Você Foi Convocado!

Page 1

Cerqueira César Igreja presbiteriana independente

Você foi Convocado

ALEGRIA NO CORAÇÃO, OUSADIA NO TESTEMUNHO

Roteiro para as Células JUNHO-JULHO 2018 1


INSTRUÇÕES PARA O LÍDER Cuidar de um pequeno rebanho é uma grande responsabilidade que pode ter um grande impacto na vida das pessoas. E mais: é uma responsabilidade que testará a sua capacidade de trabalhar em sinergia com a comunidade, como uma parte importante do corpo. Este material foi preparado para abençoar sua vida e a de seu grupo. Procura equilibrar dois conceitos importantes que desejamos em nossos grupos: conhecimento com relacionamento. Sabemos que cada líder tem uma tendência para uma dessas duas realidades. Lembre-se que seu papel no grupo não é o de preletor, mas de facilitador de um encontro que tem como ênfase o aprofundamento da fé e das amizades. Usando o material, você encontrará uma forma de equilibrálo. Procure dar atenção a esses dois pontos, os quais ajudarão o desenvolvimento de sua liderança frente ao seu grupo e à comunidade. 1º Momento - Encontro (15 minutos) - É o momento para criar um ambiente informal. Deve concentrar todos os participantes em um assunto central. O foco é as pessoas. Comece perguntando como foi a semana. Termine com uma oração. 2º Momento - Exaltação (15 minutos) - Louvor e adoração - O foco agora é no Senhor. Escolha cânticos fáceis, se possível, providencie folhas com os cânticos impressos. 3º Momento - Edificação (20 minutos) - O foco é para as necessidades das pessoas. Nas células o alvo é colocar em prática as verdades bíblicas. Você líder deve ser um facilitador. Estimule a participação das pessoas. 4º Momento - Compartilhamento (10 minutos) - O foco volta para as pessoas. É o momento para testemunhos, bênçãos recebidas ou para compartilhar problemas que estejam enfrentando ou ainda pedidos específicos. Que você seja um instrumento poderoso usado pelo Santo Espírito de Deus para edificar muitas vidas!

2


1ª Semana: De 4 à 10 de Junho VOCÊ FOI CONVOCADO! A maioria dos brasileiros gosta de futebol, como diz a música desta banda:

Bola na trave não altera o placar Bola na área sem ninguém pra cabecear Bola na rede pra fazer o gol Quem não sonhou em ser um jogador de futebol?

A bandeira no estádio é um estandarte A flâmula pendurada na parede do quarto O distintivo na camisa do uniforme Que coisa linda é uma partida de futebol Música “É uma partida de futebol” (Skank)

Embora muitos sonhem em defender as cores verde e amarela da nossa seleção “canarinho”, poucos são os convocados para jogar nesta famosa seleção. Contudo, a Bíblia fala sobre uma convocação para um jogo diferente com regras e objetivos bem claros. Diferentemente de uma partida de futebol onde se disputam taças e medalhas, este é um jogo de vida ou morte. Esta convocação divina para uma missão especial já está presente no começo do Antigo Testamento e vai se tornando cada vez mais clara até sua revelação final no Novo Testamento. Qual é a missão? Tornar conhecido entre as nações o nome majestoso e gracioso do nosso Deus. E quem foi convocado para esta missão? O Senhor chamou Abraão (Gn 12:1-3: “Então o Senhor disse a Abrão... por meio de você todos os povos da terra serão abençoados”) e dele formou uma grande nação com o propósito de abençoar todas as nações da terra (Gn 18:18: “Abraão será o pai de uma nação grande

3


e poderosa, e por meio dele todas as nações da terra serão abençoadas”). Este povo escolhido, Israel, foi colocado em uma posição estratégica entre as nações da época para viver na presença do Senhor e assim testemunhar aos outros a respeito do único Deus. Sabemos, entretanto, que eles falharam em sua missão, guardando o segredo da bênção e da graça de Deus para si mesmos. Mas o Senhor cumpriu seu propósito mesmo assim, e na plenitude dos tempos, encarnou-se em Jesus Cristo para reconciliar o mundo consigo (Rm 5:10-11; 2Co 5:19; Cl 1:20). De novo ele convoca um povo para anunciar para toda a terra esta oportunidade de reconciliação e de viver novamente em paz na presença do nosso Criador. Esta nova convocação se encontra em Marcos 16:15: “Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas.” Ela é ampliada e clarificada em Mt 28:19-20, mostrando que pregar o Evangelho significa fazer discípulos e lhes ensinar a obedecer o ensino de Jesus: “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos.” Finalmente, Pedro também reforça o significado de nossa missão: “Vocês, porém, são ge-ração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas da-quele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pe 2:9). Assim, Deus chamou cada um de nós para pregar o Evangelho (ou seja, compartilhar as boas novas da sua graça) aos que estão à nossa volta. Se você já ajudou alguém a se render a Cristo, então sabe que nada supera esta emoção de

4


auxiliar Deus na transformação de uma vida. É recompensador saber que podemos cooperar com o Espírito Santo para gerar em alguém uma mudança de perspectiva da eternidade. 1 Corrigindo percepções Algumas pessoas encaram o evangelismo como um processo forçado que ignora seu jeito de ser e suas peculiaridades individuais. Precisamos desconstruir tais noções erradas sobre a evangelização e entender que já estamos prontos para compartilhar a nossa fé (mesmo que seja um bebê em Cristo) usando o que Deus já dispôs dentro de nossas vidas. Em sua opinião, quais são as percepções comuns sobre evangelistas, missionários e pesso-as que tentam anunciar sua religião aos outros? É impressionante pensar na grandeza de Deus e na sua criatividade. Somos quase 7 bilhões de pessoas, mas cada ser humano tem uma digital e uma íris única! Ao considerarmos o privilégio de termos sido escalados para jogar no time de Deus, devemos também perceber que o Senhor quer que usemos neste jogo as qualidades peculiares que ele mesmo concedeu a cada um de nós. Assim, é importante encontrar seu “jeito de jogar” neste time, pois só assim compartilhar o Evangelho se tornará um processo natural e não algo forçado. Além de entendermos que Deus quer nos usar como somos, precisamos entender que o processo de evangelização se move em duas direções: vertical e horizontal. Ou seja, estes movimen-tos são em direção a Deus e ao nosso próximo. Examinaremos primeiramente o movimento hori-zontal, que envolve o desafio de compartilhar o Evangelho de forma relacional.

