TFG | Hospital da Mulher - Isabela Marques

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HOSPITAL DA MULHER ISABELA MARQUES RAMOS



CENTRO UNIVERSITÁRIO BELAS ARTES DE SÃO PAULO GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO ISABELA MARQUES RAMOS

HOSPITAL DA MULHER

da conscientização ao tratamento

SÃO PAULO 2019



ISABELA MARQUES RAMOS

HOSPITAL DA MULHER

da conscientização ao tratamento

Trabalho Final de Graduação do curso de Arquitetura e Urbanismo apresentado ao Centro Universitário Belas Artes de São Paulo sob orientação do professor Ricardo Ruiz Martos.


“Não considere nenhuma prática como imutável. Mude e esteja pronto a mudar novamente. Não aceite verdade eterna. Experimente.” B. F. Skinner


Agradeço a Ricardo Ruiz Martos, por me transmitir tanta tranquilidade como orientador e me fazer acreditar em meu trabalho. Ivanir Reis Neves Abreu, que me inspirou a não largar a arquitetura em um momento de dúvida. Adriana Alba, Bruna Dau e Lucca Demari, pelas risadas e parceria nos infindáveis trabalhos. Daisy Pontes, Francisco Ramos, Laís Ramos e Natália Ramos, sem os quais nenhuma conquista seria possível.



LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT Anvisa CME CNES DML EAS IDH INS IT NBR PDE PNE PNUD PS Sinaeco SND SMS ONU RDC UTI ZEPAM ZEU ZC ZM

Associação Brasileira de Normas Técnicas Agência Nacional de Vigilância Sanitária Central de Material Esterilizado Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde Depósito de Material de Limpeza Estabelecimentos Assistenciais de Saúde Índice de Desenvolvimento Humano Índice de Necessidades de Saúde Instrução Técnica Normas Técnicas da ABNT Plano Diretor Estratégico Portador de Necessidades Especiais Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Pronto Socorro Sindicato Nacional de Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva Serviço de Nutrição e Dietética Secretaria Municipal de Saúde Organização das Nações Unidas Resolução da Diretoria Colegiada Unidade de Terapia Intensiva Zona Especial de Proteção Ambiental Zona Eixo de Estruturação da Transformação Urbana Zona de Centralidade Zona Mista


LISTA DE FIGURAS 1. Figura 1- Pirâmide Populacional. Município de São Paulo, 2018 2. Figura 2- Índice de Necessidades em Saúde. Município de São Paulo, 2010 3. Figura 3- Estabelecimentos públicos por 100 mil habitantes. Município de São Paulo, 2009 4. Figura 4- Distrito de Santana - Município de São Paulo 5. Figura 5- Usos do entorno do terreno 6. Figura 6- Zoneamento do entorno do terreno 7. Figura 7- Hierarquia viária 8. Figura 8- Acessos e orientação solar do terreno 9. Figura 9- Localização fotos 10. Figura 10- Foto A - Visão da Rua Bocajá 11. Figura 11- Foto B - Visão da Rua José Debieux 12. Figura 12- Foto C - Visão da Rua José Debieux 13. Figura 13- Hospital Maternidade São Luís - Fachada 14. Figura 14- Hospital Maternidade São Luís - Planta térreo 15. Figura 15- Hospital Maternidade São Luís - Átrio interno 16. Figura 16- Hospital Maternidade São Luís - Localização de elementos na fachada 17. Figura 17- Hospital Infantil Nemours - Fachada 18. Figura 18- Hospital Infantil Nemours - Implantação 19. Figura 19- Hospital Infantil Nemours - Setorização


20. Figura 20- Hospital Infantil Nemours - Acesso pedestres 21. Figura 21- Hospital Infantil Nemours - Lazer externo 22. Figura 22- Hospital Pérola Byington - Fachada 23. Figura 23- Hospital Pérola Byington - Perspectiva 24. Figura 24- Hospital Pérola Byington - Aviso 25. Figura 25- Hospital Pérola Byington - Setorização 26. Figura 26- Hospital Pérola Byington - Corredor internação 27. Figura 27- Croqui corte longitudinal 1 28. Figura 28- Croqui corte longitudinal 2 29. Figura 29- Croqui corte longitudinal 3 30. Figura 30- Croqui térreo/implantação 1 31. Figura 31- Croqui térreo/implantação 2 32. Figura 32- Croqui térreo/implantação 3 33. Figura 33- Rua Dr. Zuquim 34. Figura 34- Rua interna 35. Figura 35- Recepção 36. Figura 36- Praça elevada 37. Figura 37- Terraço funcionários



NECESSIDADE DEMANDA

METODOLOGIA PRESSUPOSTOS TEÓRICOS

VULNERABILIDADE FEMININA HOSPITALIDADE HUMANIZAÇÃO DO ESPAÇO USO MISTO TRANSPOSIÇÃO PÚBLICA DE COTAS

O TERRENO

LOCALIZAÇÃO USO DO SOLO ZONEAMENTO HIERARQUIA VIÁRIA ACESSOS E ORIENTAÇÃO SOLAR LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO

PROCESSO DE PROJETO ESTUDOS DE CASO

HOSPITAL MATERNIDADE SÃO LUÍS - ANÁLIA FRANCO HOSPITAL INFANTIL NEMOURS HOSPITAL PÉROLA BYINGTON

NORMAS DO PROJETO ESTUDO PRELIMINAR DESENHOS INICIAIS

O HOSPITAL

PROGRAMA DE NECESSIDADES SETORIZAÇÃO IMPLANTAÇÃO PLANTAS CORTES PERSPECTIVAS

CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS

15 19 20 21 22

23 26 27 28 29 30 31

33 34 35 36 38 39 40

43 44 44 46 48

50 52 53

57 59 62 63 64 82 88

93 94

SUMARIO

INTRODUÇÃO OBJETIVO JUSTIFICATIVA

I



S

INTRODUCAO I

A partir da problemática que a saúde pública brasileira sofre - com o mau gerenciamento e falta de investimentos financeiros - a proposta foi desenvolver um projeto de edificação de um espaço hospitalar de qualidade, com atendimento e ambientes que possam oferecer suporte humano e acolhedor às mulheres, com acesso público e alcance de toda a cidade. Foi necessário estabelecer medidas para facilitar e estimular o alcance da população a serviços de saúde. Logo, percebemos que a arquitetura é a chave para a humanização de espaços, definindo como os ocupamos e usamos.

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TEORIA



OBJETIVO O projeto teve como partido arquitetônico a humanização dos ambientes hospitalares e buscou amenizar o estigma de local frio e hostil do hospital. O presente trabalho pretendeu entender os princípios básicos e necessários da saúde da mulher e projetar um espaço capaz de criar ambientes que mudem a experiência de cada pessoa, colaborando no desenvolvimento do tratamento médico, fundamentado no protagonismo e autonomia da mulher.

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JUSTIFICATIVA A cidade de São Paulo abriga realidades sociais diversas e contrastantes. Alguns de seus habitantes enfrentam grandes dificuldades para ter acesso à saúde pública, enquanto o sistema privado se mantém firme com medicina de qualidade e altíssimos preços. A população aumenta anualmente, mas, infelizmente, a infraestrutura do sistema público de saúde não cresce proporcionalmente. A taxa de mortalidade precoce no Brasil é alta, principalmente por falta de atendimento e requisitos básicos na saúde. Um hospital voltado para a saúde da mulher foi considerado por conta da visibilidade da discussão e busca dos direitos das mulheres, pois essas são maioria na população brasileira, vivem mais que os homens, porém adoecem mais frequentemente. (Figura 1) O atendimento à saúde da mulher é, muitas vezes, um processo mecânico, que busca a facilidade para o profissional que realizará o procedimento, e não para a paciente. Buscam-se, então, espaços onde as pacientes se sintam à vontade e possam se expressar, desenvolvendo sempre o bem-estar e qualidade de vida da mulher.

