Ensaio pecuária formatado

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A PRODUÇÃO LEITEIRA NOS MUNICÍPIOS QUE COMPÕEM A FASE 1 DO GEOPARK QUADRILÁTERO FERRÍFERO E SEU ENTORNO COMO INDUTOR DE DESENVOLVIMENTO


A PRODUÇÃO LEITEIRA NOS MUNICÍPIOS QUE COMPÕEM A FASE 1 DO GEOPARK QUADRILÁTERO FERRÍFERO E SEU ENTORNO COMO INDUTOR DE DESENVOLVIMENTO

Dez/2014


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

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1.

A PRODUÇÃO LEITEIRA NO CONTEXTO REGIONAL

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2.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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3.

REFERÊNCIAS

16

4.

RESPONSABILIDADES E EQUIPE TÉCNICA

18

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - PARTICIPAÇÃO DA PRODUÇÃO DE MINAS GERAIS NA PECUÁRIA BRASILEIRA..................... 7 FIGURA 2 - PARTICIPAÇÃO DA PRODUÇÃO DE LEITE NO TOTAL PRODUZIDO NOS MUNICÍPIOS E ENTORNO DO TERRITÓRIO DA

FASE 1 DO GEOPARK QUADRILÁTERO FERRÍFERO. ....................................... 10

FIGURA 3 - OCUPAÇÃO DO SOLO COM PASTAGENS POR MUNICÍPIO NO TERRITÓRIO DA FASE 1 DO GEOPARK QUADRILÁTERO FERRÍFERO. ............................................................................ 12 FIGURA 4 - EVOLUÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO NO MEIO URBANO E RURAL POR MUNICÍPIO NO TERRITÓRIO DA

FASE 1 DO GEOPARK QUADRILÁTERO FERRÍFERO. ........................................... 13

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LISTA DE TABELAS

Nenhuma entrada de índice de ilustrações foi encontrada.

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INTRODUÇÃO

Indiscutivelmente, o leite se apresenta, conforme informações do IBGE e trabalho de campo junto a stakeholders estratégicos da região, como o principal produto da pecuária na região dos municípios do Geopark Quadrilátero Ferrífero Fase 11 e entorno. Esta relevância da produção leiteira está associada à característica de predomínio de pequenas propriedades com base na agricultura familiar. Mesmo a produção agrícola encontra forte interação com a atividade pecuária, como a produção de cana de açúcar para fornecimento ao gado. Neste

sentido,

compreender

a

dinâmica

da

atividade

pecuária

e

principalmente da pecuária leiteira é fundamental para discutir estratégias de atuação do Geopark no sentido de contribuir para a promoção do desenvolvimento regional. É neste contexto que este ensaio procurará mostrar a composição da pecuária e seus produtos nesta região, vis a vis a estrutura no Brasil e Minas Gerais, assim como características específicas desta atividade na região de interesse.

O Território Fase 1 do Geopark Quadrilátero Ferrífero corresponde aos municípios e entorno da primeira fase de sua implantação. Para a elaboração deste ensaio, foram considerados os municípios de Congonhas, Ouro Branco, Conselheiro Lafaiete, Jeceaba, Belo Vale, Brumadinho, Moeda, Entre Rios de Minas, Ouro Preto e Itabirito. 1

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1. A PRODUÇÃO LEITEIRA NO CONTEXTO REGIONAL

A produção pecuária no Brasil é voltada principalmente ao leite e ovos de galinha, chegando a bilhões de litros e de dúzias. Em Minas Gerais, a participação do leite desde 1997 estava por volta de 30%, sendo a maior contribuição do Estado, seguida historicamente pela produção de ovos de

Leite Ovos de galinha Carne Suína

Ovos de codorna Lã Carne de Frangos

2012

2011

2010

2009

2008

2007

2006

2005

2004

2003

2002

2001

2000

1999

1998

35 30 25 20 15 10 5 0 1997

Participação (%)

galinha e, no último levantamento, em 2012, pela carne suína (Figura 1).

Mel de abelha Carne Bovina

Figura 1 - Participação da produção de Minas Gerais na pecuária brasileira. Fonte: IBGE, 2012.

