Projeto Cerâmica Artística

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Jequitinhonha c i t s í t ar ca i âm

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r e c da e l o va …canto bonito é do canoeiro descendo calmo o lento rio. …E eu, meu Pai? Que modelo com as mãos o barro que me emprestastes para cuidar da vida, que afago, ora a aridez, ora o macio da terra, que conheço o fogo e a liga que alimentam os contornos delicados do meu ser… Por que também não cantaria em honra ao presente que me destes? Lavor de Artesão de Liliane Alves


Realização

Gestão Técnico-Científica

Produção Executiva


Jequitinhonha

o vale da cerâmica artística

Projeto: Jequitinhonha, o vale da cerâmica artística Proponente: Associação Municipal Amigos de Salinas Viabilização: Lei Federal de Incentivo à Cultura Valor aprovado: R$ 2.712.899,80


Construindo uma visão sustentável de futuro para a cerâmica do Jequitinhonha O presente projeto de captação de incentivos à cultura, a serem direcionados para o fortalecimento competitivo e a promoção cultural da cerâmica do Vale do Jequitinhonha, está ancorado em um cuidadoso programa de inovações tecnológicas construídas e compartilhas com comunidades da região em oficinas e testes piloto, na premissa de que tecnologia vem para perenizar a cultura local, e na constatação de que as demais comunidades percebem o valor das inovações na sustentabilidade de sua atividade. O artesanato em cerâmica no Vale do Jequitinhonha tem sua trajetória inicial associada ao cotidiano das populações locais. A disponibilidade de matéria prima proporcionava a possibilidade de produção de utensílios, como potes e panelas de barro, que se destinavam ao uso doméstico e à sua comercialização, conformando-se como importante fonte de renda familiar. O avanço da industrialização sobre os diversos espaços da vida cotidiana levou à substituição de grande parte destes utensílios. A eminência do desaparecimento do ofício da paneleira resultou na busca de novas alternativas de produção e na transformação da paneleira em artesã de peças não utilitárias, como bonecas, casinhas, flores e presépios. Essa transformação do utilitário para o não utilitário foi fortemente incentivada através de relevantes ações desenvolvidas por instituições públicas e privadas, com destaque para a CODEVALE, caracterizando a 1ª Geração de Apoio à Cerâmica do Jequitinhonha, ancorada na garantia de comercialização para a produção. Seguiu-se um longo período do que entendemos como 2ª Geração de Apoio agora com foco no fortalecimento do artesão, ancorada em iniciativas isoladas e pontuais de instituições e projetos como Sebrae, CentroCape - Mãos de Minas, Centro Mineiro de Artesanato, Banco do Brasil, Universidades de Minas Gerais e São Paulo. A transformação do ofício da paneleira para o da bonequeira, como é atualmente denominado, tornou-se real e de importância significativa na comunidade, sem aparentemente romper com a cultura local. Entretanto, apesar dos esforços


