GEOPARK QUADRILATERO FERRIFERO: UM CASO DE GOVERNANÇA TERRITORIAL INOVADORA
GEOPARK QUADRILATERO FERRIFERO: UM CASO DE GOVERNANÇA TERRITORIAL INOVADORA
Dez/2014
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
6
1.
A IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA GEOPARQUE EM FASES
7
2.
ASPECTOS HISTÓRICOS DA OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO
10
3.
OS MUNICÍPIOS DO GEOPARK INSERIDOS NO PROCESSO DE EXPANSÃO DA PRODUÇÃO MINERÁRIA
4.
14
O CONTEXTO SOCIOECONÔMICO DO TERRITÓRIO DA FASE 1 E AS OPORTUNIDADES PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
5.
19
A INTRODUÇÃO DE UM SISTEMA DE GOVERNANÇA QUE BUSCA ESPELHAR AS DIVERSAS FORÇAS SOCIAIS DA REGIÃO
29
6.
REFERÊNCIAS
33
7.
RESPONSABILIDADES E EQUIPE TÉCNICA
36
3
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – TERRITÓRIO DA FASE I DO GEOPARK QUADRILÁTERO FERRÍFERO................................ 8 FIGURA 2 – MUSEU DE CIÊNCIA E TÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO. .............. 11 FIGURA 3 – RUÍNAS DA USINA PATRIÓTICA, EM MIGUEL BURNIER – OURO PRETO – MG. ............... 13 FIGURA 4 – DIMENSÃO TERRITORIAL DA MINERAÇÃO: CRESCIMENTO DA VALE E NOVOS PROJETOS. ..... 15 FIGURA 5 – EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE MINÉRIO DE FERRO NO BRASIL E NO MUNDO (EM MILHÕES DE TONELADAS)
– 2000 – 2011. .................................................................................... 16
FIGURA 6 - EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DO MINÉRIO DE FERRO – 2000 – 2010. ............................. 17 FIGURA 7 - PRODUTO INTERNO BRUTO - PIB DE MUNICÍPIOS DA FASE 1 DO GEOPARK E ENTORNO – MINAS GERAIS – 2011. ............................................................................................ 18 FIGURA 8 - PARTICIPAÇÃO RELATIVA (EM %) DO FPM E DA CFEM NAS RECEITAS CORRENTES DE MUNICÍPIOS DA
FASE I DO GEOPARK E ENTORNO – MINAS GERAIS – 2011. ............................... 20
FIGURA 9 - PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL (%) DA ATIVIDADE AGROPECUÁRIA NO TOTAL DE PESSOAS OCUPADAS, NOS MUNICÍPIOS DA
FASE I DO GEOPARK E ENTORNO – MINAS GERAIS – 2010. ........... 22
FIGURA 10 - ALGUNS ATRATIVOS TURÍSTICOS LOCALIZADOS NA ÁREA DA FASE 1 DO GEOPARK QUADRILÁTERO FERRÍFERO. ........................................................................................ 25 FIGURA 11 - LOJA DE VENDA DE ARTESANATO EM CONGONHAS............................................... 28
4
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – TAXA DE DESOCUPAÇÃO (EM %) EM MUNICÍPIOS DA FASE 1 DO GEOPARK E ENTORNO, SEGUNDO O GÊNERO
– MINAS GERAIS – 2010. ................................................................ 24
5
INTRODUÇÃO1
O Geopark Quadrilátero Ferrífero foi oficialmente reconhecido como um Geopark aspirante a integra-se ao Global Geoparks Network em 2011. Em setembro do mesmo ano, o programa foi oficialmente lançado, com as suas iniciativas iniciais mantidas pelo Governo do Estado de Minas Gerais. Neste
momento
foram
nomeados
os
membros
profissionais
e
institucionais da 1ª versão do sistema de gestão. Após a presença da missão da UNESCO em 2011, diversas ações foram implementadas visando adequar o programa Geopark às recomendações realizadas. Este artigo procura apontar os procedimentos adotados a partir
de
2011, destacando
principalmente
o
caráter
inovador
da
governança, procurando incorporar os diversos atores sociais locais estratégicos, de tal forma a garantir a participação da comunidade contemplada e evitar descontinuidades inerentes a algumas modalidades de sistemas de gestão. De forma a contribuir para a compreensão do caso Geopark Quadrilátero Ferrífero, inicialmente será realizada uma apresentação e contextualização socioeconômica da área em que está inserida a primeira fase do projeto. Após esta apresentação, será desenvolvida a argumentação em torno do sistema de governança em implantação.
