Ensaio agricultura formatado

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A IMPORTÂNCIA DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA NOS MUNICÍPIOS QUE COMPÕEM A FASE 1 DO GEOPARK QUADRILÁTERO FERRÍFERO E SEU ENTORNO


A IMPORTÂNCIA DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA NOS MUNICÍPIOS QUE COMPÕEM A FASE 1 DO GEOPARK QUADRILÁTERO FERRÍFERO E SEU ENTORNO

Dez/2014


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

5

1.

A IMPORTÂNCIA DA FRUTICULTURA

6

2.

A LAVOURA TEMPORÁRIA

11

3.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

15

4.

REFERÊNCIAS

16

5.

RESPONSABILIDADES E EQUIPE TÉCNICA

18

3


LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – PARTICIPAÇÃO (%) DE MINAS GERAIS EM VOLUME PRODUZIDO E ÁREA PLANTADA DOS PRODUTOS DA LAVOURA PERMANENTE NO

BRASIL EM 2012. .................................................... 6

FIGURA 2 - PRINCIPAIS CULTURAS DA LAVOURA PERMANENTE, EM TERMOS DE VOLUME, POR MESORREGIÃO DE

MINAS GERAIS. .................................................................................................... 8

FIGURA 3 - PROPORÇÃO DO VOLUME PRODUZIDO E DA ÁREA PLANTADA NO TERRITÓRIO FASE 1 DO GEOPARK QUADRILÁTERO FERRÍFERO, POR CULTURA DA LAVOURA PERMANENTE.............................. 9 FIGURA 4 - PRODUÇÃO DA LAVOURA PERMANENTE NOS MUNICÍPIOS E ENTORNO DO GEOPARQUE QUADRILÁTERO FERRÍFERO, EM 2012. ........................................................................... 10 FIGURA 5 - PROPORÇÃO DO VOLUME E DA ÁREA PLANTADA DA LAVOURA TEMPORÁRIA DE MINAS GERAIS NO TOTAL DO

BRASIL. ............................................................................................... 12

FIGURA 6 - PROPORÇÃO DO VOLUME E DA ÁREA PLANTADA DA LAVOURA TEMPORÁRIA NO TERRITÓRIO DA FASE 1 DO GEOPARK QUADRILÁTERO FERRÍFERO. .............................................................. 13 FIGURA 7 - PROPORÇÃO ESTADUAL DO VOLUME E DA ÁREA PLANTADA DA LAVOURA TEMPORÁRIA NO TERRITÓRIO DA

FASE 1 DO GEOPARK QUADRILÁTERO FERRÍFERO. ........................................... 14

4


INTRODUÇÃO

A agricultura no Brasil possui grande importância econômica, colocando o país entre os primeiros produtores internacionais. As culturas agrícolas, classificadas em “lavoura temporária” e “lavoura permanente”, são representadas em Minas Gerais, sobretudo, pela cana de açúcar e pelo café, respectivamente. Nos municípios do Território Fase 1 do Geopark Quadrilátero Ferrífero 1, a produção agrícola permanente volta-se principalmente para a fruticultura, com destaque para a tangerina, enquanto na lavoura temporária a maior participação é da batata-doce. Estes produtos contribuem para a diversificação produtiva para além do minério de ferro, da cana-de-açúcar e do milho, e trazem identidade local retratada nas festas culturais que lhes são atribuídas. Em vista dessa importância, este ensaio tem por objetivo caracterizar a agricultura local, fornecendo subsídios para a formulação de ações do Geopark Quadrilátero Ferrífero de maneira a favorecer o desenvolvimento regional.

O Território Fase 1 do Geopark Quadrilátero Ferrífero corresponde aos municípios e entorno da primeira fase de sua implantação. Para a elaboração deste ensaio, foram considerados os municípios de Congonhas, Ouro Branco, Conselheiro Lafaiete, Jeceaba, Belo Vale, Brumadinho, Moeda, Entre Rios de Minas, Ouro Preto e Itabirito. 1

5


1. A IMPORTÂNCIA DA FRUTICULTURA

A lavoura permanente no Brasil é representada pelo café e pela fruticultura. Minas Gerais historicamente apresenta grande participação na produção

nacional

de

café, o

qual respondeu, segundo

o

último

levantamento do IBGE (2012), por aproximadamente 50% do volume e

0%

Proporção em Área (%)

0%

Uva

10%

Tangerina

10%

Pêssego

20%

Maracujá

20%

Manga

30%

Mamão

30%

Limão

40%

Laranja

40%

Goiaba

50%

Figo

50%

Café (em grão)

60%

Banana (cacho)

60%

Abacate

Proporção em Volume (%)

da área total do produto no Brasil (Figura 01).

