MARIANA-MG
IRON BIKER 30 ANOS
A HISTÓRIA DA MAIS TRADICIONAL PROVA DE MOUNTAIN BIKE DA AMÉRICA LATINA
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LUGAR DE MULHER É ONDE ELA QUISER
PARTICIPAÇÃO FEMININA NO IRON BIKER AUMENTA A CADA EDIÇÃO
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SUSTENTABILIDADE E CIDADANIA CUIDADO COM O SOCIAL E MEIO AMBIENTE SÃO MARCAS REGISTRADAS DO IRON BIKER
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DE GERAÇÃO EM GERAÇÃO O MOUNTAIN BIKE COMO TRADIÇÃO FAMILIAR
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EDITOR
RIAL EXPEDIENTE
Direção Editorial Lucas Fonda Gilberto Canaan Marco Antonio Canaan Jornalista Responsável Kíria Ribeiro Redação Kíria Ribeiro Rodolfo Simões Direção de Arte Humberto Bicalho Fotografia Alexandre Bandeira Claudio Ferreira Cristiano Quintino Diogo Andrade Eduardo Profeta Fernando Genaro Gabriel Lima Hanna Gabriela Marcos Leite Mauro Fanha Rodrigo Barreto Samuel Consentino Vandrei Stephani Wanderley Vieira CAPA Foto: Hanna Gabriela
Uma edição inesquecível! Celebramos, em 2023, os 30 anos da maior prova de mountain bike da América Latina: o Iron Biker Brasil. Uma jornada de transformação e consolidação para a cidade de Mariana, que é a capital nacional da modalidade. Ao longo dos anos, os marianenses foram testemunhas do impacto positivo que esse grande evento tem para o município. Essa não é apenas uma competição: é uma ferramenta poderosa para elevar a imagem de Minas Gerais, para além das fronteiras estaduais e nacionais, proporcionando uma exposição extremamente positiva das nossas belezas naturais e do nosso povo. Além da valiosa cobertura realizada pela imprensa, a mídia espontânea gerada é um tesouro com as imagens da cidade sendo compartilhadas no estado e no Brasil inteiro. Isso tem um impacto imensurável, mostrando a Primaz como um destino acolhedor para os turistas. O evento tem total apoio do setor público e conta com uma parceria intensa da Prefeitura Municipal e da Câmara de Vereadores. Ambos são responsáveis por garantir o repasse de recursos para a realização do mesmo. Mariana, ao abraçar o Iron Biker, descobriu não apenas o potencial esportivo que tem, mas, também, a importância do esporte na saúde, na integração e no entretenimento. Temos plena convicção de que a competição é uma ferramenta valiosa no processo de investimento do turismo. A comunidade, os empresários e os atletas reconhecem a importância do evento esportivo, considerando-o um dos principais impulsionadores da nossa economia. Agradecemos muito ao Lucas Fonda, ao Gilberto Canaan e ao Marco Antonio Canaan, por acreditarem no potencial de Mariana e marcarem, todos os anos, o nosso município com esse grande evento. Agradecemos, da mesma forma, a todos que ajudaram na realização da edição, desde os faxineiros, socorristas, batedores, staffs, atletas, Secretaria Municipal de Esportes, patrocinadores, e todas as demais pessoas que fizeram parte da organização desta edição memorável que ficará para sempre em nossos corações. Um grande abraço,
Celso Cota
Prefeito de Mariana - MG
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1º DIA DE
MARATONA NAS TRILHAS DA PRIMAZ DE MINAS Mineiros se destacam na elite e vencem a primeira etapa da disputa
26 REVISTA IRON BIKER 2023 O primeiro dia de prova do Iron Biker Brasil 2023 começou a todo vapor. Já era possível observar a ansiedade nos olhares dos mais de 2 mil competidores, que estavam ali em busca de um mesmo objetivo: completar os dois dias da maratona. No início da manhã, beirando o horário da largada, o céu estava com algumas nuvens acinzentadas, dando indícios de chuva. Mas, pouco tempo depois, as nuvens se dissiparam e o céu ficou totalmente limpo na Praça Gomes Freire ( Jardim), em Mariana. Com a contagem regressiva se entoando, o coração já pulsava mais forte. Os 10 segundos que não tinham fim para os atletas. E, então, eis que a buzina ecoou forte: foi dada a largada para a maior competição de mountain bike da América Latina! Daquele ponto, os ciclistas se direcionavam para nove distritos do município, enfrentando trilhas desafiadoras, subidas íngremes e altimetrias que davam medo! No percurso completo, foram 97km. Já no percurso reduzido, foram 65km. Na categoria elite masculina, o primeiro lugar ficou com o brasileiro, Luiz Miguel Campos Honório, da cidade de Maria da Fé (MG). O mineiro do sul de Minas fez uma prova praticamente perfeita e abriu boa vantagem para os demais concorrentes. Após fechar o percurso, Luiz explicou qual foi o diferencial em relação aos adversários. “Eu sabia que logo no início do percurso havia uma trilha, então, eu ataquei na subida antes da trilha para que eu pudesse passar com tranquilidade, sem ninguém para colocar pressão e que pudesse performar melhor estando na primeira posição. E foi assim durante toda a prova, pude passar pelas trilhas com bastante cautela. Assim, reduzi minhas chances de cometer erros”, concluiu. Já na categoria feminina, a primeira posição ficou com a jovem Lorena Ranchel, de apenas 19 anos, vinda de Porteirinha (MG). A atual vice-campeã do Iron Biker Brasil exaltou a sua força mental durante a prova. “Foi a parte mental. Temos que pensar que são quase 100km. Então, você não pode gastar toda energia no início. Normalmente, eu sou uma atleta mais agressiva. Porém, hoje, optei por ser mais conservadora”, disse. Para domingo, a expectativa já era alta entre os atletas. Afinal, a grande maioria dos competidores havia concluído a primeira etapa da maratona e já estavam ansiosos para a segunda parte da competição, que prometia ser ainda mais eletrizante.
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SEMPRE APOIANDO E PATROCINANDO O ESPORTE !
O Ciclismo desperta sen mentos como euforia, alegria, excitação, compe vidade, raiva e muita adrenalina nos compe dores. Até quem não é muito fã de pra car a vidade �sica e espor va é envolvido pelo espírito de equipe e cole vidade que a ”Magrela” proporciona. O Iron Biker Brasil a maior prova de mountain bike da América La na, neste ano de 2023, completou três décadas de pura emoção sobre duas rodas. A primeira cidade e capital de Minas Gerais, Mariana, foi a sede desta grande festa do Esporte., que ocorreu em setembro de 2023. Para ter resultado no esporte é preciso de disciplina, aplicação, condicionamento e muito tempo de dedicação. Mas, o esporte, principalmente o ciclismo de alto desempenho, precisa de patrocínio. Nestes úl mos anos a Empresa Magmotos dos empresários: Jonathan Carmo Silva e Humberto Carneiro Magalhães Júnior . A empresa referência no seguimento de motociclismo de Mariana e região vem sendo parceira do Iron Biker Brasil em escolta motorizada aos ciclistas nos dias das provas de Mariana. “A par cipação dos batedores da Magmotos é fundamental para a segurança e tranquilidade dos ciclistas e do evento. São pilotos experientes que conhecem todas as trilhas de Mariana”. Pontuou um dos organizadores do Iron Biker Brasil. A Magmotos, também, é parceira da equipe de Ciclismo MTB Lemos Race uma das principais equipe de Mariana e figurinha carimbada nos grandes eventos de ciclismo pelo Brasil.