5


Conclusão Estamos na melhor seleção de todos os tempos. Fomos convocados para seleção do Reino de Deus. Por isso, precisamos ter disciplina, humildade e ter em mente o propósito de nossas vidas. Tendo em mente esse conceito, quais são as pessoas que essa célula deseja alcancar? Escreva abaixo os nomes das pessoas e separe um tempo em oração e que cada um se comprometa a comparitlhar o Evangelho, ao longo dessa semana e convidar essa pessoa para o encontro da próxima semana.

6


2ª Semana: De 11 a 17 de Junho DESÇA DA ARQUIBANCADA E ENTRE NO CAMPO Semana passada começamos a conversar sobre a seleção do Reino de Deus. Todos nós fomos convocados para jogar. Para isso precisamos sair da nossa zona de conforto e ir à campo. Mas não podemos sair sem estratégias. Quais as estratégias que utilizaremos? Hoje vamos conversar sobre estratégias que devemos utilizar em nossas: Movimento horizontal: relacionamentos Há muitas formas e métodos de evangelização. Em seu livro “Cristão contagiante”, Mark Mittelberg e Bill Hybels propõem um método simples e eficaz para todos os tipos de cristãos. No mundo de hoje as pessoas precisam ver em nossas vidas o resultado do Evangelho antes de se sub-meterem a ouvir nossas ideias; por isso precisamos usar os relacionamentos pessoais para expor a mensagem de Jesus. Isto é chamado de evangelização relacional. Segundo este método, para que Deus possa usar você para impactar outros é necessário apenas que sua evangelização seja: 1. Autêntica: a evangelização deve fluir de um autêntico relacionamento com Deus, pois só assim seremos inundados pelo amor de Deus aos não-salvos. Jesus disse que, enquanto “permanecermos nele”, daremos muito fruto (Jo 15:5). Se a relação vertical estiver bem, a horizontal fluirá naturalmente. “Os cristãos devem ser boas novas antes de partilhar boas novas”. 2. Natural: a evangelização deve refletir a forma como fomos criados por Deus (cada um de nós é único na face da

7


Terra). As pessoas sentem-se à vontade e confiam no que dizemos se formos autênticos e agirmos de forma natural. Por isso, precisamos ser sinceros em nossa exposição. 3. Pessoal: é possível evangelizar através de folhetos, rádio e televisão, cruzadas, cartazes, adesivos, etc. Apesar de seu valor, estes métodos não substituem a abordagem pessoal. As pessoas buscam relacionamentos e anseiam por conversas íntimas em que podem ser ouvidas e falar de seus problemas. Da mesma forma, ninguém irá debater sua fé pessoal com quem não confia. 4. Verbal: a evangelização envolve mais do que criar amizades e esperar que os outros percebam por si mesmos a diferença que existe em nossas vidas. Para que as pessoas realmente entendam a mensagem, alguém tem de explicá-la (Rm 10:14). Assim como palavras sem ações coerentes nada significam, ações sem palavras também são vazias. Temos que viver e pregar o Evangelho. 5. Processual (ou seja, é um processo): leva um bom tempo para uma pessoa compreender a mensagem, crer nela e tomar uma decisão (1Co 3:6). É preciso perseverar em desenvolver um bom relacionamento, em viver e verbalizar a nossa fé, e em esperar pela entrega final. Na medida em que a pessoa vai dando liberdade, vamos compartilhando do amor de Deus. 6. Coletiva: Deus raramente usa uma única pessoa para levar alguém a se converter. Na maioria dos casos, vários indivíduos cooperam neste processo (1Co 3:5). Há duas implicações aqui: a) Não precisamos assumir sozinhos a responsabilidade de levar o mundo inteiro a Cristo; b) Devemos nos unir a outros cristãos a fim de ganharmos o mundo para Jesus.

8


7. Centrada no outro: para ganharmos a confiança de alguém e podermos expressar nossas crenças, devemos colocar essa pessoa em primeiro lugar. Isto significa respeitar seus interesses, passatempos, horários e abertura. Implica em ouvirmos suas opiniões antes de darmos as nossas e em nos interessarmos por suas histórias, perguntas, dúvidas e frustrações. Significa fazermos perguntas a seu respeito, do que gosta e não gosta, no que crê e o que valoriza. As pessoas buscam relacionamentos confiáveis e autênticos, nos quais se sintam apoiadas em suas necessidades, anseios e dúvidas. Movimento vertical: oração O outro movimento da evangelização é vertical. Antes de falar de Deus para as pessoas, precisamos falar destas pessoas para Deus! Por isso a oração é fundamental neste processo, por mais que venhamos a conhecer nosso “jeito de jogar” e aprender modos de compartilhar nossa fé. Falhar em orar é falhar em testemunhar. É a intercessão que nos torna mais sensíveis à ação que o Espírito Santo já está realizando na vida das pessoas. Antes mesmo de desejarmos nos aproximar delas, o Criador já está envolvido no cuidado e resgate destas vidas à sua presença. Sobre a oração, observe o que Philip Yancey diz em seu livro: Oração, ela faz alguma diferença? “A principal finalidade da oração não é tornar a vida mais fácil, nem conseguir poderes mágicos, mas conhecer a Deus. Preciso de Deus mais do que qualquer outra coisa que possa querer dele.” - p.68 “A oração requer fé para que Deus nos escuta - embora não haja provas concretas - e para crer que a ela é importante. Crer também não é fácil no meu caso.” - p.198

9


Conclusão Compartilhar o Evangelho, esse é o propósito de todos os crentes. Esse foi o ministério de Jesus, o nosso capitão da seleção do Reino de Deus. A missão de Jesus, que é a nossa missão, está diretamente relacionada com salvar homens e mulheres. De resgatar o pecador. Essa não é uma missão exclusiva para pastores e líderes, mas é para todos nós.

