M AT E M Á T I C A
Resolução de problemas: uma abordagem significativa de ensino na área de matemática Carolina Riego Lavorente O papel do professor que ensina Matemática precisa ser redimensionado, já que a aprendizagem significativa só será possível quando o professor oferecer meios para que o estudante se aproprie efetivamente dos conteúdos e conceitos envolvidos, proporcionando momentos de reflexão e de construção do saber
O
papel do aluno no processo de ensino-aprendizagem tem sido redefinido na história da Didática da Matemática, uma vez que este, atualmente, é concebido como o agente da construção de seu conhecimento, que se dá num contexto de resolução de problemas em que são estabelecidas conexões entre o conhecimento prévio do estudante e o novo saber. Essa concepção de aluno vem ao encontro das ideias estabelecidas nos Parâmetros Curriculares Nacionais, já que “o significado da atividade matemática para o aluno também resulta das conexões que ele estabelece entre ela e as demais disciplinas, entre ela e seu cotidiano e das conexões que ele percebe entre os diferentes temas matemáticos”. (PCNs Matemática,1997, p. 29). Nesse contexto, o papel do professor que ensina Matemática também precisa ser redimensionado, já que a aprendizagem significativa só será possível quando o professor oferecer meios para que o estudante se aproprie efetivamente dos conteúdos e conceitos envolvidos, proporcionando momentos de reflexão e de construção do saber ao ofertar oportunidades para pensar e discutir o processo. Entretanto, o que se tem visto de fato no ensino básico de Matemática são práticas apoiadas em diferentes teorias de aprendizagem, inclusive naquelas em que se pratica a memorização de regras sem que exista a sua real compreensão, em que existe a rotineira soli-
citação de resolução de problemas que trazem palavras que induzem o aluno, corroborando com uma atitude de condicionamento de suas ações, num contexto em que prevalece tão-somente a função formal das noções, dos processos matemáticos e do rigor excessivo da linguagem, formando alunos que são capazes de operar com símbolos de forma mecânica, mas não atribuem significado às noções, à linguagem e aos processos. O que se observa então é a formação de alunos que não conferem significados aos conceitos matemáticos, sendo, portanto, incapazes de reconhecer o uso dessa Matemática escolar fora da escola, por não estabelecerem relações entre essa Matemática e a Matemática cotidiana prática. Fato é que a análise de exames dessas práticas que são pautadas apenas na utilização de exercícios repetitivos, onde prevalecem as técnicas operatórias, tem revelado resultados insatisfatórios de aprendizagem. Em contraposição a essa prática, existem também aquelas que se esforçam em significar as situações, os problemas e a linguagem matemática, propondo para isso situações-problema contextualizadas e utilizando materiais manipuláveis, jogos e a história da Matemática, entre outros, como recursos de significação que não possuem um fim em si mesmos, mas se constituem como um meio no processo de ensino-aprendizagem. Nessa abordagem, alguns cuidados também devem ser tomados, uma vez que a valorização da experiência e
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