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Figura 1- Pirâmide Populacional. Município de São Paulo, 2018

Fonte: Prefeitura de São Paulo/Plano Municipal de Saúde de São Paulo 2018-2021. Pirâmide Populacional, 2018.


NECESSIDADE O Índice de Necessidades de Saúde (INS) nos permite identificar as áreas da cidade de São Paulo com maior carência de serviços de saúde, o que reflete em aspectos objetivos e subjetivos. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) classificou os 96 distritos do município de São Paulo em três grupos: alta, média e baixa necessidade. (Figura 02) O INS foi construído a partir da agregação de 20 indicadores referidos a cinco componentes - como faixa etária e condições ambientais - e procurou sintetizar a realidade que abrange saúde e condições de vida. Seu valor final representa uma média dos valores relativos de cada indicador e componente, ou seja, se o valor de um distrito é alto, pode ser que o mesmo seja alto em apenas dois ou três componentes, orientando, então, a escolha dos componentes prioritários dentro daquele distrito. A definição do índice de cada distrito foi feita com base na metodologia do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), adequada às características da cidade de São Paulo. O foco foi encontrar pressões de demanda e resultados de saúde apresentados por problemas específicos e relevantes dos 96 distritos administrativos, com o objetivo de discriminar e evidenciar as suas diferenças.

Figura 2- Índice de Necessidades em Saúde. Município de São Paulo, 2010

Fonte: Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo. Índice de Necessidades em Saúde da Cidade de São Paulo, 2010

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DEMANDA A demanda por hospitais na cidade de São Paulo no ano de 2009 pode ser analisada com base nos dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), do Ministério da Saúde. Naquele ano, a cidade tinha 11 milhões de habitantes. Considerando a metodologia aplicada, existiam apenas 9,2 estabelecimentos públicos de saúde para cada 100 mil habitantes do município. Em alguns distritos, a média era ainda menor, o que destaca a diferença regional. (Figura 3)

Figura 3- Estabelecimentos públicos por 100 mil habitantes. Município de São Paulo, 2009

Fonte: Ministério da Saúde. Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, dez. 2009; Fundação SEADE. Sistema de Informações dos Distritos da Capital, 2009.

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METODOLOGIA Para assimilar o tema, houve um estudo sobre os conceitos envolvidos e a situação da saúde pública na cidade de São Paulo. Isso pôde ser feito por meio de ampla pesquisa bibliográfica e iconográfica, levantamento de estudos de caso, entrevistas com profissionais especializados na área hospitalar e visitas guiadas à hospitais. Depois, houve a concepção do projeto - neste, houve ampliação da pesquisa acadêmica tradicional. Nesta etapa, foi possível comparar e associar diferentes publicações e autores. Os objetivos da análise mais profunda foram: compreender a situação da saúde pública e a vulnerabilidade que as mulheres estão submetidas na cidade de São Paulo; entender o Plano Diretor Estratégico de São Paulo na área escolhida para implantação do projeto; captar a psicologia da

humanização de espaços hospitalares e como os ambientes influenciam no processo de cura dos pacientes; e identificar como é a relação do ser humano com o local e a rotina de um hospital dedicado à mulheres. A pesquisa prática consistiu na visita guiada ao Hospital Pérola Byington, um projeto antigo que não comporta tecnologias modernas e não se encaixa nas normas atuais, mas é focado na saúde da mulher e tem como filosofia tornar a permanência das pacientes o mais agradável possível, além de ter solucionado de maneira engenhosa os fluxos e acessos ao hospital. O principal objeto de pesquisa para elaboração do programa de necessidades foi a Resolução - RDC Nº 50 de 02 de fev. de 2002, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que fornece informações técnicas sobre a programação arquitetônica.

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PRESSUPOSTOS TEORICOS

I


I

PRESSUPOSTOS TEORICOS A cidade, assim como a arquitetura, não existe sem pessoas interagindo com o espaço. Rodrigo Kirck acredita que “[A arquitetura] não cura o doente e nem ensina o ignorante. Ela auxilia a manter seu usuário vivo.” (2017, n.p.) Para execução de um projeto, oscilamos entre conceitos ligados diretamente à arquitetura - ou não. Alguns pressupostos teóricos foram adotados como relevantes para o processo do projeto e serão explicados neste capítulo, baseados em autores de dentro e fora da área.

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VULNERABILIDADE FEMININA Segundo a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (2004) do Ministério da Saúde, as situações de discriminação que as mulheres enfrentam na sociedade estão mais relacionadas à sua vulnerabilidade do que a doenças e causas de mortes naturais. Os padrões de mortalidade feminina no país variam e são relacionados ao desenvolvimento regional e de classe social. As desigualdades sociais, culturais e econômicas influenciam de maneira diferente o índice de mortalidade da população. Quem está exposto a condições precárias fica, consequentemente, mais vulnerável e vive menos. Segundo relatório da ONU, o número de mulheres em situação de pobreza é superior ao de homens, por conta de seus salários mais baixos e ausência de empregos dignos. As mulheres ainda têm jornadas de trabalho mais longas, e, além disso, muito do seu tempo extra é gasto em

atividades não remuneradas, como cuidar da casa e dos filhos, o que limita seu acesso a diversos serviços de autocuidado - saúde, inclusive. Deste modo, reconheceu-se que o gênero é um fator que determina a pobreza e aumenta a vulnerabilidade da mulher, assim como a idade, a etnia, a localização geográfica, dentre outros. (Augusta RAIHER, 2016, p. 118).

Outros fatores determinantes para a desigualdade da mulher na sociedade são dificuldade de promoções no trabalho, acesso restrito a recursos sociais e econômicos e a redução na participação de decisões políticas, econômicas e sociais. Segundo a autora, ser mãe solteira também intensifica a vulnerabilidade da mulher. Diante de vários cenários, quando conseguem cruzar as barreiras do mercado de trabalho, a maioria das mulheres encontra apenas atividades informais e com

baixa remuneração. Viviane Ferreirinho (2016) acredita que as desigualdades sociais são produtos históricos estabelecidos por relações simbólicas de poder, e que é responsabilidade das políticas públicas amenizar o impacto nos grupos discriminados e injustiçados. A violência contra a mulher - física, sexual ou psicológica - acontece todos os dias, apesar das conquistas alcançadas por esse grupo. Essa “aceitação” da opressão contra a mulher vem de uma longa construção social em que o homem era dominante. Diversos fatos históricos ilustram a dominação masculina na sociedade. A exclusão feminina da política e da vida pública sempre representou a inferioridade social imposta às mulheres - infelizmente, isso continua. A violência, aliás, afeta diretamente a saúde das vítimas. Logo, a vulnerabilidade feminina começa no meio social e tem graves consequências na área da saúde. 27


HOSPITALIDADE A hospitalidade pode ser definida como: Ato de receber bem ou acolher bem o visitante, familiar, amigo ou desconhecido. Ou seja, a boa acolhida e atenção não somente aos conhecidos e não importando os interesses envolvidos. (Adalto GODÓI, 2004, p.14)