10


SEMANA 3 –DE 18 A 24 de Junho O PONTAPÉ INICIAL Semana passada começamos a Copa do Mundo, o pontapé inicial. Foi um longo caminho de preparação para todas as seleções. Nesse mês estamos falando, em nossos cultos e em nossas células sobre o tema VOCÊ FOI CONVOCADO. O grande resumo, de tudo é: EU E VOCÊ FOMOS CONVOCADOS PARA COMPARTILHARMOS O EVANGELHO. Então, o que é “Evangellizar?” Evangelizar é contar a outros as boas novas acerca do que Jesus Cristo fez para salvar pecadores. Para que você faça isso você deve dizer a outros que: Deus é santo (1Jo 1.5). Ele é o criador de todas as coisas (Gn 1.1). Todas as pessoas são pecadores que merecem a ira justa e eterna de Deus (Rm 3.10-19; Mc 9.48; Ap 14.11). Jesus Cristo, o qual é plenamente Deus e plenamente homem, viveu uma vida sem pecado, morreu na cruz para carregar a ira de Deus no lugar de todos aqueles que haveriam de crer nele, e ressuscitou do sepulcro para dar vida eterna ao seu povo (Jo 1.1; 1Tm 2.5; Hb 7.26; Rm 3.21-26; 2Co 5.21; 1Co 15.20-22). O único modo de alguém ser salvo da punição eterna e ser reconciliado com Deus é arrepender-se do pecado e confiar em Jesus Cristo para a salvação (Mc 1.15; At 20.21). Evangelizar é contar a outros essa mensagem básica Quem Deve Evangelizar?

Embora alguns talvez queiram deixar o evangelismo

11


para os pregadores, os especialistas em apologética, ou talvez simplesmente para os que são extrovertidos, o Novo Testamento declara que todos os cristãos devem evangelizar: Exemplo: Nós vemos isso no exemplo dos primeiros cristãos: “Entrementes, os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra” (At 8.4). E Atos 11.19-21 nos conta que todos os discípulos evangelizavam à medida que se espalhavam para além de Jerusalém. Instrução: Pedro instrui todos nós a estarmos “sempre preparados para responder a todo aquele que vos [nos] pedir razão da esperança que há em vós [nós]” (1Pe 3.15). Por causa do amor: Se nós devemos amar o nosso próximo como a nós mesmos (Mc 12.31; Tg 2.8), acaso há algum modo mais importante de amar alguém do que compartilhar o evangelho com ele ou ela? Quais São Algumas Evangelizar Corretamente?

Diretrizes

Práticas

para

Ore. Jesus disse: “Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6.44). A salvação é obra de Deus, então nós deveríamos pedir a ele para operá-la. Faça perguntas e provoque autorreflexão. Faça boas perguntas que provoquem as pessoas a refletirem sobre suas vidas, suas crenças e as reivindicações que você está fazendo. E então escute as respostas delas! Isso o ajudará a entendêlas melhor, bem como a entender as preocupações delas. Use a Bíblia. Quando nós usamos a Bíblia para evangelizar nossos amigos, nós deveríamos mostrar a elas que não estamos

12


meramente lhes oferecendo nossas ideias particulares – nós estamos lhes contando aquilo que Deus revelou sobre si mesmo, sobre nosso pecado e sobre seu Filho. Seja claro. Ao usar palavras como “Deus” e “pecado”, as pessoas podem ter ideias muito diferentes acerca do que tais palavras significam. Então defina termos cruciais, como “pecado” e “fé”. Tenha certeza de que o seu ouvinte entende exatamente o que você está lhe dizendo. Use a igreja. Você certamente deveria convidar uma pessoa a quem está evangelizando para vir à sua igreja, de modo que ela possa ouvir o evangelho. Mas a igreja tem muito mais a oferecer ao nosso evangelismo. Jesus disse: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13.35). E, em Efésios 3.10, Paulo afirma que a igreja é uma exposição da sabedoria de Deus até mesmo para os seres celestiais! A igreja foi planejada para ser um retrato da vida real da mensagem que você está pregando, então convide os seus amigos não-cristãos para darem uma boa e cuidadosa olhada. Conclusão Evangelizar é compartilhar o Evangelho, o Evangelho é uma pessoa, é Jesus Cristo. É compartilhar o que ele fez em nossas vidas. É um estilo de vida, de adoração. Evangelizar é entregar o que também recebemos. É proclamar que Cristo morreu por nossos pecados. Aqui também percebemos que existe um pré-requisito muito importante na tarefa da evangelização: somente poderá evangelizar verdadeiramente aquele que recebeu o Evangelho.

13


SEMANA 4 –DE 25 de Junho à 1 e Julho SÓ A VITÓRIA QUE IMPORTA

E novamente ele chegou com inspiração, com muito amor, com emoção, com explosão em gol, sacudindo a torcida aos 33 minutos do segundo tempo, depois de fazer uma jogada celestial em gol;

Tabelou, driblou dois zagueiros, deu um toque, driblou o goleiro, só não entrou com bola e tudo porque teve humildade em gol.

Foi um gol de classe, onde ele mostrou sua malícia e sua raça. Foi um gol de anjo, um verdadeiro gol de placa, que a galera agradecida assim cantava:

Fio maravilha, nós gostamos de você, Fio maravilha, faz mais um pra gente ver! Música “Fio Maravilha” (Jorge Bem Jor)a

Para nós brasileiros, futebol e arte se confundem. Jogar na retranca não é aceitável. Queremos ver os jogadores em momentos inesquecíveis que colocam a torcida em pé, dando dribles desconcertantes que deixem o adversário completamente sem ação. Individual ou coletivamente, os jogadores de futebol armam jogadas incríveis para atingir o objetivo maior de fazer o seu time alcançar a vitória.