Esse artigo foi redigido para apresentação na VI Conferência Internacional da UNESCO para Geoparques Mundiais, realizada no Canadá, entre 19 e 22 de setembro de 2014, e apresentado por Renato Ribeiro Ciminelli, presidente do Geopark Quadrilátero Ferrífero. 1
6
1. A IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA GEOPARQUE EM FASES
A corrida do ouro e a herança de estilo barroco, a geologia local e a presença da mineração de minério de ferro e produção de aço determinam a gênese original do geoparque. Mais de 50 geossítios têm sido compilados, descritos e estão em vias de ser preparados para visitação. Do ponto de vista geológico, o Quadrilátero Ferrífero é talvez a região mais intensivamente estudada do Brasil. Foi justamente sob esta perspectiva que a UNESCO considerou em 2011 que o "projeto tem potencial para ser um Geoparque bem sucedido no futuro". A região em que está inserido o Geopark, que coincide com a província mineral conhecida como Quadrilátero Ferrífero, apresenta em sua versão original um território avaliado pela UNESCO como demasiadamente grande para uma governança satisfatória, perfazendo pouco mais de 6,5 mil km², o que levou à recomendação por aquela instituição no sentido de reduzir a sua dimensão ou atuar a partir de uma implantação em fases. Foi neste sentido que o Comitê Gestor definiu que o projeto seria implantado
inicialmente,
numa
primeira
fase,
a
qual
compreende
basicamente o território de influência ou referência das Serras do Rola Moça, da Moeda e de Ouro Branco, conforme mapa a seguir. Este novo contorno corresponde a 912 km², 14% da área original do projeto apresentado à UNESCO.
7
Figura 1 – Território da Fase I do Geopark Quadrilátero Ferrífero.
Inicialmente associado mais fortemente à pesquisa e turismo científico e à proteção do patrimônio geológico pelo fato do Programa Geopark ter sido lançado no Brasil pelo acordo UNESCO – CPRM (Serviço Geológico Brasileiro), paulatinamente foi sendo ampliada a sua concepção, baseada principalmente nas recomendações da UNESCO, transformando-se numa proposta de participação ativa no planejamento territorial e nas políticas de desenvolvimento sustentável principalmente através do fortalecimento da diversificação produtiva. Segundo as recomendações da UNESCO, o desenvolvimento sustentável é o principal objetivo dos geoparques.
8
Ao encampar o conceito de desenvolvimento sustentável como um dos eixos de atuação do Geopark, o projeto ultrapassa a discussão de crescimento do PIB ou qualquer outro indicador econômico e assume como referência as demandas das diversas forças sociais atuantes na região.
9
2. ASPECTOS HISTÓRICOS DA OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO
A ocupação do território em que está inserida esta primeira fase de implantação do Projeto Geopark Quadrilátero Ferrífero tem sua história fortemente associada à mineração desde o período colonial. Inicialmente assentado na exploração aurífera de aluvião, o seu esgotamento levou à substituição pela mineração de ouro de forma industrial e do minério de ferro. A ocupação associada à exploração aurífera deu lugar a uma expansão demográfica basicamente urbana, ensejando posteriormente a formação de espaços rurais para atender a demanda dos centros urbanos. “Em Minas, pode-se dizer que o urbano é anterior ao rural” (GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS, 2011, p.31). O surgimento de diversos núcleos urbanos ocorreu como decorrência da ocupação
da
região
para
a
exploração
do
ouro.
A
característica
basicamente urbana desta ocupação que acompanhou a mineração deixou um legado histórico e cultural exemplar de regiões mineradoras, refletindo a riqueza econômica e cultural do processo. É resultado deste período todo o esplendor do conjunto arquitetônico barroco de diversas localidades da região das minas e que hoje é palco de grande interesse turístico.
10
Figura 2 – Museu de Ciência e Técnica da Universidade Federal de Ouro Preto. FONTE: ACERVO GEOPARK QUADRILÁTERO FERRÍFERO.
Além disto, a heterogeneidade da população que deu origem a esse processo inicial de ocupação foi acompanhada pelo surgimento de diversas manifestações
religiosas,
principalmente
resultado
da
devoção
da
população negra escravizada a santos da igreja católica em associação a rituais existentes na África, como a coroação de reis congos. Isso se traduz nos dias de hoje num valioso patrimônio cultural. A
ocupação
do
território
dos
municípios
inseridos
no
Geopark
acompanhou, desta maneira, de forma bastante próxima a expansão da atividade mineral, basicamente a extração de ouro. Aqueles municípios com menor potencial mineral aos poucos se especializaram na produção agropecuária, mantendo maiores possibilidades de complementaridade com a região das minas apenas onde havia vias de acesso. Os municípios excluídos dessa possibilidade de interligação com as regiões mineradoras viram a sua economia ficar reduzida cada vez mais a atividades 11
agropecuárias de subsistência.