Figura 1 – Participação (%) de Minas Gerais em volume produzido e área plantada dos produtos da lavoura permanente no Brasil em 2012. Fonte: IBGE (2012).

A fruticultura contribui significativamente para a inserção do Estado na lavoura nacional, sendo abacate, figo e tangerina responsáveis por quase 60% do volume produzido e da área plantada no Brasil.

6


Dados da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (SEAPA, 2013) apontam que a produção de abacate no Estado só é menor que a de São Paulo. No entanto, o território mineiro demonstrou em 2012 um incremento anual médio superior ao do Estado concorrente. Quanto ao figo, tanto a produção quanto a área de colheita em Minas Gerais concorre com os estados do Rio Grande do Sul, em volume e área, e São Paulo, em área. Em linhas gerais, vem ocorrendo um decréscimo na área destinada ao figo no Brasil, porém em volume esta situação invertese, impulsionada pelo incremento anual de São Paulo. A tangerina produzida em Minas Gerais responde pelo 4º maior volume do Brasil, perdendo para São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná. Em área, no entanto, ocupa o 3º lugar no ranking nacional, estando à frente do Estado gaúcho. A fruticultura em Minas Gerais demonstra sinais de fortalecimento pela sua prevalência sobre o café, em termos de volume, em algumas mesorregiões do Estado, como mostra a Figura 2.

7


Figura 2 - Principais culturas da lavoura permanente, em termos de volume, por mesorregião de Minas Gerais. Fonte: IBGE (2012), adaptado pelos autores.

Na mesorregião Metropolitana de Belo Horizonte, onde está inserido o Geopark Quadrilátero Ferrífero, a produção da lavoura permanente responde por pouco mais de 3% do total produzido no Estado, o que justifica

sua

baixa

competitividade

no

mercado,

influenciada

principalmente pela baixa especialidade na produção agrícola permanente (BASTOS; GOMES, 2010). A

tangerina

é

aproximadamente

a 31%

principal em

cultura

volume, 8

dos

desta quais

mesorregião, 86%

provêm

com dos


municípios situados no território da Fase 1 do Geopark Quadrilátero Ferrífero. Considerando a produção total da lavoura permanente neste território inicial, a tangerina responde por aproximadamente 50% do

10%

0%

0% Goiaba

Figo

Proporção em Área (%)

10% Uva

20%

Tangerina

20%

Pêssego

30%

Maracujá

30%

Manga

40%

Mamão

40%

Limão

50%

Laranja

50%

Café (em grão)

60%

Banana (cacho)

60%

Abacate

Proporção em Volume (%)

volume produzido e da sua área destinada à produção (Figura 3).

Figura 3 - Proporção do volume produzido e da área plantada no território Fase 1 do Geopark Quadrilátero Ferrífero, por cultura da lavoura permanente. Fonte: IBGE (2012).

A expressiva contribuição dos municípios do território da Fase 1 do Geopark Quadrilátero Ferrífero na produção e área de tangerina está concentrada basicamente em Belo Vale, responsável por cerca de 30.000 toneladas,

que

respondem

por

aproximadamente

65%

do

volume

produzido e da área destinada à produção local (Figura 4). No Estado, a contribuição de Belo Vale na produção de tangerina chega a 20% em volume produzido e área destinada à produção. Segundo dados da EMATER (2008), esta produção em Belo Vale se dá principalmente em propriedades familiares, assim como a maior parte dos produtos nestes municípios. 9


0%

0%

Proporção em Área (%)

20%

Ouro Branco

Ouro Preto

20%

Moeda

40%

Jeceaba

40%

Itabirito

60%

Entre Rios de Minas

60%

Conselheiro Lafaiete

80%

Congonhas

80%

Brumadinho

100%

Belo Vale

Proporção em Volume (%)

100%

Figura 4 - Produção da lavoura permanente nos municípios e entorno do Geoparque Quadrilátero Ferrífero, em 2012. Fonte: IBGE (2012).

Apesar da sua importância no Estado, o desenvolvimento da citricultura nestes municípios é prejudicado por dificuldades logísticas, especialmente para a comercialização fora do Estado. Esta situação também é observada por Vilela (2008)2 (citado por Pelegrini e Simões,2011), ao afirmar que, apesar de a produção de cítricos e outros produtos em Minas Gerais ser autossuficiente,

sua

comercialização

ainda

sofre

com

dificuldades

logísticas para o comércio interestadual.