14

1 Intencionalidade Também no jogo da evangelização precisamos atuar


ofensivamente. Como vimos no Estudo 1, fomos convocados por Deus para sermos cristãos contagiantes, isto é, para compartilhar da vida que recebemos dele com as pessoas ao nosso redor e testemunhar das grandezas do nosso Senhor (1Pe 2:9). O apóstolo Paulo, ao proclamar o Evangelho, tinha atitudes intencionais, pensadas e planejadas para tornar eficaz sua pregação: “Porque, embora seja livre de todos, fiz-me escravo de todos, para ganhar o maior número possível de pessoas. Tornei-me judeu para os judeus, a fim de ganhar os judeus. Para os que estão debaixo da Lei, tornei-me como se estivesse sujeito à Lei (embora eu mesmo não esteja debaixo da Lei); a fim de ganhar os que estão debaixo da Lei. Para os que estão sem lei, tornei-me como sem lei (embora não esteja livre da lei de Deus, e sim sob a lei de Cristo); a fim de ganhar os que não têm a Lei. Para com os fracos tornei-me fraco, para ganhar os fracos. Tornei-me tudo para com todos, para de alguma forma salvar alguns. Faço tudo isso por causa do evangelho, para ser coparticipante dele.” (1Co 9:19-23). Vemos um exemplo prático disto em sua pregação no areópago de Atenas (Atos 17.22-23 - “Então Paulo levantouse na reunião do Areópago e disse: “Atenienses! Vejo que em todos os aspectos vocês são muito religiosos, pois, andando pela cidade, observei cuidadosamente seus objetos de culto e encontrei até um altar com esta inscrição: AO DEUS DESCONHECIDO. Ora, o que vocês adoram, apesar de não conhecerem, eu lhes anúncio.”. Paulo usou algo existente na própria religião de Atenas para fazer uma conexão com sua mensagem. Um pouco adiante, ele usa a própria literatura grega, citando um de seus poetas (Atos 17.28 - “‘Pois nele vivemos, nos movemos e existimos’, como disseram alguns dos poetas de vocês: ‘Também somos descendência dele’.”).

15


Paulo sabia que não podia abrir mão da mensagem central do Evangelho, mas a forma de apresentar esta mensagem deveria ser relevante e compreensível aos ouvintes. A mensagem precisa gerar identificação com a audiência, sem abrir mão dos princípios eternos das Escrituras. Paulo entendeu bem esta diferença entre forma e função. Portanto, devemos ter convicção das verdades essenciais do Evangelho, ao mesmo tempo em que buscamos entender a cultura e o grupo em que estamos inseridos e estabelecer conexões significativas e inteligíveis entre as boas novas e a forma de pensar de quem está ao nosso redor. Porém, não devemos nos tornar como robôs reproduzindo uma gravação nem como vendedores de telemarketing que empurram coisas que nem conhecem direito. O próximo ponto nos ajuda a compreender melhor como Deus pode fazer isso nas nossas vidas. 2 Estilos de evangelização No futebol, devido ao estilo dos jogadores, alguns são posicionados como atacantes, outros nas laterais, ainda outros na zaga. O jogo para o qual fomos convocados também possui estilos e jogadas diferentes. Cada jogador tem seu próprio jeito de ser e todos são importantes para que o time vença a partida. Já aprendemos no Estudo 1 que devemos valorizar a forma singular como Deus nos fez e nos dispor a agir de acordo com o nosso estilo pessoal. Como é libertadora e gratificante a percepção de que Deus sabia o que estava fazendo quando nos criou, e que deseja operar através de nossa personalidade, de nosso modo peculiar de ser e agir. Pessoas extrovertidas são usadas por Deus, mas pessoas introvertidas também são. Tanto os mais práticos como os mais intelectuais são úteis. Não precisamos nos violentar tentando ser ou agir de uma forma extravagante. Podemos ser muito frutíferos exatamente como somos.

16


Deus intencionalmente formou a igreja com grande diversidade de dons, temperamentos, e características. Podemos encontrar na Bíblia pelo menos 6 diferentes de exemplos estilos de evangelização, segundo ensina Bill Hybels. Embora não seja uma lista exclusiva, muitas pessoas acabam identificando-se com um desses estilos ou com uma combinação deles. 3 Seja você mesmo No jogo da evangelização não há um método certo ou errado, é tudo uma questão de estilo. Alguns princípios essenciais neste jogo que são válidos para todos os estilos são: • Fidelidade ao Evangelho: não se desvie da mensagem básica e central da Bíblia. Ela pode ser resumida em quatro pontos básicos: • Criação (Deus criou o universo e viu que era tudo bom; Gn.1.31) • Queda (o homem se rebelou contra seu Criador e se tornou seu inimigo; Cl.1.21) • Redenção (o Criador se encarnou em Jesus e reconciliou o mundo consigo; Cl.1.22) • Consumação (viveremos para sempre na presença do nosso Criador; Ap.21.3-4). • Relevância cultural: entenda o contexto em que você vive e como pensam as pessoas ao seu redor para que você possa traduzir o Evangelho na linguagem delas. • Dependência de Deus: entenda que é o Espírito Santo quem faz a obra de convicção do pecado e compreensão do amor gracioso divino revelado em Jesus. Você foi chamado a cooperar neste ministério de reconciliação.

17


• Amor pelo outro: lembre-se de que você não está vendendo um produto nem ganhando pontos por cada vida evangelizada. É porque já fomos amados sendo ainda inimigos de Deus que devemos amar os outros e compartilhar com eles sobre a graça divina. • Vida na presença de Deus: ao viver sintonizado com Deus, você pode compartilhar desta Vida (Jesus) exercendo qualquer atividade – seja como advogado, comerciante ou trabalhador; seja como médica, funcionária ou dona-de-casa. • Deus quer usar você do jeito que você é e aonde você está!

