(I) Estudo 3 Tenha Cuidado do Teu Próximo - Caim

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Estudo 3 Tenha Cuidado do Teu Próximo IPB Aracruz 03/03/10 IPCci 10/2/2011 Primeira Parte Isaías 41.6 “Um ao outro ajudou, e ao seu companheiro disse: Esforça-te.” (Um texto no contexto de idolatria com um princípio certo.) INTRODUÇÃO Nas últimas duas semanas falamos sobre o tema – Tem cuidado de ti mesmo. No primeiro estudo, dissemos que a resposta bíblica clássica a essa pergunta é o que Paulo diz a Timóteo: “Pela Palavra e a oração é santificado”. (1 Tm. 4.5) Mas exploramos o fato de que apenas ler a Bíblia e orar podem não ser suficientes por causa das portas de entrada do corpo (os 5 sentidos – olfato, audição, visão, paladar e tato) que também nutrem as emoções e a alma. Trocando em miúdos: Você pode orar e ler a Bíblia, mas se não cuidar do que você está ingerindo pelos sentidos, seu espirito pode sofrer o dano. Falamos ainda que não adianta você ter cuidado dos outros se você não tiver cuidado de si mesmo. Há pessoas assim, que se preocupam demais com as pessoas e acabam se esquecendo di si. Semana passada vimos o exemplo de um grande homem de Deus que viveu um grande avivamento, mas que por causa de uma palavra enviada pela rainha acabou caindo num estado de depressão profundo. Vimos que o Senhor tratou dele e o recomissionou para o trabalho proposto. Elias era semelhante a nós, diz a Bíblia, e todos nós estamos sujeitos a esses momentos de dor e angústia. Mas o Senhor nos sustenta.


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Dando, portanto, prosseguimento, gostaria de pensar sobre o seguinte tema: Tem cuidado do Teu Próximo. A Bíblia diz: “Ninguém vive para si.” (Rm. 14:7) A título arrumação hermenêutica, vamos ler como texto básico, o texto de Isaías 41.6. É preciso dizer que este texto foi escrito dentro do contexto de idolatria (Vr. 7), mas a verdade dele é universal, tanto para o bem como para o mal. Ou seja, nós precisamos ser promotores de vida e paz na vida daqueles que estão ao nosso redor. Precisamos ter sempre uma palavra de encorajamento para o caído, ou para aquele que se encontram cambaleando. Precisamos dizer: Sê forte. Jesus foi um especialista com palavras medicinais para acreditar na mudança e alcançar os rejeitados. Por isso, o profeta Isaías disse a seu respeito: “Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega...” (Is. 42.3) Isso aconteceu com pessoas como a mulher adúltera onde Jesus desmontou a arquitetura sanguinária dos Judeus e deu àquela mulher um novo sentido de vida. Vamos dividir o nosso tema em alguns sub-temas: Estudaremos:  Pelo menos 2 exemplos negativos  Pelo menos 2 ou 3 exemplos positivos Caim: Onde está o teu irmão? Tem Cuidado do Teu Próximo Gênesis 4:1-11 – Pergunta: Onde está o teu irmão?


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Veja que esta expressão aparelha-se ao que Deus perguntou inicialmente a Adão em Gn. 3.9 “Onde estás?” Tudo procede inicialmente da proposta de semana passada (Ter cuidado de si mesmo) que foi a pergunta de Deus a Adão (Onde estás?) e deságua na proposta desta semana (Ter cuidado do próximo) que é a pergunta de Deus a Caim (Onde está o teu irmão?) Você só poderá responder com clareza “onde está o teu irmão” se conseguir responder com clareza a primeira pergunta: “onde estás?” Respostas: A resposta de Caim tem grande similaridade com a resposta de Adão: Gn. 3.10 “... tive medo e me escondi.” Caim é menos ingênuo e não diz, mas ele escondeu o seu irmão morto. Ou seja, quando não estamos bem espiritualmente nos escondemos de Deus e quando não estamos bem com a nossa obrigação de ser tutor do nosso irmão também o escondemos. Atenção É sempre assim, quando não fazemos a vontade de Deus nos escondemos. Alguns óptmam por esconder-se de suas tarefas do que pagar o preço do trabalho de Deus. Resposta: A resposta de Caim tem duas verdades do lado reverso. Ou seja, ele responde negativamente mas com a convição do contrário à sua resposta: (1) Não sei. Ele sabia muito bem e ele sabia que Deus sabia que ele sabia. Não dá pra mentir para Deus. Não adianta se aproximar de Deus e dizer: Não sei. Salmo 90:8 “Diante de ti puseste as nossas iniqüidades e sob a luz do teu rosto os nossos pecados ocultos.”