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“Acreditamos que o esporte tem o poder de transformar e valorizar o que cada um tem de melhor, por isto patrocinamos e apoiamos o esporte” finalizou Jonthan.
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Magmotosmariana
Avenida Nossa Senhora do Carmo, 440. Bairro Vila do Carmo. Mariana MG. Cep 35.420-163.
2º DIA DE
MARATONA NAS TRILHAS DA PRIMAZ DE MINAS O brasileiro, Luiz Miguel, foi o campeão na elite masculina com tranquilidade. Já na categoria feminina, Aline Mariga conseguiu uma reviravolta improvável e faturou o bicampeonato
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34 REVISTA IRON BIKER 2023 No segundo dia da competição, a cidade sede, Mariana, ficou ainda mais colorida com tantos ciclistas, vindos de diversas partes do país: Rio de Janeiro, Pará, Rondônia, Bahia, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso, Brasília, Goiás, Paraná, Espírito Santo e vários outros estados do nosso imenso Brasil. “Eu amei conhecer Mariana. Eu acompanhei o meu marido, porque ele se inscreveu na categoria master 40. Aproveitamos e fomos em alguns dos principais pontos turísticos e históricos da cidade. Foi maravilhoso! Ano que vem irei novamente”, contou a administradora Nathália Viegas. Nesse embalo de saber mais sobre a cidade sede da competição, os atletas exploravam diversos pontos em meio a natureza. No Iron Biker Brasil, o ciclista tem a oportunidade de conhecer distritos encantadores e de fazer um percurso de encher os olhos. Num segundo dia marcado pela adrenalina e pela competividade, era visível o equilíbrio nas disputas de todas as categorias. Pela elite masculina, depois de um percurso de quase 160 km, o brasileiro, Luiz Miguel Campos Honório garantiu o melhor resultado, vencendo com tranquilidade os seus principais adversários, o espanhol, Brandan Marquez Fernandez, campeão do Iron Bike Itália, e o suíço, Lukas Kaufmann, três vezes campeão do Iron Biker Brasil. O atleta de Itabirito, Lúcio Otávio, foi o vencedor do segundo dia, mas esse resultado não foi suficiente para alcançar o primeiro lugar no pódio. O título ficou mesmo com Luiz Miguel Campos Honório, que esteve sempre junto ao pelotão de frente e não deu brecha para os adversários, terminando entre os três primeiros no domingo. Após cruzar a linha de chegada, Luiz Miguel, celebrou o resultado. “Estou bastante feliz com a vitória. É a realização de um sonho ganhar o Iron Biker Brasil. Logo no início da prova, eu ataquei e abri com cinco
atletas. Além disso, eu tinha uma grande vantagem e o meu objetivo era chegar junto do primeiro grupo. Felizmente, ocorreu tudo como planejei. Estou muito feliz, me sinto realizado”, finalizou. Por outro lado, na categoria elite feminina, Lorena Ranchel não conseguiu aproveitar a vantagem obtida no primeiro dia de competição por conta de problemas com a bicicleta. Dessa forma, Aline Fátima Mariga Cavaglieri, de Sorriso (MT) e Liege Walter, de Mariana (MG), travaram uma dura batalha pela conquista da trigésima edição da maior prova de mountain bike da América Latina. Aline, atual campeã do Iron Biker Brasil, alcançou o bicampeonato com uma curta diferença. “Inacreditável, mas deu certo. No primeiro dia tive problemas mecânicos e sofri muito. Eu fiquei realizada, porque eu lutei e acreditei até o final. A prova foi dolorida, foi bem sofrida, mas valeu a pena. Foi extremamente gratificante”.
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CLASSIFICAÇÃO E L I T E M ASC U L I N A : Atleta
Tempo Total
Localidade
1º
Luiz Miguel Campos Honório
6h38m41s
Maria da Fé (MG)
2º
Lúcio Otávio
6h50m21s
Itabirito (MG)
3º
Lukas Kaufmann
6h52m13s
Suíça
4º
Sherman Trezza de Paiva
6h52m49s
Poços de Caldas (MG)
5º
Halysson Ferreira
6h54m44s
Patrocínio (MG)
Atleta
Tempo Total
Localidade
1º
Aline Fátima Mariga Cavaglieri
9h06m15s
Sorriso (MT)
2º
Liege Walter
9h08m14s
Mariana (MG)
3º
Fabiana Gregório Brandão
9h22m11s
Jundiaí (SP)
ELITE FEMININA:
4º
Karine Costa
10h09m05s
Botucatu (SP)
5º
Lorena Ranchel
10h18m15s
Porteirinha (MG)
Os resultados completos de todas as categorias estão publicados no site: WWW.IRONBIKER.COM.BR
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OS DESAFIOS DE
LOGÍSTICA EM UM
PAÍS DE DIMENSÕES
CONTINENTAIS
Seja de avião, de carro ou de trem, atletas enfrentam uma maratona até chegarem a Primaz de Minas com suas bicicletas
REVISTA IRON BIKER 2023 O Iron Biker Brasil recebe, anualmente, competidores das cinco regiões do país. São pessoas que suam a camisa para participar da maior prova de mountain bike da América Latina. Pessoas com características distintas, mas todas com um viés em comum: moram muito longe de Mariana (MG), cidade sede do evento esportivo. Por isso, conversamos com alguns atletas que nos contaram todos os detalhes da maratona que enfrentam até desembarcar na primeira capital de Minas Gerais. Morando há cerca de 3 mil quilômetros de distância de Mariana, Anderson Silva, de Barcarena (PA) e Betânia Pereira, de Boa Vista, em Roraima (RR), ambos da região norte do Brasil, enfrentaram uma verdadeira jornada até a primaz de Minas. “Em 1998 e em 2001, fomos de ônibus em viagens que duraram três dias”, contou Anderson. Dessa vez, o atleta fez a viagem de carro, e as bikes, segundo o próprio, estavam na parte de cima dos carros junto dos equipamentos. Por outro lado, Betânia escolheu vir de avião e enfrentou três escalas. De acordo Betânia, os equipamentos foram desmontados e estavam protegidos durante o voo. Além disso, a atleta
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afirmou que contou com o apoio de mecânicos marianenses para cuidar da sua bicicleta durante a prova. Já o competidor Ítalo Ferreira, de Maranguape (CE), não conseguiu trazer os seus equipamentos por conta de empecilhos da empresa aérea responsável pelo voo. Dessa forma, Ítalo, que estava com a filha de 1 ano no colo e a esposa, foi obrigado a deixar para trás a sua bike, com os itens de proteção individual e de suplementação para poder seguir viagem. Após desembarcar na primaz de Minas, o atleta conseguiu alugar uma bike e competiu nos dois dias normalmente. Esse ano de 2023, um grupo de ciclistas de Arapiraca, de Alagoas (AL), saiu do nordeste em direção à Minas Gerais. A atleta Joelma Karlla destrinchou o percurso da seguinte forma: saíram de ônibus de Arapiraca com destino a Maceió. Em seguida, pegaram o voo em Maceió com destino a Belo Horizonte. Porém, antes disso, tem uma escala em São Paulo. Depois, saíram da capital mineira e chegaram até Mariana. Todo esse trajeto durou, aproximadamente, 24 horas.