18


SEMANA 5 –DE 2 à 8 e Julho FLAIR PLAY, JOGUE SEMPRE LIMPO

O meu goleiro é um homem de elástico Os dois zagueiros tem a chave do cadeado Os laterais fecham a defesa Mas que beleza é uma partida de futebol! (Skank)

Gostamos de ver a defesa roubar a bola e sair driblando, mas também vibramos quando o zagueiro acerta aquele chutaço e põe a bola para fora em um momento de perigo. Como vimos no primeiro jogo do Brasil na Copa, o ataque adversário pode ser rápido e fulminante se a defesa não estiver preparada. No jogo da evangelização também é assim: podemos ter um ataque brilhante, mas quando temos uma defesa fraca... haja coração! Já aprendemos que fomos convocados graciosamente para o time de Deus, e que nosso jogo é sobretudo relacional. Descobrimos que cada um tem um estilo diferente de jogo e que Deus quer usar você do jeito que você é. Hoje vamos analisar dois pontos cruciais da nossa defesa do Evangelho: quem somos e o que devemos falar.

1 Quem Somos A.Entendendo a importância da autenticidade

Certamente você conhece o ditado: “Suas ações falam tão alto que não consigo ouvir suas palavras”. Não adianta ser ofensivo no jogo e sair proclamando por aí que você é evangélico se sua vida não apresenta coerência com o que você fala. As pessoas logo percebem este tipo de discrepância entre discurso e estilo de vida, e daí você está fazendo um “gol contra”: dando mau testemunho e afastando as pessoas da fé, pois elas não querem ser como você. Manipular a fé dos outros

19


para enriquecimento próprio e orar agradecendo por propinas são claros exemplos de um Cristianismo incoerente e doentio. Todo mundo dá valor à autenticidade de vida. Ainda que você não concorde com as ideias de alguém, você certamente o respeitará se ele agir de forma coerente com o que afirma. Nós temos a mais grandiosa mensagem a compartilhar com os outros, mas eles só prestarão atenção à mensagem se primeiramente perceberem que nossas vidas a incorporam plenamente. Ninguém escuta aquele que diz: “Faça o que eu digo, não faça o que eu faço”. Todavia, quando percebem ações de amor genuíno e desinteressado, fruto decorrente da ação divina em nossas vidas, as pessoas são atraídas para o relacionamento com Deus (Mt 5:16 = “Assim brilhe a luz de vocês diante dos ho mens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus.”). O modo pelo qual conduzimos nossas vidas diárias tem implicações que alcançam a eternidade! Assim, para glorificarmos o nome do Senhor Deus e atrairmos outros para o seu Reino é imprescindível vivermos uma vida plena de obediência aos princípios da Palavra de Deus (Jo 15:5 = “Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dará muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma”). Como cristãos, nós precisamos “ser as boas novas antes de partilhar as boas novas”.Afinal de contas, se você não foi contagiado pelo Evangelho que prega e não o vive intensamente, como pode esperar que outros se contagiem com estas boas novas? É interessante aproximar-se de outras pessoas sem se identificar como um cristão e perguntar o que elas pensam sobre os evangélicos. Infelizmente, a impressão geral é negativa. Não nos sobressaímos como um povo amoroso e íntegro, mas como hipócritas, legalistas, isolados, ignorantes ou teimosos. Se havia uma época em que apresentar-se como cristão ou crente

20


indicava integridade de vida e estabelecia pontes de confiança entre as pessoas, hoje a mesma apresentação muitas vezes levanta suspeita e uma dupla conferência sobre a integridade moral de quem fala! Por isso, a autenticidade é o fundamento da vida cristã. Sinceridade, honestidade e apego à verdade são valores essenciais para que os outros se abram ao que falamos. Evite agir como se fosse mais do que é, ou fazer de conta que é menos do que é. Jesus salientou que os hipócritas que gostam de parecer espirituais para serem admirados pelos outros “já receberam sua plena recompensa” (Mt 6:2, 5, 16); ou seja, esta admiração é tudo que terão como fruto de seus atos, pois Deus recompensa apenas aquele que faz “em segredo” (isto é, sem buscar ostentação). B. Desenvolvendo autenticidade Para desenvolver um estilo de vida autêntico, busque ser genuíno em quatro áreas: identidade, vida emocional, confissão e convicção. Veja abaixo uma explicação mais detalhada: Seja você mesmo! É um erro renunciar seu jeito de ser, que lhe foi dado por Deus, para parecer mais espiritual diante dos outros. Não é preciso distorcer sua identidade para se amoldar a regras de usos e costumes. Deus não quer que você abandone sua personalidade, mas sim o pecado que a corrompe e que o desvia de ser plenamente quem Deus o chamou para ser. Seja sincero em suas emoções! Alguns cristãos aprenderam que precisam estar sempre sorrindo, ou que não podem expressar tristeza ou raiva. Esta repressão de sentimentos causa grande dano ao indivíduo e afasta outros desta estranha religião. Se não choramos quando há dor, não somos genuínos e nem revelamos nossa vulnerabilidade aos