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(2) Acaso sou tutor de meu irmão? Todos nós temos um desejo, ou mais, cujo domínio é um árduo desafio. O caminho do autodomínio não é mesmo nada fácil e gostaria de refletir sobre ele. Segundo a narrativa bíblica, Caim tinha terríveis sentimentos de inveja em relação a seu irmão, Abel, e não conseguiu dominar seu desejo de vingança contra este. E Caim começou a andar pelas sendas tortuosas da vida. Quais trilhas Caim andou que o fizeram não dominar seus desejos? Acredito que o roteiro da queda de Caim pode nos ajudar a refletir sobre as nossas próprias, vamos ver? 1) Caim “andava” irado. Ele não ficou irado, como às vezes ficamos mas, depois, passa. Não, ele nutriu e caminhou com um sentimento perigoso e este foi o seu erro. Essa é uma lição valiosa: sentimentos negativos, como ressentimentos, mágoas, frustrações, medos, invejas, iras e toda espécie de desejo libidinoso ilícito devem, o quanto antes, ser resolvidos, pois nos enfraquecem e nos dominam. Devo ter coragem de reconhecê-los em mim mesmo e jogá-los aos pés da cruz e, isto, antes que o sol se ponha. Colossenses 3:5 “Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, ikmpureza, paixão lasciva, desejo maligno, e a avareza...” E a Bíblia ainda diz: “Não se ponha o sol sobre a vossa ira...” 2) Caim banalizou o poder de seu desejo. O texto usa uma expressão interessante: ‘desejo do pecado’. Nem todo desejo é pecado, mas o desejo do pecado - este nos cumpre dominar, pois é ilícito e nocivo.


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É o pecado que “jaz à porta”. É como uma fera que está pronta para dar o bote na presa. Caim não levou a sério a gravidade de deste desejo, mesmo sendo prevenido por Deus. Lição valiosa esta: Não devemos nos considerar fortes para lidarmos com nossos desejos, pois eles podem mudar nossa lógica, perverter a razão, nos dominar e podem detonar nossa vida. O que se sabe fraco é que se torna forte. Já o que pensa ser forte, logo, logo será nocauteado. 3) Caim pensou que poderia viver de modo isolado de seu irmão. Quando Deus lhe pergunta sobre Abel, ele Lhe dá uma resposta desaforada: “por acaso eu sou tutor de meu irmão?” Caim pensava que não, mas era, sim, o tutor de seu irmão. E mais: deveria se deixar tutelar por ele. Se tivesse conversado com Deus, ou mesmo com Abel, sobre suas fraquezas, a história teria outro fim. Mais uma lição: devemos procurar alguém, que seja de confiança, para conversarmos sobre nossos desejos e até mesmo, em alguns casos, procurar uma ajuda profissional. Precisamos de tutores que cuidem de nós. 4) Caim não conhecia (ou não procurou conhecer) a Deus direito. Sua visão sobre Deus era distorcida, pois pensou que, com suas boas ofertas, iria conseguir a aceitação e o amor de Deus. Enganou-se tremendamente: o amor de Deus é incondicional. Ele me ama independente do que sou e do que faço. Que lição! Minha relação com Deus se baseia em Sua graça e em Seu amor incondicional por mim. E, quanto mais lançar-me nesta relação de amor, mais força terei para não cair em tentações. 5) Caim não conhecia a si mesmo –


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1 João 3:12 diz que “Caim era do maligno”. Mas ele pensava que era de Deus. Atenção Por enquanto você revela quem você é por aquilo que você faz. “Não pode sair frutos bons e árvore má”. Mas um dia estaremos diante da luz imarcecível de Deus e aí todos os seres não-onicientes nos conhecerão de fato e de verdade. É necessário que analisemos o nosso coração e nos arrependamos da nossa malignidade enquanto é tempo, enquanto é o tempo do arrependimento. A Bíblia diz: “Examinai a vós mesmos se realmente estás na fé...” (2 Co. 13.5) Conclusão: Quais são as lições do episódio de Caim para nós hoje? 1. Vivemos num princípio de tutelagem onde todos devem prestar contas de todos. O crente isolado é como uma ovelha desgarrada do rebanho, se torna presa fácil. 2. Vigie o teu caminho. Não permitas que a ira seja selada pelo pôr do sol. 3. Conheça-te a ti mesmo e a Deus. Provai a você mesmo se realmente está na fé. Arrependei-vos e credes no Evangelho.


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