2

VILELA, P. Fruticultura: área e produção caem, mas renda cresce. Agropecuária Mineira, Belo Horizonte, ano 2, n. 13, mar. 2008. Disponível em: <http://www.faemg.org.br/Content.aspx?code=11907&fileDownload=true>. Acesso em: 10 fev. 2009.

10


2. A LAVOURA TEMPORÁRIA

Tratando-se da lavoura temporária, no Brasil, a maior parcela de área plantada e de volume produzido é da soja e da cana-de-açúcar respectivamente. A produção em Minas Gerais apresenta o mesmo comportamento,

contudo

sua

área

de

lavoura

permanente

possui

participação muito similar da soja, milho e cana-de-açúcar. A robustez da produção mineira chega a representar aproximadamente 30% da área de milho no Brasil, atualmente com uma magnitude de 1,3 milhão de hectares desde 1996 no Estado de Minas Gerais. Segundo Garcia et al. (2006), o volume produzido tem aumentado anualmente, demonstrando um incremento em produtividade alcançada, heterogêneo entre as diferentes regiões do Estado. Em termos de volume estadual, a maior contribuição deve-se à batatainglesa, que responde por mais de 30% da lavoura temporária (Figura 5).

11


35%

30%

30%

25%

25%

20%

20%

15%

15%

10%

10%

5%

5%

0%

0%

Proporção em Área (%)

40%

35%

Abacaxi Algodão herbáceo (em caroço) Alho Amendoim (em casca) Arroz (em casca) Batata-doce Batata-inglesa Cana-de-açúcar Cebola Ervilha (em grão) Fava (em grão) Feijão (em grão) Girassol (em grão) Mamona (baga) Mandioca Melancia Milho (em grão) Soja (em grão) Sorgo (em grão) Tomate Trigo (em grão)

Proporção em Volume (%)

40%

Figura 5 - Proporção do volume e da área plantada da lavoura temporária de Minas Gerais no total do Brasil. Fonte: IBGE (2012).

Nos municípios que compõem o território da Fase 1 do Geopark Quadrilátero Ferrífero, a cana-de-açúcar e o milho em 2012 foram as culturas mais representativas em volume produzido e área plantada respectivamente (IBGE, 2012) (Figura 6).

12


30%

30%

20%

20%

10%

10%

0%

0% Cana-de-açúcar

Proporção em Área (%)

40%

Tomate

40%

Milho (em grão)

50%

Melancia

50%

Mandioca

60%

Feijão (em grão)

60%

Cebola

70%

Batata-inglesa

70%

Batata-doce

80%

Arroz (em casca)

Proporção em Volume (%)

80%

Figura 6 - Proporção do volume e da área plantada da lavoura temporária no território da Fase 1 do Geopark Quadrilátero Ferrífero. Fonte: IBGE (2012).

Apesar da representatividade destas culturas no território, tanto a canade-açúcar quanto o milho contribuem com menos de 1% da produção estadual. Porém, geralmente, há produção significativa em pequenas propriedades,

sendo

o

principal

destino

o

consumo

próprio

e

a

alimentação de animais (GARCIA et al., 2006). Considerando-se

a

participação

estadual deste

território, deve

ser

destacada a produção de batata-doce, que chega a aproximadamente 4% do total de Minas Gerais. O milho, como visto anteriormente, possui a maior parcela de área dentre os produtos da lavoura temporária na região, chegando a pouco mais de 23% (Figura 7).

13


Proporção em Área (%)

Tomate

Milho (em grão)

Melancia

0%

Mandioca

0,0%

Feijão (em grão)

10%

Cebola

2,0%

Cana-de-açúcar

20%

Batata-inglesa

4,0%

Batata-doce

30%

Arroz (em casca)

Proporção em Volume (%)

6,0%

Figura 7 - Proporção estadual do volume e da área plantada da lavoura temporária no território da Fase 1 do Geopark Quadrilátero Ferrífero. Fonte: IBGE (2012).