21


outros (compare com Jesus em Jo 11:33-36!). O que desperta respeito e interesse nos outros é a nossa sinceridade em demonstrar que vivemos pela fé em constante luta com o medo, a tristeza, a raiva, a inveja, etc. Admita seus erros! Não é sendo santarrões que atrairemos outros, mas mostrando que, sendo tão falhos quanto eles, fomos alcançados pela graça de Deus em Jesus. Tentar dissimular nossas falhas para vender uma imagem como espiritual pode enganar alguns por algum tempo, mas logo os que convivem conosco nos verão como realmente somos: “pecadores miseráveis redimidos pelo amor divino e ainda “em obras”. Uma das mais fortes demonstrações de Cristianismo verdadeiro, especialmente numa cultura onde ninguém admite seus fracassos, é a confissão voluntária de seu erro àquele com quem você errou, manifestando aceitação das consequências e desejo de reparação do erro. Ninguém (nem mesmo Deus) espera que os cristãos sejam perfeitos nesta vida! O que se espera de nós é que sejamos humildes para reconhecer nossas imperfeições, dispostos para pedir perdão e fazer reparos, e perseverantes em nosso esforço de fazer sempre o que é certo aos olhos de Deus. Só assim podemos manter uma boa consciência diante de Deus e do próximo (1Tm 1:19 = “mantendo a fé e a boa consciência que alguns rejeitaram e, por isso, naufragaram na fé.”) Aja conforme você fala! É muito fácil falar dos outros ou palpitar sobre o que deveria ser feito nesta e naquela situação. Somos um povo cheio de opiniões! Como cristãos, precisamos “por o dinheiro onde está nossa boca”, ou seja, investir nossos recursos (bens materiais, tempo, habilidades) naquilo que pregamos ser o correto jeito de viver. Quando assumimos posição firme frente a opiniões contrárias, ainda mais se sofremos represálias por causa disto, levamos outros a ficarem admirados e os incentivamos a reverem em que

22


realmente crêem e também assumirem uma postura coerente entre seu discurso e prática. Espero que tenha ficado muito claro para você a importância de ser verdadeiro em sua fé e de agir coerentemente com sua proclamação. Esta vida cristã autêntica despertará o interesse das pessoas ao seu redor e as levará a perguntar a você sobre sua fé. É aqui que entra o segundo ponto da nossa defesa. Conclusão Nosso estilo de vida deve ser coerente com a nossa proclamação das boas novas.

O quanto que a sua vida prega aquilo que você diz?

23


SEMANA 6 –DE 9 à 15 e Julho PERSISTA ATÉ O APITO FINAL Essa semana termina a Copa do Mundo. Vamos conhecer a seleção campeã. Começamos com 32 seleções, mas só sobraram duas. Essas seleções perderam seus jogos, foram eliminadas e com o apito final ficou evidente a sua derrota. Nem sempre o resultado é o que foi planejado. Isso tem semelhança com a nossa vida espiritual. Quando somos questionados a respeito de nossa fé, precisamos ter boas respostas prepara-das de antemão. É o que recomenda o apóstolo Pedro (1Pe 3:15 = “Antes, santifiquem Cristo como Senhor em seu coração. Estejam sempre preparados para responder a qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês.”). Certamente, haverá ocasiões em que esta inquirição se demonstrará incisiva e perturbadora, exigindo uma resposta elaborada e bem pensada. Para tais respostas, você precisará se dedicar um pouco mais ao estudo e à oração. Às vezes é melhor sair do jogo (ou indicar alguém mais para responder) do que levar uma goleada devido ao despreparo. Por outro lado, muitas vezes temos uma oportunidade única com alguém que está interessado em Jesus, mas é uma janela de tempo curta que não permite uma elaborada discussão. Não adianta saber tudo sobre a Bíblia, mas não conseguir explicar em algumas frases aquilo que Deus fez por nós em Jesus. Como podemos apresentar rapidamente as boas novas? Há inúmeras formas de apresentação da essência do Evangelho. Procure memorizar e treinar um tipo de apresentação. Com o tempo, você pode diversificar e tentar outras abordagens. Lembre-se de explicar quaisquer dúvidas

24


ao interessado, e lhe perguntar se está pronto para uma decisão. Em geral, as pessoas responderão que precisam de tempo para avaliar a mensagem e considerar os custos. Dê esta liberdade para a pessoa, sem forçá-la. É o Espírito quem as conduz neste processo e o fará no devido tempo. Abaixo estão algumas possibilidades de apresentação das boas novas: A. Quatro tópicos Deus: é amor (1Jo 4:16b), é santo (1Pe 1:15-16), é justo (2Ts 1:6). Nós: fomos criados bons, mas nos tornamos pecadores (Rm 3:23). Por isso merecemos a morte, tanto física quanto espiritual (Rm 6:23). Assim, estamos espiritualmente mortos, ou “moralmente falidos” (Is 64:6; Ef 2:1-2). Cristo: é Deus que se tornou homem (Jo 1:1,14; 8:24). Ele morreu como nosso substituto (1Pe 2:24; 3:18; 2Co 5:21), e oferece seu perdão como um presente (Ef 2:8-9). Você e eu: temos que tomar uma decisão (Jo 1:12; Rm 10:13), confessar nossos pecados e reconhecer Jesus como nosso Senhor e Salvador (1Jo 1:9; Jo 10:27). O resultado é uma transformação espiritual operada pelo Espírito Santo (2Co 5:17). B. Fazer x feito A diferença entre religião e Cristianismo é esta: na religião você precisa FAZER coisas boas para agradar a Deus, enquanto no Cristianismo já foi FEITO por Jesus aquilo que eu nunca poderia fazer (viver uma vida perfeita e morrer para pagar pelos meus erros). O problema com a religião é que nunca podemos saber se fizemos o suficiente. De fato, a Bíblia diz que nunca conseguiremos ser suficientemente justos (Rm 3:23). Portanto, ser religioso não traz paz nem nos reconcilia com Deus. A solução é aceitar a substituição proposta por Jesus: ele morre em nosso lugar para que vivamos a sua vida (2Co

25


5:15; ou seja, vivemos conforme suas orientações). Qual é a sua reação a isto que acabei de expor? C. Quatro leis espirituais Deus nos criou para vivermos em relacionamento com ele. O pecado (nossa rebelião) abriu um abismo entre nós e Deus. Por causa disto merece-mos a morte. Nossos esforços e boas obras não conseguem atravessar este abismo. Deus mesmo construiu uma ponte sobre este abismo, por meio da sua encarnação como homem e morte na cruz para nos reconciliar com ele (2Co 5:18). Precisamos admitir diante de Deus nossa rebelião e aceitar o perdão oferecido por meio de Cristo. vida

D. A estrada romana Rm 3:23 = todos pecaram Rm 6:23 = o pecado gera a morte, mas Jesus oferece a Rm 10:13 = é preciso invocar o Senhor pedindo perdão

E. O avião Não basta conhecer tudo que podemos sobre aeroportos, aviões, linhas aéreas, vôos e tripulação. Isto nada adianta se você não embarcar no avião! Só o conhecimento sobre o que Jesus fez não o levará a lugar nenhum se você não “embarcar neste avião”. F. Sua própria história de encontro com Jesus O melhor testemunho é saber contar sua própria história. Fale como sua vida era antes de encontrar Jesus e o que Deus mudou em sua vida. Contra fatos não há argumento! Escreva sua história para escolher alguns tópicos que identifiquem o antes, o encontro com o Senhor, e o depois.