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Representando as regiões centro-oeste e sul do país, Diomar Vieira, saiu de Goiânia (GO) rumo à Mariana, entre os dois municípios, são pouco mais de 950km. Dessa vez, o goiano pegou um voo. Mas, a sua bike veio de carro com outros colegas em uma viagem que durou pouco mais de 14 horas. Já Paulo Roberto, de Itapema (SC), percorreu 1.250km até chegar à capital nacional do mountain bike. Segundo o ciclista, foram 17 horas de viagem. “Ir de carro para Mariana é mais difícil. Porém, é menos trabalhoso do que no avião devido às adversidades que envolvem o transporte de bike por esse meio”, afirmou. As sensações de superação e de luta não se resumem apenas ao percurso e aos dois dias de prova. Na edição de 2023, como em todas as outras, existem diversas situações desde o momento que o atleta sai de casa. Isso engloba pessoas que não conseguem trazer a sua bike, até pessoas que passam dias na estrada para chegar ao seu destino. Apesar de serem de locais diferentes e de terem características pessoais completamente distintas, esse sacrifício é sempre recompensado com o cumprimento do percurso da prova, com belas paisagens, com novas amizades e com um final de semana incrível em uma cidade histórica e acolhedora.
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A IMPORTÂNCIA DE UM BOM PREPARO FÍSICO Se preparar para o Iron Biker Brasil exige muita persistência, força de vontade e disciplina
Se preparar para o Iron Biker Brasil, a mais tradicional prova da modalidade Mountain Bike – Cross Country Maratona (XCM) da América Latina, exige mais do que condicionamento físico; demanda resiliência, persistência e uma paixão inabalável pelo mountain bike. “Estar bem preparado fisicamente faz toda a diferença quando o assunto é uma maratona de bicicleta. É o que separa o prazer de realizar um sonho, ao completar a prova, e ser coroado com a medalha de conclusão, do pesadelo e sofrimento de tentar concluir o trajeto estando despreparado”, diz Gilberto Canaan, idealizador do Iron Biker Brasil. “Participar de uma competição de alto rendimento sem o devido preparo, além de gerar uma grande frustração no próprio atleta, que participou sem estar devidamente preparado, pode
prejudicar o desempenho de vários outros atletas além de uma sobrecarga de demanda para as equipes de resgate.”, complementou Gilberto. Ao ressaltar a importância de um bom preparo físico, entra em cena o Maurício Cortês, de Campos dos Goytacazes (RJ), uma figura singular que desafia as convenções do envelhecimento. Após uma vida dedicada a outras atividades, ele decide, na aposentadoria, trilhar um novo caminho — literalmente. Matriculado em um curso de Educação Física, esse senhor, que sempre foi apaixonado por bicicletas, relata as diferenças entre o mundo da engenharia, que ele exercia, e disciplinas como psicologia e sociologia do esporte. “Eu achava que tudo na vida
REVISTA IRON BIKER 2023 se resumia aos números, produtividade e tabelas. Esta transição para a área de humanas no início me assustou, mas depois me ajudou muito a lidar com atletas e entender que além da carga interna (treinamento físico) existe uma carga externa (meio social) a que todos estamos submetidos, devendo o treinamento esportivo levar todas estas cargas em consideração”, finalizou. Do mesmo modo, o tetracampeão do Iron Biker Brasil, Robson Ferreira, de Resende (RJ), que também atua profissionalmente como preparador físico, explica que a realização do Iron Biker Brasil para o atleta profissional ocorre numa época crítica, já quase em final de temporada. “Necessita um manejo antecipado no preparo aeróbico,
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já que está saindo de uma bateria de provas rápidas de XCO. Diferente do atleta amador, que geralmente treina especificamente para essa prova. Então, a preparação de ambos tem que ser feita com antecedência, pelo menos entre seis e oito meses antes do evento”, disse. Juntos, esses dois preparadores concordam e enfatizam a necessidade, ou quase obrigatoriedade, de um bom treinamento e preparo físico para participar com satisfação de uma prova de maratona em mountain bike e, principalmente, do Iron Biker Brasil. Seja em busca de um lugar no pódio ou simplesmente para completar o percurso e vencer esse desafio pessoal.
Aliando o conhecimento teórico e a experiência de quem completou mais de cem provas de maratona, Maurício Cortês decidiu trabalhar com assessoria de treinamento e fundou a Base Treinamentos. Em 2023, ele trouxe e influenciou mais de 20 atletas para participar do Iron Biker Brasil e pontuou quatro situações que ele adota como treinador, para chegar em boas condições ao evento:
Trabalhar com planilhas eletrônicas, pois cria um foco bem claro, motivando o atleta a treinar de forma consistente ao longo de toda temporada.
Treinar respeitando a especificidade da prova, maratona por etapas com muita altimetria acumulada, intercalando alta intensidade com “longões” e técnicas, com foco no objetivo, seja o pódio ou simplesmente completar os roteiros.
Usar a tecnologia através de programas de gerenciamento de treinamento online. O que permite prescrever e acompanhar a distância as cargas de cada treino, possibilitando uma otimização.
Oferecer um diferencial: simulados de 2 dias, onde os atletas devem completar em suas cidades percursos semelhantes aos do Iron, anotando os pontos de acertos e o que poderia ser melhorado.
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SEGURANÇA
GARANTIDA NOS DOIS DIAS
DO DESAFIO
Iron Biker Brasil e sua equipe dedicada à Gestão de Segurança
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Desde a sua primeira edição, em 1993, uma das prioridades da organização do evento é de zelar pela segurança e prestar o melhor atendimento de saúde aos participantes, aos membros da equipe técnica e ao público presente nas chegadas e largadas da prova. Em 2023, a equipe de saúde do Iron Biker Brasil foi composta por 32 profissionais, distribuídos em motos, veículos 4x4 e em bases fixas de atendimento. Composta por resgatistas experientes em áreas remotas, médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e bombeiros civis, todos coordenados por Nilton Pires de Azevedo Filho, o Nerea. Além disso, a Prefeitura de Mariana, através da Secretaria de Saúde, reforçou esse time disponibilizando ambulâncias para remoção de acidentados, posto médico e mais dez profissionais que auxiliaram nos atendimentos. A empresa Nerea foi criada há duas décadas e é parceira do Iron Biker há 11 anos. E você deve estar se perguntando qual o significado desse nome, certo? Segundo Nilton, o fundador da empresa, na mitologia grega, havia uma deusa chamada Nerea, casada com Nereu, responsável por proteger os marinheiros nas travessias das grandes navegações. A Nerea é uma empresa especializada em resgates em áreas de difícil acesso. Durante os dois dias de Iron Biker Brasil é realizada toda uma preparação pelos membros, com o intuito de garantir a segurança dos participantes. Nessa travessia, faça chuva ou faça sol, os bikers contam com a equipe do Nerea no resgate e pronto atendimento. Diante desse contexto, é elaborado por Nilton Pires e sua equipe um Sistema de Gestão de Segurança (SGS).