Conforme o “Plano de desenvolvimento
regional do Alto Paraopeba: investimentos estratégicos” (GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS, 2011, p. 39), “no século XVIII, as Minas são a fonte da riqueza, do poder, do dinamismo social e cultural que marcou a vitalidade urbana das vilas do ouro”. A redução do potencial de exploração do ouro de aluvião levou à decadência de diversas vilas minerárias no século XIX. Entretanto, a exploração aurífera se manteve em alguns territórios associada à mineração subterrânea, realizada basicamente por empresas estrangeiras. Concomitantemente, pode se observar que, visando o abastecimento da região das minas, já se conformara certa capacidade produtiva siderúrgica no estado. A Usina Patriótica, do Barão Eschwege, é exemplo deste movimento industrial. Atualmente, as ruínas desta unidade industrial localizadas no distrito de Miguel Burnier são preservadas pela Vale, inseridas na Mina de Fábrica.
12
Figura 3 – Ruínas da Usina Patriótica, em Miguel Burnier – Ouro Preto – MG. Foto de: Ursula Ruchkys.
Já no último quarto do século XIX tem início a exploração de manganês em Conselheiro Lafaiete. No mesmo período, os estudos geológicos resultantes da criação da Escola de Minas em Ouro Preto pelo Governo Imperial contribuíram para delimitar a região do Quadrilátero Ferrífero, caracterizada por elevada concentração de minério de ferro e formada por quatro serras principais: “ao norte, a do Curral; ao Sul, a do Ouro Branco; a oeste, a da Moeda; e a leste, a do Caraça” (GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS, 2011, p. 41). No século XX, conformou-se uma nova estratégia para a exploração e processamento do minério de ferro da região do Quadrilátero Ferrífero. Já nos primeiros anos do século XX tem início a instalação de indústrias siderúrgicas, associada à presença do grande potencial minerário da região. 13
3. OS MUNICÍPIOS DO GEOPARK INSERIDOS NO PROCESSO DE EXPANSÃO DA PRODUÇÃO MINERÁRIA
A extração do minério de ferro assume atualmente proporções cada vez mais expressivas, principalmente a partir da elevação da cotação internacional associada ao aumento da demanda, moldando estratégias específicas de uso e ocupação do solo, transformando as regiões mineradoras em termos sociais, culturais e econômicos. Sob esta perspectiva, as estratégias de uso e ocupação do solo foram moldadas a partir de determinantes da economia de mercado. O mapa a seguir mostra a ocupação mais recente da empresa Vale na região do Quadrilátero Ferrífero, destacadamente na área da fase 1 do programa Geopark, apenas para ilustrar como tem ocorrido a expansão da mineração de minério de ferro em Minas Gerais. Esta estratégia de expansão da Vale, assim como de outras empresas atuantes na região aponta a importância de se empreender novas estratégias de uso e ocupação do solo que contribuam para reduzir a dependência da atividade minerária, assim como para alicerçar as bases de um desenvolvimento sustentável.
14
Figura 4 – Dimensão territorial da mineração: crescimento da vale e novos projetos.
FONTE: VALE.
A atuação do Geopark se insere neste panorama, em que o patrimônio sociocultural tem como território uma estratégia de ocupação definida pelas necessidades da exploração mineral. Há municípios em que a dinâmica socioeconômica é fortemente perpassada pela presença da mineração. Apesar disto, este processo de expansão da mineração não tem correspondido, na mesma proporção, na melhoria das condições de vida da população local. Conforme Ferreira (2012), Minas Gerais responde por 70% da produção nacional de minério de ferro, destacando-se o município de Congonhas. Os
projetos
mínero-metalúrgicos
anunciados
e
mesmo
aqueles
recentemente implantados para a região do Alto Paraopeba permitem prever
um
crescimento
ainda
mais
produtiva da região.
15
impressionante
da
capacidade
Segundo dados do U.S. Geological Survey e da UNCTAD (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento), em 2011 o Brasil era o segundo maior produtor de minério de ferro do mundo, assumindo a mesma posição em relação às reservas (IBRAM, 2012). A elevação do preço mundial em 400% entre 2000 e 2011 responde em grande parte pela expansão da produção, que no Brasil atingiu 83,5%. Entretanto, já se prevê para os próximos anos um novo desafio para a produção brasileira em termos de competitividade, haja vista a queda da qualidade do minério de ferro produzido. A diversificação produtiva nos municípios em que a produção mineral é muito expressiva soa ser variável fundamental
para
atingir
a
sustentabilidade
em
termos
de
desenvolvimento econômico e social, pauta essencial da Fase 1 do Geopark Quadrilátero Ferrífero.
Figura 5 – Evolução da produção de minério de ferro no Brasil e no mundo (em milhões de toneladas) – 2000 – 2011.
FONTE: USGS, 2012 (citado em: IBRAM, 2012). 16
Figura 6 - Evolução dos preços do minério de ferro – 2000 – 2010. FONTE: IBRAM, 2012.