A batata possui um papel importante na diversificação da utilização do solo em Minas Gerais. Tanto a batata-inglesa quanto a batata-doce imprimem na região um potencial de desenvolvimento e identidade local, pela ocorrência da Festa da Batata, anualmente em Ouro Branco (PREFEITURA MUNICIPAL DE OURO BRANCO, 2013). Dentre os municípios do território da Fase 1 do Geopark Quadrilátero Ferrífero, Belo Vale possui a maior parcela de área plantada e volume produzido de batata-doce, enquanto Ouro Preto responde pela maior ocupação do solo e volume de batata-inglesa (IBGE 2012). O estímulo à produção de batata no território do Geopark contribui para a melhoria da economia local, em vista do potencial produtivo já existente. No entanto, a interação entre produtores e comércio varejista, atualmente o principal comprador desta hortaliça, é necessária para promover a cultura e inserir a região na economia estadual. 14


3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em linhas gerais, a agricultura no território Fase 1 do Geopark Quadrilátero Ferrífero possui entraves ao seu desenvolvimento. A falta de associações como forma de agregação de forças aos agricultores rurais nos municípios integrantes deste território, situação já constatada nos municípios do Alto Paraopeba (IICA, 2014) e possivelmente não muito diferente

dos

demais

municípios

da

Fase

I,

tem

afetado

consideravelmente o desenvolvimento do setor agrícola, somado à deficiência de incentivos governamentais. Em vista da importância da agricultura como forma alternativa de utilização do solo e de diversificação de renda para pequenas propriedades rurais, o Geopark Quadrilátero Ferrífero adota em sua estratégia de ação o incentivo a esta prática, promovendo a adoção de técnicas eficientes de produção e o incentivo à valorização cultural das festas de colheita, que inserem uma identidade local. A

reestruturação

agrícola

no

território

permite

que

o

desenvolvimento local seja sustentável, auxiliando na diversificação econômica com maior geração de renda e emprego, diminuindo assim o esvaziamento populacional do campo.

15


4. REFERÊNCIAS

BASTOS, S. Q. A., GOMES, J. E. Dinâmica da agricultura no Estado de Minas Gerais: análise diferencial-estrutural para o período 1994 a 2008. In: Seminário sobre Economia Mineira, XIV. Anais. Diamantina, 2010. EMATER-MG – Empresa de assistência técnica e extensão rural do Estado de Minas Gerais. Mexerica gera emprego e renda em Belo Vale. 2008. Disponível

em:

<http://www.emater.mg.gov.br/portal.cgi?flagweb=site_tpl_paginas_inter nas2&id=2112#.VHdeqYvF__F>. Acesso em 27 nov. 2014. GARCIA, J.C.; MATTOSO, M.J.; DUARTE, J. de O.. Importância do milho em Minas Gerais. EMBRAPA: Informe Agropecuário. Belo Horizonte, v.27, n.233, 2006. p. 7-12. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística: SIDRA 2012 (Sistema

Ibge

de

Recuperação

Automática).

Disponível

em:

<http://www.sidra.ibge.gov.br/> Acesso em 06 out. 2014. IICA – Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura. Projeto BRA/IICA/09/005

Capacitação

e

formação

de

gestores

e

educadores Ambientais no âmbito da Agricultura Familiar e das comunidades

tradicionais,

visando

o

Desenvolvimento

Sustentável. Consultora: Moutinho, Z.A.F.; 2014.

16

Rural


PELEGRINI, D. F.; SIMÕES, J. C. Organização da produção, assistência técnica e comercialização de frutas no Estado do Minas Gerais. Cadernos de Ciência & Tecnologia, Brasília, v. 28, n. 2, p. 577-606, 2011. PREFEITURA MUNICIPAL DE OURO BRANCO. Institucional: Turismo. Disponível

em:

<http://www.ourobranco.mg.gov.br/Materia_especifica/27941/Turismo> Acesso em 05 nov. 2014. SEAPA-MG – Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais.

Perfil

da

Fruticultura

2013.

Disponível

<www.agricultura.mg.gov.br>. Acesso em 28 nov. 2014.

17

em:


5.

RESPONSABILIDADES E EQUIPE TÉCNICA

Este documento é parte integrante do produto final que atende aos termos

estabelecidos

no

Contrato

072/2014

estabelecido

entre

a

Fundação de Apoio à Universidade Federal de São João Del Rei – FAUF e a empresa contratada Ciminelli & Maranho Consultoria Socioeconômica Ltda. Especificação da empresa contratada Razão social: Ciminelli & Maranho Consultoria Socioeconômica Ltda CNPJ: 11.076.859/0001-09 Endereço: Rua André Zanetti, 105 – Vista Alegre - Curitiba/PR - CEP: 80.810-280 Telefone/fax: (0**41) 3335-4177 Telefone celular: (0**41) 8803-8961 E-mail: eron@socioeconomia.com.br

Equipe técnica responsável por este documento: Consultor Timni Vieira

Qualificação Engenheira Florestal – Mestre em Engenharia Florestal

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