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De acordo com o empresário, o trabalho é iniciado com 12 meses de antecedência. “Quando se aproxima da data de realização do Iron Biker Brasil, é feita uma reunião de alinhamento com a Prefeitura de Mariana para compartilhar todo o plano de ação. Temos autonomia para fazer os resgates mas, sempre que for necessário, acionamos o serviço público”, disse. Dentro do planejamento do SGS, existem as rotas de fuga, os pontos críticos, além da definição do tamanho da equipe disponível. As questões estratégicas do SGS são: Qual é o melhor local para deixar as ambulâncias? Em quais pontos as ambulâncias conseguem chegar e nos auxiliar? “Fazemos uma análise para entender em quais estradas elas conseguem trafegar. Se a ambulância não conseguir chegar, vamos de moto? A pé? Qual a equipe estará mais próxima do ocorrido?”, concluiu. Assim, fica evidente a importância do mapeamento realizado ao longo dos 170 km que são percorridos pelos bikers, e o seu estudo antecipado. O ano de 2023 ficou marcado por uma novidade para aprimorar o trabalho do resgate: a equipe do Nerea utilizou, pela primeira vez, rádios com GPS, fornecidos para o evento através de uma parceria com a Unicall – empresa expert em tecnologia da radiocomunicação. Por conta disso, bastava Nilton abrir a tela do computador para identificar quais membros da equipe de saúde ou do staff estavam mais próximos do incidente reportado. Foi mais um recurso tecnológico usado para ajudar a garantir a segurança de todas as pessoas envolvidas nessa edição comemorativa dos 30 anos do Iron Biker Brasil.
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LUGAR DE MULHER É ONDE ELA QUISER!
Conheça a história de mulheres que encontraram no mountain bike o equilíbrio para as suas vidas corridas
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É visível como o número de mulheres praticantes do mountain bike vem crescendo a cada dia e, pouco a pouco, elas vão se destacando nas trilhas e nas provas, seja pelo número de participantes como pelos resultados conquistados. Uma das razões que podemos dizer para essa crescente é a busca por um estilo de vida mais saudável e ativo. Além disso, muitas mulheres têm encontrado na modalidade uma forma de se conectar com outras pessoas e de explorar novos lugares. Outro fator importante é o aumento da representatividade feminina no esporte. Com mais mulheres se destacando em competições e eventos ciclísticos, cada vez mais, meninas e mulheres se sentem encorajadas a experimentar o mountain bike. Assim aconteceu com a mineira Sádia Campos, motivada por um grupo de amigas que, em 2001, fundaram a famosa equipe feminina chamada 4.0 Turbo, com o objetivo de incentivar a participação feminina em esportes radicais. Virgínia, Carla Papini, Bebel, Rosana, Jeanne e Sádia fizeram parte da primeira formação. Em seguida, vieram Denise e Cristiane Castaneda. Desde então, o grupo continua sendo destaque em todas as edições do Iron Biker Brasil. Sádia ainda lembra das dores e do grande desafio emocional e físico que foi para ela, de encarar e concluir a sua primeira prova de maratona de bike. No final, com a medalha no pescoço, determinou: “Se eu venci isso aqui, eu venço qualquer coisa na minha vida!”. Apesar do crescimento do ciclismo feminino, a atleta capixaba Camila Machado, de 43 anos, afirma que ainda existem muitos desafios dentro do esporte. “É sempre importante falarmos sobre esse tema, porque temos que ter o discernimento que se trata de um processo em crescimento. Infelizmente, ainda vemos mulheres sendo subestimadas e não recebendo o mesmo reconhecimento e oportunidades que os homens. Por isso, é fundamental que tenhamos chances mais inclusivas e iguais para ambos. É muito importante que nós, mulheres, nos unamos para que possamos lutar, ainda mais, pelos nossos direitos e espaços”, disse.
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Camila é representante comercial, viaja muito por todo o Brasil. A sua rotina é extremamente corrida e acelerada, mas faz questão de reservar um tempo específico para a bike, semanalmente. “É a minha paixão, é o meu refúgio. A bike me fez o que sou hoje”, contou. Já é a quarta vez que Camila participa do Iron Biker Brasil. Nesse ano, ela pedalou na categoria Master B, no percurso reduzido, e conseguiu finalizar a prova, que era o seu principal objetivo na competição. “Superação, resiliência, entrega, dedicação. São palavras que ficam em meu consciente sempre, porque o mountain bike, para mim, é isso. Participar do Iron Biker Brasil pela quarta vez significou muito, porque é uma prova que nos exige completamente. E o mais satisfatório: eu cumpri”, afirmou. Compartilhando do mesmo complexo e corrido cenário de vida, Renata Espíndola, de 37 anos, também se divide para dar conta das múltiplas missões que têm em seu dia a dia: a de ser mãe, esposa, dona de casa, empresária e atleta. Essa é a rotina de Renata, que representa a vida corrida de muitas mulheres brasileiras. “Minha rotina é bem acelerada. Eu tento me organizar nas minhas tarefas da melhor maneira possível, mas precisaria que o dia tivesse mais horas”, contou. Morando na cidade de Patrocínio (MG), Renata é apaixonada pelo mountain bike. Desde 2011, tem a sua própria rotina de treinos e participa de competições pelo Brasil afora. Inclusive, Renata é uma das embaixadoras do Iron Biker Brasil e conheceu o marido, Halysson Ferreira, participando da prova, em 2017. “O mountain bike, para mim, não é apenas uma atividade ou um esporte, é uma ferramenta de transformação de vidas. Toda mulher começa a pedalar por inúmeras razões, mas sempre falamos de superação, de autoestima e de segurança. O ciclismo transforma a vida de uma mulher, e quando a gente faz isso, a gente transforma a família inteira e também a sociedade”, disse Renata. Quando o assunto é a sua relação com o esporte, Renata contou que várias mulheres a incentivaram a começar na modalidade e que isso é essencial por conta da representatividade. “O ciclismo feminino tem muitas líderes inspiradoras que fizeram e fazem história. Mas, o mais importante disso tudo é poder servir de incentivo, é servir de instrumento para aumentar a autoestima, a confiança e a sensação de independência”, ressaltou. E por falar em incentivo, relatos como o de Sádia, Camila e Renata só reforçam como as mulheres têm avançado em termos de participação, envolvimento e como isso pode ser fundamental para servir de inspiração para outras tantas que desejam se aventurar no mountain bike.