Na mesorregião Metropolitana de Belo Horizonte, onde se inserem os municípios da Fase 1 do Geopark Quadrilátero Ferrífero, a economia é voltada com elevada ênfase para o complexo mínero-metal-mecânico, principalmente pela presença do Quadrilátero Ferrífero (MENDONÇA; CAETANO, 2012). Apesar de presente na maioria dos municípios, a atividade pecuária dispõe de poucos incentivos e apresenta-se, de um 7


modo geral, muito pouco competitiva. Esta característica aponta que, assim como ocorre com outros segmentos produtivos não relacionados ao complexo mínero-metal-mecânico, há reduzidas políticas de estímulo à maior diversificação da economia. Da mesma forma, nos municípios e entorno do território da Fase 1 do Geopark Quadrilátero Ferrífero ocorre certa fragilidade econômica local por não se investir em alternativas de geração de renda perante a possibilidade de uma estagnação ou diminuição do mercado mínerometalúrgico. O estímulo à utilização do potencial agropecuário desta região mostra-se necessário para viabilizar a diversificação da economia local, entre outras possibilidades, gerando, assim, fontes alternativas de emprego e renda. Segundo o último levantamento do IBGE sobre o Produto Interno Bruto Municipal por setor (IBGE, 2011), a participação da agropecuária no PIB dos municípios da Fase 1 do Geopark e entorno não chega a 5% em 6 dos 10 municípios. Para a produção leiteira, levantamento de 2012 do IBGE apontou que entre as mesorregiões do estado, aquelas em que estão inseridos os municípios do Geopark respondem por 5% a 10% da produção mineira (Figura 2). Entretanto, na área de abrangência do Geopark, além da baixa participação da agropecuária no PIB, a produção leiteira em termos de volume também é baixa, não chegando a 0,5% da produção total do Estado.

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Figura 2 – Participação percentual na produção leiteira em Minas Gerais, segundo as mesorregiões – 2012. FONTE: IBGE, 2012.

A figura a seguir mostra que a maior representatividade da produção leiteira da região na produção estadual foi identificada em Brumadinho, 0,12% do volume estadual. Mesmo outros municípios que apresentam características mais rurais, como Belo Vale, Entre Rios de Minas e Jeceaba, a contribuição para a produção estadual é inferior à de Brumadinho. 9


Itabirito 0,03%

Demais municípios de MG 99,53%

Jeceaba 0,02% Moeda 0,02%

Entre Rios de Minas 0,08% Área Fase 1 do Conselheiro GQFe Lafaiete 0,47% 0,07% Congonhas 0,01%

Brumadinho 0,12%

Ouro Branco 0,01% Ouro Preto 0,04% Belo Vale 0,07%

Figura 3 - Participação da produção de leite no total produzido nos municípios e entorno do território da Fase 1 do Geopark Quadrilátero Ferrífero. Fonte: IBGE, 2012.

Aliada à pequena produção em volume, os municípios analisados apresentam alta taxa de ocupação de terras por pastagens (cerca de 51%, segundo o último Censo Agropecuário (IBGE, 2006)), demonstrando que a melhoria em produtividade para produção leiteira é imprescindível para o desenvolvimento local, garantindo assim maior competitividade. O município com maior participação, Brumadinho, aborda em seu plano diretor o incentivo da administração pública à cadeia produtiva do leite (CÂMARA MUNICIPAL DE BRUMADINHO, 2006), o que demonstra a importância desta atividade para a dinâmica social local. Segundo a publicação, o mercado possui gargalos de produção e comercialização, havendo espaço para expansão da participação municipal na produção de leite do Estado. Em levantamento realizado pelo Instituto de Economia Agrícola em 2000 (IEA, 2000) observou-se o baixo valor agregado do leite

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pela deficiência em sua agroindustrialização e, já nesta época, era preocupante o esvaziamento econômico desta atividade do município em vista da falta de incentivos ao potencial agropecuário local. Em linhas gerais, os déficits existentes em Brumadinho também ocorrem nos demais municípios do território da Fase 1 do Geopark. A produção leiteira caracteriza-se pela baixa qualificação da mão-de-obra envolvida neste setor, a qual geralmente é em escala familiar. As matrizes destinadas