Hoje em dia, a hospitalidade é mais do que a simples ação de hospedar e satisfazer as necessidades humanas. Estabelece-se em propiciar uma acolhida agradável e calorosa. Segundo Isabel Baptista (2008), nos lugares de hospitalidade encontramos bondade, cortesia cívica e responsabilidade. Nesse ambiente rege a dupla relação humana, onde a conexão com o outro e com o lugar tem extrema importância. A autora esclarece que a ligação com a hospitalidade acontece de acordo com a maneira afetuosa e respeitosa que lidamos 28

com os outros seres humanos, e que “acolher alguém de forma hospitaleira significa abrir o espaço próprio sem reservas ou desconfianças.” (2008, p. 08). Há, ainda, outra maneira de definir e explicar a hospitalidade; segundo Alain Montandon (2003), “uma maneira de se viver em conjunto, regida por regras, ritos e leis.” Logo, a mesma é definida, além de uma forma fundamental de interação social, também como uma forma própria de humanização - ou, no mínimo, uma das formas mais essenciais de socialização. Podemos, então, entender que a hospitalidade liga-se à experiência memorável de um local, onde os processos, o ambiente, as pessoas, a cultura e a comunicação estão profundamente interligados. Ambientes com hospitalidade são lugares onde sentimos que pertencemos e afirmamos nossa identidade.


S

HUMANIZACAO DO ESPACO I

Humanizar significa atribuir caráter humano a algo ou algum lugar. Humanização quer dizer ato ou efeito de tornar-se benévolo ou mais sociável. O humanismo nos leva a uma perspectiva de que o homem é o centro das atenções, o personagem principal. O termo humanização abrange tudo no espaço que pode gerar influências sobre o usuário, no caso de sensações positivas como as condições ambientais de iluminação, conforto térmico, conforto acústico, cores, ergonomia e a relação entre o interno e o externo. (Carolina CHEDRAOUI, 2017, p. 43).

De acordo com Navarro e Pena (2013), a humanização do espaço

I

vai além do material - é necessária humanização das práticas para modificar verdadeiramente o espaço de trabalho. Existem exemplos de melhoria nos serviços de saúde por conta de uma restruturação no ambiente - mas mudanças nas condições de trabalho e estratégias de convivência têm forte influência. Nas práticas de saúde, precisamos levar em conta outro aspecto da humanização: o modo como acolhemos as pessoas precisa ser solidário e caloroso. Para compreender humanizar é preciso entender o conceito de ser humano. É preciso ter consciência de que a pessoa que utiliza o espaço é a peça fundamental na definição de como deve ser o ambiente. É

só conhecendo as necessidades e expectativas do usuário que será possível proporcionar-lhe um ambiente capaz de supri-las e superá-las, tornando-o mais próximo de sua natureza, de seus sentimentos, pensamentos e valores pessoais. (Renata VASCONCELOS, 2004, p. 24)

É claro que a maioria das estratégias aplicadas para humanizar espaços, principalmente na área da saúde, visa combinar elementos que compõe a vida em si, e não envolvem apenas a institucionalização. É necessário levar em consideração o tipo de vínculo que as pessoas desenvolverão com certo ambiente, pensando que os espaços são extensões dos seres humanos, seja na sua forma de trabalhar, conviver ou habitar.

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USO MISTO O uso misto do solo é aquele que busca envolver o uso residencial e o não residencial no mesmo empreendimento. Apresentou-se com grande força no mundo atual, contrariando o planejamento urbano segmentado, que buscava separar áreas comerciais, residenciais e hospitalares, por exemplo. Esse tipo de solução tem apoio da legislação urbana; o Plano Diretor Estratégico (PDE) de São Paulo é um exemplo. Ele conta com o projeto de lei de revisão n° 688/13, que define estratégias para incentivar o uso misto no mesmo lote, principalmente o uso habitacional com outros usos como serviços públicos e comércios - de modo a maximizar e organizar os serviços urbanos na cidade. Tal proposta pode potencializar a vida urbana e se complementa por outros parâmetros urbanísticos propostos pelo PDE, como a fruição pública (uso público de área do pavimento

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térreo) e fachada ativa (ocupação da fachada no passeio público por uso não residencial e acesso aberto a população). Acredita-se que os bairros que têm uma mistura de usos de solo apresentam uma série de benefícios e promovem qualidade de vida superior para seus habitantes. A mistura formenta a criação de comunidades mais ativas, desencoraja a criminalidade e equilibra a oferta de habitação e emprego - algo positivo para os moradores. John McDonald, diretor do Departamento de Criminologia da Universidade da Pennsylvania, afirma que “as pessoas dizem que sentem isso intuitivamente”. Um bairro com condomínios, escritórios e restaurantes provavelmente terá mais “olhos na rua” durante o dia. Esta vigilância coletiva supostamente desestimula a criminalidade.


S

I

TRANSPOSICAO PUBLICA DE COTAS I

As infraestruturas de transposição são essenciais na vida urbana, principalmente em cidades com topografia acidentada e crescimento irregular como São Paulo. Entender os tipos de travessias aplicadas na localidade nos faz compreender o estilo de vida de seus habitantes. Alguns exemplos dos conectores públicos de cotas são: pontes e viadutos - estruturas de grande porte que transpõe cotas e vias de automóveis; passarelas - passagens elevadas para fluxo de pedestres; pontilhões – pequenas passagens viárias com estrutura discreta; grandes escadarias; e edificações. Um levantamento feito pelo Sindicato Nacional de Empresas de

Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaeco) em 2006 contabilizou 240 pontes e viadutos, 75 passarelas e 700 pontilhões na cidade de São Paulo. As edificações públicas são dispositivos de conexão de cotas indispensáveis, pois deixam de ser elementos isolados e passam a ser cidade e fazer parte dela. A linha que normalmente separa os elementos edifício e cidade torna-se tênue devido à permeabilidade dos percursos entre público e privado, dentro e fora, aberto e fechado. Logo, podemos confirmar a importância dessas estruturas para a articulação e funcionamento da vida cotidiana nas cidades.

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O TERRENO


S

LOCALIZACAO I

Figura 4- Distrito de Santana - Município de São Paulo

N

Fonte: WikiCommons/Rodrigo C Braga

LEGENDA

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TERRENO LEGENDA LEGENDA ESPORTE TERRENO Terreno SAÚDE ESPORTE Assist. Social SAÚDE EDUCAÇÃO Cultura EDUCAÇÃO CULTURA Educação CULTURA ASSIST. SOCIAL Esporte ASSIST. SOCIAL CICLOVIA Saúde CICLOVIA CORREDOR DE Ciclovias CORREDOR DE ÔNIBUS ( PLANEJ ADO) Corredor de Ônibus ÔNIBUS ( PLANEJ ADO) METRÔ Estação de Metrô METRÔ TERMINAL DEDE ÔNIBUS Terminal de Ônibus TERMINAL ÔNIBUS

O terreno de implantação do projeto se localiza no bairro de Santana, na zona norte de São Paulo. É um lote de aproximadamente 15.200m², e se delimita, principalmente, pelas ruas Dr. Zuquim e José Debieux. Este terreno foi escolhido levando em conta as dimensões adequadas ao projeto; a infraestrutura urbana favorável; o fato de preencher os requisitos necessários pensados nos pressupostos teóricos e pela facilidade de chegada, visto que grande parte do público alvo do hospital o acessará por meio de transportes públicos de massa. A estação de metrô e terminal de ônibus Santana se localiza a 5 minutos de carro e 12 minutos a pé do lote. Além disso, interage e contribui com a paisagem urbana de maneira positiva.