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Foto: Alexandre Bandeira
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INCENTIVANDO A SUSTENTABILIDADE E A CIDADANIA
Iron Biker Brasil estreita parceria com a Associação de Catadores de Material Reciclável de Mariana (Camar) e foca no desenvolvimento de ações socioambientais
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Reduzir, reutilizar e reciclar. O que esses três verbos têm em comum? Simples: todos representam o mesmo objetivo de reforçarmos, cada vez mais, ações sustentáveis em nosso dia a dia. Um exemplo disso é a parceria, que já dura 8 anos, entre o Iron Biker Brasil e a Associação de Catadores de Material Reciclável de Mariana (Camar). A parceria foi criada com o intuito de promover a sustentabilidade ambiental por meio da reciclagem dos materiais coletados durante o evento. Somente neste ano de 2023, foram mais de 400kg de resíduos recolhidos por meio dessa ação em conjunto. Segundo um dos organizadores do evento, Lucas Fonda, a cooperação com a Camar surgiu justamente para incentivar o desenvolvimento socioambiental do município. “A parceria com a Camar nasceu da nossa convicção em promover um impacto positivo na comunidade local. Estamos comprometidos não apenas em preservar as trilhas, mas também em impulsionar as ações de sustentabilidade em Mariana. É uma união que vai além do cuidado com o meio ambiente; é sobre construir um legado de respeito ao meio ambiente e oportunidades para todos”, disse. Ainda de acordo com Fonda, existe uma equipe específica responsável pela limpeza do percurso de 170km pós prova. “Nos preocupamos muito com a temática ambiental, porque sabemos que mountain bike convive com a natureza. Se não existir a natureza, não existe o mountain bike. No primeiro dia de prova, fazemos uma limpeza mais aparente das trilhas. À medida que a prova vai se desenrolando, a nossa equipe vai retirando toda a sujeira do caminho. Depois que a competição termina, fazemos uma limpeza geral do percurso. Para isso, precisamos de um prazo de até 10 dias a partir do término do evento”, contou. Todo o material recolhido no trajeto passa por uma triagem, visto que a associação trabalha com plásticos, alumínios, vidros, embalagens longa vida e materiais eletrônicos. “Sempre digo que o mês de setembro é um mês no qual a nossa demanda aumenta bastante na Camar. Tanto pelo trabalho de recolher os materiais, quanto pela separação dos itens. Além disso, é um período que temos um aumento, considerável, da nossa equipe pela alta demanda e, consequentemente, um bom retorno financeiro”, afirmou uma das fundadoras da Camar, Maria da Conceição Aparecida. Mais ações Falando em sustentabilidade ambiental, a utilização de tecidos biodegradáveis também é uma ação realizada para sinalizar o percurso da maior prova de mountain bike da América Latina. Dessa forma, não há impactos para a natureza e os animais, também, não correm riscos. “Essa é apenas uma das alternativas que existem no mercado e seguiremos buscando inovações e práticas socioambientais a fim de integrá-las na realização da prova. O futuro do mountain bike, e de todos os demais esportes praticados na natureza, está na sustentabilidade. Estamos explorando opções biodegradáveis em todos os aspectos, comprometidos em adotar materiais “eco-friendly” para minimizar nosso impacto ambiental. Investir em soluções sustentáveis é fundamental para preservar as paisagens que tanto amamos e garantir uma vida longa e duradoura para o esporte”, concluiu Fonda.
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30 ANOS DE MUITA ADRENALINA E EMOÇÃO
São três décadas de transformações e conquistas que dão um contorno especial na história da maior prova de mountain bike da América Latina
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Há 30 anos, um desafio nas montanhas de Minas Gerais dava seus primeiros passos, criando uma tradição amada por ciclistas de todo o Brasil. O Iron Biker Brasil, a maior prova de mountain bike da América Latina, tem sido palco de inúmeras aventuras, diversão e, é claro, muita emoção. Vamos viajar por uma linha do tempo que revelará as principais transformações e acontecimentos que moldaram essa competição icônica. Como surgiu a ideia Há três décadas, um sonho tomou forma nas montanhas de Minas Gerais. Gilberto Canaan, empresário, produtor de eventos e organizador de competições de mountain bike de sucesso, como a prova do Vale do Sereno, as Copas Haas Motos e Premo/Skol e Up&Downhill 98 FM, sentiu que era o momento certo de criar um evento grandioso.
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A ideia de uma competição tão imponente e desafiadora quanto o Enduro Internacional da Independência, que ele coordenava, começou a tomar forma, e a evolução natural de seu trabalho, aliada às pessoas e empresas certas, parceiros e entusiastas do esporte, o levou a lançar o Iron Biker Brasil, em 1993. A semente é plantada O Iron Biker Brasil foi criado para ser uma competição de maratona, de dois dias, com a largada em Ouro Preto, passagem por Itabirito ou região, pernoite livre, nova largada em Nova Lima ou Rio Acima, e chegada no BH Shopping, em Belo Horizonte. E foi assim de 1993 até o ano 2000. Havia uma pontuação para a classificação em cada dia de prova, e vencia aquele que acumulasse a maior pontuação após a soma de pontos dos dois dias. Assim aconteceu nos anos de 1993 e 1994, quando a prova era composta por trechos cronometrados intercalados por trechos de deslocamento. Porém, a partir de 1995 foi adotado o formato de ordem de chegada por categoria, vencendo aqueles que tivessem acumulado a maior pontuação na soma dos dois dias de prova.
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O surgimento de novas tecnologias Nas primeiras edições do Iron Biker Brasil, havia um leque muito menor de ferramentas para elaborar o percurso. Desse modo, a equipe do evento tinha de recorrer aos mapas fornecidos pelo IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, para descobrir novas trilhas, estradas e fazendas. Este trabalho desbravador realizado por Marco Antonio Canaan continua sendo feito. Porém, desde o ano 2000, com o surgimento de ferramentas como o Google Earth e o acesso ao GPS, as coisas ficaram mais fáceis. “A tecnologia nos ajudou, principalmente, a localizar o final das trilhas. Íamos desbravando e explorando os caminhos de moto, mas não sabíamos se haveria um final. Inclusive, isso possibilitou a disponibilização desse mapa de altimetria que, anteriormente, não existia”, contou Marco Antonio Canaan, responsável pelo levantamento do percurso da prova. A primeira reviravolta A expansão do BH Shopping e o rápido crescimento populacional na área urbana em seu entorno, tornaram inviáveis a largada e a chegada do Iron Biker Brasil em Belo Horizonte. Foi quando a organização do evento decidiu se mudar para outras trilhas e horizontes, inaugurando uma nova fase em sua história. Sendo assim, entre 2003 e 2009, a prova passou a ser disputada na região histórica de Ouro Preto e Mariana. Do esporte para o entretenimento Durante seis anos, o publicitário, Lucas Fonda era apenas mais um atleta, entre as centenas de ciclistas, apaixonado pelo Iron Biker Brasil. Contudo, tinha uma peculiaridade, ele era participativo, o “cara chato”, como ele mesmo se definiu, pois enviava mensagens à organização, avaliando e sugerindo melhorias para a prova. Algum tempo depois,
passou a apoiar a competição através de sua revista Ragga, muito popular entre os jovens mineiros. Em 2013, graças à sua dedicação e competência profissional, Lucas Fonda foi convidado e se tornou sócio do Iron Biker, trazendo consigo a juventude e uma nova visão de marketing e comunicação para o evento. Segundo Lucas, uma das inovações foi justamente extrapolar o evento esportivo, fomentando a experiência do ciclista, dos amigos e dos familiares que os acompanham, enaltecendo a celebração social do mountain bike. Tudo isso, num cenário de cidade histórica e onde o público presente tem fácil acesso a atrações culturais e musicais, somadas à gastronomia local e às exposições de novidades e equipamentos do mundo da bicicleta. Mariana abraça o evento A parceria com a cidade de Mariana (MG) aconteceu em 2013, quando o então prefeito Celso Cota assinou um contrato de quatro anos com a organização do Iron Biker Brasil, garantindo, assim, que a Primaz de Minas se tornasse a sede oficial do evento no Brasil. Desde então, e até hoje, a prova não saiu mais do município. Nesse sentido, vale ressaltar que a topografia da região favorece muito a prática do mountain bike por sua diversidade natural de relevo e tipos variados de terrenos, o que exige um bom condicionamento físico, muito treino e técnica dos atletas participantes. O futuro A cada ano que passa, o Iron Biker Brasil vai encantando as pessoas e se consolidando como uma prova de desejo de todo atleta do mountain bike. Celebrando as trilhas desafiadoras, emoções eletrizantes e histórias incríveis de cada ciclista participante, que aguarda ansioso pelos próximos capítulos dessa jornada épica do mountain bike brasileiro.