desenvolvidos e dos avanços obtidos, ainda permanecem inúmeros entraves para o maior avanço do artesanato cerâmico enquanto indutor do desenvolvimento da Região do Vale do Jequitinhonha. A 3ª Geração de Apoio, que culmina com a presente proposta, contempla a criação de uma plataforma de conhecimentos para a qualificação e competitividade do setor e a valorização agora das comunidades cerâmicas do Jequitinhonha. Tem seu início estruturado em 2003, articulado por uma parceria muito efetiva e contínua entre a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e a Universidade Federal de São João del Rei com o apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais - FAPEMIG. As lideranças que estimularam este movimento em suas várias etapas, e que compõem o Conselho Curador do presente projeto, procuraram consolidar marcos importantes, como o Centro de Tecnologia para a Produção Artesanal - CTPA, os Laboratórios e Oficinas Escolas de Cerâmica da UFSJ e de Salinas, este último vinculado ao CVT – Centro Vocacional de Salinas e Polo de Inovação de Salinas, e o Curso de Artes Aplicadas – Habilitação Cerâmica, implantado na UFSJ em 2009. Na busca deste objetivo, a avaliação da realidade local mostrou que um novo paradigma deveria ser adotado no sentido de transformar o artesanato cerâmico em estratégia de desenvolvimento sustentado. Após extensa avaliação da realidade das comunidades ceramistas e com base na sua participação ativa na compreensão das limitações e possibilidades da sua atividade, foi traçada uma nova proposta de atuação, desvinculada da ação pública continuada visando sua sustentabilidade. Neste sentido, este projeto visa tornar-se um divisor de águas nos caminhos trilhados pela cerâmica artesanal. Pretende estimular a solução dos obstáculos existentes para o desenvolvimento do artesanato a partir da auto-avaliação realizada por comunidades ceramistas. Acredita-se que a participação ativa destas comunidades na definição de soluções consensadas aos obstáculos existentes abre novos caminhos para o desenvolvimento da Região do Vale do Jequitinhonha sem que ocorra a descaracterização da cultura local. Conselho Curador


1 — O Vale do Jequitinhonha Localizado no nordeste do Estado de Minas Gerais, o Vale do Jequitinhonha constitui uma região singular, composta por 51 pequenos municípios, que juntos somam cerca de apenas 700 mil habitantes (a grande maioria das cidades tem menos de 10 mil moradores), correspondente a 3,6% da população de Minas Gerais, ocupando cerca de 8,5% do seu território. Somente 1,2% do PIB mineiro são gerados nesta região, que apresenta PIB per capta de pouco mais de 4 mil Reais, muito inferior aos mais de 12 mil Reais registrados no estado. A região apresenta vastas extensões de pecuária e plantações de eucalipto, que geram relativamente poucos empregos e raras oportunidades de empreendimentos. Sua história está intimamente associada à atividade mineradora. Suas comunidades se formaram a partir do século XVII, fruto dessa iniciativa, justificando o nome das cidades como Diamantina, Minas Novas, Berilo, Pedra Azul, Carbonita, Turmalina. No início do século XIX, a produção aurífera de aluvião entrou em decadência e a economia voltou-se para a agricultura e para a pecuária. No século XX, o Vale entrou em um período de estagnação econômica, ficando a região relegada ao ostracismo. A partir de 1970, notícias sobre a região passaram a ser veiculadas intensamente na imprensa nacional, identificando o Jequitinhonha como sendo o “vale da miséria”, e lugar de pobreza por excelência. Desde então, vários são os programas criados no âmbito federal e estadual com a finalidade de erguer a região, de criar condições para seu desenvolvimento econômico e fornecer à população local condições mínimas de sobrevivência. Entretanto, até o presente momento, o Vale do Jequitinhonha ainda apresenta diversas deficiências, apesar dos investimentos governamentais sistematicamente observados na região, principalmente em termos de infraestrutura e de oportunidades reais de obtenção de trabalho e renda.


2 — A Cerâmica do Jequitinhonha O artesanato e a produção artística assumem, em muitas das comunidades do Vale, papel fundamental na garantia da sobrevivência de sua população. A produção de cerâmica artística, em particular, é praticada por mais de mil e quinhentos artesãos, principalmente mulheres donas de casa, e dada a sua grande autenticidade é reconhecida internacionalmente como uma das melhores expressões da arte popular brasileira. A diversidade sociocultural está presente na região, gerando várias identidades e formas de expressão. Por consequência, a cerâmica de cada lugar conserva suas características próprias, diferenciando-se uma das outras, seja em função do tipo de materiais e pigmentos utilizados face ao histórico da comunidade, ou mesmo devido ao protagonismo de seus mais habilidosos expoentes artísticos. Os temas são os mais diversos possíveis, sendo utilizados como inspiração desde cenas do cotidiano até fantasias e sonhos. Os tamanhos, o uso, as cores e as técnicas utilizadas para produzir as peças são também muito variados, mas a unidade estética é bem marcante, podendo-se afirmar que há um movimento artístico e estilístico coerente e de grande potencial. Embora no meio rural, desde tempos remotos, as mulheres, tanto de origem indígena quanto portuguesa, faziam peças para atender às necessidades domésticas, o ofício de produzir cerâmica artística artesanal não utilitária no Vale não é muito antigo e data dos anos 60/70 passados. Nesse período, com a introdução de novas formas agrícolas na região, algumas mulheres passaram a fazer desse trabalho artesanal uma fonte de renda para complementar os ganhos da pequena produção agrícola da família. Alguns homens seguiram e assumiram esse ofício, mas o protagonismo, mesmo nos dias de hoje, ainda está concentrado em mãos femininas.