As informações sobre o Produto Interno Bruto – PIB dos municípios pertencentes à área piloto do Geopark Quadrilátero Ferrífero e parte do seu
entorno
permitem
observar
que
as
diferenças
moldadas
historicamente em função das disponibilidades minerais ainda persistem, chegando inclusive a se aprofundar. Municípios da região do Alto Paraopeba com características mais rurais, como Belo Vale, Moeda e Entre Rios de Minas, assentam a sua economia na produção agropecuária e apresentam um PIB muito inferior ao de municípios mineradores, como Congonhas e Ouro Branco. A diferença chega a ser de mais de 100 vezes em alguns casos.
As diferenças no
PIB
per capita
também são
expressivas, mas em níveis inferiores, chegando a uma variação de nove vezes entre o menor e o maior valor encontrado nos municípios da área piloto do Geopark.
17
Figura 7 - Produto Interno Bruto - PIB de municípios da Fase 1 do Geopark e entorno – Minas Gerais – 2011. FONTE: IBGE, 2011.
18
4. O CONTEXTO SOCIOECONÔMICO DO TERRITÓRIO DA FASE 1 E AS OPORTUNIDADES PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
O Programa Geopark está inserido em área caracterizada essencialmente por elevado grau de urbanização, compondo-se de diversos municípios que integram a Região Metropolitana de Belo Horizonte – RMBH ou estão sob sua influência direta ou indireta. Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais, possui uma população de mais de 2,3 milhões de habitantes, apresentando elevada densidade demográfica, da ordem de 7 mil pessoas por km², um PIB municipal de R$ 55 bilhões e um PIB per capita de pouco mais de R$ 23 mil. Além de Belo Horizonte, mais 33 municípios compõem a RMBH. Entre estes, 10 municípios, considerando Belo Horizonte e mais nove municípios conurbados são responsáveis por 90% da população e 91% do PIB da RMBH. A Figura 1 mostra a relação entre os municípios da Fase 1 do Geopark e a capital do Estado (PREFEITURA
DE
BELO
HORIZONTE,
2014).
De
certa
forma,
os
indicadores apresentados mostram um contexto econômico extremamente relevante, porém, em função do seu caráter genérico, encobrem as desigualdades que fazem parte da realidade da RMBH, assim como do restante do país. Como um dos resultados da presença da atividade minerária nos municípios da Fase 1 do Programa Geopark, com um valor agregado muito superior à atividade agropecuária, muitos dos municípios da região apresentam elevada dependência da mineração na formação das suas receitas (Figura 8). 19
Já nos municípios agropecuários, as receitas estão mais associadas ao Fundo de Participação dos Municípios - FPM2. Neste sentido, a busca da diversificação produtiva é fundamental para garantir a sustentabilidade dos territórios mineradores e daqueles inseridos na sua área de influência.
Figura 8 - Participação relativa (em %) do FPM e da CFEM nas receitas correntes de municípios da Fase I do Geopark e entorno – Minas Gerais – 2011. FONTE: FINBRA, 2011; PORTAL DA TRANSPARÊNCIA, 2011.
O elevado valor da produção municipal decorrente da forte presença minerária não chega, entretanto, a representar melhorias significativas para a população local. Na maioria dos municípios do Geopark, a renda mensal per capita dos domicílios é relativamente baixa. Perto de 50% dos domicílios aufere rendimentos de até um salário mínimo mensal per capita. O
mercado
de
trabalho
responde
por
parcela
importante
desta
característica da população local não ser totalmente incorporada ao
FPM – repasse constitucional do Governo Federal para Estados e Municípios. A distribuição dos recursos aos Municípios é feita de acordo com o número de habitantes, sendo fixadas faixas populacionais, cabendo a cada uma delas um coeficiente individual. 2
20
processo de crescimento econômico suscitado pela exploração minerária. Mesmo com o aumento do valor da produção municipal em decorrência da mineração, a remuneração auferida pela população local sofreu poucas alterações, principalmente quando se considera a sua baixa qualificação. Além disto, o processo de crescimento econômico concentrado em um setor com elevada especialização e baixa integração com as economias locais soa ser pouco eficiente em termos de absorver todo o conjunto de trabalhadores que se dirigem às áreas urbanas. Um dos caminhos mais férteis no sentido de gerar emprego e renda, sem descaracterizar as comunidades locais em termos sociais e culturais consiste
no
estímulo
a
atividades
econômicas
não
diretamente
relacionadas à mineração, buscando valorizar aspectos da identidade local, como o artesanato, o turismo e a agropecuária, principalmente de caráter familiar. Neste sentido, cabe mencionar que, em alguns municípios, a atividade agropecuária é fundamental na geração de emprego e renda (Figura 9) e, mesmo naqueles com atividade minerária expressiva, este setor pode contribuir para moldar novas estratégias de inserção das comunidades no processo de crescimento econômico.