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Alarico Moura (in memoriam) recebendo o 1° troféu Abelha dos filhos de André Abelha (in memoriam), Caco e Marquinhos, em 2009.
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ALINE FÁTIMA MARIGA CAVAGLIERI
LUIZ MIGUEL CAMPOS HONÓRIO
Idade: 34 anos Peso: 64kg Altura: 1,71m Cidade: Sorriso (MT). Número de participações: Terceira vez. Melhores resultados: › Campeã do Iron Biker Brasil 2022 e 2023. › Campeã brasileira de ciclismo de estrada 2022. › Quarto lugar na Taça Brasil. › Oitavo lugar no Campeonato Brasileiro de XCM.
Idade: 25 anos Peso: 62kg Altura: 1,63m Cidade: Maria da Fé (MG). Número de participações: Primeira vez. Melhores resultados: › Campeão do Iron Biker Brasil 2023 › Campeão Geral do Brasil Ride Espinhaço › Vice-campeão brasileiro elite Mountain Bike 2022 › Vice-campeão Panamericano xcm Sub-23.
RAIO-X DOS CAMPEÕES
Confira a entrevista exclusiva com Luiz Miguel Campos Honório e Aline Fátima Mariga Cavaglieri, os vencedores da categoria elite do Iron Biker Brasil 2023 – 30 anos Dessa vez, o Iron Biker Brasil foi conquistado por dois competidores que enfrentaram situações distintas. Para alcançar a glória, foi necessário vencer os desafios nos mais de 160km, com trilhas muito técnicas e altimetrias bem complicadas, nos dois dias de prova. Na categoria elite feminina, Aline Fátima Mariga Cavaglieri, de Sorriso (MT), conseguiu uma improvável reviravolta no segundo dia e conquistou o bicampeonato da maior prova de mountain bike da América Latina. Já na categoria elite masculina, Luiz Miguel Campos Honório, não deu chances aos adversários e ficou com o troféu de campeão. Com a palavra, os grandes campeões: IBB: Em qual momento você sentiu que iria vencer o Iron Biker Brasil – 30 anos? Aline: Após cruzar a linha de chegada. Este ano, as meninas
estavam muito fortes. De fato, foi uma disputa bem acirrada. Luiz Miguel: Foi no km 30, quando os batedores me disseram que já estava com uma vantagem de 6 minutos. Então, fui somente administrando e conservando o equipamento. IBB: Numa prova dura como o Iron Biker Brasil o que prevalece durante a competição? A parte física, o equipamento ou a estratégia para disputar a prova? Aline: Neste ano, competi com o banco dois centímetros acima do normal e não consegui alterá-lo durante a prova. Houve um problema mecânico do canote, o que me prejudicou tanto nas subidas quanto nas descidas. Eu perdi muito tempo, mas em nenhum momento pensei em desistir da competição em virtude disso. Eu estava bem preparada, porém fui prejudicada por conta desse
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problema. Um exemplo, em trilhas técnicas de subida, que eu não conseguia subir pedalando por conta do canote. Aí, eu tive de empurrar. No segundo dia, minhas adversárias tiveram problemas técnicos, contudo, aproveitei o tempo todo para ficar perto dos pelotões, pois isso ajuda a manter o ritmo de prova e permite pegar mais vácuo.
seis vezes na semana. Além disso, tenho uma sessão de fisioterapia semanal somado a outros dois dias de musculação.
Luiz Miguel: Os três. A parte física conta muito, porque o percurso é difícil. Porém, tinham várias trilhas que o cuidado com o equipamento era essencial, pois dependendo do dano na bike, é impossível continuar. Em provas de etapas é muito importante conservar o equipamento. A estratégia tem que ser boa também. Não adianta ser forte e não saber usar a cabeça. No meu caso usei as subidas para ganhar bastante tempo, pois nas descidas não ganha tanto, e já que eu tinha uma vantagem grande, usava as descidas para respirar e descansar, sem abusar.
Aline: Para 2024, vou participar do Iron Biker Brasil. Já até fiz a minha inscrição. Além disso, quero participar de todos os campeonatos brasileiros e das etapas do mundial que será realizado no Brasil. São as provas de referência no momento.
IBB: O que mais te atrai no Iron Biker Brasil? Por que a competição é tão diferente das demais? Aline: O Iron Biker Brasil, com certeza, é uma prova diferente das demais. É uma prova que te coloca à prova o tempo inteiro. O percurso é muito desafiador. É, basicamente, uma luta de você com você mesmo, porque a mente é uma máquina de comandos. Ela dita as regras para que o ritmo não caia. Afinal, são horas em cima da bike tentando controlar todo o esforço e administrar toda a energia para os dois dias de disputa. A atmosfera da prova é muito boa. Luiz Miguel: O reconhecimento dos organizadores e do público, em geral. A energia da prova é muito alta e esse carinho é muito especial para nós, atletas. IBB: Como funciona a sua rotina de treinamentos? Aline: Hoje, eu estou competindo em várias modalidades diferentes. XCO, XCM, XCC, contra-relógio, ciclismo de estrada e maratona. Então, são preparos e estratégias diferentes. São bikes diferentes. Mas, uma complementa a outra. Logo, faço treinos específicos para cada prova. Por exemplo, no Iron biker acham que é só maratona, mas exige muita técnica, logo, o XCO me ajuda a descer melhor, e quanto mais rápido você desce, melhor o seu tempo. Atualmente, faço pilates, musculação e corrida. Essas atividades me auxiliam com questões, tais como: mobilidade, prevenção de lesões, ganho muscular, melhora de performance e uma boa saúde cardiovascular. Luiz Miguel: Minha rotina varia bastante de acordo com as provas. Mas normalmente faço meus treinos de pedal
IBB: Quais são seus planos dentro do esporte para 2024?