USO DO SOLO Figura 5- Usos do entorno do terreno

N

O entorno do terreno é caracterizado pelo uso predominantemente residencial. O uso misto se descreve como lojas no passeio público e residências nos pavimentos superiores.

Fonte: Desenvolvido pela autora, com base do Google Earth.

LEGENDA Comércio/Serviços Misto Residencial Terreno

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ZONEAMENTO Figura 6- Zoneamento do entorno do terreno

Fonte: Desenvolvido pela autora, com base do Google Earth.

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N

LEGENDA ZEPAM ZEU ZC ZM Praça/canteiro Terreno


Segundo o PDE n°16.050/14 e a Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo n°16.402/16 o terreno do projeto pertence a uma Zona de Centralidade (ZC), que são porções do território localizadas fora dos eixos de estruturação e transformação urbana designadas a promover os usos não residenciais, com média densidade construtiva e demográfica, além de estimular a qualificação da paisagem e dos espaços públicos. A ZC está localizada na Macroárea de Qualificação da Urbanização, que se caracteriza pela existência de usos

residenciais e não residenciais com um padrão médio de urbanização. Alguns dos objetivos dessa macroárea são: o controle do adensamento construtivo buscando evitar sobrecargas no sistema viário; melhorar e complementar o sistema de mobilidade urbana, integrando os sistemas de transporte coletivo e a circulação de pedestres; aprimorar as condições urbanísticas dos bairros já existentes com oferta adequada de serviços, equipamentos e infraestruturas urbanas; ampliar a oferta de emprego nos Eixos de Estruturação

da Transformação Urbana e centralidades existentes; promover a urbanização e regularização fundiária de assentamentos precários e irregulares existentes. Para o terreno em questão, a edificação será regida pelas seguintes normas: a) coeficiente de aproveitamento máximo: 2,0 b) taxa de ocupação máxima: 0,7 c) gabarito de altura máxima: 48m d) recuos de 5m de frente e 3m nas laterais

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I

HIERARQUIA VIARIA Figura 7- Hierarquia viária

N

Por se encontrar em um bairro residencial, a maioria das vias do entorno são locais, com trânsito ameno. As vias coletoras fazem a conexão entre as locais e as arteriais. As vias arteriais têm trânsito rápido e de maior fluxo, sendo a Rua Dr. Zuquim um dos acessos ao terreno.

Fonte: Desenvolvido pela autora, com base do Google Earth.

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LEGENDA Via Arterial Via Coletora Via Local Terreno


S

ACESSOS E ORIENTACAO SOLAR S

I

ACESSOS

ORIENTACAO SOLAR

Perpétua, cota 745 (3) e Rua Bocajá, cota 750 (4). O objetivo do projeto foi conectar as ruas principais 1 e 2, fazendo uma transposição pública de cotas, além de alargar a rua 3 e criar um espaço de convivência em um futuro talude.

O terreno escolhido para implantação do Hospital da Mulher possui dois acessos principais - Rua José Debieux, cota 750 (1) e Rua Doutor Zuquim, cota 760 (2) - e dois acessos secundários - Rua Vitória

I

No hemisfério sul, a orientação solar é no sentido leste-oeste; ou seja, o sol nasce no leste e se põe no oeste. Por isso, a face leste recebe sol da manhã; a norte tem maior incidência solar; a oeste recebe o sol da tarde; e a sul tem menor incidência solar. A partir desses dados, foi possível analisar e estudar a setorização do hospital, viabilizando um projeto com maior aproveitamento possível da luz solar, o que permitiu criar ambientes confortáveis para seus usuários garantindo, assim, conforto térmico na edificação.

Figura 8- Acessos e orientação solar do terreno

NORTE 4

OESTE

2

LESTE

3

1

N

Fonte: Desenvolvido pela autora, com base do Google Earth.

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I

LEVANTAMENTO FOTOGRAFICO

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Figura 10- Foto A - Visão da Rua Bocajá

Figura 11- Foto B -

Fonte: Isabela Marques Ramos (2019)

Fonte: Isabela Marques Ramo


Figura 09- Localização fotos

A B

N

C Fonte: Desenvolvido pela autora, com base do Google Earth.

Visão da Rua José Debieux

Figura 12- Foto C - Visão da Rua José Debieux

os (2019)

Fonte: Isabela Marques Ramos (2019)

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PROCESSO DE PROJETO


S

I

I

HOSPITAL MATERNIDADE SAO LUIS - ANALIA FRANCO

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A rede de hospitais São Luiz conta com três unidades, sendo a da Anália Franco a maior em extensão. Possui 43 mil metros quadrados de área construída e localiza-se na cidade de São Paulo. O acesso principal de pedestres ocorre pela Rua Corta Vento, no pavimento térreo da edificação, onde está localizada a recepção principal. Devido à topografia do local, o acesso ao pronto atendimento e de ambulâncias ocorre no pavimento do Pronto Atendimento, um nível abaixo do térreo, pela Rua Antônio Camardo. A setorização do projeto seguiu recursos tradicionais, quando apenas o pavimento térreo é de acesso público. As circulações centrais e periféricas dão acesso a todos os pavimentos da edificação. O diferencial dessa unidade do hospital São Luiz é a volumetria escalonada, que eleva o edifício e cria um grande vão central no andar das internações, onde há um jardim com espelho d’água e passarelas

Figura 13- Hospital Maternidade São Luís - Fachada

Fonte: Reprodução/Gazeta do Tatuapé

interligando os blocos. Acima da sétima e última passarela, há a estrutura metálica do heliponto, que faz o coroamento do prédio. Por conta do escalonamento do edifício, foi necessário um projeto de estrutura ousado, feito pelo engenheiro Virgílio Ramos. Ele precisou pendurar os três primeiros

pavimentos em uma estrutura rígida, localizada no quarto pavimento. Siegbert Zanettini, arquiteto do projeto, tem como marca registrada o uso de estruturas metálicas, mas esse projeto foi realizado em concreto armado devido a seu partido arquitetônico e viabilidade econômica.


Figura 14- Hospital Maternidade São Luís - Planta térreo

FICHA TÉCNICA Local: São Paulo, Brasil Ano do Projeto: 2007 Área do Terreno: 7.950m² Áre Construída: 43.816m² Arquitetos: Zanettini Arquitetura

acesso pedestres acesso veículos

acesso veículos Fonte: Cortesia de Zanettini para ArchDaily

carga/ acesso descarga ambulância

Figura 16- Hospital Maternidade São Luís Localização de elementos na fachada

Figura 15- Hospital Maternidade São Luís - Átrio interno

VÃO CENTRAL PASSARELAS BLOCOS ESCALONADOS

Fonte: Cortesia de Zanettini para ArchDaily

Fonte: Cortesia de Zanettini para ArchDaily

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HOSPITAL INFANTIL NEMOURS O hospital se localiza em Loka Non Medical City, Orlando, empreendimento de uso misto. Stanley Beman, arquiteto do projeto, buscou colaboração de pais e crianças para o desenvolvimento do hospital com o intuito de criar um ambiente de cura acolhedor aos olhos de seus usuários. A edificação mostra a influência da arquitetura na vida de uma criança em algum processo de cura. Conectar a natureza e o ambiente hospitalar foi uma das maiores Figura 17- Hospital Infantil Nemours - Fachada

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Fonte: Reprodução/Nemours

preocupações do arquiteto, que criou espaços externos de lazer para o convívio dos pacientes e acompanhantes e, ao mesmo tempo, trouxe mais tranquilidade para a área interna. O complexo se divide em seis pavimentos, além de um subsolo para garagem, e conta com 95 leitos de internação, 76 salas de exame e área de urgência e emergência. Seu sistema estrutural é de concreto prémoldado. Painéis de terracota, metal e vidro fazem a proteção dos raios

solares e ruídos. O alinhamento das áreas de internação e do atendimento ambulatorial traz funcionalidade para os funcionários e cria um ambiente mais familiar aos pacientes. Os elevadores social e de serviço médico são individualizados para o conforto das crianças e responsáveis. Cada quarto possui uma iluminação diferente que pode ser alterada pelas crianças, criando uma fachada dinâmica e em constante mudança. Áreas verdes eram praticamente inexistentes no local antes do hospital ser construído; por isso, tiveram grande importância no projeto. As árvores foram plantadas dois anos antes do início da construção, para que quando o hospital fosse inaugurado, as espécies já estivessem maduras. Stanley e sua equipe priorizam sempre a humanização dos ambientes, e criam distrações positivas em cada espaço - além de personalidade única para seus projetos.