21
Figura 9 - Participação percentual (%) da atividade agropecuária no total de pessoas ocupadas, nos municípios da Fase I do Geopark e entorno – Minas Gerais – 2010. FONTE: IBGE. Censo Demográfico, 2010.
É neste contexto que o Geopark Quadrilátero Ferrífero elegeu como uma das suas áreas prioritárias de atuação o fortalecimento da pequena produção agropecuária. Exemplo disto é o evento que contou com a colaboração do Geopark realizado em 2014, em parceria com a EMBRAPA, que procurou debater a agricultura em territórios mineradores, visando desta forma a sua replicação em outros territórios com as mesmas características. A atividade agropecuária nos municípios do Geopark é desenvolvida basicamente em propriedades de porte muito pequeno, das quais mais de 80% correspondem a estabelecimentos agropecuários com no máximo 50 hectares. Destes, a maior parte é constituída por terras próprias e apresentam como principais atividades desenvolvidas a pecuária leiteira, produção de frangos e algumas lavouras permanentes, como a tangerina e o limão (IBGE, 2012). 22
Há também certo destaque para lavouras tradicionais da agricultura familiar, como o feijão, a batata, a mandioca, o milho, a cana de açúcar e o tomate. Neste sentido, exemplo de agregação de valor aos produtos agropecuários de pequenos produtores foi o lançamento da marca BrumaVida, de produtores rurais da agricultura familiar de Brumadinho, visando a comercialização de fubá, canjiquinha, feijão e leite, contribuindo para o aumento da renda auferida com a atividade. A presença de diversas festas locais associadas principalmente à colheita retrata a importância da atividade agropecuária na dinâmica social e econômica dos municípios. Pode-se citar o Rodeio e Festival da Mexerica, em Belo Vale e em Brumadinho, a Festa da Batata, em Ouro Branco, a Festa da Colheita, em Entre Rios de Minas, o Festival da Quitanda, em Congonhas. Estas festividades têm importância não só local, mas também regional e podem contribuir para o estímulo ao turismo nos municípios com características mais rurais. A elevada taxa de urbanização dos municípios mineradores é testemunha do abandono da atividade agropecuária, ao passo que, no meio urbano, a mineração não consegue absorver este contingente de trabalhadores com qualificação pouco adaptada às necessidades desta atividade. O resultado é elevado desemprego entre alguns segmentos da população local (Tabela 1), o que não significa que estas pessoas não possuam potencialidades que possam garantir a manutenção dos seus estilos de vida. Estimular setores tradicionais na geração de emprego e renda nestes municípios, como
a
atividade
agropecuária,
desenvolvimento sustentável.
23
é
um
dos
caminhos
para
o
Tabela 1 – Taxa de desocupação (em %) em municípios da Fase 1 do Geopark e entorno, segundo o gênero – Minas Gerais – 2010. Taxa de desocupação (%) Homens
Mulheres
Total
Belo Vale
3,4
7,0
4,7
Brumadinho
4,2
10,0
6,6
Congonhas Entre Rios Minas Itabirito
6,1
13,3
9,1
4,0
8,8
5,8
5,8
9,8
7,5
Jeceaba
5,8
7,6
6,5
Moeda
2,7
7,8
4,5
Ouro Branco
6,7
10,0
8,1
Ouro Preto 5,5 11,3 FONTE: IBGE. Censo Demográfico, 2010.
8,1
de
As diferenças entre as taxas de desocupação segundo o gênero, conforme o Censo Demográfico de 2010, apontam para maiores dificuldades de inserção
de
mulheres no
mercado
de
trabalho
local.
A
taxa
de
desocupação da mão de obra feminina chegava a ser mais que o dobro da masculina em alguns municípios. Pesquisa de campo realizada nos municípios do CODAP em instituições públicas de intermediação de mão de obra em 2009 e 2010 já apontava para esse problema. Ao estimular a diversificação produtiva com a preocupação de gênero, a mão de obra feminina poderá ser contemplada. O turismo é outro setor que pode apresentar forte interação com os aspectos geológicos, naturais, históricos e culturais. Esta é uma região, de um modo geral, com elevado potencial turístico. Nela estão presentes o Instituto Inhotim, os Patrimônios da Humanidade Cidade Histórica de Ouro Preto e o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, além de diversos patrimônios histórico-culturais tombados pelo IPHAN, governo 24
estadual e municipal. A história de ocupação regional, atrelada fortemente a sua geologia e à presença das atividades minerárias, foi generosa em oferecer um patrimônio histórico-cultural de extrema relevância. O mapa a seguir ilustra algumas das principais atrações turísticas da região.