à

produção

não

são

adequadas,

apresentando

baixa

produtividade, além de serem ordenhadas manualmente, o que também interfere na produtividade. O leite produzido é destinado principalmente para o consumo na própria propriedade, havendo comercialização apenas localmente, seja por venda direta ou, em menor frequência, pela negociação com cooperativas. O principal fator a ser considerado, no entanto, refere-se à ausência de resfriamento do leite para sua conservação e correta comercialização. A carência de assistência técnica agrava este cenário, que pode ser revertido com graduais mudanças culturais. Apesar de alta, a ocupação de terras com pastagens tem decrescido nos últimos levantamentos oficiais do IBGE para a maior parte dos municípios e entorno do Geopark (Figura 4). Apenas em Itabirito, Jeceaba e Moeda houve crescido da área com pastagens. Este movimento pode estar espelhando a reduzida competitividade do setor e consequentemente gerando resultados inadequados em termos de geração de emprego e renda para o produtor rural e sua família.

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Mil hectares

25 20 15 10

Ouro Preto

Ouro Branco

Moeda

Jeceaba

Itabirito

Entre Rios de Minas

Conselheiro Lafaiete

2006

Congonhas

0 Brumadinho

1995

Belo Vale

5

Figura 4 - Ocupação do solo com pastagens por município no território da Fase 1 do Geopark Quadrilátero Ferrífero. Fonte: IBGE, 2006.

Este comportamento, entre outras variáveis, tem contribuído para afetar a distribuição da população no território, aumentando o grau de urbanização na região, como é possível observar na Figura 5.

12


120% 100% 80% 60% 40% 20%

1991

2000

2010

1991

2000

Ouro Preto

Ouro Branco

Moeda

Jeceaba

Itabirito

Entre Rios de Minas

Conselheiro Lafaiete

Congonhas

Brumadinho

Belo Vale

0%

2010

Ocupação rural

Ocupação urbana

Figura 5 - Evolução da distribuição da população no meio urbano e rural por município no território da Fase 1 do Geopark Quadrilátero Ferrífero. Fonte: IBGE, 2006.

A região de inserção e abrangência do Geopark Quadrilátero Ferrífero também possui outras atividades na pecuária além da produção de leite. A comercialização de carnes apresenta potencial para auxiliar ainda mais na diversificação da economia local. A bovinocultura de corte é apresentada como uma importante fonte de renda, apesar de sofrer com entraves à expansão, como a baixa qualificação da mão de obra e a ausência de investimento em aquisição de matrizes de qualidade para produção de carne. Segundo levantamentos de pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (Diagnósticos..., 2010), a bovinocultura de corte em parte dos municípios que compõem o território da Fase 1 do Geopark Quadrilátero Ferrífero não investe na aquisição de animais criados especificamente para esta atividade, ocasionando a baixa oferta de bezerros criados para tal fim. Em geral, o que se observa é a prática de cria, recria e engorda de animais que são descartados para a produção de leite, criando-se estes 13


animais em pastos que são pouco adubados ou nunca receberam tratamento. A comercialização da carne obtida se dá principalmente por venda a intermediários que direcionam a produção para açougues e/ou abatedouros locais. Outras atividades ainda incipientes na região são apicultura, criação de suínos, avicultura de postura, piscicultura e eqüideocultura, que são praticamente destinadas à subsistência. Ações de reestruturação da pecuária na região de inserção do Geopark Quadrilátero Ferrífero são importantes auxiliares para o desenvolvimento local, podendo contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população em função da elevação de renda e a fixação do homem no campo.

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2. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Inserido neste contexto e na busca de estimular um novo paradigma em termos de desenvolvimento territorial, o Geopark Quadrilátero Ferrífero poderá contribuir para transformar a pecuária leiteira nos municípios inseridos em seu território.