O ofício é passado dos pais para os filhos, mantendo-se a tradição, através das gerações. Como dito acima, os mais velhos faziam apenas moringas, vasilhas, panelas, potes, ou ainda figuras religiosas ou peças para adornar presépios, tudo com uma marcante influência indígena. Com o passar do tempo, começaram a produzir peças decorativas “de enfeite” como dizem, além de brinquedos para as crianças. Posteriormente, passaram a retratar figuras humanas, animais, cenas do cotidiano ou de sonhos e alucinações, tipos, usos e costumes da região. Atualmente, existem comunidades inteiras de ceramistas que utilizam a mesma técnica e temas de seus ancestrais. Com relação ao processo produtivo até hoje são utilizadas técnicas rudimentares, com queima em fornos a lenha muito precários e de baixa produtividade, gerando peças frágeis e muitas quebras. O torno não é utilizado e em muitos casos sequer conhecido. A agilidade das mãos dos ceramistas permite o uso da técnica dos roletes em que as peças nascem da sobreposição dessas “cobrinhas”. É importante ressaltar que a forma da moringa de água, esse bem precioso e às vezes raro no Vale, é até hoje a base de muitas peças de alto impacto visual. O que torna-se realmente fascinante para os estudiosos e críticos das artes plásticas, é a questão da utilização de pigmentos naturais usados na decoração e na pintura das peças antes do cozimento, os quais assumem texturas e cores belíssimas. Extraídos de diversas formas e de diversas origens seja vegetal ou mineral, a grande maioria dos artistas do Vale só usa essa forma para colorir suas peças. Eles embrenham-se no mato para obter os tons terrosos, amarelos ou vermelhos e ainda mantêm árvores ou arbustos em seu próprio terreno para obter os azuis, cinzas ou esverdeados.



Dentro do contexto histórico da região, um fato marcou indelevelmente a produção artesanal do Jequitinhonha e, em particular, da cerâmica artística: o aparecimento da CODEVALE - Comissão de Desenvolvimento do Vale do Jequitinhonha (entidade criada pelo Governo Estadual). A entidade iniciou, em 1972, um Programa de Artesanato, em que adquiria elevado volume de peças para comercialização, além de incentivar a produção artística de não utilitários. A entidade recolhia a produção dos artistas e revendia as peças, principalmente em Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro. Essa atividade, embora apresentasse algumas distorções, contribuiu para a melhoria na vida dos artesãos, e ainda promoveu e divulgou o trabalho artístico dos ceramistas do Vale. O problema de recolhimento, transporte e distribuição ao mercado consumidor, um dos mais sérios até hoje, foi minimizado até o fim da atuação da instituição no início deste século. A despeito da evolução que tenha assumido a CODEVALE na sua atuação no Vale do Jequitinhonha, é indiscutível a sua importância na estruturação e divulgação do artesanato da região e a possibilidade deste de se definir como fonte de geração de emprego e renda. As comunidades que mais precocemente se organizaram, em grande parte, estimuladas pela instituição, mostram hoje os sinais da sua forte presença, com melhorias significativas nas suas condições de vida e tendo no artesanato em cerâmica importante fonte de renda. Os principais pólos da atividade cerâmica são as cidades de Turmalina, Minas Novas, Araçuaí, Caraí, Itinga, Taiobeiras, Ponto dos Volantes/Santana do Araçuaí e Jequitinhonha. Estima-se em mil e quinhentos o número de ceramistas do Vale, sendo os mais destacados: Izabel Mendes da Cunha, Maria José Gomes (Zezinha), Pêdra Gomes Barbosa, Deuzani Gomes dos Santos, Ulisses Pereira Chaves, Noemisa Batista dos Santos, João Alves, Ulisses Mendes, Paulo Oliveira Costa, Maria Lira Marques Borges, Marta Marques Estêves e Jovita Eduardo Lopes. Alguns destes são reconhecidos internacionalmente e têm suas peças catalogadas em acervos tanto públicos, quanto particulares. Verifica-se na grande maioria das regiões do Vale um estilo que é marcado pelo artista que se destaca dos demais. Em Santana do Araçuaí, a produção é fortemente influenciada pelas linhas de Da.Izabel; em Caraí, o traço de Ulisses e de Noemisa é bem identificado; assim como o de Zezinha e de Deusalina na região de Minas Novas e Turmalina. Cada um destes artistas está deixando seu legado