Luiz Miguel: Participar do Iron Biker Brasil, claro. E, também, das copas do mundo de MTB XCM, panamericano de XCM, brasileiro de XCM, entre outras provas de etapas. IBB: Qual é a sua dica para as pessoas que sonham em competir no mountain bike? Aline: A dica é que as pessoas comecem a praticar o esporte por prazer e por diversão. E aí, vemos que, com o tempo, vamos tendo mais foco e disciplina. Além disso, é notório as mudanças não só físicas, mas como na saúde. O grande segredo é confiar em você mesmo, seu corpo e sua mente são as suas regras. Luiz Miguel: Começar devagar e sem criar empecilhos para iniciar. Não tem essa de equipamento ideal, de parte física ideal. O certo é que a parte física e o equipamento vão evoluindo no mesmo ritmo. IBB: Como é para você representar uma cidade, um estado e uma região? Aline: Todo ano tem mais gente do Mato Grosso querendo participar do Iron Biker Brasil. E tipo assim, não sou eu quem ganho, é o estado do Mato Grosso que ganha. Quando chego no aeroporto, as pessoas estão lá me esperando, tiram foto comigo, com o troféu. Eu sou a única atleta do estado a ganhar um torneio de elite. Eu consegui levar o nome do estado para prova, e nós aqui não temos muita representação fora, pois os custos com deslocamento são altos. Todos aqui reconhecem e valorizam muito isso. Luiz Miguel: Quando eu ganhei uma prova lá no Espinhaço, a galera fez carreata. Sou abraçado pelos amigos, pela família, mas também pelo público em geral independentemente dos resultados. A prefeitura da minha cidade, Maria da Fé, também me ajuda bastante, principalmente nas competições do exterior.
FINISHER’S 2023 fotos: DIOGO ANDRADE e WANDERLEY VIEIRA
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AMOR QUE ULTRAPASSA GERAÇÕES
Passado, presente e futuro: o mountain bike como tradição familiar
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Um dos maiores prazeres de um pai é conseguir transmitir seus gostos para o filho ou filha. Na família Dutra, isso ficou garantido no que se refere à prática esportiva: Patrick, de 42 anos, de Mariana (MG), é o progenitor da paixão familiar, e conseguiu passar o amor pelo mountain bike para a filha, Ana Clara, de 15 anos. Os dois correram juntos, pela primeira vez, no Iron Biker Brasil 2023, dentro da categoria dupla mista. O papai Patrick, desde criança, sempre teve o amor pelos esportes correndo em suas veias. “Na realidade, tem seis anos apenas que eu comecei a competir, de verdade. Porém, eu sou fascinado com bicicleta desde os meus 5 anos de idade. Sempre foi a minha paixão e ver, hoje em dia, a minha filha competindo na mesma modalidade esportiva é um sonho”, contou o ciclista. Já a sua filha, Ana Clara Dutra, demonstra bastante entusiasmo com o apoio familiar que recebe dentro de casa. “Eu estou sempre tentando evoluir no esporte. E, com o incentivo do meu pai, fica mais fácil. Espero, futuramente, ter um rendimento ainda melhor”, disse. A jovem também revela o desejo de alçar voos mais altos no mountain bike. “A minha paixão por esse esporte só cresce, cada dia mais. Então, é claro que eu tenho essa vontade de ser uma atleta profissional, de viver disso. É um ramo muito difícil, mas pretendo me dedicar para um dia conseguir”. Esse ano de 2023, Patrick e Ana Clara correram dentro da mesma categoria, estando pai e filha, lado a lado, o tempo todo. Porém, nem sempre foi assim. Na primeira participação de Ana Clara, no Iron Biker Brasil, aos 12 anos, Patrick sofreu bastante e relembrou como foi a sensação na época. “Lembro-me que ela competiu debaixo de muita chuva. Eu fiz o circuito completo e, na medida que ia passando por locais difíceis, ficava pensando em minha filha. Então, confesso que foi bem angustiante. Mas entendo que ela crescerá muito competindo dessa forma”, finalizou.
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Três gerações Do município de Nova Friburgo (RJ) vieram Eduardo Ponce, Victor Eduardo Ponce e César Ponce, com 16, 50 e 72 anos, respectivamente. Três gerações de uma família que também divide entre si a paixão sobre as duas rodas. Victor e César decidiram competir pela primeira vez, há exatos sete anos, na maior prova de mountain bike da América Latina: o Iron Biker Brasil. De lá pra cá, a vida deles foi impactada positivamente pelo ciclismo. A família Ponce, hoje, possui uma agência de cicloturismo. Segundo Victor Ponce, foi uma virada de chave na família. “Mudança de vida. A gente conseguiu converter o lado do trabalho para a bicicleta”, disse. Mas esse não foi o único impacto, a prática do mountain bike segue se perpetuando na família. Se César serviu de inspiração para Victor, ambos foram motivos de inspiração para Eduardo, de 16 anos. O garoto que, antes só via a largada do pai e do avô no Iron Biker Brasil, tomou gosto pelo esporte e, agora, vai para Mariana (MG) competir junto dos patriarcas. O adolescente destaca o fato de ter tido três fases: o período em que ele tinha vontade de competir, o período no qual pedalou junto do pai e do avô e, hoje, disputam em categorias distintas. “Tenho um orgulho muito grande em ver o meu filho competindo. Hoje em dia, a garotada tem muita ligação com as questões tecnológicas, mas ele tenta conciliar com os treinos. Observamos que o Eduardo compete, porque ele gosta de verdade, porque ele quer. Está no sangue”, afirmou Victor. Sabemos que, no Iron Biker Brasil, todo mundo é apaixonado por ciclismo. Mas, a prova só chegou aonde está por ter uma pluralidade enorme de competidores. Além disso, permite aos atletas irem além do desafio pessoal, da meta esportiva de se superar. A prova se tornou um momento para criar, estabelecer e reforçar os laços de amizade e de família.