Figura 10 - Alguns atrativos turísticos localizados na área da Fase 1 do Geopark Quadrilátero Ferrífero. FONTE: Geopark Quadrilátero Ferrífero.
A infraestrutura de apoio é, assim como a distribuição das atividades econômicas predominantes, bastante diferenciada entre os municípios desta área piloto. Os municípios com características mais rurais, apesar de relevantes áreas de interesse turístico, principalmente em termos de 25
patrimônio natural e histórico-cultural, dispõem de infraestrutura de apoio relativamente modesta, sendo necessária a implantação de programas específicos para o estabelecimento de novos roteiros e a sua ampla divulgação. Estudo de Diomira Faria (2012), por exemplo, que procurou analisar a influência da instalação do Museu Inhotim, em 2006, em Brumadinho, para o desenvolvimento local mostrou que, apesar da maior parte dos benefícios gerados concentrarem-se em Belo Horizonte, a cadeia do turismo passou a gerar 12,6% dos postos de trabalho de Brumadinho em 2010, cidade cuja principal atividade econômica ainda é a mineração. Ainda no âmbito do turismo, a região conta com diversos eventos culturais, como os festivais de inverno e gastronômicos, que podem compor um programa de estímulo à atividade no âmbito do Geopark. Mais uma vez pode-se citar Brumadinho, que realiza o Festival da Cachaça no mês de agosto, no distrito de Córrego das Almas. Brumadinho é reconhecidamente
um
importante
produtor
desta
aguardente,
com
diversas marcas com o selo ANPAQ3. Ainda no âmbito de diversificação da estrutura produtiva em busca do incentivo a atividades que contribuam para a promoção da identidade local,
o
artesanato
surge
como
oportunidade
para
estimular
o
desenvolvimento local. Um exemplo é o artesanato em pedra sabão realizado principalmente em Ouro Preto, uma importante fonte de renda para muitas famílias e conhecido internacionalmente. Seu uso remonta ao
Selo ANPAQ – Associação Mineira dos Produtores de Cachaça de Qualidade confere a certificação de qualidade a aguardentes produzidas em Minas Gerais. 3
26
período colonial, inicialmente na construção civil e na produção de utensílios domésticos. Foi também utilizado por artistas portugueses e brasileiros naquele período. Congonhas também desenvolve artesanato em pedra sabão, porém em intensidade inferior a Ouro Preto e com concentração principalmente em panelas. A prática do artesanato em pedra sabão intensificou-se a partir dos anos de 1960 com o declínio do uso de utensílios domésticos e com o fortalecimento do turismo em Ouro Preto. A melhor qualificação dos artesãos, assim como investimentos no design das peças produzidas, novas alternativas tecnológicas e de comercialização soam ser estratégias para que o artesanato possa contribuir para o desenvolvimento local, principalmente para o trabalho feminino. Há também um diversificado artesanato em tear, tapeçaria, colchas, toalhas, crochê, tricô, entre outros, desenvolvido inclusive nas pequenas comunidades rurais. Exemplo neste sentido é o artesanato da localidade de Lobo Leite, agraciado com recurso da Caixa Econômica Federal.
27
Figura 11 - Loja de venda de artesanato em Congonhas. FONTE: ACERVO DO GEOPARK QUADRILÁTERO FERRÍFERO.
Pode-se assim dizer que a geologia, enredando um forte entrelaçamento entre economia e sociedade, pode ser, a partir do Geopark Quadrilátero Ferrífero,
elemento
aglutinador
do
desenvolvimento local.