não só em termos estéticos, quanto no grande apuro técnico e de acabamento das peças. D. Maria José, viúva de Ulisses, é enfática em afirmar que o marido, exigia muito esforço, concentração e técnica de acabamento dos muitos filhos que queriam seguir seus passos. E alguns deles já se destacam no cenário da cerâmica nacional como o caso de Madalena Pereira. Mesmo tendo obtido o respeito e tendo o reconhecimento do seu grande valor estético, a maioria dos ceramistas do Vale ainda vive em estado de pobreza e muitas são suas necessidades. Até os grandes artistas, com fama internacional, ainda padecem com dificuldades de produzir, embalar, escoar e vender suas peças. Na maioria das vezes, eles expõem sua produção em pequenas vendas nas vilas rurais, ou na beira das estradas próximas de suas casas, cujo acesso é difícil pelas parcas e esburacadas vias. Algumas vezes, conseguem participar de feiras, esbarrando sempre com problemas de transporte, estadia e alimentação. Por outras, vendem peças para atravessadores ou compradores de lojas de decoração dos grandes centros, muitas vezes por preços ínfimos. Enfrentam ainda problemas de perda de grande quantidade de peças pela baixa qualidade de seus fornos, de obtenção de lenha, de local para produção, secagem e guarda das peças, já que suas moradias, além de muito pequenas, são compartilhadas com várias gerações; e ainda de manter seu estilo sem a grande influência do mercado externo. Dessa forma, verifica-se grande necessidade de promoção tanto de planejamento e elaboração de estratégias a serem desenvolvidas para atender a comunidade de ceramistas do Vale do Jequitinhonha, quanto da implementação de ações fruto dos mesmos. A realização de um projeto cultural como o aqui apresentado, que vai ao encontro das prementes demandas dos ceramistas do Vale do Jequitinhonha, abrangendo todas as etapas da cadeia produtiva à colocação no mercado das peças por eles artisticamente elaboradas, é mais que necessária, tornando-se um verdadeiro compromisso de perpetuação da mais genuína arte popular brasileira. O ofício dos ceramistas do Vale tem que ser preservado para que esses eminentes artistas possam continuar para sempre afagando o barro, produzindo contornos delicados e plenos de singeleza e requinte estético.