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PERCURSO
MARCANTE PELOS DISTRITOS DE MARIANA
Ao todo, 9 comunidades rurais fizeram parte do trajeto de 2023 da maior prova de mountain bike da América Latina. Uma delas, o novo Bento Rodrigues Com cenários de belezas naturais, compostos por trilhas desafiadoras, altimetrias, subidas e descidas e trechos entre ruas e estradas para testar as habilidades dos competidores, a 30ª edição do Iron Biker Brasil, contou com um trajeto desafiador de 160 km nos dois dias de maratona. Ao todo, 9 distritos de Mariana fizeram parte desse percurso recheado de emoções e adrenalina. Essa jornada não apenas testou as habilidades dos competidores, mas também fortaleceu os laços entre o evento esportivo e as comunidades locais. Durante a prova, os atletas pedalaram pelos distritos de Mainart, Vargem, Pombal, Magalhães, Barro Branco, Camargos, Monsenhor Horta, Bandeirantes e a nova comunidade de Bento Rodrigues. A passagem por essas regiões proporcionou aos competidores, além de paisagens deslumbrantes, a oportunidade de interagir com os moradores marianenses. Esse contato humano acrescentou uma dimensão especial ao evento esportivo, conectando os atletas com as comunidades que fazem parte do município de Mariana. O percurso também permitiu que os ciclistas testemunhassem, pelo segundo ano consecutivo, o trabalho de reconstrução realizado, ao longo dos últimos anos, na nova comunidade de Bento Rodrigues. Agora, já com suas obras de infraestrutura finalizadas, com bens coletivos prontos, e com uma retomada econômica, visto que a área voltou a ter populares vivendo na região. “Eu acho importante ter visto todos os ciclistas passando por aqui. É importante, porque as pessoas puderam ver que aqui, em Bento,
agora tem vida. Estamos fazendo parte de alguma forma dessa história tão especial”, disse Jennifer Fialho, moradora de Bento Rodrigues. Atualmente, 36 imóveis estão sendo ocupados pelos novos moradores em Bento Rodrigues, incluindo a Escola. As famílias estão se mudando para o novo distrito, que está em processo de habitação pelos atuais e futuros moradores. Até o dia 01 de setembro de 2023, 164 imóveis estavam com obras finalizadas, sendo desses 7 bens de uso coletivo. Além de terem visto o desenvolvimento da nova comunidade, os atletas também puderam ver, de perto, os dois marcos simbólicos da Estrada Real, criado pelo Instituto Estrada Real e pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), em parceria com a Fundação Renova, no novo distrito de Bento Rodrigues. “Quando nossos ciclistas pedalam por essas regiões, eles não apenas enfrentam desafios físicos, mas também têm a oportunidade de interagir com as pessoas que vivem em cada comunidade rural que passamos. É, na verdade, uma troca cultural, o que acontece nesses dois dias de prova”, finalizou um dos organizadores da competição, Lucas Fonda. Em seguida, Fonda reforçou o compromisso da prova para com o município. “A inclusão dessas comunidades no nosso trajeto é uma maneira de celebrar a diversidade de Mariana e mostrar nosso compromisso com o desenvolvimento local”, concluiu.
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A inclusão dessas comunidades no nosso trajeto é uma maneira de celebrar a diversidade de Mariana e mostrar nosso compromisso com o desenvolvimento local
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IRON BIKER CAST
REGISTRA A HISTÓRIA DOS 30 ANOS DA
MAIOR PROVA DE MOUNTAIN
BIKE DA AMÉRICA LATINA
A minissérie de rádio, com seis episódios, ficou marcada pela descontração e contou com a participação de 8 atletas e ex-atletas
REVISTA IRON BIKER 2023 Criado para ser uma entre as várias atrações para comemorar os 30 anos do Iron Biker Brasil, o Iron Biker Cast conta, em capítulos, a história de sucesso da maior prova de mountain bike da América Latina. Ao longo dos seis episódios, foi relembrado o surgimento do evento esportivo, as suas transformações, as mudanças de sede, desafios, etc. E foram destacadas as pessoas que fizeram com que tudo isso fosse realizado. Entre os presentes durante as gravações estavam os gestores do evento, ciclistas, comerciantes e a cidadãos marianenses. Os administradores Gilberto Canaan, Lucas Fonda e Marco Antonio Canaan são sócios e responsáveis por comandar o Iron Biker Brasil. Eles participaram, respectivamente, do primeiro, do terceiro e do quinto episódio do Iron Biker Cast. Logo no primeiro capítulo, Gilberto contou como surgiu a ideia de criar o evento. Nesse bate-papo, o empresário também comentou sobre sua carreira profissional e suas motivações para empreender no mundo do mountain bike. A relação de Gil com a modalidade e a sua expertise com o setor de produção de eventos foram fundamentais para o surgimento e o êxito do Iron Biker Brasil. Já o terceiro episódio, foi produzido com duas pessoas. Nele, estavam presentes Bárbara Dornellas, competidora da cidade de Mariana, e Marco Antonio Canaan, responsável pela escolha e montagem dos percursos no Iron Biker Brasil. Juntos, debateram sobre os desafios impostos pela altimetria nos dois dias de prova, sobre as particularidades de ser um competidor local e daqueles que não estão acostumados com o tipo de piso e relevo presentes em Mariana. A quinta gravação, por sua vez, foi com Lucas Fonda, atualmente um dos sócios dos irmãos Canaan, e ex-competidor do Iron Biker Brasil. Nessa entrevista, Lucas destacou que era um atleta que mantinha contato junto aos organizadores, sempre com sugestões que agregavam valores ao evento, e agora, ele atua na outra ponta trazendo uma visão nova, na qual o Iron Biker Brasil tem um caráter, também, voltado ao entretenimento, o que abriu portas para receber um público diversificado, que vai além dos competidores. O Iron Biker Brasil é feito de pessoas O Iron Biker Brasil só existe graças a participação dos ciclistas. São eles e elas que fazem a prova acontecer, todos os anos. Por isso, entre os convidados, tivemos Márcio
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Ravelli, tricampeão do Iron Biker Brasil (93,95 e 96), no qual o atleta relatou as dificuldades encontradas na época em que competiu pelo título. Desde os grandes adversários, até os tipos de bicicletas que eram mais utilizadas. Ademais, o atleta de Itu, São Paulo, deu várias dicas para participar de uma maratona de mountain bike, destacando a necessidade de preservação da bike, além de toda preparação física e de uma estratégia adequada para as condições da pista e do clima. Também participaram do podcast ciclistas de Mariana, como a Bárbara Dornellas, que esteve no terceiro episódio analisando junto do Marco Antonio Canaan as peculiaridades do percurso. Em seguida, no quarto episódio, tivemos outros marianenses falando da felicidade em disputar uma prova de tamanha importância com competidores de outros países, com atletas reconhecidos a nível nacional. Na quinta gravação, recorremos aos depoimentos de competidores de diversas regiões do país. Nesses trechos curtos, cada um pôde falar sobre a sensação de competir em um ambiente tão diferente e único, bem como, das dificuldades encontradas até chegar em Mariana, ou de quão bom é poder trazer seus amigos e familiares para aproveitarem um final de semana na Primaz de Minas. Mariana Desde 2013, Mariana se tornou a casa do Iron Biker Brasil e, por isso, a edição deste ano também celebrava a união de uma década com a primeira capital do estado. Desse modo, o atual prefeito Celso Cota, concedeu uma entrevista exclusiva para o Iron Biker Cast nesse sentido. O chefe do executivo destacou a importância do evento para o município, gerando grande visibilidade midiática, e consequentemente, turística. Do mesmo modo, Lucas Fonda, também corroborou de que este casamento é bom para ambos, visto que, a organização não precisa se preocupar em buscar um local para fazer a prova, os participantes não têm dúvidas de onde será realizado o circuito, somado a isso, as datas do evento já estão fixadas nos meses de setembro. Moradores, comerciantes e ciclistas locais também contribuíram com as suas percepções sobre o Iron Biker Brasil e sobre o crescimento da modalidade esportiva no Brasil. Bem como, os impactos positivos gerados pelo evento na cidade de Mariana, que não se restringe apenas aos dois dias de evento.
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IRON MOMENTS O IRON BIKER BRASIL 2023 se destacou tanto nas trilhas quanto fora delas. A atmosfera na área do evento foi permeada por uma aura de conquista, companheirismo e uma energia contagiante.
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