26


Conclusão Por mais difícil que possa parecer, Deus deseja que você persistas em continuar a missão que foi confiada. Nossa missão é testemunhar Jesus, para que muitos sejam salvos. Não desista. Em jogos de futebol, é muito comum, quando os jogos estão próximo do fim, uma equipe “relaxar” e pensar que está com a vitória ganha e tomar uma virada.

27


SEMANA 7 –DE 16 à 22 e Julho CONTENTE, INDEPENDENTE DO RESULTADO Revisitando uma estrofe da música “É uma partida de futebol” da banda Skank, lemos que: Bola na trave não altera o placar Bola na área sem ninguém pra cabecear Bola na rede pra fazer o gol Quem não sonhou em ser um jogador de futebol? O que separa o sonho da realidade é a disposição de caminhar na concretização do sonho. O que gera mudança são ações. As pessoas que entraram para a história são as que agiram e não as que tiveram boas intenções e vários sonhos. Deus muitas vezes nos coloca na frente do gol e precisamos, como diz a música, cabecear ou chutar a bola para dentro do gol; quando isso acontece, entramos para a história. Deus tem ao longo da história convidado homens e mulheres para se juntar ao seu time e marcar gols na eternidade. O desejo e a ação primária de reconciliar uma pessoa com Deus por meio de Jesus é do próprio Deus. A Bíblia registra em Lucas 15 que os anjos fazem festa no céu quando alguém marca gol, comunicando o Evangelho de forma a reconciliar outros com Deus. Se fizermos um paralelo com nossa realidade, imagine os anjos soltando fogos de artifício ou tocando a vuvuzela a cada gol, ou seja, quando uma pessoa se rende ao amor de Deus. Hoje veremos alguns conselhos práticos de como marcarmos gols na eternidade, compartilhando o evangelho de uma forma simples e clara.

28

1 A motivação correta Nosso Pai celeste é o maior interessado em que as


pessoas se voltem para ele, se arrependam dos seus pecados e aceitem a remissão (o pagamento da dívida) que Jesus fez na cruz. Por isso seu coração e sua mente precisam estar convencidos de alguns pontos: Deus ama profundamente a humanidade (Jo 3:16). Não existe outro caminho que possa conduzir as pessoas à reconciliação com Deus (Jo 14:6). Aliás, se houvesse, Jesus não precisaria ter se encarnado e morrido na cruz. A mensagem da cruz (o Evangelho) é poder de Deus para mudar o coração e a vida das pessoas (1 Co 1:18-25). Uma pessoa só pode invocar o Senhor (e se render a Jesus) quando ela entende o que isso significa de forma clara e pessoal e passa a crer no que ouviu (Rm 10:13-15) Você já deve estar motivado pela convocação de Deus e deseja repartir o amor que recebe dele. Todavia, como muitos cristãos, talvez você não saiba como fazer isso. Para descobrir como compartilhar o Evangelho de uma forma prática, o primeiro e mais importante passo é se voltar para o técnico e receber dele orientações. 2 Treino tático A Bíblia chama essa conversa com o técnico de oração. Jesus afirma em Jo 15:5 que, sem ele, nada podemos fazer. Por isso ouvi-lo se torna essencial. Quando Deus fala com seu povo, ele afirma claramente que aquele que o buscar de todo o coração o encontrará (Jr 29:13). E neste encontro achará descanso e alívio (Mt 11:28-30). Vimos que não devemos falar de Deus a uma pessoa sem antes falar com Deus sobre a pessoa. Por isso você relacionou algumas pessoas em sua lista de oração, para investir tempo orando especificamente por aqueles que você deseja que se rendam ao amor de Deus. É na oração que receberemos do Senhor orientação sobre o que e como falar com cada pessoa.

29


Pois Deus conhece o coração de todas as pessoas; assim, ao conversarmos com o nosso “técnico” sobre como devemos jogar, somos instruídos por ele. Como? Ele vai nos tornando mais sensíveis ao que ele está fazendo na vida desta pessoa e como podemos cooperar com ele.5 A oração vai nos fazer entender que compartilhar o Evangelho é mais do que transmitir informações a uma pessoa; é compartilhar a vida de Deus em nós. Ainda quero lembrar a você que existe um zagueiro que faz de tudo, incluindo faltas desonestas, para tentar impedir este gol. É o que Paulo ensina em 2Co 4:4.6 Por isso a comunicação do Evangelho também passa por uma batalha espiritual, que já foi ganha na cruz do Calvário. Isso fica claro ao observar o texto de Mt 16:16,18, quando Pedro responde a pergunta feita por Jesus sobre sua identidade, afirmando: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo... e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. A vitória já está garantida, mas precisamos entrar em campo e aprender a fazer gols. Uma seleção de futebol também realiza “treino de fundamentos”, para aprender a chutar a bola pro gol. Nesta Copa muitos jogadores reclamam da bola e a culpam pela sua falta de domínio ou erros em momentos decisivos. É neste treino de fundamento que praticamos o domínio da bola para que na hora do jogo não tropecemos nela. Alguns jogadores mostram grande intimidade com a bola e fazem o que querem com ela. Isso não é fruto de poucos minutos de contato com a bola, mas de muito tempo de treino. Por isso, não olhe para esta etapa de preparação como algo a tentar apenas uma vez. Na medida em que você for praticando, você perceberá o que funciona melhor com o estilo de jogo que Deus lhe presenteou.