Figura 18- Hospital Infantil Nemours - Implantação

FICHA TÉCNICA Local: Orlando, FL - EUA Ano do Projeto: 2012 Área do Terreno: 600.000m² Áre Construída: 192.000m² Arquitetos: Stanley Beaman & Sears Figura 20- Hospital Infantil Nemours - Acesso pedestres

acesso emergência

acesso principal

carga/ descarga

Fonte: Reprodução/ArchDaily

Figura 19- Hospital Infantil Nemours - Perspectiva Explodida

Fonte: Reprodução ArchDaily/Jonathan Hillyer

Figura 21- Hospital Infantil Nemours - Lazer externo

Fonte: Reprodução/Nemours

Fonte: Reprodução ArchDaily/Jonathan Hillyer

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I

HOSPITAL PEROLA BYINGTON Em 1950, Rino Levi e Cerqueira Cesar projetaram o edifício hospitalar que abrigou a Cruzada Pró-infância. Construído a pedido de Pérola Byington, tornou-se referência no atendimento materno-infantil em São Paulo. Seu objetivo era de assistência à infância, abrangendo os períodos pré-natal, maternidade e primeira infância. Depois da morte de sua fundadora, recebeu o nome de Hospital Pérola Byington em sua homenagem. Seu programa inicial compreendia em ambulatório, puericultura, maternidade e hospital infantil com seus devidos anexos, além da sede e direção da Cruzada pró-infância. Contava com 266 leitos divididos entre maternidade e infantil. O projeto compreende dois edifícios; o principal, junto à rua, é destinado

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à hospitalização. Outro, ao fundo, a ambulatório e serviços gerais. O recuo lateral é de 5 metros de ambos os lados. A orientação do terreno determinou a localização do corpo de hospitalização, de modo a garantir insolação abundante para as enfermarias e quartos, evitando sombra dos edifícios vizinhos. É, hoje, o Centro de Referência da Saúde da Mulher, administrado pela Secretaria de Estado da Saúde. Considerado um hospital de médio porte, contém 133 leitos. Suas especializações são cirurgias de alta complexidade e tratamento de câncer, principalmente de mama. Por ser um projeto muito

antigo, não comporta a tecnologia nem se encaixa nas normas atuais. Em 2018, por exemplo, precisou de uma reforma para instalação de 85 portas corta-fogo para se adequar às normas de incêndio do corpo de bombeiros. Tem poucos elevadores e uma circulação estrangulada. Apesar dos problemas técnicos, o hospital tem como princípio a humanização dos espaços, buscando tornar a estadia de suas pacientes o mais agradável possível. Figura 22- Hospital Pérola Byington - Fachada

Fonte: Reprodução/Portal Hospitais Brasil


Figura 23- Hospital Pérola Byington - Perspectiva

FICHA TÉCNICA Local: São Paulo, Brasil Ano do Projeto: 1950 Áre Construída: 22.000m² Arquitetos: Rino Levi e Cerqueira Cesar

Fonte: Reprodução/Hospital de Hoje

Figura 24- Hospital Pérola Byington Aviso

Figura 25- Hospital Pérola Byington Setorização

Figura 26- Hospital Pérola Byington Corredor internação

Fonte: Isabela Marques Ramos (2019)

Fonte: Isabela Marques Ramos (2019)

Fonte: Isabela Marques Ramos (2019)

49


NORMAS DO PROJETO Projetos de espaços arquitetônicos voltados para a área hospitalar devem seguir normas relativas às condições espaciais e sanitárias específicas. Algumas regras empregadas na elabração do projeto do Hospital da Mulher foram a RDC n° 50, de 21 de fevereiro de 2002 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), manuais do Ministério da Saúde, entre outras normas técnicas. A RDC n° 50 é um regulamento técnico destinado ao planejamento, programação, elaboração, avaliação e aprovação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde (EAS), válido em todo território nacional, na área pública e privada. Define ambientes indispensáveis no projeto, suas áreas e quantidade, além de indicar as relações funcionais dos espaços e suas especifidades construtivas. Algumas das principais recomendações para um projeto hospitalar são: 50

1- Circulações externas e internas Compreende-se pelos acessos, estacionamentos e circulações horizontais e verticais da edificação, e devem seguir a NBR 9050. 2- Acessos Deve-se limitar ao máximo o número de acessos à edificação a fim de manter um controle da entrada de pacientes e visitantes e evitar o tráfego indesejado em áreas restritas. 3- Estacionamentos Devem obedecer ao código de obras municipais; caso não haja um, adota-se uma área mínima de 12m2 ou 1 vaga para veículos por cada 4 leitos. Algumas vagas devem ser demarcadas, como para deficientes físicos, idosos e viaturas de serviço, por exemplo. Os meios-fios devem ser rebaixados de modo a permitir o tráfego de cadeiras de rodas e macas. 4- Circulações horizontais Corredores, em geral, devem ter largura mínima de 2,00m. Apenas

corredores destinados ao pessoal e de cargas volumosas podem ter largura mínima de 1,20m. Eles não podem exercer função de área de espera. As portas de acesso a pacientes devem ter, no mínimo, 0,80 x 2,10m. As utilizadas em passagens de camas/ macas devem medir 1,10 x 2,10m. Em banheiros e sanitários de pacientes, as portas devem sempre abrir para fora do ambiente, ou permitir a retirada da folha pelo lado de fora. As maçanetas das portas devem ser do tipo alavanca ou similares. 5- Circulações verticais EAS com mais de dois pavimentos devem possuir elevador ou rampa. As escadas devem ter larguras mínimas diferentes, dependendo de seu uso: a de fluxo de pacientes deve medir 1,50m, e a de funcionários 1,20m. Nas unidades de internação, a distância entre a escada e a porta do quarto mais distante não pode passar de 35,00m.