Tendo o desenvolvimento da diversificação

econômica local como um dos eixos estruturantes da sua atuação na região, ações direcionadas à pecuária leiteira e a outros segmentos da agricultura familiar, como a aplicação de programas de incentivo às produções

locais

e

sua

melhor

qualificação

para

incrementar

a

competitividade, certamente poderão contribuir para a geração de emprego e renda, melhorando as condições para a fixação da população rural no campo e trazendo maior identidade à região. É possível citar a adoção de algumas práticas em especial, como o resfriamento do leite, a ordenha mecanizada e a utilização de raças mais adequadas para a produção de leite. Neste contexto, são fundamentais mudanças culturais com relação à importância da assistência técnica e ao associativismo.

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3. REFERÊNCIAS

AUGUSTO, H. dos A. Migração recente nas mesorregiões de Minas Gerais segundo os Censos Demográficos de 1991 e 2000. 2007. 231 f. Tese (Doutorado em Demografia) – Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. 2007. CÂMARA MUNICIPAL DE BRUMADINHO. Diagnóstico e diretrizes para a estrutura urbana e do território municipal. v. 1. Brumadinho: Instituto de Desenvolvimento Municipal, 2006. 205 p. DIAGNÓSTICO

GEORREFERENCIADO

DAS

PRINCIPAIS

CADEIAS

PRODUTIVAS DO SETOR AGROPECUÁRIO DO MUNICÍPIO DE CONGONHAS – MG. Relatório Técnico. No prelo. COPAGRI, 2010. DIAGNÓSTICO PRODUTIVAS

GEORREFERENCIADO DO

SETOR

DAS

AGROPECUÁRIO

PRINCIPAIS DO

CADEIAS

MUNICÍPIO

DE

CONSELHEIRO LAFAIETE – MG. Relatório Técnico. No prelo. COPAGRI, 2010. DIAGNÓSTICO

GEORREFERENCIADO

DAS

PRINCIPAIS

CADEIAS

PRODUTIVAS DO SETOR AGROPECUÁRIO DO MUNICÍPIO DE JECEABA – MG. Relatório Técnico. No prelo. COPAGRI, 2010.

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DIAGNÓSTICO

GEORREFERENCIADO

DAS

PRINCIPAIS

CADEIAS

PRODUTIVAS DO SETOR AGROPECUÁRIO DO MUNICÍPIO DE OURO BRANCO – MG. Relatório Técnico. No prelo. COPAGRI, 2010. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Censo agropecuário

2006.

Disponível

em:

<

http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/listabl.asp?z=t&o=24&i=P&c=85 4>. Acesso em 20 nov. 2014. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Censo demográfico

2010.

Disponível

em:

<

http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/listabl.asp?z=t&c=1378>. Acesso em 20 nov. 2014. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Produto Interno

Bruto

dos

municípios

2011.

Disponível

em:

<

http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/pibmunicipios/2011/d efault.shtm>. Acesso em 20 nov. 2014. INSTITUTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA - IEA. Entre Rios De Minas Adere Ao

Planejamento

Agrícola.

2000.

Disponível

em:

<http://www.iea.sp.gov.br/out/LerTexto.php?codTexto=298>. Acesso em 24 nov. 2014. MENDONÇA, J.; CAETANO, A.J. Minas Gerais e a Região Metropolitana de Belo Horizonte no Censo 2010. Belo Horizonte: CEDEPLAR / UFMG, 2012.

Disponível

em:

<http://web.observatoriodasmetropoles.net/download/RMBH_Censo_2010 .pdf>. Acesso em 20 nov. 2014.

17


4.

RESPONSABILIDADES E EQUIPE TÉCNICA

Este documento é parte integrante do produto final que atende aos termos

estabelecidos

no

Contrato

072/2014

estabelecido

entre

a

Fundação de Apoio à Universidade Federal de São João Del Rei – FAUF e a empresa contratada Ciminelli & Maranho Consultoria Socioeconômica Ltda. Especificação da empresa contratada Razão social: Ciminelli & Maranho Consultoria Socioeconômica Ltda CNPJ: 11.076.859/0001-09 Endereço: Rua André Zanetti, 105 – Vista Alegre - Curitiba/PR - CEP: 80.810-280 Telefone/fax: (0**41) 3335-4177 Telefone celular: (0**41) 8803-8961 E-mail: eron@socioeconomia.com.br

Equipe técnica responsável por este documento: Consultor Timni Vieira

Qualificação Engenheira Florestal – mestre em Engenharia Florestal

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