3 — Os objetivos do projeto Jequitinhonha, o vale da cerâmica artística Pretende-se implantar melhorias na infraestrutura produtiva de cerâmica artística artesanal do Vale do Jequitinhonha, bem como na divulgação e distribuição das peças produzidas e a serem comercializadas pelos artistas e artesãos locais. O Vale do Jequitinhonha, como dito, é berço de uma das mais significativas produções de arte popular brasileira, com destaque para a cerâmica artesanal, cujo refino e apuro estético cativam e comovem desde renomados críticos internacionais de artes visuais até aqueles que não têm acesso cotidiano às manifestações e bens culturais. Entretanto, as condições em que essa expressiva produção artística é confeccionada são, em muitos casos, extremamente precárias, carecendo de investimento em toda a cadeia produtiva e distributiva. Mesmo contando com grande e destacada qualidade artística, poucos são os artesãos que conseguem comercializar suas belas peças e viver dignamente de sua arte. Dentro desse contexto, tendo como base estudos recentes produzidos pela equipe do projeto, será realizada uma série de atividades que possibilite o acesso de vários artistas e artesãos a melhores condições de trabalho, a treinamento especializado, a facilidades de preservação e escoamento de suas peças e aos meios de divulgação de seu fazer artístico.


3.1 – Ações de melhoria na infraestrutura produtiva: 3.1.1 - Instalação de 50 Kits Unidade de Queima, composto de forno catenário de pequeno porte, bancada de trabalho e estantes de secagem e armazenamento de peças, em ateliês individuais ou de pequenos grupos de produção cerâmica. O forno a ser instalado foi desenvolvido por profissionais ligados à Universidade Federal de São João Del Rei, liderados pelo professor Rogério Godoy, os quais pesquisaram a tecnologia de produção local e buscaram melhorar a resistência mecânica das peças cerâmicas produzidas pelos artesãos do Vale, sem alterar o seu. Esse forno tem desenho simples (forno catenário), sem necessidade de ferragens, e é feito com materiais do próprio local, usando lenha como combustível. É um forno tecnologicamente muito superior aos usados pelos artesãos, com fornalhas internas e forno fechado, garantindo mais uniformidade na temperatura e melhor aproveitamento do combustível. É necessária a instalação individual ou em pequenos grupos de ceramistas que vivem bem próximos um dos outros desse forno, pois a atividade é exercida prioritariamente por mulheres que têm grandes responsabilidades em seu lar e não podem deixá-los sem sua presença. A realidade do Vale é a de que casa e trabalho se confundem. Além disso, a queima se dá em período muito longo, cerca de seis a oito horas, período que impede e inviabiliza a ausência das ceramistas do seu lar. O projeto da bancada de trabalho e do mobiliário para uso individual ou de pequenos grupos foi desenvolvido levando-se em consideração as demandas locais, bem como material facilmente obtido na região. O desenho das peças mantém a simplicidade do Vale e busca resolver os problemas destacados pelos artesãos, durante a visita à região do arquiteto que o concebeu, Marco Flávio Magalhães Matos. Por sua vez, a seleção desses artesãos será por meio de edital a ser publicado e divulgado na região, em que os interessados farão sua inscrição individualmente ou em grupo, por meio de uma correspondência em que explicitarão suas necessidades. O julgamento será feito pela equipe do projeto e serão consideradas as condições expostas no edital.


3.1.2 - Instalação de 6 Unidades de Produção Coletiva de Cerâmica Artística Artesanal, composta por forno catenário de médio porte; bancada de trabalho com duas pias; área para oficinas, palestras ou reuniões; depósito; estande de vendas com prateleiras identificadas com os nomes dos artistas; estantes de secagem e armazenamento de peças. Na mesma linha do item anterior, o projeto arquitetônico dessas Unidades foi desenvolvido com base em demandas e levantamento processados na região e estão em completo acordo com os anseios dos artistas do Vale. A seleção das entidades beneficiadas se dará da mesma forma do item acima, por meio de edital.