O piso de cada degrau deve ser revestido de material antiderrapante e não ter espelho vazado. A altura máxima dos degraus é de 0,185m e a profundidade mínima é de 0,26m. Nenhuma escada pode ter degraus dispostos em leque, nem possuir prolongamento do patamar além o espelho. Nenhum lance de escada pode vencer mais de 2,00m sem patamar intermediário. As dimensões internas mínimas da cabine do elevador são de 2,10 x 1,30m. Este deve ter portas de correr simultâneas na cabine e no pavimento, sendo a largura mínima da porta igual a 0,90m quando estiver colocada na menor dimensão da cabine e 1,10m quando estiver colocada na maior dimensão. 6- Condições ambientais de controle de infecção O controle da infecção hospitalar está diretamente ligado à conduta humana. A arquitetura atua por meio de estratégias contra a transmissão de doenças. Algumas soluções

arquitetônicas são: 6.1- existir 1 quarto de isolamento para cada 30 leitos ou fração, provido de banheiro exclusivo e antecâmara. 6.2- cada quarto ou enfermaria deve possuir seu próprio banheiro, além de lavatório numa região anterior à sua entrada. 6.3- as salas de utilidades devem ser projetadas sem que afetem ou interfiram em outras áreas e circulações. Devem receber materiais contaminados da unidade onde se encontam e possuir, no mínimo, uma pia de despejo e uma pia de lavagem comum. 6.4- os materiais empregados em superfícies acessíveis do hospital devem ser resistentes à lavagem e ao uso de desinfetantes. Em ambientes de áreas críticas e semicríticas, é importante optar por acabamentos com menor número de ranhuras e frestas. Não é permitido que tubulações e dutos fiquem aparentes nas paredes e tetos nesses ambientes.

6.5- o descarte correto para toda e qualquer espécie de lixo hospitalar é a incineração, que pode ser feita por empresas especializadas ou pelo hospital que prover de um incinerador próprio. Dentre as normas técnicas utilizadas, destacam-se duas: a primeira, NBR 9050 da ABNT, determina critérios e parâmetros técnicos para alcançar a assessibilidade para todas as pessoas. Ela é aplicada em projetos, construções, adaptações e instalações de edificações, mobiliários e equipamentos urbanos. A segunda norma é a IT 11/2019, do Corpo de Bombeiros, que tem como objetivo estabelecer requisitos mínimos necessários para o dimensionamento das saídas de emergência de edificações. É importante ressaltar que existem diversos âmbitos do projeto que , para serem desenvolvidos plenamente, demandam conhecimento específico e trabalho multidiciplinar com engenheiros e profissionais da saúde. 51


ESTUDO PRELIMINAR CENTRO CIRÚRGICO

CME

UTI

VESTIÁRIO DE BARREIRA

INTERNAÇÃO DIAGNÓSTICO

EMERGÊNCIA

ATENDIMENTO AMBULATORIAL

RECEPÇÃO PRINCIPAL

COZINHA

ADMINISTRAÇÃO

DML

ALMOXARIFADO

FARMÁCIA

MANUTENÇÃO

NECROTÉRIO RESÍDUOS

ACESSO PRONTO SOCORRO

O estudo do projeto iniciou-se com o desenvolvimento de um fluxograma para definir a relação entre os setores do hospital. Como pode ser analisado, três acessos eram necessários na

52

CONFORTO FUNC.

SAÍDA SERVIÇOS

ACESSO PRINCIPAL

edificação: um principal, com entrada e saída de pacientes e visitantes controlada; um de emergência, com fácil chegada da população; e um para acesso de serviços. Analisando os pressupostos teóricos,

as normas técnicas e as prováveis ligações entre ambientes, foram criados os primeiros desenhos da edificação no terreno, pensando nos recortes e acessos, setorização de usos e principais circulações.


DESENHOS INICIAIS Os primeiros desenhos já traçavam os pontos pensados nos pressupostos teóricos e exploravam no terreno - e no entorno - acasos aproveitáveis. Conectar as ruas principais (que têm 10 metros de desnível) com um acesso público e trazer pessoas - e vida para dentro da edificação foi o principal objeto de estudo, assim como criar espaços humanizados para o ambiente hospitalar. Os principais traçados surgem da configuração do terreno e da procura por volumes paralelos às edificações e ruas vizinhas. O hospital da mulher foi apoiado na direção das curvas de nível, o que possibilitou usufruir da vista aberta em direção ao bairro. A implantação torna necessária a concepção de um talude na rua Vitória Perpétua, e isso também gera uma

Figura 28- Croqui corte longitudinal 2

Fonte: Desenvolvido pela autora e pelo Prof. Ricardo Martos.

Figura 29- Croqui corte longitudinal 3

Figura 27- Croqui corte longitudinal 1

Fonte: Desenvolvido pela autora e pelo Prof. Ivanir Reis Neves Abreu.

Fonte: Desenvolvido pela autora e pelo Prof. Ricardo Martos.

53


54

Figura 30- Croqui térreo/implantação 1

Figura 31- Croqui térreo/implantação 2

Fonte: Desenvolvido pela autora.

Fonte: Desenvolvido pela autora.


Figura 32- Croqui térreo/implantação 3

oportunidade de alargamento da rua e criação de uma praça de uso público no local. Para que possíveis alterações no programa ocorram de forma descomplicada no futuro, o desenho foi criado a partir de uma malha baseada na modulação tradicional de 0,625m e suas variantes, a partir de um processo manual, buscando harmonia entre forma e função. Os cortes apontavam a ligação entre os pavimentos e o jardim interno, presente desde os primeiros desenhos para levar a natureza para dentro do espaço de cura. As plantas do térreo mostravam como os acessos e os usos do espaço interagem, além da setorização e fluxos do pavimento. É importante destacar que, durante todo o tempo, o projeto caminhou em um movimento de ir e vir e sempre considerou a relação da forma e materialidade da edificação, pois são essas as particularidades que interferem na nossa percepção espacial.

Fonte: Desenvolvido pela autora e pelo Prof. Ricardo Martos.

55



O HOSPITAL



O programa de necessidades do projeto foi embasado na resolução RDC n° 50, de 21 de fevereiro de 2002 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária para concepção de um hospital de médio porte (entre 50 a 150 leitos). Além das medidas mínimas nos ambientes obrigatórios, considerou-se a necessida de espaços de apoio. RDC-50

Assistente Social Auditório Biblioteca Estúdio de Tatuagem Foyer Lazer Externo Odontologista Playground Psicólogo Sala de Aula Sala de Encontros Salão de Beleza

1 1 1 1 1 1 1 1 2 3 3 2

8

Recepção Conscientização Recepção Principal/Espera Sanitários Consultório DML Espera Expurgo Posto de Enfermagem Quarto Plantonista

ÁREA (m²)

-

22 500 230 80 240 3200 22 700 22 100 22 22

1 1 1

-

225 1250 35

4 1 1 1 1 1

2 6 -

15 9 90 6 10 30

0,8m²/aluno

APOIO À MULHER

QUANT.

EMERGÊNCIA RECEPÇÃO

AMBIENTE

Recepção Sala de Emergências Sala de Gesso Sala de Inalação/Hidratação Sala de Observação Sala de Suturas Sala Individual Sanitários Serviço Social Triagem Utilidades

1 2 1 1 1 1 2 1 1 3 1

Box de Coleta Consultório + WC Copa Densitometria DML Endoscopia Espera Expurgo Farmácia Satélite Laudos Mamografia Mamotomia Pequenos Procedimentos Posto de Enfermagem Pré/Pós Exame + WC Raio-x Rouparia Sala de Biópsia Sala de Coleta Sala de Descanso + WC

5 4 1 1 1 2 1 1 1 1 3 1 1 1 1 2 1 1 1 1

-

9 7,5 6 8 3

136 36 10 50 60 9 12 16 10 10 12

3,6 2,6 2 9 4 6 8 8 20 6 6 3,6 -

9 15 6 15 5 10 230 5 16 8 11 17 23 15 50 16 9 11 17 13

12m²/leito

10 6m²/leito 9m²/leito

DIAGNÓSTICO

PROGRAMA DE NECESSIDADES

59


60

10 6 4 -

Administração Arquivo Direção Recepção Reunião RH Sanitários Tesouraria

1 1 1 1 2 1 1 1

5,5m²/pessoa

Copa DML Expurgo Farmácia Satélite Posto de Enfermagem Quarto + WC Quarto Isolado + WC Rouparia Sanitários Sanitários Funcionários Utilidades Copa DML Expurgo Farmácia Satélite Posto de Enfermagem Quarto + WC

