alianção com Abrão, Deus mesmo lhe dá instruções para oferecer-lhe um sacrifício. Gn. 15:18 “Naquele mesmo dia, fez o Senhor aliança com Abrão, dizendo: À tua descendência dei esta terra, desde o rio do Egito até o grande Eufrates...” A grande chave desta aliança encontra-se em Gn. 15:6 “Abrão creu no Senhor e isso lhe foi imputado para justiça.” Mas em Gênesis 22 o altar agora ganha o último estágio de intimidade entre Deus e Abrão. Deus o chama para uma vez mais oferecer-lhe sacrfício, mas o sacrifício seria do bem mais precioso que Abraão tinha. Abraão foi chamado para ter cuidado do próximo. “Em ti serão abençoadas todas as famílias da terra”, Deus dissera a Abraão. Dando prosseguimento ao estudo: Tem cuidado do teu próximo – eu gostaria de medidar sobre: A Construção do Altar A construção do altar é uma construção que começa com uma base totalmente diferente da construção da torre de Babel: É uma construção que começa em Deus, para Deus e que ao mesmo tempo Ele começa a construir em nós o verdadeiro sentimento de adoração. É portanto, uma construção que começa na vida das pessoas. Vamos dividir nossa fala em duas partes: (1) Algumas lições gerais sobre a construção do altar; (2) Atitudes de Abraão a serem aprendidas: 1. Lições Gerais a Serem Aprendidas –


3

1.1. Todo Altar é Teocêntrico – Vr. 1 “...pôs Deus Abraão à prova...” Enquanto a Torre de Babel é antropocêntrica, o altar de Abraão é teocêntrico. Ou seja, todo altar é gerado por Deus e para a glória de Deus. Quando o texto diz que Deus pôs Abraão à prova, o texto está acentuando que é um projeto de Deus. O altar não é global, coletivo e sim pessoal e individual. O altar tem uma característica. O altar é o pedido de Deus para cada um de nós. De maneiras e intensidades diferentes. Portanto, o altar é fruto de um pedido direto de Deus e não do homem. Não é um grupo de homens que se reúne e diz, nós vamos construir um altar. É na hora de Deus, do jeito de Deus, no tempo de Deus e no lugar de Deus. A Confissão de Fé de Westminster, um dos mais valorizados Símbolos de Fé das igrejas reformadas, afirma, em seu capítulo vinte e um, que “o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por Ele mesmo...” Ou seja, o altar é teocêntico. Lembre-se: “Tudo para a glória de Deus.” Paulo diz em I Co. 10.31: "Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus" Mas quando falamos que o altar é teocêntrico, não podemos deixar de ler Hebreus 13:10 “Possuímos um altar do qual não têm direito de comer os que ministram no tabernáculo.” Em mais: Hebreus 10:19-22 “Tendo, pois, irmãos, intrepidez ara entrar no Santo dos Santos, elo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele mesmo consagrou


4

pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura.” 1.2. O altar requer comunhão com Deus por parte do adorador– Vr. 1 “... eis-me aqui...” A Torre de Babel é fruto da arquitetura humana, das reuniões humanas, do desejo humano de fazer seu nome célebre. O altar não é fruto da comunhão humana, mas da comunhão com Deus. Veja que a comunhão com Deus na vida de Abraão era resultado de uma caminhada e não de um momento. Novamente A comunhão de um homem de Deus é fruto de uma caminhada e não de um momento. O altar é o ápice, é o clímax entre o relacionamento de Deus com o homem. Não banalise o altar em sua vida. Precisamos nos atentar para três verdades quando vimos a igreja: (1) Apesar de estarmos cansados ou qualquer outra coisa, a nossa vinda ao templo precisa ser algo prazeroso, desejado, almejado – Salmo 84:1 “Quão amáveis são os teus tabernáculos Senhor dos exércitos, a minha alma suspira e desfalece pelos átrios do Senhor. (2) Precisamos também nos ater para o fato de que nossa passagem pelo templo precisa ser uma conseqüência natural de uma vida toda de adoração – Davi disse: Salmo 145:2 “Todos os dias te bendirei...” (3) Ao entrar no templo preciso ser embuído com o seguinte sentimento: “O que posso dar” e não “o que vou receber” Culto é serviço. Lembre-se: Culto é um dever de oferecer e um privilégio para receber.