30


3 Treino de fundamento Você conhece a propaganda “chuteira: R$ 45,00; bola: R$ 30,00; a alegria de fazer um gol de placa: NÃO TEM PREÇO!”? A alegria de levar alguém a se render a Cristo é uma experiência espetacular. Quando o Evangelho é derramado na vida de uma pessoa, ela começa a frutificar e sua vida passa a ser completamente redimensionada. A cada dia a imagem de Cristo vai sendo construí-da na vida desta pessoa. Isso acontece em nossas vidas na medida em que formos treinados por Deus (Ef 2:10). Em sua soberania e sabedoria, Deus preparou boas obras para que andemos nelas. A palavra “praticarmos” no original traz a idéia de fazermos bom uso das oportunidades que nos surgem no caminho da vida. Como isso acontece? O exemplo de Tomé: Tomé ficou com dúvidas sobre a ressurreição de Jesus. Quando Jesus apareceu aos discípulos, ele não rejeitou Tomé, mas disse para ele colocar o dedo nas suas feridas. Nosso desafio é levar as pessoas para perto de Jesus. Respeite as dúvidas que tenham, ouça-as e busque responder com sinceridade e profundidade. Perspectiva divina: Deus não está zangado nem teme as dúvidas de quem quer descobrir a verdade sobre ele. De fato, Deus deseja ajudar a esclarecer a confusão. Por isso, ouça a pessoa em suas dúvidas sem envergonhá-la ou apressá-la. Demonstre empatia com ela e lhe ofereça um parecer apropriado ao que está pensando e sentindo, buscando respostas na Bíblia para as suas perguntas (2Tm 2:15). Barreiras à fé: a) Visão distorcida de Jesus. É necessário paciência e persistência ao compartilhar quem é Jesus de forma a ir corrigindo essa “miopia espiritual”. b) Idéias equivocadas sobre o seguir a Jesus, resultantes do “mercado evangélico”

31


que impõe usos e costumes além do Evangelho em si. O desafio aqui é estudar a Bíblia com a pessoa e estimule-a a buscar na Bíblia algumas respostas para suas perguntas. Talvez você possa ainda perguntar: como faço para saber que hora devo falar e que hora devo calar e orar? Como está o interesse da pessoa? Se ela se mostrar fechada, dê tempo para ela ir se abrindo e ter conversar espirituais. Não insista muito se a pessoa está fechada. No livro “Permissão para evangelizar”, o autor Michael Simpson conta a história de um colega de trabalho de um cristão que, ao ver frases (versos bíblicos) em cartões na mesa deste, pergunta-lhe o que significam. À medida que este amigo ia dando permissão, o Evangelho foi sendo compartilhado. Isso significa: ouça mais e insista menos; ao falar, seja objetivo para dar “chutes” certeiros no gol. Como está a compreensão da pessoa? Algumas pessoas têm uma compreensão clara do Evangelho, mas ainda não estão prontas para aceitá-lo. Outras precisam de tempo para ouvir sobre o Evangelho e analisá-lo antes de estarem prontas para reagir positiva-mente. Por isso explique o Evangelho com várias imagens e exemplos diferentes. Compartilhe sua experiência com Deus, o que Deus tem feito na sua vida. Ninguém espera histórias espetaculares; espera-se que o que você fala seja real na sua vida. Como está a prontidão da pessoa? No decorrer da conversa com algumas pessoas, você perceberá algum grau de abertura ao Evangelho. Elas prontamente admitirão que não aceitaram ainda o perdão e o senhorio de Jesus (ou não têm certeza se o fizeram). Suas palavras devem comunicar que conhecer e servir a Deus é o propósito pelo qual fomos criados e oferecer às pessoas a oportunidade de assumir um compromisso com Cristo.

32


4 Marcando o gol A operação do Espírito Santo na pessoa e em você é o que capacita você a dar o passo seguinte: propor à pessoa um compromisso com Cristo. Você pode fazer isto por meio de uma simples pergunta. Por exemplo: “Você gostaria de orar comigo agora para certificar-se de que aceitou o perdão de Deus e se tornou membro de sua família?”. Não há uma formula mágica a seguir. A pessoa só precisa de uma atitude de arrependimento (desejo de se afastar dos seus pecados) e sua ajuda para fazer um pedido sincero pela salvação de Deus. Ore com ela e a ajude a dar este passo formalmente (isto é, através de uma oração em voz alta). Pode ser naquele momento com você ou depois sozinha (neste caso, peça a ela para contar depois para você como foi). Se ela aceitar orar com você, ore em voz alta por ela e depois a deixe falar com Deus do jeito dela (e com as palavras dela). Depois ore por ela mais uma vez e agradeça a Deus pela sua vida. Ajude-a a compreender que ela pode viver altos e baixos. A vida cristã não a impede de passar por problemas, mas é uma jornada ao lado de Deus rumo à eternidade. Por fim, comece a ensinar esta pessoa os primeiros passos para o seu crescimento espiritual (Mt 28:20): oração, leitura bíblica e relacionamentos com outros discípulos. Oro por você, líder de grupo, para que Deus lhe dê sabedoria e sensibilidade para estimular seu grupo a dar passos de fé na direção de outras pessoas. Que eles busquem se alinhar com o que Deus já está fazendo na vida destas pessoas e que sejam instrumentos para levá-las a cruzar a linha da fé. QUANDO ALGUÉM ACEITA A JESUS ACONTECE UM GOL NA ETERNIDADE E SEU NOME ENTRA PARA A HISTÓRIA!

33


SEMANA 8 –DE 23 à 29 e Julho SEMANA LIVRE

34


SEMANA 9 –DE 30 e Julho à 5 de AGOSTO SEMANA LIVRE

35


Cerqueira César Igreja presbiteriana independente

Células

36

Escola de Capacitação Ministerial

Multiplique

Presbitério de Botucatu


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.