30 25 20 12 40

-

100 66 50 90 45 105 16 40

1 1 1 1 1 23 1 1 1 1 1

2,6 2 4 6 10 4

20 8 8 20 15 25 35 16 16 15 11

1 1 1 2 2 16

2,6 2 4 6 10

16 8 8 16 14 25

12 2m²/pessoa

Quarto Isolado + WC Quarto Plantonista Rouparia Sanitários Sanitários Funcionários Utilidades

1 1 1 1 1 1

4

35 20 16 16 15 11

Antecâmara Depósito Distribuição Fracionamento Lavagem de Insumos Manipulação Recebimento

1 1 1 1 1 1 1

2 12 4,5 12 2

10 18 30 36 7 16 23

FARMÁCIA

1 1 2 1 1

Administração Cirurgia DML Estar Funcionários Expurgo Farmácia Satélite Hemocomponentes Material Esterelizado Posto de Enfermagem Preparo Cirurgia Rouparia Sala de Cirurgia Grande Sala de Cirurgia Média Área de Escovação Sala de Recuperação Transferência de Macas Utilidades Vestiário de Barreira

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 4 4 4 1 1 1 1

2 4 6 36 25 5 -

30 8 36 8 10 10 15 30 30 18 42 32 5 80 18 18 37

CIRURGIA

Tomografia Comando + Laudos Ultrassonografia + WC Utilidades Vestiário/Armários + WC

ÁREA (m²)

INTERNAÇÃO (x4)

RDC-50

U.T.I.

QUANT.

ADMINISTRAÇÃO

AMBIENTE


QUANT.

RDC-50

Descanso Descompressão Quarto Plantonista Refeitório Sanitários Terraço Vestiário Feminino Vestiário Masculino

1 1 10 1 1 1 1 1

-

145 135 21 135 16 590 35 35

CONFORTO FUNCIONÁRIOS

Almoxarifado

1 1 1 1 1 1 1 1

35 -

250 290 270 90 140 196 120 110

SERVIÇOS

7 1 1 1

-

90 680 472 710

Cozinha DML Geral Lavanderia Contaminada Lavanderia Limpa Necrotério Resíduos Lojas

Rua Interna - Nível 750 Rua Interna - Nível 755 Rua Interna - Nível 760

RUA INTERNA

Central de Material Esterelizado

ÁREA (m²)

Ar Condicionado Caixa D’água Caldeira Data Center Estacionamento Gases Gerador Gerador de Água Quente Manutenção No Break Pressurização Subestação Tanque Diesel Telefonia Transformador Zeladoria

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

-

TOTAL TOTAL GERAL

65 200 55 40 4000 60 120 50 95 50 20 50 50 40 40 70

APOIO TÉCNICO

AMBIENTE

21.800m² 28.500m²

61


S

SETORIZACAO I

801,5 797 792,5

O projeto do Hospital da Mulher apresentado a seguir buscou demonstrar soluções e propostas para ambientes hospitalares humanizados à partir do desenho arquitetônico O hospital tem 28.500m² de área construída, distribuídos em 12 pavimentos. APOIO FUNCIONÁRIOS CENTRO CIRÚRGICO FARMÁCIA | UTI INTERNAÇÃO ADMINISTRAÇÃO | APOIO FUNCIONÁRIOS

783,5

INTERNAÇÃO

779

INTERNAÇÃO

774,5

INTERNAÇÃO

770

ADMINISTRAÇÃO APOIO FUNCIONÁRIOS

765

APOIO À MULHER LAZER EXTERNO

760

755

750 62

FARMÁCIA U.T.I. INTERNAÇÃO

DIAGNÓSTICOS | EMERGÊNCIA | RECEPÇÃO | RUA PÚBLICA

ESTACIONAMENTO| RUA PÚBLICA

CENTRO CIRÚRGICO

788

APOIO À MULHER | LAZER EXTERNO

CONSCIENTIZAÇÃO | RUA PÚBLICA | SERVIÇOS

APOIO FUNCIONÁRIOS

ACESSO AMBULÂNCIA ACESSO PRIVADO ACESSO PÚBLICO DIAGNÓSTICOS EMERGÊNCIA LAZER EXTERNO LOJAS AUDITÓRIO/EVENTOS BIBLIOTECA LOJAS SALAS DE AULA/CURSOS SERVIÇOS ACESSO PÚBLICO ELEVADOR/ESCADA ESCADA ROLANTE ESTACIONAMENTO JARDIM INTERNO LOJAS


É DEBIEU

X

RUA VITÓRIA PERPÉTUA

0 5 15

RUA DR. ZUQUIM

R UA J O S

IMPLANTAÇÃO

N

30

RUA BOCA JÁ


I

PAVIMENTO DE ACESSO RUA JOSE DEBIEUX No pavimento de nível 750 ocorre o acesso do público pela Rua José Debieux, que se conecta à rua Dr. Zuquim por dentro da edificação; e o acesso de veículos pela Rua Bocajá. O estacionamento conta com 36 vagas de bibicleta, 15 vagas de moto, 75 vagas de carro, 16 vagas para PNE, 8 vagas de idoso, 2 vagas de carga e descarga e algumas áreas técnicas. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8.

Rua interna Loja Estacionamento Caixa d`água Resíduos Pressurização Hall Jardim interno

N 64

0

5

15

30


B PROJEÇÃO COBERTURA

R UA J O S

É DEBIEU

X

A RUA VITÓRIA PERPÉTUA

C RUA BOCA JÁ

4

5 3

2 2 A

6

7

8

1 B

2 C


I

PAVIMENTO INTERMEDIARIO No pavimento de nível 755 encontram-se a área de conscientização à saúde da mulher, que conta com biblioteca, salas de aula/cursos e auditório; e a área 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15.

Rua interna Loja Salão de beleza Hall/Recepção Biblioteca Sanitário público Sala de aula/curso Foyer Auditório - 366 lugares Transformador Zeladoria Subestação Tanque de diesel Gerador Telefonia

técnica, de apoio e de manuntenção do hospital, essa com acesso restrito à funcionários. As duas áreas são separadas por um vão central, que nasce no pavimento inferior. 16. Manutenção 17. Gerador de água quente 18. Caldeira 19. Ar condicionado 20. Gases 21. Data center 22. No break 23. Cozinha 24. Almoxarifado 25. Hall 26. Necrotério 27 DML geral 28. Lavanderia contaminada 29. Lavanderia suja 30. Central de material esterelizado

N 66

0

5

15

30


C RUA BOCA JÁ

RUA VITÓRIA PERPÉTUA

12

A

9

13

11

14

10

15

18

19

17

20

16

21 22

8

23 A 24 7 25

7 27

7 É DEBIEU

X

6

28 29

R UA J O S

5 4 PROJEÇÃO COBERTURA

B

26

30

B

1

2

3

2

C


PAVIMENTO DE ACESSO RUA DR. ZUQUIM No pavimento de nível 760 encontram-se os acessos de pedestres e de ambulâncias pela rua Dr. Zuquim, além da rua pública que se conecta à rua José Debieux. Nesse pavimento também localizam-

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15.