3.2 — Ações de capacitação: 3.2.1 — Promoção de intercâmbio Brasil / China com a realização do I Congresso de Cerâmica Brasil – China, no período de 10 de setembro a 10 de outubro de 2013, que oferecerá oficinas práticas, palestras e mesas redondas, além da exibição e exposições de trabalhos dos artistas convidados chineses e brasileiros. 3.2.2 — Realização de oficinas de “Desenvolvimento da cerâmica de mesa”, “Desenho de Observação e Expressão” e “Modelagem por Observação”, cujo objetivo é destacar os principais aspectos que tornaram a cerâmica do Vale do Jequitinhonha especial, preservando seus principais aspectos, não permitindo interferências que a descaracterize, garantindo assim sua identidade e sua relação com o local de origem. 3.2.3 — Realização de oficina de gestão administrativa e financeira nas seis comunidades em que as Unidades de Produção de Cerâmica Artesanal serão implantadas, tendo em vista o desenvolvimento e gerenciamento de projetos próprios. Nesse contexto, serão prospectados membros dessas comunidades que tenham perfil nessa área para a formação profissional prevista.



3.3 — Ações de sinalização e distribuição das peças artesanais para venda ao público: 3.3.1 — Desenvolvimento de embalagens adequadas à distribuição das peças, tendo em vista tanto a questão estética, quanto a preservação da integridade das peças, as quais na maioria das vezes se destinam a mercados bem distantes da região produtiva. 3.3.2 — Instalação de 100 placas padronizadas indicativas dos pontos de vendas existentes e a serem criadas nesse projeto. A sinalização terá por objetivo divulgar a produção artesanal do Vale, além de indicar a localização das comunidades e das lojas de vendas. A sinalização, hoje praticamente inexistente na região, deverá seguir as normas da legislação vigente, assim como apresentar visualização que permita tempo hábil para a sua leitura e a tomada de decisão do turista ou mesmo daqueles que em viagem a trabalho possam se interessar em adquirir as peças. Esta sinalização deverá estar sempre legível para garantir a sua eficácia.

3.4 — Ações de divulgação: 3.4.1 — Desenvolvimento de um selo para identificação da produção artesanal de cerâmica do Vale do Jequitinhonha. 3.4.2 — Confecção de cartões de visita e adesivos para identificação dos ceramistas e estabelecimento de contatos. 3.4.3 — Produção de folder sobre a cerâmica e os artistas do Vale do Jequitinhonha. 3.4.4 — Produção de filme audiovisual. 3.4.5 — Produção de site de divulgação da memória dos ceramistas do Vale e de seus produtos, incluindo a possibilidade de comercialização via web.


4 — Resultados Com a implantação desse conjunto de medidas, pode-se afirmar que o projeto criará condições dignas e meios efetivos de desenvolvimento e aprimoramento para a produção artística de cerâmica no Vale do Jequitinhonha e proporcionará: • Preservação do método de produção artesanal da cerâmica do Jequitinhonha. • Estímulo à manutenção e criação de Associações Coletivas de Produção de Cerâmica Artística Artesanal, principalmente como centro de distribuição, venda, exposição e formação. • Valorização da identidade cultural com melhoria da autoestima e da qualidade do trabalho desenvolvido pelos ceramistas do Vale. • Aumento da quantidade de artesãos e daqueles que vivem dignamente do seu fazer artístico. • Redução dos desequilíbrios sociais pela promoção do desenvolvimento auto-sustentável das comunidades e organizações de artesãos. • Aumento da projeção do artesanato mineiro e alcance de novos mercados no âmbito nacional e internacional, com consequente aumento nas vendas. • Qualificação técnica de profissionais e grupos para o desenvolvimento de empreendimentos de produção artesanal, com significativa melhoria na administração e gestão de projetos próprios ou coletivos. • Estabelecimento de uma rede de entidades envolvidas com a produção artesanal, fornecendo subsídios para a formulação de políticas públicas na área. • Reconhecimento do grande público da qualidade estética e artística dos ceramistas do Vale.