28
território
e
dinamizador
do
5. A INTRODUÇÃO DE UM SISTEMA DE GOVERNANÇA QUE BUSCA ESPELHAR AS DIVERSAS FORÇAS SOCIAIS DA REGIÃO
O Geopark Quadrilátero Ferrífero consolidou-se como uma rede de geocientífica multidisciplinar, habilitada com o objetivo de catalisar uma agenda ambiciosa para o desenvolvimento sustentável da região. Tendo como princípio a conformação de um novo sistema de gestão e relacionamento com os diversos stakeholders locais, de forma a atender as recomendações da UNESCO, a estrutura de governança seguiu pari passu a transformação da concepção de geoparque. Se, por um lado, alguns autores associam determinados arranjos institucionais à logica de acumulação determinada pela economia de mercado, a construção da estrutura de governança do Geopark procurou espelhar os diversos interesses presentes na sociedade local. Desta forma, a candidatura do Geopark Quadrilátero Ferrífero para o GGN/UNESCO procura contribuir para delinear uma nova estratégia de uso e ocupação do território assentada no largo potencial geológico disponível e sua capacidade de estimular a promoção do desenvolvimento. Vale ressaltar que o território em que está inserido o geoparque aspirante é caracterizado por elevada dependência econômica da atividade minerária, o que molda demandas específicas do mercado de trabalho, gerando segmentação, como já exemplificado, principalmente em relação à mão de obra feminina. É válido afirmar que o Geopark Quadrilátero Ferrífero representará um novo arranjo territorial, promovendo a participação de diversos atores 29
sociais locais. A parceria que está sendo articulada entre as diferentes partes
interessadas locais
é
a criação
de
uma
nova agenda
de
desenvolvimento sustentável para a região, na qual uma das bases constitui a diversificação produtiva, demanda recorrentemente emanada da agenda defendida pela população local. O modelo de governança a ser concebido e aplicado ao Geopark Quadrilátero Ferrífero não pode ser importado, mas um modelo inovador a ser otimizado e validado em escala piloto regional, para ser então expandido, buscando coerência com a cultura e as peculiaridades da região e da nação. Neste contexto, a realização de uma arquitetura adequada e bem sucedida para o sistema de governança e organização do Geopark Quadrilátero Ferrífero, encontra a sua fundação em quatro conceitos básicos: 1) Desafiado pela cultura oligárquica, pelo patrimonialismo e práticas sindicais no Brasil e mais fortemente em Minas Gerais, a viabilidade do geoparque aspirante está condicionada à criação de um espaço exclusivo de liderança entre as partes interessadas; 2) Um modelo inovador de desenvolvimento territorial regional, sob os princípios concebidos por VASCONCELOS et al. (2009) como "a construção do consenso", fundamental para tornar compatíveis, com os objetivos estratégicos, os inúmeros interesses envolvidos; 3)
Uma
estratégia
para
evitar
os
governança pública;
30
efeitos
da
descontinuidade
da
4) Parcerias institucionais - o carácter inovador da estratégia de gestão do Geopark Quadrilátero Ferrífero é ancorado no desafio da participação dos mais diversos segmentos da sociedade local, através de alianças com instituições
representativas
como
o
Consórcio
Público
para
o
Desenvolvimento da Região do Alto Paraopeba - CODAP, a administração do município de Ouro Branco, o Ministério Público de Minas Gerais, A Agência Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA, o Parque Estadual Serra de Ouro Branco, universidades e institutos de pesquisa entre outros. Também a realização de oficinas participativas, patrocinadas e organizadas conjuntamente o Geopark Quadrilátero Ferrífero traz a possibilidade de diálogo direto com a população local, como no caso do PPA Regional, no âmbito do Ministério do Planejamento e a Educação Ambiental para a Agricultura Familiar, no âmbito do Ministério do Meio Ambiente. Inspirando e liderando futuros – este é o lema e missão estratégica que, com cada vez mais frequência, o Geopark Quadrilátero Ferrífero, tem sido reconhecido pelos atores intervenientes do território. Ancorando a governança do geoparque, este lema tem importância determinante – não entra em conflito com a corrente política e líderes não-políticos de governança do território e, ao mesmo tempo, insere o Geoparque como uma solução de descontinuidade e para o planejamento de conteúdos e argumentos para o presente. Neste contexto, vale mencionar aqui, como uma liderança do Geopark, a recente articulação bem sucedida na criação do
Conselho
Estratégico
de
Desenvolvimento
Econômico
do
Alto
Paraopeba, lançado em 1º de dezembro de 2014, que tem por objetivo moldar o futuro da região.
31
O projeto de diversificação econômica da região do Alto Paraopeba tem inspiração principalmente na parceria com o programa francês de reconversão tecnológica de áreas minerárias degradadas Mission Bassin Minier, que é um benchmarking para o Geopark, procurando antecipar as sequelas que podem ser geradas com o fim da mineração. A maioria dos municípios mostra temor com relação ao processo de enfraquecimento da competitividade da mineração local, que pode ser acelerado por fatores de demanda, ofertas mais competitivas e tecnologia. Portanto, acelerar o processo de diversificação econômica muito além dos números ainda pouco significativos do turismo e artesanato é visto como missão ambiciosa do Geopark. Pode-se, assim, afirmar que o Geopark já faz parte da agenda de desenvolvimento social, econômico e ambiental do Alto Paraopeba, projeto piloto de implantação da nova concepção de inserção territorial e de
governança.
Envolvendo
atores
sociais
representativos
das
comunidades locais, mais do que impactar o presente, pretende liderar a transformação futura de uma região, assentando-se em uma concepção protagonista
na
busca
de
estratégias
desenvolvimento territorial sustentável.
32
inovativas
visando
o
6. REFERÊNCIAS
BRASIL.
Ministério
do
Meio
Ambiente.