Rua interna Estúdio de Tatuagem Loja Café Hall/Recepção Recepção PS Espera triagem Sanitário público DML Utilidades Serviço social Triagem Posto de enfermagem Espera atendimento Consultórios

se a área de emergência, a recepção principal, a área de diagnósticos e parte do lazer externo que a edificação proporciona aos pacientes, visitantes e funcionários.

16. Sala de suturas 17. Sala de gesso 18. Sala de inalação/hidratação 19. Sala de observação 20. Sala de emergências 21. Expurgo 22. Quarto plantonista 23. Espera diagnósticos 24. Laudos 25. Box de coleta 26. Sala de coleta 27 Armários 28. Vestiário 29. Ultrassonografia 30. Comando

31. Tomografia 32. Pré/Pós-exame 33. Mamografia 34. Endoscopia 35. Raio X 36. Densitometria 37. Pequenos procedimentos 38. Mamotomia 39. Farmácia Satélite 40. Sala de biópsia 41. Rouparia 42. Copa 43. Sala de descanso funcionários 44. Lazer externo 45. Playground

N 68

0

5

15

30


C RUA BOCA JÁ

37

A

RUA VITÓRIA PERPÉTUA

45

36

30 24 43

31

42

29 41

35

38 34 39

35

32

10

29 9

34 33 33 33

21

13 40 PR

15

15

15

15

27

28

ÃO

CO

13 24 25 25 11 10 9 7

2525 25 26

44

OJ

12 12 12 15 15

8 23

UR

A

A 6

13 15 16 17

20 21

20

18

19

RT

8

14

15

BE

22

PROJEÇÃO COBERTURA

R UA J O S

RUA DR. ZUQUIM

É DEBIEU

X

5

1

B

3

4

3

2

B

C


PAVIMENTO PRACA ELEVADA I

No pavimento de nível 765 encontrase a praça elevada, com área de lazer externo; além do apoio à mulher, que conta com salas de psicologia, odontologia, assistência social e encontros. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.

Assistência social Sala de encontros Hall Sanitário público Psicologia Odontologia Lazer externo

N 70

0

5

15

30


É DEBIEU

X

PROJEÇÃO PAV. TIPO

RUA VITÓRIA PERPÉTUA

A 1

5

5 6

B RUA DR. ZUQUIM

R UA J O S

C RUA BOCA JÁ

7

A

2

2

2

3 4

B

C


S

PAVIMENTO ADMINISTRACAO I

No pavimento de nível 770 encontrase a área administrativa do hospital e parte do apoio/conforto dos funcionários. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11.

Hall Sanitário público Recepção Reunião RH Direção Administração Tesouraria Arquivo Vestiário funcionários Quarto plantonista

N 72

0

5

15

30


R UA J O S

É DEBIEU

RUA VITÓRIA PERPÉTUA

A

B 11 11

11 11

11 11

11 11

11 11

9

4 1 3

7 5

6 4

RUA DR. ZUQUIM

X

C RUA BOCA JÁ

A

10

10

8 2

B

C


S

PAVIMENTO INTERNACAO (X4) I

Nos pavimentos de nível 774,5 / 779 / 783,5 / 788 encontram-se os quartos de internação, com um leito em cada; quartos de isolamento e todo apoio para equipe médica e de enfermagem. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12.

Hall Sanitário público Posto de enfermagem Farmácia satélite Sanitário funcionários Utilidades Expurgo DML Rouparia Copa Quarto de isolamento + WC Quarto + WC

N 74

0

5

15

30


C 12

12

12

12

12

11

12 12

9 8 7

12

6

12 5

R UA J O S

É DEBIEU

X

4

B

A

10

3

1

12

12

12

12

12

12

12

12

12

12

12

12

12

12

2 RUA DR. ZUQUIM

A

RUA VITÓRIA PERPÉTUA

RUA BOCA JÁ

B

C


PAVIMENTO UTI No pavimento de nível 792,5 encontram-se os quartos de UTI, com um leito em cada; o quarto de isolamento e todo apoio para equipe médica e de enfermagem. Nesse pavimento também está localizada a farmácia central do hospital. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.

Hall Sanitário público Posto de enfermagem Farmácia satélite Sanitário funcionários Utilidades Expurgo DML Rouparia Copa

11. Quarto plantonista 12. Quarto + WC 13. Quarto de isolamento + WC 14. Antecâmara 15. Distribuição 16. Lavagem de insumos 17. Manipulação de soluções orais 18. Depósito 19. Fracionamento 20. Recebimento

N 76

0

5

15

30


C 17 16

18

19

15

14

20 11

13 12

9 8 7

12

6

12 5

R UA J O S

É DEBIEU

X

4

B

A

10

3

1

12

12

12

12

12

12

12

3 4

12

12

12

12

12

12

2 RUA DR. ZUQUIM

A

RUA VITÓRIA PERPÉTUA

RUA BOCA JÁ

B

C


I

PAVIMENTO CENTRO CIRURGICO No pavimento de nível 797 encontram-se o centro cirúrgico com 4 salas de cirurgia média e 4 salas de cirurgia grande, além do apoio necessário ao processo de cirurgias.

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.

Hall Sanitário público Vestiário de barreira Transferência de macas Posto de enfermagem Preparo cirurgia Farmácia Satélite Material esterelizado Hemocomponentes Sala de cirurgia média

11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19.

Área de escovação Sala de cirurgia grande Sala de recuperação Estar funcionários Administração cirurgia Rouparia Utilidades DML Expurgo

N 78

0

5

15

30


C

A

RUA VITÓRIA PERPÉTUA

RUA BOCA JÁ

15

12

14

11 12

13

A

16 17

3

18

19

4 1 6 7 É DEBIEU

X

8 9

R UA J O S

10 11 10

B

2

12 11 12 10

RUA DR. ZUQUIM

5

11 10

B

C


PAVIMENTO TERRACO I

No pavimento de nível 801,5 encontram-se ambientes para descanso e conforto de funcionários do hospital, com área de lazer externa, refeitório e sala de descompressão.

1. 2. 3. 4. 5.

Hall Sanitário público Refeitório Descompressão Lazer externo

N 80

0

5

15

30


É DEBIEU

X

RUA VITÓRIA PERPÉTUA

A

1

4

B RUA DR. ZUQUIM

R UA J O S

C RUA BOCA JÁ

5 3 A

2

5

B

C


801,50 797,00 792,50 788,00 783,50 779,00 774,50 770,00 765,00 760,00 755,00 750,00 CORTE AA 0 5 15

30



CORTE BB 0 5

15

30


760,00 755,00 750,00


765,00 760,00 755,00 750,00 CORTE CC 0 5

15

30



RUA DR. ZUQUIM


RUA INTERNA


RECEPÇÃO


PRAÇA ELEVADA


TERRAÇO FUNCIONÁRIOS


S

CONSIDERACOES FINAIS I

A princípio, a inquietação acerca da relação do gênero feminino e saúde instigaram o estudo. Elaborar uma edificação que deveria conversar e valorizar o local onde estivesse inserida foi um fundamento básico estabelecido desde os primeiros semestres do curso de arquitetura. O projeto de um hospital vai além de seguir regras e normas. É um processo que envolve diversos campos, além da arquitetura. O desenvolvimento de um hospital humanizado se baseia nas necessidades e anseios de seus usuários. O hospital deve, além de curar o doente, ser um ambiente de acolhida, desde a conscientização até o tratamento. Por fim, na arquitetura e em todos os contextos da vida, é preciso se deixar errar, experimentar, para enfim acertar. O presente trabalho foi um reflexo desse pensamento.

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ISABELA MARQUES RAMOS DEZEMBRO/2019


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