Popper e o Falsificacionismo - A Crít ica de Popper à indução
A CRÍTICA DE POPPER À INDUÇÃO Hume afirma que
qualquer tentativa de justificar a indução conduz a uma petição de princípio.
Popper aceita o argumento cépt ico de Hume acerca da indução.
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O grau de confirmação de uma teoria (proposição universal) depende do número de casos observados que estão de acordo com ela. Ora, segundo Popper, é impossível provar que todos os cisnes são brancos (precisaríamos de observar todos os cisnes em todos os lugares e em todos os tempos) e isso deixa a proposição universal sempre por provar. Mas basta encontrar um cisne negro para provar que a teoria é falsa.
Ah. Duas críticas de Popper ao método indutivo são: 1) inexistência de observações puras e 2) a impossibilidade de confirmar proposições universais. A proposição "todos os cisnes são brancos" não pode ser confirmada.
Popper considera que a indução é injustificável, mas isso não coloca em causa a credibilidade da ciência, pois o raciocínio indutivo não tem qualquer papel na investigação científica.
A ciência não precisa da indução nem para encontrar hipóteses e teorias (bastam as conjecturas criativas do investigador) nem para as avaliar (tentar falsificá-las é a forma de as testar).
Popper nega que os cientistas começam com observações e inferem depois uma teoria geral. Estes, primeiro propõem uma teoria, apresentando-a como uma conjectura, e depois comparam as suas previsões (dedução de uma consequência) com observações para ver se ela resiste aos testes.
Popper e o Falsificacionismo - O Falsificacionismo de Popper
O MÉTODO DAS CONJECTURAS E REFUTAÇÕES (FALSIFICACIONISMO)
2- A HIPÓTESE
4. OS TESTES
3- PREVISÕES EMPÍRICAS
1. O PROBLEMA
Os problemas (fenómeno a explicar) e não as observações em estado puro são ponto de partida da investigação científica.
Qual é a causa do escorbuto?
O cientista concebe uma hipótese explicativa: conjectura (PALPITE). Trata-se de usar a imaginação e a criatividade para sugerir uma hipótese ousada (grau elevado de falsificação).
O escorbuto é provocado por uma alimentação pobre em fruta e pode ser evitado com a ingestação de laranjas,
Para testar uma hipótese, é preciso deduzir "previsões empíricas" a partir dela e confrontá-las com a observação.
Para avaliar as teorias ou hipóteses científicas temos de as submeter a testes empíricos (observação) que visem refutá-las. Se as PREVISÕES forem corroboradas pela observação, a hipótese é provisoriamente aceite (pode, no futuro, ser refutada). Se as PREVISÕES forem refutadas, a hipótese é falsa e é rejeitada, sendo proposta uma nova hipótese. MODUS TOLLENS: Se T, então C Não C Logo, não T
O médico ordena aos seus pacientes que passem a comer laranjas com frequência.
Popper afirma que quem pensa que a comprovação das consequências que deduzimos da hipótese implica a comprovação da hipótese está a cometer a falácia da afirmação do consequente.
HIPÓTESE CORROBORADA: os casos de escorbuto diminuíram. Um novo problema: por que motiva a ingestão de laranjas evita o escorbuto.
Se T (teoria), então C (consequência) Ora C Logo, T
Há semelhanças entre o método falsificacionista e o método hipotético-dedutivo. Ambos os métodos negam que os cientistas começam com observações e inferem depois uma teoria geral. Estes, primeiro propõem uma teoria,e dela deduzem certas consequências. A diferença reside no facto de aquilo que se observa ser aquilo que se deduziu da hipótese não confirma esta. Segundo Popper, as hipóteses são enunciados universais e, como tal, não podem ser verificadas. Isso exigiria que se observassem todos os casos particulares passados, presentes e futuros, o que é impossível.
Nunca podemos afirmar que uma teoria é verdadeira. Só podemos dizer que ainda não mostrámos que é falsa.