Instituto
Chico
Mendes
de
Conservação da Biodiversidade. Sistema Informatizado de Referência de RPPN. Disponível em: <http://sistemas.icmbio.gov.br/simrppn/publico/rppn/MG/>. Acesso em 14 jul. 2014. CÂMARA, T. Quadrilátero Ferrífero: biodiversidade protegida. Belo Horizonte: Companhia Vale do Rio Doce, 2007. FARIA, Diomira Maria Cicci Pinto. Análisis de la capacidade del turismo em el desarrollo económico regional: el caso de Inhotim y Brumadinho. (Tese de doutoramento – Universidade Federal de Minas Gerais, Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional). Belo Horizonte, 2012. FERREIRA, Almir Aparecido Malta. A expansão da mineração no município de Congonhas (MG) e implicações socioambientais. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Ouro Preto. Escola de Minas. Departamento de Engenharia de Minas. Programa de Pósgraduação em Engenharia Mineral. Ouro Preto: agosto/2012. Disponível em: <http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/2365>. Acesso em: 08 jul. 2014. GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Plano de desenvolvimento regional do Alto Paraopeba: investimentos estratégicos. GOVERNO 33
DO
ESTADO
DE
MINAS
DESENVOLVIMENTO
GERAIS/SECRETARIA
REGIONAL
E
POLÍTICA
DE
ESTADO
URBANA
DE
DE
MINAS
GERAIS/CONSÓRCIO PÚBLICO PARA O DESENVOLVIMENTO DO ALTO PARAOPEBA. Belo Horizonte, outubro/2011. IBGE, 2012. Sistema IBGE de Recuperação Automática
– SIDRA.
Disponível
em:
<http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/default.asp?z=t&o=1&i=P>.
Acesso
em: 09 jul. 2014. INSTITUTO BRASILEIRO DE MINERAÇÃO - IBRAM. Informações e análise da economia mineral brasileira. 7ª edição. Publicado em: dez.
2012.
Disponível
em:
<http://www.ibram.org.br/sites/1300/1382/00002806.pdf>. Acesso em: 06 set. 2014. MINAS
GERAIS.
Instituto
Estadual
de
Florestas.
Disponível
em:
<http://www.ief.mg.gov.br/areas-protegidas>. Acesso em 14 julho 2014. MINAS GERAIS. Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado de Minas Gerais.
Disponível
em:
<http://geosisemanet.meioambiente.mg.gov.br/zee/>. Acesso em: 09 jul. 2014. PREFEITURA integração
DE
BELO
HORIZONTE.
metropolitana.
Planejamento Disponível
e em:
gestão: <
http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/comunidade.do?evento=portlet&pId
34
Plc=ecpTaxonomiaMenuPortal&app=planejamentoegestao&lang=pt_BR&p g=6901&tax=17684>. Acesso em: 06 set. 2014. ROESER,
Hubert
Matthias
Peter
e
ROESER,
Patricia
Angelika.
O
Quadrilátero Ferrífero – MG, Brasil: aspectos sobre sua história, seus recursos minerais e problemas ambientais relacionados. Genomos
18(1):
33-37,
2010.
Disponível
em:
<http://www.igc.ufmg.br/geonomos/PDFs/1.06_Hubertetal_33_37.pdf>. Acesso em: 09 jul. 2014. SILVA, Fabiano Reis. A paisagem do Quadrilátero Ferrífero, MG: potencial para o uso turístico da sua geologia e geomorfologia. (UFMG. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação do Departamento de Geografia da Universidade Federal de Minas Gerais). Belo Horizonte, 2007. WWF-BRASIL. Observatório de Unidades de Conservação. Disponível em: <http://observatorio.wwf.org.br/>. Acesso em: 09 jul. 2014. SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL. Finanças do Brasil – FINBRA. Disponível
em:
<http://www.tesouro.fazenda.gov.br/contas-anuais>.
Acesso em: 06 set. 2014.
35
7. RESPONSABILIDADES E EQUIPE TÉCNICA
Este documento é parte integrante do produto final que atende aos termos
estabelecidos
no
Contrato
072/2014
estabelecido
entre
a
Fundação de Apoio à Universidade Federal de São João Del Rei – FAUF e a empresa contratada Ciminelli & Maranho Consultoria Socioeconômica Ltda. Especificação da empresa contratada Razão social: Ciminelli & Maranho Consultoria Socioeconômica Ltda CNPJ: 11.076.859/0001-09 Endereço: Rua André Zanetti, 105 – Vista Alegre - Curitiba/PR - CEP: 80.810-280 Telefone/fax: (0**41) 3335-4177 Telefone celular: (0**41) 8803-8961 E-mail: eron@socioeconomia.com.br
Equipe técnica responsável por este documento: Consultor Renato Ribeiro Ciminelli
Rossana Ribeiro Ciminelli
Qualificação Engenheiro Químico – mestre em Ceramic Science and Engineering pela Pennsylvania State University Especialista em Administração Estratégica Economista – Mestre em Economia
36