5

Visto que o altar é teocêntrico, iniciado por Deus, nós respondemos à santa convocação feita pelo Senhor para o cultuarmos e o adorarmos, de modo amoroso, consciente, humilde, reverente e obediente ao Deus Todo-Poderoso. 1.3. Exige sacrificar o melhor e mais precioso – Vr. 2 Em Babel não exige sacrificar nada. Usa os recursos naturais. É algo que Deus vai levar a sua vida. Tem um preço. Para cada cristão o que Deus requer que se coloque no altar é diferente. Para Abraão, era o seu filho. Para o jovem rico era a sua riqueza. Lembre-se: O nosso Deus é um Deus de excelência: Dê a Ele o que você tem de melhor. E quando se fala de precioso, é muito mais que algo de valor, que depois poderá ser reposto. Mas aqui significa algo que temos quase certeza que não podemos por nós mesmos reaver de volta. 1.4 Altar é lugar da afirmação do eu – Vr. 16-17 Deus agora realmente reafirma todas as promessas feitas a Abraão por causa de sua entrega. Veja, uma situação semelhante, mas com resultados diferentes acontece muito tempo depois. Em 1 Samue 13 encontramos a escolha de Saul por Samuel para ser rei de Israel. Vr. 12 “... forçado pelas circunstâncias ofereci sacrifícios...” É no altar quando você oferece o que tem de melhor, obedece a Deus, que você é reafirmado como um verdadeiro adorador.


6

2) Lições na atitude de Abraão – Neste episódio Abraão descortinou todo o seu ser para a história. 2.1. Abraão creu em Deus – Vr. 5 “... voltaremos para junto de vós...” Em Gn. 15.6 nos é dito o seguinte: “Abraão creu no Senhor e isso lhe foi imputado para a justição.” Mas ele creu em que? Ele creu na promessa do herdeiro. Deus lhe prometou que ele teria um filho Veja que neste texto Abraão tem a certeza de que irá oferecer o sacrifício e voltará com o seu filho. 2.2. Abraão obedeceu irrestritamente – Vr. 3 “.... foi para o lugar...” Veja ainda o versículo 7 “Quando Isaque disse a Abraão, seu pai: Meu pai! Respondeu Abraão: Eis-me aqui, meu filho! Perguntou-lhe Isaque: Eis o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?” Fico a imaginar aquela caminhada, aquela subida. Somente os dois: Pai e filho. E a pergunta salta rasgando o silêncio: Onde está o cordeiro? Vr. 8 “Deus proverá para si, meu filho, o cordeiro para o holocausto...” Essa declaração de Abraão foi muito maior do que apenas um sacrifício cirscunstancial. Foi uma declaração profética que apontou para a cruz. Deus poupou o filho de Abraão, mas não poupou o Seu próprio filho para morrer por nós quando éramos ainda pecadores. 2.3. Abraão sacrificou – Vr. 10 “e, estendendo a mão tomou o cutelo para imolar o filho.”


7

Pergunta: Abraão sacrificou ou não Isaque? O Versículo 10 diz que não. Mas veja o texto de Hebreus 11:17-19 Pela fé, Abraão, quando posto à prova, ofereceu Isaque; estava mesmo para sacrificar o seu unigênito aquele que acolheu alegremente as promessas... porque considerou que Deus era poderoso até para ressuscitá-los dentre os mortos, de onde também, figuradamente, o recobrou.” Abraão foi o pai da fé. Ele creu na manifestação da graça num tempo que nem lei ainda existia. Veja os detalhes: Vr. 17 “ofereceu”; Vr. 19 “figuradamente o recobrou” Abraão creu na ressusseição dos mortos. De fato, das cinzas ele recobrou Isaque. No coração de Abraão o seu filho foi sacrificado. CONCLUSÃO Abraão tinha muitos bens: Costumo dizer que ele saiu rico de sua terra e chegou milionário em Canaã. Mas sua riqueza não era para si. Ele era um canal, um instrumento, de Deus na vida dos outros. Mas para ser alguém que tomasse conta de seu próximo, Abraão aprendeu na escola da adoração que o altar é o lugar onde Deus nos leva para nos provar e nos ensinar a nossa verdadeira identidade. Qual é a sua construção? Uma Torre ou um altar?


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.