5 – Custos O valor do projeto apresentado ao Ministério da Cultura é de: Ações de melhoria na infraestrutura produtiva: • Kits Unidade de Queima: 50 un = R$ 864.980,00 • Unidades Coletivas: 6 un = R$ 395.944,80 Ações de capacitação: • Congresso Brasil / China: R$ 186.775,00 • Oficinas: R$ 85.200,00 Ações de sinalização e distribuição das peças para venda ao público: • Embalagens: R$ 60.000,00 • Placas: 100 un. = R$ 50.000,00 Ações de divulgação: • R$ 160.000,00 Administração e logística • Logística: R$ 216.000,00 • Serviços técnicos especializados: R$ 694.000,00

Total do projeto: R$ 2.712.899,80


6 – Viabilização O projeto foi apresentado para aprovação na Lei Federal de Incentivo à Cultura, sendo habilitado no artigo 18 que dará aos patrocinadores a isenção de 100% do valor investido no projeto no imposto de renda (IR) devido pela empresa. Os interessados em patrocinar o projeto podem investir até 4% do seu IR, descontando todo o valor no ato do pagamento ao Governo Federal.

7 – Retorno para o patrocinador A empresa patrocinadora que investir na Cota Ouro, com aporte mínimo de R$ 600.000,00, terá sua logomarca exclusiva veiculada em: • Placa definitiva em oito das 50 Unidades Individuais de Queima; • Placa definitiva em uma das seis Unidades Coletivas. Terá ainda sua logomarca veiculada com destaque, junto aos demais patrocinadores em: • Apostila e material de divulgação das Oficinas • 30.000 folders convites e Filme audiovisual e Site. O patrocinador que investir na Cota Prata, com aporte mínimo de R$ 300.000,00, terá sua logomarca veiculada em conjunto com outro incentivador em: • Placa definitiva em quatro das 50 Unidades de Queima • Placa definitiva em uma das seis Unidades Coletivas, em conjunto com outro patrocinador. Terá ainda sua logomarca veiculada, junto aos demais patrocinadores em: • Apostila e material de divulgação das Oficinas • 30.000 folders convites e Filme audiovisual e Site.



GESTÃO DO PROJETO Conselho Curador Renato Ribeiro Ciminelli (31) 9149 45 72 / (31) 3287 39 85 / presidencia@geoparkquadrilatero.org Presidente do Comitê Gestor do Geopark Quadrilátero Ferrífero Presidente do Conselho Consultivo do INCT Acqua – Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Recursos Minerais, Água e Biodiversidade Rogério Carvalho de Godoy rgodoy@mgconecta.com.br Presidente da CERARTS – REDE Interdisciplinar Cerâmica Arte Sociedade Professor Colaborador do Departamento de Mecânica da UFSJ Dea Maria da Fonseca Prof Titular da PUC – Minas Gerente do Programa Pólos de Inovação Superintendente de Ciência, Tecnologia, e Inovação Ambiental da SETES/MG Helvécio Luiz Reis Prefeito de São João del Rei e ex-Reitor da UFSJ Equipe Técnica de Implementação Zandra Miranda - Coordenadora – (32) 8865 24 68 / 3372 24 68 – zandra.coelho@gmail.com Luciana Beatriz Chagas – (32) 8866 24 71 / 3371 78 98 – lbchagas@yahoo.com.br Produção Executiva Andréa de Magalhães Matos e Henrique Godoy Via Social – Projetos Culturais e Sociais Ltda. Rua Barão de Macaúbas, 460/301 – Belo Horizonte / MG – 30.350-090 Tel.: 31 3342 16 92 / 3342 35 13 / 9957 35 13 – viasocial@uol.com.br Equipe de Estudos e Consultoria Sócio-Econômica para os Centros Produtores de Artesanato Cerâmico nas Regiões Jequitinhonha e Mucuri em Minas Gerais Rossana Ribeiro Ciminelli, Eron Maranho Ciminelli& Maranho Consultoria SocioEconômica Fotos: João Marcos Veiga / Design: Flávio Vignoli / Texto: Andréa Matos



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